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Dossiê de Tombamento da Casa Grande Município de - Prefeitura ...

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz / MG<br />

Exercício 2012<br />

Pasta Quadro III (Pasta 1/2)


ÍNDICE<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

1. CONSELHO MUNICIPAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL .............................................................................................. 3<br />

2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................... 4<br />

3. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO .......................................................................................................................................... 5<br />

4. HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO BEM CULTURAL ...................................................................................... 20<br />

5. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DETALHADA DO BEM CULTURAL .................................................................................... 24<br />

6. PERÍMETRO DE TOMBAMENTO ................................................................................................................................ 28<br />

6.1. DELIMITAÇÃO, DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 28<br />

6.2. DESENHO TÉCNICO DA DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO ............................................. 30<br />

7. DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO PARA A ÁREA TOMBADA ..................................................................................... 31<br />

8. PERÍMETRO DE ENTORNO DE TOMBAMENTO ....................................................................................................... 32<br />

8.1. DELIMITAÇÃO, DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 32<br />

8.2. DESENHO TÉCNICO DA DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE ENTORNO ..................................................... 33<br />

9. DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO PARA O ENTORNO DE TOMBAMENTO .............................................................. 34<br />

10. FICHA DE INVENTÁRIO ............................................................................................................................................. 35<br />

11. DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA ........................................................................................................................ 44<br />

11.1. LEVANTAMENTO CADASTRAL ........................................................................................................................ 44<br />

11.1.1. IMPLANTAÇÃO COM PLANTA DE COBERTURA ................................................................................. 45<br />

11.1.2. PLANTAS ................................................................................................................................................ 46<br />

11.1.3. FACHADAS ............................................................................................................................................. 47<br />

12. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA ........................................................................................................................... 49<br />

13. LAUDO DE AVALIAÇÃO SOBRE O ESTADO DE CONSERVAÇÃO ......................................................................... 57<br />

14. ANEXOS ..................................................................................................................................................................... 69<br />

14.1. PROJEO DE RESTAURAÇÃO ........................................................................................................................... 69<br />

15. DOCUMENTAÇÃO ..................................................................................................................................................... 74<br />

15.1. CÓPIA DA ATA APROVANDO O TOMBAMENTO PROVISÓRIO ..................................................................... 74<br />

15.2. CÓPIA DA ATA DISCUTINDO E APROVANDO AS DIRETRIZES E PERÍMETROS ........................................ 75<br />

15.3. EDITAL DE TOMBAMENTO .............................................................................................................................. 76<br />

15.4. CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DO EDITAL DE TOMBAMENTO .............................................................................. 77<br />

15.5. PARECER SOBRE O TOMBAMENTO ELABORADO POR PROFISSIONAL HABILITADO ............................. 78<br />

15.6. PARECER SOBRE O TOMBAMENTO ELABORADO PELO CONSELHO ........................................................ 79<br />

15.7. NOTIFICAÇÃO DE TOMBAMENTO................................................................................................................... 80<br />

15.8. RECIBO DA NOTIFICAÇÃO DE TOMBAMENTO .............................................................................................. 81<br />

15.9. CÓPIA DA ATA APROVANDO O TOMBAMENTO DEFINITIVO ....................................................................... 82<br />

15.10. CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DAS ATAS .............................................................................................................. 83<br />

15.11. CÓPIA DO DECRETO DE TOMBAMENTO ..................................................................................................... 84<br />

15.12. CÓPIA DA PUBLICAÇÃO DO DECRETO ........................................................................................................ 85<br />

15.13. CÓPIA DA INSCRIÇÃO DO BEM NO LIVRO DE TOMBO .............................................................................. 86<br />

16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E DOCUMENTAIS ............................................................................................. 87<br />

17. FICHA TÉCNICA ......................................................................................................................................................... 88<br />

2<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Decidiu e participou do tombamento <strong>de</strong>ste bem o seguinte Conselho Municipal do Patrimônio Cultural <strong>de</strong><br />

Luz:<br />

1. CONSELHO MUNICIPAL DO PATRIMÔNIO CULTURAL<br />

MEMBROS EFETIVOS:<br />

1. Roberta <strong>de</strong> Carvalho Almei<strong>da</strong><br />

2. Fabrício Jerônimo Camargos Lacer<strong>da</strong><br />

3. Cíntia Vieira Bento<br />

4. Lorena Paulinelli Raposo Oliveira<br />

5. Magno Silva Resen<strong>de</strong><br />

6. Cássia Garcia Almei<strong>da</strong> <strong>de</strong> Araújo<br />

7. Irene Lamounier Camargos Resen<strong>de</strong><br />

8. Lour<strong>de</strong>s Mirian Araújo Raposo<br />

MEMBROS SUPLENTES:<br />

1. Emerson Ferreira Corrêa Lacer<strong>da</strong><br />

2. Daniel Ribeiro<br />

3. Fávio Martins <strong>de</strong> Menezes<br />

4. Vanessa Rosa Batista<br />

5. Geraldo Batista Cardoso<br />

6. Tamires Evangelista <strong>de</strong> Oliveira<br />

7. Maria Martha <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong><br />

8. Balbina Ferry <strong>de</strong> Araújo Chaves<br />

3<br />

88


2. INTRODUÇÃO<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

O dossiê contém um conjunto <strong>de</strong> informações sobre o <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz, enfatizando as que dizem<br />

respeito à <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>, aqui também analisa<strong>da</strong> arquitetonicamente.<br />

O trabalho realizado pela equipe <strong>de</strong> técnicos foi baseado em bibliografia específica sobre o tema,<br />

pesquisa <strong>de</strong> campo, levantamento “in loco”, conversas informais com a população, bem como através <strong>de</strong><br />

consulta aos órgãos municipais e estaduais responsáveis pelo Patrimônio Cultural.<br />

Somam-se ao dossiê documentação gráfica constituí<strong>da</strong> por um consi<strong>de</strong>rável acervo fotográfico (com<br />

fotografias antigas e recentes), plantas e elevações do bem em questão, além <strong>de</strong> um laudo técnico<br />

avaliando as condições do imóvel.<br />

O objetivo do trabalho é fornecer o material suficiente, <strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente analisado, para se criar os subsídios<br />

necessários ao tombamento <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>, pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural do<br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz.<br />

A escolha para o tombamento <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>, partiu do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural <strong>de</strong><br />

Luz, uma vez que o bem tem gran<strong>de</strong> importância para a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> local, uma vez que o bem faz parte<br />

<strong>da</strong> história <strong>da</strong> formação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong> ocupação, sediando os primeiros edifícios<br />

públicos do município, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano <strong>de</strong> sua emancipação. Em seu entorno se encontra a primeira<br />

edificação do Aterrado, que marca a divisão <strong>de</strong> terras dos primeiros donos dos dois lotes que<br />

compunham a área do município no início do século XVIII. A edificação ain<strong>da</strong> hoje conserva suas<br />

características construtivas originais e se encontra em estado <strong>de</strong> conservação ruim necessitando <strong>de</strong><br />

intervenção para que essas características não se percam com a falta <strong>de</strong> manutenção. A salvaguar<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>sse bem e sua estrutura física fazem com que várias gerações possam conhecer<br />

4<br />

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3. HISTÓRICO DO MUNICÍPIO<br />

Mapa <strong>da</strong>s mesorregiões <strong>de</strong> Minas Gerais<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Mapa localizando o município na sua microrregião e<br />

mapa localizando a microrregião em Minas Gerais<br />

Fonte: www.citybrazil.com.br<br />

Mapa <strong>de</strong> localização rodoviária do município<br />

Fonte: www.<strong>de</strong>r.mg.gov.br<br />

5<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Salve Luz, terra adora<strong>da</strong>,<br />

Consagra<strong>da</strong> pelo Cristo Re<strong>de</strong>ntor!<br />

Ro<strong>da</strong> do Jardim do Oeste,<br />

A celeste maravilha do Senhor!<br />

Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-Luz!<br />

Luz é um Céu <strong>de</strong> primavera<br />

On<strong>de</strong> impera o Arcanjo Rafael,<br />

On<strong>de</strong> surge sempre dominante,<br />

Deslumbrante Catedral <strong>de</strong> Dom Manuel!<br />

Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-Luz!<br />

Luz, sorri<strong>de</strong>nte e doce ninho,<br />

De carinho, <strong>de</strong> almas santas joviais!<br />

Berço <strong>de</strong> ministros <strong>de</strong> Jesus,<br />

Salve Luz, salve terra <strong>de</strong> meus pais!<br />

Ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-Luz!<br />

Letra <strong>de</strong> Dom Belchior Joaquim <strong>da</strong> Silva Neto<br />

Segundo divisão proposta pelo Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE) o Estado <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais está dividido em 12 macrorregiões e 66 microrregiões. 1 Inserido neste sistema <strong>de</strong> divisão, o<br />

município <strong>de</strong> Luz pertence à macrorregião do Centro-oeste e à microrregião <strong>de</strong> Bom Despacho.<br />

O município é formado atualmente pelo Distrito <strong>de</strong> Esteios, além do Distrito Se<strong>de</strong>. Compreen<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> os<br />

povoados <strong>de</strong> Campinho, Olaria e Limoeiro.<br />

Com uma área total <strong>de</strong> 1171,6 Km², possui índice médio pluviométrico anual registrado em 1415,7 mm.<br />

Seu relevo tem topografia predominantemente ondula<strong>da</strong> (50%), sendo que 40% apresenta topografia<br />

plana e 10% montanhosa. O ponto central <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> está a 675 metros <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. Já a altitu<strong>de</strong> máxima<br />

<strong>de</strong> 956 metros está localiza<strong>da</strong> na Serra Deus me Livre e a mínima <strong>de</strong> 680 metros localiza-se na foz do<br />

ribeirão Jorge Gran<strong>de</strong>.<br />

Luz é corta<strong>da</strong> pelo ribeirão Jorge Pequeno e pelo Rio São Francisco, pertencentes à Bacia Hidrográfica<br />

do Rio São Francisco.<br />

Seu clima é tropical <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>, apresentando temperatura média anual <strong>de</strong> 22˚ C, po<strong>de</strong>ndo chegar à<br />

máxima anual <strong>de</strong> 29˚ C e à mínima anual <strong>de</strong> 16º C.<br />

A vegetação natural do município consistia em Mata Atlântica, mas atualmente essa é encontra<strong>da</strong> nas<br />

áreas rurais. Na flora são encontra<strong>da</strong>s espécies <strong>de</strong> eucalipto, pinheiro, cedro, aroeira e araucárias além<br />

1 De acordo com o IBGE, este sistema <strong>de</strong> divisão tem aplicações importantes na elaboração <strong>de</strong> políticas públicas e<br />

no subsídio ao sistema <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões quanto à localização <strong>de</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômicas, sociais e tributárias.<br />

6<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

<strong>de</strong> outras espécies. Possui uma fauna terrestre e aquática varia<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> se encontram animais <strong>de</strong><br />

pequeno porte.<br />

Segundo <strong>da</strong>dos <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> Municipal, em relação ao meio-ambiente, Luz exibe como <strong>de</strong>ficiência<br />

imediata a falta <strong>de</strong> ligações <strong>de</strong> esgoto. Todo o esgoto gerado é tratado pelo SAAE – Serviço Autônomo<br />

<strong>de</strong> Água e Esgoto antes <strong>de</strong> ser lançado no Ribeirão Açudinho, que corta a área urbana, drenado em<br />

segui<strong>da</strong>, em direção ao Rio São Francisco. Não há, também, nenhum tipo <strong>de</strong> tratamento especial<br />

<strong>de</strong>stinado ao lixo hospitalar, enquanto o doméstico é <strong>de</strong>positado a céu aberto, sem qualquer forma <strong>de</strong><br />

controle. Do ponto <strong>de</strong> vista político-administrativo, a <strong>Prefeitura</strong> Municipal não conta, ain<strong>da</strong>, com nenhuma<br />

forma <strong>de</strong> atuação mais efetiva na área ambiental.<br />

Uma importante rodovia que dá acesso ao município: a BR 262, que liga Belo Horizonte a São Paulo.<br />

Luz localiza-se a 197 km <strong>da</strong> Ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Belo Horizonte. Seus municípios vizinhos são: a norte: Estrela do<br />

In<strong>da</strong>iá e Dores do In<strong>da</strong>iá; a sul: Iguatama, Japaraíba e Bambuí; a leste: Bom Despacho, Moema, Santo<br />

Antônio do Monte e Lagoa <strong>da</strong> Prata e a oeste: Córrego Danta.<br />

Luz apresenta características gerais <strong>de</strong> estagnação, especialmente no que se refere a crescimento<br />

<strong>de</strong>mográfico e <strong>de</strong>senvolvimento econômico. A população resi<strong>de</strong>nte no município no ano <strong>de</strong> 2010 era <strong>de</strong><br />

17.173 habitantes, segundo estatísticas do Instituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística, sendo 15.159<br />

como população urbana e 2.014 como população rural.<br />

Com relação aos equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> disponíveis, o município conta com 2 centros hospitalares e<br />

um hospital privado, 9 farmácias e 2 laboratórios <strong>de</strong> análises clínicas.<br />

O índice <strong>de</strong> analfabetismo na zona urbana é <strong>de</strong> 19,5% (conforme o censo <strong>de</strong>mográfico <strong>de</strong> 1991, do<br />

IBGE), que é ligeiramente inferior ao encontrado em Minas Gerais. A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> conta com escolas <strong>da</strong> re<strong>de</strong><br />

pública (municipal e estadual) e particular. Além <strong>de</strong>las, há uma facul<strong>da</strong><strong>de</strong> e um seminário, mantidos<br />

pelas Obras Sociais e Educacionais <strong>da</strong> Mitra Diocesana <strong>de</strong> Luz.<br />

Outro aspecto a ser consi<strong>de</strong>rado, no que diz respeito às condições <strong>de</strong> infra-estrutura urbana, é a<br />

habitação. Segundo informações <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> Municipal, o déficit habitacional na se<strong>de</strong> é gran<strong>de</strong> e atinge<br />

os diferentes estratos <strong>da</strong> população. Nos últimos anos foram construídos dois loteamentos <strong>de</strong> casas<br />

populares, porém, insuficientes para a <strong>de</strong>man<strong>da</strong>. Além disto, estes foram implantados sem a infra-<br />

estrutura básica, comprometendo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s populações aí resi<strong>de</strong>ntes.<br />

ANTECEDENTES HISTÓRICOS REGIONAIS<br />

Em seu texto “Centro Oeste”, Antônio <strong>de</strong> Paiva Moura 2 nos fala sobre o contexto geral <strong>da</strong> região na qual<br />

a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz está inseri<strong>da</strong>:<br />

2 MOURA, Antônio <strong>de</strong> Paiva. Centro Oeste. Disponível em http://www.asminasgerais.com.br/ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s_offline/central.htm. Acesso<br />

em: 07/11/2011.<br />

7<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Os portugueses radicados na Bahia reivindicavam o direito <strong>de</strong> explorar, <strong>de</strong>marcar e dominar a<br />

região com as penetrações pelos sertões. Conforme longa pesquisa <strong>de</strong> Simão Pires a capitania <strong>da</strong><br />

Bahia dominava to<strong>da</strong>s as terras na margem direita do Rio São Francisco e seus afluentes já na<br />

região mineradora <strong>de</strong> Pitangui, do atual Rio Pará, compreen<strong>de</strong>ndo as terras do mestre <strong>de</strong> campo<br />

Antônio Gue<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Brito, administra<strong>da</strong>s por Manoel Nunes Viana (PIRES, 53). Em 1720 o Con<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Assumar, governador <strong>da</strong> Capitania <strong>de</strong> Minas Gerais, contrariando o governo e o bispado <strong>da</strong><br />

Bahia, estabeleceu a divisa <strong>de</strong> Minas com aquela capitania, no Rio Ver<strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>.<br />

Os paulistas foram os primeiros <strong>de</strong>scobridores do Rio Pitangui, o que em tupi significa rio <strong>da</strong>s<br />

crianças 3 . Não teria sido revelado por outros estudiosos a existência <strong>de</strong> ouro na região. O São<br />

Francisco era caminho dos ban<strong>de</strong>irantes paulistas. Embora a oficiali<strong>da</strong><strong>de</strong> portuguesas registre o<br />

ano <strong>de</strong> 1709, há <strong>de</strong>z anos o Pintangui, Rio Pará, já estava sendo habitado. Bartolomeu Bueno <strong>da</strong><br />

Siqueira lá esteve em 1695, mas a pica<strong>da</strong> que abriu foi fecha<strong>da</strong>. O que é digno <strong>de</strong> nota para a<br />

história é o feito: a marca humana do construir, colonizar, povoar, construir, arraigar. Portanto,<br />

baianos e portugueses são os primeiros colonizadores do Centro-Oeste Mineiro. Foi o padre<br />

Toledo e o mestre <strong>de</strong> campo Inácio Correia Pamplona, um dos <strong>de</strong>latores <strong>da</strong> Inconfidência Mineira,<br />

a organizar expedição oficial; associado ao guar<strong>da</strong>-mor regente e chefe <strong>da</strong> legião <strong>da</strong> conquista <strong>de</strong><br />

Pium-i, Bambuí, Pica<strong>da</strong> <strong>de</strong> Goiás. A expedição informa ao governador <strong>da</strong> capitania <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais sobre ataques <strong>de</strong> índios Caiapós e entra<strong>da</strong>s para a região <strong>de</strong> Bambui e Serra <strong>da</strong> Marcela.<br />

A segun<strong>da</strong> entra<strong>da</strong> para a região <strong>de</strong> Bambui, realiza<strong>da</strong> em 1769 cuja ban<strong>de</strong>ira era constituí<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

cem homens, com capelão cirurgião, botica. No mesmo ano celebra missa em Bambui e segue<br />

para Quilombo do Ambrósio, Fazen<strong>da</strong> <strong>da</strong> Babilônia, Quembra-Anzol, Salitre, Paraibuna e<br />

Dourado. (BAROSA, W A. 1971)<br />

Como havia ocorrido no Campo <strong>da</strong>s Vertentes em que Tomé Portes Del Rei adquiriu o direito <strong>de</strong><br />

passagem criando o Porto Real <strong>da</strong> Passagem do Rio <strong>da</strong>s Mortes em São João Del Rei, na mesma<br />

época, Borba Gato criou uma passagem particular no Rio Paraopeba, possivelmente no lugar<br />

<strong>de</strong>nominado Porto Velho, no distrito <strong>de</strong> São Joaquim <strong>de</strong> Bicas, município <strong>de</strong> Igarapé. Em tupi,<br />

ygara-apé significa caminho <strong>da</strong> canoa. Logo <strong>de</strong>pois, em 1714 foi cria<strong>da</strong> a Passagem Real <strong>de</strong><br />

Jossph Vieira no Paraopeba, em Esmeral<strong>da</strong>s (DINIZ, S.G.1966;25). Em suas canoas<br />

atravessavam o rio tanto os vian<strong>da</strong>ntes dos confins do Serro Frio, passando por Sabará, como os<br />

<strong>da</strong> Bahia que preferiam o caminho <strong>de</strong> Curvelo, Sete Lagoas, Andiroba, Contagem e Esmeral<strong>da</strong>s.<br />

Como havia ocorrido no Campo <strong>da</strong>s Vertentes em que Tomé Portes Del Rei adquiriu o direito <strong>de</strong><br />

passagem criando o Porto Real <strong>da</strong> Passagem do Rio <strong>da</strong>s Mortes em São João <strong>de</strong>l Rei, na mesma<br />

época, Borba Gato criou uma passagem particular no Rio Paraopeba, possivelmente no lugar<br />

<strong>de</strong>nominado Porto Velho, no distrito <strong>de</strong> São Joaquim <strong>de</strong> Bicas, município <strong>de</strong> Igarapé. Em tupi,<br />

ygara-apé significa caminho <strong>da</strong> canoa. Logo <strong>de</strong>pois, em 1714 foi cria<strong>da</strong> a Passagem Real <strong>de</strong><br />

Jossph Vieira no Paraopeba, em Esmeral<strong>da</strong>s. (DINIZ, S. G. 1966; 25) Em suas canoas<br />

atravessavam o rio tanto os vian<strong>da</strong>ntes dos confins do Serro Frio, passando por Sabará, como os<br />

<strong>da</strong> Bahia que preferiam o caminho <strong>de</strong> Curvelo, Sete Lagoas, Andiroba, Contagem e Esmeral<strong>da</strong>s. 4<br />

A topografia <strong>da</strong> região foi favorável à agricultura e à pecuária. Planícies extensas, enormes platôs,<br />

campos e campinas que se esten<strong>de</strong>m, a per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista com horizontes mais amplos (BARBOSA,.<br />

3 A len<strong>da</strong> do Rio Pitangui conta<strong>da</strong> por Diogo <strong>de</strong> Vasconcelos <strong>de</strong>ixa-nos certa dúvi<strong>da</strong> pois fala <strong>de</strong> Bartolomeu Bueno <strong>da</strong> Siqueira em<br />

1696 que teria sido informado pelos índios <strong>de</strong> Santa Ana do Paraopeba, <strong>de</strong> que havia um certo ribeirão que <strong>da</strong>va gran<strong>de</strong><br />

quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ouro. Desviando-se <strong>da</strong> rota que buscava Pico Itacolomi, dirigiu-se para o Oeste até o Rio Pará. Quando foi se<br />

aproximando do ribeirão, as índias que se banhavam pressentiram o tropel e, pensando serem traficantes, fugiram aterroriza<strong>da</strong>s,<br />

<strong>de</strong>ixando algumas crianças <strong>de</strong> peito na margem. O rio tomou por isso o nome <strong>de</strong> "Pitangui", rio <strong>da</strong>s crianças. (VASCONCELOS, D.<br />

1948; 179)<br />

4 Joseph Vieira arrematou a Passagem Real em 15 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1714 pela importância <strong>de</strong> 910 oitavas <strong>de</strong> ouro, cerca <strong>de</strong> três<br />

milhões <strong>de</strong> dólares. No local do Porto, Vieira fundou um sítio que foi confiscado pelo Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Assumar, governador <strong>da</strong> capitania<br />

