País gerou 2,86 milhões de vagas formais em 2010 - Jgn.com.br

2<br />
ECONOMIA<br />
Quinta-feira, 12 de maio de 2011<br />
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<br />
Volume não chegou aos 3 milhões de novos postos que o ministro do Trabalho previu no início do ano<br />
Célia Froufe<br />
Da Agência Estado<br />
O Brasil gerou em 2010 um<br />
recorde de 2,86 milhões de empregos<br />
formais, já descontadas<br />
as demissões, segundo dados da<br />
Relação Anual de Informações<br />
Sociais (Rais), do Ministério do<br />
Trabalho e Emprego (MTE). Do<br />
total, 2,59 milhões foram trabalhadores<br />
com carteira assinada<br />
contratados pelas empresas e<br />
270,4 mil, servidores públicos<br />
federais, estaduais e municipais.<br />
Em 2009, o número consolidado<br />
do mercado formal de trabalho<br />
foi de 1,765 milhão - no ano passado,<br />
portanto, houve uma alta<br />
de 62% no fluxo de vagas.<br />
País atingiu no final de 2010 a<br />
marca inédita de 44,068 milhões<br />
de trabalhadores formais em atuação.<br />
Apesar de suntuoso, o volume<br />
não chegou aos 3 milhões de<br />
novas vagas que o ministro do<br />
Trabalho, Carlos Lupi, previu no<br />
início do ano para o resultado de<br />
2010. Na ocasião, dados preliminares<br />
registravam a inclusão de<br />
2,52 milhões de trabalhadores<br />
com carteira assinada em 2010<br />
e a perspectiva era de que o número<br />
crescesse com a inclusão<br />
dos dados da Rais, que inclui<br />
também estatutários e conta com<br />
números mais atualizados.<br />
Essa mudança acontece porque<br />
muitas empresas demoram a<br />
informar ao governo a movimentação<br />
de seus funcionários. Ontem,<br />
Lupi negou que tivesse feito a projeção<br />
para 2010, já que, por conta<br />
da eleição, há proibição de concurso<br />
público, contribuindo para<br />
um saldo menor de empregos. Ele<br />
reafirmou, porém, que espera o<br />
ingresso de mais 3 milhões de trabalhadores<br />
no mercado em 2011.<br />
Mesmo assim, a estimativa<br />
do ministro do Trabalho difere<br />
da do ministro da Fazenda, Guido<br />
Mantega, que prevê números<br />
menos robustos para o mercado<br />
Lupi mantém a projeção de contratação de mais 3 milhões de trabalhadores em 2011<br />
<br />
Os mais jovens e os mais idosos<br />
foram os profissionais mais<br />
procurados para trabalhar no<br />
ano passado, conforme a Relação<br />
Anual de Informações Sociais<br />
(Rais), divulgada ontem pelo Ministério<br />
do Trabalho e Emprego<br />
(MTE). “Houve um crescimento<br />
mais significativo na população<br />
mais vulnerável”, analisaram os<br />
técnicos do Ministério.<br />
No caso dos jovens, a expansão<br />
do nível de emprego foi de<br />
19,06% no ano passado em rela-<br />
em 2011 em função da expectativa<br />
de desaceleração econômica.<br />
“Vamos aguardar o final do<br />
ano”, disse Lupi. “Mantenho a<br />
projeção”, reforçou. Ele prevê<br />
nova expansão robusta do emprego<br />
em abril depois que as<br />
ção aos estoques do mercado de<br />
trabalho verificados em 2009. O<br />
porcentual é mais do que o dobro<br />
do crescimento médio do<br />
período, de 6,94%. De forma semelhante,<br />
os assalariados com<br />
mais de 65 anos e de 50 a 64<br />
anos apresentaram um aumento<br />
de 12,77% e 10,28%, respectivamente,<br />
no período em relação<br />
aos estoques de 2009.<br />
O ministro do Trabalho, Carlos<br />
Lupi, atribuiu parte da expansão<br />
verificada no ano passado no<br />
contratações superaram as demissões<br />
em apenas 92,6 mil em<br />
março. Lupi espera saldo líquido<br />
perto do recorde para o mês visto<br />
em 2010, de 346 mil postos.<br />
Salário - A fotografia do mercado<br />
no ano passado mostra que,<br />
<br />
<br />
<br />
Renata Veríssimo<br />
Da Agência Estado<br />
O governo vai alterar a Lei de<br />
Informática para atrair investimentos<br />
para a produção de componentes<br />
