culto ecumênico – comunidade de matriz afro-ameríndia – campus
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CULTO ECUMÊNICO <strong>–</strong> UNIVERSIDADE<br />
FEDERAL DO AMAPÁ <strong>–</strong> UNIFAP - 26/05/09.<br />
COMUNIDADES RELIGIOSAS DE MATRIZ<br />
AFRO-AMERÍNDIA.<br />
RELIGIÃO DA PAZ E DA INCLUSÃO.<br />
1. Saudação Inicial.<br />
Louvado seja Deus Pai, Olurum, Olodumare e nosso Pai<br />
Oxalá, Nosso Senhor Jesus Cristo, que nos uniu em<br />
oração neste momento ecumenicamente como irmãos<br />
para adorá-lo.<br />
Abenção aos meus irmãos <strong>de</strong> fé, especialmente aqueles<br />
da UNIFAP.<br />
Saúdo todas as autorida<strong>de</strong>s civis e religiosas presentes.<br />
2. Ato Litúrgico.<br />
Importância do Ato Ecumênico.<br />
Irmãos em Cristo, Pai Oxalá.<br />
A UNIFAP e os organizadores <strong>de</strong>ste ato <strong>ecumênico</strong><br />
estão <strong>de</strong> parabéns, pois estão dando o exemplo, <strong>de</strong><br />
agirem em prol da convivência pacifica e ecumênica<br />
entre as religiões, e <strong>de</strong> nos reconhecerem como tal e,<br />
portanto, que <strong>de</strong>vemos e temos o direito <strong>de</strong> nos fazer<br />
presentes na socieda<strong>de</strong> e em eventos <strong>de</strong>sta natureza.<br />
Mensagem Inicial.<br />
Nós da Religião <strong>de</strong> Matriz Africana, somos monoteístas,<br />
nos caracterizamos pelo valor <strong>de</strong>mocrático e aberto <strong>de</strong><br />
nossas <strong>comunida<strong>de</strong></strong>s. Não excluímos as pessoas,<br />
trabalhamos pela cultura da paz e valorizamos a<br />
ancestralida<strong>de</strong>. Não fazemos guerra por motivo <strong>de</strong> fé,<br />
nem ensinamos, pregamos ou proclamamos a<br />
intolerância religiosa e o proselitismo predatório <strong>–</strong><br />
<strong>de</strong>negrir outras religiões para captar a<strong>de</strong>ptos <strong>–</strong> não somos<br />
farizeistas, - comércio da fé <strong>–</strong> nem mercenários <strong>–</strong><br />
ven<strong>de</strong>dores <strong>de</strong> ilusões, falsas esperanças, sonhos,<br />
prosperida<strong>de</strong> fácil. Não somos fetichistas, mas<br />
ecologistas, naturalistas e utilizamos a natureza <strong>de</strong> forma<br />
ampla em nossa liturgia. Não somos pagãos, nem nossa<br />
religião é profanoreligiosa nem heresia. Não somos<br />
folclore ou superstições, mas uma religião. Não somos<br />
idolatras, só prestamos adoração a Deus Pai, Olurum,<br />
Olodumare, Javé, não ao <strong>de</strong>mônio, e respeitamos com<br />
veneração os trabalhadores e mentores espirituais <strong>de</strong> sua<br />
Seara, os Orixás e os encantados. Não somos pais ou<br />
mães <strong>de</strong> encosto, nem nossas entida<strong>de</strong>s são encostos<br />
(espíritos atrasados), quem propala isto é mentiroso e<br />
pratica crime <strong>de</strong> racismo religioso. Nossa religião não é<br />
coisa <strong>de</strong> ignorantes, supersticiosos, <strong>de</strong> sem fé, <strong>de</strong> nada,<br />
como a classe dominante sempre procurou fazer crer, nos<br />
mandando procurar uma Igreja, como se a nossa crença<br />
não fosse uma Religião. Hoje mais do nunca, nosso povo<br />
abrange pessoas <strong>de</strong> formação superior e estudar tornouse<br />
uma meta dos a<strong>de</strong>ptos da religião <strong>afro</strong>. Ser <strong>afro</strong>religioso<br />
não é coisa <strong>de</strong> ignorantes e supersticiosos,<br />
muito pelo contrário. A boa ou má sorte <strong>de</strong> alguém<br />
<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do indivíduo, não dá religião que possui, e nossa<br />
religião vem para fazer o homem mais feliz e unido a<br />
Olurum, Deus Pai e não para <strong>de</strong>sgraçar a vida do ser.<br />
Somos uma missão <strong>de</strong> amor e carida<strong>de</strong> em Jesus Cristo,<br />
Pai Oxalá, ou como diz o Caboclo das Sete<br />
Encruzilhadas, “a manifestação do espírito para a<br />
carida<strong>de</strong>.” Por isso tomamos abenção e abençoamos uns<br />
aos outros. Transitamos do centro a periferia da<br />
