Os 20 contos inalistas da campanha Ler é TDB! da revista todateen !
Os 20 contos inalistas da campanha Ler é TDB! da revista todateen !
Os 20 contos inalistas da campanha Ler é TDB! da revista todateen !
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>Os</strong> <strong>20</strong> <strong>contos</strong> f<strong>inalistas</strong> <strong>da</strong> <strong>campanha</strong><br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! <strong>da</strong> <strong>revista</strong> to<strong>da</strong>teen !
Sumário<br />
A felici<strong>da</strong>de <strong>é</strong> bem simples .................................................... 05<br />
O diário <strong>da</strong> Ju ........................................................................... 06<br />
Uma amizade especial ........................................................... 07<br />
Sonho real ...............................................................................09<br />
Eu voltarei .................................................................................11<br />
A princesa rapta<strong>da</strong> ................................................................. 14<br />
Sofia, a menina corajosa ........................................................ 15<br />
O poço dos desejos .................................................................. 17<br />
Uma menina de opinião .........................................................19<br />
Mistura extraordinária .........................................................22<br />
A prlncesa e a feiticeira ......................................................... 24<br />
Por um fio ................................................................................ 26<br />
O virtual virou real................................................................. 28<br />
Sapatinho vermelho ............................................................... 31<br />
O príncipe e o All Star ..............................................................32<br />
Por acaso ................................................................................. 35<br />
Dessa vez não foi um sapo ..................................................... 38<br />
Sem medo de ser feliz ............................................................ 40<br />
Cinderela sem querer ............................................................. 43<br />
Tinha que ser assim ............................................................... 45<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
3
Foto: Carlos Hinke/colaborador<br />
Gostar de ler <strong>é</strong> algo que pode ser cultivado. Basta <strong>da</strong>r uma chance pra<br />
si mesma e tentar achar um gênero literário que mais curta: são os<br />
romances que fazem você sonhar acor<strong>da</strong><strong>da</strong>? Aposte na s<strong>é</strong>rie Crepúsculo<br />
para começar. Você não gosta de tanta melação e adora assistir a filmes<br />
de ação? Talvez um livro como os <strong>da</strong> saga Jogos Vorazes deixe você sem fôlego!<br />
Não tem essa de preguiça ou má vontade: se você realmente fizer um esforcinho,<br />
vai descobrir que ler não <strong>é</strong> nenhum sacrifício, mas sim, um presente. Atrav<strong>é</strong>s de<br />
um bom texto, você pode viajar sem sair do lugar, aprender, rir, chorar, se colocar<br />
no lugar de um personagem e refletir sobre o seu dia a dia... É simplesmente<br />
sensacional!<br />
Foi pensando em estimular o hábito <strong>da</strong> leitura que criamos a <strong>campanha</strong> <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!.<br />
Aqui, estão reunidos os <strong>contos</strong> selecionados escritos pelas leitoras que participaram<br />
do nosso concurso cultural. A missão era escrever um “conto de fa<strong>da</strong>s moderno”.<br />
Alguns trazem referências de histórias conheci<strong>da</strong>s, outros inovam totalmente. O<br />
importante <strong>é</strong> que, com a publicação deste e-book, temos<br />
a certeza de que estamos cultivando tamb<strong>é</strong>m o sonho<br />
dessas garotas em continuar expressando sua criativi<strong>da</strong>de<br />
em palavras.<br />
Espero que você curta os <strong>contos</strong> a seguir e inspire-se em<br />
ler ain<strong>da</strong> mais, sempre!<br />
4 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
Editora Revista To<strong>da</strong>teen<br />
Dicas <strong>da</strong> tt<br />
<strong>Os</strong> livros preferidos <strong>da</strong> re<strong>da</strong>ção <strong>da</strong> tt pra você experimentar (caso ain<strong>da</strong> não<br />
conheça!)<br />
Cem Anos de Solidão,<br />
de Gabriel García Márquez (Liliane<br />
de Lucena e Mara de Santi, editorachefe)<br />
Depois Daquela Viagem,<br />
de Val<strong>é</strong>ria Polizzi (Carol Tozi,<br />
designer)<br />
O Apanhador no Campo de<br />
Centeio,<br />
de J. D. Salinger (Bruna Giorgi,<br />
estagiária)<br />
Ela <strong>é</strong> carioca,<br />
de Ruy Castro (Mariana Scherma,<br />
re<strong>da</strong>tora)<br />
O Triste Fim do Pequeno Menino<br />
<strong>Os</strong>tra,<br />
de Tim Burton (Maria Fernan<strong>da</strong>,<br />
designer)<br />
O Rei do Inverno,<br />
de Bernard Cornwell (Thaís Coimbra,<br />
re<strong>da</strong>tora)<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
A felici<strong>da</strong>de <strong>é</strong> bem simples<br />
No dia 08 de setembro de 1992 nascia uma<br />
menininha muito bonita chama<strong>da</strong> Melissa.<br />
Anos depois Mel (Melissa) fazia 15 anos e<br />
queria uma festa perfeita, mas seus pais<br />
não tinham dinheiro para isso e Mel decidiu<br />
trabalhar. Mel conseguiu o dinheiro, mas não sabia se<br />
era o suficiente para fazer uma festa e então procurou<br />
e procurou lugares com des<strong>contos</strong> em festas, e ela at<strong>é</strong><br />
encontrou, mas mesmo com des<strong>contos</strong> as festas ficavam<br />
caras.<br />
Era o fim <strong>da</strong>s f<strong>é</strong>rias e Mel começou a estu<strong>da</strong>r em uma<br />
outra escola. Na hora do recreio ela sentou e começou a<br />
chorar em um lugar isolado de tudo e de todos, mas ela<br />
não sabia que um menino estava lhe observando.<br />
- Quem <strong>é</strong> você? - disse Mel<br />
- Prazer sou Alex!<br />
- Porque você estava me olhando?<br />
- Não pude deixar de notar uma lin<strong>da</strong> moça chorando,<br />
porque você está assim?<br />
- Eu só queria realizar o meu sonho de ter uma festa de<br />
15 anos, mas parece impossível!<br />
- Se eu pudesse eu aju<strong>da</strong>va.<br />
- Deixa pra lá.<br />
<strong>Os</strong> dois ficaram o recreio inteiro conversando e depois<br />
ca<strong>da</strong> um se dirigiu a sua sala.<br />
Passaram-se quatro semanas e era o aniversário de<br />
Melissa: não tinha bolo, nem festa, nem valsa e nem salão<br />
grande! Tinha apenas os seus amigos e a sua família para lhe<br />
desejarem um feliz aniversário, Mel sentiu como se aquilo<br />
fosse melhor do que uma festa gigante, pois sentir que estar<br />
ao lado dos seus amigos e de sua família era incrível! Naquele<br />
exato momento Alex chegou bem ao lado de Melissa, se<br />
ajoelhou e com uma bela pulseira nas mãos disse:<br />
– Quer ser a minha namora<strong>da</strong>?<br />
Logo após as lagrimas caírem do rosto de Mel ela disse:<br />
- Sim!<br />
E com to<strong>da</strong> a família reuni<strong>da</strong> Mel, Alex, Jessica...<br />
Mel sentiu que não precisava de festa, só precisava <strong>da</strong>s<br />
pessoas que amava!<br />
✎ Conto de LAURA MONTEIRO – Teresópolis/RJ<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Na hora do<br />
recreio ela sentou e<br />
começou a chorar<br />
em um lugar<br />
isolado de tudo e<br />
de todos, mas ela<br />
não sabia que um<br />
menino estava lhe<br />
observando.”<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
5<br />
Todos os <strong>contos</strong> publicados estão <strong>da</strong> maneira como as participantes <strong>da</strong> <strong>campanha</strong> nos man<strong>da</strong>ram, não consta nenhuma modificação de sentido.
6 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
O diário <strong>da</strong> Ju<br />
Era uma vez uma garota chama<strong>da</strong> Juliana. Tinha<br />
quatorze anos, olhos azuis e marcas no rosto. Ai,<br />
como ela detestava essas marcas! Sonhava em<br />
encontrar o príncipe de sua vi<strong>da</strong>. O problema <strong>é</strong><br />
que não o achava. Todos os garotos que ela tinha<br />
visto eram mal-educados, grosseiros, e na<strong>da</strong> parecidos com<br />
aqueles dos filmes! Sim, aqueles altos, elegantes e beeem<br />
bonitos.<br />
Ju tinha uma irmã chama<strong>da</strong> Vivi. Tá, esse era o apelido,<br />
mas o nome, nome mesmo, ela não revela nem sob decreto!<br />
At<strong>é</strong> quando foi fazer a carteira de identi<strong>da</strong>de ela mentiu o<br />
nome! Pois bem, Vivi tem quinze anos e vive falando que<br />
a irmã <strong>é</strong> louca em tentar achar o menino ideal. Pra Vivi, ele<br />
não existe. “Todos os meninos são do mesmo jeito: meninos.<br />
O mundo <strong>é</strong> assim!” - dizia para Juliana.<br />
Um dia, Juliana estava deprimi<strong>da</strong>. Não encontrava a<br />
resposta que procurava na vi<strong>da</strong>. Nem sabia sequer, qual era<br />
sua pergunta. Se achava feia, acima do peso, e pra completar,<br />
seus pais não estavam gostando nadinha <strong>da</strong>s suas notas.<br />
Cortaram cinema com as amigas (que já eram poucas),<br />
computador e TV. Para dividir suas mágoas, e já cansa<strong>da</strong><br />
de ficar para<strong>da</strong>, correu para escrever um livro. E este livro<br />
narrava o que ela estava passando. Era uma esp<strong>é</strong>cie de<br />
diário... Só que ela queria compartilhar esse diário, queria<br />
poder mostrar esse diário para o mundo. Queria que to<strong>da</strong>s as<br />
garotas que estivessem passando pelo mesmo que ela não<br />
se sentissem sozinhas. Que soubessem que havia algu<strong>é</strong>m<br />
que estava na mesma situação. E todo dia ela escrevia.<br />
Certo dia acabou seu livro, com a capa azul forma<strong>da</strong> por<br />
lágrimas e as folhas por lembranças. Ela tinha encontrado sua<br />
resposta, tinha descoberto sua pergunta! Então, realmente<br />
não havia garoto perfeito, mas havia um garoto perfeito para<br />
você. Havia um garoto que realmente se importava com você,<br />
que pensava em você, que gostava de você. E talvez ele não<br />
fosse tão bonito como nos filmes. Nem tão elegante, mas sim,<br />
ele era perfeito. Você adorava exatamente suas imperfeições<br />
e o aceitava do jeito que era. Ju um dia percebeu esse garoto,<br />
que não tirava os olhos dela e, assim, acabou seu livro. Ok, ele<br />
podia não ter um cavalo no final <strong>da</strong>s contas, mas tinha algo<br />
muito melhor: seu amor.<br />
✎ Conto de EDUARDA SAADE PORTO – Rio de Janeiro/RJ<br />
Para dividir<br />
suas mágoas, e<br />
já cansa<strong>da</strong> de<br />
ficar para<strong>da</strong>,<br />
correu para<br />
escrever<br />
um livro.”<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Uma amizade especial<br />
Era uma vez, uma moça muito simpática que adorava todos que estavam à<br />
sua volta. Ela era muito simples, não ligava para coisas materiais e todos que<br />
a conheciam gostavam muito de tê-la por perto.<br />
Na escola, ela tinha muitos amigos, mas tinha um que era muito especial.<br />
Eles eram inseparáveis, ele era diferente dos outros meninos que achavam<br />
que amizade entre menino e menina não existia.<br />
Algumas pessoas ficavam zombando <strong>da</strong> amizade deles, pois achavam que era<br />
de interesse, ain<strong>da</strong> não conheciam uma amizade ver<strong>da</strong>deira. Fizeram de tudo para<br />
atrapalhar, mas eles eram muito unidos. Um dia,<br />
ela percebeu que ele tinha se afastado dela e<br />
ela sempre perguntava o que tinha acontecido,<br />
mas ele sempre dizia que não era na<strong>da</strong>. Ela não<br />
acreditava e pensava to<strong>da</strong> noite no que havia<br />
acontecido; afinal era uma amizade de tanto<br />
tempo... Ela não obteve respostas; e ficou com<br />
essa dúvi<strong>da</strong> por vários meses, e se sentia triste por<br />
não poder aju<strong>da</strong>r, ela queria muito, mas não queria<br />
insistir numa coisa que ele não queria falar.<br />
Ela deixou isso de lado, mas sentia muita<br />
sau<strong>da</strong>de dele, então foi aí que ela começou a<br />
perceber o quanto ela gostava dele, o quanto ele<br />
fazia falta pra ela. E com ele aconteceu o mesmo.<br />
Ele se perguntava o que havia acontecido para<br />
que, do na<strong>da</strong>, eles parassem de se falar, sem ao<br />
menos uma explicação. Ele tamb<strong>é</strong>m sentia muito<br />
a sua falta.<br />
Passando um tempo ela resolveu tomar<br />
coragem e dizer tudo o que sentia por ele, mas<br />
dessa vez o sentimento era de um amor que<br />
nasceu de uma grande amizade. Então ela escreveu<br />
uma mensagem que dizia assim:<br />
As f<strong>é</strong>rias de verão<br />
vieram em uma<br />
boa hora, pois<br />
o tempo fez eles<br />
pensarem melhor no<br />
que queriam<br />
de ver<strong>da</strong>de.<br />
E assim foi.”<br />
- Oi. Não sei o que aconteceu com a gente, não sei mais o que pensar, mas desde<br />
quando você parou de falar comigo eu descobri o quanto eu gosto de você, eu nunca<br />
tinha sentido uma sau<strong>da</strong>de tão grande por um amigo antes, foi aí que eu percebi que <strong>é</strong><br />
amor. Eu estou gostando de você de ver<strong>da</strong>de, não <strong>é</strong> mais como amigo. Me desculpa se<br />
eu fiz algo de errado, mas saiba que eu estarei aqui sempre para o que você precisar.<br />
Um grande beijo, Marry!<br />
Quando John leu a mensagem de Marry ele não acreditou que ela pudesse gostar<br />
tanto dele, porque ele já sentia isso por ela e ficou com medo de dizer pois achava que<br />
ela gostava de outro e não queria estragar sua amizade, mas depois disso tudo mudou.<br />
As f<strong>é</strong>rias de verão vieram em uma boa hora, pois o tempo fez eles pensarem melhor no<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
7
