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DISCURSO DE POSSE COMO PRESIDENTE DA ... - ampem

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<strong>DISCURSO</strong> <strong>DE</strong> <strong>POSSE</strong> <strong>COMO</strong> PRESI<strong>DE</strong>NTE <strong>DA</strong> ACA<strong>DE</strong>MIA MARANHENSE<br />

<strong>DE</strong> LETRAS JURÍDICAS 1<br />

Saudação ao Dr. Roque Pires Macatrão, Acadêmico que ora deixa a Presidência da<br />

AMLJ, e à sua diretoria, ao Desembargador Lourival Serejo, ex-Presidente deste<br />

sodalício, eleito o novo Ouvidor do Poder Judiciário estadual, aos demais membros da<br />

Diretoria empossada, aos Confrades e a todos os presentes em geral<br />

As armas ensaia,<br />

Penetra na vida:<br />

Pesada ou querida,<br />

Viver é lutar.<br />

Se o duro combate<br />

Os fracos abate,<br />

Aos fortes, aos bravos,<br />

Só pode exaltar. (Gonçalves Dias, “Canção do Tamoio”)<br />

A Academia Maranhense de Letras Jurídicas é um exemplo pulsante de que,<br />

como enuncia o vate caxiense, “viver é lutar”, é enfrentar “duro combate”, que jamais<br />

abate os fortes e os bravos.<br />

Neste dia especial, tomada de gáudio, tenho a subida honra de assumir a<br />

presidência, auxiliada pelo Dr. José Maria Alves da Silva, pelo Dr. André Gonzalez<br />

Cruz, pelo Dr. Osmar Gomes dos Santos e pelo Conselho Fiscal, dessa nau de homens e<br />

mulheres que navegam no rico mar jurídico repousando nas praias da cultura timbira,<br />

que têm Têmis como diva e o Direito como timão, que ostentam como bússola o ideal<br />

de valorização, desenvolvimento e difusão da cultura jurídica, acalentando o escopo de<br />

congregação de nossos juristas, especialmente aqueles com publicação de trabalhos<br />

nessa seara, e de estímulo à pesquisa no ramo do Direito. Essa nau é produto de um


grande sonho, que principiou a se materializar em 22 de fevereiro de 1986, em<br />

solenidade ocorrida na então sede da Ordem dos Advogados do Brasil, na Rua do<br />

Alecrim, contando com a participação de vinte e quatro membros fundadores. Nascia a<br />

Academia Maranhense de Letras Jurídicas, filiada à Academia Brasileira de Letras<br />

Jurídicas, por efeito da Resolução nº 18/86, de 06.05.1986, hoje com porto seguro em<br />

uma pequena sala nas dependências da OAB-MA, cedida pelo Acadêmico Raimundo<br />

Marques, à época presidente do órgão no Maranhão, tendo como primeiro capitão o<br />

Professor Wady Sauáia, posto ocupado até esta data pelo Dr. Roque Pires Macatrão, que<br />

conduziu a embarcação, com a dedicação e mestria que lhe são peculiares, a despeito<br />

das tormentas e recifes, em busca da realização do destino para a qual foi concebida e<br />

dos ideais que a impulsionam.<br />

A semente frutifica e a árvore cresce. Ensina a sabedoria bíblica, do Livro<br />

do Eclesiastes: “Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito<br />

debaixo do céu./Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de<br />

arrancar o que se plantou;/tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo<br />

de edificar;/tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de<br />

dançar;/tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo<br />

de abster-se de abraçar;/tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo<br />

de deitar fora [...]” (3: 1-6).<br />

Já foi o tempo de nascer. Todos que ocuparam a presidência cultivaram o<br />

tempo de plantar. O Dr. Lourival Serejo e sua Diretoria, por exemplo, ajuntaram<br />

algumas das primeiras pedras, que tornaram possível o vislumbre do nosso edifício,<br />

