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APLICAÇÃO DE PARAFUSOS BICORTICAIS DE TITÂNIO PARA ...

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<strong>APLICAÇÃO</strong> <strong>DE</strong> <strong><strong>PARA</strong>FUSOS</strong> <strong>BICORTICAIS</strong> <strong>DE</strong> <strong>TITÂNIO</strong> <strong>PARA</strong> FIXAÇÃO DA<br />

OSTEOTOMIA SAGITAL MANDIBULAR<br />

SS Maia e CAC Zavaglia<br />

Hospital Municipal de Campinas “Dr. Mario Gatti”/<br />

UNICAMP - FEM - <strong>DE</strong>MA<br />

Caixa Postal - 6122 - Campinas - SP<br />

CEP 13083-970<br />

Palavras-chave: Titânio, Biomateriais Metálicos, Cirurgia Ortognática<<br />

biocompatibilidade<br />

Abstract<br />

Este trabalho apresenta um caso clínico de cirurgia ortognática, onde o paciente que<br />

apresentava hipoplasia maxilar e hiperplasia mandibular, foi tratado utilizando os parafusos<br />

bicorticais de titânio, comercialmente puro, para fixação da osteotomia sagital do ramo<br />

mandibular. O movimento realizado durante o ato operatório foi o de recuo da mandíbula.<br />

A fixação com parafusos bicorticais, permitiu que o paciente no pós operatório não tivesse<br />

sua boca bloqueada. Os parafusos bicorticais de titânio, na fixação da osteotomia sagital,<br />

apresentaram boa estabilidade, em comparação com a fixação através de fio de aço (semirígido)<br />

e mini-placas.<br />

INTRODUÇÃO<br />

O titânio e suas ligas são particularmente adequados para o trabalho em ambientes<br />

corrosivos ou para aplicações em que sejam fundamentais o seu baixo peso. Possuem alta<br />

relação resistência-peso e propriedades não-magnéticas. Devido a natureza altamente<br />

reativa do titânio na presença de oxigênio, a fundição deve ser conduzida em fornos a<br />

vácuo. Aplicadas já há bastante tempo na aeronáutica militar, as ligas de titânio atualmente<br />

resolvem problemas de equipamentos em diversas outras áreas, como em implantes<br />

cirúrgicos e em componentes dos equipamentos navais e químicos, além de corpos de<br />

compressores e válvulas. Uma característica muito importante desses materiais é a<br />

excelente resistência à corrosão, superando o aço inoxidável. Essa resistência à corrosão<br />

deve-se à formação na superfície do metal de uma película protetoara de TiO2 compacta e<br />

aderente.<br />

O titânio comercialmente puro presta-se a serviços em meio agressivo, satisfazendo<br />

as exigências básicas nessas apliacações. É fabriacado comumente, segundo graus de<br />

pureza, como nas normas ASTM B265, b338, b367, NOS GRAUS, 1,2 3 E 4. Esses graus<br />

especificam os teores de oxigênio e ferro no produto, que controlam o nível de resistência<br />

mecânica e resistência à corrosão, respectivamente.Especificam também os teores de<br />

carbono, nitrogênio e hidrogênio.<br />

2- CIRURGIA ORTOGNÁTICA<br />

A cirurgia Buco Maxilo Facial, como especialidade odontológica, busca a<br />

identificação e a correção das deformidades dentofaciais e funcionais do paciente. Porém,<br />

muitas vezes, torna-se necessário recorrer ao apoio de outras especialidades, assim como a


ortodontia e a periodontia , proporcionando um aspecto mais anatômico, funcional e<br />

estético ao paciente.<br />

A avaliação do potencial da cirurgia ortognática para o paciente, torna-se uma união de<br />

responsabilidades entre o cirurgião maxilo facial e o ortodontista. Porém, o dentista clínico<br />

e o médico do paciente poderão fornecer valiosas informações sobre o estado geral médico<br />

e dental do paciente, bem como outras especialidades, assim como peridontia e a prótese,<br />

deverão participar da equipe desde o início do tratamento, para assegurar o processo de<br />

correção seqüencial. O final do tratamento deverá refletir o ponto de vista de todos os<br />