<strong>de</strong> Minas Gerais, em 1720, <strong>de</strong>terminando a condição <strong>de</strong> não cedê-lo a paulistas. (DINIZ, S. G. 1966; 25)<br />

8<br />

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HISTÓRICO DE LUZ<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

1971; 48) . Ao contrário <strong>de</strong> Sabará, Ouro Preto, Serro e Diamantina o Centro-Oeste é dotado <strong>de</strong><br />

terras férteis o que ain<strong>da</strong> no século XVIII atraiu agricultores vindos <strong>de</strong> Portugal e outros já<br />

radicados na região mineradora. Pitangui passa a ser um centro irradiador <strong>de</strong> povoamento.<br />

Abaeté e Dores do In<strong>da</strong>iá foram povoados com migrantes provenientes <strong>de</strong> São Romão e Curvelo<br />

(BARBOSA, W. A. 1971; 49). [...]<br />

Depois <strong>da</strong> Inconfidência mineira acelera-se o esgotamento <strong>da</strong>s minas e um movimento migratório<br />

inverso do ocorrido no auge <strong>da</strong> mineração aurífera. A punição aos inconfi<strong>de</strong>ntes com <strong>de</strong>gredos,<br />

confinamentos e pena <strong>de</strong> morte foi aterrorizante, como revela o esquartejamento <strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes.<br />

Igualmente rigorosas foram as perseguições sobre os habitantes <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s auríferas, com<br />

prisões, confiscos <strong>de</strong> bens e humilhações públicas. A partir <strong>da</strong> Inconfidência Mineira as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s do<br />

ciclo do ouro passaram por um melancólico esvaziamento. Os mineradores, os clérigos e<br />

escravos se distanciam <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s buscando longínquas terras. Por on<strong>de</strong> chegam os ex-<br />

mineradores já transformados em agropecuaristas, vão empurrando as linhas divisórias <strong>da</strong><br />

Província <strong>de</strong> Minas. No dizer <strong>de</strong> Carrato, uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira diáspora. Os migrantes partiram em<br />

massa na busca <strong>de</strong> novas aventuras, encontrando imensas florestas e terras <strong>de</strong>sabita<strong>da</strong>s. Às<br />

vezes ain<strong>da</strong> tentavam a mineração <strong>de</strong> ouro ou <strong>de</strong> gemas, mas acabavam abrindo currais,<br />

fazen<strong>da</strong>s e pequenos negócios; começam as ereções <strong>de</strong> capelas, criação <strong>de</strong> freguesias ou vilas<br />

(CARRATO, 1968). No momento <strong>da</strong> Inconfidência e logo <strong>de</strong>pois do dia 21 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1792, os<br />

espaços inexplorados nas imediações dos centros auríferos começaram a ser ocupados,<br />

atestando isso a criação <strong>de</strong> novos municípios, como em 1789, Itapecerica; em 1798 Paracatu; em<br />

1831 Formiga, em 1841 Pium-i e em 1848 Pará <strong>de</strong> Minas.<br />

A vin<strong>da</strong> <strong>da</strong> Corte portuguesa para o Rio <strong>de</strong> Janeiro aumentou consi<strong>de</strong>ravelmente o consumo no<br />

País, especialmente a carne bovina e a banha <strong>de</strong> suínos. O Centro-Oeste mineiro contava<br />

gran<strong>de</strong>s fazen<strong>da</strong>s <strong>de</strong> criação, a exemplo <strong>da</strong> fabulosa proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Dona Joaquina do Pompeu.<br />

No livro 5 “Centro-Oeste Mineiro: história e cultura”, o pesquisador luzense, Iácones Batista Vargas,<br />

comenta sobre o povoamento do território do atual <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz:<br />

No ano <strong>de</strong> 1769, o mestre-<strong>de</strong>-campo Inácio Correia Pamplona, regente dos sertões do rio Bambuí<br />

e Serra <strong>da</strong> Marcela, comandou centenas <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>irantes em importante entra<strong>da</strong> pela margem<br />

esquer<strong>da</strong> do rio São Francisco, quando <strong>de</strong>struiu quilombos e fundou arraiais, povoando a região<br />

para a Coroa Portuguesa, que garantiu sua soberania na “conquista do Campo Gran<strong>de</strong>”.<br />

Entre os companheiros <strong>de</strong> Pamplona estava o guar<strong>da</strong>-mor João Teixeira Camargos. Egresso do<br />

Seminário <strong>de</strong> Mariana, seguiu a vocação <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>irante, herança do pai e do avô materno,<br />

fun<strong>da</strong>dores <strong>de</strong> Itaúna e Ouro Preto. Em recompensa pelo trabalho <strong>de</strong>sbravador, por carta <strong>de</strong> 17<br />

<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1799, foi-lhe concedi<strong>da</strong> sesmaria <strong>de</strong> meia légua <strong>de</strong> terra em quadra, entre ribeirões<br />

Jorge do Meio e Jorge Pequeno, anexa às fazen<strong>da</strong>s Córrego <strong>da</strong> Velha, Boa Vista, Limoeiro e<br />

Vere<strong>da</strong>s.<br />

Seus domínios ocupavam quase a meta<strong>de</strong> do atual território do município <strong>de</strong> Luz e parte <strong>de</strong><br />

Córrego Danta, confinando com as terras <strong>de</strong> Caetano Marques Tavares, “Coronel do Cocais”,<br />

titular <strong>da</strong> sesmaria <strong>de</strong> três léguas na paragem dos “Cocais e Man<strong>da</strong>ssaia”, obti<strong>da</strong> a 27 <strong>de</strong> agosto<br />

<strong>de</strong> 1801.<br />

5 VARGAS, Iácones Batista. In NOGUEIRA, Guaracy <strong>de</strong> Castro et al. (org.). Centro-Oeste Mineiro: História e Cultura. Itaúna:<br />

Instituto Maria <strong>de</strong> Castro Nogueira, 2008.<br />

9<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Consta <strong>da</strong> tradição oral que os “coronéis Cocais e Camargos” entraram em conflito pela divisa <strong>de</strong><br />

suas terras. Temendo mal maior, a esposa <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les fez promessa a Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz,<br />

para que acalmasse os ânimos dos dois contendores. Iluminados pela Virgem <strong>da</strong> Luz, <strong>de</strong> comum<br />

acordo, em <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> manhã e à mesma hora, puseram-se em marcha um em direção à casa<br />

do outro. Encontraram-se no alto do espigão entre o Córrego do Açudinho e o Ribeirão Jorge<br />

Pequeno, on<strong>de</strong> resolveram <strong>de</strong>marcar as divisas. Conhecido o voto <strong>da</strong> esposa, no local do marco<br />

divisório man<strong>da</strong>ram erigir uma capela com orago a Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz, por volta <strong>de</strong> 1813.<br />

(VARGAS, 2008, p.180)<br />

Passa<strong>da</strong> a escritura do patrimônio, o Vigário <strong>de</strong> Bambuí foi benzê-la, tornando-a anexa a sua Matriz.<br />

(SILVA NETO, 1984). Vargas, no jornal online do Portal <strong>de</strong> Luz afirma que o “primeiro sacerdote que,<br />

segundo registros, celebrou missa e realizou batizados nessa capela foi o padre Manoel Francisco dos<br />

Santos, ancestral indireto <strong>da</strong> família Couto <strong>de</strong> Luz e coadjutor <strong>da</strong> paróquia <strong>de</strong> Bambuí, à época”.<br />

(VARGAS, Jornal <strong>de</strong> Luz, ed. 697, p. 05) 6<br />

O pesquisador luzense Iácones Batista Vargas continua o seu relato:<br />

Próximo <strong>da</strong>li, havia um olho d’água represado por aterro, que serviu para abastecer o povoado em<br />

torno <strong>da</strong> capela. Daí a origem do topônimo “Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz do Aterrado”. Em 1917, o<br />

Padre Manoel Francisco dos Santos recebeu sesmaria no Ribeirão São Mateus, na Serra <strong>da</strong><br />

Marcela. Foi ele o primeiro capelão e responsável pela primitiva capela, que se tornou afilia<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />

Matriz <strong>de</strong> Sant’Ana do Bambuí e contava 800 aplicados em 1822.<br />

Na mesma época, Sebastião José Cor<strong>de</strong>iro, bisneto do Velho <strong>da</strong> Taipa, estava estabelecido na<br />

Fazen<strong>da</strong> Calambau, às margens do Rio São Francisco, nos arredores <strong>de</strong> Laranjeiras, Brejinho e<br />

Noruega. Ao lado <strong>de</strong> Euzébio Antônio <strong>de</strong> Mesquita, o capitão Cor<strong>de</strong>iro figura como fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong><br />

Capela <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Nazaré <strong>de</strong> Esteios, ergui<strong>da</strong> em 1823.<br />

O povoado do aterrado foi elevado à condição <strong>de</strong> distrito <strong>de</strong> paz pela Lei Provincial nº 764, <strong>de</strong> 02<br />

<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1856, que criou a Freguesia <strong>de</strong> nossa Senhora <strong>da</strong> Luz do Aterrado, abrangendo<br />

Esteios, Córrego Danta e Baú. O primeiro vigário encomen<strong>da</strong>do, Padre Manoel Martins Ferraz,<br />

neto do fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Santo Antônio, <strong>da</strong> qual surgiu o distrito <strong>de</strong> Baú <strong>de</strong> Estrela.<br />

(VARGAS, 2008, p.180)<br />

Nesse mesmo momento a Capela era eleva<strong>da</strong> a categoria <strong>de</strong> Matriz <strong>da</strong> recém-cria<strong>da</strong> Freguesia <strong>de</strong><br />

Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz do Aterrado. O pesquisador luzense também fala a respeito do assunto no jornal<br />

<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>:<br />

Tal igreja, segundo o respeitado historiador Wal<strong>de</strong>mar <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Barbosa, foi reforma<strong>da</strong> em<br />

1878. Com a chega<strong>da</strong> do Padre Parreiras, promoveu-se a reconstrução <strong>da</strong> Matriz, <strong>de</strong> 1910 a<br />

1914, quando foi <strong>de</strong>moli<strong>da</strong> a existente e construí<strong>da</strong> uma nova no mesmo local. Essa<br />

reconstrução <strong>de</strong>u ao templo o estilo ain<strong>da</strong> conservado e o tamanho recuperado em 2002, além<br />

do coro, que contém placas com as iniciais dos nomes dos integrantes <strong>da</strong> comissão responsável<br />

pelas obras [...]. (VARGAS, Jornal <strong>de</strong> Luz ed. 697, p. 05) 7 .<br />

6<br />

VARGAS, Iácones Batista. Santuário Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima: 1813-2002. Luz: Jornal <strong>de</strong> Luz, ed. 697, p. 05. Disponível em:<br />

www.luzmg.com.br. .Acesso em 07/12/2011.<br />

7<br />

VARGAS, Iácones Batista. Santuário Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima: 1813-2002. Luz: Jornal <strong>de</strong> Luz, ed. 697, p. 05. Disponível em:<br />

www.luzmg.com.br. .Acesso em 07/12/2011.<br />

10<br />

88


Das pesquisas <strong>de</strong> Vargas, tem-se ain<strong>da</strong>:<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Em 08 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1918, através <strong>da</strong> bula “Romanis Pontificibus”, o papa Bento XV criou a Diocese<br />

<strong>de</strong> Aterrado, graças a esforços incansáveis do Padre Joaquim <strong>da</strong>s Neves Parreiras, benemérito<br />

do Bispado instalado em 10 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1921, com a posse do primeiro bispo, Dom Manoel Nunes<br />

Coelho.<br />

Em 25 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1919 é fun<strong>da</strong><strong>da</strong> a ban<strong>da</strong> <strong>de</strong> música Lyra Vicentina Aterra<strong>de</strong>nse, que ain<strong>da</strong><br />

hoje alegra as soleni<strong>da</strong><strong>de</strong>s sócio-culturais e religiosas com seus festivos dobrados.<br />

Integrantes <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> em uma <strong>da</strong>s viagens <strong>de</strong> apresentação<br />

Acervo: Ban<strong>da</strong> <strong>de</strong> Música Lyra Vicentina Aterra<strong>de</strong>nse<br />

A emancipação político-administrativa foi alcança<strong>da</strong> por meio <strong>da</strong> Lei estadual nº 843, <strong>de</strong> 07 <strong>de</strong><br />

setembro <strong>de</strong> 1923, quando o arraial do Aterrado se tornou “villa Luz”. O novo município englobava<br />

os distritos <strong>da</strong> se<strong>de</strong>, Esteios e Córrego Danta. A primeira câmara municipal, instala<strong>da</strong> a 16 <strong>de</strong><br />

março <strong>de</strong> 1924, foi presidi<strong>da</strong> pelo capitão Alexandre S. d’Oliveira Du, que acumulava a função <strong>de</strong><br />

agente executivo municipal, equivalente ao cargo <strong>de</strong> prefeito. (VARGAS, 2008, p.180)<br />

Preocupado com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> se<strong>de</strong> do bispado, Dom Manoel planejou o traçado urbano, no<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> xadrez e construiu as primeiras casas próximas ao Santuário e ao Palácio Episcopal,<br />

incentivando a criação do cinema e do teatro.<br />

Não contente, abor<strong>da</strong>ndo setores tão diversos, não <strong>de</strong>scurou Dom Manoel <strong>de</strong> favorecer as<br />

diversões sadias e instrutivas. Ninguem ignora que o cinema é um ótimo veiculo <strong>da</strong>s bôas lições,<br />

quando bem orientado. Luz já tem seu Cinema Católico, tão recomen<strong>da</strong>do por Pio XI e tantas<br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> Igreja. O predio inaugurado tambem em 21 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1941 tem 40 metros <strong>de</strong><br />

fundo por 14 <strong>de</strong> largo, comportando cerca <strong>de</strong> 1000 espectadores bem instalados. É luxuoso,<br />

feericamente iluminado e poucos o igualam em arquitetura e conforto, no interior mineiro.<br />

(ROCHA, 1941.) 8<br />

8 ROCHA, Ramiro T. O <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz. IN: CORREIA DA SILVA, Arlindo. O município <strong>de</strong> Luz e as comemorações <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 1941. Luz: Tipografia Diocesana, 1941<br />

11<br />

88


Vista aérea <strong>da</strong> Catedral e seu entorno.<br />

Acervo: Portal Luz MG - www.luzmg.com.br<br />

Sobre o Palácio Episcopal, o pesquisador luzense comenta: 9 :<br />

Vista no antigo Palácio Episcopal.<br />

Fonte: Portal Luz MG - www.luzmg.com.br<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Atual Cine Pio XI que passa por reformas.<br />

Acervo: Deise Alves Eleutério<br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Se<strong>de</strong> do governo diocesano, seu nome oficial é “Paço d’Assumpção”, como po<strong>de</strong> ser visto nos<br />

ladrilhos do piso na varan<strong>da</strong> <strong>da</strong> entra<strong>da</strong> principal. No estilo greco-romano e com facha<strong>da</strong> rica em<br />

<strong>de</strong>talhes, foi edificado entre os anos <strong>de</strong> 1918 e 1921, sob a li<strong>de</strong>rança e direção pessoal do virtuoso<br />

Padre Joaquim <strong>da</strong>s Neves Parreiras. Todo o material utilizado em sua construção foi transportado<br />

no lendário carro <strong>de</strong> boi, adquirido pelo santo sacerdote para as obras <strong>da</strong> Diocese do Oeste <strong>de</strong><br />

Minas, recémcria<strong>da</strong> pelo Papa Bento XV, através <strong>da</strong> Bula “Romanis Pontificibus”, <strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong><br />

1918, <strong>da</strong>ta essa que <strong>de</strong>nomina a via on<strong>de</strong> se localiza: “Rua Oito <strong>de</strong> Julho”.<br />

Vista do Palácio Episcopal atualmente<br />

Acervo: Deise Alves Eleutério<br />

Inaugurado em 21 <strong>de</strong> abril <strong>de</strong> 1921, quando <strong>da</strong> instalação do Bispado <strong>de</strong> Aterrado, funcionou como<br />

residência oficial do primeiro bispo, Dom Manoel Nunes Coelho. Continua abrigando os escritórios<br />

e arquivos <strong>da</strong> Cúria Diocesana até os dias atuais. O torreão, que lhe confere ain<strong>da</strong> mais elegância,<br />

retirado na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1930, quando comprometia a estrutura física do prédio, foi reinstalado por<br />

Dom Belchior Joaquim <strong>da</strong> Silva Neto em 1986, quando se inaugurou a “Galeria Diocesana”.<br />

Localizado no porão do prédio, o “mini-museu”, que preserva a memória histórica e eclesiástica <strong>de</strong><br />

Luz, reúne imagens e objetos sacros, além <strong>de</strong> inúmeras fotografias e um harmônio-eletrônico <strong>de</strong><br />

9 VARGAS, Iácones Batista. Palácio Episcopal. Disponível em: http://www.luzmg.com.br/turismo.php?local=palacio. Acesso em<br />

07/12/2011.<br />

12<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

rara beleza, presente do Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Afonso Celso ao Bispo <strong>de</strong> Aterrado. (VARGAS, Portal <strong>de</strong> Luz<br />

MG).<br />

Vargas 10 também trata do histórico <strong>da</strong> nova Catedral Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz inaugura<strong>da</strong> em 1941:<br />

A majestosa Catedral <strong>de</strong> Luz, um dos principais pontos turísticos e <strong>de</strong> fé, <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, é a maior obra<br />

do saudoso Bispo <strong>de</strong> Aterrado, Dom Manoel Nunes Coelho, coadjuvado pelas mãos generosas do<br />

povo <strong>de</strong> Luz, e constitui um dos seus maiores orgulhos. Sua construção, coman<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo<br />

construtor José El-Maluf (<strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Oliveira), teve início na segun<strong>da</strong> quinzena do mês <strong>de</strong><br />

setembro <strong>de</strong> 1935; sendo a bênção <strong>da</strong> pedra fun<strong>da</strong>mental no dia 27/10/1935.<br />

Catedral <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Luz<br />

Acervo: Deise Alves Eleutério<br />

O local foi escolhido num lugar fora <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, pois Luz estava em fase <strong>de</strong> muito progresso e<br />

crescia bastante. Um lugar plano e alto, para que fosse vista até à gran<strong>de</strong> distância <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Também, ficava próximo <strong>de</strong> uma pedreira localiza<strong>da</strong> aos fundos <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> <strong>de</strong> Recolhimento <strong>de</strong><br />

Nossa Senhor <strong>da</strong>s Vitórias (hoje, chácara <strong>de</strong> Solange Couto Silva), que forneceu to<strong>da</strong> a sua<br />

reserva pétrea para a construção <strong>da</strong> Catedral.<br />

O povo <strong>de</strong> Luz, quem mais contribuiu para a realização <strong>de</strong>sta obra, ofereceu não apenas o<br />

dinheiro, mas sobretudo o suor <strong>de</strong> seu trabalho. Todos os domingos o povo, sem distinção <strong>de</strong><br />

classe social, se reunia na pedreira, sempre em número a cerca <strong>de</strong> mil pessoas, <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

começava a procissão <strong>de</strong> fé. Das crianças aos mais idosos, todos carregando pedras; os mais<br />

ousados se <strong>de</strong>safiavam em transportar a maior e melhor pedra. Ao final <strong>da</strong> procissão, segui-se a<br />

bênção do Santíssimo Sacramento para os fiéis carregadores <strong>de</strong> pedras. As procissões se<br />

repetiam aos domingos e durante a semana, os proprietários <strong>de</strong> carros <strong>de</strong> bois, faziam a oferta <strong>de</strong><br />

seu trabalho, chegando muitas vezes a mais <strong>de</strong> 30 carretos num mesmo dia. Assim começaram a<br />

surgir as pare<strong>de</strong>s <strong>da</strong> nova Catedral <strong>de</strong> Luz.<br />

Sua inauguração foi uma semana inteira <strong>de</strong> festas, <strong>de</strong> 17 a 21 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1941; sendo as<br />

soleni<strong>da</strong><strong>de</strong>s abrilhanta<strong>da</strong>s pelo Coro Orgeônico <strong>de</strong> Formiga, Ban<strong>da</strong>s do 7° Batalhão <strong>de</strong> Bom<br />

Despacho, Tiros <strong>de</strong> Guerra <strong>de</strong> Formiga, Dores do In<strong>da</strong>iá e Bom Despacho, além <strong>da</strong> Lyra Vicentina<br />

Aterra<strong>de</strong>nse. Tendo a presença dos fiéis <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a Diocese <strong>de</strong> Aterrado, dos bispos e arcebispo <strong>da</strong><br />

Arquidiocese <strong>de</strong> Belo Horizonte, autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s civis e religiosas <strong>de</strong> vários lugares do Brasil.<br />

Encerrando as festivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s no dia 21, às 09 horas <strong>da</strong> manhã, houve a bênção do templo e às 19<br />

10 VARGAS, Iácones Batista. Catedral Diocesana Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz – “Nossos pais e avós construíram cabe a nós conservála".<br />

Apud: Carta Aberta ao Povo <strong>de</strong> Luz, publica<strong>da</strong> pelo Padre Célio Silvio Vieira <strong>da</strong> Silva no Jornal <strong>de</strong> Luz, janeiro <strong>de</strong> 1999.<br />

Disponível em: www.luzmg.com.br. Acesso em 07/12/2011.<br />

13<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

horas o “Te Deum” <strong>de</strong> inauguração <strong>da</strong> nova Catedral <strong>de</strong> Luz, tornando maior ain<strong>da</strong> a emoção do<br />

povo <strong>de</strong> Luz, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> muito suor <strong>de</strong>rramado, em estar vendo realizado o gran<strong>de</strong> sonho seu e <strong>de</strong><br />

seu bispo, Dom Manoel Coelho. (VARGAS, Jornal <strong>de</strong> Luz, 1999).<br />

Dominando a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, lá no alto, a sua torre em agulha, <strong>de</strong> sessenta metros <strong>de</strong> altura, rasga o<br />

espaço, como que procurando <strong>de</strong>sven<strong>da</strong>r o azul místico <strong>da</strong> amplidão, erguendo ao altíssimo, numa<br />

oblata, ferventes orações. Dom Manoel, com seu gran<strong>de</strong> senso estético a<strong>da</strong>ptou <strong>de</strong> uma<br />

