Português - UNFPA Moçambique
Português - UNFPA Moçambique
Português - UNFPA Moçambique
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE<br />
MINISTÉRIO DA SAÚDE<br />
DIRECÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA<br />
ESTRATÉGIA NACIONAL DE<br />
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE<br />
FÍSTULA OBSTÉTRICA<br />
2012
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE<br />
MINISTÉRIO DA SAÚDE<br />
DIRECÇÃO NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA<br />
ESTRATÉGIA NACIONAL DE<br />
PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE<br />
FÍSTULA OBSTÉTRICA
FICHA TÉCNICA<br />
Ministério da Saúde<br />
Av. Eduardo Mondlane/Salvador Allende, 1008 - Maputo, <strong>Moçambique</strong><br />
Website - www.misau.gov.mz<br />
Título: Estratégia Nacional de Prevenção e Tratamentode Fístulas Obstétricas<br />
Ministro da Saúde: Sua Excia Dr. Alexandre Lourenço Jaime Manguele<br />
Vice-Ministra da Saúde: Sua Excia Dra. Nazira Abdula<br />
Director Nacional de Saúde Pública: Dr. Mouzinho Saíde<br />
Director Nacional de Assistência Médica: Dr. António Mujovo<br />
Directora Nacional Adjunta de Saúde Pública: Dra. Lídia Chongo<br />
Director Nacional Adjunto de Assistência Médica: Dr. António Amad Amisse Assane<br />
Chefe do Departamento de Saúde da Mulher e da Criança: Dr. Nazir Amade Ibrahimo<br />
Equipe Técnica: Dra. Aida Libombo; Dr. Igor Vaz; Dr. Armando Melo; Dr. Nazir Amade Ibrahimo; Dr.<br />
Amir Modan e Helene Christensen<br />
Colaboradores principais: Dr. Ladino Suade; Dra Alicia Carbonell; Dr. Caetano Pereira; Dra Elsa<br />
Jacinto; Dra. Evelia Marole; Dra. Isabel Ngomane; Dra. Graça Samo; Dra. Maria da Luz Vaz<br />
Instituições colaboradoras: Ministério da Mulher e Acção Social; <strong>UNFPA</strong>; OMS, FORUM MULHER e<br />
WLSA<br />
Edição e formatação:<br />
1ª Impressão: 2012<br />
Paginação: Kriando - Agênciamento e Marketing
Prefácio<br />
As Fístulas Obstétricas constituem uma das complicações da gravidez e parto, das mais<br />
incapacitantes, físicamente, psicologicamente e socialmente, devido à condição de perda<br />
descontrolada e permanente de urina e/ou fezes, por via vaginal, colocando a mulher numa situação<br />
de profunda vergonha, em virtude do permanente odor desagradável que a estigmatiza.<br />
Estas mulheres são muito jovens, pobres, com baixa escolaridade, algumas delas no início da sua<br />
adolescência, que enfrentaram um casamento e gravidez prematuros, e que por viverem em zonas e<br />
periurbanas muito distantes de uma unidade sanitária que possa oferecer Cuidados Obstétricos de<br />
Emergência, ou por não terem tido acesso a transporte, desenvolveram um trabalho de parto<br />
arrastado com o consequente desenvolvimento da Fístula Obstétrica (FO), vesico ou retovaginal.<br />
Estas jovens mulheres acabam sendo rejeitadas e descriminadas pela família, amigos e comunidade e<br />
com frequência abandonadas pelo próprio marido.<br />
Os resultados do Censo Populacional de 2007, revelaram que o rácio da Mortalidade Materna em<br />
<strong>Moçambique</strong> é de 500 mortes maternas por 100.000 nascimentos vivos. Considerando as estatísticas<br />
da OMS, as quais referem que por cada morte materna ocorrem 20 complicações incapacitantes para<br />
a mulher, entre as quais figuram as FO, assumimos que em <strong>Moçambique</strong> uma proporção significativa<br />
de mulheres está afectada pela Fístula Obstétrica, devendo ser esta encarada como um problema de<br />
Saúde Pública, embora oculto.<br />
O Governo de <strong>Moçambique</strong> identificou como prioridade acelerar os esforços para alcançar o acesso<br />
universal à Saúde Sexual e Reprodutiva e oferecer iguais oportunidades para as meninas e rapazes,<br />
homens e mulheres em <strong>Moçambique</strong>, estando comprometido em tomar as medidas necessárias para<br />
proteger a saúde das meninas e mulheres e pôr fim à FO.<br />
É neste sentido, que está sendo implementado o programa de despiste e tratamento de FO definido<br />
no "Plano Integrado para o Alcance dos Objectivos 4 e 5 de Desenvolvimento do Milénio" (2009-2012)<br />
e Plano Económico e Social de 2012, sendo esta Estratégia Nacional de Prevenção e Tratamento das<br />
FO, um instrumento orientador importante nas nossas acções de prevenção, tratamento e<br />
reintegração psicológica e social dessas jovens mulheres.<br />
A disponibilidade de material e equipamento médico-cirúrgico e medicamentos, assim como a<br />
capacidade de gestão e um bom sistema de informação são componentes fundamentais para garantir<br />
uma redução significativa da prevalência/incidência das FO.<br />
Aproveito esta ocasião para manifestar o meu reconhecimento ao valioso contributo que os nossos<br />
profissionais de saúde (cirurgiões, urologistas, obstetras, técnicos de cirurgia e outros mais) que<br />
através do tratamento e atenção que vem prestando a essas pacientes, tem estado a devolver a<br />
dignidade e auto-estima a estas mulheres.<br />
A prevenção das FO é o ponto de partida desta Estratégia, sendo necessário educar as meninas e<br />
rapazes, os pais/mães, professores, líderes e decisores a todos os níveis, sobre a importância do<br />
adiamento do casamento e da primeira gravidez para depois dos 18 anos e que o parto seja assistido<br />
na maternidade, por pessoa qualificada. O espaçamento das gravidezes, através do Planeamento
Familiar é um meio importante para a redução das FO e de outras complicações relacionadas com<br />
gravidez e parto.<br />
Neste contexto encorajo a todos os intervenientes neste assunto, profissionais de Saúde, Sociedade<br />
Civil, órgãos de Comunicação Social, parceiros de Cooperação, a dar a sua contribuição na prevenção,<br />
tratamento e reintegração social das mulheres que estão afectadas pela Fístula Obstétrica.<br />
Maputo, 30 de Abril de 2012<br />
O Ministro da Saúde<br />
Dr. Alexandre Lourenço Jaime Manguele<br />
(Médico, Especialista em Saúde Pública)
Lista de Abreviaturas:<br />
APE Agente Polivalente Elementar<br />
COEm Cuidados Obstétricos de Emergência<br />
COEB Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos<br />
COEC Cuidados Obstétricos de Emergência Completos<br />
CPN Consulta Pré-natal<br />
CPP Consulta Pós-parto<br />
DDSMAS Direcção Distrital de Saúde da Mulher e Acção Social<br />
DNSP Direcção Nacional de Saúde Pública<br />
DSMC Departamento de Saúde da Mulher e da Criança<br />
DPS Direcção Provincial de Saúde<br />
ESMI Enfermeira de Saúde Materna Infantil<br />
<strong>UNFPA</strong> Fundo das Nações Unidas para a População<br />
FO Fístula Obstétrica<br />
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana<br />
IDS Inquérito Demográfico e de Saúde<br />
INCAM Inquérito Nacional sobre Causas de Mortalidade<br />
INE Instituto Nacional de Estatística<br />
IMT Instituto de Medicina Tradicional<br />
ITS Infecção deTransmissão Sexual<br />
MICS Multi Indicators Cluster Survey (Inquérito de Indicadores Múltiplos)<br />
MIF Mulher em Idade Fértil<br />
MISAU Ministério da Saúde<br />
MT Medicina Tradicional<br />
NU Nações Unidas<br />
OMS Organização Mundial da Saúde<br />
PF Planeamento Familiar<br />
PT Parteira Tradicional<br />
PTV Prevenção da Transmissão Vertical<br />
SEA Saúde Escolar e do Adolescente<br />
SMPI Saúde Materna, Perinatal e Infantil<br />
SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida<br />
SIS Sistema de Informação em Saúde<br />
SNS Serviço Nacional de Saúde<br />
SSR Saúde Sexual Reprodutiva<br />
US Unidade Sanitária<br />
TPA Trabalho de Parto Arrastado<br />
Lista de Tabelas:<br />
Tabela 1 Coberturas de Cuidados Obstétricos de Emergência por 500.000 habitantes<br />
(Terceiro Trimestre 2011)<br />
Tabela 2 Projecção de Ocorrência de Novos Casos de FO
Definições:<br />
9<br />
Cuidados Obstétricos Emergência Básicos: são os cuidados prestados às mulheres com as principais<br />
complicações obstétricas e devem incluir antibióticos parenterais, oxitócicos e anticonvulsivantes,<br />
remoção manual da placenta, remoção de produtos de concepção retidos através da aspiração<br />
manual e parto vaginal assistido (por exemplo com ventosa).<br />
Cuidados Obstétricos de Emergência Completos: são os cuidados prestados às mulheres com<br />
principais complicações obstétricas e devem incluir os serviços obstétricos básicos mais cirurgia,<br />
anestesia e transfusão de sangue.<br />
Fistula Obstétrica: consiste numa comunicação entre a vagina e a bexiga e/ou reto resultante da<br />
necrose dos tecidos, por compressão da cabeça do feto numa circunstância de trabalho de parto<br />
arrastado. Existem casos de Fístulas que são derivadas de abuso e violação sexual, complicações<br />
traumáticas e cirúrgicas como do aborto ou de cesareana.<br />
Direitos Reprodutivos: abrangem certos direitos humanos já reconhecidos em leis nacionais, em<br />
documentos internacionais sobre direitos humanos, e baseiam-se no reconhecimento do direito<br />
básico de todos os casais e todos indivíduos, de decidir livre e responsavelmente sobre o número, o<br />
espaçamento e o momento de ter filhos, de ter a informação e os meios de assim o fazer e o direito de<br />
gozar do mais elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva. Inclui também seu direito de tomar<br />
decisões sobre a reprodução, livre de discriminação, coerção ou violência.<br />
Mulheres em Idade Reprodutiva: são todas as mulheres com idade comprendida entre os 15 e 49<br />
anos.<br />
Pessoal de Saúde Qualificado para realizar partos: refere-se a todos os profissionais de Saúde que<br />
foram treinados a realizar partos normais e diagnosticar e referir complicações obstétricas. As<br />
parteiras tradicionais formadas e não formadas não estão incluídas neste grupo.<br />
Saúde Sexual Reprodutiva: estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas<br />
ausência de doença ou enfermidade, em todas as matérias relacionadas com o Sistema Reprodutivo,<br />
suas funções e processos.
