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E.B. 2,3 Padre João José do Amaral<br />
<strong>Contos</strong> <strong>de</strong> <strong>ontem</strong> e <strong>de</strong> <strong>hoje</strong>,<br />
para ser saudável amanhã<br />
6º A<br />
Ano letivo 2011/2012
Texto Introdutório<br />
Este livro está constituído por textos elaborados e<br />
ilustrados pelos alunos do 6ºA, durante o ano letivo <strong>de</strong><br />
2011/2012.<br />
Os textos foram baseados em contos populares que<br />
tinham como tema principal aspetos relacionados com a<br />
“Alimentação”.<br />
Os textos, escritos nas aulas <strong>de</strong> Cidadania,<br />
procuram, através da transposição para a actualida<strong>de</strong>,<br />
incentivar a aquisição <strong>de</strong> hábitos <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> alimentação<br />
saudáveis.<br />
O abutre vegetariano<br />
O Leandro não se livra da alcunha. Na pequena<br />
al<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Entre-Coutada conhecem-no por “Legume”. Na<br />
realida<strong>de</strong>, chama-se Neophron percnopterus, mas assim<br />
que começou a aguentar-se nas asas os pais, para<br />
simplificar, baptizaram-no Leandro.<br />
Ele é como se fosse o patinho-feio <strong>de</strong> Entre-<br />
Coutada, não por causa do seu aspecto, mas apenas<br />
porque gosta <strong>de</strong> vegetais. A troça é gran<strong>de</strong>:<br />
- Ó “Legume”, já cozeste as couves? Vê lá se a<br />
beringela está no ponto, hem?! – E riem à gargalhada,<br />
muito alto.<br />
O certo é que só <strong>de</strong> ouvir falar em rabanetes, alho-<br />
francês ou até brócolos, no bico do abutre Leandro corre<br />
água <strong>de</strong> <strong>de</strong>liciado que fica.<br />
Toda a gente sabe que o abutre é necrófago, come<br />
carne <strong>de</strong> animais mortos, pitéu para todos na al<strong>de</strong>ia. Mas,<br />
o “Legume”, perdão, o Leandro nunca achou gran<strong>de</strong><br />
iguaria.<br />
2
Num final <strong>de</strong> tar<strong>de</strong> bem catita, com um pôr-do-sol<br />
impressionante, tem uma i<strong>de</strong>ia. Armado em cozinheiro –<br />
nem precisou <strong>de</strong> avental ou do chapéu <strong>de</strong> chefe <strong>de</strong><br />
cozinha, as suas penas já eram <strong>de</strong> um branco imaculado e,<br />
no topo da cabeça, um penacho compunha a fatiota –<br />
meteu mãos à obra!<br />
Nem a propósito, ali nas redon<strong>de</strong>zas um burro velhote caía<br />
inanimado.<br />
- Ora aqui está a minha oportunida<strong>de</strong>! Vou fazer um<br />
mix <strong>de</strong> legumes salteados, cogumelos gratinados com<br />
molho <strong>de</strong> soja e rechear este manjar. Aqui vou eu!<br />
Agora era só esperar que a al<strong>de</strong>ia se reunisse à volta do<br />
burro para o jantar.<br />
Estranhamente a carne estava mais saborosa que<br />
nunca. comeram, lamberam o bico e, no meio <strong>de</strong>ssa<br />
azáfama, ouviam-se sussurros:<br />
- Hum! Que <strong>de</strong>lícia, apetitoso, divinal, único!<br />
Os dias seguintes foram passados a rechear<br />
animais até ao dia em que resolveu parar. Era uma manhã<br />
3<br />
<strong>de</strong> Primavera e observou, contente, a reacção <strong>de</strong> um grupo<br />
<strong>de</strong> abutres à carne:<br />
- Que horror, que <strong>de</strong>slavado que isto está, falta-lhe<br />
aqui algum paladar… mas qual?<br />
Saltando <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> um arbusto, o Leandro pergunta:<br />
- Então, sentem falta <strong>de</strong> alguma coisa, é?<br />
- Ó “Legume”, volta lá para a tua vidinha que agora<br />
não temos tempo para vegetais. – Rezingou um <strong>de</strong>les.<br />
Não fazendo caso dos insultos, vai buscar o recheio<br />
e abre o peru que jazia à sua frente. E ainda não tinha<br />
acabado a tarefa já os outros se entusiasmavam:<br />
- Este aroma… estou a reconhecer isto. Deixa ver,<br />
