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22-06-2007 (Destak Fim-de-Semana)

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04<br />

<strong>Destak</strong><br />

<strong>Destak</strong><br />

IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />

FIM-DE-SEMANA<br />

Veneno<br />

Não é politicamente correcto dizê-lo, mas a maior parte das pessoas<br />

chateia-se <strong>de</strong> morte aos fins-<strong>de</strong>-semana. É claro que este Especial <strong>Destak</strong>po<strong>de</strong><br />

ajudá-los um bocadinho, mas por aqui não fazemos fretes<br />

nemanósprópriosetemosumcompromissocomaverda<strong>de</strong>.Eaverda<strong>de</strong>,<br />

meus amigos, é que nunca tivemos tanto tempo livre (que o ministro<br />

do Trabalho não nos oiça), mas nunca o empregamos tão mal.<br />

O que os outros pe<strong>de</strong>m <strong>de</strong> nós, e sobretudo o que pedimos <strong>de</strong> nós<br />

mesmos, é absolutamente <strong>de</strong>sumano. Ao sábado e domingo queremos<br />

tudo: esquecer um emprego que não passa da cepa torta, <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> lado o stress que nos leva a correr como formigas, lavar da memória<br />

os engarrafamentos, as paragens do autocarro à torreira do<br />

sol. Pior do que esquecer, queremos sentirmo-nos compensados <strong>de</strong><br />

tanta irritação e cansaço. Sonhamos que uma cena <strong>de</strong> amor, uma ida<br />

ao cinema, um concerto <strong>de</strong> rock, ou um jogo <strong>de</strong> futebol nos<br />

resgatem da escravatura a que estamos entregues<br />

nosoutroscincodias.<br />

Só que não sabemos como fazer a transição. Como<br />

evitar encher os dias e as horas com activida<strong>de</strong>s diferentes,écerto,masquenos<strong>de</strong>ixamvazioseesgotados.<br />

Tão cansados e ansiosos que até a segunda-feira<br />

nos parece estupidamente resgatadora!<br />

Aqui no <strong>Destak</strong>não fazemos milagres, mas po<strong>de</strong>mosdar-lhealgumasi<strong>de</strong>ias<strong>de</strong>comogozarplenamente<br />

estes dois dias <strong>de</strong> folga. Claro que a solução<br />

i<strong>de</strong>al seria a da cabina telefónica, em que,<br />

qual Super-Homem, entrávamos <strong>de</strong> fato e gravatae<strong>de</strong>pois<strong>de</strong>duaspiruetas,saíamos<strong>de</strong>licraazul-bebéecomtodosospo<strong>de</strong>resdomundo,inclusiveo<strong>de</strong>voarparalonge<strong>de</strong>todasaschatices(e<strong>de</strong>todososchatos!).<br />

Mas à falta <strong>de</strong>ssa, sobram-<br />

-nos as i<strong>de</strong>ias que se seguem.<br />

Aproveite para pôr o<br />

sono em dia. Os portugueses<br />

andam cansados até dizer<br />

basta. A maioria dorme menos<strong>de</strong>seishoras/diaemmédia,<br />

e os especialistas garantemquenãochega.Aosába<br />

Dê o grito<br />

6ª Feira · <strong>22</strong> <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> <strong>2007</strong><br />

do Ipiranga<br />

doedomingoatentaçãoéficarnacamaatémaistar<strong>de</strong>,oquequalquer<br />

pessoa<strong>de</strong>bomsensoenten<strong>de</strong>eaprova,masinfelizmenteossenhoresque<br />

estudam o nosso biorritmo garantem que é uma armadilha, cuja factura<br />

se paga cara. Depois, a manhã <strong>de</strong> segunda é insuportavelmente penosa.<br />

Alternativa recomendada, a sesta! A sesta refresca os neurónios, quebra<br />

a monotonia, <strong>de</strong>ixa-nos mais concentrados, e ainda por cima dá-nos o infinito<br />

prazer <strong>de</strong> adormecer <strong>de</strong>vagarinho, saboreando o sono a levar-nos<br />

para cada vez mais longe.<br />

De “programa” na mão. É uma cretinice, convenhamos, mas<br />

quem tem uma vida semanal a cem à hora sabe que é quase impossível<br />

<strong>de</strong>sligar a cabeça daquilo que se <strong>de</strong>ixou sobre a mesa do escritório,<br />

ou das tarefas que o esperam na semana seguinte. O psicólogo<br />

norte-americano Joe Robinson <strong>de</strong>scobriu que o nosso organismo precisa<br />

<strong>de</strong> duas semanas inteirinhas para cortar com os seus hábitos.<br />

Daí que, quando se é o feliz proprietário <strong>de</strong> apenas dois dias, a única<br />

solução é envolver-se em activida<strong>de</strong>s tão intensas que ocupem o cérebro<br />

a tempo inteiro, distraindo-o compulsivamente. Se é <strong>de</strong>sses, não<br />

se dê tréguas, e aposte no cansaço físico, que é um óptimo remédio<br />

anti-stress: corra, faça escalada, vá ao ginásio, planeie um passeio, estu<strong>de</strong><br />

o mapa da viagem, dê um jantar, mu<strong>de</strong> a roupa <strong>de</strong> Inverno para<br />

a <strong>de</strong> Verão e alinhe as camisolas por cores, invente, a escolha é sua...<br />

Talvez assim canse o suficiente o corpo e a mente para po<strong>de</strong>r encontrar<br />

a paz <strong>de</strong> espírito.<br />

Recuse a culpabilida<strong>de</strong>. Os mundos das mulheres e dos homens<br />

aproximaram-se, mas apenas ligeiramente. Elas continuam a acreditar<br />

nas máximas <strong>de</strong> escuteiro que lhes impingiram: o egoísmo é um pecado, é<br />

obrigatório dar tudo. Daíque qualquer espaço livre <strong>de</strong>va ser <strong>de</strong>dicado a<br />

uma lista infinita <strong>de</strong> gente, que vai dos filhos, ao marido, passando pelos<br />

sogros e pelos pais, sem esquecer, é claro, o cão que há uma eternida<strong>de</strong><br />

não corre na praia! Se tal não acontecer <strong>de</strong>sce sobre elas um imenso e<br />

inexplicável sentimento <strong>de</strong> culpa. Que não adianta nada à vida <strong>de</strong> ninguém.<br />

Seria muito mais útil que em lugar <strong>de</strong> andarem por aí a arrastar-se<br />

no papel <strong>de</strong> vítimas, tivessem a coragem <strong>de</strong> recusar chantagens, esten<strong>de</strong>ndo-se<br />

por umas horas no sofá, com um “Proibido Incomodar” colado<br />

na porta, ro<strong>de</strong>adas <strong>de</strong> revistas e livros, ou apenas entretidas a <strong>de</strong>senhar<br />

uma história no tecto branco do quarto. Por isso, <strong>de</strong> tempos a tempos, dê<br />

o grito do Ipiranga, e <strong>de</strong>sapareça sozinha da vista <strong>de</strong> todos. Para voltar<br />

mais feliz. <br />

IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII<br />

Isabel Stilwell | directora

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