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Luís Carmelo «roda» novo livro no YouTube

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Açordas<br />

em congresso<br />

Portel ~ página 5<br />

€ 1<br />

A<strong>no</strong> II Nº 11 Março 2007 www.<strong>no</strong>ticiasalentejo.pt<br />

<strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong> <strong>«roda»</strong><br />

<strong><strong>no</strong>vo</strong> <strong>livro</strong> <strong>no</strong> <strong>YouTube</strong><br />

Quatro curtas metragens,<br />

especialmente dirigidas ao serviço<br />

de partilha de vídeos online<br />

<strong>YouTube</strong>, marcam <strong>no</strong> início<br />

deste mês a apresentação do<br />

décimo romance de <strong>Luís</strong><br />

<strong>Carmelo</strong> - «E Deus Pegou-me<br />

pela Cintura». Os vídeos foram<br />

realizados por Teresa Maria<br />

Carmo, produzidos pela empresa<br />

Retina Azul e contam com a<br />

participação de dois actores profissionais,<br />

António Fonseca e<br />

Júlia Correia.<br />

<strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong> disse ao<br />

Notícias Alentejo que a realização<br />

dos vídeos produzidos especialmente<br />

para a apresentação<br />

do <strong>livro</strong> (marcada para as livrarias<br />

do El Corte Inglés de Lisboa,<br />

<strong>no</strong> dia 6, e Gaia, dia 13) conta<br />

com o patrocínio de uma empresa<br />

ligada ao sector do turismo.<br />

O <strong>livro</strong> conta a história de<br />

uma jornalista portuguesa raptada<br />

<strong>no</strong> Líba<strong>no</strong>, cruzando a actualidade<br />

com as vivências portuguesas<br />

desde a revolução de<br />

1974.<br />

A promoção do <strong><strong>no</strong>vo</strong> romance<br />

de <strong>Carmelo</strong> não se fica pelo ineditismo<br />

da utilização dos vídeos<br />

e pelo recurso ao <strong>YouTube</strong>. Provocou<br />

já alarido na blogosfera.<br />

O autor e a editora (Guerra<br />

e Paz) deram «vida» à ficção,<br />

fazendo rodar na Internet a “<strong>no</strong>tícia”<br />

do sequestro de uma jornalista<br />

portuguesa <strong>no</strong> Líba<strong>no</strong>.<br />

Tratou-se de uma operação de<br />

marketing que baralhou narrativa<br />

ficcional e realidade.<br />

~ páginas 3 e 4<br />

As marcas da paisagem<br />

uís <strong>Carmelo</strong> nas- do ensi<strong>no</strong> secundário. Mas<br />

ceu em Évora em é Évora, de onde faz o vai-<br />

Agosto de 1954. -vém a Lisboa para trabalhar,<br />

As marcas que lhe que parece ser a sua cidade<br />

ficaram, diz, estão de eleição.<br />

Ldirectamente rela- No romance, conta com<br />

cionadas com paisagem plana, vários títulos publicados.<br />

a opulência da Sé, os claustros Entre outros: A Falha (1998,<br />

austeros do liceu (<strong>no</strong>s dias de Editorial Notícias, Lisboa;<br />

hoje de <strong><strong>no</strong>vo</strong> universidade) 2ª edição, 2001, Planeta<br />

e com o silêncio espesso dos Agostini, Lisboa; 3ª edição,<br />

verões «muito quentes que Editorial Notícias, Lisboa;<br />

pareciam querer abençoar uma romance adaptado ao cinema<br />

graça incomum». Hoje por João Mário Grilo em<br />

é escritor e publicou ensaios, 2002); As Saudades do Mundo<br />

poesia e romance. (1999, Editorial Notícias,<br />

É professor universitário Lisboa); O Trevo de Abel,<br />

e um membro (muito) activo (2001, Editorial Notícias,<br />

da comunidade internauta. Lisboa); Máscaras de<br />

Antes passou por Évora, por Amesterdão (2002, Editorial<br />

Utreque, por Amesterdão e por Notícias, Lisboa e O Inventor<br />

Lisboa, além de Reguengos de de Lágrimas (2004, Editorial<br />

Monsaraz, onde foi professor Notícias, Lisboa).<br />

www.<strong>no</strong>ticiasalentejo.pt<br />

Associação<br />

Académica<br />

promove<br />

concurso<br />

de bandas<br />

~página 19<br />

«Évora ao Espelho»<br />

celebra Património<br />

Mundial<br />

~página 9<br />

Reguengos<br />

reclama obras<br />

na EN 256<br />

~página 7<br />

SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA<br />

LER<br />

PARA<br />

SER<br />

REGUENGOS DE MONSARAZ<br />

pub


2<br />

e ntrada~<br />

Carlos Trigo<br />

cmtrigo@sapo.pt<br />

03.2007<br />

Na capa: José Calixto<br />

Vice-Presidente da Câmara Municipal<br />

de Reguengos de Monsaraz<br />

Ficção<br />

e realidade<br />

Sumário<br />

Notícias Alentejo<br />

~@<br />

on-line desde 9 de Junho de 2003<br />

www.<strong>no</strong>ticias alentejo.pt<br />

«E Deus Pegou-me Pela grupo extremista islâmico<br />

Cintura», o décimo e apenas um jornalista freromance<br />

de <strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong> elancer (também ele virtu-<br />

(editado pela Guerra e Paz) al) se dedicou ao assunto.<br />

traz de volta a discussão<br />

sobre as diversas possibili-<br />

dades de interacção entre<br />

ficção e realidade. <strong>Carmelo</strong><br />

usou a blogosfera para o<br />

que chamou de «operação<br />

performativa».<br />

Na «ante-estreia» do seu<br />

décimo romance, o autor<br />

lançou na Internet uma<br />

curiosa (ousada e polémi-<br />

ca) campanha, em que deu<br />

«vida» à personagem principal<br />

da ficção que apre-<br />

senta <strong>no</strong> início deste mês.<br />

Ou seja, colocou na rede<br />

uma história construída<br />

a partir do enredo do <strong>livro</strong><br />

- uma jornalista portuguesa,<br />

Rute Monteiro, foi raptada<br />

<strong>no</strong> Líba<strong>no</strong> por um<br />

A cumplicidade que carac-<br />

teriza a blogosfera fez o<br />

resto, ou seja fez rodar a<br />

<strong>no</strong>vidade. O facto foi cria-<br />

do, mesmo antes de escri-<br />

tor e editora assumirem<br />

que se tratava de uma<br />

acção de promoção da obra,<br />

transpondo para a realidade<br />

aquilo que era apenas do<br />

domínio da ficção.<br />

As reacções foram<br />

diversas. <strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong> sustenta<br />

que a «comunicação<br />

actual é a herdeira dos<br />

antigos mitos clássicos que<br />

habitavam num limbo<br />

entre a ficção e o real»<br />

e responde aos que criticaram<br />

a sua ousadia com<br />

duas perguntas: «Por que<br />

terá a ficcionalidade de<br />

um romance, <strong>no</strong>s <strong>no</strong>ssos<br />

dias, de arrumar-se entre<br />

a capa e a contracapa de<br />

um <strong>livro</strong>? Não poderá a ficcionalidade<br />

de um romance<br />

também saltar para o<br />

meio da realidade do vivido<br />

e misturar-se com ela?»<br />

A fronteira entre ficção<br />

e realidade sempre foi<br />

navegável. Da Antiguidade<br />

recebemos o legado de poemas<br />

épicos e de lendas,<br />

como a que está associada<br />

à conquista de Tróia e ao<br />

genial Odisseu (ou Ulisses).<br />

O poema atribuído a<br />

Homero (Ilíada) está carre-<br />

gado de ficção e realidade.<br />

Hoje, <strong>no</strong> dia-a-dia, da<br />

política e da eco<strong>no</strong>mia,<br />

quantas vezes a ficção con-<br />

diciona a realidade?<br />

Não será que vivemos<br />

rodeados de antecipação<br />

ficcional em quase tudo<br />

o que se refere a OPAs<br />

e a mega-projectos de<br />

investimento?<br />

Devagar, devagarinho...<br />

com Açordas em Congresso<br />

Página 5<br />

Reguengos vai ter Internet<br />

em todas as Freguesias<br />

Página 7<br />

A Opinião que<br />

marca a diferença<br />

Páginas 14 e 15<br />

Ciência & Tec<strong>no</strong>logia,<br />

por Afonso de Almeida<br />

Páginas 16 e 17<br />

A crónica de<br />

<strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong><br />

Página 20<br />

Prazeres... da Fotografia,<br />

por João Espinho<br />

Página 22<br />

@<br />

Ficha Técnica<br />

A edição do "Notícias Alentejo"<br />

é da responsabilidade da sociedade<br />

"Notícias Alentejo Produção<br />

de Conteúdos Lda.", contribuinte<br />

506596818, com sede na Rua<br />

António Janeiro, 13, 7200-337<br />

Reguengos de Monsaraz,<br />

capital social de 5000€.<br />

Depósito Legal: 247346/06<br />

Impressão: CORAZE,<br />

A Folha Cultural, CRL<br />

- Oliveira de Azeméis.<br />

Direcção-Geral: Carlos Trigo<br />

(na.carlostrigo@sapo.pt)<br />

Direcção Editorial: <strong>Luís</strong> Rego<br />

(na.luisrego@sapo.pt)<br />

Direcção Gráfica:<br />

David Prazeres<br />

(david.prazeres@sapo.pt)<br />

Fotografia: Susana Rodrigues<br />

Colaboradores: Benjamim<br />

Formigo, José Frota, Jorge Reis<br />

(www.lusomotores.com),<br />

Mara Alves e Rute Marques<br />

Opinião: Afonso de Almeida,<br />

Alberto Magalhães, Antonio Sáez<br />

Delgado, Manuel Ferreira Patrício,<br />

João Espinho, Joaquina Margalha,<br />

José Gabriel Calixto, <strong>Luís</strong><br />

<strong>Carmelo</strong> e Rui Namorado Rosa<br />

Contacto & Publicidade<br />

Telefone: 266 508 012<br />

Fax: 266 508 019<br />

Telemóvel: 967 032 441<br />

E-mail: <strong>no</strong>ticiasalentejo@sapo.pt<br />

Morada: Rua S. João de Deus, 18<br />

7200-376 Reguengos de Monsaraz<br />

www.<strong>no</strong>ticiasalentejo.pt


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Antecipação<br />

ficcional<br />

Promoção do<br />

último <strong>livro</strong> de<br />

<strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong><br />

provoca alarido<br />

com <strong>no</strong>tícia ficcional<br />

lançada na blogosfera<br />

em autênticas efabulações<br />

que dão permanentemente a<br />

volta ao mundo», acrescenta<br />

<strong>Carmelo</strong>.<br />

Assumindo a ousadia de complementar<br />

a realidade com ficção,<br />

<strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong> interroga:<br />

«por que terá a ficcionalidade<br />

de um romance de arrumar-se<br />

entre a capa e a contracapa de<br />

um <strong>livro</strong>? Não poderá a ficcionalidade<br />

de um romance tam-<br />

<strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong> apresenta este<br />

mês o seu <strong><strong>no</strong>vo</strong> <strong>livro</strong> - «E Deus bém saltar para o meio da reali-<br />

Pegou-me Pela Cintura», edita- dade do vivido e misturar-se<br />

do pela Guerra e Paz. Será o com ela? Eu creio que sim. E foi<br />

décimo romance de um dos o que aconteceu com esta ope-<br />

mais produtivos autores da ração performativa».<br />

<strong>no</strong>va geração de escritores por- O autor confessa que tem<br />

tugueses e o enredo centra-se sentido reacções muito interes-<br />

<strong>no</strong> rapto de uma jornalista em santes à fórmula encontrada<br />

cenário de guerra. A promoção para promover o <strong>livro</strong>. Essas<br />

do <strong>livro</strong> provocou alarido na reacções, diz, consideram a «an-<br />

blogosfera, quando se espalhou tecipação ficcional como um<br />

a “<strong>no</strong>tícia” do sequestro de uma gesto artístico que expandiu o<br />

jornalista portuguesa <strong>no</strong> do <strong>livro</strong> a outras realidades»<br />

Líba<strong>no</strong>. Tratava-se, contudo, mas reconhece que recebeu<br />

de uma operação de marketing outras de teor bem diferente,<br />

que baralhou narrativa ficcio- mais adversas ao classifica de<br />

nal e realidade.<br />

«corrente de ar».<br />

Editor do blogue «Miniscente»<br />

(http://wp.luiscarmelo.net),<br />

professor Universitário, escritor,<br />

colaborador de jornais,<br />

Jogo de aparências<br />

entre os quais o Expresso e o «É um jogo de aparências, tal<br />

N o t í c i a s A l e n t e j o , Lu í s como é todo o jogo de imagens<br />

<strong>Carmelo</strong> é uma referência na em que globalmente vivemos.<br />

blogosfera portuguesa, com De facto, quando em Janeiro se<br />

experiências como a <strong>no</strong>vela discutia o paradeiro da jornainteractiva<br />

«Um Amor Catalão» lista Rute Monteiro, já se esta-<br />

( e m h t t p : / / l u i s c a r m e l o . va a discutir uma realidade dos<br />

blogspot.com ou em http:// últi mos c apít ulos do me u<br />

theminion.blogspot.com). Não romance. Da mesma maneira<br />

será, por isso, de estranhar esta que, quando se discutem os<br />

experiência de marketing na melhores portugueses de sem-<br />

Internet para promover o seu pre, já se está a discutir uma<br />

mais recente romance. realidade que tem que ver com<br />

O autor utilizou um blogue, as narrativas do <strong>no</strong>sso quotidio<br />

«freelance» (http://freelance. a<strong>no</strong>», sustenta, advertindo, conweblog.com.pt),<br />

para, utilizan- tudo, para a necessidade de<br />

do o <strong>no</strong>me de Olavo Aragão, olhar o marketing como uma<br />

referenciado como jornalista actividade <strong>no</strong>bre.<br />

independente, lançar uma cam- O recurso à Internet para<br />

panha sobre uma jornalista por- fazer correr a <strong>no</strong>tícia de um<br />

tuguesa que teria sido raptada rapto de uma portuguesa pro<strong>no</strong><br />

Líba<strong>no</strong>. Chegou mesmo a moveu, necessariamente, a<br />

colocar <strong>no</strong> <strong>YouTube</strong> um vídeo curiosidade dos jornalistas.<br />

com imagens de Rute, a jorna- <strong>Carmelo</strong> recorda que os prinlista<br />

sequestrada, para dar cipais jornais de referência conforça<br />

à “<strong>no</strong>tícia”. Tudo ficção, tactaram o jornalista virtual<br />

desde o jornalista Olavo à Olavo Aragão. «Eu e o meu edisequestrada<br />

Rute, mas uma fic- tor acabámos por decidir resção<br />

que, partindo da rede de peitar os códigos dos jornaliscumplicidades<br />

que caracteriza tas e informámo-los, com pedia<br />

blogosfera, se pode tornar do de reserva, acerca da antecinuma<br />

<strong>no</strong>va forma (ousad a pação ficcional. O que não impee<br />

polémica) de promover um de que não tenha havido diverproduto.<br />

sos órgãos de comunicação social<br />

que fizeram <strong>no</strong>tícia do caso<br />

comunicacional gerado pela<br />

Uma ideia simples antecipação ficcional do meu<br />

romance. E fizeram bem, pois<br />

«Tratou-se de uma ideia sim- vivemos todos num mundo da<br />

ples: uma antecipação ficcio- comunicação».<br />

nal», explica <strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong>, O <strong>livro</strong> é apresentado nas<br />

para quem, <strong>no</strong>s dias de hoje, <strong>no</strong> Livrarias do El Corte Inglés<br />

mundo, «a ficção e a realidade (18,30h): Lisboa, dia 6, com<br />

andam de mãos dadas» um Francisco José Viegas; e Porto<br />

pouco por todo o lado e não ape- (Gaia), dia 13, com João Pereira<br />

nas <strong>no</strong>s Reality Shows. «Aquilo<br />

que os teóricos da comunicação<br />

designam por “meta-<br />

Coutinho.<br />

ocorrência” é a transformação<br />

<strong>no</strong>s media de ocorrências reais<br />

~ página seguinte<br />

O enredo da história recente<br />

3<br />

~destaque<br />

Editado pela editora grafia retrospectiva de meios políticos e diplomá-<br />

Guerra e Paz, o décimo Portugal, desde a revolu- ticos de países como<br />

romance de <strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong> ção de 1974 ao 09/11. Portugal, Itália e Líba<strong>no</strong>.<br />

promete fazer correr mui- «O romance articula Para quem já tem um<br />

tas páginas na Internet. a vertigem de se narrar romance adaptado ao cine-<br />

De acordo com o autor, em tempo real com ma, <strong>Carmelo</strong> confessa que<br />

o enredo do <strong><strong>no</strong>vo</strong> romance a <strong>no</strong>ssa história mais <strong>no</strong> que escreve há sempre<br />

cruza a actualidade recente», diz o autor deste o «bichinho do cinema».<br />

(o rapto de uma jornalista romance, cujo enredo Por isso, admite a ideia de<br />

portuguesa após a guerra envolve uma teia de inte- ver «E Deus Pegou-me<br />

do Líba<strong>no</strong> de Julho/Agosto resses num cenário de Pela Cintura» em formato<br />

passados) com uma radio- guerra mas também <strong>no</strong>s cinematográfico.


