Nº3 Março 2005 - ABIC
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Índice<br />
1. Assembleia Geral e eleição de novos órgãos da <strong>ABIC</strong><br />
2. Programa e objectivos da nova direcção<br />
3. Manifesto "Por Uma Efectiva Política Nacional de Emprego Científico:<br />
Uma Necessidade Inadiável"<br />
4. Novo Governo e programa governativo para a Ciência & Tecnologia e<br />
Ensino Superior<br />
5. Aumento de Propinas na Faculdade de Ciências de Lisboa<br />
1. ELEIÇÃO DE NOVOS ÓRGÃOS DA <strong>ABIC</strong><br />
No passado dia 19 de <strong>Março</strong>, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, teve lugar a 5ª Assembleia<br />
Geral da <strong>ABIC</strong>, tendo sido eleita uma nova Direcção da <strong>ABIC</strong>, Mesa da Assembleia Geral da <strong>ABIC</strong> e<br />
Conselho Fiscal.<br />
Composição dos Novos Órgãos da <strong>ABIC</strong><br />
Direcção (por ordem alfabética):<br />
1. Alexandra Garcia (Núcleo Algarve; Comunicação) –<br />
Sócio nº152<br />
2. Ana Francisco (Secretariado) – Sócio nº282<br />
3. André Levy (Comunicação) – Sócio nº265<br />
4. Anxo Conde (Núcleo Algarve) – Sócio nº205<br />
5. Filipe Veloso (Núcleo Coimbra) – Sócio nº57<br />
6. Gonçalo Costa (Comunicação, Núcleo ITQB) – Sócio<br />
nº11<br />
7. Helder Barbosa (Núcleo Minho) – Sócio nº253<br />
8. Isabel Correia (Núcleo INIAP, Apoio ao Bolseiro) –<br />
Sócio nº290<br />
9. Joana Carvalho (Apoio ao Bolseiro) – Sócio nº299<br />
10. João Calado (Reuniões de Bolseiros) – Sócio nº291<br />
11. João Ferreira (Presidente, coordenação e apoio) –<br />
Sócio nº1<br />
12. João Oliveira (Núcleo Minho) – Sócio nº295<br />
13. José Vasconcelos (Núcleo IST) – Sócio nº240<br />
14. Luísa Mota (Contacto institucional, Núcleo FCUL) –<br />
Sócio nº7<br />
15. Maria Vivas (Apoio ao Bolseiro) – Sócio nº286<br />
16. Mauro Portela (Núcleo Coimbra) – Sócio nº300<br />
2. PROGRAMA E OBJECTIVOS DOS NOVOS ÓRGÃOS DA <strong>ABIC</strong><br />
17. Nuno Lopes (Secretariado; Núcleo INETI) – Sócio nº9<br />
18. Patrícia Napoleão (Apoio ao Bolseiro, Núcleo<br />
FCUL/ITN) – Sócio nº93<br />
19. Paulo Silva (Contacto institucional) – Sócio nº118<br />
20. Raquel Santos (Núcleo Aveiro) – Sócio nº137<br />
21. Vera Domingues (Coordenação e apoio) – Sócio nº20<br />
Mesa Assembleia Geral (por ordem alfabética):<br />
David Aragão (presidente) – Sócio nº87<br />
Gonçalo Costa – Sócio nº11<br />
Patrícia Napoleão – Sócio nº93<br />
Conselho Fiscal (por ordem alfabética):<br />
Efectivos:<br />
Nuno Charneca (presidente) – Sócio nº19<br />
Teresa Melo – Sócio nº292<br />
Francisco Curado – Sócio nº98<br />
Suplentes:<br />
Alexandra Rosa – Sócio nº13<br />
Nuno Castro – Sócio nº23<br />
Dina Gonçalves – Sócio nº16<br />
O programa e objectivos dos órgãos agora eleitos poderão ser consultados na página web da <strong>ABIC</strong>:<br />
http://www.bolseiros.org<br />
Para além dos objectivos gerais que continuaremos a prosseguir – promoção do emprego científico<br />
e revalorização do estatuto do bolseiro – foram definidas algumas áreas de trabalho específicas no<br />
seio da Direcção que, tal como até aqui, serão abertas à participação de todos os interessados,<br />
participação essa que será não só bem-vinda como também desejada e necessária!<br />
Propomo-nos a continuar o trabalho focando-nos em três áreas de intervenção chave: Queremos<br />
continuar a trazer para a ordem do dia temas como o Emprego Científico, a alteração ao Estatuto do<br />
Bolseiro e a actualização dos montantes das bolsas.<br />