snif, snif. É ele, é o paladar!<br />
Pegaram o Leandro em ombros mas, apesar <strong>de</strong><br />
tudo, ainda não era <strong>de</strong>sta que era tratado pelo nome.<br />
Agora, ninguém em Entre-Coutada dispensava os serviços<br />
do … “mestre <strong>de</strong> culinária”.<br />
Raquel Bulha<br />
4
A carnívora<br />
Num pasto, algures na ilha <strong>de</strong> São Miguel, vivia uma<br />
vaca chamada Fanny que um dia <strong>de</strong>cidiu mudar <strong>de</strong><br />
alimentação.<br />
E o que é que esta vaca foi lembrar-se <strong>de</strong> comer?<br />
Imaginem só… Carne!<br />
Um dia, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> comer toda a carne do cavalo do<br />
seu lavrador, sentiu-se mal disposta.<br />
5<br />
Momentos <strong>de</strong>pois, o lavrador foi tirar o leite às<br />
vacas, mas Fanny escon<strong>de</strong>u-se para que este não a visse,<br />
uma vez que estava toda ver<strong>de</strong>.<br />
Depois do seu dono ir embora, esta foi a correr para<br />
o seu companheiro boi, e disse:<br />
- Amor, mu<strong>de</strong>i <strong>de</strong> alimentação, e <strong>de</strong> tanto comer<br />
carne vê a figura em que estou!<br />
O boi olhou-a muito espantado e disse-lhe:<br />
6
7<br />
- Sei on<strong>de</strong> <strong>de</strong>vemos ir. Não te preocupes.<br />
De seguida, ele levou-a ao pasto ao lado on<strong>de</strong> vivia<br />
um cientista que talvez os pu<strong>de</strong>sse ajudar.<br />
Chegaram ao pasto e ouviram barulhos estranhos.<br />
Era o cientista a inventar mais uma das suas poções.<br />
Bateram à porta e ouviu-se:<br />
- Quem está aí? – Perguntou o cientista.<br />
respon<strong>de</strong>u.<br />
- Sou eu, o Manada, preciso da sua ajuda –<br />
Entraram e logo começaram a explicar o que lhes<br />
tinha acontecido.<br />
O senhor Chifres ouviu-os com muita atenção e <strong>de</strong>u<br />
uma gargalhada.<br />
Começou a fazer uma poção nova. Dentro <strong>de</strong> uma<br />
garrafa enorme, colocou pés <strong>de</strong> rã, asas <strong>de</strong> mosca, olhos<br />
<strong>de</strong> cavalo e um pouco <strong>de</strong> sangue <strong>de</strong> cabra. Misturou tudo<br />
muito bem e <strong>de</strong>u-a à Fanny para beber.<br />
Alguns segundos <strong>de</strong>pois, ela começou a dançar<br />
como uma vaca louca e voltou à sua cor normal.<br />
8
No caminho para casa ela prometeu que nunca mais<br />
iria comer carne, ou outro alimento sem ser erva.<br />
Com isto chegamos à conclusão que <strong>de</strong>vemos<br />
seguir o nosso regime alimentar, não esquecendo <strong>de</strong> o<br />
fazer sempre <strong>de</strong> uma forma equilibrada.<br />
(Original: O Abutre Vegetariano <strong>de</strong> Raquel Bulha)<br />
Beatriz Aguiar, nº4<br />
Cátia Me<strong>de</strong>iros, nº6<br />
Micaela Borges, nº14<br />
Pedro Pacheco, nº17<br />
As orelhas do aba<strong>de</strong><br />
Um sujeito bom caçador convidou o aba<strong>de</strong> da sua<br />
freguesia para ir comer com ele duas perdizes guisadas, e<br />
<strong>de</strong>u-as à mulher para as cozinhar. A mulher, raivosa por<br />
não contarem com ela, cozinhou as perdizes e comeu-as.<br />
Nisto chega o aba<strong>de</strong> muito contente, e diz-lhe a mulher:<br />
- Fuja, senhor aba<strong>de</strong>, que o meu homem jurou que<br />
lhe havia <strong>de</strong> cortar as orelhas, e isto das perdizes foi um<br />
pretexto para cá o pilhar.<br />
sirvo.<br />
O aba<strong>de</strong> não quis ouvir mais, e ele por aqui me<br />
O marido chega, e diz-lhe a mulher:<br />
- O aba<strong>de</strong> aí veio, viu as perdizes, e não queria<br />
esperar mais por ti, pegou nelas ambas e foi-se embora.<br />
O homem vem à porta da rua, e ainda vê o aba<strong>de</strong><br />
fugindo, e começa a gritar:<br />
- Ó senhor aba<strong>de</strong>! Pelo menos <strong>de</strong>ixe-me uma.<br />
- Nem uma, nem duas! - respon<strong>de</strong>u ele lá <strong>de</strong> longe.<br />
Teófilo Braga<br />
