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rega.culturas.hortic.. - DRAP Algarve

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Contributo para estimar as necessidades hídricas e ciclos culturais de diferentes<br />

<strong>culturas</strong> hortícolas na região do <strong>Algarve</strong><br />

Actualmente, utilizando a metodologia adequada, é possível determinar, com elevado rigor, a quantidade<br />

de água a aplicar à maioria das <strong>culturas</strong> efectuadas na nossa região, nomeadamente hortícolas e fruteiras.<br />

Todavia em muitas situações nem sempre é possível, em tempo útil, obter a informação meteorológica e<br />

agronómica indispensável à elaboração desses cálculos.<br />

Outra condicionante reside no facto dos agricultores e técnicos nem sempre dominarem com precisão as<br />

matérias em apreço. Nestas condições a água a aplicar, com alguma frequência, tem como base a<br />

experiência ou sensibilidade de cada um, situação que em muitos casos resulta numa <strong>rega</strong> pouco rigorosa,<br />

onerando os resultados finais da exploração, e com resultados negativos para a cultura e o meio ambiente.<br />

No Centro de Experimentação Horto-Frutícola do Patacão (CEHFP), deste a década de 80, decorreram<br />

ensaios de <strong>culturas</strong> hortícolas, com base nos quais foi possível recolher numerosa informação que pode<br />

ser um valioso contributo para a condução da <strong>rega</strong>, bem para estimar os ciclos culturais, das <strong>culturas</strong><br />

realizadas.<br />

Assim recorrendo a algumas simplificações, mas tendo por base os numerosos ensaios realizados, na<br />

ausência de outros elementos, o presente artigo tem como objectivo, possibilitar uma estimativa mais<br />

rigorosa e aproximada da quantidade de água a aplicar às <strong>culturas</strong>, da frequência das <strong>rega</strong>s e da definição<br />

do ciclo cultural.<br />

Quantidade de água a aplicar à cultura<br />

A partir dos valores da evaporação obtidos<br />

numa tina de classe A é possível estimar a<br />

quantidade de água a aplicar às diferentes<br />

<strong>culturas</strong>.<br />

Primeiro, com os dados da evaporação é feita<br />

uma estimativa da evapotranspiração de<br />

referência (Eto), que se obtém com base na<br />

seguinte relação:<br />

Eto = Epan • Kp<br />

Eto - Representa a evapotranspiração de uma<br />

cultura de gramíneas verdes de altura uniforme, (8 a 15 cm) com crescimento activo cobrindo um solo<br />

bem abastecido de água. Em mm/dia ou mm/período.<br />

Epan - Evaporação na tina de classe A. Representa a perda de água por evaporação na superfície de uma<br />

tina, em mm/dia ou mm/período<br />

Kp - Coeficiente especifico relativo à tina de classe A. Representa a relação entre a evapotranspiração da<br />

cultura de referência (Eto) e a perda de água por evaporação na superfície de água livre de uma tina. Os<br />

valores deste coeficiente variam com a extensão e o estado da vegetação que cobre o solo em redor da<br />

tina, assim como com as condições de humidade e de vento. Pode variar entre 0.55 e 0.85.<br />

A partir do início do Projecto Luso-Alemão de Horticultura (1981/87) iniciaram-se registos dos valores<br />

da Evaporação numa tina classe A, instalada ao ar livre, no posto meteorológico do CEHFP - Faro. Aí<br />

verificámos que, nas nossas condições, os valores do coeficiente Kp variavam de 0.65 a 0.85, sendo os<br />

valores mais baixos registados na Primavera/Verão e os mais elevados no Outono/Inverno.<br />

A <strong>rega</strong> é depois estimada aplicando a fórmula:<br />

• Etc = Eto * Kc<br />

1


Etc - Evapotranspiração da cultura. Este valor representa a quantidade de água a aplicar à cultura. Neste<br />

valor incluem-se a perda de água devida à transpiração da cultura, mais a evaporação do solo e da<br />

superfície húmida da vegetação.<br />

Kc - Coeficiente cultural. Representa a relação entre a evapotranspiração da cultura e a evapotranspiração<br />

da cultura de referência, Eto, quando ambas se encontram em espaços amplos, em condições de<br />

crescimento óptimas. Este valor é função da espécie cultivada e do seu estado de desenvolvimento,<br />