info<strong>ABIC</strong> <strong>Março</strong> <strong>2005</strong> 1
Emprego Científico<br />
A luta pela criação de Emprego Científico será uma das nossas prioridades. Sendo esta uma<br />
necessidade que recolhe hoje um amplo consenso na sociedade, sendo considerada condição essencial<br />
para o desenvolvimento nacional e para a superação do nosso atraso estrutural, ainda assim temos<br />
assistido a uma preocupante ausência de políticas e medidas concretas para alterar a situação actual.<br />
Num momento de viragem política, queremos que a questão do Emprego Científico continue no<br />
topo da agenda, mas agora com a efectiva concretização de medidas, tais como aquelas que<br />
avançámos no Manifesto sobre Emprego Científico [leia-se o texto completo do Manifesto neste<br />
info<strong>ABIC</strong>].<br />
Estatuto do Bolseiro<br />
A aprovação de um novo Estatuto do Bolseiro, constituiu um dos principais objectivos de trabalho<br />
da anterior direcção da <strong>ABIC</strong>, sendo uma das razões que estiveram na origem da constituição da<br />
associação. A 18 de Agosto de 2004, foi publicada em Diário da República a Lei nº. 40/2004 que<br />
aprovou o novo Estatuto do Bolseiro de Investigação (EBI). Objectivo cumprido? Na prática, o novo<br />
articulado é uma resposta bastante incompleta às necessidades dos Bolseiros, não sendo ainda, no<br />
nosso entender, este o Estatuto que consagra a tão necessária e urgente dignificação da condição de<br />
Bolseiro de investigação. A introdução de algumas alterações positivas ao anterior Estatuto revela-se<br />
muito insuficiente, pelo que propomos continuar o trabalho em prol da sua alteração em questões<br />
chave, nomeadamente no enquadramento dos Bolseiros perante a segurança social, no direito ao<br />
subsídio de desemprego, no efectivo direito a férias e ao respectivo subsídio ou na equiparação das<br />
bolsas às remunerações dos trabalhadores de carreira com habilitações equivalentes, exemplos de<br />
reivindicações que consideramos indispensáveis à correcção de uma situação profundamente injusta.<br />
Também o alargamento indiscriminado do tipo de actividades passíveis de justificar a concessão de<br />
bolsas e a eliminação dos períodos máximos de duração das mesmas são motivos nos parecem ser<br />
pontos negativos e que necessitam de correcção futura.<br />
Numa outra vertente deste ponto, cabe o trabalho de zelar pelo cumprimento efectivo do actual<br />
Estatuto, denunciando os atropelos à lei, como já verificado em casos de interrupção de bolsa por<br />
motivos de doença ou por licença de maternidade, fornecendo apoio directo aos Bolseiros afectados.<br />
As áreas de trabalho serão as seguintes:<br />
Comunicação, Informação e Imagem<br />
Apoio aos Bolseiros<br />
Organização de Reuniões/ Trabalho orgânico<br />
Secretariado/Contabilidade<br />
Contacto institucional<br />
Para além destas, outras áreas poderão vir a ser criadas, mediante necessidades concretas e de<br />
acordo com a vontade e disponibilidade de novos colegas interessados em participar.<br />
Núcleos locais<br />
A participação do maior número de bolseiros possível nos núcleos locais será imprescindível ao<br />
crescimento e fortalecimento da <strong>ABIC</strong> e à sua implantação a nível nacional, permitindo-lhe existir e<br />
actuar sobre os problemas onde quer que eles existam, e dinamizando uma actividade diversificada<br />
em prol dos interesses e aspirações de todos os bolseiros.<br />
Existem hoje Núcleos da <strong>ABIC</strong> activos, ou em vias de activação, no Algarve, em Aveiro, em Braga,<br />