1 - ANÁLISE DA SITUAÇÃO<br />
1.1 Dados Demográficos e de Saúde<br />
<strong>Moçambique</strong> possui cerca de 23,05 milhões de habitantes 1 com cerca de 75% da população a viver<br />
em zonas rurais. As províncias de Nampula e Zambézia são as mais populosas, as totalizando cerca de<br />
40% da população global do país. Segundo o Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS) 2003, o<br />
crescimento populacional baixou de 2.7% em 1997 para 2.4% em 2003, e a esperança média de vida é<br />
estimada em 46.7 anos para ambos os sexos sem considerar o impacto do HIV/SIDA. A média da<br />
prevalência do HIV é de 11,1% em mulheres com idades compreendidas entre 15 e 24 anos, sendo<br />
três vezes superior à prevalência do HIV dos homens da mesma faixa etária, que é de 3,7%.<br />
As mulheres representam cerca de 53% da população, sendo as Mulheres em Idade Fértil (MIF) cerca<br />
de 24.9% do total da população. A população menor de 15 anos corresponde a 45%, enquanto que as<br />
crianças menores de 5 anos representam 17% e as menores de 1ano cerca de 4%. A população jovem<br />
entre os 15 e 24 anos é de cerca de 20% da população total do País e a população com idade inferior<br />
aos 18 anos (Censo 2007) corresponde a 50% da população global de <strong>Moçambique</strong><br />
1.2 A Fistula Obstétrica<br />
10<br />
A Fístula Obstétrica (FO) consiste numa comunicação entre a vagina e a bexiga e/ou reto resultante da<br />
necrose dos tecidos por compressão da cabeça do feto numa circunstância de trabalho de parto<br />
arrastado. Existem casos de Fístulas que são derivadas de abuso e violação sexual, complicações<br />
traumáticas e cirúrgicas como do aborto ou de cesareana.<br />
O mecanismo de aparecimento da FO nos casos de Trabalho de Parto Arrastado (TPA), é a<br />
permanência da cabeça fetal, durante muito tempo no canal de parto. Estas FO podem ir desde um<br />
pequeno orifício por onde a mulher perde constantemente urina, até uma destruição extensa da<br />
bexiga, da parede anterior e/ou posterior da vagina e necrose das paredes do recto, períneo, e<br />
esfíncter anal, devido ao compromisso vascular da região pélvica e mesmo lesão dos ureteres,<br />
compressão do plexo sagrado e parte do nervo ciático, criando uma comunicação anormal entre a<br />
vagina e uretra/bexiga ou recto, dependendo da posição da cabeça fetal.<br />
1.3 Ocorrência das Fístulas Obstétricas (FO) no Mundo<br />
As FO constituem um problema de Saúde Pública nos países em desenvolvimento, particularmente<br />
em África e pertencem à esfera dos Direitos e de Saúde Sexual Reprodutivos.<br />
Cada ano morrem cerca de 550.000 mulheres, por causas relacionadas com a gravidez e parto, sendo<br />
indicado pelas Nações Unidas que por cada morte materna, pelo menos 20 mulheres são afectadas<br />
por uma morbilidade incapacitante, sendo a FO uma das formas de incapacidade das mais severas<br />
A FO afecta pelo menos 2 milhões de raparigas e mulheres nos países em desenvolvimento,<br />
2<br />
ocorrendo cada ano 100.000 novos casos de FO .<br />
1<br />
Projecção do Censo de 2007, INE<br />
2<br />
Murray C and Lopez A (1998) Health Dimensions of Sex and Reproduction, World Health Organization, Geneva Switzerland
Estudos feitos noutros países com características sociais, culturais e económicas semelhantes a<br />
<strong>Moçambique</strong> demonstram que cerca de 70% das mulheres com FO se situam abaixo dos trinta anos<br />
de idade. Nalguns casos estas percentagens cobrem faixas etárias em torno dos 14/15 anos de idade.<br />
1.4 Situação das Fístulas Obstétricas em <strong>Moçambique</strong><br />
Em <strong>Moçambique</strong>, à semelhança dos outros países em desenvolvimento os principais factores<br />
determinantes para a ocorrência das FO, são fundamentalmente: Gravidez na adolescência; as<br />
grandes distâncias da sua casa à unidade sanitária; o estatuto da mulher no seio da família e da<br />
comunidade; a pobreza; o limitado acesso à educação, à informação e aos cuidados de maternidade<br />
segura (planeameto familiar, partos institucionais e cuidados obstétricos de emergência).<br />
Os achados de pesquisas, inquéritos e as estatísticas nacionais confirmam o pressuposto mencionado<br />
acima. Com efeito:<br />
A frequência das meninas à Escola continua sendo um dos principais factores sociais<br />
determinantes para os problemas de saúde da rapariga e da mulher. O inquérito MICS, realizado<br />
em 2008, identificou que a frequência das meninas ao ensino primário correspondia a 80% do total<br />
das crianças e no ensino secundário a 20% de todas as crianças. 3<br />
51,5% das mulheres em união tinham idade inferior a 18, de acordo com o inquérito MICS(2008).<br />
De acordo com IDS(2003), cerca de 41% das adolescentes com idades compreendidas entre os 15 e<br />
4<br />
19 anos eram mães ou estavam grávidas do primeiro filho.<br />
A Taxa Global de Fecundidade não tem experimentado importantes mudanças na última década,<br />
sendo que em 2007 foi de 5.7 filhos por mulher; 4.3 nas zonas urbanas e 6.4 nas zonas rurais.<br />
O uso dos métodos modernos de Planeamento Familiar ainda é muito reduzido em <strong>Moçambique</strong>,<br />
tendo sido registada através do MICS(2008), uma Prevalência de Contracepção de 12,2%. Por<br />
outro lado a Taxa de Novas Utentes em Planeamento Familiar foi de 23% em 2010 . 5<br />
O Rácio da Mortalidade Materna foi de 500 mortes maternas por 100.000 nascimentos vivos, das<br />
6<br />
quais 36, 8% foram jovens com idades compreendidas entre 15-24 anos<br />
A "Avaliação das Necessidades em Saúde Materna e Neonatal", levada a cabo em <strong>Moçambique</strong>, no<br />
período 2006-2007, entre outros apectos revelou que:<br />
Das 1.398 Mortes Maternas estudadas, 66,5% eram adolescentes e jovens, com idades<br />
compreendidas entre os 15 e 30 anos, sendo o pico no intervalo dos 20 aos 24 anos de idade,<br />
correspondendo a 28,3% das mortes maternas.<br />
Das Mortes Maternas analisadas, 2,3% foram devidas a Trabalho de Parto Arrastado e 17,2%<br />
foram devidas a Ruptura Uterina.<br />
3 MICS (Multi Indicators Cluster Survey), INE, 2008<br />
4 IDS (Inquérito Demográfico e de Saúde), INE, 2003<br />
5 SIS (Sistema de Informação de Saúde), Ministério da Saúde, 2010<br />
6 Censo Geral da População, INE, 2007<br />
11
Do total de US estudadas, apenas os hospitais centrais, um hospital provincial e seis hospitais<br />
rurais referiram fazer reparações de FO simples.<br />
42.9% das US tinham informação de receber mulheres com queixas de incontinência<br />
urinária/fecal, 3.7% das US tinham registos de oferecer algum tratamento de reparação de FO,<br />
enquanto que 38.3% referiam as doentes para uma US de nível superior.<br />
A informação do Sistema de Informação em Saúde (SIS) referente ao ano 2011, indica que a<br />
cobertura dos partos institucionais foi de 63% demonstrando que 37% dos partos são assistidos<br />
fora da maternidade.<br />
A taxa de partos por cesareana em 2010, em <strong>Moçambique</strong> foi de 2,2% estando aquém da taxa<br />
mínima preconizada pela OMS que é de 5%.<br />
O processo de avaliação de US para a acreditação em serviços de COEm (cuidados obstétricos de<br />
emergência), ocorrido de Julho a Setembro de 2011, identificou 137 US que apresentaram os<br />
critérios para sua acreditação, correspondendo a uma cobertura de 2.9/500.000 habitantes, ainda<br />
aquém da meta de 3,2/500.00 estabelecida para o ano 2011 (ver Tabela 1).<br />
Tabela 1: Coberturas de Cuidados Obstétricos de Emergência por 500.000 habitantes (Terceiro Trimestre 2011)<br />
Componente Nº US acreditadas Nº US acreditadas<br />
/500.000<br />
habitantes<br />
US que prestam COEm<br />
US que prestam COEmB<br />
US que prestam COEmC<br />
Fonte: DNSP- DSMC<br />
137<br />
103<br />
34<br />
12<br />
Nível Mínimo<br />
Aceitável<br />
/500.000<br />
habitantes<br />
5<br />
4<br />
1<br />
O "Inquérito Nacional sobre Causas de Mortalidade (INCAM)" conduzido pelo Instituto Nacional<br />
de Estatística (INE), no período 2007-2008, avaliando uma amostra de 213 mortes maternas,<br />
revelou que metade destas mortes ocorreram em mulheres com idade inferior a 27 anos e 18% em<br />
mulheres com idade inferior a 20 anos. Na mesma amostra 36% das mortes maternas tiveram<br />
parto assistido por pessoa não qualificada para tal (parente, parteira tradicional) e sozinhas (sem<br />
