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<strong>ASSOCIADAS</strong> <strong>executam</strong><br />
<strong>as</strong> <strong>mais</strong> <strong>IMPORTANTES</strong><br />
obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> PAC no esta<strong>do</strong><br />
PEZÃO: o secretário à<br />
frente de GRANDES<br />
INTERVENÇÕES no Rio<br />
Plano Diretor <strong>do</strong> Arco<br />
AUXILIARÁ progresso<br />
de 21 MUNICÍPIOS<br />
Nº 46 :: AGOSTO 2008
editorial<br />
RENASCIMENTO DO RIO<br />
Depois de <strong>mais</strong> de 40 anos, o Rio de Janeiro começa a<br />
ren<strong>as</strong>cer. Obr<strong>as</strong> que estavam paralisad<strong>as</strong> foram retomad<strong>as</strong><br />
e os primeiros convênios <strong>do</strong> governo federal dentro <strong>do</strong><br />
Programa de Aceleração <strong>do</strong> Crescimento (PAC) foram<br />
<strong>as</strong>sina<strong>do</strong>s com o Rio de Janeiro. Esse é o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
trabalho que o vice-governa<strong>do</strong>r Luiz Fernan<strong>do</strong> Pezão vem<br />
implementan<strong>do</strong> dentro da Secretaria Estadual de Obr<strong>as</strong>.<br />
A rapidez e a qualidade <strong>do</strong>s projetos apresenta<strong>do</strong>s pelos<br />
órgãos subordina<strong>do</strong>s à Secretaria de Pezão foram objeto de<br />
constantes elogios feitos pela ministra da C<strong>as</strong>a Civil, Dilma<br />
Rousseff, o que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva<br />
a apelidá-lo de “Pai <strong>do</strong> PAC”.<br />
Em 18 meses, Pezão e su<strong>as</strong> equipes prepararam<br />
projetos, realizaram licitações e iniciaram o maior volume<br />
de obr<strong>as</strong> já visto no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Só nestes<br />
primeiros seis meses de 2008, <strong>mais</strong> de R$ 2,2 bilhões<br />
em nov<strong>as</strong> licitações foram realizad<strong>as</strong>. Isto corresponde<br />
ao volume de editais em to<strong>do</strong> o ano de 1992, quan<strong>do</strong> foi<br />
licitada a Linha Vermelha, a última grande obra pública<br />
executada no esta<strong>do</strong>.<br />
O Arco Metropolitano, um projeto essencial para o<br />
esta<strong>do</strong> que se arr<strong>as</strong>tava há <strong>mais</strong> de dez anos, finalmente<br />
saiu <strong>do</strong> papel. Não apen<strong>as</strong> foi licita<strong>do</strong>; su<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> já<br />
começaram. A reurbanização d<strong>as</strong> maiores favel<strong>as</strong> <strong>do</strong><br />
Rio também está em execução. Usan<strong>do</strong> como ponto de<br />
partida <strong>as</strong> favel<strong>as</strong> da Rocinha, <strong>do</strong> Complexo <strong>do</strong> Alemão e<br />
de Manguinhos, o secretário pretende estender o modelo<br />
para outr<strong>as</strong> comunidades.<br />
Na área de saneamento, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> Programa de<br />
Despoluição da Baía da Guanabara foram retomad<strong>as</strong>.<br />
Parece incrível, m<strong>as</strong> só em junho de 2008 o esgoto <strong>do</strong><br />
Centro da capital deixou de ser joga<strong>do</strong> in natura na<br />
Baía de Guanabara para ser trata<strong>do</strong> na ETE Alegria.<br />
Levar água tratada e coleta de esgoto para a Região<br />
Metropolitana é outro objetivo de Pezão. Entre janeiro e<br />
junho deste ano, a Secretaria Estadual de Obr<strong>as</strong> licitou<br />
<strong>mais</strong> de R$300 milhões para intervenções na área de<br />
saneamento básico. As obr<strong>as</strong> de saneamento da Barra<br />
da Tijuca também foram retomad<strong>as</strong>.<br />
M<strong>as</strong> não apen<strong>as</strong> de grandes obr<strong>as</strong> vive este governo.<br />
Intervenções de pequeno e médio portes estão sen<strong>do</strong><br />
executad<strong>as</strong> em to<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong>. Obr<strong>as</strong> em escol<strong>as</strong> levaram<br />
a Emop a lançar <strong>mais</strong> de 90 editais de licitação nestes<br />
18 meses. O DER-RJ também não se ateve ao Arco<br />
Metropolitano. Serviços de pavimentação, construção<br />
de p<strong>as</strong>sarel<strong>as</strong>, contenção de encost<strong>as</strong> etc. estão sen<strong>do</strong><br />
licita<strong>do</strong>s para atender a vári<strong>as</strong> regiões.<br />
Com Pezão à frente da Secretaria de Obr<strong>as</strong> e Sérgio<br />
Cabral no coman<strong>do</strong> <strong>do</strong> governo, os sonhos estão se<br />
tornan<strong>do</strong> realidade.<br />
Francis Bogossian,<br />
presidente<br />
01 Construir | Agosto 2008<br />
Foto: Aline M<strong>as</strong>suca
Foto: Camilla Maia<br />
índice<br />
expediente<br />
04 |<br />
06 |<br />
08 |<br />
10 |<br />
16 |<br />
18 |<br />
24 |<br />
26 |<br />
28 |<br />
30 |<br />
32 |<br />
Sérgio Cabral fala <strong>do</strong> vice<br />
Joaquin Levy e <strong>as</strong> finanç<strong>as</strong> estaduais<br />
A Caixa e <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> de urbanização de<br />
comunidades<br />
Pezão: trajetória e planos de gestão<br />
Quem é o “Pai <strong>do</strong> PAC” no esta<strong>do</strong><br />
As obr<strong>as</strong> federais no Rio<br />
A Firjan e o desenvolvimento<br />
econômico fluminense<br />
Os projetos de longo prazo <strong>do</strong><br />
governo Cabral<br />
Plano Diretor norteará obr<strong>as</strong><br />
As ações da Frente Pró-Rio<br />
Crônica<br />
Diretoria 2008-2011: Presidente Francis Bogossian (Geomecânica); Vice-Presidente Eduar<strong>do</strong> Backheuser (Carioca); Diretor<br />
Administrativo-Financeiro Carlos Alberto Brizzi Benevides (Dimensional); Diretores Alberto Quintaes, (Andrade Gutierrez S.A.);<br />
Antonio Macha<strong>do</strong> Evangelho, (Vile Romi); Gustavo Souza (Queiroz Galvão); Jefferson Paes de Figueire<strong>do</strong> Filho (Darwin); Marcelo<br />
Sengés Carneiro (Tecnosolo); Moysés Spilberg, (Spil); Reginal<strong>do</strong> Assunção Silva (OAS); Ricar<strong>do</strong> Araujo Farah, (Sanedraga); Conselho<br />
Consultivo-Fiscal Hécio Luiz da Silveira Gomes, (HG Engenharia); João Borba Filho, (Norberto Odebrecht); João de Deus Vaz da Silva<br />
Neto (Arkhe); Luiz Carlos de Carvalho, (Medeiros); Luiz Batista Girardi (RL2); Diretor Executivo João Américo Gentile de Carvalho<br />
Mello Gerente de Comunicação e Marketing Ana Maria Leite Barbosa<br />
AEERJ - Associação d<strong>as</strong> Empres<strong>as</strong> de Engenharia <strong>do</strong> Rio de Janeiro | Av. Rio Branco, 124 - 7º andar | Rio de Janeiro - RJ<br />
CEP 20040-001 | Tel.: 55 21 3970.3339 Fax: 55 21 3970.3375 | aeerj@aeerj.com.br | www.aeerj.com.br<br />
A Revista Construir é uma publicação da AEERJ - Associação d<strong>as</strong> Empres<strong>as</strong> de Engenharia <strong>do</strong> Rio de Janeiro, produzida pela Banjo<br />
Editora e Cria C<strong>as</strong>o Publicações Customizad<strong>as</strong>. Os artigos, fotografi<strong>as</strong> e matéri<strong>as</strong> <strong>as</strong>sinad<strong>as</strong> são de responsabilidade <strong>do</strong>s respectivos<br />
autores e não refletem necessariamente a opinião da AEERJ.<br />
Editora Antonia Leite Barbosa | Diretora de Criação Mariana Nahoum | Repórter Verônica Coutinho | Copidesque Káthia Ferreira<br />
Foto da capa Camilla Maia | Fotos <strong>do</strong>s eventos Fernan<strong>do</strong> Alvim<br />
02 Construir | Agosto 2008<br />
Fotos: Fabiana Almeida
Foto de divulgação Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> RJ<br />
o vice, pelo titular<br />
Um episódio recente simboliza bem a importância de ter Luiz Fernan<strong>do</strong> Pezão no governo <strong>do</strong> Rio. Depois de fazer<br />
uma apresentação impecável, com maquete eletrônica, d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> Programa de Aceleração <strong>do</strong> Crescimento (PAC) em<br />
Manguinhos, ele recebeu um telefonema da Presidência da República pedin<strong>do</strong> que envi<strong>as</strong>se uma planilha detalhada de<br />
tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> PAC no esta<strong>do</strong>. Tu<strong>do</strong> porque o presidente Lula queria que o PAC fosse mostra<strong>do</strong>, em cada cidade <strong>do</strong><br />
Br<strong>as</strong>il, com o que chamou de “padrão Rio de Janeiro”.<br />
Esse padrão é o da competência. O Pezão é <strong>as</strong>sim: com a mesma competência com que planeja, executa. Foi ele o<br />
responsável por tirar <strong>do</strong> papel <strong>as</strong> grandes obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> PAC e torná-l<strong>as</strong> realidade. Não foi por outra razão que o presidente<br />
Lula o chamou de “Pai <strong>do</strong> PAC”. O Programa de Aceleração <strong>do</strong> Crescimento, que está injetan<strong>do</strong> bilhões de reais em<br />
investimentos e geran<strong>do</strong> milhares de empregos em nosso esta<strong>do</strong>, dará uma nova cara ao Rio de Janeiro.<br />
Toda essa infra-estrutura está n<strong>as</strong> mãos <strong>do</strong> Pezão. O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio é, hoje, um grande canteiro de obr<strong>as</strong> que ele<br />
toca com habilidade. E isso porque é um político moderno que acredita no poder <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> como realiza<strong>do</strong>r, m<strong>as</strong> não<br />
perde de vista o que de melhor existe no pensamento da iniciativa privada, como a agilidade para que <strong>as</strong> cois<strong>as</strong>, de fato,<br />
aconteçam.<br />
O Pezão tem o senso de urgência de um gestor bem-sucedi<strong>do</strong>. Um exemplo: quan<strong>do</strong> era prefeito de Piraí, ele<br />
não sossegava. Vivia no Rio, em Br<strong>as</strong>ília, apresentan<strong>do</strong> projetos, propon<strong>do</strong> parceri<strong>as</strong> e pedin<strong>do</strong> dinheiro a governos e<br />
empresários – ten<strong>do</strong> sempre, no bolso, o São Pidão que o acompanha! Resulta<strong>do</strong>: no fim <strong>do</strong> mandato, a cidade, de 24<br />
mil habitantes, tornou-se exemplo de eficiência para to<strong>do</strong> o Br<strong>as</strong>il. O projeto Piraí Digital é referência internacional.<br />
Pezão não é vice. Ele é governa<strong>do</strong>r junto comigo. Ele governa o esta<strong>do</strong> ao meu la<strong>do</strong>. É um craque que trabalha<br />
incansavelmente para que o Rio de Janeiro esteja – como está agora – na vanguarda <strong>do</strong> crescimento br<strong>as</strong>ileiro.<br />
04 Construir | Agosto 2008<br />
“PEZÃO É UM CRAQUE!”<br />
por sérgio cabral<br />
Pezão e o governa<strong>do</strong>r Sérgio Cabral
Foto de divulgação<br />
tesouro estadual<br />
DISCIPLINA FISCAL E TRANSPARÊNCIA<br />
CRIAM FUNDAMENTOS PARA NOVAS OBRAS<br />
O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro tem oportunidades<br />
maravilhos<strong>as</strong> para crescer. O cenário mundial está<br />
favorável e o governo vem conquistan<strong>do</strong> credibilidade no<br />
Br<strong>as</strong>il e no exterior. Como diz o governa<strong>do</strong>r Sérgio Cabral,<br />
temos um potencial enorme e muita disposição.<br />
Com receit<strong>as</strong> fiscais superiores a R$ 30 bilhões<br />
e um PIB equivalente ao da Colômbia e da Malásia,<br />
o principal problema <strong>do</strong> Rio de Janeiro não é falta<br />
de dinheiro, m<strong>as</strong> de gestão. Ou seja, para crescer,<br />
precisamos potencializar a utilização desses recursos,<br />
acertar o p<strong>as</strong>sa<strong>do</strong> e criar facilidades para que pesso<strong>as</strong><br />
e empres<strong>as</strong> se organizem e produzam.<br />
06 Construir | Agosto 2008<br />
por joaquim levy<br />
O secretário de Fazenda Joaquim Levy<br />
Objetivan<strong>do</strong> garantir <strong>as</strong> condições para a nova f<strong>as</strong>e<br />
de crescimento no esta<strong>do</strong>, o governa<strong>do</strong>r Sérgio Cabral<br />
optou pela disciplina fiscal. A incapacidade <strong>do</strong> setor<br />
público de prover certos serviços deve-se principalmente<br />
a escolh<strong>as</strong> no g<strong>as</strong>to, falta de harmonia entre <strong>as</strong> esfer<strong>as</strong><br />
da Federação e deficiênci<strong>as</strong> de gestão.<br />
Olhan<strong>do</strong> para <strong>as</strong> met<strong>as</strong> <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r, reorganizamos<br />
