18.04.2013 Views

Maria Dalva Sarinho.pdf - Programa de Pós-Graduação em ...

Maria Dalva Sarinho.pdf - Programa de Pós-Graduação em ...

Maria Dalva Sarinho.pdf - Programa de Pós-Graduação em ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong><br />

Unida<strong>de</strong> Acadêmica <strong>de</strong> Letras<br />

<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-<strong>Graduação</strong> <strong>em</strong> Linguag<strong>em</strong> e Ensino<br />

A CANÇÃO DE EXPRESSÃO FRANCESA COMO<br />

GÊNERO DIDATIZADO PROPICIADOR DAS TROCAS<br />

INTERCULTURAIS EM AULA DE FLE<br />

Campina Gran<strong>de</strong><br />

abril <strong>de</strong> 2011<br />

<strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong>


<strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

A CANÇÃO DE EXPRESSÃO FRANCESA COMO GÊNERO<br />

DIDATIZADO PROPICIADOR DAS TROCAS INTERCULTURAIS<br />

NA AULA DE FLE<br />

Dissertação apresentada ao<br />

<strong>Programa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-<strong>Graduação</strong> <strong>em</strong><br />

Linguag<strong>em</strong> e Ensino (Mestrado),<br />

da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Campina Gran<strong>de</strong>, como requisito<br />

para obtenção do Grau <strong>de</strong><br />

Mestre, na área <strong>de</strong> concentração<br />

“Ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>em</strong> Língua<br />

Estrangeira”.<br />

Orientadora: Profª. Drª. Josilene<br />

Pinheiro-Mariz


FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFCG<br />

S245c <strong>Sarinho</strong>, <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong>.<br />

A canção <strong>de</strong> expressão francesa como gênero didatizado propiciador das trocas<br />

interculturais na aula <strong>de</strong> FLE / <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong>. ─ Campina Gran<strong>de</strong>, 2011.<br />

164 f. : il. col.<br />

Dissertação (Mestrado <strong>em</strong> Linguag<strong>em</strong> e Ensino) – Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Campina Gran<strong>de</strong>, Centro <strong>de</strong> Humanida<strong>de</strong>s.<br />

Referências.<br />

Orientadora: Profª. Drª. Josilene Pinheiro-Mariz.<br />

1. Língua Estrangeira – Ensino - Aprendizag<strong>em</strong>. 2. Formação <strong>de</strong> Professores. 3.<br />

Gênero Textual. 4. Língua Francesa. 5. Canção – Abordag<strong>em</strong> Intercultural. I.<br />

Título.<br />

CDU – 81’243:37.02(043)


FOLHA DE APROVAÇÃO<br />

________________________________<br />

Prof a . Dr a . Josilene Pinheiro-Mariz - UFCG<br />

Orientadora<br />

______________________________<br />

Prof a . Dr a . <strong>Maria</strong> Angélica Oliveira - UFCG<br />

Examinadora<br />

______________________________<br />

Prof a . Dr a . Rosalina <strong>Maria</strong> Sales Chianca- UFPB<br />

Examinadora


A minha mãe, Edith, ao meu<br />

irmão David, ao meu amado<br />

filho, Neftali e, aos meus<br />

sobrinhos, Jessica, Davyane,<br />

Jessiane e David Júnior,<br />

pessoas fundamentais na<br />

minha vida.


AGRADECIMENTOS<br />

À Prof a Auxiliadora, minha gran<strong>de</strong> Mestra, pelo incentivo a cursar o mestrado.<br />

À Prof a Josilene Pinheiro-Mariz, pelas grandiosas orientações que me conduziram às<br />

reflexões sobre as intrigantes questões que encontrei respostas.<br />

À Prof a <strong>Maria</strong> Angélica, pelas gran<strong>de</strong>s contribuições dadas a esta pesquisa na<br />

qualificação e por participar da banca <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.<br />

À Prof a Rosalina Chianca, do CCHLA da UFPB, pelas valiosas contribuições dadas a<br />

este trabalho na qualificação e pela disponibilida<strong>de</strong> por participar da banca <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa.<br />

À Socorro Martins, pelos momentos <strong>de</strong> repouso mental.<br />

Ao Saulo, serei s<strong>em</strong>pre grata por sua gentileza e paciência.<br />

Aos m<strong>em</strong>bros da Família Freitas, pelos momentos <strong>de</strong>scontraídos que me acalmaram<br />

com suas festanças.<br />

A meu pai, Severiano (in m<strong>em</strong>oriam) e minha mãe, Edith, pelos bons ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong><br />

força e corag<strong>em</strong> para enfrentar obstáculos e meus gran<strong>de</strong>s mestres na escola da vida.<br />

À minha tia Isaura (in m<strong>em</strong>oriam) que tanto me incentivou a fazer o mestrado.<br />

Aos colegas, Alixandra, Alyere, Andréa Vasconcelos, Carla Jeanne, Cícero,<br />

Fabyana, Joelma, Luciana Nery, Karine, Magna, Patrícia Rosas, Patrício, Thaís e<br />

Valcêmia pelos momentos que estiv<strong>em</strong>os juntos com os estudos e pelas<br />

cumplicida<strong>de</strong>s.<br />

Ao José Roberto, gran<strong>de</strong> amigo, pelos momentos que discutimos assuntos<br />

relacionados a esta pesquisa.<br />

Aos alunos, Aline, Aluska, Angélica, Brinsan, Elizama, Erica, Francisco, Francy,<br />

Guilherme, Juliane, Luisa, Nyeberth, Renaly, Rodrigo, Vanessa e Viviane.<br />

A todos os Professores e Funcionários do <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> <strong>Pós</strong>-<strong>Graduação</strong> <strong>em</strong><br />

Linguag<strong>em</strong> e Ensino da UFCG.<br />

Aos Professores, <strong>Maria</strong> do Carmo, Carmen Verônica, Kennedy e Janaína.<br />

À Prof a Denise Lino, pelos estímulos recebidos para este estudo.<br />

Ao Prof. Edmilson Rafael, pelos conhecimentos que me foram repassados sobre os<br />

gran<strong>de</strong>s teóricos da Linguística.<br />

Aos ilustres funcionários da Biblioteca Municipal <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong> pelo apoio e<br />

paciência: Ana, Ana Lígia, Lamarque, Luci, Lúcia <strong>Maria</strong>, Madalena Socorro,<br />

Marivaldo, Natália, Socorro Gurjão e Vânia.<br />

À Prof a Kátia Passos, Coor<strong>de</strong>nadora da Secretaria <strong>de</strong> Educação, Esportes e Cultura<br />

da Prefeitura Municipal <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>, pela paciência e compreensão para eu<br />

po<strong>de</strong>r finalizar este trabalho.<br />

À Sâmia Marinho, pela disponibilida<strong>de</strong> e eficiência nas ativida<strong>de</strong>s burocráticas junto à<br />

Secretaria <strong>de</strong> Educação.


Ao Marc Piraux, pelas discussões sobre nossas pesquisas e que se relacionaram a<br />

meu estudo.<br />

À Eliana Quirino, pelos momentos que estudamos algumas teorias relacionadas a<br />

esta dissertação.<br />

Ao amigo Manassés, a qu<strong>em</strong> <strong>de</strong>dico este trabalho, por todo esmero, cumplicida<strong>de</strong>,<br />

presteza e pela energia positiva ao discutirmos sobre os teóricos do intercultural.<br />

Amiza<strong>de</strong>,<br />

Com tua amiza<strong>de</strong> consigo calar<br />

a te escutar.<br />

Sinto conforto com um simples olhar.<br />

L<strong>em</strong>bro das brigas, s<strong>em</strong> me intrigar.<br />

Sei que tu sabes s<strong>em</strong> eu falar.<br />

Aprendi a rir quando só sabia chorar.<br />

E por isso quero apenas cultivar<br />

Tua amiza<strong>de</strong> que me ensinou<br />

mais do gostar...<br />

me <strong>de</strong>u um novo olhar<br />

sobre as pessoas que <strong>de</strong>vo amar.<br />

(NEFTALI, 14 anos)


RESUMO<br />

O presente trabalho propõe a canção <strong>de</strong> expressão francesa enquanto gênero<br />

didatizado como um el<strong>em</strong>ento propiciador das trocas interculturais <strong>em</strong> aula <strong>de</strong> Francês<br />

Língua Estrangeira (FLE), no âmbito da formação inicial do professor <strong>de</strong>ssa língua. Na<br />

busca por um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong> que cont<strong>em</strong>ple o professor <strong>em</strong> formação,<br />

investigamos um grupo <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>ntes com esse perfil e i<strong>de</strong>ntificamos as dificulda<strong>de</strong>s<br />

encontradas para tomada da consciência intercultural (CI) <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula. Neste<br />

sentido, a pesquisa t<strong>em</strong> como um dos principais objetivos contribuir para uma reflexão<br />

que conduza à tomada da CI, por meio da canção <strong>de</strong> expressão francesa durante a<br />

formação inicial do professor <strong>de</strong> FLE <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>. Também buscamos<br />

observar como o t<strong>em</strong>a do intercultural, enquanto transversal, é trabalhado <strong>em</strong> sala <strong>de</strong><br />

aula <strong>de</strong> língua francesa. A partir do observado, trabalhos com uma proposta didáticopedagógica<br />

que cont<strong>em</strong>pla uma abordag<strong>em</strong> por competências, tendo na canção <strong>de</strong><br />

expressão francesa um espaço para discussões e reflexões dos sujeitos envolvidos.<br />

Para tanto, o trabalho está centrado nos estudos <strong>de</strong> Zarate (1995; 1986) que propõ<strong>em</strong><br />

o ensino da cultura estrangeira <strong>em</strong> aula <strong>de</strong> FLE, levando-se <strong>em</strong> conta a bagag<strong>em</strong> da<br />

cultura local. Também nos apoiamos <strong>em</strong> Abdallah-Pretceille e Porcher (2001),<br />

consi<strong>de</strong>rando-se a necessida<strong>de</strong> do intercultural na formação educacional do ser<br />

humano e, <strong>em</strong> especial, no âmbito do ensino <strong>de</strong> línguas vivas. No que concerne à<br />

canção, encontramos <strong>em</strong> Costa (2007; 2001) pon<strong>de</strong>rações necessárias para<br />

propormos este gênero lítero-musical para a aula <strong>de</strong> língua estrangeira. A pesquisa<br />

vincula-se à natureza qualitativo-analítica e <strong>de</strong> base interpretativista, centrada na<br />

pesquisa-ação. Teve como instrumentos para a geração <strong>de</strong> dados: protocolo <strong>de</strong><br />

observação, questionários e gravação eletrônica (THIOLLENT, 2008) e, ainda,<br />

ativida<strong>de</strong>s com sequências didáticas (SD) para avaliar a proposta ora construída. Os<br />

participantes foram <strong>de</strong>zesseis alunos matriculados <strong>em</strong> quatro turmas da graduação <strong>em</strong><br />

Língua Francesa da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong> (UFCG). A geração<br />

dos dados foi realizada <strong>em</strong> três s<strong>em</strong>estres: 2009.2, 2010.1 e 2010.2. Os resultados<br />

aqui apresentados e discutidos estão centrados nas reflexões feitas <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula e<br />

nas respostas contidas nos questionários aplicados após as intervenções. Assim,<br />

verificamos que as ativida<strong>de</strong>s propostas <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> SD <strong>de</strong>monstraram ser eficazes<br />

para a tomada da CI naquele ambiente <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> FLE, percepção confirmada nos<br />

<strong>de</strong>poimentos relatados pelos participantes após a aplicação do questionário pós<br />

intervenções.<br />

Palavras-chave: Francês Língua Estrangeira (FLE); Abordag<strong>em</strong> Intercultural; Canção<br />

<strong>de</strong> expressão francesa; Professor <strong>em</strong> formação inicial.


RÉSUMÉ<br />

Ce travail propose la chanson d‟expression française en tant qu‟outil didactique <strong>de</strong>stiné<br />

à faciliter les échanges interculturels en classe <strong>de</strong> Français Langue Etrangère (FLE),<br />

dans la formation initiale <strong>de</strong>s enseignants en langue française. Dans la recherche d‟un<br />

modèle d‟approche pour l‟enseignant en formation, nous avons enquêté un groupe<br />

d‟apprenants avec ce profil et nous avons i<strong>de</strong>ntifié, en salle <strong>de</strong> cours, les difficultés<br />

rencontrées lors <strong>de</strong> la prise <strong>de</strong> conscience interculturelle (CI). Ainsi, la recherche ayant<br />

pour objectif principal <strong>de</strong> contribuer à une réflexion qui nous a conduit à la prise <strong>de</strong> CI à<br />

travers la chanson d‟expression française durant la formation initiale du professeur <strong>de</strong><br />

FLE <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>. Nous avons cherché aussi à observer comment le thème <strong>de</strong><br />

l‟interculturel, en tant que thème transversal, pouvait être étudié au cours <strong>de</strong> langue<br />

française. A partir d‟une analyse observatrice, nous présentons une approche<br />

didactico-pédagogique qui abor<strong>de</strong> une approche par les compétences, considérant la<br />

chanson française comme un espace <strong>de</strong> discussions et <strong>de</strong> réflexions <strong>de</strong> sujets. À cette<br />

fin, notre travail se base sur les réflexions <strong>de</strong> Zarate (1986; 1995) qui proposent<br />

l‟enseign<strong>em</strong>ent <strong>de</strong> la culture étrangère en classe <strong>de</strong> FLE, tenant compte la nécessité<br />

du bagage culturel local <strong>de</strong> la formation interculturelle. Nous nous appuyons aussi sur<br />

Abdallah-Pretceille et Porcher (2001), considérant la nécessité <strong>de</strong> l‟ interculturel dans<br />

la formation éducationnelle <strong>de</strong> l‟être humain et en particulier dans le cadre <strong>de</strong><br />

l‟enseign<strong>em</strong>ent <strong>de</strong>s langues mo<strong>de</strong>rnes. En ce qui concerne la chanson, nous avons<br />

trouvé chez Costa (2001; 2007), les supports nécessaires pour proposer ce genre <strong>de</strong><br />

littérature musicale pour la classe <strong>de</strong> langue étrangère. La recherche est liée à la<br />

nature qualitativo-analytique et <strong>de</strong> base interprétative centrée sur la recherche-action.<br />

En ayant comme outils d‟acquisition <strong>de</strong> données le protocole d‟observation, les<br />

questionnaires et l‟enregistr<strong>em</strong>ent électronique (THIOLLENT, 2008), ainsi que les<br />

activités en séquences didactiques (SD) pour évaluer la proposition ainsi construite.<br />

Les participants ont été seize étudiants répartis en quatre classes <strong>de</strong> la Licence en Ès<br />

Lettres en Langue Française à l‟Université Fédérale <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong> (UFCG). La<br />

construction <strong>de</strong> données a été réalisée au cours <strong>de</strong> trois s<strong>em</strong>estres (2ème s<strong>em</strong>estre<br />

2009, 1er s<strong>em</strong>estre 2010 e 2ème s<strong>em</strong>estre 2010). Les résultats ici présentés et<br />

discutés sont issus <strong>de</strong>s réflexions conduites en classe et <strong>de</strong>s réponses aux<br />

questionnaires appliqués après les interventions. Ainsi, nous avons validé le fait que<br />

les activités proposées sous la forme <strong>de</strong> SD ont été efficaces pour la prise <strong>de</strong> CI dans<br />

ce type d‟enseign<strong>em</strong>ent <strong>de</strong> FLE, élément confirmé par l‟analyse <strong>de</strong>s questionnaires<br />

<strong>de</strong>s participants.<br />

MOTS-CLÉ : Français Langue Étrangère (FLE); Approche Interculturelle; Chanson<br />

d‟expression française; L‟enseignant en formation initiale.


SUMMARY<br />

The present work proposes the use of French songs as a teaching genre capable of<br />

providing cultural interchanges in early FFL teaching education. Searching for an<br />

approach which can assist a training teacher, this study analyzed a group of learners<br />

with this goal and <strong>de</strong>tected some difficulties in their taking intercultural conscience (IC)<br />

in classroom. So, the primary objectives of this research are to reflect on the viability to<br />

use French songs in initial training programs of French teachers in or<strong>de</strong>r to enhance<br />

intercultural conscience (IC) taking, and to investigate the discussions of the<br />

intercultural th<strong>em</strong>e in French language classrooms. In this regard, this study presents a<br />

didactic-pedagogical proposition comprising a competence approach that relies on<br />

French songs as a source for discussions and reflections. Besi<strong>de</strong>s, it focuses on the<br />

reflections of Zarate (1995; 1986) who suggests that foreign culture be taught in FFL<br />

classrooms, consi<strong>de</strong>ring the education principles contained in the cultural aspect of<br />

mother language, and on those of Abdallah-Pretceille (2001), highlighting the<br />

importance of intercultural factor in both human beings´ education and the teaching of<br />

mo<strong>de</strong>rn languages. Concerning the adoption of songs, Costa´s i<strong>de</strong>as (2007; 2001)<br />

served to support the use of songs in FFL classrooms as a literary-musical genre<br />

capable of turning foreign language classes into a dynamic and creative environment<br />

for learning. It is an action/research-centered study with qualitative-analytical nature<br />

and interpretive foundation whose instrument to obtain data was an observation<br />

protocol, questionnaires, and electronic recording (THIOLLENT, 2008), besi<strong>de</strong>s<br />

activities in didactic sequences (DS) to estimate the proposal in or<strong>de</strong>r to achieve the<br />

objectives. The work involved 16 un<strong>de</strong>rgraduate stu<strong>de</strong>nts from four French language<br />

groups in Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Campina (UFCG). The data were collected in three<br />

s<strong>em</strong>esters: 2009/2, 2010/1, and 2010/2. The results obtained and discussed focus on<br />

both discussions in classrooms and responses in the questionnaires applied after the<br />

interventions. Thus, it was observed that the DS activities suggested were effective for<br />

IC taking in FFL teaching, confirmed in the teachers´ stat<strong>em</strong>ents after the reapplication<br />

of the post-intervention questionnaire.<br />

Key words: French as foreign language (FFL); Intercultural approach; French songs;<br />

teachers in early education.


LISTA DE FIGURAS<br />

FIGURA 1: Imagens dos artistas (cantores).................................................................102


LISTA DE QUADROS<br />

QUADRO 1 – imagens contidas dos Manuais <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> FLE .............................. 51<br />

QUADRO 2 – Canções <strong>de</strong> expressão francesa, suas origens e seus subgêneros .. 63<br />

QUADRO 3 – Personalida<strong>de</strong>s citadas na canção “Touche pas à mon pote”, <strong>de</strong> Gilberto<br />

Gil ............................................................................................................................. 89<br />

QUADRO 4 – Imagens do vi<strong>de</strong>oclipe “Touche pas à mon pote”................................ 90<br />

QUADRO 5 – T<strong>em</strong>áticas implícitas nas canções ...................................................... 100


LISTA DE GRÁFICOS<br />

GRÁFICO 1 – Perfil dos participantes: número <strong>de</strong> inscritos por turma .................. 65<br />

GRÁFICO 2 – Faixa etária e nacionalida<strong>de</strong> ............................................................ 66


AI- Abordag<strong>em</strong> Intercultural<br />

CI- Consciência Intercultural<br />

DL- Documento recolhido no Local<br />

FLE- Francês Língua Estrangeira<br />

FP- Professor Formador<br />

G1- Língua Francesa I e II<br />

G2- Língua Francês III e IV<br />

G3- Língua Francês V e VI<br />

G4- Literatura Francesa II e III<br />

GE- Gravação Eletrônica<br />

GP- Grupo Piloto<br />

LE- Língua Estrangeira<br />

PFI- Professor <strong>em</strong> Formação Inicial<br />

PO- Protocolo <strong>de</strong> Observação<br />

SD- Sequência Didática<br />

SIGLAS


SINAIS UTILIZADOS NAS TRANSCRIÇÕES DAS AULAS E NOS<br />

DEPOIMENTOS DOS PARTICIPANTES DA PESQUISA (MARCUSCHI, 2003,<br />

p. 11-12)<br />

Truncamento brusco: /<br />

Indicação <strong>de</strong> transcrição parcial ou <strong>de</strong> eliminação: /.../


SUMÁRIO<br />

INTRODUÇÃO .…………………………………………………………………….......16<br />

CAPÍTULO I<br />

CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE LE E A<br />

CONSCIÊNCIA INTERCULTURAL …..…………………………………………..... 23<br />

1.1. Uma visão da formação do professor <strong>de</strong> Línguas Estrangeiras ………… 23<br />

1.2. A abordag<strong>em</strong> intercultural do professor <strong>em</strong> formação inicial ……......…… 26<br />

1.3. Percepções sobre a CI <strong>em</strong> FLE: um caso ……........................................... 38<br />

CAPÍTULO II<br />

SOBRE A TOMADA DE CONSCIÊNCIA INTERCULTURAL ….......................... 46<br />

2.1. Estereótipos e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s: dois conceitos a ser<strong>em</strong> pensados conjuntamente<br />

.................................................................................................................................. 46<br />

2.2. Alterida<strong>de</strong>: outra concepção ........................................................................... 56<br />

CAPITULO III<br />

ASPECTOS METODOLÓGICOS: DO PLANEJAMENTO À EXECUÇÃO DA<br />

PESQUISA................................................................................................................. 62<br />

3.1. Natureza e contexto da pesquisa .................................................................... 64<br />

3.2. Perfil dos participantes ...................................................................................... 65<br />

3.3. Instrumentos utilizados ..................................................................................... 67<br />

3.4. Procedimentos da pesquisa ............................................................................... 69<br />

3.4.1. Experiência Piloto ............................................................................. 69<br />

3.4.2. Execução da pesquisa .............................................................................. 73<br />

3.5. Constituição do corpus e procedimentos <strong>de</strong> análise .......................................... 82<br />

CAPÍTULO IV<br />

CANÇÃO FRANCÓFONA: UMA PROPOSTA DE AI PARA AULAS DE FLE .......... 85<br />

4.1. O acolhimento das culturas na visão dos professores <strong>em</strong> formação <strong>em</strong> FLE do<br />

Curso <strong>de</strong> Letras da UFCG ..............................................................................… 85


4.2. As origens e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural no âmbito do FLE: outros aspectos do<br />

Intercultural ..................................................................................................... 93<br />

4.3. Imagens estereotipadas da cultura materna e da cultura do outro .......... 100<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 108<br />

REFERÊNCIAS ....... ............................................................................................... 111<br />

APÊNDICE A – Questionário para professores <strong>de</strong> francês língua estrangeira (FLE)<br />

APÊNDICE B – Questionário para os professores <strong>em</strong> formação <strong>de</strong> FLE<br />

APÊNDICE C – Sequência Didática – Grupo Piloto (GP)<br />

APÊNDICE D – Sequência Didática – 1 a intervenção (G1 E G2)<br />

APÊNDICE E – Sequência Didática – 1 a intervenção (G4)<br />

APÊNDICE F – Sequência Didática – 2 a intervenção (G1 E G2)<br />

APÊNDICE G – Sequência Didática – 2 a intervenção (G3)<br />

APÊNDICE H – Sequência Didática – 2 a intervenção (G4)<br />

APÊNDICE I – Questionário pós-abordag<strong>em</strong><br />

APÊNDICE J – Sequência Didática – 3 a intervenção (G1 E G2)<br />

APÊNDICE K – Sequência Didática – 3 a intervenção (G3)<br />

APÊNDICE L – Sequência Didática – 3 a intervenção (G4)<br />

APÊNDICE M – Questionário pós 3 a intervenção<br />

ANEXO A – Canções<br />

ANEXO B – Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido<br />

ANEXO C – CD: material audiovisual das canções e questionários respondidos


INTRODUÇÃO<br />

Trabalhar os aspectos da cultura estrangeira <strong>de</strong>manda atenção por parte do<br />

professor que ensina a língua estrangeira (LE). Daí, a formação inicial do professor <strong>de</strong><br />

LE encontrar-se no bojo dos <strong>de</strong>bates e preocupações. Um dos fatores capitais que<br />

motivam este <strong>de</strong>bate é a questão: como ensinar a língua-cultura estrangeira s<strong>em</strong><br />

apresentá-la como supervalorizada ou <strong>de</strong>smerecida <strong>em</strong> paralelo com aquela do<br />

apren<strong>de</strong>nte? Como auxiliar o apren<strong>de</strong>nte da LE a perceber aspectos na sua própria<br />

cultura que favorec<strong>em</strong> a compreensão da cultura do Outro? De que maneira o<br />

professor po<strong>de</strong> trabalhar os aspectos do intercultural <strong>de</strong> modo a estabelecer um<br />

ambiente <strong>de</strong> respeito e quebra <strong>de</strong> barreiras na sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> LE?<br />

Particularizando o francês língua estrangeira (FLE), é possível realizar uma<br />

abordag<strong>em</strong> vinculada ao ensino baseada no intercultural, visto que os estudos<br />

interculturais buscam promover a interação, o respeito ao Outro, as trocas entre<br />

culturas e a quebra <strong>de</strong> barreiras. Tudo isso po<strong>de</strong> ser realizado <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, pois<br />

ela parece ser um ambiente propício para este tipo <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong>, consi<strong>de</strong>rando-se<br />

que inúmeras culturas estarão <strong>em</strong> constante diálogo (ABDALLAH-PRETCEILLE e<br />

PORCHER, 2001).<br />

Hoje, o perfil da formação do professor <strong>de</strong> FLE parece dar lugar ao ensino que<br />

valoriza a cultura dos outros povos <strong>de</strong> língua francesa. Essa formação <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser<br />

pautada nas questões <strong>de</strong> língua <strong>de</strong>svinculada da cultura e o professor passa a ser um<br />

sujeito que percebe que as relações entre a língua e a cultura se dão a partir <strong>de</strong> um<br />

ensino que consi<strong>de</strong>re as trocas entre as culturas dos apren<strong>de</strong>ntes, a sua cultura – do<br />

professor sujeito portador <strong>de</strong> culturas – e aquelas da língua estrangeira veiculada por<br />

estudos com gêneros textuais. Assim, é possível que esse professor possa tornar-se


um sujeito consciente da importância do intercultural e isso, parece conduzir os<br />

apren<strong>de</strong>ntes a perceber<strong>em</strong> que a língua-cultura materna t<strong>em</strong> a mesma relevância da<br />

língua-cultura do Outro, enten<strong>de</strong>ndo que o ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma língua não se<br />

vincula apenas a uma cultura, mas às trocas entre outras culturas. Esse professor,<br />

consciente da noção <strong>de</strong> que a língua e a cultura caminham <strong>em</strong> paralelo, po<strong>de</strong><br />

perceber também que a língua francesa não está vinculada unicamente à língua-<br />

cultura do país França, mas à língua <strong>de</strong> comunicação que une pessoas <strong>de</strong> outras<br />

línguas-culturas (LE BRIS e ROUAD, 2007).<br />

Consi<strong>de</strong>rando esse professor um sujeito reflexivo sobre o que é ensinar e<br />

apren<strong>de</strong>r uma língua estrangeira, ele parece compreen<strong>de</strong>r como se dão as relações<br />

entre o mundo da língua-cultura materna e o mundo da língua-cultura estrangeira,<br />

percebendo, ainda, que cada uma das culturas apresenta diferenças inerentes ao seu<br />

contexto sócio-histórico-cultural. Esta percepção faz-se necessária para o estudo <strong>de</strong><br />

línguas, uma vez que o professor <strong>de</strong>ve propiciar o exercício da alterida<strong>de</strong> quando<br />

perceber que o mundo da cultura estrangeira t<strong>em</strong> uma cultura tão valiosa quanto a sua<br />

(CUQ, Org., 2003).<br />

Nessa conjuntura, tendo como base as orientações dos documentos oficiais<br />

(OCN, 2006; CECRL, 2001; PCN, 2000) buscamos propor ativida<strong>de</strong>s que promov<strong>em</strong> o<br />

ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma LE, especificamente, do FLE <strong>em</strong> contexto comunicativo,<br />

atentando especialmente para a formação inicial do professor <strong>de</strong> FLE, sensibilizado<br />

com a necessida<strong>de</strong> da tomada da consciência intercultural <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula. Desta<br />

forma, enten<strong>de</strong>mos a canção como um gênero textual que po<strong>de</strong> ser didatizado <strong>em</strong><br />

sala <strong>de</strong> aula mediante uma metodologia que leva <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração o trabalho com as<br />

linguagens verbal, musical e lítero-musical, típicas <strong>de</strong>ste gênero. Por esta razão,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos que a canção no contexto escolar po<strong>de</strong> ser um recurso que instiga a<br />

aprendizag<strong>em</strong> da língua-cultura estrangeira.


No que concerne à escolha da canção <strong>de</strong> língua <strong>de</strong> expressão francesa,<br />

enquanto suporte didático para abordag<strong>em</strong> do intercultural, centramos na seguinte<br />

questão-probl<strong>em</strong>a: os futuros professores que estão <strong>em</strong> formação inicial <strong>em</strong> FLE<br />

encontram dificulda<strong>de</strong>s no seu processo <strong>de</strong> formação sobre a tomada da consciência<br />

intercultural (CI) que lhe é repassado <strong>de</strong> forma dissociada daquela proposta pelo<br />

ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> FLE atual? Com essa pon<strong>de</strong>ração, a nossa proposta<br />

preten<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar as principais dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> FLE <strong>em</strong> formação<br />

inicial, graduandos, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong> no que diz respeito à<br />

Abordag<strong>em</strong> Intercultural (AI).<br />

Para isso, primeiramente, fiz<strong>em</strong>os uma consulta junto a um grupo <strong>de</strong> 16<br />

estudantes, por meio <strong>de</strong> questionário com perguntas s<strong>em</strong>iestruturadas para<br />

confirmarmos nossa hipótese/ questão <strong>de</strong> pesquisa. Diante dos seus resultados,<br />

buscamos elaborar uma proposta com sequências didáticas, utilizando o instrumento<br />

(respostas do questionário) e também a canção <strong>de</strong> expressão francesa como um<br />

gênero que po<strong>de</strong> ser didatizado, para i<strong>de</strong>ntificarmos possíveis procedimentos para um<br />

trabalho <strong>em</strong> aula <strong>de</strong> FLE que promova o intercultural. Enten<strong>de</strong>mos por gênero<br />

didatizado o que transcen<strong>de</strong> a sua função original <strong>de</strong> gênero canção, para o <strong>de</strong>leite do<br />

ouvinte, passando a ser um gênero textual-discursivo que po<strong>de</strong> ser estudado,<br />

consi<strong>de</strong>rando três pólos: a metodologia do professor, o que será ensinado e o saber a<br />

ser transmitido na sala <strong>de</strong> aula a respeito da canção <strong>em</strong> foco (BRONCKART E GIGER,<br />

1998).<br />

Quanto à nossa escolha pelas canções Mon pays, On a changé, Un homme<br />

sans racines e Touche pas à mon pote, procuramos, também, conduzir o grupo <strong>de</strong><br />

participantes a uma visão mais diversificada da canção cantada <strong>em</strong> língua francesa,<br />

saindo da “tradicional” música francesa.<br />

Dessa forma o objetivo geral da pesquisa é contribuir para a tomada da<br />

consciência intercultural do professor <strong>de</strong> FLE <strong>em</strong> formação inicial, utilizando-se, para


isto, a canção <strong>de</strong> expressão francesa. No que se refere aos objetivos específicos,<br />

<strong>de</strong>stacamos: i<strong>de</strong>ntificar como é abordado o intercultural, <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, na formação<br />

inicial <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> FLE da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>; levar os professores <strong>em</strong><br />

formação inicial a uma reflexão sobre a canção <strong>de</strong> expressão francesa enquanto canal<br />

<strong>de</strong> cultura para a tomada da consciência intercultural e verificar se as ativida<strong>de</strong>s<br />

propostas, <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> sequências didáticas, são eficazes para a tomada da<br />

consciência intercultural no âmbito do ensino <strong>de</strong> FLE.<br />

Diante do objeto <strong>de</strong> estudo e dos objetivos a alcançar, as suposições do<br />

referido estudo e a geração dos dados levam-nos a enten<strong>de</strong>r que, <strong>em</strong> se tratando da<br />

consciência intercultural, a canção <strong>de</strong> expressão francesa po<strong>de</strong> contribui para que se<br />

verifiqu<strong>em</strong> as noções sobre o intercultural na formação inicial do professor <strong>de</strong> FLE.<br />

O presente trabalho t<strong>em</strong> como base os estudos feitos sobre formação <strong>de</strong><br />

professor da área <strong>de</strong> Língua Estrangeira (LE) à luz das teorias da Linguística Aplicada<br />

(LA) e áreas afins e a partir dos estudiosos como: Coracini (2003), Moita Lopes e<br />

Kleiman (2001). Para os estudos com a abordag<strong>em</strong> intercultural (AI), t<strong>em</strong>os <strong>em</strong><br />

Abdallah-Pretceille e Porcher (2001), De Carlo (1998) e Zarate (1995) os principais<br />

aportes teóricos. No que concerne ao ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> línguas estrangeiras,<br />

encontramos nos OCN (2006), CECRL – Cadre Européen Commun <strong>de</strong> Référence pour<br />

les Langues (2001) e PCN (2000) os principais direcionamentos para as nossas<br />

discussões e, sobre o gênero canção t<strong>em</strong>os as contribuições <strong>de</strong> Costa (2007; 2001).<br />

Diante do exposto e tentando respon<strong>de</strong>r à nossa questão <strong>de</strong> pesquisa, parece<br />

que a canção <strong>de</strong> expressão francesa po<strong>de</strong> colaborar para a investigação e para a<br />

tomada da consciência intercultural <strong>em</strong> aulas <strong>de</strong> francês no contexto <strong>de</strong> professores<br />

<strong>em</strong> formação inicial, enquanto apren<strong>de</strong>ntes <strong>em</strong> FLE.<br />

O presente estudo está organizado nos seguintes tópicos: esta introdução,<br />

quatro capítulos e consi<strong>de</strong>rações finais. No primeiro, discutir<strong>em</strong>os inicialmente alguns<br />

aspectos relevantes à formação inicial do professor <strong>de</strong> LE e, <strong>de</strong> modo particular, à


formação do professor <strong>de</strong> FLE. Em seguida, apresentar<strong>em</strong>os uma análise acerca da<br />

concepção dos professores <strong>em</strong> formação inicial, participantes da pesquisa, sobre a<br />

abordag<strong>em</strong> intercultural 1 e a Consciência Intercultural. Esta última, <strong>de</strong>finimos como<br />

sendo os atores sociais no processo <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong> da língua-cultura<br />

estrangeira que po<strong>de</strong>m se dar conta <strong>de</strong> que a língua-cultura local (materna) t<strong>em</strong> a<br />

mesma relevância da língua-cultura do Outro (estrangeira) (tópico 1.2: “A perspectiva<br />

intercultural do professor <strong>em</strong> formação inicial”).<br />

No segundo capítulo, apresentar<strong>em</strong>os conceitos relacionados à Consciência<br />

Intercultural. Nesse momento, discutir<strong>em</strong>os aspectos tais como: estereótipos,<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e alterida<strong>de</strong> – levando-se s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> conta o ambiente <strong>em</strong> contexto<br />

comunicativo no qual se situa a presente pesquisa. Apresentar<strong>em</strong>os, ainda, a tomada<br />

da Consciência Intercultural, consi<strong>de</strong>rando que ela ocorre por meio das trocas<br />

interculturais – quando os atores sociais se dão conta <strong>de</strong> que há o encontro das<br />

culturas dos apren<strong>de</strong>ntes, do professor enquanto formador e da língua-cultura, no<br />

evento da sala <strong>de</strong> aula –, o que po<strong>de</strong> ser um el<strong>em</strong>ento conveniente para a abordag<strong>em</strong><br />

dos estudos interculturais.<br />

No terceiro capítulo, <strong>de</strong>screver<strong>em</strong>os as etapas metodológicas percorridas <strong>em</strong><br />

nossa pesquisa: a natureza da pesquisa, o critério <strong>de</strong> seleção das canções, o perfil<br />

dos participantes, os instrumentos utilizados, os procedimentos da experiência piloto e<br />

da pesquisa-ação, a constituição do corpus e os procedimentos <strong>de</strong> categorização e<br />

análise <strong>de</strong> dados.<br />

No quarto capítulo, discutir<strong>em</strong>os os resultados obtidos após ativida<strong>de</strong>s<br />

propostas para a abordag<strong>em</strong> do intercultural <strong>em</strong> aulas <strong>de</strong> FLE. Os resultados ora<br />

apresentados são fruto <strong>de</strong> três intervenções feitas <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula e <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong><br />

1 A abordag<strong>em</strong> intercultural é compreendida como sendo uma abordag<strong>em</strong> via culturas (tópico<br />

1.1: “Uma visão da formação do professor <strong>de</strong> Línguas Estrangeiras”).


dois questionários, nos quais buscamos confirmar os dados gerados quando das<br />

intervenções a partir das Sequências Didáticas.<br />

Para finalizar a dissertação traz<strong>em</strong>os as consi<strong>de</strong>rações que evi<strong>de</strong>nciam o<br />

r<strong>em</strong>ate do trabalho realizado, levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração os objetivos, a questão <strong>de</strong><br />

pesquisa e o objeto <strong>de</strong> estudo assumidos neste trabalho.


