Histórico dos Assassinatos em 2011 _CPT Assessoria de ... - Adital
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ACRE<br />
<strong>Histórico</strong> <strong>dos</strong> <strong>Assassinatos</strong> <strong>em</strong> <strong>2011</strong><br />
Ramal Cacirian – Sena Madureira: João Doido - 03/11/11<br />
Assassinado com um tiro pelos pistoleiros Donizete e Arno Souza <strong>em</strong> matagal nas<br />
proximida<strong>de</strong>s da área <strong>em</strong> que morava. Test<strong>em</strong>unhas o viram ser levado amarrado até o local<br />
da execução. Os pistoleiros queimaram sua casa e seu corpo na tentativa <strong>de</strong> ocultar o crime.<br />
Donizete confessou o crime e afirmou ter sido contratado por Arno Souza para evitar que<br />
posseiros ocupass<strong>em</strong> a proprieda<strong>de</strong> do sr. Dauro. As 150 famílias que moram na região<br />
<strong>de</strong>nunciam que viv<strong>em</strong> sob ameaça <strong>de</strong> um fazen<strong>de</strong>iro que se diz proprietário das terras.<br />
AMAZONAS<br />
Lábrea / Gleba Curuquetê – Ramal do Jequitibá: A<strong>de</strong>lino Ramos – conhecido como Dinho<br />
- 57 anos – Assentado – Li<strong>de</strong>rança - 27/05/11<br />
Assassinado a tiros por um motoqueiro enquanto vendia verduras, <strong>em</strong> Vista Alegre do Abunã,<br />
RO, divisa com o Amazonas. Dinho era sobrevivente do massacre <strong>de</strong> Corumbiara (1995) e<br />
vivia no assentamento Curuquetê, on<strong>de</strong> produzia o que vendia. Sua esposa, que presenciou o<br />
crime, foi ameaçada <strong>de</strong> morte. A<strong>de</strong>lino já havia <strong>de</strong>nunciado à Ouvidoria Agrária do Ministério<br />
do Desenvolvimento Agrário e à Polícia Fe<strong>de</strong>ral, as ameaças que sofria <strong>de</strong> fazen<strong>de</strong>iros e<br />
toreros (pessoas que roubam toras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira na Amazônia). Ozias Vicente Machado, que<br />
teria ligações com donos <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas extrativistas <strong>de</strong> Rondônia e Amazonas, foi preso,<br />
suspeito <strong>de</strong> ser o responsável pelo assassinato.<br />
BAHIA<br />
Monte Santo/Comunida<strong>de</strong> Serra do Bo<strong>de</strong>: Antônio <strong>de</strong> Jesus Souza – Li<strong>de</strong>rança - 06/01/11<br />
Li<strong>de</strong>rança do movimento pela regularização fundiária das áreas <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> pasto da região,<br />
Antônio do Plínio, como era conhecido, foi assassinado a tiros e <strong>de</strong>golado. A execução seria<br />
uma forma <strong>de</strong> intimidar os trabalhadores rurais que resist<strong>em</strong> às tentativas <strong>de</strong> grilag<strong>em</strong> das<br />
áreas <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> pasto da região.<br />
Caravelas/Quilombo <strong>de</strong> Volta Miúda: Diogo <strong>de</strong> Oliveira Flozina – 27 anos – Quilombola -<br />
24/06/11<br />
Foi assassinado no Quilombo <strong>de</strong> Volta Miúda, segundo moradores da comunida<strong>de</strong>, por três<br />
policiais à paisana da Companhia <strong>de</strong> Ações Especiais da Mata Atlântica (Ca<strong>em</strong>a). A<br />
comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>clara que sofre ameaças <strong>de</strong> policiais e <strong>em</strong>presas produtoras <strong>de</strong> eucalipto, que<br />
têm interesse na área. Policiais invadiram a casa <strong>de</strong> Diogo e um rapaz <strong>de</strong> 15 anos foi<br />
espancado ao tentar se aproximar. Diogo incomodava <strong>em</strong>presas <strong>de</strong> eucalipto por produzir<br />
carvão para a subsistência <strong>de</strong> sua família. O corpo foi levado <strong>em</strong> uma viatura ao município<br />
vizinho <strong>de</strong> Nova Viçosa, on<strong>de</strong> há <strong>de</strong>núncias <strong>de</strong> tráfico <strong>de</strong> drogas. No boletim <strong>de</strong> ocorrência<br />