apresentando geralmente valores inferiores a 1.<br />

Os valores de Kc são determinados experimentalmente e vêm publicados em diversa documentação, com<br />

destaque para as publicações de Doorenbos & Pruitt (1976) e de Doorenbos & Kassam (1979). Todavia, a<br />

sua aplicação directa nem sempre é aconselhável, uma vez que foram estudados em condições por vezes<br />

muito diferentes daquelas em que vão ser utilizados. Por isso é recomendável, sempre que possível, que<br />

se façam estudos de maneira a adapta-los às condições locais.<br />

Quer na <strong>rega</strong> gota a gota quer na <strong>rega</strong> por microaspersão, a área de solo molhado é claramente menor do<br />

que pelos métodos clássicos (alagamento, aspersão etc.). Assim, na prática, a evapotranspiração é menor<br />

quando se utilizam técnicas de microirrigação. Nestas condições os valores de Etc não vão além de 70 a<br />

90 % dos valores normalmente aceites.<br />

Esta diminuição de Etc é tanto maior quanto menor for a densidade dos distribuidores de água e<br />

humidificação do solo em superfície. Actualmente, principalmente nas <strong>culturas</strong> em estufa, utiliza-se<br />

também a cobertura do solo com plástico ("paillage") o que condiciona igualmente a evaporação à<br />

superfície e a humidade do solo.<br />

Tendo em conta estes factores, Veschambre & Vaysse (1980) indicam alguns coeficientes, que se<br />

introduzem na fórmula de cálculo, com a finalidade de corrigir a dotação de <strong>rega</strong> a aplicar às plantas<br />

tendo em conta esta poupança de água e que, com carácter orientativo, se referem no quadro.<br />

Valores do coeficiente de poupança de água (p)<br />

Tipo de cultura / sistema de <strong>rega</strong> (p)<br />

Micro aspersores 0,90<br />

Pomares clássicos com gotejadores (1500-2000<br />

gotejadores / ha)<br />

0,80<br />

Pomares de alta densidade com gotejadores (>2500<br />

gotejadores / ha)<br />

0,90<br />

Tomate em estufa <strong>rega</strong>do gota a gota 0,75<br />

Tomate, beringela, pimento com solo nu ao ar livre (gota<br />

a gota)<br />

0,85<br />

Morangos, pimentos, melão com “paillage” plástica e<br />

gota a gota<br />

0,70<br />

Citrinos 0,70<br />

2


Assim, se a cultura a <strong>rega</strong>r utiliza um sistema de <strong>rega</strong><br />

localizada, será recomendável introduzir na fórmula de<br />

cálculo este coeficiente (p), resultando então a seguinte<br />

equação:<br />

Etc = Epan * Kp* Kc * p (mm = l/m 2 ) ⇒ REGA<br />

p - Coeficiente de poupança de água(0.7 a 0.9). Este<br />

valor está ligado à prática da <strong>rega</strong> localizada, que<br />

provoca uma diminuição na evapotranspiração da<br />

cultura.<br />

Exemplo dos cálculos a efectuar tomando como referência uma cultura de Tomate:<br />

Valores de Kc (Coeficiente Cultural) para o TOMATE<br />

Ciclo vegetativo do Tomate Kc<br />

1ª Fase Da plantação à floração do 1º cacho 0.50<br />

2ª Fase Da floração 1º cacho à floração do 3º<br />

cacho<br />

0.65<br />

3ª Fase Da floração 3º cacho à floração do 4º cacho 0.80<br />

4ª Fase Da floração do 4º cacho até meio das<br />

colheitas<br />

5ª Fase Do meio das colheitas até ao final das<br />

colheitas<br />

Cultura Tomate<br />

Fase do ciclo vegetativo 2ª Fase (Maio)<br />

Kc = 0,65<br />

Epan = 5 mm/dia<br />

Kp = 0.85 (Valor estimado)<br />

p = 0.80 (Valor estimado)<br />

Rega = Epan • Kp • Kc • p<br />

Rega = 5 • 0.85 • 0.65 • 0.8<br />

Rega = 2.21 l/m 2 /dia<br />

1.00<br />

0.80<br />

3


SIMPLIFICAÇÃO DA FÓRMULA<br />

Exemplo com a cultura de Tomate ao Ar Livre<br />

Neste caso vamos partir do princípio que Kp e p têm valores fixos ao longo do ciclo cultural.<br />