a Receita, aprovamos leis para combater a sonegação<br />
e estamos trabalhan<strong>do</strong> com outros órgãos para cobrar<br />
na Justiça os impostos devi<strong>do</strong>s. O orçamento também<br />
p<strong>as</strong>sou a ser para valer, com cada órgão saben<strong>do</strong> o<br />
que tem para g<strong>as</strong>tar dentro de uma cota financeira
controlada, como em grandes empres<strong>as</strong>. Além disso, o<br />
dinheiro vem sen<strong>do</strong> canaliza<strong>do</strong> para áre<strong>as</strong> considerad<strong>as</strong><br />
prioritári<strong>as</strong> e os secretários trabalham para g<strong>as</strong>tar bem<br />
e fazê-lo render.<br />
Com essa organização, os salários permanecem<br />
rigorosamente em dia, mesmo após a incorporação<br />
de reajustes concedi<strong>do</strong>s nos últimos <strong>do</strong>is anos, e os<br />
fornece<strong>do</strong>res p<strong>as</strong>saram a ser também pagos de forma<br />
regular e previsível. To<strong>do</strong>s os desembolsos feitos estão<br />
na internet, ao alcance de qualquer um, aumentan<strong>do</strong> a<br />
transparência e mostran<strong>do</strong> para onde vai o dinheiro.<br />
Também temos que ir limpan<strong>do</strong> o p<strong>as</strong>sa<strong>do</strong>, porque<br />
há um limite até onde o governo pode levar a máquina<br />
pública na b<strong>as</strong>e <strong>do</strong> gatilho, de liminares na Justiça e<br />
de incentivos fiscais. Em um esta<strong>do</strong> desorganiza<strong>do</strong>, o<br />
investi<strong>do</strong>r vê que tu<strong>do</strong> é precário e sem transparência e<br />
cobra milhões de reais em isenção de imposto para cada<br />
emprego gera<strong>do</strong>.<br />
Com a c<strong>as</strong>a começan<strong>do</strong> a ficar em ordem, iniciamos<br />
2008 com foco em investimentos, tanto os <strong>do</strong> PAC, quanto<br />
su<strong>as</strong> contrapartes, complementos e outr<strong>as</strong> iniciativ<strong>as</strong><br />
essenciais para o esta<strong>do</strong>. Já em 2007, havíamos feito<br />
um esforço especial para pagar o que faltava de um<br />
empréstimo que se arr<strong>as</strong>tava desde 1999, disponibilizan<strong>do</strong><br />
dez composições de trem com ar-condiciona<strong>do</strong>. Logo no<br />
começo <strong>do</strong> ano, aprovamos no Sena<strong>do</strong> um empréstimo<br />
de <strong>mais</strong> R$ 90 milhões também para trens e obr<strong>as</strong><br />
de transporte. E, <strong>as</strong>sim que foi aprova<strong>do</strong> pelo Tesouro<br />
Nacional o novo espaço de endividamento de R$ 1,5<br />
bilhão, começamos a negociar novos empréstimos para<br />
trens, estrad<strong>as</strong>, Prodetur e saneamento. Em to<strong>do</strong>s eles,<br />
o vice-governa<strong>do</strong>r Luiz Fernan<strong>do</strong> Pezão tem da<strong>do</strong> o rumo<br />
n<strong>as</strong> escolh<strong>as</strong> de prioridades.<br />
O Tesouro estadual também tem permiti<strong>do</strong> a<br />
execução acelerada d<strong>as</strong> contrapartid<strong>as</strong> d<strong>as</strong> principais<br />
iniciativ<strong>as</strong> <strong>do</strong> PAC, dan<strong>do</strong> fôlego ao governo enquanto<br />
se concluem os elementos necessários à plena fruição<br />
<strong>do</strong>s convênios com a União. Como se sabe, a previsão<br />
é de o investimento <strong>do</strong> PAC no Rio de Janeiro totalizar<br />
R$ 1,17 bilhão ainda em 2008. Desse montante, R$<br />
189,8 milhões serão desembolsa<strong>do</strong>s pelo Tesouro<br />
estadual. Entre os projetos relaciona<strong>do</strong>s pelo PAC que<br />
receberão forte injeção de recursos este ano está o<br />
Arco Metropolitano, que consumirá R$ 267 milhões.<br />
O PAC também prevê intervenções em favel<strong>as</strong> que<br />
representarão investimentos de R$ 402,2 milhões em<br />
2008, com contrapartida <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />
Temos também projetos <strong>do</strong> PAC na área de<br />
saneamento que demandarão R$ 267 milhões em<br />
2008. Entre <strong>as</strong> ações estão melhori<strong>as</strong> no parque de<br />
tratamento <strong>do</strong> Guandu, na Baixada Fluminense e em São<br />
Gonçalo, e na Baía de Guanabara, além da ampliação<br />
<strong>do</strong> sistema de ab<strong>as</strong>tecimento de água de Jacarepaguá,<br />
Barra da Tijuca e Recreio <strong>do</strong>s Bandeirantes, a maioria<br />
sob responsabilidade da Nova Cedae, cujo conselho é<br />
presidi<strong>do</strong> pelo vice-governa<strong>do</strong>r.<br />
A PREVISÃO É DE QUE O<br />
INVESTIMENTO DO PAC NO<br />
RIO DE JANEIRO TOTALIZE<br />
R$ 1,17 BILHÃO AINDA EM 2008<br />
Talvez a coisa <strong>mais</strong> excitante que esteja acontecen<strong>do</strong><br />
na área de infra-estrutura, além <strong>do</strong> afinamento entre<br />
Obr<strong>as</strong> e área financeira, seja o esforço <strong>do</strong> Rio de Janeiro<br />
para reconstruir grupos técnicos com capacidade para<br />
discutir de forma integrada investimentos, especialmente<br />
urbanos. Isso é essencial para priorizar e para c<strong>as</strong>ar o<br />
g<strong>as</strong>to com o desenvolvimento econômico.<br />
Hoje, um grande desafio é fortalecer <strong>as</strong> b<strong>as</strong>es técnic<strong>as</strong><br />
para a integração de áre<strong>as</strong> de processamento com o Arco,<br />
<strong>as</strong>sim como planejar a mobilidade d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong> para <strong>as</strong><br />
nov<strong>as</strong> oportunidades de trabalho ao longo da intervenção,<br />
de Itaguaí até Itaboraí. Aí se inclui a integração de ônibus<br />
e trilhos, que é fundamental para efetivamente baixar o<br />
custo <strong>do</strong> transporte urbano no Rio.<br />
Nesse senti<strong>do</strong>, um trabalho de divulgação e discussão<br />
<strong>do</strong> Plano Diretor de Transportes Urbanos (PDTU) é<br />
urgente, até porque dará indicações importantes para<br />
o setor priva<strong>do</strong> quanto à escolha de locais para novos<br />
empreendimentos, inclusive imobiliários. O vicegoverna<strong>do</strong>r<br />
tem da<strong>do</strong> o exemplo, ao montar uma equipe<br />
para maximizar o impacto positivo da Via Light, que vai<br />
energizar e valorizar grande número de bairros <strong>do</strong> Rio.<br />
A Secretaria de Fazenda tem manti<strong>do</strong> o compromisso<br />
de garantir os recursos <strong>do</strong> orçamento e ajudar a otimizar<br />
o seu uso, porque to<strong>do</strong> o governo está imbuí<strong>do</strong> da<br />
convicção de que Obr<strong>as</strong> tem um papel fundamental para<br />
nos fazer vencer os desafios da favelização, segurança<br />
e estagnação econômica. Ess<strong>as</strong> chag<strong>as</strong> vieram caracterizan<strong>do</strong><br />
a Região Metropolitana e, de certo mo<strong>do</strong>, to<strong>do</strong><br />
o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, por tempo exagera<strong>do</strong>. Neste<br />
ano e meio, fica claro que a liderança de Obr<strong>as</strong> em vári<strong>as</strong><br />
dess<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> tem si<strong>do</strong> muito efetiva, trazen<strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>s<br />
palpáveis para os recursos investi<strong>do</strong>s.<br />
>> Joaquim Levy, secretário de esta<strong>do</strong> de Fazenda <strong>do</strong> Rio de Janeiro<br />
07 Construir | Agosto 2008
ep<strong>as</strong>se<br />
CEF EXIGE CUMPRIMENTO<br />
DOS CRONOGRAMAS PARA<br />
LIBERAR VERBAS DO PAC<br />
C OM PL E X I DA DE DA S I N T E RV E NÇ ÕE S GE R A<br />
ATRASO NOS REPASSES<br />
A Caixa Econômica Federal é a instituição financeira responsável pelo rep<strong>as</strong>se <strong>do</strong>s recursos oriun<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> governo federal para a Secretaria de Obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro (SEOBRAS) remunerar <strong>as</strong><br />
empres<strong>as</strong> executor<strong>as</strong> d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> PAC n<strong>as</strong> comunidades carentes <strong>do</strong> Rio. Para ter acesso aos recursos,<br />
a secretaria precisa atender a vári<strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong>. O superintendente da Caixa Econômica Federal no Rio,<br />
José Domingos Varg<strong>as</strong>, explicou à Construir <strong>as</strong> principais regr<strong>as</strong> <strong>do</strong> processo.<br />
Revista Construir: Quais <strong>as</strong> principais exigênci<strong>as</strong> feit<strong>as</strong> à<br />
SEOBRAS para os desembolsos?<br />
José Domingos Varg<strong>as</strong>: Por meio <strong>do</strong>s contratos firma<strong>do</strong>s<br />
no âmbito <strong>do</strong> PAC, são acordad<strong>as</strong>, nos valores de<br />
investimento, a participação <strong>do</strong>s recursos federais e a<br />
parcela de contrapartida <strong>do</strong>s toma<strong>do</strong>res. Os desembolsos<br />
realiza<strong>do</strong>s pela CAIXA referem-se a etap<strong>as</strong> executad<strong>as</strong> e são<br />
libera<strong>do</strong>s a partir <strong>do</strong>s boletins de medição apresenta<strong>do</strong>s<br />
e aferi<strong>do</strong>s in loco pel<strong>as</strong> equipes de engenharia da CAIXA.<br />
Assim, <strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> da CAIXA se voltam para a execução<br />
integral da etapa prevista no cronograma físico-financeiro,<br />
observa<strong>do</strong>s os <strong>as</strong>pectos de qualidade e segurança exigi<strong>do</strong>s<br />
e acorda<strong>do</strong>s para a obra.<br />
RC: Por que os órgãos públicos e <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> executor<strong>as</strong><br />
têm que atender a tant<strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong>?<br />
JDV: No c<strong>as</strong>o <strong>do</strong>s contratos que contemplem recursos nãoonerosos<br />
(<strong>do</strong> Orçamento Geral da União), há necessidade de<br />
se cumprirem os regulamentos que regem <strong>as</strong> contratações<br />
públic<strong>as</strong> a partir d<strong>as</strong> transferênci<strong>as</strong> cl<strong>as</strong>sificad<strong>as</strong> como<br />
obrigatóri<strong>as</strong>, tais como Lei de Diretrizes Orçamentári<strong>as</strong>,<br />
dentre outr<strong>as</strong>. São recursos públicos sobre os quais não<br />
somente <strong>as</strong> instânci<strong>as</strong> de governo e de poderes devem<br />
08 Construir | Agosto 2008<br />
Foto de divulgação<br />
José Domingos Varg<strong>as</strong><br />
exercer um rígi<strong>do</strong> controle sobre a eficiência, eficácia e<br />
efetividade da sua aplicação, como também to<strong>do</strong> cidadão e<br />
a sociedade civil têm o direito de requerer a transparência<br />
na sua aplicação e execução.<br />
RC: Como a Secretaria de Obr<strong>as</strong> e <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> de<br />
engenharia contratad<strong>as</strong> para executar <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> podem se<br />
preparar para evitar atr<strong>as</strong>os nos rep<strong>as</strong>ses de recursos?<br />
JDV: Os rep<strong>as</strong>ses de recursos públicos <strong>do</strong> PAC estão<br />
garanti<strong>do</strong>s pela Lei 11.578/2007, que os diferencia como<br />
transferênci<strong>as</strong> obrigatóri<strong>as</strong> da União. Assim, para que os<br />
toma<strong>do</strong>res evitem atr<strong>as</strong>os nos rep<strong>as</strong>ses, é indispensável<br />
o cumprimento rigoroso <strong>do</strong>s cronogram<strong>as</strong> de obr<strong>as</strong><br />
previamente acorda<strong>do</strong>s nos contratos firma<strong>do</strong>s com o<br />
governo federal.<br />
RC: O processo de rep<strong>as</strong>se <strong>do</strong>s recursos destina<strong>do</strong>s às<br />
obr<strong>as</strong> na Rocinha, em Manguinhos e no Alemão está<br />
dentro <strong>do</strong> cronograma previsto ou está atr<strong>as</strong>a<strong>do</strong>?<br />
JDV: Ten<strong>do</strong> em vista a complexidade e dimensão <strong>do</strong>s<br />
projetos envolvi<strong>do</strong>s, os cronogram<strong>as</strong> originalmente<br />
contrata<strong>do</strong>s apresentam def<strong>as</strong>agem nos prazos<br />
previamente acorda<strong>do</strong>s.
