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uma abordagem sócio-crítica da modelagem matemática - Alexandria

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JUSSARA DE LOIOLA ARAÚJO<br />

própria <strong>matemática</strong> assim como a seu uso na socie<strong>da</strong>de, e não apenas se preocuparia com o<br />

desenvolvimento de habili<strong>da</strong>des em cálculos matemáticos. Segundo Skovsmose (1994), a<br />

principal preocupação <strong>da</strong> EMC é o desenvolvimento <strong>da</strong> matemacia, que é <strong>uma</strong> extensão, para a<br />

<strong>matemática</strong>, <strong>da</strong> concepção problematizadora e libertadora de educação proposta por Freire<br />

(1970). Um conceito similar – materacia – também é discutido por D’Ambrosio (1999).<br />

Embora essas colocações esclareçam um pouco, elas não são profun<strong>da</strong>s o suficiente<br />

para fun<strong>da</strong>mentar rigorosamente <strong>uma</strong> <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> <strong>crítica</strong> <strong>da</strong> <strong>modelagem</strong> <strong>matemática</strong> na<br />

educação <strong>matemática</strong>.<br />

Este artigo, de cunho teórico, tem por objetivo promover <strong>uma</strong> reflexão mais profun<strong>da</strong><br />

sobre o que quero dizer quando falo em abor<strong>da</strong>r a <strong>modelagem</strong> <strong>matemática</strong> segundo a educação<br />

<strong>matemática</strong> <strong>crítica</strong>. 2<br />

Para atingir o objetivo, na próxima seção, localizo essa <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> de <strong>modelagem</strong><br />

<strong>matemática</strong> no sistema de classificação proposto por Kaiser e Sriraman (2006), que analisa o<br />

atual debate mundial acerca <strong>da</strong> <strong>modelagem</strong> na educação <strong>matemática</strong>. Nessa mesma seção,<br />

descrevo alguns trabalhos que têm a mesma classificação segundo esses autores.<br />

Na seção seguinte, apresento as principais características <strong>da</strong> forma como entendo<br />

<strong>modelagem</strong> <strong>matemática</strong> segundo a EMC, incorporando idéias de outros autores, explorando<br />

sua proximi<strong>da</strong>de à etno<strong>matemática</strong> e discutindo as principais idéias <strong>da</strong> educação <strong>matemática</strong><br />

<strong>crítica</strong>.<br />

Por fim, s<strong>uma</strong>rizo as principais idéias do artigo, ressaltando os pontos-chave do que eu<br />

quero dizer quando falo em abor<strong>da</strong>r a <strong>modelagem</strong> <strong>matemática</strong> segundo a educação <strong>matemática</strong><br />

<strong>crítica</strong>.<br />

2. A Perspectiva Sócio-Crítica <strong>da</strong> Modelagem na Educação Matemática<br />

Kaiser e Sriraman (2006) têm por objetivo apresentar um levantamento do debate atual<br />

sobre <strong>modelagem</strong> na educação <strong>matemática</strong> e propor um sistema de classificação <strong>da</strong>s atuais<br />

abor<strong>da</strong>gens, utilizando, pra tal, seis perspectivas. Dentre essas perspectivas, a que me parece<br />

mais adequa<strong>da</strong> para descrever a <strong>abor<strong>da</strong>gem</strong> <strong>da</strong> <strong>modelagem</strong> segundo a educação <strong>matemática</strong><br />

<strong>crítica</strong> é a que os autores denominam Perspectiva Sócio-Crítica <strong>da</strong> Modelagem na Educação<br />

Matemática.<br />

2 Esta maneira de apresentar o problema, perguntando “o que quero dizer quando falo em ...” foi inspira<strong>da</strong><br />

na forma como o grupo de pesquisa “Aprendizagem: Tecnologia, Matemática e<br />

Socie<strong>da</strong>de” (http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jfmatos/atms_docs/), <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de Lisboa, coloca<br />

suas questões em discussão. Por exemplo, o título de <strong>uma</strong> <strong>da</strong>s seções de Alves e Matos (2008) é “De que<br />

falamos quando falamos de Educação Matemática Crítica?”.<br />

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