Kp = 0.85<br />

p = 0.80<br />

Kp • p = 0.85 • 0.80 = 0.68<br />

Depois calculamos um novo valor para Kc, a que iremos chamar Kc1 simplificado e que será:<br />

A fórmula simplificada será então:<br />

Fases do ciclo cultural Kc • (Kp • p) = Kc1<br />

1ª Fase<br />

2ª Fase<br />

3ª Fase<br />

4ª Fase<br />

5ª Fase<br />

REGA = Etc<br />

0.50 • 0.68 = 0.35<br />

0.65 • 0.68 = 0.45<br />

0.80 • 0.68 = 0.55<br />

1.00 • 0.68 = 0.70<br />

0.80 • 0.68 = 0.55<br />

REGA = Epan • Kc (já corrigido)<br />

4


No caso da cultura em estufa verificámos que a evapotranspiração é menor em relação ao ar livre,<br />

representando cerca de 70%.<br />

Então, o Kc1 corrigido, para a estufa, será:<br />

Fases do ciclo cultural Kc • 0.7 = Kc1<br />

1ª Fase 0.35 • 0.7 = 0.25<br />

2ª Fase 0.45 • 0.7 = 0.30<br />

3ª Fase 0.55 • 0.7 = 0.40<br />

4ª Fase 0.70 • 0.7 = 0.50<br />

5ª Fase 0.55 • 0.7 = 0.40<br />

Kc corrigido<br />

Na falta de dados sobre a evaporação podemos tomar como referência os valores do quadro seguinte:<br />

Valores de Epan - médias de 10 anos (1986/87 a 1996/97) obtidas no posto meteorológico do<br />

CEHFP.<br />

MÊS JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ<br />

Epan<br />

(mm)<br />

1.70<br />

2.40<br />

3.60<br />

4.50<br />

6.30<br />

8.20<br />

8.80<br />

7.80<br />

5.90<br />

3.70<br />

2.10<br />

1.80<br />

5


Estimativa dos valores de Kc corrigidos, tendo em vista entrar directamente na<br />

fórmula:<br />

Rega = Epan x Kc<br />

Culturas<br />

Tomate<br />

Ciclo vegetativo<br />

Coeficientes culturais<br />

(Kc)<br />

Ar livre Estufa<br />

Da plantação à floração do 1º cacho 0.35 0.25<br />

Da floração do 1º cacho à floração do 3º cacho 0.45 0.30<br />

Da floração do 3º cacho à floração do 4º cacho 0.55 0.40<br />

Da floração do 4º cacho até meio das colheitas 0.70 0.50<br />

Do meio das colheitas até final das colheitas 0.55 0.40<br />

Pimento Da plantação ao início da floração 0.35 0.25<br />

Beringela<br />

Do início da floração ao início das colheitas 0.60 0.40<br />

Durante o período das colheitas 0.75 0.50<br />

Da plantação ao início da floração ____ 0.25<br />

Do início da floração ao início das colheitas ____ 0.35<br />

Durante o período das colheitas ____ 0.45<br />

6


Culturas<br />

Melão e Melancia<br />

Pepino<br />

Feijão Verde<br />

Alface<br />

Morango<br />

Ciclo vegetativo<br />

Da sementeira ou plantação ao vingamento dos 1ºs<br />

frutos<br />

Do vingamento até ao engrossamento dos 1ºs frutos<br />

Durante o engrossamento dos frutos até ao início das<br />

colheitas<br />

Coeficientes<br />

culturais (Kc)<br />

Ar livre Estufa<br />

0.35 0.30<br />

0.55<br />

0.70<br />

0.50<br />

Durante o período das colheitas 0.55 0.45<br />

Da plantação ao início da floração ____ 0.30<br />

Do início da floração até à formação dos 1ºs frutos ____ 0.35<br />

Da formação dos 1ºs frutos até às 1ªs colheitas ____ 0.40<br />

Depois das 1ªs colheitas até final ____ 0.45<br />

Da sementeira à germinação 0.25 0.20<br />

Da germinação ou plantação ao início da floração 0.50 0.35<br />

Do início da floração ao início das colheitas 0.70 0.45<br />

Durante o período da colheita 0.65 0.40<br />

Início da cultura 0.50 0.35<br />

Restante período 0.70 0.45<br />

Da plantação até à floração 0.60 0.45<br />

Restante período 0.80 0.60<br />

7


Exemplos de diferentes fases de desenvolvimentos de <strong>culturas</strong> hortícolas<br />

experimentadas no CEHFP<br />

TOMATE (Estufa) - Plantação em Agosto<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação à floração do 1º cacho 27/08 a 11/09 16<br />