que queriam de ver<strong>da</strong>de. E assim foi.<br />
Quando voltaram <strong>da</strong>s f<strong>é</strong>rias, John procurou por Marry e, por MSN, tamb<strong>é</strong>m resolveu<br />
dizer tudo o que ele sentia por ela.<br />
Ela leu com atenção e ficou muito feliz, como nunca tinha se sentido antes. Então,<br />
John pediu Marry em namoro e ela aceitou.<br />
Eles viveram esse amor intensamente, aproveitaram ca<strong>da</strong> segundo que estavam junto<br />
para dizer o quanto um amava o outro, pois se esperassem ou ficassem com vergonha,<br />
eles não saberiam quando poderiam se ver novamente.<br />
Quando voltaram à escola, seus amigos viram que eles não estavam juntos como<br />
amigos, mas sim como felizes namorados. E eles resolveram não esconder mais, afinal<br />
um amor tão bonito que nasceu de uma amizade sincera merecia aplausos.<br />
Para eles, na<strong>da</strong> mais importava, se ele era um ano mais novo que ela, não importava<br />
se ela era rica, se ela tinha uma beleza divina, não importava se ele não era um príncipe...<br />
O lema deles agora era: “O importante <strong>é</strong> ser feliz com o que te faz feliz, independente<br />
do que você seja ou tenha”.<br />
✎ Conto de KRISTAL DOS SANTOS SOUZA – Vila Velha/ES<br />
8 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
Meu peito arfava de tão rápido que meu coração batia ao chegar à<br />
porta do ginásio. Parecia que eu ia para a forca, e não para o meu<br />
baile de formatura... Do lado de fora, eu já ouvia o som <strong>da</strong> música<br />
alta, o baile havia começado há pouco tempo e já estava cheio de<br />
gente. Respirei mais uma vez, passei a mão pelo vestido a fim de<br />
ajeita-lo e entrei no local. Sem querer, meus olhos caçavam-no pelo local. Eu queria vêlo.<br />
Precisava muito encontrar com ele...<br />
- Amiga, que bom vê-la, nossa você está lin<strong>da</strong>! - disse uma de minhas amigas, e tratei logo<br />
de colocar um sorriso no rosto, para não passar a impressão que estava nervosa.<br />
- Obriga<strong>da</strong>, você tamb<strong>é</strong>m está lin<strong>da</strong>! - disse. Logo nos encontramos com mais de nossos<br />
conhecidos e ficamos juntos, nos divertindo. Aliás, eu fingia me divertir, meus olhos ficavam<br />
atentos a todo minuto, olhando ca<strong>da</strong> rosto, à procura só de um...<br />
Não aguentando mais a angustia que a ca<strong>da</strong> minuto crescia em meu peito, fui <strong>da</strong>r um<br />
volta pelo ginásio, com a desculpa de que iria falar com uma colega que não via há algum<br />
tempo, e saí de perto de minhas amigas.<br />
Meus olhos percorriam ca<strong>da</strong> canto, e mesmo querendo <strong>da</strong>r sinais de desistência de<br />
minha busca, eu persistia, meu desejo de vê-lo era maior. Meu coração deu um salto<br />
quando avistei os amigos dele, obviamente se eles estivessem lá, ele estaria junto.<br />
Andei o mais próximo possível que eu podia, para não <strong>da</strong>r bandeira que eu estava<br />
olhando, e observei ca<strong>da</strong> rosto <strong>da</strong> rodinha que paquerava um grupo de meninas. Meu<br />
estômago chegou at<strong>é</strong> a se inquietar caso estivesse ali, mas ele não estava. Não sei se<br />
sentia alívio ou se me entristecia afinal ele não estava lá.<br />
Por mais que o meu desejo e a minha esperança falassem mais alto, a ver<strong>da</strong>de seja<br />
dita: ele não havia ido at<strong>é</strong> o baile. Senti um nó em minha garganta pela decepção, eu havia<br />
idealizado muito aquele momento... Incomo<strong>da</strong><strong>da</strong> com a música alta que tocava, resolvi ir<br />
at<strong>é</strong> o jardim, precisava ficar um pouco só. Quando cheguei do lado de fora, dei um suspiro<br />
de alívio, nunca gostei muito de lugares cheios de pessoas e música alta, era totalmente<br />
avessa a bala<strong>da</strong>s. Direcionei-me at<strong>é</strong> o jardim, sentei num banco distante <strong>da</strong> entra<strong>da</strong>. Por<br />
incrível que pareça o local estava vazio, afinal só os babados e aqueles casais que queriam<br />
mais intimi<strong>da</strong>de ficavam lá, mas naquela hora estava vazio. Após ficar descalça e deixar os<br />
p<strong>é</strong>s descansando na grama miú<strong>da</strong>, pus-me a observar o quanto o c<strong>é</strong>u estava lindo naquela<br />
noite. A lua estava cheia e brilhante, por um momento eu pensei que pudesse tocá-la de tão<br />
próxima que estava.<br />
- Queria que ele estivesse aqui... - pensei no meu íntimo. Já fazia alguns dias desde<br />
última vez que eu o tinha visto. Desde a última vez catastrófica onde eu havia dito que era<br />
apaixona<strong>da</strong> por ele e depois tinha saído correndo, deixando-o a ver navios. Mesmo morrendo<br />
de vergonha, queria vê-lo e explicar o acontecido, não sei por que, mas a noite do baile<br />
parecia perfeita para aquela conversa...<br />
- A festa <strong>é</strong> lá dentro. - disse algu<strong>é</strong>m calmamente atrás de mim. Não acreditei quando os<br />
meus olhos se encontraram com os dele.<br />
- D-digo o m-mesmo. - gaguejei. Eu estava vendo certo ou aquilo era só um delírio? Ele se<br />
aproximou sorrindo.<br />
- Bom, eu estava à procura de uma garota que gosta de fugir, sabe, vim à procura dela e<br />
parece que a achei. - Corei fortemente, graças a Deus estava escuro. Mas naquele momento,<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
9
tudo o que eu planejava dizer fugiu de minha mente. Observei-o vindo em minha direção, e<br />
percebi o quanto ele estava lindo de smoking e all star preto.<br />
- Olha, eu queria mesmo me desculpar pelo incidente <strong>da</strong> ultima vez, <strong>é</strong> que...<br />
- Não precisa se desculpar. - interrompeu ele. Por alguns segundos, ele me fitou, e eu<br />
fiquei constrangi<strong>da</strong> diante do olhar dele. Mesmo do lado de fora <strong>da</strong>va pra se ouvir o barulho<br />
<strong>da</strong> musica que vinha de dentro. - Você está muito lin<strong>da</strong>. Não devia estar aqui fora sozinha,<br />
devia estar <strong>da</strong>nçando... - Disse ele, deixando-me mais constrangi<strong>da</strong> ain<strong>da</strong>.<br />
- Devia não, vai. - continuou ele. - Vamos? - ele <strong>da</strong>ndo uma rosa vermelha como<br />
convite para <strong>da</strong>nça.<br />
Ele nem me deixou colocar os sapatos, logo estava em seus braços <strong>da</strong>nçando. Quem diria<br />
que naquele momento eu estava deprimi<strong>da</strong> por querer que ele estivesse ali, e agora estava<br />
em seus braços? A luz <strong>da</strong> lua era forte sobre nós dois, e isso iluminava o olhar dele sobre o<br />
meu. Eu não conseguia articular nenhuma palavra, as borboletas no meu estômago, o suor<br />
frio e o meu batimento cardíaco acelerado eram os que reinavam ali, e não me deixaram<br />
dizer absolutamente na<strong>da</strong>.<br />
- Sabe, eu somente vim ao baile pra poder te encontrar. - começou ele. - Desde aquela<br />
ultima vez que você saiu correndo <strong>da</strong> minha frente, eu não paro de pensar em você... -<br />
comentou ele, fazendo com que eu abaixasse a cabeça, encostando-se ao peito dele, por<br />
vergonha. - Não se envergonhe, eu acho que faria o mesmo. Eu não sou muito bom com as<br />
palavras e acabaria me atrapalhando todo...<br />
- Não imagino você atrapalhado. - disse, voltando a olhar em seus olhos, rindo.<br />
- Pois <strong>é</strong>, por mais que não pareça, eu ficaria. Quem não ficaria receoso ao dizer o que<br />
sente para algu<strong>é</strong>m? - ele sorriu de uma forma tão sincera que eu não quis desviar e me<br />
esconder de novo. - Mas mesmo assim, eu queria que soubesse que estar aqui <strong>da</strong>nçando<br />
com você, <strong>é</strong> uma <strong>da</strong>s formas de dizer que eu sinto o mesmo. Não sou tão bom com as<br />
palavras como você mas eu posso dizer que eu tamb<strong>é</strong>m estou apaixonado por você.<br />
Fiquei alguns segundos o encarando, incr<strong>é</strong>dula <strong>da</strong>s palavras que tinha acabado de<br />
ouvir. Ele, apaixonado por mim? Não sabia o que dizer, aliás, não havia o que dizer naquele<br />
momento... Senti sua respiração mais próxima de meu rosto, meus olhos automaticamente<br />
se fecharam. Suavemente, senti seus lábios tocando os meus, com cui<strong>da</strong>do. Meu coração deu<br />
um salto de tamanha exaltação pelo momento. Nosso beijo era como se fosse um quebracabeça<br />
que se encaixava perfeitamente, assim como seus braços aos meu redor. Logo o<br />
aperto foi mais forte, e o beijo ficando mais intenso, mais urgente, como se fosse o último<br />
bote salva-vi<strong>da</strong>s num oceano...<br />
- Acorde, filha! Ou vai perder o ônibus <strong>da</strong> escola! - levantei num salto após ouvir o grito<br />
de minha mãe me acor<strong>da</strong>ndo. Então tudo não passou de um sonho? Meu peito arfava eu<br />
jurava que podia sentir o gosto do beijo que ele me dera... Passei a mão pelos meus cabelos,<br />
suspirando de desânimo, aquilo tinha sido tão real.<br />
Peguei minha roupa para ir me trocar, mas antes tropecei em algo no chão. Antes de<br />
me levantar vi que, embaixo de minha cama, um rosa vermelha igual à que eu recebi em<br />
sonho estava lá. Não estava despetala<strong>da</strong>, e sim intacta, como se algu<strong>é</strong>m a tivesse colocado<br />
ali cui<strong>da</strong>dosamente...<br />
- Então foi real ou foi um sonho?<br />
✎ Conto de LETICIA LOURENÇO PINTO – Jandira/SP<br />
10 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Eu Voltarei<br />
Olhei para a minha mão, onde repousavam as mais belas e finas espa<strong>da</strong>s que já<br />
carregara, e na outra mão eu segurava um terço de madeira rústica e simples, usado<br />
geralmente pelas freiras em seus conventos. Mas ele não parecia tão simples quando o<br />
olhava, parecia o mais belo. É, minha queri<strong>da</strong>, minha ama<strong>da</strong>, eu prometi voltar aos seus<br />
braços, mas já se passaram dez longos anos, você ain<strong>da</strong> espera por mim?<br />
Recordo-me do último dia que lhe deixei na corte de meu irmão, recordo-me<br />
do beijo que preencheu minha boca e de sua mão repousando sobre a minha e me<br />
entregando esse lindo terço que hoje carrego comigo. “Eu voltarei”, disse eu antes de<br />
partir. E então, seus olhos se encheram de lágrimas, você beijou minha boca novamente<br />
e eu lhe dei as costas. Eu te amo!<br />
- Vamos, Tom! Temos que partir! disse um dos homens de meu senhor, entrando em<br />
minha ten<strong>da</strong>.<br />
Beijei o terço em minha mão e rezei um Pai-Nosso, como sempre fazia antes de<br />
uma batalha.<br />
Eu deixaria a ten<strong>da</strong> para três, não havia homens suficientes para carregar as coisas<br />
durante trás longos dias sem água naquele deserto. Eu sabia que mais <strong>da</strong> metade<br />
morreria tentando atravessar aquele longo trecho, at<strong>é</strong> chegarmos onde os inimigos<br />
estavam abrigados.<br />
Saí <strong>da</strong> ten<strong>da</strong>, montei em meu corcel negro e me<br />
posicionei ao lado de meu senhor. Enrolei o terço<br />
em minha mão esquer<strong>da</strong> e o beijei novamente. “Eu<br />
voltarei!” - disse para mim mesmo.<br />
- Senhor, pense no que eu disse. Metade<br />
de nossos homens morreram na batalha<br />
passa<strong>da</strong> e estamos em minoria e sem água, não<br />
conseguiremos atravessar o deserto sem uma gota<br />
dessa. Fiquemos aqui e esperemos o ataque.<br />
Tanto falou a<br />
princesa, que o<br />
coitado do príncipe<br />
se cansou e se<br />
arrependeu de ter ido<br />
at<strong>é</strong> lá e ter a beijado.<br />
- Tom, eu já lhe disse que vamos atravessar o<br />
deserto com ou sem água. Temos que proteger<br />
nossas terras se quisermos voltar.<br />
- Mas...<br />
- Chega, Tom! - gritou ele - Eu dou as ordens por<br />
aqui você apenas as obedece.<br />
Calei-me, ouvi mais trocentas de milhões de<br />
ordens que não valeria tanta caminha<strong>da</strong> at<strong>é</strong> o lugar<br />
desejado.<br />
- Eu lhe digo, irmão. - disse eu protestando<br />
contra uma de suas ordens - Não teremos forças<br />
para lutar depois. Ouça o que digo!<br />
- Não, Tom! Nós faremos o que estou dizendo!<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
11
Calei-me novamente. Depois de mais um longo falatório embaixo <strong>da</strong>quele sol<br />
infernal começamos a marchar. As tropas começaram a diminuir o ritmo ca<strong>da</strong> vez que o<br />
sol subia, tínhamos pouca água e ela acabaria alguns minutos depois.<br />
- Meu senhor, ouça o que digo. Não estamos longe do acampamento, podemos<br />
voltar!<br />
- Enlouqueceu, meu jovem, já caminhamos um dia todo e não voltarei.<br />
- Faltam mais dois dias de caminha<strong>da</strong> e nossos homens já estão mortos, olhe! -<br />
disse eu apontando para trás mostrando os homens já cansados.<br />
- Pararemos aqui! - gritou ele - Continuaremos amanhã.<br />
Acor<strong>da</strong>mos cedo e marchamos mais um dia inteiro sem água. E foi assim durante o<br />
dia seguinte tamb<strong>é</strong>m.<br />
- Homens - disse meu senhor, perto do campo<br />
inimigo - atrás dessa montanha há o homem que<br />
destruiu nossa terra e que hoje vive em paz, lutem<br />
com to<strong>da</strong> a sua coragem; venceremos e então<br />
voltaremos para casa junto de nossa família.<br />
Todos soltaram gritos, mesmo exaustos. Eu<br />
devia ser o único que não gritei. Enrolei o terço<br />
em minha mão esquer<strong>da</strong>, beijei-o e rezei um Pai-<br />
Nosso. “Eu voltarei” - disse para mim mesmo.<br />
Subimos a colina e nos posicionamos em<br />
seu pico. Não muito embaixo, a tropa inimiga<br />
estava posiciona<strong>da</strong> com o dobro ou at<strong>é</strong> o triplo<br />
de homens a mais que nós. Fechei o meu elmo<br />
e fiz o sinal <strong>da</strong> cruz. As tropas inimigas gritaram,<br />
era o som do ataque. Nossos homens fizeram o<br />
mesmo, descendo colina abaixo e nós colidimos<br />
com o ex<strong>é</strong>rcito inimigo. Minha espa<strong>da</strong> perfurava<br />
corpos e sangues expeliam deles, minha arma se<br />