assistência).<br />
As mulheres que vivem com FO, são muito jovens, com baixa escolaridade, grande parte delas<br />
adolescentes, provenientes de um contexto social de pobreza, com baixo acesso aos cuidados<br />
básicos de saúde reprodutiva, concretamente de maternidade segura, sendo vítimas de<br />
descriminação e rejeição.<br />
Assim, e em virtude da escassez de resposta a todos os níveis, estas mulheres ficam confrontadas<br />
com enormes graus de incapacidade decorrente do agravamento da sua FO, seu estado físico e<br />
psicossocial. Apesar deste cenário, <strong>Moçambique</strong> ainda não dispõe de um sistema de monitoria<br />
2.9<br />
2.2<br />
0.7
das FO, que permita um conhecimento da sua prevalência, assim como da globalidade das<br />
intervenções efectuadas e seus resultados incluindo a integração social das mulheres curadas das<br />
FO, que receberam tratamento.<br />
É neste contexto que é neccessária a definição e implementação de uma Estratégia Nacional de<br />
Prevenção e Tratamento de FO que oriente um programa nacional integrado e estruturado para a<br />
advocacia, prevenção, tratamento cirúrgico e integração social das sobreviventes de FO em<br />
<strong>Moçambique</strong>.<br />
1.5 Provisão de Serviços de Tratamento das FO<br />
13<br />
Os Cuidados de SSR são prestados ao nível do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ao nível da<br />
Comunidade.<br />
No SNS os serviços de SSR são oferecidos nos quatro níveis de atenção, do nível primário até ao<br />
quaternário, através de actividades de promoção de saúde, preventivas e curativas.<br />
Ao nível da Comunidade destacam-se as actividades de promoção de saúde e preventivas,<br />
implementadas pelos Agentes Polivalentes Elementares (APES) que são parte de um Programa<br />
Nacional do Ministério da Saúde, Agentes Comunitários de Saúde, Comités de Saúde nas<br />
comunidades e educadores de pares do Programa Geração Biz que é orientado para os<br />
Adolescentes e outros membros da comunidade. Existem outros actores que jogam um papel<br />
importante na prestação de cuidados de Saúde, figurando entre eles as Parteiras Tradicionais, os<br />
Praticantes de Medicina Tradicional. Apesar desta actividade significativa na Comunidade ainda<br />
não se verificam a este nível, acções explícitas orientadas para as FO.<br />
Estão identificadas algumas províncias e zonas do país onde se verificam elevadas taxas de FO, tais<br />
como, Niassa, Nampula, Tete, Zambézia, Manica, a zona sul da província de Sofala e Inhambane.<br />
A reparação das FO ocorre nas províncias de Nampula, Tete, Zambézia, Manica, Sofala e cidade de<br />
Maputo, através de missões específicas para a reparação de FO, compostas por cirurgiões,<br />
urologistas, obstetras e técnicos de cirurgia, ou nos programas operatórios de rotina, nessas<br />
unidades sanitárias.<br />
Em 2011 os registos de tratamento de FO indicam que foi efectuado o seguinte volume de<br />
reparações: 166 em Nampula; 61 na Zambézia; 155 em Sofala e 52 na cidade de Maputo,<br />
totalizando 434 reparações de FO em 2011. No entanto tomando em conta que o sistema de<br />
informação em relacção a esta actividade ainda está incipiente, acreditamos que haja uma subnotificação<br />
dos casos tratados.<br />
Considerando que as projecções do Censo Geral de População em <strong>Moçambique</strong> e que os partos<br />
esperados correspondem a 4,5% da população total do país e que os novos casos estimados de<br />
Fístulas Obstétricas correspondem a 0,2% do total de partos ocorridos, é possível fazer uma<br />
previsão de novos casos de FO em <strong>Moçambique</strong>, conforme expresso na Tabela 2.<br />
Nesta Tabela também se observa que sòmente cerca de 21% dos novos casos esperados é que<br />
foram submetidos a reparação, o que indica que o acesso ao diagnóstico e tratamento destas<br />
mulheres é muito limitado.
As missões de reparação de FO, referidas acima tem como objectivo tratar o maior número de<br />
mulheres que vivem com FO, treinar as equipes profissionais locais e regionais e dar maior<br />
visibilidade ao problema da FO no seio das comunidades.<br />
Estas missões têm tido uma grande impacto na vida das mulheres operadas, embora ainda existam<br />
algumas limitações no sistema de seguimento e de informação sobre o grau de recuperação destas<br />
mulheres, após estas cirurgias.<br />
Tabela 2: Projecção de Ocorrência de Novos Casos de FO<br />
1.6 - Desafios e Oportunidades para a Prevenção e Cuidados às FO<br />
Desafios:<br />
Analfabetismo e baixa escolaridade no seio das comunidades<br />
Factores culturais e Estatuto da Mulher no seio da família e da Comunidade<br />
Falta de conhecimento sobre as FO<br />
Casamentos e partos prematuros<br />
Baixa cobertura de partos institucionais<br />
Baixa cobertura de Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos e Completos<br />
Limitado acesso à informação e aos serviços de reparação e tratamento das FO<br />
Deficiência na capacitação dos profissionais na organização dos serviços para FO<br />
Oportunidades:<br />
Ano População (a) Partos<br />
esperados (b)<br />
Novos casos de<br />
FO (c)<br />
4,50% 0,20%<br />
2007 20.632.434 928.460 1.857<br />
2008 21.207.929<br />
2009 21.802.866<br />
2010 22.416.881<br />
2011 23.049.621<br />
954.357 1.909<br />
981.129 1.962<br />
Casos tratados<br />
(d)<br />
1.008.760 2.018 159 (7,87%)<br />
1.037.233 2.074 434 (20,9%)<br />
2012 23.700.715 1.066.532 2.133<br />
2013 24.366.112 1.096.475 2.193<br />
2014 25.041.922 1.126.886 2.254<br />
2015 25.727.911 1.157.756 2.316<br />
Nesta Tabela: (b) = (a) x 4,5%; (c) = (b) x 0,2%<br />
14<br />
Iniciativa Presidencial para a Saúde da Mulher e da Criança<br />
Programa Quinquenal do Governo 2010 - 2014 e Planos Económico e Social de 2011 e de 2012
Políticas Nacionais para a Promoção Social e Saúde da Mulher/Rapariga e dos Adolescentes<br />
Parceria Nacional para a Promoção da Saúde Materna, Neonatal e Infantil<br />
Existência de iniciativas globais que focalizam os ODM 4 e 5<br />
Plano Integrado Nacional para o Alcance dos ODMs 4 e 5<br />
Envolvimento de <strong>Moçambique</strong> na Campanha Global para o Fim das FO, promovida pelas<br />
Nações Unidas<br />
Existência de profissionais de Saúde (urologistas, gineco-obstetras, cirurgiões, técnicos de<br />
cirurgia) interessados e envolvidos na reparação e tratamento FO<br />
Expansão das actividades ao nível comunitário na área de prevenção e reintegração social<br />
envolvendo profissionais de Saúde, ONGs locais e outros intervenientes<br />
Realização da Reunião Internacional em Outubro 2011, em Maputo, no âmbito da Campanha<br />
Global das FO.<br />
2 - JUSTIFICAÇÃO<br />
15<br />
<strong>Moçambique</strong> tem entre as suas prioridades políticas e programáticas a defesa da Saúde da Mulher e<br />
da Crianca, a garantia do acesso universal aos cuidados de SSR, tendo um particular enfoque na<br />
redução da morbilidade e mortalidade materna, perinatal, neonatal e infantil.<br />
Em 2008, o Ministério de Saúde desenvolveu o Plano Integrado para o Alcance dos Objectivos 4 e 5 de<br />
Desenvolvimento do Milénio 2009-2012 (2015). Este plano definiu várias áreas prioritárias de<br />
intervenção com a finalidade última de reduzir a morbilidade e mortalidade materna, neonatal e<br />
infantil. Entre os principais resultados definidos neste plano está o estabelecimento de serviços de<br />
SSR, particularmente a expansão e melhoria da qualidade dos Cuidados e Serviços de Saúde Materna,<br />
Neonatal, Infantil, Escolar e do Adolescente, através da expansão da Atenção Pré-natal (PN), Parto,<br />
Pós-Parto/Pós-Natal, Planeamento Familiar, Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos e<br />
Completos e Cuidados Essenciais ao Recém-Nascido, Prevenção da Transmissão Vertical do HIV da<br />
Mãe para a Criança (PTV) e Atenção ao Pós-Aborto fortalecimento do programa de despiste e<br />
tratamento das ITS, o estabelecimento do programa de rastreio e tratamento de cancro de colo<br />
uterino e da mama e o estabelecimento do programa de despiste e tratamento de FO, entre outras<br />
intervenções. Neste contexto, as principais actividades definidas no plano integrado em relacção a FO<br />
são:<br />
i. Elaboração da Estratégia e Plano Nacional para o rastreio e tratamento das FO<br />