4 <strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

destaqu e~<br />

De Évora a Évora,<br />

com passagem<br />

em Amesterdão<br />

<strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong> nasceu em Évora furtadas ao vento, os jardins<br />

- na Judiaria de Évora, como oblíquos, as janelas namoradeigosta<br />

de dizer em Agosto de ras, os logradouros de ervas aro-<br />

1954. As marcas que lhe fica- máticas, os espectros dos frisos,<br />

ram, diz, estão directamente os balaústres fugitivos, os márrelacionadas<br />

com paisagem pla- mores enleados e os terraços<br />

na, a opulência da Sé, os claus- presos à névoa crepuscular».<br />

tros austeros do liceu (<strong>no</strong>s dias No final da adolescência<br />

de hoje de <strong><strong>no</strong>vo</strong> universidade) e viveu em Tomar e seguiu-se um<br />

com o silêncio espesso dos período que o próprio considera<br />

verões «muito quentes que pare- «rico de ruptura, de transição,<br />

ciam querer abençoar uma de ímpeto», «on the road»<br />

graça incomum». Europa fora.<br />

Hoje é escritor e publicou Nos estudos seguiu socioloensaios,<br />

poesia e romance, é pro- gia e experimentou a carreira<br />

fessor universitário e um mem- de professor em Reguengos de<br />

bro (muito) activo da comuni- Monsaraz (secundário). Mas,<br />

dade internauta. Antes passou com os a<strong>no</strong>s 80, voltou a atrapor<br />

Évora, por Utreque, por vessar a fronteira para regres-<br />

Amesterdão e por Lisboa, além sar à Holanda. Numa dezena de<br />

de Reguengos de Monsaraz, a<strong>no</strong>s dedicou-se, em termos acaonde<br />

foi professor do ensi<strong>no</strong> démicos, a uma intensa activisecundário.<br />

Mas é Évora, de dade - estudos na área literária<br />

onde, <strong>no</strong>s dias de hoje, faz o e também na área da filosofia<br />

vai-vém a Lisboa para traba- escritural islâmica (a<strong>no</strong>s antes<br />

lhar, que parece ser a sua cida- estudou árabe), doutoramento<br />

de de eleição. na Universidade de Utreque,<br />

Na auto-biografia que colo- em Semiótica da Comunicação<br />

cou na sua página pessoal Profética.<br />

(http://luiscarmelo.net), <strong>Luís</strong> Em 1990, regressou a<br />

<strong>Carmelo</strong> confessa que, desde Portugal e passou a viver em<br />

peque<strong>no</strong>, entende Évora como Lisboa, iniciando a sua activiuma<br />

caixa de surpresas - «Dela dade literária cinco a<strong>no</strong>s depose<br />

alimentam as sacadas sola- is. Tem publicados dez romanres,<br />

as cornijas voadoras, os bra- ces, mais de uma dezena de<br />

sões sem memória, as ombrei- ensaios, além de poesia e cróniras<br />

de tom ocre, os ameados cas.<br />

entre sebes, as clarabóias colo- As tec<strong>no</strong>logias, diz, tornaram<br />

ridas, as escadarias abismadas, possível o sonho de «viver em<br />

as frestas simuladas, as amar- Évora, auscultando as virtualiras<br />

manuelinas, as águas- dades da periferia do mundo».<br />

os <strong>livro</strong>s<br />

Romance O Trevo de Abel<br />

» 2001, Editorial Notícias,<br />

Edição dos Encontros de fotografia<br />

de Coimbra, 1996<br />

Semiótica - Uma Introdução<br />

» 2003, Publicações Europa-<br />

Poesia<br />

Entre o Eco do Espelho<br />

» 1986, Peregrinação, Baden-<br />

Lisboa; tradução inglesa parcial,<br />

Revista New Wave, 20,<br />

Universidade do Colorado,<br />

Lisboa<br />

Máscaras de Amesterdão<br />

» 2002, Editorial Notícias,<br />

Lisboa<br />

Anjos e Meteoros. Ensaio<br />

Sobre a Instantaneidade<br />

» 1999, Editorial Notícias,<br />

Lisboa<br />

América, Lisboa<br />

Manual de Escrita Criativa<br />

» 2005, Publicações Europa-<br />

América, Lisboa<br />

Fio de Prumo<br />

» 1981, Terramar, Torres<br />

Vedras<br />

Vão Interior do Rio<br />

Boulder, USA<br />

O Inventor de Lágrimas Os Jardins da Voyance A Novíssima Poesia<br />

» 1982, Atelier 18, Amesterdão<br />

Cortejo do Litoral Esquecido<br />

» 1988, Vega, Lisboa<br />

» 2004, Editorial Notícias,<br />

Lisboa<br />

» tradução inglesa, The<br />

Gardens of vision and the<br />

bright Ofélias of the Douro<br />

Portuguesa e a Experiência<br />

Estética Contemporânea<br />

» 2005, Publicações Europa-<br />

Ângulo Raso<br />

» 1983, Atelier 18, Amesterdão<br />

No Princípio era Veneza<br />

» 1990, Vega; 2ª edição, 1997,<br />

Vega, Lisboa<br />

Sempre Noiva<br />

» 1996, Vega<br />

A Falha<br />

» 1998, Editorial Notícias,<br />

Lisboa; 2ª edição, 2001,<br />

Planeta Agostini, Lisboa; 3ª edição,<br />

Editorial Notícias, Lisboa;<br />

tradução espanhola, La Grieta,<br />

2002, Hiru Argitaletxea,<br />

Hondarribia, Espanha; romance<br />

adaptado ao cinema por<br />

João Mário Grilo em 2002<br />

Ensaio<br />

A Tetralogia Lusitana de<br />

Almeida Faria<br />

» 1989, Universidade de<br />

Utreque, Holanda; Prémio da<br />

Ensaio da Associação<br />

Portuguesa de Escritores, 1988<br />

La Représentation du Réel<br />

dans des Textes<br />

Prophétiques<br />

» 1995, Tese de Doutoramento,<br />

Universidade de Utreque,<br />

Holanda<br />

» álbum-encomenda Os<br />

Jardins de Cristal, edição da<br />

Porto-2001 e Roterdão-2001,<br />

com o fotógrafo José M.<br />

Rodrigues<br />

Islão e Mundo Cristão<br />

» 2001, Editora Hugin, Lisboa<br />

Água de Prata<br />

» sobre a obra do Prémio<br />

Pessoa, José M. Rodrigues;<br />

2002, Casa do Sul, Évora<br />

Músicas da Consciência<br />

» com prefácio de António<br />

Damásio; 2002, Publicações<br />

Europa-América, Lisboa<br />

América, Lisboa<br />

A Viragem Profética<br />

» 2005, Publicações Europa-<br />

América, Lisboa<br />

Drama e Argumento<br />

Nefertiti<br />

» libretto de drama musical de<br />

José Júlio Lopes, 2000,<br />

Edisardo, Lisboa<br />

A Falha<br />

» argumento para a longa<br />

metragem homónima de João<br />

Crónica<br />

Do Milénio e Outras<br />

Crónicas<br />

» 2000, Casa do Sul, Évora<br />

Quase a Respirar<br />

» Um a<strong>no</strong> de biografia poética<br />

aos cinquenta a<strong>no</strong>s de idade;<br />

2004, Edição de autor, Évora<br />

As Saudades do Mundo<br />

» 1999, Editorial Notícias,<br />

Lisboa<br />

Sob o Rosto da Europa<br />

» 1996, Pendor, Évora-Lisboa;<br />

2ª edição e tradução inglesa,<br />

Ontology Of The South, Sul,<br />

Órbitas da Modernidade<br />

» 2003, Editorial Mareantes,<br />

Lisboa<br />

Mário Grilo, 2002, Lisboa


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Açordas<br />

em congresso<br />

O Congresso das como um caminho do<br />

Açordas, iniciativa que se desenvolvimento. Faz senassume<br />

como um fórum de tido que possamos usar<br />

divulgação e valorização todos os <strong>no</strong>ssos recursos<br />

de um dos pratos mais em termos de promoção<br />

emblemáticos da gastro<strong>no</strong>- turística e como tal nós<br />

mia alentejana e portugueentendemos que valori-<br />

sa, é um contributo forte zando a açorda estamos<br />

para afirmar o Alentejo, valorizando a <strong>no</strong>ssa gas-<br />

o concelho de Portel a tro<strong>no</strong>mia e estamos dando<br />

região de Alqueva como um contributo forte para<br />

desti<strong>no</strong> turístico de quali- afirmar o Alentejo, o con-<br />

dade. O autarca Norberto celho de Portel a região de<br />

Patinho diz que a gastro- Alqueva como desti<strong>no</strong><br />

<strong>no</strong>mia pode dar um contriturístico de qualidade»,<br />

buto relevante para a promoção<br />

turística da região.<br />

refere o autarca.<br />

A primeira edição do<br />

Congresso (2 a 4 de Março)<br />

dá a conhecer a vertente<br />

«Slow Food»<br />

gastronómica e cultural do<br />

evento, incluindo a realização<br />

de uma feira gastronómica<br />

e de produtos regi-<br />

Em contraste com a «fast<br />

food», o conceito de «slow<br />

food» começa agora<br />

a entrar em Portugal, assoonais,<br />

mas conta também ciado a hábitos alimentacom<br />

diversas iniciativas res mais saudáveis e retoculturais,<br />

como exposições mando a «dieta mediterrâtemáticas,<br />

concursos, ani- nica. Este conceito «slow<br />

mação, cante tradicional food» nasceu com uma<br />

e fado. associação sem fins lucra-<br />

«Um contributo para pro- tivos, criada em 1986 em<br />

mover uma região», diz Itália, e que três a<strong>no</strong>s depoo<br />

presidente da Câmara de is deu origem, em Paris,<br />

Portel, que contou com a um movimento internaa<br />

colaboração da Confraria cional. Integra membros<br />

Gastronómica do Alentejo em 104 países, celebra<br />

para organizar o evento. a diferença de sabores,<br />

Nos colóquios participam, a produção artesanal de alientre<br />

outros, Cláudio mentos e os peque<strong>no</strong>s pro-<br />

Torres («Memória dos dutores. Borba, recorde-se,<br />

Sabores Mediterrânicos»), aderiu em Fevereiro a este<br />

Alfredo Saramago («Açorda movimento.<br />

Alentejana: Mito e Norberto Patinho diz<br />

Identidade») e Maria de que se trata de um «conce-<br />

Lourdes Modesto («As ito interessante». «Hoje, a<br />

Açordas com que Cresci»). geração fast-food é con-<br />

«E tendo uma gastro<strong>no</strong>- frontada com as comidas<br />

mia desta dimensão enten- rápidas e com aquilo que<br />

demos importante home- é universalista. Nós temos<br />

nagear a açorda como um uma série de produtos gasaspecto<br />

relevante da <strong>no</strong>ssa tronómicos marcados pelo<br />

cultura, sem esquecer montado e pela <strong>no</strong>ssa cona<br />

sua maior relevância dições naturais. Há valores<br />

para promoção turística, que temos que preservar<br />

<strong>no</strong> momento em que na e valorizar como uma ali<strong>no</strong>ssa<br />

região apostamos mentação de excelente<br />

fortemente <strong>no</strong> turismo valor nutricional».<br />

Simples como a natureza<br />

Uma simples açorda <strong>no</strong>s e árabes a partir de<br />

- pão, água, azeite, alho, uma matriz mediterrânica.<br />

sal e coentros - pode guar- A diversidade gastrodar<br />

os segredos da gastro- nómica deve-se aos diver<strong>no</strong>mia<br />

alentejana, feita de sos povos que ocuparam<br />

sabores, de saberes o sul da península, mas<br />

e também de cheiros. também ao engenho e<br />

«A açorda, que veio de arte de gente que foi obrium<br />

tempo pré-roma<strong>no</strong>, gada a recorrer aos sabeatravessou<br />

o império, res para melhorar os saboo<br />

tempo árabe e chegou res e aos cheiros para estiaté<br />

aos <strong>no</strong>ssos dias com mular os sentidos.<br />

a mesma pujança e os Aníbal Falcato Alves,<br />

mesmos ingredientes», <strong>no</strong> <strong>livro</strong> «Os Comeres dos<br />

escreveu Alfredo Sara- Ganhões - Memória de<br />

mago na introdução de Outros Sabores» (Campo<br />

uma das obras mais com- das Letras), recorda templetas<br />

sobre a diversidade pos de pouca fartura<br />

da gastro<strong>no</strong>mia do - «Claro que as açordas<br />

Alentejo - «Concurso de comidas pelos trabalha-<br />

Cozinha Alentejana, dores não tinham os<br />

as melhores receitas», requintes do bacalhau, da<br />

editado pela Câmara pescada ou de qualquer<br />

Municipal de Évora, outro acompanhamento.<br />

em parceria com a Con- Mesmo o azeite não era<br />

fraria Gastronómica do empregado na devida<br />

Alentejo. quantidade. À açorda<br />

Seguindo a introdução assim comida chamava-se<br />

histórica de Alfredo Sara- 'açorda pelada'. Às outras,<br />

mago percebe-se que aquelas bem temperadas,<br />

a cozinha transtagana foi só os senhores tinham<br />

«escrita» por celtas, roma- acesso».<br />

95.5 104.7<br />

fm fm<br />

Antena Sul<br />

ALENTEJO<br />

pub<br />

Tigela<br />

mais Original<br />

5<br />

~portel<br />

No âmbito do<br />

I Congresso das Açordas,<br />

a Câmara de Portel lançou<br />

o concurso «A Tigela<br />

mais Original», dirigido<br />

a todos os alu<strong>no</strong>s das<br />

escolas profissionais<br />

e universidades portuguesas<br />

das áreas de<br />

design, artes plásticas,<br />

cerâmica artística ou de<br />

outras áreas ligadas às<br />

artes plásticas. Conta<br />

com cerca de centena<br />

e meia de inscrições.<br />

O Castelo<br />

em Imagens<br />

Regressa a Portel,<br />

de 7 a 12 de Maio,<br />

o Castelo em Imagens,<br />

agora na sua quinta<br />

edição. Fotografia,<br />

Desenho, Pintura,<br />

e Vídeo vão a concurso<br />

(inscrições até 15 Abril)<br />

numa edição que integra<br />

ainda o 4º Concurso<br />

Nacional Escolar.<br />

O Castelo em Imagens<br />

é uma aposta da Câmara<br />

de Portel que começa<br />

a ganhar espaço <strong>no</strong><br />

calendário dos festivais<br />

de cinema. O número de<br />

espectadores das edições<br />

anteriores, as centenas<br />

de jovens que se aventuram<br />

a concurso e a qualidade<br />

da selecção de<br />

Lauro António (director<br />

do festival) colocam<br />

o certame como uma<br />

referência a nível nacional.<br />

Em simultâneo<br />

decorrerá, pelo quarto<br />

a<strong>no</strong> consecutivo,<br />

o Concurso Nacional<br />

Escolar, destinado a alu<strong>no</strong>s<br />

de todas as Escolas<br />

e Universidades portuguesas<br />

(incluindo<br />

Escolas e Universidades<br />

de Audiovisual<br />

e Cinema, ou de outras<br />

áreas da Comunicação<br />

Social).<br />

Opinião<br />

que<br />

marca<br />

diferença.<br />

~ páginas 14 e 15


6 <strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

publicidade~


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Autarquia<br />

reivindica<br />

obras<br />

na EN 256<br />

O presidente da CM Monsaraz a Évora, o autarca entre o concelho de<br />

Reguengos de Monsaraz,<br />

Victor Martelo, reivindicou<br />

junto do Gover<strong>no</strong> o arranque<br />

das obras de beneficiação<br />

na EN 256, cujo projecto<br />

está aprovado desde há dois<br />

a<strong>no</strong>s pela empresa Estradas<br />

considera «imprescindível» Reguengos de Monsaraz e o<br />

o alargamento e a correcção de Portel, aproximando os<br />

do traçado, assim como a<br />

habitantes dos dois municí-<br />

construção de uma <strong>no</strong>va<br />

ponte sobre o rio Degebe e<br />

pios. Com estas obras, a<br />

variantes na Vendinha (con- faixa de rodagem da ER 255<br />

celho de Évora) e Reguengos ficará com duas vias de 3,5<br />

de Portugal. O autarca deu de Monsaraz.<br />

metros de largura cada e ber-<br />

<strong>no</strong>ta desta reivindicação ao No que se refere à ER 255, mas com 1 metro de largus<br />

e c r e t á r i o d e E s t a d o que recebeu obras de benefi- ra», pode ler-se num comu-<br />

Adjunto, das Obras Públicas ci aç ão e pa vi me nt aç ão nicado da autarquia.<br />

e das Comunicações, Paulo numa extensão de 6,5 km, a<br />

A conclusão e pavimenta-<br />

Campos, <strong>no</strong> decorrer da ceri- estrada enquadra-se na<br />

mónia de inauguração de reformulação da rede viária ção da estrada foi reivindi-<br />

um troço da Estrada envolvente à albufeira de cada pela Câmara Municipal<br />

Regional 255, que liga S. Alqueva. «Um investimento de Reguengos de Monsaraz<br />

Marcos do Campo a Amieira. com repercussões intermu- durante quase uma década.<br />

De acordo com o Gabinete nicipais e regionais ao possi- Actualmente, esta via assude<br />

Imprensa da autarquia, bilitar mais esta ligação à me ainda mais importância<br />