manchava de vermelho e meu brasão tamb<strong>é</strong>m.<br />
E então, senti algu<strong>é</strong>m me puxar do lado oposto<br />
que lutava, meu corcel correu apavorado e eu caí<br />
ao chão em cima do corpo de um dos homens<br />
que servia meu senhor.<br />
- Finalmente te achei Tom! - disse o homem<br />
em p<strong>é</strong> - Levante, não sou covarde de matar um<br />
homem sem que ele esteja em p<strong>é</strong>.<br />
Levantei-me, com uma certa dificul<strong>da</strong>de.<br />
Coloquei-me de p<strong>é</strong> em posição de ataque,<br />
ele me atacou primeiro e eu o bloqueei, me<br />
desequilibrando.<br />
- Vamos, Tom! Onde está o homem forte<br />
e guerreiro de quem ouvi falar? - disse ele,<br />
debochando de minha cara.<br />
12 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
Levantei-me, com<br />
uma certa dificul<strong>da</strong>de.<br />
Coloquei-me de p<strong>é</strong> em<br />
posição de ataque, ele<br />
me atacou primeiro<br />
e eu o bloqueei, me<br />
desequilibrando.<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
E desta vez o ataquei, fui rápido e ele não conseguiu bloquear o ataque. Minha<br />
espa<strong>da</strong> cortou sua cintura, ferindo-o e tingindo as minhas mãos de sangue. Eu devia ter<br />
quebrado uma ou duas costelas, mas o ferimento nem era tão grave assim. Posicioneime<br />
novamente, mas ele foi mais rápido, atacando-me por cima e ferindo o meu ombro.<br />
Sua espa<strong>da</strong> entrara profun<strong>da</strong>mente em mim, o sangue jorrava pelo ferimento feito.<br />
Cambaleei e caí .<br />
- Vejo que você tem mais fama do que heroísmo, meu jovem! - exclamou ele, rindo.<br />
Levantei-me novamente, desta vez com mais dificul<strong>da</strong>de que antes, e me posicionei<br />
para o ataque.<br />
- Meu rapaz, você não tem chances, perdeu muito sangue!<br />
- Cale-se! - gritei.<br />
Adiante-me atacando por cima, mas ele foi mais rápido novamente, ele me feriu<br />
na barriga, ultrapassando minha armadura. Desta vez caí e sabia que era o meu fim. O<br />
terço continuava em minha mão esquer<strong>da</strong>.<br />
O cavaleiro inimigo se ajoelhou ao meu lado, retirou seu capacete e rezou um Pai-<br />
Nosso, não sabia que havia cavaleiros cristãos no reino inimigo.<br />
Então, meu coração foi parando e eu não pude mais ouvir o que o inimigo<br />
pronunciava. E então me lembrei de minha ama<strong>da</strong>, minha amante, minha vi<strong>da</strong>. Lembreime<br />
de seus cabelos loiros e de seus olhos verdes, ela me beijara a face e eu lhe dizia:<br />
“Eu voltarei”!<br />
✎ Conto de MELINA LATANZIO – Jandira/SP<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
13
14 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
A princesa rapta<strong>da</strong><br />
Era uma vez, a história de uma menina chama<strong>da</strong> Renesmee, ela era um<br />
pequenino bebê, quando uma enfermeira a pegou no hospital e a levou para<br />
a sua casa. Renesmee cresceu aprisiona<strong>da</strong> em uma grande casa onde lá tinha<br />
tudo que uma criança poderia querer: bonecas, vídeo games, computador,<br />
casa de babies, etc. Mas Renesmee não ficava contente com aquilo tudo, ela<br />
sempre pensava quem eram seus pais biológicos e pensava em como fugir <strong>da</strong>li, pois sua<br />
mãe a tratava muito mal. Era Renesmee que limpava a casa, fazia a comi<strong>da</strong> <strong>da</strong> casa, fazia<br />
tudo o que a sua rainha queria. Rainha era o modo como a mãe de Renesmee queria<br />
que a chamasse. A sua mãe escondia um segredo dela: Renesmee era filha de um rei <strong>da</strong><br />
Inglaterra, seu pai Marcelo e sua mãe Regina .<br />
Enquanto lá na Inglaterra o Rei Marcelo e a Rainha Regina viviam desesperados<br />
tentando achar a única filha perdi<strong>da</strong> que nunca tinham visto, eles, no aniversario de<br />
Renesmee, saíam pela ci<strong>da</strong>de soltando fogos: isso era um sinal que eles estavam à<br />
procura <strong>da</strong> filha. Renesmee cresce, vivendo ali naquela casa por 15 anos, sem sair <strong>da</strong>li, e<br />
por esses 15 anos ela descobre que ela <strong>é</strong> filha de um rei e uma rainha, at<strong>é</strong> que ela pede à<br />
sua mãe para poder ir à escola. Sua mãe fala:<br />
- Ok, eu a deixo sair, mas desde que você chegue <strong>da</strong> escola e limpe to<strong>da</strong> a casa,<br />
al<strong>é</strong>m de deixar a minha cama arruma<strong>da</strong> para o meu sono de beleza e tamb<strong>é</strong>m minha<br />
banheira com sais e meu sabonete cheiroso e não escolha qualquer um, quero o de<br />
rosas vermelhas, meu favorito, e não deixa esse seu gato seboso deitar em minha cama.<br />
Renesmee:<br />
- Ok, minha rainha, muito obriga<strong>da</strong>, foi a melhor coisa que você já fez para mim,<br />
prometo que faço tudo direitinho e tamb<strong>é</strong>m prometo que não vou deixar o Simba deitar<br />
em sua cama.<br />
No dia seguinte, Renesmee foi para a escola. Ela amou tudo, os professores, a escola ,<br />
mas tinha gente que olhava pra ela e falava:<br />
- Nossa, que menina esquisita.<br />
- Eu? hein? Eu que não fico com essa menina.<br />
- Nossa, ela chega nessa coisa chata de escola pulando de alegria enquanto eu queria<br />
ficar em casa o dia inteiro.<br />
Renesmee se apaixona por um menino, o Bruno.<br />
At<strong>é</strong> que um dia Renesmee descobre que sua mãe morreu de doença do coração.<br />
Ela ficou senti<strong>da</strong>: não era a mãe biológica dela, mas foi ela que a criou, então ela foi<br />
morar com Bruno na casa dele pois não podia ficar sozinha na casa em que morava,<br />
pois era menor de i<strong>da</strong>de. Renesmee ia participar de um concurso de re<strong>da</strong>ção, ela tinha<br />
que escrever um conto de fa<strong>da</strong>s. No dia do concurso, a rainha e o rei estariam lá, então<br />
quando o Rei Marcelo e a Rainha Regina a viam, eles sentiram uma forte força familiar,<br />
então eles fizeram exames de DNA. Renesmee concordou, pois queria muito saber<br />
quem era seus pais biológicos, então descobriram, com os resultados dos exames, que<br />
Renesmee era sua filha biológica. Então Renesmee se tornou feliz pela primeira vez em<br />
sua vi<strong>da</strong> vivendo com seus pais biológicos e Bruno e tamb<strong>é</strong>m com seu gato Simba.<br />
✎ Conto de BEATRIZ MENDES BARROS SILVA – Presidente Prudente/SP<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
Sofia, a menina corajosa<br />
Era uma vez um pobre casal que vivia em um<br />
pequeno e humilde barraco na zona leste de São<br />
Paulo. Eles trabalhavam no centro de reciclagem,<br />
e o que ganhavam, mal <strong>da</strong>va para sustentá-los.<br />
Numa noite escura e chuvosa, ouviram o choro<br />
de um bebê vindo de uma lata de lixo. Eles rapi<strong>da</strong>mente<br />
acolheram a criança e levaram-na para casa.<br />
A mulher ficou encanta<strong>da</strong> com a lin<strong>da</strong> menina de olhos<br />
verdes e cabelos dourados, querendo, de qualquer maneira,<br />
ficar com a criança. O marido, encantado e ao mesmo tempo<br />
revoltado, nega o desejo <strong>da</strong> esposa:<br />
- Queri<strong>da</strong>, como uma pessoa tem coragem de fazer isso?<br />
Se dependesse de mim, a acolheria sem pensar, por<strong>é</strong>m, não<br />
temos condições de cui<strong>da</strong>r dela. Ela iria sofrer ain<strong>da</strong> mais, pois<br />
nem mesmo comi<strong>da</strong> podemos oferecer! Amanhã, a levaremos<br />
ao centro de adoção.<br />
A mulher, então, caiu em prantos. Mas após um longo<br />
tempo chorando em seu canto, concordou com o marido:<br />
- Você está certo, querido! Mas como a levaremos para o<br />
centro de adoção, se não temos dinheiro para a passagem?<br />
- Daremos um jeito. Agora, vamos dormir.<br />
A noite se passou rapi<strong>da</strong>mente. O marido saiu bem cedinho<br />
de casa, para conseguir dinheiro para levar a criança ao centro<br />
de adoção. A mulher ficou em casa cui<strong>da</strong>ndo <strong>da</strong> menina.<br />
Por volta do início <strong>da</strong> tarde, o marido chega em casa,<br />
eufórico:<br />
- Queri<strong>da</strong>, consegui dinheiro! Se arrume, vamos o mais<br />
rápido possível para o centro de adoção!<br />
Eles foram rapi<strong>da</strong>mente. Foi um momento emocionante<br />
e triste na hora <strong>da</strong> entrega <strong>da</strong> criança, que teria como nome<br />
SOFIA. Para ela saber que um dia o casal honesto e acolhedor<br />
passou pela sua vi<strong>da</strong>, eles escreveram uma carta, e pediram<br />
para que a responsável pelo orfanato entregasse à Sofia<br />
quando ela completasse 15 anos.<br />
Muito tempo se passou. No orfanato em que vivia, ela<br />
cresceu feliz. Uma menina meiga, simpática e doce, ama<strong>da</strong><br />
por tudo e por todos. Tinha muitos amigos, era uma garota<br />
estudiosa e muito corajosa. Quando colocava uma coisa na<br />
cabeça, não tinha na<strong>da</strong> e ningu<strong>é</strong>m que a fizesse mu<strong>da</strong>r de<br />
ideia. E por mais que Sofia encantasse a todos, ela não foi<br />
adota<strong>da</strong>.<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Muito tempo<br />
se passou.<br />
No orfanato<br />
em que vivia,<br />
ela cresceu<br />
feliz. Uma<br />
menina meiga,<br />
simpática e<br />
doce, ama<strong>da</strong><br />
por tudo e por<br />
todos.<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
15
No dia de seu aniversário, funcionários do orfanato fizeram uma festa para<br />
comemorar. Era o melhor dia <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> de Sofia! Ganhou presentes, abraços, carinhos e at<strong>é</strong><br />
um celular <strong>da</strong>do por um dos funcionários! Ao fim <strong>da</strong> festa, antes de dormir, a responsável<br />
pelo orfanato dá a carta para Sofia, como prometido.<br />
Ao ler a carta, Sofia ficou paralisa<strong>da</strong>. Começou a chorar incontrolavelmente, e queria,<br />
de qualquer forma, encontrar aquele casal que cuidou tão bem dela, em uma fase tão<br />
difícil de sua vi<strong>da</strong>.<br />
Ela já planejava a sua fuga, que seria logo de manhã. Com a aju<strong>da</strong> de um funcionário e<br />
de seu melhor amigo Leo, conseguiu o endereço de “seus pais”. <strong>Os</strong> amigos juntaram uma<br />
quantia em dinheiro para Sofia poder se alimentar.<br />
Mesmo correndo o risco de ser puni<strong>da</strong> e sofrer muito nas ruas de São Paulo, não<br />
<strong>da</strong>va para voltar atrás. Logo de manhã, Sofia deixa o orfanato em busca de seus pais. Para<br />
não ir sozinha, seu amigo Leo vai com ela. E depois de muita luta, Sofia consegue chegar<br />
ao seu destino.<br />
Infelizmente, tudo foi em vão. <strong>Os</strong> pais de Sofia haviam se mu<strong>da</strong>do para um bairro<br />
melhor. Totalmente frustrados, Sofia e Leo voltam para o orfanato:<br />
- Leo, por que será que isso acontece justo comigo? Eu queria ser como meninas<br />
normais! Ter pais para me abraçar, me <strong>da</strong>r bronca, brincar e cui<strong>da</strong>r de mim!<br />
- Sofia, pensa comigo: você não tem um pai e uma mãe, mas tem amigos, mais de dez<br />
mães e dez pais, que são os funcionários do orfanato. Nós te amamos, Sofi!<br />
- Mas não <strong>é</strong> a mesma coisa, não. Disse a garota, chorando.<br />
Chegando no orfanato, foram surpreendidos pela diretora, que imediatamente levou<br />
Sofia para sua sala.<br />
Ela se surpreendeu, quando viu uma mulher e um homem sentados.<br />
- Sofia, diga olá para os seus pais. Aqueles que cui<strong>da</strong>ram de você por pouquíssimas<br />
horas. Estão hoje te adotando! Mais que oficial!<br />
Agora, sua felici<strong>da</strong>de estava por inteiro! Depois de alguns anos, começou a integrar<br />
ONGs e centros de adoção, casou-se com Leo, e viveu feliz para sempre!<br />
✎ Conto de ANDREZZA OLIVEIRA SANTOS – São Paulo/SP<br />
16 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
O poço dos desejos<br />
Era um dia de domingo, estava quente e o lugar ali estava cheio. As pessoas<br />
estavam fazendo pedidos em um poço dos desejos, que diziam o quão<br />
milagroso era. Mas <strong>é</strong> claro que Clarisse não acreditava nessas coisas, era<br />
conversa de gente caduca. Estava por lá apenas por ter sido obriga<strong>da</strong> pela<br />
mãe. Sua vontade mesmo era de estar em casa navegando na internet.<br />
O sol que fazia, deixava qualquer um cansado. Então Clarisse conseguiu convencer<br />
a mãe para ir ficar debaixo de algumas árvores e que ela poderia continuar conversando<br />
com as pessoas que acabara conhecendo. Sua mãe aceitou.<br />
A caminho, encontrou um garoto que aparentava ter sua i<strong>da</strong>de, estava sozinho.<br />
Perguntou-se o que o levara at<strong>é</strong> ali, não era um<br />
local comum para jovens. E já que estava à toa e<br />
queria passar o tempo, foi lá falar com o estranho.<br />
- Olá. - disse.<br />
- Oi. - respondeu o estranho.<br />
- Você não parece participar do público alvo<br />
desse lugar.<br />
- Nem você.<br />
O sol que fazia,<br />
deixava qualquer<br />
um cansado. Então<br />
Clarisse conseguiu<br />
convencer a mãe para<br />
ir ficar debaixo de<br />
algumas árvores e que<br />
ela poderia continuar<br />
conversando com as<br />
pessoas que acabara<br />
conhecendo. Sua mãe<br />
aceitou.<br />
- Minha mãe me obrigou a vir. Dizem que esse<br />
poço realiza qualquer desejo. Ela ficou curiosa.<br />
- E você não?<br />
- Sinceramente, não. Não acredito nessas<br />
coisas. Você acredita?<br />
- Se não acreditasse, não estaria aqui. Ain<strong>da</strong><br />
mais agora, que meu desejo se realizou.<br />
- E eu posso saber qual foi o pedido?<br />
- Você<br />
- Como?<br />
- Pedi para conhecer a mulher <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>.<br />
Então você apareceu.<br />
Clarisse sorriu.<br />
- Você <strong>é</strong> louco. Isso não faz sentido.<br />
- Então por que será que você apareceu, assim<br />
que terminei o pedido?<br />
- Coincidência.<br />
- Ah, claro.<br />
- Clarisse! - gritou sua mãe.<br />
- Sim, mãe!<br />
- Ela virou-se para ele: olha, foi um prazer te<br />