ii. Estabelecimento de serviços holísticos, integrados e multidisciplinares de prevenção e<br />
tratamento de FO em todas as províncias do país até 2015<br />
iii.Elaboração de Normas de Tratamento das FO e de um Manual para a Formação de<br />
profissionais.<br />
Embora o Programa Quinquenal do Governo 2010 - 2014 não seja explícito quanto às actividades<br />
relacionadas com as FO, os Planos Económicos e Sociais de 2011 e 2012, incluiram a repação de<br />
Fístulas nas províncias de Sofala e Nampula, onde tem ocorrido missões de médicos e técnicos de<br />
cirurgia para tratarem mulheres vivendo com FO.<br />
A Estratégia de Inclusão da Igualdade de Género no sector Saúde, aprovada em 2009 reconhece a<br />
falta de autonomia e poder de decisão das mulheres moçambicanas nos relacionamentos sexuais
assim como no acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva tais como planeamento familiar e<br />
assistência ao parto entre outros.<br />
Entre as intervenções preconizadas pela "Estratégia de Inclusão da Igualdade de Género no Sector<br />
Saúde, Ministério da Saúde", estão as seguintes:<br />
i. Fazer o levantamento de todas as mulheres com FO vesico e recto vaginais e a sua localização<br />
geográfica, para aumentar o seu acesso ao tratamento com vista à dignificação de suas vidas e<br />
reposição dos seus direitos humanos;<br />
ii. Capacitar os profissionais de saúde tais como Médicos Gineco/Obstetras, Técnicos de<br />
Cirurgia, Enfermeiras da Saúde Materna de nível superior no tratamento das FO.<br />
Em Setembro de 2010 foi lançada a Estratégia Global para a Saúde da Mulher e da Criança em Nova<br />
Iorque, sob a liderança das Nações Unidas num esforço para acelerar o progresso para o alcance dos<br />
Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. O Governo de <strong>Moçambique</strong>, comprometeu-se na criação<br />
de centros de tratamento de FO em todas as províncias do país. Este compromisso colocou FO entre as<br />
principais prioridades em SSR.<br />
Neste contexto a Estratégia Nacional de Prevenção e Tratamento das FO não deve ser abordada de<br />
forma isolada mas sim enquadrada dentro das estratégias e compromissos definidos pelo Governo de<br />
<strong>Moçambique</strong>, como uma intervenção chave e complementar na redução da morbilidade e<br />
mortalidade materna, através do reforço das intervenções de PF, cuidados pré-natais, atenção ao<br />
parto incluindo os COEm básicos e completos e a atenção ao pós-parto e cuidados pós-aborto e a<br />
prevenção da Violência Sexual contra a rapariga e mulher. A Estratégia das FO contribui também para<br />
a redução da desigualdade de Género.<br />
<strong>Moçambique</strong> considera que deve haver uma mudança na abordagem da atenção às FO, passando da<br />
intervenção baseada especificamente no tratamento médico-cirúrgico, para uma abordagem<br />
integrada, holística e multidisciplinar com vista à participação efectiva de todos os intervenientes, tais<br />
como as lideranças a todos os níveis, os Ministérios da Saúde, da Educação, da Mulher e Acção Social,<br />
da Juventude, as associações profissionais de saúde, Associação de Médicos Obstetras e<br />
Ginecologistas, Associação das Parteiras de <strong>Moçambique</strong>, as Agências de Cooperação e as ONGs<br />
nacionais e estrangeiras ligadas à promoção da saúde e ao estatuto da mulher.<br />
Esta estratégia baseia-se nos princípios seguintes:<br />
16<br />
3 - Princípios Orientadores da Estratégia de FO<br />
i. Abordagem baseada em Direitos Humanos: é fundamental que todos os implementadores e<br />
parceiros reconheçam e respeitem os direitos sexuais e reprodutivos e a dignidade da rapariga<br />
e da mulher.<br />
ii. Abordagem baseada em evidências científicas: o sucesso da estratégia de cuidados de<br />
prevenção e tratamento das FO resulta da análise e solução de problemas, tendo como base<br />
as actuais evidências qualitativas e quantitativas, e científicas disponíveis.<br />
iii. Equidade de Género: identificar, compreender e reconhecer as causas das FO relacionadas
com a inequidade do Género e direccionar os esforços para eliminar essas lacunas.<br />
iv. Sustentabilidade: garantir a alocação de recursos para a implementação desta Estratégia<br />
4 - Os Pilares da Estratégia de FO<br />
Qualquer Estratégia de FO deve ter uma abordagem holística e multidisciplinar de modo que<br />
contribua para a redução da incidência (ocorrência de novos casos) e da prevalência (número total de<br />
casos) para que as mulheres que tenham desenvolvido a FO tenham um tratamento adequado e uma<br />
integração social no seio das respectivas famílias e comunidades.<br />
Neste sentido os pilares sobre os quais assenta a Estratégia de FO são os seguintes:<br />
i. Advocacia: Informação a todos os estratos da sociedade, desde o nivel familiar,<br />
comunitário, profissional, político e sociedade civil em geral sobre a existência das FO, e<br />
mobilização de acções preventivas e de suporte ao programa e às sobreviventes. Por outro<br />
lado advocar para a mobilização de mais recursos para a implementação da Estratégia<br />
ii. Prevenção: prevenção de novos casos de FO, através do aumento do acesso das mulheres e<br />
raparigas à informação e cuidados de saúde sexual reprodutiva<br />
iii. Tratamento: aumento do acesso das mulheres que vivem com FO ao tratamento correcto e<br />
integrado<br />
iv. Reintegração Social: integração das mulheres que foram tratadas às FO, no seio das suas<br />
famílias, comunidade e na sociedade, sob o ponto de vista emocional e social, através do<br />
desenvolvimento de actividades produtivas, entre outras.<br />
5 - Grupo Alvo da Estratégia de FO<br />
O grupo alvo desta estratégia são todas as mulheres em idade reprodutiva, mas com especial enfoque<br />
nas mulheres adolescentes e jovens, que estão sob o risco particular de desenvolver FO devido a<br />
trabalho de parto arrastado (TPA) ou obstruído ou por abuso sexual.<br />
6 - Objectivos da Estratégia de FO<br />
6.1 - Objectivo Geral<br />
Reduzir a incidência e prevalência das FO através de actividades de advocacia, prevenção, tratamento<br />
e reintegração social/reabilitação física e psicológica das mulheres que vivem com FO.<br />
6.2 - Objectivos Específicos<br />
17<br />
Objectivo 1: Melhorar o ambiente político e social, através da IEC e advocacia, para a redução da<br />
prevalência das FO<br />
Objectivo 2: Aumentar a capacidade do sector Saúde na prevenção e rastreio de FO
18<br />
Objectivo 3: Aumentar a capacidade dos profissionais de Saúde, no tratamento e reparação de FO,<br />
através do treino do pessoal de saúde (graduados e em formação) na prestação de cuidados<br />
integrados e holísticos (médico, cirúrgico, reabilitação física e psicológica e seguimento até seu local<br />
de origem) em todas as províncias do país.<br />
Objectivo 4: Assegurar a provisão de serviços de integração social para as sobreviventes de FO<br />
Objectivo 5: Estabelecer os mecanismos de gestão e financiamento das actividades de prevenção e<br />
tratamento das FO<br />
Objectivo 6: Estabelecer um mecanismo institucional de monitoria, auditoria e avaliação dos casos de<br />
Fos<br />
7 - Principais Intervenções por Objectivo Especifico<br />
Objectivo 1: Melhorar o ambiente político e social, através da IEC e Advocacia, para a redução da<br />
prevalência das FO<br />
Os grupos alvo serão: o público em geral, políticos e dirigentes a todos os níveis, líderes comunitários,<br />
tradicionais, religiosos, parteiras tradicionais (Pts), praticantes de medicina tradicional (MT),<br />
mulheres utentes das US, adolescentes e jovens das escolas secundárias, internatos, universidades,<br />
centros de formação profissional, organizações de mulheres e de adolescentes e jovens e outros.<br />
i. Informar e Educar em SSR ao nível da família e comunidade, através do pessoal da Saúde e<br />
todos os meios de comunicação social (rádio, TV, jornais, palestras, actividades culturais, nas<br />
diferentes línguas nacionais), com vista a reduzir a incidência das FO e o estigma e a<br />
descriminação.<br />
ii. Realizar encontros de Advocacia sobre FO com os líderes políticos, parlamentares, sectores<br />
chaves do governo, líderes comunitários e religiosos, PTs, praticantes de MT, Parceria Nacional<br />
para Promoção da Saúde Materna, Neonatal e Infantil, parceiros de cooperação e ONGs, com<br />