CAPÍTULO I


1. CONSIDERAÇÕES SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR DE LE<br />

E A CONSCIÊNCIA INTERCULTURAL<br />

Intentamos, neste capítulo, i<strong>de</strong>ntificar como é abordado o intercultural <strong>em</strong> sala<br />

<strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>.<br />

1.1. Uma visão da formação do professor <strong>de</strong> Línguas Estrangeiras<br />

A formação do professor t<strong>em</strong> suscitado discussões tanto na área da Educação<br />

quanto da Linguística Aplicada. Os estudos indicam abordagens feitas sobre<br />

profissionalização, saberes docentes, práticas discursivas acadêmicas, interação<br />

professor-aluno, formação inicial e continuada e abordagens acerca da prática<br />

pedagógica, das crenças e das inquietações <strong>em</strong> contexto <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> (TARDIF e<br />

LESSARD, 2005; CASTRO e CARVALHO, 2002; KLEIMAN, 2001a; 2001b; 1998).<br />

Quando se trata da formação do professor <strong>de</strong> línguas, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discutir<br />

parece ainda mais intensa, <strong>em</strong> especial, no caso das línguas estrangeiras (LE), uma<br />

vez que os estudos a respeito da formação têm se voltado para os probl<strong>em</strong>as no<br />

entorno da sala <strong>de</strong> aula envolvendo professor e apren<strong>de</strong>ntes (CORACINI, 2003).<br />

Certamente, não nos cabe fazer um estudo aprofundado a respeito <strong>de</strong> cada<br />

uma <strong>de</strong>ssas abordagens. No entanto, nos compete trazer para a discussão a formação<br />

inicial do professor <strong>de</strong> LE sob duas perspectivas: uma visão dogmática e a outra<br />

reflexiva. Enten<strong>de</strong>mos que estas duas nos dão apoio ao tratarmos da formação do<br />

professor <strong>de</strong> FLE, na abordag<strong>em</strong> intercultural. Elas marcam duas épocas da história<br />

da formação do professor; e mais, cada uma traz contribuições para o momento<br />

quando precisamos tomar um posicionamento a respeito do que cada visão trouxe, no<br />

sentido <strong>de</strong> levar o professor a tornar-se um profissional com uma visão mais aberta a<br />

respeito <strong>de</strong> sua formação.


A primeira perspectiva, a dogmática, nos leva a compreensão <strong>de</strong> que a<br />

formação se pautava na “utilização <strong>de</strong> técnicas, típicas <strong>de</strong> métodos específicos <strong>de</strong><br />

ensino, s<strong>em</strong> que lhe seja dado conhecimento <strong>de</strong> natureza teórica sobre a linguag<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> uso na sala <strong>de</strong> aula e fora <strong>de</strong>la” (MOITA LOPES, 2003, p. 180). Nesta concepção,<br />

os professores <strong>em</strong> formação inicial eram instruídos a ensinar uma língua <strong>de</strong> acordo<br />

com a visão dos manuais <strong>de</strong> ensino e com a visão do professor formador, pois o<br />

conhecimento que era repassado por este último parecia ser incorporado pelo<br />

professor <strong>em</strong> formação como algo acabado. Como também o professor passava a ser<br />

o executor das propostas dos métodos <strong>de</strong>senvolvidos para ensinar a língua, por<br />

pesquisadores que, por vezes, <strong>de</strong>sconheciam a realida<strong>de</strong> da sala <strong>de</strong> aula, levando o<br />

jov<strong>em</strong> apren<strong>de</strong>nte a tornar-se, possivelmente, um profissional que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre faria<br />

reflexões críticas sobre o seu próprio trabalho na sala <strong>de</strong> aula.<br />

Nessa visão dogmática, o acabado significava não refletir sobre a língua <strong>em</strong><br />

seus contextos específicos <strong>de</strong> uso, ou seja, a língua era ensinada sob forma <strong>de</strong><br />

repetição. Deste modo, a formação do professor passava a se pautar <strong>em</strong> dogmas,<br />

melhor dizendo, <strong>em</strong> certos modismos sobre o ensinar línguas (MOITA LOPES, op.cit.).<br />

Ora, nas décadas <strong>de</strong> 1970 e 1980 os estudos se mostravam ainda insipientes<br />

sobre a formação do professor, uma vez que a atenção estava centralizada na<br />

capacitação técnica e na profissionalização <strong>em</strong> serviço (KLEIMAN, 1998). Nitidamente<br />

vê-se que a relação que havia com a Linguística, se configurava <strong>em</strong> uma espécie <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pendência da ciência-mãe que levava <strong>em</strong> conta certo tipo <strong>de</strong> relação <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, uma<br />

influência que parecia negativa para o futuro da atuação na formação <strong>de</strong> professores<br />

(RAJAGOPALAN, 2008).<br />

Com o objetivo <strong>de</strong> quebrar esse paradigma, surge a segunda visão, por volta<br />

<strong>de</strong> 1990, que são os estudos da visão reflexiva, cuja ênfase estava centrada na i<strong>de</strong>ia<br />

da participação do professor na elaboração do conhecimento, pois ao professor não


era dada mais a função <strong>de</strong> executor <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias concebidas por outros, mas, <strong>de</strong><br />

participante do processo, <strong>em</strong> que a formação se centrava na construção do<br />

conhecimento (KLEIMAN, 2001b).<br />

Assim, as discussões sobre a formação, nessa visão da reflexão, focalizam a<br />

concepção <strong>de</strong> sujeito e <strong>de</strong> conhecimento. Segundo esta perspectiva, é possível<br />

acionar os conhecimentos recebidos, pois “é no seu local <strong>de</strong> trabalho que o professor<br />

terá a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vivenciar a relação teoria-prática, transformando os saberes<br />

trabalhados no curso <strong>de</strong> formação” (KLEIMAN, op.cit. p, 257). No nosso ponto <strong>de</strong><br />

vista, isto significa que o professor vai observar as necessida<strong>de</strong>s que os apren<strong>de</strong>ntes<br />

<strong>de</strong>monstram durante o ensino-aprendizag<strong>em</strong> da língua.<br />

Consi<strong>de</strong>rando tal pensamento, Coracini (2003) pon<strong>de</strong>ra que:<br />

Alguém que assume uma atitu<strong>de</strong> reflexiva pressupõe a crença num sujeito<br />

logocêntrico (centrado na razão) e, portanto, consciente, capaz, ao menos<br />

i<strong>de</strong>almente, <strong>de</strong> controlar seu próprio processo <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>. [....] Em<br />

torno <strong>de</strong>ssa concepção giram termos como autonomia, <strong>em</strong>ancipação,<br />

pensamento (ou pensar), criticida<strong>de</strong>, conscientização (CORACINI, 2003,<br />

p.307).<br />

Ao que nos parece, a formação se centra na necessida<strong>de</strong> do apren<strong>de</strong>nte, ou<br />

seja, visa conscientizar o professor <strong>de</strong> que ele é um formador <strong>de</strong> cidadãos e estes<br />

precisam ser mais críticos e mais questionadores. Dessa maneira, e tomando essa<br />

consciência, o professor po<strong>de</strong> refletir sobre as necessida<strong>de</strong>s dos apren<strong>de</strong>ntes, como<br />

também fazer um julgamento crítico a fim <strong>de</strong> contornar uma situação-probl<strong>em</strong>a que se<br />

apresenta na sala <strong>de</strong> aula (CORACINI, op.cit.).<br />

Consi<strong>de</strong>rando as perspectivas dogmática e reflexiva, aqui expostas,<br />

perceb<strong>em</strong>os que a primeira se distancia um pouco do sentido da formação <strong>de</strong><br />

professor <strong>de</strong> LE, uma vez que ensinar a língua fora <strong>de</strong> seu contexto sócio-histórico-<br />

cultural, parece dificultar o apren<strong>de</strong>r e o ensinar a língua, visto que os sujeitos<br />

envolvidos apresentam suas culturas. Mesmo assim, não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar que<br />

a primeira visão, dogmática, trouxe contribuições para outras perspectivas que


possivelmente permitiram orientar professores e outros profissionais. A segunda, a<br />

reflexiva parece leva o professor a perceber que o ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma<br />

língua <strong>de</strong>manda aspectos sociais, culturais, históricos, entre outros.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o já mencionado sobre as duas visões, passar<strong>em</strong>os à proposta<br />

da formação na abordag<strong>em</strong> intercultural 2 . Esta proposta permite conduzir os<br />

professores <strong>em</strong> formação inicial a enten<strong>de</strong>r<strong>em</strong> que permanecer com uma visão<br />

fechada sobre o ensino-aprendizag<strong>em</strong> não é satisfatória para compreen<strong>de</strong>r sua<br />

formação, porém não significa que carece <strong>de</strong>smerecê-la por completo.<br />

Na abordag<strong>em</strong> intercultural, é necessário consi<strong>de</strong>rar os estudos anteriormente<br />

feitos, pelo fato <strong>de</strong> ser uma proposta que suscita verda<strong>de</strong>ira solidarieda<strong>de</strong>, segundo as<br />

visões <strong>de</strong> alguns teóricos. As abordagens atuais se apoiam, nos conhecimentos<br />

anteriormente recebidos, pois eles po<strong>de</strong>m nos conduzir a refletir sobre que tipo <strong>de</strong><br />

abordag<strong>em</strong> é relevante para o ensino. No entanto, é preciso repensar o ensinar a<br />

língua <strong>em</strong> co-relação com a cultura, uma vez que esta última é um dos principais<br />

propósitos da abordag<strong>em</strong> intercultural (MANAA, 2009).<br />

Na nossa concepção o exposto traz contribuições significativas para as nossas<br />

próximas reflexões “A abordag<strong>em</strong> intercultural do professor <strong>em</strong> formação inicial” que<br />

parece discutir dois conceitos-chave acerca <strong>de</strong> como se dão as trocas interculturais e<br />

que contribuições foram dadas para tal formação.<br />

1.2. A abordag<strong>em</strong> intercultural do professor <strong>em</strong> formação inicial<br />

Ao tomarmos por referência os primeiros estudos da Linguística Aplicada e da<br />

Linguística, verificamos que a formação do professor <strong>de</strong> línguas era baseada nos<br />

2 interculturel implique nécessair<strong>em</strong>ent, [...] interaction, échange, élimination <strong>de</strong>s barrières,<br />

réciprocité et véritable solidarité (DE CARLO, 1998, p.41). Tradução: Intercultural implica,<br />

necessariamente, interação, troca, eliminação <strong>de</strong> barreiras, reciprocida<strong>de</strong> e verda<strong>de</strong>ira<br />

solidarieda<strong>de</strong> (DE CARLO, 1998, p.41) [as traduções contidas nesta dissertação são <strong>de</strong> nossa<br />

responsabilida<strong>de</strong>].


conhecimentos teorizados no ensino, especificamente <strong>de</strong> língua francesa, na forma<br />

<strong>de</strong>svinculada do seu contexto sócio-histórico-cultural, momento no qual se abordava a<br />

cultura prevalecendo apenas os ícones culturais da França, fato que nos incita a<br />

enten<strong>de</strong>r que os conhecimentos repassados <strong>de</strong>stacavam, unicamente, aspectos da<br />

cultura, da história, da língua, todos voltados para a realida<strong>de</strong> da França (MEYER,<br />

2010).<br />

Enten<strong>de</strong>mos, assim, que o professor <strong>em</strong> formação necessita buscar outras<br />

concepções da realida<strong>de</strong> estrangeira <strong>em</strong> língua francesa, como também precisa refletir<br />

sobre a sua formação consi<strong>de</strong>rando o contexto no qual está inserido, uma vez que ele<br />

ocupa uma posição estratégica entre o s<strong>em</strong>elhante e o diferente, o interior e o exterior,<br />

o distante e o próximo (ZARATE, 1995). Em outras palavras, o professor <strong>de</strong>ve<br />

promover o ensino da língua-cultura consi<strong>de</strong>rando o seu contexto sócio-histórico-<br />

cultural.<br />

Convém ressaltar que a formação inicial do professor <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser aquela<br />

voltada para as questões <strong>de</strong> língua <strong>de</strong>svinculadas da cultura. Aqui, compreen<strong>de</strong>mos<br />

por cultura, baseada no conceito <strong>de</strong> Geertz, (1989, p. 4) como sendo – “o hom<strong>em</strong> um<br />

animal amarrado a teias <strong>de</strong> significados que ele mesmo teceu” - passando a ser<br />

aquela <strong>em</strong> que o professor é um sujeito que faz reflexões sobre o ensino. Isso implica<br />

na tomada <strong>de</strong> consciência, por parte do professor, <strong>de</strong> que a aprendizag<strong>em</strong> da língua-<br />

cultura está perpetuada às concepções dos apren<strong>de</strong>ntes com suas culturas e dos<br />

falantes com as culturas da língua alvo (LE BRIS E ROUAUD, 2007).<br />

Além disso, o professor precisa fundamentar-se <strong>em</strong> uma abordag<strong>em</strong> que lhe dá<br />

suporte para perceber as diversas culturas da língua e as culturas <strong>de</strong> seus falantes e<br />

po<strong>de</strong> realizar ativida<strong>de</strong>s didático-pedagógicas que auxiliam na aprendizag<strong>em</strong> da língua<br />

estrangeira <strong>de</strong> seus apren<strong>de</strong>ntes, no sentido <strong>de</strong> conduzi-los a tomada da consciência<br />

intercultural. (OCN, 2006; CECRL, 2001; PCN, 2000).


Levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a discussão sobre a formação do professor, os<br />

estudos voltados para o intercultural nos passam uma i<strong>de</strong>ia que não se trata <strong>de</strong> uma<br />

abordag<strong>em</strong> recente. A abordag<strong>em</strong> intercultural é consi<strong>de</strong>rada um <strong>de</strong>safio para o<br />

ensino das línguas estrangeiras, vista por outros estudiosos como um mito e um<br />

perigo para a redução da cultura escolar (CUQ, 2003).<br />

O fato é que não se levava <strong>em</strong> conta o intercultural como uma perspectiva<br />

centrada <strong>em</strong> via <strong>de</strong> mão dupla, ou seja, não eram consi<strong>de</strong>radas as relações entre<br />

culturas. Ao que nos parece, os estudiosos <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>raram o sentido do prefixo -<br />

inter, que t<strong>em</strong> por significado, interação, trocas, quebra <strong>de</strong> barreiras, mudança <strong>de</strong><br />

concepção, reciprocida<strong>de</strong> e, possivelmente, solidarieda<strong>de</strong> objetiva (CHIANCA, 2007).<br />

O entrave se dava, a nosso ver, porque os estudiosos se prendiam a uma<br />

concepção rígida, <strong>em</strong> uma época na qual a escola parecia conce<strong>de</strong>r aos apren<strong>de</strong>ntes<br />

uma cultura, com base no etnocentrismo, na justaposição <strong>de</strong> culturas, uma vez que<br />

não havia uma comunicação entre as culturas trazidas pelos sujeitos que vinham à<br />

escola (DE CARLO, 1998). De certa forma, existia um apagamento aparente das<br />

culturas com relação às diferenças individuais. De fato, enten<strong>de</strong>mos o significado do<br />

apagamento, pois se tratava <strong>de</strong> não reconhecer as culturas que os apren<strong>de</strong>ntes<br />

levavam para a sala <strong>de</strong> aula <strong>em</strong> consonância com as culturas da língua estrangeira.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista dos estudiosos do intercultural, o sist<strong>em</strong>a escolar oficial,<br />

diante da massificação, tornava-se um espaço <strong>de</strong> vivência mais sensível aos<br />

probl<strong>em</strong>as educativos dos apren<strong>de</strong>ntes vindos <strong>de</strong> outras nacionalida<strong>de</strong>s. Em virtu<strong>de</strong><br />

disso, não tinha mais como fazer economia <strong>de</strong> culturas diversificadas presentes no<br />

seio da escola (CUQ,Org., op.cit.). Assim sendo, compreen<strong>de</strong>mos que os estudos,<br />

com a visão da justaposição e rigi<strong>de</strong>z, também não <strong>de</strong>ram conta, visto que esta visão<br />

não se constituía <strong>em</strong> uma solução para o funcionamento social. Devido a isso, a<br />

abordag<strong>em</strong> do intercultural (doravante AI) atraiu seguidores e, estes por sua vez se


apoiam no conceito dado ao “intercultural, [que] <strong>de</strong> fato, supõe a troca entre as<br />

diferentes culturas, a articulação, as conexões, os enriquecimentos mútuos” (CUQ,<br />

Org.,op.cit., p. 136) 3 .<br />

A concepção <strong>de</strong> AI por nós <strong>de</strong>fendida é a <strong>de</strong> que o contato efetivo com as<br />

culturas diversificadas constitui uma referência para cada sujeito, pois cada um<br />

encontra um supl<strong>em</strong>ento para sua própria cultura, ou seja, é possível o sujeito<br />

perceber que a sua cultura t<strong>em</strong> a mesma relevância da cultura do Outro. Isso só será<br />

percebido <strong>em</strong> contato com os outros sujeitos <strong>de</strong> outras culturas.<br />

A partir <strong>de</strong>sse posicionamento, enten<strong>de</strong>mos que os estudos sobre o<br />

intercultural ultrapassam as fronteiras, surgindo o interesse <strong>de</strong> outras ciências pela AI,<br />

como é o caso da didática das línguas e das culturas estrangeiras. Há, <strong>de</strong> fato, uma<br />

apropriação sobre o princípio fundamental <strong>de</strong> que as culturas são iguais <strong>em</strong> dignida<strong>de</strong><br />

e, sob o plano ético, elas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser tratadas com respeito mútuo (CUQ, Org.,op.cit.).<br />

Consoante Abdallah-Pretceille e Porcher (2001, p. 8), o intercultural <strong>de</strong>fine-se<br />

pelo “princípio forte e simples, já dito: o Outro é ao mesmo t<strong>em</strong>po idêntico a mim e<br />

diferente <strong>de</strong> mim”. Faltando um <strong>de</strong>stes termos, encontramos inevitavelmente o<br />

cogitado para um ensino <strong>de</strong> exclusão ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>smerecimento. Neste sentido, o<br />

intercultural, ainda, se pauta no sujeito como um indivíduo que traz uma cultura, não<br />

importando como ela seja <strong>de</strong>finida, pois é o “sujeito qu<strong>em</strong> a vive, a incorpora, a traz<br />

consigo e a torna viva” (ABDALLAH-PRETCEILLE e PORCHER, op. cit. p. 57).<br />

Dessa forma, é possível compreen<strong>de</strong>r porque a AI inspirou pesquisas pelo<br />

mundo, como na França, nos Estados Unidos e também na Grã-Bretanha.<br />

Pesquisadores <strong>de</strong>stes países se apoiaram nos estudos interculturais para a integração<br />

<strong>de</strong> populações <strong>de</strong> toda a Europa e <strong>de</strong> outros países do mundo, fundamentados nas<br />

pluriculturas (BEACCO, 2000). Além disso, <strong>em</strong> um segundo momento, as áreas da<br />

3 “l‟interculturel en effet, suppose l‟échange entre les différentes cultures, l‟articulation, les<br />

connexions, les enrichiss<strong>em</strong>ents mutuels” (CUQ, Org., 2003, p. 136).


antropologia, sociologia, psicologia social, história e s<strong>em</strong>iologia fizeram estudos<br />

baseados <strong>em</strong> tal abordag<strong>em</strong> (DE CARLO, 1998).<br />

No caso da LE, os estudos da AI confirmam como sendo uma alternativa<br />

favorável para o ensino. Nesses termos, precisamos consi<strong>de</strong>rar que a abordag<strong>em</strong><br />

intercultural t<strong>em</strong> sido uma alternativa metodológica que possivelmente ajuda o<br />

professor a perceber que os sujeitos envolvidos no ensino são parte relevante do<br />

processo, como discute Chianca (op. cit.).<br />

A perspectiva intercultural representa para nós uma alternativa<br />

metodológica interessante e rica <strong>em</strong> potencialida<strong>de</strong>s educativas, visto que<br />

coloca o „sujeito‟ no centro <strong>de</strong> suas preocupações e <strong>de</strong> sua pesquisa, e que<br />

ela o consi<strong>de</strong>ra como parte do „todo‟ no qual ele está inserido, isto é, a<br />

família, a escola e os outros subgrupos (subsist<strong>em</strong>as) nos quais ele evolui<br />

(CHIANCA, 2007, p. 39) 4 .<br />

Compreen<strong>de</strong>mos por essa citação, que a perspectiva intercultural (<strong>de</strong>finida<br />

neste trabalho por AI) parece conduzir o professor a perceber que no seio da sala <strong>de</strong><br />

aula os apren<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser consi<strong>de</strong>rados como sujeitos multidimensionais que<br />

através das práticas linguageiras <strong>de</strong>nunciam dimensões <strong>de</strong> experiências, histórica,<br />

religiosa, cultural, social, escolar, enfim sujeitos, então, que têm muitas contribuições a<br />

dar para o ensino.<br />

Isso nos leva a enten<strong>de</strong>r que esse pensamento sugere fortalecer a reflexão e<br />

compl<strong>em</strong>entar o mencionado por Abdallah-Pretceille (1992 apud DE CARLO 1998, p.<br />

40), o intercultural é “a construção suscetível <strong>de</strong> favorecer a compreensão dos<br />

probl<strong>em</strong>as sociais e educativos, <strong>em</strong> ligação com a diversida<strong>de</strong> cultural”.<br />

Necessariamente, isso implica interação, troca, eliminação <strong>de</strong> barreiras<br />

culturais, reciprocida<strong>de</strong> e possível solidarieda<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rando a relação entre culturas.<br />

Deste modo, o intercultural é o reconhecimento da cultura, dos modos <strong>de</strong> vida e das<br />

4 La perspective interculturelle représente pour nous une alternative méthodologique<br />

intéressante et riche en potencialités éducatives, puisqu‟elle place le „sujet‟ au centre <strong>de</strong> ses<br />

préoccupations et <strong>de</strong> sa recherche, et qu‟elle le considère comme partie du „tout‟ dans lequel il<br />

est inséré, c‟est-à-dire la famille, l‟école et les autres sous groupes (sous-systèmes) dans<br />

lesquels il évolue (CHIANCA, 2007, p. 39).


epresentações <strong>em</strong> que os seres humanos constro<strong>em</strong> conhecimentos, individual e/ou<br />

socialmente.<br />

A AI indica que a presença do diálogo entre as culturas <strong>de</strong>va pautar as práticas<br />

<strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> LE, cuja metodologia <strong>de</strong>ve ser caracterizada pela pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> culturas<br />

trazidas por cada sujeito, o que difere da concepção do espaço da interrelação entre<br />

“duas” culturas, como <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Manaa (2009, p. 212): “o intercultural se refere ao<br />

espaço <strong>de</strong> interação entre a cultura do apren<strong>de</strong>nte e aquela veiculada pela língua<br />

estrangeira que <strong>em</strong>erge o conceito <strong>de</strong> intercultural”. Embora este autor explicite e<br />

<strong>de</strong>fenda a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> ensino voltado para a cultura materna e estrangeira <strong>de</strong> modo<br />

restrito, estamos <strong>de</strong> acordo com o pensamento <strong>de</strong> que o professor po<strong>de</strong> tratar a AI<br />

levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração, principalmente, que propiciando as trocas interculturais os<br />

apren<strong>de</strong>ntes têm as claras suas pertenças, suas referências e suas heranças<br />

específicas, visto que estão <strong>em</strong> contato com as outras culturas dos outros<br />

apren<strong>de</strong>ntes.<br />

Focar apenas <strong>em</strong> duas culturas, a nosso ver, não leva <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração as<br />

culturas plurais trazidas pelos sujeitos apren<strong>de</strong>ntes. Estas últimas se encontram<br />

precisamente na “articulação dialética entre a cultura local e a cultura do Outro”<br />

(ABDALLAH-PRETCEILLE e PORCHER, 2001, p.4). Assim, não há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma conviver s<strong>em</strong> a outra. Como a escola é consi<strong>de</strong>rada uma instituição social,<br />

espaço para diálogo, a mobilida<strong>de</strong> e a ancorag<strong>em</strong>, ela po<strong>de</strong> ser entendida como o<br />

espaço social oportuno para a convivência e o diálogo entre as culturas.<br />

Enten<strong>de</strong>mos pelo dizer <strong>de</strong> Abdallah-Pretceille e Porcher (op. cit.) que é através<br />

da escola, por meio da sala <strong>de</strong> aula, que é possível <strong>de</strong>tectar por meio <strong>de</strong> estudos com<br />

os gênero textuais as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>monstradas pelos apren<strong>de</strong>ntes sobre os aspectos<br />

culturais durante ao ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> línguas o que suscita possíveis<br />

alternativas para tornar<strong>em</strong> mínimos os probl<strong>em</strong>as então <strong>de</strong>tectados. Deste modo,


compreen<strong>de</strong>mos as trocas interculturais como sendo o encontro entre as culturas<br />

diversas trazidas pelos atores sociais, professores e apren<strong>de</strong>ntes, no contexto da sala<br />

<strong>de</strong> aula, especificamente, na co-relação língua-cultura local e do Outro. Desta forma,<br />

que é possível levar os sujeitos, professores <strong>em</strong> formação inicial, a perceber<strong>em</strong> que<br />

ensinar uma língua-cultura estrangeira é também enten<strong>de</strong>r que a construção da<br />

formação inicial <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do “contato com outras culturas, modos <strong>de</strong> se relacionar e<br />

envolver a sua cultura e a cultura do outro” (FLEURI, 2003, p. 74).<br />

Consi<strong>de</strong>rando essas concepções, convém esclarecer a esse professor que a AI<br />

é igualmente se fazer um professor mediador intercultural, ou seja, <strong>de</strong> levar o seu<br />

apren<strong>de</strong>nte a compreen<strong>de</strong>r, <strong>de</strong> maneira explícita, os fundamentos <strong>de</strong> suas<br />

representações e o modo, no qual suas culturas po<strong>de</strong>m ser vistas pelos outros,<br />

levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração que todos dois (professor e apren<strong>de</strong>ntes) divi<strong>de</strong>m o mesmo<br />

foco cultural. Através dos entrecruzamentos com as culturas dos apren<strong>de</strong>ntes e aquela<br />

cultura da língua que está sendo ensinada, é possível o professor perceber a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mediar o conhecimento, <strong>de</strong> modo favorável, dos apren<strong>de</strong>ntes que<br />

traz<strong>em</strong> suas diferenças significativas umas das outras <strong>de</strong>ntro do “plano cognitivo,<br />

afetivo e cultural, frequent<strong>em</strong>ente, muito diferentes <strong>de</strong> si mesmo” (MANAA, op. cit., p.<br />

214).<br />

Diante do exposto, é possível que o professor na mediação possa tomar<br />

consciência intercultural. Visto que a prática da mediação não se <strong>de</strong>fine, apenas, por<br />

se apresentar como uma visão positiva ou negativa da língua-cultura do outro, mas,<br />

por promover a curiosida<strong>de</strong> nos apren<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> perceber<strong>em</strong> as culturas dos sujeitos<br />

s<strong>em</strong> supervalorização ou <strong>de</strong>smerecimento <strong>de</strong> sua própria cultura. Consoante a Manaa<br />

(op.cit.), o mediador intercultural parece compreen<strong>de</strong>r que não é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

informações sobre a cultura da língua alvo, todavia a maneira adotada pelo professor<br />

para propiciar a seus apren<strong>de</strong>ntes manter<strong>em</strong> relações comunicativas com as outras<br />

pessoas, levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração às diferenças culturais. É o que justifica, a


preocupação não apenas com o conhecimento linguageiro da língua alvo , mas,<br />

principalmente, com o tipo <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong> que se traz para a sala <strong>de</strong> aula.<br />

V<strong>em</strong>os que a AI, além <strong>de</strong> conduzir o professor a promover as trocas<br />

interculturais, o possibilita a mediar ativida<strong>de</strong>s didático-metodológicas propiciadoras da<br />

CI nos seus apren<strong>de</strong>ntes. Isto ressalta o dizer <strong>de</strong> Manaa (op. cit.) ainda sobre AI.<br />

A abordag<strong>em</strong> intercultural, no âmbito escolar, é um processo que t<strong>em</strong> por<br />

objetivo sensibilizar os apren<strong>de</strong>ntes a novas percepções do mundo para<br />

que eles chegu<strong>em</strong> a uma consciência mais profunda <strong>de</strong> sua própria cultura,<br />

através <strong>de</strong> uma imersão qualitativa <strong>em</strong> uma cultura estrangeira por meio <strong>de</strong><br />

instrumentos <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adores <strong>de</strong> comparação intercultural 5 . (MANAA,<br />

2009, p. 212).<br />

Isso concorre para a tomada da CI <strong>de</strong> que os atores sociais no processo <strong>de</strong><br />

ensino-aprendizag<strong>em</strong> da língua-cultura estrangeira se dê<strong>em</strong> conta <strong>de</strong> que a língua-<br />

cultura local (materna) t<strong>em</strong> a mesma relevância da língua-cultura do outro. Por isso,<br />

nos <strong>em</strong>basamos no CECRL (2001).<br />

O conhecimento, a consciência e a compreensão das relações,<br />

(s<strong>em</strong>elhanças e diferenças distintas) entre „o mundo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se v<strong>em</strong>‟ e „o<br />

mundo da comunida<strong>de</strong> alvo‟ estão na orig<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma tomada <strong>de</strong><br />

consciência intercultural. É preciso <strong>de</strong>stacar que a tomada <strong>de</strong> consciência<br />

intercultural inclui a consciência da diversida<strong>de</strong> regional e social dos dois<br />

mundos. Ela se enriquece verda<strong>de</strong>iramente da consciência que existe, um<br />

leque <strong>de</strong> culturas maior que aquelas veiculadas pelas L1 e L2 do<br />

apren<strong>de</strong>nte. Isso ajuda a situá-las todas duas no contexto. Além do<br />

conhecimento objetivo, a consciência intercultural engloba a consciência da<br />

maneira como qual cada comunida<strong>de</strong> aparece na ótica do outro<br />

frequent<strong>em</strong>ente sob a forma <strong>de</strong> estereótipos nacionais (CECRL, op. cit., p<br />

83) 6 .<br />

5 La démarche interculturelle dans un cadre scolaire est un processus ayant pour objectif <strong>de</strong><br />

sensibiliser les apprenants à <strong>de</strong> nouvelles perceptions du mon<strong>de</strong> pour qu‟ils arrivent à une<br />

conscience plus profon<strong>de</strong> <strong>de</strong> leur propre culture à travers une immersion qualitative dans une<br />

culture étrangère au moyen <strong>de</strong> supports déclencheurs <strong>de</strong> comparaison interculturelle (MANAA,<br />

2009, p. 212).<br />

6 La connaissance, la conscience et la compréhension <strong>de</strong>s relations, (ress<strong>em</strong>blances et<br />

différences distinctives) entre « le mon<strong>de</strong> d‟où l‟on vient » et « le mon<strong>de</strong> <strong>de</strong> la communauté<br />

cible » sont à l‟origine d‟une prise <strong>de</strong> conscience interculturelle. Il faut souligner que la prise <strong>de</strong><br />

conscience interculturelle inclut la conscience <strong>de</strong> la diversité régionale et sociale <strong>de</strong>s <strong>de</strong>ux<br />

mon<strong>de</strong>s. Elle s‟enrichit égal<strong>em</strong>ent <strong>de</strong> la conscience qu‟il existe un plus grand éventail <strong>de</strong><br />

cultures que celles véhiculées par les L1 et L2 <strong>de</strong> l‟apprenant. Cela ai<strong>de</strong> à les situer toutes <strong>de</strong>ux<br />

en contexte. Outre la connaissance objective, la conscience interculturelle englobe la<br />

conscience <strong>de</strong> la manière dont chaque communauté apparaît dans l‟optique <strong>de</strong> l‟autre, souvent<br />

sous la forme <strong>de</strong> stéréotypes nationaux (CECRL, op. cit. p. 83).


Compreen<strong>de</strong>mos através <strong>de</strong>ssa citação que a tomada da CI consi<strong>de</strong>ra o<br />

encontro entre as culturas, adicionando as diversida<strong>de</strong>s regional e social dos sujeitos<br />

envolvidos, assim como, o modo como estes são vistos no imaginário do Outro. Isso<br />

parece sugerir que o professor no papel <strong>de</strong> mediador recorre ao conhecimento, à<br />

consciência e à compreensão das relações, consi<strong>de</strong>rando-os essenciais para a<br />

construção da CI <strong>de</strong> seus apren<strong>de</strong>ntes.<br />

Isso nos r<strong>em</strong>ete ainda ao que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Fleuri (2003) sobre AI:<br />

A formação e a requalificação dos educadores e das educadoras são talvez<br />

o probl<strong>em</strong>a <strong>de</strong>cisivo do qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o sucesso ou o fracasso da proposta<br />

intercultural. O que está <strong>em</strong> jogo na formação é a superação da perspectiva<br />

monocultural e etnocêntrica que configura os modos tradicionais e<br />

consolidados <strong>de</strong> educar, a mentalida<strong>de</strong> pessoal, os modos <strong>de</strong> se relacionar<br />

com os outros e <strong>de</strong> atuar nas situações concretas (FLEURI, 2003, p.74).<br />

Enten<strong>de</strong>mos esse pensamento como uma ratificação do que já foi dito no início<br />

<strong>de</strong>ste capítulo, pois adotar esta abordag<strong>em</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá, ao que nos parece, <strong>de</strong> como<br />

esse professor está construindo sua formação, ou seja, que leituras ele faz <strong>de</strong> suas<br />

práticas docentes tendo como referência não somente as perspectivas dogmática e/ou<br />

reflexiva.<br />

A nosso ver, o eixo central é mostrar ao professor que ele não está sendo<br />

penalizado <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> adotar uma ou outra perspectiva. De fato, o que o professor<br />

precisa é relativizar paradigmas, indo além <strong>de</strong> perspectivas já canonizadas<br />

consi<strong>de</strong>radas supr<strong>em</strong>as para a formação, buscando outras perspectivas ou modos <strong>de</strong><br />

se relacionar interculturalmente nas situações concretas <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Nesse sentido, a tomada da CI leva o professor a refletir sobre alguns<br />

paradigmas <strong>de</strong> sua formação inicial, sobretudo se ele percebe como sendo formado na<br />

visão monocultural e etnocêntrica <strong>de</strong>sprovida <strong>de</strong> interferências externas. Assim, para a<br />

AI, o professor é mais um daqueles sujeitos que viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> interação com portadores<br />

<strong>de</strong> outras culturas. Isto po<strong>de</strong> nos conduzir a refletir sobre o papel do professor <strong>em</strong><br />

formação inicial como um sujeito mediador e multiplicador <strong>de</strong> conhecimentos. Aquele<br />

que, no jogo enunciativo <strong>de</strong> construção do conhecimento, se coloca no lugar do outro,


compartilhando experiências trazidas pelos apren<strong>de</strong>ntes, principalmente, através das<br />

dificulda<strong>de</strong>s enfrentadas no percurso do ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> LE.<br />

No que concerne à realização das ativida<strong>de</strong>s e consi<strong>de</strong>rando as diversida<strong>de</strong>s<br />

culturais da língua e das culturas dos apren<strong>de</strong>ntes, o professor <strong>em</strong> formação <strong>de</strong>ve<br />

recorrer aos recursos didático-pedagógicos que ele consi<strong>de</strong>ra propícios para o objetivo<br />

que ele quer atingir. Isso significa trazer para o contexto da sala <strong>de</strong> aula gêneros<br />

textuais diversificados. Com esta finalida<strong>de</strong>, pensamos na canção, pois trata-se <strong>de</strong> um<br />

gênero que possui uma tripla linguag<strong>em</strong> - verbal, musical e lítero-musical (COSTA,<br />

2007; 2001). Assim, a canção po<strong>de</strong> ser trabalhada <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula s<strong>em</strong> per<strong>de</strong>r o seu<br />

sentido original, ou seja, po<strong>de</strong> ser didatizada, trabalhada <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula com fins<br />

pedagógicos, pois o professor, ao utilizá-la aproveitará recursos metodológicos que<br />

estimularão discussões sobre as trocas interculturais.<br />

A abordag<strong>em</strong> <strong>de</strong>sse gênero <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula parece levar os professores <strong>em</strong><br />

formação inicial a uma discussão tanto <strong>em</strong> aspectos das culturas local quanto das<br />

culturas do Outro, o que se configura <strong>em</strong> um momento promissor <strong>de</strong> construção do<br />

conhecimento permeado pelas culturas, pois tal abordag<strong>em</strong> engendra o trato com as<br />

trocas interculturais tomando como base a canção na sua diversida<strong>de</strong> verbal e<br />

melódica.<br />

Apoiados no dizer <strong>de</strong> Costa (op. cit.) sobre as duas linguagens verbo-<br />

melódicas, compreen<strong>de</strong>mos que através da linguag<strong>em</strong> verbal é possível os sujeitos<br />

envolvidos no ensino-aprendizag<strong>em</strong> percebam que a canção po<strong>de</strong> apresentar no seu<br />

conteúdo indícios <strong>de</strong> críticas, <strong>de</strong> sátiras, <strong>de</strong> valores culturais, religiosos, morais, entre<br />

outros.<br />

Consi<strong>de</strong>rando a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ritmos existentes, a linguag<strong>em</strong> melódica po<strong>de</strong><br />

servir <strong>de</strong> suporte para que o professor traga para a sala <strong>de</strong> aula um subgênero musical


que leve os apren<strong>de</strong>ntes a discutir<strong>em</strong> ritmos e preferências musicais. A hibridização<br />

<strong>de</strong>ssas duas linguagens, suscita as trocas interculturais.<br />

A esse respeito, os estudos que abarcam o gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula<br />

traz<strong>em</strong> concepções divergentes e, como o próprio gênero mostra uma diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

linguagens, os estudiosos parec<strong>em</strong> nos conduzir a enten<strong>de</strong>r a canção como viável<br />

para o ensino do FLE. No dizer <strong>de</strong> Amorim e Magalhães, a música traz pontos<br />

positivos.<br />

Com seu po<strong>de</strong>r mágico <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar l<strong>em</strong>branças e sentimentos nas<br />

pessoas, a música po<strong>de</strong> acalmar, divertir, transportar, ensinar, distrair e unir<br />

as pessoas. [...] No caso das aulas <strong>de</strong> LE, a música t<strong>em</strong> ainda a vantag<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> ser um importante el<strong>em</strong>ento cultural e, consequent<strong>em</strong>ente, é um<br />

instrumento que po<strong>de</strong> levar o professor a estabelecer um paralelo entre<br />

cultura e o ensino <strong>de</strong> idiomas (AMORIM e MAGALHÃES, 1998, p. 97).<br />

Esse pensamento nos faz intuir que trazer a música para a sala <strong>de</strong> aula<br />

transporta os professores a tomar<strong>em</strong> consciência <strong>de</strong> que estudar a língua estrangeira<br />

através da canção não convém apenas para o <strong>de</strong>leite do ouvinte, po<strong>de</strong> ser estudada<br />

como qualquer outro gênero textual-discursivo. Embora reconheçamos a natureza com<br />

aparência lúdica do gênero canção <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar l<strong>em</strong>branças e sentimentos nas<br />

pessoas, a sua abordag<strong>em</strong> po<strong>de</strong> extrapolar os limites do que é subjetivo,<br />

cont<strong>em</strong>plando outros aspectos estudo do gênero textual-discursivo.<br />

O lúdico po<strong>de</strong> parecer um ponto positivo para aqueles que apreciam o ensino<br />

através <strong>de</strong> músicas, mas por outro lado não suscita uma imposição, visto que o gosto<br />

musical das pessoas varia e, como estamos diante <strong>de</strong> um estudo abordando a<br />

diversida<strong>de</strong> cultural, seria contraditório querermos que todos apreci<strong>em</strong> uma mesma<br />

música ou um mesmo subgênero musical.<br />

uma<br />

Dessa forma, seria inviável tratarmos <strong>de</strong> um trabalho no qual o intercultural é<br />

proposta para o respeito às diferenças, <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, se não consi<strong>de</strong>rarmos as<br />

prefer6encias, dos apren<strong>de</strong>ntes, quanto ao gosto musical.