e softwares no Brasil.<br />
O ministro da Ciência e Tecnologia,<br />
Aloizio Mercadante, informou<br />
ontem que será feita uma<br />
“revisão abrangente” da lei, que<br />
do ponto de vista do governo, é<br />
insuficiente perante os desafios<br />
que o País tem nessa área.<br />
A Lei de Informática concede<br />
redução de Imposto sobre Produtos<br />
Industrializados (IPI) para as<br />
empresas que invistam um porcentual<br />
de seu faturamento em<br />
Pesquisa e Desenvolvimento. No<br />
entanto, a lei traz incentivos apenas<br />
para empresas de hardwares<br />
Mercadante disse que o setor de<br />
software é importante porque gera<br />
muito valor agregado, competitividade<br />
e exportação de serviços.<br />
Segundo o ministro, a lei de<br />
informática atualmente é muito<br />
mais um fator de isonomia entre<br />
o polo industrial de Manaus, que<br />
também recebe incentivos tribu-<br />
tários, e o resto da indústria espalhada<br />
pelo País do que propriamente<br />
uma lei de fomento aos<br />
investimentos. “Nós queremos<br />
mais ousadia nesta área, porque<br />
há uma grande expectativa em<br />
relação ao Brasil”, afirmou.<br />
Mercado - O ministro lembrou<br />
que o Brasil é o terceiro<br />
mercado mundial de venda de<br />
computadores que deve atingir<br />
17 milhões de unidades em<br />
2011. Mercadante disse que a<br />
realização da Copa do Mundo e<br />
das Olimpíadas no Brasil também<br />
podem dar grande alavancagem<br />
ao mercado de tecnologia,<br />
além do início do programa<br />
de banda larga nas escolas, pelo<br />
qual 69 milhões de alunos serão<br />
atendidos. “A indústria toda<br />
está de olho nisso”, destacou.<br />
Segundo o ministro, o governo<br />
pode direcionar as políticas de<br />
incentivos fiscais para quem produzir<br />
e investir no Brasil. Mercadante<br />
informou que haverá uma<br />
política de desenvolvimento produtivo<br />
específica para novos produtos,<br />
como os tablets. Segundo<br />
ele, estão bastante avançadas as<br />
negociações com a empresa taiwanesa<br />
Foxconn para a produção de<br />
iPads e Iphones no Brasil a partir<br />
de julho deste ano.<br />
A empresa negocia com o governo<br />
incentivos fiscais e a facilitação<br />
de importações. Mercadante<br />
afirmou que serão necessários<br />
investimentos muito pesados para<br />
a produção dos componentes no<br />
Brasil. Inicialmente, a fábrica fará<br />
apenas a montagem dos produtos<br />
da Apple, mas há o compromisso de<br />
passar a produzir componentes. “A<br />
proposta é uma integração vertical<br />
desta indústria. Esta será a primeira<br />
planta no Ocidente”, declarou.<br />
PPB - O Ministério do Desenvolvimento,<br />
Indústria e Comércio<br />
Exterior (MDIC) publicará<br />
ainda este mês um Processo Produtivo<br />
Básico (PPB) para tablets<br />
e outro para celulares com alta<br />
tecnologia (smartphones) .<br />
O PPB definirá o índice de<br />
componentes nacionais que serão<br />
usados na fabricação desses<br />
produtos. As empresas que seguirem<br />
os procedimentos receberão<br />
os incentivos fiscais previstos<br />
na Lei de Informática.<br />
Marcelo Casal Jr / ABr<br />
segmento de pessoas mais novas,<br />
ao programa Jovem Aprendiz,<br />
do governo, que estabelece uma<br />
série de facilidades para a contratação<br />
desse adolescente que<br />
ingressa no mercado de trabalho.<br />
“No caso dos mais idosos,<br />
temos visto a necessidade de as<br />
empresas contratarem pessoas<br />
experientes e também a necessidade<br />
de trabalhar para ajudar<br />
a família. Um ponto é positivo e<br />
outro é negativo, mas os dois são<br />
bons”, avaliou o ministro.<br />
além da maior oferta de emprego,<br />
os trabalhadores conseguiram, em<br />
média, aumento real de salário, já<br />
descontada a inflação, de 2,57%.<br />
De 2009 para 2010, o rendimento<br />
médio subiu de R$ 1 698,35 para<br />
R$ 1.742,00. O setor de serviços foi<br />
