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Ficha - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

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TRANSFERÊNCIA DE RENDA E<br />

MONITORAMENTO: MUDANÇAS NO<br />

PAPEL DO GESTOR MUNICIPAL NO<br />

ACOMPANHAMENTO DAS FAMÍLIAS EM<br />

SITUAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE<br />

CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA<br />

BOLSA FAMÍLIA NO ESTADO DA PARAÍBA<br />

FICHA TéCNICA<br />

Instituição executora: Universidade Federal da Paraíba (UFPB).<br />

Equipe <strong>do</strong> projeto: Rogério de Souza Medeiros (coordena<strong>do</strong>r), Nínive Fonseca Macha<strong>do</strong><br />

(bolsista CNPq/DTI-B), Nicole Louise Mace<strong>do</strong> Teles de Pontes (bolsista CNPq/DTI-B),<br />

Bárbara Michelle Duarte Teixeira Lira da Silva (bolsista CNPq/DTI-C).<br />

Equipe SAGI: Renata Miran<strong>do</strong>la Bichir.<br />

Órgão de cooperação técnica: Conselho Nacional de <strong>Desenvolvimento</strong> Científico e<br />

Tecnológico (CNPq).<br />

Forma de contratação: Edital MCT/MDS – SAGI/CNPq nº 36/2010.<br />

Perío<strong>do</strong> de realização da pesquisa: dezembro de 2010 a dezembro de 2011.<br />

APRESENTAÇÃO DA PESqUISA<br />

Objetivos da pesquisa<br />

Gerais<br />

I. Analisar as estratégias desenvolvidas por gestores municipais para o acompanhamento<br />

das famílias em situação de descumprimento das condicionalidades<br />

<strong>do</strong> Programa Bolsa Família (PBF), no Esta<strong>do</strong> da Paraíba;<br />

II. Analisar as potencialidades, os obstáculos e as consequências para o processo<br />

de efetivação dessa política, que resultam das interações entre os atores sociais<br />

locais, sobretu<strong>do</strong> gestores municipais e famílias em situação de descumprimento<br />

das condicionalidades <strong>do</strong> PBF, ten<strong>do</strong> em mente as mudanças recentes<br />

nas atribuições <strong>do</strong>s gestores municipais, bem como nas condicionalidades<br />

relacionadas <strong>à</strong> assistência social.


Específicos<br />

III. Identificar as principais dificuldades encontradas pelos municípios na articulação<br />

<strong>do</strong> monitoramento integra<strong>do</strong> (condicionalidades em saúde, educação e<br />

assistência social);<br />

IV. Identificar os atores envolvi<strong>do</strong>s e os critérios utiliza<strong>do</strong>s no planejamento das<br />

ações de monitoramento;<br />

V. Analisar o papel da equipe técnica <strong>do</strong> Centro de Referência de Assistência <strong>Social</strong><br />

(CRAS), no acompanhamento das famílias em situação de descumprimento<br />

das condicionalidades <strong>do</strong> PBF;<br />

VI. Buscar captar a dinâmica <strong>do</strong> processo de articulação da equipe <strong>do</strong> PBF com<br />

as equipes da Proteção <strong>Social</strong> Básica (PSB) e Proteção <strong>Social</strong> Especial (PSE);<br />

Procedimentos meto<strong>do</strong>lógicos<br />

A pesquisa envolveu a análise da <strong>do</strong>cumentação oficial (leis, portarias, resoluções,<br />

instruções, protocolos, relatórios e estatísticas) produzida pelo <strong>Ministério</strong> <strong>do</strong> <strong>Desenvolvimento</strong><br />

<strong>Social</strong> e <strong>Combate</strong> <strong>à</strong> <strong>Fome</strong> (MDS) e Governo Federal, a análise de cadastros<br />

eletrônicos/bases de da<strong>do</strong>s e ferramentas de gestão utilizadas pelo MDS, além de visitas<br />

aos municípios e da análise de listas e registros manti<strong>do</strong>s pelos gestores municipais.<br />

Foram realizadas entrevistas com gestores <strong>do</strong> PBF, técnicos de nível superior <strong>do</strong> PBF,<br />

responsáveis pelo acompanhamento de famílias em situação de descumprimento de<br />

condicionalidades, técnicos responsáveis por alimentar os sistemas eletrônicos <strong>do</strong> MDS,<br />

SIG-PBF, CadÚnico, SICON e SIBEC, e assistentes sociais <strong>do</strong>s CRAS, responsáveis por<br />

realizar acompanhamento familiar de beneficiários <strong>do</strong> PBF em situação de descumprimento<br />

de condicionalidades. Para a realização da pesquisa foi selecionada uma amostra<br />

de 7 (sete) municípios paraibanos, abrangen<strong>do</strong> as quatro mesorregiões geográficas <strong>do</strong><br />

esta<strong>do</strong> e dividi<strong>do</strong>s por porte (critério populacional, IBGE). Segue detalhamento <strong>do</strong>s<br />

municípios: João Pessoa (grande porte – mata paraibana); Campina Grande (grande<br />

porte – agreste); Sousa (médio porte – sertão); Guarabira (médio porte – agreste);<br />