fizeram constar que o rapaz era traficante e que morreu após troca <strong>de</strong> tiros com policiais <strong>em</strong><br />
uma “boca <strong>de</strong> fumo”.<br />
Eucli<strong>de</strong>s da Cunha – Fazenda Jibóia: Leonardo <strong>de</strong> Jesus Leite – 37 anos – Li<strong>de</strong>rança -<br />
06/09/11<br />
Assassinado por pistoleiros a mando <strong>de</strong> fazen<strong>de</strong>iros da região. Leonardo foi arrastado do<br />
interior <strong>de</strong> sua casa, na presença <strong>de</strong> esposa e filhos, e executado no quintal com um tiro na<br />
cabeça. Leonardo era uma li<strong>de</strong>rança regional do movimento CETA e fazia parte <strong>de</strong> um grupo<br />
<strong>de</strong> trabalhadores rurais s<strong>em</strong>-terra, que há mais <strong>de</strong> 10 anos lutam pela <strong>de</strong>sapropriação <strong>de</strong><br />
fazendas pertencentes ao ex-prefeito <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s da Cunha, José Renato. Leonardo <strong>de</strong>nunciou<br />
na Delegacia <strong>de</strong> Polícia Civil que vinha sofrendo ameaças e pediu proteção policial, mas<br />
nenhuma providência foi tomada.<br />
MARANHÃO<br />
Buriticupu – P.A Rosa Saraiva: Cícero Felipe da Silva – Li<strong>de</strong>rança - 06/02/11<br />
Era presi<strong>de</strong>nte da Associação <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima <strong>dos</strong> Pequenos Produtores Rurais<br />
do Projeto <strong>de</strong> Assentamento Rosa Saraiva. Foi assassinado com nove tiros nas margens da<br />
rodovia MA-006, zona rural entre os municípios <strong>de</strong> Buriticupu e Santa Luzia. Os mandantes do<br />
crime seriam Francisco Leal <strong>de</strong> Sousa, vice-presi<strong>de</strong>nte da Associação, e Francisco Edilazário<br />
Pereira Queiroz, este último um <strong>em</strong>presário do ramo <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Eles faziam parte<br />
<strong>de</strong> um grupo que queria <strong>de</strong>stituir Cícero da presidência da entida<strong>de</strong> por não concordar com o<br />
<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> recursos repassa<strong>dos</strong> pelo Incra para a reforma e construção <strong>de</strong> casas no<br />
assentamento. Após nova eleição na Associação, quando Francisco Leal <strong>de</strong> Sousa foi<br />
<strong>em</strong>possado como presi<strong>de</strong>nte e Francisco das Chagas Sousa Lima, também integrante do
grupo criminoso, como primeiro-secretário, Cícero ajuizou na justiça uma ação pedindo a<br />
anulação do pleito.<br />
Nova Olinda do Maranhão – Terra Indígena Alto Turiacu: Tazirã Ka’apor – cerca <strong>de</strong> 20<br />
anos – Indígena - 31/03/11<br />
Atropelado por caminhão <strong>de</strong> um ma<strong>de</strong>ireiro conhecido como “Lan<strong>de</strong>r” nas proximida<strong>de</strong>s da<br />
terra indígena Axiguirenda. Os indígenas <strong>de</strong>nunciam que ma<strong>de</strong>ireiros retiram ilegalmente<br />
ma<strong>de</strong>ira da área, ameaçando a sobrevivência das famílias, que <strong>de</strong>pend<strong>em</strong> da mata e da caça<br />
para se alimentar<strong>em</strong>. Além disso, sofr<strong>em</strong> constantes intimidações por parte <strong>dos</strong> assassinos <strong>de</strong><br />
Tazirã e outros ma<strong>de</strong>ireiros.<br />
Buritirana – Terra Indígena Araribóia: Criança Indígena – Awá Guajá - Outubro/<strong>2011</strong><br />
Li<strong>de</strong>ranças indígenas do povo Guajajara, da al<strong>de</strong>ia Zutiwa, encontraram <strong>em</strong> um acampamento<br />
abandonado pelos Awá-Guajá o corpo carbonizado <strong>de</strong> uma criança indígena. Os Awá-Guajá<br />
viv<strong>em</strong> isola<strong>dos</strong> e só são vistos por indígenas <strong>de</strong> outros povos da região durante caçadas. O<br />
ataque teria acontecido entre set<strong>em</strong>bro e outubro, e <strong>de</strong>pois disto os Awá-Guajá não foram mais<br />
