DIZIMO:A GALINHA DOS OVOS DE OURO DA IGREJA(ou a mentira ...
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
DÍZIMO:<br />
A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong><br />
<strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
(<strong>ou</strong> A Mentira Contada Há 2.000 Anos)<br />
Alexandre Barbado<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Agradeço a:<br />
Jesus Cristo, por sua graça.<br />
Prof. Rui Batista Gomes, pelo dom da paciência e correção.<br />
José Luiz Rubim, pela criatividade e empenho em melhorar esta obra.<br />
Todo povo de Deus, que ama a verdade.<br />
Especialmente, ao site O Remanescente ,<br />
que tem aberto um baú com tes<strong>ou</strong>ros da mais pura verdade.<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
APRESENTAÇÃO<br />
Sei que por muito menos, muita gente foi queimada na fogueira da inquisição. O<br />
que aqui está não é polêmico, porém, é esclarecedor. É uma ferida aberta e exposta pelo<br />
próprio Cristo, ao expulsar aqueles que faziam comércio na “Casa de Deus”.<br />
É um assunto que os líderes religiosos de vários segmentos evitam tratar, pois<br />
expõe os muitos seguidores de Judas que permearam sorrateiramente no meio cristão,<br />
com o pretexto de praticar o amor e a caridade, mas que na realidade só estão de olho na<br />
bolsa das ofertas.<br />
Como missionário, professor de escolas bíblicas e membro de concílio de<br />
organizações eclesiásticas, fundador e coordenador do Expresso da Salvação, uma<br />
entidade sem fins lucrativos que atua nas regiões mais pobres e carentes do Brasil,<br />
conhecedor tanto das Escrituras Sagradas como das entranhas do meio religioso, resolvi<br />
desmascarar o “Zorro” que habita neste meio, com estereótipo de paladino da justiça,<br />
mas que na realidade só luta a favor de interesses políticos, poder e dinheiro, para<br />
firmar esta grande <strong>mentira</strong> que é praticada por várias instituições religiosas, o chamado<br />
“santo dízimo”.<br />
Como a questão financeira tem sido o calcanhar de Aquiles da Igreja, as flechas<br />
por mim lançadas não têm por finalidade ferir <strong>ou</strong> destruir qualquer instituição que seja,<br />
porém fortalecer as verdadeiras formas de manifestação do Cristianismo.<br />
Por isso todo o texto apresentado aqui é fundamentado somente na Palavra de<br />
Deus, a Bíblia Sagrada, pois é através da Palavra, quando usada como arma de<br />
manobra, que pessoas mal intencionadas têm estabelecido seus “reinos” aqui na terra,<br />
afirmando ser o “Reino de Deus”.<br />
Alguém já disse que a Bíblia é a mãe de todas as heresias. Esta é uma das<br />
maiores <strong>mentira</strong>s da humanidade, pois a única coisa que dela nasce é a verdade. Prova<br />
disto é este texto por ela parido, que nasceu de um embrião gerado pelo senso, primeiro<br />
de justiça, depois de defesa da verdade.<br />
13:8).<br />
"Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade" (II Coríntios<br />
E que jamais possamos <strong>ou</strong>vir novamente: Jesus é o caminho, a igreja o pedágio.<br />
5<br />
Alexandre Barbado
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
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INTRODUÇÃO<br />
CAIM E ABEL<br />
ABRAÃO<br />
JACÓ<br />
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
DÍZIMO NA LEI MOSAICA<br />
SUMÁRIO<br />
OFERTAS PARA O TABERNÁCULO<br />
O DÍZIMO PARA OS LEVITAS<br />
O DÍZIMO PARA O FESTIVAL<br />
O DÍZIMO PARA OS POBRES<br />
OFERTAS PARA O TEMPLO<br />
OFERTAS APÓS O CATIVEIRO<br />
NOVA ALIANÇA<br />
JOÃO BATISTA<br />
JESUS<br />
ANANIAS E SAFIRA<br />
O APÓSTOLO PAULO E AS OFERTAS<br />
O PROPÓSITO <strong>DA</strong>S NOSSAS OFERTAS<br />
QUE LEI É APLICA<strong>DA</strong> HOJE?<br />
IRMÃO JOÃO E O PÉ <strong>DE</strong> FEIJÃO<br />
BIBLIOGRAFIA<br />
SOBRE O AUTOR<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
INTRODUÇÃO<br />
Há um ditado antigo que diz: uma <strong>mentira</strong> contada várias vezes acaba se<br />
tornando verdade. Imagine uma <strong>mentira</strong> contada por tanta gente, principalmente por<br />
líderes religiosos, e por quase vinte séculos.<br />
Sofri por algum tempo por achar que estava sozinho com este pensamento.<br />
Nunca concordei com a forma como ofertas na igreja são tiradas (este sim é um termo<br />
apropriado) das pessoas e como estas ofertas são gastas (analise por conta própria<br />
como o dinheiro arrecadado em sua igreja é utilizado). Mas logo percebi que existe um<br />
grupo “remanescente” que não se dobr<strong>ou</strong> a este Baal, o dinheiro, que persiste em<br />
permanecer no meio cristão.<br />
Não bastasse o saque feito no meio do povo de Deus – pior, realizado no nome<br />
do próprio Deus – ainda há “pastores” que mais parecem piratas, ávidos por riquezas<br />
alheias, não medindo esforços para transformar a casa de Deus em um shopping center,<br />
onde se possa adquirir qualquer bênção com o valor de uma oferta.<br />
Deus é transformado em um gerente de banco, que paga os melhores juros na<br />
única instituição financeira “igreja” e que devolve o dinheiro aplicado até cem vezes<br />
mais. Sem dizer na quantidade enorme de badulaques e amuletos usados e vendidos<br />
para não deixar nenhum chumaço de lã nas ovelhas.<br />
Sei que muita gente vai concordar com o que está escrito aqui, mas sei que<br />
haverá muita gente ofendida, principalmente os que vivem <strong>ou</strong> sobrevivem à custa das<br />
ovelhas. Peço que ajam como bereanos* e analisem, à luz das Escrituras Sagradas, se o<br />
que será exposto não é a mais pura verdade. Quem sabe assim aqueles que amarem<br />
realmente a verdade não ficarão livres deste fardo e libertarão <strong>ou</strong>tros?<br />
“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32).<br />
O autor.<br />
____________________________________________________<br />
*Bereanos: grupo de fiéis da Bereia, que segundo Atos 17 receberam o Evangelho com avidez e<br />
examinavam as Escrituras todos os dias para fundamentarem sua fé e se certificarem da<br />
verdade.<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
CAIM E ABEL<br />
Vamos começar do princípio e analisar as ofertas de Caim e Abel. Muitos<br />
ensinam que Caim foi rejeitado porque sua oferta não era adequada <strong>ou</strong> não era tão boa<br />
quanto a oferta de Abel, mas preste atenção no texto:<br />
“Mas para Caim e para a sua oferta não atent<strong>ou</strong> o Senhor. E ir<strong>ou</strong>-se Caim<br />
fortemente, e descaiu-lhe o semblante” (Gênesis 4:5).<br />
O problema não era a oferta de Caim, mas ele próprio, que era mau. Deus o<br />
orienta para que seja aceito:<br />
“E o Senhor disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu<br />
semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito? E se não fizeres bem, o<br />
pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar” (Gênesis<br />
4:6-7).<br />
Por isso Jesus nos manda, primeiro, acertar nosso coração para que, depois, a<br />
nossa oferta seja aceita.<br />
“Portanto, se tr<strong>ou</strong>xeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu<br />
irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai<br />
reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta” (Mateus<br />
5:23-24).<br />
Quanta gente acha que, por entregar uma oferta <strong>ou</strong> dízimo, está quitando uma<br />
dívida com o Senhor? A realidade é bem diferente, pois a única dívida que Deus cobra<br />
de nós é o perdão.<br />
“Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial<br />
vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também<br />
vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6:14-15).<br />
Preste atenção, pois isto é importante: não seremos condenados pela nossa<br />
dívida, pois ela já foi paga na cruz do calvário.<br />
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de<br />
alguma maneira nos era contrária, e a tir<strong>ou</strong> do meio de nós, cravando-a na cruz”<br />
(Colossenses 2:14).<br />
Seremos condenados pela dívida do <strong>ou</strong>tro, a quem não perdoamos.<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
ABRAÃO<br />
Outra passagem amplamente usada para defender o dízimo está em Gênesis,<br />
capítulo 14, na qual Abraão dá o dízimo a Melquisedeque.<br />
É importante, porém, observar que:<br />
1 – Abraão deu o dízimo voluntariamente, não por imposição, norma religiosa<br />
<strong>ou</strong> qualquer <strong>ou</strong>tro tipo de voto <strong>ou</strong> promessa. Melquisedeque não pediu nem solicit<strong>ou</strong><br />
nada a Abraão, que entreg<strong>ou</strong> a oferta de bom grado (verso 20).<br />
2 – Abraão entreg<strong>ou</strong> o dízimo após a vitória, não antes. O processo é totalmente<br />
inverso àquele que ensinam certos pastores, segundo o qual a entrega do dízimo é que<br />
garante a vitória (verso 17).<br />
3 – Abraão não entreg<strong>ou</strong> o dízimo daquilo que era dele, mas dos despojos da<br />
guerra (verso 20).<br />
4 – Abraão devolveu os <strong>ou</strong>tros noventa por cento aos seus verdadeiros donos<br />
(versos 21-24). Não como o dízimo ensinado hoje nas igrejas, em que você entrega dez<br />
por cento e fica com os noventa por cento restante.<br />
5 – Em mais nenhum lugar na Bíblia vemos Abraão entregando o dízimo<br />
novamente, então quem pode afirmar que esta era uma prática constante?<br />
Outro argumento utilizado por aqueles que defendem o dízimo, alegando que ele<br />
é válido, é o de que ele foi instituído antes da Lei Mosaica. No entanto, lembre-se, a<br />
circuncisão também foi instituída antes da Lei, e ninguém ensina isto nas igrejas!<br />
Esta é a história de um homem, Abraão, que ama e crê em um Deus ao qual dá<br />
ofertas voluntárias. Sem imposição, sem coação, sem ameaças de maldição e sem<br />
superstições.<br />
“Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abraão numa visão,<br />
dizendo: Não temas, Abraão, Eu s<strong>ou</strong> teu escudo; o teu galardão será muito grande”<br />
(Gênesis 15:1).<br />
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Gênesis 28:20-22:<br />
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
JACÓ<br />
“E Jacó fez um voto, dizendo: Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem<br />
que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir; e eu em paz tornar à casa de<br />
meu pai, o Senhor me será por Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será<br />
casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.”<br />
Jacó, na passagem acima, está fazendo um voto em resposta a uma visitação que<br />
recebeu de Deus, em sonho. Neste sonho, Jacó viu uma escada alcançando o céu, com<br />
anjos subindo e descendo por ela. Deus estava em pé, acima da escada, e disse a Jacó:<br />
“Eu s<strong>ou</strong> o Senhor Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra, em<br />
que estás deitado, darei a ti e à tua descendência; e a tua descendência será como o pó<br />
da terra, e estender-se-á ao ocidente, e ao oriente, e ao norte, e ao sul, e em ti e na tua<br />
descendência serão benditas todas as famílias da terra; e eis que est<strong>ou</strong> contigo, e te<br />
guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; porque não te<br />
deixarei, até que haja cumprido o que te tenho falado” (Gênesis 28:13-15).<br />
Em resposta, Jacó fez o voto de que daria um dízimo a Deus se Ele guardasse<br />
Sua promessa. Novamente, em semelhança ao exemplo de Abraão, este dízimo foi<br />
voluntário. Se Jacó de fato começ<strong>ou</strong> a dizimar depois que Deus cumpriu a promessa, a<br />
Bíblia não o registra.<br />
1 – Outra vez chamo a atenção para o fato de que primeiro foi Deus quem fez a<br />
promessa (sem pedir nada) e só depois Jacó fez o voto de dizimar (verso 20).<br />
2 – Não havia o dízimo presumido, como ensinam certas igrejas, em que<br />
você entrega a quantia que gostaria de ganhar. Que absurdo!<br />
Preste atenção:<br />
“E de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo” (Gênesis 28:22).<br />
Estes dois são os únicos exemplos de dízimo encontrados no Velho Testamento<br />
antes da Lei ser dada: os de Abraão e Jacó. Ambos são exemplos de algo voluntário, e<br />
nenhum deles foi pedido por Deus. Em nenhum dos personagens vemos o dízimo como<br />
uma prática habitual, constante. Abraão deu o dízimo – retirado dos despojos de uma<br />
vitória militar – uma única vez em sua vida a um sacerdote de Deus. Se as evidências<br />
para obrigar crentes sob o Novo Pacto a dizimarem se apóiam apenas nestas duas<br />
passagens de Gênesis, parece-me que se trata de um fundamento muitíssimo inseguro!<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
DÍZIMO NA LEI MOSAICA<br />
O que ensina a Bíblia sobre o dízimo sob a Lei Mosaica? Nesta seção<br />
examinaremos todas as passagens significantes que descrevam o dízimo sob a Lei, nas<br />
Escrituras.<br />
Levítico 27:30-33:<br />
“Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das<br />
árvores, são do Senhor; santas são ao Senhor. Porém, se alguém das suas dízimas<br />
resgatar alguma coisa, acrescentará a sua quinta parte sobre ela. No tocante a todas<br />
as dízimas do gado e do rebanho, tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será<br />
santo ao Senhor. Não se investigará entre o bom e o mau, nem o trocará; mas, se de<br />
alguma maneira o trocar, tanto um como o <strong>ou</strong>tro será santo; não serão resgatados.”<br />
Note que, na passagem acima, o dízimo é descrito como parte do produto da<br />
terra, da semente do campo, do fruto das árvores, do gado e do rebanho. O dízimo não<br />
era dinheiro. Em local algum das Escrituras você encontrará uma passagem que diga<br />
que oferecer o dízimo era dar dinheiro a Deus.<br />
Ademais, o dízimo era provavelmente dado em uma base anual. A cada ano, as<br />
pessoas levavam aos sacerdotes a décima parte de sua colheita e do aumento da manada<br />
e do rebanho. Podemos imediatamente ver que a contribuição semanal <strong>ou</strong> mensal de dez<br />
por cento de nossa renda monetária difere muito da prática do dízimo que encontramos<br />
na Bíblia.<br />
Alguns podem alegar que naquele tempo não havia dinheiro <strong>ou</strong> moeda de troca e<br />
que, por isso, pagava-se o dízimo em animais e produtos do campo. Mas, vejamos:<br />
algumas taxas para o templo só eram aceitas em forma de dinheiro (Êxodo 30:14-16 e<br />
Êxodo 38:24-31). O dinheiro também era utilizado para comprar sepulturas (Gênesis<br />
23:15-16), bois para sacrifícios (II Samuel 24:24) e imóveis (Jeremias 32:9-11), para<br />
pagar tributos vassalos (II Reis 23:33-35), pagar salários (II Reis 22:4-7) e fazer<br />
câmbios (Marcos 11:15-17). O próprio Jesus foi vendido por dinheiro.<br />
O dinheiro já existia desde os tempos de Abraão. Salário, comércio, negócios,<br />
sempre existiram. Nos tempos antigos havia variadas profissões e ocupações, assim<br />
como hoje. Se o dízimo tivesse sido estabelecido sob a forma de dinheiro, ninguém teria<br />
dificuldade de adorar a Deus. No entanto, não foi o que Ele quis. Dízimo, na Bíblia, é<br />
sinônimo de alimento.<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Israel era uma teocracia e os sacerdotes levitas atuavam como um governo civil.<br />
O dízimo Levítico (Levítico 27:30-33) era uma espécie de imposto de renda; tratava-se<br />
de um segundo dízimo anual requerido por Deus para suprir uma festa nacional<br />
(Deuteronômio 14:22-29). Taxas menores também foram impostas ao povo pela lei<br />
(Levítico 19:9-10; Êxodo 23:10-11) e, assim, a doação total requerida dos israelitas não<br />
era dez por cento, mas mais do que vinte por cento. Todo esse dinheiro era usado para<br />
colocar a nação em funcionamento.<br />
Doações à parte eram puramente voluntárias (Êxodo 25:2 e I Crônicas 29:9).<br />
Cada pessoa dava conforme o que estava em seu coração; nenhuma percentagem <strong>ou</strong><br />
quantia era especificada.<br />
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Êxodo 25:1-8:<br />
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
OFERTAS PARA O TABERNÁCULO<br />
“Então fal<strong>ou</strong> o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, que me<br />
tragam uma oferta alçada; de todo o homem cujo coração se mover voluntariamente,<br />
dele tomareis a minha oferta alçada. E esta é a oferta alçada que recebereis deles:<br />
<strong>ou</strong>ro, e prata, e cobre, e azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras, e<br />
peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de acácia, azeite<br />
para a luz, especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso, pedras de<br />
ônix, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral. E me farão um santuário, e<br />
habitarei no meio deles.”<br />
Êxodo 35:21:<br />
“E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo espírito<br />
voluntariamente o excit<strong>ou</strong>, e tr<strong>ou</strong>xeram a oferta alçada ao Senhor para a obra da<br />
tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para as vestes santas.”<br />
Havia também uma oferta alçada para os sacerdotes:<br />
Êxodo 29:26-27:<br />
“E tomarás o peito do carneiro das consagrações, que é de Arão, e com<br />
movimento oferecerás perante o Senhor; e isto será a tua porção. E santificarás o peito<br />
da oferta de movimento e o ombro da oferta alçada, que foi movido e alçado do<br />
carneiro das consagrações, que for de Arão e de seus filhos.”<br />
Oferta alçada era uma oferta específica para algo específico, no caso das<br />
passagens acima, para a construção do tabernáculo. Toda oferta recolhida para o<br />
tabernáculo e seu serviço era específica, havia uma direção clara e objetiva, e o mais<br />
importante, uma orientação dada pelo próprio Deus.<br />
Êxodo 25:1:<br />
“Então fal<strong>ou</strong> o Senhor a Moisés, dizendo.”<br />
Êxodo 36:4-7:<br />
“E vieram todos os sábios, que faziam toda a obra do santuário, cada um da<br />
obra que fazia, e falaram a Moisés, dizendo: O povo traz muito mais do que basta para<br />
o serviço da obra que o Senhor orden<strong>ou</strong> se fizesse. Então mand<strong>ou</strong> Moisés que<br />
proclamassem por todo o arraial, dizendo: Nenhum homem, nem mulher, faça mais<br />
obra alguma para a oferta alçada do santuário. Assim o povo foi proibido de trazer<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
mais, porque tinham material bastante para toda a obra que havia de fazer-se, e ainda<br />
sobejava.”<br />
Quem dera os cristãos de hoje também tivessem a liberalidade que tinham<br />
aqueles que serviam o Senhor no passado, não haveria necessidade de tantos apelos, e<br />
até ameaças, em nome de Deus.<br />
17
Números 18:21-24:<br />
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
O DÍZIMO PARA OS LEVITAS<br />
“E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por<br />
herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. E<br />
nunca mais os filhos de Israel se chegarão à tenda da congregação, para que não<br />
levem sobre si o pecado e morram. Mas os levitas executarão o ministério da tenda da<br />
congregação, e eles levarão sobre si a sua iniquidade; pelas vossas gerações estatuto<br />
perpétuo será; e no meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão, porque os<br />
dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado<br />
por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma<br />
herança terão.”<br />
Note neste texto que o dízimo foi planejado para ser o sustento dos levitas. Uma<br />
vez que eles não tinham nenhuma herança (terra para atividade agropastoril) na Terra<br />
Prometida como as <strong>ou</strong>tras tribos, Deus fez provisão para o sustento deles através do<br />
dízimo das <strong>ou</strong>tras famílias de Israel. De fato, em Números 18:31, é dito: “E o comereis<br />
em todo o lugar, vós e as vossas famílias, porque vosso galardão é pelo vosso<br />
ministério na tenda da congregação.”<br />
O dízimo foi o pagamento / recompensa que Deus supriu para os levitas, pelos<br />
seus serviços sacerdotais. Isso é similar ao salário recebido pelos funcionários do<br />
governo hoje no país, pago por meio de impostos e taxas direcionados ao trabalhador<br />
comum.<br />
A primeira coisa a observar neste texto, tão utilizado pelos teólogos dizimistas<br />
atuais, é que o dízimo, destinado a sustentar os levitas, era dado ao Senhor como oferta<br />
alçada. Daí alguns afirmarem que o destino do dízimo era exclusivamente sustentar o<br />
clero.<br />
No entanto, nem todos os levitas eram sacerdotes. Alguns eram: professores<br />
(Deuteronômio 24:8 e 33:10 / II Crônicas 35:3 / Neemias 8:7), juízes (Deuteronômio<br />
17:8-9 e 21:5 / I Crônicas 23:4 / II Crônicas 19:8), trabalhadores da saúde (Levítico<br />
13:2 e 14:2 / Lucas 17:14), cantores, músicos (I Crônicas 25:1-31 / II Crônicas 5:12 e<br />
34:12), escritores, bibliotecários (I Crônicas 2:55 / II Crônicas 34:13), arquitetos e<br />
construtores (II Crônicas 34:8-13).<br />
Aqueles defensores de que o dízimo deve ser destinado apenas ao sustento<br />
dos pastores, os “levitas modernos”, deveriam incluir em sua lista <strong>ou</strong>tros<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
trabalhadores da igreja: músicos, cantores, zeladores, construtores, professores,<br />
diáconos, presbíteros, anciãos, etc.<br />
O dízimo hoje não tem nenhuma correlação com o dízimo bíblico. Não temos<br />
templo, sacerdotes e levitas. Não vivemos em uma sociedade teocrática. A lei<br />
cerimonial acab<strong>ou</strong>. Não existe mais a Casa do Tes<strong>ou</strong>ro, depósito central para aquela<br />
quantidade enorme de alimentos e animais.<br />
19
Deuteronômio 14:22-27:<br />
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
O DÍZIMO PARA O FESTIVAL<br />
“Certamente darás os dízimos de todo o fruto da tua semente, que cada ano se<br />
recolher do campo. E, perante o Senhor teu Deus, no lugar que escolher para ali<br />
fazer habitar o seu nome, comerás os dízimos do teu grão, do teu mosto e do teu<br />
azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que aprendas a temer<br />
ao Senhor teu Deus todos os dias. E quando o caminho te for tão comprido que os não<br />
possas levar, por estar longe de ti o lugar que escolher o Senhor teu Deus para ali pôr<br />
o seu nome, quando o Senhor teu Deus te tiver abençoado; então vende-os, e ata o<br />
dinheiro na tua mão, e vai ao lugar que escolher o Senhor teu Deus; e aquele<br />
dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho,<br />
e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor<br />
teu Deus, e alegra-te, tu e a tua casa; Porém não desampararás o levita que está<br />
dentro das tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo.”<br />
Números, capítulo 18, verso 21, diz que Deus havia dado todo o dízimo em<br />
Israel como herança aos levitas. Se todo o dízimo havia sido dado aos levitas, que<br />
dízimo é este, do qual fala o texto, usado para prover as festas e festivais religiosos de<br />
Israel?<br />
A resposta é: um segundo dízimo. O primeiro era usado para o sustento dos<br />
levitas e o segundo para prover os festivais religiosos, tanto que cheg<strong>ou</strong> a ser referido<br />
como o dízimo para o festival.<br />
O povo de Israel devia usar este dízimo para comer na presença do Senhor, em<br />
Jerusalém – local que Ele escolheu para estabelecer seu nome. Se fosse demasiadamente<br />
incômodo para as pessoas de longe trazerem seu dízimo, seria permitido a elas que o<br />
vendessem e tr<strong>ou</strong>xessem o dinheiro (apurado) até Jerusalém, onde poderiam comprar o<br />
necessário para os festivais*.<br />
Deus expressamente encoraja cada pessoa a gastar o dinheiro em tudo o que<br />
deseja a sua alma, incluindo bebida forte! O propósito era que o povo de Israel<br />
pudesse aprender a temer o Senhor e a regozijar-se ante Ele. Note que temer ao Senhor<br />
e regozijar-se ante Ele não são sentimentos mutuamente exclusivos, mas,<br />
complementares; deveriam acompanhar um ao <strong>ou</strong>tro!<br />
20
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
O dízimo para o festival torn<strong>ou</strong> possível ao povo de Israel ter toda a comida e<br />
bebida necessária para que se pudesse usufruir gozosamente das festas religiosas e<br />
adorar o Senhor.<br />
______________________________________________________________________<br />
* Para pessoas de regiões muitos distantes, levar animais para sacrifícios até Jerusalém<br />
era um trabalho muito árduo e dispendioso. Por isso, elas os vendiam e traziam o dinheiro para<br />
comprar o necessário para o culto no templo, que acab<strong>ou</strong> se transformando em um grande<br />
centro de negócios, onde se comercializava de tudo e havia cambistas que trocavam o dinheiro<br />
dos visitantes por uma moeda local.<br />
Será que isso é diferente hoje, enquanto os recursos de igrejas menores <strong>ou</strong> “filiais” são<br />
enviados às “igrejas mães”, “sedes” <strong>ou</strong> aos “vaticaninhos” particulares (onde o culto a Deus<br />
também se transform<strong>ou</strong> em um grande negócio)?<br />
(Mateus 21:12)<br />
21
Deuteronômio 14:28-29:<br />
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
O DÍZIMO PARA OS POBRES<br />
“Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e<br />
os recolherás dentro das tuas portas. Então virá o levita (pois nem parte nem herança<br />
têm contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas, e<br />
comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor teu Deus te abençoe em toda a obra que<br />
as tuas mãos fizerem.”<br />
Aqui somos ensinados a respeito de um terceiro dízimo, coletado a cada terceiro<br />
ano. Os comentaristas bíblicos dividem-se quanto à ideia de que esse seria realmente um<br />