o testemunho de algumas mulheres curadas de FO<br />
iii. Informar e sensibilizar os professores, os alunos e os núcleos de adolescentes e jovens ao nível<br />
das escolas e das comunidades sobre FO, através das estruturas e mecanismos de SEA e das<br />
organizações de jovens nas comunidades. Envolver os sectores da Educação e da Juventude<br />
nestas actividades<br />
iv. Incluir as mensagens de prevenção das FO no seio dos conteúdos das cerimónias dos ritos de<br />
iniciação.<br />
v. Focalizar nas mensagens sobre as FO, os determinantes culturais e sociais que contribuem<br />
para a ocorrência das mesmas (casamentos prematuros, gravidez na adolescência, e barreiras<br />
socio-culturais que impedem as mulheres de procurar os cuidados de Maternidade Segura),<br />
assim como defender os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e educação da rapariga
19<br />
vi. Integrar as mulheres curadas das FO nas actividades de Advocacia, IEC e Formação como<br />
Embaixadoras da Saúde Materna na área da prevenção das FO.<br />
vii. Organizar uma conferência regional sobre FO em 2014 para troca de experiências em relação à<br />
implementação dos programas das FO e resultados das pesquisas.<br />
viii. Identificar e convidar uma Personalidade Nacional em <strong>Moçambique</strong> como Patrona na<br />
Campanha de Prevenção e Tratamento das FO<br />
ix. Disponibilizar informação sobre a localização dos serviços de reparação e tratamento de FO<br />
x. Efectuar uma Campanha Nacional de FO no ano 2013<br />
Objectivo 2: Aumentar a capacidade do sector Saúde na prevenção e rastreio de Fístulas Obstétricas<br />
i. Intensificar as actividades de PF, Cuidados Prénatais, Partos Institucionais, COEm e Cuidados<br />
Pósparto para as Adolescentes e Jovens e todas as Mulheres em geral, com especial atenção<br />
naquelas que vivem em zonas de difícil acesso<br />
ii. Integrar a Estratégia das FO na Política Nacional de SMPN<br />
iii. Integrar os conteúdos de prevenção da FO nos programas de Educação para a Saúde a todos os<br />
níveis.<br />
iv. Incluir os conteúdos de prevenção das FO nos curricula de formação formal ou em serviço em<br />
todas carreiras profissionais da saúde, incluindo os de formação não específica de SSR, mas<br />
com maior profundidade e detalhe nos cursos e carreiras profissionais ligadas aos cuidados de<br />
SSR.<br />
v. Definir mecanismos de identificação dos casos de FO nas comunidades, envolvendo os APEs,<br />
as PTs, Praticantes de MT, organizações de Mulheres e de Adolescentes/Jovens, Líderes<br />
Comunitários, ONGs e outros<br />
vi. Definir um sistema de referência eficiente de FO identificadas ao nível da comunidade para o<br />
SNS.<br />
Objectivo 3: Aumentar a capacidade de tratamento e reparação de FO pelos profissionais de Saúde<br />
(graduados e em formação), através da sua formação para prestar cuidados holísticos (médico,<br />
cirúrgico, psicológico, fisioterapêutico e correcto seguimento ao local de origem) em todas as<br />
províncias do país.<br />
i. Introduzir serviços adicionais de reparação de FO, integrados nas US, acessíveis e de<br />
qualidade.<br />
ii. Estabelecer uma meta anual de número de casos tratados.<br />
iii. Todas as US que tenham componente cirúrgica no seu programa de trabalho devem criar as<br />
condições de reparação de FO nos seus programas operatórios. No processo de<br />
desenvolvimento irão implementando a abordagem holística de tratamento das mulheres<br />
que tem FO
20<br />
iv. Incluir as técnicas médico-cirurgicas de FO nos Currículos de Formação formal e em serviço,<br />
dos formandos e profissionais de Cirurgia, Urologia, Obstetricia/Ginecologia Técnicos de<br />
Cirurgia, Enfermagem de Saúde Materna de nível superior e instrumentação<br />
v. Todos os serviços de reparação e tratamento de FO, devem beneficiar das seguintes<br />
condições:<br />
Receber visitas regulares trimestrais de supervisão e apoio técnico<br />
Formação em serviço no local de trabalho<br />
Ter o material médico-cirúgico e Kits de tratamento das FO para os diferentes níveis de<br />
atenção<br />
Serem submetidos a um processo de acreditação relativamente aos serviços e<br />
certificação das competências dos respectivos profissionais que fazem o tratamento e<br />
reparação de FO, de acordo com os critérios a serem definidos<br />
vi. Fazer o mapeamento dos serviços de reparação e tratamento das FO existentes e das lacunas e<br />
necessidades destes serviços em todo o país, por província.<br />
vii. Definir e organizar uma rede de referência dos serviços de diagnóstico e reparação de FO,<br />
integrada na rede do SNS, desde o posto de saúde (onde ainda exista US com esta designação)<br />
e o centro de saúde, passando pelo hospital rural até os hospitais provinciais, gerais e centrais,<br />
ao nível de todo o país.<br />
viii. Uniformizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos e o sistema de classificação das FO em toda<br />
a rede sanitária através da elaboração das Normas de Tratamento das FO e introduzir um<br />
pacote dos serviços integrados de pré-tratamento e pós-tratamento<br />
ix. Estabelecer um mecanismo de seguimento das mulheres tratadas a FO, a partir da US para a<br />
sua área de residência.<br />
x. Desenvolver instrumentos de registo que permitam, entre outros aspectos, localizar as<br />
pacientes através dos seus endereços<br />
xi. Efectuar a procura e aquisição de kits para o tratamento das FO.<br />
xii. Até 2015 assegurar que cada província tenha pessoal de saúde com capacidade para<br />
responder à prevalência das FO simples e complicadas, através da formação formal e em<br />
serviço de (Cirurgiões, Urologistas, Gineco-Obstetras, Técnicos de Cirurgia, Enfermeiras de<br />
Saúde Materna, Instrumentistas e Anestesistas) das FO<br />
xiii. Criar até 2015, um Centro de Excelência de reparação de FO complicadas<br />
xiv. Estabelecer acordos e buscar apoios internacionais para a formação, informação e trocas de<br />
experiências na reparação de FO
xv. Uma vez existentes os serviços de reparação de FO, difundir a informação sobre a sua<br />
localização, no seio dos provedores de cuidados de saúde e no seio das comunidades para<br />
aumentar o acesso ao tratamento dos casos de FO<br />
xvi. Produzir um Manual Técnico que inclua entre outros, os seguintes conteúdos:<br />
Normas de tratamento médico-cirúrgico das FO a serem incluídos nos currícula de<br />
formação (formal e em serviço) de cada carreira/nível profissional de saúde<br />
Classificação das FO<br />
21<br />
Competências profissionais para o tratamento médico-cirúgico das FO<br />
Critérios de Acreditação das US que oferecem uma abordagem holística no tratamento<br />
das FO (tratamento médico-cirúrgico, psicossocial, fisioterapia, seguimento após a alta e<br />
reintegração social)<br />
Mecanismos de referência das mulheres com FO<br />
Objectivo 4: Assegurar a provisão de serviços de reintegração social para as mulheres tratadas a FO<br />
i. Conhecer o perfil funcional (estado de saúde em geral, nutricional, motor e psicológico) das<br />
mulheres com FO de modo a elaborar um programa de reabilitação que dê resposta as suas<br />
reais necessidades<br />
ii. Mobilizar parcerias com outros sectores (público e privado), ONGs e outros parceiros para<br />
apoiar a reintegração social das mulheres tratadas a FO em actividades na sua comunidade,<br />
promovendo condições para que existam oportunidades económicas para as mulheres<br />
tratadas a FO (formação em negócio e outras actividades produtivas)<br />
iii. As mulheres que não tenham ficado curadas merecerão um apoio mais significativo<br />
iv. Desenvolver um sistema de aconselhamento e suporte psicológico, de forma a garantir que<br />
mulheres e raparigas tratadas à FO possam retomar uma vida normal<br />
v. Formar as mulheres curadas de FO para que sejam embaixadoras de SSR/FO na comunidade<br />
vi. Transmitir conteúdos essenciais sobre SSR/FO, ao pessoal de Saúde envolvido na integração<br />
das mulheres tratadas de FO<br />
Objectivo 5: Estabelecer os mecanismos de gestão e financiamento das actividades de prevenção e<br />
tratamento das FO<br />
i. Criar um grupo de trabalho multidisciplinar, envolvendo DNSP, DNAM, sectores respondendo<br />
pela Educação, Mulher e Acção Social e pela Juventude e as principais Agências e ONGs<br />
directamente ligadas a este assunto.