9 10
11<br />
As orelhas do<br />
Uma raposa caçadora convidou o coelho da sua<br />
floresta para ir comer uma “salada <strong>de</strong> orelhas” que o seu<br />
irmão ia cozinhar. O irmão da raposa, zangado por não lhe<br />
irem dar nada, <strong>de</strong>cidiu que quando o coelho chegasse à<br />
sua casa contar-lhe-ia o plano da sua irmã.<br />
<strong>de</strong>sta disse:<br />
Quando o coelho chegou a casa da raposa, o irmão<br />
- Olha, é melhor tu fugires porque a minha irmã está<br />
a planear cortar as tuas orelhas para acompanhar a<br />
salada.<br />
Ao ouvir isto, o coelho começa a fugir, mas quando<br />
passou pela raposa, esta apanhou-o.<br />
casa.<br />
Depois da raposa apanhar o coelho levou-o para<br />
12
A raposa zangou-se com o irmão por este quase lhe<br />
estragar o plano. E por causa disso só a raposa comeu o<br />
coelho, acompanhado por uma salada <strong>de</strong> vegetais.<br />
13<br />
(Original: As orelhas do aba<strong>de</strong> <strong>de</strong> Teófilo Braga)<br />
André Men<strong>de</strong>s, nº2<br />
Andreia Reis, nº3<br />
Paulo Amaral, nº16<br />
Rodrigo Sousa, nº19<br />
O caldo <strong>de</strong> pedra<br />
Um fra<strong>de</strong> andava no peditório. Chegou à porta <strong>de</strong><br />
um lavrador, mas não lhe quiseram aí dar nada.<br />
O fra<strong>de</strong> estava a cair <strong>de</strong> fome e disse:<br />
- Vou ver se faço um caldinho <strong>de</strong> pedra.<br />
E pegou numa pedra do chão, sacudiu-lhe a terra e<br />
pôs-se a olhar para ela, como para ver se era boa para um<br />
caldo.<br />
A gente da casa pôs-se a rir do fra<strong>de</strong> e daquela<br />
lembrança. Diz o fra<strong>de</strong>:<br />
- Então nunca comeram caldo <strong>de</strong> pedra? Só lhes<br />
digo que é uma coisa muito boa.<br />
pedra, pediu:<br />
Respon<strong>de</strong>ram-lhe:<br />
- Sempre queremos ver isso.<br />
Foi o que o fra<strong>de</strong> quis ouvir. Depois <strong>de</strong> ter lavado a<br />
14
- Se me emprestassem aí um pucarinho...<br />
Deram-lhe uma panela <strong>de</strong> barro. Ele encheu-a <strong>de</strong><br />
água e <strong>de</strong>itou-lhe a pedra <strong>de</strong>ntro.<br />
- Agora, se me <strong>de</strong>ixassem estar a panelinha aí, ao<br />
pé das brasas...<br />
disse ele:<br />
primor!<br />
Deixaram. Assim que a panela começou a chiar,<br />
- Com um bocadinho <strong>de</strong> unto é que o caldo ficava a<br />
Foram-lhe buscar um pedaço <strong>de</strong> unto. Ferveu,<br />
ferveu, e a gente da casa pasmada com o que via.<br />
O fra<strong>de</strong>, provando o caldo:<br />
- Está um nadinha insonso. Bem precisa duma<br />
pedrinha <strong>de</strong> sal.<br />
disse:<br />
15<br />
Também lhe <strong>de</strong>ram o sal. Temperou, provou e<br />
- Agora é que, com uns olhinhos <strong>de</strong> couve, ficava<br />
que até os anjos o comeriam.<br />
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe duas couves.<br />
O fra<strong>de</strong> limpou-as e ripou-as com os <strong>de</strong>dos e <strong>de</strong>itou as<br />
folhas na panela. Quando os olhos já estavam<br />
aferventados, arriscou:<br />
graça!...<br />
- Ai! Um naquinho <strong>de</strong> chouriça é que lhe dava uma<br />
Trouxeram-lhe um pedaço <strong>de</strong> chouriço. Ele pô-lo na<br />
panela e, enquanto se cozia, tirou do alforge pão e<br />
arranjou-se para comer com vagar. O caldo cheirava que<br />
era um regalo.<br />
fundo.<br />
Comeu e lambeu o beiço.<br />
Depois <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejada a panela, ficou a pedra no<br />
A gente da casa, que estava com os olhos nele,<br />
perguntou-lhe:<br />
16
- Ó senhor fra<strong>de</strong>, então a pedra?<br />
- A pedra... Lavo-a e levo-a comigo para outra vez.<br />
E assim comeu on<strong>de</strong> não lhe queriam dar nada.<br />
17<br />
Teófilo Braga<br />
O Caldo <strong>de</strong> Peixe<br />
Um mendigo andava a pedir esmola e chegou a<br />