terceiro dízimo, em separado. Para alguns, ele seria apenas o segundo dízimo usado de<br />
modo diferente, no terceiro ano.<br />
O historiador judeu Josephus apoia o ponto de vista de um terceiro dízimo, em<br />
separado. Outros antigos comentaristas judeus têm escrito em apoio à concepção de que<br />
o segundo tipo de dízimo, a cada três anos, era coletado e usado com <strong>ou</strong>tro fim.<br />
É impossível determinar com absoluta certeza quem está certo. De qualquer<br />
modo, o povo judeu tinha sido ordenado a dar pelo menos vinte por cento (dez por cento<br />
mais dez por cento) das suas colheitas e rebanhos.<br />
Este dízimo particular bem poderia ser chamado o dízimo para os pobres. Não<br />
era recolhido em Jerusalém, mas nas aldeias. As pessoas de cada aldeia deveriam trazer<br />
uma décima parte de suas colheitas e rebanhos e juntar tudo, para prover os pobres,<br />
incluindo estrangeiros, órfãos e viúvas.<br />
Em muitos aspectos, o dízimo exigido pela Lei é similar à taxação que o<br />
governo impõe sobre nós hoje. Israel era governado por uma teocracia. Sob ela, o povo<br />
era responsável por prover os trabalhadores do governo (sacerdotes e levitas em geral),<br />
os dias santificados (festas de alegria ao Senhor), e os pobres (estrangeiros, viúvas e<br />
órfãos).<br />
Alguns teólogos afirmam que o dízimo poderia ter três aplicações distintas:<br />
• poderia ser comido pelo dizimista;<br />
• deveria socorrer órfãos, viúvas e necessitados;<br />
• deveria sustentar os levitas.<br />
Outros afirmam que havia três tipos de dízimo, divididos assim:<br />
22
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
- No primeiro ano 10% para os sacerdotes + 10% para serem consumidos pelos<br />
dizimistas.<br />
dizimistas.<br />
- No segundo ano 10% para os sacerdotes + 10% para serem consumidos pelos<br />
- No terceiro 10% para os sacerdotes + 10% para serem consumidos pelos<br />
dizimistas + 10% para os necessitados. (O dízimo destinado aos órfãos e viúvas era<br />
trienal).<br />
Tomando o dízimo pago a cada três anos e dividindo-o por três, chegaremos a<br />
3,33% anuais. Desta forma em termos ANUAIS um israelita daria 10% + 10% + 3,33%<br />
= 23,33%. 23,33 de dízimo por ano!<br />
Mas em um ponto as diferentes opiniões convergem: o dízimo era para a<br />
dispensação da Lei e o âmago da questão, tanto na Antiga quanto na Nova Aliança,<br />
era sustentar os menos favorecidos.<br />
Isaías 1:11-17:<br />
“De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já<br />
est<strong>ou</strong> farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me<br />
agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.<br />
Quando vindes para comparecer perante mim, quem requereu isto de vossas<br />
mãos, que viésseis a pisar os meus átrios?<br />
Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e as<br />
luas novas, e os sábados, e a convocação das assembleias; não posso suportar<br />
iniquidade, nem mesmo a reunião solene.<br />
As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as odeia; já me são<br />
pesadas; já est<strong>ou</strong> cansado de as sofrer.<br />
Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; e<br />
ainda que multipliqueis as vossas orações, não as <strong>ou</strong>virei, porque as vossas mãos estão<br />
cheias de sangue.<br />
Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus<br />
olhos; cessai de fazer mal.<br />
Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça<br />
ao órfão; tratai da causa das viúvas.”<br />
Tiago 1:27:<br />
23
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: visitar os órfãos e<br />
as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.”<br />
Depois voltaremos a discorrer sobre a Nova Aliança, agora, contudo,<br />
continuaremos a peregrinação pelo Velho Testamento.<br />
24
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
OFERTAS PARA O TEMPLO<br />
Davi recolheu ofertas enquanto reinava para que seu filho Salomão, que o<br />
sucederia no trono de Israel, construísse o templo. Preste atenção nesta passagem<br />
maravilhosa:<br />
I Crônicas 29:1-20:<br />
“Disse mais o rei Davi a toda a congregação: Salomão, meu filho, a quem só<br />
Deus escolheu, é ainda moço e tenro, e esta obra é grande; porque não é o palácio<br />
para homem, mas para o Senhor Deus.<br />
Eu, pois, com todas as minhas forças já tenho preparado para a casa de meu<br />
Deus <strong>ou</strong>ro para as obras de <strong>ou</strong>ro, e prata para as de prata, e cobre para as de cobre,<br />
ferro para as de ferro e madeira para as de madeira, pedras de ônix, e as de engaste, e<br />
pedras ornamentais, e pedras de diversas cores, e toda a sorte de pedras preciosas, e<br />
pedras de mármore em abundância.<br />
E ainda, porque tenho afeto à casa de meu Deus, o <strong>ou</strong>ro e prata particular que<br />
tenho eu d<strong>ou</strong> para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho preparado para a<br />
casa do santuário: três mil talentos de <strong>ou</strong>ro de Ofir; e sete mil talentos de prata<br />
purificada, para cobrir as paredes das casas. Ouro para os objetos de <strong>ou</strong>ro, e prata<br />
para os de prata; e para toda a obra de mão dos artífices. Quem, pois, está disposto a<br />
encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao Senhor?<br />
Então os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães de mil<br />
e de cem, até os chefes da obra do rei, voluntariamente contribuíram.<br />
E deram para o serviço da casa de Deus cinco mil talentos de <strong>ou</strong>ro, e dez mil<br />
dracmas, e dez mil talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos<br />
de ferro.<br />
E os que possuíam pedras preciosas, deram-nas para o tes<strong>ou</strong>ro da casa do<br />
Senhor, a cargo de Jeiel, o gersonita.<br />
E o povo se alegr<strong>ou</strong> porque contribuíram voluntariamente; porque, com<br />
coração perfeito, voluntariamente deram ao Senhor; e também o rei Davi se alegr<strong>ou</strong><br />
com grande alegria.<br />
Por isso Davi l<strong>ou</strong>v<strong>ou</strong> ao Senhor na presença de toda a congregação; e disse<br />
Davi: Bendito és tu, Senhor Deus de Israel, nosso pai, de eternidade em eternidade.<br />
25
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade;<br />
porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o reino, e tu te exaltaste<br />
por cabeça sobre todos.<br />
E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão<br />
há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo.<br />
Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos, e l<strong>ou</strong>vamos o nome da tua glória.<br />
Porque quem s<strong>ou</strong> eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos oferecer<br />
voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos.<br />
Porque somos estrangeiros diante de ti, e peregrinos como todos os nossos pais;<br />
como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e sem ti não há esperança.<br />
Senhor, nosso Deus, toda esta abundância, que preparamos para te edificar<br />
uma casa ao teu santo nome, vem da tua mão, e é toda tua.<br />
E bem sei eu, Deus meu, que tu provas os corações, e que da sinceridade te<br />
agradas; eu também na sinceridade de meu coração voluntariamente dei todas estas<br />
coisas; e agora vi com alegria que o teu povo, que se acha aqui, voluntariamente te<br />
deu.<br />
Senhor Deus de Abraão, Isaque, e Israel, nossos pais, conserva isto para<br />
sempre no intento dos pensamentos do coração de teu povo; e encaminha o seu<br />
coração para ti.<br />
E a Salomão, meu filho, dá um coração perfeito, para guardar os teus<br />
mandamentos, os teus testemunhos, e os teus estatutos; e para fazer tudo, e para<br />
edificar este palácio que tenho preparado.<br />
Então disse Davi a toda a congregação: Agora l<strong>ou</strong>vai ao Senhor vosso Deus.<br />
Então toda a congregação l<strong>ou</strong>v<strong>ou</strong> ao Senhor Deus de seus pais, e inclinaram-se, e<br />
prostraram-se perante o Senhor, e o rei.”<br />
II Coríntios 9:7:<br />
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, <strong>ou</strong> por<br />
necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.”<br />
Novamente afirmo: Quem dera os cristãos de hoje também tivessem a<br />
liberalidade daqueles que serviam ao Senhor no passado! Não haveria necessidade de<br />
tantos apelos, e até ameaças, em nome de Deus.<br />
Muitos tinham mais discernimento da graça, mesmo vivendo no tempo da<br />
aliança da Lei, do que aqueles que vivem hoje, na aliança da graça.<br />
26
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
OFERTAS APÓS O CATIVEIRO<br />
Com o passar do tempo, os dízimos foram tomando destino exclusivo para os<br />
levitas. No segundo templo, após o cativeiro, já se observa uma institucionalização<br />
acentuada das ofertas, conforme narrado em Neemias, capítulo 10, versos 38 e 39, e<br />
capítulo 13, versos 10 a 12.<br />
Após o cativeiro, Neemias faz algumas modificações na regulamentação da Lei<br />
de Moisés. Provavelmente motivado pela situação financeira caótica do pós-exílio, ele<br />
reduz o valor da taxa do templo de meio siclo (Êxodo 30:12-16) para um terço de siclo<br />
(Neemias 10:32-33) e implementa novas regras.<br />
Deve-se levar em conta que Neemias era um restaurador. Reconstrutor de uma<br />
sociedade cuja religião funcionava sobre pilares cerimoniais. Algumas de suas ações<br />
foram:<br />
• reduzir a taxa do templo (Neemias 10:32-33);<br />
• organizar para que os dízimos fossem trazidos ao templo, Casa do Tes<strong>ou</strong>ro,<br />
para sustentar os levitas (Neemias 10:37);<br />
• regulamentar o sustento dos sacerdotes levitas que viveriam na capital, uma<br />
vez que noventa por cento da população passava a morar em <strong>ou</strong>tras cidades, fora de<br />
Jerusalém.<br />
Nenhum sistema de pagamento de dízimo em dinheiro, no entanto, foi instituído<br />
pelo reformador (Neemias 10:35). Os judeus continuariam levando seus dízimos em<br />
forma de alimentos, frutos de suas colheitas.<br />
Neemias 12:44:<br />
“Também no mesmo dia se nomearam homens sobre as câmaras dos tes<strong>ou</strong>ros,<br />
das ofertas alçadas, das primícias, dos dízimos, para ajuntarem nelas, dos campos,<br />
das cidades, as partes da lei para os sacerdotes e para os levitas; porque Judá estava<br />
alegre por causa dos sacerdotes e dos levitas que assistiam ali.”<br />
Note que o texto diz que os dízimos eram exigências da Lei.<br />
Estes dízimos não eram voluntários como os das vidas de Abraão e Jacó.<br />
Similarmente, lemos em Hebreus, capítulo 7, verso 5:<br />
“E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a<br />
lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos<br />
lombos de Abraão.”<br />
27
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Indiscutivelmente, o dízimo nunca foi voluntário sob a Lei de Moisés. Note<br />
aqui que, nos dias de Neemias, homens eram indicados para juntarem as ofertas e os<br />
dízimos em câmaras designadas para aquele propósito particular. Essas câmaras depois<br />
se tornaram conhecidas como Casas do Tes<strong>ou</strong>ro. Essa informação será importante<br />
quando olharmos para o próximo texto.<br />
Malaquias 3:8-12:<br />
“R<strong>ou</strong>bará o homem a Deus? Todavia vós me r<strong>ou</strong>bais, e dizeis: Em que te<br />
r<strong>ou</strong>bamos? Nos dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim<br />
me r<strong>ou</strong>bais, sim, toda esta nação. Trazei todos os dízimos à casa do tes<strong>ou</strong>ro, para que<br />
haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos<br />
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção<br />
tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes. E por causa de vós<br />
repreenderei o devorador, e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide<br />
no campo não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão<br />
bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.”<br />
Examinemos essa passagem verso a verso, para que dela possamos extrair<br />
importantes verdades.<br />
Verso 8<br />
Este verso nos diz que quando um homem retém seus dízimos ele está<br />
r<strong>ou</strong>bando, na realidade, a Deus. Isto porque ele está retendo algo que não lhe pertence<br />
e que antes é propriedade de Deus. Sob o Velho Pacto, o dízimo era mandatário,<br />
portanto retê-lo era se tornar um ladrão. Note também que Deus diz que o povo estava<br />
r<strong>ou</strong>bando-O em dízimos, no plural. Esses dízimos referem-se aos diferentes dízimos<br />
requeridos do povo de Deus – o dízimo para o levita, o dízimo para as festas ao Senhor<br />
e o dízimo para os pobres.<br />
Adicionalmente, observe que Deus está condenando também o reter das ofertas.<br />
Essas, sem dúvida, referem-se às ofertas especificadas em Levítico, capítulo 1, verso 5,<br />
tais como: a oferta queimada (holocausto), a oferta dos manjares, a oferta de paz, a<br />