socieda<strong>de</strong> carreando todos que lhe são afins. Por todo o<br />
exposto, somos uma religião da paz e da inclusão.<br />
Muito Axé a todos<br />
Arquitetura: Preservação da I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e Espaço <strong>de</strong><br />
Resistência Cultural a Opressão.<br />
“As religiões <strong>de</strong> <strong>matriz</strong> africana enquanto <strong>comunida<strong>de</strong></strong>s<br />
em seus espaços sagrados (tendas, terreiros, abacás,<br />
centros espíritas) constituem o território perdido da mãe<br />
África no Brasil. Para manterem sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e relação<br />
com os antepassados, por atos <strong>de</strong> sincretismo, os negros<br />
que para o Brasil foram trazidos buscaram preservar a<br />
cultura e o modo <strong>de</strong> ser com seus costumes e<br />
religiosida<strong>de</strong>s, traduzindo-se, assim, em reservatórios <strong>de</strong><br />
cultura dos povos trazidos para o cativeiro. O espaço<br />
sagrado se transformou em espaço <strong>de</strong> resistência.”<br />
(MORAES, Roberto José Nery. In: Intolerância<br />
Religiosa, Valores Civilizatórios Afro-Brasileiros e<br />
Processos <strong>de</strong> Resistência: Um Estudo em Comunida<strong>de</strong>s<br />
Religiosas <strong>de</strong> Matriz Africana, 2008. Projeto <strong>de</strong> Pesquisa<br />
apresentado ao Programa <strong>de</strong> Mestrado em Direito<br />
Ambiental e Políticas Públicas da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />
do Amapá - UNIFAP, como parte dos requisitos para a<br />
obtenção do título <strong>de</strong> Mestre).<br />
Os quatro cantos do terreiro simbolizam a mãe áfrica, os<br />
quatro cantos do terreiro simbolizam a al<strong>de</strong>ia indígena,<br />
nossos ancestrais e tudo o que herdamos, é no passado<br />
que esta o nosso amanhã.<br />
Momento <strong>de</strong> Oração pela Humanida<strong>de</strong>.<br />
Vamos como irmãos em Jesus Cristo, Pai Oxalá, Senhor<br />
da Umbanda, rezar <strong>de</strong> mãos dadas, juntos a Oração <strong>de</strong><br />
Ismael, pela Humanida<strong>de</strong> inteira. Todos <strong>de</strong> pé e <strong>de</strong> mãos<br />
dadas para rezarmos.<br />
Oração <strong>de</strong> Ismael: Em nome do Pai, do Filho e do<br />
Espírito Santo (sinal da cruz).<br />
Gloria a Deus nas alturas,<br />
Paz aos homens na terra.<br />
Jesus, bom e amado Mestre:<br />
Sustenta os teus humil<strong>de</strong>s irmãos e pecadores, nas lutas<br />
<strong>de</strong>ste mundo.<br />
Anjo bendito do Senhor:<br />
Abre sobre nós as tuas brancas asas e abriga-nos do mal,<br />
Levanta os nossos espíritos à majesta<strong>de</strong> do teu reino;<br />
infun<strong>de</strong><br />
em todos os nossos sentidos, a luz do teu imenso amor.<br />
Jesus:<br />
Pela tua sagrada paixão, pelos teus martírios na cruz, dá<br />
a todos os que se acham ligados ao pesado fardo da<br />
matéria, orientação perfeita do caminho da virtu<strong>de</strong>, único<br />
pelo qual nós te po<strong>de</strong>mos encontrar.<br />
Jesus:<br />
Paz a eles, misericórdia aos nossos inimigos;<br />
Recebe em teu seio bendito a prece do último dos teus<br />
servos.<br />
Bendita estrela,<br />
Farol das imortais falanges,<br />
Purificai-nos com teus raios divinos,<br />
Lava-nos <strong>de</strong> todas as culpas,
Atrai-nos para junto do teu seio, santuário bendito <strong>de</strong><br />
todos os amores.<br />
Se o mundo com seus erros, paixões e ódios, alastra o<br />
caminho <strong>de</strong> espinhos, escurecendo o nosso horizonte<br />
com as trevas do pecado, rebrilha mais com tua<br />
misericórdia para que, seguros e apoiados, no santo<br />
evangelho, possamos trilhar e vencer as escabrosida<strong>de</strong>s<br />
do caminho e chegarmos às moradas do teu reino.<br />
Amiga estrela,<br />
Farol dos pecadores e dos justos:<br />
Abre teu seio divino e recebe a nossa súplica pela<br />
humanida<strong>de</strong> inteira.<br />
Irmãos em Cristo. Nossas entida<strong>de</strong>s quando chegam<br />