Foto: Camilla Maia<br />
entrevista<br />
PEZÃO DIZ QUE PALAVRA-CHAVE DO<br />
GOVERNO DO ESTADO É PARCERIA<br />
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL DO VICE-GOVERNADOR E SECRETÁRIO DE OBRAS É FEITA DE DESAFIOS<br />
10 Construir | Agosto 2008
ELE ACUMULA AS FUNÇÕES DE VICE-GOVERNADOR E SECRETÁRIO DE OBRAS DO<br />
GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, SENDO RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DE<br />
INTERVENÇÕES QUE REPRESENTAM BILHÕES DE REAIS EM INVESTIMENTOS PÚBLICOS<br />
E CUJO OBJETIVO É MUDAR PARA MELHOR A VIDA DE MILHÕES DE PESSOAS. SOB SUA<br />
TUTELA ESTÃO ENTIDADES DE GRANDE VALOR ESTRATÉGICO PARA O ESTADO, COMO<br />
A EMOP (EMPRESA DE OBRAS PÚBLICAS), A NOVA CEDAE (COMPANHIA ESTADUAL DE<br />
ÁGUAS E ESGOTOS) E O DER (FUNDAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM<br />
DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO). EM ENTREVISTA À CONSTRUIR, LUIZ FERNANDO<br />
PEZÃO, CHAMADO DE “PAI DO PAC” PELO PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA,<br />
CONTA O QUE NORTEOU SUA TRAJETÓRIA E AVALIA OS DESAFIOS E AS RECOMPENSAS<br />
DE ESTAR À FRENTE DA PASTA DE MAIOR VISIBILIDADE DO GOVERNO SÉRGIO CABRAL.<br />
Revista Construir: O senhor iniciou sua vida pública<br />
em Piraí e hoje é vice-governa<strong>do</strong>r e secretário de<br />
Obr<strong>as</strong> de um <strong>do</strong>s <strong>mais</strong> importantes esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> país. O<br />
que norteou sua trajetória política?<br />
Pezão: Comecei a me interessar pela política muito<br />
jovem, ao participar de movimentos estudantis na<br />
minha cidade e, depois, na Universidade Federal<br />
Rural, onde estudei. Sempre tive como meta a criação<br />
de postos de trabalho, principal carência da população<br />
de Piraí. Por isso trabalhei na criação de incentivos<br />
para a atração de empres<strong>as</strong> e, conseqüentemente, de<br />
empregos para os mora<strong>do</strong>res da minha cidade. Minha<br />
trajetória política é marcada por desafios, como os<br />
experimenta<strong>do</strong>s em Piraí. Quan<strong>do</strong> <strong>as</strong>sumi a prefeitura<br />
pela primeira vez, em 1997, a Light, maior empresa<br />
da cidade, acabava de ser privatizada e p<strong>as</strong>sava por<br />
uma reestruturação que levou à demissão de 1.200<br />
trabalha<strong>do</strong>res. Para agravar o impacto econômico<br />
e social, a segunda maior empresa <strong>do</strong> município, a<br />
Companhia Industrial de Papel Pirahy, havia si<strong>do</strong><br />
vendida à canadense Schweitzer-Mauduit e planejava<br />
cortar 300 funcionários. Diante desse quadro,<br />
recorri às universidades para implantar um eficiente<br />
sistema de informação, que chamamos de Piraí<br />
Digital e dá acesso à internet por rede sem fio e em<br />
alta velocidade aos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> município. Piraí,<br />
hoje, apresenta relevantes indica<strong>do</strong>res econômicos<br />
e sociais e é modelo de inclusão digital no país. A<br />
melhoria da infra-estrutura de comunicação aju<strong>do</strong>u a<br />
atrair 18 indústri<strong>as</strong>. Em oito anos, multiplicamos por<br />
qu<strong>as</strong>e cinco a arrecadação anual de ICMS, p<strong>as</strong>san<strong>do</strong><br />
de R$ 17 milhões para R$ 76 milhões. Em termos<br />
de renda per capita, saímos da 18ª colocação para<br />
os primeiros lugares <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Criamos 4,2 mil<br />
empregos e elevamos de 0,69 para 0,77 o Índice de<br />
Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade. Hoje é<br />
muito gratificante ser secretário e vice-governa<strong>do</strong>r<br />
de um esta<strong>do</strong> pujante como o Rio de Janeiro.<br />
RC: O governo Sérgio Cabral completa um ano e sete<br />
meses em agosto. Como avalia esse perío<strong>do</strong>?<br />
Pezão: A palavra-chave <strong>do</strong> governo Sérgio Cabral<br />
é parceria, principalmente com o presidente Lula.<br />
A parceria com o governo federal, inédita, tem si<strong>do</strong><br />
fundamental para a construção de um esta<strong>do</strong> melhor.<br />
A população <strong>do</strong> Rio pode constatar que a parceria e a<br />
boa vontade entre tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> esfer<strong>as</strong> de poder têm si<strong>do</strong><br />
fundamentais para a construção de um novo esta<strong>do</strong>.<br />
Só com o Programa de Aceleração <strong>do</strong> Crescimento<br />
(PAC), <strong>do</strong> governo federal, o Rio de Janeiro foi<br />
beneficia<strong>do</strong> com R$ 3,5 bilhões. Uma d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que<br />
serão realizad<strong>as</strong> com parte desse recurso é o Arco<br />
Metropolitano. Os próximos <strong>do</strong>is anos e cinco meses<br />
serão de muito trabalho e grandes desafios, m<strong>as</strong>,<br />
com certeza, de muito sucesso. O maior desafio será<br />
conseguir chegar ao final <strong>do</strong> governo com um esta<strong>do</strong><br />
melhor, com <strong>mais</strong> cidadania e <strong>mais</strong> qualidade de<br />
vida para a população. O presidente Lula e o governo<br />
federal são agentes fundamentais <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />
11 Construir | Agosto 2008
entrevista<br />
RC: Como começou seu relacionamento com o<br />
governa<strong>do</strong>r?<br />
Pezão: Sérgio Cabral e eu somos amigos há <strong>mais</strong> de<br />
20 anos, muito antes de cruzarmos nossos caminhos<br />
na política. Nossa amizade surgiu quan<strong>do</strong> jogávamos<br />
futebol, juntos. Ele é um estadista e uma d<strong>as</strong> pesso<strong>as</strong><br />
<strong>mais</strong> generos<strong>as</strong> que conheço. Está sempre de bom humor<br />
e ama o Rio de Janeiro. A população está de parabéns<br />
por ter escolhi<strong>do</strong> um governa<strong>do</strong>r comprometi<strong>do</strong> com a<br />
busca de soluções para os problem<strong>as</strong> <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Sintome<br />
honra<strong>do</strong> por ter si<strong>do</strong> escolhi<strong>do</strong> por ele para estar<br />
à frente de alguns <strong>do</strong>s principais projetos <strong>do</strong> governo.<br />
Estamos num momento histórico de nosso esta<strong>do</strong>, em<br />
uma parceria com o governo Lula que vai garantir ao<br />
Rio de Janeiro investimentos em infra-estrutura como<br />
nunca tivemos.<br />
NOS PRÓXIMOS QUATRO ANOS,<br />
O ESTADO RECEBERÁ MAIS<br />
DE R$ 100 BILHÕES EM<br />
INVESTIMENTOS PÚBLICOS<br />
E PRIVADOS<br />
RC: Para a realização d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> PAC n<strong>as</strong> comunidades<br />
carentes foi fundamental a criação de parceri<strong>as</strong> entre<br />
os poderes públicos federal, estadual e municipal. Qual<br />
o papel de cada uma dess<strong>as</strong> esfer<strong>as</strong> no processo?<br />
Pezão: O Rio vive um momento sem par. Talvez pela<br />
primeira vez na história <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>as</strong> esfer<strong>as</strong> de poder<br />
estejam trabalhan<strong>do</strong> em parceria, visan<strong>do</strong> à melhoria da<br />
qualidade de vida <strong>do</strong>s seus habitantes. É exatamente isso<br />
que a população deseja, por estar cansada de <strong>as</strong>sistir a<br />
disput<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> cuj<strong>as</strong> conseqüênci<strong>as</strong> são o aban<strong>do</strong>no<br />
e a estagnação econômica e social d<strong>as</strong> noss<strong>as</strong> cidades.<br />
O PAC é o melhor exemplo de que a união de esforços é<br />
o caminho para o desenvolvimento. Não tenho dúvid<strong>as</strong><br />
de que o Rio de Janeiro entrou na rota de crescimento.<br />
Nos próximos quatro anos, serão <strong>mais</strong> de R$ 100 bilhões<br />
em investimentos públicos e priva<strong>do</strong>s, com geração de<br />
muitos empregos.<br />
12 Construir | Agosto 2008<br />
A urbanização d<strong>as</strong> favel<strong>as</strong> pode ser de grande<br />
importância nesse processo de construção de uma nova<br />
visão de cidade. A criação de uma estrutura de bairro<br />
vai permitir que ess<strong>as</strong> comunidades interrompam<br />
o crescimento desenfrea<strong>do</strong> que tiveram ao longo <strong>do</strong><br />
tempo. Uma vez urbanizad<strong>as</strong>, será possível controlar<br />
melhor o desenvolvimento <strong>do</strong>s novos bairros e criar<br />
condições para que não se perca a presença <strong>do</strong> poder<br />
público ness<strong>as</strong> áre<strong>as</strong>. Não podemos esquecer que<br />
a ONU vem sinalizan<strong>do</strong> a necessidade de um novo<br />
pensamento n<strong>as</strong> cidades que abrigue o crescimento<br />
sem favelização. É um momento histórico para <strong>as</strong><br />
comunidades que estão aban<strong>do</strong>nad<strong>as</strong> há décad<strong>as</strong>.<br />
RC: Qual a sua expectativa em relação aos lega<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
PAC e <strong>do</strong> Arco Metropolitano?<br />
Pezão: O PAC vai investir no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro<br />
R$ 3,5 bilhões em obr<strong>as</strong>. São muitos os projetos. Além da<br />
reurbanização d<strong>as</strong> favel<strong>as</strong> e da construção <strong>do</strong> Arco, estão<br />
previst<strong>as</strong> melhori<strong>as</strong> na adutora da Baixada Fluminense,<br />
que leva água a qu<strong>as</strong>e to<strong>do</strong>s os municípios da região. E<br />
também projetos de saneamento e habitação para São<br />
Gonçalo, Duque de Caxi<strong>as</strong>, Nilópolis, Queima<strong>do</strong>s, Nova<br />
Iguaçu e Niterói. Os projetos de maior repercussão,<br />
no entanto, são os de reurbanização d<strong>as</strong> favel<strong>as</strong>, aí<br />
incluí<strong>do</strong>s os complexos <strong>do</strong> Alemão, Manguinhos, Pavão-<br />
Pavãozinho/Cantagalo, Preventório e Rocinha. Estes<br />
locais vão receber, além de program<strong>as</strong> sociais, c<strong>as</strong><strong>as</strong>,<br />
escol<strong>as</strong>, creches, unidades de saúde, áre<strong>as</strong> de lazer,<br />
água tratada, rede de tratamento de esgoto, drenagem<br />
e pavimentação de ru<strong>as</strong>.<br />
Nosso objetivo é mudar a realidade dess<strong>as</strong> comunidades<br />
carentes. Não se trata apen<strong>as</strong> de fazer obr<strong>as</strong><br />
estruturais. Queremos manter o esta<strong>do</strong> presente nos<br />
locais com polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> eficientes. Não podemos<br />
permitir que ainda existam áre<strong>as</strong> densamente povoad<strong>as</strong><br />
isolad<strong>as</strong> em meio à nossa cidade. Temos de fazer a<br />
integração dess<strong>as</strong> comunidades com o entorno, geran<strong>do</strong><br />
melhor qualidade de vida para to<strong>do</strong>s.<br />
Uma d<strong>as</strong> ações <strong>mais</strong> importantes <strong>do</strong> PAC é a geração<br />
de emprego e renda no esta<strong>do</strong>. Hoje são dezen<strong>as</strong>, em<br />
breve serão milhares de trabalha<strong>do</strong>res – há muito<br />
tempo desemprega<strong>do</strong>s ou sem a carteira profissional<br />
<strong>as</strong>sinada – inseri<strong>do</strong>s, dignamente, no merca<strong>do</strong> de<br />
trabalho formal. Apen<strong>as</strong> no Alemão, Manguinhos e
Rocinha serão gera<strong>do</strong>s 4.600 postos de trabalho. E o<br />
melhor: a maioria composta de mora<strong>do</strong>res locais. Hoje,<br />
80% <strong>do</strong>s 260 operários d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> Pavão-Pavãozinho/<br />
Cantagalo moram n<strong>as</strong> comunidades e estão ajudan<strong>do</strong> a<br />
acelerar o crescimento <strong>do</strong> nosso povo.<br />
A construção <strong>do</strong> Arco Metropolitano vem sen<strong>do</strong><br />
debatida e desejada pela população e por empresários<br />
há 30 anos. Representa, indiscutivelmente, a principal<br />
intervenção para a melhoria <strong>do</strong> desempenho econômico<br />
