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Fragmento do texto de Jorge Medauar - Emanuel Pimenta

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JORGE MEDAUAR<br />

o homem que sabia <strong>de</strong>mais<br />

emanuel dimas <strong>de</strong> melo pimenta<br />

Daqui, <strong>do</strong> alto, vejo o castelo.<br />

Mais <strong>de</strong> <strong>do</strong>is mil anos nos separam das suas fundações.<br />

Mas, também vejo o rio e o mar.<br />

Agora, são as estrelas e a lua que brilham e, como se reflectissem as luzes da cida<strong>de</strong>,<br />

mancham tu<strong>do</strong> <strong>de</strong> prata.<br />

Mas, <strong>de</strong> dia, é o estuário que se torna prata com a luz <strong>do</strong> Sol.<br />

Lisboa.<br />

O <strong>do</strong>ce ar da noite.<br />

Perfume.<br />

Este era o sonho <strong>do</strong> meu velho e queri<strong>do</strong> amigo <strong>Jorge</strong> <strong>Medauar</strong>.<br />

Eu estou aqui, agora, em Lisboa, e seguramente ele também – ven<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> pelos<br />

meus olhos.<br />

Anatole France pedia aos críticos que nunca se esquecessem <strong>de</strong> que sempre falamos<br />

<strong>de</strong> nós mesmos, ainda quan<strong>do</strong> acreditamos dizer <strong>de</strong> outra pessoa.<br />

«A verda<strong>de</strong> é que nunca se sai <strong>de</strong> si mesmo» – dizia.<br />

A verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Anatole France é a realida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste momento, como <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

outros.<br />

Não preten<strong>do</strong> e não teria como preten<strong>de</strong>r falar <strong>de</strong> <strong>Jorge</strong> <strong>Medauar</strong> sem falar <strong>de</strong> mim<br />

mesmo.<br />

De uma ou <strong>de</strong> outra forma, estamos sempre falan<strong>do</strong> <strong>de</strong> nós mesmos e <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> que<br />

nos forma.<br />

Pois bem, meu caro e queri<strong>do</strong> <strong>Jorge</strong>.<br />

Eu nunca esqueci <strong>de</strong> você.<br />

Nunca esquecerei.<br />

Este pequeno <strong>texto</strong>, este pequeno mergulho numa vida, é uma singela celebração da<br />

sua luz, que está aqui e agora.

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