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A lenda do Curupira e do Boitatá - Utilnet.com.br

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místicos, mas podiam sentir as consequências da luta. Fugiam, assustadas,<<strong>br</strong> />

julgan<strong>do</strong> estar em meio a um terremoto sem precedentes no Paraná.<<strong>br</strong> />

<strong>Boitatá</strong> bufou, raspou os cascos e, <strong>com</strong>o um touro raivoso, foi galopan<strong>do</strong> de<<strong>br</strong> />

encontro ao seu oponente. Atrás dele, uma fenda ia se a<strong>br</strong>in<strong>do</strong> no chão. Ainda<<strong>br</strong> />

ator<strong>do</strong>a<strong>do</strong>, <strong>Curupira</strong> se desviou no último instante. Seu agressor atingiu<<strong>br</strong> />

violentamente a fachada <strong>do</strong> teatro, abalan<strong>do</strong> a frágil estrutura, chacoalhou a<<strong>br</strong> />

cabeça, girou o corpo e voltou pelo mesmo caminho até tomar distância. Depois<<strong>br</strong> />

deu meia-volta e disparou de novo, porém <strong>Curupira</strong> já não era o alvo. Na verdade,<<strong>br</strong> />

ele tencionava voltar a atingir o teatro para derrubá-lo de vez e acabar o serviço.<<strong>br</strong> />

Mas no caminho o índio o agarrou e os <strong>do</strong>is foram tomban<strong>do</strong> e se arrastan<strong>do</strong><<strong>br</strong> />

pelo chão até atingirem o Pão de Açúcar. A violência <strong>do</strong> impacto provocou um<<strong>br</strong> />

desmoronamento, <strong>com</strong>o jamais acontecera no Rio de Janeiro. E junto à terra e às<<strong>br</strong> />

pedras despencan<strong>do</strong>, os <strong>do</strong>is foram escalan<strong>do</strong> as encostas <strong>do</strong> grande monte<<strong>br</strong> />

rochoso. <strong>Boitatá</strong> foi o primeiro a atingir o topo. No mesmo instante, agarrou-se ao<<strong>br</strong> />

teleférico. Este foi deslizan<strong>do</strong>, descontrola<strong>do</strong>, em alta velocidade. Os turistas em<<strong>br</strong> />

seu interior gritaram, apavora<strong>do</strong>s, imaginan<strong>do</strong> terem si<strong>do</strong> pegos por uma forte<<strong>br</strong> />

rajada de vento. Ao ver aquilo, <strong>Curupira</strong> disparou pelos cabos, equili<strong>br</strong>an<strong>do</strong>-se<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>o numa corda bamba, e cravou a lança contra o mecanismo de roldanas <strong>do</strong><<strong>br</strong> />

teleférico. Teve sucesso. O teleférico parou de supetão e as duas entidades míticas<<strong>br</strong> />

despencaram no vazio.<<strong>br</strong> />

Caíram no centro da cidade, bem no meio <strong>do</strong> Viaduto <strong>do</strong> Chá, que partiu e<<strong>br</strong> />

desmoronou <strong>com</strong> o impacto. Depois se chocaram na avenida movimentada logo<<strong>br</strong> />

abaixo. A<strong>br</strong>iram uma cratera. Atravessaram o túnel <strong>do</strong> metrô, resvalan<strong>do</strong> no trem<<strong>br</strong> />

que descarrilou, e penetraram no solo. Foi <strong>com</strong>o um meteoro arrasa<strong>do</strong>r que atingiu<<strong>br</strong> />

o coração de São Paulo.<<strong>br</strong> />

Firmemente agarra<strong>do</strong>s, chegaram à camada de magma <strong>do</strong> subsolo e foram<<strong>br</strong> />

mergulhan<strong>do</strong> pelo alúvio incandescente. Mais à frente, irromperam para a<<strong>br</strong> />

superfície ao a<strong>br</strong>ir um enorme rombo num <strong>do</strong>s vulcões inativos de Poços de<<strong>br</strong> />

Caldas. O monte a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong> foi desperta<strong>do</strong> de seu sono milenar e, numa explosão<<strong>br</strong> />

violenta, esparramou lava escaldante, co<strong>br</strong>iu de cinzas o sul de Minas Gerais e<<strong>br</strong> />

lançou os adversários ao mar. Eles afundaram nas proximidades <strong>do</strong> porto de<<strong>br</strong> />

Vitória, no Espírito Santo. A queda provocou um maremoto que arrasou as<<strong>br</strong> />

edificações <strong>do</strong> litoral capixaba.<<strong>br</strong> />

Para fugir, <strong>Boitatá</strong> na<strong>do</strong>u velozmente rumo ao norte, margean<strong>do</strong> a costa.<<strong>br</strong> />

<strong>Curupira</strong> seguiu no encalço. Em Porto Seguro, no exato ponto onde os<<strong>br</strong> />

desco<strong>br</strong>i<strong>do</strong>res desembarcaram no novo mun<strong>do</strong>, os <strong>do</strong>is aportaram em terra firme.

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