em Coimbra, na FCUL, no LNEC, no INETI, no INIAP, no IST, no ITN e no ITQB.<br />
Para além destes, é importante que novos núcleos se formem ao longo do próximo ano. A Direcção<br />
da <strong>ABIC</strong> prestará todo o apoio aos colegas que queiram constituir um núcleo da <strong>ABIC</strong> no seu local de<br />
trabalho.<br />
(Mais informações sobre os núcleos, incluindo os seus planos de actividades e respectivos<br />
coordenadores, poderão ser encontradas em www.bolseiros.org)<br />
A <strong>ABIC</strong> ESTÁ A CRESCER, MAS QUEREMOS ALARGAR O NOSSO ASSOCIADO!<br />
VISITA A PÁGINA DA <strong>ABIC</strong> E PREENCHE O FORMULÁRIO PARA TE TORNARES SÓCIO.<br />
DIVULGA O TRABALHO DA <strong>ABIC</strong>. PRECISAMOS DO ENVOLVIMENTO DE UM NÚMERO CADA VEZ MAIOR DE COLEGAS<br />
NA ACTIVIDADE DA <strong>ABIC</strong>, A TODOS OS NÍVEIS.<br />
info<strong>ABIC</strong> <strong>Março</strong> <strong>2005</strong> 2
3. MANIFESTO "POR UMA EFECTIVA POLÍTICA NACIONAL DE EMPREGO CIENTÍFICO: UMA<br />
NECESSIDADE INADIÁVEL"<br />
O Manifesto pelo Emprego Científico recolheu já mais de 2300 assinaturas, incluindo alunos de<br />
licenciatura, BICs, BMs, BDs, BPDs, em Portugal e no estrangeiro, professores e sindicalistas.<br />
Devemos porém prosseguir os nossos esforços – a nível de todos os núcleos – para angariação de<br />
novos subscritores, incluindo bolseiros, outros estudantes, professores, investigadores, técnicos e<br />
outros profissionais associados ao ensino e investigação científica. O objectivo será fazer uma<br />
apresentação publica (em Abril), que contará com a participação de signatários.<br />
Junta a tua assinatura e divulga o texto do manifesto!<br />
Visita http://www.bolseiros.org/peticao_1.html<br />
Eis algumas observações colocadas pelos subscritores do Manifesto:<br />
"A nossa investigação precisa de uma lufada<br />
de ar fresco. Faz falta gente nova! E somos<br />
muitos os que desejamos contribuir para essa<br />
renovação vital!"<br />
"A realizar tese de mestrado SEM bolsa"<br />
"A terminar licenciatura e sem perspectivas de<br />
emprego científico"<br />
"Apoio incondicionalmente!"<br />
"Bióloga, Voluntária!!!!!"<br />
"Biólogo. Pelo emprego cientifico. Pelo saber."<br />
"Bolseiro de doutoramento. *Para que não<br />
tenhamos mais fugas do país, de jovens de<br />
valor notório na ciência e inovação!"<br />
"É fundamental que os jovens bolseiros /<br />
doutorandos e doutores se mobilizem na<br />
defesa das suas legítimas expectativas... Bem<br />
hajam. "<br />
"É a única forma de não emigrarmos todos"<br />
"É necessário uma política científica de longo<br />
prazo e humanizante. Felicito quem nos dá<br />
Voz."<br />
"Espero que finalmente se faça alguma coisa<br />
para manter os jovens licenciados em<br />
Portugal."<br />
"Estudante de doutoramento ao qual não foi<br />
concedida bolsa"<br />
"Estudante de Uppsala, Suecia - a tentar ter<br />
um futuro cientifico em Portugal"<br />
"Finalista da Licenciatura em Eng. Biofísica -<br />
de momento investigador pelo IGP a troco de<br />
salário zero"<br />
"For the valued future of Portugal and the rest<br />
of the world please invest more in your<br />
Scientific resources."<br />
"Força <strong>ABIC</strong>! Assim vamos longe! Não vamos<br />
desistir da luta!"<br />
"Formado em Portugal (MSc, PhD) mas muito<br />
brevemente empregado no estrangeiro ..."<br />
"Invistam na Ciência em Portugal!!!"<br />
"Já não era sem tempo! Força!!!"<br />
"Licenciado em química ramo cientifico<br />