conhecer, mas tenho que ir agora... Viu, seu desejo<br />
não se realizou.<br />
Eles sorriram um ao outro. Ela se foi.<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
17
Duas semanas se passaram, ela estava com ele na cabeça. Mas nem seu nome ela<br />
sabia! E aquela história dele ter desejado conhecer algu<strong>é</strong>m e justo ela ter aparecido, na<strong>da</strong><br />
parecia normal. Confusa com seus próprios pensamentos, ela quis voltar ao poço.<br />
O lugar era o mesmo, as pessoas com a mesma cara, por<strong>é</strong>m, quem procurava, não<br />
estava por lá. Ela desejou vê-lo novamente, só que na<strong>da</strong> aconteceu. Achou que estivesse<br />
ficando louca em pensar que existisse algo de mágico ali.<br />
Virou-se para ir embora e esbarrou em algu<strong>é</strong>m. Era ele.<br />
- Pensei que não acreditasse nessas coisas. - Ele disse.<br />
- Não acreditava, at<strong>é</strong> agora.<br />
- O que a fez mu<strong>da</strong>r de ideia?<br />
- Você.<br />
- S<strong>é</strong>rio?<br />
- É. Acho que mu<strong>da</strong>mos de papel.<br />
- Talvez.<br />
- Quer ir ao cinema?<br />
- Só se for agora.<br />
- Espera, posso saber seu nome?<br />
- Jonathan.<br />
- Certo. Acho que podemos ir.<br />
Eles sorriram. Eles se foram. Eles ficaram felizes. Para sempre? Talvez, mas de uma<br />
coisa Clarisse tinha certeza: que aquele poço, realmente, realizava desejos.<br />
✎ Conto de NATALYA LUZIA RODRIGUES DE VASCONCELOS – São Paulo/SP<br />
18 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Uma menina de opinião<br />
No inicio <strong>da</strong>s aulas, a turma B <strong>da</strong> 5ª s<strong>é</strong>rie foi forma<strong>da</strong>. Logo na primeira semana<br />
Clara e Lucas se conheceram e se transformaram em melhores amigos.<br />
Faziam tudo juntos, mas com o passar do tempo os garotos começaram<br />
a caçoar de Lucas porque ele an<strong>da</strong>va com Clara. Ele reprimiu, escondeu e<br />
embalou o sentimento ver<strong>da</strong>deiro de amor que ele sabia que seus amigos<br />
idiotas e imaturos não tinham, mas ele resolveu esconder isso para se sentir como eles.<br />
Ele humilhou e machucou Clara na sexta s<strong>é</strong>rie, na s<strong>é</strong>tima, e na oitava ele começou a<br />
achar que gostava de outra menina para esquecer Clara. Mas depois de um tempo<br />
ele resolveu parar de esconder e se declarar para ela. Ele não aguentava mais aquele<br />
sufoco que tirava, há três anos, suas noites de sono. Quando ele pensava em falar com<br />
ela, vagando pelo corredor pensando no que falar, a viu, senta<strong>da</strong> cabisbaixa e soluçando.<br />
Ele correu desespera<strong>da</strong>mente, se jogou aos seus p<strong>é</strong>s e perguntou a ela o que tinha<br />
acontecido. Ele estava preocupado e tenso. Ela levantou a cabeça e falou:<br />
- Seu idiota! Eu não aguento mais isso! É<br />
um sufoco inútil que não dá pra segurar! Você<br />
sabe que eu já gostei de você e ain<strong>da</strong> fica me<br />
machucando! diz ela.<br />
- Eu não sabia que você gostava de mim! diz<br />
ele.<br />
- Você ain<strong>da</strong> se importa comigo! Eu quero que<br />
você saia <strong>da</strong>qui porque eu não quero ver você<br />
nunca mais!<br />
- Por...<br />
- Saiiiiiiii!! Nunca mais!<br />
Ele se levantou com a cabeça baixa e entrou na<br />
sala! Ele sentiu seu coração metralhado, esmagado,<br />
esfaqueado e jogado num canto frio! Ele engoliu o<br />
choro, mas não conseguiu ser o mesmo o resto do<br />
dia.<br />
Quando bateu o sino ele olhou para a porta na<br />
esperança dela entrar e ele ir se desculpar. Mas o<br />
professor entrou e ela não apareceu!<br />
Ele chamou Anna, amiga de Clara, para<br />
perguntar o que tinha acontecido e ela respondeu:<br />
- Seu troglodita! Você <strong>é</strong> um imbecil! Não sabe<br />
<strong>da</strong>r valor ao que sempre teve! Agora perdeu,<br />
playboy!<br />
Julia, vendo aquilo, chamou sua atenção e<br />
disse:<br />
- Quando terminar a aula me procura!<br />
- Sim, sim! Eu vou te procurar!<br />
Ele se levantou<br />
com a cabeça<br />
baixa e entrou<br />
na sala! Ele<br />
sentiu seu coração<br />
metralhado,<br />
esmagado,<br />
esfaqueado e jogado<br />
num canto frio! Ele<br />
engoliu o choro<br />
mas não conseguiu<br />
ser o mesmo o resto<br />
do dia.”<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
19
espondeu entusiasmado.<br />
Ele passou a aula distante e o professor chamou sua atenção várias vezes.<br />
O sinal tocou, interrompendo o professor!<br />
Ele foi o primeiro a se levantar <strong>da</strong> carteira e ir correndo at<strong>é</strong> Julia. Puxou uma carteira<br />
e se sentou ao seu lado.<br />
- O que foi? Me fala de uma vez! Eu vou ter um tro...<br />
- Tá! Eu vou te contar! Não sei se você sabe, mas a Clara vai morar em São Paulo<br />
agora. E percebo que você estava confuso! O que aconteceu?<br />
- Eu amo a Clara! respondeu ele de uma vez.<br />
- Você retar<strong>da</strong>do? ela disse indigna<strong>da</strong>.<br />
- Não..<br />
- E porque ain<strong>da</strong> não disse isso a ela?<br />
- Por...<br />
- Não e interessa! Corre pra casa dela que ela vai viajar a noite!<br />
Quando acabou a aula e ele foi para casa! Apressado almoçou e quando ia saindo, seu<br />
pai disse:<br />
- Vai aonde, filhão?<br />
- Preciso consertar um erro terrível!<br />
- Eu preciso que você vá comigo ate o escritório!<br />
Eles foram para o escritório e saíram de lá à noite! Ele correu pra casa de Clara e o<br />
porteiro disse que ela tinha acabado de sair!<br />
Ele correu para o aeroporto e ele viu o avião de Clara decolar. Ele chorou que nem<br />
criança. Se sentiu como se tivesse acabado de tomar uma surra! E no dia seguinte ele<br />
chegou na escola todo deprimido, chegou na sala e sentou-se no fundo. Julia sentou a seu<br />
lado e disse:<br />
- Pelo visto você não conseguiu ver ela!<br />
- Ela está com muita raiva de mim! Eu a amo! O que eu faço?<br />
- Diz eu te amo! Respondeu ela com um pouco de demora.<br />
- Mas como?<br />
- Uma palavra mu<strong>da</strong> tudo! Sei lá. Man<strong>da</strong> uma mensagem para o celular dela!<br />
- Ótima ideia!<br />
Ele mandou a mensagem! E Clara quando viu o celular vibrar, pensou:<br />
- De novo! Ningu<strong>é</strong>m vai conseguir me fazer feliz dizendo sau<strong>da</strong>des!<br />
Mas quando ela abriu viu escrito ‘’Te amo!’’<br />
O celular tocou de novo desta vez escrito ‘’Desculpa’’<br />
E mais uma vez era o Lucas.<br />
E de repente 30 mensagens! ‘’Eu te amo, ‘’ Volta logo’’, ‘’Sau<strong>da</strong>de’’.<br />
Ela pegou o primeiro vôo.<br />
E no dia seguinte, Lucas chama Julia.<br />
- E ai? Você mandou?<br />
- Sim! Trinta! E ela não me respondeu nenhuma! Quer saber? Eu desisto! E no<br />
intervalo, ele beija Roberta para tentar arrancar ela de uma vez por to<strong>da</strong>s! Mas foi<br />
quando, de repente, a porta <strong>da</strong> sala de aula abre e ele vê ela! Seu coração bate como se<br />
ele estivesse prestes a morrer! Ele sente uma lança atravessar seu peito! Ele não pensa<br />
<strong>20</strong> to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
duas vezes, reage com seus reflexos. Corre para abraçar ela!<br />
Ela diz:<br />
- Me larga! Eu sabia que não deveria ter vindo! Eu enfrentei meus pais! Abri o jogo<br />
com eles, e quando chego aqui... ah esquecee!<br />
Só então ele percebeu a besteira! Explicou tudo a ela mas ela disse:<br />
- Quando se ama, não se trai! Agora você sabe que eu senti meu coração metralhado,<br />
esmagado, esfaqueado e jogado no canto frio! Eu não vou te <strong>da</strong>r uma segun<strong>da</strong> chance!<br />
- Então me dá um beijo!<br />
- NÃOOOO!!<br />
E ele roubou um beijo dela!<br />
Mas ela não mudou de opinião, mas ficou no Rio e na mesma sala!<br />
Na segun<strong>da</strong> s<strong>é</strong>rie do ensino m<strong>é</strong>dio ele pediu insistentemente ela em namoro e ela<br />
aceitou! Depois disso eles nunca mais se separaram!<br />
✎ Conto de GABRIELA DE OLIVEIRA SOARES – Salvador/BA<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
21
22 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
Mistura Extraordinária<br />
Oi, me chamo Patrícia, mas podem me chamar de Paty. Vou contar o que me<br />
aconteceu hoje:<br />
Estava an<strong>da</strong>ndo pela ci<strong>da</strong>de, pensando em como a vi<strong>da</strong> tem sido boa<br />
pra mim, moro perto <strong>da</strong> praia e ontem conheci algu<strong>é</strong>m diferente. E vocês<br />
podem at<strong>é</strong> não acreditar, mas era uma sereia. Vocês devem estar achando<br />
engraçado, mas <strong>é</strong> ver<strong>da</strong>de.<br />
Ela era lin<strong>da</strong>, ruiva e muito simpática. Ficamos conversando por horas. Quando peguei<br />
meu celular para ver as horas ela ficou encanta<strong>da</strong>, pois nunca tinha visto um. Então eu<br />
contei que existiam muitas outras coisas extraordinárias e que depois iria mostrá-la,<br />
mas como já estava tarde, precisava ir embora. E quando perguntei qual era seu nome,<br />
adivinhem: Ariel. Não acreditei no começo, mas pelo olhar dela era mesmo ver<strong>da</strong>de e,<br />
al<strong>é</strong>m disso, o peixinho era mesmo o Linguado. Ela me disse que o ser humano tem que<br />
preservar a natureza, pois os animais marinhos estão sendo extintos e sua vi<strong>da</strong> não<br />
<strong>é</strong> mais a mesma. Eu concordei e vou mesmo mu<strong>da</strong>r de atitude. Adorei conhecê-la, a<br />
melhor experiência <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>.<br />
Continuei an<strong>da</strong>ndo, rindo sozinha, quando vi uma multidão reuni<strong>da</strong> perto <strong>da</strong> loja de<br />
TVs. Fiquei curiosa e fui lá ver o que estava acontecendo, será que era um acidente ou<br />
um famoso? Mas não, era ningu<strong>é</strong>m mais ningu<strong>é</strong>m<br />
menos que Cinderela contando o que estava se<br />
passando na sua vi<strong>da</strong> e se estava vivendo feliz<br />
como descrevem os livros. Fiquei boquiaberta. O<br />
que estava acontecendo? Primeiro a Ariel agora a<br />
Cinderela. Resolvi então escutar o que ela dizia:<br />
- Bom depois que eu casei com o príncipe e dei<br />
uma lição na minha madrasta e meias-irmãs, me<br />
Devemos amar uns<br />
aos outros e não<br />
ser preconceituosos.<br />
Todos podem brilhar<br />
e realizar os sonhos.<br />
Basta acreditar em si<br />
mesmo!”<br />
mudei para o Brasil e estou gostando muito. Tive<br />
cinco filhos que eu amo muito, ou vocês pensavam<br />
que eu não teria filhos? Sou normal como vocês.<br />
Ain<strong>da</strong> adoro usar sapatos de cristal, mas em casa<br />
gosto de chinelo mesmo. E a lição que eu levo<br />
comigo <strong>é</strong> que ningu<strong>é</strong>m <strong>é</strong> menor que ningu<strong>é</strong>m e<br />
não podemos deixar que nos humilhem e explorem<br />
de nós. Devemos amar uns aos outros e não ser<br />
preconceituosos. Todos podem brilhar e realizar os<br />
sonhos. Basta acreditar em si mesmo!<br />
Eu amei o que ela disse e <strong>é</strong> pura ver<strong>da</strong>de, eu<br />
posso mesmo ser m<strong>é</strong>dica e salvar vi<strong>da</strong>s, esse <strong>é</strong> o<br />
meu sonho. Continuei minha caminha<strong>da</strong> pela ci<strong>da</strong>de<br />
e resolvi parar em um restaurante, me sentei e fiz<br />
meu pedido. Enquanto esperava, veio um homem e<br />
me perguntou se eu queria provar uma torta que ele<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
tinha feito. Eu quis ser gentil e aceitei, mas uma moça que observava me pediu pra não<br />
comer, pois não devíamos aceitar na<strong>da</strong> de estranhos e que ela já tinha passado por isso<br />
e quase morreu se não fosse um beijo de um príncipe. Saquei de cara que era a Branca<br />
de Neve, estava tudo estranho hoje. Mas aceitei o conselho e o homem ficou furioso e<br />
acabou soltando que tinha drogas na torta, então fugiu. Meu Deus, como fui tão ingênua,<br />
eu iria ficar vicia<strong>da</strong> e estragar minha vi<strong>da</strong>. Agradeci a Branca de Neve por me avisar e<br />
almoçamos juntas conversando sobre vários assuntos. Por exemplo: ela me contou que<br />
os sete anões tinham se casado com sete irmãs de 2 metros de altura. Eu ri, mas achei<br />
lindo eles não verem obstáculos para o amor e quando falei isso para a Branca, outra<br />
moça se sentou e cumprimentou ela. Branca de Neve nos apresentou: - Paty, essa <strong>é</strong> a<br />
Bela! Eu gaguejei. - Da Bela e a Fera?- e ela disse que sim. Nossa, estou surpresa em<br />
como meu dia está sendo hoje. Foi quando Bela me disse:<br />
- Amei o que você disse um pouco antes, que <strong>é</strong> lindo um amor sem obstáculos e eu<br />
concordo, afinal, vivi isso e sei que não importa a aparência e sim o conteúdo. Muitas<br />
pessoas parecem ser feias, mas são maravilhosas por dentro, assim como a Fera. Nunca<br />
julgue pelas aparências, elas podem te enganar. Você tem que enxergar al<strong>é</strong>m do que os<br />
seus olhos podem ver.<br />
Eu concordei e falei que não ligava para aparências e que seguiria seu conselho.<br />
Despedimo-nos e eu fui embora, já estava tarde e minha mãe já devia estar preocupa<strong>da</strong>.<br />
An<strong>da</strong>va distraí<strong>da</strong> quando passou por mim uma garota com uma trança enorme. Eu olhei<br />
bem e <strong>é</strong> claro, era Rapunzel, mas ela parecia estar com pressa e eu tamb<strong>é</strong>m, então não<br />
parei para perguntar.<br />
Chegando em casa, cumprimentei minha mãe, mas não contei na<strong>da</strong>, afinal ela nunca<br />
acreditaria em mim. Fui para meu quarto e quando subia as esca<strong>da</strong>s, minha mãe me disse:<br />
- Paty uma garota parecia cansa<strong>da</strong>, ela estava dormindo em um banco na praça,<br />
então fiquei com dó e chamei-a para dormir aqui. Não se preocupe ela <strong>é</strong> uma boa pessoa,<br />
muito simpática por sinal. Está no seu quarto!<br />
Eu disse:<br />
- Tudo bem, mãe, boa noite!<br />
Quando entrei no quarto, adivinha quem estava dormindo na minha cama? Aurora <strong>é</strong><br />
