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<strong>Temário</strong><br />
(<strong>Volume</strong> <strong>II</strong>)
Idealização e Redação<br />
Secretariado Nacional<br />
Arte e Diagramação<br />
Diogo Diniz<br />
Revisão<br />
Pe. Demétrio Gomes<br />
José Carlos Júnior<br />
Michele de Barcelos<br />
Diogo Diniz<br />
Realização<br />
Secretariado Nacional<br />
www.ejnsbrasil.com.br<br />
Este livro é de uso exclusivo das Equipes de Jovens de Nossa Senhora e sua reprodução tem de ser<br />
autorizada.<br />
Impresso no <strong>Brasil</strong><br />
2012<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012
TEMÁRIO <strong>EJNS</strong> BRASIL 2012<br />
Sumário<br />
Reunião 6 – Creio na Vida Eterna .................................................................................................... 46<br />
Reunião 7 – A Sexualidade: Dom de Deus ...................................................................................... 52<br />
Reunião 8 – Amar: Fonte de Alegria ................................................................................................ 59<br />
Reunião 9 – São Francisco: Alegria pela Criação ............................................................................ 65<br />
Reunião 10 – Balanço Anual ............................................................................................................ 72<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012
Reunião 6<br />
Creio na Vida Eterna<br />
Texto de meditação: Jovem rico (São Marcos ou São Mateus)<br />
“Que devo fazer para alcançar a vida eterna?”. Esta pergunta do jovem do Evangelho parece<br />
distante das preocupações de muitos jovens contemporâneos. Porventura, como observava o meu<br />
predecessor – Papa João Paulo <strong>II</strong> –, “não somos nós a geração cujo horizonte da existência está<br />
completamente preenchido pelo mundo e pelo progresso temporal?” (Carta aos jovens, n. 5). Mas<br />
a questão acerca da vida eterna impõe-se em momentos particularmente dolorosos da existência,<br />
como quando sofremos a perda de uma pessoa querida ou experimentamos o insucesso.<br />
Mas o que é a vida eterna, de que fala o jovem rico? Jesus no-lo explica quando, dirigindo-se aos<br />
seus discípulos, afirma: “Hei de ver-vos de novo; e o vosso coração alegrar-se-á e ninguém vos<br />
poderá tirar a vossa alegria” (Jo 16, 22). São palavras que indicam uma proposta sublime de<br />
felicidade sem fim: a alegria de sermos cumulados pelo amor divino para sempre.<br />
O interrogar-se sobre o futuro definitivo que nos espera dá sentido pleno à existência porque orienta<br />
o projeto de vida não para horizontes limitados e passageiros, mas amplos e profundos, que levam a<br />
amar o mundo, tão amado pelo próprio Deus, a dedicar-se ao seu desenvolvimento, mas sempre<br />
com a liberdade e a alegria que nascem da fé e da esperança. São horizontes que nos ajudam a não<br />
transformar em absolutas as realidades terrenas, sentindo que Deus nos prepara um bem maior, e a<br />
repetir com Santo Agostinho: “Desejemos juntos a pátria celeste, suspiremos pela pátria celeste,<br />
sintamo-nos peregrinos aqui na terra” (Comentário ao Evangelho de São João, Homilia 35, 9).<br />
Com o olhar fixo na vida eterna, o Beato Pier Giorgio Frassati – falecido em 1925, com a idade de<br />
24 anos – dizia: “Quero viver; não ir vivendo!”. E, numa fotografia a escalar uma montanha que<br />
enviou a um amigo, escrevera: “Rumo ao alto!”, aludindo à perfeição cristã, mas também à vida<br />
eterna.<br />
Jesus recorda ao jovem rico os dez mandamentos como<br />
condições necessárias para alcançar a vida eterna.<br />
Constituem pontos de referência essenciais para viver no<br />
amor, para distinguir claramente o bem do mal e construir<br />
um projeto de vida sólido e duradouro. Também a nós<br />
Jesus pergunta se conhecemos os mandamentos,<br />
preocupando-nos em formar a nossa consciência segundo<br />
a lei divina, e se os colocamos em prática.<br />
Não basta conhecer os mandamentos. O testemunho vale<br />
mais que a ciência, ou seja, é a própria ciência aplicada.<br />
Não são impostos de fora, nem diminuem nossa<br />
liberdade. Pelo contrário: constituem impulsos internos<br />
vigorosos que nos levam a agir nesta direção. Na sua base estão a graça e a natureza, que não nos<br />
deixam parados. Precisamos caminhar. Somos impelidos a fazer algo para nos realizarmos a nós<br />
mesmos. Realizar-se através da ação, na verdade, é tornar-se real. Nós somos, em grande parte, a<br />
partir de nossa juventude, o que nós queremos ser. Somos, por assim dizer, obra de nossas mãos.<br />
46<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 6 – Creio na Vida Eterna
Sem dúvida, trata-se de perguntas contra a corrente em relação à mentalidade contemporânea, que<br />
propõe uma liberdade desligada de valores, de regras, de normas objetivas, e convida a não colocar<br />
limites aos desejos do momento. Mas este tipo de proposta, em vez de conduzir à verdadeira<br />
liberdade, leva o homem a tornar-se escravo de si mesmo, dos seus desejos imediatos, de ídolos,<br />
como o poder, o dinheiro, o prazer desenfreado e as seduções do mundo, tornando-o incapaz de<br />
seguir a sua vocação natural ao amor.<br />
Deus nos dá os mandamentos porque nos quer educar para a<br />
verdadeira liberdade, porque quer construir conosco um<br />
Reino de amor, de justiça e de paz. Ouvi-los e pô-los em<br />
prática não significa alienar-se, mas encontrar o caminho da<br />
liberdade e do amor autênticos, porque os mandamentos não<br />
limitam a felicidade, mas indicam o modo como encontrá-la.<br />
No início do diálogo com o jovem rico, Jesus recorda que a<br />
lei dada por Deus é boa, porque “Deus é bom”.<br />
Vós sois jovens da Igreja. Por isso Eu vos envio para a<br />
grande missão de evangelizar os jovens e as jovens que<br />
andam errantes por este mundo, como ovelhas sem<br />
pastor. “Sede os apóstolos dos jovens” (Papa Bento XVI).<br />
Convidai-os para que venham convosco, façam a mesma experiência de fé, de esperança e de amor;<br />
encontrem-se com Jesus para se sentirem realmente amados, acolhidos, com plena possibilidade de<br />
realizar-se. Que também eles e elas descubram os caminhos seguros dos mandamentos e que por<br />
eles cheguem até Deus.<br />
Podemos ser protagonistas de uma sociedade nova se procuramos pôr em prática uma vivência<br />
real inspirada nos valores morais universais, mas também um empenho pessoal de formação<br />
humana e espiritual é de vital importância. Um homem ou uma mulher despreparado para os<br />
desafios reais de uma correta interpretação da vida cristã será presa fácil a todos os assaltos do<br />
materialismo e do laicismo, sempre mais atuantes em todos os níveis.<br />
Quem vive hoje a condição juvenil enfrenta muitos problemas resultantes do desemprego, da falta<br />
de referências ideais e de perspectivas concretas para o futuro. Às vezes, pode-se ficar com a<br />
impressão de impotência diante das crises e derivas atuais.<br />
Apesar das dificuldades, não devemos nos deixar desencorajar<br />
nem renunciar aos nossos sonhos! Pelo contrário, cultivemos no<br />
coração desejos grandes de fraternidade, de justiça e de paz. O<br />
futuro está nas mãos de quem souber procurar e encontrar razões<br />
fortes de vida e de esperança. Se quisermos, o futuro está nas<br />
nossas mãos, pois os dons e as riquezas que o Senhor guardou no<br />
coração de cada um de nós, plasmados pelo encontro com Cristo,<br />
podem dar esperança autêntica ao mundo! É a fé no seu amor<br />
que, tornando-nos fortes e generosos, nos dará a coragem de<br />
enfrentar com serenidade o caminho da vida e assumir as<br />