desempregado e á procura de 1º emprego"<br />
"Não investir no emprego científico é como dar<br />
um tiro no pé. Não tem nada de bom! Por favor<br />
resolvam este grave problema nacional. "<br />
"Não podia estar mais de acordo"<br />
"No actual momento politico, é mais que altura<br />
lutar por uma verdadeira politica de investigação<br />
e extensão. Mais do que promessas e intenções<br />
será necessário definir politicas e concretizálas."<br />
"O direito ao subsídio de desemprego seria uma<br />
prioridade a incluir"<br />
"O emprego científico é a questão mais<br />
fundamental e prioritária na estruturação do<br />
sistema nacional de Ciência, Tecnologia e<br />
Inovação"<br />
"Há que reconhecer os direitos de quem,<br />
efectivamente, ""dá o corpo ao manifesto"".<br />
Emprego científico sério e com direitos<br />
equiparados aos restantes cidadãos no activo é<br />
uma necessidade imediata! "<br />
"Parabéns à <strong>ABIC</strong> pela sua importante<br />
contribuição para superar os problemas de C&T<br />
em Portugal"<br />
"Paralelamente à criação de emprego científico é<br />
necessário criar sistemas de avaliação<br />
independentes; doutra forma os lugares que por<br />
ventura se criarem são só para os ""amigos""..."<br />
"Por quanto mais tempo à espera?"<br />
"Por uma efectiva politica de desenvolvimento<br />
ciêntifico e tecnológico"<br />
"Por uma politica de desenvolvimento e de<br />
qualidade"<br />
"Basta de gastar dinheiros públicos a produzir<br />
bons cientistas que só conseguem arranjar<br />
trabalho no estrangeiro!!"<br />
"Não há falta de políticas de emprego, há é<br />
poucas acções concretas, as que têm existido<br />
são pouco eficazes, há muito clientelismo, falta<br />
de transparência e talvez mesmo"<br />
info<strong>ABIC</strong> <strong>Março</strong> <strong>2005</strong> 3
MANIFESTO<br />
Por Uma Efectiva Política Nacional de Emprego Científico:<br />
Uma Necessidade Inadiável.<br />
Poucos temas recolherão hoje tão amplo consenso como a necessidade de criação de emprego<br />
científico. A sua promoção é frequentemente considerada condição essencial para o desenvolvimento<br />
nacional e para a superação do nosso atraso estrutural. Contudo, no plano da resposta concreta a esta<br />
imperiosa necessidade, tem persistido uma preocupante ausência de políticas e de medidas concretas,<br />
de fundo, que alterem a actual situação de franca carência.<br />
A questão do emprego científico, da sua escassez e precariedade, muito mais do que um problema<br />
individual - dos licenciados, mestres e doutores que o procuram uma vez terminada a sua formação<br />
académica - é, pela sua dimensão e significado, um grave problema nacional.<br />
O desperdício de recursos humanos e do "saber fazer" que decorre de um sistema de formação<br />
avançada sem correspondência com um adequado sistema de inserção profissional terá consequências<br />
particularmente penosas num país, como Portugal, reconhecidamente carente de quadros e de uma<br />
estratégia de desenvolvimento harmonioso e sustentável, que promova a inovação, assente no<br />
investimento na ciência e na tecnologia como factor decisivo de progresso.<br />
Na resolução deste problema, impõe-se a adopção de políticas pró-activas de promoção do<br />
emprego científico. Políticas que reforcem as oportunidades de emprego existentes e que apostem<br />
audaciosa e decididamente na criação de novas oportunidades e mecanismos de atracção e inserção<br />
profissional de jovens qualificados nas mais diversas áreas do conhecimento e do saber.<br />
