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manual de utilização de subprodutos de coelhos 1 ... - Editora UFLA

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MANUAL DE UTILIZAÇÃO DE SUBPRODUTOS<br />

1 INTRODUÇÃO<br />

DE COELHOS<br />

Jodnes Sobreira Vieira 1<br />

Marli Arena Dionízio 1<br />

Renata Apocalypse N. Pereira 2<br />

É<strong>de</strong>r Clementino dos Santos 3<br />

No Brasil, o objetivo principal da criação <strong>de</strong> <strong>coelhos</strong> é a pro-<br />

dução da carne; entretanto, existe um montante consi<strong>de</strong>rável do subpro-<br />

duto pele que, ao ser aproveitado, representa uma renda complementar e<br />

evita o problema <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarte. Outros <strong>subprodutos</strong> como o cérebro, san-<br />

gue, patas, orelhas e esterco são igualmente passíveis <strong>de</strong> ser utilizados,<br />

po<strong>de</strong>ndo, inclusive, ser consi<strong>de</strong>rados uma alternativa econômica da ex-<br />

ploração da cunicultura e não o é por falta <strong>de</strong> informação.<br />

1 – Estudante <strong>de</strong> Pós-Graduação em Zootecnia – <strong>UFLA</strong><br />

2 – Professora <strong>de</strong> Cunicultura do Departamento <strong>de</strong> Zootecnia/<strong>UFLA</strong><br />

3 – Estudante <strong>de</strong> Pós-Graduação em Zootecnia - <strong>UFLA</strong>


6<br />

A cunicultura vem tomando, nos últimos anos, um gran<strong>de</strong> im-<br />

pulso como ativida<strong>de</strong> criatória doméstica e industrial. A crescente aceita-<br />

ção da carne <strong>de</strong> <strong>coelhos</strong> para alimentação humana, o aproveitamento da<br />

pele para fins industriais e a <strong>utilização</strong> dos pêlos para preparo <strong>de</strong> feltros<br />

são os principais fatores responsáveis pela sua expansão. Seja em escala<br />

industrial, seja na forma <strong>de</strong> artesanato caseiro, proporciona uma renda<br />

complementar para pequenos produtores por meio da comercialização <strong>de</strong><br />

peles ou peças produzidas, que constituem o subproduto <strong>de</strong> maior valor,<br />

cérebro e do sangue para obtenção do soro, constituindo uma alternativa<br />

econômica da exploração da cunicultura.<br />

Com este Boletim, objetivou-se citar os <strong>subprodutos</strong> mais co-<br />

muns na criação <strong>de</strong> <strong>coelhos</strong>, dando alguma informação sobre os mesmos.<br />

2 APROVEITAMENTO DA PELE<br />

a) Raças Produtoras <strong>de</strong> Pele<br />

Entre as raças mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong> criação atual, <strong>de</strong>staca-se pela sua<br />

importância o Castor Rex, ancestral das diversas raças conhecidas com o<br />

nome <strong>de</strong> Rex <strong>de</strong> cor, das quais po<strong>de</strong>-se citar: Castor Rex escuro, Castor<br />

lebre, Chinchila Rex, Havana Rex, Nutria Rex escuro, Nutria Rex prate-<br />

ado, Negro Rex, Russo Rex, Arminho Rex e Castor Rex azul.<br />

• Chinchila, que não é o roedor andino;


• Coelhos negros: Alasca, Negro e Fogo, Azul e Fogo;<br />

• Coelhos prateados: Prateado <strong>de</strong> Champanhe, Prateado Inglês, Pratea-<br />

do Azul, Prateado <strong>de</strong> Santo Humberto;<br />

• Coelhos havana: Havana;<br />

• Coelhos brancos: Polaco ou Arminho, Russo, Californiano e Gran<strong>de</strong><br />

Russo, Gigante branco <strong>de</strong> Bouscat, Branco <strong>de</strong> Ven<strong>de</strong>ia, Neozelandês<br />

e Branco comum;<br />

• Coelhos azuis: Béveren azul, Azul <strong>de</strong> Viena;<br />

• Coelhos cinzentos: Cinzento pérola <strong>de</strong> Hal, Feé <strong>de</strong> Marbourg.<br />

b) Obtenção e Aproveitamento do Subproduto Pele<br />

b.1) Estado Geral do Coelho para o Abate<br />

Antes do abate, verificar se os animais estão em perfeito esta-<br />

do <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, prevendo o consumo da carne e a <strong>utilização</strong> da pele.<br />