oferta pelos pecados e a oferta pelas culpas. Todas eram constituídas de sacrifícios de<br />
animais. O suprimento de comida e mantimento para os levitas era provido, em grande<br />
parte, por meio destes sacrifícios.<br />
Uma importante pergunta emerge neste ponto. Por que reconhecemos que o<br />
sacrifício de animais não é coisa para o Novo Pacto, mas dizemos que o dízimo o é? Se<br />
28
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
estivéssemos sob a obrigação de pagar dízimos hoje, então, certamente, ainda<br />
estaríamos obrigados a oferecer sacrifícios de animais. Deus amarr<strong>ou</strong> um ao <strong>ou</strong>tro (os<br />
dízimos e os sacrifícios), e disse que o povo estava r<strong>ou</strong>bando-O por reter a ambos. Não<br />
podemos decidir “pegar e escolher” qual dos dois ofereceremos a Deus hoje. Ou<br />
estamos sob a obrigação de oferecer ambos, tanto dízimos como ofertas de animais, <strong>ou</strong><br />
ambos foram abolidos pela ab-rogação da Lei Mosaica.<br />
Verso 9<br />
Aqui vemos que o povo de Israel, por estar retendo os dízimos e ofertas,<br />
consequentemente estava amaldiçoado. Note que o verso não diz: “Com maldição sois<br />
amaldiçoados, porque a mim me r<strong>ou</strong>bais, sim, toda a humanidade”. Ao contrário, fala:<br />
“Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me r<strong>ou</strong>bais, sim, toda esta nação”.<br />
Se dizimar fosse um mandamento moral e eterno para todos os povos de todos<br />
os tempos, então todos estes estariam sob maldição. Mas no texto é dito somente que a<br />
nação de Israel estava sob a maldição. Em Deuteronômio 28, diz que se Israel, sob a<br />
Lei Judaica, desobedecesse aos mandamentos de Deus, então a nação seria amaldiçoada.<br />
Note os seguintes textos:<br />
“Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e as crias das tuas vacas,<br />
e das tuas ovelhas. (...) E os teus céus, que estão sobre a cabeça, serão de bronze; e a<br />
terra que está debaixo de ti, será de ferro. O Senhor dará por chuva sobre a tua terra,<br />
pó e poeira; dos céus descerá sobre ti, até que pereças. (...) Lançarás muita semente ao<br />
campo; porém colherás p<strong>ou</strong>co, porque o gafanhoto a consumirá. Plantarás vinhas, e<br />
cultivarás; porém não beberás vinho, nem colherás as uvas; porque o bicho as colherá.<br />
Em todos os termos terás oliveiras; porém não te ungirás com azeite; porque a azeitona<br />
cairá da tua oliveira. (...) E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te<br />
alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não <strong>ou</strong>viste à voz do Senhor teu Deus,<br />
para que sejas destruído; porquanto não <strong>ou</strong>viste à voz do Senhor teu Deus, para<br />
guardares os seus mandamentos, e os seus estatutos, que te tem ordenado”<br />
(Deuteronômio 28:18, 23-24, 38-40, 45).<br />
Nestes versos, Deus adverte que se o Seu povo desobedecesse a Seus<br />
mandamentos e estatutos, as ceifas falhariam, as chuvas não viriam, as colheitas seriam<br />
pequenas, a locusta (tipo de grilo <strong>ou</strong> gafanhoto) consumiria a comida e o fruto das<br />
árvores falharia.<br />
29
Verso 10<br />
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Nesta passagem, Deus fala da Casa do Tes<strong>ou</strong>ro. Com base em Neemias, capítulo<br />
12, verso 44, sabemos que esse termo refere-se às câmaras no templo, postas à parte e<br />
designadas para guardar os dízimos dados pelo povo para o sustento dos sacerdotes (e<br />
aos demais levitas).<br />
Não há nenhuma evidência de que devamos associar estas Casas do Tes<strong>ou</strong>ro aos<br />
prédios das igrejas para os quais os crentes do Novo Pacto levam seu dinheiro.<br />
Ademais, a razão pela qual Israel levava todos os dízimos para a Casa do Tes<strong>ou</strong>ro era<br />
para que h<strong>ou</strong>vesse bastante alimento na Casa de Deus. O propósito era que os levitas<br />
tivessem comida.<br />
Nesta passagem também é dito que se o povo fosse fiel em trazer dízimos à Casa<br />
do Tes<strong>ou</strong>ro, Deus abriria as janelas do céu e derramaria para eles uma bênção até que<br />
transbordasse. Isto sem dúvidas refere-se à promessa de Deus de trazer abundantes<br />
chuvas para produzir a bênção de uma transbordante ceifa.<br />
Verso 11<br />
Neste verso, Deus promete que se Israel tr<strong>ou</strong>xer os dízimos e as ofertas, Ele<br />
repreenderá o devorador para que esse não destrua o fruto da terra. Sem dúvida, o<br />
“devorador” é uma referência às locustas que virão sobre os campos de Israel se o povo<br />
falhar em trazer o dízimo (Deuteronômio 28:38).<br />
Verso 12<br />
Neste verso, Deus graciosamente promete que, se Israel for obediente no dar os<br />
seus dízimos e ofertas, todas as nações a chamarão de abençoada. É interessante notar<br />
que Deus não apenas advertiu Israel de que seria amaldiçoada se desobedecesse a Lei<br />
Mosaica, mas também prometeu que ela seria abençoada se a obedecesse. Observe estes<br />
textos:<br />
“E será que, se <strong>ou</strong>vires a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar<br />
todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará<br />
sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão,<br />
quando <strong>ou</strong>vires a voz do Senhor teu Deus. (...) Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto<br />
da tua terra, e o fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.<br />
(...) O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros, e em tudo o que<br />
puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o Senhor teu Deus. (...) E o<br />
30
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Senhor te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais,<br />
e no fruto do teu solo, sobre a terra que o Senhor jur<strong>ou</strong> a teus pais te dar. O Senhor te<br />
abrirá o seu bom tes<strong>ou</strong>ro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para<br />
abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não<br />
tomarás emprestado” (Deuteronômio 28:1-2, 4, 8, 11-12).<br />
Aqui, Deus promete abençoar Israel materialmente se a nação fosse obediente. A<br />
promessa inclui abundantes colheitas, copiosas chuvas, e grandes aumentos nas<br />
manadas e rebanhos.<br />
Portanto, est<strong>ou</strong> convicto de que as bênçãos e maldições escritas em Malaquias<br />
3:8-12 referem-se às bênçãos materiais que Deus prometeu a Israel se ela obedecesse<br />
Seus mandamentos e estatutos. Dar o dízimo foi um destes mandamentos.<br />
O que podemos concluir, então, sobre o dízimo sob a Lei Mosaica? Com<br />
segurança, podemos pensar que o dízimo não tinha nada a ver com dar dinheiro<br />
regularmente, numa base semanal <strong>ou</strong> mensal, mas, ao contrário, tinha relação com<br />
adorar a Deus conforme ordenado no tempo do Velho Pacto.<br />
O mandamento do dízimo, tal como os mandamentos para não comer camarão,<br />
nem ostras <strong>ou</strong> animais impuros, torn<strong>ou</strong>-se obsoleto e foi colocado de lado pela<br />
inauguração do Novo Pacto, na morte de Cristo. O dízimo foi o sistema de impostos e<br />
taxas ordenado por Deus sob o sistema teocrático do Velho Testamento.<br />
Se alguém deseja dar o dízimo realmente (literalmente) de acordo com as<br />
Escrituras, teria que fazer o seguinte:<br />
1 – Deixar seu trabalho e comprar uma terra, de modo que possa criar gado,<br />
plantar e colher (grãos, verduras e frutas).<br />
2 – Encontrar algum descendente de Levi para sustentar, e esse a um<br />
descendente do levita Arão, que seja sacerdote no templo, em Jerusalém.<br />
3 – Usar suas colheitas para observar festas religiosas do Velho Testamento –<br />
Páscoa, Pães Asmos, Pentecostes, Tabernáculos – quando, como e onde Deus orden<strong>ou</strong>,<br />
literalmente.<br />
4 – Começar a dar pelo menos vinte por cento de todas as suas colheitas e<br />
rebanhos a Deus.<br />
5 – Por fim, esperar que, com toda certeza, Deus amaldiçoe sua nação (em<br />
oposição ao próprio crente) com grande insuficiência material se ela for infiel, <strong>ou</strong> a<br />
abençoe com grande abundância material se for fiel.<br />
31
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Penso que todos devam concluir que isto é completamente absurdo.<br />
Reconhecemos que Cristo aboliu o sacerdócio levítico, os sacrifícios de animais e as<br />
festas religiosas do Velho Testamento. Bem, se isto é verdade, por que estamos<br />
tentando manter o dízimo, que foi parte e parcela de todas essas ordenanças do Velho<br />
Testamento?<br />
Aqueles que defendem a entrega do dízimo em Malaquias 3:10 deveriam,<br />
então, transformar as igrejas em celeiros para saciar a fome dos necessitados.<br />
E se mesmo assim, alguém quiser continuar usando este texto para acusar<br />
alguém de ladrão,quero lembrar que esta passagem foi dirigida a liderança religiosa do<br />
povo Hebreu(será que a liderança do povo Cristão é diferente) ,pois estes sim eram os<br />
que estavam conduzindo e ensinando o povo de maneira errada.<br />
Prestem atenção no mesmo texto,só retornando alguns versículos:<br />
Malaquias 3:3 ao 5 (NTLH). “Ele”se sentará para purificar os sacerdotes,os<br />
descendentes de Levi,como quem purifica e refina a prata e o <strong>ou</strong>ro no fogo.Assim eles<br />
poderão oferecer a Deus os sacrifícios que Ele exige .Então as ofertas trazidas pelo<br />
povo de Judá e pelos moradores de Jerusalém agradarão a Deus como acontecia nos<br />
tempos passados.<br />
O Deus todo poderoso diz ao seu povo:<br />
Eu virei julga-los.E darei sem demora o meu testemunho contra todos os que me<br />
não respeitam,isto é, os feiticeiros, os adúlteros , os que juram falso,os que exploram os<br />
trabalhadores e os que negam o direito das viúvas,dos órfãos e dos estrangeiros que<br />
vivem entre vocês.( notem a semelhança com Tiago 1: 27).<br />
32
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
NOVA ALIANÇA<br />
Devemos lembrar que h<strong>ou</strong>ve um hiato de 400 anos – alguns afirmam 430 anos, o<br />
mesmo período que os israelitas ficaram como escravos dos egípcios – entre o profeta<br />
Malaquias, da Velha Aliança, e o surgimento do profeta João Batista, preparador da<br />
Nova Aliança.<br />
JOÃO BATISTA<br />
Se para Malaquias o dízimo era de suma importância, para João Batista o dízimo<br />
era irrisório perto da realidade daquilo que Deus faria por meio de Cristo Jesus.<br />
Caio Fábio afirma que o dízimo é um excelente ponto de partida, mas um<br />
péssimo ponto de chegada.<br />
Lucas 3:2-18:<br />
“Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a<br />
João, filho de Zacarias. E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o<br />
batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; segundo o que está escrito no<br />
livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: preparai o<br />
caminho do Senhor; endireitai as suas veredas. Todo o vale se encherá, e se abaixará<br />
todo o monte e <strong>ou</strong>teiro; e o que é tortuoso se endireitará, e os caminhos escabrosos se<br />
aplanarão; e toda a carne verá a salvação de Deus.<br />
Dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: Raça de<br />
víboras, quem vos ensin<strong>ou</strong> a fugir da ira que está para vir? Produzi, pois, frutos dignos<br />
de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai;<br />
porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. E<br />
também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá<br />
bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.<br />
E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois?<br />
E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que<br />
não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira.<br />
E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe:<br />
Mestre, que devemos fazer?<br />
E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado.<br />
33
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós que faremos? E ele lhes<br />
disse: A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo.<br />
E, estando o povo em expectação, e pensando todos de João, em seus corações,<br />
se porventura seria o Cristo, respondeu João a todos, dizendo: Eu, na verdade, batizo-<br />
vos com água, mas eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não s<strong>ou</strong><br />
digno de desatar a correia das alparcas; esse vos batizará com o Espírito Santo e com<br />
fogo.<br />
Ele tem a pá na sua mão; e limpará a sua eira, e ajuntará o trigo no seu celeiro,<br />
mas queimará a palha com fogo que nunca se apaga.<br />
E assim, admoestando-os, muitas <strong>ou</strong>tras coisas também anunciava ao povo.”<br />
Apenas uma observação a respeito de João Batista: pense bem que tipo de<br />
pregador era este. Não usava r<strong>ou</strong>pas de grife, não comia nos melhores restaurantes, não<br />
