o futuro no presente - Floriano Pesaro
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colocar 97% dos meni<strong>no</strong>s e meninas em idade escolar <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> fundamental.<br />
Agora era preciso mantê-las em sala de aula. Surgiu então<br />
o Programa Bolsa-Escola Federal.<br />
Inspirado <strong>no</strong> Programa de Garantia de Renda Familiar Mínima,<br />
da Prefeitura Municipal de Campinas (criado em 1994 por Magalhães<br />
Teixeira, apelidado de Gama), e <strong>no</strong> Programa Bolsa Familiar para a<br />
Educação, do Distrito Federal (criado em 1995 por Cristovam Buarque),<br />
o Bolsa-Escola Federal representou uma importante i<strong>no</strong>vação<br />
na política pública brasileira. A <strong>no</strong>vidade, na época, foi justamente<br />
estabelecer a vinculação estreita da renda mínima com a política educacional,<br />
o que acabou por colocar e manter 10,7 milhões de crianças<br />
de 6 a 15 a<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s bancos escolares. A sua implementação, <strong>no</strong><br />
entanto, era um obstáculo e<strong>no</strong>rme a superar: distribuir diretamente<br />
recursos financeiros para cerca de 5,7 milhões de mães, por meio de<br />
cartões magnéticos <strong>no</strong>minais <strong>no</strong>s 5.561 municípios brasileiros à época,<br />
em apenas dois a<strong>no</strong>s, exigiu um e<strong>no</strong>rme esforço de informação,<br />
articulação e estrutura operacional.<br />
“No final de 2000, o presidente reuniu vários ministros e assessores<br />
para tratar do tema. O coordenador de todos esses esforços foi<br />
Vilmar Faria, assessor especial do Presidente. A intenção era, de um<br />
lado, universalizar o Programa Renda Mínima Associado à Educação<br />
– como era chamado o programa então vigente – e, do outro, estendêlo<br />
a outras áreas de atuação política, considerando a necessidade de<br />
atender também as famílias com filhos fora da faixa de atendimento<br />
escolar obrigatório. As decisões foram claramente tomadas pelo Presidente,<br />
inclusive contra a opinião de alguns ministros que levantaram<br />
questões sobre a dificuldade de operacionalizar programas amplos<br />
e de caráter nacional. Uma das decisões do presidente foi pagar os<br />
benefícios por meio de um cartão magnético, evitando a transferência<br />
de recursos financeiros às prefeituras” – escreve Paulo Renato <strong>no</strong> livro<br />
A Revolução Gerenciada.<br />
O então ministro da Educação convidou algumas pessoas para<br />
coordenar o programa, e todas recusaram. Mas havia duas pessoas<br />
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O futurO nO PreSente