No caso específico da pele, os animais <strong>de</strong>stinados ao abate <strong>de</strong>-<br />

vem apresentar um bom estado <strong>de</strong> pelagem e não se <strong>de</strong>ve abater animais<br />

em processo <strong>de</strong> muda, porque as peles soltam os pêlos quando estão cur-<br />

tidas.<br />

Quanto mais velho o animal (animais adultos acima <strong>de</strong> 5 me-<br />

ses), melhor a qualida<strong>de</strong> da pele. Esse fator constitui um problema <strong>de</strong><br />

exploração para pele em relação à exploração do coelho para carne.<br />

7


8<br />

b.2) Processo <strong>de</strong> Abate<br />

O processo <strong>de</strong> abate engloba algumas etapas, como atordoa-<br />

mento, sangria, esfola e evisceração.<br />

Quando o criador visa ao aproveitamento da pele, <strong>de</strong>verá ter<br />

alguns cuidados para obter um produto <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, sem manchas,<br />

falhas ou gorduras.<br />

Sendo assim, apesar <strong>de</strong> a etapa da sangria ter vários métodos, é<br />

aconselhável adotar o método da extração do olho em que o subproduto<br />

se apresentará com menos manchas <strong>de</strong> sangue.<br />

Seguida à sangria, tem-se a etapa da extração da pele propria-<br />

mente dita, também conhecida como esfola, que po<strong>de</strong> ser realizada por<br />

dois processos:<br />

• Aberta, pelo ventre, da cabeça ao ânus, obtendo-se, neste caso, uma<br />

lâmina completamente estendida;<br />

• Inteira, tirando-a como uma luva, sendo o sistema mais rápido e o<br />

mais comum quando há muitas peles.<br />

• Mais <strong>de</strong>talhes nas figuras apresentadas a seguir.


Nesse procedimento, efetua-se um corte próximo do ânus, na<br />

parte ventral e, a partir <strong>de</strong>sse corte, fazem-se duas incisões sobre cada<br />

pata traseira, procurando extraí-las; uma vez conseguida, volta-se a pele,<br />

puxando-a completamente como uma luva.<br />

É conveniente e se possível, no momento da esfola, separar da<br />

pele os restos <strong>de</strong> carne e <strong>de</strong> gordura que aparecem agarrados à pele, obje-<br />

tivando um período maior <strong>de</strong> estocagem.<br />

Após a esfola, as peles <strong>de</strong>vem ser imediatamente colocadas em<br />

um vasilhame com água limpa. Esse procedimento tem por finalida<strong>de</strong><br />

impedir a a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong> sangue nos pêlos, pois se isso acontecer, as peles<br />

serão <strong>de</strong>preciadas.<br />

As peles po<strong>de</strong>m ser processadas e curtidas imediatamente após<br />

o abate ou serem conservadas para posterior curtimento.<br />

Um dos processos <strong>de</strong> conservação das peles é o <strong>de</strong> colocá-las<br />

em câmaras frigoríficas ou freezer, po<strong>de</strong>ndo ser mantidas até o seu cur-<br />

timento.<br />

Outra alternativa para quem não dispõe <strong>de</strong>sses equipamentos<br />

ou <strong>de</strong> espaço, é secá-las o mais rápido possível. A secagem po<strong>de</strong> ser feita<br />

<strong>de</strong> duas maneiras: com a pele fechada ou com a pele aberta. No primeiro<br />

caso, basta vestir a pele em um cabi<strong>de</strong> <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira com os pêlos para<br />

<strong>de</strong>ntro. No segundo caso, é necessário distendê-la bem e pregá-la em<br />

uma tábua ou qualquer superfície plana usando tachinhas, com os pêlos<br />

para <strong>de</strong>ntro.<br />

A <strong>de</strong>sidratação <strong>de</strong>sse material <strong>de</strong>ve ser feita à sombra, em lo-<br />

cais bem ventilados, ocorrendo em um período <strong>de</strong> 5 a 15 dias, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n-<br />