ii. Integrar o orçamento relacionado com a prevenção, tratamento e reintegração das FO no seio<br />
do OE, obedecendo às alíneas orçamentais relacionadas com esses assuntos.<br />
iii. Identificar financiamentos adicionais para a implementação desta Estratégia.<br />
iv. Recrutar um(a) técnico(a) a tempo integral, que irá garantir a gestão diária da implementação<br />
v. Realizar uma reunião anual para avaliar a implementação das actividades<br />
Objectivo 6: Estabelecer um mecanismo institucional de monitoria, avaliação e auditoria dos casos<br />
de Fos<br />
i. Criar uma base de recolha de dados e monitoria dos indicadores sobre as FO e definir os<br />
indicadores a serem integrados no Sistema de Informação de Saúde (SIS)<br />
ii. Efectuar uma avaliação das necessidades relativamente às FO<br />
iii. Proceder à auditoria dos casos de FO<br />
22<br />
iv. Identificar as necessidades de pesquisa na área de FO<br />
8 - Mecanismos de Gestão, Coordenação e Financiamento<br />
As FO são uma componente do Programa de SSR e em particular da Saúde da Mulher. A sua<br />
abordagem envolve actividades de Saúde Pública, de Assistência Médica e de suporte psicossocial.<br />
Neste contexto a implementação da prevenção, tratamento e integração das FO implica uma<br />
coordenação entre ambas áreas Saúde Pública e Assistência Médica, assim como colaboração com<br />
parceiros do Ministério da Saúde para o suporte Psicossocial.<br />
Os sectores ligados à Educação, Mulher e Acção Social e Juventude, estarão envolvidos nas<br />
actividades de prevenção de FO e de integração das mulheres tratadas a FO.<br />
Tratando-se de uma abordagem multidisciplinar e holística, um "Grupo de Trabalho Nacional de FO"<br />
sob a liderança da DNSP, irá apoiar, avaliar assim como identificar recursos adicionais para a<br />
implementação das actividades preconizadas nesta Estratégia.<br />
As principais actividades previstas no âmbito da Planificação e Gestão da Estratégia, serão as<br />
seguintes:<br />
Planificação das actividades e do orçamento, obedecendo o ciclo de planificação geral do<br />
Estado.<br />
Fontes de Financiamento serão o OE e os parceiros integrados na Estratégia de Saúde da<br />
Materna, Perinatal e Infantil.<br />
Grupo de Trabalho reunir-se-á trimestralmente para avaliar a evolução da implementação e
apoiar na solução dos constrangimentos que ocorram.<br />
Haverá uma reunião nacional anual no final de cada ano, com intuito de avaliar os progressos e<br />
fornecer elementos para ajustamentos na planificação do ano seguinte.<br />
O MISAU irá recrutar um(a) técnico(a) tempo integral, que irá garantir a gestão diária da<br />
implementação da Estratégia e estará afecto(a) na DNSP.<br />
9 - Monitoria e Avaliação e Pesquisa<br />
23<br />
A Monitoria e Avaliação são elementos importantes para determinar o grau de sucesso da nossa<br />
Estratégia e Programa das FO.<br />
Relativamente à Pesquisa relacionada com as FO, conforme vem referido no Objectivo Específico 5<br />
desta Estratégia, serão identificadas as necessidades de pesquisa nesta área.<br />
De acordo com a OMS existem 2 tipos de indicadores para a monitoria das FO: Indicadores Gerais e<br />
Indicadores Específicos das FO.<br />
9.1 Indicadores Gerais de Monitoria e Avaliação das FO<br />
I. Cobertura de Partos Instituicionais (partos realizados por parteiras tradicionais não estão<br />
incluídos neste indicador)<br />
II. Número de unidades sanitárias (US) com COEm básicos<br />
III. Número de US com COEm completos<br />
IV. Proporção de mulheres que tenham tido Trabalho de Parto Arrastado (TPA)e que tenham sido<br />
tratadas na US com COEm completos.<br />
V. Proporção de mulheres que tenham tido Ruptura Uterina e que tenham sido tratadas na US<br />
com COEm completos.<br />
VI. Proporção de mulheres que apresentam FO imediatamente após o parto<br />
VII. Proporção de cesareanas por TPA em relação ao total de cesareanas de emergência (excluindo<br />
as cesareanas electivas)<br />
VIII. Proporção de cesareanas por Ruptura Uterina em relação ao total de cesareanas de<br />
emergência (excluindo as cesareanas electivas)<br />
IX. Taxa de Letalidade Específica por (TPA)<br />
Será o número de mortes maternas devidas a TPA, dividido pelo total de mulheres admitidas<br />
com TPA.<br />
X. Taxa de Letalidade Específica por Ruptura Uterina<br />
Será o número de mortes maternas devidas a Ruptura Uterina, dividido pelo total de mulheres<br />
admitidas com Ruptura Uterina.<br />
Nível mínimo aceitável tem de ser inferior a 1%, nas US com COEmergência.
9.2 Indicadores Específicos de Monitoria das FO<br />
Indicadores Epidemiológicos:<br />
XI. Prevalência das FO (número estimado de mulheres que vivem com FO)<br />
XII. Incidência das FO (número estimado de novos casos de FO por ano = partos esperados por ano<br />
x 0,2%)<br />
XII. Número de mulheres com FO tratadas por ano<br />
XIV. Percentagem de casos de FO tratados sobre os casos de FO esperados<br />
XV. Estimado número de FO não tratadas<br />
Indicadores de Advocacia/ Informação Educação e Comunicação (IEC)<br />
XVI. Advocacia: Percentagem de actividades de advocacia realizada sobre a<br />
planificada por níveis<br />
XVII. IEC: Percentagem de actividades IEC realizadas sobre a planificada por níveis<br />
XVIII. Participação Multissectorial: Percentagem de sectores chave com componentes FO na<br />
sua política e planos, sobre os sectores previstos<br />
XIX. Participação Comunitária: Percentagem de US do nível Primário com actividades de FO<br />
planeadas em conjunto com as comunidades<br />
XX. Parceria com Sociedade Civil: Percentagem de potenciais parceiros (Agências e ONGs<br />
nacionais e estrangeiras) envolvidos nas actividades de FO programadas por nível<br />
(central, provincial, distrital) do total de parceiros actuando na área de saúde por nível de<br />
atenção<br />
Indicadores de Prestação de Serviços:<br />
XXI. Proporção de nascimentos monitorados com partograma<br />
XXII. Proporção de US que oferecem serviços de reparações simples de FO<br />
XXIII. Número de US que oferecem serviços de reparação especializada de FO<br />
XXIV. Proporção de US que incluem actividades de reintegração social no tratamento das FO<br />
XXV. Proporção de cirurgiões e outros profissionais de saúde que tem competência para efectuar<br />
reparações de FO simples<br />
XXVI. Proporção de cirurgiões e outros profissionais de saúde que estão realizando reparações de<br />
FO simples, em relação ao total de cirurgiões e outros profissionais de saúde que foram<br />
treinados a realizar reparações simples de FO.<br />
XXVII. Proporção de cirurgiões e outros profissionais de saúde que estão realizando reparações de<br />
FO mais complexas, em relação ao total de cirurgiões e outros profissionais de saúde que<br />
foram treinados a realizar reparações de FO mais complexas.<br />
XXVIII. Taxa de sucesso na reparação das FO, considerando sucesso nas circunstâncias em que a<br />
mulher tratada a FO está incontinente até 3 meses após a cirurgia. Critérios mais apurados<br />
e detalhados estarão descritos no manual de tratamento e seguimento das FO<br />
Indicadores de Formação:<br />
24<br />
XXIX. Número de instituições de formação (formal e em serviço) que incluem a componente de<br />
Prevenção e Tratamento de FO no seu currículo de formação<br />
XXX. Número de pessoal formado (formação formal e em serviço) sobre prevenção e tratamento<br />
de FO
XXXI. Número de cirurgiões, obstetras, urologistas, técnicos de cirurgia, que oferecem formação<br />
sobre reparação simples de FO no decurso de cada ano<br />
XXXII. Número de cirurgiões, obstetras, urologistas, técnicos de cirurgia que oferecem formação<br />
sobre reparação de FO complexas no decurso de cada ano<br />
Indicadores de Qualidade de Cuidados:<br />
25<br />
XXXIII. Proporção de mulheres com FO que foram tratadas com sucesso, na primeira reparação, por<br />
cada US. O ideal é que a Taxa de Encerramento da FO seja de 85%, das quais 90% devem<br />
estar sem incontinência. Esta Taxa de sucesso deve ser desagregada pelos diferentes tipos<br />
de FO<br />
XXXIV. Proporção de mulheres com FO que tiveram duas ou mais reparações sem sucesso<br />
Indicadores de Reintegração Social das mulheres tratadas em FO:<br />
XXXV. Proporção de US de nível primário (centros de saúde, hospitais distritais e hospitais rurais)<br />
que tem estabelecido um mecanismo funcionante de procura e identificação de casos de<br />
FO ao nível das comunidades e encaminhamento desses casos aos serviços que realizam a<br />
reparação das FO.<br />
XXXVI. Proporção de US por cada nível de atenção que oferecem cuidados integrados médicos,<br />
cirúrgicos, psicológico, fisioterapia, etc) e seu correcto encaminhamento para a zona de<br />
origem de acordo com as normas estabelecidas.<br />
XXXVII. Proporção de mulheres tratadas à FO clinicamente e que beneficiaram com sucesso de<br />
oportunidades profissionais, económicas e de formação<br />
10 - Atribuições, Responsabilidades e mecanismos de Coordenação Multissectorial e com os<br />
parceiros de Cooperação<br />
Considerando os pilares de advocacia, prevenção, tratamento e reintegração social, na<br />
implementação da Estratégia das FO, existem papéis e responsabilidades a serem definidos e<br />
atribuídos a alguns subsectores do sector Saúde, de mencionar os seguintes:<br />
A DNSP terá a responsabilidade de coordenar não só a Estratégia de FO como um todo, mas em<br />
particular os pilares de advocacia, prevenção e reintegração social, estando envolvidos directamente<br />
a área de Saúde da Mulher e da Criança, da Educação e Promoção de Saúde e da Saúde do<br />
Adolescente e Jovem.<br />
A DNAM terá a responsabilidade do pilar do tratamento médico-cirúrgico, inclusivé os aspectos<br />
psicológicos das sobreviventes de FO.<br />
É importante a coordenação e envolvimento Multissectorial com os Ministérios relacionados com a<br />
Mulher e Acção Social, Educação e com a Juventude, particularmente na advocacia para as acções<br />
orientadas para os determinantes sociais das FO, relacionados com o Género e com os Adolescentes e<br />
Jovens.<br />
O sector ligado à Mulher e Acção Social irá colaborar na passagem de mensagens sobre prevenção dos<br />
casamentos e gravidezes prematuros, o uso dos serviços de SSR pela mulher e envolvimento da<br />
família nas acções de prevenção das FO, no seio das comunidades.