claro, a Bela Adormeci<strong>da</strong>. Afinal quem mais poderia amar um bom sono?<br />
Então peguei meu colchonete e fui dormir.<br />
Acordei com a voz <strong>da</strong> minha mãe me chamando: - Paty, acorde você já está atrasa<strong>da</strong><br />
para a escola, porque você esta dormindo aí?<br />
Eu olhei para a cama e não tinha ningu<strong>é</strong>m. Então perguntei: - Onde está a Aurora?<br />
Ela respondeu: - Que Aurora, filha? Não tem ningu<strong>é</strong>m aqui. Você deve ter sonhado. Ande<br />
vá se arrumar!<br />
Então era um sonho? Nossa mas foi tão real. Queria que fosse ver<strong>da</strong>de, mas deixa pra<br />
lá. Eu aprendi muitas coisas com este sonho.<br />
No caminho <strong>da</strong> escola, passando em frente ao restaurante, vocês não sabem que<br />
pessoas eu vi batendo papo e almoçando juntas. É claro, não era um sonho, minhas mais<br />
novas amigas princesas. Uma mistura extraordinária.<br />
✎ Conto de ROBERTA PASCHOAL DOS SANTOS – Belo Horizonte/MG<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
23
24 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
A princesa e a feiticeira.<br />
Era uma vez uma princesa que se chamava Ariane, ela morava em um<br />
enorme castelo de cristal. Há muito tempo atrás, a mãe dela morreu. O pai<br />
arranjou uma madrasta para a princesa Ariane, por<strong>é</strong>m essa madrasta tinha<br />
uma filha feiticeira que se chamava Bárbara e ela tinha inveja <strong>da</strong> princesa<br />
Ariane. Um dia o pai de Ariane resolveu <strong>da</strong>r um baile para festejar a princesa<br />
Ariane, que tinha feito quinze anos, Bárbara ficou com tanta inveja que resolveu fazer<br />
um feitiço em Ariane. Bem na hora <strong>da</strong> valsa, Bárbara fez o feitiço e transformou a<br />
princesa em sapo. O rei sentiu seus braços vazios e foi quando ele se deparou com um<br />
sapo, mas não percebeu que o sapo era sua filha Ariane, pois mandou o sapo para fora<br />
e ordenou aos guar<strong>da</strong>s que procurassem a sua filha, por que ele achou que a filha tinha<br />
sido sequestra<strong>da</strong>, mas na ver<strong>da</strong>de a filha dele era o sapo. Pois bem, a princesa Ariane<br />
an<strong>da</strong>va solitária e triste, por<strong>é</strong>m quando atravessava o rio, percebeu que a coisa que ela<br />
estava em cima era um livro e um livro de feitiços que certamente era de Bárbara, a<br />
princesa como não tinha na<strong>da</strong> a fazer: pegou o livro<br />
e foi lendo, quando leu uma página que lá estava<br />
escrito: como transformar uma princesa em sapo.<br />
Leu... Leu... E leu... Quando olhou para o cantinho<br />
<strong>da</strong> página, estava escrito: para desfazer este feitiço<br />
a princesa terá de beijar um príncipe e casar-se<br />
com ele. Foi quando Ariane parou para pensar e<br />
lembrou que no reino do qual governava havia um<br />
príncipe apaixonado por ela. Então, Ariane voltou<br />
para o seu reino e foi procurar o príncipe. Chegando<br />
Eu sou a princesa<br />
Ariane e sei que<br />
tu me amas e eu<br />
tamb<strong>é</strong>m te amo<br />
então eu preciso<br />
que você me beije e<br />
case-se comigo.”<br />
lá a princesa se deparou com um lindo príncipe, que<br />
lhe perguntou – O que fazes aqui lin<strong>da</strong> sapinha?<br />
Ariane lhe respondeu - Estou procurando um<br />
príncipe que se chama Stevan. Ele respondeu - Aqui<br />
estou, sou eu. Então, ela respondeu - Ah... então <strong>é</strong><br />
você o príncipe? Pois bem, preciso falar com você.<br />
Eu sou a princesa Ariane e sei que tu me amas e<br />
eu tamb<strong>é</strong>m te amo, então eu preciso que você me<br />
beije e case-se comigo. Pois fui vítima de um feitiço<br />
<strong>da</strong> feiticeira Bárbara e, pra desfazer este feitiço,<br />
você precisa fazer esse favor pra mim. Então você<br />
pode fazer? - Ele: Sim, claro, posso princesa Ariane,<br />
pode ser agora? - Ela: An... pode sim. - Ele: Então<br />
tá um, dois, três...chuuuuuack. Então, a princesa<br />
de sapa virou humana. E os dois foram ao palácio<br />
de cristal para falar com rei (o pai de Ariane). <strong>Os</strong><br />
dois falaram ao rei que Ariane tinha sido vitima dos<br />
feitiços de Bárbara. O rei levantou-se e expulsou a<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
feiticeira Bárbara do palácio. Depois de Bárbara ser expulsa, o príncipe Stevan pediu<br />
a mão <strong>da</strong> princesa Ariane para se casar. O Rei concedeu a mão de sua filha e então a<br />
princesa Ariane e o príncipe Stevan se casaram e viveram felizes para sempre.<br />
✎ Conto de VICTÓRIA REGINA SILVA BASTOS – Salvador/BA<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
25
26 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
Por um fio<br />
Era por muito pouco que ela conseguia me vencer. Mas vencia. Em tudo. Eu<br />
ficava triste e angustia<strong>da</strong>, vendo ela, ali, feliz, a melhor <strong>da</strong> turma. Isabella, a<br />
menina que se senta na primeira fileira, que roubou meu lugar de primeira <strong>da</strong><br />
classe, melhor em tudo, me <strong>da</strong>va raiva. Mas eu não queria ter raiva dela. De<br />
maneira alguma. At<strong>é</strong> que ela era legal. Pra falar a ver<strong>da</strong>de, legal at<strong>é</strong> demais,<br />
tão legal, que ficava at<strong>é</strong> chato de ver. Era adora<strong>da</strong> por todos, seu encanto marcava o ar<br />
deixando rastros por onde passava. Ela era perfeita, e eu não conseguia chegar ao seus<br />
p<strong>é</strong>s.<br />
Se na prova eu tirava “A”, ela, não sei como, conseguia tirar “A+”. Se eu tinha uma<br />
habili<strong>da</strong>de especial, ela arrumava um jeito de ter a mesma, mas muito, muito, melhor. Ela<br />
estava sempre um passo `a frente, ou melhor, uma unha na minha frente.<br />
Nos <strong>é</strong>ramos superpareci<strong>da</strong>s em tudo o que fazíamos. Ate <strong>é</strong>ramos apaixona<strong>da</strong>s pela<br />
mesma pessoa. Todos queriam ser como ela, inclusive eu! Parecia que a perfeição havia<br />
escolhido algu<strong>é</strong>m para seguir, e esta pessoa era ela.<br />
At<strong>é</strong> que um dia, ela passou radicalmente dos limites!<br />
Ah! Isso era uma coisa que ela não podia tirar de<br />
mim. O menino pelo qual compartilhávamos o amor<br />
a escolheu. Tinha que ser, só podia ser ela! Eu não<br />
queria deixar passar, mas o que eu podia fazer?<br />
Eu, uma menina de catorze anos, chegar at<strong>é</strong> ela e<br />
simplesmente falar “eu quero a sua vi<strong>da</strong>!?”. “Deixe<br />
de ser perfeita!?”. Não, não, não, eu fiz uma coisa<br />
mais oculta, só para me sentir melhor, mesmo<br />
sabendo que não ia funcionar, mas de todo jeito<br />
Aquele lugar me<br />
parecia familiar, eu já<br />
havia estado lá antes,<br />
era a casa de alguma<br />
amiga...”<br />
serviria de consolo. Quando era meia-noite, as<br />
estrelas brilhavam, e o c<strong>é</strong>u parecia um manto azul-<br />
marinho, lindo. Fechei os olhos e desejei em silêncio<br />
o maior pedido <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>: EU QUERO TER A VIDA<br />
DA ISABELLA!!! Mas o que aconteceu, acho que<br />
nem mesmo um astrônomo podia explicar: um feixe<br />
de luz iluminou o c<strong>é</strong>u inteiro, fazendo parecer uma<br />
manhã ensolara<strong>da</strong>.<br />
Aquele lugar era diferente do que eu estava<br />
acostuma<strong>da</strong>, não era a minha casa. Acordei numa<br />
cama com o lençol azul desbotado... Aquele lugar<br />
me parecia familiar, eu já havia estado lá antes,<br />
era a casa de alguma amiga... Não podia ser!!!<br />
ISABELLA!!!!! Eu estava na casa dela! Fui at<strong>é</strong> o<br />
banheiro e aquele cabelo que refletia no espelho não<br />
era meu, era o <strong>da</strong> Isabella, eu havia me transformado<br />
fisicamente nela tamb<strong>é</strong>m. Eu estava muito anima<strong>da</strong><br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
com como poderia me aproveitar disso!<br />
Primeiro dia na escola como Isabella..... Perfeito!!!!! Todos me amavam! Era como ver o<br />
universo de um outro lado, mais colorido e reluzente.<br />
Uma semana como Isabella. Susto! O que eu não sabia era que os pais dela estavam<br />
em um emprego muito ruim, não ganhavam um salário decente, e naquela casa todos<br />
trabalhavam muito, a vi<strong>da</strong> dela não era tão fácil como pensava.<br />
Um mês depois. Vi<strong>da</strong> horrorosa, prefiro a minha vi<strong>da</strong> antiga, mais calma e tranquila do<br />
que a dela, ralando para sobreviver<br />
Um ano depois. Eu chorava todos os dias, estava desespera<strong>da</strong>! Acho que nunca mais<br />
teria minha vi<strong>da</strong> de antes. E estava certa. Estava presa naquele corpo pelo resto <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>!<br />
Adeus, sonhos!<br />
✎ Conto de BEATRIZ ABRAHÃO PAVANATO DA SILVA – São Paulo/SP<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
27
28 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
O virtual virou real<br />
Esse conto de fa<strong>da</strong>s não vai se iniciar com “era um vez”, porque ele <strong>é</strong> mais<br />
atual que qualquer outro conto que já podemos ler um dia.<br />
Conta a história de uma lin<strong>da</strong> menina, chama<strong>da</strong> Melry, que adorava passar<br />
horas conecta<strong>da</strong> na internet, tinha suas várias redes sociais, mas, por trás de<br />
to<strong>da</strong>s as horas que passava em frente ao seu notebook, escondia uma grande<br />
paixão, chama<strong>da</strong> Pedro.<br />
Ela era uma garota muito bela, interessante, inteligente e estudiosa, to<strong>da</strong>s as manhãs<br />
frequentava a escola, e no período <strong>da</strong> tarde tinha dias que dormia, que fazia cursinho,<br />
ou ia passear com as amigas, mas à noite, muitas vezes ficava em suas redes sociais<br />
esperando sua grande paixão entrar para que pudessem conversar. Eles conversavam por<br />
horas e horas, falavam sobre o dia, a vi<strong>da</strong>, o mundo, sobre tudo. Sabiam um do outro<br />
como jamais alguma outra pessoa poderia saber.<br />
Essa história entre os dois estava se tornando algo muito antigo, pois já havia passado<br />
alguns anos que esse contato virtual era intenso,<br />
e por mais que tudo parecesse lindo, eles sofriam<br />
muito, afinal, eles realmente se amavam, mas existia<br />
a distância.<br />
Ela vivia uma vi<strong>da</strong> calma, sossega<strong>da</strong>, tinha<br />
poucos amigos, mas que considerava muitos pela<br />
quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong>quelas amizades - compartilhava com<br />
eles os melhores momentos. E por incrível que<br />
pareça, ela era uma garota que amava passar horas<br />
escutando e ligando para sua rádio preferi<strong>da</strong>, afinal,<br />
era isso que a fazia desligar-se um pouco de sua<br />
paixão virtual.<br />
Ela quase sempre estava com seus fones de<br />
ouvido, escutando músicas que traduzissem o que<br />
sentia e que a confortassem, era uma forma de<br />
esquecer todo o mal do mundo, to<strong>da</strong> a dor, e to<strong>da</strong>s<br />
as angústias. Era uma garota diferente, atraente, e<br />
que chamava muita atenção pela sua simplici<strong>da</strong>de<br />
e simpatia, e isso causava muita inveja entre as<br />
meninas que a cercavam. Muitas queriam lhe ver<br />
por baixo, mas na<strong>da</strong> disso a abalava.<br />
Perto do final do ano recebeu uma notícia que, a<br />
princípio, não acreditava, iria ter a oportuni<strong>da</strong>de de<br />
conhecer aquele garoto que lhe fazia tão bem.<br />
Foi quando aconteceu o tão esperado encontro,<br />
foi magnífico, eles se abraçavam, se beijavam, e só<br />
queriam estar perto um do outro. Foram ao cinema,<br />
e ela o levou para todos os cantos de sua ci<strong>da</strong>de,<br />
E como era<br />
inevitável, lágrimas<br />
rolaram, mas a<br />
promessa de que<br />
haveria um novo<br />
encontro foi feita.”<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
eles passearam e ficaram juntos todos os dias que<br />
ele esteve com ela, at<strong>é</strong> chegar a hora <strong>da</strong> parti<strong>da</strong>.<br />
E como era inevitável, lágrimas rolaram, mas a<br />
promessa de que haveria um novo encontro foi feita.<br />
Mesmo que fosse demorar esse retorno, a garota<br />
estava disposta a esperar.<br />
Iniciou-se mais um ano de história, mais um<br />
ano e esse sentimento ain<strong>da</strong> existia. Eles se<br />
comunicavam atrav<strong>é</strong>s de celular, internet, tudo o<br />
que era capaz de diminuir a distância e a sau<strong>da</strong>de.<br />
Alguns dias não se falavam, mas na<strong>da</strong> capaz de<br />
separar esses dois sonhadores, que só queriam<br />
construir sua história.<br />
... seu mundo<br />
<strong>Os</strong> meses se passaram, e eles se comunicavam<br />
começou a desabar com menos frequência, mas mesmo assim diziam se<br />
amar, e realmente se amavam.<br />
a ca<strong>da</strong> nova<br />
Foi quando ele achou uma nova garota, uma<br />
palavra que Lari garota que estava mais próxima dele, que estava ao<br />
escrevia no msn...”<br />
seu lado, e ele resolveu tentar se entregar, sem ao<br />
menos <strong>da</strong>r explicações para Melry, pois at<strong>é</strong> então,<br />
ela não sabia o que estava acontecendo.<br />
Brincadeiras e comentários em redes sociais<br />
começaram a fazer com que Melry desconfiasse que<br />
algo de estranho estaria acontecendo, e ela estava<br />
certa. Man<strong>da</strong>va indiretas e fazia perguntas, mas ele<br />
sempre <strong>da</strong>va desculpas e dizia para ela esquecer<br />
isso e sempre terminava o assunto dizendo que a<br />
amava.<br />
Foi quando Lari, a nova garota, resolveu tirar<br />
satisfação e revelou to<strong>da</strong> a história, disse que os<br />
dois estavam juntos e que Melry era apenas uma amiga de seu namorado, Pedro. Foi<br />
quando seu mundo começou a desabar a ca<strong>da</strong> nova palavra que Lari escrevia no msn,<br />
ela chorava sem ao menos poder se controlar, era seu coração sendo quebrado, pois ela<br />
esperava simplesmente a ver<strong>da</strong>de vin<strong>da</strong> de Pedro.<br />