2ª Da floração do 1º cacho à floração do 3º cacho 12/09 a 12/10 31<br />

3ª Da floração do 3º cacho à floração do 4º cacho 13/10 a 24/10 12<br />

4ª Da floração do 4º cacho até meio das colheitas 25/10 a 30/12 67<br />

5ª Do meio das colheitas até final das colheitas 31/12 a 24/02 56<br />

TOTAL 182<br />

Rega<br />

Mês Ago Set Out Nov Dez Jan Fev<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 4ª 4ª 4ª 4ª 5ª 5ª 5ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 10 16 34 13 18 13 32 27 01 21 23 208 1.14<br />

TOMATE (Estufa) – Plantação em Janeiro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação à floração do 1º cacho 12/01 a 18/02 38<br />

2ª Da floração do 1º cacho à floração do 3º cacho 19/02 a 29/03 39<br />

3ª Da floração do 3º cacho à floração do 4º cacho 30/03 a 13/04 15<br />

4ª Da floração do 4º cacho até meio das colheitas 14/04 a 06/06 54<br />

5ª Do meio das colheitas até final das colheitas 07/06 a 21/07 45<br />

TOTAL 191<br />

Rega<br />

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 3ª 3ª 4ª 4ª 4ª 5ª 5ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l /m 2 ) 09 11 07 31 03 23 38 98 25 79 74 398 2.08<br />

8


PIMENTO (Estufa) - Plantação em Setembro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao início da floração 24/09 a 21/10 27<br />

2ª Do início da floração ao início das colheitas 22/10 a 09/12 49<br />

3ª Durante o período das colheitas 10/12 a 27/05 169<br />

TOTAL 245<br />

Rega<br />

Mês Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 2ª 3ª 3ª 3ª 3ª 3ª 3ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 09 19 15 25 06 20 26 34 56 68 85 363 1.48<br />

PIMENTO (Estufa) - Plantação em Outubro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao início da floração 19/10 a 02/12 45<br />

2ª Do início da floração ao início das colheitas 03/12 a 21/01 50<br />

3ª Durante o período das colheitas 22/01 a 03/06 133<br />

TOTAL 228<br />

Rega<br />

Mês Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun<br />

Fase 1ª 1ª 1ª 2ª 2ª 3ª 3ª 3ª 3ª 3ª 3ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 12 16 01 21 14 09 34 56 68 98 12 341 1.50<br />

9


PIMENTO (Estufa) - Plantação em Novembro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao início da floração 26/11 a 22/01 58<br />

2ª Do início da floração ao início das colheitas 23/01 a 18/03 55<br />

3ª Durante o período das colheitas 19/03 a 08/07 112<br />

TOTAL 225<br />

Rega<br />

Mês Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul<br />

Fase 1ª 1ª 1ª 2ª 2ª 2ª 3ª 3ª 3ª 3ª 3ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 03 14 09 06 27 26 23 68 98 123 35 432 1.92<br />

PIMENTO (Estufa) - Plantação em Fevereiro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao início da floração 04/02 a 15/03 40<br />

2ª Do início da floração ao início das colheitas 16/03 a 28/04 44<br />

3ª Durante o período das colheitas 29/04 a 23/06 56<br />

TOTAL 140<br />

Rega<br />

Mês Fev Mar Abr Mai Jun<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 3ª 3ª 3ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 15 14 23 50 05 98 94 299 2.14<br />

10


PEPINO (Estufa) - Plantação em Setembro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao início da floração 02/09 a 16/09 15<br />

2ª Do início da floração até à formação dos 1ºs frutos 17/09 a 30/09 14<br />

3ª Da formação dos 1ºs frutos até às 1ªs colheitas 01/10 a 12/10 12<br />

4ª Depois das 1ªs colheitas até final 13/10 a 10/12 59<br />

TOTAL 100<br />

Rega<br />

Mês Set Out Nov Dez<br />

Fase 1ª 2ª 3ª 4ª 4ª 4ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 27 29 18 32 28 8 142 1.42<br />

