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BOLETIM MUNICIPAL - Vila Real de Santo António

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PLANEAMENTO<br />

CULTURA/EvENTOS<br />

34<br />

Município <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>Vila</strong> <strong>Real</strong> <strong>de</strong> Stº <strong>António</strong><br />

Edição do livro “Patrimónios do nosso brincar.<br />

Brinquedos e jogos das 4 cida<strong>de</strong>s”<br />

Antigamente, não era preciso muito para a<br />

brinca<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a imaginação não faltasse,<br />

porque a natureza oferecia o que tinha:<br />

terra, água, lama, frutos, ramos e ... espaço.<br />

Subir às árvores, ir aos ninhos e aos pássaros,<br />

apanhar grilos, nadar no rio, escorregar pelas<br />

pedras, jogar ao botão. Brinquedos não os<br />

havia ou eram poucos... E os que havia, eram<br />

inventados, construídos ali, no momento, ao<br />

sabor da vonta<strong>de</strong>, pelas crianças ou então pelos<br />

pais e avós. As matérias-primas utilizadas<br />

eram as que estavam à mão: <strong>de</strong> um pedaço<br />

<strong>de</strong> cortiça um boi, dos bugalhos as panelas,<br />

das canas ou paus <strong>de</strong> sabugos as espingardas<br />

para ir aos pássaros. Também os <strong>de</strong>sperdícios<br />

da casa (trapos, restos <strong>de</strong> lã, botões, latas) se<br />

transformavam em bonecas, bolas ou carros.<br />

Os utensílios eram extensões do corpo. A mão<br />

na navalha, na agulha ou na tesoura procurava,<br />

com o engenho – irmão da necessida<strong>de</strong> –,<br />

as formas possíveis para as brinca<strong>de</strong>iras.<br />

A Câmara Municipal apresentou ao público<br />

o livro “Patrimónios do nosso brincar.<br />

Brinquedos e jogos das 4 cida<strong>de</strong>s”. Edita-<br />

Colecção Patrimónios.<br />

Estão cá fora os dois primeiros números<br />

Mourinhos e Mouras Encantadas <strong>de</strong> Cacela, nº1 / Por terras <strong>de</strong> Cacela. Em tempos que já lá vão, nº2<br />

Lançada em 2007, a colecção Patrimónios<br />

abre um espaço para a edição <strong>de</strong> memórias<br />

e registos dos muitos e diversos “patrimónios”<br />

<strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>Real</strong> <strong>de</strong> <strong>Santo</strong> <strong>António</strong>. Pequenos livros<br />

que serão o ponto <strong>de</strong> partida para a <strong>de</strong>scoberta<br />

e conhecimento <strong>de</strong> sítios, tradições, saberes-<br />

fazeres e vivências comuns ao Algarve Rural.<br />

No primeiro livro Mourinhos e Mouras Encantadas<br />

<strong>de</strong> Cacela, reúnem-se mais <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>zena lendas recolhidas por Maria Emília<br />

Fernan<strong>de</strong>s junto dos mais velhos, com informações<br />

preciosas sobre a tradição oral, o<br />

imaginário popular e suas ligações ao território<br />

local. Narrativas <strong>de</strong> encontros com mouras<br />

encantadas, serpentes, mourinhos <strong>de</strong> barrete<br />

encarnado, em Cacela que nos aproximam<br />

<strong>de</strong> uma cartografia antiga on<strong>de</strong> o imaginário<br />

popular e o maravilhoso assinalam lugares mágicos,<br />

que os antigos associavam a estranhos<br />

acontecimentos ou personagens.<br />

O número 2 da colecção “Por terras <strong>de</strong> Cacela.<br />

Em tempos que já lá vão” <strong>de</strong> Maria Emília Fernan<strong>de</strong>s<br />

e Maria do Natal Gonçalves, foi apresentado<br />

ao público no Centro <strong>de</strong> Investigação e<br />

Informação do Património e Cacela.<br />

“Aqui se i<strong>de</strong>ntificam e <strong>de</strong>screvem” – nas palavras<br />

<strong>de</strong> José Carlos Barros, Vice Presi<strong>de</strong>nte da<br />

CMVRSA e autor do Prefácio – “enquanto re-<br />

do pelos municípios <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> <strong>Real</strong> <strong>de</strong> <strong>Santo</strong><br />

<strong>António</strong>, Fundão, Marinha, Montemor-o-<br />

Novo, no âmbito do projecto “À Descoberta<br />

das 4 Cida<strong>de</strong>s”, com a preciosa colaboração<br />

<strong>de</strong> crianças, professores e seus<br />

familiares, o livro reúne nas palavras <strong>de</strong><br />

João Amado, autor do prefácio, “registos<br />

paciente e criteriosamente recolhidos e<br />

registados junto <strong>de</strong> fontes genuínas, fragmentos<br />

<strong>de</strong> histórias <strong>de</strong> vida, rastos quase<br />

arqueológicos do imaginário infantil que<br />

acompanhou, durante milhares <strong>de</strong> anos, a<br />

evolução da humanida<strong>de</strong>…”.<br />

gistos <strong>de</strong> uma memória colectiva – tradições<br />

e memórias, portanto, transmitidas oralmente<br />

e que fazem parte <strong>de</strong> um importante património<br />

imaterial, num processo <strong>de</strong> recuperação<br />

<strong>de</strong> práticas e vivências passadas.<br />

E é assim que vamos relembrar ou tomar<br />

conhecimento <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> tradições,<br />

orações, jogos, versos ou expressões caídas<br />

em <strong>de</strong>suso: as arredoiças da Mata <strong>de</strong> Santa<br />

Rita no dia <strong>de</strong> Santa Maria; os contratos da<br />

Páscoa; as milagrosas curas <strong>de</strong> Santa Rita em<br />

tempo <strong>de</strong> lua cheia; os bailes <strong>de</strong> <strong>Vila</strong> Nova <strong>de</strong><br />

Cacela com os pipis da tabela procurando<br />

impressionar as meninas e as mamãs das<br />

meninas fazendo chocalhar nas algibeiras as<br />

moedas <strong>de</strong> tostão; os versos <strong>de</strong> chacota ditos<br />

nas chocalhadas; a memória da hora em que<br />

se cruzam as folhas da oliveira; as práticas divinatórias<br />

na noite e dia <strong>de</strong> S. João.<br />

Coisas tão próximas ainda <strong>de</strong> nós e simultaneamente<br />

(às vezes estranhamente) tão distantes<br />

e ausentes.”

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