A partir <strong>de</strong> nossa experiência docente (SARINHO, 2007) compreen<strong>de</strong>mos que<br />

o gênero canção funciona como um documento pedagógico que po<strong>de</strong> ser didatizado.<br />

Com ele o professor parece ter escolhido um dos recursos didático-metodológico,<br />

possível <strong>de</strong> fazer uma abordag<strong>em</strong> que atenda às necessida<strong>de</strong>s dos apren<strong>de</strong>ntes.<br />

No caso do ensino do FLE, é relevante consi<strong>de</strong>rar a diversida<strong>de</strong> musical<br />

existente na canção <strong>de</strong> expressão francesa, como também fazer com que os<br />

professores compreendam que cada gênero merece ser abordado na sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong><br />

modo diversificado, como apontam Fontoura e Silva (2010).<br />

A música t<strong>em</strong> sido analisada e estudada <strong>de</strong> diferentes formas, pois sendo<br />

culturalmente construída, permeia todas as socieda<strong>de</strong>s humanas. Percebese<br />

que no <strong>de</strong>correr da história da humanida<strong>de</strong> ela t<strong>em</strong> se estabelecido como<br />

parte intrínseca do cotidiano humano, seja através <strong>de</strong> sua inserção nos ritos<br />

religiosos, nas manifestações tribais, militares, para o <strong>de</strong>leite das cortes,<br />

etc, (FONTOURA e SILVA, (2010, p.1).<br />

Enten<strong>de</strong>mos que o trabalho com a canção permite conduzir os „professores <strong>em</strong><br />

formação inicial‟ a perceber<strong>em</strong> as diferentes formas <strong>de</strong> se estudar uma música <strong>em</strong><br />

contexto <strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula. Trata-se <strong>de</strong> uma proposta que po<strong>de</strong> veicular diferentes<br />

perspectivas para o ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> FLE, uma vez que evoca “culturas<br />

urbanas, rurais, tradicionais e cont<strong>em</strong>porâneas” (JACONO, 2009; REGO, 2003).<br />

Acreditamos que o estudo com o gênero canção, além <strong>de</strong> dar oportunida<strong>de</strong> aos<br />

„professores <strong>em</strong> formação inicial‟ <strong>de</strong> formalizar<strong>em</strong> opinião e refletir<strong>em</strong> sobre os<br />

conflitos sociais <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada época, funciona didaticamente no sentido <strong>de</strong><br />

verificar a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> como uma música faz parte do acervo cultural e artístico <strong>de</strong><br />

uma socieda<strong>de</strong>.<br />

Os conceitos sobre a AI e a CI nos orientam na análise a respeito das<br />

“Percepções sobre CI <strong>em</strong> FLE: um caso”. Consi<strong>de</strong>ramos, portanto, que o „professor<br />

<strong>em</strong> formação inicial‟ <strong>em</strong> FLE pensa sobre a abordag<strong>em</strong> intercultural. Para isso,<br />

<strong>de</strong>stacamos alguns excertos retirados das respostas dadas pelos professores <strong>em</strong><br />

formação inicial sobre o significado da AI e da CI no ensino <strong>de</strong> FLE.


1.3. Percepções sobre a CI <strong>em</strong> FLE: um caso<br />

A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> apresentar e discutir, neste momento, as respostas obtidas no<br />

questionário pré-intervenção ou <strong>de</strong> sondag<strong>em</strong> (APÊNDICE B: “Questionário para os<br />

professores <strong>em</strong> formação <strong>de</strong> FLE”) consiste <strong>em</strong> <strong>de</strong>screver a concepção sobre AI e CI<br />

que os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ <strong>de</strong>monstraram ter e que serão melhor<br />

discutidas no quarto capítulo “A canção <strong>de</strong> expressão francesa 7 : uma proposta <strong>de</strong> AI<br />

para aulas <strong>de</strong> FLE”. Denominamos, então, “um caso”, o fato <strong>de</strong> percebermos as<br />

concepções trazidas pelos „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ sobre AI e CI. As<br />

respostas foram retiradas do primeiro questionário aplicado com quatro turmas <strong>de</strong><br />

alunos <strong>de</strong> graduação do curso <strong>de</strong> Letras - Francês da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong><br />

Campina Gran<strong>de</strong>, totalizando 16 informantes. Os procedimentos metodológicos<br />

encontram-se no capítulo III, p. 61. Destacamos, ainda, que todas as respostas foram<br />

transcritas do mesmo modo como escritas pelos participantes.<br />

Os excertos a seguir apresentam as noções que os „professores <strong>em</strong> formação<br />

inicial‟(PFI) têm sobre o intercultural, ao respon<strong>de</strong>r<strong>em</strong> a pergunta contida no<br />

questionário <strong>de</strong> sondag<strong>em</strong> “O que é o intercultural no ensino <strong>de</strong> línguas? Explique-<br />

nos”. As respostas <strong>de</strong>claradas nos mostram concepções diferenciadas:<br />

PFI 04: Um ponto <strong>de</strong> encontro entre a cultura vinculada à língua <strong>em</strong><br />

aprendizag<strong>em</strong> e a da língua materna (contexto <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>).<br />

PFI 06: Uma forma dialética <strong>de</strong> vê as línguas (materna e francesa) a favor<br />

da aprendizag<strong>em</strong> (principalmente o <strong>de</strong>ter-se a pensar <strong>em</strong> francês).<br />

PFI 07: Acho que é a inter-relação não só da língua (e da cultura) que<br />

estudamos e sim das <strong>de</strong>mais também.<br />

PFI 08: Acredito que seja, a língua ensinada <strong>em</strong> sintonia com a cultura.<br />

PFI 10: Algo que está <strong>de</strong>ntro das línguas.<br />

7 A língua francófona correspon<strong>de</strong> às comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fala oriundas dos países <strong>de</strong> língua<br />

francesa como língua oficial, segunda e/ou veicular. Enquanto a língua <strong>de</strong> expressão francesa<br />

abarca comunida<strong>de</strong>s culturais não necessariamente a dos países <strong>de</strong> língua francesa<br />

(WOLTON, 2009).


O intercultural se apresenta, nesse caso, como uma perspectiva que trata das<br />

relações entre as culturas materna e estrangeira, visto que os apren<strong>de</strong>ntes traz<strong>em</strong><br />

expressões que sinalizam a interrelação, como “encontro entre”, “dialética”, “inter-<br />

relação”, “sintonia” e “<strong>de</strong>ntro”.<br />

Os relatos <strong>de</strong> PFI 04 e PFI 06 nos mostram que eles se pautam sobre o<br />

intercultural voltado para o encontro <strong>de</strong> duas culturas, o que confirma o<br />

posicionamento <strong>de</strong> Manaa (2009, p. 212): “o intercultural se refere ao espaço <strong>de</strong><br />

interação entre as culturas dos apren<strong>de</strong>ntes e aquelas veiculadas pela língua<br />

estrangeira que <strong>em</strong>erge o conceito <strong>de</strong> intercultural”, na discussão sobre o ensino das<br />

línguas e culturas, <strong>em</strong> uma visão <strong>de</strong> duas culturas, a da língua do apren<strong>de</strong>nte e da<br />

língua alvo.<br />

Na visão <strong>de</strong> PFI 04, perceb<strong>em</strong>os que o intercultural é entendido como sendo<br />

uma abordag<strong>em</strong> que configura o encontro entre as culturas da língua materna e as<br />

culturas da língua <strong>em</strong> aprendizag<strong>em</strong>, no caso a francesa, uma vez que para esse<br />

„professor <strong>em</strong> formação inicial‟, no contexto <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>, o ensino da língua<br />

necessita do “ponto <strong>de</strong> encontro entre a língua alvo vinculada à cultura materna”.<br />

Já para PFI 06, o intercultural é uma forma <strong>de</strong> ver as duas línguas, traz<strong>em</strong> as<br />

culturas interligadas, pois é a forma que ele encontra para fortalecer a sua formação,<br />

<strong>de</strong>vido a sua necessida<strong>de</strong> “principalmente o <strong>de</strong>ter-se <strong>em</strong> pensar <strong>em</strong> francês”. Esse<br />

pensamento v<strong>em</strong> confirmar o dizer <strong>de</strong> Cuq (2003, p. 136) que o intercultural supõe na<br />

sala <strong>de</strong> aula, “trocas entre culturas, conexões e enriquecimentos mútuos”. Quando<br />

este „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ fala <strong>em</strong> “<strong>de</strong>ter-se <strong>em</strong> pensar <strong>em</strong> francês” ele tenta<br />

aprofundar-se nas informações necessárias da língua-cultura <strong>de</strong> formação, buscando<br />

outras conexões, <strong>de</strong> imersão na cultura do outro.


Para os PFI 07, PFI 08 e PFI 10, a concepção <strong>de</strong> intercultural vai além do relato<br />

dos primeiros „professores <strong>em</strong> formação inicial‟, pois eles enten<strong>de</strong>m como uma<br />

abordag<strong>em</strong> que trata das culturas na sua diversida<strong>de</strong>. O ensino-aprendizag<strong>em</strong> da<br />

língua estrangeira engloba não só a língua-cultura que estão estudando, como<br />

também po<strong>de</strong> haver a “inter-relação” das outras culturas, principalmente, pois a língua<br />

estar <strong>em</strong> “sintonia” com a cultura, visto que todas as línguas representam culturas.<br />

As concepções aqui mostradas r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> ao dizer <strong>de</strong> Abdallah-Pretceille e<br />

Porcher (2001) quando teorizam sobre o que é intercultural na sala <strong>de</strong> aula, como<br />

sendo uma das modalida<strong>de</strong>s possíveis <strong>de</strong> tratamento da diversida<strong>de</strong> cultural. Esses<br />

„professores <strong>em</strong> formação inicial‟ traz<strong>em</strong> <strong>em</strong> mente que o ensino da língua estrangeira<br />

necessita da interrelação das culturas da língua alvo com as das suas culturas local.<br />

Ao <strong>de</strong>clarar ”acho que é a inter-relação não só da língua (e da cultura) que<br />

estudamos e sim das <strong>de</strong>mais também”. PFI 07 não só se refere à língua francesa, mas<br />

ten<strong>de</strong> a incluir outras culturas também as suas culturas, não exclusivamente a <strong>de</strong><br />

expressão francesa. Este pensamento corrobora com o que discutimos a partir De<br />

Carlo (1998) que o intercultural trata <strong>de</strong> interação, troca e eliminação <strong>de</strong> barreiras<br />

culturais. Ao consi<strong>de</strong>rar as “<strong>de</strong>mais” línguas e culturas, o PFI 07 expressa que elas<br />

são necessárias para o seu aprendizado enquanto apren<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> FLE, pois o estudo<br />

da língua alvo conduzirá à percepção <strong>de</strong> que outras culturas exist<strong>em</strong> e merec<strong>em</strong> ser<br />

valorizadas.<br />

Ao mencionar que “acredito que seja a língua ensinada <strong>em</strong> sintonia com a<br />

cultura”, PFI 08 conceitua intercultural com sendo uma abordag<strong>em</strong> que dialoga a<br />

língua e as culturas, ou seja, não po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>svinculadas uma da outra. O termo<br />

“sintonia” <strong>de</strong>stacado pelo PFI 08 conecta-se ao pensamento <strong>de</strong> Abdallah-Pretceille e<br />

Porcher (op.cit., p. 57): o intercultural repousa sobre o outro, ou melhor, o outro é tão


importante quanto eu, pois se faltar um dos termos – língua e cultura - é possível que<br />

haja exclusão e <strong>de</strong>smerecimento.<br />

Da mesma forma é o pensamento <strong>de</strong> PFI 10 ao <strong>de</strong>finir o que é intercultural:<br />

“algo que está <strong>de</strong>ntro das línguas”. Esta colocação se aproxima da <strong>de</strong>fendida por PFI<br />

08. Ainda para PFI 10, o intercultural se <strong>de</strong>fine com sendo uma abordag<strong>em</strong> que se<br />

inclui <strong>em</strong> contextos diversificados, <strong>de</strong> modo a perceber o intercultural <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma<br />

perspectiva <strong>de</strong> língua não distante da cultura, ou seja, as culturas estão imbricadas<br />

nas línguas. Isso se confirma com Wolton (2009, p.19): “<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a diversida<strong>de</strong><br />

cultural é, evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, reconhecer a diversida<strong>de</strong> linguística, pois não existe cultura<br />

s<strong>em</strong> idioma”.<br />

Os excertos a seguir mostram, pois que visão os „professores <strong>em</strong> formação<br />

inicial‟ <strong>em</strong> FLE (da UFCG) traz<strong>em</strong> da AI, consi<strong>de</strong>rando a tomada da CI. Isso nos<br />

possibilita fazer discussão na sala <strong>de</strong> aula tendo <strong>em</strong> vista o ensino-aprendizag<strong>em</strong> da<br />

língua-cultura estrangeira <strong>em</strong> interrelação com a língua-cultura local.<br />

PFI 01: É oferecer ao aluno oportunida<strong>de</strong>s e conhecimento <strong>de</strong> valores culturais<br />

sobre a língua que está sendo estudada, não estudar apenas aspectos<br />

estruturais.<br />

PFI 02: É trazer ou mostrar características da cultura da França e fazer a<br />

ligação com a nossa cultura, a brasileira, nor<strong>de</strong>stina, paraibana.<br />

PFI 09: É a interação entre o aprendizado da língua <strong>em</strong> questão, e todos os<br />

aspectos culturais que envolv<strong>em</strong> seus falantes naturais.<br />

PFI 13: Seria a mistura <strong>de</strong> conhecimentos entre a nossa cultura e a do(s)<br />

outro(s) nesse caso franceses, africanos, cana<strong>de</strong>nses, etc.,<br />

Nesses relatos, i<strong>de</strong>ntificamos que tais „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ se<br />

<strong>em</strong>basam na AI para <strong>de</strong>monstrar<strong>em</strong> tomada <strong>de</strong> CI, percebendo que o professor <strong>de</strong>ve<br />

levar <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a língua vinculada às culturas para po<strong>de</strong>r ajudar os<br />

apren<strong>de</strong>ntes. Por esta razão citam: “oferecer ao aluno oportunida<strong>de</strong>s e conhecimento<br />

<strong>de</strong> valores culturais sobre a língua que está sendo estudada” (PFI 01), “mostrar<br />

características da cultura da França e fazer a ligação com a nossa cultura, a brasileira,


nor<strong>de</strong>stina, paraibana” (PFI 02), “a interação entre o aprendizado da língua <strong>em</strong><br />

questão, e todos os aspectos culturais que envolv<strong>em</strong> seus falantes naturais” (PFI 09),<br />

“mistura <strong>de</strong> conhecimentos entre a nossa cultura e a do(s) outro(s) nesse caso<br />

franceses, africanos, cana<strong>de</strong>nses, etc.,” (PFI 13).<br />

Perceb<strong>em</strong>os, então, que esses „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ não faz<strong>em</strong><br />

separação <strong>de</strong> culturas, eles enten<strong>de</strong>m que o ensino da língua <strong>de</strong>ve favorecer ao<br />

apren<strong>de</strong>nte contato com outras culturas. Para eles a sua língua-cultura local se coloca<br />

<strong>em</strong> paralelo com a cultura do outro, pois é um ponto favorável para evitar<br />

<strong>de</strong>smerecimento <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>las. Sendo assim, o ensino da língua, necessariamente,<br />

inclui todos os aspectos culturais das <strong>de</strong>mais culturas “brasileira, nor<strong>de</strong>stina,<br />

paraibana, franceses, africanos, cana<strong>de</strong>nses”. Trata-se, pois <strong>de</strong> uma concepção que<br />

dialoga com o proposto pelo CECRL (2001, p. 83) sobre a CI, uma vez que o professor<br />

<strong>de</strong>ve ter <strong>em</strong> mente “o conhecimento, a consciência e a compreensão das relações,<br />

(s<strong>em</strong>elhanças e diferenças distintas) entre o mundo <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se v<strong>em</strong> e o mundo da<br />

comunida<strong>de</strong> alvo”.<br />

Isso v<strong>em</strong> contribuir para que os apren<strong>de</strong>ntes analis<strong>em</strong>, <strong>de</strong> modo subjetivo,<br />

imagens estereotipadas, como nos mostra o PFI 09 “É a interação entre o aprendizado<br />

da língua <strong>em</strong> questão, e todos os aspectos culturais que envolv<strong>em</strong> seus falantes<br />

naturais”. Para ele, o intercultural é ter a consciência <strong>de</strong> que o ensino da LE é incluir,<br />

também, as diversida<strong>de</strong>s regional e social dos dois mundos. Desta forma, o ensino da<br />

língua <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar a diversida<strong>de</strong> cultural dos “falantes naturais”, como<br />

mencionado pelo CECRL (op.cit.) ao se reportar à CI.<br />

O PFI 13 percebe que é necessário buscar da cultura estrangeira falantes <strong>de</strong><br />

expressão francesa <strong>de</strong> outros continentes como: Europa (franceses), África (africanos)<br />

e América do Norte (cana<strong>de</strong>nses). Para enten<strong>de</strong>r esta cultura, necessita-se <strong>de</strong><br />

conhecimentos sobre as outras culturas envolvidas através da “mistura com a cultura


materna”. Isso implica dizer que a cultura dos outros fortalece os laços entre a cultura<br />

francesa que está ligada aos países <strong>de</strong> continentes distantes, como mostra o<br />

manifesto da Literatura-Mundo (LE BRIS e ROUAUD, 2007).<br />

Assim, voltamos ao que Abdallah-Pretceille e Porcher (op. cit.) mencionam<br />

sobre o ensino <strong>em</strong>basado nas trocas interculturais, o que nos faz crer que o professor<br />

<strong>de</strong> FLE parece contribuir com o seu apren<strong>de</strong>nte na tomada da CI. Essa concepção é<br />

também reforçada pelo CECRL (op. cit. p.83): A CI “engloba a consciência da maneira<br />

na qual cada comunida<strong>de</strong> aparece na ótica do outro frequent<strong>em</strong>ente sob a forma <strong>de</strong><br />

estereótipos nacionais”. É preciso ressaltar que não apenas como imagens<br />

estereotipadas, pois há imagens que são veiculadas s<strong>em</strong> se tornar<strong>em</strong> estereótipos.<br />

PFI 01 expõe que a formação do professor não po<strong>de</strong> se limitar apenas aos<br />

conhecimentos da forma da língua: “oferecer ao aluno oportunida<strong>de</strong>s e conhecimento<br />

<strong>de</strong> valores culturais, não estudar apenas aspectos estruturais”. A sua preocupação<br />

resi<strong>de</strong> no ensino da língua não pautado exclusivamente <strong>em</strong> questões estruturais, mas<br />

vinculado ao contexto sócio-histórico-cultural dos sujeitos envolvidos.<br />

Diante do exposto, perceb<strong>em</strong>os que para os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟,<br />

a concepção <strong>de</strong> AI está centrada no intercultural como o encontro <strong>de</strong>: duas culturas –<br />

da cultura <strong>de</strong> língua materna com a cultura da língua estrangeira –, duas línguas<br />

interligadas e como uma abordag<strong>em</strong> que trata das culturas na sua diversida<strong>de</strong>.<br />

Quanto à concepção <strong>de</strong> CI, os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ <strong>de</strong>monstram<br />

certa preocupação com o ensino <strong>de</strong> FLE, visto que as noções dadas são <strong>de</strong> que o<br />

ensino <strong>de</strong>ve englobar o conhecimento das outras línguas e culturas <strong>de</strong> expressão<br />

francesa como também a inclusão da cultura local.<br />

Essas noções nos instigam – no próximo capítulo “Sobre a tomada da<br />

consciência intercultural” – a fazer uma discussão <strong>em</strong> torno dos conceitos<br />

relacionados ao intercultural para a tomada da CI.


CAPÍTULO II


2. SOBRE A TOMADA DA CONSCIÊNCIA INTERCULTURAL<br />

“/.../ o tipo, eu sou diferente <strong>de</strong> você, mas n<strong>em</strong> por isso eu sou melhor,<br />

e você é melhor que eu/ todos somos importantes/.../.”<br />

(G1 B)<br />

Na tentativa <strong>de</strong> levarmos os professores <strong>em</strong> formação inicial a refletir<strong>em</strong> sobre<br />

a canção <strong>de</strong> expressão francesa enquanto canal <strong>de</strong> cultura para a tomada da CI –<br />

apresentar<strong>em</strong>os neste capítulo algumas concepções acerca dos conceitos inerentes<br />

ao intercultural, tais como: estereótipo, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e alterida<strong>de</strong>. Com essa finalida<strong>de</strong>,<br />

tomar<strong>em</strong>os alguns conceitos-chave que julgamos relevantes para o nosso estudo.<br />

Partimos das concepções que os professores <strong>em</strong> formação inicial traz<strong>em</strong> sobre<br />

a CI, o que nos impulsiona a discutir sobre estes três conceitos no sentido <strong>de</strong><br />

relacioná-los à AI.<br />

2.1. Estereótipos e i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s: dois conceitos a ser<strong>em</strong> pensados<br />

conjuntamente<br />

O conceito <strong>de</strong> estereótipo po<strong>de</strong> ser caracterizado como uma imag<strong>em</strong> resumida<br />

do que somos verda<strong>de</strong>iramente, se constituindo <strong>em</strong> um contraponto das imagens com<br />

as quais nos i<strong>de</strong>ntificamos. Isso antecipa o significado <strong>de</strong> estereótipo dado pelo<br />

dicionário <strong>de</strong> didáticas das línguas estrangeiras (CUQ, Org, 2003) quando afirma:<br />

Um estereótipo consiste <strong>em</strong> uma representação “clichê” <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong><br />

(indivíduo, paisag<strong>em</strong>, profissão, objeto, etc.) que a reduz a um traço, a “uma<br />

i<strong>de</strong>ia pronta”. Ele é, então, uma vista parcial <strong>de</strong>sta realida<strong>de</strong>. [...] O estereótipo<br />

não <strong>de</strong>ve ser confundido com o que ele representa, mas é importante notar que<br />

ele faz parte <strong>de</strong>la (CUQ, op. cit., p. 224) 8 .<br />

O estereótipo representa, então, a imag<strong>em</strong> que faz<strong>em</strong>os <strong>de</strong> pessoas, objetos,<br />

lugares, profissões, paisagens <strong>de</strong> modo restrito e pré-concebido. É uma imag<strong>em</strong> que<br />

8 Un stéréotype consiste en une réprésentation « cliché » d‟une réalité (individu, paysage,<br />

métier, etc) qui réduit celle-ci à un trait, à « une idée toute faite ». Il est donc une vue partielle<br />

<strong>de</strong> cette réalité. [....] Le stéréotype ne doit pas être confondu avec ce qu‟il représente, mais il<br />

est important <strong>de</strong> noter qu‟il en fait partie (CUQ, 2003, p. 224).


epassamos aos outros <strong>de</strong> forma totalizada, generalizada do que perceb<strong>em</strong>os por uma<br />

via simplificada e que acreditamos ser uma imag<strong>em</strong> pronta, é um estereótipo.<br />

O pensamento <strong>de</strong> Cuq (Org., op. cit.), ao que nos parece, não menciona o<br />

estereótipo significando algo <strong>de</strong> imaginário, irreal, <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> hipotética, e sim,<br />

está partindo do real. O estereótipo existe, uma vez que ele faz parte da realida<strong>de</strong>,<br />

todavia, o <strong>de</strong>staque está no fato <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>rmos confundi-lo com o que ele<br />

representa. Neste sentido, parece que a afirmação <strong>de</strong> Cuq (Org., op. cit.) nos conduz a<br />

perceber o estereótipo por outro olhar. É que a construção do estereótipo t<strong>em</strong> relação<br />

com duas imagens estereotipadas: uma, <strong>de</strong> modo geral, que se refere à natureza dos<br />

processos mentais e seu funcionamento e outra, <strong>de</strong> modo específico, que, quando<br />

interpretada, ten<strong>de</strong> a ser vista como imagens positivas e/ou negativas atribuídas a<br />

alguns grupos sociais “<strong>de</strong>sfavorecidos” (DE CARLO,1998).<br />

Logo, perceb<strong>em</strong>os que o estereótipo dialoga com duas concepções, a <strong>de</strong> Cuq<br />

(op.cit.) e <strong>de</strong> Espindola (2008). Nesta última, o estereótipo é:<br />

[...] a simplificação das características que um povo cultiva sobre outro,<br />

resultando com frequência na cristalização <strong>de</strong> preconceitos. É uma<br />

projeção que faz<strong>em</strong>os sobre o outro. Em boa medida é um juízo <strong>de</strong> valor. A<br />

estereotipia está carregada <strong>de</strong> sentidos, <strong>de</strong> tradição. É um rótulo que<br />

condiciona o olhar antes mesmo que possamos ver algo (ESPINDOLA,<br />

2008, p.2).<br />

Enten<strong>de</strong>mos que nessa perspectiva o estereótipo está firmado <strong>em</strong> uma<br />

imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> preconceitos. Nesse sentido, não se consi<strong>de</strong>ra a representação que t<strong>em</strong>os<br />

da realida<strong>de</strong> do outro, mesmo sendo <strong>em</strong> uma visão parcial, superficial; mas, como<br />

uma imag<strong>em</strong> que já aparece concebida, como se fosse uma imag<strong>em</strong> cristalizada.<br />

Oportunizar situações <strong>de</strong> ensino e aprendizag<strong>em</strong> que promovam a dialética<br />

entre jogos imagéticos, parece que permite ao „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ observar<br />

que seus apren<strong>de</strong>ntes merec<strong>em</strong> uma atenção especial com relação ao aprendizado,<br />

sobretudo se eles <strong>de</strong>monstram incerteza causada tanto pelo diferente – <strong>de</strong>sconhecido<br />

–, quanto pelo comum – conhecido –, pela rejeição e/ou atração da língua-cultura do<br />

outro e por vezes a neutralida<strong>de</strong>. A insegurança po<strong>de</strong> conduzir os apren<strong>de</strong>ntes à


elativização das experiências com as culturas do outro, o que os auxiliaria a não cair<br />

no artifício das imagens estereotipadas (DE CARLO, op.cit.).<br />

Esse pensamento nos faz enten<strong>de</strong>r que o <strong>de</strong>sconhecido po<strong>de</strong> também ser<br />

percebido através <strong>de</strong> nossas visões <strong>de</strong> mundo, uma vez que elas estão <strong>em</strong> processo<br />

<strong>de</strong> reconstrução permanente. Trata-se, portanto, <strong>de</strong> uma tomada <strong>de</strong> consciência das<br />

representações e <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scoberta <strong>de</strong> suas próprias especificida<strong>de</strong>s culturais pelo<br />

contato com outra língua e outra cultura (MANAA, 2009). É oportuno ressaltar que, <strong>em</strong><br />

se tratando <strong>de</strong> estereótipos, não há como escapar, pois eles faz<strong>em</strong> parte das culturas,<br />

e nós, como atores sociais, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>sconstruir uns e construir outros. É necessário<br />

frisarmos que a construção dos estereótipos se <strong>de</strong>senvolve pelo contato com o<br />

“<strong>de</strong>sconhecido”, conforme Morin (2007), trata-se da surpresa e do estranhamento que<br />

nos conduz a “evoluir” e transcen<strong>de</strong>r.<br />

Quando <strong>de</strong>sconstruímos um estereótipo é que estamos relativizando aquela<br />

imag<strong>em</strong> que nos parecia <strong>de</strong> forma generalizada e agora conhec<strong>em</strong>os, com base <strong>em</strong><br />

fatos reais, pois nos aparec<strong>em</strong> como verda<strong>de</strong>iros, segundo nossas visões <strong>de</strong> mundo,<br />

nosso prisma <strong>de</strong>formante. É o que se espera das práticas do professor <strong>de</strong> FLE no<br />

contexto da sala <strong>de</strong> aula. Em outras palavras, o professor <strong>em</strong> formação “imergirá” no<br />

<strong>de</strong>sconhecido, proporcionando às suas aulas a relativização daquela imag<strong>em</strong> tida<br />

como estereotipada (BEACCO, 2000).<br />

Levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração que o professor <strong>em</strong> formação é um sujeito subjetivo,<br />

<strong>de</strong>vido a sua natureza sociocognitiva, <strong>em</strong> suas práticas <strong>de</strong> ensino, as imagens<br />

estereotipadas percebidas por ele serão acionadas e/ou não no momento da interação<br />

no evento da sala <strong>de</strong> aula. A maneira como ele conduzirá a discussão po<strong>de</strong> favorecer<br />

a construção ou a relativização das imagens junto aos seus apren<strong>de</strong>ntes.<br />

Os estudos na visão antropológica mostram que a disposição dos estereótipos<br />

se instaura no etnocentrismo no seio das socieda<strong>de</strong>s humanas, mesmo nas mais


isoladas, a tendência parece colocar seu próprio grupo como medida absoluta <strong>em</strong><br />

relação às outras, para julgar as diversida<strong>de</strong>s conhecidas como inferiores ao nível <strong>de</strong><br />

ser<strong>em</strong> reconhecidas como universais (DE CARLO, 1998). Ainda partilhando com De<br />

Carlo (op. cit., p. 87), as imagens estereotipadas parec<strong>em</strong> ser úteis para averiguar que<br />

auto imagens po<strong>de</strong>m ser vistas pelo outro, “o professor como todo indivíduo é também<br />

portador <strong>de</strong> uma visão <strong>de</strong> mundo subjetivo para colocar <strong>em</strong> questão sua neutralida<strong>de</strong>”:<br />

o verda<strong>de</strong>iro jogo do intercultural, é então, construir representações intersubjetivas, no<br />

interior da relação com o outro e nas quais ele possa também se reconhecer.<br />

Enten<strong>de</strong>mos por neutralida<strong>de</strong> – pelo viés da categorização social – como sendo o<br />

resultado <strong>de</strong> um processo cognitivo neutro, s<strong>em</strong> atribuição <strong>de</strong> valor ou julgamento (DE<br />

CARLO, op. cit., p. 85).<br />

Consi<strong>de</strong>rando o estereótipo como uma imag<strong>em</strong> „clichê‟, acreditamos que é<br />

necessário conduzir o professor <strong>em</strong> formação a perceber que ele traz imagens <strong>de</strong> sua<br />

cultura materna <strong>em</strong> paralelo com a cultura do outro. Isso ocorre quando se i<strong>de</strong>ntifica<br />

como um sujeito que t<strong>em</strong> nacionalida<strong>de</strong>, família, faz parte <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> e, que<br />

se encontra <strong>em</strong> processo <strong>de</strong> formação inicial, enfim, como ele se imagina. Então,<br />

cabe-nos refletir sobre essa condição multidimensional e relativizar as imagens que<br />

nos aparec<strong>em</strong> das culturas materna e estrangeira, mas não nos cabe (BEACCO, op.<br />

cit.).<br />

Perceb<strong>em</strong>os que essa multidimensionalida<strong>de</strong> nos leva a consi<strong>de</strong>rar as<br />

pon<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Zarate (1995, p.79) ao afirmar que “as imagens estereotipadas foram<br />

s<strong>em</strong>pre construídas através <strong>de</strong> algumas experiências que foram por nós<br />

interiorizadas”. Os estereótipos se caracterizam como uma etapa, logo implicam, o<br />

momento <strong>de</strong> um retorno individual das experiências pessoais e uma reflexão coletiva<br />

sobre os mecanismos <strong>de</strong> imposição que parec<strong>em</strong> ser representações dominantes.