11


12<br />

do das condições ambientais. Esse tipo <strong>de</strong> pele po<strong>de</strong> ser vendida na ca-<br />

tegoria <strong>de</strong> pele seca. Quando não vendidas ou não processadas, logo <strong>de</strong>-<br />

pois <strong>de</strong> secarem <strong>de</strong>vem ser guardadas em locais frescos e secos, em cai-<br />

xas bem fechadas, para evitar a entrada <strong>de</strong> insetos, usando um inseticida<br />

em pó, naftalina ou outro produto repelente. Ao serem guardadas, as pe-<br />

les <strong>de</strong>vem ser dispostas pêlo com pêlo ou couro com couro, evitando o<br />

excesso <strong>de</strong> sujeira.<br />

Todas as peles que foram rasgadas ou manchadas e que não<br />

possuem valor comercial po<strong>de</strong>m ser aproveitadas para a fabricação <strong>de</strong><br />

colas. As colas são formadas por gelatinas impuras ou <strong>de</strong>gradadas, obti-<br />

das pela ação do calor e da água sobre as proteínas da pele, obtendo-se as<br />

colas animais pela hidrólise dos tecidos.<br />

Atualmente busca-se a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> utilizar essa cola na<br />

restauração <strong>de</strong> quadros <strong>de</strong> arte. No Brasil se faz a importação <strong>de</strong>sse pro-<br />

duto da Bélgica.<br />

Os pêlos das peles utilizadas para fabricação <strong>de</strong> couro são <strong>de</strong>s-<br />

tinados à confecção <strong>de</strong> feltros para usos variados, como a fabricação <strong>de</strong><br />

chapéus, entre outros.<br />

O couro <strong>de</strong>ssas peles é curtido e utilizado para confecção <strong>de</strong><br />

sapatos, malas, luvas, etc. É um produto <strong>de</strong> excelente qualida<strong>de</strong>, tendo<br />

uma flexibilida<strong>de</strong> semelhante ao couro <strong>de</strong> cabra.<br />

3 OUTROS SUBPRODUTOS


a) Dejetos dos Coelhos<br />

Uma exploração <strong>de</strong> média ou gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> pressupõe<br />

uma finalida<strong>de</strong> econômica, então, a preocupação principal <strong>de</strong>ve ser o<br />

aumento <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>vendo per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista que em todas as<br />

explorações há fontes suplementares <strong>de</strong> riqueza que po<strong>de</strong>m produzir lu-<br />

cros apreciáveis.<br />

Denominamos estrume a mistura dos excrementos, sólidos e<br />

líquidos com as diversas matérias utilizadas para as camas. Também se<br />

consi<strong>de</strong>ra como estrume os excrementos <strong>de</strong> qualquer animal.<br />

Até há poucos anos, a maior parte do estrume era <strong>de</strong> origem<br />

eqüina ou bovina; mas, atualmente, vem ganhando cada vez mais impor-<br />

tância o estrume proveniente <strong>de</strong> suínos, aves e <strong>coelhos</strong>.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estrume produzido por um coelho está rela-<br />

cionada com o regime alimentar a que o animal é submetido, à altura da<br />

cama utilizada (conforme o sistema <strong>de</strong> criação) e à raça do coelho. Como<br />

elementos numéricos <strong>de</strong> orientação, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar que uma boa<br />

fêmea, com os seus láparos, po<strong>de</strong> produzir <strong>de</strong> 80 a 100 kg <strong>de</strong> estrume por<br />

ano, e um coelho adulto que consome <strong>de</strong> 40 a 200 g <strong>de</strong> alimento diário<br />

elimina aproximadamente 90 a 100 kg <strong>de</strong> excrementos. A composição<br />

também varia, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos alimentos administrados. Com a finali-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r i<strong>de</strong>ntificar o seu valor nutritivo para as plantas, ao ser uti-<br />

lizado como adubo, o mesmo <strong>de</strong>ve possuir a seguinte composição míni-<br />

ma:<br />

13


14<br />

Umida<strong>de</strong> 35 - 50%<br />

Nitrogênio 1,5 - 2,5%<br />

Fósforo 1,4 - 1,8%<br />

Potássio 0,5 - 0,8%<br />

Cálcio 1 - 3%<br />

PH 7,2 - 9,6%<br />

O estrume é um adubo <strong>de</strong> elevado po<strong>de</strong>r fertilizante, que pro-<br />

porciona matéria orgânica, substâncias nutritivas e fermentos que influ-<br />

em na correção das reações anormais do solo.<br />

O estrume das ovelhas e dos cavalos é mais rico em substân-<br />

cias fertilizantes e fermenta com maior liberação <strong>de</strong> energia, dando lugar<br />

aos chamados estrumes quentes. O dos bovinos e suínos, por ser mais<br />

diluído, apresenta proprieda<strong>de</strong>s opostas, proporcionando, em compensa-<br />