morava nas melhores casas, não pregava nos melhores lugares, não anunciava para<br />
agradar seus espectadores e, ainda, dizia-se indigno. Mesmo assim Cristo o cham<strong>ou</strong> de o<br />
maior homem nascido de mulher. Quanta diferença dos pregadores de hoje em dia, que<br />
até se autoproclamam d<strong>ou</strong>tores em divindade!<br />
34
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
JESUS<br />
Cristo não coloc<strong>ou</strong> vinho novo (graça) em odres velhos (Lei), como está escrito<br />
em Marcos 2:22.<br />
fariseus.<br />
Jesus cita o dízimo apenas duas vezes e o faz para expor a hipocrisia dos<br />
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro<br />
e o cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé;<br />
deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mateus 23:23).<br />
Essa passagem em Mateus é repetida de forma similar em Lucas, capítulo 11,<br />
verso 42. Em ambos os casos, é importante notar que o dízimo tinha a ver com ervas<br />
que serviam de condimentos e eram cultivadas no quintal (o produto do campo), não<br />
com dinheiro.<br />
Na Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), assim está escrito:<br />
“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês dão a Deus a<br />
décima parte até mesmo da hortelã, da erva-doce e do cominho, mas não obedecem aos<br />
mandamentos mais importantes da lei, que são o de serem justos com os <strong>ou</strong>tros, o de<br />
serem bondosos e o de serem honestos. Mas são justamente estas coisas que vocês<br />
devem fazer, sem deixar de lado as <strong>ou</strong>tras.”<br />
Àqueles que querem legitimar o dízimo usando estas passagens, com o<br />
argumento que Jesus disse: “deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”,<br />
quero lembrar que:<br />
1 – Jesus estava se dirigindo aos fariseus, judeus legalistas que viviam na<br />
dispensação da Lei.<br />
2 – Note que o dízimo citado é de mantimentos(como a Lei determinava)<br />
3 – Do mesmo modo Jesus dirigia-se aos judeus curados por Ele (Mateus 8:2-4;<br />
Marcos 1:40-45; Lucas 5:12-16; Lucas 17:11-14). Para apresentarem suas ofertas<br />
referente a cura obtida,no templo(conforme a Lei).<br />
4 – Jesus, ainda em vida, estava também debaixo da Lei (Mateus 5:17).<br />
5 – A dispensação da graça só teve validade após o sacrifício de Cristo na cruz<br />
do calvário (capítulo 9 de Hebreus: que obra maravilhosa!).<br />
6 – “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo<br />
adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos cham<strong>ou</strong> das trevas para a<br />
sua maravilhosa luz” (I Pedro 2:9).<br />
35
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Outra passagem se encontra em Lucas 18:12: “Jejuo duas vezes na semana, e<br />
d<strong>ou</strong> os dízimos de tudo quanto possuo.”<br />
Jesus, nesta passagem, está ensinando a parábola acerca do fariseu e do cobrador<br />
de impostos. Cristo põe estas palavras na boca do fariseu, que via a si mesmo como<br />
justo: “d<strong>ou</strong> os dízimos de tudo quanto possuo”. Cristo está enfatizando que o homem<br />
confia em suas obras para ser aceitável por Deus, todavia, a despeito do melhor que<br />
faça, não é justificado aos olhos de Deus.<br />
Infelizmente esta tem sido a d<strong>ou</strong>trina não somente pregada, mas ensinada em<br />
muitos círculos religiosos: toda sorte de bênçãos em nossas vidas são advindas da<br />
nossa fidelidade em dizimar e ofertar. Como se o dízimo fosse uma vacina contra todos<br />
os males, como enfermidades, falências, problemas matrimoniais, etc.<br />
Vejamos:<br />
Cristo foi na direção inversa a esta percorrida por muitas igrejas “atuais”.<br />
“Ninguém pode servir a dois senhores; porque <strong>ou</strong> há de odiar um e amar o<br />
<strong>ou</strong>tro, <strong>ou</strong> se dedicará a um e desprezará o <strong>ou</strong>tro. Não podeis servir a Deus e ao<br />
dinheiro” (Mateus 6:24).<br />
***<br />
“Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil<br />
entrar um rico no reino dos céus” (Mateus 19:23).<br />
***<br />
“E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha<br />
produzido com abundância; e ele arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei? Não<br />
tenho onde recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros,<br />
e edificarei <strong>ou</strong>tros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus<br />
bens; e direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos;<br />
descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: L<strong>ou</strong>co! Esta noite te pedirão a tua<br />
alma; e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que para si ajunta<br />
tes<strong>ou</strong>ros, e não é rico para com Deus” (Lucas 12:16-21).<br />
***<br />
“Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e<br />
vivia todos os dias regalada e esplendidamente.<br />
36
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas<br />
à porta daquele; e desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico;<br />
e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas.<br />
E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de<br />
Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado.<br />
E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e<br />
Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e<br />
manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua,<br />
porque est<strong>ou</strong> atormentado nesta chama.<br />
Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua<br />
vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado” (Lucas<br />
16:19-25).<br />
***<br />
“E pergunt<strong>ou</strong>-lhe um certo príncipe, dizendo: Bom Mestre, que hei de fazer<br />
para herdar a vida eterna?<br />
Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom, senão um, que é<br />
Deus. Sabes os mandamentos: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás<br />
falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.<br />
E disse ele: Todas essas coisas tenho observado desde a minha mocidade.<br />
E quando Jesus <strong>ou</strong>viu isto, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo<br />
quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tes<strong>ou</strong>ro no céu; vem, e segue-me.<br />
Mas, <strong>ou</strong>vindo ele isto, fic<strong>ou</strong> muito triste, porque era muito rico.<br />
E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão<br />
no reino de Deus os que têm riquezas!” (Lucas 18:18-24).<br />
***<br />
Jesus afirm<strong>ou</strong> salvação apenas na casa de Zaqueu, quando esse converteu<br />
também o bolso:<br />
“E, tendo Jesus entrado em Jericó, ia passando.<br />
E eis que havia ali um homem chamado Zaqueu; e era este um chefe dos<br />
publicanos, e era rico.<br />
E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era<br />
de pequena estatura.<br />
por ali.<br />
E, correndo adiante, subiu a um sicômoro para o ver; porque havia de passar<br />
37
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
E quando Jesus cheg<strong>ou</strong> àquele lugar, olhando para cima, viu-o e disse-lhe:<br />
Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém p<strong>ou</strong>sar em tua casa.<br />
E, apressando-se, desceu, e recebeu-o alegremente.<br />
E, vendo todos isto, murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de<br />
um homem pecador.<br />
E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor, eis que eu d<strong>ou</strong> aos pobres<br />
metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo<br />
quadruplicado.<br />
E disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, pois também este é filho de<br />
Abraão” (Lucas 19:1-9).<br />
***<br />
“O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os<br />
pobres. Envi<strong>ou</strong>-me a curar os quebrantados do coração” (Lucas 4:18).<br />
***<br />
“Não ajunteis tes<strong>ou</strong>ros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e<br />
onde os ladrões minam e r<strong>ou</strong>bam; mas ajuntai tes<strong>ou</strong>ros no céu, onde nem a traça<br />
nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem r<strong>ou</strong>bam. Porque onde<br />
estiver o vosso tes<strong>ou</strong>ro, aí estará também o vosso coração” (Mateus 6:19-21).<br />
***<br />
“Ai de vós, os ricos! Porque tendes a vossa consolação” (Lucas 6:24).<br />
***<br />
“Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação e cilada, e em muitas<br />
concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e<br />
perdição” (I Timóteo 6:9).<br />
***<br />
São essas as verdades ensinadas pela igreja de Cristo? Ou temos visto <strong>ou</strong>tro<br />
Evangelho sendo anunciado? Pois me parece que transformaram Deus em um tipo de<br />
gênio da lâmpada, disposto a realizar todas as nossas vontades, dependendo do tanto<br />
que estamos dispostos a “investir”, “ofertar” <strong>ou</strong> “dar de dízimo”.<br />
Não se esqueçam que Jesus foi trocado por dinheiro. Judas, ao perceber que o<br />
reino de Cristo não consistia em poder material, procur<strong>ou</strong> um meio de obter lucro por<br />
conhecê-lo. Será que muitos não agem assim hoje, dizendo que conhecem a Deus para<br />
obter benefícios?<br />
38
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
A estes que pensam que conhecem a Deus, quão duro será <strong>ou</strong>vir da própria boca<br />
d’Ele: “E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós<br />
que praticais a iniqüidade” (Mateus 7:23).<br />
Naquilo que Jesus venceu o diabo ao ser tentado, é justamente no que a “igreja”<br />
sucumbiu . Pois só anunciam um “Deus” de provisão, que está disposto a transformar<br />
todas nossas montanhas em pães. Se acham detentoras dos poderes celestiais, ordenam,<br />
determinam, declaram e não somente mandam nos anjos, como mandam no próprio<br />
Deus. E só se preocupam em expandir “seus” reinos aqui na terra. (Mateus 4:1-11)<br />
E naquilo também que Jesus se levant<strong>ou</strong> contra, que era o que os religiosos<br />
estavam fazendo na casa de Deus: “E, entrando no templo, começ<strong>ou</strong> a expulsar todos os<br />
que nele vendiam e compravam” (Lucas 19:45).<br />
Trata-se daquilo em que transformaram a igreja hoje. Há de tudo dentro dos<br />
templos: lanchonetes, livrarias, locadoras e até discotecas; sem dizer da infinidade de<br />
amuletos vendidos. Seria de fazer Lutero, se fosse vivo, corar de vergonha.<br />
Aliás, acho que este foi um dos grandes erros de Lutero: em vez de ter feito uma<br />
Reforma, deveria ter feito uma implosão e começado tudo de novo. (Talvez seja<br />
porque não havia dinamite naquela época).<br />
Qual a diferença entre Tetzeu (célebre clérigo católico cobrador de indulgências<br />
da época da Reforma) e os vendilhões dos templos modernos, onde se cobra por tudo,<br />
de pregações a testemunhos, e em que, quanto mais famoso o palestrante <strong>ou</strong> espetacular<br />
o testemunho, mais alto é o cachê?<br />
Já <strong>ou</strong>vi, da própria boca de um representante de uma editora de livros<br />
evangélicos, que a grande maioria das publicações é feita apenas para encher livrarias e<br />
bolsos de “notórios” escritores, e que quanto mais atrativo for o título <strong>ou</strong> inovadora a<br />
proposta, mais vendáveis serão.<br />
Há livros que ensinam a emagrecer pela oração e que prometem de tudo, até<br />
tentam explicar quem seria o “pai” de Deus. Sem dizer dos que contém “fórmulas<br />
mágicas” para solucionar qualquer problema. E os mais absurdos são aqueles com<br />
sermões prontos, para toda e qualquer ocasião, <strong>ou</strong> os que mostram como encher os<br />
templos (<strong>ou</strong> seria os bolsos?) daqueles que se dizem interessados na casa do Senhor.<br />
Só existe um caminho, uma verdade e uma razão na vida:<br />
“Pois eu vos digo que está aqui quem é maior (Jesus) do que o templo”<br />
(Mateus 12:6).<br />
39
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
ANANIAS E SAFIRA<br />
Muitos alegam que Ananias e Safira foram mortos por Deus porque não<br />
entregaram o valor integral da sua oferta. Na verdade, a lição ensinada ali era contra a<br />
hipocrisia – pois não adianta entregar o exterior, sem antes entregar totalmente o<br />
interior.<br />
Atos dos apóstolos 5:1-5:<br />
“Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, vendeu uma<br />
propriedade, e reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher; e, levando uma<br />
parte, a deposit<strong>ou</strong> aos pés dos apóstolos.<br />
Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que<br />
mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a não<br />
ficava para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em<br />
teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.<br />
E Ananias, <strong>ou</strong>vindo estas palavras, caiu e expir<strong>ou</strong>. E um grande temor veio<br />