responsabilidades familiares e profissionais. Comprometemo-nos<br />
a construir o nosso futuro através de percursos sérios de<br />
formação pessoal e de estudo para servir o bem comum de<br />
maneira competente e generosa.<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 6 – Creio na Vida Eterna 47
Mas o Evangelho nos refere que esse jovem se entristeceu com o convite. Foi embora abatido e<br />
triste. Este episódio nos faz refletir mais uma vez sobre a riqueza da juventude. Não se trata, em<br />
primeiro lugar, de bens materiais, mas da própria vida, com os valores inerentes à juventude.<br />
Provém de uma dupla herança: a vida, transmitida de geração em geração, cuja origem primeira está<br />
Deus, cheio de sabedoria e de amor; e a educação, que nos insere na cultura a tal ponto que, em<br />
certo sentido, podemos dizer que somos mais filhos da cultura e, por isso, da fé do que da natureza.<br />
Da vida brota a liberdade que, sobretudo nesta fase, se manifesta como responsabilidade. E o grande<br />
momento da decisão, numa dupla opção: uma quanto ao estado de vida e outra quanto à profissão.<br />
Responde à questão: que fazer com a vida?<br />
Em outras palavras, a juventude se afigura como uma<br />
riqueza porque leva à descoberta da vida como um<br />
dom e como uma tarefa. O jovem do Evangelho<br />
percebeu a riqueza de sua juventude. Foi até Jesus, o<br />
Bom Mestre, para buscar uma orientação. Mas, na<br />
hora da grande opção, não teve coragem de apostar<br />
tudo em Jesus Cristo. Consequentemente, saiu dali<br />
triste e abatido. É o que acontece todas as vezes que<br />
nossas decisões fraquejam e se tornam mesquinhas e<br />
interesseiras. Ele sentiu que faltou generosidade, o<br />
que não lhe permitiu uma realização plena. Fechouse<br />
sobre sua riqueza, tornando-se egoísta.<br />
Jesus se ressentiu com a tristeza e a mesquinhez do jovem que o viera procurar. Os Apóstolos,<br />
como vós hoje, preenchem esta lacuna deixada por aquele jovem que se retirou triste e abatido. Eles<br />
e nós estamos alegres porque sabemos em quem acreditamos (2 Tim 1,12). Sabemos e<br />
testemunhamos com nossa própria vida que só Ele tem palavras de vida eterna (Jo 6,68). Por isso,<br />
com São Paulo, podemos exclamar: alegrai-vos sempre no Senhor (Fil 4,4).<br />
• Mensagem do Papa Bento XVI para a XXV Jornada Mundial da Juventude (28 de março 2010):<br />
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/messages/youth/documents/hf_benxvi_mes_20100222_youth_po.html;<br />
• Encontro com os jovens em São Paulo, Discurso do Papa Bento XVI (10 de maio de 2007):<br />
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/speeches/2007/may/documents/hf_benxvi_spe_20070510_youth-brazil_po.html;<br />
• Catecismo da Igreja Católica;<br />
• YouCat.<br />
48<br />
MATERIAL DE APOIO E APROFUNDAMENTO<br />
ESCUTA E MEDITAÇÃO DA PALAVRA<br />
Mt 19,16-26 Jo 16,16-24 Jo 6,59-68<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 6 – Creio na Vida Eterna
1. Tenho a consciência de que a vida eterna é o que realmente conta e que em cada ação minha aqui<br />
na terra está em jogo minha salvação?<br />
2. Quais são os maiores desafios para viver os mandamentos nos dias atuais?<br />
3. Quais são os meios que tenho ao meu alcance para ser fiel à vontade de Deus? Recorro com<br />
frequência a estes meios?<br />
1. Propor-me lembrar com frequência que minhas ações contingentes aqui na terra têm uma<br />
relevância na eternidade.<br />
2. Empenhar-me em rezar por pessoas concretas e ajudá-las a encontrar a Cristo através de nossa<br />
amizade e testemunho.<br />
Ato de Esperança<br />
PARA DISCUSSÃO SOBRE O TEMA<br />
Meu Deus, ainda que o grande número de meus pecados e sua enormidade me tornem indigno de<br />
perdão, contudo o espero de Vós pela vossa imensa bondade e misericórdia infinita.<br />
Espero perdão, Deus de misericórdia, pelos merecimentos de Jesus Cristo, vosso amado Filho.<br />
Vós sois, ó meu Deus, todo o meu amparo; tenho confiança inabalável em Jesus Cristo, vosso<br />
amado Filho, e nas vossas divinas promessas, pelas quais Vos suplico que me recebais na hora de<br />
minha morte, afim de que eu viva eternamente convosco.<br />
(Beijando a imagem de Jesus crucificado)<br />
PONTOS DE ESFORÇO<br />
ORAÇÃO (ao longo do mês)<br />
Ó meu Deus, quanto é bem fundada a minha esperança!<br />
Meu Salvador, meu amado Jesus, vendo-Vos morrer na cruz, e derramar pela minha salvação todo o<br />
Sangue de vossas veias, qual não deverá ser a minha esperança!<br />
Em Vós, Senhor, espero; não serei confundido eternamente.<br />
Vós, Senhor, sois meu refúgio na hora da minha morte. Fortificai a minha esperança!<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 6 – Creio na Vida Eterna 49
Reunião 7<br />
A sexualidade, que é dom de Deus, deve ser usada dentro de um conceito estável de felicidade. “A<br />
sexualidade afeta todos os aspectos da pessoa humana, em sua unidade de corpo e alma. Diz<br />
respeito, particularmente, à afetividade, à capacidade de amar e de procriar e, de uma maneira<br />
mais geral, à aptidão a criar vínculos de comunhão com os outros.” (Catecismo da Igreja Católica,<br />
§2332). Pela sexualidade o ser humano assume a característica de cooperador da criação divina e<br />
descobre, por meio da afetividade, o valor do outro e das diferenças.<br />
O ser humano é convidado ao amor e ao dom de si na sua unidade corpórea-espiritual. A<br />
sexualidade é um componente fundamental da personalidade. Por meio dela, expressa-se uma<br />
maneira de ser, de relacionar-se com o outro e de viver o amor humano. Em Gênesis, quando Deus<br />
diz que não é bom que o homem esteja só, podemos considerar que, na solidão, o homem não<br />
realiza a sua completa essência. Então, só há sentido existindo "com alguém" e, ainda mais<br />
profundamente e mais completamente, existindo "para alguém". Assim, Deus nos criou com a<br />
vocação à complementaridade, à comunhão e à edificação mútua.<br />
filhos para vida” (YouCat, 400).<br />
A Sexualidade: Dom de Deus<br />
A sexualidade associa o homem à mulher nos<br />
planos físico, psicológico e espiritual,<br />
marcando toda a sua expressão. Esta<br />
diversidade, que tem como finalidade a<br />
complementaridade dos dois sexos, comporta<br />
responder plenamente ao desígnio de Deus<br />
conforme a vocação à qual cada um é<br />
chamado. “Deus quis que o homem e a mulher<br />
fossem um para o outro e se complementassem<br />
no amor. Deus fez homem e mulher diferentes.<br />
Por isso, o homem e a mulher são atraídos<br />
sexual e espiritualmente. Tal como Deus, no<br />
Seu amor, é Criador, também o ser humano<br />
pode ser criador no seu amor, gerando os<br />
Atualmente, observamos algumas posturas equivocadas sobre a sexualidade. Podemos exemplificar<br />
isso quando o único sentido é satisfazer os impulsos sexuais, além de intensa busca pelo prazer e a<br />
gratificação física. É uma busca apenas pelo “meu” bem-estar. No outro extremo encontramos<br />
quem encara a sexualidade como um “tabu”, ou seja, é observada como algo indigno, impuro, onde<br />
o fundamental é a procriação. Existem ainda os que acham que a Igreja vê o sexo como algo<br />
maléfico ou pecaminoso. Isso é um verdadeiro engano. Ao aprofundarmos nossa fé na doutrina da<br />
Igreja, observaremos que a sexualidade é assim expressa: "A união do homem e da mulher no<br />
casamento é uma maneira de imitar na carne a generosidade e a fecundidade do Criador. (...)<br />
Dessa união procedem todas as gerações humanas." (Catecismo da Igreja Católica, 2335).<br />
As posturas relacionadas acima são incoerentes com o plano de Deus para conosco. Uma vez que a<br />