Outro ponto <strong>de</strong> vista sobre o que estamos mostrando, se firma na visão que<br />

t<strong>em</strong>os <strong>de</strong> um grupo diferente <strong>de</strong> nós, <strong>de</strong> modo que, v<strong>em</strong>os os outros como<br />

imaginamos. Segundo o Conselho <strong>de</strong> Europa (1995) a visão enfoca o conceito <strong>de</strong> que:<br />

os estereótipos consist<strong>em</strong> essencialmente <strong>em</strong> crenças ou i<strong>de</strong>ias partilhadas<br />

por um grupo a respeito <strong>de</strong> outro grupo. Um estereótipo é um conjunto <strong>de</strong><br />

características que resume um grupo, habitualmente <strong>em</strong> termos <strong>de</strong><br />

comportamento, atitu<strong>de</strong>s, etc., (CONSEIL DE L‟EUROPE, 1995, p. 31) 9 .<br />

Acreditamos também que as imagens estereotipadas por esse pensamento<br />

suscitam ainda generalizar outras culturas a respeito das opiniões, línguas,<br />

preferências e tantos outros, visto que o seu objetivo principal é simplificar, “isso é<br />

assim” ou “eles são assim”. T<strong>em</strong>os a ex<strong>em</strong>plo disso, imagens europeias, que as<br />

pessoas que moram nos bairros periféricos das cida<strong>de</strong>s são tidas como perigosas ou<br />

que os patrões são perversos, que as pessoas são pontuais ou que são preguiçosas<br />

(CONSEIL DE L‟EUROPE, op.cit., p. 31). Estas são atitu<strong>de</strong>s possíveis <strong>de</strong> acontecer<br />

tanto entre um ou outro povo, e ainda que n<strong>em</strong> todos os sujeitos têm tal<br />

comportamento ou tal atitu<strong>de</strong>.<br />

Para o Conselho <strong>de</strong> Europa (op. cit.), ao que nos parece, as imagens<br />

estereotipadas que traz<strong>em</strong>os são vinculadas aos propósitos do grupo ao qual t<strong>em</strong>os o<br />

sentimento <strong>de</strong> pertença. Tais imagens são adquiridas na escola, por meio das mídias<br />

ou mesmo no seio das nossas diferentes microcomunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pertença,<br />

<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ando imagens cristalizadas que ten<strong>de</strong>m a fortalecer o sentimento <strong>de</strong><br />

superiorida<strong>de</strong> <strong>em</strong> relação aos outros.<br />

Revendo o exposto por Meyer (2010) sobre os ícones culturais como imagens<br />

<strong>em</strong>bl<strong>em</strong>áticas, enten<strong>de</strong>mos que o professor com a CI po<strong>de</strong> promover, na sala <strong>de</strong> aula,<br />

9 Les stéréotypes consistent essentiell<strong>em</strong>ent en <strong>de</strong>s croyances ou <strong>de</strong>s idées partagées par un<br />

groupe à propos d‟un autre groupe. Un stéréotype est un ens<strong>em</strong>ble <strong>de</strong> caractéristiques qui<br />

résume un groupe, habituell<strong>em</strong>ent en termes <strong>de</strong> comport<strong>em</strong>ent, d‟habitu<strong>de</strong>s, etc.(CONSEIL DE<br />

L‟EUROPE, 1995, p. 31).


uma discussão que leve a se repensar as diferentes maneiras com as quais<br />

perceb<strong>em</strong>os nos outros algumas imagens <strong>de</strong> seu arcabouço sociocognitivo da cultura<br />

francesa.<br />

Dessa forma, compreen<strong>de</strong>mos que os ícones mostrados pelo autor (quadro 1)<br />

como imagens <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>áticas suscitam <strong>de</strong>smerecimento das outras culturas, pois na<br />

cultura francesa veicula a diversida<strong>de</strong> cultural <strong>de</strong> diferentes portadores que também<br />

precisa ser consi<strong>de</strong>rada.<br />

Assim, enten<strong>de</strong>mos que os ícones que estão nos manuais <strong>de</strong> ensino 10 <strong>de</strong><br />

FLE, como nos mostra o quadro a seguir, apresentam fatos históricos, personagens<br />

célebres, objetos do passado, comportamentos, paisagens, ícones, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

10 Os manuais <strong>de</strong> ensino <strong>de</strong> francês foram citados pelos professores <strong>em</strong> formação, pois são<br />

adotados no curso <strong>de</strong> FLE da UFCG (MERIEUX e LOISEAU, 2008 e DI GIURA e BEACCO,<br />

2009).


TEMÁTICAS IMAGENS DOS MANUAIS DE ENSINO DE FLE MANUAL AUTOR/<br />

ANO<br />

Fatos históricos 14 <strong>de</strong> Julho, A França Immigrée, República Francesa Alors? (DI GIURA;<br />

BEACCO, 2009)<br />

Personagens<br />

célebres<br />

Objetos do<br />

passado<br />

Comportamentos<br />

Yves Saint Laurent, Coco Chanel, Pierre Cardin Latitu<strong>de</strong>s (MERIEUX;<br />

LOISEAU, 2008)<br />

Jornal Le Nouvel Observateur, Le Figaro<br />

O pão “francês”<br />

- Dil<strong>em</strong>a dos parisienses <strong>em</strong> viajar ou permanecer<br />

<strong>em</strong> casa;<br />

- Laicida<strong>de</strong>;<br />

- Saú<strong>de</strong><br />

- Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compras;<br />

- Oferta <strong>de</strong> presentes (criança, alguém conhecido,<br />

convite <strong>de</strong> um jantar e <strong>de</strong> um casamento)<br />

- Os animais;<br />

- A companhia;<br />

- O matrimônio na França<br />

Latitu<strong>de</strong>s (MERIEUX;<br />

LOISEAU, 2008)<br />

Alors? (DI GIURA;<br />

BEACCO, 2009)<br />

Alors ? (DI GIURA e<br />

BEACCO, 2009)<br />

Latitu<strong>de</strong>s (MERIEUX;<br />

LOISEAU, 2008)<br />

Paisagens Paris, Monte Saint-Michel Latitu<strong>de</strong>s (MERIEUX;<br />

LOISEAU, 2008)<br />

Ícones Torre Eiffel, Museu do Louvre Latitu<strong>de</strong>s (MERIEUX;<br />

LOISEAU, 2008)<br />

QUADRO 1: Imagens contidas nos Manuais <strong>de</strong> Ensino <strong>de</strong> FLE<br />

Compreen<strong>de</strong>mos que o professor <strong>de</strong> FLE, tomado pela CI, po<strong>de</strong> perceber que<br />

as imagens contidas no manual traz<strong>em</strong> um enfoque <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> generalizada<br />

por qu<strong>em</strong> os elabora, e por qu<strong>em</strong> os recebe. As imagens contidas no quadro nos<br />

suger<strong>em</strong> a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que as imagens estereotipadas se pautam <strong>em</strong> imagens<br />

concebidas pela tradição. Dos ícones mencionados, a Torre Eiffel é consi<strong>de</strong>rada, para<br />

muitos a representação <strong>de</strong> Paris e mesmo da França. Este objeto não é suficiente<br />

para caracterizar Paris e a França, mesmo que a Torre contribua para <strong>de</strong>finir a cida<strong>de</strong><br />

e o país, por fazer parte do histórico da cida<strong>de</strong> e, por assim dizer, da França e <strong>de</strong> seus


cidadãos. Tanto a cida<strong>de</strong> quanto o país merec<strong>em</strong> ser mostrados e compl<strong>em</strong>entados<br />

por outros monumentos, pois a Torre Eiffel representa uma imag<strong>em</strong> simplificada da<br />

realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Paris e principalmente da França (CUQ., ORG, 2003).<br />

Isso não significa que o monumento <strong>de</strong>va ser <strong>de</strong>smerecido, uma vez que faz<br />

parte <strong>de</strong> um contexto sócio-histórico <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong>. O que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os pon<strong>de</strong>rar é<br />

que o professor com CI não precisa <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rar as imagens concebidas pelo<br />

manual, mas levar <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração que outras representações merec<strong>em</strong> ser<br />

relativizadas aos seus apren<strong>de</strong>ntes.<br />

Dessa forma, um meio que parece i<strong>de</strong>al para <strong>de</strong>sconstruir um estereótipo é<br />

tentar relativizar uma imag<strong>em</strong> pré-concebida. Conforme Steele (1996):<br />

Um meio eficaz <strong>de</strong> atacar os estereótipos é <strong>de</strong>scer do nível da generalização<br />

para o nível das particularida<strong>de</strong>s reveladoras <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> complexa que<br />

não po<strong>de</strong> se resumir <strong>em</strong> um julgamento partidário. Através da apresentação <strong>de</strong><br />

uma França mostrada por regiões tendo cada uma suas especialida<strong>de</strong>s, <strong>em</strong><br />

meios sociais divergentes e <strong>em</strong> indivíduos <strong>de</strong> todas as ida<strong>de</strong>s que possu<strong>em</strong><br />

seu t<strong>em</strong>peramento próprio, os estudantes se dão conta que existe na França<br />

uma diversida<strong>de</strong> similar àquela que eles conhec<strong>em</strong> <strong>de</strong> sua socieda<strong>de</strong>.<br />

Entretanto, essa tomada <strong>de</strong> consciência intelectual não conduz ao<br />

enfraquecimento dos estereótipos no estudante (STEELE, 1996, p. 55) 11 .<br />

Enten<strong>de</strong>mos que a relativização <strong>de</strong> um estereótipo se dá quando<br />

encontramos a realida<strong>de</strong> do que está sendo generalizado. Relativizar um estereótipo<br />

é, então, conduzir os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ à percepção <strong>de</strong> sua existência,<br />

<strong>de</strong> sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. É levá-lo a tomar consciência <strong>de</strong> que para ir ao nível da<br />

“particularida<strong>de</strong>” é preciso relativizar as imagens que aparec<strong>em</strong> e não colaboram para<br />

11 Un moyen efficace <strong>de</strong> s‟attaquer aux stéréotypes est <strong>de</strong> <strong>de</strong>scendre du niveau <strong>de</strong> la<br />

génération au niveau <strong>de</strong>s particulirités révélatrices d‟une réalité complexe qui ne peut pas se<br />

résumer en un jug<strong>em</strong>ent partisan. À travers la présentation d‟une France éclatée en régions<br />

ayant chacune leurs spécialités, en milieux sociaux divergents et en individus <strong>de</strong> tous les âges<br />

possédant leur t<strong>em</strong>pérament propre, les étudiants se ren<strong>de</strong>nt compte qu‟il existe en France une<br />

diversité similaire à celle qu‟ils connaissent dans leur société maternelle. Cependant, cette prise<br />

<strong>de</strong> conscience intellectuelle n‟entraine pas forcément l‟affaibless<strong>em</strong>ent <strong>de</strong>s stéréotypes chez<br />

l‟étudiant (STEELE, 1996, p. 55).


o aprendizado da língua estrangeira. Assim, possivelmente, os apren<strong>de</strong>ntes po<strong>de</strong>rão<br />

compreen<strong>de</strong>r a cultura do outro na sua pluralida<strong>de</strong>.<br />

Ainda com esse pensamento, as imagens estereotipadas do „professor <strong>em</strong><br />

formação inicial‟ trazidas para o contexto da sala <strong>de</strong> aula, da cultura do outro, <strong>de</strong><br />

modo generalizado, po<strong>de</strong>m causar certos malentendidos visto que não está sendo<br />

consi<strong>de</strong>rada a diversida<strong>de</strong> existente das culturas do outro. Nesta ótica, os sujeitos –<br />

„professor <strong>em</strong> formação inicial‟ e apren<strong>de</strong>ntes - perceb<strong>em</strong> que da mesma forma que<br />

eles traz<strong>em</strong> suas culturas incomparáveis, precisam tomar consciência sobre algumas<br />

imagens estereotipadas que aparec<strong>em</strong> sobre as culturas do outro e da materna, <strong>de</strong><br />

forma cristalizada, consi<strong>de</strong>rando o exposto no manual <strong>de</strong> ensino, pois é possível que o<br />

surgimento <strong>de</strong>ssas imagens possa interferir no ensino-aprendizag<strong>em</strong>.<br />

Vale salientar que com a tomada da consciência a “valorização da cultura do<br />

outro po<strong>de</strong> contribuir para a valorização da cultura materna” (ZARATE, 1995, p.23) 12 .<br />

Isto acontece quando os sujeitos se questionam sobre suas pertenças, suas<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, como também po<strong>de</strong>ndo se interessar <strong>em</strong> valorizar as culturas do Outro,<br />

uma vez que eles se ancoram no passado direta ou indiretamente relacionado às<br />

culturas envolvidas.<br />

Conforme De Carlo (1998), as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s são imagens que faz<strong>em</strong>os <strong>de</strong> nós<br />

mesmos e possivelmente aquelas que os outros vê<strong>em</strong> a nosso respeito, são as<br />

nossas relações com eles e do que eles representam para nossos olhos. Elas po<strong>de</strong>m<br />

ser vistas como individual ou coletiva, pois segundo esse pensamento, é um marco<br />

que não po<strong>de</strong>ria existir fora da dialética com os outros sujeitos. Respaldando-nos<br />

ainda sobre o mencionado, é possível i<strong>de</strong>ntificar a existência <strong>de</strong> um paradoxo nessa<br />

dialética, <strong>em</strong> que cada um <strong>de</strong> nós, para afirmar seu próprio eu, é obrigado a<br />

12 La <strong>de</strong>scription valorisante <strong>de</strong> la culture étrangère peut égal<strong>em</strong>ent contribuer à la valorisation<br />

<strong>de</strong> la culture nationale locale (ZARATE, 1995, p.23).


econhecer a presença <strong>de</strong> um “não eu” que configura a condição necessária <strong>de</strong> nossa<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a iminência <strong>de</strong> nossa existência.<br />

Partindo dos estudos psicológicos, De Carlo (op.cit.) menciona que, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

nascimento, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada indivíduo pertence a um grupo, a uma comunida<strong>de</strong>,<br />

a uma família com os quais ele divi<strong>de</strong> um nome, uma língua e um código <strong>de</strong><br />

comportamento. Deste modo, estes el<strong>em</strong>entos parec<strong>em</strong> <strong>de</strong>finir sua pertença e<br />

também, <strong>em</strong> certa medida, suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s.<br />

Esse pensamento é sinalizado por Hall (2006) ao afirmar que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

cultural aparece sob três concepções: uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> que traz<strong>em</strong>os como pessoas<br />

humanas <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento, outra que adquirimos ao conviver <strong>em</strong> socieda<strong>de</strong><br />

interagindo – o espaço preenche o interior e o exterior – com as outras pessoas e, a<br />

última, como um sujeito pós-mo<strong>de</strong>rno que não t<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> “fixa, essencial e<br />

permanente”, ou seja, um sujeito que t<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificações (HALL, 2006, p. 12).<br />

Compreen<strong>de</strong>mos que o sujeito pós-mo<strong>de</strong>rno traz i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos<br />

diferentes momentos, uma vez que elas não são integradas (fixas) <strong>em</strong> torno do “eu”<br />

que acreditamos coerente. Isto quer dizer que no nosso íntimo há i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

incitando-nos a diferentes direções, pois nossas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s estão sendo s<strong>em</strong>pre<br />

<strong>de</strong>slocadas. Hall (2006, p. 48) nos conduz ao pensamento <strong>de</strong> que as “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

nacionais não são coisas com as quais nós nasc<strong>em</strong>os, mas são formadas e<br />

transformadas no interior da representação” (HALL, 2006, p. 49). Sob a nossa ótica, a<br />

representação <strong>de</strong>stacada por Hall citando Schwarz (1986, p. 106), refere-se à nação<br />

como sendo uma comunida<strong>de</strong> simbólica – Brasil, Nor<strong>de</strong>ste, Paraíba, Campina Gran<strong>de</strong><br />

– que parece ter o “po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> gerar um sentimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e lealda<strong>de</strong>”.<br />

Ao r<strong>em</strong>eter-se à concepção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Bosch (2007) nos conduz a fazer<br />

uma relação com a imag<strong>em</strong> estereotipada, pois o estereótipo exerce sobre um grupo<br />

social um po<strong>de</strong>r i<strong>de</strong>ológico <strong>em</strong> relação aos <strong>de</strong>mais grupos. As imagens estereotipadas


veiculam uma impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rompimentos dos limites tradicionalmente<br />

estabelecidos, visto que as relações sociais colocam o “Outro” <strong>em</strong> posição <strong>de</strong><br />

submissão ou <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência. Segundo Bosch (op. cit), os estereótipos po<strong>de</strong>m ser<br />

caracterizados por auto e heteroestereótipos. O primeiro se volta para a cultura local e<br />

se revela mais constante, ten<strong>de</strong>ndo a aumentar a avaliação <strong>de</strong> forma positiva. Já o<br />

heteroestereótipo se volta para a cultura do outro e, <strong>em</strong> situação <strong>de</strong> conflito a avalia<br />

negativamente. Observamos que tanto o auto quanto o heteroestereótipo são modos<br />

<strong>de</strong> generalização e <strong>de</strong> especificação, portanto, isso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da imag<strong>em</strong> que cada<br />

um terá <strong>de</strong> sua cultura e da cultura do outro.<br />

Bosch (op. cit, p. I.506) ainda subdivi<strong>de</strong> cada um dos dois (auto e hetero) <strong>em</strong><br />

quatro níveis: 1) o sujeito po<strong>de</strong> ou não aplicar o estereótipo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do que ele<br />

acredita saber; 2) ele projeta, <strong>em</strong>ocionalmente, suas próprias intenções favorecendo a<br />

aceitação ou a rejeição <strong>de</strong> si e/ou do outro; 3) po<strong>de</strong> tornar-se cúmplice, colocando-se<br />

no lugar do outro através do exercício da alterida<strong>de</strong> e 4) po<strong>de</strong> ultrapassar o nível da<br />

barreira dos estereótipos, criticando ou recusando o julgamento negativo ou positivo,<br />

preferindo ocupar o lugar <strong>de</strong> abstenção e silêncio.<br />

Essa classificação parece nos conduzir a ver o professor <strong>em</strong> formação<br />

inicial como um sujeito que relativiza um estereótipo, visto que a imag<strong>em</strong><br />

que possivelmente faz do outro <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas concepções, enquanto<br />

sujeito com i<strong>de</strong>ntificações.<br />

Desse modo, o estereótipo po<strong>de</strong>ria ser consi<strong>de</strong>rado como um tipo <strong>de</strong> imag<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> alterida<strong>de</strong>, visto que se constitui como oposição à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada sujeito.<br />

Nesse sentido, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é a imag<strong>em</strong> que cada um faz <strong>de</strong> si mesmo, consi<strong>de</strong>rando<br />

sua história pessoal, suas opiniões, suas habilida<strong>de</strong>s e possibilida<strong>de</strong>s, seus anseios e<br />

<strong>de</strong> como se percebe no seu lugar no mundo. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é o resultado <strong>de</strong> uma<br />

concepção n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre contínua que o indivíduo apren<strong>de</strong> a se conhecer e a construir


sua imag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> seu grupo, <strong>de</strong> outros grupos e das relações entre<br />

diferentes grupos.<br />

Dessa forma, a alterida<strong>de</strong>, nosso próximo tópico, parece levar os professores a<br />

tomar<strong>em</strong> consciência <strong>de</strong> que os estereótipos exist<strong>em</strong> e po<strong>de</strong>m se contrapor à<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, já que na prática do exercício <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong> eles po<strong>de</strong>m compreen<strong>de</strong>r<br />

questões que venham a ser conflituosas sobre a sua cultura e a cultura do outro.<br />

2.2. Alterida<strong>de</strong>: outra concepção<br />

Partindo da concepção <strong>de</strong> que o sujeito t<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, situando-o diante das<br />

i<strong>de</strong>ntificações possíveis, este parece que será conduzido a compreen<strong>de</strong>r os<br />

mecanismos <strong>de</strong> sua pertença cultural, através das imagens que ele t<strong>em</strong> <strong>de</strong> si e do<br />

outro. Se ele t<strong>em</strong> consciência dos critérios implícitos <strong>de</strong> classificação das culturas dos<br />

sujeitos envolvidos, mais ele tenta objetivar os princípios tácitos <strong>de</strong> divisão do mundo<br />

da sua cultura e da cultura do Outro. Dessa forma, é possível po<strong>de</strong>r expressar um<br />

sentimento sobre suas próprias afirmações (DE CARLO, op. cit.).<br />

Consoante a Otenio (2007), para a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> é necessário o<br />

reconhecimento da alterida<strong>de</strong>, ou seja, o Outro não é visto como inimigo ou obstáculo,<br />

mas como um sujeito que contribui para o fortalecimento <strong>de</strong> nossa construção<br />

i<strong>de</strong>ntitária. Assim, compreen<strong>de</strong>mos que i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e alterida<strong>de</strong> parec<strong>em</strong> exercer<br />

papéis essenciais na abordag<strong>em</strong> entre culturas. Ao que nos parece este pensamento<br />

se encontra com o que o dicionário <strong>de</strong> didática das línguas (CUQ, ORG., 2003, p. 17)<br />

mostra sobre “a alterida<strong>de</strong> 13 :<br />

13 L‟alterité, c‟est l‟autre en tant qu‟autre, c‟est-à-dire, comme moi, un sujet (responsable et<br />

absolument singulier, incomparable); il est à la fois différent <strong>de</strong> moi et i<strong>de</strong>ntique à moi en<br />

dignité. L‟alterité est le concepte qui recouvre l‟ens<strong>em</strong>ble <strong>de</strong>s autres, considérés eux aussi<br />

comme <strong>de</strong>s ego (alter ego) et dont je suis moi aussi l‟alter ego, avec droits et <strong>de</strong>voirs. Pour être<br />

moi j‟ai besoin que les autres (l‟alterité) existent (CUQ, ORG., 2003, p. 17).


Alterida<strong>de</strong> é o outro enquanto outro, isto é, como eu, um sujeito (responsável e<br />

absolutamente singular, incomparável); ele é ao mesmo t<strong>em</strong>po diferente <strong>de</strong><br />

mim e idêntico a mim <strong>em</strong> dignida<strong>de</strong>. A alterida<strong>de</strong> é o conceito que recobre o<br />

conjunto dos outros, consi<strong>de</strong>rados também como ego (alter ego) e do qual eu<br />

sou também o alter ego, com direitos e <strong>de</strong>veres. Para ser eu, eu preciso que os<br />

outros existam (alterida<strong>de</strong>) (CUQ, Org., 2003, p. 17).<br />

Essa citação nos leva a enten<strong>de</strong>r que o exercício da alterida<strong>de</strong> é acionado no<br />

momento que eu percebo o Outro diferente <strong>de</strong> mim e idêntico a mim, visto que eu só<br />

existo – como ser singular e incomparável – <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> o Outro existir, eu me vejo<br />

como um sujeito com o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> respeitar o Outro com sua diferença e com o direito<br />

<strong>de</strong> ser respeitado com minha diferença.<br />

Dessa forma, compreen<strong>de</strong>mos que a alterida<strong>de</strong> dialoga com a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e, no<br />

contexto <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong>, são <strong>de</strong>terminantes para <strong>de</strong>stacarmos que a prática<br />

da alterida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>scoberta /tomada <strong>de</strong> consciência conduz<strong>em</strong> os envolvidos no<br />

processo <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong> a perceber<strong>em</strong> que são diferentes, que cada um t<strong>em</strong><br />

uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, como nos mostra Grollet (2005).<br />

“Tolerância” ou “alterida<strong>de</strong>”? Pessoalmente eu prefiro “alterida<strong>de</strong>”. Não<br />

é que a tolerância não seja um valor laico fundamental, mas porque a<br />

palavra é frequent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>slocada <strong>de</strong> seu sentido até servir <strong>de</strong><br />

paraventos ao pensamento único. Para muitos, a tolerância seria a<br />

aceitação <strong>de</strong> todas as i<strong>de</strong>ias e <strong>de</strong> seu contrário. Para esses “tolerantes”,<br />

o intolerante é aquele que exclui, critica e evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, pol<strong>em</strong>iza ou<br />

zomba. Por uma curiosa inversão <strong>de</strong> conceito, um mundo tolerante<br />

seria, então, um mundo on<strong>de</strong> todos pensariam parecidos ou um mundo<br />

on<strong>de</strong>, cada vez menos, os que têm um pensamento crítico, divergente<br />

ou dissi<strong>de</strong>nte, teriam bom gosto <strong>de</strong> calar-se, porque criticar o<br />

pensamento do outro seria faltar com a tolerância (GROLLET, 2005, p.<br />

54-55) 14 .<br />

14 « Tolérance » ou « alterité » ? personnell<strong>em</strong>ent je préfère « alterité ». Non pas que la<br />

tolérance ne soit pas une valeur laïque fondamentale, mais parce que le mot est bien<br />

souvent <strong>de</strong>tourné <strong>de</strong> son sens jusqu‟à servir <strong>de</strong> paravent à la pensée unique. Pour<br />

beaucoup, la tolérance serait l‟acceptation <strong>de</strong> toutes les idées et <strong>de</strong> leur contraire. Pour<br />

ces «tolérants»-là, l‟«intolérant» est celui qui détonne, qui critique et evi<strong>de</strong>mment qui<br />

polémique ou qui brocar<strong>de</strong>. Par un curieux renvers<strong>em</strong>ent <strong>de</strong> concept, un mon<strong>de</strong> tolérant<br />

serait donc un mon<strong>de</strong> où tout le mon<strong>de</strong> penserait pareil ou un mon<strong>de</strong> où, à tout le moins,<br />

ceux qui ont une pensée critique, divergente ou dissi<strong>de</strong>nte auraient le bon goût <strong>de</strong> se<br />

taire, parce que critiquer la pensée d‟autrui serait manquer <strong>de</strong> tolérance (GROLLET 2005,<br />

p. 54-55).


O exercício da alterida<strong>de</strong> é o reconhecimento do Outro na sua diferença, é o<br />

valor essencial da relativização que privilegia a diferença das culturas como fonte <strong>de</strong><br />

uma prática não intolerante. Desta forma, é possível perceber que o sentido da<br />

alterida<strong>de</strong> não é ser tolerante, e sim enten<strong>de</strong>r o Outro na sua diferença <strong>de</strong> opinião, é<br />

<strong>de</strong>ixá-lo expressar seu pensamento, mesmo não concordando com o Outro, pois a<br />

alterida<strong>de</strong> é o reconhecimento <strong>de</strong> que o Outro pensa diferente <strong>de</strong> mim, mas n<strong>em</strong> por<br />

isso <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os <strong>de</strong>smerecer, pois se trata <strong>de</strong> um sujeito que traz uma cultura diferente<br />

da minha, uma vez que t<strong>em</strong> opiniões e i<strong>de</strong>ias diferenciadas daquelas que acredito que<br />

sejam coerentes.<br />

Assim, a alterida<strong>de</strong> na visão <strong>de</strong> Aballah-Pretceille e Porcher (2001), fomenta o<br />

sentimento <strong>de</strong> pertença e <strong>de</strong> referência que parec<strong>em</strong> formar o pilar do público escolar<br />

levado a conviver no mesmo local, a ser<strong>em</strong> conduzidos por projetos incomparáveis,<br />

s<strong>em</strong> para tanto renunciar, cada um, a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal.<br />

Tentar compreen<strong>de</strong>r a si mesmo é uma condição absolutamente necessária<br />

para ir ao encontro do outro. Este encontro po<strong>de</strong> mudar a concepção <strong>de</strong> cada sujeito,<br />

mas não significa dizer que transformará radicalmente a realida<strong>de</strong> sócio-histórico-<br />

cultural que lhe circunda, uma vez que a realida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser vista como um referencial.<br />

Este pensamento antecipa o que Schachinger e Taylor (2007) diz<strong>em</strong> sobre o que a AI<br />

po<strong>de</strong> oferecer:<br />

A aprendizag<strong>em</strong> intercultural oferece a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se i<strong>de</strong>ntificar com<br />

as perspectivas do outro; é a experiência respeitosa que consiste <strong>em</strong> tentar<br />

"colocarmo-nos no lugar do outro", s<strong>em</strong>, no entanto, preten<strong>de</strong>r viver o que<br />

ele vive. Permite-nos experimentar e partilhar a verda<strong>de</strong>ira solidarieda<strong>de</strong>,<br />

tendo fé na força da cooperação. Neste contexto, a aprendizag<strong>em</strong><br />

intercultural é também uma forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>scobrirmos a nossa própria<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação (SCHACHINGER e TAYLOR, 2007, p. 3) 15 .<br />

15 L‟apprentissage interculturel offre la chance <strong>de</strong> s‟i<strong>de</strong>ntifier aux perspectives <strong>de</strong> l‟autre; c‟est<br />

l‟expérience respectueuse qui consiste à tenter <strong>de</strong> «se mettre à la place <strong>de</strong> l‟autre», sans pour<br />

autant prétendre vivre ce que vit l‟autre. Il nous permet d‟expérimenter et d‟apprendre la vraie<br />

solidarité, en ayant foi en la force <strong>de</strong> la coopération. L‟apprentissage interculturel dans ce<br />

contexte, est aussi une façon <strong>de</strong> découvrir notre propre capacité d‟action (SCHACHINGER e<br />

TAYLOR, 2007, p. 3) 15 .


A nosso ver, essa citação nos instiga a refletir não somente sobre os aspectos<br />

concernentes ao intercultural, mas, também sobre o professor <strong>em</strong> formação que<br />

consciente <strong>de</strong> seu papel como um mediador intercultural parece perceber que outras<br />

perspectivas, inerentes à formação, não <strong>de</strong>vam ser <strong>de</strong>smerecidas. Isso po<strong>de</strong> levar os<br />

envolvidos à prática da alterida<strong>de</strong> como um dos aspectos relevantes para as trocas<br />

interculturais, visto que estas concepções, tendo sido experimentadas e partilhadas ao<br />

longo <strong>de</strong> sua formação, po<strong>de</strong>m conduzi-lo a <strong>de</strong>scobrir a própria capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação.<br />

Isso implica dizer que essa <strong>de</strong>scoberta é a experiência respeitosa que consiste<br />

<strong>em</strong> fazê-lo se colocar no „lugar do Outro‟ e, <strong>de</strong>sta forma, tentar refletir que é<br />

necessário buscar outras concepções que ajudam os seus apren<strong>de</strong>ntes a relativizar<strong>em</strong><br />

as imagens estereotipadas.<br />

Nesse sentido, no nosso próximo capítulo – “Aspectos metodológicos: do<br />

planejamento à execução da pesquisa” – procuramos realizar uma abordag<strong>em</strong> que<br />

conduzisse o professor <strong>em</strong> formação inicial a compreen<strong>de</strong>r os aspectos do intercultural<br />

para chegar à tomada da CI.


CAPÍTULO III


3. ASPECTOS METODOLÓGICOS: DO PLANEJAMENTO À EXECUÇÃO DA<br />

PESQUISA<br />

“/.../ o professor <strong>de</strong>ve, pois, não só levar os alunos a compreen<strong>de</strong>r<strong>em</strong> que<br />

a educação é importante, mas tentar fazer com que eles sejam respeitados no cotidiano dos<br />

alunos, inclusive por meio <strong>de</strong> suas próprias atitu<strong>de</strong>s profissionais/.../”.<br />

(G4 A)<br />

Neste capítulo, apresentamos as etapas percorridas por essa pesquisa, b<strong>em</strong><br />

como a sua natureza, o critério <strong>de</strong> seleção das canções, o perfil dos informantes, os<br />

instrumentos utilizados, os procedimentos, a constituição do corpus e os<br />

procedimentos <strong>de</strong> categorização e análise.<br />

3.1. Natureza e contexto da pesquisa<br />

Essa pesquisa caracteriza-se como sendo <strong>de</strong> natureza qualitativo-analítica e<br />

<strong>de</strong> base interpretativista, pois houve o processo <strong>de</strong> converter fontes <strong>em</strong> dados<br />

documentais, a partir <strong>de</strong>: protocolo <strong>de</strong> observação (PO), documentos recolhidos no<br />

local (DL) – um questionário pré-intervenção e dois questionários pós-intervenções<br />

aplicados. Houve ainda a gravação eletrônica (GE) das nossas intervenções e dos<br />

<strong>de</strong>poimentos dos professores <strong>em</strong> formação. Por meio <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> indução<br />

analítica, fiz<strong>em</strong>os o registro e a análise, associando cada asserção apresentada na<br />

tentativa <strong>de</strong> mostrar <strong>em</strong>basamento <strong>em</strong>pírico para a confirmação daquela asserção<br />

(BORTONI-RICARDO, 2008).<br />

A referida pesquisa vincula-se à pesquisa-ação, um tipo <strong>de</strong> pesquisa social<br />

com base <strong>em</strong>pírica que é concebida e realizada <strong>em</strong> estreita associação com uma ação<br />

ou com a resolução <strong>de</strong> um probl<strong>em</strong>a coletivo, no qual os pesquisadores e participantes<br />

representativos da situação ou do probl<strong>em</strong>a estão envolvidos <strong>de</strong> modo cooperativo ou<br />

participativo (THIOLLENT, 2008; MOREIRA e CALEFFE, 2006; MOITA LOPES, 2001).


Isto quer dizer que se trata <strong>de</strong> uma abordag<strong>em</strong> que possibilita interpretar os dados,<br />

consi<strong>de</strong>rando os fatos que ocorr<strong>em</strong> e os sujeitos envolvidos nestes fatos.<br />

Consoante Moreira e Caleffe ( op. cit., p. 92), a pesquisa-ação <strong>em</strong> contexto<br />

escolar caracteriza-se <strong>em</strong> cinco procedimentos, como sendo um meio <strong>de</strong>: (1)<br />

contornar probl<strong>em</strong>as diagnosticados <strong>em</strong> situações específicas; (2) treinar <strong>em</strong> serviço,<br />

proporciona ao professor novas habilida<strong>de</strong>s e métodos; (3) introduzir abordagens<br />

adicionais e inovadoras no processo <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong>; (4) melhorar a<br />

comunicação entre o professor praticante e o pesquisador acadêmico e (5)<br />

proporcionar uma alternativa <strong>de</strong> solução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as na sala <strong>de</strong> aula.<br />

Isso nos ajuda a fazer uma análise do corpus, tomando por base as<br />

intervenções da CI e suas implicações com o ensino, b<strong>em</strong> como sobre questões<br />

educacionais <strong>de</strong> natureza diversa, centrada na interação – pesquisador<br />

interventor/‟professores <strong>em</strong> formação inicial‟ – e ao uso que faz<strong>em</strong> da língua-culturas.<br />

Decidimos, então, estudar quatro canções e para isto fiz<strong>em</strong>os uma seleção.<br />

Neste sentido, concluímos que as canções Mon pays, On a changé, Un homme sans<br />

racines e Touche pas à mon pote 16 (QUADRO 2: “Canções <strong>de</strong> expressão francesa,<br />

suas origens e seus subgêneros”) seriam viáveis para respon<strong>de</strong>r a nossa questão <strong>de</strong><br />

pesquisa explicitada na página 18 <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

Partimos do pressuposto <strong>de</strong> que o nosso objeto <strong>de</strong> pesquisa, a canção <strong>de</strong><br />

expressão francesa, como um gênero didatizado, po<strong>de</strong> levar o „professor <strong>em</strong> formação<br />

inicial‟ a investigar e conduzir os apren<strong>de</strong>ntes à tomada da CI <strong>em</strong> aulas <strong>de</strong> francês <strong>em</strong><br />

contexto exolingue.<br />

16A primeira canção, Mon pays, <strong>de</strong> subgênero musical raï, é uma mistura <strong>de</strong> cultura oranese e<br />

cultura oci<strong>de</strong>ntal, ela t<strong>em</strong> ritmo dançante; a segunda, On a changé, t<strong>em</strong> subgênero musical<br />

zouk, o ritmo nos l<strong>em</strong>bra a lambada brasileira, a terceira canção Un homme sans racines é um<br />

subgênero pop rock e a quarta Touche pas à mon pote, ritmo afrobaiano, marca a cultura<br />

afrobrasileira, e foi composta <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> ao centenário da abolição da escravatura.


No <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta pesquisa, atentamos para os conteúdos das canções <strong>de</strong><br />

expressão francesa e i<strong>de</strong>ntificamos que nas suas letras havia o reconhecimento das<br />

raízes, o conflito entre o distanciamento e a busca das origens, o contexto diaspórico,<br />

a adaptação à cultura estrangeira, a valorização dos povos e suas culturas e a<br />

valorização do outro. Desta forma, houve possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazermos uma abordag<strong>em</strong>,<br />

na sala <strong>de</strong> aula, que promovesse as discussões consi<strong>de</strong>rando a CI, uma vez que as<br />

canções relatam contextos sociais b<strong>em</strong> distintos, como seus títulos já nos indicam. A<br />

abordag<strong>em</strong> feita com as quatro canções contribuiu, também, para levar os<br />

„professores <strong>em</strong> formação inicial‟ a percepção <strong>de</strong> algumas dificulda<strong>de</strong>s que eles<br />

parec<strong>em</strong> ter no que concerne ao uso da língua para a comunicação.<br />

GÊNERO<br />

1.<br />

2. 1-Raï<br />

3.<br />

4. 2-Zouk<br />

5. 3- Pop<br />

6. rock<br />

7. 4-Afro<br />

brasileiro<br />

CANÇÃO<br />

Mon pays<br />

On a Changé<br />

Un homme sans racines<br />

Touche pas à mon pote<br />

PAÍS /CONTINENTE<br />

Argélia/África do Norte<br />

(Magreb)<br />

Afro-Caribe/América Central<br />

Ilha da Reunião/África<br />

Brasil/América do Sul<br />

Fau<strong>de</strong>l<br />

CANTOR/<br />

INTÉRPRETE<br />

Les Déesses<br />

De Palmas<br />

Gilberto Gil<br />

QUADRO 2: Canções <strong>de</strong> expressão francesa, suas origens e seus subgêneros.<br />

ANO<br />

2006<br />

2007<br />

2004<br />

1988<br />

As canções apresentadas com suas origens e seus subgêneros distintos nos<br />

conduziram a fazer um trabalho pautado nas trocas interculturais, visto que os<br />

participantes <strong>de</strong>monstraram um discreto conhecimento sobre essas canções. O<br />

gênero raï, por ex<strong>em</strong>plo, v<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma cultura dos povos da Argélia, o zouk, cujo<br />

significado é festa, t<strong>em</strong> sua orig<strong>em</strong> dos povos das Antilhas. O pop rock é um ritmo com<br />

variação do ritmo pop, o último, o afro-brasileiro, é um ritmo que traz sua cultura<br />

marcada nas origens do povo brasileiro.