de nosso esta<strong>do</strong>. A parceria entre o governa<strong>do</strong>r Sérgio<br />
Cabral e o presidente Lula é o elemento que faltava<br />
para alavancar a obra.<br />
RC: O governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> está renegocian<strong>do</strong> dívid<strong>as</strong> e<br />
já pode captar recursos externos para novos projetos e<br />
obr<strong>as</strong>. Que intervenções estão sen<strong>do</strong> planejad<strong>as</strong>?<br />
Pezão: Conseguimos ampliar a capacidade de<br />
endividamento <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> para R$ 1,5 bilhão e já<br />
podemos buscar fontes de financiamento para investir,<br />
por exemplo, em obr<strong>as</strong> de saneamento e infraestrutura.<br />
Investiremos na construção de delegaci<strong>as</strong><br />
legais e c<strong>as</strong><strong>as</strong> de custódia; na compra de trens, na<br />
pavimentação de estrad<strong>as</strong>, na construção de um centro<br />
de turismo e convenções em Cabo Frio; na urbanização<br />
da orla oceânica de Niterói; em obr<strong>as</strong> de saneamento<br />
para eliminação de língu<strong>as</strong> negr<strong>as</strong> na Praia <strong>do</strong>s Ossos e<br />
na de Geribá, em Búzios, entre tant<strong>as</strong> outr<strong>as</strong>.<br />
RC: Um <strong>do</strong>s desafios <strong>do</strong>s governos hoje é promover o<br />
desenvolvimento com sustentabilidade, e a ampliação<br />
<strong>do</strong>s serviços de saneamento básico é parte desse<br />
objetivo. Quais os planos <strong>do</strong> governo para a área?<br />
Pezão: Investir em saneamento básico é fundamental<br />
para a melhoria da qualidade de vida da população,<br />
porque reduz a incidência de <strong>do</strong>enç<strong>as</strong>. Por isso, o nosso<br />
governo tem aplica<strong>do</strong> uma soma grande de recursos<br />
em obr<strong>as</strong> de infra-estrutura, como implantação e<br />
recuperação de sistem<strong>as</strong> de água e esgoto, além de
entrevista<br />
Foto de divulgação Secretaria Estadual de Obr<strong>as</strong> Pezão; Wagner Victer, presidente da Nova Cedae, Sérgio Cabral e o ministro <strong>do</strong> Meio Ambiente, Carlos Minc, no lançamento <strong>do</strong> emissário da Barra<br />
ANO PASSADO, INAUGURAMOS O SISTEMA COLETOR DE ESGOTO DO<br />
CENTRO DO RIO. O SISTEMA EVITA QUE SEJAM DESPEJADOS POR DIA,<br />
NA BAÍA DE GUANABARA, 85 MILHÕES DE LITROS DE ESGOTO BRUTO<br />
drenagem de ru<strong>as</strong>. Em viagem recente ao Japão, o<br />
governa<strong>do</strong>r Sérgio Cabral obteve da direção <strong>do</strong> Banco<br />
Japonês para a Cooperação Internacional (JBIC) o<br />
compromisso de liberação de um novo financiamento,<br />
no valor de US$ 200 milhões, para dar continuidade<br />
ao Programa de Despoluição da Baía de Guanabara.<br />
O modelo a ser segui<strong>do</strong> é o que recuperou a Baía de<br />
Tóquio, no Japão.<br />
Ano p<strong>as</strong>sa<strong>do</strong>, inauguramos o sistema coletor de esgoto<br />
<strong>do</strong> Centro <strong>do</strong> Rio. O sistema evita que sejam despeja<strong>do</strong>s<br />
por dia, na Baía de Guanabara, 85 milhões de litros<br />
de esgoto bruto. Estamos recuperan<strong>do</strong> o Programa<br />
de Despoluição da Baía de Guanabara e, com isso,<br />
priorizan<strong>do</strong> os investimentos em meio ambiente e<br />
saneamento básico.<br />
14 Construir | Agosto 2008<br />
O esta<strong>do</strong>, em parceria com a União, vai investir<br />
R$ 1,1 bilhão <strong>do</strong> PAC em saneamento básico na<br />
Baixada Fluminense, Região Metropolitana e cidades<br />
<strong>do</strong> interior. Durante muitos anos, os municípios<br />
<strong>do</strong> entorno da capital foram relega<strong>do</strong>s à posição<br />
de cidades-<strong>do</strong>rmitório, com pouco investimento. O<br />
crescimento desordena<strong>do</strong> fez com que muit<strong>as</strong> regiões<br />
tenham hoje índices de distribuição de água abaixo<br />
de 50% d<strong>as</strong> c<strong>as</strong><strong>as</strong> e coleta e tratamento de esgoto<br />
nos mesmos percentuais. É inadmissível que, em<br />
pleno século 21, ainda encontremos situações como<br />
essa. A intenção <strong>do</strong> governo é promover uma grande<br />
transformação nessa área, recuperan<strong>do</strong> a cidadania e<br />
a dignidade de milhares de famíli<strong>as</strong> que sobrevivem de<br />
maneira precária.
Foto de divulgação Secretaria Estadual de Obr<strong>as</strong><br />
OS CAMINHOS DE UM REALIZADOR<br />
Natural <strong>do</strong> município de Piraí, Luiz Fernan<strong>do</strong> de<br />
Souza, conheci<strong>do</strong> como Pezão, é forma<strong>do</strong> em economia e<br />
administração de empres<strong>as</strong>. N<strong>as</strong>ci<strong>do</strong> em 29 de março de<br />
1955, ingressou na vida política na década de 80, quan<strong>do</strong><br />
foi eleito verea<strong>do</strong>r. Exerceu o mandato até 1988 e voltou a<br />
legislar na Câmara Municipal em 1992.<br />
Eleito prefeito em 1996, com 75% <strong>do</strong>s votos váli<strong>do</strong>s,<br />
Pezão transformou a vida de Piraí, localizada a 70<br />
quilômetros da capital fluminense. Ten<strong>do</strong> como meta<br />
a criação de postos de trabalho, principal carência da<br />
população, trabalhou na criação de incentivos para a<br />
atração de empres<strong>as</strong> e, por esse trabalho, recebeu o<br />
Prêmio Mário Cov<strong>as</strong>, concedi<strong>do</strong> pelo Serviço de Apoio às<br />
Micro e Pequen<strong>as</strong> Empres<strong>as</strong> (Sebrae) aos prefeitos que se<br />
personalidade<br />
A GESTÃO DO PEZÃo MUDOU A VIDA DA POPULAÇÃO EM PIRAÍ<br />
destacam como empreende<strong>do</strong>res.<br />
Entre <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> que se instalaram em Piraí estão<br />
a cervejaria Cintra, a indústria de componentes de<br />
computa<strong>do</strong>res IMBP e a fábrica de frald<strong>as</strong> e absorventes<br />
Aloés Aloés. Como prefeito, Pezão ainda aprimorou a<br />
produção agropecuária de forma pioneira, dan<strong>do</strong> incentivos<br />
à piscicultura em tanques n<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> rurais. Reeleito<br />
em 2000, recebeu da população um sinal verde para dar<br />
continuidade a seus projetos: 86,06% <strong>do</strong>s votos váli<strong>do</strong>s.<br />
Com a criação <strong>do</strong> Piraí Digital, programa que gerou em<br />
quatro anos um grande número de postos de trabalho e<br />
acesso irrestrito à internet, Pezão obteve reconhecimento<br />
nacional e internacional. Focan<strong>do</strong> também a educação,<br />
instalou no município a universidade a distância, dan<strong>do</strong> aos<br />
Dilma Rousseff, Pezão e o presidente Lula no lançamento d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> PAC no Rio de Janeiro<br />
15 Construir | Agosto 2008
personalidade<br />
mora<strong>do</strong>res a chance de se graduarem em cursos superiores<br />
sem precisarem se deslocar para outr<strong>as</strong> regiões.<br />
Outr<strong>as</strong> realizações de Pezão foram a criação <strong>do</strong> Centro<br />
de Convivência da Mata <strong>do</strong> Ama<strong>do</strong>r, o Centro de Informações<br />
Turístic<strong>as</strong> e a Feira de Artesãos de Piraí. Presidente da<br />
Associação de Prefeitos <strong>do</strong>s Municípios <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio<br />
de Janeiro (Apremerj) nos perío<strong>do</strong>s 2001-03 e 2003-05, teve<br />
atuação destacada como interlocutor <strong>do</strong>s interesses <strong>do</strong><br />
interior na Assembléia Legislativa e no governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>.<br />
Como prefeito, recebeu os prêmios Unicef (1999);<br />
Fundação Roberto Marinho e Unesco, na área de educação<br />
(2000); Gestão Pública e Cidadania, da Fundação Ford e<br />
Fundação Getúlio Varg<strong>as</strong> (2002); P<strong>as</strong>toral da Criança e Prefeito<br />
Amigo da Criança (2003); Gestão Pública e Cidadania da<br />
Fundação Ford e Fundação Getúlio Varg<strong>as</strong>, pelo projeto Piraí<br />
Digital (2004); Prêmio Latino-Americano de Cidades Digitais<br />
(2004); e o Top Seven Intelligent Communities, que pôs Piraí<br />
entre <strong>as</strong> sete cidades <strong>mais</strong> inteligentes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>.<br />
em família<br />
C<strong>as</strong>a<strong>do</strong> há 15 anos com a advogada Maria Lúcia Horta<br />
Jardim, secretária de Fazenda <strong>do</strong> município de Piraí, Luiz<br />
Fernan<strong>do</strong> Pezão cultiva, no convívio com a família e os<br />
amigos, hábitos simples, adquiri<strong>do</strong>s na cidade <strong>do</strong> interior <strong>do</strong><br />
esta<strong>do</strong> onde n<strong>as</strong>ceu e iniciou a carreira política. Atualmente,<br />
o vice-governa<strong>do</strong>r e secretário estadual de Obr<strong>as</strong> mora no<br />
bairro carioca <strong>do</strong> Leblon com a mulher – que só vem ao Rio<br />
nos fins de semana –, os entea<strong>do</strong>s Eduar<strong>do</strong>, 29 anos, piloto<br />
de avião, Roberto, 27, advoga<strong>do</strong>, e a sobrinha Luiza, 17,<br />
estudante de engenharia. Quan<strong>do</strong> tem uma folga, vai até a<br />
cidade natal, onde, aos <strong>do</strong>mingos, joga sueca com os amigos<br />
em uma padaria <strong>do</strong> Centro. Anteriormente, morava no<br />
Flamengo e freqüentava a padaria, o botequim e o barbeiro<br />
próximos de sua c<strong>as</strong>a. Pezão a<strong>do</strong>ra tomar chope, ouvir um<br />
bom samba e cantar.<br />
O apeli<strong>do</strong> superlativo anexa<strong>do</strong> ao nome o político<br />
recebeu, obviamente, por causa <strong>do</strong> tamanho <strong>do</strong>s sapatos que<br />
usa: número 48. Na c<strong>as</strong>a de Luiz Fernan<strong>do</strong> e Maria Lúcia,<br />
em Piraí, há uma espécie de museu onde são guarda<strong>do</strong>s os<br />
<strong>mais</strong> varia<strong>do</strong>s objetos que o secretário ganha em formato de<br />
pé. Pezão é devoto de São Pidão. Em sua mesa de trabalho<br />
Em outubro de 2007, foi eleito vice-governa<strong>do</strong>r<br />
<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro para o mandato que vai<br />
até 2010. Acumula o cargo de secretário de Obr<strong>as</strong>,<br />
sen<strong>do</strong> responsável pelos principais empreendimentos<br />
<strong>do</strong> governo Sérgio Cabral. Além disso, estão sob sua<br />
responsabilidade a construção <strong>do</strong> Arco Metropolitano <strong>do</strong><br />
Rio de Janeiro e os projetos de urbanização <strong>do</strong> Programa<br />
de Aceleração <strong>do</strong> Crescimento (PAC) nos complexos<br />
<strong>do</strong> Alemão, de Manguinhos, <strong>do</strong> Pavão-Pavãozinho e da<br />
Rocinha, comunidades carentes <strong>do</strong> município <strong>do</strong> Rio de<br />
Janeiro.<br />
Como secretário estadual de Obr<strong>as</strong>, está à frente <strong>do</strong><br />
projeto de duplicação da Estação de Tratamento de Água<br />
<strong>do</strong> Guandu, essencial para a melhoria <strong>do</strong> ab<strong>as</strong>tecimento<br />
de água na Baixada Fluminense, e da implantação<br />
<strong>do</strong> sistema de saneamento na Barra da Tijuca, em<br />
Jacarepaguá e no Recreio <strong>do</strong>s Bandeirantes, que vai<br />
beneficiar aproximadamente um milhão de pesso<strong>as</strong>.<br />
mantém a imagem <strong>do</strong> “santo” dada por uma freira na época<br />
em que foi prefeito da cidade fluminense. Quan<strong>do</strong> vai a<br />
Br<strong>as</strong>ília ou tem algum encontro de negócios para tentar<br />
obter recursos para o esta<strong>do</strong>, São Pidão o acompanha, no<br />
bolso. Segun<strong>do</strong> o secretário de Obr<strong>as</strong>, o santo nunca falhou.<br />
Por isso Pezão presenteou o governa<strong>do</strong>r Sérgio Cabral com<br />
uma imagem exatamente igual.<br />
Pezão com a mulher Maria Lúcia
17 Construir | Agosto 2008
Foto: Fernanda Almeida<br />
infra-estrutura<br />
<strong>ASSOCIADAS</strong> DA AEERJ:<br />