maneira mais adequada de se relacionar a este termo é quando associamos a um dom dado pelo Pai,<br />
ofertado ao homem para fazê-lo co-participante da criação. Então, por ser um dom divino se<br />
52<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 7 – A Sexualidade: Dom de Deus
caracteriza no aspecto unitivo e procriador. O primeiro relaciona-se ao fato de expressar o amor.<br />
Desta forma, temos como exemplo os esposos que, quando desempenham sua sexualidade, praticam<br />
um ato de entrega, experimentando o prazer que a relação sexual proporciona de forma agradável e<br />
correta. Nesse sentido, o saudoso Papa Pio X<strong>II</strong> nos ensina: "O próprio Criador estabeleceu que<br />
nesta função os esposos sentissem prazer e satisfação no corpo e no espírito. Portanto, os esposos<br />
não fazem nada de mal em procurar este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes<br />
destinou. Contudo, os esposos devem manter-se nos limites de uma moderação justa" (Catecismo<br />
da Igreja Católica, 2362).<br />
Já quando relacionamos ao lado procriador estamos dizendo que está aberto à vida. Assim, temos a<br />
ciência de que o amor em si mesmo é fecundo. Diz o Catecismo: "A fecundidade é um dom, um fim<br />
do matrimônio, porque o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo. (...) A Igreja, que está<br />
do lado da vida, ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida"<br />
(Catecismo da Igreja Católica, 2366). Portanto, o sexo está destinado à união e ao crescimento no<br />
amor, possibilitando a criação de uma nova vida humana.<br />
Talvez o mandamento que fala sobre a castidade seja um dos mais esquecidos nos dias atuais.<br />
Muitos encaram este mandamento como uma repressão sexual, algo que deve ser abolido o mais<br />
rápido possível. Contudo, os fiéis seguidores do Cristo, aqueles que de fato querem encontrar a<br />
plena felicidade, a real alegria devem contribuir para que este mandamento permaneça<br />
fortalecido, pois ele é eterno. A vivência da virtude da castidade é altamente necessária, não<br />
dependerá do estado de vida da pessoa; o solteiro é chamado a viver em continência; já o casado<br />
em castidade conjugal; e o leigo consagrado ou religioso em celibato.<br />
Em seu livro “A Fé Explicada”, Leo Trese explica a castidade ou pureza como “sendo uma virtude<br />
moral que regula retamente toda a expressão voluntária de prazer sexual dentro do casamento e a<br />
exclui totalmente fora do estado matrimonial. Os pecados contra esta virtude diferem dos que<br />
atentam contra a maioria das demais virtudes num ponto muito importante: os pensamentos,<br />
palavras e ações contra a virtude da castidade, se forem plenamente deliberados, são sempre<br />
pecados mortal.”. A castidade é uma virtude, que faz ver e tratar a si mesmo e as outras pessoas<br />
como Deus deseja, com transparência nos atos, em amor puro.<br />
Nossa sociedade tenta de diversas maneiras, “adequar” o evangelho a seus deleites. Em sua carta<br />
aos Romanos, São Paulo nos chama atenção para esta realidade, dizendo: “Não vos conformei com<br />
este mundo, mas, reformai-vos pela renovação do vosso espírito.” (Rm 12,1). Sabemos que a luta<br />
não é fácil, é necessário perseverança para vencer as misérias da carne. É preciso ter caridade,<br />
compaixão, piedade e respeito por todos os<br />
que sofrem com estes males. O jovem deve<br />
enxergar no Cristo a verdadeira força e<br />
libertação. Assim, São Paulo diz aos<br />
Filipenses: “Tudo posso Naquele que me<br />
fortalece” (Fl 14,3).<br />
Só Deus é capaz de nos fortalecer para que<br />
abandonemos o desânimo e a tristeza. Pois,<br />
Ele nos convida a um caminho de pureza, e<br />
promete aos puros que estes o verão. A luta é<br />
contínua e a graça de Deus é uma grande<br />
arma. Prova disso é quando São Pedro nos<br />
diz: “Depois que tiverdes padecido um<br />
pouco, (Deus) vos aperfeiçoará, vos tornará<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 7 – A Sexualidade: Dom de Deus 53
inabaláveis e vos fortificará.” (1 Pe 5,10). Existirão muitas situações onde nos desesperaremos e<br />
chegaremos a impossível. De fato, com a nossa fraqueza humana jamais podemos vencer estas<br />
realidades, mas, nosso querido Santo Agostinho, grande doutor da Igreja e que experimentou o<br />
combate da carne, nos diz: “O que é impossível à natureza é possível a Graça de Deus.”. Em seu<br />
livro “As Confissões”, esse santo nos mostra que a sua oração era esta: “Senhor, dá-me a<br />
castidade”, mas no seu coração sentia uma voz que logo dizia: “mas sem muita pressa, Senhor”.<br />
Um dia, enquanto rezava, como sempre, pedindo a castidade, mas sem pressa, a graça de Deus o<br />
atingiu. Por que amanhã? Por que não hoje? Por que não agora? Por que não neste momento?<br />
Agostinho então rezou assim: “Senhor, dá-me agora a graça da castidade. Não sei se amanhã serei<br />
casto, mas hoje dá-me a graça da castidade!”.<br />
Deus é nosso refúgio e fortaleza. Somente por meio de Sua misericórdia é que conseguiremos<br />
vencer as misérias da carne. Então, precisamos estar sempre atentos e vigilantes. Podemos<br />
destacar alguns pontos que nos ajudarão a sermos perseverantes neste mandamento:<br />
O Cristão batizado é membro do corpo místico de Jesus. E seu corpo é santuário de Deus, nosso<br />
criador, que habita nele pela graça batismal. Desta forma, o discípulo de Jesus deve permanecer<br />
com seu corpo em pureza e santidade. E, é fato, que o corpo é o Templo do Espírito Santo. Portanto,<br />
o mandamento de nunca pecar contra a castidade, em sua essência, refere-se ao fato de que Deus<br />
quer nos conduzir para um uso verdadeiro e reto das faculdades sexuais que Ele colocou em nosso<br />
corpo. De fato, Deus não nos convidou a experimentar uma vida de impureza. Convida-nos,<br />
contudo, à santidade. Esta é vontade do Pai, que nos santifiquemos e que saibamos possuir nosso<br />
corpo de uma maneira santa e honrosa.<br />
Uma vida cristã exige que cada um renuncie a si mesmo e tome a sua cruz diária e, em Deus,<br />
encontraremos a adequada esperança e recompensa. Pois, quando morremos com Ele, também<br />
n’Ele viveremos. Assim, se perseverarmos reinaremos com Ele. A renúncia nos tornará livre para<br />
um amor por meio da autodisciplina, que se deve contrair e desenvolver ao longo de nossa<br />
caminhada, conservando em cada etapa de nossa vida. Para tal, contribui em qualquer situação<br />
permanecer fiel aos mandamentos de Deus, fugir e guarda-se das tentações. São Bernardo Claraval<br />
disse: “Onde o amor emerge, ele segura todos os outros impulsos e sublima-os em amor”.<br />
54<br />
• Vida de oração profunda;<br />
• Participação frequente no Santo Sacrifício da Missa e na Comunhão Eucarística;<br />
• Devoção à Santíssima Virgem, grande modelo de castidade.<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 7 – A Sexualidade: Dom de Deus<br />
É muito importante que mais do que nunca, hoje,<br />
estejamos atentos às orientações que a Igreja sempre<br />
aconselhou para o caminho de uma vida casta: a disciplina<br />
dos sentidos e da mente, a vigilância e a prudência para<br />
evitar as questões de queda, a guarda do pudor, a<br />
moderação nas diversões, as ocupações sãs. Os jovens<br />
devem aprofundar-se cada vez mais na devoção à<br />
Imaculada Mãe de Deus e ter os Santos como verdadeiros<br />
exemplos de santidade. O mais valioso é que todos<br />
percebam a grandiosidade que a virtude da castidade, por<br />
meio de sua beleza e de sua força, pode irradiar em nossas<br />
vidas. Esta virtude enobrece o ser humano e o capacita<br />
para um amor verdadeiro, desinteressado, generoso e<br />
respeitoso para com o seu próximo.