No que concerne aos participantes, período da pesquisa, seu local <strong>de</strong><br />

realização, e seu contexto sócio-histórico-cultural, discutir<strong>em</strong>os ao apresentarmos o<br />

perfil dos participantes.<br />

3.2. Perfil dos participantes<br />

A pesquisa-ação, isto é, a intervenção na sala <strong>de</strong> aula foi realizada <strong>em</strong> dois<br />

períodos. O primeiro período compreen<strong>de</strong>u os meses <strong>de</strong> março a maio; e, o segundo<br />

período, durante o mês <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2010, <strong>em</strong> quatro turmas <strong>de</strong> Língua Francesa<br />

da Unida<strong>de</strong> Acadêmica <strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong><br />

(UAL/UFCG). Ressalte-se que no segundo s<strong>em</strong>estre do ano anterior (2009.2) foi feita,<br />

<strong>em</strong> uma turma <strong>de</strong> língua francesa IV, uma pesquisa piloto (GP).<br />

As turmas escolhidas para a proposta foram: Francês I, doravante (G1),<br />

Francês III (G2), Francês IV (G3) e Literatura Francesa II (G4), pois eram as turmas<br />

oferecidas naquele s<strong>em</strong>estre e também aten<strong>de</strong>riam a proposta da pesquisa, visto que<br />

se tratava <strong>de</strong> grupos distintos, com suas culturas, que certamente nos dariam uma<br />

i<strong>de</strong>ia sobre o que <strong>de</strong>nominamos <strong>de</strong> CI na sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE. No s<strong>em</strong>estre posterior,<br />

havíamos trabalhado com os mesmos grupos, sendo Francês II (G1), Francês IV (G2),<br />

Francês VI (G3) e Literatura Francesa III (G4). Nos dois s<strong>em</strong>estres as aulas ocorriam<br />

duas vezes por s<strong>em</strong>ana, <strong>em</strong> turno diurno e tinham 2 (duas) horas <strong>de</strong> duração. Dentro<br />

<strong>de</strong>ste contexto, participaram nos dois s<strong>em</strong>estres letivos 16 (<strong>de</strong>zesseis) professores <strong>em</strong><br />

formação inicial (GRÁFICO 1: Perfil dos participantes: número <strong>de</strong> inscritos por turma).


O gráfico apresenta o perfil dos grupos, pois contamos com mais participantes<br />

no G1, sendo sete „professores <strong>em</strong> formação inicial‟. Os <strong>de</strong>mais grupos, G2 e G4<br />

tinham quatro „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ cada um e no G3, apenas um. É<br />

necessário <strong>de</strong>stacar que o fato <strong>de</strong> a nossa pesquisa ser <strong>de</strong> natureza qualitativa, o<br />

número <strong>de</strong> inscritos nas disciplinas e, portanto, participantes da pesquisa <strong>de</strong>monstra a<br />

inestimável relevância <strong>de</strong>les para a pesquisa, o que é observado no gráfico um. As<br />

turmas apresentam suas culturas incomparáveis, o que intensificou as discussões na<br />

sala <strong>de</strong> aula visto que as concepções <strong>de</strong> cada participante se configuram como<br />

diversificadas.<br />

GRÁFICO 1: Perfil dos participantes: número <strong>de</strong> inscritos por turma<br />

Quanto à faixa etária, o maior número <strong>de</strong> informantes se inclui na faixa acima<br />

<strong>de</strong> 18 (<strong>de</strong>zoito) anos e abaixo <strong>de</strong> 40 (quarenta) anos (GRÁFICO 2: faixa etária e<br />

nacionalida<strong>de</strong>). Isto <strong>de</strong>monstra que cada participante trouxe suas experiências <strong>de</strong> vida<br />

e certamente suas culturas para o contexto da sala <strong>de</strong> aula. O gráfico ainda apresenta<br />

o perfil dos participantes no que diz respeito à nacionalida<strong>de</strong>.


GRÁFICO 2: Faixa etária e nacionalida<strong>de</strong><br />

Consi<strong>de</strong>rando o exposto sobre sexo, faixa etária e nacionalida<strong>de</strong>, observamos<br />

que os grupos apresentam seus perfis, dado que instiga o trabalhar o intercultural <strong>em</strong><br />

contextos <strong>de</strong> ensino-aprendizag<strong>em</strong>, especificamente na sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE.<br />

A seguir, apresentar<strong>em</strong>os os instrumentos utilizados para a construção dos<br />

dados que nos ajudaram a estabelecer nosso corpus <strong>de</strong> análise.<br />

3.3. Instrumentos utilizados<br />

O protocolo <strong>de</strong> observação (PO) foi utilizado durante as observações das aulas<br />

ministradas pelos professores formadores – <strong>de</strong> cada grupo – e também durante as<br />

nossas intervenções presenciais na pesquisa-ação. O PO é um instrumento que dá<br />

suporte ao pesquisador (MOREIRA e CALEFFE, 2006) para registrar as informações<br />

mais relevantes, como a <strong>de</strong>scrição das ativida<strong>de</strong>s realizadas <strong>em</strong> cada sala pelo<br />

professor formador e „professores <strong>em</strong> formação inicial‟; os recursos didático-<br />

metodológicos utilizados <strong>em</strong> cada grupo, uma vez que estes últimos apresentavam<br />

níveis distintos <strong>de</strong> sua formação <strong>em</strong> FLE; e, finalmente, todos os procedimentos<br />

realizados pelos professores formadores durante os eventos das aulas, tais como: a<br />

discussão feita <strong>em</strong> cada grupo, explanação do professor, os recursos utilizados


(computador, datashow, texto impresso, quadro branco, pincel para quadro branco,<br />

apagador, entre outros). Também registrar as anotações das datas <strong>de</strong> cada<br />

observação/intervenção (13/04 a 27/05 <strong>de</strong> 2010 e nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2010), sua duração, o<br />

local <strong>de</strong> realização (UFCG), os encontros – que totalizaram <strong>de</strong>zoito –, os <strong>de</strong>senhos da<br />

planta física, como o nome das disciplinas: G1 – FI/FII, G2 – FIII/FIV, G3 – FV/FVI e<br />

G4 – Literatura Francesa II e III. Registramos ainda as t<strong>em</strong>áticas trabalhadas nas<br />

músicas Mon pays, On a Changé, Un homme sans racines e Touche pas à mon pote e<br />

o número <strong>de</strong> sujeitos envolvidos <strong>em</strong> cada encontro (segundo o mencionado no gráfico<br />

2). Também fiz<strong>em</strong>os anotações reflexivas – anotações sobre o processo, reflexões<br />

sobre as ativida<strong>de</strong>s e conclusões resumidas – para ser<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvidas<br />

posteriormente.<br />

O segundo instrumento, o questionário (APÊNDICES A, B, I e M:<br />

“Questionários para professor <strong>de</strong> FLE e professores <strong>em</strong> formação”), apresenta-se<br />

como um instrumento relevante para esta pesquisa, <strong>de</strong>vido a sua natureza<br />

documental, pois permitiu aos „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ se posicionar<strong>em</strong> com<br />

mais “liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escrever e expressar o que pensam”, visto que as informações<br />

neles contidas pu<strong>de</strong>ram nos fornecer os dados necessários. Ainda, o questionário<br />

assume quatro vantagens para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> pesquisas científicas, a saber:<br />

(a) o uso suficiente do t<strong>em</strong>po, (b) o anonimato para o respon<strong>de</strong>nte, (c) a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> alta taxa <strong>de</strong> retorno e (d) as perguntas padronizadas (MOREIRA E CALEFFE,<br />

op.cit., p.96).<br />

Os questionários foram elaborados para a obtenção <strong>de</strong> informações a respeito<br />

do perfil dos „professores <strong>em</strong> formação inicial‟, enquanto sujeitos-apren<strong>de</strong>ntes da<br />

língua-cultura <strong>de</strong> expressão francesa, b<strong>em</strong> como seu perfil <strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong>,<br />

abordag<strong>em</strong> da cultura e da canção no ensino, o manual adotado no curso, as<br />

habilida<strong>de</strong>s mais difíceis para <strong>de</strong>senvolver e mais relevantes para compreen<strong>de</strong>r a


canção, as percepções sobre a canção <strong>de</strong> expressão francesa e o significado do<br />

intercultural no ensino <strong>de</strong> línguas.<br />

O último instrumento, a gravação eletrônica (GE) <strong>em</strong> áudio, assumiu gran<strong>de</strong><br />

relevância para construção <strong>de</strong> dados, pois tanto na pesquisa piloto, quanto nas<br />

intervenções ele foi necessário, permitindo revisitar os dados para excluir dúvidas e<br />

refinar os resultados do ponto <strong>de</strong> vista analítico.<br />

3.4. Procedimentos da pesquisa<br />

3.4.1. Experiência Piloto<br />

Com o GP, o nosso intuito foi o <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar quais os procedimentos<br />

a<strong>de</strong>quados a ser<strong>em</strong> tomados quando no momento da proposta da AI com a canção <strong>de</strong><br />

expressão francesa como gênero didatizado <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula. A turma do GP era<br />

formada por dois apren<strong>de</strong>ntes regularmente inscritos na graduação <strong>em</strong> francês e<br />

<strong>em</strong>bora o estudo com a canção, neste grupo, tenha sido realizado <strong>em</strong> um único<br />

encontro, o consi<strong>de</strong>ramos relevante, pois os participantes não eram apenas<br />

colaboradores da pesquisa, mas apren<strong>de</strong>ntes/ „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ <strong>de</strong><br />

modo que verificamos alguns aspectos relacionados à AI.<br />

Antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvermos a pesquisa, realizamos uma experiência piloto com os<br />

seguintes objetivos: (a) avaliar a aceitabilida<strong>de</strong> dos professores <strong>em</strong> formação sobre a<br />

diversida<strong>de</strong> cultural que a canção <strong>de</strong> expressão francesa proporciona, (b) observar se<br />

as ativida<strong>de</strong>s propostas aos alunos respondiam às nossas questões <strong>de</strong> pesquisa e (c)<br />

testar o instrumento <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> dados.<br />

Diante <strong>de</strong>sses objetivos, fiz<strong>em</strong>os uma intervenção <strong>em</strong> uma turma da disciplina<br />

Francês IV, doravante grupo piloto (GP), do curso <strong>de</strong> Letras da mesma universida<strong>de</strong>,<br />

no mês <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2009.


A partir <strong>de</strong>ssa experiência, pois pu<strong>de</strong>mos fazer alguns ajustes na sequência<br />

didática (APÊNDICE C: “Sequência didática do GP” e “Ativida<strong>de</strong>s”) e nas ativida<strong>de</strong>s –<br />

discussão sobre as diferenças culturais que os professores trouxeram para o evento<br />

<strong>de</strong> sala <strong>de</strong> aula sobre a cultura materna e a cultura estrangeira – que seriam propostas<br />

aos alunos no s<strong>em</strong>estre posterior. Perceb<strong>em</strong>os que os procedimentos adotados, aqui,<br />

durante a geração <strong>de</strong> dados, foram também viáveis para o momento das análises dos<br />

dados.<br />

A aula teve ativida<strong>de</strong>s relacionadas à: expressão oral (levantamento <strong>de</strong><br />

hipótese), relações interculturais (imagens dos sli<strong>de</strong>s/clipe), compreensão oral (escuta<br />

da canção), compreensão escrita (questões relacionadas ao conteúdo da letra <strong>de</strong> Mon<br />

pays) e expressão escrita (produção <strong>de</strong> uma carta seguindo a progressão <strong>de</strong><br />

conteúdos da disciplina).<br />

No GP, a canção trabalhada Mon pays, (ANEXO A: “Canções”), foi o suporte<br />

que propiciou discussões sobre as culturas trazidas pelos participantes, uma vez que<br />

esses „professores‟ tinham muitas experiências <strong>de</strong> vida a nos relatar a respeito <strong>de</strong><br />

suas viagens feitas pelo Brasil e pelo Exterior e suas concepções <strong>de</strong> mundo. Esta<br />

canção, por sua vez, suscitava o acolhimento das culturas, <strong>de</strong> modo que pu<strong>de</strong>mos<br />

observar as concepções <strong>de</strong>sses participantes quanto à cultura do outro. Isto suscitaria<br />

trazer outras canções para ser<strong>em</strong> discutidas na sala <strong>de</strong> aula e fazer com que os<br />

„professores <strong>em</strong> formação inicial‟ percebess<strong>em</strong> outras concepções a respeito da<br />

canção <strong>em</strong> língua-cultura francesa (STEELE,1996).<br />

Observamos que no primeiro momento – levantamento <strong>de</strong> hipóteses – esses<br />

„professores <strong>em</strong> formação inicial‟, trouxeram representações sobre sua pertença<br />

cultural: Brasil, praias, carnaval, sol, Rio <strong>de</strong> Janeiro, as dificulda<strong>de</strong>s, muitas pessoas<br />

que falam português... Vejamos:<br />

GP A: “eu penso imediatamente no Brasil/.../ é a primeira palavra/ praia/.../<br />

sol/ carnaval/ Rio porque é a minha cida<strong>de</strong>/.../como um gran<strong>de</strong> país eu<br />

penso as dificulda<strong>de</strong>s/ muitas pessoas que falam o português/.../.


GP B: Eu já viajei muito/ eu morei na Inglaterra um ano e meio/ eu fui à<br />

França duas vezes/ <strong>em</strong> Paris e na Bretanha/.../.<br />

O fato <strong>de</strong> GP B mencionar que conhece outras culturas não significa que ele<br />

<strong>de</strong>smerece a sua cultura local, pois <strong>em</strong> meio à discussão ele reforça que a sua cultura<br />

local apresenta-se como a cultura da pertença: o meu país/ quando viajo/ eu sinto/ tu<br />

estás no teu país/. Isto é discutido por De Carlo (1998) quando afirma que cada<br />

sujeito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento, traz a sua pertença cultural.<br />

Ao assistir<strong>em</strong> ao clipe da música, <strong>em</strong> um segundo momento da aula, a<br />

discussão foi sobre o que haviam assistido no vi<strong>de</strong>oclipe: os personagens<br />

apresentados e a diversida<strong>de</strong> das culturas. O GP apresentou algumas imagens<br />

estereotipadas a respeito das culturas. Vejamos suas imagens:<br />

GP A: /.../os muçulmanos/ isso é hip hop não?/.../ah/ é o rai / um ritmo árabe<br />

da Argélia/ muito comum nessa cultura?/<br />

GP B: eu penso que não é o Brasil/ mas me l<strong>em</strong>bra alguma coisa/ o futebol/<br />

a simplicida<strong>de</strong> das pessoas/ talvez a vegetação/ o ver<strong>de</strong>/ é possível/.../<br />

Nesses excertos, perceb<strong>em</strong>os que os participantes traz<strong>em</strong> imagens<br />

estereotipadas sobre a sua cultura e a cultura do outro, visto que eles apreen<strong>de</strong>m algo<br />

que lhe chama a atenção. Quando GP A expressa que o ritmo musical lhe faz l<strong>em</strong>brar<br />

o hip hop diferent<strong>em</strong>ente do raï, é possível que este participante não tenha ainda<br />

percebido que outros ritmos musicais <strong>de</strong>veriam ser consi<strong>de</strong>rados, uma vez que para<br />

ele o raï se mostrou como um gênero <strong>de</strong>sconhecido.<br />

Diferent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong> GP B, ele percebe que as figuras lhe conduz<strong>em</strong> a perceber<br />

que não se trata do seu país, mas ele compreen<strong>de</strong> que o futebol, as pessoas e a<br />

vegetação parec<strong>em</strong> fazer parte <strong>de</strong> seu país também. Para este participante, o esporte<br />

mostrado no vi<strong>de</strong>oclipe (ANEXO C: “CD: material audiovisual das canções e<br />

questionários respondidos”) r<strong>em</strong>ete a sua cultura, assim como as pessoas portadoras<br />

<strong>de</strong> culturas, visto que no vi<strong>de</strong>oclipe apareceram pessoas e suas culturas, assim como


as paisagens, que lhe conduz<strong>em</strong> a enten<strong>de</strong>r que o ver<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser uma forma <strong>de</strong><br />

mostrar que no seu país a vegetação po<strong>de</strong> ser caracterizada pelo ver<strong>de</strong>.<br />

Dessa forma, perceb<strong>em</strong>os que os dois professores traz<strong>em</strong> imagens<br />

estereotipadas tanto da sua cultura quanto da cultura do outro. Isto nos conduziu a<br />

discutir, também, sobre a t<strong>em</strong>ática abordada na letra da canção, uma vez que o<br />

compositor traz suas origens e discute seus sentimentos com relação aos aspectos<br />

culturais: “le désert/ le soleil/ la pluie, la chaleur, le vent et le froid” (o que será<br />

mostrado com mais <strong>de</strong>talhes no capítulo IV a respeito do acolhimento das culturas e<br />

reconhecimento das origens). Esses aspectos estão na cultura acordada, com as<br />

leituras/ recepções que são oriundas <strong>de</strong> suas experiências <strong>de</strong> mundo e <strong>de</strong> suas<br />

representações.<br />

Assim, a aula foi baseada na AI, pois os participantes <strong>de</strong>monstraram enten<strong>de</strong>r a<br />

cultura do outro a partir da cultura local, das pertenças culturais, como também do<br />

respeito à cultura do outro, conforme discut<strong>em</strong> Abdallah-Pretceille e Porcher (2001) ao<br />

afirmar que a construção <strong>de</strong> nossas pertenças, <strong>de</strong> nossas referências, <strong>de</strong> nossos<br />

valores e <strong>de</strong> nossos bens patrimoniais <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das nossas trocas interculturais.<br />

Finalizada essa experiência, passamos à discussão da pesquisa-ação<br />

(intervenções), <strong>de</strong>screvendo as suas fases. Tal pesquisa está organizada <strong>em</strong> sete<br />

etapas, a saber: (a) observação das aulas, (b) aplicação do primeiro questionário, (c)<br />

primeira intervenção, (d) elaboração das sequências didáticas, (e) segunda<br />

intervenção, (f) aplicação do questionário pós-abordag<strong>em</strong>, (g) reelaboração das<br />

sequências didáticas para terceira intervenção, (h) terceira intervenção e (i)<br />

reaplicação do questionário pós-abordag<strong>em</strong>. A seguir, ver<strong>em</strong>os <strong>de</strong>talhadamente cada<br />

fase.


3.4.2. Execução da pesquisa<br />

Inicialmente, observamos as aulas <strong>em</strong> cada turma (<strong>de</strong> duas a três aulas). Esta<br />

foi uma estratégia para conhecermos os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ e, ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po, mantermos os primeiros contatos com eles, visto que precisávamos<br />

interagir com os sujeitos da pesquisa, pois conforme Thiollent (2008, p. 119): “os<br />

pesquisadores precisam lidar com as diferenças culturais existentes entre eles e os<br />

m<strong>em</strong>bros da situação observada e, eventualmente, entre vários subgrupos <strong>de</strong>sses<br />

m<strong>em</strong>bros”.<br />

No contexto da observação, fiz<strong>em</strong>os também anotações <strong>de</strong> protocolo <strong>de</strong><br />

observação (PO) das aulas dos professores formadores para po<strong>de</strong>rmos refletir,<br />

posteriormente, sobre a progressão conteúdista da disciplina, que ora estava sendo<br />

ministrada. Neste ínterim, fomos apresentados aos „professores <strong>em</strong> formação inicial‟, e<br />

também abordamos, nesse âmbito, a necessida<strong>de</strong> da presença do pesquisador <strong>em</strong><br />

sala <strong>de</strong> aula como um sujeito que colabora para o ensino-aprendizag<strong>em</strong>. Em seguida,<br />

os professores formadores e os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ receberam o termo<br />

<strong>de</strong> consentimento (ANEXO B: “Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclarecido”) e após a<br />

leitura do documento, o termo foi assinado <strong>em</strong> duas vias. Posteriormente, entregamos<br />

um questionário <strong>de</strong>stinado aos „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ e outro aos<br />

professores dos respectivos grupos (APÊNDICES A e B: “Questionários para<br />

professores <strong>de</strong> FLE e “Questionários para professores <strong>em</strong> formação <strong>de</strong> FLE”).<br />

Passada essa fase, iniciamos a primeira intervenção (APÊNDICES D e E:<br />

“Sequências Didáticas – 1 a intervenção”). Os procedimentos foram quase os mesmos<br />

da pesquisa piloto, entretanto, fiz<strong>em</strong>os o acréscimo <strong>de</strong> figuras/sli<strong>de</strong>s sobre as duas<br />

cida<strong>de</strong>s caracterizadas na canção Mon pays, a saber: Tl<strong>em</strong>cen (Argélia) e Mantes-la-<br />

Jolie (Paris), b<strong>em</strong> como o vi<strong>de</strong>oclipe da canção. As aulas tiveram início na turma G1 e,<br />

<strong>em</strong> seguida, na G2 e finalizamos na G4. Com esses grupos discutimos a t<strong>em</strong>ática do


econhecimento das raízes (QUADRO 5: “T<strong>em</strong>áticas implícitas nas canções”), mas <strong>em</strong><br />

cada grupo um aspecto do intercultural foi percebido. No G1, foram as imagens<br />

estereotipadas sobre a França – Torre Eiffel, Arco do Triunfo e a língua francesa – e<br />

sobre as cida<strong>de</strong>s brasileiras – Fortaleza, Recife, Aracaju –, também o respeito pela<br />

cultura da Argélia e o reconhecimento do Brasil – beleza natural, ban<strong>de</strong>ira, futebol,<br />

diversida<strong>de</strong> cultural do brasileiro – e, finalmente, o reconhecimento dos povos falantes<br />

da língua francesa.<br />

No que se refere ao G2, as imagens estereotipadas sobre as variantes<br />

linguísticas da língua francesa – Canadá, cida<strong>de</strong>s da França (Marseille, Paris) e as<br />

cida<strong>de</strong>s do Brasil – foram o ponto central. E, finalmente, no G4 houve uma discussão<br />

mais centrada no reconhecimento da cultura materna e do Outro, nas origens do<br />

cantor e dos povos da cultura argelina (modos <strong>de</strong> vestir, paisagens, variantes<br />

linguísticas, Camus), nas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s que cada „professor <strong>em</strong> formação inicial‟<br />

percebeu <strong>de</strong> sua cultura e nas concepções sobre a tolerância com os outros<br />

portadores <strong>de</strong> culturas.<br />

No final <strong>de</strong>ssa intervenção, com o G4, por se tratar do grupo mais experiente<br />

daquele s<strong>em</strong>estre <strong>em</strong> curso, <strong>de</strong>cidimos conjuntamente – pesquisadora interventora,<br />

professor <strong>de</strong> francês, formador do grupo e „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ – que o<br />

referido grupo nos acompanharia durante a segunda intervenção, pois foi um modo <strong>de</strong><br />

colaborar com os outros „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ dos referidos grupos,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se o fato <strong>de</strong> ser uma pesquisa na qual precisaria haver as trocas<br />

interculturais e, também, por ser um grupo que <strong>em</strong> breve estaria concluindo o curso <strong>de</strong><br />

Letras. Para o acompanhamento, a turma G4 foi organizada da seguinte forma: o<br />

primeiro <strong>de</strong>les era o monitor do G1; a segunda ficou com a turma G2; o terceiro ficou<br />

com a turma G3, também por conveniência e a quarta, por sugestão dos professores,<br />

<strong>de</strong>veria acompanhar os três grupos.


Uma s<strong>em</strong>ana <strong>de</strong>pois, retornamos aos grupos para a segunda intervenção, com<br />

as sequências didáticas e as ativida<strong>de</strong>s (APÊNDICES F,G,H: “Sequência didática – 2 a<br />

intervenção” e “Ativida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes à sequência didática – 2 a intervenção”) a<br />

ser<strong>em</strong> aplicadas aos grupos. Desta vez, abordamos a canção On a changé.<br />

Para a elaboração das sequências didáticas, doravante (SD), nos baseamos<br />

no que discute Schneuwly e Dolz (2004, p.97): é “um conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s escolares<br />

organizadas, <strong>de</strong> maneira sist<strong>em</strong>ática, <strong>em</strong> torno <strong>de</strong> um gênero textual oral ou escrito”.<br />

As SD abordaram a mesma canção, diferenciando apenas as ativida<strong>de</strong>s, a<strong>de</strong>quando-<br />

as ao nível <strong>de</strong> cada grupo. Elas continham ativida<strong>de</strong>s didático-pedagógicas que tinham<br />

como finalida<strong>de</strong> fortalecer a aprendizag<strong>em</strong> da LE (OCN, 2006; CECRL, 2001; PCN,<br />

2000). Então, elaboramos ativida<strong>de</strong>s relacionadas à: expressão oral, compreensão<br />

oral, compreensão escrita, relações interculturais e expressão escrita. Em cada<br />

ativida<strong>de</strong> disponibilizamos um t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>, aproximadamente, 30 minutos, para<br />

discussões e correções das ativida<strong>de</strong>s.<br />

Na fase da segunda intervenção, fiz<strong>em</strong>os o trabalho inverso e iniciamos com a<br />

turma G4. Conforme o combinado na primeira intervenção, cada professor <strong>em</strong><br />

formação nos auxiliaria <strong>em</strong> cada grupo durante o estudo da canção On a changé.<br />

Aqui, o objetivo foi fazê-los perceber que as t<strong>em</strong>áticas implícitas na canção – contexto<br />

diaspórico, adaptação da cultura estrangeira, outras i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s – conduzindo-os à<br />

discussão sobre as mudanças, as adaptações, as relações entre os povos <strong>de</strong> outras<br />

culturas, os modos <strong>de</strong> vida, as escolhas, as pertenças culturais, as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, as<br />

mudanças na formação, as imagens estereotipadas sobre a cultura local e a cultura do<br />

outro, as preferências musicais, o gosto dos outros e as pessoas portadoras <strong>de</strong> suas<br />

culturas.<br />

Dessa forma, as aulas seguiram a seguinte sequência: inicialmente, para<br />

motivar a discussão troux<strong>em</strong>os as palavras-chave <strong>em</strong> um papel e dobradas: matin,


loin, amis, enfants, maman, avion, souvenirs, manquer, grandir, changer e partir.<br />

Essas palavras foram selecionadas <strong>de</strong> acordo com o nível – G1, G2, G3 e G4 – e o<br />

número dos participantes <strong>em</strong> cada grupo.<br />

Em seguida, apresentamos o vi<strong>de</strong>oclipe (ANEXO C: “CD: material audiovisual<br />

das canções e questionários respondidos”) para posterior discussão sobre as figuras<br />

dos personagens e seus modos <strong>de</strong> vida, b<strong>em</strong> como as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s culturais dos<br />

„professores <strong>em</strong> formação inicial‟, enquanto cidadãos do mundo, os conhecimentos<br />

sobre o subgênero musical zouk e suas origens. Nessa discussão, os participantes<br />

dos grupos G1, G2 e G4 discutiram a respeito da cultura dos personagens (gestos<br />

culturais, produção do vi<strong>de</strong>oclipe, vestuário dos personagens). E, logo <strong>em</strong> seguida,<br />

passamos à escuta da canção.<br />

Com relação à compreensão oral da canção, a primeira escuta teve o intento<br />

<strong>de</strong> levá-los a ouvir o subgênero zouk e sua melodia s<strong>em</strong> ter <strong>em</strong> mãos a letra, para<br />

observar se eles a apreciavam, ou não, e também se faziam alguma r<strong>em</strong>issão aos<br />

minutos iniciais da aula, ou seja, se percebiam alguma(s) palavra(s) inclusas na(s)<br />

discussão. Para a reescuta da música, foi entregue uma ficha da ativida<strong>de</strong> da SD<br />

(APÊNDICE F, G e H: “Sequência didática – 2 a intervenção” e “Ativida<strong>de</strong>s<br />

correspon<strong>de</strong>ntes à sequência didática”) correspon<strong>de</strong>nte ao oral: ritmo da canção,<br />

refrão, vozes do(a) cantor(a), or<strong>de</strong>nação do refrão e compreensão do nome do país<br />

mencionado pelas cantoras. A terceira e última escuta funcionou metodologicamente<br />

no sentido <strong>de</strong> fortalecer a compreensão <strong>de</strong> algo que suscitou dúvidas, palavras não<br />

compreendidas. Após essa discussão foi entregue a letra da canção.<br />

Nesse momento, pedimos aos „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ que fizess<strong>em</strong><br />

uma leitura silenciosa para, então, discutirmos o que haviam compreendido sobre o<br />

conteúdo da canção. Nessa ocasião, o „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ do G4 <strong>de</strong>u sua<br />

colaboração, auxiliando-os quanto às dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>monstradas sobre a<br />

compreensão <strong>de</strong> vocabulário (ANEXO A: “Canções”).


Para a aula seguinte, entregamos as ativida<strong>de</strong>s correspon<strong>de</strong>ntes à<br />

compreensão e expressão escritas (APÊNDICE F, G e H). Na primeira ativida<strong>de</strong>, <strong>de</strong><br />

compreensão escrita, discutimos as respostas dadas às questões pontuais do texto<br />

sobre o eu-lírico, as imagens percebidas a respeito do rapaz e a respeito da mãe da<br />

moça – na cultura do eu-lírico e na cultura local dos participantes – e os aspectos<br />

funcionais da língua-cultura no seu uso comunicativo.<br />

Em relação à ativida<strong>de</strong> sobre as trocas interculturais, a discussão foi <strong>em</strong> torno<br />

da preferência musical – subgênero zouk –, das crenças sobre o gostar <strong>de</strong> música do<br />

povo brasileiro, da ausência do nome do país do eu-lírico e da sua situação enquanto<br />

um sujeito <strong>em</strong> contexto diaspórico. Nessa parte, as contribuições dos participantes<br />

foram <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valia, pois uma participante <strong>de</strong> outra nacionalida<strong>de</strong> nos relatou sua<br />

experiência na sua cultura, do mesmo modo que os outros participantes expuseram<br />

suas histórias ao passar pela situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar os amigos, os amores, a família e a<br />

cida<strong>de</strong> natal.<br />

Na outra ativida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong> expressão escrita, foi disponibilizado um t<strong>em</strong>po para<br />

os participantes realizar<strong>em</strong> suas produções textuais na língua estrangeira. Tais<br />

produções basearam-se no que havia sido discutido <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula e também<br />

aproveitando a discussão sobre o gênero canção com suas linguagens verbal e lítero-<br />

musical. Eles escolheram um gênero literário para sua produção, <strong>de</strong> acordo com o<br />

nível <strong>de</strong> cada grupo. Neste contexto, todos os participantes produziram e<br />

apresentaram suas produções para o grupo. Esta ativida<strong>de</strong> configurou-se como<br />

necessária tanto para os participantes quanto para nós enquanto pesquisadora<br />

interventora <strong>de</strong> FLE, visto que trabalhar com a AI parece conduzir o professor a tentar<br />

aplicar ativida<strong>de</strong>s didático-metodológicas propiciadoras das trocas interculturais, como<br />

menciona Manaa (2009).<br />

Ao final da aula, foi entregue o questionário para ser respondido. Com este<br />

instrumento, encerramos essa fase da pesquisa com a aplicação do segundo


questionário <strong>de</strong>stinado aos professores <strong>em</strong> formação inicial (APÊNDICE I). O<br />

instrumento continha perguntas relacionadas à abordag<strong>em</strong> feita com as canções <strong>em</strong><br />

sala <strong>de</strong> aula, as ativida<strong>de</strong>s elaboradas para a canção, qual das habilida<strong>de</strong>s os<br />

participantes encontraram mais dificulda<strong>de</strong>s para realizar e quais ativida<strong>de</strong>s foram<br />

relevantes para compreen<strong>de</strong>r a canção e, finalizando, com o que o intercultural<br />

significava para cada um <strong>de</strong>les.<br />

A próxima fase consistiu na elaboração das ativida<strong>de</strong>s para a terceira<br />

intervenção. Nesta fase foram trabalhadas duas canções: Un homme sans racines e<br />

Touche pas à mon pote. Escolh<strong>em</strong>os a primeira canção para as turmas do G1 e G2 e<br />

a segunda para as turmas do G3 e G4.<br />

Na sequência da primeira canção, solicitamos aos participantes que esboçaram<br />

uma árvore e <strong>em</strong> seguida, <strong>de</strong>screvê-la. Assim, discutimos sobre cada uma <strong>de</strong>las e ao<br />

mesmo t<strong>em</strong>po pu<strong>de</strong>mos fazer o levantamento das hipóteses. Neste momento, as<br />

discussões giraram <strong>em</strong> torno dos <strong>de</strong>senhos das árvores, suas raízes culturais, assim<br />

como as raízes mencionadas no título da canção. As árvores foram b<strong>em</strong> diversificadas<br />

(castanheiro, macieira, com raízes, com frutos, s<strong>em</strong> frutos, com flores, pequenas,<br />

gran<strong>de</strong>s, grossas, finas), o que contribuiu para a gran<strong>de</strong> discussão sobre suas<br />

pertenças culturais, origens e sua formação enquanto „professor <strong>em</strong> formação inicial‟.<br />

Em seguida, ouviu-se a canção seguindo o mesmo procedimento das<br />

sequências anteriores, da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> compreensão oral – escutar por três vezes –,<br />

para preenchimento das lacunas da estrofe <strong>de</strong> Un homme sans racines, com as<br />

palavras-chave (mal assuré, je suis né, j‟oublie, mon passe, après, avant, le présent,<br />

<strong>de</strong>main, moindre, sans racines). Nesse momento, os participantes perceberam o<br />

subgênero musical pop rock e fizeram analogias com os já estudados, raï e zouk.<br />

Posteriormente, apresentamos o clipe das fotos do cantor/intérprete Gérald De<br />

Palmas, para discussão <strong>em</strong> torno do que foi apresentado, relativizando-as ao título da<br />

canção e às árvores esboçadas. Os participantes mencionaram os lugares que


apareceram nas fotos, o cantor que parece ser uma pessoa solitária, <strong>em</strong>bora ele se<br />

apresentava <strong>em</strong> diferentes perspectivas, como um super star (ANEXO C).<br />

Passamos, assim, ao estudo da canção (ANEXO A: “Canções”). Para isso, foi<br />

entregue a letra <strong>de</strong> Um homme sans racines para as discussões sobre o seu<br />

conteúdo, sobre questões pontuais a respeito do cantor que se sente um hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong><br />

raízes – sendo visto como uma pequena árvore –, as necessida<strong>de</strong>s do Eu-lírico, as<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> encontrar alguém que não t<strong>em</strong> raízes e as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> viver o<br />

presente s<strong>em</strong> passado e s<strong>em</strong> perspectiva <strong>de</strong> futuro.<br />

Em seguida, entregamos as ativida<strong>de</strong>s relacionadas às trocas interculturais, à<br />

compreensão escrita e à expressão escrita. A primeira ativida<strong>de</strong> estava relacionada às<br />

imagens vistas no clipe e a sua cultura local. A segunda ativida<strong>de</strong> estava relacionada<br />

às questões sobre o Eu-lírico e sua relação com as imagens vistas na canção. A<br />

terceira e última ativida<strong>de</strong> foi uma produção oral. Disponibilizamos um t<strong>em</strong>po para as<br />

produções e apresentações aos colegas. Desta vez, a produção foi centrada nas<br />

discussões <strong>em</strong> sala e nas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> encontrar alguém s<strong>em</strong> raízes (ANEXO A).<br />

A segunda canção, Touche pas à mon pote, foi estudada nos grupos G3 e G4.<br />

Iniciamos a sequência com apresentação das figuras/sli<strong>de</strong>s dos cidadãos – Jean-Paul<br />

Sartre, Yanik Noah, Jean-Luc Godard, Charles Aznavour, Brigitte Bardot –, estavam<br />

relacionadas a outros cidadãos do mundo e a outras figuras retiradas dos vi<strong>de</strong>oclipes<br />

Touche pas à mon pote e <strong>de</strong> Mon pays. Assim, pô<strong>de</strong>-se discutir as possíveis trocas<br />

interculturais da França e do Brasil, as imagens dos „professores <strong>em</strong> formação inicial‟<br />

sobre sua cultura e a cultura do outro, as manifestações públicas a respeito do<br />

carnaval, do baile funk, das guerras, da miséria, da revolta <strong>de</strong> manifestantes, das<br />

pessoas idosas, das crianças, dos jovens, dos povos <strong>de</strong> culturas asiáticas, africanas,<br />

francesas, indígenas <strong>de</strong>ntre outros, os cantores Gilberto Gil, Chico Buarque, Caetano<br />