De entre as medidas necessárias - nas quais se incluem algumas das recomendações constantes de<br />
inúmeros estudos e pareceres, quer globais quer sectoriais, nacionais e internacionais, realizados nos<br />
últimos anos, - destacamos:<br />
• A criação de mecanismos de financiamento que permitam a contratação de pessoal pelas<br />
unidades de I&D; as necessidades de pessoal inerentes ao desenvolvimento dos projectos de<br />
investigação, sempre que de natureza temporária, deverão ser preenchidas com recurso à<br />
figura do contrato de trabalho e não utilizando abusivamente bolseiros de investigação, como<br />
hoje sucede;<br />
• A integração de jovens investigadores, docentes e técnicos nos quadros de pessoal das<br />
Universidades e demais instituições de ensino superior e Laboratórios do Estado, com o<br />
descongelamento de novas admissões e o preenchimento de vagas existentes e a criar (na<br />
sequência, sublinhe-se, das recomendações feitas pelos painéis externos de avaliação destas<br />
instituições);<br />
• O reforço do papel destas instituições no apoio ao delinear de políticas públicas,<br />
nomeadamente ao nível sectorial, e a criação de "interfaces" com o sector produtivo, a<br />
indústria e o tecido empresarial, promovendo a transferência do conhecimento produzido<br />
nestas instituições, demonstrando a utilidade da sua integração na actividade das empresas,<br />
despertando as necessidades hoje não sentidas pela generalidade dos empresários;<br />
• A continuação e ampliação do apoio à inserção profissional de pós-graduados nas empresas,<br />
nomeadamente financiando os custos de pessoal numa fase inicial e a concessão de outros<br />
incentivos financeiros, incluindo incentivos fiscais, às empresas que empreguem mestres e<br />
doutores;<br />
• O reforço dos mecanismos de apoio e incentivo à criação de empresas que contribuam para o<br />
lançamento de novos produtos processos ou serviços, por licenciados, mestres e doutores;<br />
• A promoção do emprego científico em associação a áreas de grandes investimentos públicos,<br />
em grandes empresas públicas ou com participação estatal;<br />
• A abertura da administração pública à inovação, com integração de pessoal qualificado (e não<br />
apenas de mais bolseiros), incluindo mestres e doutores, nos vários organismos e entidades da<br />
administração central e local.<br />
Consideramos que a situação de bloqueio que enfrentamos torna imperiosa a definição de uma<br />
estratégia de desenvolvimento nacional que se apoie e articule, entre outras, com uma verdadeira<br />
política científica. Esta, por sua vez, e reafirmamo-lo, não será possível senão sustentada por políticas<br />
de emprego científico consequentes e pela dignificação das condições de prestação do trabalho<br />
científico.<br />
info<strong>ABIC</strong> <strong>Março</strong> <strong>2005</strong> 4
4. NOVO GOVERNO E PROGRAMA GOVERNATIVO PARA A CIÊNCIA & TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR<br />
Nas eleições legislativas do passado 20 de Fevereiro foi eleita uma nova Assembleia da República e<br />
a 4 de <strong>Março</strong> José Sócrates, o Primeiro-Ministro indigitado apresentou ao Presidente da Republica,<br />
Jorge Sampaio, o novo Governo. Na liderança do ministério suja tutela está mais directamente<br />
relacionada com a actividade e interesses da <strong>ABIC</strong>, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino<br />
Superior, foi nomeado José Mariano Gago, que já anteriormente tinha assumido o Ministério da Ciência<br />