ANEXOS
ANEXO 1: GRELHA DE RESULTADOS<br />
28<br />
Actividades Respons Parcei Cronograma<br />
avel ros 201 201 201 201<br />
2 3 4 5<br />
Resultado 1: Melhorado o ambiente político e social através da IEC e Advocacia para a redução da prevalência das Fistulas Obstétricas<br />
1 Informar e Educar em SSR ao nível da família e comunidade, através do pessoal da Saúde DNSP Media Abril Todo Todo Todo<br />
e todos os meios de comunicação social (rádio, TV, jornais, palestras, actividades<br />
DPS ONGs - Dez ano ano ano<br />
culturais), nas diferentes línguas nacionais) com vista a reduzir a incidência das FO e DDSMAS locais<br />
diminuir o estigma e a descriminação.<br />
IMT<br />
2 Realizar encontros de Advocacia sobre FO com os líderes políticos, parlamentares,<br />
DNSP FNUAP Maio Todo Todo Todo<br />
sectores chaves do governo, líderes comunitários e religiosos, parteiras tradicionais, DPS ONGs Deze ano ano ano<br />
praticantes de Medicina Tradicional, Parceria Nacional para Promoção da Saúde Materna DDSMAS locais<br />
e Neonatal, parceiros de cooperação e ONGs, com o testemunho de algumas<br />
sobreviventes de FO<br />
IMT<br />
3 Informar e sensibilizar os professores, os alunos e os núcleos de adolescentes e jovens ao DNSP Min Maio Todo Todo Todo<br />
nível das escolas e comunidades sobre FO, através das estruturas e mecanismos de Saúde DPS Educac Deze ano ano ano<br />
Escolar e do Adolescente e das organizações juvenis nas comunidades. Envolver os Saúde FNUAP<br />
sectores da Educação e da Juventude<br />
Escolar Geração<br />
Biz<br />
4 Incluir a informação de prevenção das FO no seio dos conteúdos das cer imónias dos Ritos DNSP Parceiros Maio Todo Todo Todo<br />
de Iniciação<br />
DPS<br />
DDSMAS<br />
SSR Deze ano ano ano<br />
5 Focalizar nas mensagens sobre as FO, os determinantes culturais e sociais que<br />
DNSP Parceiros Maio Todo Todo Todo<br />
contribuem para a ocorrência das mesmas (casamentos prematuros, gravidez na<br />
adolescência, e barreiras socio-culturais que impedem as mulheres de procurar os<br />
cuidados de Maternidade Segura), assim como defender os direitos sexuais e<br />
reprodutivos das mulheres e educação da rapariga<br />
SSR Deze ano ano ano<br />
6 Integrar as mulheres curadas das FO nas actividades de Advocacia, IEC e Formação como DNSP FNUAP Abril Todo Todo Todo<br />
embaixadoras da saúde materna na área da prevenção das FO.<br />
Dez ano ano ano<br />
7 Organizar uma conferência regional sobre FO em 2014 para trocar experiencias em DNSP FNUAP<br />
Ju<br />
relação à implementação dos programasdas FO e resultados das pesquisas.<br />
nho<br />
8 Identificar e convidar uma personalidade nacional como Patrona na Campanha de<br />
prevenção e tratamento das FO<br />
DNSP Maio<br />
9 Disponibilizar informação sobre localização dos serviços de reparação e tratamento de DNSP<br />
Maio Todo Todo Todo<br />
FO<br />
DNAM<br />
ano ano ano<br />
10 Efectuar uma Campanha Nacional de FO no ano 2013 Todo<br />
ano<br />
Resultado 2: Aumentada a capacidade do sector Saúde na prevenção e rastreio de Fístulas Obstétricas<br />
1 Intensificar as actividades de Planeamento Familiar, Cuidados Prénatais, Partos<br />
Institucionais, Cuidados Obstétricos de Emergência e Cuidados Pósparto para todas as<br />
mulheres com maior atenção nas Adolescentes e Jovens e nas mulheres que vivem em<br />
zonas de difícil acesso.<br />
2 Integrar na Política Nacional de Saúde Materna, Perinatal e Infantil, a componente de<br />
Fistulas Obstétricas.<br />
Integrar nos programas de Educação para a Saúde a componente de prevenção da FO a<br />
todos os níveis.<br />
4 Incluir os conteúdos de prevenção das FO nos curricula de formação formal e em serviço<br />
em todas carreiras profissionais da saúde, incluindo os de formação não específica de<br />
SSR, mas com maior profundidade e detalhe nos cursos e carreiras profissionais ligadas<br />
aos cuidados de SSR.<br />
5 Definir mecanismos de identificação dos casos de FO nas comunidades, envolvendo os<br />
APEs, as Parteiras Tradicionais, Praticantes de Medicina Tradicional, organizações de<br />
Mulheres e de Adolescentes/Jovens, Líderes Comunitários, ONGs e outros<br />
6 Definir um sistema de referência eficiente de FO identificadas ao nível da comunidade<br />
para o Serviço Nacional de Saúde.<br />
DNSP<br />
DPS<br />
DDMAS<br />
DNSP<br />
DNAM<br />
Formaç<br />
DNSP<br />
DAM<br />
Formaç<br />
DNSP<br />
DNAM<br />
Formaç<br />
DNSP<br />
DPS<br />
DDSMAS<br />
Todos<br />
parceiros<br />
de SSR<br />
Parceiros<br />
de SSR<br />
Parceiros<br />
de SSR<br />
Parceiros<br />
de SSR<br />
Parceiros<br />
de SSR<br />
Inst MT<br />
ONGs<br />
locais<br />
Resultado 3: Aumentada a capacidade de tratamento e reparação de FO pelos profissionais de Saúde (graduados e em formação), através<br />
da sua formação para prestar cuidados holísticos (médico, cirúrgico, psicológico, fisioterapêutico e correcto seguimento ao local de<br />
origem) ao nível de todas as províncias do país<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano
29<br />
Actividades Respons Parcei Cronograma<br />
avel ros 201 201 201 201<br />
2 3 4 5<br />
1 Introduzir serviços adicionais de reparação de FO, integrados nas unidades sanitárias, DNAM FNUAP Maio Todo Todo Todo<br />
acessíveis e de qualidade.<br />
Deze ano ano ano<br />
2 Estabelecer uma meta anual de número de casos tratados. DNAM Maio Feve Feve Feve<br />
Julho Abril Abril Abril<br />
3 Todas as US que tenham componente cirúrgica no seu programa de trabalho devem criar DNAM Maio Todo Todo Todo<br />
as condições de reparação de FO nos seus programas operatórios. No processo de<br />
desenvolvimento irão implementando a abordagem holística de tratamento das<br />
mulheres que tem FO<br />
Deze ano ano ano<br />
4 Incluir as técnicas médico-cirurgicas de FO nos Currículos de Formação formal e em DNAM Parceiros Maio Todo Todo Todo<br />
serviço, dos formandos e profissionais de Cirurgia, Urologia, Obstetricia/Ginecologia<br />
Técnicos de Cirurgia, Enfermagem de Saúde Materna de nível superior e instrumentação<br />
de SSR Deze ano ano ano<br />
5 Todos os serviços de reparação e tratamento de FO, devem ter as seguintes condições: DNAM Parceiros Maio Todo Todo Todo<br />
a. Receber visitas regulares trimestrais de supervisão e apoio técnico<br />
de SSR Deze ano ano ano<br />
b. Formação em serviço no local de trabalho<br />
c. Ter o material médico-cirúgico e Kits de tratamento das FO para os diferentes<br />
níveis de atenção<br />
d. Serem submetidos a um processo de acreditação relativamente aos serviços e<br />
certificação das competências dos respectivos profissionais que fazem o<br />
tratamento e reparação de FO, de acordo com os critérios a serem definidos<br />
6 Fazer o mapeamento dos serviços de reparação e tratamento das FO existentes e das DNAM FNUAP Maio Abril Abril Abril<br />
lacunas e necessidades destes serviços no país, por província<br />
Junh Junh Junh Junh<br />
7 Definir e organizar uma rede de referência dos serviços de diagnóstico e reparação de DAM<br />
Maio _ _ _<br />
FO, integrada na rede do Serviço Nacional de Saúde, desde o posto de saúde (onde ainda<br />
exista US com esta designação) e o centro de saúde, passando pelo hospital rural até os<br />
hospitais provinciais, gerais e centrais, ao nível de todo o país<br />
Dez<br />
8 Uniformizar os procedimentos clínicos e cirúrgicos e o sistema de classificação das FO DNAM<br />
Maio _ _ _<br />
em toda a rede sanitária através da elaboração das Normas de Tratamento das FO e<br />