Veloso e Roberto Carlos. Esse estudo funcionou como artifício que conduziu os


„professores <strong>em</strong> formação inicial‟ ao levantamento <strong>de</strong> hipóteses e também para lhes<br />

apresentar as figuras dos cidadãos acima listados (QUADRO 3).<br />

Na ativida<strong>de</strong> seguinte, a <strong>de</strong> compreensão oral, no G3, foi entregue uma ficha<br />

com a estrofe do refrão da canção a ser preenchida pelos participantes a partir das<br />

coor<strong>de</strong>nadas (APÊNDICE K). Para o G4, entregamos as estrofes <strong>em</strong>baralhadas da<br />

canção para ser<strong>em</strong> or<strong>de</strong>nadas (APÊNDICE L). Os dois grupos dispuseram <strong>de</strong> um<br />

t<strong>em</strong>po para refletir antes do preenchimento da estrofe e antes da or<strong>de</strong>nação da<br />

canção. O vi<strong>de</strong>oclipe fez a função <strong>de</strong> áudio e <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o (ANEXO C) e os participantes<br />

i<strong>de</strong>ntificaram a voz do cantor Gilberto Gil, no entanto, confessaram <strong>de</strong>sconhecer que<br />

Gil cantava <strong>em</strong> língua francesa.<br />

Utilizando o recurso do vi<strong>de</strong>oclipe, voltamos a atenção para as imagens que<br />

incitaram a discussão a respeito das manifestações dos povos, das imagens que<br />

retratam a realida<strong>de</strong> do contexto diaspórico, do acolhimento das culturas, da<br />

diversida<strong>de</strong> cultural, dos modos <strong>de</strong> vida dos cidadãos. Também discutiu-se sobre o<br />

carnaval no Rio <strong>de</strong> Janeiro, do ritual <strong>de</strong> uma dança na Bahia, do contexto histórico da<br />

tropicália no Brasil, dos conflitos sociais, do racismo, da violência, <strong>de</strong>ntre outros. Para<br />

os participantes <strong>de</strong>sta pesquisa, as imagens representam o realismo, pois mostram<br />

pessoas do mundo real.<br />

Em seguida, foi entregue a letra da canção (ANEXO A). Este momento serviu<br />

para os participantes fazer<strong>em</strong> a leitura silenciosa e então se discutir a t<strong>em</strong>ática da<br />

canção: acolhimento das culturas. Com relação às ativida<strong>de</strong>s sobre trocas<br />

interculturais, as discussões foram <strong>em</strong> torno das imagens que os participantes<br />

<strong>de</strong>monstraram ter sobre os personagens da cultura do Outro e dos personagens na<br />

cultura materna, as canções que abordam a mesma t<strong>em</strong>ática, o subgênero musical, as<br />

razões <strong>de</strong> o compositor retratar o t<strong>em</strong>a, as relações: vi<strong>de</strong>oclipe/letra da canção. Neste<br />

instante, eles <strong>de</strong>stacaram Sartre – o filósofo –, Jean-Luc – o cineasta da nouvelle


vague – Yannik Noah – o esporte e a cultura (música) – Guga – o tenista brasileiro – e<br />

outros <strong>de</strong>sportistas: Pelé, Ronaldo, Romário, Airton Sena, Caio Márcio. Os cantores<br />

que discut<strong>em</strong> conflitos sociais: Zé Ramalho e Chico César.<br />

As ativida<strong>de</strong>s relacionadas à compreensão escrita foram questões pontuais a<br />

respeito da letra da canção, a razão <strong>de</strong> a palavra “Être” está escrita <strong>em</strong> letra<br />

maiúscula, questões relacionadas à importância dos seres humanos, explicação sobre<br />

o título da canção e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> citar os personagens ícones, <strong>de</strong> fazer uma<br />

analogia entre a França a uma mãe e explicitar a revolta contra a França.<br />

Finalmente, <strong>de</strong>stacamos as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expressão escrita que levaram os<br />

participantes a expressar<strong>em</strong> suas concepções a respeito do que foi discutido. Após<br />

essa fase, entregamos o questionário pós-abordag<strong>em</strong> aos participantes para ser<strong>em</strong><br />

respondidos (APENDICE M). Em seguida, entregamos o outro questionário que eles<br />

haviam respondido na fase pós-abordag<strong>em</strong> segunda intervenção. Neste momento,<br />

eles precisavam expressar suas concepções a respeito dos dois questionários<br />

respondidos. Para tanto, gravamos <strong>em</strong> áudio seus <strong>de</strong>poimentos, visto que suas<br />

contribuições foram importantes para verificarmos se os participantes haviam<br />

<strong>de</strong>monstrado algo sobre a tomada da CI.<br />

3.5. Constituição do corpus e procedimentos <strong>de</strong> análise<br />

O Corpus, composto por quatro conjuntos <strong>de</strong> dados, on<strong>de</strong> três conjuntos são <strong>de</strong><br />

natureza documental (DL) – por se tratar <strong>de</strong> registros com característica primária (1)<br />

uma amostrag<strong>em</strong> das notas <strong>de</strong> diário <strong>de</strong> bordo e das anotações reflexivas dos<br />

protocolos <strong>de</strong> observação (PO); (2) questionários respondidos, com questões<br />

s<strong>em</strong>iabertas; (3) as transcrições das SD sobre as canções estudadas e por um


conjunto <strong>de</strong> natureza opinativa: (4) uma amostrag<strong>em</strong> das transcrições 17 das falas dos<br />

participantes (GE), relacionadas à tomada da CI e às respostas contidas nos<br />

questionários.<br />

O procedimento para análise dos dados é o da triangulação, “um recurso <strong>de</strong><br />

análise que permite comparar dados <strong>de</strong> diferentes tipos com o objetivo <strong>de</strong> confirmar ou<br />

<strong>de</strong>sconfirmar uma asserção” (BORTONI-RICARDO, 2008, p.61). Para isto, contamos<br />

com o conjunto <strong>de</strong> dados acima e com as teorias <strong>de</strong> base da nossa pesquisa,<br />

relacionando-os para explicar os fenômenos inerentes à tomada da CI na formação<br />

inicial do professor <strong>de</strong> FLE.<br />

O estudo com os subgêneros musicais e, <strong>em</strong> especial, com as letras das<br />

canções nos levou a uma análise interpretativa, consi<strong>de</strong>rando as concepções que os<br />

participantes têm sobre a CI. Isso nos conduz a perceber que a canção <strong>de</strong> expressão<br />

francesa po<strong>de</strong>rá dar suporte às nossas reflexões, por apresentar-se como um gênero<br />

didatizado propiciador para as trocas interculturais na aula <strong>de</strong> FLE.<br />

Nesse sentido, as nossas análises tiveram por base três pontos: 1) as<br />

respostas dos participantes a respeito da <strong>de</strong>finição sobre o intercultural <strong>em</strong> sala <strong>de</strong><br />

FLE, 2) as representações língua-cultura apresentadas nas quatro canções e 3) as<br />

ativida<strong>de</strong>s propostas com as canções <strong>de</strong> expressão francesa aos <strong>de</strong>mais grupos.<br />

17 As transcrições dos <strong>de</strong>poimentos orais dos participantes seguiram convenções da Análise da<br />

Conversação baseadas nos estudos <strong>de</strong> Marcuschi (2003). Os outros <strong>de</strong>poimentos escritos <strong>em</strong><br />

resposta aos questionários seguiram as convenções normais da modalida<strong>de</strong> escrita.


CAPÍTULO IV


4. A CANÇÃO DE EXPRESSÃO FRANCESA: UMA PROPOSTA DE AI PARA<br />

AULAS DE FLE<br />

Todas as ativida<strong>de</strong>s que apresentar<strong>em</strong>os neste capítulo aten<strong>de</strong>ram às<br />

<strong>de</strong>scrições apresentadas no capítulo anterior. As etapas seguiram às Sequências<br />

Didáticas (SD) elaboradas para este fim e tiveram como ponto <strong>de</strong> partida as canções<br />

Mon pays e On a Changé e posteriormente Un homme sans racines e Touche pas à<br />

mon pote. A partir <strong>de</strong>ssas canções, buscamos encontrar um caminho possível que<br />

levasse os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ a i<strong>de</strong>ntificar<strong>em</strong> a importância do<br />

intercultural <strong>em</strong> aula <strong>de</strong> FLE.<br />

4.1. O acolhimento das culturas na visão dos professores <strong>em</strong> formação <strong>em</strong> FLE<br />

É sabido que as diferenças <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser respeitadas, uma vez que cada cultura<br />

t<strong>em</strong> sua importância e consequent<strong>em</strong>ente contribui para as trocas da construção <strong>de</strong><br />

conhecimento. Esta i<strong>de</strong>ia r<strong>em</strong>ete ao que mencionam De Carlo (1998, p.40) e Chianca<br />

(2007) o intercultural é a “interação, troca, eliminação <strong>de</strong> barreiras, reciprocida<strong>de</strong> e<br />

solidarieda<strong>de</strong>”. Neste sentido, o intercultural é enfatizado sob o aspecto da inclusão<br />

das culturas na sua diversida<strong>de</strong> com os outros que são, naturalmente, diferentes.<br />

Essas perspectivas, são seguidas e exploradas no estudo das canções Mon<br />

pays e Touche pas à mon pote. As duas incitam questões interculturais relacionadas à<br />

diversida<strong>de</strong> cultural e ao respeito pelo outro, pois os compositores Fau<strong>de</strong>l (orig<strong>em</strong><br />

argelina) e Gilberto Gil (brasileiro) evocam as diferenças culturais que exist<strong>em</strong> e que<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser respeitadas.<br />

Na primeira canção, o intercultural reaparece sob o aspecto da inclusão, visto<br />

que o compositor traz características da cultura do país <strong>de</strong> seus pais, modos <strong>de</strong> vida<br />

diferentes daqueles que ele conhece <strong>em</strong> sua cultura local. Vejamos o excerto a seguir:


Je ne connais pas ce soleil<br />

Qui brûle les dunes sans fins<br />

Je ne connais pas d‟autres terres<br />

Que celle qui m‟a tendu la main<br />

Et si un jour je pars d‟ici<br />

Que je traverse le désert<br />

Pour aller voir d‟ou vient ma vie<br />

Dans quelle rue jouait mon père<br />

Moi qui suis né près <strong>de</strong> Paris<br />

Sous tout ce vent, toute cette pluie<br />

Je n‟oublierai<br />

Jamais mon pays<br />

Jamais mon pays<br />

/.../<br />

Je ne connais pas ce parfum<br />

De menthe et <strong>de</strong> sable brûlant<br />

Mais seul<strong>em</strong>ent les <strong>em</strong>bruns<br />

Où les rouleaux <strong>de</strong> l‟océan<br />

Et toi qui me trouve un peu mate<br />

Pour ses rues bordées <strong>de</strong> prairies<br />

Un peu trop blanc couleur d „Euphrate<br />

/.../<br />

Observamos que para o Eu-lírico, o país <strong>de</strong> seus pais, ou o <strong>de</strong> sua orig<strong>em</strong>,<br />

parece ser apenas respingos das ondas do mar – “Mais seul<strong>em</strong>ent les <strong>em</strong>bruns/ Où<br />

les rouleaux <strong>de</strong> l‟océan” –, uma vez que ele não o conhece tão b<strong>em</strong> quanto o seu país<br />

<strong>de</strong> nascimento. Assim, ele tenta evocar, também, o que parece <strong>de</strong>sconhecer da outra<br />

cultura – o sol, outras terras e este perfume – “Je ne connais pas ce soleil/ Je ne<br />

connais pas d‟autres terres/ Je ne connais pas ce parfum/”.<br />

Como v<strong>em</strong>os, há uma necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recordar aspectos que caracteriz<strong>em</strong> a<br />

paisag<strong>em</strong> <strong>de</strong>sta cultura: sol, relevo (dunas), ruas, brinca<strong>de</strong>iras, l<strong>em</strong>branças dos<br />

t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> escola e das férias, perfume das plantas e da areia queimada, <strong>de</strong>serto, rio<br />

Eufrates e, ao mesmo t<strong>em</strong>po, há reconhecimento da cultura local, pois é a terra que<br />

lhe <strong>de</strong>u a mão, é sua orig<strong>em</strong>, é a cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> nasceu, é seu país: “d‟autres terres que<br />

celle qui m‟a tendu la main; c‟est ici que je suis né, mon pays”. Nessas culturas<br />

aparec<strong>em</strong> com um aproximado grau <strong>de</strong> relevância, ratificando De Carlo (1998), para<br />

qu<strong>em</strong> as trocas interculturais estão <strong>em</strong>basadas na interação e na eliminação <strong>de</strong><br />

barreiras psicológicas.


No excerto a seguir, o mesmo Eu-lírico mostra que t<strong>em</strong> sua história, seus<br />

amigos, seus amores, sua família e mesmo conhecendo outros mundos, percebe o<br />

valor da sua cultura <strong>de</strong> nascimento, que se diferencia daquelas que po<strong>de</strong>rá encontrar<br />

<strong>em</strong> suas viagens.<br />

/.../<br />

Et si <strong>de</strong>main comme aujourd‟hui<br />

Je dois faire le tour <strong>de</strong> la terre<br />

Pour chanter aux mon<strong>de</strong>s mes envies<br />

Voyager <strong>de</strong>s années entières<br />

Moi qui suis né tout près d‟ici<br />

Même si je quitte mes amis<br />

/.../<br />

Trop d‟ amours pour oublier<br />

Que c‟est ici que je suis né<br />

Troooop<br />

De t<strong>em</strong>ps abandonné<br />

/.../<br />

Essa concepção po<strong>de</strong> ser confirmada pelo <strong>de</strong>poimento do G4 B, <strong>em</strong> resposta<br />

encontrada no questionário pós-intervenção (APENDICE I): “Creio que o intercultural<br />

seria a mistura das culturas diferentes, /.../ no caso do Raï, v<strong>em</strong>os <strong>de</strong>talhadamente<br />

posturas e culturas dos dois países. Caberia ao professor <strong>de</strong> FLE intermediar as<br />

culturas e não colocá-las <strong>em</strong> choque”. Esse „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ percebe ao<br />

final da abordag<strong>em</strong> do t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> aula que, verda<strong>de</strong>iramente, as culturas estão para nos<br />

ajudar nas quebras <strong>de</strong> barreiras e não para suscitar o etnocentrismo cultural.<br />

Já na letra da canção “Touche pas à mon pote” (nossa tradução para “Não<br />

toque no meu prezado”), perceb<strong>em</strong>os, <strong>de</strong> certo modo, a mesma t<strong>em</strong>ática.<br />

Touche pas à mon pote<br />

Ça veut a dire quoi?<br />

Ça veut dire peut-être<br />

Que l‟Être qui habite chez lui<br />

C‟est le même qui habite chez toi<br />

/.../<br />

Qui a fait Jean-Paul Sartre penser<br />

Fait jouer Yannik Noah<br />

Il fait chanter Charles Aznavour<br />

Il fait filmer Jean-Luc Goddard<br />

Il fait jolie Brigitte Bardot<br />

Il fait petit le plus grand Français<br />

Et fait plus grand le petit Chinois<br />

/.../


Constatamos que na canção, “Touche pas à mon pote”, o compositor traz<br />

personagens célebres da cultura francesa na sua pluralida<strong>de</strong> cultural. Ao que nos<br />

parece, a finalida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> conduzir o leitor-ouvinte a dar mais atenção às culturas <strong>em</strong><br />

suas diversida<strong>de</strong>s.<br />

Verificamos que essa canção nos passa a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> acolhimento cultural, pois<br />

na primeira estrofe, mostra uma tentativa <strong>de</strong> conscientizar as pessoas <strong>de</strong> que todos os<br />

seres são iguais e “Touche pas à mon pote/Ça veut dire quoi?/ Ça veut dire peut être/<br />

Que l‟Être qui habite chez lui/ C‟est le même qui habite chez toi“. Assim, esse „Ser‟<br />

(Être) traria s<strong>em</strong>pre consigo modos <strong>de</strong> pensar, <strong>de</strong> se expressar diferentes uns dos<br />

outros.<br />

O Eu-lírico apresenta, assim, personagens da cultura francesa e <strong>de</strong> outras<br />

culturas. Ele mostra ainda que cada „Ser‟ <strong>de</strong>ve ser visto como igual a mim e diferente<br />

<strong>de</strong> mim e, <strong>em</strong>bora explicite os nomes dos personagens e suas profissões, i<strong>de</strong>ntificá-<br />

los não <strong>de</strong>smerece os outros povos, tanto o gran<strong>de</strong> “plus grand Français” quanto o<br />

pequeno “petit Chinois”.<br />

Na canção, o filósofo Jean-Paul Sartre, o tenista Yannick Noah, o cantor<br />

Charles Aznavour, o cineasta Jean-Luc Godard e a atriz Brigitte Bardot são<br />

personagens que têm a mesma importância, assim como, os outros cidadãos do<br />

mundo: dos franceses aos chineses. Não importando on<strong>de</strong> e como eles se<br />

apresentam no imaginário do outro. Portanto, para o Eu-lírico, o que <strong>de</strong>ve ser relevado<br />

é que todos os “Seres” humanos traz<strong>em</strong> histórias e culturas peculiares. Além disso,<br />

nas duas últimas linhas da segunda estrofe, o verso que diz que o mesmo „Ser‟ que<br />

faz pequeno o maior francês (Il fait petit le plus grand Français/ Et fait plus grand le<br />

petit Chinois), po<strong>de</strong> tornar gran<strong>de</strong> o menor chinês. Este pensamento nos faz retomar o<br />

mencionado pelo dicionário <strong>de</strong> didática das línguas (CUQ, 2003, p.138): “não é preciso<br />

só <strong>de</strong>sejar que as relações entre os homens os torn<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhantes, mas


principalmente quando as „gran<strong>de</strong>s línguas‟ respeitar<strong>em</strong> as „pequenas‟ [...], então,<br />

ter<strong>em</strong>os dado um passo consi<strong>de</strong>rável” para o intercultural.<br />

Convém ressaltar que os personagens do quadro <strong>de</strong> figuras a seguir,<br />

compartilhados com os professores <strong>em</strong> formação através <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>s, faz<strong>em</strong> parte <strong>de</strong><br />

épocas distintas. O compositor <strong>de</strong>monstra estar mesmo a favor do acolhimento das<br />

culturas, por chamar atenção <strong>de</strong> que os “Seres” humanos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser estimados pelas<br />

culturas que traz<strong>em</strong> consigo. O fato <strong>de</strong> ser<strong>em</strong> apresentados personagens célebres não<br />

significa haver <strong>de</strong>smerecimento das culturas dos outros, uma vez que ele chama a<br />

atenção para os seguintes versos: “Il fait petit le grand Français/ Et fait plus grand le<br />

petit Chinois”.<br />

Essa concepção nos r<strong>em</strong>ete ao participante G2 C que, ao respon<strong>de</strong>r o<br />

questionário pós-intervenção, afirma:<br />

Intercultural traduz-se pelo diálogo cultural entre as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

povos distintos. Muito comum principalmente, no atual contexto<br />

histórico <strong>em</strong> que viv<strong>em</strong>os. On<strong>de</strong> a cultura <strong>de</strong> um povo t<strong>em</strong> transcendido<br />

suas barreiras geográficas e ainda t<strong>em</strong> se fundido a outras culturas e<br />

enfim, já nos incluindo, caminhamos a uma consciência e cultura<br />

globalizada e altera (G2 C).<br />

Esse „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ percebe que o intercultural parece ser uma<br />

dialética entre os diferentes portadores <strong>de</strong> culturas, que traz<strong>em</strong> consigo suas<br />

“i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s”. Para ele, o intercultural suscita, no „contexto atual‟, transcen<strong>de</strong>r os<br />

limites geográficos e acolher a diversida<strong>de</strong> cultural. Dessa forma, G2 C enten<strong>de</strong> que o<br />

acolhimento se dá pela tomada <strong>de</strong> consciência; pois, no mundo da cultura globalizada,<br />

o respeito <strong>de</strong>ve existir, visto que estamos „caminhando para uma cultura – do respeito<br />

ao outro – altera‟.


SARTRE<br />

1905 – 1980<br />

AZNAVOUR<br />

As figuras <strong>de</strong>sse quadro foram apresentadas na prática <strong>de</strong> classe como uma<br />

forma <strong>de</strong> sensibilização, consi<strong>de</strong>rando-se que muitos dos participantes conheciam<br />

essas personalida<strong>de</strong>s apenas pelo nome, como menciona G3 B:<br />

1983 2004<br />

1978 2008 1961 2009<br />

BARDOT<br />

1968 2008<br />

NOAH<br />

GODARD<br />

QUADRO 3: Personalida<strong>de</strong>s citadas na canção “Touche pas à mon pote”, <strong>de</strong><br />

Gilberto Gil<br />

/.../a outra imag<strong>em</strong> nós t<strong>em</strong>os pessoas <strong>de</strong>sconhecidas porque eu só<br />

conheço a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> Sartre/acredito que são pessoas b<strong>em</strong> conhecidas/ há<br />

um cantor que eu conheço/ uma atriz/ eu penso que eu já vi/ mas eu não sei<br />

se é Brigitte Bardot/.../ e o outro eu não sei qu<strong>em</strong> é /.../ (G3 B).<br />

Essa estratégia pareceu-nos um procedimento relevante para aproximar os<br />

apren<strong>de</strong>ntes uns dos outros e do t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão, situando-os a respeito <strong>de</strong> cada<br />

história <strong>de</strong>stacada na canção. Apresentou-se também como uma forma <strong>de</strong> estimular a<br />

quebra <strong>de</strong> barreiras psicológicas, uma vez que se apresentáss<strong>em</strong>os apenas a figura


atual <strong>de</strong> Brigitte Bardot, por ex<strong>em</strong>plo, os jovens professores, das classes G3 e G4, não<br />

teriam uma real noção mais ampla da importância <strong>de</strong>ssa atriz nos idos <strong>de</strong> 1970. Isso<br />

pô<strong>de</strong> ainda ser visto como uma forma <strong>de</strong> acolhimento das culturas; logo, as trocas<br />

interculturais, conforme já sinalizado por Chianca (2007, p. 43) são “as interações<br />

estabelecidas entre os diversos „parceiros‟ <strong>em</strong>baralhados no processo <strong>de</strong> ensino-<br />

aprendizag<strong>em</strong> da língua estrangeira que engajam diferentes micro-culturas, unificadas<br />

<strong>em</strong> torno <strong>de</strong> um consenso <strong>de</strong> valores”.<br />

Ainda verificamos que não exclusivamente a letra <strong>de</strong> “Não toque no meu<br />

prezado”, mas, <strong>de</strong> modo bastante intenso, os recursos da linguag<strong>em</strong> multimodal<br />

exibidos no vi<strong>de</strong>oclipe enfatizaram as peculiarida<strong>de</strong>s culturais, levando o grupo a<br />

perceber o quanto é importante haver um respeito mútuo, suscitado por esta proposta<br />

<strong>de</strong> trabalho. Isto é observado nas imagens, a seguir, retiradas do referido vi<strong>de</strong>oclipe.<br />

QUADRO 4 – Imagens do vi<strong>de</strong>oclipe “Touche pas à mon pote”


Essa produção musical <strong>de</strong> Gilberto Gil, nos faz l<strong>em</strong>brar que ela traz uma<br />

t<strong>em</strong>ática concernente ao intercultural. Assim, esse conjunto <strong>de</strong> imagens nos conduz a<br />

perceber <strong>de</strong> modo mais evi<strong>de</strong>nte o quanto cada ser humano, mesmo tendo origens<br />

distintas, apresenta características genéticas similares. Ainda que sócio-culturalmente,<br />

cada um tenha laços <strong>de</strong> famílias, religiões, costumes e línguas próprios, faz-se<br />

necessário s<strong>em</strong>pre retornar a canção e l<strong>em</strong>brar que a atualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua proposta está<br />

centrada no respeito às individualida<strong>de</strong>s. Ressalte-se que o respeito, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

po<strong>de</strong> nos colocar <strong>em</strong> pé <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> enquanto seres humanos: “Il fait jolie Brigitte<br />

Bardot/ Il fait petit le plus grand Français/ Et fait plus grand le petit Chinois”.<br />

Essa percepção nos r<strong>em</strong>ete a Abdallah-Pretceille e Porcher (2001), por dois<br />

aspectos: o primeiro é que <strong>em</strong> um dos princípios do intercultural o “Outro é idêntico a<br />

mim e diferente <strong>de</strong> mim” (p. 08) e, o segundo se pauta no sujeito como um indivíduo<br />

que traz sua cultura, não importando como ela é <strong>de</strong>finida, pois é o “sujeito qu<strong>em</strong> a<br />

vive, a incorpora, a traz consigo e a torna viva” (p. 57).<br />

Por essa razão, nessa abordag<strong>em</strong>, percebermos que as discussões na sala <strong>de</strong><br />

aula instigaram G1 B, G1 E e G4 A a mencionar<strong>em</strong> seus pensamentos sobre o<br />

aspecto da acolhida. Esses „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ fizeram as seguintes<br />

consi<strong>de</strong>rações:<br />

G1 B: /.../A relação intercultural se dá a partir do momento que acolho os<br />

valores culturais diferentes dos meus/ a partir do respeito/ tratando-os com<br />

a mesma valia que os meus/.../.<br />

G1 E: /..../ é o momento (a abordag<strong>em</strong> do intercultural) <strong>de</strong> discutir diversos<br />

modos <strong>de</strong> pensar/ comportamentos inerentes ao ser humano <strong>de</strong> diversos<br />

lugares/ [Grifo nosso].<br />

G4 A: Acho que seria essa necessida<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> cont<strong>em</strong>porânea, <strong>de</strong> estar<br />

s<strong>em</strong>pre atento para a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossas relações sócio-culturais.<br />

Afinal, viv<strong>em</strong>os <strong>em</strong> um mundo evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente globalizado, mas cujas<br />

individualida<strong>de</strong>s (raciais, religiosas, culturais, éticas etc.) também <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

respeitadas.


Nesses excertos, verificamos que os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟<br />

perceb<strong>em</strong> outro aspecto do intercultural como sendo acolher o outro que não é igual a<br />

mim e que merece ser respeitado. No relato <strong>de</strong> G4 A, observamos um el<strong>em</strong>ento<br />

especial quando ele se refere às individualida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>stacando que tanto os valores<br />

culturais e/ou sociais como os raciais, os religiosos e os éticos precisam ser melhor<br />

discutidos na atualida<strong>de</strong>. Esse <strong>de</strong>poimento indica certa maturida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse participante<br />

no que concerne ao t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> questão, uma vez que seu olhar vai um pouco mais além<br />

da visão dos seus colegas.<br />

4.2. As origens e a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural no âmbito do FLE: outros aspectos do<br />

Intercultural<br />

Outra t<strong>em</strong>ática abordada foi estimulada na aplicação prática da pesquisa com a<br />

canção Un homme sans racines; e, uma das primeiras ativida<strong>de</strong>s propostas foi sugerir<br />

aos participantes que esboçass<strong>em</strong> seus sentimentos e/ou suas opiniões sobre suas<br />

próprias origens, consi<strong>de</strong>rando o título “Un homme sans racines” para, <strong>em</strong> seguida,<br />

discutir<strong>em</strong> as representações (árvores) suscitadas pela proposta da ativida<strong>de</strong>. Ao<br />

observar que todos haviam ilustrado o referido título com a representação icônica <strong>de</strong><br />

árvores, perceb<strong>em</strong>os que os professores <strong>em</strong> formação levaram <strong>em</strong> conta o termo<br />

“raiz”, presente no título. Então, iniciamos a discussão inquirindo-os a respeito da<br />

relação entre aquela imag<strong>em</strong>, suas origens e as motivações para cursar uma<br />

formação <strong>em</strong> FLE e a referida canção no seu conjunto.<br />

maneira:<br />

Assim, verificamos algumas <strong>de</strong> suas respostas (<strong>de</strong>poimentos orais) da seguinte<br />

G1 B: Minha árvore é como eu/ ela não cresceu/ ela é como eu/ela t<strong>em</strong> três<br />

raízes/ as raízes significam a base <strong>de</strong> minha vida que são Meu Deus/ minha<br />

família e meus amigos/ ela não t<strong>em</strong> frutos/ porque eu como pessoa não sei<br />

quais são meus objetivos ainda./<br />

G2 A: Eu <strong>de</strong>senhei uma árvore e quatro frutos /sorte/ família feliz/ ter filhos e<br />

viajar /..../ eu não me sinto s<strong>em</strong> raízes porque muitas coisas me ligam/<br />

minha família/ meu marido/ eu não sou uma pessoa solitária/


G2 C: A minha árvore t<strong>em</strong> frutos/família/ paz/ saú<strong>de</strong>/ dinheiro/trabalho/.../ eu<br />

gosto <strong>de</strong> morar aqui/ eu gosto <strong>de</strong> minha família/ meus amigos/.../<br />

G2 D: Eu me sinto uma pessoa com raízes porque eu tenho uma família e<br />

uma cultura e uma nacionalida<strong>de</strong>/ objetivos diferentes/ muitas coisas/.../<br />

Nesses excertos, perceb<strong>em</strong>os que G1 B, G2 A, G2 C e G2 D enten<strong>de</strong>m suas<br />

origens ancoradas <strong>em</strong> culturas plurais, tais como: nacionalida<strong>de</strong> e local <strong>de</strong><br />

nascimento, família e amigos, religião e crenças, concepção do mundo e preferências<br />

e, finalmente, profissão e objetivos. Dessa forma, é possível enten<strong>de</strong>rmos que suas<br />

concepções a respeito <strong>de</strong> suas origens ratificam o pensamento <strong>de</strong> Manaa (2009), b<strong>em</strong><br />

como o <strong>de</strong> outros especialistas ao afirmar<strong>em</strong> que os sujeitos têm suas pertenças, suas<br />

referências e suas heranças específicas.<br />

Quanto à profissão e aos objetivos, observamos que os participantes<br />

enten<strong>de</strong>ram que o processo formativo <strong>em</strong> FLE suscita “raízes”. Eles mencionaram que<br />

essa formação é um processo relevante, pois lhes faz r<strong>em</strong>eter às leituras ligadas às<br />

experiências pessoais e pensar na realida<strong>de</strong>, seu futuro profissional. Os excertos, a<br />

seguir nos confirmam tal pensamento.<br />

G1 B: /.../ quanto à minha formação, eu não sei se eu serei professor <strong>de</strong><br />

francês ou <strong>de</strong> português porque eu não gosto da gramática <strong>de</strong> português/ o<br />

francês eu gosto muito da língua/ mas para ensinar é um pouco difícil/ mas<br />

pouco a pouco eu vou pensar sobre minha vida e <strong>de</strong>cidir quais são meus<br />

objetivos/<br />

G1 C: /.../ eu não tenho ainda objetivos sobre o meu trabalho./ eu penso que<br />

eu não tenho a mesma coisa que minha árvore/s<strong>em</strong> flores/<br />

G1 E: /.../ hoje eu não sou como minha árvore/ não como professor <strong>de</strong><br />

francês/ mas como professor <strong>de</strong> português sim/<br />

G1 F: /.../ quanto à minha formação eu sou uma árvore pequena com raízes<br />

b<strong>em</strong> finas/<br />

Perceb<strong>em</strong>os que segundo esses relatos a formação inicial <strong>em</strong> FLE é vista por<br />

várias concepções. Para alguns, os conhecimentos linguageiros são, evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente,<br />

mais necessários e para outros, a formação po<strong>de</strong> dar autonomia para uma melhor<br />

absorção dos conhecimentos adquiridos ao longo da formação inicial, visto que


formar-se professor <strong>de</strong> uma língua não é o mesmo que, apenas, apren<strong>de</strong>r essa língua<br />

para uso.<br />

A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> G1 B é <strong>de</strong>finida como aquela que abarca conhecimentos<br />

linguageiros: “o francês eu gosto muito da língua”. Para ele, ensinar gramática não<br />

correspon<strong>de</strong> a ensinar língua. Esse posicionamento, talvez, <strong>de</strong>rive <strong>de</strong> uma experiência<br />

vivenciada enquanto aluno <strong>de</strong> língua portuguesa. Ora, será que o estudo gramatical<br />

não significa estudar língua? Digamos que esse professor <strong>em</strong> formação precisa<br />

superar tal posicionamento, uma vez que nos parece que ao ensinar a língua francesa<br />

esse sujeito não a aborda a partir do ponto <strong>de</strong> vista gramatical, algo que funciona<br />

como percurso natural para o estudo da língua. O caminho a seguir está no<br />

reconhecimento das modalida<strong>de</strong>s linguageiras e, nesse contexto, entram os eixos não<br />

estanques da leitura, da escrita, da gramática, dos el<strong>em</strong>entos não verbais, das<br />

multimodalida<strong>de</strong>s etc. Isto é confirmado pelo pensamento apresentado nos PCN<br />

(2000, p. 26), no que diz respeito aos conhecimentos <strong>de</strong> Língua Estrangeira Mo<strong>de</strong>rna,<br />

a saber:<br />

As Línguas Estrangeiras na escola regular passaram a pautar-se, quase<br />

s<strong>em</strong>pre, apenas no estudo <strong>de</strong> formas gramaticais, na m<strong>em</strong>orização <strong>de</strong> regras e<br />

na priorida<strong>de</strong> da língua escrita e, <strong>em</strong> geral, tudo isso <strong>de</strong> forma<br />

<strong>de</strong>scontextualizada e <strong>de</strong>svinculada da realida<strong>de</strong>.<br />

Para que haja AI, esse „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ precisa ter consciência<br />

<strong>de</strong> que o ensino da língua estrangeira não po<strong>de</strong> se distanciar da cultura gramatical.<br />

Nesse sentido, perceb<strong>em</strong>os na fala do G1 B outro motivo: a um suposto<br />

<strong>de</strong>smerecimento dos conhecimentos da língua mãe.<br />

Com relação ao G1 F, verificamos que ele ratifica estar informado sobre a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma formação reflexiva, <strong>em</strong>bora reconheça que ainda se encontra <strong>em</strong><br />

um estágio inicial: “Quanto à minha formação eu sou uma árvore pequena com raízes<br />

b<strong>em</strong> finas”. Para ele, a „formação inicial‟ se ass<strong>em</strong>elha ao crescimento natural <strong>de</strong> uma<br />

árvore, a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> processo, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.


Verificamos também que a concepção <strong>de</strong>monstrada por esses sujeitos sobre<br />

as suas raízes difere daquela mencionada por Gérald De Palmas, <strong>em</strong> Un homme sans<br />

racines. O estudo com esta canção conduziu os participantes a discutir<strong>em</strong> as<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s do Eu-lírico que se imagina um hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong> orig<strong>em</strong>, talvez um pouco<br />

perdido e <strong>em</strong> conflito entre seu passado e seu presente. Vejamos o trecho da canção.<br />

/.../<br />

Je suis un homme sans racines<br />

Au moindre vent je m'incline<br />

Juste un homme sans racines<br />

Je pense à <strong>de</strong>main et j'imagine<br />

J'aimerai trouver un endroit pour me reccueillir<br />

Un endroit où puiser ma force<br />

/..../<br />

Perceb<strong>em</strong>os nessas estrofes que ser um hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong> raízes é talvez imaginar-<br />

se como uma pessoa que ainda não se encontrou, que po<strong>de</strong> estar perdida e que<br />

procura um lugar para se ancorar, para ser acolhido, ou seja, ele parece viver o<br />

conflito <strong>de</strong> não ter uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> inclinar-se ora para o passado, ora vivendo o<br />

momento presente, com uma clara expectativa <strong>de</strong> futuro. Isto parece contradizer,<br />

exatamente, a perspectiva <strong>de</strong>fendida por Zarate (1995) e, posteriormente, ratificada<br />

por De Carlo (1998) ao discutir<strong>em</strong> a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, pois, para as autoras, cada indivíduo,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento, pertence a um grupo, a uma comunida<strong>de</strong>, a uma família com os<br />

quais divi<strong>de</strong> um sobrenome, uma língua e um código <strong>de</strong> um comportamento.<br />

Essa observação é comprovada quando os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟<br />

das classes G1 e G2 afirmam que as origens (raízes) têm relação com o local <strong>de</strong><br />

nascimento, o momento atual, a profissão, pois, para eles, as raízes traz<strong>em</strong> estes<br />

aspectos que estão na história <strong>de</strong> cada um, nas representações que traz<strong>em</strong> do outro e<br />

<strong>de</strong> si, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo dos modos <strong>de</strong> vida e da sua cultura. Vejamos os excertos a seguir.<br />

G1 B: Eu penso que para o cantor as raízes são lugares que lhe faz<strong>em</strong><br />

l<strong>em</strong>brar on<strong>de</strong> ele está/.../.<br />

G1 C: A relação com o título e o clipe e as imagens é que ele é um viajante/<br />

porque que as imagens mostram vários lugares/.../.<br />

G2 A: Um hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong> raízes/ solitário s<strong>em</strong> se ligar às coisas/ ele não vive o<br />

presente/.../.