sobre todos os que isto <strong>ou</strong>viram.”<br />
pobre:<br />
Percebam um grande contraste entre a oferta de Ananias e Safira e a da viúva<br />
“Vindo, porém uma viúva pobre deposit<strong>ou</strong> ali duas pequenas moedas<br />
correspondentes a um quadrante. E, Jesus, chamando seus discípulos, disse-lhes: Em<br />
verdade vos digo que esta viúva pobre deposit<strong>ou</strong> no gazofilácio mais do que o fizeram<br />
todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhe sobrava; ela, porém, da<br />
sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento” (Marcos 12:41-44).<br />
Este é <strong>ou</strong>tro absurdo praticado pelas igrejas de hoje. Em vez de jogar redes sobre<br />
todos os tipos de peixes, é jogada a salva, um recipiente onde se recolhem as ofertas,<br />
parecido com um coador de café (acho que é ali que coam mosquitos e engolem camelos),<br />
com o intuito, não de fisgar o peixe, mas de rapinar seus pertences.<br />
Depois de tentar por muito tempo, convenci um grande amigo a ir a uma reunião<br />
comigo, onde um pregador famoso estaria ministrando. Nem bem havia começado o<br />
encontro, resolveram tirar ofertas. Quando passaram a salva ao meu amigo, ele me<br />
olh<strong>ou</strong> e disse: “Mal entrei neste clube e estão me cobrando entrada, imagine quanto vai<br />
40
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
me custar ser sócio?” Não preciso nem dizer que ele nunca mais coloc<strong>ou</strong> o pé dentro de<br />
uma igreja.<br />
Oferta é um ato espiritual, que Deus só requer daqueles que têm uma<br />
aliança com Ele.<br />
Sem fé é impossível agradar-Lhe; “porque é necessário que aquele que se<br />
aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador dos que o buscam”<br />
(Hebreus 11:6).<br />
***<br />
“E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam<br />
suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister”<br />
(Atos dos Apóstolos 2:44-45).<br />
***<br />
“Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus porque<br />
lhe parecem l<strong>ou</strong>cura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem<br />
espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é<br />
discernido” (I Coríntios 2:14-15).<br />
***<br />
“Porque a administração deste serviço não só supre as necessidades dos santos,<br />
mas também é abundante em muitas graças, que se dá a Deus.<br />
Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela submissão,<br />
que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade de vossos dons para<br />
com eles, e para com todos” (II Coríntios 9:12-13).<br />
***<br />
Não v<strong>ou</strong> discorrer sobre o Velho Testamento, onde ofertas só eram requeridas do<br />
povo de Deus, pois seria necessário mais um capítulo apenas para este assunto. Como<br />
meu interesse é permanecer no solo da graça, sigamos adiante.<br />
“Para que, no caso de eu tardar, saibas como se deve proceder na casa de<br />
Deus, a qual é a igreja do Deus vivo, coluna e esteio da verdade” (I Timóteo 3:15).<br />
41
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
O APÓSTOLO PAULO E AS OFERTAS<br />
I Coríntios 16:1-2:<br />
“Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que<br />
ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de<br />
parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que não se façam as<br />
coletas quando eu chegar.”<br />
No texto acima, o apóstolo Paulo dá direções à igreja de Corinto: é em<br />
proporção a quanto cada um tem prosperado que se deve dar na coleta para os santos em<br />
Jerusalém, os quais estavam em grande pobreza e passando por enormes aflições.<br />
Embora não exista menção ao fato dos santos em Corinto darem um dízimo (<strong>ou</strong><br />
qualquer <strong>ou</strong>tra percentagem imposta), eles são instruídos a darem proporcionalmente à<br />
sua prosperidade. O foco é simples: aqueles com mais dinheiro deem mais, aqueles com<br />
menos dinheiro, podem dar menos. Nada mais claro nem mais simples.<br />
Atos dos Apóstolos 11:29:<br />
“E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse,<br />
socorro aos irmãos que habitavam na Judeia.”<br />
Foi proporcionalmente aos seus meios que os irmãos em Antioquia ofertaram<br />
aos irmãos que sofriam na Judeia. Em <strong>ou</strong>tras palavras, deram de acordo com suas<br />
capacidades.<br />
II Coríntios 9:7:<br />
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, <strong>ou</strong> por<br />
necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.”<br />
Aqui, Paulo orienta para que seja dado aquilo que foi proposto em cada coração.<br />
Note que o apóstolo não diz quanto dar, nem impõe uma percentagem fixa como<br />
padrão. Ele simplesmente diz que, decidida a quantia, deve-se ir em frente e efetivar o<br />
ofertar.<br />
Muitas vezes, no instante em que vemos uma necessidade, determinamo-nos a<br />
dar certa quantia, mas depois, quando o tempo de dar nos alcança, somos tentados a<br />
voltar atrás (<strong>ou</strong> ficar aquém). Paulo ensina que devemos ser fiéis em fazer o bem<br />
segundo o que já tínhamos proposto em nosso coração.<br />
É importante notar igualmente que o apóstolo Paulo deixa o valor a critério dos<br />
coríntios. Não devemos permitir que <strong>ou</strong>tras pessoas nos manipulem <strong>ou</strong> nos intimidem,<br />
psicologicamente <strong>ou</strong> de qualquer <strong>ou</strong>tra forma, levando-nos a ofertar por um sentimento<br />
42
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
de culpa <strong>ou</strong> pressão. Não pode haver nenhuma compulsão externa em nosso dar; o valor<br />
tem que vir de nossa própria decisão.<br />
Os textos do Novo Testamento nos ensinam que Deus deixa por nossa conta a<br />
decisão sobre o valor das contribuições. Sim, devemos ofertar em proporção aos nossos<br />
meios e a como Deus nos têm prosperado, mas, ao final, somos livres para dar aquilo<br />
que temos desejo. Quão libertador isto é! Principalmente quando consideramos as<br />
táticas manipuladoras que muitas igrejas usam para arrancar dinheiro de seus fiéis.<br />
43
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
O PROPÓSITO <strong>DA</strong>S NOSSAS OFERTAS<br />
Devemos usar nosso dinheiro para satisfazer que tipos de necessidade? O Novo<br />
Testamento nos dá alguma luz sobre este importante assunto?<br />
As Escrituras são muito claras nesta área. O Novo Testamento ensina que há três<br />
propósitos para o nosso ofertar:<br />
textos:<br />
1. Satisfazer as necessidades dos santos<br />
Este tema é como um fio que permeia toda a Escritura. Consideremos alguns<br />
“E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam<br />
suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister”<br />
(Atos dos Apóstolos 2:44-45).<br />
O espírito de amor e generosidade era tão grande na igreja primitiva, que os<br />
crentes, de livre vontade e alegremente, abriram mão de suas próprias propriedades e<br />
possessões, para ministrarem às necessidades dos <strong>ou</strong>tros santos. Eles chegaram mesmo<br />
ao ponto de vender suas terras e casas para tomarem conta um do <strong>ou</strong>tro (Atos dos<br />
Apóstolos 4:34).<br />
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar<br />
as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus?” (I João 3:17).<br />
“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não<br />
h<strong>ou</strong>vermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas<br />
principalmente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:9-10).<br />
Embora o “façamos o bem” não seja claramente definido, seguramente incluiria<br />
o ofertar para satisfazer as necessidades dos domésticos da fé.<br />
Em adição a estes textos, lemos também em Mateus, capítulo 25, versos 31 a 40,<br />
que, quando Cristo voltar, separará as ovelhas dos bodes. As ovelhas são descritas como<br />
aqueles que alimentaram Cristo quando ele estava faminto, deram-lhe de beber quando<br />
estava sedento, vestiram-no quando estava nu. Quando as ovelhas replicam: “Senhor,<br />
quando (...) e te demos de comer? (...) e te demos de beber?(...) e te hospedamos?(...) e<br />
te vestimos?(...) e fomos ver-te?” Cristo responde: “Em verdade vos digo que quando o<br />
fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.<br />
Jesus, então, nos diz claramente que, quando usamos nosso dinheiro para vestir e<br />
alimentar os irmãos de Cristo – que, de acordo com Mateus, capítulo 12, verso 50 é<br />
44
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
“qualquer que fizer a vontade de meu Pai (Deus) que está nos céus” – estamos<br />
ministrando a Ele.<br />
Ademais, I Timóteo, capítulo 5, verso 16, dá instruções sobre como a igreja deve<br />
sustentar viúvas desvalidas. Ainda mais, temos visto, nos textos já citados, as muitas<br />
exortações do apóstolo Paulo para ofertar aos santos pobres em Jerusalém. Portanto, é<br />
bastante claro que uma das prioridades do ofertar no Novo Testamento é satisfazer as<br />
necessidades dos santos.<br />
2. Satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos<br />
Além de usar o dinheiro para satisfazer as necessidades dos nossos irmãos e<br />
irmãs em Cristo, as Escrituras também nos levam a utilizá-lo para sustentar os que<br />
trabalham na obra do Senhor. Consideremos as seguintes passagens:<br />
“Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada<br />
honra, principalmente os que trabalham na palavra e na d<strong>ou</strong>trina; porque diz a<br />
Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: digno é o obreiro do seu salário”<br />
(I Timóteo 5:17-18).<br />
Neste texto, honra significa mais do que estima e respeito, pois, no verso 3 do<br />
mesmo capítulo, Paulo ordena a Timóteo: “Honra as viúvas que verdadeiramente são<br />
viúvas.” Honrar estas viúvas é provê-las (verso 8) e assisti-las (verso 16).<br />
Quando menciona honrar os anciãos que trabalham duramente na pregação e<br />
ensino da Palavra, imediatamente depois de falar que é preciso honrar as viúvas, Paulo<br />
tem a mesma coisa em mente: prover e assistir aos anciãos financeiramente, de modo<br />
que possam dedicar-se ao trabalho na Palavra.<br />
Um ancião que ensina é como um boi a que se deve permitir comer enquanto<br />
está debulhando. Em <strong>ou</strong>tras palavras, enquanto está trabalhando com todo esforço. Ele<br />
também é como um operário, digno de seu salário. A uniforme prática apostólica do<br />
Novo Testamento foi a de apontar anciãos para superintenderem as igrejas que os<br />
apóstolos plantavam. Paulo simplesmente está dirigindo as igrejas a proverem e<br />
assistirem financeiramente estes anciãos, de modo que possam dar seu tempo à tarefa de<br />
ministrarem ao rebanho.<br />
I Coríntios 9:6-14:<br />
“Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar? Quem jamais<br />
milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem<br />
apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado? Digo eu isto segundo os homens?<br />
45
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Ou não diz a lei também o mesmo? Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a<br />
boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois? Ou não o diz<br />
certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve<br />
lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser<br />
participante. Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós<br />
recolhamos as carnais? Se <strong>ou</strong>tros participam deste poder sobre vós, por que não, e<br />
mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para<br />
não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo. Não sabeis vós que os que<br />
administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo<br />
estão junto ao altar, participam do altar? Assim orden<strong>ou</strong> também o Senhor aos que<br />
anunciam o evangelho, que vivam do evangelho.”<br />
Nesta passagem Paulo clama o direito dos apóstolos de se absterem de trabalhos<br />
seculares e de receberem o sustento material daqueles a quem serviam. De fato, Paulo<br />
assevera que o Senhor mand<strong>ou</strong> àqueles que proclamam o evangelho que obtenham seu<br />
viver também do evangelho.<br />
Filipenses 4:15-18:<br />
“E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando<br />
parti da Macedônia, nenhuma igreja comunic<strong>ou</strong> comigo com respeito a dar e a<br />
receber, senão vós somente; porque também uma e <strong>ou</strong>tra vez me mandastes o<br />
necessário a Tessalônica. Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça<br />
para a vossa conta. Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio est<strong>ou</strong>,<br />
depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de<br />
suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus.”<br />
Neste texto o apóstolo declara expressamente que a dádiva enviada pelos<br />