Victor Martelo pretende rede de estradas nacionais e<br />

devido à sua proximidade ao<br />

ainda obras nas estradas ao Grande Lago, e resulta<br />

S.Marcos/Reguengos e numa franca melhoria da<br />

Grande Lago e aos empreen-<br />

Falcoeiras/Reguengos. rede de acessibilidades per- dimentos turísticos que<br />

No que se refere à EN 256, mitindo reduzir para cerca estão projectados para a<br />

que liga Reguengos de de metade a distância viária região.<br />

~reguengos de monsaraz<br />

Internet<br />

em todas as freguesias<br />

O Município de mente equipados para<br />

Reguengos de Monsaraz cidadãos com necessidaassinalou,<br />

em Fevereiro,<br />

o quinto aniversário do<br />

Espaço Internet de<br />

Reguengos de<br />

Monsaraz, que registou<br />

desde a abertura ao<br />

público quase cem mil<br />

utentes. Na mesma ocasião,<br />

a autarquia anunciou<br />

que vai criar, até<br />

ao final do a<strong>no</strong>, Espaços<br />

Internet nas sedes de<br />

freguesia - S. Marcos do<br />

Campo, Campinho,<br />

S. Pedro do Corval,<br />

Monsaraz. Trata-se de<br />

um investimento supe-<br />

rior a 187 mil euros,<br />

financiado a 65% pelo<br />

Programa Operacional<br />

da Sociedade do<br />

Conhecimento, do<br />

Ministério da Ciência,<br />

Tec<strong>no</strong>logia e Ensi<strong>no</strong><br />

Superior. O Espaço<br />

Internet de Reguengos<br />

de Monsaraz dispõe de<br />

10 computadores com<br />

des especiais. Os uten-<br />

tes podem utilizar o<br />

espaço para realizar trabalhos,<br />

pesquisas na<br />

Internet ou simples-<br />

mente por lazer. Desta<br />

forma, a autarquia pre-<br />

tende proporcionar de<br />

forma gratuita a todos<br />

os munícipes a utiliza-<br />

ção das <strong>no</strong>vas<br />

Tec<strong>no</strong>logias da<br />

Informação e<br />

Comunicação disponibilizando<br />

também em permanência<br />

um técnico<br />

especializado para<br />

esclarecer e auxiliar os<br />

utentes. O Espaço<br />

Internet de Reguengos<br />

de Monsaraz está aberto<br />

ao público de segunda<br />

a sexta-feira entre as<br />

10:00 horas e as 20:00<br />

horas, e <strong>no</strong>s fins-desemana<br />

das 10:00 horas<br />

às 13:00 horas e das<br />

ligação à Internet em 14:00 horas às 18:00<br />

banda larga e devida- horas.<br />

7<br />

pub


8<br />

publicidade~<br />

<strong>no</strong>tícias alentejo~<br />

Março 2007


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Évora ao espelho<br />

“Évora ao Espelho” é um títu- fotógrafos que, apesar de uma<br />

lo comum para a um <strong>livro</strong> paixão comum pela fotografia,<br />

e uma exposição que foram possuem uma sensibilidade e<br />

apresentados <strong>no</strong> Palácio de um sentido estético diferentes.<br />

D. Manuel pela Câmara José M. Rodrigues iniciou o seu<br />

Municipal de Évora e pela percurso na fotografia em<br />

Delegação Regional da Cultura Amesterdão, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s 60, e já<br />

do Alentejo. Serviram de mote foi distinguido pelo Prémio<br />

para o encerramento do progra- Pessoa em 1999 pelo conjunto<br />

ma das Comemorações dos da sua obra artística e pela sua<br />

20 A<strong>no</strong>s de Évora Património contribuição às artes em<br />

Mundial, que teve início o a<strong>no</strong> Portugal. Aníbal Lemos também<br />

passado. é um fotógrafo de carreira e fez<br />

A autarquia eborense reuniu a sua formação superior em<br />

quatro fotógrafos - Aníbal fotografia na Faculdade de Arte<br />

Lemos, David Infante, Duarte e Design da Universidade de<br />

Belo e José Manuel Rodrigues - Derby, na Inglaterra, que em<br />

e um escritor, José <strong>Luís</strong> Peixoto, 1998 lhe conferiu o “PrizeWinque<br />

actualizaram, através de ner”, possuindo uma vasta obra<br />

uma perspectiva artística, que tem sido divulgada em<br />

a imagem da Évora do <strong>no</strong>sso exposições e inúmeras publicatempo,<br />

não esquecendo os tra- ções. Duarte Belo é formado em<br />

ços do seu passado. O trabalho arquitectura, actividade com<br />

individual de cada um destes que partilha o seu interesse<br />

cinco criadores foi cristalizado pela fotografia, tendo já realizanum<br />

<strong>livro</strong>, a que se deu o <strong>no</strong>me do um vasto trabalho <strong>no</strong> campo<br />

de “Évora ao Espelho”, e as ima- fotográfico, inclusivamente atragens<br />

que o compõem estarão vés da sua colaboração com<br />

patentes até 10 de Março <strong>no</strong> o historiador José Mattoso na<br />

Palácio de D. Manuel. publicação de “Portugal<br />

A apresentação crítica do - O Sabor da Terra” (14 volu<strong>livro</strong><br />

esteve a cargo do jornalis- mes). David Infante é o fotógrata<br />

Carlos Pinto Coelho, que par- fo mais jovem deste grupo, com<br />

tilhou com a assistência algu- 24 a<strong>no</strong>s, que vê nesta participamas<br />

das suas sensações ao ção mais uma oportunidade<br />

folhear o <strong>livro</strong>, lendo também para continuar a consolidar<br />

algumas passagens escritas por o seu trabalho da imagem foto-<br />

José <strong>Luís</strong> Peixoto, um jovem gráfica, que já lhe valeu o priescritor<br />

que desde 1997 se tem meiro lugar do prémio Pedro<br />

revelado como um dos talentos Miguel Frade, atribuído pelo<br />

da literatura portuguesa, tendo Centro Português de Fotografia<br />

sido distinguido através da atri- a jovens talentos.<br />

buição de inúmeros galardões, A exposição “Évora ao<br />

do qual se destaca o Prémio Espelho” está aberta ao público<br />

Literário José Saramago (2001) <strong>no</strong> Palácio D. Manuel de segunpelo<br />

seu romance “Nenhum da a sexta-feira, das 10:00 às<br />

Olhar”. 12:00 e das 13:00 às 17:00,<br />

“Évora ao Espelho” contou e Sábados só <strong>no</strong> período da tarcom<br />

a colaboração de quatro de, encerrando ao domingo.<br />

pub<br />

9<br />

~évora<br />

PCP quer suspender<br />

encerramento de<br />

urgências<br />

O líder do PCP defendeu a suspensão<br />

do processo de encerramento<br />

de urgências e a realização<br />

de um "grande debate"<br />

sobre a reestruturação do<br />

Serviço Nacional de Saúde<br />

(SNS). Jerónimo de Sousa criticou<br />

o que classificou de "teimosia"<br />

do ministro Correia de<br />

Campos.<br />

EDP vai patrocinar<br />

a eleição das<br />

Novas 7 Maravilhas<br />

A EDP vai patrocinar a eleição<br />

das Novas 7 Maravilhas do<br />

Mundo. O apoio da empresa à<br />

iniciativa - onde competem,<br />

por exemplo, o Cristo<br />

Redentor (Rio de Janeiro), a<br />

Torre Eiffel (Paris) e o Kremlin<br />

(Moscovo) - insere-se na política<br />

de patrocínios da EDP,<br />

que visa contribuir para preservar<br />

o património históricocultural.<br />

O anúncio do vencedor<br />

será feito numa cerimónia<br />

em Lisboa, agendada para 7 de<br />

Julho deste a<strong>no</strong>. Até lá decorre<br />

uma votação, organizada<br />

pela New7Wonders, a fundação<br />

suíça, sem fins lucrativos,<br />

responsável pela iniciativa. A<br />

7 de Julho, <strong>no</strong> Estádio da Luz,<br />

serão ainda eleitas as sete<br />

maravilhas de Portugal, que<br />

contam também com o incentivo<br />

da EDP. Da lista constam,<br />

por exemplo, o Mosteiro do<br />

Jerónimos (Lisboa), o Templo<br />

de Diana (Évora), as<br />

Fortificações de Monsaraz e o<br />

Palácio da Pena (Sintra).<br />

PSD-Évora denuncia<br />

agravamento do<br />

desemprego<br />

A Comissão Política Distrital<br />

de Évora do PSD denunciou,<br />

em comunicado, «os graves<br />

erros das políticas económicas<br />

e sociais do Gover<strong>no</strong> PS, por<br />

<strong>no</strong>meadamente agravarem<br />

o desemprego e as condições<br />

de vida dos Alenteja<strong>no</strong>s e dos<br />

Portugueses em geral». Diz<br />

a estrutura social-democrata<br />

que a publicação dos resultados<br />

trimestrais da taxa de<br />

desemprego verificadas <strong>no</strong><br />

4º trimestre de 2006 atingiu<br />

o valor de 8,2% o mais alto dos<br />

últimos 20 a<strong>no</strong>s. «Verifica-se<br />

que <strong>no</strong> Alentejo aquele valor<br />

é de 9,2% e em Évora ainda<br />

é superior, afectando principalmente<br />

os jovens licenciados.<br />

É altura de perguntar ao<br />

Gover<strong>no</strong> onde estão os<br />

150.000 postos de trabalhos<br />

prometidos em campanha»,<br />

pode ler-se na <strong>no</strong>ta distribuída<br />

à imprensa pelo PSD-Évora.


10 <strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

agenda~<br />

ÉVORA<br />

ESPAÇO CELEIROS<br />

OBSERVAÇÃO ECLIPSE 19 MAR<br />

Alto de S. Bento | 21:00H PROCURA ACTIVA<br />

Núcleo de Astro<strong>no</strong>mia da DE EMPREGO<br />

Escola Secundária Gabriel Palácio D. Manuel | 18:00H<br />

Pereira<br />

info@esec-gabriel-pereira.pt 21 MAR<br />

“POESIA ITINERANTE”<br />

VASCO AGOSTINHO Centro Histórico | 12~18:00H<br />

TRIO - JAZZ<br />

23:00H | SHE - Sociedade<br />

Harmonia Eborense<br />

09 MAR<br />

artX<br />

22 MAR<br />

REDE EURES- REDE<br />

01 MAR | 23:00h<br />

Concerto/Baile Dites 34<br />

(Jazz/Folk/Trad)<br />

5 músicos desenvolvem uma<br />

<strong>no</strong>va e original música de festa,<br />

adicionando <strong>no</strong>vas cores ao<br />

05 MAR | 22:00H<br />

CICLO DE CINEMA<br />

ALTERNATIVO<br />

Sociedade Harmonia Eborense<br />

EUROPEIA DE EMPREGO<br />

Palácio D. Manuel | 18:00H<br />

23 MAR<br />

mundo da música tradicional.<br />

Esta mistura musical original<br />

repleta de energia, abre <strong>no</strong>vas<br />

trajectórias entre os mundos do<br />

jazz, da música tradicional<br />

e improvisada. Com os Dites 34,<br />

a música tradicional sai dos<br />

seus limites e mostra uma sur-<br />

06 MAR<br />

PASSEIO TEMÁTICO<br />

NA ECO-PISTA | VEGETAÇÃO<br />

17:30H | Bebedouro da<br />

Eco-pista (Bacelo Oeste)<br />

JOVENS À PROCURA<br />

DE (IN) FORMAÇÃO<br />

Palácio D. Manuel | 17:00H |<br />

IPJ<br />

CANTE ALENTEJANO<br />

Palácio D. Manuel | 21:30H<br />

preendente capacidade de se<br />

auto-re<strong>no</strong>var<br />

O3 MAR | 23:30h<br />

Concerto/Concert<br />

GRUPO DE CANTE<br />

ALENTEJANO<br />

Espaço Celeiros | 20:00H<br />

26 MAR | 18:00H<br />

AULA ABERTA HIP-HOP<br />

Palácio D. Manuel<br />

João Madeira e Pedro<br />

(Versões de Bossa, MPB<br />

e Música Portuguesa)<br />

08 MAR | AULA ABERTA<br />

“A COR COMO<br />

VOCABULÁRIO”<br />

Colégio do Espírito Santo,<br />

Universidade de Évora<br />

30 MAR | 23:00H<br />

CONCERTO | THE GIFT<br />

FÁCIL DE ENTENDER<br />

Anfiteatro |18~20:00h<br />

Saiba mais em<br />

www.cm-evora.pt<br />

10/11 MAR<br />

A Leste das Tradições”<br />

Projecto financiado pelo<br />

JOGOS DE MATEMÁTICA<br />

Palácio D. Manuel | 9~19:00H<br />

PORTEL<br />

Programa Juventude e organizado<br />

pela Oficina da Courela,<br />

que se alia à Pedexumbo para a<br />

realização desta actividade.<br />

Este projecto tem por objectivo<br />

o fomentar do conhecimento de<br />

PASSEIO BTT<br />

CAMINHOS DE MONFURADO<br />

8:30H | Évora-hotel<br />

(PONTO DE ENCONTRO)<br />

Évora Jovem - Núcleo de BTT<br />

CINEMA<br />

aspectos da cultura tradicional<br />

de países de Leste, por forma a<br />

melhorar a compreensão e consequente<br />

integração de imigrantes<br />

oriundos desses países.<br />

MÊS DA JUVENTUDE<br />

PASSEIO GUIADO AOS<br />

CROMELEQUES - PIC-NIC<br />

CENTRO AMBIENTAL DE<br />

S.MATIAS<br />

9:30H<br />

Palácio D. Manuel | 18:00H<br />

Évora Jovem<br />

05 Março<br />

As bandeiras os meus Pais<br />

12 Março<br />

Flyboys<br />

18 Março<br />

Artur e os Minimeus<br />

19 Março<br />

Diamante de Sangue<br />

26 Março<br />

01 MAR | 17:00H<br />

14 MAR<br />

5 Dias, 5 Noites<br />

GIGABOMBOS<br />

Jardim Publico<br />

02 MAR | 18~20:00H<br />

Workshop - o teatro:<br />

DIA ROMANO - VISITA<br />

ROMANA<br />

Palácio D. Manuel (PONTO DE<br />

ENCONTRO) | 15.00H<br />

EXPO | 3~29 Março<br />

“O Cante…e o Alentejo”,<br />

Cerâmica Artística de António<br />

Duro - (Capela de Sto. António)<br />

EU E O OUTRO<br />

APF - Escola de Pais,<br />

Cruz da Picada<br />

TERTÚLIA<br />

“OS JOVENS E A CIDADANIA”<br />

Palácio D. Manuel | 18~20:00H<br />

TEATRO (Auditório Mun. Portel)<br />

03 MAR<br />

Núcleo de Estudantes de<br />

Filosofia da U.E.<br />

4 Março<br />

“A Açorda do Rei” - por Alu<strong>no</strong>s<br />

10º CAMPEONATO NACIONAL<br />

DE SKY SURF E 2ª PROVA DO<br />

II SKY SURF PRÓ TOUR<br />

Aeródromo | cme / Federação<br />

OBSERVAÇÃO ASTRONÓMICA<br />

NO TEMPLO ROMANO<br />

21:00H | Núcleo de Astro<strong>no</strong>mia<br />

da Escola Gabriel Pereira<br />

do 1º Ciclo (Encerramento do<br />

Congresso das Açordas)<br />

22 Março<br />

“Tenho um Morto na Minha<br />

Portuguesa de Paraquedismo<br />

SCREAM DE ÉVORA<br />

- DANÇAS URBANAS<br />

CICLO DE CINEMA<br />

Palácio D. Manuel | 21:00H<br />

Cama”, Teatro Experimental de<br />

Pias (Comemoração do Dia do<br />

Teatro a Amador)<br />

Pavilhão da universidade '<br />

10~19:00H<br />

INAUGURAÇÃO DA<br />

EXPOSIÇÃO MATEMÁTICA<br />

EM JOGO<br />

15 MAR | AULA ABERTA<br />

“A COR NO DESIGN<br />

E NA PUBLICIDADE”<br />

Palácio D. Manuel | 18:00H<br />

giePcn<br />

24 Março<br />

Cismenae Vita, a partir da<br />

Comédia de Rubena, de Gil<br />

Vicente, pela “AMAIA” (Associação<br />

de Teatro Jovem de Portalegre)<br />

Mercado MuniciPal de Évora |<br />

17.00H | CME - Departamento<br />

de Matemática da Universidade<br />

16 MAR<br />

MODA JOVEM<br />

01 Abril<br />

“Falar Verdade a Mentir”, de<br />

Almeida Garrett, pelo Grupo de<br />

de Évora / Associação Ludus Palácio D. Manuel | 21.30H Teatro Amadores de Vila Viçosa<br />

O Debate<br />

“Estratégia de Lisboa<br />

Crescimento e Emprego”<br />

Conteúdo / apresentação<br />

Definição e enquadramento da temática |<br />

Novos desafios para a UE na viragem do século |<br />

Conselho Europeu de Lisboa - Março de 2000:<br />

lançamento da Estratégia | 2005 - Balanço da<br />

Estratégia de Lisboa | Relançamento da<br />

Estratégia de Lisboa - focalização <strong>no</strong> Crescimento<br />

e <strong>no</strong> Emprego | Um <strong><strong>no</strong>vo</strong> ciclo de governação<br />

entre a UE e os Estados-Membros | Perspectivas<br />

Financeiras 2007-2013 | Aplicação da Estratégia<br />

de Lisboa a nível nacional | Programa Nacional<br />

de Acção para o Crescimento e o Emprego<br />

(PNACE) 2005-2008 | Medidas emblemáticas<br />

Os debates previstos<br />

para a Universidade de Évora<br />

Dia 15 de Março de 2007, pelas 10h30,<br />

<strong>no</strong> Auditório do Colégio do Espírito Santo da<br />

Universidade de Évora | para alu<strong>no</strong>s do 12º a<strong>no</strong><br />