<br />
o que mais contratou: um total de<br />
1,109 milhão novos postos.<br />
Apesar disso, o maior crescimento<br />
em relação a 2009 foi na<br />
construção civil. Nesse segmento<br />
foram contratadas 376,6 mil<br />
novas pessoas, o que representou<br />
expansão de 17,66% na comparação<br />
com o estoque de trabalhadores<br />
ao final do ano anterior.<br />
Na realidade, todos os setores<br />
mostraram pujança na criação<br />
de empregos em 2010, com exceção<br />
da agricultura, onde as demissões<br />
superaram em 18,1 mil<br />
postos as contratações.<br />
A região Sudeste segue com<br />
a maior demanda por trabalhadores.<br />
Apenas no ano passado,<br />
registrou a entrada líquida de<br />
1,363 milhão de empregados - o<br />
estado de São Paulo foi responsável<br />
por mais da metade dessas<br />
contratações (795 mil empregados).<br />
Em termos relativos, no<br />
entanto, o Acre foi destaque,<br />
ao apresentar crescimento de<br />
14,31% de 2009 (106 mil postos)<br />
para 2010 (121 mil).<br />
Pará - A perspectiva do ministro<br />
é a de que o estado do Pará<br />
se tornará a grande vedete não só<br />
do emprego, mas também do crescimento<br />
econômico relativo este<br />
ano. Colaborará para isso a construção<br />
da usina hidrelétrica de<br />
Belo Monte, no Rio Xingu. Lupi<br />
estima que o impacto econômico<br />
da obra seja “mais do que o dobro”<br />
dos efeitos verificados com<br />
usinas de Jirau e Santo Antônio.<br />
“Vocês verão a transformação na<br />
região e o efeito disso já neste<br />
ano. Em quatro, cinco anos será<br />
um negócio gigantesco”, disse.<br />
O grande desafio ainda diz respeito<br />
à inclusão de pessoas com<br />
deficiência, na opinião de Lupi.<br />
“O percentual ainda está muito<br />
abaixo da obrigatoriedade da lei<br />
de 2% a 5% do total de funcionários”,<br />
comparou. Segundo a Rais,<br />
essas pessoas representam apenas<br />
0,7% da força de trabalho.<br />
<br />
<br />
Fabiana Holtz<br />
Da Agência Estado<br />
A taxa de retorno de investimentos<br />
em imóveis comerciais no<br />
Brasil no primeiro trimestre foi de<br />
5% em relação ao último trimestre<br />
do ano passado, de acordo com<br />
o Índice Geral do Mercado Imobiliário<br />
- Comercial (IGMI-C), divulgado<br />
ontem pela Fundação Getúlio<br />
Vargas (FGV). Em fevereiro,<br />
quando o indicador foi lançado,<br />
a FGV informou a série histórica<br />
dos últimos dez anos do índice e,<br />
ontem, apresentou o seu primeiro<br />
levantamento trimestral.<br />
Para o cálculo do indicador, os<br />
pesquisadores reuniram despesas<br />
operacionais, receitas totais, investimentos<br />
e vendas de imóveis, fornecidos<br />
por um grupo de empresas dos<br />
setores financeiro e imobiliário e de<br />
fundos de pensão, que são parceiros.<br />
A pesquisa - O universo da pesquisa<br />
foi de 212 imóveis, entre escritórios<br />
comerciais, shopping centers,<br />
estabelecimentos comerciais, hotéis,<br />
imóveis industriais e de logística<br />
distribuídos em todo o País. A<br />
maior concentração desses imóveis,<br />
porém, está em São Paulo (37% do<br />
total) e no Rio de Janeiro (26%).<br />
A partir desses dados foi<br />
mensurada a taxa de retorno do<br />
capital investido, que no primeiro<br />
trimestre ficou em 3,2%, e a<br />
taxa de retorno de renda (receita<br />
com aluguel, por exemplo),<br />
que aumentou 1,8%. Com a combinação<br />
desses dois resultados<br />
se obtém o IGMI-C de 5%.<br />
Nesta edição, o universo da<br />
pesquisa foi ampliado, uma vez<br />
que no lançamento, o índice contava<br />
com 190 imóveis. Por isso,<br />
as informações do quarto trimestre<br />
foram atualizadas.<br />
Atualização dos números - “A<br />
ampliação da amostra não gerou<br />
mudanças no índice, apenas uma<br />
atualização dos números do trimestre<br />
anterior na série histórica,<br />
mas o objetivo é não promover<br />