filipenses, um fragrante aroma, foi um sacrifício aceitável agradável a Deus. O próprio<br />
Deus nos tem dado sua aprovação para usarmos nosso dinheiro para sustento de fiéis<br />
obreiros cristãos. Portanto, é importante que o povo de Deus utilize seus recursos<br />
financeiros para sustentar quer sejam anciãos de uma igreja local, evangelistas<br />
itinerantes <strong>ou</strong> missionários.<br />
3. Satisfazer as necessidades dos pobres<br />
Em adição ao uso do dinheiro para satisfazer às necessidades dos santos e<br />
obreiros cristãos, as Escrituras também nos mandam utilizá-lo na satisfação das<br />
necessidades dos pobres. Considere os seguintes textos:<br />
46
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
“Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se<br />
envelheçam; tes<strong>ou</strong>ro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não<br />
rói. Porque, onde estiver o vosso tes<strong>ou</strong>ro, ali estará também o vosso coração” (Lucas<br />
12:33-34).<br />
“Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que<br />
é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28).<br />
Aqui a pessoa que sofre a necessidade não é identificada como crente, mas<br />
presumivelmente pode ser qualquer um padecendo de privação.<br />
“A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e<br />
as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo” (Tiago 1:27).<br />
Visitar órfãos e viúvas deve ser mais que uma ocasião social. Está implícita, na<br />
declaração, a ideia de que ajudá-los requer ofertar sacrificialmente.<br />
Como vimos, podemos sumarizar o ensino do Novo Testamento sobre o<br />
propósito do ofertar para:<br />
1. satisfazer as necessidades dos santos;<br />
2. satisfazer as necessidades dos obreiros cristãos;<br />
3. satisfazer as necessidades dos pobres.<br />
Note a similaridade do dízimo da Antiga Aliança com a oferta da Nova Aliança:<br />
ANTIGA ALIANÇA NOVA ALIANÇA<br />
O dízimo podia ser comido<br />
A oferta é destinada a satisfazer<br />
pelo dizimista.<br />
as necessidades dos santos<br />
O dízimo deveria sustentar os levitas. A oferta deve satisfazer<br />
as necessidades dos obreiros cristãos.<br />
O dízimo deveria socorrer órfãos,<br />
A oferta deve satisfazer<br />
viúvas e necessitados.<br />
as necessidades dos pobres.<br />
JÁ QUE FALAMOS <strong>DE</strong> UMA NOVA ALIANÇA<br />
VAMOS AO TEXTO QUE POR SI SÓ NOS EXPLICA TUDO:<br />
Hebreus, capítulo 7, recapitula a experiência de Abraão dando o dízimo a<br />
Melquisedeque. O dízimo é apresentado como Lei a partir do verso 5, dentro do sistema<br />
levítico:<br />
“E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a<br />
lei, de tomar os dízimos do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que estes também tenham<br />
saído dos lombos de Abraão” (Hebreus 7:5).<br />
47
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
A lei citada é a Lei de Moisés, que obrigava o israelita a levar os dízimos para os<br />
levitas. Segundo esta Lei, os levitas tinham o direito de tomar os dízimos do povo de<br />
Israel. Isso era Lei! Lei completamente vinculada ao ministério sacerdotal dos levitas.<br />
Os versos 6-10 do mesmo capítulo falam sobre o fato de Levi, por meio de<br />
Abraão, seu bisavô, ter pago o dízimo a Melquisedeque. Isso mostra a superioridade da<br />
ordem de Melquisedeque sobre a levítica.<br />
A Lei que já tinha sido citada no verso 5 é mencionada uma segunda vez no<br />
verso 11, novamente dentro de um contexto levítico:<br />
“De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (pois sob este o<br />
povo recebeu a lei), que necessidade havia ainda de que <strong>ou</strong>tro sacerdote se levantasse,<br />
segundo a ordem de Melquisedeque, e que não fosse contado segundo a ordem de<br />
Arão?” (Hebreus 7:11).<br />
Perceba que em nenhum momento das várias vezes em que o capítulo menciona<br />
Abraão dando dízimo para Melquisedeque é dito <strong>ou</strong> sugerido que Abraão o fez por força<br />
de lei. A lei para o dízimo aparece apenas no contexto levítico.<br />
O verso 12 é o ponto de ruptura:<br />
“Pois, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da<br />
lei” (Hebreus 7:11-12).<br />
Esta é a terceira vez que a palavra lei aparece neste capítulo. O verso claramente<br />
refere-se às leis do sacerdócio levítico, o que obviamente inclui a lei do dízimo citada<br />
nos versos 5 e 11. Estas leis são mudadas no momento em que Cristo morre, ressuscita e<br />
torna-se sumo sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.<br />
Este é o momento de ruptura do antigo modelo. Cai o sacerdócio levítico<br />
com todas as suas leis e surge um novo modelo encabeçado por Cristo e descrito<br />
entre os versos 13-17. Quando lemos que o sistema sacerdotal levítico caiu e, como<br />
consequência, suas leis também, conclui-se que a lei de que este capítulo fala trata do<br />
dízimo.<br />
O tema principal de Hebreus 7 é a supremacia do novo modelo sacerdotal. A<br />
abolição da lei que obrigava a entrega do dízimo aos levitas é apenas citada para ilustrar<br />
a falência do antigo modelo sacerdotal. A palavra dízimo é citada sete vezes nos<br />
primeiros 9 versos do capítulo. Isso mostra quão forte foi o argumento do dízimo na<br />
defesa da tese principal. Fica claro que, quando o modelo levítico é superado, as leis<br />
atreladas a ele também sucumbem.<br />
48
capítulo.<br />
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Se alguns ainda duvidam da anulação desta lei, basta continuar a leitura do<br />
“Pois, com efeito, o mandamento anterior é ab-rogado por causa da sua<br />
fraqueza e inutilidade (pois a lei nenhuma coisa aperfeiço<strong>ou</strong>), e desta sorte é<br />
introduzida uma melhor esperança, pela qual nos aproximamos de Deus” (Hebreus<br />
7:18-19).<br />
49
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
QUE LEI É APLICA<strong>DA</strong> HOJE?<br />
Hoje em dia, não vivemos sob a Lei de Moisés. Jesus a aboliu por sua morte<br />
(Efésios 2:14-15). Estamos mortos a essa Lei para que possamos estar vivos para Cristo<br />
(Romanos 7:4-7). A Lei gravada nas pedras, no Monte Sinai, extinguiu-se e a Nova<br />
Aliança permanece (II Coríntios 3:6-11).<br />
A Lei funcion<strong>ou</strong> como um tutor para trazer o povo a Cristo, mas não estamos<br />
mais sob suas regras (Gálatas 3:22-25). Aqueles que desejam estar sob a Lei abandonam<br />
a liberdade em Cristo e retornam à escravidão (Gálatas 4:21-31), decaem da graça e<br />
separam-se de Jesus (Gálatas 5:1-6).<br />
Não temos o direito de retornar à guarda do sábado, à circuncisão, aos sacrifícios<br />
de animais, às regras especiais sobre r<strong>ou</strong>pas, à pena de morte para os filhos rebeldes, ao<br />
dízimo e a qualquer <strong>ou</strong>tro mandamento da Lei de Moisés.<br />
Vivemos sob a autoridade de Cristo. Ele é o mediador desta Nova Aliança<br />
(Hebreus 9:15). Seremos julgados por Suas palavras (João 12:48-50) e temos a<br />
responsabilidade de obedecer a tudo o que Jesus ordena (Mateus 28:18-20).<br />
Esta, porém, não é uma boa notícia aos avarentos. Primeiro, porque temos<br />
que nos dar totalmente a Cristo, que se entreg<strong>ou</strong> totalmente por nós (Efésios 5:2).<br />
Segundo, porque os avarentos não entrarão nos céus (I Coríntios 6:10).<br />
Àqueles que defendem que Cristo orden<strong>ou</strong> o dízimo em Mateus 23:23 e Lucas<br />
11:42, peço que prestem atenção a esta passagem:<br />
“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus,<br />
de modo nenhum entrareis no reino dos céus” (Mateus 5:20).<br />
Lembrando também aos soberbos:<br />
“Porque do interior do coração dos homens saem os maus pensamentos, os<br />
adultérios, as prostituições, os homicídios, os furtos, a avareza, as maldades, o engano,<br />
a dissolução, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a l<strong>ou</strong>cura. Todos estes males procedem<br />
de dentro e contaminam o homem” (Marcos 7:21-23).<br />
“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência<br />
dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (I João 2:16).<br />
O que está aqui escrito nesta obra não parte somente de meus pensamentos;<br />
garimpei as “minas” citadas na Bibliografia com muito esmero até achar pepitas<br />
preciosas.<br />
50
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Sei que existe muita gente sincera que por força da tradição religiosa <strong>ou</strong> por falta<br />
de um conhecimento mais profundo das Sagradas Escrituras, tem estado presa <strong>ou</strong> tem<br />
prendido <strong>ou</strong>tras em ensinamentos errôneos.<br />
Timóteo:<br />
Sei também que há muita gente mal intencionada, sobre as quais Paulo advertiu<br />
“Se alguém ensina alguma <strong>ou</strong>tra d<strong>ou</strong>trina, e se não conforma com as sãs<br />
palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a d<strong>ou</strong>trina que é segundo a piedade, é<br />
soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das<br />
quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, contendas de homens<br />
corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja fonte<br />
de lucro; aparta-te dos tais” (I Timóteo 6:3-5).<br />
Pedro também advertiu-nos:<br />
“E também h<strong>ou</strong>ve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também<br />
falsos d<strong>ou</strong>tores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o<br />
Senhor que os resgat<strong>ou</strong>, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos<br />
seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por<br />
avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo<br />
não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (2 Pedro 2:1-3).<br />
temporais:<br />
E o próprio Deus adverte aqueles que em Sua igreja buscam apenas riquezas<br />
“Como dizes: rico s<strong>ou</strong>, e est<strong>ou</strong> enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes<br />
que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; aconselho-te que de mim<br />
compres <strong>ou</strong>ro provado no fogo, para que te enriqueças; e r<strong>ou</strong>pas brancas, para que te<br />
vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que unjas os teus olhos com colírio,<br />
para que vejas” (Apocalipse 3:17-18).<br />
Espero que o explanado aqui tenha sido, no mínimo, colírio para seus olhos e, na<br />
melhor das hipóteses, uma cirurgia de catarata. Tive que ser enfadonho no excesso de<br />
textos e argumentos por que sei que existem advogados especialistas em achar brechas<br />
na lei, para invalidá-la. Como sei também que hoje existem especialistas em encontrar<br />
brechas na graça, a fim de anulá-la.<br />
“Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos cham<strong>ou</strong> à graça<br />
de Cristo para <strong>ou</strong>tro evangelho; o qual não é <strong>ou</strong>tro, mas há alguns que vos inquietam e<br />
querem transtornar o evangelho de Cristo.<br />
51
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Mas, ainda que nós mesmos <strong>ou</strong> um anjo do céu vos anuncie <strong>ou</strong>tro evangelho<br />
além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. Assim, como já vo-lo dissemos,<br />
agora de novo também vo-lo digo. Se alguém vos anunciar <strong>ou</strong>tro evangelho além do<br />
que já recebestes, seja anátema” (Gálatas 1:6-9).<br />
Não s<strong>ou</strong> teólogo, s<strong>ou</strong> apenas um servo que ama e defende a Bíblia como regra de<br />
fé. Jamais quis saber além do que convém, e est<strong>ou</strong> também disposto a aprender. Não s<strong>ou</strong><br />
o dono da verdade. Cristo o é.<br />
Aprendi com um querido professor, que hoje está na glória: Sempre navegue no<br />
meio do rio, pois nas beiradas estão as galhadas. Que possamos achar equilíbrio, pois<br />
sem ele tudo desmorona.<br />
“Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Jesus<br />
Cristo é a principal pedra da esquina; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce<br />
para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para<br />
morada de Deus em Espírito” (Efésios 2:20-21).<br />
Apresentei este estudo a um dos líderes de uma das maiores denominações do<br />
país, que disse concordar com tudo. Ele não faria nada, no entanto, para não mexer com<br />
a tradição da igreja.<br />
“Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes.<br />
E muitas coisas fazeis semelhantes a estas” (Marcos 7:13).<br />
“Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata <strong>ou</strong> <strong>ou</strong>ro, que fostes<br />
resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais”<br />
(I Pedro 1:18).<br />
Como disse, não s<strong>ou</strong> teólogo, mas um mineirinho contador de causos com o<br />
atrevimento de mexer na cumbuca da teologia. Por isso, finalizo a obra com o “causo” a<br />
seguir.<br />
52
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