Melry resolveu esperar que ele entrasse em contato e explicasse o que estaria<br />
acontecendo, seria o mínimo. Ela atualizava suas redes sociais de segundo a segundo, foi<br />
quando, em uma dessas atualizações, lá estava uma mensagem dele que dizia o seguinte:<br />
“Melry, sabemos o quanto <strong>é</strong> difícil para nós dois essa distância. Não sou nenhuma<br />
criança, e irei falar a ver<strong>da</strong>de, fiquei sim com a Lari, deixei bem claro para ela que eu te<br />
amo e, por isso, agora ela quer destruir a nossa história, mas temos alguns anos, e eu não<br />
quero desistir disso. Eu te amo!”<br />
Só que Melry ain<strong>da</strong> não estava entendendo, porque ele não a procurou mais, mas<br />
esperou e logo em segui<strong>da</strong> eles conversaram. Ele explicou to<strong>da</strong> a situação, e mesmo<br />
sabendo que podia estar correndo o risco de perder o seu grande amor, Melry disse estas<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
29
palavras: “não irei interferir em suas escolhas, mas saiba que estou disposta a te perdoar,<br />
se você resolver que <strong>é</strong> comigo que quer ficar, caso contrário, entenderei o fato de te<br />
perder.”<br />
E deu ao garoto um tempo para que ele pensasse. Engana-se quem acha que ela não<br />
estava sofrendo, mas ela foi forte, ao ponto de esconder to<strong>da</strong>s as suas lágrimas e sair<br />
sorrindo por todos os cantos <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.<br />
Dias depois, estava na hora de ver se a história dos dois apaixonados iria ter fim ou<br />
continuaria. Em uma longa conversa estaria decretado que os dois tentariam novamente<br />
escrever essa história.<br />
A Lari, inconforma<strong>da</strong>, não desistiu, man<strong>da</strong>va indiretas, xingamentos e juras de que<br />
acabaria com esse romance, mas na<strong>da</strong> abalava os dois.<br />
Então aconteceu o reencontro, que foi prometido um ano atrás, eles se encontraram<br />
novamente, passaram mais tempo juntos, saíram os mais belos sorrisos, os melhores<br />
momentos que os dois já viveram! Tiraram fotos, postaram em redes sociais e estava lá,<br />
para todos verem, a prova desse amor.<br />
Hoje eles vivem felizes, na<strong>da</strong> os abala, e eles ain<strong>da</strong> traçam muitos planos para<br />
o futuro. O que era segredo, agora, todos já sabem, alguns apoiam, outros são contra<br />
esse romance maluco, mas na<strong>da</strong> disso interfere. Acreditam que por mais que não seja<br />
pra sempre, estão vivendo ca<strong>da</strong> momento, ca<strong>da</strong> palavra, ca<strong>da</strong> sorriso, e o que <strong>é</strong> mais<br />
importante, <strong>é</strong> que tudo que era apenas sonho, está se tornando a mais bela reali<strong>da</strong>de. O<br />
mais importante <strong>é</strong> que não foram capazes de desistir, nem abrir mão de um grande amor,<br />
logo em seus primeiros obstáculos.<br />
E pra que terminar o conto em “felizes para sempre” se o mais importante <strong>é</strong> que<br />
estão sendo felizes no presente?<br />
✎ Conto de JAMILE PEREIRA NEVES – Paranaguá/SP<br />
30 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
Sapatinho<br />
Vermelho<br />
Sapatinho Vermelho, que tinha<br />
esse apelido por estar sempre de<br />
sapatilha vermelha, havia se mu<strong>da</strong>do<br />
recentemente para outra ci<strong>da</strong>de.<br />
Nesta nova ci<strong>da</strong>de morava<br />
sua avó, que estava doente, então Sapatinho<br />
Vermelho resolveu comprar um bolo de chocolate,<br />
o preferido de sua avó.<br />
Quando estava saindo de casa, sua mãe veio<br />
lhe dizer que não era para ir pelas ruas desertas,<br />
e sim pelo centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, que <strong>da</strong>ria na mesma<br />
rua de sua avó.<br />
Sapatinho Vermelho não viu motivos para não<br />
pegar um atalho, logo se perdeu, procurou aju<strong>da</strong><br />
e não encontrou. Um tempo depois, avistou um<br />
menino feio, por isso não quis se aproximar dele,<br />
mas mesmo assim o menino lhe perguntou se<br />
estava perdi<strong>da</strong>, e ela começou a correr.<br />
O menino então desistiu, e quando já estava<br />
indo embora, apareceu um menino bonito. Foi<br />
então que a Sapatinho Vermelho perguntou o<br />
caminho, o menino respondeu o caminho errado<br />
e pegou o bolo. O menino feio então correu atrás<br />
do menino bonito e recuperou o bolo, devolveu<br />
a Sapatinho Vermelho e lhe explicou o caminho<br />
para sua avó. Então, a Sapatinho Vermelho<br />
aprendeu que não se julga pela aparência.<br />
✎ Conto de LAURA GONÇALVES DE VARGAS – Cachoeira do Sul/RS<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Um tempo depois<br />
avistou um menino<br />
feio, por isso não quis<br />
se aproximar dele,<br />
mas mesmo assim o<br />
menino lhe perguntou<br />
se estava perdi<strong>da</strong>, e<br />
ela começou a correr.”<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
31
32 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
O Príncipe e o All Star<br />
Não irei começar com”era uma vez” porque isso <strong>é</strong> mais para conto de fa<strong>da</strong>s,<br />
como sou uma menina normal, achei melhor ir logo ao ponto, vou contar o<br />
que aconteceu.<br />
Nunca fui muito popular na escola, por isso jamais era chama<strong>da</strong> para<br />
festas, isso era coisa de jogadores de futebol e líderes de torci<strong>da</strong>, mas<br />
semana passa<strong>da</strong> isso mudou...<br />
Flashback no tempo.<br />
-Carla, espere, tenho uma coisa para lhe entregar. - disse Pedro indo ao meu encontro.<br />
-O quê?- perguntei, curiosa.<br />
-É um convite de uma festa que eu vou <strong>da</strong>r na praia sábado à noite. Falou-me,<br />
entregando o convite.<br />
-Ah, entendi. - disse estagna<strong>da</strong>. olhando para o convite em suas mãos.<br />
-É para você. - disse, como se fosse óbvio, fazendo-me sair de meus devaneios.<br />
-Obriga<strong>da</strong>. - falei, pegando o convite de suas<br />
mãos.<br />
-Espero você lá! - disse ele, indo em direção à<br />
saí<strong>da</strong> do col<strong>é</strong>gio.<br />
-Claro, estarei lá! - falei, acenando um breve<br />
tchau.<br />
Fim do Flashback.<br />
Foi assim que tudo começou, fui à minha<br />
primeira festa e ain<strong>da</strong> por cima quem me convidou<br />
foi o menino que eu gosto desde a 5ª s<strong>é</strong>rie. Logo que<br />
saí <strong>da</strong> escola, peguei o primeiro ônibus que vi e fui<br />
direto para casa, abri meu guar<strong>da</strong>-roupa e não tinha<br />
nenhum vestido bonito para a ocasião.<br />
Então tive uma brilhante ideia, fui à casa de<br />
minha avó que ficava a um quarteirão de onde eu<br />
morava, pois com certeza ela me aju<strong>da</strong>ria. Chegando<br />
em sua casa, ela me levou a um salão onde havia<br />
muitas caixas, livros e móveis velhos e empoeirados.<br />
Ela abriu um baú antigo, feito de aço, que estava<br />
coberto por um lençol, e de lá tirou um vestido<br />
branco com ren<strong>da</strong>s que caíram perfeitamente<br />
sobre os ombros. E disse que aquele vestido havia<br />
comprado quando eu tinha apenas seis anos de<br />
i<strong>da</strong>de, pois ela sabia que um dia eu precisaria.<br />
No dia seguinte, um pouco antes de anoitecer,<br />
meus pais me chamaram na sala e disseram que<br />
iriam sair e que eu teria que ficar tomando conta do<br />
meu irmão menor, e que eles voltariam o mais tar<strong>da</strong>r<br />
Me arrumei,<br />
colocando o vestido<br />
que minha avó havia<br />
me <strong>da</strong>do, e meu<br />
inseparável All Star.”<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
Virei o rosto para<br />
ver quem era, e era<br />
Pedro, segurando meu<br />
all star pelo ca<strong>da</strong>rço e<br />
sorrindo para mim.”<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
à meia-noite, tentei argumentar, mas não me deram<br />
chance. Uma hora depois que eles saíram, eu tomei<br />
uma decisão: iria àquela festa mesmo que depois<br />
tivesse que arcar com as consequências. Para poder<br />
ir, tive que prometer para o meu irmão “menor”<br />
de doze anos que eu lavaria a roupa dele por uma<br />
semana se ele não contasse na<strong>da</strong> para meus pais.<br />
Arrumei-me, colocando o vestido que minha<br />
avó havia me <strong>da</strong>do, e meu inseparável All Star. Saí<br />
ás pressas, peguei minha bicicleta e fui para a praia.<br />
Chegando à festa, não pude deixar de notar to<strong>da</strong>s<br />
aquelas luzes e aquelas pessoas na pista <strong>da</strong>nçando<br />
ao som de uma música lenta. Fui me aproximando<br />
e fiquei em um canto <strong>da</strong> pista, só a observar aqueles<br />
casais apaixonados.<br />
Quando sinto algu<strong>é</strong>m se aproximar, pegando em<br />
minha mão e fazendo reverência.<br />
-Me concede essa <strong>da</strong>nça, senhorita?- perguntou<br />
Pedro, sorridente.<br />
-Claro, meu bom cavalheiro. - respondi. com um<br />
sorriso zombeteiro.<br />
Fomos em direção à pista de <strong>da</strong>nça, encostei<br />
minha cabeça em seu peito e <strong>da</strong>nçamos aquela<br />
música lenta, embalados por um ritmo suave que<br />
ecoava pela praia, ouvia o ritmo descompassado de<br />
seu coração a ca<strong>da</strong> passa<strong>da</strong>. Depois vieram muitas<br />
<strong>da</strong>nças, umas lentas e outras nem tanto, at<strong>é</strong> que em<br />
uma <strong>da</strong>s músicas olhei para o rosto de Pedro, que<br />
estava me fitando intensamente. Ele foi aproximando<br />
seus lábios dos meus, at<strong>é</strong> chegar a uma distância que podia sentir seu hálito doce e<br />
inebriante bater contra meu rosto. Mas quando faltava um pouquinho para selar nosso<br />
beijo, meu celular começou a tocar uma música estridente, que avisava que era meia-<br />
noite. Saí correndo, sem ao menos me despedir, peguei minha bicicleta e fui “voando”<br />
para casa. Quando cheguei, percebi que meus pais ain<strong>da</strong> não haviam chegado, fui para<br />
o meu quarto, tirei o vestido e o guardei no fundo <strong>da</strong> gaveta. Na hora de tirar o tênis,<br />
fiquei em estado de choque, eu o havia esquecido na praia, pois quando fui <strong>da</strong>nçar com<br />
Pedro, tirei os tênis, pois <strong>é</strong> horrível ficar na praia de tênis, e agora eu estava em uma baita<br />
encrenca.<br />
Meus pais chegaram e foram ao meu quarto, só para ver se estava tudo bem e,<br />
depois, foram dormir. Eu não conseguia parar de pensar no quase beijo que Pedro me<br />
deu, e tamb<strong>é</strong>m no meu All Star inseparável e que agora nunca mais o veria. O domingo<br />
estava demorando a passar, e o pior, meus pais perceberam que eu começara a usar um<br />
outro tênis que não era o All Star, pois acho que minha família inteira sabia que eu não<br />
tirava aquele All Star dos p<strong>é</strong>s, e por isso tinha que inventar alguma coisa para explicar seu<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
33
sumiço.<br />
-Por que você não está usando seu All Star, filha? - perguntou meu pai, estreitando os<br />
olhos.<br />
-É que ele estão muito sujos, então resolvi usar esse outro tênis aqui. -disse,<br />
apontando para meus p<strong>é</strong>s.<br />
-Entendi. - disse ele, desconfiado.<br />
-Vou <strong>da</strong>r uma volta! -falei, me levantando.<br />
-Tá bom, mas não volte tarde. - disse meu pai tomando um gole de seu caf<strong>é</strong>.<br />
Saí de casa e fui an<strong>da</strong>ndo pela calça<strong>da</strong>, chutando as pedrinhas do asfalto, pensando<br />
na vi<strong>da</strong> e na festa. Estava triste, pois o menino dos meus sonhos devia estar achando<br />
que eu era uma louca, pois do jeito que eu saí <strong>da</strong> festa, só se fosse. Continuei an<strong>da</strong>ndo<br />
e pensando em meus devaneios, at<strong>é</strong> que cheguei a um parquinho que ficava a uns dois<br />
quarteirões de casa e me sentei em um balanço, que se mexia ao vento, fiquei ali por<br />
longos e infinitos minutos at<strong>é</strong> que algu<strong>é</strong>m se sentou no balanço que se encontrava<br />
ao meu lado. Virei o rosto para ver quem era, e era Pedro, segurando meu all star pelo<br />
ca<strong>da</strong>rço e sorrindo para mim. Não pude deixar de <strong>da</strong>r um largo sorriso. Ele estendeu o<br />
tênis para mim, que peguei e coloquei na grama ao meu lado.<br />
-Você os esqueceu ontem lá na praia, então resolvi trazê-los. -disse Pedro se<br />
justificando.<br />
-Muito obriga<strong>da</strong>. - disse, <strong>da</strong>ndo um sorriso tímido.<br />
-E tem outra coisa que desde ontem eu queria lhe <strong>da</strong>r. - disse, olhando em meus olhos<br />
-O quê? - perguntei, receosa.<br />
-Isso. - disse ele, se aproximando e encostando seus lábios nos meus, me <strong>da</strong>ndo um<br />
beijo quente e demorado.<br />
Nossos lábios ficaram colados por um bom tempo at<strong>é</strong> o ar faltar, ele se afastou<br />
um pouco para olhar em meus olhos. Ficamos nos fitando por longos minutos, como<br />
se quis<strong>é</strong>ssemos guar<strong>da</strong>r um a fisionomia do outro, para nunca mais esquecer, como<br />
fotografias.<br />
-Você quer namorar comigo?- disse ele, colocando uma mecha de meus cabelos atrás<br />
<strong>da</strong> orelha.<br />
-É o que eu mais quero. - disse, abraçando-o.<br />
Pois naquele momento eu queria parar no tempo, para que aquela sensação nunca<br />
acabasse.<br />
E foi assim que tudo aconteceu, não houve príncipes nem princesas, e muito menos<br />
carruagem, mas de uma coisa eu sei, foi meu conto de fa<strong>da</strong>s particular.<br />
✎ Conto de SAMIRA ASAD SULEIMAN Samara – São Paulo/SP<br />
34 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Por acaso<br />
Valentina era uma menina de 17 anos extremamente tími<strong>da</strong>, que usava<br />
óculos grandes, aparelho nos dentes e roupas que não a valorizavam.<br />
Em um dia de sol, ela foi ao dentista tirar o aparelho que tanto a<br />
incomo<strong>da</strong>va. O procedimento foi rápido e ela logo saiu. Quando Valentina<br />
entrou no elevador, algu<strong>é</strong>m correu pra entrar tamb<strong>é</strong>m, era um rapaz muito<br />
