Revista Qualimetria # 165 - UNIR Educacional

FÓRUM
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Pronunciamento do diretor-presidente da FAAP,
Antonio Bias Bueno Guillon, na abertura do Fórum
FAAP de Discussão Estudantil tendo ao seu lado a
secretária Geral do Fórum, Raquel Rocha.

I Fórum FAAP de discussão estudantil
possibilita vivência da diplomacia
Após mais de seis meses de planejamento e treinamento
de todos os membros da organização, que contou com 42
alunos de graduação dos diversos cursos da Fundação Armando
Alvares Penteado (FAAP), o I Fórum FAAP de Discussão
Estudantil aconteceu entre os dias 26 e 29 de maio de
2005 nas dependências da instituição. Quase 300 alunos
de 46 escolas do ensino médio do Estado de São Paulo participaram
desta simulação de organismos internacionais.
Os alunos participantes representavam determinados países,
recebendo a denominação de delegados [ou ministros,
no caso da Organização Mundial do Comércio (OMC)], como
acontece nas reais negociações internacionais. Desde o
credenciamento e a revisão de regras (que tiveram lugar na
tarde do dia 26 e foram conduzidos pelos diretores de comitês)
estavam todos trajando ternos e tailleurs, respeitando
o dress code que é exigido em qualquer conferência internacional.
A cerimônia de abertura do I Fórum FAAP deu-se na sala
Annie Penteado, no Prédio do Museu, estando a mesa constituída
por Antonio Bias Bueno Guillon, diretor-presidente
da Fundação, embaixador Rubens Ricupero, diretor da Faculdade
de Economia da FAAP, Roberto Schlittler, ex-subsecretário
geral das Nações Unidas, Guilherme Cunha, exrepresentante
do Alto Comissariado para Refugiados das
Embaixador Rubens
Ricupero, diretor da
Faculdade de Economia da
FAAP, Antonio Bias Bueno
Guillon, diretor-presidente da
FAAP, José Maria Rodriguez
Ramos, coordenador do
curso de Economia, Gilberto
Schlittler, ex-subsecretário
geral das Nações Unidas, e
Guilherme Cunha, exrepresentante
do Alto
Comissariado para Refugiados
das Nações Unidas
(ACHNUR).

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FÓRUM
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Nações Unidas (ACHNUR), Raquel Rocha, secretária geral
do I Fórum FAAP de Discussão Estudantil, e Daniel Queiroga,
representante da UNIR Consultoria Educacional.
Em seu pronunciamento, o diretor-presidente Antonio Bias
Bueno Guillon falou da importância desta primeira edição
do Fórum para a FAAP, destacou a dedicação do staff para
a realização do mesmo e concluiu com palavras de estímulo
e de congratulação aos participantes, ressaltando que ao
se disporem a participar de um evento como este, cada um
deles estava dando mais um passo relevante no seu processo
de formação. Finalizou citando Paul Torrance, um dos
mais consagrados nomes preocupados com a introdução
da criatividade na educação: “A educação tem insistido que
as pessoas aprendem por autoridade – sendo ensinadas.
Eu acredito que as pessoas preferem aprender criativamente
– explorando, questionando, experimentando, testando,
modificando idéias...”
Legendas: Legendas: 1 1 - - Ministros da Romênia e da Alemanha durante processo de
votação na OMC. 2 2 - - Delegada do Reino Unido apresentando proposta de
resolução no Security Council. 3 3 - - Delegado do Reino Unido durante a fase de
debate na Comissão de Desenvolvimento Sustentável.