IRMÃO JOÃO E O PÉ <strong>DE</strong> FEIJÃO<br />
(uma fábula verdadeira)<br />
Era uma vez em uma terra não muito distante, uma pobre viúva e seu único<br />
filho. Um dia ela o cham<strong>ou</strong> e disse-lhe: “João, acab<strong>ou</strong> o dinheiro e a comida. Vá até à<br />
cidade e venda nossa vaquinha, pois é o único bem que nos resta. Não temos mais nada<br />
para sacrificar, só um milagre pode nos ajudar agora. Já fiz de tudo: tomei banho com<br />
água do rio Jordão e com sabonete de extrato de arruda, plantei uma roseira ungida,<br />
andei pelo corredor de sal grosso, recebi a oração dos ‘318 duendes’ (<strong>ou</strong> seriam<br />
doentes), fiz quebra de maldição pensando em não quebrar financeiramente, fiz cura<br />
interior para poder ‘perdoar Deus’ e paguei todas as prestações do meu carnê de<br />
contribuição ‘Colunas na Casa de Deus’, e nada adiant<strong>ou</strong>!”<br />
Então João peg<strong>ou</strong> a vaquinha e foi sacrificar sua última esperança. Foi quando<br />
encontr<strong>ou</strong> pelo caminho um senhor que tinha a aparência como de um anjo, e que lhe<br />
fez a seguinte proposta: “Tenho aqui três feijões mágicos chamados: Pai, Filho e<br />
Espírito Santo. Com eles você terá a resposta para tudo aquilo que você precisa (não<br />
para tudo aquilo que você deseja). Estes feijões te darão: amor, gozo, paz,<br />
longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança, domínio próprio e<br />
acima de tudo perdão e salvação.”<br />
Ele volt<strong>ou</strong> saltitante de tanta alegria, pois tinha certeza de que havia encontrado<br />
a pérola de grande valor, havia encontrado um tes<strong>ou</strong>ro escondido. Não esperava a hora<br />
de contar estas boas novas para sua mãe e para todos que encontrasse pelo caminho.<br />
Mas quando cheg<strong>ou</strong> em casa, para sua surpresa a notícia tr<strong>ou</strong>xe mais tristeza do<br />
que satisfação. Sua mãe queria uma resposta para esta vida, não para uma vida<br />
posterior, já que as pessoas só acreditam no milagre quando vêem o santo, e só querem<br />
resolver seus problemas, não os dos <strong>ou</strong>tros.<br />
Ela fic<strong>ou</strong> furiosa e grit<strong>ou</strong> com seu filho: “Como v<strong>ou</strong> viver como uma Rainha?<br />
Como v<strong>ou</strong> viver como filha do Rei? Como v<strong>ou</strong> viver segundo as ‘profecias’ que recebi<br />
da irmã Maricotinha? Como? Com um filho burro como este que tenho!!!”<br />
Como castigo ela o tranc<strong>ou</strong> dentro do quarto e o obrig<strong>ou</strong> a assistir a todos estes<br />
programas “evangélicos” de testemunhos que passam na televisão, e jog<strong>ou</strong> fora os três<br />
feijões pela janela.<br />
53
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Mas aquelas sementes caíram em boa terra, que cresceram e se fizeram árvores,<br />
e em seus ramos se aninharam as aves do céu.<br />
Deus dá aos seus enquanto dormem, e João dormia tranquilo, pois sabia que<br />
aquelas sementes ele havia conseguido não com sacrifício, mas com FÉ.<br />
Quando acord<strong>ou</strong> ele viu uma enorme árvore, que fazia sombra aos cansados e<br />
produzia frutas para alimentar os famintos. Ele a cham<strong>ou</strong> de GRAÇA, mas quanto mais<br />
ele olhava, mais ele se espantava: como pode ser a GRAÇA tão grande, tão enorme?,<br />
pensava.<br />
João tent<strong>ou</strong> medir a GRAÇA e começ<strong>ou</strong> uma árdua tarefa, escalando, subindo,<br />
pois ele não sabia que a GRAÇA só pode ser medida de cima para baixo, não de baixo<br />
para cima, já que suas raízes não nascem na terra, porém no Céu.<br />
Mas algo interessante acontecia: quanto mais ele se esforçava, menos a jornada<br />
rendia. E quanto mais ele descansava, mais a jornada rendia. Ele resolveu então se<br />
deitar em suas folhas e deixar que seus ramos o levassem ao seu destino.<br />
Quando cheg<strong>ou</strong> ao topo, João fic<strong>ou</strong> maravilhado com tantas coisas belas que<br />
encontr<strong>ou</strong> lá: gente de todas as raças, cores e crenças cantavam alegremente, livres de<br />
todos os jugos, dores e preocupações de lá debaixo.<br />
As ruas eram de <strong>ou</strong>ro, o mar de cristal, os muros de jaspe e os portões de<br />
pérolas. E o sol de JUSTIÇA.<br />
Mas ele observ<strong>ou</strong> ao longe algo que destoava daquele lugar, um CASTELO.<br />
De repente se aproxim<strong>ou</strong> dele uma linda mulher (poderia ser uma ANJA, mas<br />
ANJO não tem sexo!) e se apresent<strong>ou</strong>: “Meu nome é AMOR.” E lhe pergunt<strong>ou</strong>: “O que<br />
aflige seu coração, João?”<br />
“O que é aquele castelo e quem mora lá?”, ele pergunt<strong>ou</strong>, intrigado por pensar<br />
que havia pessoas ricas e abastadas <strong>ou</strong> de <strong>ou</strong>tra classe social naquele lugar.<br />
“Não se preocupe, aquilo que você vê é só o JOIO, plantado pelo inimigo.<br />
Aquele castelo se chama <strong>IGREJA</strong> e quem mora lá é um gigante malvado da tribo dos<br />
Apostozeus conhecido como APÓSTOLO. Ele pensa que é grande, mas é o menos<br />
importante aqui. Ele pensa que manda, mas se esqueceu que quem manda aqui é aquele<br />
que serve.”<br />
Curioso como só ele, João resolveu então fazer uma visita para tirar suas<br />
dúvidas. A caminhada foi muito difícil, pois teve que caminhar toda estrada da<br />
RELIGIÃO, percorrer o abismo dos RITUAIS e atravessar as pontes dos DOGMAS e<br />
das DOUTRINAS.<br />
54
DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
Quando cheg<strong>ou</strong>, percebeu um grande letreiro de néon na porta de entrada, carros<br />
importados na garagem e uma enorme livraria, onde se encontravam livros que<br />
explicavam até quem foi o pai de Deus. E mais de mil e uma fórmulas de como ser bem<br />
sucedido lá embaixo. Mas o que mais cham<strong>ou</strong> sua atenção foi uma enorme torre de um<br />
canal de televisão sobre o telhado do castelo.<br />
João entr<strong>ou</strong> e fic<strong>ou</strong> de espreita, quando observ<strong>ou</strong> o gigante vindo elegantemente<br />
vestido num colossal terno Armani. Ele sent<strong>ou</strong>-se em sua enorme poltrona, que mais<br />
parecia um trono, e cham<strong>ou</strong> seus súditos (<strong>ou</strong> membrezia, <strong>ou</strong> como queiram chamar) e<br />
pediu (aliás, orden<strong>ou</strong>): “Tragam a galinha que bota ovos de <strong>ou</strong>ro e a harpa que canta!”<br />
Tr<strong>ou</strong>xeram a gaiola e a harpa e colocaram em cima da mesa (<strong>ou</strong> seria altar). João<br />
observ<strong>ou</strong> que o nome que estava na gaiola na qual a galinha estava presa era DIZÍMO, e<br />
o nome que estava entalhado na harpa cantante era UNÇÃO LEVÍTICA.<br />
O gigante gritava então à galinha: “Bote um ovo de <strong>ou</strong>ro agora, senão eu te<br />
amaldiçoo!” E a galinha temerosa botava um ovo. Cada vez que ele gritava, ela botava<br />
um ovo maior ainda.<br />
Ele gritava então à harpa: “Cante um canto ‘profético’ senão eu te amaldiçoo!” E<br />
a harpa punha-se a cantar sem parar, às vezes repetidamente a mesma canção, até o<br />
gigante entrar em transe.<br />
João se compadeceu daquela situação e pens<strong>ou</strong>: “V<strong>ou</strong> esperar, e quando o<br />
gigante cochilar, v<strong>ou</strong> pegar a galinha dos ovos de <strong>ou</strong>ro chamada DIZÍMO e a harpa<br />
chamada UNÇÃO LEVITÍCA e v<strong>ou</strong> dar no pé.”<br />
O gigante estava exausto, pois havia acabado de participar de uma MARCHA<br />
PROFÉTICA por todo seu território. Peg<strong>ou</strong> logo no sono. Como aquele ditado “a<br />
ocasião é que faz o ladrão” se aplicava a todos ali, João peg<strong>ou</strong> a galinha e a harpa e saiu<br />
em disparada. Mas ao correr a galinha cacarej<strong>ou</strong> e a harpa solt<strong>ou</strong> um som.<br />
O gigante despert<strong>ou</strong> e grit<strong>ou</strong>: “Quem r<strong>ou</strong>b<strong>ou</strong> minhas fontes de renda?!” Ele viu<br />
João correndo e quis correr atrás, mas como estava com a pança cheia depois de ter<br />
comido demais na CEIA <strong>DOS</strong> OFICIAIS, não conseguiu correr e alcançá-lo.<br />
João desceu rapidamente daquela enorme árvore, e grit<strong>ou</strong> para sua mãe: “Traga<br />
logo o machado afiado o qual eu chamo de VER<strong>DA</strong><strong>DE</strong>!” E cort<strong>ou</strong> o tronco da árvore<br />
chamada GRAÇA. Mas cort<strong>ou</strong> só o suficiente para que depois ela brotasse, crescesse e<br />
florescesse novamente.<br />
O gigante despenc<strong>ou</strong> lá de cima, do lugar onde “ele” construíra, e espatif<strong>ou</strong>-se<br />
como Judas lá embaixo.<br />
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DÍZIMO: A <strong>GALINHA</strong> <strong>DOS</strong> <strong>OVOS</strong> <strong>DE</strong> <strong>OURO</strong> <strong>DA</strong> <strong>IGREJA</strong><br />
João fic<strong>ou</strong> tão feliz por ter escapado de tamanha tribulação, que libert<strong>ou</strong> a<br />
galinha que botava ovos de <strong>ou</strong>ro chamada <strong>DIZIMO</strong>. Antes mud<strong>ou</strong> seu nome para<br />
COMPAIXÃO, mas ela não quis ir embora, e fic<strong>ou</strong> botando ovos para quem era agora<br />
seu verdadeiro dono. À harpa chamada UNÇÃO LEVITÍCA, ele permitiu que cantasse<br />
somente aquilo que estivesse em seu coração, e também mud<strong>ou</strong> seu nome para<br />
ADORAÇÃO.<br />
Em gratidão por ter livrado aquele lugar do gigante (mais malandro do que<br />
malvado) os habitantes lhe permitiram que batizasse também aquela cidade. João então<br />
a cham<strong>ou</strong> de LIBER<strong>DA</strong><strong>DE</strong>.<br />
“Fiz-me acaso vosso inimigo, dizendo a verdade?” (Gálatas 4:16).<br />
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CARRANCHO, Júlio. A Mentira Chamada Santo Dízimo. Tradução: Mary Schultze,<br />
2003. www.adventistas.com<br />
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FABIO, Caio. Uma Graça que P<strong>ou</strong>cos Desejam.www.caiofabio.com<br />
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NASCIMENTO, Paulo Gomes do. Abraão: Dizimista Modelo? www.adventistas-<br />
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NASCIMENTO, Paulo Gomes do. Dízimo que Não é Dízimo! Pode? www.adventistas-<br />
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VIANA, Luciana Rodrigues de A. Dízimo: Contribuição da Lei <strong>ou</strong> da Graça?<br />
www.estudos-biblicos.com<br />
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SOBRE O AUTOR<br />
Alexandre C. Freitas Barbado foi missionário no Peru, Amazonas, Nordeste e<br />
Belo Horizonte. É fundador e coordenador do Expresso da Salvação, entidade criada<br />
para atender aos excluídos da nação, e resolveu escrever este texto por não se conformar<br />
com o disparate na questão do uso do dinheiro pelas igrejas – enquanto se constroem<br />
impérios faraônicos com o que é arrecadado em nome do Senhor Jesus, milhões de<br />
pessoas passam fome no país.<br />
De acordo com ele, investem-se milhões na construção de Torres de Babel,<br />
estruturas que serão deixadas para serem queimadas no fogo do juízo, e quase nada nos<br />
valores eternos, que são vidas. Em lugar algum das Sagradas Escrituras Deus nos manda<br />
construir igrejas, porém, nos ordena procurar os perdidos. Ele próprio foi exemplo,<br />
deixando Sua glória, para buscar os perdidos.<br />
construção.<br />
E os homens só buscam a “glória”.<br />
O desejo do autor é de que cada um veja bem sobre que tipo de alicerce está sua<br />
“E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de <strong>ou</strong>ro, prata, pedras<br />
preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a<br />
declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada<br />
um” (I Coríntios 3:12-13).<br />
Lembrando que, quando os discípulos quiseram chamar a atenção de Jesus sobre<br />
a beleza e a grandeza dos templos, Ele respondeu: “Não ficará pedra sobre pedra que<br />
não será derrubada” (Marcos 13:1-2). O que mais chamava a atenção de Jesus Cristo<br />
era a fé. Não esqueçamos jamais que a única coisa que levaremos para o céu são vidas.<br />
Se você quiser mesmo gastar seus rendimentos, uma excelente dica:<br />
“Compra a verdade, e não a vendas; e também a sabedoria, a instrução e o<br />
entendimento” (Provérbios 23:23).<br />
Jesus Cristo.<br />
Mas lembre-se, até isto já foi pago, na cruz do calvário, pelo precioso sangue de<br />
“Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os<br />
demônios; de graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8).<br />
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Para contato com o autor:<br />
alexandrebarbado@hotmail.com<br />
alexandre@iconecta.com.br<br />
alexandre@expressodasalvacao.com.br<br />
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