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marialva, uma opção de personagem feminina na obra de rachel de ...

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Marialva, <strong>uma</strong> <strong>opção</strong> <strong>de</strong> <strong>perso<strong>na</strong>gem</strong> <strong>femini<strong>na</strong></strong> <strong>na</strong> <strong>obra</strong> <strong>de</strong> Rachel <strong>de</strong> Queiroz, p. 41 - 52<br />

Marialva, sua saga foi retomada com a aproximação do fi<strong>na</strong>l da<br />

trama, quando os blocos referentes a ela passam a obe<strong>de</strong>cer a <strong>uma</strong><br />

numeração sequencial (1A, 2A, 3, 4 e 5), o que nos leva a crer, [...]<br />

que gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua história foi escrita <strong>de</strong> <strong>uma</strong> só vez.<br />

Já no manuscrito C, pu<strong>de</strong>mos constatar que os três primeiros capítulos<br />

se mantêm praticamente iguais aos dos blocos correspon<strong>de</strong>ntes<br />

em B. Contudo, o quarto capítulo constitui <strong>uma</strong> complexa fusão<br />

entre o quarto e o quinto blocos <strong>de</strong> B, pois <strong>na</strong>rram acontecimentos<br />

incoerentes entre si, <strong>de</strong>vido a sua or<strong>de</strong>m cronológica. Uma<br />

reorganização dos parágrafos feita <strong>na</strong>s próprias pági<strong>na</strong>s dos dois<br />

blocos, nos quais a autora i<strong>de</strong>ntifica alguns fragmentos com <strong>uma</strong><br />

sequência <strong>de</strong> letras (A1, A2, b, C1 etc.), estabelecendo, assim, <strong>uma</strong><br />

nova or<strong>de</strong>m dos fatos. No entanto, percebemos que o capítulo<br />

do manuscrito C, fruto da fusão <strong>de</strong> dois blocos <strong>de</strong> B, não seguiu a<br />

primeira nem a segunda or<strong>de</strong>m estabelecida através das letras, e<br />

sim, <strong>uma</strong> terceira, nova. (2004-5, p.85)<br />

No manuscrito C, Marialva é responsável por sete capítulos. Nos<br />

capítulos 5, 6 e 7, há vários acréscimos em relação aos manuscritos A e B.<br />

Nos Origi<strong>na</strong>is, o 5° e o 6° capítulos se unem, e a autora distancia<br />

entre si os três últimos capítulos referentes à <strong>perso<strong>na</strong>gem</strong>, que vai ganhando<br />

<strong>de</strong>staque ao longo do processo <strong>de</strong> criação do romance.<br />

Cecília Alonso e Valesca Zebendo acreditam que a construção da<br />

trajetória da <strong>perso<strong>na</strong>gem</strong> se dá, basicamente, no manuscrito B, pois as<br />

mudanças em C se caracterizam por acréscimos <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhes, ou alterações<br />

<strong>na</strong> or<strong>de</strong>m dos acontecimentos. Concluindo o artigo, as autoras apresentam<br />

um quadro <strong>de</strong>monstrativo referente à formação da <strong>perso<strong>na</strong>gem</strong>.<br />

Nos documentos avulsos, aparece <strong>uma</strong> lista com alguns nomes<br />

próprios: Maria<strong>na</strong> é um <strong>de</strong>les, mais tar<strong>de</strong> Marialva.<br />

Na sinopse do romance, que consta nos avulsos, não há referência à<br />

Marialva. Há, sim, <strong>uma</strong> referência ao mamulengo com os olhos pintados <strong>de</strong><br />

ver<strong>de</strong> e no peito um coração encar<strong>na</strong>do, atravessado por <strong>uma</strong> seta, presente<br />

<strong>de</strong> Valentim para ela, que retribui com um lencinho <strong>de</strong> cravo bordado por ela<br />

mesma, enrolado num botão <strong>de</strong> cravo ou bogari. A dúvida: um “bilhete?” que<br />

ela pensou em mandar, mas que <strong>de</strong>sistiu, porque “ele não tinha mandado,<br />

ficava + misterioso” .<br />

Há, também, anotações sobre Maria<strong>na</strong> e seu relacio<strong>na</strong>mento com<br />

Valentim, perseguido pelos irmãos da moça quando <strong>de</strong>scobrem o romance<br />

Juiz <strong>de</strong> Fora, v. 10, n. 18, jul./<strong>de</strong>z. 2010<br />

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