OS BRAÇOS EXECUTORES DO PAC NO RIO<br />
18 Construir | Agosto 2008<br />
Pezão e Ícaro Moreno Júnior, presidente da Emop, visitam a obra em Manguinhos em abril de 2008<br />
ALTA COMPLEXIDADE DAS OBRAS É DESAFIO PARA AS EMPRESAS<br />
As maiores e <strong>mais</strong> importantes obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> Plano de<br />
Aceleração <strong>do</strong> Crescimento (PAC) <strong>do</strong> governo federal<br />
gerenciad<strong>as</strong> pelo governo <strong>do</strong> Rio de Janeiro estão sen<strong>do</strong><br />
executad<strong>as</strong> por empres<strong>as</strong> de engenharia <strong>as</strong>sociad<strong>as</strong><br />
à AEERJ, unid<strong>as</strong> em consórcios. Sob a liderança da<br />
Construtora Andrade Gutierrez, Carioca Christiani-<br />
Nielsen Engenharia, Delta Construções, Construtora<br />
Norberto Odebrecht, Construtora OAS e Construtora<br />
Queiroz Galvão, estão previst<strong>as</strong> intervenções de<br />
urbanização em três grandes comunidades carentes<br />
– Manguinhos, Alemão e Rocinha – e construção de<br />
quatro lotes <strong>do</strong> Arco Metropolitano, obra que criará<br />
ligação ro<strong>do</strong>viária entre Itaboraí e o Porto de Itaguaí.<br />
As obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> PAC <strong>do</strong>tarão ess<strong>as</strong> comunidades com<br />
infra-estrutura e equipamentos que permitirão a<br />
implantação de transporte, lazer, cultura e educação.<br />
Além de levar até el<strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> capazes de<br />
fazer baixarem os índices de violência urbana e de<br />
desigualdade social e de melhorar a qualidade de vida<br />
de cerca de 260 mil pesso<strong>as</strong>.<br />
O Arco Metropolitano <strong>do</strong> Rio de Janeiro, cuja<br />
construção começou em junho, será uma via de promoção<br />
de desenvolvimento no esta<strong>do</strong>, ligan<strong>do</strong> os municípios<br />
de Itaboraí e Itaguaí. Para que <strong>as</strong> regiões <strong>do</strong> entorno
evitem o crescimento desordena<strong>do</strong> e a favelização, a<br />
Secretaria Estadual de Obr<strong>as</strong> abrirá, em breve, licitação<br />
para contratação <strong>do</strong> Plano Diretor Estratégico <strong>do</strong> Arco<br />
Metropolitano. Trata-se de projeto que deverá nortear<br />
<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> e <strong>as</strong> polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> na região e que contará<br />
com recursos provenientes <strong>do</strong> Banco Interamericano de<br />
Desenvolvimento (BID).<br />
Foto: Fernanda Almeida<br />
Na Rocinha, 120 mil beneficia<strong>do</strong>s<br />
Na Rocinha, comunidade localizada em São Conra<strong>do</strong>,<br />
na Zona Sul <strong>do</strong> Rio, <strong>as</strong> intervenções <strong>do</strong> PAC estão sen<strong>do</strong><br />
realizad<strong>as</strong>, desde abril, pelo consórcio lidera<strong>do</strong> por Queiroz<br />
Galvão com <strong>as</strong> empres<strong>as</strong> Caenge e Carioca. Segun<strong>do</strong><br />
o gerente de contrato <strong>do</strong> consórcio, Marcello Aguiar da<br />
Cruz, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> vêm sen<strong>do</strong> executad<strong>as</strong> com 90% da mãode-obra<br />
recrutada na própria localidade e a previsão é de<br />
que estejam concluíd<strong>as</strong> em agosto de 2010.<br />
Com população estimada em 120 mil habitantes, a<br />
região ganhará benfeitori<strong>as</strong> que incluem a construção<br />
de creche Modelo, Centro Integra<strong>do</strong> de Atenção à Saúde,<br />
Centro de Integração em área próxima à auto-estrada<br />
Lagoa-Barra, que ganhará nova p<strong>as</strong>sarela para ligar a<br />
comunidade ao Centro, Centro de Convivência Cultura<br />
e Cidadania e 216 nov<strong>as</strong> unidades habitacionais. Além<br />
dess<strong>as</strong> construções, serão realizad<strong>as</strong> reform<strong>as</strong> em divers<strong>as</strong><br />
moradi<strong>as</strong>, acrescid<strong>as</strong> de serviços de infra-estrutura.<br />
“O projeto é muito bom e trará diversos benefícios<br />
para a comunidade, m<strong>as</strong> também é um desafio,<br />
levan<strong>do</strong>-se em conta sua complexidade”, avalia Cruz.<br />
“Enfrentaremos dificuldades quanto ao acesso de<br />
materiais e equipamentos aos locais da intervenção e<br />
quanto à implantação de canteiros secundários para<br />
atendimento da obra, já que <strong>as</strong> frentes de trabalho estão<br />
distribuíd<strong>as</strong> em vários pontos da comunidade. M<strong>as</strong>, no<br />
final, os milhares de mora<strong>do</strong>res da Rocinha poderão<br />
desfrutar de tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> benfeitori<strong>as</strong>.”<br />
Intervenções em Manguinhos<br />
O consórcio lidera<strong>do</strong> pela Andrade Gutierrez,<br />
composto pel<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> Camter e EIT, é o responsável<br />
pela execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> em Manguinhos. Segun<strong>do</strong> o<br />
gerente de contrato <strong>do</strong> consórcio, Celestino Villari, <strong>as</strong><br />
intervenções tiveram início em abril e o término está<br />
previsto para março de 2010. Dos 1.100 funcionários<br />
contrata<strong>do</strong>s, 55% são mora<strong>do</strong>res da comunidade.<br />
As obr<strong>as</strong> serão realizad<strong>as</strong> numa área de 490 mil<br />
m², atenden<strong>do</strong> a uma população estimada em 45 mil<br />
habitantes. Entre <strong>as</strong> intervenções previst<strong>as</strong> estão a<br />
construção da via férrea, de um viaduto, da estação<br />
intermodal, de um pátio coberto de acesso à plataforma de<br />
embarque, de uma plataforma de acesso com bilheteri<strong>as</strong><br />
e sanitários e da plataforma de embarque, com área<br />
destinada à instalação de comércio e serviços.<br />
Para garantir <strong>mais</strong> qualidade de vida aos<br />
mora<strong>do</strong>res, o projeto contará com ciclovia, anfiteatro,<br />
comércio popular com quiosques para alimentação<br />
e boxes para comércio e serviços. Além de 1.774<br />
nov<strong>as</strong> unidades habitacionais e reform<strong>as</strong> em outr<strong>as</strong><br />
350, <strong>mais</strong> equipamento para lazer infanto-juvenil e<br />
estacionamento. O Centro Esportivo será composto<br />
por campo com grama sintética, quadra poliesportiva<br />
coberta e descoberta, piscina, pist<strong>as</strong> de skate e<br />
edificações de apoio, com vestiários.<br />
“O maior desafio em uma empreitada dessa<br />
complexidade é a execução <strong>do</strong>s serviços com a menor<br />
interferência possível no dia-a-dia d<strong>as</strong> comunidades<br />
e no trânsito, além da utilização <strong>do</strong> maior número de<br />
trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> local”, explica Villari.<br />
Até 2010, a comunidade contará com diversos centros<br />
comunitários, entre eles: de Serviços, Sociocultural, de<br />
Referência da Juventude, Escola de Ensino Médio de<br />
Referência, Escola de Ensino Médio, Escola Técnica<br />
Profissionalizante e Ambulatório de Especialidades.<br />
A obra n<strong>as</strong> nov<strong>as</strong> unidades habitacionais da Rocinha<br />
19 Construir | Agosto 2008
Foto: Fernanda Almeida<br />
infra-estrutura<br />
Obra em Manguinhos: muit<strong>as</strong> mulheres trabalham no PAC<br />
20 Construir | Agosto 2008<br />
Teleférico <strong>do</strong> Alemão transportará 30 mil<br />
No Complexo <strong>do</strong> Alemão, a área de intervenção <strong>do</strong><br />
PAC é qu<strong>as</strong>e quatro vezes maior que a de Manguinhos,<br />
favorecen<strong>do</strong> 95 mil mora<strong>do</strong>res. As obr<strong>as</strong>, a cargo <strong>do</strong><br />
consórcio lidera<strong>do</strong> por Norberto Odebrecht e forma<strong>do</strong><br />
pel<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> Delta e OAS, tiveram início em abril<br />
deste ano e estão previst<strong>as</strong> para terminar em setembro<br />
de 2011. Para <strong>as</strong> intervenções, serão contrata<strong>do</strong>s 1.800<br />
operários, a maioria mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> local.<br />
O complexo contará com teleférico para transporte<br />
de 30 mil p<strong>as</strong>sageiros por dia, 2.620 nov<strong>as</strong> unidades<br />
habitacionais e reforma em outr<strong>as</strong> quatro mil. A<br />
comunidade terá também Centro de Apoio Psiquiátrico,<br />
de Referência da Juventude, de Atendimento Jurídico,<br />
de Serviços, Integra<strong>do</strong> de Atenção à Saúde, Escola de<br />
Ensino Médio de Referência, Escola de Ensino Técnico<br />
Profissionalizante, Escola de Ensino Médio, Biblioteca,<br />
Escola de Música.<br />
Situada na Zona Norte, a comunidade receberá<br />
intervenções de saneamento básico, redes de drenagem<br />
pluvial, contende<strong>do</strong>res para coleta de lixo, 486 postes<br />
de iluminação pública e sistem<strong>as</strong> viários num total<br />
de 44.470 metros. “Intervenções em áre<strong>as</strong> carentes<br />
são por natureza complex<strong>as</strong>. No c<strong>as</strong>o específico <strong>do</strong><br />
Alemão, <strong>as</strong> dificuldades se potencializam por causa da<br />
abrangência e profundidade <strong>do</strong> projeto”, explica Marcos<br />
Vidigal <strong>do</strong> Amaral, diretor de contrato <strong>do</strong> consórcio.<br />
Segun<strong>do</strong> Amaral, uma d<strong>as</strong> dificuldades para a<br />
execução d<strong>as</strong> intervenções reside n<strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> <strong>do</strong><br />
agente rep<strong>as</strong>sa<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s recursos, a Caixa Econômica<br />
Federal. “Algum<strong>as</strong> dess<strong>as</strong> exigênci<strong>as</strong> só podem ser<br />
atendid<strong>as</strong> através de órgãos municipais, o que torna<br />
os processos burocráticos”, diz Amaral.<br />
NO COMPLEXO DO ALEMÃO, A ÁREA DE INTERVENÇÃO DO<br />
PAC É QUASE QUATRO VEZES MAIOR QUE A DE MANGUINHOS,<br />
FAVORECENDO 95 MIL MORADORES
OBRAS DO TRECHO DE 70,9 KM DO ARCO TERMINAM EM 2010<br />
O governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> é responsável pela construção<br />
de trecho <strong>do</strong> Arco Metropolitano na BR-393/RJ-109, com<br />
70,9km de extensão, dividi<strong>do</strong> em quatro lotes de obr<strong>as</strong>. O<br />
consórcio, composto por Odebrecht e Andrade Gutierrez,<br />
está construin<strong>do</strong> o Lote 1, que vai <strong>do</strong> Km 48,5 ao Km 63,<br />
com extensão de 14,5km. O Lote 2 – Km 63 ao Km 82,6 –,<br />
com 19,6km, está a cargo <strong>do</strong> consórcio Carioca e Queiroz<br />
Galvão. Já o consórcio cria<strong>do</strong> por OAS e Camargo Corrêa<br />
constrói o Lote 3, que começa no Km 82,6 e termina no Km<br />
99,5, com extensão de 16,9km. As obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> Lote 4, que vai<br />
<strong>do</strong> Km 99,5 ao Km 119,4, com 19,9km, serão executad<strong>as</strong><br />
pelo consórcio Delta e Oriente.<br />
No total, o Arco Metropolitano terá 145 quilômetros,<br />
dividi<strong>do</strong>s em quatro segmentos. O primeiro vai<br />
<strong>do</strong> entroncamento da BR-101, em Manilha, ao<br />
entroncamento com a BR-116, em Santa Guilhermina,<br />
e será duplica<strong>do</strong> pelo Departamento Nacional de Infra-<br />
Estrutura de Transportes (DNIT). O segun<strong>do</strong>, já pronto,<br />
é de responsabilidade da concessionária e compreende<br />
trecho da BR-116, com 22km, que vai <strong>do</strong> entroncamento<br />
com a BR-040 em Saracuruna, Duque de Caxi<strong>as</strong>, ao<br />
entroncamento com a BR-493, em Santa Guilhermina.<br />
Trecho de 14,5km consumirá 112 mil tonelad<strong>as</strong> de <strong>as</strong>falto<br />
Mário Almeida, gerente operacional <strong>do</strong> consórcio<br />
lidera<strong>do</strong> pela Norberto Odebrecht, responsável pela<br />
execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> no primeiro lote <strong>do</strong> Arco, fala com<br />