“maquette” <strong>da</strong> basilica, <strong>de</strong> São Pedro, <strong>de</strong> Roma, a futura Catedral, e com a extraordinaria<br />

perseverança, <strong>de</strong>saju<strong>da</strong>do <strong>de</strong> maiores conhecimentos técnicos, ergueu essa obra que não cansa a<br />

gente ao admirar a harmonia <strong>de</strong> suas linhas, no suave <strong>da</strong> luz coa<strong>da</strong> através <strong>de</strong> vitrais coloridos,<br />

escolhidos com o profundo gosto. [sic] (CORREIA DA SILVA, 1941.)<br />

O núcleo original <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> on<strong>de</strong> existiu o povoado primitivo do aterrado <strong>de</strong>fine-se pela região <strong>da</strong> Rua<br />

Gran<strong>de</strong> e pelas ruas paralelas. Essa área ain<strong>da</strong> possui um traçado regular em gran<strong>de</strong> parte. No centro<br />

histórico ain<strong>da</strong> existem exemplares importantes <strong>da</strong> casa urbana luzense.<br />

Com a instalação do termo judiciário, em 20 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1927, a vila recebeu foros <strong>de</strong> “ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Luz”, cujo governo foi confiado ao primeiro prefeito municipal, dr. Pedro Cardoso Silva. A comarca,<br />

cria<strong>da</strong> pelo Decreto Estadual nº155, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1935, passou a funcionar em 1936,<br />

jurisdiciona<strong>da</strong> por seu primeiro juiz <strong>de</strong> direito, dr. Getúlio Fonseca Filho.<br />

A agropecuária sempre foi a base <strong>da</strong> economia municipal. As terras férteis do aterrado atraíram<br />

várias famílias em busca do “ouro ver<strong>de</strong>”, no fim do século XIX, quando o arraial se tornou gran<strong>de</strong><br />

exportador <strong>de</strong> café. Com a expansão <strong>da</strong> pecuária a partir <strong>de</strong> 1940, o município <strong>de</strong> Luz chegou a<br />

formar a maior bacia leiteira do Brasil. Recentemente foi introduzi<strong>da</strong> a criação <strong>de</strong> bubalinos, que<br />

divi<strong>de</strong> espaço com a suinocultura, hortifrutigranjeiros e as monoculturas <strong>de</strong> soja, milho, moranga<br />

híbri<strong>da</strong> e cana-<strong>de</strong>-açúcar. Além <strong>da</strong> tradicional aguar<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> cana, a indústria local vem se<br />

<strong>de</strong>stacando nos setores alimentício, construção civil, confecções, calçadista, ração animal e<br />

laticínios. (VARGAS, 2008, p.180,181)<br />

Luz apresentou um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento durante o ciclo do café, isso po<strong>de</strong> ser verificado visitando e<br />

admirando algumas <strong>da</strong>s construções além <strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s acima e ditas como mais importantes: a Vila<br />

Julieta, <strong>Casa</strong> <strong>da</strong> Solange Costa Couto, <strong>Casa</strong> do Joaquim Costa, Fazen<strong>da</strong> Varjão, Fábrica <strong>de</strong> Manteiga,<br />

Fazen<strong>da</strong> <strong>da</strong> Usina, Açudão, Santuário Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima, <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> (antiga se<strong>de</strong> do Governo<br />

e Clube <strong>de</strong> Esportes).<br />

O segundo Bispo Dom Belchior, preocupado com a cultura no alto São Francisco, criou em parceria com<br />

a PUC Minas a primeira facul<strong>da</strong><strong>de</strong>, a Facul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Filosofia, Ciências e Letras do Alto São Francisco,<br />

cujo objetivo era formar professores para os municípios que compunham a diocese, aumentando a<br />

formação acadêmica <strong>da</strong> população.<br />

Como Bispo <strong>da</strong> Diocese <strong>de</strong> Luz, ele foi o fun<strong>da</strong>dor do Seminário Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz<br />

(02/02/1961) e <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> dos Seminaristas <strong>de</strong> Luz - Teologia, em BH (1980); em 1974; procurou<br />

inserir a Igreja <strong>de</strong> Luz na renovação proposta pelo Concílio Vaticano II, pelo CELAM e pela CNBB;<br />

realizou visitas pastorais regulares, tendo percorrido to<strong>da</strong> a Diocese cerca <strong>de</strong> 7 vezes; or<strong>de</strong>nou<br />

cerca <strong>de</strong> 60 padres e consagrou 09 Bispos para a Missão <strong>da</strong> Igreja. Além <strong>de</strong> inúmeras outras<br />

iniciativas pastorais, D. Belchior se preocupou e empenhou em aten<strong>de</strong>r pedidos para resolver<br />

14<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

diversas situações sociais do <strong>Município</strong>s que abrangem a Diocese <strong>de</strong> Luz, através <strong>de</strong> contatos com<br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nos diversos níveis do Po<strong>de</strong>r Público. Especialmente, D. Belchior se esforçou por<br />

aju<strong>da</strong>r o <strong>Município</strong> e a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz. Merece <strong>de</strong>staque a Rodovia 262, que a seu pedido foi trazi<strong>da</strong><br />

para mais perto <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. (DIOCESE DE LUZ) 11<br />

Com relação a parte ambiental, existem vários locais que po<strong>de</strong>m ser visitados:<br />

Ponte antiga sobre o Rio São Francisco ligando Luz/Lagoa <strong>da</strong> Prata e Luz/Moema, construí<strong>da</strong><br />

em local propício a esportes radicais como rapel;<br />

Faz parte do chamado “Pantanal Mineiro” com várias lagoas marginais do Rio São Francisco, em<br />

que ocorrem <strong>de</strong>sovas <strong>de</strong> peixes;<br />

No local ain<strong>da</strong> encontram-se algumas fazen<strong>da</strong>s que preservaram o ecossistema local e que<br />

po<strong>de</strong>m ser visita<strong>da</strong>s como: a Fazen<strong>da</strong> Aroeiras e Clovinho;<br />

O restaurante <strong>de</strong> comi<strong>da</strong>s típicas mineiras, Barril, on<strong>de</strong> se encontram expostos o artesanato<br />

local, licores, objetos antigos utilizados nas fazen<strong>da</strong>s no início do século passado e área<br />

recreativa com brinquedos tradicionais para crianças;<br />

Região <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Canastra usa<strong>da</strong> para trilhas;<br />

Cachoeiras e belos rios para a prática <strong>de</strong> esportes e lazer.<br />

Parte <strong>da</strong> Serra <strong>da</strong> Canastra localiza<strong>da</strong> em Luz<br />

Fonte: http://www.portalbrasil.net/brasil/fotos/mg_serra<strong>da</strong>canastra.htm<br />

Por muitos anos o município foi utilizado por esses tropeiros que transportavam animais para a região<br />

central do Brasil. Este fato ficou presente na cultura local através do Ro<strong>de</strong>io que <strong>de</strong> forma organiza<strong>da</strong><br />

ocorreu em Luz pela primeira vez em 1943 12 . Luz reivindicava por isso a condição <strong>de</strong> primeiro ro<strong>de</strong>io do<br />

Brasil (em circuito fechado).<br />

O município conta com quatro grupos <strong>de</strong> cavalga<strong>da</strong>: o Clube do Cavalo <strong>de</strong> luz, Clube do Cavalo <strong>da</strong><br />

Estiva, Comitiva Pé <strong>de</strong> Serra, Comitiva <strong>da</strong> Marcela. Esses grupos se reúnem mensalmente para uma<br />

cavalga<strong>da</strong> pelo município.<br />

Luz anualmente apresenta calendário <strong>de</strong> festivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s que visam preservar as raízes e a memória <strong>de</strong> seu<br />

povo. Nesse calendário <strong>de</strong>stacam-se:<br />

11 Texto disponível em: http://www.diocese<strong>de</strong>luz.org.br/dom_belchior.htm. Acesso em 07/12/2011.<br />

12 VARGAS, Iácones Batista. Poeira Vermelha <strong>de</strong> Luz: Palco do Primeiro Ro<strong>de</strong>io Brasileiro. Luz: Jornal <strong>de</strong> Luz, ed. 678, p. 05.<br />

Disponível em: www.luzmg.com.br.<br />

15<br />

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Janeiro<br />

Festa <strong>de</strong> São Sebastião<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Festa tradicionalmente comemora<strong>da</strong> pelos luzenses todos os anos, com apresentações musicais,<br />

celebração <strong>de</strong> missa.<br />

Fevereiro<br />

Festa <strong>da</strong> Padroeira Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz<br />

Uma <strong>da</strong>s festas mais tradicionais <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz, também ocorre anualmente e reúne apresentações<br />

musicais, missas, <strong>de</strong>monstração do artesanato local e ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> comi<strong>da</strong>s e bebi<strong>da</strong>s. Acontece também a<br />

apresentação <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> <strong>de</strong> Música Lyra Vicentina do Aterrado.<br />

Carnavaluz<br />

Em Luz, muita festa, gente bonita, e muita tradição. Blocos <strong>de</strong> carnaval fazem muita festa, buscando<br />

sempre muita diversão nas 4 dias <strong>de</strong> carnaval. O Carnaval que antigamente era tradicionalmente<br />

realizado no Clube Social <strong>de</strong> Luz, ou na Rua Coronel José Thomaz, nos últimos anos foi realizado na<br />

Aveni<strong>da</strong> Laerton Paulinelli, ponto <strong>de</strong> comércio do município, on<strong>de</strong> encontramos pizzarias, lanchonetes, e<br />

um amplo local para a realização do evento.<br />

Maio<br />

Festa do trabalhador e Festa <strong>de</strong> São José Operário<br />

Comemora anualmente o dia do trabalhador com celebração religiosa em homenagem a São José<br />

Operário e apresentação <strong>de</strong> ban<strong>da</strong>s musicais.<br />

Junho<br />

Festas Juninas<br />

Em Luz, as Festas Juninas já são tradicionais nas Escolas Municipais, Estaduais e Particulares, muita<br />

pipoca, canjica, fogueira e várias brinca<strong>de</strong>iras ao som animado do Forró, homenageando São João, São<br />

Pedro e Santo Antônio, movimentando as tar<strong>de</strong>s <strong>da</strong>s escolas, com a participação dos pais, amigos, on<strong>de</strong><br />

as crianças, as mais anima<strong>da</strong>s <strong>da</strong> festa, apresentam a quadrilha organiza<strong>da</strong> com muito bom gosto e<br />

carinho pela direção, professores e alunos <strong>da</strong>s escolas. É o resgate do folclore, as tradições, valores,<br />

culturas, sempre com a participação <strong>da</strong> família e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Com maior ou menor <strong>de</strong>staque, as<br />

festas juninas ain<strong>da</strong> são realiza<strong>da</strong>s em to<strong>da</strong>s as regiões do Brasil e representam uma <strong>da</strong>s manifestações<br />

culturais mais importantes e ricas do nosso povo.<br />

Expoluz<br />

Julho<br />

Das pesquisas feitas por Iácones Batista Vargas, transcreve-se o seguinte artigo sobre a história do<br />

Ro<strong>de</strong>io <strong>de</strong> Luz 13 :<br />

13 VARGAS, Iácones Batista. Poeira Vermelha <strong>de</strong> LUZ: Palco do Primeiro Ro<strong>de</strong>io Brasileiro. Luz: Jornal <strong>de</strong> Luz, ed. 678, 21 <strong>de</strong><br />

junho <strong>de</strong> 2002, p. 05. Disponível em: www.luzmg.com.br. Acesso 07/12/2011.<br />

16<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A primeira festa <strong>de</strong> ro<strong>de</strong>io, formaliza<strong>da</strong>, <strong>de</strong> que se tem notícia e registro, previamente organiza<strong>da</strong>,<br />

com direito a propagan<strong>da</strong> e recinto “próprio”, ocorreu em Luz-MG, durante os dias 15 a 18 <strong>de</strong> Julho<br />

<strong>de</strong> 1943, tendo sua comissão organizadora sido forma<strong>da</strong> pelo Cap. Alexandre S. d’Oliveira Dú<br />

(Prefeito Municipal), Tonico Macedo e Pedro Paulinelli, além dos i<strong>de</strong>alizadores Juca Carlos e<br />

Rodolfo Filho (Dolfinho). Conforme <strong>de</strong>ixou escrito o pesquisador e ex-prefeito luzense Tonico<br />

Macedo, esse Juca Carlos assistira a um “ro<strong>de</strong>io” (o que teria sido a “doma”) no sul do país, e<br />

contando a história aos luzenses, resolveram realizar juntos um “ro<strong>de</strong>io gaúcho” em Luz, on<strong>de</strong><br />

havia animais <strong>de</strong> raça e bravios, criados pelos fortes fazen<strong>de</strong>iros do município. Não se teria prova<br />

documental <strong>de</strong>ssa festivi<strong>da</strong><strong>de</strong> não fosse a <strong>de</strong>ferência a ela dispensa<strong>da</strong> no artigo que comunicou o<br />

falecimento do presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> festa e prefeito municipal, ocorrido na segun<strong>da</strong>-feira posterior ao<br />

evento. Assim noticiou o jornal “A Luz” (edição <strong>de</strong> 30.07.1943, ano XXI, nº. 795, p. 3): “A ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

ain<strong>da</strong> não se refizera <strong>da</strong>s últimas impressões <strong>da</strong> véspera – <strong>da</strong>s festas por que ele tão<br />

carinhosamente velara e que tanto quizera assistir.” E não se po<strong>de</strong>ria afirmar, com plena<br />

convicção, que estas “festas <strong>da</strong> véspera” fossem o ro<strong>de</strong>io luzense, sem o agra<strong>de</strong>cimento <strong>da</strong> família<br />

do pranteado extinto, por ocasião do “transe por que passaram”, especialmente a aqueles, que<br />

nela se empenharam (como se vê à página 4 <strong>da</strong> cita<strong>da</strong> edição do periódico “luceatino”): “... à<br />

comissão do Gran<strong>de</strong> Ro<strong>de</strong>io Gaúcho e aos piões, que <strong>de</strong>ram insofismáveis provas <strong>de</strong> sentimento<br />

diante do infausto acontecimento...”.<br />

Tal festa teve sua segun<strong>da</strong> realização nos dias 21 a 28 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1944, sob a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong><br />

“Ro<strong>de</strong>io Luzense – Uma Semana dos Fazen<strong>de</strong>iros”, quando um fol<strong>de</strong>r, previamente confeccionado,<br />

circulou pela ci<strong>da</strong><strong>de</strong> convocando a população para o “interessante torneio”, com montarias,<br />

exposição <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> raça e leilão <strong>de</strong> bovinos. Um exemplar original <strong>de</strong>sse panfleto é<br />

cui<strong>da</strong>dosamente guar<strong>da</strong>do pelo nosso amigo Geraldo Lamounier <strong>de</strong> Vasconcelos (Geraldo<br />

Boresca). Interessante, que dito documento não possui <strong>da</strong>ta completa, sendo omisso quanto ao<br />

ano. No entanto, consta naquele documento ver<strong>de</strong> <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 58 anos que no domingo (28/05), a<br />

célebre festa foi encerra<strong>da</strong> com a inauguração do Campo <strong>de</strong> Aviação, cuja bênção solene foi<br />

oficia<strong>da</strong> pelo bispo diocesano Dom Manoel Nunes Coelho. E convi<strong>da</strong>ndo o público para tal<br />

inauguração, o jornal do bispado <strong>de</strong>dicou boa parte <strong>da</strong> primeira página d’ “A Luz” no seu nº. 824,<br />

que circulou a 20.05.1944; restando, <strong>de</strong>starte, associado o ano à <strong>da</strong>ta <strong>de</strong>ssa festa, ti<strong>da</strong> como<br />

“inesquecível, por sua originali<strong>da</strong><strong>de</strong> e por sua utili<strong>da</strong><strong>de</strong> prática”, que contou com a bravura <strong>de</strong><br />

peões, ain<strong>da</strong> lembrados com sau<strong>da</strong><strong>de</strong>s, como Jaburu (homenageado pelo nome do Parque <strong>de</strong><br />

Exposição <strong>de</strong> Luz), Irmãos Ferreira e Dolfinho, que animavam o público com “emocionantes e<br />

arriscados exercícios <strong>de</strong> montaria”. Como até então se tinha em mente e na mídia, a primeira festa<br />

<strong>de</strong> ro<strong>de</strong>io ocorri<strong>da</strong> no país teria sido realiza<strong>da</strong> em Barretos, pelo Clube dos In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, no ano<br />

<strong>de</strong> 1956, sob o título <strong>de</strong> “Festa do Peão <strong>de</strong> Boia<strong>de</strong>iro”. Po<strong>de</strong> até ter sido, mas com a <strong>de</strong>nominação<br />

que se diz, porque a primeira festa <strong>de</strong> ro<strong>de</strong>io, formaliza<strong>da</strong>, promovi<strong>da</strong> em recinto apropriado numa<br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, foi a <strong>de</strong> Luz, no ano <strong>de</strong> 1943, sendo, pois, luzense “O Ro<strong>de</strong>io Pioneiro do Brasil”, como é o<br />

lema <strong>da</strong> Exposição Agropecuária.<br />

Com o passar dos tempos, e com a ebulição <strong>de</strong> Barretos, o ro<strong>de</strong>io primitivo, que quase não tinha<br />

regras (apenas valendo o tempo em que o peão conseguia ficar sobre o animal, o que já era um<br />

festejo e tanto, capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>lirar a “platéia”), ganhou formas próprias, uniformizando-se<br />

mundialmente, à mo<strong>da</strong> americana. O ro<strong>de</strong>io <strong>de</strong> Luz acompanhou essa evolução, contando com<br />

participação <strong>de</strong> cowboys profissionais, a partir <strong>da</strong> festa do seu cinqüentenário, em 1993, quando se<br />

mo<strong>de</strong>rnizou o nome do evento, <strong>de</strong> exposição agropecuária para EXPOLUZ.(VARGAS, Portal <strong>de</strong><br />

Luz MG)<br />

17<br />

88


Agosto<br />

Festa <strong>de</strong> Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A Festa <strong>de</strong> Nossa Senhora do Rosário no município <strong>de</strong> Luz teve seu início no ano <strong>de</strong> 1953, segundo<br />

<strong>da</strong>dos fornecidos pela <strong>Prefeitura</strong> Municipal <strong>de</strong> Luz. É o evento religioso mais antigo <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A Festa<br />

sempre foi celebra<strong>da</strong> na Praça Conga<strong>de</strong>iro Antônio Eugênio Filho. O fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> festa foi o Sr. Antônio<br />

Eugênio, que também foi responsável pela construção <strong>da</strong> Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora do Rosário. A festa<br />

passou a ser comemora<strong>da</strong> à partir <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> Igreja O primeiro capitão – mor <strong>da</strong> festivi<strong>da</strong><strong>de</strong> foi<br />

José Tiago, que também foi o doador do terreno para a construção <strong>da</strong> igreja. Nesta época D. Manuel<br />

Nunes Coelho era responsável pela Paróquia <strong>de</strong> Luz e não permitia que o Congado <strong>da</strong>nçasse nas festas<br />

<strong>da</strong> Catedral, exigindo que a conga<strong>da</strong> se fizesse após o córrego que corta a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Com a chega<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

D. Belchior Joaquim <strong>da</strong> Silva Neto na déca<strong>da</strong> <strong>de</strong> 1980, a festa foi introduzi<strong>da</strong> à Paróquia <strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora <strong>da</strong> Luz. Hoje organiza<strong>da</strong> pela Associação <strong>da</strong> Conga<strong>da</strong> <strong>de</strong> Nossa Senhora do Rosário, conta<br />

com a participação <strong>de</strong> 15 ternos, entre moçambiques, penachos e congos. Foram inseridos na Festa<br />

outros Santos <strong>da</strong> cultura negra: São Benedito e Santa Efigênia. A imagem utiliza<strong>da</strong> para a comemoração<br />

foi doa<strong>da</strong> pela Sra. Laura, moradora <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>, junto a fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> festa.<br />

Além <strong>da</strong>s festivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s o município oferece o artesanato e culinária feitos na se<strong>de</strong> e nas regiões <strong>de</strong> zona<br />

rural. São eles:<br />

Bor<strong>da</strong>dos ponto cruz, ponto cheio, tricô, crochê;<br />

trabalhos com bambus;<br />

bebi<strong>da</strong>s;<br />

doces;<br />

frutas cristaliza<strong>da</strong>s;<br />

trabalho em ma<strong>de</strong>ira;<br />

pintura;<br />

Segundos <strong>da</strong>dos do Tribunal Regional Eleitoral o eleitorado <strong>de</strong> Luz é calculado em 14.013 pessoas 14 . A<br />

Câmara Municipal é composta <strong>de</strong> nove vereadores.<br />

Quanto ao Po<strong>de</strong>r Judiciário, atualmente Luz é Comarca <strong>de</strong> Primeira Instância. Sendo a Comarca<br />

composta, ain<strong>da</strong>, pelo <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Córrego Danta, distrito <strong>de</strong> Esteios e Cacheirinha, que está a 23 km<br />

<strong>da</strong> se<strong>de</strong>.<br />

A infra-estrutura básica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> é composta <strong>de</strong> água trata<strong>da</strong>, limpeza urbana, energia elétrica, re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

esgoto, telefonia fixa e móvel. A<strong>de</strong>mais, há posto <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o Hospital Nossa Senhora Apareci<strong>da</strong>,<br />

agências bancárias, posto <strong>de</strong> gasolina, agência dos correios, parque <strong>de</strong> eventos, biblioteca, cine-teatro,<br />

diversos hotéis e pousa<strong>da</strong>s. Possui uma emissora <strong>de</strong> rádio: Alvora<strong>da</strong> FM (rádio comunitária) e dois<br />

periódicos impressos: Jornal <strong>de</strong> Luz e Jornal Visão.<br />

14 Tribunal Regional Eleitoral <strong>de</strong> Minas Gerais – <strong>da</strong>dos baseados nas eleições <strong>de</strong> 2006.<br />