introduzir um pacote dos serviços integrados de pré-tratamento e pós-tratamento<br />
Dez<br />
9 Estabelecer um mecanismo de seguimento das mulheres tratadas a FO a partir da<br />
DNAM Maio Maio<br />
unidade sanitária para a sua área de residência.<br />
Dez Dez<br />
10 Desenvolver instrumentos de registo que permitam, entre outros aspectos, localizar as DNSP Parceiros Maio Maio _ _<br />
pacientes através dos seus endereços<br />
de SSR Dez Dez<br />
11 Efectuar a procura e aquisição de kits para o tratamento das FO DNAM Parceiros Maio Maio Maio Maio<br />
de SSR Julho Julho Julho Julho<br />
12 Até 2015 assegurar que cada província tenha pessoal de saúde com capacidade para DNAM Parceiros Abril Abril Abril Abril<br />
responder à prevalência das FO, através da formação formal e em serviço de (Gineco-<br />
Obstetras, Cirurgiões Gerais, Urologistas, Técnicos de Cirurgia, Enfermeiras de Saúde<br />
Materna de nível Superior e Instrumentistas) das FO simples e complicadas<br />
DRH<br />
Formaç<br />
de SSR Dez Dez Dez Dez<br />
13 Até 2015, criar um Centro de Excelência de reparação de FO complicadas<br />
DAM FNUAP Abril Abril Abril<br />
-Dez -Dez -Dez<br />
14 Estabelecer acordos e buscar apoios internacionais para a formação, informação e trocas DNSP<br />
de experiências na reparação de FO<br />
DPC<br />
Parceiros<br />
de SSR<br />
15 Uma vez existentes os serviços de reparação de FO, difundir a informação sobre a sua<br />
localização, no seio dos provedores de cuidados de saúde e no seio das comunidades<br />
para aumentar o acesso ao tratamento dos casos de FO<br />
DNSP<br />
DAM<br />
Resultado 4: Assegurar a provisão de serviços de integração social para as mulheres tratadas de FO<br />
Parceiros<br />
de SSR
Actividades Respons<br />
avel<br />
1 Conhecer o perfil funcional das mulheres com FO de modo a elaborar um programa de<br />
reabilitação que dê resposta às suas reais necessidades<br />
2 As mulheres que não tenham ficado curadas merecerão um apoio mais significativo DNSP<br />
DPS<br />
DDSMAS<br />
3 Mobilizar parcerias com outros sectores (público e privado), ONGs e outros parceiros DNSP<br />
para apoiar a reintegração social das mulheres tratadas a FO e em actividades na sua DPS<br />
comunidade, promovendo condições para que existam oportunidades económicas para<br />
as mulheres tratadas a FO (formação em negócio e outras actividades produtivas)<br />
DDSMAS<br />
4 Desenvolver um sistema de aconselhamento, apoio psicológico, suporte emocional, de<br />
forma a garantir que mulheres e raparigas tratadas a FO possam retornar a uma vida<br />
produtiva<br />
5 Formar as mulheres curadas das FO para serem embaixadoras de SSR/FO na comunidade<br />
6 Formar o pessoal de saúde envolvido na integração das mulheres tratadas a FO, em<br />
conteúdos de aconselhamento<br />
7 Transmitir conteúdos essenciais sobre SSR/FO, ao pessoal de Saúde envolvido na<br />
integração das mulheres tratadas de FO<br />
Resultado 5: Estabelecidos mecanismos de gestão e financiamento das actividades de<br />
prevenção, tratamento e de reintegração das FO<br />
1 Criar um grupo de trabalho multidisciplinar, envolvendo Saúde Pública, Assistência<br />
Médica, sectores da Educação e da Mulher e Acção Social e as principais Agências e<br />
ONGs directamente ligadas a este assunto<br />
2 Integrar o orçamento relacionado com a prevenção, tratamento e reintegração das FO no<br />
seio do OE, obedecendo às alíneas relacionadas com esses assuntos.<br />
3 Identificar financiamentos adicionais para a implementação desta Estratégia.<br />
4 Recrutar um(a) técnico(a) tempo integral, que irá garantir a gestão diária da<br />
implementação<br />
5 Realizar uma reunião anual para avaliar a implementação das actividades<br />
Parcei<br />
ros<br />
Cronograma<br />
201<br />
2<br />
201<br />
3<br />
DNSP<br />
DNAM DNAM Todo<br />
DNSP<br />
DPS<br />
DDSMAS<br />
DNSP<br />
DPS<br />
DDSMAS<br />
DNSP<br />
DPS<br />
DDSMAS<br />
DPS DDS<br />
DNSP<br />
DPS<br />
DDSMAS<br />
DNSP<br />
DNAM<br />
DPC/DAF<br />
DNSP<br />
DPC/DAF<br />
DNSP<br />
DRH<br />
DNSP<br />
DNAM<br />
Resultado 6: Estabelecido um mecanismo institucional de monitoria, avaliação auditoria dos casos de FO<br />
1 Criar uma base de recolha de dados e monitoria dos indicadores sobre as FOs e integrar<br />
no Sistema de Informação de Saúde incluindo as mudanças operadas na vida das<br />
mulheres que foram submetidas a cirurgia<br />
2 Efectuar uma avaliação das necessidades relativamente às FO<br />
3 Proceder à auditoria dos casos de FO<br />
30<br />
DNSP<br />
DNAM<br />
DPC<br />
DNSP<br />
DAM<br />
DPC<br />
DNAM<br />
DNSP<br />
DPS<br />
DDSMAS<br />
4 Indentificar as necessidades de pesquisa na área de FO DNAM<br />
DNSP<br />
DPS<br />
INS<br />
FNUAP<br />
ONGs<br />
locais<br />
FNUAP<br />
ONGs<br />
locais<br />
FNUAP<br />
ONGs<br />
locais<br />
FNUAP<br />
ONGs<br />
locais<br />
ONGs<br />
locais<br />
Min Educ<br />
MMAS<br />
Agências<br />
ONGs<br />
Parceiros<br />
SSR<br />
FNUAP<br />
Parceiros<br />
Coop<br />
FNUAP<br />
Parceiros<br />
Coop<br />
FNUAP<br />
Parceiros<br />
de SSR<br />
Junh<br />
Nov<br />
Junh<br />
Nov<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Maio<br />
Dez<br />
Maio<br />
Dez<br />
Todo<br />
ano Todo<br />
ano<br />
Maio<br />
Julho<br />
Nove<br />
mbro<br />
Abril<br />
Nove<br />
mbro<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
o ano<br />
Abril<br />
Julho<br />
Nove<br />
mbro<br />
201<br />
4<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Maio<br />
Dez<br />
Maio<br />
Dez<br />
Todo<br />
ano<br />
Abril<br />
Julho<br />
Nove<br />
mbro<br />
_ _ _<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
o ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
o ano<br />
201<br />
5<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano<br />
Maio<br />
Dez<br />
Maio<br />
Dez<br />
Todo<br />
ano<br />
Abril<br />
Julho<br />
Nove<br />
mbro<br />
Todo<br />
ano<br />
Todo<br />
ano
ANEXO 3: ESTIMATIVA DO ORÇAMENTO 2012 – 2015<br />
ANO ORÇAMENTO DO<br />
ESTADO (Mts)<br />
2012 3.200.000<br />
2013 4.800.000<br />
2014 5.000.000<br />
33<br />
FNUAP (USD) OUTROS PARCEIROS<br />
135.000<br />
(USD)<br />
TOTAL (Mts)<br />
Câmbio USD = 27,5 Mts<br />
6.912.500<br />
200.000 100.000 13.050.000<br />
250.000<br />
150.000 16.000.000<br />
2015 5.200.000 275.000 200.000 18.262.500
11. Bibliografia<br />
34<br />
Censo Geral da População, 2007, INE (Instituto Nacional de Estatística)<br />
Avaliação das Necessidades e Saúde Materna e Neonatal, 2006 - 2007, Ministério da Saúde<br />
Plano Integrado Nacional para o Alcance dos ODM 4 e 5, 2009-2012, Ministério da Saúde<br />
Programa Quinquenal do Governo<br />
Plano Económico e Social de 2011<br />
Plano Económico e Social de 2012<br />
Inquérito Demográfico e de Saúde (IDS), 2003, INE<br />
MICS (Multi-indicators Cluster Survey), 2008, INE<br />
Sistema de Informação em Saúde (SIS) 2010 e de 2011<br />
Inquérito Nacional sobre Causas de Mortalidade (INCAM), 2007, INE<br />
Estratégia de Inclusão da Igualdade de Género no Sector Saúde, Ministério da Saúde, Unidade de<br />
Género, 2009<br />
Obstetric Fistula, Guiding Principles for Clinical Management and Programme Development,<br />
WHO, Department of Making Pregnancy Safer, 2006<br />
Murray C and Lopez A (1998) Health Dimensions of Sex and Reproduction, World Health<br />
Organization, Geneva Switzerland
Financiado por:<br />
w w w. u n f p a . o r g