PEPINO (Estufa) - Plantação em Fevereiro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao início da floração 26/02 a 15/03 18<br />

2ª Do início da floração até à formação dos 1ºs frutos 16/03 a 30/03 15<br />

3ª Da formação dos 1ºs frutos até às 1ªs colheitas 31/03 a 15/04 16<br />

4ª Depois das 1ªs colheitas até final 16/04 a 05/07 81<br />

TOTAL 130<br />

Rega<br />

Mês Fev Mar Abr Mai Jun Jul<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 3ª 3ª 4ª 4ª 4ª 4ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 02 16 19 01 27 30 88 111 20 314 2.42<br />

11


MELANCIA (Ar Livre) - Plantação em Março<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao vingamento dos 1ºs frutos 20/03 a 18/04 30<br />

2ª Do vingamento até ao engrossamento dos 1ºs frutos 19/04 a 03/05 15<br />

3ª Durante o engrossamento dos frutos até ao início das colheitas 04/05 a 12/06 40<br />

4ª Durante o período das colheitas 13/06 a 27/07 45<br />

TOTAL 130<br />

Rega<br />

Mês Mar Abr Mai Jun Jul<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 3ª 3ª 4ª 4ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 15 28 30 11 127 69 81 131 492 3.78<br />

MELÃO (Ar Livre) - Plantação em Março<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao vingamento dos 1ºs frutos 20/03 a 24/04 36<br />

2ª Do vingamento até ao engrossamento dos 1ºs frutos 25/04 a 14/05 20<br />

3ª Durante o engrossamento dos frutos até ao início das colheitas 14/05 a 08/07 55<br />

4ª Durante o período das colheitas 09/07 a 17/08 40<br />

TOTAL 151<br />

Rega<br />

Mês Mar Abr Mai Jun Jul Ago<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 3ª 3ª 3ª 4ª 4ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 15 38 15 49 75 172 49 111 73 597 3.95<br />

12


MELÃO (Estufa) - Plantação em Fevereiro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da plantação ao vingamento dos 1º frutos 10/02 a 04/03 23<br />

2ª Do vingamento 1º frutos ao início das colheitas 05/03 a 18/05 75<br />

3ª Do início das colheitas até final das colheitas 19/05 a 14/07 57<br />

TOTAL 155<br />

Rega<br />

Mês Fev Mar Abr Mai Jun Jul<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 2ª 3ª 3ª 3ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 14 04 49 68 57 37 111 55 395 2.55<br />

FEIJÃO VERDE (Estufa) - Sementeira em Setembro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Da sementeira à germinação 11/09 a 17/09 07<br />

2ª Da germinação ou plantação ao início da floração 18/09 a 11/10 24<br />

3ª Do início da floração ao início das colheitas 12/10 a 01/11 21<br />

4ª Durante o período das colheitas 02/11 a 03/01 63<br />

TOTAL 115<br />

Rega<br />

Mês Set Out Nov Dez Jan<br />

Fase 1ª 2ª 2ª 3ª 3ª 4ª 4ª 4ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 08 27 14 33 01 24 22 02 131 1.40<br />

13


FEIJÃO VERDE (Estufa) - Sementeira em Janeiro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Sementeira à Germinação 16/01 a 25/01 10<br />

2ª Germinação ao início da floração 26/01 a 16/03 50<br />

2ª Floração ao início das colheitas 17/03 a 06/04 21<br />

3ª Início das colheitas ao final das colheitas 07/04 a 07/06 62<br />

TOTAL 143<br />

Rega<br />

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun<br />

Fase 1ª 2ª 2ª 2ª 3ª 3ª 4ª 4ª 4ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 03 04 24 20 24 12 43 78 23 231 1.62<br />

ALFACE (Estufa) - Plantação em Inicio de Outubro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Início da cultura 02/10 a 20/10 19<br />

2ª Restante período 21/10 a 27/11 38<br />

Mês Out Nov<br />

Fase 1ª 2ª 2ª<br />

TOTAL 57<br />

Rega<br />

Total Média (l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 25 18 26 69 1.21<br />