ção, um adubo mais homogêneo e duradouro. O estrume do gado laníge-<br />

ro era o único processo <strong>de</strong> restituir aos solos <strong>de</strong> vastas áreas as matérias<br />

nitrogenadas que perdiam todos os anos pela pastagemia e pelo processo<br />

espontâneo <strong>de</strong> <strong>de</strong>nitrificação.<br />

As práticas <strong>de</strong> cultivo dos campos produziram uma diminui-<br />

ção no efetivo <strong>de</strong> gado lanígero, quase paralelo à do gado eqüino; por<br />

isso, vão adquirindo cada vez mais importância os estrumes provenientes<br />

<strong>de</strong> outras espécies.<br />

Tratando-se <strong>de</strong> estrume fresco, o do coelho tem um po<strong>de</strong>r<br />

fertilizante duplo em relação ao do cavalo e triplo em relação ao da<br />

maioria das espécies das quais esse subproduto é aproveitado, como


das espécies das quais esse subproduto é aproveitado, como po<strong>de</strong>-se ve-<br />

rificar na tabela abaixo:<br />

Espécie Água % Nitrogênio % Fósforo<br />

%<br />

Coelho 35 – 50 1,5 – 2,5 1,4 – 1,8<br />

Eqüinos<br />

49 – 76<br />

0,5 - 0,7<br />

0,3 - 0,5<br />

Potássio<br />

%<br />

0,5 – 0,8<br />

0,2 - 0,6<br />

Vaca leiteira 75 – 79 0,4 - 0,6 0,2 - 0,3 0,4 - 0,6<br />

Boi 78 - 84 0,3 - 0,7 0,2 - 0,5 0,2 - 0,5<br />

Carneiro 59 - 66 0,7 - 1,1 0,3 - 0,5 0,3 - 0,5<br />

Suíno 74 - 82 1,5 - 2,5 1,4 - 1,8 0,5 - 0,8<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estrume obtida pelo coelho é bastante apreci-<br />

ável, quando se leva em consi<strong>de</strong>ração o tamanho do animal trabalhado.<br />

Em média, tem-se, no quadro abaixo, a quantida<strong>de</strong> média <strong>de</strong> <strong>de</strong>jetos pro-<br />

duzida por cada espécie:<br />

Espécie Quantida<strong>de</strong> média em Kg<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>jeto/ ano<br />

Eqüino 8000 – 10000<br />

Vaca leiteira 15000 - 20000<br />

15


16<br />

Bovino confinado 10000 - 15000<br />

Carneiro confinado 500 - 800<br />

Suíno confinado 800 - 900<br />

Coelho 80 - 100<br />

O aproveitamento <strong>de</strong>sse subproduto po<strong>de</strong> ser rentável em ex-<br />

ploração, com um número <strong>de</strong> 100 matrizes em produção.<br />

A seguir, tem-se uma série <strong>de</strong> dados, pelos quais os valores<br />

dos <strong>de</strong>jetos produzidos numa exploração com 100 <strong>coelhos</strong> em produção<br />

po<strong>de</strong>m ser previstos.<br />

Fêmea com ninhada<br />

(28 láparos/ano)<br />

De excremento sólido Com palhas e<br />

Resíduos<br />

85 kg 127 kg<br />

Macho ou fêmea vazia 42 kg 70 kg<br />

Com base nesses dados, uma exploração <strong>de</strong> 100 fêmeas pro-<br />

duzirá, no que se refere ao <strong>de</strong>jeto seco, as seguintes quantida<strong>de</strong>s em um<br />

ano:<br />

Produção <strong>de</strong> 100 fêmeas com cria ....................................... 8500 kg<br />

Produção <strong>de</strong> 10 machos ........................................................ 425 kg<br />

Total 8925 kg


De modo geral, os <strong>de</strong>jetos recolhidos não se encontram secos,<br />

e sim ume<strong>de</strong>cidos pelas urinas e com restos <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong> alimentação,<br />

etc.. Os dados que nos interessam são estes:<br />

Produção <strong>de</strong> 100 fêmeas com cria ............................................ 12717 kg<br />

Produção <strong>de</strong> 10 machos ............................................................... 707 kg<br />

17<br />

Total 13424 kg<br />

O peso do <strong>de</strong>jeto por metro cúbico é cerca <strong>de</strong> 300 a 400 kg<br />

quando fresco; <strong>de</strong> 500 a 600 kg <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> quatro ou cinco meses, se não<br />

tiver <strong>de</strong>masiada palha, e <strong>de</strong> aproximadamente 700 kg quando está bem<br />

curtido e homogêneo, pelo que o peso total do <strong>de</strong>jeto produzido na ex-<br />

ploração em questão, referindo-se ao último (excrementos, urinas, pa-<br />

lhas, resíduos <strong>de</strong> alimentação, etc.) será aproximadamente <strong>de</strong> umas 20<br />

toneladas anuais provenientes <strong>de</strong> uma criação com 100 matrizes.<br />