“A castidade não pode estar relacionada com algo ultrapassado, com beatice. Uma pessoa que<br />
vive sua castidade firme não é um brinquedo de seus desejos, mas vive com discernimento a sua<br />
sexualidade pelo amor e como expressão deste amor. A ausência da virtude da castidade<br />
acarretará em um enfraquecimento do amor em nossa vida. A Igreja nos coloca que castamente<br />
vive quem é livre para o amor e não quem é escravo dos seus impulsos e paixões. Tudo que faz com<br />
que uma pessoa ganhe significado, maturidade, liberdade e afeto contribui para um amor mais<br />
reto” (YouCat, 404 e 405).<br />
• Catecismo da Igreja Católica;<br />
• YouCat;<br />
MATERIAL DE APOIO E APROFUNDAMENTO<br />
• Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé – Declaração Persona Humana: sobre alguns pontos<br />
de ética sexual;<br />
• Teologia do Corpo: primeira catequese. De João Paulo <strong>II</strong>;<br />
• A Fé Explicada, Leo J. Trese - Editora Quadrante.<br />
ESCUTA E MEDITAÇÃO DA PALAVRA<br />
Rm 12,1 1 Pe 5,10.<br />
PARA DISCUSSÃO SOBRE O TEMA<br />
1. Tenho a consciência de que a virtude da castidade é aquela que orienta retamente minha<br />
sexualidade e que, por isso, não é exclusiva para os celibatários, mas para todos, em qualquer estado<br />
de vida?<br />
2. O que significa a castidade matrimonial? Como posso preparar-me desde agora para viver a<br />
castidade no matrimônio?<br />
3. Quais são os meios que disponho para viver a castidade? Faço uso destes meios?<br />
PONTOS DE ESFORÇO<br />
1. Cuidar de minha vestimenta, de minhas conversas e ações, para que em tudo eu manifeste a<br />
pureza da Virgem Maria, onde se reflete o verdadeiro amor diante de um mundo supersexualizado.<br />
2. Não ter vergonha de falar publicamente que luto para viver a castidade.<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 7 – A Sexualidade: Dom de Deus 55
Bendita seja Tua pureza<br />
(canto mariano tradicional)<br />
Bendita seja a tua pureza,<br />
Seja bendita eternamente.<br />
Pois todo um Deus se recreia<br />
Em tão graciosa beleza.<br />
A ti, celestial princesa,<br />
Virgem sagrada, Maria,<br />
Eu ofereço neste dia<br />
A vida, a alma e o coração.<br />
Olha-me com compaixão.<br />
Não me deixes, ó minha Mãe.<br />
56<br />
ORAÇÃO (ao longo do mês)<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 7 – A Sexualidade: Dom de Deus
Reunião 8<br />
Amar: Fonte de Alegria<br />
Comecemos nossa reflexão com um pequeno trecho do poema “Minha Alegria”, de Santa Teresa<br />
do Menino Jesus: “Minha alegria é a vontade santa de Jesus, meu único amor” 1 . E qual é a<br />
vontade do Nosso Senhor Jesus? “Que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei.” (Jo 15,12).<br />
Deus é amor e quem permanece no amor, permanece em Deus e<br />
Deus nele. (I Jo 4,16). Neste versículo, o evangelista com<br />
bastante clareza e de forma sintética exprime que a existência<br />
cristã é fundamentada no amor que Deus tem pelos homens.<br />
Assim, o homem, por ser a imagem e semelhança de Deus, é<br />
chamado ao amor.<br />
Podemos definir três formas de amor: Eros, Philia e Ágape. Na<br />
Grécia Antiga conceituava-se o amor Eros como o amor entre<br />
homem e mulher. Trata-se do amor que é atração, que exige. É<br />
o amor que pressupõe o retorno do sentimento vivido. Esta<br />
forma de amor quer exclusividade porque os amantes<br />
pretendem ser únicos um para o outro, e quer reciprocidade.<br />
Este amor Eros pretende elevar-nos para o Divino. Mas, nesta<br />
estrada será exigido um caminho de renúncias e purificações.<br />
O amor Philia é o amor que representa a amizade, que no<br />
Evangelho de São João podemos identificá-lo no amor entre Jesus e seus discípulos. Philia é o amor<br />
que possibilita a solidariedade e a compaixão, buscando o desenvolvimento integral do homem. É<br />
próprio desse amor não haver dominador nem dominado. Sua principal característica é o<br />
compromisso com o outro e, por solidarizar-se com o outro, ama-o sem exclusividade, sem<br />
discriminação, sem exigências, o que é próprio de uma relação de amizade, onde a compreensão é<br />
maior que as cobranças e onde os amigos aceitam suas limitações.<br />
Já o amor Ágape é traduzido nas Sagradas Escrituras como o amor indeterminado, que transpassa<br />
o caráter egoísta e busca verdadeiramente a descoberta do outro. Por meio do amor Ágape, o<br />
indivíduo não mais expressa a busca por amor a si próprio. O seu amor passa a ser o zelo ao<br />
outro. Enaltecendo a relevância de amar ao próximo, o Ágape é o amor fundado sobre a fé e pela<br />
gratuidade.<br />
Amar a Deus é caminhar em direção a Deus. Nesta situação, deixamo-nos atrair em totalidade por<br />
Ele, pois só em Deus encontraremos a realização de nossos anseios e objetivos. Amar a Deus<br />
significa eleger, preferi-lo e concentrar todos os esforços para amar, toda nossa vontade de união.<br />
Santo Afonso diz: “Quem ama, quer unir-se”. Desta forma, percebemos que, se amamos a Deus,<br />
este amor pode ser traduzido através da procura da união com Ele. E esta união é concretizada<br />
através da Eucaristia, a grande prova do amor de Jesus para conosco. A doação de Jesus, por meio<br />
da comunhão do seu corpo e sangue, eleva o homem a um grau maior de unidade com Deus.<br />
1 Obras Completas, escritos e últimos colóquios de Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face. São Paulo: Editora Paulus, 2002.<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 8 – Amar: Fonte de Alegria 59
Nossa santificação está atrelada ao amor: à medida que amamos a Deus e ao próximo<br />
encontraremos a perfeição que Nosso Senhor nos aponta. No evangelho de São João, Jesus diz que<br />
o amor será o sinal de que somos cristãos: “Por isso conhecerão todos que sois meus discípulos, se<br />
vos amardes uns aos outros” (Jo 13,15). Como cristãos e atentos ao mandamento que Deus nos<br />
coloca, precisamos executar tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar o próximo a encontrar a<br />
Salvação.<br />
“A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo e a<br />
nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus. A caridade tem como frutos a alegria, a paz<br />
e a misericórdia. Suscita a reciprocidade. É amizade e comunhão” (Catecismo da Igreja Católica,<br />
