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Uma nova Imprensa Oficial para o Estado - Imprensa Oficial do ...

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Mudanças climáticas, preservação<br />

das florestas,<br />

sobrevivência indígena, o inconcluso<br />

debate sobre as hidrelétricas,<br />

além <strong>do</strong> confronto<br />

entre desenvolvimento e ecologia<br />

envolvem a Amazônia<br />

de hoje. Já envolviam, porém,<br />

no início <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>. O<br />

desafio de entender o mun<strong>do</strong><br />

verde e incorporá-lo, econômica<br />

e socialmente, ao restante<br />

<strong>do</strong> território e à vida nacional<br />

instigavam a muitos, naqueles<br />

anos 30 de fervura política no<br />

Brasil varguista.<br />

Em 1937, o lançamento de<br />

número 107 da Brasiliana foi,<br />

por isso, o livro “Amazônia – A<br />

terra e o homem”, de Araújo<br />

Lima, obra premiada pela Academia<br />

Brasileira de Letras e com<br />

prefácio de Tristão de Athayde,<br />

que considerou a obra “<strong>do</strong>s mais<br />

interessantes estu<strong>do</strong>s sociais<br />

que tenho li<strong>do</strong> sobre o Brasil, em<br />

um <strong>do</strong>s aspectos mais originais<br />

de sua civilização.”<br />

Tristão elogia a visão culturalista<br />

de Araújo Lima: “Dessa<br />

pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong> fator humano,<br />

é leva<strong>do</strong> naturalmente o autor,<br />

não a uma apologia fácil da terra<br />

e <strong>do</strong> homem amazônico, mas a<br />

uma reabilitação fundamentada<br />

de ambos, e sobretu<strong>do</strong> de suas<br />

possibilidades, sem esconder os<br />

obstáculos de uma e os defeitos<br />

Amazônia, o eterno<br />

problema atual<br />

<strong>do</strong> outro, mas mostran<strong>do</strong><br />

que não existe “nem fatalidade<br />

étnica, nem fatalidade<br />

geográfica”, e que<br />

to<strong>do</strong> o mistério sombrio da<br />

Amazônia é composto de<br />

“acidentes sanáveis”, por<br />

uma civilização técnica,<br />

educativa, higiênica e sobretu<strong>do</strong><br />

moral, que pode<br />

vir e que há de vir.”<br />

Profun<strong>do</strong> conhece<strong>do</strong>r<br />

da Amazônia, o médico,<br />

sociólogo e prefeito<br />

de Manaus José Francisco<br />

de Araújo Lima<br />

conclui, em sua obra –<br />

após criticar o latifúndio<br />

como um empecilho ao<br />

desenvolvimento da<br />

Amazônia e fator de<br />

miséria social -, que “a<br />

solução <strong>do</strong> caso amazônico,<br />

malogra<strong>do</strong> no seu grande<br />

surto inicial de grandeza (a<br />

borracha-NR), estaria certamente<br />

no distributismo, isto é, na disseminação<br />

intensiva da pequena<br />

propriedade.”<br />

Como se vê, um conselho de<br />

quase 80 anos, mas que parece<br />

guardar certa atualidade. O leitor<br />

pode conferir os argumentos e<br />

fazer uma interessante viagem<br />

no tempo e nos amazônicos desafios<br />

brasileiros, acompanhan<strong>do</strong><br />

o autor em www.brasiliana.<br />

com.br.<br />

o Prelo 23

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