e Tecnologia. Como Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, foi nomeado<br />
Manuel Heitor.<br />
O Programa do XVII Governo Constitucional (disponível na integra na página da AR<br />
http://www.parlamento.pt/actividade_parlamentar/programa_gov/), dá ênfase à Ciência e Tecnologia<br />
como sector promotor do crescimento económico. Entre as propostas neste sector podemos ler:<br />
· Duplicar o investimento público em I&D, de forma a que atinja 1% do PIB;<br />
· Fazer crescer em 50% os recursos humanos em I&D e a produção científica<br />
referenciada internacionalmente. Fazer crescer para 1500 por ano o número de<br />
doutoramentos em Portugal e no estrangeiro;<br />
· Estimular o emprego científico no sector público e privado. O Estado promoverá a<br />
criação e o preenchimento progressivo, de forma competitiva, de 1000 lugares<br />
adicionais para I&D, por contrapartida da extinção do número necessário de lugares<br />
menos qualificados noutros sectores da Administração.<br />
A direcção da <strong>ABIC</strong> decidiu efectuar de imediato um pedido de audiência a cada uma das seguintes<br />
entidades:<br />
- Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior<br />
- Ministro do Trabalho e da Solidariedade Social<br />
- Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura<br />
- Comissão Parlamentar do Trabalho e dos Assuntos Sociais<br />
Alguns dos assuntos a abordar nas reuniões solicitadas serão:<br />
- Emprego Científico (apresentação do manifesto, promoção do emprego científico, fim dos falsos<br />
bolseiros);<br />
- Alterações ao Estatuto do Bolseiro (novo enquadramento perante a segurança social, etc.);<br />
- Actualização do montante das bolsas;<br />
- Outros (funcionamento do painel consultivo, concursos para atribuição de bolsas FCT, pagamento<br />
de propinas de doutoramento)<br />
<strong>ABIC</strong> na internet<br />
Visita a página da <strong>ABIC</strong> http://www.bolseiros.org/ Aqui poderás<br />
encontrar informação relevante, como o estatuto do Bolseiro de<br />
Investigação, notícias sobre a actividade da <strong>ABIC</strong>, formas de<br />
contacto, etc.<br />
Participa no fórum <strong>ABIC</strong> online http://forum.bolseiros.org/ Aqui<br />
poderás ver e colocar notícias e avisos, colocar perguntas à direcção<br />
da <strong>ABIC</strong> ou a qualquer bolseiro, e debater o estatuto do Bolseiro de<br />
Investigação, o Emprego Científico.<br />
info<strong>ABIC</strong> <strong>Março</strong> <strong>2005</strong> 5
5. AUMENTO DE PROPINAS NA FACULDADE DE CIÊNCIAS DE LISBOA<br />
No passado mês de Fevereiro, o conselho directivo da Faculdade de Ciências da Universidade de<br />
Lisboa aprovou um novo regulamento de propinas de estudos pós-graduados. O documento, para além<br />
de novos valores de propinas de pós-graduação, estipulou um conjunto de disposições de grande<br />
gravidade, com destaque para o fim de todas as isenções e reduções de propinas anteriormente<br />
previstas (caso dos alunos de pós-graduação com mais baixos escalões de rendimento, dos bolseiros<br />
FCT e dos bolseiros de centros de investigação da FCUL). Em consequência, os bolseiros FCT, por<br />
exemplo, passam a ser obrigados a pagar propinas à FCUL do seu próprio bolso, para além dos 2750<br />
euros anuais já pagos pela FCT à instituição.<br />
Esta forma encontrada pelo conselho directivo da FCUL de fazer face ao sufoco financeiro que a<br />
Faculdade (à semelhança de outras) enfrenta, foi prontamente condenada pelos bolseiros e restantes<br />