profissionais da equipe, com relação aos cuidados com a saúde do paciente.<br />

Todas as fases do tratamento como, a elaboração do diagnóstico e plano de tratamento,<br />

assim como o tipo de material de fixação, observação dos riscos e limitações devem ser<br />

considerado.<br />

Nos últimos anos tem se observado um aumento significativo no número de pacientes<br />

adultos que procuram soluções estéticas e funcionais para os mais variados tipos de<br />

deformidades dentofaciais. Embora alguns aspectos de muitas destas deformidades se<br />

apresentem de forma similar em crianças e adolescentes, outros manifestam-se de forma<br />

diferente ou mais acentuada, modificando assim a abordagem diagnóstica, bem como o<br />

plano de tratamento.<br />

Apesar de serem geralmente mais cooperativos que as crianças e adolescentes, os<br />

pacientes em fase adulta requerem uma maior eficiência na realização do plano de<br />

tratamento, menor tempo de duração do tratamento, manifestando-se muitas vezes de forma<br />

negativa no que diz respeito às extrações dentais e a aplicação de diversos recursos<br />

terapêuticos. Sendo assim, a combinação em determinados casos do tratamento ortodôntico<br />

com a cirurgia ortognática poderá ser uma ótima solução para o tratamento de algumas<br />

deformidades dentofaciais principalmente em adultos.<br />

Portanto, a necessidade de uma abordagem diagnóstica que permita a execução de um<br />

plano de tratamento que proporcione resultados adequados e estáveis é uma realidade,<br />

principalmente quando a deformidade dentofacial em questão não pode ser tratada apenas<br />

com manobras ortodônticas, necessitando de uma complementação através de uma<br />

intervenção cirúrgica.<br />

O advento da cirurgia ortognática tem dado ao ortodontista clínico, em conjunção com o<br />

cirurgião maxilofacial, a habilidade de corrigir deformidades do esqueleto facial que<br />

anteriormente tinham que ser tratadas apenas por métodos ortodônticos. O fato é que os<br />

materiais de fixação evoluirão de maneira a propiciar técnicas cirúrgicas antes impossíveis<br />

de serem realizadas, Freqüentemente, estas tentativas ortodônticas tem tornado possível a<br />

correção de certas deformidades dentofaciais que apresentavam-se intratáveis, ou com um<br />

prognóstico muito desfavorável, frente a procedimentos ortodônticos ou cirúrgicos<br />

isolados. A colaboração entre ortodontistas e cirurgiões maxilofaciais resulta na<br />

determinação de objetivos para a seleção de medidas terapêuticas, indicações e contraindicações<br />

para que o tratamento possa ser considerado em conjunto.<br />

Para aqueles pacientes que apresentam problemas ortodônticos tão severos que a<br />

modificação com o crescimento, nem a ‘’camuflagem ortodôntica” oferecem uma solução<br />

satisfatória, o realinhamento cirúrgico dos maxilares ou o reposicionamento dos segmentos<br />

dento-alveolares é o único tratamento possível. Pelo contrário, a cirurgia maxilofacial<br />

deverá ser apropriadamente coordenada à ortodontia e a outros tratamentos dentais para<br />

alcançar resultados satisfatórios.


A fase de planejamento dos procedimentos ortognáticos deverá envolver estreita<br />

comunicação e cooperação entre ortodontistas e cirurgiões maxilofaciais. Para um resultado<br />

satisfatório, os clínicos devem Ter um plano de tratamento aceitável e acima de tudo serem<br />

capazes de cumprí-lo. O acréscimo de procedimentos estéticos aumenta a complexidade do<br />

tratamento. Entretanto, as técnicas de imagem de vídeo, amplamente difundidas atualmente,<br />

têm auxiliado muito a comunicação entre o ortodontista, o cirurgião e o paciente.<br />