entusi<strong>as</strong>mo d<strong>as</strong> intervenções: “Uma grande quantidade<br />
de empres<strong>as</strong> deve se instalar ao longo <strong>do</strong> trecho depois<br />
da conclusão <strong>do</strong>s serviços. E está em f<strong>as</strong>e de elaboração<br />
o projeto de um grande centro empresarial na região”.<br />
As obr<strong>as</strong> nesse trecho, que englobam to<strong>do</strong> o<br />
município de Duque de Caxi<strong>as</strong> até a divisa com a<br />
cidade de Nova Iguaçu, tiveram início em junho e estão<br />
previst<strong>as</strong> para terminar em 2010. Os serviços vão gerar<br />
700 empregos diretos e <strong>mais</strong> mil indiretos, sen<strong>do</strong> 90%
Foto de divulgação<br />
infra-estrutura<br />
<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res contrata<strong>do</strong>s n<strong>as</strong> regiões beneficiad<strong>as</strong>.<br />
As intervenções incluem drenagem, terraplenagem,<br />
pavimentação e obr<strong>as</strong> de arte especiais, totalizan<strong>do</strong> cinco<br />
viadutos e oito pontes, du<strong>as</strong> em balanço sucessivo e seis<br />
p<strong>as</strong>sagens inferiores. A quantidade de <strong>as</strong>falto utilizada<br />
n<strong>as</strong> intervenções chegará a 112 mil tonelad<strong>as</strong>.<br />
Almeida explica que <strong>as</strong> maiores dificuldades enfrentad<strong>as</strong><br />
pel<strong>as</strong> empres<strong>as</strong> são <strong>as</strong> desapropriações, normalmente<br />
lent<strong>as</strong>. M<strong>as</strong> está otimista: “O DER nos informou que está<br />
toman<strong>do</strong> tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> providênci<strong>as</strong> para que esses processos<br />
não causem atr<strong>as</strong>os no cronograma”.<br />
No Lote 2 serão 13 viadutos e seis pontes<br />
Responsável pela execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> segun<strong>do</strong><br />
lote <strong>do</strong> Arco, o consórcio lidera<strong>do</strong> pela Carioca já deu<br />
início às intervenções. A empresa realizará, em 730 di<strong>as</strong><br />
corri<strong>do</strong>s, serviços de terraplenagem, pavimentação,<br />
obr<strong>as</strong> de arte, drenagem e comple-mentares. Para a<br />
execução d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>, será utiliza<strong>do</strong> um efetivo de cerca<br />
de 700 trabalha<strong>do</strong>res, 90% recruta<strong>do</strong>s n<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> vizinh<strong>as</strong><br />
ao local de trabalho, priorizan<strong>do</strong> os <strong>do</strong>s municípios de<br />
Nova Iguaçu, Queima<strong>do</strong>s e Japeri.<br />
Segun<strong>do</strong> Roberto Vairo, gerente de contrato <strong>do</strong><br />
consórcio, <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> terão volume de terraplenagem de<br />
22 Construir | Agosto 2008<br />
Mapa <strong>do</strong> Arco Metropolitano<br />
6.500 mil metros, área de pavimentação de 600 mil metros<br />
e um consumo total de 132 mil tonelad<strong>as</strong> de CBUQ (<strong>as</strong>falto).<br />
“As seis pontes e os 13 viadutos a serem construí<strong>do</strong>s terão<br />
área de tabuleiro de 16 mil e 830 metros”, enumera.<br />
“Nossos principais desafios ness<strong>as</strong> intervenções<br />
estão relaciona<strong>do</strong>s à complexidade técnica da construção<br />
da estrada sobre terrenos de baixa resistência e à<br />
construção de pontes e viadutos em áre<strong>as</strong> densamente<br />
habitad<strong>as</strong>. Esta interface com <strong>as</strong> construções existentes<br />
torna necessária a criação de procedimentos que<br />
diminuam os impactos decorrentes da construção da<br />
ro<strong>do</strong>via”, analisa Vairo.<br />
Lote 3 terá 26 obr<strong>as</strong> de arte especiais<br />
O consórcio lidera<strong>do</strong> pela OAS iniciou em junho <strong>as</strong><br />
obr<strong>as</strong> de construção <strong>do</strong> Lote 3 <strong>do</strong> Arco Metropolitano, cujo<br />
término está previsto para junho de 2010. A implantação<br />
de ro<strong>do</strong>via de du<strong>as</strong> pist<strong>as</strong>, com du<strong>as</strong> faix<strong>as</strong> de rolamento<br />
separad<strong>as</strong> por canteiro central, com pavimentação em<br />
concreto e/ou <strong>as</strong>falto, intervalad<strong>as</strong> por divers<strong>as</strong> pontes ou<br />
viadutos, será constituída de 26 obr<strong>as</strong> de arte especiais,<br />
dividid<strong>as</strong> entre pontes, viadutos e p<strong>as</strong>sagens inferiores de<br />
interligação de vi<strong>as</strong> secundári<strong>as</strong> existentes.<br />
O trecho, com extensão de 16,9km, que começa no
quilômetro 82,6 e termina no quilômetro 99,5, será<br />
contempla<strong>do</strong> com sistem<strong>as</strong> de drenagem e área<br />
de pavimentação será contempla<strong>do</strong> com sistem<strong>as</strong><br />
de drenagem e área de pavimentação. Para ess<strong>as</strong><br />
obr<strong>as</strong>, a empresa vai gerar em média 600 empregos<br />
diretos, poden<strong>do</strong> chegar, em momentos de pico, a<br />
800 e 1.100. A expectativa é de que a maior parte<br />
dessa mão-de-obra seja contratada no entorno d<strong>as</strong><br />
intervenções, segun<strong>do</strong> Marcelo Costa, gerente de<br />
contrato da OAS.<br />
Costa explica que os maiores desafios <strong>do</strong><br />
consórcio são de ordem logística. “A maior parte da<br />
região não é <strong>do</strong>tada de intervenções urbanístic<strong>as</strong>.<br />
Por isso, é necessário realizar planejamento<br />
detalha<strong>do</strong> de implantação de acessos provisórios às<br />
frentes de terraplenagem e obr<strong>as</strong> de arte especiais,<br />
dentro de to<strong>do</strong>s os condicionantes pertinentes ao<br />
EIA-RIMA (Estu<strong>do</strong> de Impacto Ambiental).”<br />
AS OBRAS, QUE TIVERAM<br />
INÍCIO EM JULHO,<br />
ESTÃO PREVISTAS PARA<br />
TERMINAR EM 2010<br />
No Lote 4, um milhão de quilos de aço<br />
Rodrigo Vieira Moura, engenheiro líder de<br />
contrato da Delta, empresa que lidera o consórcio<br />
responsável pela construção <strong>do</strong> Lote 4, conta que<br />
<strong>as</strong> intervenções prevêem aproximadamente 4,8<br />
milhões de metros de terraplenagem, construção<br />
de seis p<strong>as</strong>sagens inferiores, três viadutos e uma<br />
ponte, 600 mil metros de área de sub-leito de<br />
<strong>as</strong>falto, 112 mil tonelad<strong>as</strong> de CBUQ e cerca de 100<br />
mil metros lineares de drenagem.<br />
As obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> trecho de 19,9km, que vai <strong>do</strong><br />
quilômetro 99,5 ao 119,4, tiveram início em julho e<br />
estão previst<strong>as</strong> para terminar em 2010. Empregarão<br />
500 pesso<strong>as</strong> diretamente, sen<strong>do</strong> 95% recrutad<strong>as</strong><br />
no entorno d<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> de intervenção. Para <strong>as</strong><br />
construções, a empresa prevê a utilização de 6,5<br />
tonelad<strong>as</strong> de cimento <strong>as</strong>fáltico, 175 mil m de brita<br />
graduada e um milhão de quilos de aço. “Temos<br />
concentra<strong>do</strong> esforços para que ess<strong>as</strong> intervenções<br />
sejam realizad<strong>as</strong> nos prazos permiti<strong>do</strong>s, com<br />
qualidade e competência”, diz Moura.
histórico<br />
UMA VITÓRIA<br />
PARA O RIO<br />
O início d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> Arco Metropolitano, oficializa<strong>do</strong><br />
em cerimônia com <strong>as</strong> presenç<strong>as</strong> <strong>do</strong> presidente Luiz<br />
Inácio Lula da Silva e <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>r Sérgio Cabral, é<br />
um evento que comprova a tenacidade d<strong>as</strong> lideranç<strong>as</strong><br />
empresariais fluminenses.<br />
A idéia <strong>do</strong> Arco Metropolitano se tornou uma<br />
prioridade para o Sistema Firjan desde mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s<br />
anos 90, quan<strong>do</strong> nosso Conselho Empresarial de Infra-<br />
Estrutura demonstrou a importância econômica e social<br />
desse eixo de desenvolvimento.<br />
O trabalho <strong>do</strong> conselho, lidera<strong>do</strong> por seu presidente,<br />
João Lagoeiro Barbará, teve continuidade na incansável<br />
disposição <strong>do</strong>s nossos empresários e na capacidade de<br />
nossa equipe técnica de sustentar, através <strong>do</strong>s anos, o<br />
debate em torno da necessidade de realizar a grande obra.<br />
O projeto foi trata<strong>do</strong> em um estu<strong>do</strong> encomenda<strong>do</strong> pela<br />
Firjan, em 1997, a Eliezer Batista, um <strong>do</strong>s br<strong>as</strong>ileiros<br />
que <strong>mais</strong> contribuíram para que nosso país ganh<strong>as</strong>se<br />
condições de competitividade no cenário internacional.<br />
Em 2002, o Arco foi destaque no estu<strong>do</strong> Rio de Janeiro,<br />
um esta<strong>do</strong> de logística.<br />
Finalmente, em 2006, o Arco figurou como uma<br />
d<strong>as</strong> iniciativ<strong>as</strong> estratégic<strong>as</strong> previst<strong>as</strong> no Mapa <strong>do</strong><br />
Desenvolvimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, um<br />
planejamento de ações coordena<strong>do</strong> pela Firjan que<br />
contou com a participação de <strong>mais</strong> de mil pesso<strong>as</strong> em<br />
sua elaboração, entre empresários e personalidades de<br />
vários setores da sociedade.<br />
O Arco Metropolitano foi sempre descrito pelo<br />
24 Construir | Agosto 2008<br />
por Eduar<strong>do</strong> Eugenio Gouvêa Vieira<br />
presidente <strong>do</strong> Sistema Firjan<br />
Eduar<strong>do</strong> Eugenio Gouvêa Vieira<br />
Sistema Firjan como uma prioridade não só para o Rio<br />
de Janeiro, m<strong>as</strong> para to<strong>do</strong> o Br<strong>as</strong>il. É um eixo que torna<br />
o fluxo de merca<strong>do</strong>ri<strong>as</strong> <strong>mais</strong> eficiente entre <strong>as</strong> vári<strong>as</strong><br />
regiões <strong>do</strong> país, diminuin<strong>do</strong> o tráfego no gargalo em que<br />
se transformou a ponte Rio-Niterói e a Avenida Br<strong>as</strong>il.<br />
Ao mesmo tempo, propicia acesso eficiente ao Porto de<br />
Itaguaí, o terminal marítimo de águ<strong>as</strong> profund<strong>as</strong> que<br />
projeta o comércio exterior br<strong>as</strong>ileiro no século 21.<br />
Há <strong>mais</strong> de uma década, ao apresentar a proposta<br />
<strong>do</strong> Arco Metropolitano, o Sistema Firjan fez uso de sua<br />
capacidade de reflexão e formulação de idéi<strong>as</strong> para<br />
sustentar que o projeto seria o indutor de vultosos<br />
investimentos na Baixada Fluminense e nos de<strong>mais</strong><br />
municípios <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, com impacto no resto <strong>do</strong> país.<br />
Hoje, com a obra ainda no início, ess<strong>as</strong> previsões já estão<br />
se tornan<strong>do</strong> realidade.<br />
Entre os investimentos confirma<strong>do</strong>s na sua área<br />
de influência, estão o Complexo Petroquímico <strong>do</strong> Rio<br />
de Janeiro (Comperj), nos municípios de Itaboraí e<br />
São Gonçalo, e o pólo siderúrgico da Baía de Sepetiba.<br />
Situa<strong>do</strong>s nos <strong>do</strong>is extremos <strong>do</strong> Arco, ess<strong>as</strong> grandes<br />
iniciativ<strong>as</strong> têm o potencial de estimular uma formidável<br />
expansão industrial na chamada retroárea <strong>do</strong> Porto de<br />
Itaguaí, o que mudará radicalmente a vida de <strong>mais</strong> de<br />
quatro milhões de pesso<strong>as</strong> que hoje vivem em uma d<strong>as</strong><br />
áre<strong>as</strong> <strong>mais</strong> carentes <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />
Sem dúvida, este será um novo eixo <strong>do</strong> desenvolvimento<br />
econômico br<strong>as</strong>ileiro, funcionan<strong>do</strong> como poderoso<br />
instrumento de inclusão social.