vistos. Os indígenas acreditam que o grupo isolado tenha se dispersado para outros pontos da<br />
terra indígena Araribóia t<strong>em</strong>endo novos ataques. Segundo o Conselho Indigenista Missionário<br />
(Cimi), ma<strong>de</strong>ireiros atuam livr<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>ntro da terra indígena, retirando ma<strong>de</strong>iras nobres.<br />
Serrano do Maranhão – Comunida<strong>de</strong> Quilombola Rosário: Val<strong>de</strong>nilson Borges – 24 anos<br />
– Quilombola - 02/10/11<br />
Assassinado com duas facadas no peito por Edvaldo Silva, que ocupa uma porção <strong>de</strong> terra<br />
<strong>de</strong>ntro do território quilombola <strong>de</strong> Rosário. Edvaldo não é quilombola e ameaça as famílias que<br />
lutam pela titulação <strong>de</strong> suas terras. Val<strong>de</strong>nilson já havia registrado vários boletins <strong>de</strong> ocorrência<br />
relatando as ameaças <strong>de</strong> Edvaldo.<br />
Serrano do Maranhão – Povoado Portinho: Delmir Silva – 57 anos – Quilombola -<br />
07/11/11<br />
Encontrado morto com a cabeça e a perna direita quebradas, perna esquerda <strong>de</strong>slocada, mão<br />
e nariz mordi<strong>dos</strong>, ferimentos que indicam que ele foi assassinado por mais <strong>de</strong> uma pessoa e<br />
que po<strong>de</strong> ter havido luta corporal antes da morte. Delmir residia no Povoado Portinho junto com<br />
sua irmã, Celina Silva, mas acredita-se que a motivação <strong>de</strong> seu assassinato seja a disputa pela<br />
terra que ocupava anteriormente na comunida<strong>de</strong> Veneza, <strong>de</strong>ntro da fazenda Santo Antônio <strong>de</strong><br />
Cruz, hoje <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> reconhecimento como território quilombola. A área da comunida<strong>de</strong><br />
Veneza é requerida pelo ex-policial Carlos Alberto, conhecido como Bebeto que, segundo<br />
moradores, começou a proibi-los <strong>de</strong> usufruír<strong>em</strong> <strong>dos</strong> recursos naturais e <strong>de</strong> continuar<strong>em</strong><br />
fazendo suas roças. A irmã <strong>de</strong> Delmir <strong>de</strong>ixou a comunida<strong>de</strong> Veneza porque Bebeto havia<br />
proibido seu marido, já falecido, <strong>de</strong> cuidar <strong>de</strong> sua roça.<br />
Arame – Fazenda Cit<strong>em</strong>a: Júlio Luna da Silva – 60 anos – Trabalhador Rural - 08/12/11<br />
Encontrado morto com tiros nas costas e <strong>de</strong>golado, no povoado “Gavião”, assentamento<br />
“Fazenda Cit<strong>em</strong>a”. Segundo relatos, o sr. Júlio, que morava sozinho, não tinha <strong>de</strong>savenças<br />
com ninguém, mas já havia procurado a <strong>de</strong>legacia para <strong>de</strong>nunciar intimidações por parte <strong>de</strong><br />
Oliveira, dono da maior padaria da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Arame, que grilou vários lotes <strong>de</strong>ntro do Projeto<br />
<strong>de</strong> Assentamento. Este também teria cercado uma gran<strong>de</strong> lagoa, impedindo o abastecimento<br />
<strong>de</strong> água e a irrigação <strong>de</strong> plantações <strong>dos</strong> vizinhos. A área foi <strong>de</strong>sapropriada <strong>em</strong> 2009, com<br />
Mandado <strong>de</strong> Imissão <strong>de</strong> Posse expedido <strong>em</strong> 2010. Des<strong>de</strong> então as famílias aguardavam o<br />
cadastramento pelo Incra daqueles que seriam assenta<strong>dos</strong>.<br />
MATO GROSSO DO SUL<br />
Paranhos – Fazenda São Luiz – Triunfo – Comunida<strong>de</strong> Indígena Y’poí: Teodoro Ricardi –<br />
25 anos (outras fontes informam 34 anos) – Indígena - 28/09/11<br />
Indígena Guarani Kaiowá, assassinado enquanto atravessava a fazenda Cabeça <strong>de</strong> Boi para<br />
chegar <strong>em</strong> sua comunida<strong>de</strong>. A fazenda é uma das três áreas que inci<strong>de</strong> sobre o território<br />
