Cuidado com o cuidado em saúde. saiba explorar seus ... - UFF
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elações, de micropolíticas de encontros e de jogos de poder entre “sujeitos”<br />
concretos.<br />
Refletir sobre o modo de se trabalhar <strong>em</strong> <strong>saúde</strong>, a sua configuração<br />
tecnológica e as características dos trabalhadores da <strong>saúde</strong>, <strong>com</strong>o sujeitos<br />
implicados <strong>com</strong> os processos produtivos, que visam a produção do <strong>cuidado</strong><br />
junto aos usuários, são movimentos reflexivos necessários, para se entender<br />
a conformação histórica e social do campo da <strong>saúde</strong>, enquanto lugar de<br />
práticas, e sua conformação, enquanto serviço.<br />
Neste percurso, torna- se um imperativo a <strong>com</strong>preensão da concretude que o<br />
ato <strong>cuidado</strong>r adquire a partir de suas características intrínsecas, na qual<br />
identifico a presença tensa da relação tutelar e liberadora de um sujeito<br />
sobre o outro, de modo <strong>com</strong>prometido e “amarrado” a possíveis<br />
agenciamentos de processos de ganhos de autonomia pelo outro, que busca<br />
uma tutela outorgada do ato <strong>cuidado</strong>r.<br />
Isso só é possível porque o ato <strong>cuidado</strong>r é um encontro intercessor entre um<br />
trabalhador de <strong>saúde</strong> e um usuário, no qual há um jogo relacional entre o<br />
mundo das necessidades/direitos <strong>com</strong> o do agir tecnológico.<br />
Neste jogo, o usuário se coloca <strong>com</strong>o alguém que busca uma intervenção,<br />
que lhe permite recuperar, ou produzir, graus de autonomia no seu modo de<br />
caminhar a sua vida. Colocando, neste processo, o seu mais importante valor<br />
de uso: a sua vida, para ser trabalhada <strong>com</strong>o um objeto carente de <strong>saúde</strong> e<br />
<strong>com</strong>o potência de gerar mais vida.<br />
De um modo s<strong>em</strong>elhante ao conceito de autopoiese faço proveito do de<br />
intercessor. De uma maneira mais detalhada, expus este conceito de<br />
intercessor, <strong>em</strong> um dos livros citados, ao falar de que na <strong>saúde</strong>, antes de<br />
tudo, produz- se “bens relações”, produtos de processos intercessores.<br />
Assim, escrevi:<br />
“ Para realizarmos a nossa reflexão vamos partir do conceito de<br />
“intercessores”, que estar<strong>em</strong>os usando <strong>com</strong> sentidos s<strong>em</strong>elhantes ao de<br />
Deleuze no livro "Conversações" (...) O uso deste termo {pode } designar o<br />
espaço de relação que se produz no encontro de "sujeitos", isto é, nas suas<br />
intersecções, e que é um produto que existe para os "dois" <strong>em</strong> ato, não