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Um mundo a ser descoberto - Grupo Educacional Uninter

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2<br />

EDITORIAL<br />

Aos leitores<br />

Com este primeiro número, estamos<br />

lançando o Marco Zero, jornal-laboratório<br />

do curso de Comunicação Social com<br />

habilitação em Jornalismo da Faculdade<br />

Internacional de Curitiba (Facinter).<br />

Se “educação de qualidade é a maior<br />

atração do centro da cidade”, como reza o<br />

slogan do <strong>Grupo</strong> <strong>Uninter</strong>, ressaltando a<br />

localização privilegiada de várias unidades<br />

do <strong>Grupo</strong>, o Marco Zero pretende<br />

fazer com que a informação de qualidade<br />

sobre o centro de Curitiba também seja<br />

uma atração para seus leitores.<br />

Como jornal-laboratório, o Marco<br />

Zero <strong>ser</strong>á um espaço para a prática<br />

dos estudantes e, portanto, sujeito<br />

a lacunas e falhas eventuais, normais<br />

nesse tipo de veículo, mas também às<br />

experimentações portadoras de novidades,<br />

sempre bem-vindas na formação<br />

de futuros jornalistas.<br />

As pautas envolvem a região central<br />

de Curitiba e buscam revelar informações,<br />

curiosidades, personagens e fatos<br />

menos conhecidos dessa área da capital<br />

paranaense.<br />

O Marco Zero mantém um canal<br />

aberto com seu público-alvo – gente<br />

que trabalha, mora ou transita pela<br />

área central de Curitiba – e acolherá<br />

críticas, comentários ou sugestões dos<br />

leitores. O contato pode <strong>ser</strong> feito pelo email:<br />

assessoriajr@grupouninter.com.br<br />

ou pelos telefones 2102-7953 e 2102-<br />

7954. Boa leitura!<br />

Expediente<br />

O jornal-laboratório Marco Zero<br />

é uma publicação do Curso de<br />

Jornalismo da Facinter<br />

Coordenadordo Curso de<br />

Comunicação Social: Gustavo Lopes<br />

Professores responsáveis:<br />

Roberto Nicolato e Tomás Barreiros<br />

Redação: Regiane Silva, Letícia Lemos,<br />

Walter Voigt Bach, Cláudia Bilobran,<br />

Larissa Glass, Mariana Lima,<br />

Vanusa Pereira da Silva<br />

Concepção gráfica: Professor Roberto<br />

Nicolato<br />

Facinter: Rua do Rosário, 147<br />

CEP 80020-110 Curitiba-PR<br />

RESENHA<br />

Em meio aos filmes arrasa-quarteirões<br />

de origem nacional, alguns têm insistido<br />

em temáticas fortes, sendo ambientados<br />

em morros e favelas e apresentando<br />

a violência e o tráfico de drogas entre<br />

algumas situações barras-pesadas que<br />

suas personagens têm de suportar para<br />

sobreviver. Cidade de Deus (2002) e Tropa<br />

de elite (2007) são alguns exemplos. Cada<br />

uma à sua maneira, essas obras contam<br />

histórias pesadas, baseadas em aspectos<br />

da realidade brasileira que estão sempre<br />

presentes nos noticiários – combates<br />

entre traficantes e policiais, crime<br />

organizado e situações que se deterioram<br />

a cada década. <strong>Um</strong> documentário que não<br />

é tão conhecido e não deve <strong>ser</strong> esquecido<br />

é Notícias de uma guerra particular, dirigido<br />

por João Moreira Salles e Kátia Lund.<br />

Filmado no Morro Dona Marta,<br />

no Rio de Janeiro, entre 1998 e 1999,<br />

Notícias de uma guerra particular aborda<br />

este mesmo assunto: como é a vida nos<br />

morros, quais os problemas que seus<br />

habitantes enfrentam, e quão complicada<br />

é essa situação. Porém, existem diferenças<br />

significativas nesse documentário que<br />

merecem <strong>ser</strong> destacadas. Em vez de uma<br />

construção em que se vêem os fatos pela<br />

ótica de apenas uma personagem, nessa<br />

obra são mostradas várias perspectivas: a<br />

do morador, a do policial e a do traficante,<br />

o que transmite uma visão muito mais<br />

realista dos acontecimentos.<br />

Ao mesmo tempo em que busca<br />

uma forma de sobreviver, o traficante diz<br />

que “não quer machucar ninguém”. A<br />

impressão que se tem é que no seu modo<br />

de ver a atividade é como outra qualquer,<br />

com seus riscos e ganhos – mas muito<br />

maiores do que uma profissão regularizada.<br />