indígena reivindicado. Na companhia <strong>de</strong> outros dois indígenas, Teodoro teria sido abordado por<br />
um <strong>dos</strong> funcionários da fazenda, que lhe <strong>de</strong>sferiu uma série <strong>de</strong> facadas no rosto e pescoço.<br />
Amambaí – Acampamento Tekoha Guaiviri: Nísio Gomes – 59 anos – Li<strong>de</strong>rança Indígena<br />
- 01/11/11<br />
Assassinado por um grupo <strong>de</strong> uns 40 pistoleiros que invadiram o acampamento e atiraram<br />
nele. Outros indígenas foram espanca<strong>dos</strong> e receberam tiros <strong>de</strong> bala <strong>de</strong> borracha. O corpo do<br />
cacique foi levado pelos assassinos <strong>de</strong>ntre <strong>de</strong> uma camionete para local <strong>de</strong>sconhecido e até o<br />
momento não foi encontrado. A Polícia Fe<strong>de</strong>ral encontrou no local do crime sangue e sinais <strong>de</strong><br />
que o corpo teria sido arrastado. Vários indígenas fugiram do acampamento assusta<strong>dos</strong> com o<br />
assassinato. As investigações da Polícia Fe<strong>de</strong>ral apontaram que fazen<strong>de</strong>iros da região<br />
contrataram seguranças <strong>de</strong> uma <strong>em</strong>presa privada para retirar os índios do local. Pecuaristas,
advogado, administradores da <strong>em</strong>presa <strong>de</strong> segurança e outras pessoas estariam sendo<br />
indicia<strong>dos</strong>. O relatório da Polícia Fe<strong>de</strong>ral acenou até com o indiciamento do filho <strong>de</strong> Nísio,<br />
porque, sob pressão <strong>dos</strong> interrogatórios, teria se contradito.<br />
PARÁ<br />
Juruti – Gleba Curumucuri – Mamuru – Arapiuns: Jurandir Soares Nunes – Assentado -<br />
12/01/11<br />
O assentado foi morto com um tiro <strong>de</strong> espingarda ao sair para caçar na área que integra o<br />
Projeto <strong>de</strong> Assentamento Estadual Agroextrativista Curumucuri, parte do conjunto <strong>de</strong> glebas<br />
Mamuru-Arapiuns. O corpo foi localizado dias <strong>de</strong>pois na área <strong>em</strong> que Celso Rech, suspeito <strong>de</strong><br />
ser o mandante do crime, se diz proprietário.<br />
Itupiranga – Fazenda Potiguar – Ban<strong>de</strong>irantes – Acampamento Planta Brasil: Pedro<br />
Oliveira Torres – 41 anos – Li<strong>de</strong>rança sindical - 29/01/11<br />
Morto <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua residência por dois pistoleiros <strong>em</strong> uma moto. No momento <strong>dos</strong> disparos,<br />
Pedro estava na porta <strong>de</strong> casa e tentou fugir para o interior da mesma, sendo perseguido por<br />
um <strong>dos</strong> assassinos, que disparou três tiros a queima roupa contra a vítima. Pedro era<br />
sindicalista ligado à Fetagri e vinha sendo ameaçado pelo coronel José Ricardo Sobrinho, que<br />
se diz proprietário da fazenda Ban<strong>de</strong>irantes. A área, pertencente à União, havia sido ocupada<br />
por 70 famílias sob a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Pedro. O sindicalista já havia registrado vários boletins <strong>de</strong><br />
ocorrência por causa das ameaças.<br />
Breu Branco – Fazenda <strong>de</strong> Marlene Nerys Pimentel e Darli Almeida <strong>de</strong> Melo: Francisco<br />
Alves Macedo – Li<strong>de</strong>rança - 03/03/11<br />
Li<strong>de</strong>rança na ocupação <strong>de</strong> uma fazenda por famílias s<strong>em</strong> teto do município <strong>de</strong> Breu Branco. As<br />
donas da fazenda, Marlene Nerys Pimentel e Darli Almeida <strong>de</strong> Melo, teriam contratado<br />
pistoleiros para assassinar Francisco. Sua filha foi também baleada durante o atentado.<br />
Pacajá – Projeto <strong>de</strong> Assentamento Rio Ban<strong>de</strong>iras: Adão Ribeiro da Silva e Nildo Ferreira<br />
– Assenta<strong>dos</strong> - 30/04/11 (data aproximada)<br />
Assassina<strong>dos</strong> por <strong>de</strong>nunciar<strong>em</strong> plantadores <strong>de</strong> maconha <strong>em</strong> lotes do assentamento. As<br />