bonito: tinha olhos cor de mel, cabelos negros, corpo um pouco definido e parecia ter a<br />
mesma i<strong>da</strong>de dela.<br />
- Oi! - ele falou educa<strong>da</strong>mente logo que entrou no elevador.<br />
- Oi - ela respondeu, timi<strong>da</strong>mente.<br />
Tudo estava normal, at<strong>é</strong> que um barulho se propagou e o elevador parou de repente<br />
no 4º an<strong>da</strong>r. Valentina, desespera<strong>da</strong>, sentou e começou a mexer na mochila procurando<br />
o celular.<br />
- Droga! - Valentina sussurrou pra si mesma -<br />
Cadê o meu celular?<br />
- Aceita o meu? - o rapaz perguntou.<br />
-Não obriga<strong>da</strong>, acabei de achar o meu - Valentina<br />
olhou o celular e resmungou - fora de área!<br />
- É, o meu tamb<strong>é</strong>m está fora de área - ele falou<br />
olhando o celular.<br />
- Calma, menina... qual o seu nome mesmo? -<br />
ele perguntou sentando no chão.<br />
- Valentina - ela respondeu, tamb<strong>é</strong>m sentando no<br />
chão desajeita<strong>da</strong>mente.<br />
Nesse momento, ela deixou os óculos caírem<br />
e não enxergou onde tinham caído. O menino<br />
pegou e quando foi entregar, ficou fitando-a e viu a<br />
ver<strong>da</strong>deira face dela.<br />
- Aqui estão seus óculos - ele entregou e sorriu -<br />
Eu sou Pedro.<br />
- Obriga<strong>da</strong>, Pedro!<br />
- Valentina... você já tentou usar lentes de<br />
contato?<br />
- Já tentei, mas não consegui colocá-las - ela<br />
sorriu - Eu demorei quase uma hora pra colocar e<br />
mesmo assim não consegui - ela ajeitou os óculos<br />
enquanto falava.<br />
- Eu tamb<strong>é</strong>m já usei óculos, foi a maior<br />
dificul<strong>da</strong>de pra colocá-las na primeira vez, mas<br />
depois eu peguei o jeito, não <strong>é</strong> tão complicado - ele<br />
explicou - eu acho que você desistiu fácil.<br />
Eles conversaram por muito tempo. Valentina<br />
...ela deixou os<br />
óculos caírem e<br />
não enxergou onde<br />
tinham caído. O<br />
menino pegou e,<br />
quando foi entregar,<br />
ficou fitando-a e viu<br />
a ver<strong>da</strong>deira face<br />
dela.”<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
35
esqueceu a timidez e Pedro estava sendo sincero. Eles estavam gostando de conversar.<br />
- Realmente... - ela comentou.<br />
- Será que vai demorar pra eles abrirem o elevador? - Pedro perguntou.<br />
- Eu não tenho tanta pressa - ela respondeu - na minha bolsa tem comi<strong>da</strong>, você quer?<br />
Pedro assentiu e ela tirou <strong>da</strong> mochila uma barra de chocolate e uma lata de batatinha.<br />
Ela só comeu um pe<strong>da</strong>ço de chocolate e Pedro atacou as batatas.<br />
- Valentina, você só vai comer isso? Come batata tamb<strong>é</strong>m.<br />
- Não estou com fome - ela respondeu e tirou os óculos para limpá-los.<br />
- Come vai, e se a gente tiver que ficar aqui por muito tempo?<br />
- Não tem problema.<br />
- Tem sim - ele segurou os braços dela e se aproximou para colocar batatinha na boca<br />
dela. Então eles fitaram-se e acabaram se beijando.<br />
Foi diferente de tudo que já havia acontecido com eles. Dois mundos totalmente<br />
diferentes, ali unidos. Pedro se sentia nas nuvens e Valentina, borboletas no estômago.<br />
Mas isso logo acabou.<br />
- Não, Pedro! Isso não está certo - ele falou, ficando de p<strong>é</strong>.<br />
- Tudo bem! - ele abaixou a cabeça.<br />
Ela levantou-se impaciente e desaponta<strong>da</strong>, não sabia direito o que tinha acontecido.<br />
Ela começou a se sentir tonta, sufoca<strong>da</strong>. Deu um passo pra trás e tropeçou na mochila e<br />
se desequilibrou, caindo nos braços de Pedro, que percebeu a tempo. Ele a segurou, mas<br />
não resistiu, a beijou novamente. Ele não sabia o que era aquilo, ele só estava seguindo<br />
os seus instintos, que o levavam para Valentina.<br />
- Pare, Pedro - ela falou, separando do beijo.<br />
- Por quê?<br />
- Primeiro, eu não quero só ficar por ficar. Não faz meu tipo - ela então se levantou e<br />
voltou-se para o espelho do elevador - segundo, nós somos totalmente diferentes. Eu sou<br />
a patinha feia dessa história e você <strong>é</strong> o príncipe.<br />
- Ei, lembra que o patinho feio vira cisne? - Pedro tirou os óculos dela deixando-a<br />
surpresa - Você <strong>é</strong> lin<strong>da</strong> Valentina, mas você <strong>é</strong> tão tími<strong>da</strong> que não deixa isso aparecer - ele<br />
puxou o prendedor do cabelo dela.<br />
Valentina ficou em silêncio, olhando para o espelho, e depois abraçou Pedro. Ela<br />
estava de um jeito ver<strong>da</strong>deiro: sem óculos, sem aparelho e cabelos soltos. Pedro estava<br />
sendo sincero, ele nunca teve coragem de fazer algo parecido com outra menina.<br />
- Sabe, Valentina, esse dia foi um dos melhores <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong> - ele disse, sentando<br />
no chão com ela e agora comendo chocolate - juro que nunca me senti assim com outra<br />
pessoa.<br />
- Pedro, você fez eu me sentir bem comigo mesma - ela riu e comeu chocolate.<br />
- Valentina, você quer namorar comigo? - ele falou rápido - pronto, falei!<br />
Ela o olhou surpresa.<br />
- Sim, sim, sim - ela falou e eles se abraçaram - acho que agora a minha felici<strong>da</strong>de<br />
está completa.<br />
- E a minha muito mais - ele garantiu - Foi tão por acaso e tão bom.<br />
- Muito bom - ela sorriu.<br />
36 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
Quando eles menos esperavam, ouviram algu<strong>é</strong>m chamar:<br />
- Tem algu<strong>é</strong>m no elevador? - perguntou uma voz firme.<br />
- Estamos aqui, eu e a minha namora<strong>da</strong> - Pedro gritou de volta.<br />
- Tudo bem, desculpem a demora, já vamos tirar vocês <strong>da</strong>í - a voz respondeu.<br />
- Sua namora<strong>da</strong>, não? - ela sorriu.<br />
- Claro, u<strong>é</strong> - ele a beijou.<br />
Não demorou muito e o rapaz abriu o elevador. Eles pegaram as mochilas e saíram de<br />
mãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s.<br />
Desde então, as vi<strong>da</strong>s deles mu<strong>da</strong>ram: Valentina mais confiante, bonita e do lado de<br />
um namorado lindo e incrível. Pedro ficou mais estudioso, centrado e ao lado de uma<br />
namora<strong>da</strong> maravilhosa.<br />
✎ Conto de KAREN PRISCILLA BARROS BARRETO – Aracajú/SE<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
37
38 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
Dessa vez não foi um sapo<br />
Depois que Tiana teve que beijar um sapo e vê-lo se transformar em<br />
príncipe, aprendeu a não julgar um livro pela capa e se acostumou a<br />
beijar sapos, mas não foi bem o que aconteceu, no outro dia...<br />
Era um dia normal, ela estava na praia conversando com Ariel,<br />
contando que não só sapos viram príncipes, às vezes eles não são<br />
príncipes. Ariel tamb<strong>é</strong>m contou que já viu um peixe virar um cão com um beijo, Tiana<br />
ficou surpreendi<strong>da</strong>, mas como já estava tarde, queria voltar pra casa. No meio do<br />
caminho, teve o pressentimento de que estava sendo segui<strong>da</strong> e, quando se virou viu<br />
uma girafa, continuou an<strong>da</strong>ndo, at<strong>é</strong> que se virou e com muita raiva e sem nenhuma<br />
expectativa que ela respondesse, Tiana disse:<br />
- O que você quer?<br />
- Você <strong>é</strong> a Tiana, não <strong>é</strong>? - ela perguntou.<br />
Tiana levou um susto imenso, mas lembrou<br />
do que Ariel tinha lhe dito e respondeu, meio<br />
assusta<strong>da</strong>:<br />
- Sim, por quê? Quem <strong>é</strong> você? O que você quer?<br />
- Eu sou Estevan, você <strong>é</strong> a princesa que beijou o<br />
sapo não <strong>é</strong>? - disse a girafa.<br />
Nesse momento, Tiana já não sabia se ficava<br />
assusta<strong>da</strong> ou se ria, e respondeu:<br />
- Sim, sou eu, por quê?<br />
- Bom, na ver<strong>da</strong>de não sou uma girafa... - dizia<br />
Estevan, envergonhado.<br />
Tiana e Estevan<br />
voltaram ao mar.<br />
Tiana beijou Estevan<br />
e viu a girafa se<br />
transformar na<br />
princesa Ariel, Tiana<br />
desmaiou...”<br />
Antes que ele pudesse terminar de falar, Tiana<br />
disse:<br />
- Já sei, você quer um beijo para voltar ao<br />
normal!<br />
- É! Mais ou menos isso!<br />
- Tá bom - ela disse, indo beijá-lo.<br />
- Não, não! É um pouco mais complicado que<br />
isso! - disse ele, recusando o beijo.<br />
- Complicado como? - perguntou Tiana.<br />
- Você tem que derrotar a bruxa que me deixou<br />
assim e temos que estar no mar quando você me<br />
beijar.<br />
- Tá! Tudo bem. Onde está essa bruxa?<br />
- No fundo do mar!<br />
- O quê? No fundo do mar? Como você quer que<br />
eu faça isso?<br />
- Eu não sei! - gritou Estevan.<br />
- Acho que temos que trazê-la aqui para cima!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
- Mas ela não <strong>é</strong> louca, ela sabe que se subir vai virar pedra!<br />
- Tudo bem, mas não custa na<strong>da</strong> tentar! O que a atrairia aqui para cima?<br />
- Bom, ela sempre amou ouro, mas como não tem ouro no mar...<br />
- Já sei!<br />
- Tiana contou seu plano para Estavan, ele gostou e começaram a colocá-lo em<br />
prática. Tiana foi para sua casa e pegou um colar de ouro, entrou em um barco com<br />
Estevan e com um mergulhador. O mergulhador entrou na água com um microfone e<br />
Tiana jogou o colar pendurado em uma cor<strong>da</strong> no mar. Quando o mergulhador disse à<br />
Tiana que a bruxa tinha visto o colar, ela ligou o barco em direção a praia e a bruxa<br />
seguia o colar, quando o barco chegou à margem, Tiana puxou o colar at<strong>é</strong> o meio <strong>da</strong><br />
praia e a bruxa o seguiu e virou pedra e Tiana levou o bloco de pedra para uma floresta<br />
perto <strong>da</strong> praia.<br />
Tiana e Estevan voltaram ao mar. Tiana beijou Estevan e viu a girafa se transformar<br />
na princesa Ariel.Tiana desmaiou...<br />
Tiana acordou em sua cama achando que era tudo um sonho e foi correndo contar<br />
para Ariel na praia, e ela respondeu:<br />
- Que sonho estranho, isso seria impossível.<br />
- Tudo bem, agora tenho que ir, at<strong>é</strong> mais. - disse Tiana indo embora.<br />
Ariel olhou Tiana indo embora, quando o Nemo chegou e disse:<br />
- Por que você não contou pra ela que não era um sonho?<br />
- Porque ela desmaiaria de novo! - disse Ariel, rindo.<br />
✎ Conto de JULIANA MENDES CARDOSO – Mauá/SP<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
39
40 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
Sem medo de ser feliz<br />
Quase todo mundo sabia que eu gostava do Lucas. Minha melhor amiga,<br />
Karim, sabia. At<strong>é</strong> os melhores amigos dele, Juninho, Caio e Kauan, que<br />
jogavam futebol com ele sabiam. Menos ele. Não era justo.<br />
Todos os dias, eu o observava. Lucas era assim: um pouco mais alto<br />
que eu, com cabelos pretos e olhos tão escuros que sugariam minha<br />
alma se eu os encarasse por muito tempo.<br />
Eu chegava cedo no col<strong>é</strong>gio e ficava olhando ele conversar com os outros garotos, at<strong>é</strong><br />
o sinal tocar e todos eles passarem por mim, me <strong>da</strong>ndo bom dia. E quando eu dizia oi, ele<br />
sorria, e covinhas lin<strong>da</strong>s apareciam em suas bochechas branquelas.<br />
Não que nunca tiv<strong>é</strong>ssemos conversado antes. Na maioria <strong>da</strong>s vezes, ele ia ao meu<br />
lado no ônibus por todo o caminho de volta pra casa, quando Karim resolvia ir de carona<br />
com o namorado, Kauan, aquele mesmo do time de futebol. E, assim, eu podia ouvir<br />
Lucas falar sobre suas músicas prediletas, sobre<br />
suas vitórias e at<strong>é</strong> sobre poesias.<br />
Mas tamb<strong>é</strong>m ouvia angustias e tristezas,<br />
causa<strong>da</strong>s por Bárbara.<br />
Bárbara era o tipo de garota típica que to<strong>da</strong><br />
escola tem. Loura, bonita, mas extremamente<br />
controladora e irritante. E não descia do salto nem<br />
em dia de chuva, quando tudo ficava escorregadio e<br />
E no fim <strong>da</strong>s<br />
contas, eu fui ao<br />
baile com ele,<br />
que foi um amor<br />
de pessoa desde<br />
a hora em que<br />
me buscou em<br />
casa (...) at<strong>é</strong> o<br />
final, quando me<br />
disse algo muito<br />
especial.”<br />
ameaçava levar todo mundo para o chão.<br />
- Uma bruxa - Karim dizia, to<strong>da</strong>s as vezes em que<br />
eu procurava um adjetivo para descrevê-la.<br />
Ela podia at<strong>é</strong> ser uma bruxa, mas namorava o<br />
cara mais legal que eu conhecia.<br />
- Vai chegar um dia em que ele vai perceber isso<br />
tamb<strong>é</strong>m. - Karim falou.<br />
- O quê? - perguntei.<br />
- Que ela <strong>é</strong> uma bruxa. Mas não <strong>da</strong>s legais de<br />
Hogwarts. Daquelas feias mesmo.<br />
Fiz uma prece silenciosa para que aquilo fosse<br />
ver<strong>da</strong>de.<br />
E não demorou muito para que ela fosse<br />
atendi<strong>da</strong>. No sábado, depois de perder um jogo<br />
para o time adversário do outro col<strong>é</strong>gio por 4 x 2,<br />
Lucas e Bárbara tiveram uma discussão feia e o que<br />
todos comentavam era que os dois haviam rompido.<br />
Eu não sabia de na<strong>da</strong>. A única coisa que vi foi que,<br />
depois <strong>da</strong> briga, Lucas entrou com uma expressão<br />
furiosa no rosto e se sentou sozinho no último banco<br />
do ônibus. E não disse na<strong>da</strong> pelo resto do caminho.<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
Eu passei o resto do<br />
baile cabisbaixa e nem<br />
vi o tempo passar.<br />
Sempre que podia, eu<br />
os observava, na outra<br />
mesa, na pista de<br />
<strong>da</strong>nça e em todos os<br />
lugares possíveis dentro<br />
de um ginásio.”<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Eu me senti mal por ele. Ele deveria estar<br />
arrasado. At<strong>é</strong> pensei em convidá-lo para ir comigo ao<br />
baile que aconteceria no próximo fim de semana na<br />
escola, mas não fiz isso por dois motivos:<br />
1 - Eu não teria coragem;<br />