18<br />

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Sites<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

BARBOSA, Wal<strong>de</strong>mar <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>. A <strong>de</strong>cadência <strong>da</strong>s minas e a fuga <strong>da</strong> mineração. Belo<br />

Horizonte: UFMG, 1971;<br />

CAMPOS, Agmar Abdon. et al. Diagnóstico municipal <strong>de</strong> Luz. Belo Horizonte: [s.n], nov.<br />

1996.<br />

CARRATO, José Ferreira. Igreja, iluminismo e escolas mineiras coloniais. São Paulo:<br />

Nacional, 1968;<br />

CORREIA DA SILVA, Arlindo. O município <strong>de</strong> Luz e as comemorações <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong><br />

1941. Luz: Tipografia Diocesana, 1941.<br />

DINIZ, Sílvio Gabriel. Capítulos <strong>da</strong> História <strong>de</strong> Pitangui. Belo Horizonte: Autor, 1966;<br />

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Enciclopédia dos municípios<br />

mineiros. Verbete Luz - MG. Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1955.<br />

MINAS GERAIS. SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO<br />

GERAL. Perfil sócio-econômico <strong>da</strong> Macrorregião <strong>de</strong> planejamento VI: centro-oeste <strong>de</strong><br />

Minas. Vol. VI. Belo Horizonte, 1994.<br />

PIRES, Simão Ribeiro. Raízes <strong>de</strong> Minas. Montes Claros: Autor, 1979;<br />

SILVA NETO, D. Belchior Joaquim <strong>da</strong>. O pastor <strong>de</strong> Luz. Belo Horizonte: Editora Littera<br />

Maciel, 1984.<br />

TEIXEIRA, E<strong>de</strong>lweiss. A origem <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz. Luz: Tipografia Diocesana, 1941.<br />

VARGAS, Iácones Batista. In NOGUEIRA, Guaracy <strong>de</strong> Castro et al. (org.). Centro-Oeste<br />

Mineiro: História e Cultura. Itaúna: Instituto Maria <strong>de</strong> Castro Nogueira, 2008.<br />

_____. Santuário Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima: 1813-2002. Luz: Jornal <strong>de</strong> Luz, ed. 697, p.<br />

05. Disponível em: www.luzmg.com.br.<br />

_____. Palácio Episcopal. Disponível em: www.luzmg.com.br.<br />

_____. Catedral Diocesana Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz – “Nossos pais e avós construíram<br />

cabe a nós conservá-la". Apud: Carta Aberta ao Povo <strong>de</strong> Luz, publica<strong>da</strong> pelo Padre Célio<br />

Silvio Vieira <strong>da</strong> Silva no Jornal <strong>de</strong> Luz, janeiro <strong>de</strong> 1999. Disponível em:<br />

www.luzmg.com.br.<br />

_____. Poeira Vermelha <strong>de</strong> LUZ: Palco do Primeiro Ro<strong>de</strong>io Brasileiro. Luz: Jornal <strong>de</strong> Luz,<br />

ed. 678, 21 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2002, p. 05. Disponível em: www.luzmg.com.br.<br />

http://www.luzmg.com.br/;<br />

http://www.almg.gov.br/in<strong>de</strong>x.asp?grupo=estado&diretorio=munmg&arquivo=municipios&<br />

municipio=38807;<br />

http://www.diocese<strong>de</strong>luz.org.br/dom_belchior.htm. Acesso em 07/12/2011.<br />

http://www.luz.mg.gov.br/.<br />

19<br />

88


4. HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO BEM CULTURAL<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A edificação <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>, foi construí<strong>da</strong>, em meados <strong>de</strong> 1905 a mando do Coronel José Thomáz<br />

d’Oliveira, <strong>de</strong>ixando-a para o único filho, que foi o primeiro prefeito do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz, Sr. Alexandre<br />

Saracupio <strong>de</strong> Oliveira Dú, que nela residiu com sua esposa Marieta Macedo. Eles não tiveram filhos e se<br />

mu<strong>da</strong>ram <strong>da</strong> residência para ce<strong>de</strong>r a edificação ao município.<br />

No período <strong>de</strong> construção <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>, o ecletismo 15 passa a ser nota dominante na arquitetura<br />

urbana, principalmente nas capitais <strong>da</strong>s províncias on<strong>de</strong> o dinheiro comprava o novo “visual”,<br />

simbolizando a emancipação <strong>de</strong> Portugal e a libertação dos velhos mo<strong>de</strong>los impostos pelo colonizador.<br />

Logicamente, essa mu<strong>da</strong>nça radical que <strong>de</strong>pendia do dinheiro disponível, não era homogeneamente<br />

distribuído no país. O ecletismo chegou nas capitais importantes <strong>da</strong> época, mas nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais<br />

pobres ou afasta<strong>da</strong>s do gran<strong>de</strong> comércio, os exemplos ecléticos refinados eram mais ou menos<br />

escassos, conforme as circunstâncias locais ou os <strong>de</strong>sejos ostentatórios. Esse foi o caso <strong>da</strong> edificação<br />

em análise, que trata-se <strong>de</strong> um palacete requintado, <strong>de</strong> estilo eclético, inspira<strong>da</strong> no Palácio do Catete,<br />

se<strong>de</strong> do Governo Fe<strong>de</strong>ral no Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1897 a 1960, atual Museu <strong>da</strong> República 16 . Assim, a <strong>Casa</strong><br />

Gran<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacava no cenário urbano local, pois no geral, em to<strong>da</strong>s as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s, as novas construções<br />

<strong>de</strong> classe média para baixo, ficaram em um meio-termo, aliando novas técnicas às condições do<br />

passado tradicional ain<strong>da</strong> compromissado com velhos programas.<br />

“Após a Proclamação <strong>da</strong> República, em 1889, o espírito <strong>de</strong> regeneração urbana<br />

integrava o clima i<strong>de</strong>ológico dos dirigentes políticos e dos grupos<br />

economicamente privilegiados. Uma nova concepção <strong>de</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, alia<strong>da</strong> a ações<br />

<strong>de</strong> recuperação e planificação, inspira<strong>da</strong> nos espaços urbanos industrializados<br />

<strong>da</strong> Europa e dos Estados Unidos, começou a surgir no país, simbolizando a<br />

necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização. A re<strong>de</strong>finição do quadro econômico e a<br />

constituição <strong>de</strong> uma nova socie<strong>da</strong><strong>de</strong> urbana, alia<strong>da</strong>s às notícias <strong>de</strong> inovação e<br />

mo<strong>de</strong>rnização européias, criavam uma mentali<strong>da</strong><strong>de</strong> social peculiar no país. A<br />

idéia <strong>de</strong> progresso, industrialização e <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> mo<strong>de</strong>rna tornou-se uma obsessão<br />

para a burguesia em constituição.“ (BORGES LEMOS, C. In.CASTRIOTA, 1998,<br />

p.80).<br />

No dia 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1.924, em sessão solene, ocorreu a instalação e posse <strong>da</strong> primeira Câmara<br />

Municipal que assim ficou constituí<strong>da</strong>: Presi<strong>de</strong>nte – Capitão Alexandre S. d`Oliveira Dú, (filho do Coronel<br />

15 O ecletismo na arquitetura recompõe os estilos do passado mesclando elementos <strong>de</strong> diferentes períodos ou origens. Na Europa,<br />

este estilo nasce mais cedo, em meados do século XVIII, mas no Brasil ele aparece na meta<strong>de</strong> do século XIX, <strong>de</strong>correndo do<br />

Neoclássico. “O Ecletismo não é homogêneo, pois se abrigam sob sua <strong>de</strong>nominação diversas manifestações e tendências. Na<br />

Europa, ele esteve muitas vezes associado a teorias e i<strong>de</strong>ologias quando a escolha <strong>de</strong> uma referência estilística do passado se<br />

baseava em criteriosos argumentos conceituais. Embora ocorressem alguns exemplos que justificassem a adoção <strong>de</strong> um ou mais<br />

estilos para a edificação, no Brasil... a importação foi muito mais <strong>de</strong> formas prontas e mo<strong>de</strong>los a copiar do que <strong>de</strong> idéias; e as<br />

justificativas eram quase sempre superficiais e sem embasamento teórico.” (MORAIS DE SÁ, 2002, p.28)<br />

16 Esse com projeto do arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt, <strong>da</strong>tado <strong>de</strong> 1858, cujo início <strong>da</strong> implantação se <strong>de</strong>u com a<br />

<strong>de</strong>molição <strong>da</strong> antiga casa <strong>de</strong> número 150 <strong>da</strong> Rua do Catete. A construção terminou oficialmente em 1866, porém as obras <strong>de</strong><br />

acabamento prosseguiram ain<strong>da</strong> por mais <strong>de</strong> uma déca<strong>da</strong>.<br />

20<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

José Tomás); Vice Presi<strong>de</strong>nte: Dr. Pedro Cardoso <strong>da</strong> Silva; Secretário Washigton Gomes <strong>de</strong> Macedo,<br />

José Garcia Ogando e Francisco Caetano Quito.<br />

Capitão Alexandre S. d`Oliveira Dú, o mais votado, era o vereador especial, foi empossado como<br />

Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Câmara e Agente Executivo do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz, funções que exerceu simultaneamente,<br />

até 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1927, quando eleito o seu sucessor, Dr. Pedro Cardoso <strong>da</strong> Silva. Além <strong>de</strong> competir à<br />

Câmara, os Po<strong>de</strong>res Executivo e Legislativo, ao presi<strong>de</strong>nte cabia empossar o Juiz do Termo Judiciário.<br />

Os outros edis eram chamados Vereadores Gerais.<br />

“Salão repleto <strong>de</strong> pessoas: Autori<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Luz e ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s vizinhas convi<strong>da</strong>dos e<br />

familiares. Após a execução do Hino Nacional, pela Ban<strong>da</strong> Lira Vicentina<br />

Aterra<strong>de</strong>nse, D. Manoel saudou a Câmara, congratulando-se com o novo<br />

<strong>Município</strong> pedindo para ele bênçãos do céu. Representando o povo <strong>de</strong> Luz,<br />

falou o brilhante advogado João Alves Corgosinho Filho, oferecendo ao<br />

Presi<strong>de</strong>nte Capitão Dú, em nome <strong>de</strong>sse mesmo povo, uma caneta <strong>de</strong> ouro, para<br />

com ela assinar o primeiro ato do po<strong>de</strong>r Municipal, ora constituído. Também<br />

discursaram Eduardo <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong> Barbosa, representante a Câmara <strong>de</strong> Dores do<br />

In<strong>da</strong>iá e o <strong>de</strong>putado Francisco Campos; o jovem Joaquim Men<strong>de</strong>s Júnior;<br />

Edmundo Meneses, representando Córrego Danta; Gentil Americano do Sul,<br />

representando Esteios, Capitão Dú e Dr. Pedro Cardoso também discursaram,<br />

agra<strong>de</strong>cendo a confiança do eleitorado, prometendo procurar correspon<strong>de</strong>r. A<br />

sessão foi encerra<strong>da</strong> com vivas calorosos ao Presi<strong>de</strong>nte – Artur Bernar<strong>de</strong>s, ao<br />

Governador – Raul Soares, aos Secretários <strong>de</strong> Estado e ao Deputado <strong>da</strong><br />

região, Francisco Campos.” Por Cândi<strong>da</strong> Corrêa Côrtes Carvalho.<br />

A partir <strong>de</strong> 1923, ano <strong>da</strong> emancipação político-administrativa do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz, a edificação tornou-se<br />

se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Câmara Municipal, que naquela época acumulava também as funções executivas e, mais tar<strong>de</strong>,<br />

<strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> Municipal. A edificação foi cedi<strong>da</strong> pelo Alexandre Oliveira, para o município com o intuito <strong>de</strong><br />

fazer a vonta<strong>de</strong> do pai que <strong>de</strong>mosntrava o interesse <strong>de</strong> sempre participar dos processos <strong>de</strong> formação<br />

política e histórica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Em 1927, quando foi instaurado o Termo Judiciário <strong>de</strong> Luz, até 1935, a casa também abrigou o Fórum,<br />

on<strong>de</strong> as principais causas jucidiais eram conduzi<strong>da</strong>s. Assim como na Roma antiga, o Fórum se<br />

localizava na Praça principal <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o centro político, religioso, econômico e social <strong>da</strong> mesma.<br />

Posteriormente, veio a funcionar no edifício a ALA – Associação Atlética <strong>de</strong> Luz, que tinha como uso a<br />

integração <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong> luzense em um espaço <strong>de</strong> entretenimento e lazer. Na associação eram feitos<br />

bailes e festas para <strong>da</strong>tas comemorativas.<br />

Com a morte <strong>de</strong> seu primeiro proprietário, em 1943, a viúva ven<strong>de</strong>u a casa ao seu irmão, o médico Dr.<br />

Josaphat Macedo, criador <strong>da</strong> FAEMG – Fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> Minas Gerais. A FAEMG -<br />

21<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Fe<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> Agricultura e Pecuária do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais é a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> que representa os<br />

produtores rurais mineiros. Defensora dos interesses conjuntos <strong>da</strong> categoria, sua força vem do<br />

envolvimento e <strong>da</strong> participação <strong>de</strong> quase 400 Sindicatos filiados, que congregam mais <strong>de</strong> 400 mil<br />

pequenos, médios e gran<strong>de</strong>s produtores. A FAEMG é uma instituição priva<strong>da</strong>, cria<strong>da</strong> em 1951 e manti<strong>da</strong><br />

pelo produtor rural. Integra o Sistema Sindical Patronal Rural, li<strong>de</strong>rado pela CNA - Confe<strong>de</strong>ração <strong>da</strong><br />

Agricultura e Pecuária do Brasil, enti<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> representação dos produtores brasileiros. Além <strong>de</strong><br />

representar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o produtor rural em todos os fóruns <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões - municipais, estaduais,<br />

nacionais e internacionais -, a FAEMG coloca à disposição <strong>de</strong> seus filiados e, por extensão, do produtor<br />

diversos serviços nas áreas jurídica, econômica, sindical, contábil, meio ambiente etc. O trabalho <strong>da</strong><br />

FAEMG é subsidiado por Comissões Técnicas, forma<strong>da</strong>s por produtores representativos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> setor.<br />

As Comissões acompanham os fatos políticos, econômicos e tecnológicos relacionados com os<br />

segmentos produtivos. Também fazem parte <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong> FAEMG a formação profissional <strong>da</strong> mão-<strong>de</strong>-<br />

obra rural e a promoção social do ci<strong>da</strong>dão que mora no campo. Este trabalho é realizado através do<br />

SENAR MINAS - Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Rural, enti<strong>da</strong><strong>de</strong> vincula<strong>da</strong> à FAEMG.<br />

O novo morador fez funcionar naquele imóvel, durante as déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 1940 e 1950, o "Clube Recreativo<br />

Luzense" que era um espaço responsável por oferecer a seus associados eventos culturais e esportivos<br />

inclusive junto a se<strong>de</strong> <strong>da</strong> "Rádio Clube <strong>de</strong> Luz".<br />

De 1965 a 1975, com o uso do imóvel atribuído a José Maria Macedo, foi construído um anexo nos<br />

fundos, on<strong>de</strong> funcionou o Armazém <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>. O armazém <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> funcionava como o<br />

mercado <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> produtos para a população do município na época. A comercialização<br />

variava em produtos alimentícios até os produtos <strong>de</strong> higiene pessoal.<br />

Após a morte <strong>de</strong> Josaphat Macedo, o fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> FAEMG, em 1980, o casarão, já em situação precária,<br />

não fora mais usado pelos seus her<strong>de</strong>iros, ficando a mercê <strong>de</strong> invasores e moradores <strong>de</strong> rua que faziam<br />

suas moradias no terreno do imóvel.<br />

No ano <strong>de</strong> 1986, a <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>sapropria<strong>da</strong> pelo município. Em 1998 foi feita a contratação do<br />

Projeto <strong>de</strong> Restauração <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> e a contratação <strong>de</strong> consultoria para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> política<br />

municipal <strong>de</strong> proteção ao patrimônio histórico-cultural, e posteriormente foi cria<strong>da</strong> a Lei Municipal nº<br />

1.517/06, que estabelece normas <strong>de</strong> proteção do Patrimônio Cultural do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz.<br />

O projeto foi feito pela arquiteta Maura Braga e consiste em reforçar a estrutura, recompor os<br />

acabamentos, revestimentos e elementos <strong>de</strong>corativos. Teve a obra inicia<strong>da</strong> com o reforço <strong>da</strong> estrutura<br />

física que se encontrava comprometi<strong>da</strong> implantando vigas <strong>de</strong> concreto pra reforçar a estrutura do prédio<br />

e laje <strong>de</strong> concreto do porão e provi<strong>de</strong>nciando a troca <strong>de</strong> todo o telhado. Apesar <strong>de</strong> terem sido inicia<strong>da</strong>s,<br />

as obras estão paralisa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008 e o imóvel se encontra em estado <strong>de</strong> abandono.<br />

22<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

O processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sapropriação do imóvel só teve a solução <strong>de</strong>finitiva em janeiro <strong>de</strong> 2009 ao custo <strong>de</strong><br />

aproximados R$1.200.000,00 (hum milhão e duzentos mil reais) como in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> seus antigos<br />

proprietários e honorários advocatícios. Atualmente o imóvel se encontra em situação regular, isento <strong>de</strong><br />

qualquer ônus reais, bem como ações reais e pessoais reipersecutórias.<br />

Pon<strong>de</strong>rando o acima exposto, especialmente o valor imensurável <strong>de</strong> patrimônio histórico –cultural,<br />

significativo para o povo <strong>de</strong> Luz, enquanto elemento constitutivo <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, conseqüentemente<br />

inestimável do ponto <strong>de</strong> vista monetário.<br />

Uma <strong>da</strong>s finali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> <strong>de</strong>sapropriação foi o interesse <strong>de</strong> preservar o patrimônio histórico e abrigar<br />

repartições administrativas ou até mesmo um centro cultural, para proporcionar ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s culturais e<br />

criar um espaço público, <strong>de</strong> convivência para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> luzense, visto que o imóvel dispõe <strong>de</strong> uma<br />

área <strong>de</strong> 3.609 m², sendo uma testa<strong>da</strong> <strong>de</strong> 42 metros, e possui aproxima<strong>da</strong>mente, 250 metros em<br />

construção. A implantação <strong>da</strong> casa na testa<strong>da</strong> <strong>da</strong> rua e centraliza<strong>da</strong> em relação à mesma, faz com que o<br />

quintal e as laterais possuam gran<strong>de</strong>s áreas livres, com potencial para implantação <strong>de</strong> jardins e áreas <strong>de</strong><br />

convivência.<br />

Atualmente o estado <strong>de</strong> conservação do bem é péssimo. Ele se encontra em ruínas e está<br />

completamente <strong>de</strong>scomposto. Foi ocupado por um casal <strong>de</strong> catadores <strong>de</strong> lixo no volume frontal e no<br />

outro, por uma senhora que comercializa mu<strong>da</strong> <strong>de</strong> plantas.<br />

23<br />

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5. DESCRIÇÃO DO BEM CULTURAL<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> localiza-se na Rua Nelson Gomes <strong>de</strong> Macedo Filho, no número 74, à frente <strong>da</strong> Praça<br />

Tácito Guimarães, no centro do Distrito Se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz. Nesta área se encontra as mais importantes<br />

edificações <strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> política, cultural, social e religiosa para o município, como a Igreja <strong>de</strong><br />

Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima, além <strong>de</strong> edificações resi<strong>de</strong>nciais e comerciais que se localizam nos arredores<br />

<strong>da</strong> praça. Estas estão dispostas em sequência, uma após a outra, em quadras subsequentes. Essa área<br />

faz parte do centro histórico e ain<strong>da</strong> existem exemplares importantes <strong>da</strong> casa urbana luzense, on<strong>de</strong> a<br />

facha<strong>da</strong> principal é alinha<strong>da</strong> à testa<strong>da</strong> do lote, ganhando acesso e varan<strong>da</strong>s laterais e comumente<br />

gemina<strong>da</strong>s com sua vizinha.<br />

A Praça Tácito Guimarães é freqüenta<strong>da</strong> por to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz, sendo também palco <strong>de</strong><br />

festivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância para o município. A praça possui encaminhamentos pavimentados<br />

com blocos <strong>de</strong> concreto, intercalados com canteiros. Alguns canteiros possuem coberturas vegetais <strong>de</strong><br />

gramíneas porem há também árvores <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte. Possui bancos em to<strong>da</strong> sua extensão,<br />

além <strong>de</strong> lixeiras e postes <strong>de</strong> iluminação. Há também implanta<strong>da</strong> na praça a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong><br />

Fátima, a primeira edificação do Aterrado que marca a divisão <strong>de</strong> terras dos primeiros donos dos dois<br />

lotes que compunham a área do município no início do século XVIII.<br />

Esta região caracteriza-se ain<strong>da</strong> por possuir forte a<strong>de</strong>nsamento populacional, pois foi local <strong>de</strong> instalação<br />

dos primeiros moradores e imigrantes. Apesar <strong>de</strong> ain<strong>da</strong> possuir imóveis <strong>da</strong>tados do final do século XIX e<br />

início do século XX, a maioria <strong>de</strong>les per<strong>de</strong>u suas características originais ou foram substituídos por<br />

outras edificações.<br />

A edificação possui estilo eclético, on<strong>de</strong> a mistura <strong>de</strong> estilos arquitetônicos do passado são responsáveis<br />

por criar uma nova linguagem arquitetônica. O edifício é formado pela combinação <strong>de</strong> elementos<br />

artísticos provenientes <strong>de</strong> várias vertentes arquitetônicas. Po<strong>de</strong>m ser observados os arcos ogivais<br />

característicos <strong>da</strong> arquitetura neogótica, juntamente com pilares e pilaretes com os capitéis <strong>de</strong>corados<br />

assemelhando se à arquitetura grega. Elementos <strong>de</strong>corativos <strong>de</strong> rosáceas do período neoclássico e<br />

elementos <strong>de</strong>corativos lineares que se remetem ao art-<strong>de</strong>có.<br />