casa <strong>de</strong> um pescador, on<strong>de</strong> não lhe quiseram dar nada.<br />
O mendigo estava cheio <strong>de</strong> fome e disse:<br />
-Vou ver se faço um caldo <strong>de</strong> peixe na pedra.<br />
Pegou numa pedra do chão, sacudiu – lhe a terra e<br />
pôs-se a avaliá–la para a usar como panela.<br />
O pescador e a sua família troçaram do mendigo,<br />
até que este perguntou:<br />
18
- Então nunca comeram caldo <strong>de</strong> peixe? Digo-vos já<br />
que é fabuloso.<br />
Respon<strong>de</strong>ram – lhe:<br />
- Veremos.<br />
Foi a resposta que o mendigo queria ouvir.<br />
- Só preciso <strong>de</strong> um peixinho!<br />
- Toma lá, mas vê se nos impressionas –<br />
respon<strong>de</strong>ram-lhe.<br />
19<br />
<strong>de</strong>ntro.<br />
Ele encheu a pedra <strong>de</strong> água e <strong>de</strong>itou-lhe o peixe<br />
- Agora se <strong>de</strong>ixassem a panela ao pé das brasas…<br />
Deixaram. Passado algum tempo o mendigo achou<br />
que já estaria bom.<br />
a primor!<br />
- Com um bocadinho <strong>de</strong> cebola é que o caldo ficava<br />
Foram-lhe buscar uma cebola já <strong>de</strong>scascada. Ele<br />
cortou-a em ro<strong>de</strong>las e colocou-as no caldo. Ferveu, ferveu<br />
e a gente da casa pasmava com o que via.<br />
O mendigo provou o caldo, e disse:<br />
Está um pouco insonso. Bem precisa <strong>de</strong> uma<br />
pedrinha <strong>de</strong> sal.<br />
disse:<br />
Também lhe <strong>de</strong>ram o sal. Temperou, provou e<br />
- Agora é que, com umas batatinhas, é que até os<br />
anjos comeriam.<br />
20
A dona da casa foi à horta e trouxe-lhe seis batatas.<br />
O mendigo com um canivete que tinha no bolso<br />
<strong>de</strong>scascou-as e cortou-as em bocadinhos. Quando a<br />
batata já estava boa, arriscou:<br />
- Ai! Um fio <strong>de</strong> azeite é que lhe calhava melhor.<br />
O pescador, que já estava farto <strong>de</strong> tantos pedidos,<br />
<strong>de</strong>u-lhe o azeite, mas avisou-o:<br />
- Levas o azeite mas daqui não levas mais nada!<br />
Após o colocar no caldo, comeu-o e lambeu o beiço.<br />
O mendigo levantou-se e foi-se embora, até que o<br />
pescador o questionou:<br />
- Então e o peixe?<br />
- O peixe... fica para outra ocasião.<br />
E assim comeu on<strong>de</strong> não lhe queriam dar nada!<br />
(Original: O caldo <strong>de</strong> pedra <strong>de</strong> Teófilo Braga)<br />
Francisco Oliveira, nº9<br />
Tomás Carvalho, nº21<br />
Silvino Sousa, nº22<br />
21 22
O SAL E A ÁGUA<br />
Um rei tinha três filhas; perguntou a cada uma <strong>de</strong>las<br />
por sua vez, qual era a mais sua amiga. A mais velha<br />
respon<strong>de</strong>u:<br />
– Quero mais a meu pai, do que à luz do Sol.<br />
Respon<strong>de</strong>u a do meio:<br />
– Gosto mais <strong>de</strong> meu pai do que <strong>de</strong> mim mesma.<br />
A mais moça respon<strong>de</strong>u:<br />
– Quero-lhe tanto, como a comida quer o sal.<br />
O rei enten<strong>de</strong>u por isto que a filha mais nova o não<br />
amava tanto como as outras, e pô-la fora do palácio. Ela foi<br />
muito triste por esse mundo, e chegou ao palácio <strong>de</strong> um<br />
rei, e aí se ofereceu para ser cozinheira. Um dia veio à<br />
mesa um pastel muito bem feito, e o rei ao parti-lo achou<br />
<strong>de</strong>ntro um anel muito pequeno, e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> preço.<br />
Perguntou a todas as damas da corte <strong>de</strong> quem seria<br />
aquele anel. Todas quiseram ver se o anel lhes servia: foi<br />
23<br />
passando, até que foi chamada a cozinheira, e só a ela é<br />
que o anel servia. O príncipe viu isto e ficou logo<br />
apaixonado por ela, pensando que era <strong>de</strong> família <strong>de</strong><br />
nobreza.<br />
Começou então a espreitá-la, porque ela só<br />
cozinhava às escondidas, e viu-a vestida com trajos <strong>de</strong><br />
princesa. Foi chamar o rei seu pai e ambos viram o caso. O<br />