Dia 15 de Março de 2007, pelas 14h30,<br />

na Sala 131 (Anfiteatro) do Colégio do Espírito<br />

Santo da Universidade de Évora | para alu<strong>no</strong>s<br />

do Ensi<strong>no</strong> Superior


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Interrupção Voluntária da Gravidez<br />

O "Sim" ganhou o referendo sobre a despenalização<br />

do aborto, com quase 60 por cento dos votos.<br />

A lei vai ser alterada <strong>no</strong> Parlamento.<br />

A abstenção foi de 56,4 por cento e, apesar de<br />

este a<strong>no</strong> terem votado mais 1,1 milhão de eleitores<br />

do que na consulta de 1998, o referendo voltou<br />

a não ser vinculativo. Que leitura política?<br />

‘Valorizar<br />

resultados do Sim’<br />

Diamanti<strong>no</strong> Dias<br />

PCP<br />

O referendo sobre a IVG, foi a terceira iniciativa referendaria<br />

realizada <strong>no</strong> <strong>no</strong>sso País, após a consignação<br />

deste na Constituição da República, logo não existe<br />

ainda uma cultura política para assumir este instituto<br />

constitucional como uma prática, por isso é positivo<br />

a evolução verificada nesta consulta, se considerarmos<br />

o referendo como um instrumento de consulta que não<br />

deve ser banalizado.<br />

È preciso também alertar os detractores do referendo<br />

para duas questões, a democracia participativa não<br />

deve restringir a democracia representativa e vice-<br />

-versa. Por exemplo esta consulta teria sido evitada se<br />

o Partido Socialista em sede da Assembleia da<br />

Republica tivesse assumido a questão da despenalização<br />

da IVG com uma medida legislativa e assumido as<br />

suas responsabilidades <strong>no</strong> quadro da democracia<br />

representativa, o que a tinha valorizado, lembrar que<br />

a matéria referendaria era um problema muito delicado<br />

e para o qual já tinha sido feito uma consulta em<br />

1998, havendo agora a possibilidade de o resolver em<br />

sede do parlamento. Lembrar ainda que além do que<br />

é obrigatório o referendo deve ser usado em questões<br />

cruciais que contribuam para a participação popular<br />

e considerado como um instrumento de reforço da<br />

democracia participativa e não banalizá-lo.<br />

É importante valorizar os resultados <strong>no</strong> SIM pois<br />

mostrou, uma evolução muito positiva, ficando claro<br />

que valeu a pena persistir nesta luta contra o aborto<br />

clandesti<strong>no</strong> sendo agora urgente sem demoras fazer<br />

cumprir a expressão maioritária deste referendo, a despenalização<br />

das mulheres que por diversas razões tem<br />

de recorrer a uma Interrupção Voluntária da Gravidez,<br />

apesar dos votantes não terem chegado aos 50%, registou-se<br />

uma evolução muito positiva, o que levou numa<br />

matéria tão sensível a existir uma convergência política<br />

para transportar os resultados do referendo para<br />

uma proposta de lei a ser votada na Assembleia da<br />

República, para a qual devem ser transportados os interesses<br />

das mulheres portuguesas, colocando fim<br />

à humilhação de que estas são vítimas, não permitindo<br />

também que exista qualquer período de aconselhamento<br />

obrigatória como a direita procura que exista.<br />

Logo a conclusão política é que valeu a pena lutar,<br />

esta é antes de mais uma grande vitória das mulheres,<br />

em como ficou patente que há lugar para se continuar<br />

a aperfeiçoar a democracia participada e representativa,<br />

instrumentos se bem usado podem e devem servir<br />

as populações. Valeu a pena persistir.<br />

‘Sociedade mais aberta<br />

e mais justa’<br />

Norberto Patinho<br />

PS<br />

O “Sim” ganhou o referendo sobre a IVG, com 59%<br />

dos votos, contra 41% do “Não”.<br />

A interrupção voluntária da gravidez até às dez<br />

semanas em estabelecimento de saúde legalmente<br />

autorizado vai deixar de ser crime.<br />

Foi dado mais um passo firme na construção de<br />

uma sociedade mais aberta, mais tolerante e mais<br />

justa.<br />

Finalmente Portugal vai virar uma página negra da<br />

sua história - a do aborto clandesti<strong>no</strong>, a do medo, a da<br />

indignidade, a da humilhação, a de uma lei penal<br />

injusta e inadequada à realidade.<br />

Na consulta popular do passado dia 11 de<br />

Fevereiro votaram mais 1,1 milhões de eleitores do<br />

que em 1998.<br />

Apesar deste substancial e significativo aumento<br />

de votantes, o referendo voltou a não ser juridicamente<br />

vinculativo pois registou uma taxa de participação<br />

inferior aos cinquenta por cento, previstos na<br />

<strong>no</strong>ssa legislação.<br />

Um referendo vinculativo obriga o Parlamento a<br />

agir em função do resultado do mesmo respeitando a<br />

vontade popular.<br />

Um referendo não vinculativo obriga o poder político<br />

a ter em conta em conta o seu resultado e permite<br />

ao Parlamento legislar de acordo com a vontade da<br />

maioria. Sobretudo quando se trata de uma diferença<br />

de votos tão significativa.<br />

Com a vitória do “Sim” o legislador fica autorizado<br />

a legislar <strong>no</strong> sentido proposto da despenalização mediante<br />

a alteração do Código Penal.<br />

Face ao resultado inequívoco do referendo, o<br />

Primeiro-Ministro honrando o compromisso assumido<br />

com os portugueses, fica “obrigado” à alteração da<br />

lei respeitando a decisão expressa pela maioria dos<br />

que votaram.<br />

O resultado da consulta popular evidencia de<br />

forma clara que os portugueses desejam um virar de<br />

página na questão do aborto, votando claramente a<br />

favor da alteração da lei.<br />

Há que respeitar a sua vontade.<br />

‘Nulidade e desperdício<br />

de recursos’<br />

11<br />

~ debat e<br />

Palma Rita<br />

PSD<br />

Segundo estimativas do STAPE, referendo custou <strong>no</strong><br />

mínimo 9 milhões de €uros, com base <strong>no</strong>s 2,7 milhões<br />

de votos efectivos em 1998. Agora, votou mais 1,1<br />

milhões de eleitores, pelo que os custos terão sido certamente<br />

acrescidos em quase 30%.<br />

Mas, o resultado prático foi o mesmo: nulidade e<br />

desperdício de recursos. Os benefícios para o PS<br />

foram <strong>no</strong> entanto maiores: distraiu os portugueses da<br />

crise económica e financeira, da maior fuga de<br />

empresas estrangeiras de que há memória, dos<br />

incomportáveis níveis de desemprego jovem altamente<br />

qualificado, da liberalização de funções nucleares<br />

do Estado essenciais ao desenvolvimento, da dispensa<br />

de funcionários de um Estado que não conseguem por<br />

a trabalhar melhor, da demagogia permanente.<br />

Tudo isto à custa de mais de uma dezena de<br />

milhões de €uros dos <strong>no</strong>ssos impostos que todos os<br />

dias aumentam (contrariando as promessas eleitorais,<br />

como em tudo o resto) na carga do IVA, na gasolina e<br />

gasóleo, já para não falar na sobrecarga fiscal sobre<br />

os bens essenciais.<br />

Por isso se empenhou o Primeiro-Ministro de corpo<br />

e alma na campanha eleitoral, procurando mobilizar<br />

o eleitorado a favor da sua perspectiva. Mas, foi incapaz<br />

de encantar o eleitorado para o seu lado e, apesar<br />

de ter ganho em votos, perdeu contra os mais de 50%<br />

de abstenção que o esmagou.<br />

Não tenhamos dúvidas: foi Sócrates quem mais<br />

pediu o referendo e que mais força fez para que o<br />

resultado fosse vinculativo. Mas, não foi assim o<br />

resultado nem o empenho dos portugueses.<br />

O referendo em Portugal morreu, por culpa de<br />

alguns que poderão ter interesse em fazer agora passar<br />

<strong>no</strong> parlamento decisões tão importantes quanto<br />

esta, para a vida dos portugueses, à conta da justificação<br />

demagógica dos resultados.<br />

Deveria uma questão de consciência como a do<br />

aborto ter sido referendada? A resposta não é simples.<br />

Mais simples é <strong>no</strong> entanto a regionalização. Venha<br />

a lei, agora sem referendo (objectivo de legitimidade<br />

que o PS conseguiu), para afundarmos o resto deste<br />

peque<strong>no</strong> quintal.


12 <strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

referendo~<br />

entre” aspas”<br />

'O "sim" <strong>no</strong> referendo sobre a despenalização<br />

do aborto não constituiu<br />

uma vitória da Esquerda<br />

sobre a Direita. Foi a resposta<br />

cívica a uma obscenidade que<br />

a Igreja e as forças mais reaccionárias<br />

têm apoiado. Também não<br />

representou o triunfo "político"<br />

de José Sócrates sobre a massa<br />

circundante'<br />

'Consistiu numa derrota parcial<br />

do Portugal velho, infligida,<br />

sobretudo, pelo Portugal <strong><strong>no</strong>vo</strong>,<br />

que vai despontando <strong>no</strong> horizonte<br />

fosco, ainda tingido pela ig<strong>no</strong>rância,<br />

pela superstição, pelo<br />

analfabetismo e por abjectos<br />

manipuladores de consciências.<br />

Estes últimos foram, de facto,<br />

os grandes vencidos. A ira indisfarçada<br />

dos seus mais visíveis<br />

próceres demonstrou a face semioculta<br />

do jogo, <strong>no</strong> qual participou,<br />

com milhões de euros,<br />

o banco do Opus Dei'<br />

Baptista Bastos<br />

www.negocios.pt<br />

'Umas semanas antes do referendo<br />

sobre a interrupção voluntária<br />

da gravidez assisti, na<br />

Universidade Lusófona, <strong>no</strong> Porto,<br />

a uma conferência de Cândido de<br />

Oliveira, professor catedrático<br />

da Escola de Direito da<br />

Universidade do Minho.<br />

Estudioso do comportamento eleitoral<br />

dos portugueses, o professor<br />

tem uma opinião pouco abonatória<br />

sobre a forma como os<br />

eleitores usam os direitos de cidadania<br />

que a democracia tor<strong>no</strong>u<br />

possíveis. Nessa sessão - e de<br />

forma desassombrada - Cândido<br />

de Oliveira traçou um retrato<br />

a negro dos portugueses. Faço um<br />

resumo, de memória: <strong>no</strong> geral,<br />

os cidadãos nacionais gostam de<br />

entregar o desti<strong>no</strong> das suas<br />

opções nas mãos de outros, demitem-se<br />

das suas responsabilidades,<br />

não fiscalizam os eleitos<br />

e mantêm traços bem vincados<br />

de submissão. Ou seja, os portugueses<br />

não têm consciência dos<br />

seus direitos e deveres, sentemse<br />

confortáveis por saber que<br />

alguém manda e nisso não disfarçam<br />

a velha mentalidade salazarenta.<br />

Com um povo assim,<br />

muito dado à má-língua entre um<br />

penalty duvidoso e a lamechice<br />

de tele<strong>no</strong>vela, é natural que os<br />

mandatários se abstenham de<br />

prestar contas e facilmente assumam<br />

tiques de... mandantes»'<br />

'Este Portugal calaceiro, atávico,<br />

medalhado <strong>no</strong> queixume e na<br />

lamúria, podia ser um País de<br />

comédia, uma espécie de enclave<br />

anedótico e provincia<strong>no</strong> para<br />

o qual a esmagadora massa de<br />

cidadãos olharia de quando em<br />

vez para se lembrar do País que<br />

não quer. Mas não. Esse Portugal<br />

miudinho, tão afoito na corrida<br />

à maledicência e ao desprezo,<br />

é a <strong>no</strong>ssa maior tragédia.<br />

Ao mesmo tempo que «elege»,<br />

sem sair do sofá, um Salazar de<br />

concurso televisivo «para pôr<br />

ordem nisto», não descalça as<br />

pantufas para ver a revolução<br />

passar à porta. Este Portugalzinho<br />

está aí, pelos vistos para<br />

durar. E com grande audiência.<br />

Pena que o outro País, o daqueles<br />

que, bem ou mal, votam, escolhem<br />

e questionam, não possa<br />

mudar de canal. E tenha de<br />

tomar decisões andando à chuva.<br />

E molhando-se'<br />

Miguel Carvalho<br />

www.visaoonline.clix.pt<br />

www.siconline.pt<br />

A geografia<br />

do «Sim»<br />

«Concorda com a despenaliza- num acto eleitoral - 100 por<br />

ção da interrupção voluntária cento de votos <strong>no</strong> «Sim"».<br />

da gravidez, se realizada, por Votaram metade dos 30 eleitoopção<br />

da mulher, nas primeiras res inscritos. Segundo a SIC<br />

10 semanas, em estabelecimen- Online, o «Não» teve igualmente<br />

to de saúde legalmente autorium<br />

caso de 100 por cento<br />

zado?». A esta pergunta, a maio-<br />

- Parada de Monteiros, conce-<br />

ria dos eleitores que respondeu<br />

lho de Vila Pouca de Aguiar,<br />

à chamada respondeu «Sim».<br />

O concelho de Aljustrel, distrito distrito de Vila Real, onde foram<br />

de Beja, registou a maior per- às urnas 33 dos 135 eleitores<br />

centagem de votos <strong>no</strong> «Sim».<br />

inscritos.<br />

O «Sim» recolheu 3867 votos Em termos nacionais, o «Sim»<br />

em Aljustrel (90,4 por cento), venceu com 59,24 por cento dos<br />

entre os 4320 votantes. No con- votos expressos e o «Não» recocelho<br />

de Câmara de Lobos, na lheu 40,75 por cento. A absten-<br />

Região Autó<strong>no</strong>ma da Madeira, ção ultrapassou metade dos<br />

o «Não» recebeu 9399 votos votantes, com 56,40 por cento.<br />

(84,1 por cento), entre os 11378 A consulta não foi juridicamen-<br />

votantes.<br />

te vinculativa, mas os líderes da<br />

São Bento de Ana Loura maioria dos partidos com assen-<br />

(Estremoz, distrito de Évora), to parlamentar consideraram<br />

a freguesia com me<strong>no</strong>r número os resultados politicamente<br />

de eleitores inscritos em todo o<br />

país, voltou a ser «caso único» relevantes.<br />

As reacções (na <strong>no</strong>ite do Referendo)<br />

José Sócrates (PS) » ‘Um resultado inequívoco...<br />

O povo falou e falou de forma clara e veio reforçar<br />

a legitimidade do espaço político e legislativo que<br />

estava em causa’<br />

Jerónimo de Sousa (PCP) » ‘O respeito pelos<br />

resultados torna imperiosa e urgente a necessidade<br />

de conclusão do processo legislativo iniciado na<br />

Assembleia da República’<br />

Francisco Louçã (BE) » ‘Foi uma vitória extraordinária,<br />

que não é de partidos políticos. A democracia<br />

vinculou a decisão da despenalização e do combate<br />

ao aborto clandesti<strong>no</strong>’<br />

Marques Mendes (PSD) » ‘A maioria dos portugueses<br />

votou 'sim' <strong>no</strong> referendo. Entendo que, apesar de<br />

o referendo não ser juridicamente vinculativo,<br />

essa vontade deve ser respeitada’<br />

Ribeiro e Castro (PP) » ‘Re<strong><strong>no</strong>vo</strong> o <strong>no</strong>sso compromisso,<br />

