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Download - Esquilo Tonto

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- E por que motivo você faria isso por mim?<br />

- Por pura bondade do meu coração, e cinco por cento das gorjetas, favinho de<br />

mel. Uma garota alta e branquela como você consegue bastante grana sacudindo a<br />

peitaria.<br />

distintivo.<br />

- Olhe, eu agradeço a dica, mas já tenho emprego. - Quase com pena, puxou o<br />

- Uai, como é que pode eu não ter percebido? - e soltou um assobio por entre<br />

os dentes. - Branquela, você não cheira nem um pouco a policial!<br />

- Deve ser por causa do sabonete novo que eu estou usando. Você tem nome?<br />

- O pessoal me chama de Crack. É o som que eles ouvem quando eu esmago<br />

as cabeças com a mão - e abriu os dentes mais uma vez, ilustrando o nome com a<br />

exibição das duas mãos enormes se apertando. - Crack! Entendeu?<br />

- Estou percebendo. Você estava aqui pela rua na noite de anteontem, Crack?<br />

- Não, sinto informar que estava com um compromisso em outro lugar e perdi<br />

toda a muvuca. Foi a minha noite de folga, e eu corri atrás de alguns eventos<br />

culturais.<br />

- E que eventos foram esses?<br />

- O festival de filmes de vampiro lá no Grammercy Park. Fui com a garota que<br />

eu ando beliscando. Eu me amarro em ver aqueles chupadores de sangue. Mas ouvi<br />

dizer que por aqui também teve um tremendo show. Rolou uma advogada morta no<br />

pedaço. Uma dona muito importante, arrumadona e tudo. Uma branquela também,<br />

não foi? Igual a você, favinho de mel.<br />

- Foi isso mesmo. E o que mais você ouviu?<br />

- Eu? - Esfregou a ponta do dedo na frente da camiseta. A unha do indicador<br />

estava muito comprida, afiada quase a ponto de parecer uma arma letal, e tinha sido<br />

pintada de preto. - Sou muito educado para ficar por aí prestando atenção a essa<br />

fofocada de rua.<br />

- Aposto que é. - Sabendo das regras, Eve tirou do bolso algumas fichas, no<br />

valor de cem créditos - E que tal eu comprar um pouco dessa boa educação?<br />

- Bem, por esse preço dá para vender um pouco dela. - A mão imensa<br />

envolveu as fichas e as fez desaparecer. - Ouvi o pessoal falar que ela estava<br />

circulando pelo Bar Cinco Luas, por volta de meia-noite, um pouco mais ou um<br />

pouco menos. Parecia que ela estava ali esperando por alguém, alguém que não<br />

deu as caras. Então, ela se mandou. - Olhou para baixo, na direção da calçada.<br />

- Não foi muito longe, não é?

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