O embaixador Rubens Ricupero, por sua vez, exaltou a importância
do profissional de Relações Internacionais (RI), ressaltou
também o papel relevante da Organização das Nações
Unidas (ONU) no cenário internacional no ano em que
a entidade completa 60 anos, e concluiu apontando os modelos
de simulação como uma excelente oportunidade de
aprendizado para alunos que têm em mente a perspectiva
de seguirem a carreira diplomática.
A proposta “ONU na FAAP. Seja um Diplomata” foi consagrada
quando, encerrando a cerimônia de abertura, a secretária geral,
Raquel Rocha, com o malhete em punho, declarou abertos
os trabalhos do I Fórum FAAP de Discussão Estudantil.
Festa das Nações, ponto alto da programação social do Fórum FAAP de
Discussão Estudantil.
A elaboração do Guia de Estudos, ou seja, uma publicação
científica sobre o tema que seria abordado, foi realizada pelos
diretores de cada comitê, alunos de diferentes cursos da FAAP.
O estudo deste Guia pelos delegados e ministros orientou a
pesquisa de cada participante em relação ao tema, à política
externa do país a ser representado, à elaboração do documento
de posição oficial e das propostas de trabalho.
Os temas de cada comitê começaram a ser debatidos na
manhã do dia 27 com os delegados e ministros buscando,
sem desviar-se da política externa de seu país, elaborar uma
proposta de resolução que fosse coerente para todos. Durante
as negociações, concessões foram feitas, exigências
também, porém sempre seguindo as regras, praxes e protocolos
de um debate diplomático.
O entusiasmo dos participantes foi tal que as interrupções
das sessões para almoço e coffee-break foram utilizadas
pelos delegados para se entrosarem e darem continuidade
às negociações. Ao final das duas sessões do primeiro dia,
os comitês já haviam obtido propostas de trabalho para os
dias que se seguiriam.
Na noite do dia 27, a organização do Fórum FAAP proporcionou
aos participantes a Festa das Nações. Realizada na
Pucci, uma casa noturna paulista, onde não faltaram
descontração e fantasias criativas. Mesmo sem bebidas alcoólicas,
os delegados, alguns conselheiros acadêmicos e o
staff se divertiram muito.
A diretora do Comitê de Desarmamento e Segurança Internacional,
Lélia Bárbara, aluna de RI, diz ter se surpreendido
com a qualificação e preparação de seus delegados para a
discussão do Tráfico e Proliferação de Armas Nucleares.
Acrescenta que mesmo sendo tão novos, eram dotados de
uma desenvoltura e poder de argumentação surpreendentes.
Prova disso, segundo Lélia Bárbara, é que vários delegados
queriam optar por não participar da atividade recreativa,
ocorrida na noite do dia 28, a fim de que pudessem
discutir o tema ainda mais. “Não relaxavam, estavam
engajados demais”, concluiu Lélia Bárbara.
Na Comissão de Desenvolvimento Sustentável, o tema da
Alegria contagiante de delegados na Festa das Nações.
Proteção e Uso da Água causou polêmica, e três projetos
de resoluções com ótimo conteúdo foram desenvolvidos. A
diretora, Arietta Farina, aluna do curso de Direito, disse que
o Fórum foi uma experiência única e a surpreendeu, pois
aprendeu com os delegados. “O I Fórum FAAP trouxe muitas
coisas boas, acredito que não só para mim. Queria agradecer
a todos do staff da FAAP”, ressalvou a delegada.
Já a polêmica na OMC se deu acerca do tema dos Subsídios
Agrícolas à Exportação, exigindo alta preparação dos ministros,
que corresponderam à altura. O diretor, Rodrigo Nunes,
aluno de Direito, ressaltou que o Fórum FAAP o ensinou a
trabalhar com pessoas diferentes. Já o ministro da Costa
Rica deu o seguinte depoimento: “Sou extremamente grato
ao apoio que foi dado ao modelo. Saí deste Fórum como
uma outra pessoa.”
O tema Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados provocou
os delegados da Comissão de Direitos Humanos. Ótimos
documentos de posição foram entregues, seguindo fielmente
as políticas externas. Silvana Gonçalves, aluna de
RI, diretora da Comissão, disse que o Fórum FAAP possibilitou
a todos um crescimento pessoal, além de permitir aprender
particularidades sobre muitos países e suas respectivas
políticas externas. Surpreendeu-se com a grande integração
que houve entre os participantes da Comissão desde o primeiro
dia e isso fez com que os delegados se sentissem à
vontade para falar, apesar da seriedade.