famílias que ainda resid<strong>em</strong> na área sofr<strong>em</strong> constantes ameaças <strong>de</strong> pistoleiros a mando <strong>de</strong><br />
ma<strong>de</strong>ireiros, grileiros e plantadores <strong>de</strong> maconha.<br />
Nova Ipixuna – Projeto <strong>de</strong> Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira – Cupu –<br />
Passe b<strong>em</strong> – Mamona: José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva –<br />
Li<strong>de</strong>ranças - 24/05/11<br />
Assassina<strong>dos</strong> a tiros por pistoleiros encapuza<strong>dos</strong> <strong>em</strong> uma <strong>em</strong>boscada na estrada vicinal que<br />
leva ao Projeto <strong>de</strong> Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira. José Cláudio teve uma<br />
<strong>de</strong> suas orelhas arrancadas pelos assassinos como prova da execução. Ele já há anos recebia<br />
ameaças e havia sofrido um atentado pouco t<strong>em</strong>po antes <strong>de</strong> sua morte, quando tiros foram<br />
dispara<strong>dos</strong> no quintal <strong>de</strong> sua casa. O casal era ameaçado <strong>de</strong> morte por ma<strong>de</strong>ireiros e<br />
carvoeiros da região, que invad<strong>em</strong> a área do Projeto <strong>de</strong> Assentamento <strong>em</strong> busca <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras<br />
nobres. Apesar <strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciar<strong>em</strong> as ameaças às autorida<strong>de</strong>s competentes, o casal não recebeu<br />
proteção policial. Eles eram integrantes do Conselho Nacional <strong>de</strong> Populações Extrativistas,<br />
ONG fundada por Chico Men<strong>de</strong>s, lutavam pela preservação das florestas na Amazônia e<br />
produziam <strong>de</strong> forma sustentável.<br />
Nova Ipixuna – Projeto <strong>de</strong> Assentamento Agroextrativista Praialta-Piranheira – Cupu –<br />
Passe b<strong>em</strong> – Mamona: Herenilton Pereira <strong>dos</strong> Santos – 25 anos – Trabalhador Rural -<br />
26/05/11<br />
Assassinado possivelmente por ter test<strong>em</strong>unhado a entrada no assentamento <strong>dos</strong> pistoleiros<br />
que assassinaram José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. Seu corpo<br />
foi encontrado por um grupo <strong>de</strong> assenta<strong>dos</strong> <strong>em</strong> uma estrada vicinal.<br />
Pacajá – Acampamento Esperança: Obe<strong>de</strong> Loyla Souza – 31 anos – Acampado - 09/06/11<br />
Assassinado com um tiro <strong>de</strong> espingarda no ouvido. Embora não se saiba precisamente o<br />
motivo <strong>de</strong> sua morte, houve relatos <strong>de</strong> que Obe<strong>de</strong> havia discutido com um representante <strong>dos</strong><br />
interesses <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ireiros, por ser contrário à extração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira na região, que <strong>de</strong>ixava<br />
intrafegáveis as estradas.<br />
Jacundá – Fazenda Califórnia: Vald<strong>em</strong>ar Oliveira Barbosa – 54 anos – Li<strong>de</strong>rança -<br />
25/08/11<br />
Assassinado enquanto trafegava <strong>de</strong> bicicleta <strong>em</strong> uma rua <strong>de</strong> Marabá (PA). Vald<strong>em</strong>ar,<br />
conhecido como Piauí, fazia parte do Sindicato <strong>dos</strong> Trabalhadores Rurais <strong>de</strong> Marabá e<br />
coor<strong>de</strong>nou por vários anos um grupo <strong>de</strong> famílias que ocupava a fazenda Estrela da Manhã.<br />
Como a área não foi <strong>de</strong>sapropriada, Vald<strong>em</strong>ar passou a li<strong>de</strong>rar famílias para ocupar<strong>em</strong> a
fazenda Califórnia, <strong>em</strong> Jacundá. As famílias foram <strong>de</strong>spejadas pela polícia militar do Pará, mas<br />
Vald<strong>em</strong>ar planejava ocupar novamente a área. Ele teria sido morto por pistoleiros contrata<strong>dos</strong><br />
pelo proprietário da fazenda para impedir a nova ocupação da fazenda.<br />