Ele faz o “<strong>ser</strong>viço” – e é cobrado por<br />

isso –, mas se tiver que tirar a vida de<br />

um policial, é o que vai fazer. Entradas<br />

e fugas da prisão são comuns, e pessoas<br />

são iniciadas no tráfico desde crianças.<br />

Em entrevista com Leandro, de 14 anos,<br />

ele responde que só fez até a 3ª série, mas<br />

sabe o nome de várias armas usadas no<br />

“<strong>ser</strong>viço”. Em outra cena, um jovem diz<br />

MARCO ZERO Curitiba, dezembro de 2009<br />

Notícias de uma<br />

guerra particular<br />

Walter Voigt Bach<br />

que já assaltou e já assassinou. Quando a<br />

equipe do documentário pergunta se ele já<br />

matou um policial, ele responde: “Ainda<br />

não tive essa oportunidade”. Nota-se o<br />

que a vida no meio dessa guerra re<strong>ser</strong>va<br />

para os mais jovens: nenhum estudo, nem<br />

futuro, apenas violência gerando violência<br />

para sobreviver.<br />

“Estou participando de uma guerra<br />

(...) mas volto para casa todo dia”,<br />

afirma o capitão Pimentel. Quando está<br />

equipado, é como se fosse invencível.<br />

Na guerra entre policial e traficante, não<br />

existe necessariamente um vencedor.<br />

Apenas quem fica vivo – para no dia<br />

seguinte encarar o combate de novo. É<br />

uma luta injusta, pois os oponentes estão<br />

com arsenal bélico mais potente que<br />

os policiais. De acordo com o capitão<br />

Pimentel, a família já nem pergunta mais<br />

como foi o dia.<br />

No meio desse fogo cruzado, está<br />

o morador do morro. Sem opção,<br />

acaba encontrando no tráfico alguém<br />

que o ajuda. Quando precisa de um<br />

remédio para o filho ou alguma outra<br />

coisa, a moradora recorre ao traficante,<br />

não a entidades assistencialistas. De<br />

certa forma, quem acaba ajudando a<br />

“comunidade” do morro é o bandido,<br />

pois o povo do tráfico faz “tudo que o<br />

governo não faz”, como respondem os<br />

presos aos berros. Se falharem com o<br />

pessoal que faz algo por eles, não quer<br />

dizer que estejam seguros pela proteção<br />

oficial, pois a polícia também representa<br />

uma ameaça. <strong>Um</strong>a moradora afirma:<br />

“quando o policial sobe no morro, vai<br />

preparado para agredir”.<br />

Enfim, Notícias de uma guerra particular<br />

é um documentário tão forte que pode<br />

chocar alguns espectadores, tamanho<br />

o caos da situação. Como citado<br />

anteriormente, o filme foi rodado em<br />

1998-99. Considerando-se a história<br />

contada por traficantes, policiais e<br />

moradores, cabe a quem assiste imaginar<br />

o desenvolvimento desse círculo vicioso.<br />

A obra oferece uma visão assustadora,<br />

mas extremamente realista do que<br />

poderia <strong>ser</strong> chamado um <strong>mundo</strong> à parte<br />

– mas está no Brasil.<br />

BOCA NO<br />

TROMBONE<br />

O que você<br />

mudaria no<br />

centro de<br />

Curitiba?<br />

“Eu tiraria o trânsito do<br />

centro e deixaria somente<br />

nas proximidades”.<br />

Simone Lima<br />

“Eu colocaria mais policiais no<br />

centro, melhoraria a segurança,<br />

principalmente no Largo da<br />

Ordem”.<br />

Guilherme Pereira<br />

“Eu gosto do Centro, não<br />

mudaria nada”.<br />

Rafael Gonçalves Cordeiro<br />

“Eu fecharia algumas ruas,<br />

deixaria abertas somente<br />

para transporte público”.<br />

Flávio Manfré<br />

“Não mudaria nada, tá bom<br />

como tá!”<br />

Camila Oliveira<br />

“Eu limparia os orelhões, tiraria<br />

esses papéis horríveis que ficam<br />

colados neles e tiraria a Guarda<br />

Municipal”.<br />

Fernanda Lima<br />

“Eu colocaria teto na XV”.<br />

Jonas Milan<br />

“Faria rodízio de veículos pelo<br />

final da placa, pararia um dia<br />

os de final par e no outro os<br />

ímpares”.<br />

Daylon Henrique<br />

“Se fosse possível, eu<br />

mudaria as pessoas,<br />

aumentaria o policiamento,<br />

pegaria todos os usuários<br />

de drogas e os traficantes e<br />

internaria para tratamento”.<br />

Juliane Corominas<br />

“Não mudaria nada”!<br />

Erivaldo Felipe

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