como partido, pelo direito à vida e à saúde’<br />

56,39% dos inscritos 59,24% 40,76%<br />

68,09% 48,70% 51,30%<br />

2007<br />

Abstenção<br />

SIM<br />

NÃO<br />

1998


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Os 21 finalistas<br />

~interrupção voluntária da gravidez<br />

fonte: stape<br />

perguntas&respostas<br />

Depois do Referendo, legalmente autorizado)<br />

tudo o que se relacio- deverão ficar concluídos<br />

até final da sessão legis-<br />

na com a Interrupção<br />

lativa na Assembleia da<br />

Voluntária da Gravidez<br />

fica à espera do<br />

República.<br />

processo legislativo. O Serviço Nacional de<br />

O Primeiro-ministro Saúde tem capacidade<br />

disse, logo após os de resposta?<br />

O titular da pasta da<br />

resultados, que seria<br />

Saúde, Correia de<br />

respeitada a vontade<br />

popular e o Presidente<br />

da República, dias<br />

Campos, assegura que<br />

o Serviço Nacional de<br />

Saúde reúne as condições<br />

depois, veio a público necessárias para realizar<br />

recomendar que interrupções voluntárias<br />

de gravidez até às<br />

a Assembleia da<br />

10 semanas. «O SNS tem<br />

República deverá<br />

analisar as “boas práticas”<br />

existentes <strong>no</strong>s<br />

condições de realizar<br />

aquilo que os portugue-<br />

ses pediram e dar servipaíses<br />

da União ços de qualidade e equi-<br />

Europeia antes de dade», disse o ministro<br />

legislar<br />

na SIC. De acordo com<br />

a Visão, o Ministério da<br />

Saúde tem já contas feitas<br />

e o custo da <strong>no</strong>va rea-<br />

O que se segue? lidade legal da IVG custa-<br />

Seguindo a ideia do rá entre os 7,2 e os 10,8<br />

ministro da Presidência,<br />

milhões de euros. Logo<br />

Pedro Silva Pereira, que<br />

após a realização do<br />

o processo de regulamen-<br />

Referendo ficou a conhetação<br />

pelo Gover<strong>no</strong> da<br />

cer-se o interesse de clífutura<br />

lei do aborto será<br />

nicas privadas especial-<br />

«eminentemente admimente<br />

dirigidas a IVG,<br />

nistrativo» e procurará<br />

com preços médios a ron-<br />

corresponder ao exercício<br />

das melhores práticas<br />

dar os 450 euros.<br />

europeias, conforme<br />

a vontade do PR.<br />

O governante falou de<br />

um «um trabalho imediato»<br />

na Assembleia da<br />

República, em sede de<br />

especialidade, mas adian-<br />

tou que paralelamente,<br />

«haverá também um tra-<br />

balho a desenvolver pelo<br />

Gover<strong>no</strong>, que tem a ver<br />

com a regulamentação de<br />

aspectos eminentemente<br />

administrativos e que<br />

não implicam interven-<br />

ção do poder legislativo<br />

da Assembleia da<br />

República». Os trabalhos<br />

para a <strong>no</strong>va lei sobre a<br />

interrupção voluntária<br />

A objecção de consciên-<br />

cia de médicos pode<br />

limitar SNS?<br />

Para alguns médicos,<br />

o resultado do Referendo<br />

vai ditar um aumento do<br />

número de clínicos que<br />

vão recorrer à figura da<br />

objecção de consciência.<br />

Por exemplo, o director<br />

da Maternidade Alfredo<br />

da Costa, Jorge Branco,<br />

acredita que o sector<br />

público não terá capacidade<br />

para atender todos<br />

os casos de aborto, obri-<br />

gando hospitais a contratar<br />

clínicos fora. Admite-<br />

se, inclusivamente, a pos-<br />

da gravidez (por opção da<br />

sibilidade do Estado con-<br />

mulher até às dez sema- tratualizar serviços com<br />

nas em estabelecimento entidades privadas.<br />

Abertos das 12h00 às 15h30<br />

e das 18h00 às 22h00<br />

Encerram à Segunda-Feira<br />

www.aloendroeadegadocachete.com<br />

Castelo de Almourol Fortificações de Monsaraz Paços da Universidade<br />

Castelo de Guimarães Igreja de São Francisco Palácio de Mateus<br />

Castelo de Marvão Igreja e Torre dos Clérigos Palácio Nacional da Pena<br />

Castelo<br />

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de Óbidos<br />

Aloendro<br />

Convento de Cristo<br />

Convento<br />

Estrada<br />

e Basílica<br />

de Évora,<br />

de Mafra<br />

3 B<br />

Fortaleza Reguengos de Sagres de Monsaraz<br />

E-mail:<br />

Mosteiro<br />

aloendro@iol.pt<br />

da Batalha<br />

Mosteiro de Alcobaça<br />

Telef.<br />

Mosteiro<br />

266<br />

de<br />

502<br />

Sta<br />

109<br />

Maria de Belém<br />

Fax. Paço 266 Ducal 519 de 896Vila<br />

Viçosa<br />

Tlm. 969 067 073<br />

Palácio Nacional de Queluz<br />

Restaurante Adega do Cachete<br />

Ruínas de Conímbriga<br />

Rua Templo do Grave, Roma<strong>no</strong> 9 de Évora<br />

S. Torre Pedro de do S. Vicente Corval de Belém<br />

E-mail: adegacachete@iol.pt<br />

Telef. 266 549 568<br />

Fax. 266 519 896<br />

Tlm. 969 067 073<br />

13<br />

pub


14<br />

A. Sáez Delgado<br />

asaezdelgado@telefonica.net<br />

Excertos de ‘En Otra Pátria’,<br />

escrito entre 1998 e 2002<br />

Tradução: David Prazeres<br />

Joaquina Margalha<br />

joaquina.margalha@sapo.pt<br />

<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

emoutrapátria “Na obscuridade das escondemos a <strong>no</strong>ssa vida intenta acomodar de ime- Inglaterra tem algo<br />

entranhas” se intitula<br />

o poema do libanês Khalil<br />

H‚wi que cai hoje nas<br />

minhas mãos e que traduzo<br />

da sua versão portuguesa,<br />

num terraço da<br />

Baixa, para intentar<br />

fazê-lo meu:<br />

passai com mais doçura<br />

sobre os <strong>no</strong>ssos nervos,<br />

caminhantes.<br />

não, nós não estamos<br />

mortos.<br />

longe das sendas<br />

do tempo<br />

viandantes, sobre os<br />

<strong>no</strong>ssos nervos<br />

passai mais docemente.<br />

~<br />

Volto de uma viagem<br />

a Londres, essa cidade<br />

cuja neblina <strong>no</strong>s converte<br />

em espectros, segundo<br />

Pascoaes. Um temporal<br />

esteve a ponto de frustrar<br />

diato a realidade que o<br />

rodeia à ordem circundante<br />

<strong>no</strong> seu próprio lugar de<br />

origem. Viajamos acompanhados<br />

das <strong>no</strong>ssas manias,<br />

é verdade: ler o periódico<br />

a esta hora, tomar um café<br />

depois de almoçar, tomar<br />

banho enquanto escuta-<br />

mos as <strong>no</strong>tícias, ler algo<br />

ligeiro antes de um sonho<br />

que, esse sim, nunca <strong>no</strong>s<br />

acompanha longe de<br />

casa... Viajamos para fugir<br />

de Portugal, é certo, ainda<br />

que não tanto como dizia<br />

Ramón Gómez de la Serna<br />

que tinha Lisboa de<br />

Londres. Ramón escreve<br />

que passeia por Lisboa e<br />

tem a impressão de fazê-lo<br />

por uma Londres com<br />

outra luz e outro clima.<br />

Eu, que estou cansado de<br />

fatigar as ruas de Lisboa,<br />

não opi<strong>no</strong> o mesmo.<br />

Nunca antes, passeando<br />

só fatigados o voo, convertendo-o em de uma rotina que inten- pelas ruas da Baixa, havia<br />

por uma neblina suja<br />

com o rosto pútrido e falso<br />

que se estira e se faz serpente,<br />

polvo, enigmas.<br />

antes o ventre da terra<br />

que este ar sem ar.<br />

passai com mais doçura<br />

sobre os <strong>no</strong>ssos nervos,<br />

caminhantes.<br />

estamos <strong>no</strong> abrigo de um<br />

tranquilo subsolo.<br />

mitigando a febre,<br />

recuperando o espírito,<br />

cantamos.<br />

escondemo-<strong>no</strong>s.<br />

mais acidentado do que já<br />

é em si qualquer regresso<br />

ao lugar onde se vive.<br />

Viaja-se intentando descobrir-se<br />

a si mesmo, não<br />

podemos negá-lo. E, sem<br />

embargo, passado o susto<br />

inicial (eu, que viajo<br />

durante boa parte da sema-<br />

na, continuo a pôr-me ner-<br />

voso antes de apanhar um<br />

autocarro urba<strong>no</strong>), passa-<br />

do esse sobressalto de sen-<br />

tir-se todavia extraterres-<br />

tre numa terra em que<br />

nada é familiar, o viajante<br />

tamos de imediato instalar<br />

<strong>no</strong> <strong>no</strong>sso <strong><strong>no</strong>vo</strong> rei<strong>no</strong>, por<br />

muito provisional que este<br />

seja. Essa é a verdade, da<br />

qual faz tempo que aprendi<br />

a não fugir: a rotina<br />

sem misericórdia é a carí-<br />

cia mais plácida da vida, o<br />

rosto mais sossegado e<br />

ter<strong>no</strong> de uma aventura<br />

que se empenha obstina-<br />

damente em que olvidemos<br />

as suas benévolas vir-<br />

tudes.<br />

~<br />

sentido a <strong>no</strong>stalgia de algo<br />

que agora tenho ante<br />

meus olhos. Porque, com<br />

efeito, não há pior <strong>no</strong>stal-<br />

gia que a de algo desco-<br />

nhecido, como não há pior<br />

(ou melhor) paixão que a<br />

que sentimos por aquilo<br />

que <strong>no</strong>s vela o seu verdadeiro<br />

rosto. Eu, se por aca-<br />

so, digo alto e claro que,<br />

nestes dias de passeios londri<strong>no</strong>s,<br />

pouco ou nada me<br />

recordei de Lisboa, nem<br />

para bem nem para mal.<br />

A educação<br />

e o nível cultural das famílias<br />

É muitas vezes referido conhecimento porque nem da família é uma forma insu- tanto social como profissioque<br />

um dos factores condici- todos ocupamos os tempos ficiente de abordar o proble- nalmente?<br />

onantes do sucesso educativo<br />

é o baixo nível cultural<br />

das famílias. Mas, o que é<br />

um nível cultural baixo?<br />

É o contraponto de um nível<br />

cultural alto? Então, quais<br />

são os critérios que possibilitam<br />

afirmar que uma pessoa<br />

possui mais ou me<strong>no</strong>s<br />

cultura do que outra?<br />

Usamos muitas vezes<br />

estas expressões para definirmos<br />

pessoas que não partilham<br />

as <strong>no</strong>ssas referências<br />

em relação à educação; tendemos<br />

a considerar que<br />

quem possui uma matriz de<br />

conhecimentos diferente da<br />

<strong>no</strong>ssa, ou da que aspiramos<br />

obter, é culturalmente<br />

pobre. Não aceito a ideia de<br />

livres da mesma forma, ou<br />

apreciamos manifestações<br />

culturais semelhantes, ou<br />

utilizamos as mesmas fontes<br />

do saber. E, isto não <strong>no</strong>s faz<br />

mais, ou me<strong>no</strong>s, dotados culturalmente.<br />

Apenas <strong>no</strong>s faz<br />

diferentes. É por sermos<br />

diferentes que construímos<br />

projectos de vida diversos,<br />

orientando as <strong>no</strong>ssas pretensões<br />

num determinado sentido<br />

que não é, forçosamente,<br />

coincidente com os dos<br />

outros. Fazemo-lo tendo<br />

como base um sistema de<br />

valores, atitudes e referências<br />

que são específicos de<br />

cada família. Desta forma,<br />

entendo que associar os<br />

bons, ou maus, resultados<br />

ma. A ser assim, seríamos<br />

forçados a admitir que só as<br />

pessoas/crianças que consideramos<br />

culturalmente favorecidas<br />

teriam sucesso.<br />

Ao invés, importa aferir<br />

o valor que cada família atribui<br />

ao saber, a atitude que<br />

possui em relação à educa-<br />

ção dos filhos, que exemplos<br />

(referência) dão as famílias<br />

aos seus descendentes.<br />

Para o fazermos, teremos<br />

forçosamente que formular<br />

questões:<br />

Quais são os projectos de<br />

vida das famílias? Que lugar<br />

tem neles a educação?<br />

Quanto tempo disponibili-<br />

zam os pais/famílias <strong>no</strong> apo-<br />

io, em casa, à vida escolar<br />

Poderemos aplicar estas<br />

perguntas a famílias, inde-<br />

pendentemente do seu<br />

grupo cultural de pertença,<br />

ou daquele em que as quei-<br />

ramos incluir. É que confun-<br />

dimos, com frequência,<br />

a problemática da pertença<br />

cultural com a social. Será,<br />

possivelmente, devido a esta<br />

confusão que tecemos afir-<br />

mações como a que inicia<br />

esta coluna: o sucesso edu-<br />

cativo é influenciado pelo<br />

nível cultural da família,<br />

quando, na verdade, deve-<br />

ríamos remeter a problemá-<br />

tica para as suas formas de<br />

estar em relação à educação,<br />

deixando de parte classifica-<br />

que há grupos mais ricos ou educativos, com tanta con- dos filhos? Como são estes ções de cariz social ou<br />

mais pobres na área do vicção, à condição cultural pais/famílias como cidadãos, cultural.


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

José Calixto<br />

jose.calixto@netcabo.pt<br />

Perceber o Futuro<br />

~opinião<br />

Perceber o que é funda- 'ninguém é do<strong>no</strong> absoluto tica ambiental. Devemos a <strong>no</strong>ssa juventude; é funmental<br />

para o desenvolvi- da verdade...'. ter a capacidade para <strong>no</strong>s damental a aposta na<br />

mento, sustentado e sus- Todos podemos e deve- tornarmos um desti<strong>no</strong> formação de qualidade<br />

tentável, duma comunida- mos dar contributos para turístico de EXCELÊNCIA. e adequada à eco<strong>no</strong>mia<br />

de é um desafio colectivo. uma definição estratégica É igualmente importan- regional;<br />

Sabemos que os grandes do <strong>no</strong>sso futuro; <strong>no</strong> entan- te partilharmos um condecisores<br />

se distinguem to, essas ajudas deverão junto de objectivos para » Forte promoção de infra<strong>no</strong>rmalmente<br />

por uma ele- prever uma forte partilha assegurar um futuro com -estruturas de qualidade<br />

vada capacidade de ante- e interactividade com a qualidade: nas áreas das acessibilidacipar<br />

variáveis do futuro; diversidade de formas de des, da saúde e da seguuma<br />

boa interpretação dos pensar que sempre consti- » Aproveitamento inteli- rança;<br />

chamados 'sinais dos tem- tuem uma comunidade. gente dos recursos e do<br />

pos' ajuda a correcta for- É com esse espírito que solo, preservando a <strong>no</strong>ssa » Preservação e dinamizamulação<br />

de cenários estra- assumimos o <strong>no</strong>sso enten- e<strong>no</strong>rme riqueza paisagísti- ção da <strong>no</strong>ssa cultura, das<br />

tégicos para o <strong>no</strong>sso futu- dimento sobre o futuro de ca e ambiental; <strong>no</strong>ssas tradições e dos valoro<br />

colectivo. Reguengos de Monsaraz. res da <strong>no</strong>ssa comunidade...<br />

No entanto, assim que Consideramos que um » Promoção a revitalização<br />

essa 'verdade' se encontra dos sectores económicos dos <strong>no</strong>ssos agentes econó- Perceber o futuro é, de<br />

minimamente consensua- fundamentais para o <strong>no</strong>sso micos, antecipando opor- facto, um trabalho colectilizada,<br />

deixa de pertencer desenvolvimento tunidades, ameaças e os vo, <strong>no</strong> âmbito do qual<br />

a pessoas em concreto e é o Turismo; a implemen- <strong><strong>no</strong>vo</strong>s instrumentos da cada crítica sobre uma<br />

passa a ser património tação desta estratégia eco<strong>no</strong>mia global; determinada linha de penintelectual<br />

a toda uma deverá respeitar os mais samento deve dar origem,<br />

comunidade. Como o povo elevados padrões de quali- » Criação de mais e melho- de imediato, a uma <strong>no</strong>va<br />

sabiamente interpreta, dade e excelência da polí- res oportunidades para proposta!<br />

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SÍTIO DAS LETRAS<br />

LER PARA SER<br />

LIVRARIA<br />

15<br />

pub


16 <strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

dp<br />

emdia<br />

profissões<br />

Sabe o que é<br />

um bioquímico?<br />

Nos laboratórios, os bioquí-<br />

micos são muitas vezes os<br />

heróis silenciosos da medici-<br />

na. Eles encontraram a “recei-<br />

ta” que serve para “fabricar”<br />

todos os seres vivos: a molé-<br />

cula de ADN. Descobriram<br />

também o acetami<strong>no</strong>fe<strong>no</strong> (pa-<br />

racetamol), que <strong>no</strong>s livra de<br />

muitas dores de cabeça. É gra-<br />

ças a eles que sabemos que a<br />

produção de insulina é defici-<br />

ente <strong>no</strong>s diabéticos, e que dis-<br />

pomos actualmente de milha-<br />

res de medicamentos. Não é,<br />

pois, de surpreender que<br />

encontremos bioquímicos na<br />

maior parte dos laboratórios<br />

por esses mundo fora. Eles<br />

desenvolvem medicamentos,<br />

asseguram se os desportistas<br />

tomaram ou não “drogas”,<br />

investigam causas das doen-<br />

ças. E tudo isso <strong>no</strong>s laborató-<br />

rios. Servindo-se de produtos<br />

químicos, de bactérias, e<br />

mesmo da radioactividade,<br />

eles conseguem manipular<br />

moléculas tão pequenas que<br />

não conseguem ser vistas nem<br />

com um microscópio!<br />

Afonso de Almeida<br />

afonso@uevora.pt<br />

“Mão de obra”<br />

especializada,<br />

barata e desprezada<br />

Caro leitor: imagine que a sua Estatuto profissional. Bem, dirá<br />

empresa o contrata para realizar o leitor, é porque aquela maioria<br />

determinadas tarefas, e depois não tem qualidade. Errado: proo<br />

obriga a adquirir os meios para jectos da Universidade de Évora<br />

que possa cumprir as mesmas. classificados pelos avaliadores<br />

Por exemplo, que lhe fornece um internacionais como MUITO<br />

espaço, mas que tem que com- BONS e, até, EXCELENTES, não<br />

prar os materiais para produzir têm sido financiados. As respecum<br />

determinado bem ou, na tivas equipas ficam impossibilimelhor<br />

das hipóteses, que tem tadas de fazerem investigação,<br />

que pagar a gasolina para distri- ficam prejudicadas nas suas carbuir<br />

esses bem. E que os custos reiras, e problemas a requererem<br />

a que fica obrigado para poder investigação, pelo me<strong>no</strong>s a nível<br />

cumprir as funções para que foi regional e local ficam por resolcontratado<br />

são bem superiores ver. Trata-se de uma situação<br />

à remuneração que aufere. chocante <strong>no</strong> pa<strong>no</strong>rama profissio-<br />