Foto: Fernanda Almeida<br />
futuro<br />
Complexo da Penha, Jacarezinho, Kelson, Mangueira,<br />
Borel, Coroa, Andaraí e Chapéu Mangueira são <strong>as</strong><br />
próxim<strong>as</strong> comunidades <strong>do</strong> Rio que ganharão obr<strong>as</strong> de<br />
infra-estrutura e urbanização. As obr<strong>as</strong> seguirão o<br />
modelo d<strong>as</strong> <strong>do</strong> Programa de Aceleração <strong>do</strong> Crescimento<br />
(PAC), em andamento nos complexos <strong>do</strong> Alemão,<br />
Manguinhos, Pavão-Pavãozinho e Rocinha. Entre <strong>as</strong><br />
obr<strong>as</strong>, orçad<strong>as</strong> em cerca de R$ 1,2 bilhão, está prevista<br />
a implantação de <strong>do</strong>is teleféricos, um no complexo da<br />
Penha e outro na Mangueira.<br />
Segun<strong>do</strong> a Secretaria Estadual de Obr<strong>as</strong>, os<br />
primeiros projetos dessa segunda etapa, denominada<br />
PAC 2, já foram finaliza<strong>do</strong>s e apresenta<strong>do</strong>s ao presidente<br />
Luiz Inácio Lula da Silva durante a solenidade de início<br />
d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> <strong>do</strong> Arco Metropolitano <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />
Na oc<strong>as</strong>ião, o governa<strong>do</strong>r Sérgio Cabral afirmou: “O<br />
presidente Lula já disse e repetiu: quem tem projetos<br />
sai na frente. Fomos os primeiros <strong>do</strong> país a apresentar<br />
projetos, destina<strong>do</strong>s aos complexos de Manguinhos,<br />
Alemão, Pavão-Pavãozinho e Rocinha. Fomos os<br />
primeiros a <strong>as</strong>sinar os contratos e os primeiros a dar<br />
início às obr<strong>as</strong>. Certamente, estaremos com projetos<br />
prontos para beneficiar nov<strong>as</strong> comunidades”.<br />
Ícaro Moreno Júnior, presidente da Empresa de<br />
Obr<strong>as</strong> Públic<strong>as</strong> (Emop), responsável pela elaboração<br />
<strong>do</strong>s novos projetos de reurbanização de comunidades<br />
26 Construir | Agosto 2008<br />
SEGUNDA ETAPA DO PAC BENEFICIARÁ<br />
OITO COMUNIDADES NO RIO<br />
OBRAS ESTÃO ORÇADAS EM R$ 1,2 BILHÃO<br />
carentes <strong>do</strong> Rio, lembra que <strong>as</strong> favel<strong>as</strong> também<br />
receberão obr<strong>as</strong> de infra-estrutura, como tratamento<br />
de lixo, água e esgoto e drenagem: “No Borel, vamos<br />
resolver um problema muito sério de drenagem <strong>do</strong> Rio<br />
Maracanã, que perdura há anos, e na Mangueira estão<br />
previstos a implantação de rede de esgoto e novos<br />
acessos à comunidade, na Rua Visconde de Niterói.<br />
Não haveria senti<strong>do</strong> entrar ness<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> e não resolver<br />
<strong>as</strong> questões de infra-estrutura”.<br />
De acor<strong>do</strong> com o presidente da Emop, o teleférico da<br />
Mangueira terá três estações, e o da Penha, cinco. “O<br />
teleférico p<strong>as</strong>sará pelo Parque Ari Barroso e se integrará<br />
ao <strong>do</strong> Complexo <strong>do</strong> Alemão, através <strong>do</strong> Parque da Serra<br />
da Misericórdia”, detalha.<br />
A segunda etapa <strong>do</strong> programa continuará cad<strong>as</strong>tran<strong>do</strong><br />
mora<strong>do</strong>res d<strong>as</strong> comunidades para trabalhar n<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.<br />
O treinamento de mão-de-obra, através <strong>do</strong> Programa<br />
Canteiro-Escola, também será manti<strong>do</strong>. “A capacitação e<br />
geração de empregos é uma vertente muito forte <strong>do</strong> PAC”,<br />
diz Ícaro. “Não estamos apen<strong>as</strong> geran<strong>do</strong> oportunidades,<br />
m<strong>as</strong> motivan<strong>do</strong> a comunidade. Eles estão empolga<strong>do</strong>s<br />
para executar <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> com qualidade e isto tem trazi<strong>do</strong><br />
resulta<strong>do</strong>s expressivos. Considero que a permanente<br />
geração de empregos, para acabar com esse desequilíbrio<br />
de oportunidades que est<strong>as</strong> comunidades sofrem hoje, é<br />
o grande diferencial <strong>do</strong> PAC.”
EDIFICAÇÃO SANEAMENTO URBANIZAÇÃO<br />
Empresa certificada com v<strong>as</strong>ta experiência no merca<strong>do</strong> construin<strong>do</strong> com qualidade, produtividade e sustentabilidade<br />
RUA SÃO JOSÉ, 90 SALAS 2101/2103 . CENTRO . RIO DE JANEIRO . RJ . CEP 20010.020<br />
FONE/FAX: (21)2544.9503 . ARKHE@ARKHEENGENHARIA.COM.BR
Foto: Fernanda Almeida<br />
polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong><br />
O Rio de Janeiro prepara um <strong>do</strong>cumento que servirá<br />
de b<strong>as</strong>e para a implantação de polític<strong>as</strong> públic<strong>as</strong> na área<br />
de influência <strong>do</strong> Arco Metropolitano. Os 21 municípios<br />
que sofrerão alterações urbanístic<strong>as</strong>, econômic<strong>as</strong> e<br />
ambientais por conta da obra poderão contar com esta<br />
cartilha, que auxiliará no desenvolvimento e evitará o<br />
crescimento desordena<strong>do</strong> no entorno da via.<br />
Chama<strong>do</strong> de Plano Diretor Estratégico <strong>do</strong> Arco<br />
Metropolitano, o projeto, orça<strong>do</strong> em US$ 1,2 milhão<br />
(aproximadamente R$ 2,1 milhões), será elabora<strong>do</strong> com<br />
recursos <strong>do</strong> Banco Interamericano de Desenvolvimento<br />
(BID). O edital para o processo licitatório de contratação<br />
da empresa que vai elaborar o Plano está sen<strong>do</strong> prepara<strong>do</strong><br />
por técnicos da Secretaria de Obr<strong>as</strong> e já está em f<strong>as</strong>e de<br />
conclusão.<br />
Segun<strong>do</strong> o subsecretário de Projetos de Urbanismo<br />
Regional e Metropolitano da Secretaria Estadual de<br />
Obr<strong>as</strong>, Vicente Loureiro, esse será o primeiro grande<br />
<strong>do</strong>cumento <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> para regular <strong>as</strong> futur<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>.<br />
Dividi<strong>do</strong> em quatro áre<strong>as</strong> de abrangência – urbanística,<br />
econômica, ambiental e de gestão –, o Plano Diretor visa<br />
avaliar os impactos <strong>do</strong> empreendimento, dar sugestões<br />
para compensar problem<strong>as</strong> e permitir o acompanhamento<br />
da obra, garantin<strong>do</strong> a correção de met<strong>as</strong>.<br />
28 Construir | Agosto 2008<br />
O subsecretário Vicente Loureiro aponta o Arco no mapa<br />
PLANO DIRETOR NORTEARÁ POLÍTICAS PÚBLICAS<br />
NA ÁREA DO ARCO METROPOLITANO<br />
PROJETO SERÁ ELABORADO COM RECURSOS DO BID<br />
“Estamos seguin<strong>do</strong> <strong>as</strong> determinações <strong>do</strong> secretário<br />
de Obr<strong>as</strong>, Luiz Fernan<strong>do</strong> Pezão, de que é necessário criar<br />
um <strong>do</strong>cumento que não seja apen<strong>as</strong> teórico. O Plano<br />
Diretor precisa ser prático e p<strong>as</strong>sível de ser aplica<strong>do</strong> em<br />
qualquer parte <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. Essa será a cartilha que o Rio<br />
de Janeiro seguirá em su<strong>as</strong> futur<strong>as</strong> obr<strong>as</strong>”, frisa Vicente<br />
Loureiro.<br />
Alguns problem<strong>as</strong> chamam a atenção <strong>do</strong>s técnicos<br />
que elaboram o edital. Além d<strong>as</strong> questões de infraestrutura,<br />
como distribuição de água e coleta de esgoto,<br />
e d<strong>as</strong> questões econômic<strong>as</strong>, como a definição da<br />
capacitação necessária em cada região de acor<strong>do</strong> com <strong>as</strong><br />
empres<strong>as</strong> que irão se instalar, a gestão pública tem si<strong>do</strong><br />
a maior preocupação. A superposição <strong>do</strong>s serviços e <strong>do</strong>s<br />
impostos acaba se tornan<strong>do</strong> um entrave na atração de<br />
novos empreendimentos, já que os gestores não sabem a<br />
que legislação atender. A discussão em tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> esfer<strong>as</strong><br />
de governo e a definição de uma ação abrangente, m<strong>as</strong><br />
coordenada, estão sen<strong>do</strong> apontad<strong>as</strong> como a grande<br />
vitória <strong>do</strong> Plano.<br />
“Sabemos d<strong>as</strong> dificuldades que encontraremos,<br />
principalmente nessa área de gestão pública, m<strong>as</strong><br />
estamos buscan<strong>do</strong> entendimento com to<strong>do</strong>s os órgãos,<br />
a fim de garantir o desenvolvimento <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> e a
melhoria da qualidade de vida da população. De mãos<br />
dad<strong>as</strong> construiremos um novo esta<strong>do</strong>, muito melhor para<br />
to<strong>do</strong>s. Esse Plano vai ser o nortea<strong>do</strong>r dess<strong>as</strong> conquist<strong>as</strong><br />
para to<strong>do</strong>s os municípios fluminenses”, resume Vicente<br />
Loureiro.<br />
Rio Metrópole – Vicente Loureiro lembra que, tão<br />
logo o Plano Diretor esteja pronto, o esta<strong>do</strong> enviará uma<br />
carta-consulta ao BID, solicitan<strong>do</strong> US$ 540 milhões<br />
(cerca de R$ 970 milhões) para obr<strong>as</strong> de saneamento<br />
básico na Região Metropolitana, programa batiza<strong>do</strong> de<br />
Rio Metrópole. As intervenções atenderão a bairros de<br />
municípios da Baixada Fluminense e da chamada Região<br />
Leste Fluminense, que vai de Niterói a Itaboraí.<br />
“Com o Programa Nova Baixada, encerra<strong>do</strong> no último<br />
ano, após <strong>mais</strong> de uma década de obr<strong>as</strong> em vários<br />
bairros da região, o Rio mostrou que <strong>as</strong> intervenções<br />
podem ser feit<strong>as</strong>. A Região Metropolitana sofre com<br />
a falta de infra-estrutura e acreditamos que esse é<br />
o caminho para se levar <strong>mais</strong> qualidade de vida aos<br />
mora<strong>do</strong>res”, defende Loureiro.<br />
Diversos bairros serão atendi<strong>do</strong>s pelo programa,<br />
por meio de obr<strong>as</strong> de drenagem e pavimentação de<br />
ru<strong>as</strong>, distribuição de água e coleta de esgoto e lixo.<br />
Um <strong>do</strong>cumento informal foi encaminha<strong>do</strong> ao BID e o<br />
representante <strong>do</strong> banco, Jorge Luiz Lestani – que recebeu<br />
o pedi<strong>do</strong> de investimento d<strong>as</strong> mãos <strong>do</strong> secretário da<br />
C<strong>as</strong>a Civil, Régis Fichtner –, já acenou com a viabilidade<br />
<strong>do</strong> projeto. No <strong>do</strong>cumento final, que será envia<strong>do</strong> ao<br />
banco, o esta<strong>do</strong> pretende incluir uma série de bairros<br />
que apresentam índices de qualidade de vida baixos<br />
e traçar <strong>as</strong> met<strong>as</strong> de melhoria <strong>do</strong> desenvolvimento<br />
humano na região.<br />
Vicente Loureiro acredita que o Plano Diretor<br />
Estratégico vai dar ao Rio Metrópole os subsídios<br />
necessários para <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> de infra-estrutura básica em<br />
to<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong>: “Esse projeto desenvolvi<strong>do</strong> na área <strong>do</strong> Arco<br />
Metropolitano poderá ser replica<strong>do</strong> para tod<strong>as</strong> <strong>as</strong> regiões,<br />
inclusive com capacitação de profissionais para atender<br />
às demand<strong>as</strong> durante <strong>as</strong> obr<strong>as</strong> e após a finalização d<strong>as</strong><br />
intervenções, com a criação de novos postos de trabalho<br />
na área”.<br />
Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s da Organização d<strong>as</strong> Nações Unid<strong>as</strong><br />
(ONU), <strong>as</strong> regiões metropolitan<strong>as</strong> tendem a crescer<br />
muito n<strong>as</strong> próxim<strong>as</strong> décad<strong>as</strong> e, se não houver um<br />
planejamento adequa<strong>do</strong>, sofrerão com a favelização,<br />
devi<strong>do</strong> à ocupação inadequada <strong>do</strong> solo e à falta de<br />
uma infra-estrutura capaz de dar qualidade de vida<br />
à população.<br />
>> Júlio Lopes é secretário estadual de Transportes
frente pró-rio<br />
3 4<br />
Em encontro<br />
coordena<strong>do</strong> por<br />
Francis Bogossian [1],<br />
apresentaram seus<br />
pontos de vista<br />
Renata Cavalcanti [1],<br />
Hugo Leal [2],<br />
Otávio Leite [3] e<br />
Wagner Victer [4]<br />
O CLUBE DE ENGENHARIA FOI PALCO DA REUNIÃO<br />
DE JUNHO DA FRENTE PRÓ-RIO<br />
Nestes três anos de luta, a Frente Pró-Rio, movimento que congrega <strong>mais</strong> de 30 entidades e é coordena<strong>do</strong> pelo presidente<br />