Para a sua <strong>utilização</strong>, o <strong>de</strong>jeto <strong>de</strong>ve sofrer um processo <strong>de</strong><br />

transformação muito complexo, durante o qual ocorre uma fermentação<br />

aeróbia e outra anaeróbia. A qualida<strong>de</strong> do <strong>de</strong>jeto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ravel-<br />

mente da forma como se <strong>de</strong>senvolvem esses processos, sendo muito im-<br />

portantes o tratamento a que se submete e a correta construção da ester-<br />

queira (nitreira).<br />

O <strong>de</strong>jeto retirado da coelheira é levado para a esterqueira, para<br />

que não se perca qualquer um dos seus componentes e para evitar o mau<br />

cheiro, moscas ou outros parasitas.


18<br />

Em alguns países, esse adubo, seco e pulverizado, tem gran<strong>de</strong><br />

aceitação, sobretudo em horticultura e floricultura, po<strong>de</strong>ndo ser utilizado<br />

como adubo <strong>de</strong> pomares e diferentes culturas.<br />

No Brasil, alguns trabalhos mostram a <strong>utilização</strong> do <strong>de</strong>jeto <strong>de</strong><br />

coelho na alimentação <strong>de</strong> suínos. Esses <strong>de</strong>jetos <strong>de</strong>vem ser provenientes<br />

<strong>de</strong> <strong>coelhos</strong> que recebem ração e forragem como alimentação, serem se-<br />

cos, moídos e adicionados à ração dos suínos, como substitutos <strong>de</strong> parte<br />

do milho e farelo <strong>de</strong> soja na ração.<br />

Embora outros trabalhos <strong>de</strong>vam ser <strong>de</strong>senvolvidos, os resulta-<br />

dos <strong>de</strong>sses primeiros experimentos indicam que os <strong>de</strong>jetos <strong>de</strong> <strong>coelhos</strong><br />

po<strong>de</strong>m ser usados na alimentação <strong>de</strong> suínos com benefícios econômicos<br />

ao produtor.<br />

b) Utilização do Cérebro do Coelho<br />

Depois do abate, o cérebro do coelho é extraído e <strong>de</strong>le retira-se<br />

a principal matéria-prima que a industria utiliza para fabricar o medica-<br />

mento utilizado no exame conhecido como "teste do pezinho", realizado<br />

em recém-nascidos, visando a <strong>de</strong>tectar a reação da criança e tomar medi-<br />

das preventivas, reduzindo a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retardamento mental.<br />

c) Utilização do Sangue


O sangue dos <strong>coelhos</strong> abatidos é utilizado para fabricação <strong>de</strong><br />

soro. O soro sangüíneo <strong>de</strong> coelho <strong>de</strong>vidamente esterilizado entra na<br />

composição <strong>de</strong> meio <strong>de</strong> cultura para o cultivo <strong>de</strong> bactéria nutricional-<br />

mente exigente (Leptospira, Streptococus, etc.), na proporção <strong>de</strong> 5-10 %<br />

do volume final do meio o qual é utilizado na i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> bactérias<br />

do gênero estafilococos, que apresentam gran<strong>de</strong> importância na medicina<br />

humana e veterinária.<br />

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

Alzugaray, D.; Alzugaray, C. Fundo <strong>de</strong> Quintal: Aprenda a criar <strong>coelhos</strong>.<br />

<strong>Editora</strong> Três, 1989. p. 56-57.<br />

Bier, O. Microbiologia e Imunologia São Paulo: <strong>Editora</strong> Melhoramento,<br />

1985. 1211p.<br />

19


20<br />

Fialho, E.T.; Barbosa, H.P. Alimentos alternativos para suínos. Lavras<br />

– MG: <strong>UFLA</strong>/FAEPE, 1999. 196p.<br />

Mello, H.V.; Silva, J.F. A criação <strong>de</strong> <strong>coelhos</strong> São Paulo: <strong>Editora</strong> Globo,<br />

1989. 214p. (Coleção do Agricultor, Publicações Globo Rural)<br />

Molinero Zapatero, J.M. Coelhos - alojamento e maneio Barcelona:<br />

Biblioteca Agrícola Litexa, 1979.<br />

CONTEÚDO<br />

1 INTRODUÇÃO.....................................................................05


2 APROVEITAMENTO DA PELE .........................................06<br />

3 OUTROS SUBPRODUTOS .................................................13<br />

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................20<br />

21

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