A <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> é um exemplar tipológico especial para a época <strong>de</strong> sua construção, já que era<br />

consi<strong>de</strong>rado um palacete entre as residências construí<strong>da</strong>s em seu tempo. A princípio construí<strong>da</strong> para<br />

fins resi<strong>de</strong>nciais, a edificação mudou seu uso para abrigar enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicas. Apesar <strong>da</strong> característica<br />

“inovadora” <strong>de</strong> sua implantação, seu partido estava ligado ao suporte neoclássico, cujos ambientes<br />

internos eram dispostos <strong>de</strong> modo a evitar a composição <strong>de</strong> vários volumes. Assim, seu partido inicial<br />

possuía corpo retangular, jardim fronteiro e entra<strong>da</strong> lateral realiza<strong>da</strong> por alpendre.<br />

O terreno on<strong>de</strong> se encontra o bem é plano, no entanto a rua on<strong>de</strong> ele está localizado possui um pequeno<br />

aclive, o que permitiu o surgimento <strong>de</strong> um porão alteado sob o pavimento principal. A facha<strong>da</strong> frontal <strong>da</strong><br />

edificação é volta<strong>da</strong> para a Rua Nelson Gomes <strong>de</strong> Macedo Filho, on<strong>de</strong> se tem seu acesso principal. As<br />

24<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

facha<strong>da</strong>s laterais direita e esquer<strong>da</strong> e <strong>de</strong> fundos estão volta<strong>da</strong>s para os lotes vizinhos. O terreno on<strong>de</strong> se<br />

localiza o bem é arborizado com árvores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> e médio porte, além <strong>de</strong> gramíneas.<br />

Por volta dos últimos anos do século XIX e no início do XX, as residências construí<strong>da</strong>s, segundo<br />

preceitos ecléticos, libertavam-se com relação aos limites dos lotes. Os jardins aparecem,<br />

primeiramente, nas laterais <strong>da</strong>s casas, junto às entra<strong>da</strong>s (pelas esca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> acesso aos alpendres),<br />

protegidos por gra<strong>de</strong>s e portão <strong>de</strong> ferro <strong>de</strong> duas folhas. Como é o caso <strong>da</strong> implantação <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>.<br />

Além <strong>da</strong> melhora na ambientação local, os jardins e os afastamentos <strong>da</strong> edificação favorecem a<br />

condição <strong>de</strong> ventilação, aeração e iluminação dos cômodos internos.<br />

O acesso ao edifício é feito por um portão baixo do lado esquerdo, metálico que dá acesso a uma<br />

pequena esca<strong>da</strong> revesti<strong>da</strong> com piso em ladrilho hidráulico, este original <strong>da</strong> época <strong>da</strong> construção. Possui<br />

três <strong>de</strong>graus aon<strong>de</strong> se chega a um pátio aberto que dá acesso ao alpendre que se encontra em um nível<br />

acima do pátio. O pátio possui piso em terra bati<strong>da</strong> e vegetação invasora. Há também ao lado do portão<br />

baixo um portão maior <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> veículos que também é metálico e <strong>de</strong>corado, que se intercala com<br />

um muro baixo e uma balaustra<strong>da</strong> que faz o fechamento do terreno.<br />

A <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> possui um partido arquitetônico com planta em “T” implanta<strong>da</strong> com regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />

testa<strong>da</strong> <strong>da</strong> aveni<strong>da</strong>. As laterais possuem gran<strong>de</strong> recuo on<strong>de</strong> se encontra uma vegetação crescente com<br />

árvores <strong>de</strong> médio e pequeno porte. Sua volumetria é simples marca<strong>da</strong> por elementos artísticos aplicados<br />

nas facha<strong>da</strong>s. Possui proporções que dão ajuste geométrico <strong>da</strong>s partes que compõem o edifício, sendo<br />

proporcionais entre si e em relação ao todo e seu entorno.<br />

25<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

As facha<strong>da</strong>s são bem diferentes entre si. A tradição trata a arquitetura eclética como uma composição <strong>de</strong><br />

partes que envolvem a simetria, composição volumétrica e ornamentação. A simetria funciona como uma<br />

regra básica para remeter o caráter organizacional na composição <strong>da</strong> facha<strong>da</strong>.<br />

A facha<strong>da</strong> principal é composta por simetria on<strong>de</strong> são rebati<strong>da</strong>s três aberturas em ca<strong>da</strong> lado <strong>da</strong> saca<strong>da</strong><br />

em arco ogival moldura<strong>da</strong>s com massa na cor branca e um frontispício <strong>de</strong>corado com frisos em alto<br />

relevo. Possui uma saca<strong>da</strong> central acessa<strong>da</strong> por porta que segundo informações coleta<strong>da</strong>s em campo,<br />

era <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e hoje não se encontra mais no imóvel, possuindo ornamentação na parte superior e<br />

moldura acima <strong>da</strong> verga em formato <strong>de</strong> arco ogival.<br />

A ornamentação nos edifícios ecléticos busca revestir a arquitetura e prover conforto e <strong>de</strong>coro<br />

condizentes com a urbani<strong>da</strong><strong>de</strong> e a civilização local. No caso do edifício <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> a platiban<strong>da</strong> é<br />

<strong>de</strong>cora<strong>da</strong> por frisos, relevos e rosáceas e quatro pináculos ao longo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a platiban<strong>da</strong>. Há também<br />

uma águia no centro <strong>da</strong> facha<strong>da</strong>.<br />

No nível do porão encontram-se respiradouros em formato ogival. Há um acesso direto ao porão, abaixo<br />

<strong>da</strong> saca<strong>da</strong>. A facha<strong>da</strong> lateral esquer<strong>da</strong> por on<strong>de</strong> é feito o acesso ao edifício, se encontra um alpendre em<br />

um nível superior que é acessado através <strong>de</strong> uma pequena esca<strong>da</strong> <strong>de</strong> seis <strong>de</strong>graus e guar<strong>da</strong> corpo em<br />

balaustra<strong>da</strong>. A estrutura do alpendre é composta por sete colunas <strong>de</strong>cora<strong>da</strong>s com arcos e frisos, no<br />

capitel em alto relevo, que se intercalam com o guar<strong>da</strong> corpo em balaustres. A facha<strong>da</strong> lateral direita é<br />

marca<strong>da</strong> por três aberturas e continuação do coroamento <strong>da</strong> platiban<strong>da</strong> <strong>de</strong>cora<strong>da</strong>.<br />

A cobertura é composta por engra<strong>da</strong>mento em ma<strong>de</strong>ira e manto em telhas francesas. Compondo o<br />

fechamento <strong>de</strong> todo o edifício, o telhado possui seis águas, sendo uma parte <strong>da</strong> edificação com quatro<br />

águas e a outra com duas águas. A edificação não possui forro, on<strong>de</strong> o engra<strong>da</strong>mento e as telhas ficam<br />

expostas.<br />

Os vãos são iguais para a parte <strong>da</strong> edificação que encontra na parte <strong>da</strong> frente do terreno, que<br />

correspon<strong>de</strong> a parte <strong>de</strong> superior do “T” na planta. São aberturas gran<strong>de</strong>s, com vergas em arco ogival<br />

on<strong>de</strong> seu centro é marcado por um pilarete cilíndrico <strong>de</strong>corado, que divi<strong>de</strong> o vão em duas janelas<br />

menores também com verga em arco ogival. To<strong>da</strong>s as janelas possuem moldura em relevo e frisos e<br />

uma espécie <strong>de</strong> cornija na parte inferior ao peitoril. As janelas provavelmente tinham sistema <strong>de</strong> abrir em<br />

ma<strong>de</strong>ira, atualmente as aberturas não possuem ve<strong>da</strong>ções no volume paralelo à Rua Nelson. As portas<br />

possuem vergas retas e ban<strong>de</strong>iras fixas superiores, com fechamento em vidro. A porta principal possui<br />

moldura <strong>de</strong>corativa com a parte superior em arco e uma rosácea em relevo no centro. As condições <strong>de</strong><br />

conservação do edifício não po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s boas. Suas esquadrias não existem mais, porém<br />

os marcos e quadros <strong>da</strong>s portas internas ain<strong>da</strong> existem e permitem uma provável <strong>de</strong>scrição.<br />

A estrutura do edifício é composta por tijolos <strong>de</strong> barro maciços, com a base em pedra. São revestidos<br />

por reboco e pintados com tinta acrílica aparentemente pinta<strong>da</strong>s na cor amarela.<br />

26<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Na área externa o piso não existe mais e foi tomado por uma vegetação invasora. A esca<strong>da</strong> que dá<br />

acesso a edificação possuem piso em ladrilho hidráulico. No acesso <strong>de</strong> veículos há uma pequena área<br />

que <strong>de</strong>marca a sua passagem em cimento grosso. Na parte posterior do imóvel há um enorme quintal<br />

on<strong>de</strong> se encontra muita vegetação invasora, on<strong>de</strong> o piso se encontra em terra bati<strong>da</strong>.<br />

A edificação possui uma composição em planta que busca a hierarquia dos espaços e eixos para gerar<br />

conforto e monumentali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mantendo uma proporção com o entorno. A <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> é composta por<br />

11 cômodos no volume com a testa<strong>da</strong> para a rua e 9 cômodos no volume perpendicular.<br />

No primeiro volume, o alpendre é seguido <strong>de</strong> uma sala. Após a sala há um corredor, á direita faz o<br />

acesso à parte íntima on<strong>de</strong> ficam um pequeno hall, dois quartos e um banheiro direcionados para a<br />

aveni<strong>da</strong>. Já à esquer<strong>da</strong> encontra-se um quarto. Seguindo o corredor se dá acesso à parte <strong>de</strong> serviços e<br />

a um gran<strong>de</strong> salão que po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificados na facha<strong>da</strong> pela saca<strong>da</strong>.<br />

No volume perpendicular à rua, há um corredor central que dá acesso também a uma área intima nas<br />

laterais, com um cômodo ao fundo.<br />

Todos os cômodos possuem piso em tacos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, com exceção <strong>da</strong>s áreas molha<strong>da</strong>s on<strong>de</strong> ain<strong>da</strong><br />

existem vestígios do piso original em ladrilho hidráulico. Não possuindo ro<strong>da</strong>pés, essas áreas se<br />

encontram cobertas por suji<strong>da</strong><strong>de</strong> e vegetação.<br />

As pare<strong>de</strong>s tiveram seu reboco refeito e não possuem revestimentos.<br />

As instalações elétrica e hidráulicas são expostas e improvisa<strong>da</strong>s pelos moradores que invadiram o<br />

imóvel.<br />

O estado <strong>de</strong> conservação do bem é péssimo. Ele se encontra em ruínas e está completamente<br />

<strong>de</strong>scomposto. Foi ocupado por um casal <strong>de</strong> catadores <strong>de</strong> lixo no volume frontal e no outro, uma senhora<br />

que comercializa mu<strong>da</strong> <strong>de</strong> plantas.<br />

A praça em frente ao imóvel possui arborização em canteiros variados que se mesclam com<br />

caminhamentos que levam até a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima.<br />

27<br />

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6.1 DELIMITAÇÃO, DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

O perímetro <strong>de</strong> tombamento do imóvel <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>fine-se pelo terreno em que está inseri<strong>da</strong>. Para<br />

tanto, serão <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s diretrizes específicas para este perímetro <strong>de</strong> tombamento, a fim <strong>de</strong> preservar o<br />

bem como um todo. Assim sendo, <strong>de</strong>screve-se, a seguir, a <strong>de</strong>limitação do perímetro <strong>de</strong> tombamento:<br />

P1: Início <strong>da</strong> poligonal, formado pela interseção <strong>da</strong> linha do limite frontal do terreno <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>,<br />

com a linha do limite lateral direito do terreno, paralela à Rua Coronel José Thomás. Do P1 segue pela<br />

linha do limite frontal do terreno, paralela à Rua Nelson Gomes Macedo Filho, até encontrar com a linha<br />

<strong>da</strong> lateral esquerdo, conformando nesta interseção o ponto P2. Do P2 segue pela linha do limite <strong>da</strong><br />

lateral esquer<strong>da</strong> até encontrar com o fim <strong>da</strong> lateral <strong>de</strong> parte do edifício que possui a testa<strong>da</strong> na Rua<br />

Nelson Gomes Macedo Filho, sendo essa perpendicular a testa<strong>da</strong>, conformando nesta interseção o P3.<br />

Do P3 a linha paralela a Rua Nelson Gomes Macedo Filho segue aproxima<strong>da</strong>mente 4 metros<br />

conformando o P4. Do P4 ao P5, uma linha paralela à linha entre P2 e P3 segue em direção aos fundos<br />

do terreno. Do P5 a P6 forma-se uma linha coinci<strong>de</strong>nte com a facha<strong>da</strong> posterior, paralela a Rua Nelson<br />

Gomes Macedo Filho. A linha para a conformação <strong>de</strong> P7 parte <strong>de</strong> P6 paralela à linha entre P4 e P5, em<br />

direção à parte frontal <strong>da</strong> edificação. P8 se conforma com uma linha paralela à facha<strong>da</strong> frontal <strong>da</strong><br />

edificação, com origem no P7, perpendicular à Rua Coronel José Thomás. A interseção <strong>de</strong> P8 e P10<br />

conforma o P9 que se encontra no ponto <strong>de</strong> perpendiculari<strong>da</strong><strong>de</strong> entra as duas linhas, uma paralela e<br />

outra perpendicular à Rua Coronel José Thomás. O P10 vem em segui<strong>da</strong> conformado pela linha paralela<br />

à linha entre P7 e P8, em direção a lateral direita <strong>da</strong> edificação. Do P10 uma linha correspon<strong>de</strong>nte a<br />

facha<strong>da</strong> lateral esquer<strong>da</strong> forma o ponto P11 que coinci<strong>de</strong> com o P1.<br />

O perímetro <strong>de</strong> tombamento <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> maneira a abranger to<strong>da</strong> a edificação,<br />

construí<strong>da</strong> em 1905, pelo Coronel Alexandre Saracupio <strong>de</strong> Oliveira Dú, que foi o primeiro prefeito <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, e nela residiu com sua esposa Marieta Macedo. Este limite coloca sob proteção um dos<br />

primeiros edifícios Distrito Se<strong>de</strong>, que preservou suas características estilísticas originais. Sua<br />

importância histórica, arquitetônica e social foram fatores prepon<strong>de</strong>rantes para a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> seu<br />

perímetro <strong>de</strong> tombamento, uma vez que ela representou para a socie<strong>da</strong><strong>de</strong> luzense por ter sido utilizado<br />

para abrigar instituições <strong>de</strong> lazer e recreação para a população além <strong>de</strong> ter sido se<strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong>,<br />

Câmara Municipal e Fórum, marcando a história política <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. A intenção com o tombamento <strong>da</strong><br />

casa é manter e conservar a sua edificação, além <strong>de</strong> preservar a estrutura física do edifício para que ele<br />

possa ter um novo uso pela população luzense e se mantenha conservado, traçando diretrizes<br />

específicas para que as futuras intervenções sejam criteriosas e que preservem as suas características<br />

originais.<br />

6. PERÍMETRO DE TOMBAMENTO<br />

A área <strong>de</strong> tombamento está <strong>de</strong>marca<strong>da</strong> na Planta <strong>de</strong> Perímetro <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> anexa<strong>da</strong> no item 6.2.<br />

28<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Qualquer tipo <strong>de</strong> intervenção na área <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> por esse perímetro <strong>de</strong>ve ser submeti<strong>da</strong> à aprovação do<br />

Conselho Municipal <strong>de</strong> Patrimônio Cultural, observando as diretrizes <strong>de</strong> intervenção estabeleci<strong>da</strong>s no<br />

item 7 <strong>de</strong>ste documento.<br />

29<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

6.2. DESENHO TÉCNICO DA DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO<br />

Legen<strong>da</strong><br />

Linhas <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação do perímetro <strong>de</strong> entorno <strong>de</strong> tombamento<br />

Pontos <strong>de</strong> interseção <strong>da</strong>s linhas que <strong>de</strong>limitam o perímetro <strong>de</strong> entorno<br />

Planta do Perímetro <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Desenho: Deise Alves Eleutério | Responsável: Paula Quinaud Lacombe | CREA: 127376/LP<br />

Escala Gráfica | Base: Planta Ca<strong>da</strong>stral <strong>de</strong> Extrema | Data: 19/12/2010<br />

30<br />

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7. DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO PARA A ÁREA TOMBADA<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

As diretrizes propostas para o perímetro <strong>de</strong> tombamento <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> objetivam a melhoria <strong>da</strong><br />

ambiência local, mantendo o contexto urbano no qual ela se insere e, consequentemente preservando as<br />

visa<strong>da</strong>s e a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ao bem tombado. O perímetro <strong>de</strong>limitado que inclui a edificação em sua<br />

totali<strong>da</strong><strong>de</strong>, visa na preservação do bem e sua estrutura física.<br />

Assim sendo, estabelecem-se as diretrizes <strong>de</strong>scritas abaixo 17 , necessárias à proteção <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>:<br />

Regulamentar o seu uso e sua ocupação , garantindo o acesso do público à edificação;<br />

Garantir através <strong>de</strong> seu uso que o público possa conhecer o valor arquitetônico e histórico <strong>da</strong><br />

edificação;<br />

Promover a manutenção <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a edificação que se encontra em ruínas;<br />

Preservar as características físicas e estilísticas do imóvel impedindo a sua <strong>de</strong>molição ou<br />

<strong>de</strong>scaracterização e, em caso <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> materiais, usar iguais ou similares aos<br />

existentes;<br />

Associar as novas intervenções a projetos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> paisagismo e iluminação que valorizem<br />

a arquitetura do bem.<br />

17 Estas diretrizes foram discuti<strong>da</strong>s e aprova<strong>da</strong>s pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (ver ata no item<br />

15.2 - Documentação).<br />

31<br />

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8. PERÍMETRO DE ENTORNO DE TOMBAMENTO<br />

8.1. DELIMITAÇÃO, DESCRIÇÃO E JUSTIFICATIVA<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

O perímetro <strong>de</strong> entorno é a <strong>de</strong>finição geométrica do espaço <strong>de</strong> proteção visual ou urbanística do bem<br />

tombado, com a finali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> preservar sua visibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, fruição física e acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>. To<strong>da</strong>s as<br />

alterações realiza<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ssa área <strong>de</strong>verão levar em conta esses aspectos, não po<strong>de</strong>ndo interferir<br />

negativamente no mesmo. A <strong>de</strong>limitação do perímetro <strong>de</strong> entorno <strong>de</strong> tombamento <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

abrange todo o perímetro do terreno e seus quarteirões do entorno visando melhorar a ambiência local e<br />

a área <strong>da</strong> Praça Tácito Guimarães on<strong>de</strong> está implanta<strong>da</strong> a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima. Desta<br />

forma <strong>de</strong>fine-se a <strong>de</strong>limitação do perímetro <strong>de</strong> entorno:<br />

P1: Início <strong>da</strong> poligonal, forma<strong>da</strong> pela interseção dos eixos <strong>da</strong>s ruas Tira<strong>de</strong>ntes e Getúlio Vargas. A linha<br />

segue pela Rua Tira<strong>de</strong>ntes passando por to<strong>da</strong> a praça conformando o ponto P2 no cruzamento com a<br />

Rua Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima. Do P2 segue pela Rua Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima até encontrar com o<br />

eixo <strong>da</strong> Rua Melo Viana, que se encontra posterior ao quarteirão do edifício, formando o P3. Para<br />

conformar o P4, a linha segue pela Rua Melo Viana e termina no eixo do cruzamento com a Aveni<strong>da</strong><br />

Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz. O P5 é formado pela interseção dos eixos <strong>da</strong> Aveni<strong>da</strong> Dr. Josaphat Macedo<br />

(prolongamento <strong>da</strong> Rua Nelson Gomes Macedo Filho) com a Aveni<strong>da</strong> Nossa Senhora <strong>da</strong> Luz, seguindo<br />

a Aveni<strong>da</strong> Dr. Josaphat Macedo (prolongamento <strong>da</strong> Rua Nelson Gomes Macedo Filho) até o eixo <strong>da</strong> Rua<br />

Getúlio Vargas, conformando o P6. Para conformar o P7, a linha segue em direção à Rua Tira<strong>de</strong>ntes,<br />

on<strong>de</strong> mais à frente os eixos <strong>da</strong>s ruas Tira<strong>de</strong>ntes e Getúlio Vargas se interceptam conformando o P8,<br />

sendo coinci<strong>de</strong>nte com o P1 e finalizando a poligonal.<br />

A área <strong>de</strong> entorno <strong>de</strong> tombamento está <strong>de</strong>marca<strong>da</strong> na Planta <strong>de</strong> Perímetro <strong>de</strong> Entorno <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong><br />

anexa<strong>da</strong> no item 8.2.<br />

Qualquer tipo <strong>de</strong> intervenção na área <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> por esse perímetro <strong>de</strong>ve ser submeti<strong>da</strong> à aprovação do<br />

Conselho Municipal <strong>de</strong> Patrimônio Cultural, observando as diretrizes <strong>de</strong> intervenção estabeleci<strong>da</strong>s no<br />

item 9 <strong>de</strong>ste documento.<br />

32<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

8.2. DESENHO TÉCNICO DA DELIMITAÇÃO DO PERÍMETRO DE TOMBAMENTO<br />

Legen<strong>da</strong><br />

Linhas <strong>de</strong> <strong>de</strong>limitação do perímetro <strong>de</strong> tombamento<br />

Pontos <strong>de</strong> interseção <strong>da</strong>s linhas que <strong>de</strong>limitam o perímetro <strong>de</strong> tombamento<br />

Planta do Perímetro <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Desenho: Deise Alves Eleutério | Responsável: Paula Quinaud Lacombe | CREA: 27376/LP<br />

Escala Gráfica | Base: Planta Ca<strong>da</strong>stral <strong>de</strong> Extrema | Data: 19/12/2010<br />