2 - Saulo, meu colega de classe, já havia me<br />
convi<strong>da</strong>do e eu já tinha dito sim.<br />
E Saulo era um garoto legal. Loiro, bonito e muito<br />
educado. Não seria justo <strong>da</strong> minha parte deixá-lo na<br />
mão.<br />
E no fim <strong>da</strong>s contas, eu fui ao baile com ele, que<br />
foi um amor de pessoa desde a hora em que me<br />
buscou em casa, quando elogiou meu vestido azul e<br />
os cachos castanhos nos meus cabelos, at<strong>é</strong> o final,<br />
quando me disse algo muito especial.<br />
Estávamos conversando sentados na mesa ,<br />
quando vi Lucas chegar. E então eu me toquei que<br />
nem havia parado para pensar em quem poderia ter<br />
vindo com ele ao baile, agora que Bárbara estava<br />
fora do jogo.<br />
E a garota que estava com ele naquele momento,<br />
era lin<strong>da</strong>. Seus cabelos eram castanhos claros e<br />
desciam em on<strong>da</strong>s, clareando at<strong>é</strong> chegar em pontas<br />
doura<strong>da</strong>s. Seu olhar era confiante e acabou com<br />
qualquer resquício de esperança que eu havia levado<br />
comigo para aquele lugar.<br />
Eu passei o resto do baile cabisbaixa e nem vi o<br />
tempo passar. Sempre que podia, eu os observava na<br />
outra mesa, na pista de <strong>da</strong>nça e em todos os lugares possíveis dentro de um ginásio.<br />
At<strong>é</strong> a hora em que não aguentei mais. Saí correndo para o lado de fora e me sentei na<br />
calça<strong>da</strong> fria. Foi nessa hora que Saulo chegou, se sentou ao meu lado e disse:<br />
- Você gosta dele, não <strong>é</strong>?<br />
Levantei a cabeça.<br />
- Como <strong>é</strong>? - perguntei.<br />
- Do Lucas. - Disse - Por que não fala com ele?<br />
Eu abaixei os olhos.<br />
- Mas ele está acompanhado. - eu disse, tristemente.<br />
- E você vai esperar pra sempre?<br />
Fiquei a noite to<strong>da</strong> pensando no que Saulo havia me dito. E no outro dia, no ônibus,<br />
quando Lucas se sentou ao meu lado, tomei coragem e disse:<br />
- Então, como foi o baile ontem?<br />
Ele olhou para mim confuso. Depois sorriu.<br />
- Ah, foi legal.<br />
- Eu vi a sua namora<strong>da</strong> nova. Ela <strong>é</strong> bonita.<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
41
Lucas riu.<br />
- D<strong>é</strong>bora não <strong>é</strong> minha namora<strong>da</strong>. - disse.<br />
- Não? - perguntei. O que ela seria então?<br />
Ele balançou a cabeça negativamente.<br />
- Ela <strong>é</strong> minha prima. Somos muito próximos, sabe? Tipo irmãos... Eu pedi para ela ir<br />
comigo ao baile porque... - ele parou.<br />
- Por quê?<br />
- Porque a garota que eu queria convi<strong>da</strong>r já tinha um par.<br />
- É mesmo? - perguntei - Como ela <strong>é</strong>?<br />
Ele olhou para mim.<br />
- Ela tem uns olhos lindos e o sorriso dela me acor<strong>da</strong> to<strong>da</strong>s as manhãs. Ela sempre<br />
me faz rir e tem a paciência de ouvir tudo que digo, mesmo que seja a coisa mais idiota<br />
do mundo. Eu nunca percebi antes, sabe? Mas.. eu acho que eu estou gostando dela.<br />
Naquele momento, meus ombros caíram. Ele já estava apaixonado pro outra. E eu<br />
teria mesmo de esperar pra sempre. Suspirei.<br />
- Bem - eu disse - Por que você não diz isso pra ela?<br />
Ele sorriu pra mim.<br />
- Eu acabei de dizer.<br />
Meus olhos se levantaram de imediato quando ele disse aquilo, e ele sorriu mais<br />
ain<strong>da</strong>, segurando minha mão.<br />
E eu descobri que meu “para sempre” finalmente havia chegado.<br />
✎ Conto de CAMILA VIEIRA GANÇALVES – Araçuaí/MG<br />
42 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Cinderela sem querer<br />
- Ana, vamos! Você tem escola.<br />
- Ah! Já vou, já vou, calma. - Ana não estava muito a fim de ir pra escola, mas não<br />
tinha outro jeito. Enquanto sua mãe colocava o caf<strong>é</strong> na mesa, Ana penteava seus cabelos<br />
escuros e vestia seu uniforme.<br />
- Pronto, já estou aqui, terminei de me arrumar. - dizia a garota sentando à mesa.<br />
- Tome seu caf<strong>é</strong>, já está atrasa<strong>da</strong>, queri<strong>da</strong>.<br />
- Mãe, olha a hora! Já estou indo! Beijos, tchau!<br />
Chegando à escola, Ana deu de cara com um novo aluno.<br />
- Hum, cabelos claros e olhos tamb<strong>é</strong>m. - falava sozinha, encanta<strong>da</strong>. Lá longe<br />
caminhava em seu encontro Bia, sua amiga. Quando se aproximou, disse:<br />
- Oi, amiga, tudo bem?<br />
- Ah, sim, claro!<br />
- Sonhando acor<strong>da</strong><strong>da</strong>? Calma, <strong>é</strong> só mais um novo<br />
aluno.<br />
Ana riu, sem jeito, e respondeu:<br />
- É o príncipe do sonho de qualquer garota!<br />
- Com certeza! - as duas continuavam a an<strong>da</strong>r<br />
em direção à primeira aula do dia. Chegando à sala,<br />
o professor já dividia as duplas, foi quando Ana<br />
escutou - Pedro senta-se com Ana e faça o trabalho<br />
juntos - o seu coração disparou, ela não sabia o que<br />
fazer.<br />
- Ah, claro, tudo bem! - novamente sem jeito,<br />
sentava ao lado do garoto, que tinha os olhos fixos<br />
nela como se se conhecessem há muito tempo.<br />
- Oi Ana, tudo bem? Sou Pedro, aluno novo, estou<br />
conhecendo tudo aqui.<br />
- Ah! Oi, sim bem, e você... - Interrompidos pelo<br />
professor, começaram o trabalho. No fim <strong>da</strong> aula<br />
trocaram redes sociais. Em casa, Ana esperava<br />
ansiosa por Pedro nas redes sociais, mas ele não<br />
apareceu. Ana só o viu no outro dia de aula, e ele<br />
mesmo veio falar com ela. Chegou e disse:<br />
- Oi Ana, ontem não pude entrar, tive que aju<strong>da</strong>r<br />
meu pai com a limpeza <strong>da</strong> garagem, por causa dos<br />
instrumentos.<br />
- Não, tudo bem! Você toca?<br />
- Tenho uma ban<strong>da</strong>, mas ain<strong>da</strong> está naquela fase<br />
"garagem".<br />
- Que legal, eu tamb<strong>é</strong>m adoro músicas.<br />
- Temos muitas características em comum.<br />
Em casa, Ana<br />
esperava ansiosa por<br />
Pedro nas redes<br />
sociais, mas ele não<br />
apareceu. Ana só o<br />
viu no outro dia de<br />
aula, e ele mesmo veio<br />
falar com ela.”<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
43
- É, temos sim!<br />
- E hoje? Está livre? Para uma bala<strong>da</strong>, em um clube perto de casa?<br />
- Sim, estou.<br />
- Passo na sua casa às oito horas.<br />
- Tudo bem, te espero. Tchau!<br />
- At<strong>é</strong> mais tarde! - falava Pedro, enquanto se dirigia ao portão de saí<strong>da</strong>.<br />
À noite, Ana não sabia o que vestir, queria ficar lin<strong>da</strong>, mas sem exagerar. Bia, sua<br />
amiga, está lá para ajudá-la. As duas procuram a roupa certa, pensavam e pensavam,<br />
resolviam os acessórios. E no fim...<br />
- Ana! Você está lin<strong>da</strong>, sem dúvi<strong>da</strong>s! - dizia Bia depois <strong>da</strong> produção, <strong>da</strong>ndo os últimos<br />
retoques na amiga que não ficava quieta.<br />
- S<strong>é</strong>rio? Obriga<strong>da</strong>, não sei o que seria sem você...<br />
- Foi na<strong>da</strong> amiga, agora an<strong>da</strong>, a campainha tá tocando!<br />
- Ele já chegou?<br />
- Já! Vamos, vamos logo!<br />
- Tá, já vou, me deseje sorte.<br />
- To<strong>da</strong> a sorte do mundo! Agora vai, não deixa ele esperando.<br />
- Tá, tchau!<br />
Ana abriu a porta e a primeira frase que escutou foi de Pedro, que dizia:<br />
- Você está lin<strong>da</strong>, Ana. - A lua estava na sua fase cheia e brilhava sobre os dois, que<br />
trocavam olhares constrangidos.<br />
- Obriga<strong>da</strong>. - Ana estava envergonha<strong>da</strong> com a situação. Chegando na festa, os dois<br />
conversaram e se divertiram e já estava na hora de ir embora, o pai dela combinou de<br />
buscá-la. Na hora que seu pai chegou, Ana sem jeito falou tchau, e foi direto ao carro.<br />
Sem perceber, ain<strong>da</strong> deixou um dos brincos compridos cair. Pedro pegou-o e disse:<br />
- Ah! Dessa vez eu sei de quem <strong>é</strong>: <strong>da</strong> menina mais maravilhosa que conheci, amanhã<br />
mesmo vou procurá-la novamente. Achei minha princesa, de tênis, calça jeans, que não<br />
dispensa um bom livro, e não tira os fones do ouvido.<br />
✎ Conto de BIANCA EDUARDA LADISLAU SOARES– Catanduva/SP<br />
44 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
Tinha que ser assim<br />
Era uma vez uma pequena garota com grandes sonhos. Aliás, sonhos comuns<br />
para uma criança, como: casar, ter filhos e viver feliz para sempre. Mas a vi<strong>da</strong><br />
não <strong>é</strong> sempre um conto de fa<strong>da</strong>s e isso ela só foi perceber quando já era uma<br />
adolescente, cheia de defeitos como qualquer outra, mas para ela defeitos<br />
cru<strong>é</strong>is que transformaram seus sonhos em pesadelos.<br />
To<strong>da</strong> garota de 16 anos sonha em ser a melhor <strong>da</strong> escola, a que todos os meninos<br />
ficam babando, a dita popular, cheia de amigas e festas ba<strong>da</strong>la<strong>da</strong>s para ir. Emilly vivia<br />
outra reali<strong>da</strong>de: poucos amigos, nenhum menino e uma festa por ano e olhe lá. Ela<br />
tentava não se abalar com isso, mas acontecia só pelo fato de sua amiga ser perfeita<br />
e lin<strong>da</strong>. No começo, ela at<strong>é</strong> pensava: “se ela <strong>é</strong> popular, consequentemente tamb<strong>é</strong>m<br />
serei...”. É, isso não aconteceu, ela sempre foi vista em segundo plano como a amiga <strong>da</strong><br />
Carol e não a Emilly, ficava ca<strong>da</strong> vez pior porque sua amiga namorava o amigo do piá que<br />
ela amava, destino cruel.<br />
Jonatan, menino lindo, perfeito em tudo, gostava<br />
de meninas morenas, um ponto positivo, mas em<br />
nenhum momento teve olhos para Emi. Talvez<br />
isso mu<strong>da</strong>sse agora, pois seu amigo namorava a<br />
best dela. Talvez pudessem sair juntos como um<br />
encontro de casais ou ir numa festa em que ele<br />
estivesse, quem sabe? Enquanto isso não acontecia,<br />
aconteceu o inesperado... Emilly estava na biblioteca<br />
estu<strong>da</strong>ndo quando na porta surge seu príncipe. É,<br />
príncipes tamb<strong>é</strong>m precisam estu<strong>da</strong>r, ele sentou ao<br />
lado dela e disse um “oi”, o “oi” mais magnífico de<br />
to<strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>, o “oi” que fez seu coração acelerar, e a<br />
resposta dela foi um meigo sorriso. Eles conversaram<br />
e conversaram, e ca<strong>da</strong> vez mais ela se apaixonava,<br />
at<strong>é</strong> que a namora<strong>da</strong> dele chegou. Desespera<strong>da</strong>, ela<br />
deu umas enrola<strong>da</strong>s e foi embora, aquele foi o dia em<br />
que ela mais chorou.<br />
No outro dia, sua best falou do show que ela<br />
ia, e contou que o Jonatan tamb<strong>é</strong>m iria e sem a<br />
namora<strong>da</strong>, ela ficou louca e fez de tudo pra ir, mas<br />
sua mãe não deixou. Então ela teve uma brilhante<br />
ideia, como ela não disse o dia do show pra sua mãe,<br />
ela inventou um trabalho e disse que ia dormir na<br />
casa <strong>da</strong> Carol no dito dia, e sua mãe deixou. Agora<br />
só faltava o dinheiro, difícil essa parte, mas ela<br />
conseguiu comprar de um amigo pra pagar depois.<br />
Uns dias antes do show, na semana de<br />
recuperação, a Emilly e a Carol foram <strong>da</strong>r umas voltas<br />
Emi percebeu o<br />
quanto a Gaby<br />
gostava de seu<br />
príncipe”<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
45
pelo centro e encontraram a namora<strong>da</strong> do Jonatan. Elas conversaram muito, muito, muito<br />
e a Emi percebeu o quanto a Gaby gostava de seu príncipe, mas ela não estava nem<br />
aí porque ela tamb<strong>é</strong>m o amava, e isso não fazia diferença alguma no namoro dos dois,<br />
então ela estava decidi<strong>da</strong>, ia atacar.<br />
No dia do show, ela se produziu como uma deusa, e foi encontrá-los. Foi muito legal,<br />
tudo estava <strong>da</strong>ndo certo, Jonatan estava muito próximo dela e, num piscar de olhos, ele<br />
estava abraçando-a e olhando fixamente nos seus olhos, foi como só existissem os dois e<br />
mais ningu<strong>é</strong>m. E finalmente o beijo, o melhor beijo de todos, o toque dos lábios dele nos<br />
dela foi magico e aquele foi o melhor dia de todos.<br />
No dia seguinte, a consequência: Jonatan terminou com a Gaby, e vê-la chorar<br />
desespera<strong>da</strong> porque o amor <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> dela a largou por uma qualquer foi desesperador para<br />
Emi, que tentou falar com ela. Mas não deu certo: Gaby não queria olhar na cara dela. Ela<br />
pensou muito e muito e, quando o Jonatan veio beijá-la, decidiu “Você <strong>é</strong> absolutamente<br />
<strong>da</strong> Gaby, um nasceu para o outro e isso não <strong>é</strong> o certo, não devia ter terminado com ela,<br />
você devia pedir desculpas e voltar para ela, só por ela que seu coração bate e não por<br />
mim”, ele não teve nenhuma reação e a Emilly saiu de perto.<br />
Após alguns dias, o casal sensação estava junto de volta e Emilly esperava ansiosa<br />
o encontro de seu ver<strong>da</strong>deiro príncipe encantado, não um príncipe qualquer roubado de<br />
outra princesa e sim o seu, aquele que ia amá-la, e isso ia se notar só pelo seu olhar.<br />
Ela não se importava se viria agora ou depois, pois ela descobriu que o amor, por mais<br />
demorado que seja para ele chegar, quando <strong>é</strong> vivido, <strong>é</strong> magnífico em todos os sentidos.<br />
✎ Conto de NATHALIA DE PAULA ROCHA – Curutiba/PR<br />
46 to<strong>da</strong>teen <strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>!<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb
Todos os <strong>contos</strong> estão <strong>da</strong> maneira como as participantes <strong>da</strong> <strong>campanha</strong> nos man<strong>da</strong>ram,<br />
não consta nenhuma modificação de sentido.<br />
www.to<strong>da</strong>teen.com.br/leretdb<br />
<strong>Ler</strong> <strong>é</strong> <strong>TDB</strong>! to<strong>da</strong>teen<br />
47