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8 Sant’Ana do Livramento - <strong>10</strong> de Junho de 2007<br />

Toda noite, na Record, Maria Ribeiro<br />

passa por uma transformação. Da<br />

sua personalidade conservadora - ou<br />

“básica”, como ela própria define - a<br />

atriz faz surgir a “estilosa” DJ Zoé, de<br />

“Luz do Sol”. E é justamente o visual,<br />

que compõe com tatuagens de decalque<br />

e um jeito todo próprio de se vestir,<br />

que ela cita quando começam as<br />

perguntas sobre a personagem. “Confesso<br />

que tenho até uma certa inveja,<br />

porque ela é muito mais moderna do<br />

que eu. Por outro lado, a Zoé tem uma<br />

integridade que, modéstia a parte, eu<br />

também tenho”, compara.<br />

Ao longo da entrevista, porém, ela<br />

demonstra que divide com a personagem<br />

mais que um bom caráter. Se na<br />

trama Zoé tem de enfrentar a má vontade<br />

do pai com sua profissão, a opção<br />

pela vida de atriz<br />

também trouxe percalços<br />

para Maria.<br />

“Sempre gostei de<br />

aparecer! Mas minha<br />

família achava<br />

que isso não era o<br />

certo para mim.<br />

Para eles, eu tinha<br />

era que estudar”, relembra.<br />

A torcida<br />

contra não surtiu<br />

efeito. Maria conta<br />

que, mesmo criança,<br />

“invadia” o armário<br />

da mãe em busca<br />

de roupas e maquiagens,<br />

brincando de teatrinho. Mais<br />

tarde, as aulas na Casa de Cultura Laura<br />

Alvim, na Zona Sul do Rio de Janeiro,<br />

se transformaram de atividade extra-curricular<br />

em exercício principal,<br />

ocupando todo o tempo livre da sua<br />

adolescência e mexendo com o lado<br />

lúdico. “O barato do ator é isso, viver<br />

várias pessoas. É incrível quando tenho<br />

um personagem que me faz sentir<br />

no “closet” da minha mãe. E ainda<br />

recebendo para isso!”, diverte-se.<br />

Mas a dedicação ao teatro não a afastou<br />

dos estudos que família tanto desejava.<br />

Ela, que se mostra entusiasmada<br />

com qualquer processo de aprendizado,<br />

decidiu investir na faculdade<br />

de jornalismo enquanto batalhava por<br />

seu espaço nos palcos. Formada desde<br />

1998 pela Pontifícia Universidade<br />

Católica do Rio de Janeiro, Maria fala<br />

com entusiasmo sobre um mestrado<br />

em Prosa Brasileira. “Adoro atuar, mas<br />

gosto de ter idéias também. Acho que<br />

a minha maior vaidade é que as pessoas<br />

prestem atenção no que eu digo”,<br />

afirma.<br />

É com esse espírito que ela tem caminhado<br />

por outras searas. Os trabalhos<br />

na novela, no teatro - onde ela<br />

atualmente encena a peça “Mordendo<br />

os lábios”, ao lado de Lena Brito,<br />

Caio Blat e Ernani Morais - e no cinema,<br />

têm dividido tempo com o lado<br />

“diretora” de Maria. Em julho de 2006,<br />

ela começou a acompanhar o dia-adia<br />

do amigo Domingos de Oliveira,<br />

em uma maratona que resultou em<br />

“O Homem Cabaré”, documentário<br />

que pretende lançar no ano que vem.<br />

“A direção é uma coisa que me deixa<br />

muito feliz. Tenho cérebro, gosto de<br />

mostrar isso”, confessa.<br />

Declaradamente<br />

agitada, Maria vai conciliando,<br />

como pode,<br />

a agenda lotada de<br />

projetos com as gravações<br />

de “Luz do<br />

Sol”, que têm tomado<br />

até finais de semana.<br />

Mesmo com a correria,<br />

ela comemora a<br />

personagem e torce<br />

pelas mudanças que<br />

se insinuam para breve.<br />

Depois de muito<br />

sofrer com a reticência<br />

de Leonardo, interpretado por Guga<br />

Coelho, Zoé vai ceder às investidas<br />

de Rick, personagem de Ivan Mendes.<br />

Na trama, a DJ é cerca de cinco anos<br />

mais velha que o surfista, mas a diferença<br />

de idade deixa Maria ainda mais<br />

empolgada. “Acho ótimo estarmos<br />

abordando isso, porque cria um conflito,<br />

uma luta interna que, para mim,<br />

é muito rico. Essa é a graça de ser ator”,<br />

acredita. Ao falar da atuação, ela revela<br />

que não recorre ao famoso “laboratório”<br />

na hora de compor seus<br />

tipos - pelo menos não nos moldes<br />

“clássicos”. A caracterização de Zoé,<br />

por exemplo, não deixou Maria mais<br />

próxima de festas ou carrapetas. “Isso<br />

é apenas a profissão dela. Eu busco<br />

aquilo que o personagem é, que sente.<br />

É bonito quando há o encontro<br />

entre o que o autor imagina e o que o<br />

ator tem a oferecer”, conclui.

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