G2 C: Ele é um músico profissional/ ele não mora <strong>em</strong> seu país/ ele viaja/<br />

mas ele po<strong>de</strong> pouco a pouco fazer suas raízes/.../.<br />

G2 D: Ele não po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado um hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong> raízes/ porque ele<br />

está <strong>em</strong> um lugar e t<strong>em</strong> uma família/ v<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> com sua<br />

cultura/.../.<br />

Para esses „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ a profissão do Eu-lírico t<strong>em</strong><br />

relação com os modos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> um cantor e um músico, uma vez que viajar faz<br />

parte <strong>de</strong>sse ofício e o fato <strong>de</strong> estar <strong>em</strong> vários lugares e <strong>de</strong> sentir-se, às vezes, solitário<br />

não significa ser um sujeito s<strong>em</strong> raízes. O Eu-lírico ass<strong>em</strong>elha-se a ser um sujeito<br />

“nôma<strong>de</strong>” e que necessita <strong>de</strong> um local para se ancorar, o que confirma o já<br />

mencionado por Abdallah-Pretceille e Porcher (2001, p. 4) sobre a escola como uma<br />

instituição social que precisa dialogar o “nôma<strong>de</strong> e o se<strong>de</strong>ntário, o viajante e o<br />

resi<strong>de</strong>nte, a mobilida<strong>de</strong> e ancorag<strong>em</strong>”.<br />

Encontramos, também, na canção “On a changé”, algo relacionado às origens e<br />

à i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural. O Eu-lírico parece nos passar a imag<strong>em</strong> <strong>de</strong> que os sujeitos<br />

vindos dos movimentos diaspóricos não omit<strong>em</strong> suas raízes e suas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s,<br />

<strong>em</strong>bora o título da canção signifique mudança e apareça na sua letra, explicitamente,<br />

o nome da cida<strong>de</strong> e do país da cultura do outro.<br />

Com o intuito <strong>de</strong> discutirmos sobre a questão das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s suscitadas na<br />

canção On a changé, durante a pesquisa-ação (intervenção) conduzimos os<br />

„professores <strong>em</strong> formação inicial‟ a perceber<strong>em</strong> que o fato <strong>de</strong> não aparecer o nome do<br />

país <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>, não significa que o Eu-lírico apresenta-se como um sujeito s<strong>em</strong><br />

orig<strong>em</strong>. Isso é percebido nas estrofes:<br />

Toutes ces années tu m'as manqué<br />

On a changé<br />

On a grandi<br />

Trop loin tous les <strong>de</strong>ux<br />

On était <strong>de</strong>s voisins, au pays<br />

On se tenait la main tous petits<br />

Puis soudain un matin, maman m'a dit<br />

Non n'aie pas trop <strong>de</strong> chagrin<br />

On part à Paris, on part<br />

On part loin d'ici, on part<br />

/.../


.../<br />

L'avion en France atterrit<br />

Je sens déjà le froid le ciel est gris<br />

J'me suis fait d'nouveaux amis<br />

Je pars un peu <strong>de</strong> là bas p'tit-a -p'tit<br />

Je grandis, on oublie, on hérite<br />

/.../<br />

Déjà dix ans<br />

Y a si longt<strong>em</strong>ps<br />

En y pensant<br />

On était <strong>de</strong>s enfants<br />

Aujourd'hui, j'ai grandi<br />

Aujourd'hui, t'as grandi<br />

Il est t<strong>em</strong>ps <strong>de</strong> revenir au pays<br />

Voir l'homme <strong>de</strong> mes souvenirs au pays<br />

Il m'était <strong>de</strong>stiné,<br />

Je vais le retrouver,<br />

Il se souviendra peut-être, pas <strong>de</strong> moi<br />

Je l'ai toujours aimé<br />

/.../<br />

Constatamos que os versos – “On était <strong>de</strong>s voisins, au pays”/ Il est t<strong>em</strong>ps <strong>de</strong><br />

revenir au pays/ Voir l'homme <strong>de</strong> mes souvenirs au pays” (éramos vizinhos no país/ é<br />

t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> voltar ao país/ ver o hom<strong>em</strong> <strong>de</strong> minhas recordações no país) – não indicam<br />

o nome do país do Eu-lírico, indicando que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional não é a única, como<br />

discute Hall (2006, p. 48): “as i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s nacionais não são coisas com as quais nós<br />

nasc<strong>em</strong>os, mas são formadas e transformadas no interior da representação”. O país<br />

aqui representado não apenas indica uma entida<strong>de</strong> política e sim, algo que produz<br />

sentidos – os vizinhos, o retorno e o hom<strong>em</strong> das l<strong>em</strong>branças –, ou um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />

representação cultural (HALL, 2006, p. 49).<br />

Verificamos, <strong>de</strong>ssa maneira, que o Eu-lírico é um sujeito que t<strong>em</strong> suas<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s: “On a changé/On a grandi/ on hérite/ On était <strong>de</strong>s enfants”/../ e, notamos,<br />

que se trata <strong>de</strong> uma pessoa que <strong>de</strong>monstra mudanças na sua vida e que t<strong>em</strong> uma<br />

família, portanto, é possível extrairmos da canção fragmentos que evi<strong>de</strong>nciam tais<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s: “Déjà dix ans/ Y a si longt<strong>em</strong>ps”/ “Puis soudain un matin, maman m'a dit”,<br />

ainda faz novos amigos – “J‟me suis fait <strong>de</strong>s nouveaux amis” – e que pouco a pouco<br />

esquece algo do passado: “Je pars un peu <strong>de</strong> là bas p'tit-a -p'tit”. Essas i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

estão relacionadas àquela que o sujeito traz do nascimento, às adquiridas <strong>em</strong>


interação com os outros e às do sujeito pós-mo<strong>de</strong>rno que não t<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> “fixa,<br />

essencial e permanente” (HALL, op. cit., p.12).<br />

Perceb<strong>em</strong>os, assim, que o Eu-lírico sente o <strong>de</strong>sejo do retorno à terra <strong>de</strong><br />

nascimento para rever as pessoas do seu passado: “Il est t<strong>em</strong>ps <strong>de</strong> revenir au pays”.<br />

E as recordações se relacionam às pessoas que faz<strong>em</strong> parte da sua história, alguém<br />

que lhe faz r<strong>em</strong>eter à sua cultura, representado na canção, possivelmente, pelo<br />

“hom<strong>em</strong> que s<strong>em</strong>pre amou” (Je l'ai toujours aimé). Esse pensamento v<strong>em</strong> comungar<br />

com o que discute Cancian (2003, p. 2) sobre os movimentos diaspóricos, pois “os<br />

povos que passam pela diáspora mantêm consigo o <strong>de</strong>sejo do retorno, da volta ao<br />

local <strong>de</strong> nascimento, [...] outros constro<strong>em</strong> a vida mantendo essa esperança”.<br />

Conforme a autora, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>r que o significado <strong>de</strong> retornar às<br />

origens parece permitir resgatar as experiências vividas por cada sujeito <strong>de</strong> um<br />

contexto <strong>de</strong> sua vida, o que estimula a (re) configuração <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Isto nos<br />

r<strong>em</strong>ete ao que diz Hall (op. cit., p. 49) sobre a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional, que as “pessoas<br />

não são apenas cidadãos(ãs) legais <strong>de</strong> uma nação; elas participam da i<strong>de</strong>ia da nação<br />

tal como representada <strong>em</strong> sua cultura nacional”.<br />

Em outra ativida<strong>de</strong> realizada na sala <strong>de</strong> aula que respon<strong>de</strong> a pergunta: “Alguns<br />

imigrantes na França, para escapar<strong>em</strong> da discriminação, ou porque pensam melhor<br />

integrar-se, mudam <strong>de</strong> nome ou não falam <strong>de</strong> suas origens. Você aprova esta i<strong>de</strong>ia?”<br />

(APENDICE F ), perceb<strong>em</strong>os que todos os participantes do G1 aprovam o<br />

pensamento do Eu-lírico <strong>de</strong> On a Changé, uma vez que ele <strong>de</strong>clara a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

G1 A e G1 G: Não/ porque eles per<strong>de</strong>m sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>/<br />

G1 B: Não/ porque é uma atitu<strong>de</strong> muito grave e po<strong>de</strong>m fazer com que os<br />

imigrantes percam e esquec<strong>em</strong> as culturas/<br />

G1 C: Não/ porque todas as línguas-culturas são importantes/<br />

G1 E: Não/ porque não é bom omitir a língua-cultura <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>/


Esses <strong>de</strong>poimentos nos mostram que os referidos „professores <strong>em</strong> formação<br />

inicial‟ não pensam da mesma forma como alguns filhos da diáspora que tentam omitir<br />

o nome do país <strong>de</strong> nascimento e possivelmente suas origens ou i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s. Eles<br />

perceb<strong>em</strong> que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural t<strong>em</strong> relação com o discutido por Cancian (op. cit.,<br />

p. 2), que “os povos que abandonam suas casas jamais se <strong>de</strong>sapegam das origens e<br />

a mantêm através da tradição a cultura na qual nasceram. Isto se dá pela manutenção<br />

da língua, da religião, do modo <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> agir”. Verificamos que os informantes<br />

perceberam este aspecto, também na canção, Mon pays. Vejamos suas opiniões.<br />

G1 A: /.../ ele não per<strong>de</strong> jamais sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>/<br />

G3 A: Porque eu penso que não se <strong>de</strong>ve per<strong>de</strong>r nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>/<br />

G4 A: Não/ ele fala <strong>de</strong> uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um país/ Ele fala <strong>de</strong> um<br />

sentimento que ele construiu quando ele nasceu/<br />

A concepção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> está ligada à socialização, consi<strong>de</strong>rando-se que<br />

cada indivíduo a traz <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seu nascimento; entretanto, no contexto diaspórico,<br />

parece que essa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> se apresenta <strong>em</strong> constante transformação, uma vez que<br />

novos costumes po<strong>de</strong>m ser assimilados e, portanto, interfer<strong>em</strong> tanto na i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

pessoal, como na coletiva. Diferent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>sta concepção, esses relatos<br />

<strong>de</strong>monstram que é possível perceber a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> relacionada à da pertença cultural,<br />

como sendo a imag<strong>em</strong> que cada um t<strong>em</strong> <strong>de</strong> si mesmo e que compreen<strong>de</strong> sua história<br />

pessoal. Essa reflexão sinaliza para o que abordar<strong>em</strong>os no próximo tópico quando<br />

discutir<strong>em</strong>os as imagens estereotipadas que esses „professores <strong>em</strong> formação inicial‟<br />

<strong>de</strong>monstraram ter.<br />

4.3. Imagens estereotipadas da cultura materna e da cultura do outro<br />

Os estereótipos representam as imagens que faz<strong>em</strong>os <strong>de</strong> pessoas, objetos,<br />

lugares, profissões, <strong>de</strong>ntre outros, <strong>de</strong> forma resumida e pré-concebida. Conforme De<br />

Carlo (1998), essas imagens po<strong>de</strong>m ser vistas <strong>de</strong> modo geral ou específico: no geral,


se refere à natureza dos processos mentais e ao seu funcionamento; no específico,<br />

diz respeito às imagens negativas atribuídas a alguns grupos sociais “<strong>de</strong>sfavorecidos”.<br />

Na prática <strong>de</strong> classe, ao discutirmos sobre as culturas contidas nos vi<strong>de</strong>oclipes<br />

das canções, verificamos que os participantes expressaram posicionamentos que<br />

confirmam a presença <strong>de</strong> imagens estereotipadas sobre a cultura local e sobre a<br />

cultura do Outro. Isso ocorreu quando apareceram, nesse recurso audiovisual, os<br />

cantores, as personagens e as cida<strong>de</strong>s que se apresentaram <strong>em</strong> diferentes contextos,<br />

possibilitando aos participantes expressar<strong>em</strong> seus posicionamentos sobre outras<br />

culturas.<br />

Das t<strong>em</strong>áticas que aparec<strong>em</strong> no quadro a seguir, observamos que<br />

reconhecimento das raízes, contexto diaspórico e valorização dos povos (discutir<strong>em</strong>os<br />

mais tar<strong>de</strong>) são as imagens, por vezes, estereotipadas recorrentes nas canções.<br />

TÍTULO<br />

AUTOR/ COMPOSITOR/<br />

INTÉRPRETE<br />

MON PAYS FAUDEL<br />

ON A CHANGÉ<br />

UM HOMME SANS<br />

RACINES<br />

TOUCHE PAS À MON<br />

POTE<br />

LES DEESSES<br />

QUADRO 5: T<strong>em</strong>áticas implícitas nas canções<br />

TEMÁTICA(S)<br />

Reconhecimento das<br />

raízes<br />

Contexto diaspórico,<br />

adaptação da cultura<br />

estrangeira, outras<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s<br />

GERALD DE PALMAS Conflito entre o<br />

distanciamento e a<br />

busca das origens<br />

GILBERTO GIL Valorização dos povos<br />

e suas culturas;<br />

valorização do outro<br />

ANO<br />

2006<br />

2007<br />

2004<br />

1988<br />

As imagens estereotipadas percebidas pelos „professores <strong>em</strong> formação inicial‟<br />

se caracterizam <strong>em</strong> diferentes concepções; por isso, foi possível encontrar imagens <strong>de</strong><br />

pessoas e <strong>de</strong> comportamentos. Em se tratando da cultura materna, constatamos que


os participantes da pesquisa apresentaram também algumas imagens estereotipadas<br />

sobre o comportamento do povo brasileiro. Esse aspecto foi percebido <strong>em</strong> uma<br />

ativida<strong>de</strong> realizada na sala <strong>de</strong> aula, <strong>em</strong> resposta à questão: “Você gosta <strong>de</strong> cantar?<br />

Você acredita que o brasileiro gosta <strong>de</strong> cantar? Explique-nos” (APÊNDICE F).<br />

Vejamos as reações.<br />

G1 A: Porque eles [os brasileiros] são muito contentes/<br />

G1 B: Porque nós somos um povo muito animado/<br />

G1 F: Eu penso que o povo brasileiro gosta <strong>de</strong> cantar <strong>de</strong>vido a sua orig<strong>em</strong><br />

africana e também à gran<strong>de</strong> dimensão territorial/<br />

G3 A: Eu acho quando a gente canta/ a gente sente uma coisa boa/ a gente<br />

não pensa nos probl<strong>em</strong>as/<br />

Perceb<strong>em</strong>os nesses excertos que os participantes traz<strong>em</strong> imagens<br />

estereotipadas sobre sua cultura <strong>de</strong> modo positivo. Ao que nos parece, eles quer<strong>em</strong><br />

mostrar que “todos” os brasileiros são assim: “contentes e animados” e isso parece<br />

concordar com o pensamento <strong>de</strong> que os estereótipos po<strong>de</strong>m ainda generalizar<br />

comunida<strong>de</strong>s culturais a respeito das opiniões, línguas, preferências e tantos outros,<br />

visto que o seu objetivo principal é simplificar a realida<strong>de</strong> (CONSEIL DE L‟EUROPE,<br />

1995). Estas são atitu<strong>de</strong>s possíveis <strong>de</strong> acontecer entre um ou outro, mas que n<strong>em</strong><br />

todos os sujeitos têm tal comportamento.<br />

O fato <strong>de</strong> G1 B mencionar – “porque nós somos um povo muito animado” –<br />

retoma à i<strong>de</strong>ia discutida por Amorim e Magalhães (1998, p. 97) sobre o estudo com a<br />

canção na sala <strong>de</strong> aula que se caracteriza “com seu po<strong>de</strong>r mágico <strong>de</strong> <strong>de</strong>spertar<br />

l<strong>em</strong>branças e sentimentos nas pessoas, a música po<strong>de</strong> acalmar, divertir, transportar,<br />

ensinar, distrair e unir pessoas”. Isto é ratificado quando o G3 A menciona que ao<br />

cantar esquece as preocupações. Esse participante nos confirma a concepção <strong>de</strong> que<br />

trazer a música para a sala <strong>de</strong> aula po<strong>de</strong> ajudar os apren<strong>de</strong>ntes a diminuír<strong>em</strong> as<br />

dificulda<strong>de</strong>s encontradas no ensino-aprendizag<strong>em</strong> do FLE, como também r<strong>em</strong>eter ao<br />

dito popular “qu<strong>em</strong> canta seus males espanta”. Essa prática parece <strong>de</strong>spertar no


professor que ensinar, com a canção, conduziu os sujeitos envolvidos a reconhecer<strong>em</strong><br />

também suas raízes; o que se vê na fala <strong>de</strong> G1 F: “o povo brasileiro gosta <strong>de</strong> cantar<br />

<strong>de</strong>vido a sua orig<strong>em</strong> africana”. Enten<strong>de</strong>mos que as pessoas cantam para expressar<strong>em</strong><br />

seus contentamentos e seus <strong>de</strong>scontentamentos. De certa forma, a canção po<strong>de</strong><br />

aparecer como um instrumento didatizado que conduz o professor a busca <strong>de</strong> outros<br />

caminhos metodológicos que incit<strong>em</strong> a estudar uma canção percebendo, no seu<br />

conteúdo, indícios <strong>de</strong> críticas, <strong>de</strong> sátiras, <strong>de</strong> valores culturais, <strong>de</strong>ntre outros.<br />

Encontramos outras imagens trazidas pelos participantes, <strong>de</strong>sta vez, sobre a<br />

cultura do outro ao discutirmos as canções Mon pays e On a changé <strong>em</strong> meio à<br />

discussão sobre os povos no contexto diaspórico. Vejamos, a seguir:<br />

G1 E: /.../ eu acho que elas são africanas.<br />

G1 F: A cor da pele<br />

G4 A: Fau<strong>de</strong>l não t<strong>em</strong> perfil <strong>de</strong> francês.<br />

G4 C: Eu não tenho certeza que elas são francesas.<br />

G4 D: Há um estereótipo <strong>de</strong> mulher africana.<br />

Observamos que esses excertos traz<strong>em</strong> imagens estereotipadas a respeito da<br />

cultura do outro. Os <strong>de</strong>clarantes generalizam as cantoras <strong>de</strong> Les Déesses e Fau<strong>de</strong>l às<br />

características físicas e à comunida<strong>de</strong> cultural. Isso <strong>de</strong>ve ser s<strong>em</strong>pre discutido, uma<br />

vez que não se resume a um ponto <strong>de</strong> vista, consi<strong>de</strong>rando-se que a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural<br />

vai além da etnia.<br />

Esses participantes <strong>de</strong>monstram não l<strong>em</strong>brar que, culturalmente, os atores<br />

sociais receb<strong>em</strong> influências <strong>de</strong> outros grupos quando se relacionam e que n<strong>em</strong><br />

s<strong>em</strong>pre expõ<strong>em</strong> o que são na realida<strong>de</strong>. Isto recai sobre o discutido por Beacco<br />

(2000), quando afirma que, <strong>de</strong>vido às imagens que os professores levam para a sala<br />

<strong>de</strong> aula, o estereótipo se instaura fazendo ecoar um pensamento sobre algo que ele


mesmo <strong>de</strong>sconhece; é, possivelmente, o <strong>de</strong>sconhecido que leva o professor a<br />

repassar essas imagens estereotipadas.<br />

Vejamos que a figura 1, na qual t<strong>em</strong>-se a imag<strong>em</strong> dos artistas Fau<strong>de</strong>l e Les<br />

Déesses, parece reforçar o imaginário sobre qu<strong>em</strong> é Francês ou não. Quando G4 A<br />

afirma que o cantor Fau<strong>de</strong>l “não t<strong>em</strong> perfil <strong>de</strong> francês” ratifica não apenas o<br />

estereótipo <strong>de</strong> que todo francês é louro dos olhos azuis, quanto <strong>de</strong>monstra também<br />

pouco conhecimento a respeito do povo francês da atualida<strong>de</strong>, que <strong>em</strong> boa parte, é<br />

oriundo das ex-colônias francesas da África e da Ásia.<br />

LES DÉESSES FAUDEL<br />

FIGURA Observ<strong>em</strong>os 1: Imagens que dos a artistas figura (cantores) 1, na qual t<strong>em</strong>-se a imag<strong>em</strong> dos artistas Fau<strong>de</strong>l e<br />

No caso <strong>de</strong>sses cantores, as moças são originárias da África e do Caribe e o<br />

rapaz da Argélia. Isto nos r<strong>em</strong>ete ao que discute Zarate (1995) sobre o fato <strong>de</strong> que:<br />

“as imagens estereotipadas foram s<strong>em</strong>pre construídas através <strong>de</strong> algumas<br />

experiências que foram por nós interiorizadas”. O fato <strong>de</strong> os cantores ser<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

origens africanas (caribenha e magrebina/argelina), s<strong>em</strong> per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista suas<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, não significa dizer que não falam o francês, pois o colocado no nosso<br />

imaginário é que somente os povos originários da França são os falantes <strong>de</strong>sta língua,<br />

pois se trata <strong>de</strong> uma língua elitizada e não da língua <strong>de</strong> outros povos, principalmente<br />

os africanos. Isto po<strong>de</strong> ser constatado a partir da fala <strong>de</strong> G4 A: “Oh /as negras/ eu sei


que elas falam francês”. Perceb<strong>em</strong>os nesta exclamação que o “falar francês”, “a<br />

língua chique” não parece ser um prestígio, visto que é <strong>de</strong> negro, logo, não é “chique”.<br />

Ao afirmar isso, G4 A não levou <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração que essas moças, <strong>em</strong><br />

contato com as outras culturas, receberam influências religiosas, sócio-históricas e<br />

principalmente linguísticas, razão pelas quais falam a língua francesa. Entretanto as<br />

cantoras não apren<strong>de</strong>ram o idioma francês n<strong>em</strong> como os estrangeiros <strong>em</strong> situação<br />

exolingue, n<strong>em</strong> com os franceses da França, mas o trouxeram <strong>de</strong> suas origens, já que<br />

o francês é língua oficial do seu país. O participante <strong>em</strong> questão não consi<strong>de</strong>ra o<br />

exposto (QUADRO 5: “T<strong>em</strong>áticas implícitas nas canções”) sobre a t<strong>em</strong>ática do<br />

contexto diaspórico, uma vez que nestes contextos há o entrecruzamento étnico.<br />

No caso do cantor Fau<strong>de</strong>l, o que foi colocado no nosso imaginário é que o<br />

africano é s<strong>em</strong>pre um indivíduo <strong>de</strong> etnia negra ao contrário do europeu. A imag<strong>em</strong> do<br />

cantor nos mostra que ele t<strong>em</strong> pele clara, o que levou o participante a não consi<strong>de</strong>rá-lo<br />

como francês. Esse dado nos faz afirmar que esse „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ não<br />

pon<strong>de</strong>rou sobre o reconhecimento das culturas conforme o revelado (QUADRO 5).<br />

Neste sentido, os estereótipos aparec<strong>em</strong> como imagens cristalizadas sobre o que<br />

somos na realida<strong>de</strong>, conforme <strong>de</strong>staca o dicionário <strong>de</strong> didática das línguas (CUQ,<br />

2003, p. 224): “um estereótipo consiste <strong>em</strong> uma representação „clichê‟ <strong>de</strong> uma<br />

realida<strong>de</strong> (indivíduo, paisag<strong>em</strong>, profissão, objeto, etc.) que a reduz a um traço, a uma<br />

„i<strong>de</strong>ia pronta‟”.<br />

Observamos ainda que esses „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ traz<strong>em</strong> outras<br />

imagens estereotipadas, quando discutimos as figuras apresentadas nos sli<strong>de</strong>s e o<br />

vi<strong>de</strong>oclipe sobre os cidadãos do mundo da canção “Touche pas à mon pote”. Assim,<br />

encontramos outro aspecto relacionado à t<strong>em</strong>ática valorização dos povos e suas<br />

culturas (QUADRO 5). Trata-se <strong>de</strong> mostrar que as culturas necessitam ser<br />

valorizadas. Vejamos, a seguir, a estrofe.<br />

/.../


Il faut pas oublier que la France<br />

A déjà eu la chance<br />

De s‟imposer sur la terre<br />

Par la guerre<br />

Les t<strong>em</strong>ps passés ont passé<br />

Maintenant nous venons ici<br />

Chercher les bras d‟une mère<br />

Bonne mère<br />

/.../<br />

Dessa forma, os participantes se apoiam no trecho da canção que traz uma<br />

i<strong>de</strong>ia metafórica do país França, como uma mãe que acolhe seus filhos: “Maintenant<br />

nous venons ici/ Chercher les bras d‟une mère/ Bonne mère”/.../. Tais fragmentos<br />

incitaram os „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ a <strong>de</strong>clarar<strong>em</strong> que as manifestações<br />

mostradas no vi<strong>de</strong>oclipe, assim como, os movimentos antirracismo necessitam <strong>de</strong> uma<br />

discussão mais aprofundada. Para tanto, eles citaram a clássica tría<strong>de</strong>: liberda<strong>de</strong>,<br />

igualda<strong>de</strong> e fraternida<strong>de</strong> como el<strong>em</strong>ento necessário para favorecer os estrangeiros<br />

que se encontram na França. Destaque-se uma vez que o vi<strong>de</strong>oclipe continha<br />

imagens da França e do Rio <strong>de</strong> Janeiro, b<strong>em</strong> como dos símbolos da revolução<br />

francesa. (ANEXO C: “CD: material audiovisual das canções e questionários<br />

respondidos”).<br />

Vejamos as imagens (imaginadas) <strong>de</strong>claradas pelos participantes.<br />

G3 A: Eu penso que a liberda<strong>de</strong>/ igualda<strong>de</strong> e a fraternida<strong>de</strong> são para os<br />

franceses/não para os estrangeiros/.../ é diferente daqui, porque aqui nós<br />

gostamos dos estrangeiros/.../.<br />

G3 B: A gente não dá a liberda<strong>de</strong>/ a igualda<strong>de</strong> e a fraternida<strong>de</strong> para os<br />

cidadãos/ no Brasil /<strong>de</strong>v<strong>em</strong>os utilizar esta maneira <strong>de</strong> dizer/ mas <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os /<br />

sobretudo/ acolher os diferentes/ não os estrangeiros/ é diferente/ eu penso<br />

que /porque no Brasil é diferente /quando se diz estrangeiro/ mas procuramos<br />

pessoas que são parecidas conosco mesmo no Brasil que t<strong>em</strong> uma<br />

diversida<strong>de</strong>/ quando encontramos pessoas que são diferentes/ completamente<br />

diferentes <strong>de</strong> nós/ tratamos essa pessoa com preconceito/.../.<br />

Esses excertos nos mostram que os participantes traz<strong>em</strong> concepções<br />

diferenciadas a respeito da valorização dos cidadãos. Para G3 A, os brasileiros<br />

gostam dos estrangeiros. Todavia esse pensamento se contrapõe ao que diz G3 B,<br />

sobre o “estrangeiro”, pois é a favor da valorização dos cidadãos com suas diferenças<br />

e não apenas da valorização dos estrangeiros e o <strong>de</strong>smerecimento dos concidadãos.


Quando G3 A <strong>de</strong>clara que “é diferente daqui, porque nós gostamos dos estrangeiros”,<br />

ele parece discordar da atitu<strong>de</strong> dos franceses, mas traz um pensamento generalizado<br />

a respeito da sua cultura materna.<br />

Para G3 B, o consi<strong>de</strong>rado não é o fato <strong>de</strong> não se gostar do estrangeiro e sim,<br />

<strong>de</strong> valorizar os povos diferentes, <strong>em</strong>bora mencione que quando encontramos alguém<br />

com um pensamento muito diferente do nosso tratamos esse sujeito com certo<br />

“preconceito”, o que parece contrapor ao discutido por Zarate (1995, p. 23) sobre os<br />

efeitos da valorização e da <strong>de</strong>svalorização: “a <strong>de</strong>scrição da valorização da cultura<br />

estrangeira po<strong>de</strong> certamente contribuir para a valorização da cultura local”. Esse<br />

professor percebe que o fato <strong>de</strong> não haver a valorização do próprio cidadão brasileiro,<br />

não significa dizer que o diferente não é o estrangeiro. Isto se refere ao que Steele<br />

(1996, p. 55) discute sobre a <strong>de</strong>sconstrução <strong>de</strong> uma imag<strong>em</strong> estereotipada; sobretudo,<br />

evitando-se a generalização: “um meio eficaz <strong>de</strong> atacar os estereótipos é sair do nível<br />

da generalização para ir ao nível das particularida<strong>de</strong>s reveladoras <strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong><br />

complexa que não po<strong>de</strong> se resumir <strong>em</strong> um julgamento partidário”.<br />

Ao concluir as nossas pon<strong>de</strong>rações sobre a abordag<strong>em</strong> do intercultural,<br />

observamos que as discussões feitas sobre as t<strong>em</strong>áticas do acolhimento das culturas;<br />

das origens e das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s e, das imagens estereotipadas nos conduz<strong>em</strong> a<br />

perceber que o estudo da canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula po<strong>de</strong> cont<strong>em</strong>plar o respeito e a<br />

inclusão das culturas. Isso reforça também o fato <strong>de</strong> se ter nesse gênero didatizado<br />

um texto com qualida<strong>de</strong>s que lhe são peculiares como a linguag<strong>em</strong> verbo melódica<br />

e/ou lítero-musical, estimulando o apren<strong>de</strong>nte da língua, <strong>em</strong> formação pedagógica, às<br />

trocas interculturais.


CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a nossa questão <strong>de</strong> pesquisa, b<strong>em</strong> como os dois<br />

primeiros objetivos: i<strong>de</strong>ntificar como é abordado o intercultural, <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, na<br />

formação inicial <strong>de</strong> professores <strong>de</strong> FLE da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong> e levar os<br />

professores <strong>em</strong> formação inicial a refletir sobre a canção <strong>de</strong> expressão francesa<br />

enquanto canal <strong>de</strong> cultura para a tomada da consciência intercultural, constatamos<br />

que a canção <strong>de</strong> expressão francesa po<strong>de</strong> ser um recurso didático-metodológico<br />

indispensável <strong>em</strong> aula <strong>de</strong> FLE. Enquanto gênero didatizado, ela nos conduziu a<br />

verificar que os professores perceb<strong>em</strong> que a AI é uma abordag<strong>em</strong> metodológica,<br />

necessária no âmbito da sala <strong>de</strong> aula.<br />

Isso nos ajudou a i<strong>de</strong>ntificar que com essas canções po<strong>de</strong>-se discutir o respeito<br />

às diferenças, uma vez que elas instigam o <strong>de</strong>bate, também, sobre as diferenças<br />

culturais, o acolhimento das culturas, a noção <strong>de</strong> que o outro é diferente, as origens e<br />

a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural. Outro el<strong>em</strong>ento importante, nesse âmbito, é o professor <strong>em</strong><br />

formação enquanto cidadão portador <strong>de</strong> culturas com suas pertenças, note-se ainda<br />

que para o jov<strong>em</strong> „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ falar <strong>de</strong> si como sujeito apren<strong>de</strong>nte<br />

<strong>de</strong> uma língua estrangeira e como futuro professor <strong>de</strong> FLE, trata-se <strong>de</strong> um modo <strong>de</strong><br />

expressar suas concepções a respeito <strong>de</strong> sua formação inicial.<br />

A presente pesquisa verificou quão é relevante a abordag<strong>em</strong> do intercultural na<br />

aula <strong>de</strong> FLE, uma vez que estes estudos po<strong>de</strong>m promover as trocas interculturais e o<br />

respeito ao outro, aspectos essenciais do Intercultural no contexto <strong>de</strong> eventos<br />

interativos <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> conhecimento nas aulas <strong>de</strong> FLE. I<strong>de</strong>ntificamos que a<br />

canção <strong>de</strong> expressão francesa, por apresentar diversos subgêneros com diferentes<br />

t<strong>em</strong>áticas (reconhecimento das raízes, contexto diaspórico, adaptação da cultura<br />

estrangeira, outras i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s, valorização dos povos e <strong>de</strong> suas culturas, valorização


do outro) confirma-se como um instrumento necessário e propiciador para a tomada<br />

da consciência intercultural <strong>em</strong> aula <strong>de</strong> FLE.<br />

No que se refere às SD <strong>de</strong>senvolvidas, constatamos que foi possível aten<strong>de</strong>r<br />

ao terceiro objetivo <strong>de</strong> nossa pesquisa, a saber: verificar se as ativida<strong>de</strong>s propostas,<br />

<strong>em</strong> forma <strong>de</strong> sequências didáticas, são eficazes para a tomada da consciência<br />

intercultural no âmbito do ensino <strong>de</strong> FLE. Por se tratar <strong>de</strong> um instrumento didático-<br />

pedagógico, a canção pô<strong>de</strong> permitir que os envolvidos no ensino saíss<strong>em</strong> um pouco<br />

do cotidiano, por vezes, repetitivo da sala <strong>de</strong> aula, utilizando-se esse procedimento<br />

que possibilita ao professor <strong>em</strong> formação inicial a aquisição <strong>de</strong> conhecimentos<br />

distintos como os <strong>de</strong> aspectos históricos, geográficos, sociais e culturais peculiares a<br />

vários países <strong>de</strong> expressão francesa.<br />

Tomado pela CI, esse „professor <strong>em</strong> formação inicial‟ percebe que o ensino da<br />

língua estrangeira não <strong>de</strong>ve ser trabalhado separadamente da cultura, com essa<br />

consciência, esse professor po<strong>de</strong> levar para a sala <strong>de</strong> aula uma abordag<strong>em</strong> que<br />

promove a quebra <strong>de</strong> barreiras e o respeito ao outro, el<strong>em</strong>entos necessários para<br />

estudar a língua-cultura estrangeira e a materna.<br />

Consi<strong>de</strong>rando essas reflexões, a pesquisa buscou, primeiramente, i<strong>de</strong>ntificar o<br />

perfil <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> „professores <strong>em</strong> formação inicial‟ <strong>de</strong> FLE sobre a CI e, <strong>em</strong><br />

seguida, propor ativida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula com as canções <strong>de</strong> expressão francesa<br />

Mon Pays, On a changé, Un homme sans racines e Touche pas à mon pote.<br />

Os resultados da pesquisa nos levaram a constatar a importância <strong>de</strong><br />

metodologias didático-discursivas que se inser<strong>em</strong> <strong>em</strong> uma abordag<strong>em</strong> do intercultural,<br />

visando a tomada daquilo que no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> nossa pesquisa <strong>de</strong>nominamos <strong>de</strong><br />

Consciência Intercultural (CI), confirmando as falas dos participantes: G1 B: “/.../ o<br />

tipo, eu sou diferente <strong>de</strong> você, mas n<strong>em</strong> por isso eu sou melhor, e você é melhor que<br />

eu/ todos somos importantes/.../”, G4 A: “/.../ o professor <strong>de</strong>ve, pois, não só levar os


alunos a compreen<strong>de</strong>r<strong>em</strong> que a educação é importante, mas tentar fazer com que eles<br />

sejam respeitados no cotidiano dos alunos, inclusive por meio <strong>de</strong> suas próprias<br />

atitu<strong>de</strong>s profissionais/.../” e G1 C: “/.../ Cada um forma o todo e o todo é formado por<br />

cada um /.../ t<strong>em</strong> um momento no clipe que mostra várias pessoas diferentes/ com<br />

lugares diferentes/ é como se fosse um respeito às diferenças/.../”.<br />

Em suma, com essa abordag<strong>em</strong>, o estudo feito com as quatro canções <strong>de</strong><br />

expressão francesa permitiu que os participantes expressass<strong>em</strong> suas concepções a<br />

respeito do ensino-aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> FLE, refletindo sobre a canção como gênero<br />

didatizado propiciador das trocas interculturais na aula <strong>de</strong> FLE.