E que, se o não fizer, fica em nal do <strong>no</strong>sso País. Mas ainda há<br />

incumprimento profissional. pior: uma equipa de investigação<br />

Incrível, não? Pois é o que se que não consegue ver o seu<br />

passa com grande número de MUITO BOM projecto aprovado<br />

professores universitários. num determinado ciclo de avalia-<br />

O Estatuto da Carreira destes ção de candidaturas, fica irremeprofissionais<br />

impõe-lhe a obriga- diavelmente afastada da “compeção<br />

de efectuar investigação. tição” <strong>no</strong> futuro. Isto porque, três<br />

Contudo, as Universidades não ou mais a<strong>no</strong>s depois, mesmo que<br />

recebem do Estado, seu patrão, a sua proposta de investigação<br />

qualquer orçamento de funciona- seja EXCELENTE, fica prejudicamento<br />

desti<strong>no</strong> à investigação! da pelo facto desta equipa propo-<br />

O que se passa então? Os docentes nente não ter tantas “publicatêm<br />

de concorrer com projectos ções” como as das outras equipas<br />

a mecanismos de financiamento que tiveram projectos aprovados<br />

exter<strong>no</strong>s, alheios à Universidade. anteriormente. E a sua “exclu-<br />

Estes mecanismos têm vindo a são” do sistema torna-se praticaaprovar,<br />

<strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s, pouco mente inevitável, com as gravísmais<br />

de 20% de todas as candida- simas consequências para<br />

turas submetidas. Ou seja, os o desenvolvimento económico<br />

docentes que integraram as can- e social do meio em que se insedidaturas<br />

não aprovadas, a maio- rem. Já nem sequer é a “mão de<br />

ria, ficam condenados, pelo obra” especializada barata do<br />

me<strong>no</strong>s durante os 3 a<strong>no</strong>s seguin- <strong>no</strong>sso gover<strong>no</strong>. Estamos na pretes,<br />

a não poderem cumprir aqui- sença de “mão de obra” especialilo<br />

a que estão obrigados pelo seu zada barata e desprezada.<br />

jornal on-line da universidade de évora<br />

pub<br />

Maldita gripe<br />

Por quê mais <strong>no</strong> Inver<strong>no</strong>? Porque está<br />

frio? Não! Isso são histórias da avozinha.<br />

A gripe é provocada por vírus, por<br />

exemplo vírus da gripe, que é contagioso.<br />

Um golo de água tomado pelo copo<br />

do parceiro do lado, um beijo da sua tia<br />

Gertrudes, ou mesmo um simples aperto<br />

de mão podem contaminar. Ora, <strong>no</strong><br />

Inver<strong>no</strong>, passamos muito mais tempo<br />

em “interiores”, <strong>no</strong>rmalmente mal arejados,<br />

“apinhados” de pessoas... com os<br />

seus “micróbios”. É a proximidade que<br />

favorece a transmissão da gripe.<br />

No Verão, pelo contrário, anda-se mais<br />

“por fora”, e o ar circula mais livremente.<br />

O vilão do vírus tem muito me<strong>no</strong>s<br />

“chance” de <strong>no</strong>s atingir. E ainda bem,<br />

pois há tanta coisa gira para fazer<br />

nas férias...<br />

perguntámos<br />

ao físico<br />

Sendo o sol uma bola de fogo<br />

que arde há milhões de a<strong>no</strong>s,<br />

donde vem tanto combustível,<br />

e quando é que se esgota?<br />

O sol liberta tanta energia, sob<br />

a forma de radiação e de calor, que<br />

consegue iluminar e aquecer o <strong>no</strong>sso<br />

planeta situado a 150 milhões de quilómetros.<br />

Esta energia é produzida<br />

através de reacções nucleares que se<br />

verificam <strong>no</strong> interior da estrela. Em<br />

tais reacções, os átomos de hidrogénio<br />

“fundem-se” transformando-se<br />

em átomos de hélio. Em cada segundo,<br />

700 milhões de toneladas de<br />

hidrogénio são convertidas em hélio.<br />

O hélio resultante é mais leve que<br />

o hidrogénio: uma diferença de<br />

massa de 0,7% que se dissipa sob a<br />

forma de energia pura. O sol perde,<br />

assim, cinco milhões de toneladas de<br />

energia por segundo (432 milhares<br />

de milhão de toneladas por dia).<br />

A este ritmo, ele esgota muito rapidamente<br />

as suas reservas de hidrogénio.<br />

Mas como é muito maciço, dispõe<br />

de e<strong>no</strong>rmes quantidades, o suficiente<br />

para “brilhar” ainda durante<br />

5 milhares de milhões de a<strong>no</strong>s.<br />

www.<strong>no</strong>ticiasalentejo.pt<br />

~<br />

todos os dias são <strong>no</strong>tícia


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Tenha calma!<br />

Você é mesmo o pai da criança<br />

A cor dos olhos é determinada por células<br />

“pigmentares” - mela<strong>no</strong>citos - da íris.<br />

Estas células produzem um pigmento<br />

castanho chamado melanina (o mesmo<br />

pigmento que dá a cor à pele, pelos<br />

e cabelo). Quando há muita células produtoras<br />

de melanina a íris é cinzenta-<br />

-azulada, a cor das células da íris vistas<br />

por transparência. Uma camada fina de<br />

mela<strong>no</strong>citos produz cor castanha.<br />

Combinando com o azul, obtém-se todas<br />

as “nuances” do verde, avelã, etc. Ao nascimento,<br />

os bebés têm frequentemente<br />

olhos azuis porque a sua íris ainda está<br />

desprovida de mela<strong>no</strong>citos.<br />

Gradualmente, estas células produzem<br />

os seus pigmentos e a íris vai então<br />

mudando de cor.<br />

Repórter deprimido<br />

Um repórter do The Guardian, jornal<br />

britânico, submeteu-se a uma prova destinada<br />

a determinar a sua quota parte<br />

de responsabilidade na poluição com carbo<strong>no</strong><br />

(CO2). Chegou à conclusão que, só<br />

à conta do aquecimento central e do gás<br />

da cozinha, contribuía com 14 quilos de<br />

Carbo<strong>no</strong> por dia. Somando as resultantes<br />

da luz de 6 lâmpadas de 100 watts<br />

cada, do frigorífico, do automóvel, etc.,<br />

a sua quota chegou a 5,5 a 8 toneladas<br />

por a<strong>no</strong>! Saiba o leitor que, em média,<br />

por cada litro de combustível consumido<br />

por um motor de carro, são libertados<br />

mais de 2,5 kg de CO2. Agora imagine<br />

as consequências dos “engarrafamentos”<br />

nas grandes cidades...<br />

Os <strong>no</strong>ssos fiéis amigos<br />

podem ter sonhos cor de rosa?<br />

Os cães e gatos podem sonhar<br />

“a cores”...mas provavelmente não ver<br />

a vida em cor-de-rosa. São capazes de<br />

distinguir as cores que se aproximam do<br />

vermelho e do rosa mas, percebem<br />

muito melhor outras cores como o azul<br />

e o verde. Para eles, o arco-íris não tem<br />

sete cores! Isso porque a sua retina tem<br />

muito poucos “cones”, as células que<br />

detectam as cores. Pelo contrário, contem<br />

e<strong>no</strong>rmes quantidades de “bastonetes”,<br />

as células sensíveis à luz, o que<br />

lhes dá uma visão mais “penetrante”.<br />

Vêm melhor à <strong>no</strong>ite que os seus do<strong>no</strong>s.<br />

Faça o favor de ser feliz<br />

(emigrando)<br />

Investigadores da Universidade de<br />

Warwick verificaram existir uma relação<br />

directa entre o grau de felicidade<br />

global de uma nação e os problemas de<br />

tensão arterial dos seus cidadãos.<br />

Os investigadores entrevistaram 15 000<br />

pessoas de vários países europeus acerca<br />

de todos os aspectos das suas vidas,<br />

incluindo os seus níveis de satisfação<br />

com a vida, saúde mental, e se tinham<br />

problemas de tensão arterial. A tabela<br />

classificativa, ficou assim constituída<br />

(dos mais felizes para os mais infelizes):<br />

Suécia, Dinamarca, Rei<strong>no</strong> Unido,<br />

Holanda, Irlanda, França, Luxemburgo,<br />

Espanha, Grécia, Itália, Bélgica, Áustria,<br />

Finlândia, Alemanha e Portugal. O mais<br />

curioso do estudo é que o “ranking” relativo<br />

aos problemas de hipertensão teve<br />

exactamente a mesma ordenação!<br />

Caramba, por que sempre nós? E, já agora,<br />

o desenvolvimento económico não é<br />

sinónimo de “bem-estar” huma<strong>no</strong>.<br />

Os gover<strong>no</strong>s não podem continuar<br />

a olhar para o Homem como mero ser<br />

“eco<strong>no</strong>micus”.<br />

Respostas de Estudantes<br />

‘Germinar:<br />

tornar-se natural<br />

da Alemanha’<br />

~<br />

‘Planeta:<br />

um corpo de terra<br />

envolvido por céu’<br />

~<br />

‘Para a asfixia:<br />

aplica-se respiração artificial<br />

até que o paciente esteja morto’<br />

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REGUENGOS DE MONSARAZ<br />

LIVRARIA<br />

~ciência&tec<strong>no</strong>logia<br />

curiosidades<br />

O médico e o monstro<br />

17<br />

O <strong>livro</strong> O médico e o monstro<br />

foi inspirado em William<br />

Brodie, um respeitado homem<br />

de negócios. Durante o dia,<br />

fazia parte do conselho da<br />

cidade de Edimburgo mas,<br />

descobriu-se, à <strong>no</strong>ite era<br />

chefe de uma quadrilha de<br />

ladrões. O escritor Robert<br />

Louis Stevenson ficou fascinado<br />

com a história desse<br />

homem de dupla personalidade<br />

e criou as figuras do<br />

Dr. Jekyll e de Mr. Hyde,<br />

em 1886.<br />

Sherlock Holmes<br />

Depois de observar qualquer<br />

estranho, o dr. Joseph Bell,<br />

um cirurgião de Edimburgo,<br />

era capaz de deduzir muito<br />

de sua vida e de seus hábitos.<br />

Isso impressio<strong>no</strong>u um dos<br />

seus alu<strong>no</strong>s, Conan Doyle,<br />

que admitiu ter "usado<br />

e ampliado os seus métodos<br />

quando construiu o detective<br />

Sherlock Holmes".<br />

Conto do Vigário<br />

Uma imagem de Nossa<br />

Senhora dos Passos doada<br />

pelos espanhóis à cidade de<br />

Ouro Preto (MG) origi<strong>no</strong>u<br />

uma disputa entre os vigários<br />

de duas igrejas, a de Nossa<br />

Senhora do Pilar e a de Nossa<br />

Senhora da Conceição. Para<br />

resolver o impasse, o vigário<br />

de Pilar sugeriu que a imagem<br />

fosse colocada em cima<br />

de um burro <strong>no</strong> meio do caminho<br />

entre as duas igrejas.<br />

O rumo que o animal tomasse<br />

decidiria com quem ficaria<br />

a imagem. Quando foi solto,<br />

o burro imediatamente se dirigiu<br />

à igreja de Pilar. Mais tarde,<br />

soube-se que ele pertencia<br />

ao vigário de lá.


18<br />

figuras&factos~<br />

faça chuva<br />

ou faça sol<br />

Universidade distingue<br />

Vasco Graça Moura<br />

A Universidade de Évora distinguiu<br />

Vasco Graça Moura com<br />

o Prémio Vergílio Ferreira/07.<br />

Ensaísta, crítico, tradutor, poeta<br />

e ficcionista, Vasco Graça Moura é<br />

um dos <strong>no</strong>mes de referência da cultura<br />

portuguesa contemporânea.<br />

Recebeu inúmeros prémios literários,<br />

entre os quais o Prémio<br />

Pessoa (1995), o Prémio de Poesia<br />

do PEN Clube (1997), o Grande<br />

Prémio de Poesia da Associação<br />

Portuguesa de Escritores (1997)<br />

e o Grande Prémio de Romance<br />

e Novela APE/IPLB, 2004, bem<br />

como três prémios internacionais<br />

em Itália e macedónia. Em 1998<br />

foi-lhe atribuída a Medalha de<br />

Ouro da Cidade de Florença pelas<br />

suas traduções de Dante. O Prémio<br />

Vergílio Ferreira foi criado pela<br />

Universidade de Évora em 1997,<br />

para galardoar ensaístas e/ou<br />

romancistas de língua portuguesa.<br />

Na lista dos distinguidos constam<br />

Maria Velho da Costa, Maria<br />

Judite de Carvalho, Mia Couto,<br />

Almeida Faria, Eduardo Lourenço,<br />

Óscar Lopes, Vítor M. Aguiar e<br />

Silva, Agustina Bessa <strong>Luís</strong>, Manuel<br />

Gusmão e Fernando Guimarães.<br />

PLUZZARTE<br />

subiu ao palco<br />

O grupo PLUZZARTE apresentou,<br />

em Fevereiro, <strong>no</strong> Auditório<br />

Municipal de Reguengos de<br />

Monsaraz, a peça de teatro<br />

“É urgente o amor”, de <strong>Luís</strong><br />

Francisco Rebello. A iniciativa,<br />

organizada pela Câmara Municipal<br />

de Reguengos de Monsaraz e pela<br />

Escola Secundária Conde de<br />

Monsaraz, teve como actores oito<br />

alu<strong>no</strong>s deste estabelecimento de<br />

ensi<strong>no</strong>. O grupo PLUZZARTE tem<br />

existência dramática desde o a<strong>no</strong><br />

lectivo 2003/04 e, até ao momento,<br />

as suas incursões de palco limitaram-se<br />

a pequenas actuações junto<br />

da comunidade escolar da Escola<br />

Secundária Conde de Monsaraz.<br />

Constituído por 13 alu<strong>no</strong>s, com idades<br />

compreendidas entre os 13 e os<br />

18 a<strong>no</strong>s, o grupo nasceu da paixão<br />

comum pelas artes da representação<br />

e da vontade de aproximar<br />

o teatro dos jovens.<br />

Um PDM<br />

<strong>no</strong> país da burocracia<br />

A Comissão Técnica de<br />

Acompanhamento do PDM já deu<br />

um parecer favorável sobre a proposta<br />

elaborada pela autarquia de<br />

Évora, segundo a rádio DianaFm.<br />

O presidente da Câmara de Évora,<br />

José Ernesto Oliveira, explicou<br />

que o documento entrou em fase<br />

de consulta por parte de instituições<br />

e departamentos públicos que<br />

não integram a comissão. Segue-se<br />

o período de discussão pública<br />

(60 dias). O Pla<strong>no</strong> Director<br />

Municipal de Évora entrou em revisão<br />

em 1998. Não terá chegado o<br />

momento de analisar porque é<br />

tudo tão demorado na<br />

Administração Pública?<br />

Sócrates, o líder de quem<br />

os espelhos gostam<br />

Tomou posse em Março de mensagens fundamentais.<br />

2005 levando <strong>no</strong> bolso uma Acrescente-se que tem consemaioria<br />

absoluta na guido elogios à sua direita e<br />

Assembleia da República e que, até ver, tem contado com<br />

desde então tem mantido o PS um partido conformado,<br />

<strong>no</strong> topo das intenções de voto ficando as críticas mais feroe<br />