14


ALFACE (Estufa) - Plantação em Finais de Outubro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Início da cultura 30/10 a 20/11 22<br />

2ª Restante período 21/11 a 02/01 43<br />

TOTAL 65<br />

Rega<br />

Mês Out Nov Dez Jan<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 2ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 03 15 09 25 02 54 0.83<br />

ALFACE (Estufa) - Plantação em Finais de Dezembro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Início da cultura 30/12 a 19/01 21<br />

2ª Restante período 20/01 a 10/03 50<br />

TOTAL 71<br />

Rega<br />

Mês Dez Jan Fev Mar<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 2ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 01 11 09 30 16 67 0.94<br />

15


MORANGOS (Estufa) - Plantação em Finais de Outubro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Até à floração 25/10 a 30/11 37<br />

2ª Restante período 01/12 a 25/05 176<br />

TOTAL 213<br />

Rega<br />

Mês Out Nov Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai.<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 2ª 2ª 2ª 2ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 12 28 33 32 40 67 81 95 388 1.82<br />

MORANGOS (Ar Livre) - Plantação em Novembro<br />

Fases do Ciclo Vegetativo Período em que decorre<br />

Data Nº de dias<br />

1ª Até à floração 15/11 a 30/12 46<br />

2ª Restante período 31/12 a 20/06 172<br />

TOTAL 218<br />

Rega<br />

Mês Nov Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun..<br />

Fase 1ª 1ª 2ª 2ª 2ª 2ª 2ª 2ª 2ª<br />

Total Média<br />

(l/m 2 /dia)<br />

(l / m 2 ) 20 32 01 42 54 89 108 156 131 633 2.90<br />

Notas:<br />

- Os valores para estimar a <strong>rega</strong> tiveram como referência a evaporação registada numa tina de classe A instalada na<br />

estação meteorológica do CEHFP no período de 1986/86 a 1996/97.<br />

– Nos solos secos, antes de plantar, recomenda-se aplicar 15 a 25 mm de água no sentido de humedecer o solo na zona de<br />

desenvolvimento das raízes. Nestas condições poderá não ser necessário <strong>rega</strong>r nos 1ªs dias após a plantação.<br />

16


Frequência das <strong>rega</strong>s<br />

Tão importante como saber estimar a quantidade de água a aplicar à cultura, é o conhecimento da<br />

oportunidade de <strong>rega</strong>.<br />

Se as <strong>rega</strong>s forem muito espaçadas, a planta fica submetida a períodos de muita humidade no solo,<br />

intercalados com outros de grande secura. Além disso, nestas condições, as <strong>rega</strong>s acabam por ser muito<br />

copiosas originando perdas de água elevadas, principalmente em solos são leves, do tipo arenoso.<br />

Se as <strong>rega</strong>s são muito frequentes, em certos casos, conduzem ao encharcamento do solo, durante bastante<br />

tempo, podendo então ocorrer problemas de asfixia radicular.<br />

No caso das plantas hortícolas, aconselha-se que antes da plantação, de preferência no dia anterior, se<br />

aplique ao solo uma <strong>rega</strong> que deixe as linhas de plantação uniformemente humedecidas. Evita-se assim a<br />

perda de plantas aquando da plantação, pois assegura-se logo de início um solo provido de água na zona<br />

de desenvolvimento das raízes. As <strong>rega</strong>s posteriores terão início uma a quatro semanas após a plantação<br />

(dependendo da época do ano e do tipo de solo), mas sempre antes das plantas apresentarem sintomas de<br />

secura.<br />

Para escolher a melhor oportunidade de <strong>rega</strong> podemos tomar como referência a água existente no solo.<br />