FÓRUM
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Caroline Burle, secretária geral adjunta administrativa, Raquel Rocha, secretária
geral, e Fabíola Nesi, secretária geral adjunta acadêmica, na cerimônia de
encerramento do I Fórum FAAP de Discussão Estudantil.
A delegada argentina na Comissão de Direitos Humanos fez
um depoimento emocionado: “Eu gostaria de parabenizar
todos vocês da FAAP que estiveram envolvidos neste evento,
pois além de ser muito bom, eu acredito que acrescentou
muito na minha formação e vocês foram ótimos. Espero
participar de muitos Fóruns como este. Obrigada por me
proporcionar esta experiência.”
O Comitê Econômico e Financeiro abordou o tema da Cooperação
Econômica Internacional para o Desenvolvimento
Social e as Metas do Milênio. Os debates foram conduzidos
de modo que os delegados trabalhassem arduamente na
busca de uma resolução que contemplasse o interesse da
maioria dos países. Acordou-se o perdão parcial da dívida
de alguns países menos desenvolvidos. O diretor, Rafael
Bock, diz que o Fórum FAAP proporcionou a ele duas grandes
lições: uma de caráter acadêmico, resultante da pesquisa
realizada; outra de caráter pessoal, pois aprendeu a
ser mais paciente.
No Comitê de Ciência e Tecnologia, a discussão foi em torno
do tema Indústria Farmacêutica e Desenvolvimento. Inicialmente
um tanto dispersa, em pouco tempo a discussão
foi direcionada, superando as expectativas, de acordo com
o comentário do diretor Nicolas Tommazino, aluno do curso
de Relações Internacionais. A intervenção, feita pelo assessor
econômico da ABCFARMA e da SINCOFARMA, Geraldo
Cardoso Monteiro, serviu para que os participantes enten-
dessem o que se passa quando ocorrem as quebras de patente
na atualidade. A crise no último dia, relativa à aprovação
da clonagem humana pelo Canadá, deixou os nervos à
flor da pele na busca pelo consenso, em função do seu caráter
controvertido.
No Conselho de Segurança, o único simulado na língua inglesa,
a discussão sobre a Reforma do Conselho causou
muitas divergências. Mas contando com a alta preparação
dos delegados e a flexibilidade de alguns deles, a proposta
foi aceita, após intensos debates. A crise foi instaurada sobre
a disputa das ilhas de Ryiuku, entre a China e Japão,
surpreendendo muitos delegados que permaneceram debatendo
muito tempo além do previsto. O diretor, Tiago
Muzilli, aluno de Relações Internacionais, avalia que participar
do Fórum FAAP foi um modo de colocar todo o seu conhecimento
acadêmico e do mundo à prova.
“O Fórum realmente superou minhas expectativas. As discussões
foram produtivas e deram a impressão de terem
sido muito próximas da realidade. Tive que representar e
defender idéias completamente diferentes das minhas, o que
foi novo e muito interessante. Conheci pessoas maravilhosas
e realmente me diverti”, disse a delegada russa no Conselho
de Segurança.
No mesmo local em que transcorriam os debates, foi montada
uma sala para os conselheiros acadêmicos, que acompanhavam
e orientavam os delegados, os interventores, que
proporcionaram palestras aos delegados e os visitantes.
“Uma simulação como esta”, de acordo com a secretária
geral Raquel Rocha, “possui um cunho pedagógico elevado,
tanto para os alunos da graduação, que são parte do staff,
quanto, principalmente, para os alunos participantes – os
delegados ou ministros – que assim obtiveram contato direto
com o mundo das negociações internacionais. Ao realizar
um evento como este, fomentamos o conhecimento dos
valores das organizações internacionais, principalmente das
Nações Unidas, na sua árdua e constante busca da manutenção
da paz e da segurança mundial, de relações cordiais
entre as nações, da promoção de melhores padrões de vida
e direitos humanos. Nossa esperança é de que estes alunos,
ao final do Fórum FAAP, tenham agregado mais valor à
sua visão de mundo e à sua consciência cívica.”
Claudya Piazera, consultora internacional com enorme experiência,
acompanhou atentamente o I Fórum FAAP de Discussão
Estudantil. Seu depoimento, no encerramento deste
artigo é relevante, uma vez que não se trata de algum novato
deslumbrado, mas de alguém que possui ampla vivência
no campo das relações internacionais:
“Na entrevista que fizeram comigo para o FAAP FAAP em em Foco
Foco
(boletim diário com as notícias do Fórum do dia anterior),
após tecer os merecidos elogios à bem estruturada organização
do I Fórum FAAP de Discussão Estudantil, terminei
dizendo que uma boa preparação é a base de um bom trabalho...
Na realidade fiquei muitíssimo bem impressionada
com o resultado final. Tudo começou quando fui visitar o
evento no primeiro dia, para ver o interesse que
uma simulação relacionada ao funcionamento dos comitês

da ONU estava causando junto aos alunos de ensino médio
e sua organização pelos alunos de graduação da FAAP. E,
à medida que o tempo foi passando, fui ficando tão atraída
pelo bom trabalho que estava sendo realizado, pela preparação
e interesse das diferentes delegações participantes,
que acabei participando ativamente dos quatro dias como
voluntária e conselheira acadêmica. Constatar o interesse
e engajamento de todos foi animador: podia ver as sementes
sendo plantadas em terreno fértil, onde no futuro poderemos
esperar pelo despertar de novos analistas, negociadores
e consultores internacionais como também de futuros
diplomatas. Diante do quadro, claro que me ofereci
a colaborar na próxima edição do evento, pois tenho certeza
de que as sementes foram bem plantadas em um terreno
que tem os nutrientes para fazer crescer com um ótimo resultado.
O Brasil precisa de mais profissionais capacitados,
para dar vazão à crescente demanda de profissionais do
setor de RI e espero encontrá-los novamente no II Fórum
FAAP de Discussão Estudantil.”
Legendas: Legendas: 4 4 - - Professor Luiz Alberto Machado, vice-diretor da Faculdade de
Economia e Daniel Queiroga, da UNIR Consultoria Educacional, estiveram na
retaguarda, orientando e apoiando os alunos em todos os momentos. 5 5 - - A
delegação dos Estados Unidos, representada pelo Colégio Lourenço Castanho,
eleita como a de melhor desempenho, posando com o troféu merecidamente
conquistado. 6 6 - - Staff e voluntários, juntamente com o professor Gunther
Rudzit, coordenador do curso de RI, comemoram o sucesso do I Fórum FAAP de
Discussão Estudantil.
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