uma imagem positiva nas zes a cargo do que resta da<br />

sondagens. José Sócrates ame- esquerda não alinhada.<br />

aça ser um «caso de estudo» Acrescente-se, por exemplo, os<br />

do marketing político, apesar argumentos utilizados por<br />

da carga fiscal, do desemprego José Miguel Júdice ao aban-<br />

e das manifestações.<br />

A região em debate<br />

é lá atrás, na página 11<br />

Assine o jornal<br />

na página 22<br />

É por ali »<br />

pub<br />

donar o PSD. Segundo o<br />

Visto de fora, o actual<br />

Primeiro-Ministro é considerado<br />

como um exemplo de político<br />

frio e eficaz, que sabe uti-<br />

lizar o instinto e que se preo-<br />

cupa em manter a liderança<br />

da agenda política. Por dentro,<br />

alguns socialistas gabam-lhe o<br />

espírito de iniciativa, mas<br />

lamentam os desvios da<br />

matriz social que caracteriza o<br />

partido em áreas como a saú-<br />

de.<br />

O «actor» José Sócrates,<br />

que sabe utilizar o teleponto e<br />

«trabalhar» com as câmaras<br />

de televisão, tem «semeado»<br />

inimigos junto de corporações<br />

de vários sectores, da saúde à<br />

educação, sem esquecer a<br />

Justiça. Ainda assim, o espe-<br />

lho adora-o e confirma-o<br />

como o líder mais popular cá<br />

do pedaço.<br />

Como se explica, então, o<br />

sucesso de Sócrates? Um<br />

recente trabalho da revista<br />

O Primeiro-Ministro<br />

tem andado à chuva<br />

mas não se molha<br />

foto www.gover<strong>no</strong>.gov.pt<br />

Expresso, o histórico socialdemocrata<br />

diz que o partido<br />

está «muito equívoco» e «mais<br />

conservador do que há 20<br />

a<strong>no</strong>s». Ainda segundo o<br />

mesmo semanário, Júdice con-<br />

sidera que quem hoje ocupa «o<br />

lugar simbólico que antes tive-<br />

ram líderes como Sá Carneiro<br />

e Cavaco, é José Sócrates».<br />

«José Sócrates transformou<br />

o Partido Socialista numa<br />

metáfora da rapacidade do<br />

cinismo neoliberal, cujas pre-<br />

tensões radicam em funções<br />

repressivas e <strong>no</strong> poder cego da<br />

imanência do económico sobre<br />

o huma<strong>no</strong>», escreveu, em<br />

Maio do a<strong>no</strong> passado, Baptista<br />

Bastos, jornalista e escritor<br />

que não morre de amores pelo<br />

líder socialista.<br />

Mas, como refere <strong>no</strong> mesmo<br />

artigo do Jornal de Negócios<br />

Baptista Bastos, o segredo do<br />

sucesso de Sócrates tem ainda<br />

Visão sobre este tema aponta outras razões: «A Direita não<br />

quatro ideias-chave: credibili- se entende consigo própria.<br />

dade, confiança, relevância e Assim sendo, como poderia<br />

centralização. É realmente verdade<br />

que tem marcado a diferença<br />

relativamente a Santana<br />

Lopes, que ainda não saltou<br />

do comboio em andamento,<br />

como Guterres e Barroso, e<br />

que tem conseguido manter<br />

uma forte disciplina <strong>no</strong> seio<br />

do Gover<strong>no</strong> <strong>no</strong> que se refere a<br />

entender-se com o País? Os<br />

seus chefes putativos, <strong>Luís</strong><br />

Marques Mendes e José<br />

Ribeiro e Castro não possuem<br />

«carisma» porque não dispõem<br />

de qualquer projecto, minima-<br />

mente verosímil, para impul-<br />

sionar alguma alteração ao 'sis-<br />

tema'».<br />

~ <strong>no</strong>tícias alentejo<br />

<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

entre” aspas”<br />

«Um "documentário" exibido<br />

na RTP (…) transformou-se <strong>no</strong><br />

exaltado panegírico de Salazar,<br />

sob a manhosa aparência de<br />

"objectivo". O autor, Jaime<br />

Nogueira Pinto, é um homem<br />

astuto, mas não tão inteligente<br />

quanto. Ocultou, entre um rol<br />

de malignidades, que o ditador<br />

fascista destruiu a incipiente<br />

Escola de Matemática de<br />

Lisboa, perseguiu e homiziou<br />

gente da craveira dos profs.<br />

Ruy <strong>Luís</strong> Gomes, José Morgado,<br />

Aniceto Monteiro (criador da<br />

famosa Escola de Matemática<br />

da Argentina), Gustavo de<br />

Castro, Bento de Jesus Caraça,<br />

Manuel Valadares (que chegou<br />

a ser convidado por Albert<br />

Einstein para seu assistente),<br />

Mário Silva, Pulido Valente,<br />

Francisco Martins - a lista<br />

é inumerável. Está provado:<br />

Salazar deu ordens directas<br />

para o assassínio de Humberto<br />

Delgado. A bestialidade das torturas<br />

na polícia política era dele<br />

amplamente conhecida. Não<br />

houve família portuguesa que<br />

não tivesse um pai, um filho,<br />

um parente, um amigo, um companheiro<br />

na cadeia ou <strong>no</strong> exílio.<br />

A PIDE e, antes dela, as antecessoras<br />

com outro baptismo,<br />

possuíam fichas de quatro<br />

milhões e meio de portugueses,<br />

e dispunham de quase quatrocentos<br />

mil bufos. Eu próprio fui<br />

denunciado por um canalha,<br />

António Morais de Carvalho,<br />

redactor do jornal "A Voz"<br />

e chefe de Redacção do semanário<br />

monárquico "O Debate",<br />

além de procurador à Câmara<br />

Corporativa. Era amigo do meu<br />

Pai e conhecia-me de garoto.<br />

Pela delação recebeu a importância<br />

de 200 escudos. Vivemos,<br />

durante cinquenta a<strong>no</strong>s,<br />

sequestrados pelo medo, pelo<br />

terror, pela brutalidade, sob<br />

o beneplácito da Igreja e as bênçãos<br />

do cardeal Cerejeira.<br />

Mesmo os recalcitrantes eclesiásticos,<br />

como D. António<br />

Ferreira Gomes, bispo do Porto,<br />

Abel Varzim, Padre Américo,<br />

Felicidade Alves, muitos mais<br />

outros, foram importunados.<br />

Salazar, culturalmente medíocre,<br />

balizou o País segundo<br />

a métrica da sua mediania.<br />

Foi o mesquinho na mesquinhez.<br />

É uma história medonha,<br />

impossível de esquecer apesar<br />

dos constantes branqueamentos<br />

com que inescrupulosos preopinantes<br />

tentam suavizar.<br />

Lembro, a propósito, um poema<br />

da grande Sophia de Mello<br />

Breyner, a que chamou "O Velho<br />

Abutre": "O velho abutre é sábio<br />

e alisa as suas penas / A podridão<br />

lhe agrada e seus discursos<br />

/ Têm o dom de tornar as<br />

almas mais pequenas". O poema,<br />

assim como outros, de<br />

incomparável beleza violenta,<br />

compô-los Sophia em 1962<br />

("Livro Sexto" - III "As Grades"),<br />

e constituem um corajoso protesto<br />

contra esse "tempo de<br />

silêncio e de mordaça", como<br />

ela o definiu. Relembrar a poetisa<br />

é não só homenagear uma<br />

extraordinária portuguesa,<br />

como recusar o apagamento<br />

da História. Sophia, a maior<br />

entre os maiores»<br />

Baptista Bastos<br />

www.negocios.pt


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Associação<br />

Académica<br />

promove<br />

concurso<br />

de bandas<br />

Proporcionar oportunida- pela Associação Acadédes<br />

aos jovens com talento<br />

na área musical, estimular<br />

a formação e o trabalho<br />

desenvolvido pelas cha-<br />

madas bandas de garagem<br />

e oferecer um evento<br />

caracterizado por diferenmica<br />

da Universidade de<br />

Évora, o primeiro prémio<br />

inclui a gravação de três<br />

temas e a garantia de<br />

actuação da banda <strong>no</strong><br />

encerramento do mês da<br />

tes estilos musicais aos<br />

Juventude, na Queima<br />

jovens e à comunidade em das Fitas e na Feira de<br />

geral, são os objectivos da São João.<br />

realização do Concurso de<br />

Bandas, organizado pela Informações e Contactos:<br />

Associação Académica da Associação Académica da<br />

Universidade de Évora. Universidade de Évora<br />

O período de inscrição e Rua Diogo Cão, n.º 21,<br />

entrega de maquetas para 7000-872 Évora<br />

o Concurso e termina <strong>no</strong> Tel.: 266 74 89 50 / 52<br />

dia 7 de Março de 2007. Fax: 266 74 89 51<br />

De acordo com a infor- Email: aaue@uevora.pt<br />

mação disponibilizada Web: www.aaue.pt<br />

Évora recebe<br />

«Matemática em Jogo»<br />

A exposição “Matemática em jogos mais antigos e com tabu-<br />

Jogo” realiza-se de 3 a 10 de leiros e material diverso para<br />

Março, das 9 horas às 17 jogar outros jogos apresentahoras,<br />

<strong>no</strong> Mercado Municipal dos, cujas regras estarão à disde<br />

Évora, organizada pela posição, bem como apoio de<br />

Associação Ludus, pelo docentes do Departamento de<br />

Departamento de Matemática Matemática da Universidade<br />

da Universidade de Évora e de Évora. Para além disso,<br />

pela Câmara Municipal de<br />

serão postas em evidência<br />

Évora e integrada <strong>no</strong> mês da<br />

algumas ligações inusitadas<br />

Juventude. Esta exposição,<br />

que esteve recentemente <strong>no</strong><br />

entre a matemática e estes<br />

Centro Cultural de Belém,<br />

jogos, para além da simples<br />

conta com uma parte históri- proximidade entre o pensaca,<br />

em que se exploram alguns mento estratégico e o pensa-<br />

dos jogos de estratégia que mento matemático. No dia 9<br />

acompanham a humanidade de Março, Évora recebe a final<br />

desde tempos imemoriais até do 3º Campeonato Nacional<br />

aos <strong>no</strong>ssos dias. Conta ainda de Jogos Matemáticos, <strong>no</strong><br />

com réplicas em pedra de Palácio D. Manuel.<br />

Fundação Alentejo-Terra Mãe<br />

expõe «Raízes»<br />

«Raízes» é o título da expo- vés das quais Pantoja Rojão,<br />

sição de pintura de Pantoja um dos mais importantes<br />

Rojão que vai estar patente, médicos pintores da actualide<br />

16 a 30 de Março, <strong>no</strong> dade, natural de Évora, pro-<br />

Salão de Exposições da cura essencialmente retra-<br />

Fundação Alentejo Terra-<br />

tar “temas e situações liga-<br />

Mãe em Évora. A inaugura- dos à vivência do Alentejo,<br />

ção da exposição terá lugar às suas origens e raízes”.<br />

<strong>no</strong> dia 16 de Março, sextafeira,<br />

a partir das 17h30, e<br />

contará com a actuação do<br />

grupo Cantares de Évora -<br />

Coral Et<strong>no</strong>gráfico. A mostra<br />

apresenta ao público cerca<br />

de três dezenas de óleos, acrílicos,<br />

guaches, aguarelas,<br />

técnicas mistas e colagens,<br />

incluindo também alguma<br />

obra gráfica. Trata-se de um<br />

conjunto de trabalhos atra-<br />

pub<br />

19<br />

~<strong>no</strong> fecho<br />

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20<br />

crónica~<br />

<strong>Luís</strong> <strong>Carmelo</strong><br />

luis.carmelo@sapo.pt<br />

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Há 20 a<strong>no</strong>s uma referência<br />

porque o Alentejo merece<br />

A liberdade e a escrita:<br />

literatura e blogues *<br />

bilhete postal<br />

bilhete postal<br />

Évora, por David Prazeres<br />

Foto: David Prazeres<br />

La Torada, por Pablo Picasso<br />

<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

tópicos<br />

Uma pessoa pode ser livre paradoxo da sua liberdade século XVIII para cá, foi os, assim como o tipo de<br />

e sentir-se livre, mas se se torna eficaz e mais as feita nesta ou a partir desta interacção que, na comuniveste<br />

o a<strong>no</strong>raque de escritor vozes criadas pelo escritor clausura. E sem que nin- cação literária, acede ao<br />

deixa imediatamente de serão tendencialmente guém sublinhasse o facto, estético e que, <strong>no</strong>s blogues,<br />

o ser. Um escritor está sem- vozes livres e, portanto, ou pelo me<strong>no</strong>s a importân- apenas acede à “estesia”<br />

pre condicionado por uma à procura de sentido. cia que ela releva. (a simultaneidade entre<br />

forma que é a literária e por A liberdade não é um pre- Nos blogues, a questão da a pura sinalização e um<br />

um universo que dita regras sente que se receba do céu. escrita, em si, não é subs- certo regresso ingénuo<br />

e eficácias de todo o tipo É antes uma disposição indi- tancialmente diferente. à poiesis: a linguagem que<br />

(técnicas, comunicacionais, vidual e um entendimento O que muda é a provisorie- joga com a linguagem).<br />

hermenêuticas, etc.). geral que se poderão rever dade (as formas em estado Seja como for, a liberdade<br />

No entanto, esses limites um ao outro <strong>no</strong> mútuo usu- de permanente subtracção <strong>no</strong>s blogues continua a não<br />

reais à liberdade é que aca- fruto dos actos do quotidia- e adição), a enunciação sín- ser uma coisa oferecida.<br />

bam, paradoxalmente, por <strong>no</strong>. A literatura é um desses crona e plural, a metacon- É o usufruto radical de um<br />

construir o horizonte de actos, como qualquer outro. textualidade (as formas acto de escrita, <strong>no</strong> perpétuo<br />

liberdade que o escritor Pelo meu lado, nunca sacra- criam o seu próprio contex- pas de deux com os limites<br />

pode, ou não, usufruir. lizei a actividade, nem tão- to, deixando de haver um desse mesmo acto, que<br />

Esse usufruto é afinal a sua pouco a entendi como parti- “de fora” e “um de dentro” melhor escrutina e define<br />

liberdade. E quanto mais cularmente “libertadora” <strong>no</strong> evidentes), a reversibilidade a liberdade. Ela - a liberdao<br />

escritor se sentir livre sentido de poder estar ao (multimodalidade e coexis- de - estará sempre lá, potenpara<br />

contornar as narrati- serviço de “causas”. É aí que tência de registos) e o incor- cialmente, como um gesto<br />

vas que 'andam <strong>no</strong> ar' (aque- ela, precisamente, deixa de póreo (<strong>no</strong> sentido de um lapidar, ou insignificante<br />

les 'valores gerais' - políti- ser usufruto para passar a agregado que não é motivacos,<br />

meramente ideológicos não ser livre. Para passar a do por um centro mas por<br />

ou de “auto-ajuda”, como ser narrativa enclausurada vários). O que muda é ainda<br />

agora se diz - que são res- em narrativa. Grande parte e sobretudo a posição relatipostas<br />

para tudo), mais esse da história da literatura, do va entre escritor e auditóri-<br />

pub<br />

* publicado <strong>no</strong><br />

Expresso on-line


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

Pelo canto<br />

do olho<br />

J. Alberto Ferreira<br />

jaf@escritanapaisagem.net<br />

Breves <strong>no</strong>tas<br />

sobre ciência<br />

Gonçalo M. Tavares<br />

Lisboa, Relógio d'Água, 2006<br />

complexos e paradoxalmente<br />

simples. As Breves <strong>no</strong>tas sobre<br />

ciência não fogem a esta regra.<br />

‘Claro que o Perigo é a origem<br />

dos métodos científicos mais<br />

Perguntas (e respostas)<br />

sobre investigação<br />

eficazes. / Se o Homem fosse<br />

imortal ainda não teria<br />

Podem identificar-se ao longo<br />

inventado a roda [...]’ (p. 11)<br />

do <strong>livro</strong> temas nucleares, como<br />

Dos métodos<br />

científicos<br />

que FAQ's (frequently asked<br />

questions, perguntas feitas frequentemente),<br />

ou o que sempre<br />

quis saber sobre investigação.<br />

As respostas são, como as per-<br />

guntas, sempre parte do proble-<br />

A investigação científica está<br />

na ordem do dia, guindada às<br />

primeiras páginas dos jornais<br />

e ao coração da agenda política.<br />

E, por esta via, presente <strong>no</strong><br />

debate quotidia<strong>no</strong> com tonali-<br />

dades de rigor matricial e frequentemente<br />

associada a promessas<br />

de felicidade (tec<strong>no</strong>lógica<br />

ou política, por exemplo) ou<br />

a garantias de futuro.<br />

Neste <strong>livro</strong> de Gonçalo M.<br />

Tavares, autor sobejamente<br />

conhecido por obras tão diversas<br />

como Jerusalém (da série<br />

dos <strong>livro</strong>s negros), A colher de<br />

Samuel Beckett (teatro) ou os (já<br />

seis) <strong>livro</strong>s da série do bairro, a<br />

questão vê-se colocada <strong>no</strong> pla<strong>no</strong><br />

do literário, mas nem por isso<br />

deixa de pensar a felicidade e a<br />

beleza da ciência. Com as marcas,<br />

reconhecíveis já, da escrita<br />

quase aforística deste professor<br />

da Universidade de Lisboa,<br />

escrita que se afirmou desde<br />

logo única <strong>no</strong> pa<strong>no</strong>rama con-<br />

temporâneo, pela inventiva radi-<br />

cal e pela permanente convocação<br />

(raramente de forma linear<br />

ou recorrendo ao argumento de<br />

autoridade) da reflexão filosófica<br />

e epistemológica, de citações<br />

de autores literários e pensadores<br />

(Borges e Wittgenstein, por<br />

exemplo, ou Brecht e Barthes,<br />

ma. A exigir uma leitura<br />

Exactidão? «Ser exacto em<br />

ciências é errar num tom de<br />

voz mais firme do que os<br />

outros» (p. 17). Investigar?<br />

«Como seria possível caminhar<br />

e direcção ao Mistério?<br />

Em direcção ao que não sei?»<br />

(p. 20). A pergunta é feita com<br />

Wittgenstein à vista. E a res-<br />

posta também, desassombrada:<br />

«Se caminho em direcção ao<br />

Mistério é porque o Mistério já<br />

foi desvendado por mim». É que<br />

«não investigas, divertes-te.<br />

Crias dificuldades e conceitos<br />

para atrasar a tua chegada. /<br />

Amanhã chegarás ao esconderi-<br />

jo onde ainda hoje escondeste a<br />

resposta» (p. 21). O especialista?<br />

«Queres trazer algo de <strong><strong>no</strong>vo</strong> a<br />

esta caixa quadrada de 1 metro<br />

por 1 metro? / Então procura<br />

algo fora dela [...] Como enten-<br />

der, pois, os especialistas?»<br />

(p. 39). Objectividade? «Quem<br />

defende a objectividade em ciência<br />

anula-se como sujeito e orgulha-se<br />

disso [...]. Porém, há pessoas<br />

que não acreditam em ciência<br />

feita por objectos» (p. 46).<br />

Instrumentos científicos? «Cada<br />

instrumento científico é uma<br />

resposta às necessidades do<br />

investigador» (p. 48).<br />

Metodologia? «Tu não usas uma<br />

comunidade científica» (p. 80).<br />

A mentira: «A ciência proíbe<br />

a mentira, porém, a mentira<br />

existe, e tudo o que existe é verdadeiro»<br />

(104). Investigar outra<br />

vez, para fechar o ciclo: «Investigar<br />

é não repetir um raciocínio.<br />

Eis o difícil» (p. 134).<br />

Arte de<br />

jardinar<br />

Ressalvo que estas Notas bre-<br />

ves não se apresentam com<br />

o um manual de introdução<br />

à investigação (embora o título<br />

brinque com a ambiguidade<br />

dessa expectativa), antes parti-<br />

lha com outros da produção de<br />

Gonçalo M. Tavares (O <strong>livro</strong> da<br />

dança ou Histórias falsas, por<br />

exemplo) dessa dimensão de<br />

inquirição pela linguagem<br />

e pela beleza que caracterizam<br />

sorial. É por aí que caracteriza<br />

a metáfora como «ferramenta»<br />

outra da investigação. Deixá-la<br />

«fora da ciência exclui um conjunto<br />

de soluções possíveis e,<br />

portanto, de problemas»<br />

(p. 113). É um caminho, em última<br />

instância, em direcção à<br />

beleza, porque o «cientista per-<br />

feito é também jardineiro: acredita<br />

que a beleza é conhecimento»<br />

(p. 36; cfr. ainda 37, 100).<br />

Pensar<br />

ligeiramente ao lado<br />

«Observar pelo canto do olho é,<br />

em ciência, começar a elaborar<br />

a hipótese. [...] Observar a realidade<br />

pelo canto do olho, isto é:<br />

pensar ligeiramente ao lado.<br />

A isto chama-se criatividade.<br />

Daqui saíram todas as teorias<br />

científicas importantes» (p. 75).<br />

ou Valéry e Russell). Os resulta- metodologia. Tu és a metodolo- a literatura deste autor.<br />