dizem: Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo,<br />
Louvado seja a Santíssima Trinda<strong>de</strong>, Louvado seja eu<br />
que cheguei agora. Quem po<strong>de</strong> mais do que Deus,<br />
ninguém. Salve Deus, Salve a Virgem Santa, Salve a<br />
Mata Virgem, por isso, vamos nos consagrar aquele que<br />
é o Senhor dos vivos e do mundo dos espíritos. Jesus<br />
Cristo, Pai Oxalá.<br />
Consagração a Jesus Cristo, Pai Oxalá.<br />
Senhor Jesus Cristo, Pai Oxalá, preciso do senhor,<br />
obrigado por morrer na Cruz pelos meus pecados. Eu<br />
abro a porta do meu coração e recebo o Senhor como<br />
meu Salvador e Senhor, dirija a minha vida e me<br />
transforme na pessoa que quiser que eu seja.<br />
Assim seja, amém.<br />
Evangelho <strong>de</strong> Oxalá.<br />
João Cap. 8, v. 1 a 11.<br />
1. Dirigiu-se Jesus para o monte das Oliveiras.<br />
2. Ao romper da manhã, voltou ao templo e todo o povo<br />
veio a ele. Assentou-se e começou a ensinar.<br />
3. Os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher<br />
que fora apanhada em adultério.<br />
4. Puseram-na no meio da multidão e disseram a Jesus:<br />
Mestre, agora mesmo esta mulher foi apanhada em<br />
adultério.<br />
5. Moisés mandou-nos na lei que apedrejássemos tais<br />
mulheres. Que dizes tu a isso?<br />
6. Perguntavam-lhe isso, a fim <strong>de</strong> pô-lo à prova e<br />
po<strong>de</strong>rem acusá-lo. Jesus, porém, se inclinou para a frente<br />
e escrevia com o <strong>de</strong>do na terra.<br />
7. Como eles insistissem, ergueu-se e disse-lhes: Quem<br />
<strong>de</strong> vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar<br />
uma pedra.<br />
8. Inclinando-se novamente, escrevia na terra.<br />
9. A essas palavras, sentindo-se acusados pela sua<br />
própria consciência, eles se foram retirando um por um,<br />
até o último, a começar pelos mais idosos, <strong>de</strong> sorte que<br />
Jesus ficou sozinho, com a mulher diante <strong>de</strong>le.<br />
10. Então ele se ergueu e vendo ali apenas a mulher,<br />
perguntou-lhe: Mulher, on<strong>de</strong> estão os que te acusavam?<br />
Ninguém te con<strong>de</strong>nou?<br />
11. Respon<strong>de</strong>u ela: Ninguém, Senhor. Disse-lhe então<br />
Jesus: Nem eu te con<strong>de</strong>no. Vai e não tornes a pecar.<br />
Exemplos <strong>de</strong> Jesus, Pai Oxalá com a mulher Samaritana,<br />
com Zaqueu, com Madalena, on<strong>de</strong> o Evangelho <strong>de</strong><br />
Oxalá esta acima dos preconceitos sócio-culturais e<br />
religiosos. Os que agem ensinando o preconceito, a<br />
discriminação e a intolerância com as diferenças,<br />
menosprezam os seus princípios <strong>de</strong> amor e tolerância.<br />
Doutrina da paz, do respeito ao homem como imagem e<br />
semelhança <strong>de</strong> Deus, na sua plena individualida<strong>de</strong> e<br />
dignida<strong>de</strong>. Por isso não cabe orientação exclu<strong>de</strong>nte.<br />
Constituição Brasileira <strong>–</strong> Art. 1º c/c 3º - Princípio da<br />
dignida<strong>de</strong> da pessoa humana e sem preconceito <strong>de</strong><br />
qualquer natureza.<br />
Para que haja justiça e a carida<strong>de</strong> e fraternida<strong>de</strong><br />
evangélica é preciso que ocorra isonomia <strong>de</strong> direitos e<br />
cidadania, sem se excluir ninguém, assim se faz a justiça<br />
proposta por Jesus Cristo.<br />
3. Benção Final.<br />
Que a paz <strong>de</strong> Deus Pai, Olurum, <strong>de</strong> Oxalá, Nosso Senhor<br />
Jesus Cristo e da encantaria brasileira esteja e<br />
acompanhe a todos com muito axé. Amém.<br />
Muito Obrigado.<br />
CULTO ECUMÊNICO EM COMEMORAÇÃO AOS<br />
CINCO ANOS DO CURSO DE ARQUITETURA E<br />
URBANISMO <strong>–</strong> UNIFAP - 26/05/09.<br />
COMUNIDADES RELIGIOSAS DE MATRIZ AFRO-<br />
AMERÍNDIA.<br />
RELIGIÃO DA PAZ E DA INCLUSÃO.<br />
SACERDOTE: ROBERTO MORAES - COMUNIDADE<br />
DE UMBANDA CABOCLO PENA VERDE.<br />
Missão <strong>de</strong> amor e carida<strong>de</strong> em Jesus Cristo, Pai Oxalá.<br />
Diga não a intolerância religiosa, é um atentado aos<br />
direitos humanos.