mais revisões”, explica Paulo Picchetti,<br />
pesquisador responsável<br />
pelo levantamento.<br />
Pelo índice anualizado, entre janeiro<br />
e março a taxa de retorno medida<br />
pelo IGMI-C ficou em 23,7%.<br />
Segundo a série histórica, no ano<br />
de 2010 a rentabilidade de empreendimentos<br />
comerciais foi de<br />
25,5%, e superou 600% na década.<br />
AVIAÇÃO<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Silvana Mautone<br />
Da Agência Estado<br />
A Gol eliminou cerca de 1.100<br />
vagas no primeiro trimestre deste<br />
ano, com o objetivo de reduzir<br />
custos. Segundo o vice-presidente<br />
financeiro da empresa, Leonardo<br />
Pereira, desse total, entre<br />
200 e 250 vagas resultaram em<br />
demissões. Os outros cerca de<br />
850 a 900 postos de trabalho<br />
referem-se a pessoas que se aposentaram<br />
e não foram substituídas<br />
ou vagas que estavam em<br />
aberto e foram fechadas.<br />
“Isso deve gerar uma economia<br />
com pessoal entre R$ 45 milhões<br />
e R$ 50 milhões por ano”,<br />
afirmou Pereira. As despesas da<br />
Gol com pessoal somam cerca de<br />
R$ 1,4 bilhão por ano. A companhia<br />
aérea possui hoje cerca de<br />
18 mil funcionários. De acordo<br />
com Pereira, não estão previstas<br />
novas demissões este ano.<br />
Hedge - A empresa também<br />
informou ter ampliado suas<br />
posições de hedge (proteção)<br />
relativas a despesas de combustível<br />
na semana passada<br />
Segundo Pereira, a empresa<br />
tem hoje operações financeiras<br />
de hedge equivalentes a quase<br />
40% dos gastos estimados com<br />
combustível para os próximos<br />
12 meses. Antes, esse porcentual<br />
girava em torno de 20%. O<br />
contrato foi feito considerando<br />
o preço do barril a US$ 95.<br />
“Temos também a possibilidade<br />
de ampliar essas operações<br />
para os gastos estimados nos<br />
próximos 36 meses”, afirmou o<br />
executivo. Pereira explicou que<br />
isso deve acontecer caso o preço<br />
do petróleo caia. “Seria uma<br />
oportunidade para ampliar nossas<br />
posições de hedge.”<br />
Prejuízo - De acordo com o<br />
balanço da empresa, no primeiro<br />
trimestre deste ano a companhia<br />
registrou perdas de R$<br />
4,4 milhões com as operações<br />
de hedge, que têm por objetivo<br />
proteger as despesas estimadas<br />
com combustível feitas por<br />
meio de contratos de derivativos<br />
de petróleo cru.<br />
Leonardo Pereira disse também,<br />
em teleconferência com<br />
analistas, que a companhia não<br />
vai participar de “guerra de tarifas”.<br />
“As promoções que estamos<br />
fazendo são as que sempre<br />
fizemos. Não vamos fazer promoções<br />
que prejudiquem a nossa<br />
margem”, afirmou.<br />
Pereira citou como exemplo<br />
do foco da empresa na rentabilidade<br />
o fato de, no primeiro<br />
trimestre deste ano, a Gol ter<br />
ampliado a sua oferta em 5%,<br />
enquanto no mercado como um<br />
todo o aumento foi de 14%.<br />
Ao ser questionado sobre a<br />
perspectiva dos yields (tarifa<br />
média), Pereira disse que o segundo<br />
trimestre do ano é, historicamente,<br />
o mais fraco para o<br />
setor. “Devemos registrar recuperação<br />
no segundo semestre.”<br />
Aquisição - Pereira negou<br />
que a Gol esteja interessada<br />
em participar da privatização<br />
da portuguesa TAP ou que esteja<br />
negociando algum tipo<br />
de participação acionária na<br />
companhia aérea regional Passaredo,<br />
como chegou a ser veiculado<br />
pela imprensa. “Não<br />
estamos negociando com nenhuma<br />
empresa”, afirmou<br />
A Gol fechou o primeiro trimestre<br />
com lucro líquido ajustado<br />
de R$ 110,5 milhões, um<br />
aumento de 362% em relação<br />
ao mesmo período do ano passado.<br />
A receita líquida ajustada<br />
foi de R$ 1,89 bilhão, alta de<br />
9,6% sobre o R$ 1,73 bilhão do<br />
primeiro trimestre de 2010.<br />
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