1822 e 1829). “Deste modo, podemos perceber a ação do amor através da força com que nos<br />
entregamos a Deus, que nos amou primeiro, para nos unirmos a Ele e, assim, acolhermos os outros<br />
como a nós mesmos, por amor a Deus, sem reservas e com o coração” (YouCat, 309).<br />
Quem ama se coloca longe tanto das situações de<br />
pecados graves, quanto das situações de pecados<br />
veniais. Contudo, o verdadeiro amor não deve estar<br />
relacionado somente com o não pecar, mas, deve<br />
igualmente, procurar externar seus sentimentos<br />
interiores ou pensamentos em palavras e obras de<br />
modo que não se dê por satisfeito até que tenha<br />
realizado tudo o que se pode. Assim, relacionamos o<br />
amor à Deus a um significado simples: ao fato de<br />
estarmos dispostos a qualquer coisa antes de ofendêlo<br />
por meio do pecado. Amamos Deus porque Ele é<br />
Deus, ou seja, “Por Ele mesmo”. Este amar deve ser<br />
sincero e transparente, que não vise retorno. Amá-lo<br />
porque Ele é bom e porque Seu amor é infinito. A essência deste amor é Deus, vem da relação de<br />
um filho para com seu pai, que se apresenta sem egoísmo e sem interesse.<br />
O amor nos leva a um estado de graça santificante. Ele é capaz de impulsionar uma força que incita<br />
a evitar os erros e defeitos da natureza humana. O amor de Deus é gratuito, é irreversível. Deus nos<br />
ama para todo sempre. Ele continua incansavelmente a nos seduzir. O Seu amor por nós é capaz de<br />
nos transformar, de nos elevar. Esta ação divina é capaz de nos unir. São Francisco de Sales<br />
interpreta o amor como: “É uma virtude maravilhosa. Ele é simultaneamente meio e fim, o<br />
movimento e a meta, o caminho que leva a si mesmo. Que devemos, pois, fazer para amar? Para<br />
isso, não precisamos de nenhum outro truque que não seja, simplesmente, amar, tal como<br />
aprendemos a tocar alaúde tocando alaúde e a dançar dançando”.<br />
“Deus nos concede o seu Espírito Santo para que seja o nosso auxílio na prática do verdadeiro<br />
amor. A graça de Deus nos insere na Vida interior do Deus trino, na permuta de amor entre<br />
Pai, Filho e Espírito Santo. Capacita-nos para viver no amor de Deus e atuar a partir deste<br />
amor” (YouCat, 339).<br />
Portanto, podemos considerar que não há nada de mais perfeito e mais santo que amar, pois, quando<br />
amamos uns aos outros, seremos obedientes ao ensinamento do Pai. “Este é o meu preceito: que vos<br />
ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Então, se amamos o nosso próximo, por amor<br />
a Deus, não há que se levar em consideração se este próximo seja socialmente amável ou não.<br />
São Maximiliano Kolbe experimentou em vida o verdadeiro amor. Por isso, foi declarado mártir da<br />
caridade. Durante a <strong>II</strong> Guerra Mundial, com a invasão da Polônia pelo exército alemão, sob o<br />
60<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 8 – Amar: Fonte de Alegria
comando de Hitler, os nazistas não só prenderam e deportaram judeus, como também outros grupos,<br />
inclusive líderes católicos. Estes últimos eram temidos pela influência que tinham junto ao povo<br />
polaco, profundamente católico. Maximiliano, com a sua vasta ação missionária, também constava<br />
na lista. Passou vários meses num campo de concentração. Libertado, foi novamente preso em<br />
1941, enviado para Auschwitz, condenado a trabalhos forçados. Entre os companheiros de<br />
infortúnio continuou a exercer um verdadeiro apostolado, encorajando-os a resistir com ânimo. Foi<br />
ali que se ofereceu para morrer no lugar de Francisco Gajowniczek, um pai de família condenado a<br />
morte. Único sobrevivente do grupo, no subterrâneo da morte, Maximiliano Kolbe resistiu por<br />
quinze dias à fome, à sede, ao desespero na escuridão do cárcere. Confortava os companheiros, os<br />
quais, um após outro, aos poucos sucumbiam. Morreu, em 14 de agosto de 1941, com uma injeção<br />
de fenol que lhe administraram. Por amor ao próximo deu a sua vida. Não tinha sequer a certeza que<br />
o Francisco sobreviveria. Deu sua vida pela possibilidade (apenas a possibilidade) de salvar a vida<br />
do Francisco. Isso é o verdadeiro amor.<br />
Uma grande maneira de amar a Deus é por meio do amor a<br />
Nossa Senhora. Diz São Vicente Palloti: “Que o meu amor<br />
por Maria seja igual ao amor de seu filho por ela”. Maria,<br />
que foi modelo de humildade, sabedoria e escuta, guardava<br />
tudo em seu coração, como prova de seu amor a Deus.<br />
Segundo João, “Jesus disse: se alguém me ama, guardará a<br />
minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a Ele e<br />
Nele faremos nossa morada” (Jo 14,23). Portanto, assim<br />
como a Santíssima Virgem, escutemos e guardemos os<br />
ensinamentos de Nosso Senhor para, então, colocarmos em<br />
prática, o que consequentemente levará alegria em nossas<br />
vidas e nos conduzirá à vida eterna, nossa principal razão de<br />
ser.<br />
“Maria, Virgem e Mãe, mostra-nos o que é o amor e de onde<br />
este tem a sua origem e recebe incessantemente a sua força. A Ela confiamos a Igreja, a sua missão<br />
ao serviço do amor” (Papa Bento XVI).<br />
• Carta Encíclica Deus Caritas Est - Deus é amor. Papa Bento XVI;<br />
• Catecismo da Igreja Católica;<br />
• YouCat;<br />
MATERIAL DE APOIO E APROFUNDAMENTO<br />
• A Fé Explicada, Leo J. Trese - Editora Quadrante;<br />
• A Vida Espiritual, Benedikt Baur - Editora Rei dos Livros.<br />
ESCUTA E MEDITAÇÃO DA PALAVRA<br />
I Jo 4,16-21 Dt 6,4-5 Jo 13,31-35 Jo 15,9-17<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 8 – Amar: Fonte de Alegria 61
1. O que a sociedade hoje, de um modo geral, entende por “amor” é o mesmo que nós, cristãos,<br />
entendemos?<br />
2. O que falta em nós para que o nosso testemunho de amor seja autenticamente cristão?<br />
3. O que podemos fazer para realizar na prática o amor a Deus acima de todas as coisas, o amor ao<br />
próximo e a nós mesmos?<br />
1. Rezar pelas pessoas com quem tenho maior dificuldade de relacionar-me e tentar realizar outras<br />
práticas de amor concreto por elas.<br />
2. Colocar em minha vida o amor a Deus acima de tudo, através da prioridade à minha vida de<br />
oração.<br />
Que tudo em mim seja amor...<br />
(Beata Elena Guerra)<br />
PARA DISCUSSÃO SOBRE O TEMA<br />
PONTOS DE ESFORÇO<br />
ORAÇÃO (ao longo do mês)<br />
Que a fé seja o amor que crê,<br />