Nestas condições os tensiómetros são um óptimo auxiliar.<br />

Na prática, para a maioria das <strong>culturas</strong>, as <strong>rega</strong>s terão lugar.<br />

quando se registam valores acima dos 20 a 30 centibares.<br />

São de evitar as <strong>rega</strong>s muito copiosas, de modo a que os<br />

aparelhos não acusem valores abaixo dos 10 centibares, na<br />

camada superficial até 30 ou 40 cm de profundidade, região<br />

onde se desenvolvem a maioria das raízes activas.<br />

Outro modo de estabelecer a frequência das <strong>rega</strong>s é<br />

estabelecer períodos fixos, tendo em atenção a época do ano e<br />

o tipo de solo, podendo então tomar-se como orientação, o<br />

seguinte:<br />

Bibliografia<br />

Cultura a decorrer na época fria<br />

(Outubro a Março)<br />

Solos tipo<br />

Arenoso<br />

Solos tipo<br />

Argiloso<br />

Rega cada<br />

2 - 3 Dias<br />

Rega cada<br />

3 – 5 Dias<br />

Cultura a decorrer na época quente<br />

(Abril a Setembro)<br />

Solos tipo<br />

Arenoso<br />

Solos tipo<br />

Argiloso<br />

Rega diária ou<br />

cada 2 Dias<br />

Rega cada<br />

2 – 3 Dias<br />

DOORENBOS J.e PRUITT W.O. : Las necesidades de água de los cultivos. Estudio FAO: RIEGO Y DRENAJE. Nº24 – Roma. 1976.<br />

DOORENBOS J. : Estaciones agrometeorológicas. Estudio FAO: RIEGO Y DRENAJE. Nº 27 – Roma. 1978.<br />

DOORENBOS J.e KASSAM A.H. : Efectos del água sobre el rendimiento de los cultivos. Estudio FAO: RIEGO y - DRENAJE. Nº33 –<br />

Roma. 1979<br />

VESCHAMBRE D. et VAYSSE P.: Mémento goutte à goutte.- Guide pratique de la micro-irrigattion par goutteur et diffuseur. CTIFL-INRA<br />

Paris 1980<br />

Perguntas sobre tensiómetros. Departamento de Ciências Agrícolas - Universidade da Califórnia, folheto 2264, Março, 1981<br />

ROSA, A. : Rega. - Folhas para as aulas dos cursos de iniciação em <strong>hortic</strong>ultura. Arquivo da Formação Profissional. Patacão. 1984.<br />

ROSA, A. MARREIROS, A. PACHECO, C. COSTA, J. LOPES, J. BOCK, M. MENDES, M. : Dotações de água aplicadas a diferentes<br />

<strong>culturas</strong> no Centro Experimental de Horto-Fruticultura do Patacão. ( Painel perímetro de Rega do <strong>Algarve</strong> - Silves e Alvor). FARO, Janeiro,<br />

1986.<br />

17


ROSA, A. e C. PACHECO: Pimento. - Automatização da <strong>rega</strong>, numa cultura de pimento em estufa, com tensiómetros de contactos<br />

eléctricos. Ensaio nº 511. DRAAG - DDI – Faro. 1990.<br />

SÁNCHES - TORIBIO e otros : Calibración de los modelos FAO de estimación de Eto, en un área representativa de la región de Murcia.<br />

Revista:- Riegos y Drenajes XXI. Nº 57, pág.9-16 - Barcelona – Novembro, 1991.<br />

ROSA, A. : A <strong>rega</strong> em <strong>hortic</strong>ultura protegida na região do <strong>Algarve</strong>. Cadernos Agro-pecuários - Horticultura, Ano II nº 5. Junho 1992.<br />

ROSA, A. : A Rega localizada em Horticultura (Guia do Extensionista). DRAAG – Faro. 1995<br />

DRAALG (Direcção Regional de Agricultura do <strong>Algarve</strong>) - Resultados de ensaios publicados pelo Projecto Luso-Alemão de Horto-<br />

Fruticultura, PATACÃO. 1981 / 87.<br />

DRAALG (Direcção Regional de Agricultura do <strong>Algarve</strong>) - Resultados de ensaios publicados pelo Centro de Experimentação Horto -<br />

Fruticultura do Patacão, PATACÃO. 1987 / 94.<br />

P. PEYREMORTE (Sociedade do canal da Provença e do desenvolvimento da Região Provençal) : Os tensiómetros para melhorar a<br />

instalação de <strong>rega</strong> localizada. Tradução fornecida pela firma Sebastião Beltrão, Comércio e técnicas de máquinas, LDA.<br />

_________________________________________________________<br />

Armindo José Gonçalves Rosa<br />

<strong>DRAP</strong> <strong>Algarve</strong> - Direcção Regional de Agricultura e Pescas do <strong>Algarve</strong><br />

DSAP / DAPA - Faro-Patacão, 2009<br />

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