Rondon do Pará – Fazenda Bela Vista – Santa Cruz – Acampamento Deus É Fiel: José<br />
Ribamar Teixeira <strong>dos</strong> Santos – 49 anos – Li<strong>de</strong>rança - 07/10/11<br />
Assassinado a pauladas e golpes <strong>de</strong> faca <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua casa e teve sua orelha <strong>de</strong>cepada. Foi<br />
um <strong>dos</strong> fundadores do acampamento e era li<strong>de</strong>rança na área on<strong>de</strong> viv<strong>em</strong> 110 famílias s<strong>em</strong><br />
terra. Eles reivindicam a <strong>de</strong>sapropriação da fazenda on<strong>de</strong> está localizado o acampamento,<br />
área que já foi objeto <strong>de</strong> grilag<strong>em</strong> <strong>de</strong> jurisdição do Estado do Pará.<br />
Itaituba – Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Miritituba – Projeto <strong>de</strong> Assentamento Areia: João Chupel<br />
Primo – 55 anos - 22/10/<strong>2011</strong><br />
Assassinado com um tiro na cabeça enquanto trabalhava <strong>em</strong> sua oficina mecânica. João<br />
<strong>de</strong>nunciava a grilag<strong>em</strong> <strong>de</strong> terras e a extração ilegal <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira por um consórcio na região. Já<br />
havia registrado vários boletins <strong>de</strong> ocorrência na Polícia Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>vido às ameaças <strong>de</strong> morte<br />
que recebia. O Instituto Chico Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação da Biodiversida<strong>de</strong> (ICMBio) realizou,<br />
com apoio da Polícia Fe<strong>de</strong>ral, Guarda Nacional e Exército, uma operação para averiguar a<br />
grilag<strong>em</strong> <strong>de</strong> terras e a extração ilegal <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Porém, a operação não teve continuida<strong>de</strong><br />
por falta <strong>de</strong> segurança para os agentes ambientais.<br />
PERNAMBUCO<br />
Sertânia – Cachoeira do IPA: José Luiz da Silva – Acampado - 02/07/11<br />
Assassinado <strong>de</strong>ntro do acampamento da fazenda conhecida como Cachoeira do IPA,<br />
pertencente ao governo <strong>de</strong> Pernambuco e administrada pelo Instituto <strong>de</strong> Pesquisa<br />
Agropecuária (IPA). O crime teria sido cometido por pessoas que entram na área para extrair<br />
ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> forma ilegal. José Luiz fiscalizava e <strong>de</strong>nunciava a extração ilegal <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e a<br />
caça <strong>de</strong>ntro da área após os acampa<strong>dos</strong> ter<strong>em</strong> <strong>de</strong>cidido <strong>em</strong> ass<strong>em</strong>bleia proibir estas ativida<strong>de</strong>s<br />
no local. Ele já havida sofrido ameaças, que foram registradas <strong>em</strong> boletim <strong>de</strong> ocorrência. Os<br />
acampa<strong>dos</strong> reivindicam há mais <strong>de</strong> 10 anos a regularização da área, que pertence ao governo<br />
estadual. O Incra já realizou o laudo técnico inicial, mas as negociações estão paralisadas há<br />
mais <strong>de</strong> três anos.<br />
RONDÔNIA<br />
Buritis / Rio Pardo – Acampamento Rio Alto – Linha 36 - 12/03/<strong>2011</strong><br />
Wdiley Alves Martins – 27 anos – Acampado / Suelen Cristina Rodrigues Ferreira – 22<br />
anos - Acampada<br />
Assassina<strong>dos</strong> por pistoleiros, suspeita-se que a mando <strong>de</strong> Kaleb, gerente <strong>de</strong> Dílson Caldato,<br />
fazen<strong>de</strong>iro e grileiro da região. Kaleb coor<strong>de</strong>naria um bando criminoso que recruta jovens para<br />
roubos, tráfico <strong>de</strong> armas e pistolag<strong>em</strong>. A culpa pelos crimes constant<strong>em</strong>ente recai sobre<br />
trabalhadores s<strong>em</strong>-terra. Segundo informações, o casal morava no distrito <strong>de</strong> Rio Pardo há<br />
apenas dois meses e não possuía inimigos <strong>de</strong>clara<strong>dos</strong>.