rei <strong>de</strong>u licença ao filho para casar com ela, mas a menina<br />
tirou por condição que queria cozinhar pela sua mão o<br />
jantar do dia da boda. Para as festas <strong>de</strong> noivado convidou-<br />
se o rei que tinha três filhas, e que pusera fora <strong>de</strong> casa a<br />
mais nova. A princesa cozinhou o jantar, mas nos manjares<br />
que haviam <strong>de</strong> ser postos ao rei seu pai não botou sal <strong>de</strong><br />
propósito. Todos comiam com vonta<strong>de</strong>, mas só o rei<br />
convidado é que não comia. Por fim perguntou-lhe o dono<br />
da casa, porque é que o rei não comia? Respon<strong>de</strong>u ele,<br />
não sabendo que assistia ao casamento da filha:<br />
– É porque a comida não tem sal.<br />
O pai do noivo fingiu-se raivoso, e mandou que a<br />
cozinheira viesse ali dizer porque é que não tinha botado<br />
24
sal na comida. Veio então a menina vestida <strong>de</strong> princesa,<br />
mas assim que o pai a viu, conheceu-a logo, e confessou<br />
ali a sua culpa, por não ter percebido quanto era amado<br />
por sua filha, que lhe tinha dito, que lhe queria tanto como<br />
a comida quer o sal, e que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sofrer tanto nunca se<br />
queixara da injustiça <strong>de</strong> seu pai.<br />
25<br />
Teófilo Braga (1883)<br />
O e a<br />
Era uma vez um Primeiro-Ministro que perguntou<br />
aos seus três ministros, cada um por sua vez, qual era o<br />
seu melhor amigo. O Ministro das Finanças respon<strong>de</strong>u:<br />
quer o sal.<br />
- Quero-lhe mais do que à luz do Sol.<br />
Respon<strong>de</strong>u a Ministra da Educação:<br />
- Gosto mais <strong>de</strong> si do que <strong>de</strong> mim mesma.<br />
Afirmou a Ministra da Saú<strong>de</strong>:<br />
- Quero tanto ser sua melhor amiga, como a comida<br />
O Primeiro-Ministro enten<strong>de</strong>u com estas palavras<br />
que a Ministra da Saú<strong>de</strong> não era sua amiga e que não<br />
gostava <strong>de</strong>le como Primeiro-Ministro e <strong>de</strong>spediu-a do seu<br />
cargo.<br />
26
Ela foi muito triste por este mundo fora até que<br />
chegou à casa do Presi<strong>de</strong>nte dos Estados Unidos da<br />
América, on<strong>de</strong> foi contratada como cozinheira.<br />
Certo dia veio à mesa do Presi<strong>de</strong>nte uma comida<br />
muito saudável que este nunca tinha provado. Ele procurou<br />
saber quem é que tinha preparado aquela refeição.<br />
Um dia o Primeiro-Ministro foi aos Estados Unidos<br />
da América, porque tinha sido convocado para uma<br />
reunião no Senado.<br />
27<br />
Branca.<br />
Após a reunião foi-lhe oferecido um jantar na Casa<br />
O Primeiro-Ministro começou a comer e reparou que<br />
a comida não estava do seu agrado pois faltava-lhe o sal.<br />
Ele tratou logo <strong>de</strong> saber quem era a cozinheira para po<strong>de</strong>r<br />
reclamar.<br />
Quando esta apareceu ele reparou que ela era a ex-<br />
Ministra da Saú<strong>de</strong>, que ele tinha <strong>de</strong>spedido, e ao vê-la<br />
lembrou-se da conversa que tinham tido e percebeu que<br />
28
ela gostava <strong>de</strong>le da mesma maneira que os outros dois<br />
ministros.<br />
readmitiu-a.<br />
29<br />
Como pedido <strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas o Primeiro-Ministro<br />
(Original: O sal e a água <strong>de</strong> Teófilo Braga)<br />
Cláudia Luz, nº7<br />
Filipe Albano, nº8<br />
Milton Braga, nº14<br />
O BOLO REFOLHADO<br />
Era uma mulher casada com um homem muito ruim,<br />
que lhe batia todos os dias por qualquer coisa.<br />
Uma vez, ao levantar-se para o trabalho, <strong>de</strong><br />
madrugada, disse ele para a mulher:<br />
- À noite, quando vier, quero para a ceia bolo<br />
refolhado. Olha lá, toma cuidado no que digo.<br />
A mulher não sabia o que era bolo refolhado, e foi<br />
ter com uma vizinha para ver se ela lhe ensinava. A<br />