33<br />

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9. DIRETRIZES DE INTERVENÇÃO PARA O ENTORNO<br />

NTOOTOMBADIRETRIZ<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

As diretrizes propostas para o perímetro <strong>de</strong> entorno <strong>de</strong> tombamento <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> objetivam a<br />

melhoria <strong>da</strong> ambiência local, mantendo o contexto urbano no qual ela se insere e, consequentemente<br />

preservando as visa<strong>da</strong>s e a acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong> ao bem tombado. No perímetro <strong>de</strong>limitado, se encontram<br />

todos os quarteiroes adjacentes ao edificio, marcados pelo eixo <strong>de</strong> suas vias.<br />

Além <strong>de</strong> fazer parte do centro histórico do município, a área apresenta uma vegetação em seu entorno,<br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser encontra<strong>da</strong> uma diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies vegetais <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte <strong>de</strong>ntro do lote<br />

on<strong>de</strong> está implantado o imóvel, que po<strong>de</strong>m ser cultiva<strong>da</strong>s e preserva<strong>da</strong>s juntamente com a edificação.<br />

Seu entorno se faz por edificaçoes resi<strong>de</strong>nciais e comeriais que variam <strong>de</strong> uma dois pavimentos,<br />

observando-se uma <strong>de</strong>nsi<strong>da</strong><strong>de</strong> construtiva consi<strong>de</strong>rável.<br />

Assim sendo, estabelecem-se as diretrizes <strong>de</strong>scritas abaixo 18 , necessárias à proteção <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> e<br />

<strong>de</strong> seu entorno:<br />

Regulamentar o uso e a ocupação <strong>da</strong>s edificações <strong>de</strong>ntro do perímetro <strong>de</strong> tombamento,<br />

organizando visitas e acesso do público às edificações;<br />

Promover a manutenção periódica <strong>de</strong> parte <strong>da</strong> Praça e <strong>da</strong> edificações;<br />

Preservar os canteiros e jardins <strong>da</strong> praça inseri<strong>da</strong> <strong>de</strong>ntro do perímetro e submeter qualquer<br />

mu<strong>da</strong>nça à aprovação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural;<br />

Regulamentar o uso e a ocupação do solo na área <strong>de</strong> entorno <strong>de</strong> tombamento, a fim <strong>de</strong> impedir<br />

intervenções que venham a <strong>de</strong>scaracterizar a ambiência rural do lugar, <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>gradá-la,<br />

a<strong>de</strong>nsá-la ou transformar o seu uso;<br />

Regulamentar as características construtivas <strong>da</strong>s possíveis novas edificações situa<strong>da</strong>s em seu<br />

entorno imediato;<br />

Promover a po<strong>da</strong> periódica <strong>da</strong> vegetação, <strong>de</strong> forma a evitar que cresça <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>na<strong>da</strong>mente e<br />

impeça a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos bens e <strong>de</strong> seu entorno;<br />

Preservar a vegetação nativa e os jardins que compõem o entorno, submetendo qualquer<br />

mu<strong>da</strong>nça à aprovação do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural.<br />

Promover uma manutenção constante dos jardins que cercam o imóvel, impedindo que espécies<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte prejudiquem a visibili<strong>da</strong><strong>de</strong> do bem.<br />

Direcionar as novas intervenções a serem realiza<strong>da</strong>s no local, para que estas não venham a<br />

competir com a edificação original, mas se tornem um conjunto harmônico e integrado.<br />

18 Estas diretrizes foram discuti<strong>da</strong>s e aprova<strong>da</strong>s pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural (ver ata no item<br />

15.2 - Documentação).<br />

34<br />

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10. FICHA DE INVENTÁRIO<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A Ficha <strong>de</strong> Inventário a seguir compreen<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntificação do bem cultural e contém <strong>da</strong>dos acerca <strong>de</strong><br />

sua localização, história, análise, situação <strong>de</strong> ocupação e outros aspectos <strong>de</strong>scritivos on<strong>de</strong> são<br />

sintetizados os informes levantados nas pesquisas <strong>de</strong> fontes e <strong>de</strong> campo.<br />

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Inventário <strong>de</strong> Proteção do Acervo Cultural do <strong>Município</strong> <strong>de</strong><br />

Luz - Minas Gerais - Brasil<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

ESTRUTURA ARQUITETÔNICA E URBANISTICA EAU - 04<br />

1. <strong>Município</strong>: Luz. 2. Distrito: Se<strong>de</strong>.<br />

3. Designação: <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>.<br />

4. En<strong>de</strong>reço: Rua Nelson Gomes <strong>de</strong> Macedo Filho, nº 74.<br />

5. Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> / Situação <strong>de</strong> Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>: Proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> Pública: <strong>Prefeitura</strong> Municipal <strong>de</strong> Luz.<br />

6. Responsável: <strong>Prefeitura</strong> Municipal <strong>de</strong> Luz.<br />

7. Situação <strong>de</strong> Ocupação: Própria.<br />

8. Uso Atual: ( x ) Resi<strong>de</strong>ncial ( ) Serviço ( ) Institucional<br />

( ) Comercial ( ) Industrial ( ) Outros<br />

9. Proteção Legal Existente: ( ) Fe<strong>de</strong>ral ( ) Estadual ( x ) Municipal ( ) Inexistente<br />

Decreto: Despacho 170/10<br />

10. Proteção Legal Proposta: ( ) <strong>Tombamento</strong> Fe<strong>de</strong>ral ( ) <strong>Tombamento</strong> Estadual<br />

( x ) <strong>Tombamento</strong> Municipal ( ) Restrições <strong>de</strong> uso<br />

( ) Inventário p/registro documental ( ) Inventário p/proteção prévia<br />

11. Análise do Entorno / Situação e Ambiência / Documentação Fotográfica:<br />

Planta Ca<strong>da</strong>stral do Distrito Se<strong>de</strong><br />

Vista geral <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Foto: Deise A. Eleutério<br />

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<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

ESTRUTURA ARQUITETÔNICA E URBANISTICA EAU - 04<br />

Vistas Gerais <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Foto: Deise A. Eleutério<br />

O edifício está inserido na Rua Nelson Gomes Macedo Filho, uma via <strong>de</strong> mão dupla separa<strong>da</strong>s por<br />

um canteiro central com palmeiras e gramíneas. A pavimentação é em blocos <strong>de</strong> concreto. Os<br />

passeios são em cimento ou em terra bati<strong>da</strong>. A vizinhança imediata é composta pela Praça Tácito<br />

Guimarães, on<strong>de</strong> se encontram caminhamentos pavimentados em blocos <strong>de</strong> concreto, com canteiros<br />

em gramíneas e arbustos intercalados com coqueiros espalhados em alguns dos canteiros. Na Praça<br />

está implanta<strong>da</strong> a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima, a edificação mais antiga do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> luz.<br />

Essa possui volumetria simples, que compõe a paisagem urbana <strong>da</strong> locali<strong>da</strong><strong>de</strong> juntamente com a<br />

praça e a edificação <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>. Nessa área só foram encontra<strong>da</strong>s edificações nas ruas laterais<br />

ao quarteirão on<strong>de</strong> se encontra a edificação. São edificações resi<strong>de</strong>nciais variando em um e dois<br />

pavimentos, que por ter certa distancia <strong>da</strong> edificação, não influi nas visa<strong>da</strong>s do edifício. Na locali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

são encontrados equipamentos urbanos como lixeiras, placas indicativas e postes <strong>de</strong> iluminação<br />

pública.<br />

12. Histórico: A edificação <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>, foi construí<strong>da</strong>, em meados <strong>de</strong> 1905 a mando do<br />

Coronel José Thomáz d’Oliveira, <strong>de</strong>ixando a para o único filho, que foi o primeiro prefeito <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

o Alexandre Saracupio <strong>de</strong> Oliveira Dú, <strong>de</strong>ixa<strong>da</strong> como herança pelo pai e nela residiu com sua<br />

esposa Marieta Macedo. Eles não tiveram filhos e se mu<strong>da</strong>ram para ce<strong>de</strong>r a edificação para o<br />

municipio. No dia 16 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1.924, em sessão solene, ocorreu instalação e posse <strong>da</strong> primeira<br />

Câmara Municipal que assim ficou constituí<strong>da</strong>: Presi<strong>de</strong>nte – Capitão Alexandre S. d`Oliveira Dú, (filho<br />

do Coronel José Tomás); Vice Presi<strong>de</strong>nte: Dr. Pedro Cardoso <strong>da</strong> Silva; Secretário Washigton Gomes<br />

<strong>de</strong> Macedo, José Garcia Ogando e Francisco Caetano Quito. Capitão Alexandre S. d`Oliveira Dú, o<br />

mais votado, era o vereador especial, foi empossado como Presi<strong>de</strong>nte <strong>da</strong> Câmara e Agente<br />

Executivo do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz, funções que exerceu simultaneamente, até 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1927,<br />

quando eleito o seu sucessor, Dr. Pedro Cardoso <strong>da</strong> Silva. Além <strong>de</strong> competir à Câmara, os Po<strong>de</strong>res<br />

Executivo e Legislativo, ao presi<strong>de</strong>nte cabia empossar o Juiz do Termo Judiciário. Os outros edis<br />

eram chamados Vereadores Gerais. Trata-se <strong>de</strong> uma edificação <strong>de</strong> estilo eclético, inspira<strong>da</strong> no<br />

Palácio do catete, se<strong>de</strong> do Governo fe<strong>de</strong>ral no Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1897 a 1960, atual Museu <strong>da</strong><br />

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<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

ESTRUTURA ARQUITETÔNICA E URBANISTICA EAU - 04<br />

República. Com projeto do arquiteto alemão Carl Friedrich Gustav Waehneldt, <strong>da</strong>tado <strong>de</strong> 1858, os<br />

trabalhos tiveram início com a <strong>de</strong>molição <strong>da</strong> antiga casa <strong>de</strong> número 150 <strong>da</strong> rua do Catete. A<br />

construção terminou oficialmente em 1866, porém as obras <strong>de</strong> acabamento prosseguiram ain<strong>da</strong> por<br />

mais <strong>de</strong> uma déca<strong>da</strong>. A partir <strong>de</strong> 1923, ano <strong>da</strong> emancipação político-administrativa do município, a<br />

edificação tornou-se se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Câmara Municipal, que naquela época acumulava também as funções<br />

executivas e, mais tar<strong>de</strong>, <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> Municipal. A edificação foi cedi<strong>da</strong> pelo Alexandre Oliveira,<br />

para o municipio com o intuito <strong>de</strong> fazer a vonta<strong>de</strong> do pai que <strong>de</strong>mosntrava o interesse <strong>de</strong> sempre<br />

participar dos processos <strong>de</strong> formação política e histórica <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em 1927, quando foi instaurado o<br />

Termo Judiciário <strong>de</strong> Luz, até 1935, a casa também abrigou o Fórum, on<strong>de</strong> as principais causas<br />

jucidiais eram conduzi<strong>da</strong>s. Assim como na Roma antiga, o Fórum se localizava na Praça principal <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o centro político, religioso, econômico e social <strong>da</strong> mesma. Posteriormente, veio a funcionar<br />

no edifício a ALA – Associação Atlética <strong>de</strong> Luz, que tinha como uso a integração <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

luzense em um espaço <strong>de</strong> entretenimento e lazer. Na associação eram feitos bailes e festas para<br />

<strong>da</strong>tas comemorativas. Com a morte <strong>de</strong> seu primeiro proprietário, em 1943, a viúva ven<strong>de</strong>u a casa ao<br />

seu irmão, o médico Dr. Josaphat Macedo, criador <strong>da</strong> FAEMG – Fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais. A FAEMG - Fe<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> Agricultura e Pecuária do Estado <strong>de</strong> Minas Gerais é a enti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

que representa os produtores rurais mineiros. Defensora dos interesses conjuntos <strong>da</strong> categoria, sua<br />

força vem do envolvimento e <strong>da</strong> participação <strong>de</strong> quase 400 Sindicatos filiados, que congregam mais<br />

<strong>de</strong> 400 mil pequenos, médios e gran<strong>de</strong>s produtores. A FAEMG é uma instituição priva<strong>da</strong>, cria<strong>da</strong> em<br />

1951 e manti<strong>da</strong> pelo produtor rural. Integra o Sistema Sindical Patronal Rural, li<strong>de</strong>rado pela CNA -<br />

Confe<strong>de</strong>ração <strong>da</strong> Agricultura e Pecuária do Brasil, enti<strong>da</strong><strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> representação dos produtores<br />

brasileiros. Além <strong>de</strong> representar e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o produtor rural em todos os fóruns <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões -<br />

municipais, estaduais, nacionais e internacionais -, a FAEMG coloca à disposição <strong>de</strong> seus filiados e,<br />

por extensão, do produtor diversos serviços nas áreas jurídica, econômica, sindical, contábil, meio<br />

ambiente etc. O trabalho <strong>da</strong> FAEMG é subsidiado por Comissões Técnicas, forma<strong>da</strong>s por produtores<br />

representativos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> setor. As Comissões acompanham os fatos políticos, econômicos e<br />

tecnológicos relacionados com os segmentos produtivos. Também fazem parte <strong>da</strong>s ações <strong>da</strong><br />

FAEMG a formação profissional <strong>da</strong> mão-<strong>de</strong>-obra rural e a promoção social do ci<strong>da</strong>dão que mora no<br />

campo. Este trabalho é realizado através do SENAR MINAS - Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem<br />

Rural, enti<strong>da</strong><strong>de</strong> vincula<strong>da</strong> à FAEMG. O novo morador fez funcionar naquele imóvel, durante as<br />

déca<strong>da</strong>s <strong>de</strong> 40 e 50, o "Clube Recreativo Luzense" que era um espaço responsável por oferecer a<br />

seus associados eventos culturais e esportivos inclusive junto a se<strong>de</strong> <strong>da</strong> "Rádio Clube <strong>de</strong> Luz". De<br />

1965 a 1975, com o uso do imóvel atribuído a José Maria Macedo, foi construído um anexo nos<br />

fundos, on<strong>de</strong> funcionou o Armazém <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>. O armazém <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> funcionava como o<br />

mercado <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> produtos para a população do município na época. A<br />

comercialização variava em produtos alimentícios até os produtos <strong>de</strong> higiene pessoal. Após a morte<br />

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<strong>de</strong> Josaphat Macedo,o fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> FAEMG, em 1980, o casarão, já em situação precária, não fora<br />

mais usado pelos seus her<strong>de</strong>iros, ficando a mercê <strong>de</strong> invasores e moradores <strong>de</strong> rua que faziam suas<br />

moradias no terreno do imóvel. No ano <strong>de</strong> 1986, a <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> foi <strong>de</strong>sapropria<strong>da</strong> pelo município.<br />

Em 1998 a contratação do Projeto <strong>de</strong> Restauração <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> e a contratação <strong>de</strong> consultoria<br />

para <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> política municipal <strong>de</strong> proteção ao patrimônio histórico-cultural são ações<br />

que através <strong>da</strong> iniciativa <strong>da</strong> Lei Municipal nº 1.517/06, estabelece normas <strong>de</strong> proteção do Patrimônio<br />

Cultural do <strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz. O projeto foi feito pela arquiteta Maura Braga e consiste em reforçar a<br />

estrutura, recompor os acabamentos, revestimentos e elementos <strong>de</strong>corativos. Teve a obra inicia<strong>da</strong><br />

com o reforço <strong>da</strong> estrutura física que se encontrava comprometi<strong>da</strong> implantando vigas <strong>de</strong> concreto pra<br />

reforçar a estrutura do prédio e laje <strong>de</strong> concreto do porão e provi<strong>de</strong>nciando a troca <strong>de</strong> todo o telhado.<br />

O imóvel dispõe <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 3.609 m², sendo uma testa<strong>da</strong> <strong>de</strong> 42 metros, e possui<br />

aproxima<strong>da</strong>mente, 250 metros em construção. A implantação <strong>da</strong> casa na testa<strong>da</strong> <strong>da</strong> rua e<br />

centraliza<strong>da</strong> em relação à mesma, faz com que o quintal e as laterais possuam gran<strong>de</strong>s áreas livres,<br />

com potencial para implantação <strong>de</strong> jardins e áreas <strong>de</strong> convivência. Apesar <strong>de</strong> terem sido inicia<strong>da</strong>s, as<br />

obras estão paralisa<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008 e o imóvel se encontra em estado <strong>de</strong> abandono. O processo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sapropriação do imóvel só teve a solução <strong>de</strong>finitiva em janeiro <strong>de</strong> 2009 ao custo <strong>de</strong> aproximados<br />

R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais) como in<strong>de</strong>nização <strong>de</strong> seus antigos proprietários e<br />

honorários advocatícios. Atualmente o imóvel se encontra em situação regular, isento <strong>de</strong> qualquer<br />

ônus reais, bem como ações reais e pessoais reipersecutórias. Consi<strong>de</strong>rando tudo acima exposto,<br />

especialmente o valor imensurável <strong>de</strong> patrimônio histórico –cultural, significativo para o povo <strong>de</strong> luz,<br />

enquanto elemento constitutivo <strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong>, conseqüentemente inestimável do ponto <strong>de</strong> vista<br />

monetário. Consi<strong>de</strong>rando o <strong>da</strong>do histórico <strong>da</strong> <strong>de</strong>sapropriação que teve como finali<strong>da</strong><strong>de</strong> o interesse <strong>de</strong><br />

preservar o patrimônio histórico e abrigar repartições administrativas ou até mesmo um centro<br />

cultural.<br />

13. Descrição: A <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> localiza-se na Rua Nelson Gomes <strong>de</strong> Macedo Filho, no número 74, à<br />

frente <strong>da</strong> Praça Tácito Guimarães, no centro do Distrito Se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz. Nesta área se encontra as mais<br />

importantes edificações <strong>de</strong> representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> política, cultural, social e religiosa para o município,<br />

como a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima, além <strong>de</strong> edificações resi<strong>de</strong>nciais e comerciais que se<br />

localizam nos arredores <strong>da</strong> praça. Estas estão dispostas em sequência, uma após a outra, em<br />

quadras subsequentes. Essa área faz parte do centro histórico e ain<strong>da</strong> existem exemplares<br />

importantes <strong>da</strong> casa urbana luzense, on<strong>de</strong> a facha<strong>da</strong> principal é alinha<strong>da</strong> à testa<strong>da</strong> do lote, ganhando<br />

acesso e varan<strong>da</strong>s laterais e comumente gemina<strong>da</strong>s com sua vizinha. A Praça Tácito Guimarães é<br />

freqüenta<strong>da</strong> por to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz, sendo também palco <strong>de</strong> festivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

importância para o município. A praça possui encaminhamentos pavimentados com blocos <strong>de</strong><br />

concreto, intercalados com canteiros. Alguns canteiros possuem coberturas vegetais <strong>de</strong> gramíneas<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

ESTRUTURA ARQUITETÔNICA E URBANISTICA EAU - 04<br />

porem há também árvores <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte. Possui bancos em to<strong>da</strong> sua extensão, além <strong>de</strong><br />

lixeiras e postes <strong>de</strong> iluminação. Há também implanta<strong>da</strong> na praça a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong><br />

Fátima, a primeira edificação do Aterrado que marca a divisão <strong>de</strong> terras dos primeiros donos dos dois<br />

lotes que compunham a área do município no início do século XVIII. Esta região caracteriza-se ain<strong>da</strong><br />

por possuir forte a<strong>de</strong>nsamento populacional, pois foi local <strong>de</strong> instalação dos primeiros moradores e<br />

imigrantes. Apesar <strong>de</strong> ain<strong>da</strong> possuir imóveis <strong>da</strong>tados do final do século XIX e início do século XX, a<br />

maioria <strong>de</strong>les per<strong>de</strong>u suas características originais ou foram substituídos por outras edificações. A<br />

edificação possui estilo eclético, on<strong>de</strong> a mistura <strong>de</strong> estilos arquitetônicos do passado são<br />

responsáveis por criar uma nova linguagem arquitetônica. O edifício é formado pela combinação <strong>de</strong><br />

elementos artísticos provenientes <strong>de</strong> várias vertentes arquitetônicas. Po<strong>de</strong>m ser observados os arcos<br />

ogivais característicos <strong>da</strong> arquitetura neogótica, juntamente com pilares e pilaretes com os capitéis<br />

<strong>de</strong>corados assemelhando se à arquitetura grega. Elementos <strong>de</strong>corativos <strong>de</strong> rosáceas do período<br />

neoclássico e elementos <strong>de</strong>corativos lineares que se remetem ao art-<strong>de</strong>có. O terreno on<strong>de</strong> se<br />

encontra o bem é plano, no entanto a rua on<strong>de</strong> ele está localizado possui um pequeno aclive, o que<br />

permitiu o surgimento <strong>de</strong> um porão alteado sob o pavimento principal. A facha<strong>da</strong> frontal <strong>da</strong> edificação<br />

é volta<strong>da</strong> para a Rua Nelson Gomes <strong>de</strong> Macedo Filho, on<strong>de</strong> se tem seu acesso principal. As<br />

facha<strong>da</strong>s laterais direita e esquer<strong>da</strong> e <strong>de</strong> fundos estão volta<strong>da</strong>s para os lotes vizinhos. O terreno<br />

on<strong>de</strong> se localiza o bem é arborizado com árvores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> e médio porte, além <strong>de</strong> gramíneas. O<br />

acesso ao edifício é feito por um portão baixo do lado esquerdo, metálico que dá acesso a uma<br />

pequena esca<strong>da</strong> revesti<strong>da</strong> com piso em ladrilho hidráulico, este original <strong>da</strong> época <strong>da</strong> construção.<br />

Possui três <strong>de</strong>graus aon<strong>de</strong> se chega a um pátio aberto que dá acesso ao alpendre que se encontra<br />

em um nível acima do pátio. O pátio possui piso em terra bati<strong>da</strong> e vegetação invasora. Há também<br />

ao lado do portão baixo um portão maior <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> <strong>de</strong> veículos que também é metálico e <strong>de</strong>corado,<br />

que se intercala com um muro baixo e uma balaustra<strong>da</strong> que faz o fechamento do terreno. A <strong>Casa</strong><br />