Que a esperança seja o amor que espera,<br />
Que a adoração seja o amor que se prosta,<br />
Que a oração seja o amor que te encontra,<br />
Que o cansaço seja o amor que trabalha,<br />
Que a mortificação seja o amor que se imola,<br />
Que somente o Teu amor ó Deus, dirija os meus pensamentos,<br />
as minhas palavras e as minhas obras.<br />
62<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 8 – Amar: Fonte de Alegria
Reunião 9<br />
São Francisco: Alegria pela Criação<br />
Estudar a vida dos santos é entender um pouco sobre pessoas simples que em suas atitudes, ações,<br />
gestos e vidas souberam honrar, amar e se assemelhar a Deus. São Francisco de Assis é um deles.<br />
Nascido em 1182, Francisco era filho único de uma das famílias mais ricas e conhecidas da cidade<br />
de Assis, no interior da Itália. Gostava de aproveitar e viver a juventude de forma bastante festiva,<br />
sempre ao redor de muitos amigos. Contudo, a vontade divina foi maior. Num momento em que<br />
percebeu que perderia sua vida, teve um encontro pessoal com o Criador. Em meio à guerra, foi<br />
gravemente ferido e ao retornar a sua cidade natal para recuperação de sua saúde, começou a<br />
entender os planos de Deus.<br />
O Senhor, apresentando-se de forma muito sublime deu<br />
ao jovem Francisco algo simples: observar suas<br />
criaturas. Ele passou a perceber que as criaturas são um<br />
caminho para se chegar à contemplação do Criador.<br />
Assim, Francisco começa sua conversão. Na época, ao<br />
notar doentes e mendigos rejeitados pela sociedade<br />
passou a vê-los como se visse o próprio Cristo. Logo<br />
deixou sua casa e seus bens para viver com os<br />
pequeninos e pobres, cuidando deles como se fossem de<br />
sua própria família.<br />
Ao assumir esta condição de “seguidor” de Cristo, foi<br />
renegado por seu pai. No entanto, Francisco sabiamente<br />
respondeu: “Até aqui, tenho chamado de pai a Pedro<br />
Bernardone, mas agora sou apenas servo de Deus. Não<br />
somente o dinheiro, mas também tudo que possa dizer<br />
dele devolverei, mesmo as roupas que me deu”. Neste<br />
momento de renuncia, Francisco entenderia o propósito de Deus para sua vida e para a de todos:<br />
que amemos e cuidemos uns dos outros como a nós mesmos.<br />
Após a saída da casa de seus pais, Francisco começou a trabalhar pelos pequeninos, doentes e<br />
excluídos da sociedade. Passou a morar em ruas e a pedir esmolas, a fim de alimentar aqueles que<br />
nada tinham. Em todos os lugares falava sempre do amor de Deus, dando a um número cada vez<br />
maior de seguidores, um testemunho de fé e esperança: esperança em Cristo.<br />
O jovem que só queria viver o amor do Senhor e a alegria do Cristo Ressuscitado, de maneira cada<br />
vez mais intensa, foi se tornando instrumento nas mãos de Deus. Reconstruiu, após uma visão que<br />
lhe foi dada, a Igreja de São Damião, que ficava fora dos muros de Assis, e que estava abandonada.<br />
Ao verem seu exemplo, muitos jovens deixavam seus bens para seguir os conselhos de Francisco.<br />
Conselhos estes que eram, acima de tudo, do próprio Deus.<br />
Muitos dos que se aproximaram do santo jovem, também deixaram seus bens e passaram a seguir os<br />
caminhos de Jesus. Entre eles estão os exemplos mais fortes: Santa Clara e Santo Antônio. A<br />
natureza também refletia o amor de Cristo em Francisco. As flores desabrochavam nos campos ao<br />
vê-lo passar. As andorinhas percorriam os céus acompanhando-o com seus cantos. Até mesmo as<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 9 – São Francisco: Alegria pela Criação 65
nuvens pareciam segui-lo por onde o pequenino passava. Lembrava sempre da passagem de Jó, que<br />
diz: “Quem ignora que a mão de Deus fez todas essas coisas?” (Jó 12,9).<br />
Francisco tinha muito amor à criação de Deus. Sabia que a alegria era um dom supremo e que os<br />
corações alegres afastam o mal. Por isso, admirava todos os dias a natureza ao seu redor, desde as<br />
águias que sobrevoavam o céu, os ventos, os campos floridos, bem como cada inseto ou qualquer<br />
ser vivo que se apresentava diante de seus olhos. A intensa vida de Francisco era sublimada pelo<br />
amor de Deus.<br />
Muitos homens de Assis debochavam ao vê-lo naquela situação de pedinte, cuidando de pessoas<br />
que o mundo desprezava. Porém, ele não desistia. Após a reconstrução da Igreja, passou por<br />
inúmeras dificuldades, visto que denunciava os poderosos por se esquecerem dos que precisavam de<br />
ajuda.<br />
Em meio a isso, recebeu um novo chamado do Senhor e, com grande ousadia, caminhou até Roma<br />
para se encontrar com sua Santidade: o Papa. Sem saber que o mesmo já havia tido um sonho em<br />
que Deus revelava a ele sobre o jovem de Assis, Francisco não só foi recebido pelo Pontífice, como<br />
também liberado para continuar com a ordem que havia criado: a Ordem dos Frades Menores.<br />
Assim, Francisco e seus filhos espirituais cresciam em graça na presença do Senhor. Falavam a<br />
todos do amor de Deus. Assim, muitos feitos em nome de Jesus Cristo foram realizados. A renúncia<br />
dos bens materiais trazia uma liberdade que só conseguia entender aqueles que seguiam este<br />
mandamento. Gostava de chamar a todos de irmãos: irmão Sol, irmã Lua, entre outros. Dizia às<br />
cigarras, suas companheiras pelas estradas: “Canta irmãzinha, com teu canto estrídulo louva ao<br />
eterno Senhor”. Tudo era motivo de alegria, tudo era motivo de amor.<br />
Certa vez, ao partir para a uma cidade longe de Assis, ofereceram-lhe um peixe a fim de que ele<br />
pudesse matá-lo e saciar sua fome. Antes de sacrificá-lo, Francisco agradeceu e, em seguida, pediu<br />
permissão para devolver o pequeno peixe ao lago. Ao pegar o barco, o jovem percebeu que o peixe<br />
o acompanhou por toda a travessia. Este foi um dos relatos que o santo tinha sobre falar com os<br />
animais.<br />
Outro caso aconteceu na cidade de Gúbio, na Umbria. Havia<br />
inúmeros relatos de ataques ocorridos por um lobo que<br />
rondava a cidade sempre ao anoitecer. Alarmado com a<br />
situação, São Francisco decidiu subir aos montes da pequena<br />
cidade e ir ao encontro do feroz animal. Ao encontrá-lo,<br />
Francisco com voz firme disse-lhe: “Irmão lobo, em nome de<br />
Cristo não faças mal nem a mim nem a ninguém. Até aqui a<br />
