amavam. Aceitando nossos conselhos, <strong>de</strong>senvolveram técnicas do Serviço Secreto. Penetravam em casas já cercadas pela Polícia “Secreta” A Polícia não sabia que haviam entrado. O valor <strong>de</strong>ssas Bíblias contraban<strong>de</strong>adas <strong>por</strong> tais homens jamais po<strong>de</strong> ser entendido <strong>por</strong> pessoas livres, americanos ou ingleses, que "nadam" em Bíblias! Minha família e eu não teríamos sobrevivido não fora a ajuda recebida dos crentes que oravam <strong>por</strong> nós. O mesmo acontece com muitos pastores ou famílias <strong>de</strong> mártires da Igreja Subterrânea nos países comunistas. Posso dar testemunho <strong>de</strong> minha própria experiência a respeito da ajuda material e, mais ainda, da ajuda moral que nos foi dada pela Missão Cristã Européia da Inglaterra. Para nós, seus homens foram como que anjos enviados <strong>por</strong> Deus! Por causa do <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho da Igreja Subterrânea, estive mais uma vez na iminência <strong>de</strong> ser preso. Então, <strong>de</strong>sta vez duas organizações — A Missão Norueguesa para os Ju<strong>de</strong>us e a Aliança Cristã Hebraica — pagaram um resgate <strong>de</strong> 2.500 libras <strong>por</strong> minha pessoa. Podia agora <strong>de</strong>ixar a Romênia. 32 Por que <strong>de</strong>ixei a Romênia Comunista Não a teria <strong>de</strong>ixado — apesar dos perigos — se os lí<strong>de</strong>res da Igreja Subterrânea não me tivessem constrangido a usar esta o<strong>por</strong>tunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar o país, para ser a "voz" da Igreja Subterrânea para o mundo livre. Eles <strong>de</strong>sejavam que eu falasse em seu nome, a vocês, do mundo oci<strong>de</strong>ntal a respeito <strong>de</strong> seus sofrimentos e necessida<strong>de</strong>s. Vim para o Oci<strong>de</strong>nte; meu coração, <strong>por</strong>ém, ficou com eles. Se não enten<strong>de</strong>sse que havia gran<strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vocês ouvirem a respeito dos sofrimentos e do trabalho corajoso da Igreja Secreta, jamais teria <strong>de</strong>ixado a Romênia. Esta é, <strong>por</strong>tanto, a minha missão. Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar meu país fui chamado duas vezes ã Policia Secreta. Disseramme que haviam recebido o dinheiro do meu resgate. (A Romênia ven<strong>de</strong> seus cidadãos a dinheiro, <strong>por</strong> causa da difícil crise financeira trazida para o nosso país pelo Comunismo). Disseram-me: "Vá para o Oci<strong>de</strong>nte e pregue <strong>Cristo</strong> tanto quanto queira, mas não nos moleste. Não diga nada contra nós. Aqui está o nosso plano a seu respeito, se contar o que lhe aconteceu durante estes anos: Em primeiro lugar, <strong>por</strong> apenas 500 libras po<strong>de</strong>mos contratar Um 'gangster' para liquidá-lo, ou po<strong>de</strong>remos raptá-lo". (Estive na mesma cela com um bispo ortodoxo, Vasile Leul, que fora raptado na Áustria e trazido para a Romênia. Todas as suas unhas lhe haviam sido arrancadas. Estive também com outros raptados em Berlim. Recentemente romenos foram raptados em Paris e na Itália). Disseram-me mais: "Po<strong>de</strong>mos também <strong>de</strong>struí-lo moralmente, espalhando uma estória sua com uma jovem, roubo ou algum outro pecado <strong>de</strong> sua juventu<strong>de</strong>. Os oci<strong>de</strong>ntais — especialmente os americanos — <strong>de</strong>ixam-se enganar facilmente". Depois <strong>de</strong> me haverem ameaçado, permitiram-me vir para o Oci<strong>de</strong>nte. Têm muita confiança no processo da lavagem cerebral pelo qual passei. No Oci<strong>de</strong>nte existem muitos que, como eu, passaram <strong>por</strong> lavagem cerebral, os quais foram reduzidos ao silencio. Alguns <strong>de</strong>les até mesmo louvam o Comunismo <strong>de</strong>pois das torturas <strong>por</strong> que passaram. Os comunistas estavam bem seguros <strong>de</strong> que eu também guardaria silencio. Assim, em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1965, eu e minha família <strong>de</strong>ixamos a Romênia. Meu último ato, antes <strong>de</strong> partir, foi visitar o túmulo do coronel que me mandou pren<strong>de</strong>r e <strong>de</strong>cretou os meus anos <strong>de</strong> prisão. Coloquei uma flor sobre o seu túmulo. Fazendo isso, <strong>de</strong>diquei-me a trazer as alegrias <strong>de</strong> <strong>Cristo</strong>, que tenho, para os comunistas, que são tão vazios espiritualmente. O<strong>de</strong>io o sistema comunista, mas amo os seus homens. O<strong>de</strong>io o pecado, mas amo
o pecador. Amo os comunistas <strong>de</strong> todo o meu coração. Eles po<strong>de</strong>m matar os crentes, mas o amor que estes têm <strong>por</strong> aqueles que os matam, esse amor eles não <strong>de</strong>stroem. Não tenho o menor rancor aos comunistas, nem mesmo aos meus <strong>torturado</strong>res. 33