Gran<strong>de</strong> possui um partido arquitetônico com planta em “T” implanta<strong>da</strong> com regulari<strong>da</strong><strong>de</strong> na testa<strong>da</strong><br />

<strong>da</strong> aveni<strong>da</strong>. As laterais possuem gran<strong>de</strong> recuo on<strong>de</strong> se encontra uma vegetação crescente com<br />

árvores <strong>de</strong> médio e pequeno porte. Sua volumetria é simples marca<strong>da</strong> por elementos artísticos<br />

aplicados nas facha<strong>da</strong>s. Possui proporções que dão ajuste geométrico <strong>da</strong>s partes que compõem o<br />

edifício, sendo proporcionais entre si e em relação ao todo e seu entorno. As facha<strong>da</strong>s são bem<br />

diferentes entre si. A tradição trata a arquitetura eclética como uma composição <strong>de</strong> partes que<br />

envolvem a simetria, composição volumétrica e ornamentação. A simetria funciona como uma regra<br />

básica para remeter o caráter organizacional na composição <strong>da</strong> facha<strong>da</strong>. A facha<strong>da</strong> principal é<br />

composta por simetria on<strong>de</strong> são rebati<strong>da</strong>s três aberturas em ca<strong>da</strong> lado <strong>da</strong> saca<strong>da</strong> em arco ogival<br />

moldura<strong>da</strong>s com massa na cor branca e um frontispício <strong>de</strong>corado com frisos em alto relevo. Possui<br />

uma saca<strong>da</strong> central acessa<strong>da</strong> por porta que segundo informações coleta<strong>da</strong>s em campo, era <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira e hoje não se encontra mais no imóvel, possuindo ornamentação na parte superior e<br />

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moldura acima <strong>da</strong> verga em formato <strong>de</strong> arco ogival. A ornamentação nos edifícios ecléticos busca<br />

revestir a arquitetura e prover conforto e <strong>de</strong>coro condizentes com a urbani<strong>da</strong><strong>de</strong> e a civilização local.<br />

No caso do edifício <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> gran<strong>de</strong> a platiban<strong>da</strong> é <strong>de</strong>cora<strong>da</strong> por frisos, relevos e rosáceas e quatro<br />

pináculos ao longo <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a platiban<strong>da</strong>. Há também uma águia no centro <strong>da</strong> facha<strong>da</strong>. No nível do<br />

porão encontram-se respiradouros em formato ogival. Há um acesso direto ao porão, abaixo <strong>da</strong><br />

saca<strong>da</strong>. A facha<strong>da</strong> lateral esquer<strong>da</strong> por on<strong>de</strong> é feito o acesso ao edifício, se encontra um alpendre<br />

em um nível superior que é acessado através <strong>de</strong> uma pequena esca<strong>da</strong> <strong>de</strong> seis <strong>de</strong>graus e guar<strong>da</strong><br />

corpo em balaustra<strong>da</strong>. A estrutura do alpendre é composta por sete colunas <strong>de</strong>cora<strong>da</strong>s com arcos e<br />

frisos, no capitel em alto relevo, que se intercalam com o guar<strong>da</strong> corpo em balaustres. A facha<strong>da</strong><br />

lateral direita é marca<strong>da</strong> por três aberturas e continuação do coroamento <strong>da</strong> platiban<strong>da</strong> <strong>de</strong>cora<strong>da</strong>. A<br />

cobertura é composta por engra<strong>da</strong>mento em ma<strong>de</strong>ira e manto em telhas francesas. Compondo o<br />

fechamento <strong>de</strong> todo o edifício, o telhado possui seis águas, sendo uma parte <strong>da</strong> edificação com<br />

quatro águas e a outra com duas águas. A edificação não possui forro, on<strong>de</strong> o engra<strong>da</strong>mento e as<br />

telhas ficam expostas. Os vãos são iguais para a parte <strong>da</strong> edificação que encontra na parte <strong>da</strong> frente<br />

do terreno, que correspon<strong>de</strong> a parte <strong>de</strong> superior do “T” na planta. São aberturas gran<strong>de</strong>s, com vergas<br />

em arco ogival on<strong>de</strong> seu centro é marcado por um pilarete cilíndrico <strong>de</strong>corado, que divi<strong>de</strong> o vão em<br />

duas janelas menores também com verga em arco ogival. To<strong>da</strong>s as janelas possuem moldura em<br />

relevo e frisos e uma espécie <strong>de</strong> cornija na parte inferior ao peitoril. As janelas provavelmente tinham<br />

sistema <strong>de</strong> abrir em ma<strong>de</strong>ira, atualmente as aberturas não possuem ve<strong>da</strong>ções no volume paralelo à<br />

Rua Nelson Gomes <strong>de</strong> Macedo Filho. As portas possuem vergas retas e ban<strong>de</strong>iras fixas superiores,<br />

com fechamento em vidro. A porta principal possui moldura <strong>de</strong>corativa com a parte superior em arco<br />

e uma rosácea em relevo no centro. As condições <strong>de</strong> conservação do edifício não po<strong>de</strong>m ser<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s boas. Suas esquadrias não existem mais, porém os marcos e quadros <strong>da</strong>s portas<br />

internas ain<strong>da</strong> existem e permitem uma provável <strong>de</strong>scrição. A estrutura do edifício é composta por<br />

tijolos <strong>de</strong> barro maciços, com a base em pedra. São revestidos por reboco e pintados com tinta<br />

acrílica aparentemente pinta<strong>da</strong>s na cor amarela. Na área externa o piso não existe mais e foi tomado<br />

por uma vegetação invasora. A esca<strong>da</strong> que dá acesso a edificação possuem piso em ladrilho<br />

hidráulico. No acesso <strong>de</strong> veículos há uma pequena área que <strong>de</strong>marca a sua passagem em cimento<br />

grosso. Na parte posterior do imóvel há um enorme quintal on<strong>de</strong> se encontra muita vegetação<br />

invasora, on<strong>de</strong> o piso se encontra em terra bati<strong>da</strong>. A edificação possui uma composição em planta<br />

que busca a hierarquia dos espaços e eixos para gerar conforto e monumentali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mantendo uma<br />

proporção com o entorno. A <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> é composta por 11 cômodos no volume com a testa<strong>da</strong><br />

para a rua e nove cômodos no volume perpendicular. No primeiro volume, o alpendre é seguido <strong>de</strong><br />

uma sala. Após a sala há um corredor, á direita faz o acesso à parte íntima on<strong>de</strong> ficam um pequeno<br />

hall, dois quartos e um banheiro direcionados para a aveni<strong>da</strong>. Já à esquer<strong>da</strong> encontra-se um quarto.<br />

Seguindo o corredor se dá acesso à parte <strong>de</strong> serviços e a um gran<strong>de</strong> salão que po<strong>de</strong> ser i<strong>de</strong>ntificado<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

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na facha<strong>da</strong> pela saca<strong>da</strong>. No volume perpendicular à rua, há um corredor central que dá acesso<br />

também a uma área intima nas laterais, com um cômodo ao fundo. Todos os cômodos possuem piso<br />

em tacos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, com exceção <strong>da</strong>s áreas molha<strong>da</strong>s on<strong>de</strong> ain<strong>da</strong> existem vestígios do piso<br />

original em ladrilho hidráulico. Não possuindo ro<strong>da</strong>pés, essas áreas se encontram cobertas por<br />

suji<strong>da</strong><strong>de</strong> e vegetação. As pare<strong>de</strong>s tiveram seu reboco refeito e não possuem revestimentos. As<br />

instalações elétricas e hidráulicas são expostas e improvisa<strong>da</strong>s pelos moradores que invadiram o<br />

imóvel. O estado <strong>de</strong> conservação do bem é péssimo. Ele se encontra em ruínas e está<br />

completamente <strong>de</strong>scomposto. Foi ocupado por um casal <strong>de</strong> catadores <strong>de</strong> lixo no volume frontal e no<br />

outro, uma senhora que comercializa mu<strong>da</strong> <strong>de</strong> plantas. A praça em frente ao imóvel possui<br />

arborização em canteiros variados que se mesclam com caminhamentos que levam até a Igreja <strong>de</strong><br />

Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima.<br />

14. Estado <strong>de</strong> Conservação: ( ) Excelente ( ) Bom ( ) Regular ( x ) Péssimo<br />

15. Análise do Estado <strong>de</strong> Conservação: O bem se encontra em ruínas, tendo seu estado <strong>de</strong><br />

conservação consi<strong>de</strong>rado péssimo. Há uma parte <strong>da</strong> edificação on<strong>de</strong> a laje se <strong>de</strong>sfez e permanece<br />

um vão no interior <strong>da</strong> edificação, <strong>de</strong>ixando o porão sem cobertura. Os pisos e pare<strong>de</strong>s possuem<br />

partes <strong>de</strong> revestimentos que se encontram com muita sujeira acumula<strong>da</strong>. As esquadrias inexistem,<br />

expondo o interior do edifício as intempéries. A área externa possui gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> vegetação.<br />

16. Fatores <strong>de</strong> Degra<strong>da</strong>ção: O abandono <strong>da</strong> edificação é o fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>gra<strong>da</strong>ção que mais contribuiu<br />

para <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar os <strong>da</strong>nos encontrados. Esses tiveram seus problemas acentuados por exposição<br />

às intempéries e falta <strong>de</strong> manutenção.<br />

17. Medi<strong>da</strong>s <strong>de</strong> Conservação: O edifício necessita <strong>de</strong> uma reforma geral para reparar a estrutura<br />

física e os acabamentos.<br />

18. Intervenções: Nunca foram feitas intervenções no edifício.<br />

19. Referências Bibliográficas:<br />

CORONA, Eduardo, LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Dicionário <strong>da</strong> Arquitetura<br />

Brasileira. São Paulo: Artshow Books, 1989.<br />

Enciclopédia dos <strong>Município</strong>s Brasileiros. 1959;<br />

VASCONCELOS, Sylvio <strong>de</strong>. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte:<br />

UFMG, 1979;<br />

42<br />

88


Inventário <strong>de</strong> Proteção do Acervo Cultural do <strong>Município</strong> <strong>de</strong><br />

Luz - Minas Gerais - Brasil<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

ESTRUTURA ARQUITETÔNICA E URBANISTICA EAU - 04<br />

20. Informações Complementares: O projeto <strong>de</strong> restauração e reforma do edifício já encontra-se<br />

em an<strong>da</strong>mento, feito pela arquiteta Maura Braga, porem ain<strong>da</strong> não iniciaram as obras.<br />

21. Ficha Técnica:<br />

Levantamento e fotografia: Deise Alves Eleutério Data: 19/12/2010<br />

Elaboração: Deise Alves Eleutério Data: 19/12/2010<br />

Historiador: Priscilla <strong>de</strong> Cássia Lima Mattos Arimatéia Data: 05/12/2010<br />

Revisão:<br />

Data: 28/12/2010<br />

43<br />

88


11. DOCUMENTAÇÃO CARTOGRÁFICA<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A documentação cartográfica é um conjunto <strong>de</strong> informações gráficas do bem cultural com o objetivo <strong>de</strong><br />

apresentar o seu espaço físico interno, externo e seu entorno imediato, além <strong>de</strong> outros <strong>da</strong>dos para sua<br />

melhor visualização. Durante a visita em campo é feito um levantamento ca<strong>da</strong>stral <strong>da</strong> edificação a fim <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>screvê-la geometricamente através <strong>de</strong> plantas baixas e facha<strong>da</strong>.<br />

11.1. LEVANTAMENTO CADASTRAL<br />

44<br />

88


11.1.1. Implantação do Bem Tombado com Planta <strong>de</strong> Cobertura<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Implantação – Cobertura <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Desenho: Deise Alves Eleutério | Responsável: Paula Quinaud Lacombe | CREA: 127376/LP<br />

Escala Gráfica | En<strong>de</strong>reço: Rua Nelson Gomes Macedo Filho | Data: 19/12/2010<br />

45<br />

88


11.1.2. Plantas do Bem Tombado<br />

Planta Baixa <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Desenho: Deise Alves Eleutério | Responsável: Paula Quinaud Lacombe | CREA: 127376/LP<br />

Escala Gráfica | En<strong>de</strong>reço: Rua Nelson Gomes Macedo Filho | Data: 19/12/2010<br />

46<br />

88


11.1.3. Facha<strong>da</strong>s do Bem Tombado<br />

Facha<strong>da</strong> Lateral direita e Corete AA<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Desenho: Deise Alves Eleutério | Responsável: Paula Quinaud Lacombe | CREA: 127376/LP<br />

Escala Gráfica | En<strong>de</strong>reço: Rua Nelson Gomes Macedo Filho | Data: 19/12/2010<br />

47<br />

88


Facha<strong>da</strong> Frontal <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Desenho: Deise Alves Eleutério | Responsável: Paula Quinaud Lacombe | CREA: 127376/LP<br />

Escala Gráfica | En<strong>de</strong>reço: Rua Nelson Gomes Macedo Filho | Data: 19/12/2010<br />

48<br />

88


12. DOCUMENTAÇÃO FOTOGRÁFICA<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A documentação fotográfica representa um registro do bem e abrange o volume geral <strong>da</strong> edificação e<br />

seus <strong>de</strong>talhes construtivos. Este registro tem o objetivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrar o bem analisado e também <strong>de</strong><br />

registrá-lo para uma posterior comparação <strong>de</strong> intervenções que possivelmente o bem venha sofrer ao<br />

longo dos anos.<br />

As fotos a seguir foram realiza<strong>da</strong>s pela arquiteta Deise Alves Eleutério durante o levantamento <strong>da</strong><br />

edificação no período compreendido entre 19 e 21 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2010.<br />

49<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 01 (19/12/2010)<br />

Rua Nelson Gomes Macedo Filho, a<br />

direita avista-se a <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 02 (19/12/2010)<br />

Vista geral <strong>da</strong> Praça Tácito Guimarães<br />

com a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima<br />

ao fundo, localiza<strong>da</strong>s em frente ao bem.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 03 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>da</strong> Rua Nelson Gomes Macedo<br />

Filho. Observa-se à direita a <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

e à esquer<strong>da</strong> a Praça Tácito Guimarães e<br />

a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

50<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 04 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>da</strong> Facha<strong>da</strong> lateral direita do<br />

edifício.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 05 (19/12/2010)<br />

Detalhe do águia na platiban<strong>da</strong>.<br />

Referencia aos elementos <strong>de</strong>corativos <strong>da</strong><br />

facha<strong>da</strong> do palácio do Catete.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 06 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> pela<br />

Rua Nelson Gomes Macedo Filho<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

51<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 07 (19/12/2010)<br />

Vista geral <strong>da</strong> edificação pelas laterais<br />

esquer<strong>da</strong> e facha<strong>da</strong> frontal. Possuem<br />

simetria em sua composição e<br />

características <strong>da</strong> arquitetura eclética.<br />

Observa-se uma entra<strong>da</strong> lateral, on<strong>de</strong> fica<br />

uma alpendre por on<strong>de</strong> se faz o acesso à<br />

edificação.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 08 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> frontal <strong>da</strong> edificação.<br />

Possui aberturas com elementos<br />

<strong>de</strong>corativos e molduras com vergas em<br />

arco ogival que la<strong>de</strong>iam uma saca<strong>da</strong><br />

sendo simetricamente rebati<strong>da</strong>s três em<br />

ca<strong>da</strong> lado, além <strong>de</strong> elementos <strong>de</strong>corativos<br />

na platiban<strong>da</strong>, composta por frisos, relevos<br />

e roseiras. Ao centro um águia marca a<br />

referência à arquitetura do Palácio do<br />

Catete.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 09 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> lateral esquer<strong>da</strong> que é<br />

também o acesso principal a edificação. É<br />

marca<strong>da</strong> por um alpendre que faz o<br />

acesso do pátio à edificação. Possui uma<br />

esca<strong>da</strong> central com corrimãos que<br />

percorrem todo o perímetro do alpendre se<br />

conformando e guar<strong>da</strong> corpo. Esse é<br />

composto por uma arca<strong>da</strong> intercala<strong>da</strong> aos<br />

balaustres. Possui uma platiban<strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>cora<strong>da</strong> porém muito <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

52<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 10 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> lateral esquer<strong>da</strong> e<br />

entra<strong>da</strong> principal. Ao fundo parte <strong>da</strong> Praça<br />

Tácito Guimarães.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 11 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>de</strong> parte <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> lateral esquer<strong>da</strong><br />

e parte <strong>de</strong> seu anexo ao fundo. Observa-<br />

se a esca<strong>da</strong> central <strong>de</strong> acesso ao edifício<br />

e em seu entorno a cobertura vegetal e<br />

aterra bati<strong>da</strong> no piso do pátio externo.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 12 (19/12/2010)<br />

Portão <strong>de</strong> acesso <strong>de</strong> pe<strong>de</strong>stres que se<br />

encontra do lado esquerdo a edificação. O<br />

portão é baixo, <strong>de</strong>corado, metálico, com<br />

duas folhas <strong>de</strong> abrir.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

53<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 13 (19/12/2010)<br />

Portão <strong>de</strong> acesso para veículos que se<br />

encontra do lado esquerdo do terreno. O<br />

portão é alto, <strong>de</strong>corado, metálico, com<br />

duas folhas <strong>de</strong> abrir.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 14 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>de</strong> parte do gradil composto em<br />

balaustra<strong>da</strong> e portões metálicos.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 15 (19/12/2010)<br />

Detalhe para a presença do águia que é a<br />

maior característica <strong>da</strong> influencia pelo<br />

Palácio do Catete.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

54<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 16 (19/12/2010)<br />

Detalhe <strong>da</strong> pequena saca<strong>da</strong> na facha<strong>da</strong><br />

frontal. Gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> ornamentos.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 17 (19/12/2010)<br />

Parte do alpendre. Nota-se a presença <strong>de</strong><br />

vegetação invasora na parte interna do<br />

edifício.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 18 (19/12/2010)<br />

Parte <strong>da</strong> laje que <strong>de</strong>sabou <strong>de</strong>ixando a<br />

vista, através do porão, parte interna do<br />

edifício no nível superior.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

55<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 19 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>de</strong> parte do porão em tijolos <strong>de</strong> barro<br />

ain<strong>da</strong> originais <strong>da</strong> época <strong>de</strong> construção.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 20 (19/12/2010)<br />

Vista do engra<strong>da</strong>mento do telhado em<br />

ma<strong>de</strong>ira e manto em telhas cerâmicas.<br />

Nota-se que parte <strong>da</strong> laje que <strong>de</strong>sabou.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

56<br />

88


13. LAUDO DE AVALIAÇÃO SOBRE O ESTADO DE CONSERVAÇÃO<br />

Responsável técnico Deise Alves Eleutério<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

I<strong>de</strong>nti<strong>da</strong><strong>de</strong> / CREA 127376/LP – Arquiteta e Urbanista<br />

Nome do bem tombado <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Localização / En<strong>de</strong>reço Rua Nelson Gomes Macedo, nº74 - Centro.<br />

Bem tombado em: 28/12/2010 Decreto Nº170<br />

<strong>Dossiê</strong> enviado ao IEPHA em: 15/01/2010<br />

Data <strong>de</strong> realização do Laudo 19/12/2010<br />

Há obra <strong>de</strong> restauração em an<strong>da</strong>mento?<br />

Há projeto aprovado por Lei <strong>de</strong> Incentivo à<br />

cultura?<br />

ESTRUTURA<br />

( x ) Sim ( ) Não<br />

( ) Sim ( x ) Não<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Estrutura <strong>de</strong> alvenaria 50% 20% 30%<br />

Pilares <strong>de</strong> concreto 80% 20% --<br />

Alvenaria 60% 20% 20%<br />

Base 80% 20% --<br />

Danos Verificados<br />

A estrutura em alvenaria possui gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> trincas. Os pilares <strong>de</strong> concreto foram feitos para<br />

estabilizar a estrutura <strong>da</strong> casa que está comprometi<strong>da</strong>. As alvenarias encontram-se sem revestimentos<br />

em gran<strong>de</strong> parte, <strong>de</strong>ixando-as expostas às intempéries. A base não foi <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong> e permanece<br />

mantendo sua integri<strong>da</strong><strong>de</strong> física. Os pilares por terem sido feitos posteriormente na reforma não se<br />

encontram <strong>da</strong>nificados.<br />

COBERTURA<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Estrutura do telhado (ma<strong>de</strong>ira) 80% 20% --<br />

Telhado (telha francesa) 70% 10% 20%<br />

Coroamento (platiban<strong>da</strong>, frontão, cimalha) 80% 10% 10%<br />

Danos Verificados<br />

Foram verificados <strong>da</strong>nos causados pela exposição <strong>de</strong> intempéries uma vez que as telhas estão<br />

<strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s <strong>de</strong>ixando com que a água <strong>da</strong> chuva penetre no edifício. O coroamento formado pela<br />

platiban<strong>da</strong> ornamenta<strong>da</strong> encontra-se com gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suji<strong>da</strong><strong>de</strong> e partes faltosas, <strong>de</strong>vido à<br />

falta <strong>de</strong> manutenção.<br />

57<br />

88


ALVENARIAS<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Tijolo 50% 30% 20%<br />

Elementos artísticos aplicados 70% 10% 20%<br />

Danos Verificados<br />

Os tijolos <strong>da</strong> alvenaria possuem <strong>da</strong>nos uma vez que foram encontra<strong>da</strong>s trincas significativas nas<br />

pare<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>ixando-as com sua estrutura física comprometi<strong>da</strong>. Os elementos artísticos utilizados nas<br />

pare<strong>de</strong>s externas possuem gran<strong>de</strong> quanti<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> suji<strong>da</strong><strong>de</strong>, bolor, manchas <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong> e partes<br />

faltosas.<br />

REVESTIMENTOS<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Reboco 70% 20% --<br />

Pintura (a óleo, à base <strong>de</strong> água) -- -- 100%<br />

Danos Verificados<br />

Muitas pare<strong>de</strong>s apresentam <strong>de</strong>scolamento do reboco, principalmente as pare<strong>de</strong>s internas on<strong>de</strong>, por<br />

falta <strong>de</strong> esquadrias, ficam expostas as intempéries. Com isso a pintura também fica <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>.<br />