Bayeux (médio porte – mata paraibana); Sumé (pequeno porte – Borborema); Lucena<br />

(pequeno porte – mata paraibana).<br />

Principais resulta<strong>do</strong>s<br />

Planejamento das ações: Em to<strong>do</strong>s os municípios, independentemente <strong>do</strong> porte, o planejamento<br />

das ações configura-se como um grande desafio. De maneira geral, os da<strong>do</strong>s<br />

disponíveis nas bases de da<strong>do</strong>s e ferramentas de gestão eletrônicas, como o CadÚnico<br />

e o SICON por exemplo, não são utiliza<strong>do</strong>s para planejar ações de monitoramento<br />

<strong>do</strong> Programa. Não existe um planejamento específico para monitorar as famílias em


situação de descumprimento de condicionalidades e as ações de monitoramento a essas<br />

famílias não conseguem seguir um fluxo contínuo. Apenas um município da amostra<br />

indicou já ter feito uma ação específica, planejada, para tentar diminuir o número de<br />

famílias em situação de descumprimento de condicionalidade da educação.<br />

Os CRAS, em sua maioria, recebem a demanda para realizarem visitas <strong>à</strong>s famílias em<br />

situação de descumprimento de condicionalidades, porém, o planejamento da realização<br />

dessas visitas não ocorre de forma sistemática. To<strong>do</strong>s os CRAS que recebem a<br />

demanda para visitar famílias em situação de descumprimento indicam não conseguir<br />

visitar todas as famílias listadas. No entanto, quan<strong>do</strong> questiona<strong>do</strong>s sobre como é feita a<br />

relação <strong>do</strong>s casos prioritários a serem visita<strong>do</strong>s, levan<strong>do</strong>-se em consideração que não é<br />

possível visitar to<strong>do</strong>s, não existe esse planejamento. Apenas a coordenação <strong>do</strong> PBF em<br />

um <strong>do</strong>s municípios da amostra informou priorizar as visitas <strong>à</strong>s famílias que estão com<br />

recursos suspensos, visto que o próximo passo já seria o cancelamento <strong>do</strong> benefício.<br />

Gestão Integrada/Intersetorialidade e Controle <strong>Social</strong>: Os municípios encontram muita<br />

dificuldade em articular ações com as três secretarias envolvidas no PBF (assistência<br />

social, saúde e educação). De maneira geral, as Secretarias de Assistência <strong>Social</strong> são<br />

responsáveis por todas as ações e não existem reuniões sistemáticas para discutir o planejamento<br />

das ações. O controle social é feito geralmente pelos Conselhos Municipais de<br />

Assistência <strong>Social</strong> e os Comitês Gestores <strong>do</strong> Bolsa Família ainda não estão implanta<strong>do</strong>s.<br />

Infraestrutura e Recursos Humanos: O maior desafio em to<strong>do</strong>s os municípios investiga<strong>do</strong>s<br />

relaciona-se <strong>à</strong> infraestrutura e aos recursos humanos disponíveis para a gestão<br />

<strong>do</strong> Programa. Com exceção de Campina Grande, que demonstrou possuir uma sede<br />

bem equipada <strong>do</strong> PBF, to<strong>do</strong>s os outros municípios revelaram dificuldades nesses <strong>do</strong>is<br />

aspectos. Internet é outro fator complica<strong>do</strong>r na gestão <strong>do</strong> PBF em to<strong>do</strong>s os municípios.<br />

Alguns municípios não possuem internet de boa qualidade na sede, e isso dificulta a<br />

utilização da nova versão <strong>do</strong> CadÚnico. Os CRAS, em sua maioria, não dispõem de<br />

internet, dificultan<strong>do</strong> ainda mais o acesso aos sistemas de registro de informações como<br />

SIG-PBF, SICON etc, e isso é comum a to<strong>do</strong>s os municípios, independente <strong>do</strong> porte.<br />

Com problemas de pessoal, infraestrutura e internet, os municípios acabam se isolan<strong>do</strong><br />

e não conseguem acompanhar as novidades referentes aos sistemas e as normativas <strong>do</strong><br />

PBF. De maneira geral, em to<strong>do</strong>s os municípios, os gestores/técnicos demonstraram<br />

desconhecimento no que se refere <strong>à</strong>s mudanças nas atribuições <strong>do</strong> gestor <strong>do</strong> PBF,<br />

publica<strong>do</strong> no Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferência<br />

de Renda no Âmbito <strong>do</strong> Sistema Único de Assistência <strong>Social</strong> – SUAS. (Resolução<br />

nº7, de 10 de setembro de 2009. Comissão Intergestores Tripartite <strong>do</strong> <strong>Ministério</strong> de<br />

<strong>Desenvolvimento</strong> <strong>Social</strong> e <strong>Combate</strong> <strong>à</strong> <strong>Fome</strong> – MDS.).<br />

Além <strong>do</strong>s assistentes sociais, psicólogos, e gestores <strong>do</strong> PBF, um novo ator apareceu nas<br />

entrevistas como fundamental na execução <strong>do</strong> PBF: os técnicos de informática. Para<br />

os municípios pequenos, que não possuem esse profissional, essa pareceu ser uma das<br />

grandes dificuldades na execução <strong>do</strong> programa.

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