da AEERJ, Francis Bogossian, contribuiu para importantes mudanç<strong>as</strong> no cenário político <strong>do</strong> Rio de Janeiro, permitin<strong>do</strong> que o<br />
quadro de degradação da economia fluminense começ<strong>as</strong>se a se reverter. O trabalho da bancada federal <strong>do</strong> Rio garantiu que<br />
o volume de recursos <strong>do</strong> orçamento da União destina<strong>do</strong> ao Rio de Janeiro triplic<strong>as</strong>se. Projetos que se arr<strong>as</strong>tavam há vários<br />
anos começam, agora, a sair <strong>do</strong> papel. As recentes descobert<strong>as</strong> de petróleo na costa fluminense geraram imediatamente<br />
propost<strong>as</strong> de parlamentares de outros esta<strong>do</strong>s para uma nova distribuição <strong>do</strong>s royalties <strong>do</strong> petróleo, em prejuízo <strong>do</strong>s<br />
interesses <strong>do</strong> nosso esta<strong>do</strong>.<br />
A Frente Pró-Rio, atenta a esses movimentos, levou o <strong>as</strong>sunto para a pauta d<strong>as</strong> reuniões mensais. Em encontro realiza<strong>do</strong><br />
em junho, no Clube de Engenharia, Wagner Victer, oriun<strong>do</strong> da Petrobr<strong>as</strong> e ex-secretário de esta<strong>do</strong> de Desenvolvimento e<br />
Energia, e Renata Cavalcanti, subsecretária de esta<strong>do</strong> de Desenvolvimento Econômico, também ex-Petrobr<strong>as</strong>, esclareceram<br />
aos representantes d<strong>as</strong> entidades e parlamentares presentes o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s royalties, d<strong>as</strong> participações especiais e <strong>do</strong><br />
ICMS <strong>do</strong> petróleo para esta<strong>do</strong>. O Rio precisa se mobilizar para evitar <strong>mais</strong> um golpe contra nosso esta<strong>do</strong>.<br />
“A reforma <strong>do</strong> Aeroporto Tom Jobim está sen<strong>do</strong> tratada<br />
na Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s como questão de honra para a<br />
Bancada <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Essa bandeira expressa com<br />
muita lealdade o espírito que fundamenta a Frente Pró-Rio:<br />
empreender lut<strong>as</strong> consensuais em prol <strong>do</strong> desenvolvimento<br />
fluminense. Os deputa<strong>do</strong>s federais têm consegui<strong>do</strong> interpretar<br />
esse objetivo, como, por exemplo, <strong>as</strong> emend<strong>as</strong> orçamentári<strong>as</strong><br />
conjunt<strong>as</strong> apresentad<strong>as</strong> para 2008, que respaldam <strong>as</strong><br />
prioridades estabelecid<strong>as</strong> pela Frente Pró-Rio.”<br />
Otavio Leite, deputa<strong>do</strong> federal (PSDB-RJ)<br />
30 Construir | Agosto 2008<br />
1<br />
“Essa união em defesa <strong>do</strong>s interesses <strong>do</strong> Rio de Janeiro foi<br />
fundamental para que conseguíssemos um aumento n<strong>as</strong><br />
emend<strong>as</strong> <strong>do</strong> Orçamento 2008. E, para alcançarmos essa<br />
unidade, foi decisivo o trabalho d<strong>as</strong> entidades da sociedade<br />
civil <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, particularmente, da Frente Pró-Rio, por sua<br />
participação permanente no debate e até pel<strong>as</strong> cobranç<strong>as</strong><br />
aos parlamentares. O resulta<strong>do</strong> é que a bancada <strong>do</strong> Rio de<br />
Janeiro conseguiu em 2008 um aumento no orçamento de<br />
<strong>mais</strong> de 100% em comparação ao ano p<strong>as</strong>sa<strong>do</strong>.”<br />
Hugo Leal, deputa<strong>do</strong> federal, coordena<strong>do</strong>r da bancada <strong>do</strong><br />
Rio no Congresso e líder <strong>do</strong> PSC na Câmara <strong>do</strong>s Deputa<strong>do</strong>s<br />
2
fim<br />
Quem, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século p<strong>as</strong>sa<strong>do</strong>, gostava<br />
de cinema, deve, como eu, ter <strong>as</strong>sisti<strong>do</strong> a westerns<br />
americanos até cansar. Os índios, <strong>do</strong>nos d<strong>as</strong> terr<strong>as</strong>,<br />
eram expulsos ou mortos sem dó nem piedade pelos<br />
ditos “mocinhos”. Os “heróis” da sétima arte já nos<br />
ensinavam a conquistar o poder pela força. A ocupação<br />
<strong>do</strong> Oeste pelos coloniza<strong>do</strong>res, exaustivamente focalizada<br />
no cinema, foi à b<strong>as</strong>e de chumbo grosso, com<br />
vilões de to<strong>do</strong>s os calibres rouban<strong>do</strong> e matan<strong>do</strong> a<br />
esmo. Mais tarde, os italianos inovaram no gênero com<br />
seus spaghetti, acrescentan<strong>do</strong> o viés da comicidade e<br />
manten<strong>do</strong> a farta queima de pólvora.<br />
O saloon era ponto obrigatório <strong>do</strong> enre<strong>do</strong>. Lá os<br />
caubóis seduziam <strong>as</strong> mulheres e propiciavam fantástic<strong>as</strong><br />
brig<strong>as</strong> com quebra-quebra e tiros, enquanto um pianista<br />
bêba<strong>do</strong>, imp<strong>as</strong>sível, tocava sem parar. Os grandes<br />
tiroteios, no entanto, aconteciam na rua principal, nos<br />
di<strong>as</strong> em que cruéis índios vinga<strong>do</strong>res ou bandi<strong>do</strong>s<br />
m<strong>as</strong>cara<strong>do</strong>s invadiam a cidade. Vinham <strong>as</strong>saltar o banco<br />
ou resgatar companheiros presos no <strong>as</strong>salto à diligência.<br />
Ou, no c<strong>as</strong>o <strong>do</strong>s apaches, seqüestrar <strong>do</strong>nzel<strong>as</strong>. Muita<br />
correria, bal<strong>as</strong> perdid<strong>as</strong>, pesso<strong>as</strong> se esconden<strong>do</strong><br />
n<strong>as</strong> loj<strong>as</strong> e tocai<strong>as</strong> nos telha<strong>do</strong>s garantiam mortes<br />
cinematográfic<strong>as</strong> e empregos aos dublês. Os bandi<strong>do</strong>s<br />
m<strong>as</strong>cara<strong>do</strong>s e os indígen<strong>as</strong> raptores terminavam<br />
m<strong>as</strong>sacra<strong>do</strong>s, m<strong>as</strong> o chefão <strong>do</strong> ban<strong>do</strong> só era derrota<strong>do</strong> no<br />
32 Construir | Agosto 2008<br />
BANGUE-BANGUE NO ASFALTO<br />
Sorieh Negne<br />
final, em duelo com o xerife, o <strong>mais</strong> rápi<strong>do</strong> no gatilho.<br />
Enquanto não tive idade para ir sozinho ao cinema,<br />
uma tia cinéfila me levava. Com ela aprendi a torcer pelos<br />
índios ou pelo ajudante <strong>do</strong> xerife, que morria tentan<strong>do</strong><br />
salvar a linda mocinha de garr<strong>as</strong> hostis. Frustrante!<br />
Meu imaginário infantil já formava uma personalidade<br />
avessa a arm<strong>as</strong>, socos, injustiç<strong>as</strong>, com ideais de paz e<br />
fraternidade. E saía <strong>do</strong> cinema alivia<strong>do</strong> por não ter que<br />
conviver com tamanha violência, pois, cá entre nós, o<br />
Rio era um paraíso.<br />
Hoje, quem diria, já não careço <strong>do</strong>s filmes para ver<br />
bangue-bangues. Bem pertinho de c<strong>as</strong>a, sem pagar<br />
ingresso, tenho estampi<strong>do</strong>s de granad<strong>as</strong>, metralha<strong>do</strong>r<strong>as</strong> e<br />
fuzis a qualquer hora <strong>do</strong> dia e da noite. Posso ver, da janela,<br />
pesso<strong>as</strong> apavorad<strong>as</strong> se abrigan<strong>do</strong> nos saloons (só de<br />
cabeleireiros são cinco!) e carros de polícia em disparada,<br />
sirenes e pneus rangen<strong>do</strong> n<strong>as</strong> curv<strong>as</strong>. Os protagonist<strong>as</strong> da<br />
trama são PMs, traficantes e a sociedade que garante o<br />
tráfico com o consumo. Há disput<strong>as</strong> entre facções pelos<br />
pontos de venda e os bandi<strong>do</strong>s dispõem d<strong>as</strong> arm<strong>as</strong> <strong>mais</strong><br />
poderos<strong>as</strong>. E morre-se de bala perdida n<strong>as</strong> ru<strong>as</strong>.<br />
Sem índios injustiça<strong>do</strong>s na minha tela, hoje torço<br />
para que o governa<strong>do</strong>r e seu xerife consigam prender<br />
os bandi<strong>do</strong>s e nos resgatem a paz. E rezo pela erradicação<br />
<strong>do</strong>s coman<strong>do</strong>s que agem confortavelmente de<br />
dentro d<strong>as</strong> prisões.
fim<br />
Quem, em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século p<strong>as</strong>sa<strong>do</strong>, gostava<br />
de cinema, deve, como eu, ter <strong>as</strong>sisti<strong>do</strong> a westerns<br />
americanos até cansar. Os índios, <strong>do</strong>nos d<strong>as</strong> terr<strong>as</strong>,<br />
eram expulsos ou mortos sem dó nem piedade pelos<br />
ditos “mocinhos”. Os “heróis” da sétima arte já nos<br />
ensinavam a conquistar o poder pela força. A ocupação<br />
<strong>do</strong> Oeste pelos coloniza<strong>do</strong>res, exaustivamente focalizada<br />
no cinema, foi à b<strong>as</strong>e de chumbo grosso, com<br />
vilões de to<strong>do</strong>s os calibres rouban<strong>do</strong> e matan<strong>do</strong> a<br />
esmo. Mais tarde, os italianos inovaram no gênero com<br />
seus spaghetti, acrescentan<strong>do</strong> o viés da comicidade e<br />
manten<strong>do</strong> a farta queima de pólvora.<br />
O saloon era ponto obrigatório <strong>do</strong> enre<strong>do</strong>. Lá os<br />
caubóis seduziam <strong>as</strong> mulheres e propiciavam fantástic<strong>as</strong><br />
brig<strong>as</strong> com quebra-quebra e tiros, enquanto um pianista<br />
bêba<strong>do</strong>, imp<strong>as</strong>sível, tocava sem parar. Os grandes<br />
tiroteios, no entanto, aconteciam na rua principal, nos<br />
di<strong>as</strong> em que cruéis índios vinga<strong>do</strong>res ou bandi<strong>do</strong>s<br />
m<strong>as</strong>cara<strong>do</strong>s invadiam a cidade. Vinham <strong>as</strong>saltar o banco<br />
ou resgatar companheiros presos no <strong>as</strong>salto à diligência.<br />
Ou, no c<strong>as</strong>o <strong>do</strong>s apaches, seqüestrar <strong>do</strong>nzel<strong>as</strong>. Muita<br />
correria, bal<strong>as</strong> perdid<strong>as</strong>, pesso<strong>as</strong> se esconden<strong>do</strong><br />
n<strong>as</strong> loj<strong>as</strong> e tocai<strong>as</strong> nos telha<strong>do</strong>s garantiam mortes<br />
cinematográfic<strong>as</strong> e empregos aos dublês. Os bandi<strong>do</strong>s<br />
m<strong>as</strong>cara<strong>do</strong>s e os indígen<strong>as</strong> raptores terminavam<br />
m<strong>as</strong>sacra<strong>do</strong>s, m<strong>as</strong> o chefão <strong>do</strong> ban<strong>do</strong> só era derrota<strong>do</strong> no<br />
32 Construir | Agosto 2008<br />
BANGUE-BANGUE NO ASFALTO<br />
Sorieh Negne<br />
final, em duelo com o xerife, o <strong>mais</strong> rápi<strong>do</strong> no gatilho.<br />
Enquanto não tive idade para ir sozinho ao cinema,<br />
uma tia cinéfila me levava. Com ela aprendi a torcer pelos<br />
índios ou pelo ajudante <strong>do</strong> xerife, que morria tentan<strong>do</strong><br />
salvar a linda mocinha de garr<strong>as</strong> hostis. Frustrante!<br />
Meu imaginário infantil já formava uma personalidade<br />
avessa a arm<strong>as</strong>, socos, injustiç<strong>as</strong>, com ideais de paz e<br />
fraternidade. E saía <strong>do</strong> cinema alivia<strong>do</strong> por não ter que<br />
conviver com tamanha violência, pois, cá entre nós, o<br />
Rio era um paraíso.<br />
Hoje, quem diria, já não careço <strong>do</strong>s filmes para ver<br />
bangue-bangues. Bem pertinho de c<strong>as</strong>a, sem pagar<br />
ingresso, tenho estampi<strong>do</strong>s de granad<strong>as</strong>, metralha<strong>do</strong>r<strong>as</strong> e<br />
fuzis a qualquer hora <strong>do</strong> dia e da noite. Posso ver, da janela,<br />
pesso<strong>as</strong> apavorad<strong>as</strong> se abrigan<strong>do</strong> nos saloons (só de<br />
cabeleireiros são cinco!) e carros de polícia em disparada,<br />
sirenes e pneus rangen<strong>do</strong> n<strong>as</strong> curv<strong>as</strong>. Os protagonist<strong>as</strong> da<br />
trama são PMs, traficantes e a sociedade que garante o<br />
tráfico com o consumo. Há disput<strong>as</strong> entre facções pelos<br />
pontos de venda e os bandi<strong>do</strong>s dispõem d<strong>as</strong> arm<strong>as</strong> <strong>mais</strong><br />
poderos<strong>as</strong>. E morre-se de bala perdida n<strong>as</strong> ru<strong>as</strong>.<br />
Sem índios injustiça<strong>do</strong>s na minha tela, hoje torço<br />
para que o governa<strong>do</strong>r e seu xerife consigam prender<br />
os bandi<strong>do</strong>s e nos resgatem a paz. E rezo pela erradicação<br />
<strong>do</strong>s coman<strong>do</strong>s que agem confortavelmente de<br />
dentro d<strong>as</strong> prisões.