vizinha, que tinha muita pena da vida que ela levava, disse:<br />
- Deixe estar, que eu cá lhe arranjo isso. Com<br />
certeza que o seu homem se enganou, há-<strong>de</strong> ser bolo<br />
«folhado». E levou-lhe à tardinha o bolo.<br />
Quando veio o homem do trabalho, pediu a ceia, e,<br />
como não achou o bolo refolhado, berrou, ralhou, <strong>de</strong>u<br />
muitas pancadas na mulher. Ao outro dia a mesma coisa. A<br />
mulher, coitada, foi ter com a vizinha, e ela disse-lhe:<br />
- Arranje-lhe vossemecê uma galinha guisada, que<br />
po<strong>de</strong> ser isso o que ele talvez queira.<br />
30
Volta o homem à noite, e mais pancadaria na<br />
mulher, por não lhe ter feito para a ceia o bolo refolhado,<br />
como mandara. Ao ir para o trabalho, outra vez a mesma<br />
recomendação. A <strong>de</strong>sgraçada da mulher não sabia como<br />
acabar aquele fadário, e foi ter com a vizinha a chorar.<br />
- Deixe estar, vizinha, tudo se arranja! Venha cá ter<br />
comigo à tardinha, vestida com as calças e o jaquetão do<br />
seu homem. A pobre mulher foi. Assim que chegou a casa<br />
da vizinha, também a achou vestida com as calças e o<br />
casaco do marido <strong>de</strong>la; e partiram ambas com os seus<br />
varapaus para o sítio por on<strong>de</strong> o homem ruim havia <strong>de</strong> vir<br />
do trabalho. Puseram-se cada uma <strong>de</strong> um e outro lado do<br />
caminho. Quando o homem vinha a passar, diz uma:<br />
- Bate-lhe, São Pedro!<br />
- Porquê, São Paulo?<br />
- Porque pe<strong>de</strong> à mulher o bolo refolhado.<br />
Moeram ao som <strong>de</strong>sta cantiga o homem com<br />
pancadas e <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> bem moído fugiram. O homem lá se<br />
arrastou para casa como pô<strong>de</strong>, e assim que viu a mulher<br />
pediu-lhe perdão <strong>de</strong> tê-la maltratado tanto tempo, e contou<br />
31<br />
como lhe tinha aparecido no caminho São Pedro e São<br />
Paulo, que o <strong>de</strong>sancaram em castigo <strong>de</strong> pedir o bolo<br />
refolhado, que era uma coisa que ele não sabia o que era.<br />
Teófilo Braga<br />
32
Uma lição <strong>de</strong> vida<br />
Era uma vez um homem que todos os dias pregava<br />
partidas à mulher.<br />
Sempre que ele lhe pregava partidas, no dia<br />
seguinte, ela não lhe preparava as refeições.<br />
A mulher pensou e <strong>de</strong>cidiu então fazer-lhe bolo <strong>de</strong><br />
chocolate, todos os dias.<br />
33<br />
gordo.<br />
Passaram seis meses e o homem já estava muito<br />
A certa altura já nem se podia mexer, mas também<br />
não conseguia resistir à comida.<br />
Um dia a mulher perguntou-lhe:<br />
- Gostas <strong>de</strong> te ver assim?<br />
34
O homem respon<strong>de</strong>u-lhe:<br />
- Não.<br />
A mulher já não sabia o que fazer, por isso foi pedir<br />
conselhos à vizinha.<br />
A vizinha ao ver o homem naquele estado ficou sem<br />
saber o que dizer.<br />
Foi então que a vizinha se lembrou que tinha lido um<br />
artigo que ensinava a preparar comida saudável e<br />
equilibrada.<br />
35<br />
E assim foi. Passado algum tempo o homem estava<br />
mais magro e mais saudável e eles tiverem uma lição <strong>de</strong><br />
vida.<br />
(Original: O bolo refolhado <strong>de</strong> Teófilo Braga)<br />
Gabriela Câmara, nº10<br />
Henrique Januário, nº11<br />
Rafael Franco, nº18<br />
Teresa Mota, nº20<br />
36
O Sanduíche da Maricota<br />
A galinha Maricota preparou um sanduíche: pão,<br />
milho, quirera e ovo.<br />
exclamou:<br />
Mas quando ia comer, a campainha tocou.<br />
Era o bo<strong>de</strong> Serafim, que olhou o sanduíche e<br />
- Vixe! Falta aí um capim.<br />
Aí chegou o Kim, o gato, cumprimentou a galinha, e<br />
vendo o sanduíche, palpitou:<br />
- Falta a sardinha.<br />
João, o cão, veio com o seu jeito <strong>de</strong> bom moço.<br />
E educado, sugeriu:<br />
- Coloquem nele um bom osso.<br />
Sempre zumbindo e agitada, chegou a abelha<br />