Com o incremento das equipes ortodônticas e cirúrgicas, as técnicas cirúrgicas têm se<br />

tornado mais refinadas, e com a capacidade de serem mais precisas nos movimentos dos<br />

segmentos ósseos osteotomizados, aumentando as possibilidades de que planos de<br />

tratamento mais detalhados possam ser satisfatoriamente executados.<br />

Um diagnóstico preciso é de fundamental importância em casos ortodônticos que<br />

necessitam de complementação cirúrgica para se evitar injúrias desnecessárias durante o ato<br />

cirúrgico. A abordagem diagnóstica e o planejamento do tratamento para pacientes<br />

portadores de severas deformidades dentofaciais é um procedimento um tanto quanto<br />

complexo. Contudo, uma abordagem diagnóstica adequada é essencial para a análise e<br />

avaliação das diversas deformidades dentofaciais, devendo promover uma maior integração<br />

e comunicação entre ortodontistas e cirurgiões maxilofaciais com a finalidade de (1) obter a<br />

motivação e interesse do paciente, (2) informar e preparar o paciente antes da cirurgia e (3)<br />

permitir uma finalização ortodôntica pós-cirúrgica mais fácil para o caso.<br />

3- MATERIAIS E MÉTODOS<br />

O paciente , do sexo masculino, com 31 anos apresentava deformidade dento-facial,<br />

com os seguintes complonates básicos :<br />

• Face côncava<br />

• Classe III dento-esqueletal ( Angle)<br />

• Hipoplasia maxilar<br />

• Mordida aberta anterior<br />

• Mordida cruzada posterior<br />

• Doença periodontal generalizada<br />

O seguinte tratamento foi proposto:<br />

Tratamento periodontal<br />

• Ortodontia pré cirúrgica: alinhamento e nivelamento dental; coordenação dos arcos<br />

• Cirurgia ortognática: Osteotomia mandibular para redução<br />

• Ortodontia pós cirúrgica: Finalização ortodôntica e contenção final<br />

Limite de impureza, % em peso Composição Nominal, %<br />

em peso<br />

Designação N C H Fe O Al Sn Zr Mo V<br />

(máx.) (má<br />

x.)<br />

(máx.) (máx.) (máx.)<br />

Ti puro Grau 2 0,03 0,10 0,015 0,30 0,25 - - - - -<br />

Tabela 1 – Composição do titânio puro, grau 2


4- RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

Na figura 1 observa-se as fotos do paciente , 31 anos, no pré e pós-operatório.<br />

Embora o paciente apresentasse uma face côncava, no pós-operatório conseguiu-se uma<br />

boa relação de perfil, no que se diz respeito a tecidos moles. A oclusão dentária, embora<br />

ligeiramente de topo, apresentou boa estabilidade.<br />

Figura 1: (a) Pré-operatório e (b) Pós-operatório<br />

Figura 2: Raio-X panorâmico. Observar parafusos de fixação.<br />

5- CONCLUSÃO<br />

Essa fixação determinou uma boa estabilidade funcional na fixação da osteotomia<br />

sagital do ramo mandibular e a fixação com parafusos propiciou uma fácil restauração<br />

funcional pós-operatória, uma vez que o paciente não ficou com bloqueio intermaxilar. Isto<br />

não ocorre quando se utiliza a fixação semi-rígida .<br />

5 – REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

1- VAN NOORT, R. Titanium : The Implant Material of Today, journal of<br />

Materials Science, vol. 22, pp. 3808-3811, 1987.<br />

2- BETNER The ASM Committe on Titanium and Titanium Alloys : Introduction<br />

to Titanium and its Alloys, Metals Handbook< American Society for Metals,<br />

vol.3, pp. 353-391, 9 th Eedition, 1985.<br />

3- ELLIS, E.; CARLSON,D.S. The Effects of Mandibular Immobilization on the<br />

Masticatory System : A Review, in Bell WB (ed) Modern Practice in<br />

Orthognathic and Reconstructive Surgery, Vol. Ii, Philadelphia, PA, Saunders,<br />

1992<br />

4- - GREGOLET, J. Ortodoncia y Cirugia Ortognatica Diagnostico y<br />

Planificación, 1997, p.14.<br />

5- BOLTON, W.A. Desarmonia en el Tamaño Dentario y su Relación com el<br />

Análisis y el Tratamiento de las Maloclusiones, Angle Orthodont., 28, 112-130,<br />

1958.

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