tua vida tem sido abominável, pois matastes muitas criaturas.<br />
Tu bem mereces morrer como ladrão e homicida, mas eu<br />
quero fazer as pazes entre ti e os homens. E como sei que tens<br />
cometido todos os males pela fome, venho prometer-te<br />
alimento. A partir de agora, todos te darão carne, desde que<br />
sejas pacifico e bom. Irás de casa em casa sem que faças mal<br />
algum a ninguém”.<br />
O lobo, inclinando sua cabeça, fez evidente sinal que aceitava<br />
a proposta. E mansamente, acompanhou Francisco até a<br />
cidade. Ali, diante a multidão, realizou um trato entre o<br />
animal e a população que passou a cuidar do lobo como a um cão bom e fiel.<br />
66<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 9 – São Francisco: Alegria pela Criação
Ao meditar sobre a vocação de São Francisco podemos confirmar que ele encontrou seu caminho.<br />
Um caminho de renúncia, de trabalho, de oração e pobreza. Ele teve a possibilidade de ensinar,<br />
mas, sobretudo, de aprender. Tinha visões frequentes de Nossa Senhora, a quem chamava de grande<br />
companheira e grande mãe. A Imaculada inclusive o ajudara em vários momentos de dificuldades,<br />
quando o demônio vinha pessoalmente tentá-lo. Chamava seu corpo de “irmão burro”, já que este<br />
várias vezes cansava-se pelo grande desgaste que sofria. Mas tudo pelo trabalho ao Senhor.<br />
São Francisco nunca foi ordenado sacerdote, pois não se achava digno de carregar o Corpo de<br />
Cristo. Mas devido a tantos trabalhos que desenvolveu por onde passava, foi ordenado diácono pelo<br />
Bispo próximo de sua cidade, para que pudesse distribuir a Eucaristia aos necessitados de corpo e<br />
alma. Não gostava de ser exaltado e nem elogiado. Todas as glórias eram rendidas a Deus!<br />
Mantinha a humildade e a bondade, mantendo abstinência moral dos vícios e dos pecados.<br />
Ao final de sua vida, já com 44 anos e com saúde muito<br />
debilitada, recebeu em seu corpo os estigmas de Cristo. Relatos<br />
da época dizem que em momento algum Francisco se mostrava<br />
triste. Pelo contrário, muitos vinham a visitá-lo, pois sabiam<br />
que receberiam aquela felicidade também para si. Fazia uma<br />
oração cotidiana que dizia: “Meu Deus, por piedade, faze-me<br />
morrer de amor”.<br />
Já sabendo que sua hora estava próxima, abençoava sempre os<br />
que estavam próximos e pedia que nenhum deles deixasse a<br />
tristeza abater-lhes. E assim, o irmão seráfico, foi recebido no<br />
céu por Jesus, a quem tanto amou, e por sua mãe, a doce<br />
Virgem Maria. Dois anos após sua morte, São Francisco foi<br />
canonizado pelo Papa Gregório IX.<br />
MATERIAL DE APOIO E APROFUNDAMENTO<br />
• Escritos de São Francisco de Assis, Frei Celso Márcio Teixeira (Org.) - Ed. Vozes;<br />
• Fontes Franciscanas e Clarianas, Frei Celso Márcio Teixeira (Org.) - Ed. Vozes.<br />
ESCUTA E MEDITAÇÃO DA PALAVRA<br />
Jó 12,7-9 Sl 1,1-6 Rm 12,1-8<br />
PARA DISCUSSÃO SOBRE O TEMA<br />
1. De modo geral, que diferenças fundamentais encontramos entre o amor de São Francisco às<br />
criaturas e os movimentos ecologistas atuais?<br />
2. Como podemos viver a pobreza evangélica em meio à nossa realidade?<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 9 – São Francisco: Alegria pela Criação 67
3. O testemunho dos santos é o melhor argumento para anunciar o Evangelho. Você concorda com<br />
essa afirmação?<br />
1. Evitar gastos supérfluos por luxo, capricho, vaidade.<br />
2. Estar mais atento para contemplar a obra da Criação e a partir dela louvar o Criador.<br />
O cântico das Criaturas<br />
Louvado seja Deus na natureza,<br />
Mãe gloriosa e bela da Beleza,<br />
E com todas as suas criaturas;<br />
Pelo irmão Sol, o mais bondoso<br />
E glorioso irmão pelas alturas,<br />
O verdadeiro, o belo, que ilumina<br />
Criando a pura glória – a luz do dia!<br />
Louvado seja pelas irmãs Estrelas,<br />
Pela irmã Lua que derrama o luar,<br />
Belas, claras irmãs silenciosas<br />
E luminosas, suspensas no ar.<br />
Louvado seja pela irmã Nuvem que há de<br />
Dar-nos a fina chuva que consola;<br />
Pelo Céu azul e pela Tempestade;<br />
Pelo irmão Vento, que rebrama e rola.<br />
Louvado seja pela preciosa,<br />
Bondosa água, irmã útil e bela,<br />
Que brota humilde. É casta e se oferece<br />
A todo o que apetece o gosto dela.<br />
Louvado seja pela maravilha<br />
Que rebrilha no Lume, o irmão ardente,<br />
Tão forte, que amanhece a noite escura,<br />
E tão amável, que alumia a gente.<br />
Louvado seja pelos seus amores,<br />
Pela irmã madre Terra e seus primores,<br />
Que nos ampara e oferta seus produtos,<br />
Árvores, frutos, ervas, pão e flores.<br />
68<br />
PONTOS DE ESFORÇO<br />
ORAÇÃO (ao longo do mês)<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 9 – São Francisco: Alegria pela Criação
Louvado seja pelos que passaram<br />
Os tormentos do mundo dolorosos,<br />
E, contentes, sorrindo, perdoaram;<br />
Pela alegria dos que trabalham,<br />
Pela morte serena dos bondosos.<br />
Louvado seja Deus na mãe querida,<br />
A natureza que fez bela e forte:<br />
Louvado seja pela irmã Vida<br />
Louvado seja pela irmã Morte.<br />
Amém.<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 9 – São Francisco: Alegria pela Criação 69
Reunião 10<br />
Para essa última reunião do ano, faremos uma reflexão sobre nós, nossa equipe de base e nosso<br />
movimento como um todo unificado, em direção aos propósitos que as <strong>EJNS</strong> nos colocam: a<br />
salvação e a vida eterna em Jesus. Ao final, não podemos deixar de experimentar um recomeço,<br />
pois identificando nossas faltas veremos o melhor caminho a trilhar.<br />
Objetivo<br />
Este é o momento no qual somos convidados a observar como vivenciamos os temas propostos ao<br />
longo do ano. A partir dessa análise façamos os seguintes questionamentos:<br />
• O meu amor ao Cristo e a Igreja aumentaram?<br />
• Dou testemunho do que aprendo para aqueles que estão a minha volta?<br />
<strong>Temário</strong><br />
O <strong>Temário</strong> desse ano tinha como eixo central: “Alegrai-vos no Senhor” (Fl 4,4); tema este sugerido<br />
pelo Papa Bento XVI para as Jornadas Diocesanas da Juventude, em 2012.<br />
Qual foi a sua percepção em relação aos temas abordados? Serviram para que desenvolvesse mais<br />
sua fé? Teve interesse em aprofundar-se nos temas e, assim, pesquisar outras bibliografias?<br />