Isabel.<br />
Olhou o esquisito recheio:<br />
37<br />
- Melhora se puser mel.<br />
Da janela, ouvindo o papo, muito metido a bacana,<br />
falou, convencido o macaco:<br />
- Claro que falta banana!<br />
- Banana? Sardinha? Mel?<br />
Era o rato Aleixo.<br />
- Milho? Osso? Capim? Argh!!!<br />
- Vocês esqueceram o queijo!<br />
A brinca<strong>de</strong>ira acabou quando a raposa Celina olhou<br />
bem para a Maricota e falou:<br />
- Falta galinha!<br />
Maricota ficou brava:<br />
- Fora daqui minha gente!<br />
Jogou fora o sanduíche e começou novamente; Pão,<br />
milho, quirera e ovo. Como era pra ter sido.<br />
- Quem quiser que faça o seu com recheio preferido.<br />
Avelino Gue<strong>de</strong>s<br />
38
A do Sr. Bolota<br />
O senhor Bolota preparou uma<br />
sanduíche: pão <strong>de</strong> hambúrguer, bacon,<br />
batata frita e ovo estrelado.<br />
tocou.<br />
Quando ia comer, a campainha<br />
Era o seu amigo médico, o André,<br />
que exclamou:<br />
39<br />
- Espera, falta a alface!<br />
Aí chegou a <strong>de</strong>ntista Andreia que<br />
cumprimentou o Sr. Bolota.<br />
- Falta leite para fortalecer os <strong>de</strong>ntes.<br />
Veio o bombeiro Pedro com o seu jeito <strong>de</strong><br />
mau moço e disse:<br />
- Falta aí um pepino.<br />
exclamou:<br />
Aí veio Rodrigo, o skater, e<br />
- Falta a boa cenoura!<br />
- Esperem! Falta tomate! –<br />
exclamou também a cantora Bea.<br />
40
Paulo.<br />
E chegou o futebolista<br />
- Falta atum.<br />
A brinca<strong>de</strong>ira acabou quando a ca<strong>de</strong>la Zizi chegou e<br />
comeu a sanduíche.<br />
Todos ficaram zangados. Foram para as suas casas<br />
e fizeram a sanduíche que queriam e comeram.<br />
41<br />
Nenhum <strong>de</strong>les se esqueceu <strong>de</strong> colocar pelo menos<br />
um alimento <strong>de</strong> cada grupo da Roda dos Alimentos, visto<br />
serem pessoas bem informadas e preocupadas em<br />
manterem-se saudáveis.<br />
(Original: O Sanduiche da Maricota <strong>de</strong> Avelino Gue<strong>de</strong>s)<br />
André Men<strong>de</strong>s, nº2<br />
Andreia Reis, nº3<br />
Paulo Amaral, nº16<br />
Rodrigo Sousa, nº19<br />
42
A mulher gulosa<br />
Era uma vez um homem que tinha casado com uma<br />
mulher muito gulosa, ou, como diziam lá na terra <strong>de</strong>les,<br />
muito lambareira. Ela era tão fingida que até fingia, para o<br />
marido, que nunca nunca tinha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> comer. O<br />
marido olhava para ela e, para dizer a verda<strong>de</strong>, não a via lá<br />
muito magrinha nem fraquinha…<br />
Um dia ele saiu <strong>de</strong> casa, dizendo-lhe que chegava<br />
só muito tar<strong>de</strong> e nem valia a pena ela fazer o jantarinho<br />
<strong>de</strong>le. Mas não foi longe: correu a escon<strong>de</strong>r-se no forno que<br />
havia do lado <strong>de</strong> fora, e on<strong>de</strong> havia uma janelinha que<br />
dava para um canto da cozinha da sua casa.<br />
E o que é que ele havia <strong>de</strong> ver?!<br />
Mal se viu sozinha, a mulher foi arranjar só para ela,<br />
um almoço <strong>de</strong> gulodices, que eram formigos <strong>de</strong> pão<br />
esfarelado com mel e ovos. Para quem não souber, os<br />
formigos são bolinhas <strong>de</strong> pão que se fazem do miolo do<br />
pão e que, quando se juntam a umas colheres <strong>de</strong> mel e a<br />
ovos muito bem batidos, são uma <strong>de</strong>lícia… Algum tempo<br />
43<br />
<strong>de</strong>pois, fez um pratalhão <strong>de</strong> migas muito bem temperadas<br />
que comeu num instantinho e até lambeu os <strong>de</strong>dos<br />
Ao fim da tar<strong>de</strong>, ainda não era bem a hora do lusco-<br />
fusco (ou do pôr-do-sol), foi buscar à arca dois<br />
franguinhos, tornou a acen<strong>de</strong>r o lume e fez os dois<br />
franguinhos ensopados para a ceia.<br />
Depois repimpou-se, muito bem repimpada, à mesa<br />