Creio que devemos dizer o<br />

dos são, numa produção que já gia que usas» (p. 62). A verdade: É por essa via que esta teoria mesmo desta, entre a poesia<br />

conta número significativo de «Eis as verdades, e eis as menti- da investigação científica (ficci- e a ciência, entre a filosofia<br />

títulos, surpreendentes e lumi- ras» (p. 70). O erro: «Os erros onada? camuflada?) considera e a beleza. Que outra forma<br />

<strong>no</strong>sos, divertidos e aliciantes, científicos são erros de uma exactamente uma dimensão sen- teria o autor de a escrever?<br />

FEIRA DO LIVRO<br />

Entre os dias 18 a 23 de Março decorrerá,<br />

<strong>no</strong> espaço da Biblioteca Escolar Professor Manuel Talhante,<br />

a Feira do Livro numa parceria entre a Escola Secundária<br />

e a livraria SÍTIO DAS LETRAS<br />

Aguardamos a sua presença<br />

21<br />

~ música&letra<br />

SÍTIO DAS LETRAS LIVRARIA<br />

2007<br />

LER<br />

PARA<br />

SER<br />

A<strong>no</strong><br />

Novo,<br />

Livros<br />

Novos<br />

7 2007<br />

SÍTIO DAS LETRAS<br />

Rua S. João de Deus, 18<br />

sitiodasletras.rmz@sapo.pt<br />

Tel. 266 508 010<br />

REGUENGOS DE MONSARAZ


22<br />

João Espinho*<br />

joao.espinho@netvisao.pt<br />

Anualmente, mais ou me<strong>no</strong>s acontecimento, não através de tex- em causídico que denuncia a calamipor<br />

esta altura, são divulgadas tos, mas de fotografias. dade.<br />

as fotografias premiadas pela Invariavelmente, são as imagens Por momentos - o momento da<br />

World Press Photo captadas em teatros de guerra, ou de visita - a <strong>no</strong>tícia é-<strong>no</strong>s servida de<br />

(http://www.worldpressphoto.com/), desgraça, as mais premiadas. Serão uma forma diferente.<br />

organização independente sedeada também, não duvido, as mais apreci- Não vamos ver imagens de uma<br />

em Amesterdão, vocacionada para adas. Corpos mutilados, exércitos guerra. Não vamos visitar registos<br />

promover o fotojornalismo e respon- lado a lado com esqueletos, cidades de um território dizimado. A exposisável<br />

pelo maior e talvez mais pres- destruídas e crianças famintas, são ção WPP serve-<strong>no</strong>s a guerra, a destigiado<br />

concurso de fotografia do ingredientes que o leitor das ima- graça, o horror, como se de um<br />

mundo. Com mais de 50 a<strong>no</strong>s de exis- gens da exposição da WPP tem ao revista de culinária se tratasse<br />

tência, a WPP tem tido um trabalho seu dispor para construir a <strong>no</strong>tícia. (e onde sabemos que vamos encondig<strong>no</strong><br />

de destaque na descoberta de Construir a <strong>no</strong>tícia? trar as iguarias muito bem compos<strong><strong>no</strong>vo</strong>s<br />

valores <strong>no</strong> fotojornalismo, Deveria ser assim. tas e ornamentadas).<br />

ao mesmo tempo que confirma Mas o fotojornalismo dos dias de A fotografia vencedora do<br />

a Fotografia como Arte. Refira-se hoje não deixa margem para inter- Concurso WPP 2007 é disso um bom<br />

que a exposição itinerante da WPP pretações. O leitor pode, quanto mui- exemplo. Um grupo de jovens libaé<br />

vista anualmente por mais de to, avançar emotivamente com algu- neses, de aspecto cosmopolita,<br />

2 milhões de visitantes em 45 paí- mas questões, interrogar-se sobre fazendo-se transportar num descases.<br />

Portimão recebe a exposição de a crueldade das imagens. A fotogra- potável vermelho metalizado, passe-<br />

21 de Julho a 12 de Agosto e na cida- fia é, assim, uma antecâmara da ia-se perante um cenário de destruide<br />

da Maia estará patente ao público exclamação de horror, da manifesta- ção num bairro de Beirute. A imadurante<br />

o mês de Novembro. ção de repúdio. O espectador, magi- gem é servida a frio, retrata uma<br />

Quem já teve o privilégio de camente, afasta o fotógrafo - o que contradição, e ao espectador não resobservar<br />

as obras patentes nas expo- pôs em evidência a <strong>no</strong>tícia - esquece tará mais do que lamentar o facto de<br />

sições da WPP, sabe que ali se fala, os timbres, as escalas, os contrastes a desgraça ser tão fotogénica.<br />

essencialmente, de jornalismo, da - a técnica - e transforma-se em juiz<br />

forma como é dada uma <strong>no</strong>tícia, do escândalo, em advogado de acucomo<br />

se transmite determinado sação dos senhores da guerra,<br />

cupão de assinatura<br />

1 a<strong>no</strong>, 12 números, 12 €<br />

Nome<br />

Morada<br />

Cód. Postal Localidade<br />

Tel. E-mail<br />

‘A desgraça<br />

é fotogénica’<br />

Envie para: Rua S. João de Deus, 18 7200-376 Reguengos de Monsaraz ou para o Fax: 266 508 019<br />

informações: Telefone: 266 508 012 Telemóvel: 967 032 441 E-mail: <strong>no</strong>ticiasalentejo@sapo.pt<br />

...dafotografia ...dapoesia<br />

* editor do blogue<br />

http://pracadarepublica.weblog.com.pt<br />

venha<br />

uma<br />

dúzia<br />

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e o jornal<br />

vai até aí.<br />

<strong>no</strong>tícias alentejo~<br />

Março 2007<br />

Fala do<br />

Homem<br />

Nascido<br />

Venho da terra assombrada,<br />

do ventre da minha mãe;<br />

não pretendo roubar nada<br />

nem fazer mal a ninguém.<br />

Só quero o que me é devido<br />

por me trazerem aqui,<br />

que eu nem sequer fui ouvido<br />

<strong>no</strong> acto de que nasci.<br />

Trago boca para comer<br />

e olhos para desejar.<br />

Com licença, quero passar,<br />

tenho pressa de viver.<br />

Com licença! Com licença!<br />

Que a vida é água a correr.<br />

Venho do fundo do tempo;<br />

não tenho tempo a perder.<br />

Minha barca aparelhada<br />

solta o pa<strong>no</strong> rumo ao <strong>no</strong>rte;<br />

meu desejo é passaporte<br />

para a fronteira fechada.<br />

Não há ventos que não prestem<br />

nem marés que não convenham,<br />

nem forças que me molestem,<br />

correntes que me detenham.<br />

Quero eu e a Natureza,<br />

que a Natureza sou eu,<br />

e as forças da Natureza<br />

nunca ninguém as venceu.<br />

Com licença! Com licença!<br />

Que a barca se faz ao mar.<br />

Não há poder que me vença.<br />

Mesmo morto hei de passar.<br />

Com licença! Com licença!<br />

Com rumo à estrela polar.<br />

António Gedeão<br />

(Rómulo Vasco da Gama de Carvalho)<br />

Nasceu em Lisboa em 1906. Em 1931<br />

licenciou se em Ciências Físico<br />

Químicas pela Faculdade de Ciências<br />

da Universidade do Porto e em 1932<br />

conclui o curso de Ciências Pedagógicas<br />

na Faculdade de Letras. Professor,<br />

investigador, pedagogo e historiador da<br />

ciência, bem como o poeta, foi reconhecido<br />

publicamente por personalidades<br />

da política, da ciência, das letras<br />

e da música. Faleceu em 1997.


<strong>no</strong>tícias alentejo~ Março 2007<br />

2 concepts<br />

híbridos<br />

e o <strong><strong>no</strong>vo</strong><br />

Toyota Auris<br />

em exibição<br />

<strong>no</strong> Salão<br />

Internacional<br />

de Genebra<br />

O empenhamento da Toyota<br />

naquela que é a sua visão para<br />

uma mobilidade sustentável<br />

vai estar patente <strong>no</strong> Salão<br />

Internacional de Genebra<br />

2007. A revelação de dois concept<br />

híbridos demonstra uma<br />

das possíveis soluções de aplicação<br />

desta tec<strong>no</strong>logia <strong>no</strong><br />

transporte <strong>no</strong> futuro de bens<br />

e pessoas.<br />

A mostra da tec<strong>no</strong>logia<br />

híbrida vem reforçar o posicionamento<br />

da Toyota na pesquisa<br />

e aplicação de soluções<br />

que tornem os automóveis<br />

me<strong>no</strong>s agressivos para o ambiente.<br />

O sistema Hybrid<br />

Synergy Drive® encontra-se<br />

<strong>no</strong> centro da estratégia, sendo<br />

essencial para percorrer o<br />

caminho em direcção ao veículo<br />

100% ecológico. No Salão<br />

Internacional de Genebra<br />

2007, a Toyota vai marcar a<br />

estreia mundial do Hybrid X<br />

- um concept que apresenta<br />

uma <strong>no</strong>va linguagem de<br />

design para os veículos híbridos,<br />

assim como <strong>no</strong>vas soluções<br />

técnicas para o futuro.<br />

Por outro lado, o FT-HS,<br />

Future Toyota Hybrid<br />

Sports, apresenta-se como<br />

um concept desportivo do<br />

século 21 - motor frontal,<br />

tracção traseira, design desportivo,<br />

projectado para uma<br />

aceleração dos 0 - 100 Km/h<br />

na fasquia dos quatro segundos.<br />

O FT-HS apresenta um<br />

e<strong>no</strong>rme potencial da tec<strong>no</strong>logia<br />

híbrida, oferecendo uma<br />

<strong>no</strong>va e emocionante experiência<br />

de condução a par da<br />

performance ambiental.<br />

O <strong><strong>no</strong>vo</strong> Toyota Auris vai<br />

ser revelado, pela primeira<br />

vez na Europa, na versão de<br />

três portas. Este Auris vai possuir<br />

uma cor distinta, assim<br />

como jantes com um design<br />

especial.<br />

O Toyota Avensis, modelo<br />

de topo na vasta gama Toyota,<br />

foi melhorado com alguns equipamentos,<br />

entre os quais,<br />

o sistema de navegação GPS<br />

com ecrã de sete polegadas<br />

sensível ao toque.<br />

Citroën Grand C4 Picasso<br />

vence título nacional de<br />

«Carro do A<strong>no</strong> - Troféu<br />

Volante de Cristal - 2007»<br />

Jorge Reis<br />

jorgereis@lusomotores.com<br />

recém-apresentado C4 o título de carro do a<strong>no</strong><br />

Picasso de cinco lugares - o de Mo<strong><strong>no</strong>vo</strong>lume do A<strong>no</strong>,<br />

vem trazer mais uma <strong>no</strong>vi- enquanto que o Toyota<br />

dade ao mercado nacio-<br />

Avensis mereceu a distinnal,<br />

isto porque é a pri-<br />

meira vez, desde que este ção de Carrinha do A<strong>no</strong>.<br />

prémio foi instituído, em Ainda o Lexus GS 430h,<br />

1984, que um mo<strong><strong>no</strong>vo</strong>lu-<br />

como Executivo do A<strong>no</strong>,<br />

me ganha o título de o BMW 335i Coupé, como<br />

Carro do A<strong>no</strong> em Desportivo do A<strong>no</strong>, e o<br />

"português" Volkswagen<br />

Eos, <strong>no</strong>meado como<br />

No mesmo dia em que Portugal, curiosamente<br />

a Citroën apresentou, em <strong>no</strong> mesmo a<strong>no</strong> em que,<br />

Barcelona, o <strong><strong>no</strong>vo</strong> Citroën<br />

C4, de cinco lugares, que<br />

deverá chegar ao mercado<br />

em termos internacionais,<br />

a Ford tinha dado o "pon-<br />

tapé de saída" com a<br />

Descapotável do A<strong>no</strong>,<br />

a par do BMW X3, indica-<br />

nacional dentro de dois <strong>no</strong>meação de outro mo<strong>no</strong>- do como o Todo-o-Terre<strong>no</strong><br />

meses, a marca francesa<br />

em Portugal viu o agora<br />

apelidado de Citroën<br />

Grand C4 Picasso, o modelo<br />

de sete lugares, ser<br />

escolhido por um painel<br />

volume, o S MAX, como<br />

carro internacional do<br />

a<strong>no</strong>.<br />

Em cerimónia organi-<br />

zada pelo AutoSport <strong>no</strong><br />

Blues Café, na zona ribei-<br />

do A<strong>no</strong>, completaram<br />

o leque de <strong>no</strong>meações da<br />

<strong>no</strong>ite em termos de produtos<br />

automóvel.<br />

Esta iniciativa, que<br />

de 20 jornalistas, em rinha de Lisboa, o Citroën como referimos atrás foi<br />

representação de igual<br />

número de órgãos de<br />

Comunicação Social,<br />

como vencedor do título<br />

nacional "Carro do A<strong>no</strong> -<br />

Volante de Cristal - 2007".<br />

C4 ultrapassou assim os<br />

restantes 22 modelos colocados<br />

a concurso, naquele<br />

que foi a edição em que<br />

houve mais modelos ins-<br />

critos para o título nesta<br />

promovida pelo semaná-<br />

rio "AutoSport", homenageou<br />

a Renault como<br />

"Entidade/Personalidade<br />

do A<strong>no</strong>", em homenagem<br />

Este acaba por ser o categoria que poderemos aos 25 a<strong>no</strong>s de ligação da<br />

segundo prémio para a<br />

linha C4 da Citroen, isto<br />

porque já em 2005 o júri<br />

do Carro do A<strong>no</strong>, iniciativa<br />

do jornal AutoSport,<br />

escolhera o Citroën C4<br />

como o vencedor nesse<br />

classificar de "global".<br />

Na cerimónia desta<br />

quinta-feira foram ainda<br />

atribuídos prémios aos<br />

vencedores das diversas<br />

classes do Carro do<br />

A<strong>no</strong>/Troféu Volante de<br />

marca francesa ao des-<br />

porto automóvel nacio-<br />

nal, de que, curiosamente,<br />

se despede este a<strong>no</strong> com<br />

a dedicação praticamente<br />

exclusiva à aposta do<br />

a<strong>no</strong> deste importante Cristal, que tinham como construtor na Fórmula<br />

galardão para o mercado<br />

automóvel nacional.<br />

Esta <strong>no</strong>meação do<br />

Citroën Grand C4 Picasso<br />

- vamos chamar-lhe assim<br />

para não o confudirmos, a<br />

propósito distinguir as<br />

melhores propostas do<br />

a<strong>no</strong> em cada segmento<br />

de mercado. Assim,<br />

o Peugeot 207 foi <strong>no</strong>meado<br />

Utilitário do A<strong>no</strong>, o C4<br />

Um. Foram ainda distin-<br />

guidos Filipe Albuquerque,<br />

como Piloto do A<strong>no</strong><br />

em Portugal, e António<br />

Félix da Costa como<br />

partir de agora, com o Picasso acumulou com Piloto Revelação.<br />

23<br />

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