Algumas partes do reboco foram refeitas, porém houve o abandono <strong>da</strong> obra e <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong><br />

edificação.<br />

VÃOS E VEDAÇÕES<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Portas 10% 10% 80%<br />

Janelas 10% 10% 80%<br />

Respiradouros 40% 30% 30%<br />

Elementos artísticos aplicados 70% 20% 10%<br />

Danos Verificados<br />

A edificação encontra-se em gran<strong>de</strong> parte sem esquadrias. Por causa do abandono, janelas e portas se<br />

<strong>de</strong>sgastaram com o tempo. Alguns marcos e quadros <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ain<strong>da</strong> permanecem com muitas<br />

patologias causa<strong>da</strong>s por umi<strong>da</strong><strong>de</strong> (bolor, manchas e sujeira). Os portões metálicos encontram-se<br />

oxi<strong>da</strong>dos, com presença <strong>de</strong> ferrugem. Os respiradouros do porão passaram por processo <strong>de</strong><br />

recomposição dos elementos em relevos, refeitos em argamassa.<br />

PISOS<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Cimentado 60% 20% 20%<br />

Ma<strong>de</strong>ira -- 20% 80%<br />

Ladrilho Hidráulico -- 20% 80%<br />

Terra Bati<strong>da</strong> 60% 10% 30%<br />

Danos Verificados<br />

Os pisos <strong>de</strong> taco em ma<strong>de</strong>ira estão completamente <strong>da</strong>nificados <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, que<br />

58<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

provoca <strong>de</strong>sprendimentos, bolor e apodrecimento <strong>da</strong>s peças. Encontra-se ain<strong>da</strong> muita suji<strong>da</strong><strong>de</strong> e terra.<br />

Nas áreas internas on<strong>de</strong> se encontram pisos em ladrilho hidráulico há presença <strong>de</strong> peças <strong>de</strong>sgasta<strong>da</strong>s,<br />

com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> suji<strong>da</strong><strong>de</strong>s e até mesmo vegetação invasora e terra. As áreas externas <strong>de</strong><br />

cimento e terra bati<strong>da</strong> se encontram com gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> vegetação invasora. Alguns cômodos não<br />

possuem piso, estando em terra bati<strong>da</strong>.<br />

ELEMENTOS INTEGRADOS EXTERNOS<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Saca<strong>da</strong> 70% 10% 20%<br />

Alpendre 70% 10% 20%<br />

Esca<strong>da</strong> 80% 10% 10%<br />

Elementos artísticos aplicados 80% 10% 10%<br />

Danos Verificados<br />

A saca<strong>da</strong> <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> frontal encontra-se com <strong>de</strong>sgastes no piso e nos revestimentos internos e<br />

externos, relacionados diretamente à exposição <strong>de</strong> intempéries, a falta <strong>de</strong> manutenção e excesso <strong>de</strong><br />

umi<strong>da</strong><strong>de</strong>. O alpendre se encontra com piso em terra bati<strong>da</strong> e muita vegetação invasora. Os ornamentos<br />

dos pilares e <strong>da</strong> facha<strong>da</strong> se encontram com suji<strong>da</strong><strong>de</strong>s e com partes faltosas. A esca<strong>da</strong> possui <strong>da</strong>nos no<br />

piso, com presença <strong>de</strong> vegetação.<br />

AGENCIAMENTO EXTERNO<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Gradil 70% 20% 10%<br />

Quintal 60% 20% 20%<br />

Danos Verificados<br />

Os portões metálicos que compõem o gradil se encontram oxi<strong>da</strong>dos. A balaustra<strong>da</strong> e os pilares baixos<br />

que se intercalam, possuem suji<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>sgaste e <strong>de</strong>scolamento do reboco, comprometendo a estrutura<br />

física do elemento e <strong>da</strong> alvenaria.<br />

INSTALAÇÕES<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Instalação elétrica -- 20% 80%<br />

Instalação hidráulica -- 20% 80%<br />

Danos Verificados<br />

As instalações, tanto elétricas quanto hidráulicas são improvisa<strong>da</strong>s pelos moradores com o que restou<br />

<strong>da</strong> construção antiga.<br />

Instalação <strong>de</strong> prevenção e combate a incêndio:<br />

( ) sim ( x ) não<br />

Sistema <strong>de</strong> Segurança:<br />

( ) sim ( x ) não<br />

INSTALAÇÕES DE SEGURANÇA<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

-- -- --<br />

-- -- --<br />

59<br />

88


Danos Verificados<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

O edifício encontra-se aberto sem restrições <strong>de</strong> entra<strong>da</strong> e freqüentado por compradores <strong>da</strong>s mu<strong>da</strong>s<br />

que ali são vendi<strong>da</strong>s, por vân<strong>da</strong>los e/ou invasores.<br />

ANÁLISE DO ENTORNO<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

Bens imóveis e estruturas do entorno 80% 10% 10%<br />

Existência <strong>de</strong> Intervenções:<br />

( ) sim ( x ) não<br />

-- -- --<br />

Descrição <strong>da</strong>s Intervenções<br />

Não foram feitas intervenções.<br />

USOS<br />

A edificação encontra-se em estado <strong>de</strong> abandono. Um casal <strong>de</strong> catadores <strong>de</strong> lixo invadiu o imóvel e<br />

faz, <strong>de</strong> parte <strong>da</strong> edificação, um <strong>de</strong>pósito. Outra parte é utiliza<strong>da</strong> por uma senhora para ven<strong>da</strong> <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong> ipê.<br />

CONCLUSÃO<br />

Estado <strong>de</strong> Conservação<br />

Nome do Bem Cultural<br />

Bom Regular Ruim, necessitando<br />

<strong>de</strong> intervenção<br />

<strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> 20% 20% 60%<br />

Conclusão sobre o estado geral <strong>de</strong> conservação<br />

A edificação encontra-se em ruínas, com o estado <strong>de</strong> conservação consi<strong>de</strong>rado péssimo. A falta <strong>de</strong><br />

manutenção, <strong>de</strong> uso e o abandono provocou o <strong>de</strong>sgaste e <strong>de</strong>terioração dos materiais. Primeiramente<br />

foram atingidos os acabamentos e, mais tar<strong>de</strong>, as esquadrias, pisos e forros. A falta <strong>de</strong> esquadrias e<br />

fechamentos fez com que a exposição as intempéries chegasse ao interior do edifício, on<strong>de</strong> foram<br />

encontrados <strong>da</strong>nos também causados por umi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Parte <strong>de</strong> uma laje do porão ce<strong>de</strong>u. Os<br />

revestimentos e acabamentos estão em sua maioria <strong>de</strong>sgastados. Foi inicia<strong>da</strong> uma reforma no bem,<br />

que teve sua estrutura escora<strong>da</strong> por vigas e pilares <strong>de</strong> concreto. Entretanto, a obra parou e não<br />

retomou seus trabalhos. O Projeto arquitetônico foi elaborado pela Arquiteta Maura Braga.<br />

60<br />

88


RESPONSÁVEL TÉCNICO<br />

Deise Alves Eleutério - CREA: 127376/LP<br />

Rua Major Lopes,42A | 30330-050 | São Pedro | BHZ-Minas Gerais<br />

(031) 3282-1615 | 3221-2132 | re<strong>de</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>@re<strong>de</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-ds.com.br<br />

COLABORADOR<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

Fabrício Camargos<br />

Chefe do Setor <strong>de</strong> Patrimônio Cultural <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> Municipal <strong>de</strong> Luz<br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

61<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 01 (19/12/2010)<br />

Vista geral <strong>da</strong> edificação em suas<br />

facha<strong>da</strong>s frontal e lateral esquer<strong>da</strong>.<br />

Observa-se o piso em terra bati<strong>da</strong> no pátio<br />

externo, além <strong>de</strong> <strong>da</strong>nos no revestimento e<br />

nos elementos <strong>de</strong>corativos. Nota-se<br />

presença <strong>de</strong> vegetação invasora.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 02 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>da</strong> lateral esquer<strong>da</strong>. Vê-se o<br />

alpendre e o acesso principal. Observa-se<br />

o piso em terra bati<strong>da</strong> no pátio externo,<br />

além <strong>de</strong> <strong>da</strong>nos no revestimento e nos<br />

elementos <strong>de</strong>corativos. Nota-se presença<br />

<strong>de</strong> vegetação invasora.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 03 (19/12/2010)<br />

Detalhe do interior do alpendre. Presença<br />

<strong>de</strong> vegetação, suji<strong>da</strong><strong>de</strong>s e partes faltosas<br />

no reboco e pintura.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

62<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 04 (19/12/2010)<br />

Respiradouros do porão. Observa-se a<br />

recomposição dos elementos em relevos,<br />

refeitos em argamassa.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 05 (19/12/2010)<br />

Detalhe <strong>da</strong> saca<strong>da</strong> na facha<strong>da</strong> frontal.<br />

Observa-se a presença <strong>de</strong> lodo e suji<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />

além <strong>de</strong> partes faltantes.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 06 (19/12/2010)<br />

Interior do edifício que teve seu reboco<br />

refeito, porém o piso ain<strong>da</strong> continua em<br />

terra bati<strong>da</strong>.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

63<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 07 (19/12/2010)<br />

Detalhe <strong>de</strong> um dos cômodos que também<br />

teve seu reboco refeito porém o piso <strong>de</strong><br />

taco se encontra <strong>de</strong>sgastado, com<br />

presença <strong>de</strong> umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, manchas e bolor.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 08 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>de</strong> um dos banheiros <strong>da</strong> casa.<br />

Presença <strong>de</strong> muita suji<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong>nos<br />

causados pela umi<strong>da</strong><strong>de</strong> que entra nas<br />

aberturas que não possuem esquadrias.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 09 (19/12/2010)<br />

Detalhe do piso do banheiro com poças <strong>de</strong><br />

água, suji<strong>da</strong><strong>de</strong>s a<strong>de</strong>ri<strong>da</strong>s e vegetação<br />

invasora no piso.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

64<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 10 (19/12/2010)<br />

Vista do interior do edifício. As aberturas<br />

não possuem esquadrias fazendo com que<br />

<strong>da</strong>nos relacionados às intempéries haja<br />

sobre o cômodo.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 11 (19/12/2010)<br />

Detalhe do piso em ladrilho hidráulico.<br />

Encontra-se <strong>de</strong>sgastado e com partes<br />

faltantes, alem <strong>de</strong> muita suji<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>ri<strong>da</strong>.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 12 (19/12/2010)<br />

Detalhe do peitoril <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s janelas.<br />

Observa-se a presença do quadro <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira com suji<strong>da</strong><strong>de</strong>s a<strong>de</strong>ri<strong>da</strong>s,<br />

ressecamento e apodrecimento <strong>da</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira causa<strong>da</strong> por umi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

65<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 13 (19/12/2010)<br />

Detalhe do piso em taco. Este encontra-se<br />

<strong>de</strong>sgastado com muita suji<strong>da</strong><strong>de</strong> a<strong>de</strong>ri<strong>da</strong> e<br />

umi<strong>da</strong><strong>de</strong>, além <strong>de</strong> vegetação crescente.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 14 (19/12/2010)<br />

Detalhe <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s que teve seu<br />

reboco refeito. Nota-se a presença <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> trinca.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 15 (19/12/2010)<br />

Detalhe do elemento <strong>de</strong>corativo <strong>da</strong> porta<br />

principal <strong>da</strong> edificação. Encontra-se<br />

<strong>de</strong>sgastado com partes faltantes. Observa-<br />

se também a falta <strong>de</strong> telhas nos beirais do<br />

telhado.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

66<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 16 (19/12/2010)<br />

Vista <strong>da</strong> parte interior do edifício on<strong>de</strong> se<br />

observa o engra<strong>da</strong>mento do telhado, que<br />

já foi trocado e as pare<strong>de</strong>s que já foram<br />

reboca<strong>da</strong>s e recupera<strong>da</strong>s.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 17 (19/12/2010)<br />

Detalhe do engra<strong>da</strong>mento do telhado que<br />

se encontra visível sem a presença <strong>de</strong><br />

forro. As pare<strong>de</strong>s encontram-se com<br />

suji<strong>da</strong><strong>de</strong>s, mancha e bolor <strong>de</strong>vido ao<br />

escorrimento <strong>de</strong> águas pluviais.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 18 (19/12/2010)<br />

Detalhe do portão <strong>de</strong> acesso a pe<strong>de</strong>stres.<br />

Encontra-se com suji<strong>da</strong><strong>de</strong> e oxi<strong>da</strong>ção.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

67<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Foto 19 (19/12/2010)<br />

Detalhe <strong>de</strong> parte do porão on<strong>de</strong> a laje<br />

ce<strong>de</strong>u. Observa-se <strong>da</strong>nos como<br />

<strong>de</strong>scolamento do reboco e <strong>da</strong> cama<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />

pintura nos revestimentos <strong>da</strong>s pare<strong>de</strong>s no<br />

nível superior. No porão as aberturas<br />

sofreram interferência, como a colocação<br />

<strong>de</strong> uma verga reta <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

Foto 20 (19/12/2010)<br />

Algumas <strong>da</strong>s passagens do porão foram<br />

fecha<strong>da</strong>s pelo morador.<br />

Autoria: Deise Alves Eleutério<br />

68<br />

88


14. ANEXOS<br />

14.1. ANEXO 1 – Projeto <strong>de</strong> Restauração<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

73<br />

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15. DOCUMENTAÇÃO<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

15.1. Cópia <strong>da</strong> ata <strong>da</strong> reunião do Conselho Municipal <strong>de</strong> Patrimônio Cultural aprovando o<br />

tombamento provisório<br />

74<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

15.2. Cópia <strong>da</strong> ata <strong>da</strong> reunião do Conselho Municipal <strong>de</strong> Patrimônio Cultural aprovando os<br />

perímetros <strong>de</strong> tombamento e entorno e as respectivas diretrizes<br />

75<br />

88


15.3. Edital <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong><br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

76<br />

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15.4. Cópia <strong>da</strong> Publicação do Edital <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong><br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

77<br />

88


15.5. Parecer sobre o tombamento elaborado por profissional habilitado<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

A <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>, objeto <strong>de</strong> tombamento do Conselho Municipal <strong>de</strong> Patrimônio Cultural <strong>de</strong> Luz, possui<br />

gran<strong>de</strong> valor para o Patrimônio histórico-cultural do município. Está localizado no centro histórico <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, na Praça do Santuário <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima. Foi construí<strong>da</strong> em 1905 pelo Capitão<br />

Alexandre Saracupio <strong>de</strong> Oliveira, on<strong>de</strong> residia com sua esposa, Marieta Macedo. Em 1923, quando o<br />

município <strong>de</strong> Luz adquiriu a emancipação, a <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> se tornou a primeira Câmara Municipal, sendo<br />

assim um marco para a história <strong>da</strong> formação <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e para a história <strong>da</strong> política do município. A<br />

edificação veio a abrigar em 1927 o primeiro Fórum <strong>de</strong> Luz com a instalação do Termo Judiciário <strong>de</strong> Luz<br />

e a ALA - Associação Atlética <strong>de</strong> Luz, que promovia ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s esportivas direciona<strong>da</strong>s para to<strong>da</strong>s a<br />

comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em 1943, com a ven<strong>da</strong> do imóvel, para o médico Josaphat Macedo, que dá nome à rua<br />

on<strong>de</strong> se encontra a <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong>, que é também o criador <strong>da</strong> FAEMG Fun<strong>da</strong>ção <strong>de</strong> Agricultura <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais, instalou o Clube Recreativo Luzense e se<strong>de</strong> <strong>da</strong> Rádio Clube <strong>de</strong> Luz. A casa Gran<strong>de</strong> está inseri<strong>da</strong><br />

em gran<strong>de</strong> parte <strong>da</strong> história do <strong>de</strong>senvolvimento do município, marcando diretamente por ter sido se<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vários órgãos públicos, além <strong>de</strong> pontos culturais e <strong>de</strong> recreação para to<strong>da</strong> a comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Há também<br />

a importância histórica, on<strong>de</strong> seus proprietários estão ligados a formação do município e são<br />

personagens essenciais para se conhecer essa história que se mantém até hoje nas ruínas <strong>da</strong> <strong>Casa</strong><br />

Gran<strong>de</strong>, além <strong>da</strong> importância arquitetônica. A <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong> é umas edificações mais antigas do conjunto<br />

arquitetônico <strong>da</strong> Praça do Santuário e possui gran<strong>de</strong> valor enquanto elemento construtivo ,constituindo<br />

um valor imensurável <strong>de</strong> patrimônio histórico-cultural do município <strong>de</strong> Luz.<br />

Luz, 25 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2010.<br />

Deise Alves Eleutério | CREA: 127376/LD<br />

78<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

15.6. Parecer sobre o tombamento elaborado pelo conselheiro integrante do Conselho<br />

Municipal do Patrimônio Cultural<br />

79<br />

88


<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

15.7. Notificação <strong>de</strong> tombamento ao proprietário do bem tombado ou a seu representante<br />

legal<br />

80<br />

88


15.8. Recibo <strong>da</strong> notificação <strong>de</strong> tombamento<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

81<br />

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<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

15.9. Cópia <strong>da</strong> ata <strong>da</strong> reunião do Conselho Municipal <strong>de</strong> Patrimônio Cultural aprovando o<br />

tombamento <strong>de</strong>finitivo<br />

82<br />

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15.10. Cópia <strong>da</strong> publicação <strong>da</strong>s atas do Conselho<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

83<br />

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15.11. Cópia do <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> tombamento do bem cultural<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

84<br />

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15.12. Cópia <strong>da</strong> publicação do ato <strong>de</strong> tombamento<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

85<br />

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15.13. Cópia <strong>da</strong> inscrição do bem cultural no livro <strong>de</strong> tombo<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

86<br />

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16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E DOCUMENTAIS<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

CORONA, Eduardo, LEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. Dicionário <strong>da</strong> Arquitetura Brasileira. São<br />

Paulo: Artshow Books, 1989;<br />

VASCONCELOS, Sylvio <strong>de</strong>: Arquitetura Religiosa. Belo Horizonte: UFMG;<br />

VASCONCELOS, Sylvio <strong>de</strong>. Arquitetura no Brasil: Sistemas Construtivos. Belo Horizonte:<br />

UFMG, 1979;<br />

CAMPOS, Agmar Abdon. et al. Diagnóstico municipal <strong>de</strong> Luz. Belo Horizonte: [s.n], nov. 1996;<br />

TEIXEIRA, E<strong>de</strong>lweiss. A origem <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Luz. Luz: Tipografia Diocesana, 1941;<br />

SILVA NETO, D. Belchior Joaquim <strong>da</strong>. O pastor <strong>de</strong> Luz. Belo Horizonte: Editora Littera Maciel,<br />

1984;<br />

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Enciclopédia dos municípios<br />

mineiros. Verbete Luz - MG.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1955;<br />

CORREIA DA SILVA, Arlindo. O município <strong>de</strong> Luz e as comemorações <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1941.<br />

Luz: Tipografia Diocesana, 1941;<br />

MINAS GERAIS. SECRETARIA DE ESTADO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO<br />

GERAL. Perfil sócio-econômico <strong>da</strong> Macrorregião <strong>de</strong> planejamento VI: centro-oeste <strong>de</strong> Minas.<br />

Vol. VI. Belo Horizonte, 1994.<br />

VARGAS, Iácones Batista. Luz. IN: MIRANDA, D. F. <strong>de</strong>, NOGUEIRA, G. <strong>de</strong> C. (org). Centro-<br />

Oeste Mineiro: história e cultura. Itaúna: Totem Centro Gerador <strong>de</strong> Cultura; Instituto Cultural<br />

Maria <strong>de</strong> Castro Nogueira, 2008.<br />

87<br />

88


17. FICHA TÉCNICA<br />

EQUIPE TÉCNICA<br />

Rua Major Lopes,42A | 30330-050 | São Pedro | BHZ-Minas Gerais<br />

(031) 3282-1615 | 3221-2132 | re<strong>de</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>@re<strong>de</strong>ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-ds.com.br<br />

<strong>Dossiê</strong> <strong>de</strong> <strong>Tombamento</strong> <strong>da</strong> <strong>Casa</strong> Gran<strong>de</strong><br />

<strong>Município</strong> <strong>de</strong> Luz – Minas Gerais<br />

Juliana Penna Diniz | CREA: 70.417/D Karine <strong>de</strong> Arimatéia | CREA: 77.279/D<br />

Letícia Carvalho Assis | CREA: 71.248/D Rafael Cal<strong>de</strong>ira F. Pinto | CREA: 70.007/D<br />

Responsável pela Coor<strong>de</strong>nação do <strong>Dossiê</strong><br />

Paula Quinaud Lacombe<br />

Arquiteta e Urbanista | CREA: 82.706/D/D<br />

Responsáveis Técnicos<br />

Deise Alves Eleutério<br />

Arquiteta e Urbanista | CREA: 127376/LP<br />

Resonsável pela elaboração do dossiê, do laudo técnico e dos <strong>de</strong>senhos<br />

Colaboradores<br />

Paula Quinaud Lacombe<br />

Arquiteta e Urbanista | CREA: 82.706/D/D<br />

Resonsável pela revisão do dossiê<br />

Fabrício Camargos<br />

Chefe do Setor <strong>de</strong> Patrimônio Cultural <strong>da</strong> <strong>Prefeitura</strong> Municipal <strong>de</strong> Luz<br />

Rua Dezesseis <strong>de</strong> Março, n°206. Centro.<br />

Telefone: (37) 3421-3303<br />

E-mail: cultura@luz.mg.gov.br<br />

Johnn André Men<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Paixão<br />

Estagiário administrativo<br />

Danielle Soares Moreira<br />

Estagiária <strong>de</strong> Arquitetura e Urbanismo<br />

Ana Lucía Avila Lapouble<br />

Estagiária administrativo<br />

Este trabalho foi elaborado nas ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> Luz e Belo Horizonte, no período <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong><br />

2010 a janeiro <strong>de</strong> 2011.<br />

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