gran<strong>de</strong> da cozinha e comeu tudo, tudo, até <strong>de</strong>ixar os<br />
ossinhos dos franguinhos a luzir no prato vazio!<br />
O marido, escondido lá no forno <strong>de</strong> fora, viu isto<br />
tudo, e também viu como ela arrumou muito bem a cozinha<br />
e se sentou num gran<strong>de</strong> ca<strong>de</strong>irão, a dormitar.<br />
Quando lhe pareceu horas <strong>de</strong> entrar em casa, lá<br />
saiu do seu escon<strong>de</strong>rijo e fingiu que chegava a casa, vindo<br />
<strong>de</strong> muito longe.<br />
Todo o santo dia tinha estado a chover, sem parar<br />
nem um bocadinho, e quando o homem entrou em casa, a<br />
mulher reparou que ele vinha enxuto como as palhas!<br />
Muito admirada, disse-lhe:<br />
44
45<br />
- Ó homem, com este dia <strong>de</strong> água, como vens tão<br />
enxuto?! On<strong>de</strong> estiveste?<br />
Ele respon<strong>de</strong>u:<br />
Chovia miudinho<br />
Como os formigos que almoçaste.<br />
Se chovesse graudinho<br />
Como as migas que jantaste,<br />
Eu viria ensopadinho<br />
Como os frangos que ceaste!<br />
A mulher percebeu que já não enganava o marido,<br />
que se serviu <strong>de</strong>sta cantilena para lhe dizer que não valia a<br />
pena mentir… E dizem que ela apren<strong>de</strong>u muito bem a<br />
lição, mas continuou muito, muito gulosa!<br />
Maria Alberta Menéres<br />
Donald: o guloso<br />
Um certo dia, Donald olhou para o espelho, reparou<br />
que estava muito magro e pensou:<br />
- Estou muito magro, tenho <strong>de</strong> engordar!<br />
46
No dia seguinte, <strong>de</strong>cidiu ir ao supermercado e<br />
comprou o triplo dos alimentos que costumava comprar.<br />
A partir <strong>de</strong>sse dia, Donald foi comendo cada vez<br />
mais, mais, e mais… até que…ao fim <strong>de</strong> dois meses<br />
parecia um balão.<br />
Margarida, que tinha ido <strong>de</strong> férias, quando foi visitá-<br />
lo paralisou assustada com a barriga do Donald.<br />
47<br />
- Que se passou, Donald?<br />
- Margarida, estou tão contente! Eu estava muito<br />
magro e agora estou muito melhor - respon<strong>de</strong>u este.<br />
Margarida pensou:<br />
- Tenho que arranjar um plano.<br />
Então disse ao Donald:<br />
- Olha, Donald, eu preciso <strong>de</strong> ir ao shopping. Volto<br />
para te visitar logo à noite.<br />
Mas em vez <strong>de</strong> ir ao shopping, Margarida escon<strong>de</strong>u-se<br />
no lado <strong>de</strong> fora e ficou a ver o que o Donald comia.<br />
48
Ele, não sabendo que a Margarida estava ali, ao<br />
almoço comeu quatro bifes e uma montanha <strong>de</strong><br />
esparguete.<br />
três andares.<br />
A Margarida ficou assustada.<br />
Ao lanche, o Donald comeu meta<strong>de</strong> <strong>de</strong> um bolo <strong>de</strong><br />
- Meu Deus como é que ele tem estômago para isto<br />
tudo? – Pensou baixinho a Margarida.<br />
gran<strong>de</strong>s.<br />
49<br />
Ao jantar, ele preparou-se para comer duas pizzas<br />
Nesse momento, Margarida entrou em casa e gritou:<br />
- Donald, mas afinal o que é isto?<br />
- Margarida! Eu vou jantar! – disse o Donald<br />
surpreendido.<br />
Margarida acrescentou:<br />
- E vais comer como um monstro!<br />
- Mas como é que estás seca? Está a chover muito!<br />
-perguntou intrigado o Donald.<br />
Ela afirmou:<br />
- Chovia miudinho, como os bifes que almoçaste. Se<br />
chovesse graudinho como o bolo que lanchaste eu viria<br />
ensopadinha, como as pizzas que vais jantar.<br />
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Donald percebeu então que para se ter um peso<br />
i<strong>de</strong>al não é preciso comer muito e <strong>de</strong>cidiu passar a fazer<br />
uma alimentação equilibrada.<br />
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Ana Rita Amaro, nº1<br />
Beatriz Barbosa, nº5<br />
Joana Raposo, nº12<br />
João Arruda, nº13<br />
(Original: A mulher gulosa <strong>de</strong> Maria Alberta Menéres)