alunos de pós-graduação a trabalhar na FCUL. Na sequência de reuniões que juntaram largas dezenas<br />
de bolseiros, foi elaborado um abaixo-assinado no qual se rejeitava firmemente o novo regulamento e<br />
se afirmava a intenção de “impedir, por todos os meios tidos por necessários e convenientes, a sua<br />
aplicação”.<br />
Na sequência da firme contestação desenvolvida pelos bolseiros e restantes pós-graduados à<br />
aplicação do Regulamento, o conselho directivo viu-se obrigado a recuar, tendo numa primeira fase<br />
suspenso o prazo de pagamento da primeira prestação da propina e, posteriormente, emitido um<br />
despacho no qual se estipulou que o novo regulamento não se aplicará a nenhum dos alunos de pósgraduação<br />
actualmente inscritos na Faculdade mas somente aos que se matriculem a partir do<br />
corrente mês de <strong>Março</strong>.<br />
Já depois de conhecido este despacho, foi decidida a realização de um novo protesto que consistiu<br />
na não participação dos bolseiros e restantes alunos de pós-graduação na iniciativa Dias Abertos FCUL,<br />
tendo sido afixados cartazes por toda a Faculdade, durante o período de duração do evento, dando<br />
conhecimento público das razões que justificam a oposição, por questões de princípio, ao novo<br />
regulamento. Foi igualmente enviado um comunicado aos órgãos de comunicação social no qual se<br />
avançavam as razões do protesto. Neste comunicado pode ler-se:<br />
“os bolseiros de investigação e alunos de pós-graduação da FCUL são responsáveis por uma parte<br />
muito significativa da produção científica desta instituição (da qual depende o financiamento dos seus<br />
centros de investigação). Realizam um trabalho de inestimável valor de que a instituição e o país, em<br />
última instância, são beneficiários.<br />
Esta forma de fazer face ao sufoco financeiro que esta instituição atravessa (à semelhança de<br />
outras), obrigando os bolseiros a “pagar para trabalhar”, não pode assim deixar de suscitar o nosso<br />
mais vivo repúdio e indignação.”<br />
O núcleo da <strong>ABIC</strong> da FCUL desde a primeira hora que manifestou a sua posição contra as medidas<br />
aprovadas pelo conselho directivo, que considera de extrema gravidade. O assunto será abordado na<br />
primeira reunião (já solicitada) entre a <strong>ABIC</strong> e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.<br />
Importa agora, dado este triste exemplo, estarmos atentos a medidas semelhantes cuja<br />
implementação possa ser tentada noutras instituições!<br />
“INOVAÇÃO E PROPRIEDADE INDUSTRIAL NOS DOMÍNIOS DA BIOTECNOLOGIA E<br />
CIÊNCIAS DA VIDA”<br />
dia 30 de <strong>Março</strong>, pelas 14h15 no Auditório B1 do Complexo<br />
Pedagógico II, Univ. Minho<br />
A TecMinho, interface responsável pela valorização do conhecimento da UM, em<br />
colaboração com a Escola de Ciências da Saúde e com o apoio do Núcleo de Bolseiros de<br />
I&D da UM promove um Workshop, parte de um Ciclo de Seminários a realizar ao longo<br />
do corrente ano, no domínio da valorização do conhecimento gerado na Universidade. A<br />
sessão terá como objectivos informar sobre a temática da valorização e protecção da<br />
Propriedade Industrial, com especial atenção para as especificidades relativas à<br />
protecção das invenções nas áreas da Biotecnologia e Ciências da Vida, bem como<br />
apresentar o modelo de apoio à criação de spin-offs da Universidade do Minho.<br />
info<strong>ABIC</strong> <strong>Março</strong> <strong>2005</strong> 6