mediante a publicação da primeira Revista de nossa Academia e outras iniciativas<br />

laudáveis. O Dr. Roque Macatrão e sua equipe, por último, garantiram a renovação da<br />

semeadura e o reforço das pedras que alicerçam o edifício. Também nos lembraram de<br />

que é tempo de abraçar, tempo de rir nas nossas já tradicionais reuniões das sextas,<br />

mesmo que elas ocasionalmente aconteçam em uma quinta. Agora é tempo de plantar<br />

novas sementes, de continuar buscando, de aproveitar o que já foi plantado e de<br />

prosseguir na edificação, para que o prédio se torne tão alto quanto os sonhos que o<br />

alicerçam. Nossa Diretoria pretende contribuir para que o edifício se torne ainda mais<br />

imponente, ainda mais sólido e preparado para a sua nobre missão. Afinal, a “vida é<br />

combate”, que somente os fracos abate.<br />

Como diretrizes de nossa gestão, elencamos: a continuação do processo de<br />

reativação e reorganização da Academia, iniciado na administração do Dr. Roque Pires<br />

Macatrão; a publicação da nova edição da Revista da Academia Maranhense de Letras<br />

Jurídicas, bem como de seu Estatuto e Regimento Interno; o escopo de dar publicidade<br />

aos atos da Academia e aos trabalhos e realizações de seus membros; o robustecimento<br />

da produção jurídica maranhense; a efetivação de projeto com o título provisório de<br />

“Malhando a Mente”, visando à realização de uma série de palestras, que seriam<br />

ministradas pelos próprios membros da Academia nas universidades maranhenses,


motivo pelo qual solicitamos aos Confrades a apresentação dos temas de sua<br />

preferência e expertise; entre outras iniciativas.<br />

Nesta oportunidade, agradeço a Deus, o Semeador maior do universo; a<br />

meus pais, os semeadores particulares de minha vida; e a todos os Confrades, pela<br />

confiança depositada em mim e na nova Diretoria, a qual tentaremos honrar com os<br />

nossos melhores esforços.<br />

Por derradeiro, lembremos que é a força de um ideal, forjado em 1986, que<br />

inspira esta Academia. O sonho, o mesmo do Professor Wady Sauáia, nos apanha em<br />

sua teia, como escreve José Chagas:<br />

No começo era o sonho, e o sonho tinha<br />

um mistério a mover-se em sua entranha,<br />

fruto da dor e da razão mesquinha<br />

de quem se vai perdendo no que ganha,<br />

e segue a estrada em que só se caminha<br />

se conduzir no dorso uma montanha,<br />

pois esse é o preço da ilusão vizinha<br />

que por todo lugar nos acompanha,<br />

como sombra espectral que se adivinha,<br />

visão familiar, porém estranha,<br />

que dos outros não é, nem também minha,<br />

mas pulsa em nós como enrustida aranha<br />

que, atravessando os séculos sozinha,<br />

tece a teia do tempo e nos apanha (Os azulejos do tempo, p. 37).<br />

A Academia Maranhense de Letras Jurídicas é um sonho pelo qual vale a<br />

pena lutar, pois, enfim, a vida representa “luta renhida/Viver é lutar./A vida é


combate,/Que os fracos abate/Que os fortes, os bravos,/Só pode exaltar”. A Academia<br />

buscará abrir novas portas para publicações, palestras, eventos, procurando sempre<br />

apoiar os Senhores Acadêmicos em suas atuações, para a divulgação dos estudos e da<br />

cultura jurídica. E, sobretudo, para melhor servir ao ideal da Justiça e à sociedade. Nós,<br />

membros desta Diretoria infante, sabemos que não estamos sozinhos. Contamos com o<br />

apoio de todos. Muito obrigada.<br />

Ana Luiza Almeida Ferro


1 Proferido no Hotel Praia Ponta D’Areia, em São Luís-MA, na data de 24.11.2011.

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