Olhar para mim<br />
A reflexão ao nosso respeito merece um olhar verdadeiramente<br />
disposto às mudanças. Um olhar onde saibamos encontrar as<br />
melhorias necessárias para que possamos contribuir mais para a<br />
missão do Senhor na terra e que saibamos viver em comunidade, em<br />
equipe.<br />
“Anunciamo-vos a Boa Nova: a promessa, feita a nossos pais, Deus<br />
a realizou plenamente para nós, seus filhos, ressuscitando Jesus”<br />
(At 13,32-33). “A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante de<br />
nossa fé em Cristo, crida e vivida como verdade central pela<br />
primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela<br />
Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento,<br />
pregada, juntamente com a Cruz, como parte essencial do Mistério<br />
Pascal” (Catecismo da Igreja Católica, 638).<br />
Olhar sobre a equipe<br />
Balanço Anual<br />
Propomos uma visão caridosa, onde cada indivíduo se veja no outro e antes de propor mudanças aos<br />
outros, proponha mudanças a si mesmo. Que, assim como nas primeiras comunidades cristãs,<br />
encontremos na união de nossos membros a providência do Espírito Santo.<br />
72<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 10 – Balanço Anual
Olhar sobre as <strong>EJNS</strong><br />
É relevante que façamos uma reflexão sobre nosso movimento. Este que nos ajuda a encontrar Deus<br />
em nossa vida e nos ensina, através de sua dinâmica, a ter um melhor relacionamento em família e<br />
em comunidade. Que possamos ser instrumentos de sua renovação e que tragamos mais jovens a<br />
viver as mesmas maravilhas que o Senhor faz em nós.<br />
Caminhada cristã<br />
“Mestre, que devo fazer de bom para ter a vida eterna?”. Ao jovem que lhe faz esta pergunta,<br />
Jesus responde primeiro invocando a necessidade de reconhecer a Deus como "o único bom", como<br />
o bem por excelência e como a fonte de todas as bênçãos.<br />
“Depois, Jesus diz: “Se queres entrar para a<br />
Vida, guarda os mandamentos”. E cita ao seu<br />
interlocutor os preceitos que se referem ao amor<br />
ao próximo: “Não matarás, não adulterarás, não<br />
roubarás, não levantarás falso testemunho,<br />
honra pai e mãe. Finalmente, Jesus resume estes<br />
mandamentos de maneira positiva: “Amarás o<br />
teu próximo como a ti mesmo – Mt 19,16-19”<br />
(Catecismo da Igreja Católica, 2052).<br />
À medida que caminhamos junto a Igreja e em<br />
Equipe por meio das <strong>EJNS</strong>, ter o Espírito Santo<br />
como nosso companheiro é fundamental. É Ele<br />
que irá nos impulsionar a viver a alegria de Deus e levá-la ao nosso próximo.<br />
Por isso, essa reunião de balanço nos convida a refletir sobre como conduzimos nossas vidas ao<br />
decorrer deste ano. É preciso refletir se fomos capazes de deixar a caridade cristã imperar em nossas<br />
vidas a ponto de irradiar o amor de Cristo, no nosso irmão equipista.<br />
Faz-se importante pensar se por meio da partilha de fé na vida em comunidade (em equipe)<br />
partilhamos, verdadeiramente, nossa oração com o outro, se nos alegramos com a presença do outro<br />
em nossas vidas e vivemos um amor mútuo.<br />
Esse é o momento de observarmos os pontos que desenvolvemos e os que ainda precisam ser<br />
melhorados. É muito interessante saber se nos conhecemos bem, pois este processo de<br />
autoconhecimento nos ajudará a identificar nossas faltas e fraquezas e, assim, propiciando-nos<br />
um desenvolvimento espiritual.<br />
O processo de reflexão – para nós apresentado como balanço – não deve parar. É preciso que os<br />
Equipistas Jovens de Nossa Senhora observem, continuamente, sua participação na vida em equipe.<br />
Devem-se analisar os avanços e os recuos já experimentados, estando abertos a novos desafios. É<br />
preciso ir mais além, não há tempo para ficar estagnado.<br />
Que os novos desafios, as novas escolhas e as propostas para um ano de crescimento espiritual,<br />
sejam iluminados pela fé, movidos pelo amor e alimentados pela esperança.<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 10 – Balanço Anual 73
Assim, nessa reunião de balanço, estejamos com<br />
nossos corações abertos a Deus e ao próximo.<br />
Pensemos com esperança nos futuros passos que<br />
iremos dar no próximo ano. Contudo, não<br />
deixemos de olhar sempre para trás, agradecendo<br />
as bênçãos de Nosso Senhor em nossas vidas e<br />
rogando a Maria Santíssima que passe a nossa<br />
frente e nos guie.<br />
“Vim, como mensageiro da verdade e da<br />
esperança, para confirmá-los na fé e lhes deixar<br />
uma mensagem de paz e reconciliação em Cristo”<br />
(Beato João Paulo <strong>II</strong>, em ocasião de sua visita a Cuba, 1998).<br />
MATERIAL DE APOIO E APROFUNDAMENTO<br />
• Catecismo da Igreja Católica.<br />
ESCUTA E MEDITAÇÃO DA PALAVRA<br />
Mc 1,14-15 At 13,32-39<br />
PARA DISCUSSÃO SOBRE O TEMA<br />
1. Quais os principais frutos recolhidos neste ano de trabalho nas <strong>EJNS</strong>?<br />
2. Fomos generosos em nossa dedicação a Deus e a Nossa Senhora através de nossos trabalhos com<br />
as Equipes? O que mais deixamos a desejar?<br />
3. O que podemos fazer para melhorarmos enquanto jovens equipistas?<br />
PONTOS DE ESFORÇO<br />
1. Concretizar as sugestões de melhora apresentadas no tópico anterior.<br />
2. Intensificar as orações pelo movimento, sabendo que é Deus quem realiza em nós o querer e o<br />
fazer.<br />
74<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 10 – Balanço Anual
Time Out<br />
Eterno Pai, Unidos em nome de Jesus, te pedimos a paz para o mundo, Para que não existam mais<br />
guerras e conflitos em nenhuma parte da Terra. Te pedimos pelas <strong>EJNS</strong> no <strong>Brasil</strong> e no mundo a fim<br />
de que cada Equipista seja uma verdadeira testemunha de Cristo. Recomendamos-Te, de modo<br />
particular, todos aqueles que exercem a função de Responsável. Dai-lhes, por meio do seu Espírito<br />
Santo, um coração aberto para discernir a Sua vontade. Por fim, à vossa proteção recorremos, Santa<br />
Mãe de Deus. Não desprezais as súplicas que em nossas necessidades vos dirigimos, Mas livrai-nos<br />
de todos os perigos, o Virgem Gloriosa e Bendita.<br />
Pai-Nosso...<br />
Ave-Maria...<br />
Magnificat...<br />
ORAÇÃO (ao longo do mês)<br />
<strong>Temário</strong> <strong>EJNS</strong> 2012 | 10 – Balanço Anual 75