REFERÊNCIAS<br />

ABDALLAH-PRETCEILLE, M. ; PORCHER, L. Éducation et communication Interculturelle.<br />

Paris : PUF, 2001.<br />

AMORIM, V. ; MAGALHÃES, V. C<strong>em</strong> aulas s<strong>em</strong> tédio: sugestões práticas, dinâmicas e<br />

divertidas para o professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Porto Alegre-RS: Instituto Padre Reus, 5 a<br />

ed. 2001, p. 97-109.<br />

BARAONA,G. Littérature en dialogues. France : Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

BEACO, J-C. Les dimensions culturelles <strong>de</strong>s enseign<strong>em</strong>ents <strong>de</strong> langue. Paris-França :<br />

Hachette, 2000, p. 30-120.<br />

BORTONI-RICARDO, S.M. O professor pesquisador: introdução à pesquisa qualitativa.São<br />

Paulo-SP: Parábola, 2008, p.57-64.<br />

BOSCH, M. Didacticiel d'étu<strong>de</strong>s interculturelles. France : Copyright, 2007, p. I.506.<br />

BRONCKART, J-P. ; PLAZAOLA GIGER, I. La transposition didactique. Histoire et perspectives<br />

d‟une problématique fondatrice. Revue Pratiques n o 97-98, juin 1998, p. 37.<br />

CADRE EUROPÉEN COMMUN DE RÉFÉRENCE : Apprendre, enseigner, évaluer. Conseil <strong>de</strong><br />

la Coopération culturelle comité <strong>de</strong> l‟éducation. Division <strong>de</strong> langues vivantes. Strasbourg-<br />

France: Didier, 2001.<br />

CANCIAN, J. R. O contexto da diáspora na construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural: a experiência do<br />

personag<strong>em</strong> José Viana, do romance “S<strong>em</strong> Nome”, <strong>de</strong> Hel<strong>de</strong>r Macedo, 2007, p.2-3.<br />

Disponível <strong>em</strong>: http://www.bocc.uff.br/_listas/t<strong>em</strong>atica.php?codt<strong>em</strong>a=67). Acesso <strong>em</strong> 10/11/10<br />

CASTRO, A D. DE; CARVALHO, A. M A P DE (Orgs) Ensinar a ensinar: didática para a escola<br />

fundamental e média. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002 p. 107-140.<br />

CHIANCA, R. M. S. L‟interculturel : Découverte <strong>de</strong> soi-même et <strong>de</strong> l‟autre. João Pessoa-PB :<br />

I<strong>de</strong>ia, 2007.<br />

CONSEIL DE L‟EUROPE. Les stéréotypes. Tous différents, tous égaux.Centre Européen <strong>de</strong> la<br />

jeunesse, Strasbourg, 1995, 2 a edição.p. 31. <strong>pdf</strong>.<br />

Disponível <strong>em</strong> : http://archive.ecml.at/mtp2/Gulliver/results/fr/competence-interculturelle.htm.<br />

Acesso <strong>em</strong> 25/02/10.<br />

CORACINI, M.J. A abordag<strong>em</strong> reflexiva na formação do professor <strong>de</strong> língua. In: ________.;<br />

BERTOLDO, E.S. (Orgs). O <strong>de</strong>sejo da teoria e a contingência da prática: discursos sobre e na<br />

sala <strong>de</strong> aula (língua materna e língua estrangeira). Campinas-SP: Mercado <strong>de</strong> Letras, 2003,<br />

p.305-310.<br />

COSTA, N. B. da. As letras e a letra: o gênero canção na mídia literária. In: DIONISIO, A.P.,<br />

MACHADO, A. R. BEZERRA, M.A (Orgs) Gêneros textuais & Ensino. Rio <strong>de</strong> Janeiro - RJ:<br />

Lucerna, 2007, p. 107-121.<br />

_________ . A Produção do Discurso Lítero-musical Brasileiro. 2001. 486f. Tese (Doutorado<br />

<strong>em</strong> Linguística Aplicada) – Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> São Paulo. São Paulo.<br />

CUQ, J-P. (Org.) Dictionnaire <strong>de</strong> didactique du français : langue étrangère et secon<strong>de</strong>. Paris -<br />

France : Clé International, S.E.J.E.R, 2003.<br />

DE CARLO, M. L‟interculturel: didactiques <strong>de</strong>s langues étrangères. Paris-França: Clé<br />

International, 1998, p.25-50.<br />

DI GIURA, M. ; BEACCO, J.C. Alors?: Métho<strong>de</strong> <strong>de</strong> Français fondée sur l‟approche par<br />

compétences. Italie: Les Editions Didier, 2009.


ESPINDOLA P. M. Estereótipos na Comunicação Intercultural: O Caso do Intercâmbio Cultural<br />

Universitário na PUCRS. III Mostra <strong>de</strong> Pesquisa da <strong>Pós</strong>-<strong>Graduação</strong> – PUCRS, 2008.<br />

FLEURI, R.M.; SOUZA. M.I.P. Entre limites e limiares <strong>de</strong> culturas: educação na perspectiva<br />

intercultural. In: FLEURI, R.M. (org.) Educação intercultural: mediações necessárias. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro-RJ: DP & A editora, 2003, p.53-78.<br />

FONTOURA, M.A.; SILVA, C. A da. O ensino da música na banda shalon. IX Encontro<br />

Regional da ABEM Nor<strong>de</strong>ste e II Fórum Norte-Rio-Gran<strong>de</strong>nse <strong>de</strong> Educação Musical, Natal, 17<br />

a 19 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2010.<br />

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio <strong>de</strong> Janeiro –RJ: Editora LTD: 1989 p. 4<br />

GROLLET, P. Liberté, J'écris ton nom. Laïcité: utopie et necessité. Bruxelles-Belgique:<br />

Éditions Labor / Espace <strong>de</strong> Libertés, 2005, p. 54-55.<br />

Disponível <strong>em</strong>: http://www.ulb.ac.be/cal/laiciteAZ/alterite.html. Acesso <strong>em</strong> 17/06/10<br />

HALL, S. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> cultural na pós-mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>. Trad.: SILVA, T.T. da e LOPES LOURO,<br />

G. Rio <strong>de</strong> Janeiro: DP & A Editora, 11 a Ed. 2006, p. 64.<br />

JACONO, J-M. Musiques: un bon bruit pour les cités. Le français dans le mon<strong>de</strong> n o 362,<br />

mars/avril 2009, p. 40-41.<br />

KLEIMAN, A. O estatuto disciplinar da Linguística Aplicada: o traçado <strong>de</strong> um percurso, um<br />

rumo para o <strong>de</strong>bate. In: SIGNORINI, I. e CAVALCANTI, M.C. (Orgs). Linguística Aplicada e<br />

transdisciplinarida<strong>de</strong>. Mercado <strong>de</strong> Letras: Campinas-SP, 1998, p.51-77.<br />

KLEIMAN, A. A formação do professor: perspectivas da linguística aplicada. Mercado <strong>de</strong> letras:<br />

Campinas-SP, 2001a, p. 7-23.<br />

_________. A formação do professor. Campinas – SP: Mercado Aberto, 2001b, p. 239-259.<br />

LE BRIS, M.; ROUAUD, J. Pour une littérature-mon<strong>de</strong>. France: Éditions Gallimard, 2007, p.9-<br />

53.<br />

MANAA, G. L‟enseign<strong>em</strong>ent/apprentissage et la quête d‟une nouvelle approche avec les autres<br />

cultures. Synergies. Algérie. n. 4, 2009, p. 209-215.<br />

MARCUSCHI, L. A. Análise da conversação. São Paulo-SP: Editora Ática, 2003, p. 11-12.<br />

MERIEUX, R.; LOISEAU, Y. Latitu<strong>de</strong>s: métho<strong>de</strong>s <strong>de</strong> français. Paris-France: Didier, 2008.<br />

MEYER, D.C.Clé pour La France: <strong>em</strong> 80 icônes culturelles. Paris-France: Hachette Livre, 2010.<br />

______. Des gestes et <strong>de</strong>s mots pour le dire. France: Clé International, 2004.<br />

MOITA LOPES, L.P. Oficina <strong>de</strong> linguística aplicada: a natureza social e educacional dos<br />

processos <strong>de</strong> ensino/aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> línguas. Mercado <strong>de</strong> Letras: Campinas- SP, 3 a<br />

reimpressão, 2001.<br />

MOREIRA, H.; CALEFFE, L.G. Metodologia da pesquisa para o professor pesquisador.<br />

Lamparina: Rio <strong>de</strong> Janeiro-R.J, 2 a ed. 2008, p.21-38.<br />

MORIN, E. Les Sept savoirs nécessaires à l'éducation du futur, Le Seuil. Em português: Os<br />

sete saberes necessários à educação do futuro. Cortez, 2000.<br />

MURRIE, Z. F. (Org.) Parâmetros Curriculares Nacionais do ensino médio: Linguagens,<br />

Códigos e suas Tecnologias. Brasília-DF, 2000, p. 26.<br />

ORIENTAÇÕES CURRICULARES NACIONAIS: Linguagens, códigos e suas tecnologias/<br />

Secretaria <strong>de</strong> Educação Básica. Brasília-DF: Ministério da Educação, Secretaria <strong>de</strong> Educação<br />

Básica, v. 1, 2006, p. 109.<br />

Disponível <strong>em</strong>: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/<strong>pdf</strong>/book_volume_01_internet.<strong>pdf</strong>. Acesso<br />

<strong>em</strong> 11/10/10.<br />

OTENIO, M. M.Y. I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e alterida<strong>de</strong> no espaço mítico do grand nord quebequense.<br />

Dissertação <strong>de</strong> mestrado. Porto Alegre-RG, 2007, 160fls.


Disponível <strong>em</strong>: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/<strong>pdf</strong>/pcn_estrangeira.<strong>pdf</strong>. Acesso <strong>em</strong><br />

10/11/10<br />

RAJAGOPALAN, K. Por uma linguística crítica: linguag<strong>em</strong>, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e a questão ética. São<br />

Paulo-SP: Parábola Editorial, 3 a ed. 2008, p. 65-70.<br />

REGO, W. dos S. T. La musique comme procès d‟interaction social dans l‟apprentissage <strong>de</strong> la<br />

langue etrangère. Mondialisation et humanisme : les enjeux du français :les actes SEDIFRALE<br />

XII. Vol.2. Rio <strong>de</strong> Janeiro: J.Sholna, 2003, p. 355.<br />

ROUSSET, A. Adoptez une démarche interculturelle : I<strong>de</strong>ntité, i<strong>de</strong>ntités. 2006. Disponível:<br />

http://espagne.aquitaine.fr/spip.php?article1538&lang=es. Acesso <strong>em</strong>: 16/07/10.<br />

SARINHO, M.D. A chanson francophone <strong>em</strong> aula <strong>de</strong> francês (FLE): uma abordag<strong>em</strong><br />

intercultural dos gêneros musicais. Anais VIII S<strong>em</strong>ana <strong>de</strong> Ensino, Pesquisa e Extensão -<br />

UFCG, Campina Gran<strong>de</strong>-PB, 2007, p.11.<br />

SCHACHINGER, C.; TAYLOR, M. 2007. Uma pedagogia da aprendizag<strong>em</strong> intercultural.<br />

Disponível <strong>em</strong>:<br />

http://youthpartnershipeu.coe.int/youthpartnership/documents/Publications/T_kits/4/Portuguese/<br />

TKit4_po.<strong>pdf</strong> p.35. Acesso <strong>em</strong>: 20/08/10.<br />

SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. (Orgs.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP:<br />

Mercado <strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.<br />

STEELE, R. Réflexion/Interculturel. Le français dans le mon<strong>de</strong>, n o 243, aout/sept. 1996.<br />

TARDIF, M; LESSARD, C. O trabalho docente: el<strong>em</strong>entos para uma teoria da docência como<br />

profissão <strong>de</strong> interações humanas. Petrópolis-RJ, 2005, p. 31-35.<br />

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo-SP: Cortez, 16 a ed., 2008.<br />

WOLTON, D. O futuro da francofonia. Porto Alegre-RS: Sulina, 2009.<br />

ZARATE, G. Enseigner une culture étrangère. Paris-France: Hachette, 1986.<br />

_______. Représentations <strong>de</strong> l‟étranger et didactique <strong>de</strong>s langues. Saint-Denis-Paris: Ed.<br />

Didier, 1995.<br />

SITES CANÇÕES:<br />

Disponíveis <strong>em</strong>:<br />

http://fau<strong>de</strong>l.musicas.mus.br/letras/819284/. Acesso <strong>em</strong>: 17/09/09.<br />

http://www.fdlm.org/fle/article/318/metho<strong>de</strong>.php3 . Acesso <strong>em</strong>: 13/1009.<br />

http://www.francparler.org/articles/chanson2004.htm. Acesso <strong>em</strong>: 13/10/09.<br />

http://www.francparler.org/articles/rassart2008.htm. Acesso <strong>em</strong>: 13/10/09.<br />

http://www.francparler.org/parcours/chanson.htm. Acesso <strong>em</strong>: 13/10/09.<br />

http://letras.terra.com.br/les-<strong>de</strong>esses/1069970/-. Acesso <strong>em</strong>: 23/11/09.<br />

http://www.youtube.com/watch?v=idDs67nuhYM&feature=related. Acesso <strong>em</strong>: 29/03/10<br />

http://www.francparler.org/fiches/lettr<strong>em</strong>otivation.htm. Acesso <strong>em</strong>: 23/11/09<br />

http://fau<strong>de</strong>l.musicas.mus.br/letras/819284/. Acesso <strong>em</strong>: 17/09/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=cxQg4Ii-U0s. Acesso <strong>em</strong>: 17/09/09<br />

http://www.edubourse.com/gui<strong>de</strong>/gui<strong>de</strong>.php?fiche=lettre-<strong>de</strong>-motivation. Acesso <strong>em</strong>: 23/11/09<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Fau<strong>de</strong>l. Acesso <strong>em</strong>: 03/05/10.<br />

http://www.monsieur-biographie.com/celebrite/biographie/fau<strong>de</strong>l-2137.php-. Acesso <strong>em</strong>:<br />

02/05/10.<br />

http://voyageforum.com/voyage/photos_tl<strong>em</strong>cen_en_algerie_D2410687/. Acesso <strong>em</strong>: 02/05/10<br />

http://fr.wikipedia.org/wiki/Mantes-la-Jolie. Acesso <strong>em</strong>: 02/05/10.<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Les_D%C3%A9esses-. Acesso <strong>em</strong>: 16/05/10


http://letras.terra.com.br/les-<strong>de</strong>esses/1069970/-. Acesso <strong>em</strong>: 23/11/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=aXRQfBRrQnw. Acesso <strong>em</strong>: 22/04/10<br />

http://www.lehall.com/galerie/chansonsactuelles/in<strong>de</strong>x_flash.html. Acesso <strong>em</strong>: 01/08/10.<br />

SITES DAS DISSERTAÇÕES PESQUISADAS:<br />

Disponíveis <strong>em</strong>:<br />

http://www.futura-sciences.com/fr/<strong>de</strong>finition/t/vie/d/alterite_4367/. Acesso <strong>em</strong>: 11/04/10.<br />

http://curriculoecultura.blogspot.com/2005/12/educao-interculturalepo_113407648505432277.html<br />

Acesso <strong>em</strong>: 16/06/10.<br />

http://ooutrochines.no.sapo.pt/in<strong>de</strong>x.htm. Acesso <strong>em</strong>: 14/09/09.


APÊNDICES


APÊNDICE A<br />

QUESTIONÁRIO PARA PROFESSOR DE FRANCÊS LINGUA ESTRANGEIRA (FLE)<br />

Sab<strong>em</strong>os que você, experiente na área <strong>de</strong> FLE, conhece muito b<strong>em</strong> sua sala <strong>de</strong> aula,<br />

acreditamos que po<strong>de</strong> nos ajudar.<br />

1. PERFIL DO PROFESSOR DE FLE<br />

1.1. Sexo: ( ) masculino ( )f<strong>em</strong>inino 1.2. Faixa etária: ( )+ <strong>de</strong> 20 ( ) +<strong>de</strong> 30 ( )+ <strong>de</strong> 40<br />

1.3. Nacionalida<strong>de</strong>_____________________<br />

1.4. Escola que leciona_______________________________________________________<br />

1. 5. É professor há quanto t<strong>em</strong>po? _______________<br />

1.6. Você fez formação inicial <strong>em</strong>:<br />

( ) língua materna ( ) língua estrangeira ( ) língua materna e estrangeira<br />

1.7. Possui formação compl<strong>em</strong>entar? Qual?_______________________________________<br />

1.8. Você é professor <strong>de</strong>: ( ) língua francesa ( ) formador <strong>de</strong> professor ( ) outro<br />

(precisar) ___________________________________________________________________<br />

1.9. Com qual público você trabalha: ( ) criança ( ) adolescente ( ) adulto<br />

1.10. Na sua formação inicial, o ensino estava voltado para a aprendizag<strong>em</strong> da língua<br />

vinculada à cultura? ( ) sim ( ) não . Justifique: ___________________________________<br />

1.11. Você t<strong>em</strong> alguma curiosida<strong>de</strong> particular a respeito da língua que ensina? ( ) sim ( )<br />

não Mencione-a(s) e justifique-a(s):______________________________________________<br />

2. PERFIL DA APRENDIZAGEM<br />

2.1. Em sua opinião, os alunos encontram dificulda<strong>de</strong>s <strong>em</strong> apren<strong>de</strong>r a língua estrangeira?<br />

( ) muita ( )pouca ( ) nenhuma. Por que? ____________________________________<br />

2.2. Se os alunos encontram dificulda<strong>de</strong>s, quais as mais frequentes?<br />

( ) compreensão oral e escrita ( ) produção oral e escrita ( ) conhecimentos culturais<br />

De acordo com a dificulda<strong>de</strong> marcada, justifique: _____________________________________<br />

2.3. Eles <strong>de</strong>monstram interesse pelo aprendizado do FLE? ( ) sim ( ) não<br />

Por que? ___________________________________________________________________<br />

2.4- E qual a principal motivação para o estudo da língua francesa?______________________<br />

3. SOBRE A ABORDAGEM DA CULTURA NO ENSINO<br />

3.1. Que conhecimentos você t<strong>em</strong> sobre a cultura - “civilização”?<br />

( ) <strong>de</strong> inclusão ( ) <strong>de</strong> estereótipo ( ) <strong>de</strong> etnocentrismo cultural<br />

( ) enaltecimento da língua alvo ( ) exclusão <strong>de</strong> sua cultura materna. Outros? Cite-os_____<br />

3.2. Na sua prática pedagógica é comum abordar aspectos culturais da língua alvo?


( ) sim ( ) não. Por que? ___________________________________________________<br />

3.3. Quando você ensina a cultura francesa faz comparações com sua cultura materna?<br />

( ) sim ( ) não Justifique: __________________________________________________<br />

3.4. O que é o intercultural no ensino <strong>de</strong> línguas? Explique-nos _________________________<br />

4. SOBRE O MÉTODO / MANUAL<br />

4.1. Você utiliza manual didático?<br />

( ) sim ( )não<br />

Para a resposta positiva, mencione nome do manual/ano:_____________________________<br />

4.2. Você acredita que o manual utilizado <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula aten<strong>de</strong> b<strong>em</strong> a uma proposta <strong>de</strong><br />

abordag<strong>em</strong> da competência Intercultural? __________________________________________<br />

4.3. Cite os aspectos que o manual aborda sobre a cultura. ____________________________


APÊNDICE B<br />

QUESTIONÁRIO PARA OS PROFESSORES EM FORMAÇÃO DE FLE.<br />

Sua colaboração é relevante para nossa pesquisa. Assim gostaríamos que você respon<strong>de</strong>sse<br />

esse questionário. Suas respostas irão contribuir para a nossa pesquisa e, sobretudo, para a<br />

formação <strong>de</strong> futuros professores <strong>de</strong> francês na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>.<br />

1. PERFIL DO ALUNO (PROFESSOR EM FORMAÇÃO INICIAL)<br />

1.1. Sexo: ( ) masculino ( ) f<strong>em</strong>inino<br />

1.2. Nacionalida<strong>de</strong>_____________________ 1.3. Ida<strong>de</strong> ou faixa etária: ( ) + <strong>de</strong> 18 ( ) + <strong>de</strong> 30<br />

2. . PERFIL DA APRENDIZAGEM<br />

2.1. Você gosta da língua estrangeira que estuda? ( ) sim ( ) não<br />

Por que?_______________________________________________________________<br />

2.2. Por que você acha que estudar francês é importante? _____________________________<br />

2.3. Você encontra dificulda<strong>de</strong>s <strong>em</strong> apren<strong>de</strong>r francês? ( ) muita ( ) pouca ( ) nenhuma<br />

Por que? ____________________________________________________________________<br />

2.4. Das dificulda<strong>de</strong>s, quais mais frequentes?<br />

( ) compreensão oral e escrita ( ) produção oral e escrita ( ) conhecimentos culturais<br />

De acordo com a dificulda<strong>de</strong> marcada, justifique _____________________________________<br />

2.5. Você t<strong>em</strong> alguma curiosida<strong>de</strong> particular a respeito da língua que estuda?______________<br />

3. SOBRE A ABORDAGEM DA CULTURA NO ENSINO<br />

3.1. Que conhecimentos você t<strong>em</strong> sobre a cultura - “civilização”?<br />

( ) <strong>de</strong> inclusão ( ) <strong>de</strong> estereótipo ( ) <strong>de</strong> etnocentrismo cultural<br />

( ) enaltecimento da língua alvo ( ) exclusão <strong>de</strong> sua cultura materna<br />

Outros? Cite-os______________________________________________________________<br />

3.2. No curso que você faz é comum abordag<strong>em</strong> <strong>de</strong> aspectos culturais da língua alvo?<br />

( ) sim ( ) não. De que maneira?______________________________________________<br />

3.3. Na sua formação, o ensino está voltado para a aprendizag<strong>em</strong> da língua vinculada à<br />

cultura? ( ) sim ( ) não<br />

Justifique: ___________________________________________________________________<br />

3.4. O que é o intercultural no ensino <strong>de</strong> línguas? Explique-nos_________________________<br />

4. SOBRE O MÉTODO / MANUAL<br />

4.1. Você utiliza manual didático? ( ) sim ( ) não<br />

Para a resposta positiva, mencione nome do manual/ano:_____________________________


4.2. Você acredita que o manual utilizado <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula aten<strong>de</strong> b<strong>em</strong> a uma proposta <strong>de</strong><br />

abordag<strong>em</strong> da competência Intercultural? _________________________________________<br />

4.3. Cite os aspectos que o manual aborda sobre a cultura. ____________________________


APÊNDICE C<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - GRUPO PILOTO (GP)<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DATA: 20/11/09<br />

DISCIPLINA: Língua Francesa IV<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

Sequência didática: o gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE.<br />

Público alvo: alunos <strong>de</strong> francês - nível A2 (200 horas)<br />

-Duração da sequência: 120 minutos<br />

OBJETIVO GERAL: Levar os alunos a uma discussão sobre relações interculturais:<br />

França e Brasil, por meio <strong>de</strong> uma canção <strong>de</strong> expressão francesa.<br />

1 o MÓDULO: Estimular os alunos a falar<strong>em</strong> da expressão Mon Pays a partir do<br />

levantamento <strong>de</strong> hipóteses.<br />

1 o Momento: conversar como os alunos sobre a sua cultura local, a brasileira e a<br />

estrangeira.<br />

2 o MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração na sala com a<br />

exibição <strong>de</strong> um clipe.<br />

1 o Momento: Assistir ao clipe Mon Pays com os alunos.<br />

→Verificar como se dão as diferenças culturais contidas no clipe<br />

→ Observar as reações <strong>de</strong>monstradas pelos alunos com relação às imagens<br />

vistas.<br />

3 o MÓDULO: Contribuir para a construção da compreensão oral dos alunos com<br />

relação à música escutada.<br />

1 o momento: Escutar a música com os alunos<br />

→ anotar no quadro as palavras compreendidas pelos alunos<br />

→ verificar como os alunos perceb<strong>em</strong> o subgênero musical raï<br />

4 o MÓDULO: Discutir com os alunos sobre as relações interculturais existentes na<br />

letra da canção Mon Pays e a cultura brasileira.<br />

1 o Momento: Levar o aluno a fazer a leitura para discussão posterior.<br />

Letra da canção Mon Pays


→ Apresentar a canção aos alunos<br />

→ Instigar os alunos a procurar<strong>em</strong> no texto pistas que os conduzam ao país<br />

retratado pelo cantor, origens, amigos, cultura, amores, sonhos, viagens,<br />

recordações, etc.<br />

→ Trabalhar a música <strong>de</strong>stacando os aspectos sobre representação, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,<br />

estereótipos e exercício <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong>, comparando-os com as imagens do clipe.<br />

→ Discutir as questões culturais entre a França e o Brasil.<br />

5 o MÓDULO: Propor aos alunos a produção escrita <strong>de</strong> uma carta <strong>de</strong> motivação<br />

Candidatura a professor estagiário <strong>de</strong> FLE <strong>em</strong> uma escola <strong>de</strong> língua.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://www.francparler.org/fiches/lettr<strong>em</strong>otivation.htm- acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://fau<strong>de</strong>l.musicas.mus.br/letras/819284/ acesso <strong>em</strong> 17/09/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=cxQg4Ii-U0s – ví<strong>de</strong>o da música<br />

http://www.edubourse.com/gui<strong>de</strong>/gui<strong>de</strong>.php?fiche=lettre-<strong>de</strong>-motivation - acesso <strong>em</strong><br />

23/11/09<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Fau<strong>de</strong>l- acesso <strong>em</strong> 03/05/10.<br />

http://www.monsieur-biographie.com/celebrite/biographie/fau<strong>de</strong>l-2137.php- acesso <strong>em</strong><br />

02/05/10.<br />

http://voyageforum.com/voyage/photos_tl<strong>em</strong>cen_en_algerie_D2410687/ - acesso <strong>em</strong><br />

02/05/10<br />

http://fr.wikipedia.org/wiki/Mantes-la-Jolie - acesso <strong>em</strong> 02/05/10.<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Porto Alegre- RS: Ed. Instituto Padre Reus. 2001, p. 97-109.<br />

BARAONA,G. Littérature en dialogues. France : Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP:<br />

Mercado <strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUÊNCIA DIDÁTICA<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Língua Francesa IV ( Grupo Piloto - GP)<br />

NOM:_____________________________________________date: __/_____/____<br />

1. Expression orale<br />

Questions à répondre oral<strong>em</strong>ent<br />

a) Qu‟est-ce que veut dire le nom Mon pays ?<br />

b) Qu‟est-ce que vous pensez <strong>de</strong> votre pays par rapport, les paysages, les<br />

evénéments, les villes, les gens?<br />

c) Vous venez d‟où ?<br />

d)Vous connaissez d‟autres villes? D‟autres pays ?<br />

e) Quelles sont vos impressions sur ces villes/ pays ?<br />

f) Par rapport votre ville et celles que vous avez visitées quels sentiments se sont<br />

passés dans votre tête ? pourquoi ?<br />

2. Compréhension culturelle<br />

a) Par rapport les images vues, est-ce qu‟il y a <strong>de</strong>s détails qui vous rappellent votre<br />

pays où votre ville ?<br />

b) Et les gens présentés, sont-elles habillées comme dans votre culture ? pourquoi ?<br />

c) Qu‟est-ce que vous pensez du sport pratiqué dans les images vues? Vous<br />

pratiquez <strong>de</strong>s sports ? Justifiez<br />

3. Compréhension orale<br />

a) Quels mots vous avez entendu ? notez-les.<br />

b) Vous connaissez ce genre musical ? ( )oui ( )non<br />

c) Et ses origines ?<br />

d) Vous l‟aimez ? ( ) oui ( ) non<br />

4.Compréhension écrite<br />

Après la lecture silencieuse répon<strong>de</strong>z aux questions.<br />

a) Par rapport les images présentées, est-ce qu‟elles sont montrées dans la parole <strong>de</strong><br />

la chanson? Justifiez votre réponse


) Quelles sont les éléments qui représent les pays ? Citez-les<br />

c) Les pays cités ont-ils les noms ? Justifiez votre réponse.<br />

d) Le chanteur montre ses sentiments para rapport les <strong>de</strong>ux pays, montrez-les avec<br />

les extraits du texte.<br />

e) Les paysages <strong>de</strong>s pays sont différents, mais pourquoi le chanteur veut les<br />

montrer ?<br />

5.Expression écrite<br />

a)Ecrivez une lettre <strong>de</strong> motivation, candidature au poste <strong>de</strong> professeur <strong>de</strong> FLE dans<br />

une école <strong>de</strong> langue.


Apêndice D<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - 1ª intervenção – (G1 e G2)<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINAS: Língua Francesa I e III<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

DATAS: 04/05/10 e 06/05/10<br />

Sequência didática: O gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE.<br />

Público alvo: alunos <strong>de</strong> francês - nível A1 (50 horas – nível el<strong>em</strong>entar)<br />

Duração da sequência: 120 minutos<br />

Nota: A mesma SD foi elaborada para os grupos <strong>de</strong> FI e FIII. Isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong><br />

que durante as observações, i<strong>de</strong>ntificamos que os dois grupos apresentavam o<br />

mesmo nível <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> língua francesa.<br />

OBJETIVO GERAL: Levar os alunos a uma discussão sobre relações interculturais:<br />

França e Brasil, por meio <strong>de</strong> uma canção <strong>de</strong> expressão francesa.<br />

1 0 MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração na sala com a<br />

exibição <strong>de</strong> um clipe.<br />

1 o Momento: Assistir ao clipe Mon Pays com os alunos.<br />

→Verificar como se dão as diferenças culturais contidas no clipe<br />

→ Observar as reações <strong>de</strong>monstradas pelos alunos com relação às imagens vistas<br />

2 o momento: Apresentar aos alunos as cida<strong>de</strong>s mencionadas na canção<br />

Sli<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Tl<strong>em</strong>cen(Argélia) e Mantes-La-Jolie(França).<br />

→ Mostrar que as cida<strong>de</strong>s apresentadas são <strong>de</strong> culturas diferentes.<br />

2 o MÓDULO: Contribuir com os alunos para a compreensão oral com relação à<br />

música escutada.<br />

→ anotar no quadro as palavras entendidas pelos alunos e retirar as dúvidas<br />

com relação às pronúncias duvidosas.<br />

3 o MÓDULO: Discutir com os alunos sobre as relações interculturais existentes na<br />

letra da canção Mon Pays e a cultura brasileira.<br />

1 o Momento: Levar o aluno a fazer a leitura para discussão posterior.


Letra da canção Mon Pays<br />

→ Apresentar a canção aos alunos<br />

→ Instigar os alunos a procurar<strong>em</strong> no texto pistas que os conduzam ao país<br />

retratado pelo cantor, origens, cultura, sonhos, amores, viagens, recordações, etc.<br />

→ Trabalhar a música <strong>de</strong>stacando os aspectos sobre representação, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,<br />

estereótipos e exercício <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong>, comparando-os com as imagens do clipe.<br />

→ Discutir as questões culturais entre a França e o Brasil.<br />

4 o MÓDULO: Propor aos alunos a escritura <strong>de</strong> um pequeno texto a um amigo sobre<br />

suas recordações <strong>de</strong> uma estação do ano.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://www.francparler.org/fiches/lettr<strong>em</strong>otivation.htm- acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://fau<strong>de</strong>l.musicas.mus.br/letras/819284/ acesso <strong>em</strong> 17/09/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=cxQg4Ii-U0s – ví<strong>de</strong>o da música<br />

http://www.edubourse.com/gui<strong>de</strong>/gui<strong>de</strong>.php?fiche=lettre-<strong>de</strong>-motivation - acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Fau<strong>de</strong>l- acesso <strong>em</strong> 03/05/10.<br />

http://www.monsieur-biographie.com/celebrite/biographie/fau<strong>de</strong>l-2137.php- acesso <strong>em</strong><br />

02/05/10.<br />

http://voyageforum.com/voyage/photos_tl<strong>em</strong>cen_en_algerie_D2410687/ - acesso <strong>em</strong> 02/05/10<br />

http://fr.wikipedia.org/wiki/Mantes-la-Jolie - acesso <strong>em</strong> 02/05/10.<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Porto Alegre- RS: Ed. Instituto Padre Reus. 2001, p. 97-109.<br />

BARAONA,G. Littérature en dialogues. France : Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP:<br />

Mercado <strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUÊNCIA DIDÁTICA – 1 a intervenção<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINAS: Língua Francesa I e III (G1 e G2)<br />

NOM:_____________________________________________ date: __/_____/____<br />

I-Expression culturelle<br />

a) Après les images du clip qu‟est-ce qu‟il vous a attiré l‟attention ?<br />

Pourquoi ?<br />

b) Avec les images <strong>de</strong>s villes Tl<strong>em</strong>cen et Mantes-la-jolie, vous vous<br />

rappelez quelques chose ?<br />

c) Vous connaissez ces villes? Vous savez où elles sont situées ?<br />

d) Vous connaissez ce chanteur ? Pourquoi il est à côté du prési<strong>de</strong>nt<br />

Nicolas Sarkozi ?<br />

e) Par rapport le titre <strong>de</strong> la chanson Mon pays, qu‟est qu‟il vient dans<br />

votre tête ?<br />

f) Il y a d‟autres pays qui parlent français, vous le connaissez ?<br />

g) Le chanteur parle <strong>de</strong> la culture <strong>de</strong> ses parents. Pourquoi ?<br />

h) Vous connaissez d‟autres villes au Brésil ?Lesquelles ? vous les<br />

aimez ?<br />

II-Compréhension oral<br />

a) Vous connaissez le genre musical ?<br />

b) Vous l‟aimez ? Pourquoi ?<br />

c) Qu‟est-ce qu‟il représente pour vous ?<br />

d) Est-ce que vous avez compris quelques mots ? Lesquels ?<br />

III-Compréhension écrite<br />

e) Lisez la chanson Mon Pays. Elle nous raconte une histoire au moment actuelle<br />

ou au passé ? Relevez une expression qui justifie votre choix<br />

f) Les saisons <strong>de</strong> l‟année sont bien présentées dans la chanson. Citez-les.<br />

g) Relevez du texte toutes les expressions qui indiquent le langage<br />

parlé.


IV-Expression écrite<br />

a) La chanson parle <strong>de</strong> l‟été et <strong>de</strong> l‟hiver. Profitez le moment et écrivez un<br />

message à un(e) ami(e), en parlant <strong>de</strong> vos souvenir(s) <strong>de</strong> l‟été ou <strong>de</strong> l‟hiver en<br />

40 mots.


APÊNDICE E<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - 1ª intervenção – (G4)<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DATA: 04/05/10<br />

DISCIPLINA: Literatura Francesa II<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

Sequência diática: O gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE.<br />

Público alvo: alunos <strong>de</strong> francês - nível B1( ± 400 horas – nível in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte)<br />

-Duração da sequência: 120 minutos<br />

OBJETIVO GERAL: Promover/estimular uma discussão sobre as relações<br />

interculturais entre a França e Brasil por meio <strong>de</strong> uma canção <strong>de</strong> expressão francesa.<br />

1 o MÓDULO: Oferecer aos alunos um instante <strong>de</strong> lazer na sala com a exibição <strong>de</strong> um<br />

clipe.<br />

1 o Momento: Assistir ao clipe Mon Pays com os alunos.<br />

→Relacionar letra áudio/música e letra para discutir o contexto relacionando-o aos<br />

conhecimentos oferecidos nos momentos 1 e 2.<br />

2 o momento: Apresentar aos alunos as cida<strong>de</strong>s mencionadas na canção<br />

Sli<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Tl<strong>em</strong>cen(Argélia) e Mantes-La-Jolie(França).<br />

→ Mostrar que as cida<strong>de</strong>s apresentadas têm características arquitetônicas<br />

paisagísticas diferentes.<br />

outra.<br />

→ Discutir com os alunos quais aspectos que caracterizam uma cida<strong>de</strong> e<br />

2 o MÓDULO: Discutir com os alunos sobre as relações interculturais existentes na<br />

letra da canção Mon Pays e a cultura brasileira.<br />

1 o Momento: Abordar competências linguísticas da leitura-compreensão da letra da<br />

canção Mon Pays.<br />

→ Trabalhar a música <strong>de</strong>stacando os aspectos sobre representação, i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>,<br />

estereótipos e exercício <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong>, comparando-os com as imagens do clipe.<br />

→ Discutir as questões culturais entre a França e o Brasil.


3 o MÓDULO: Propor aos alunos a escritura <strong>de</strong> um texto falando sobre os benefícios<br />

da diversida<strong>de</strong> cultural entre a cultura materna e a estrangeira.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://www.francparler.org/fiches/lettr<strong>em</strong>otivation.htm- acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://fau<strong>de</strong>l.musicas.mus.br/letras/819284/ acesso <strong>em</strong> 17/09/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=cxQg4Ii-U0s – ví<strong>de</strong>o da música - acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://www.edubourse.com/gui<strong>de</strong>/gui<strong>de</strong>.php?fiche=lettre-<strong>de</strong>-motivation - acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Fau<strong>de</strong>l- acesso <strong>em</strong> 03/05/10<br />

http://www.monsieur-biographie.com/celebrite/biographie/fau<strong>de</strong>l-2137.php- acesso <strong>em</strong> 02/05/10<br />

http://voyageforum.com/voyage/photos_tl<strong>em</strong>cen_en_algerie_D2410687/ - acesso <strong>em</strong> 02/05/10<br />

http://fr.wikipedia.org/wiki/Mantes-la-Jolie - acesso <strong>em</strong> 02/05/10<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Porto Alegre- RS: Ed. Instituto Padre Reus. 2001, p. 97-109.<br />

BARAONA,G. Littérature en dialogues. France : Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP:<br />

Mercado <strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUÊNCIA DIDÁTICA- 1 a intervenção<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Literatura Francesa II (G4)<br />

NOM:_____________________________________________date: __/_____/____<br />

Expression culturelle<br />

a)D‟après ce que vous avez vu sur les villes Tl<strong>em</strong>cen et Mantes-la-jolie et le clip,<br />

quelles sont les différences culturelles ?<br />

b) Le chanteur, vous le connaissez ?<br />

c) Qu‟est-ce que vous savez <strong>de</strong> l‟Algérie ?<br />

d) Pourquoi la chanson nous montre la diversité <strong>de</strong>s gens ?<br />

e) Vous connaissez d‟autres villes qui parlent français ?<br />

Compréhension oral<br />

a) Quelques expressions ou phrases chantées avez-vous compris? Notez-les.<br />

b) Vous connaissez le genre musical présenté dans le clip ? Savez-vous son<br />

origine ?<br />

c) Vous l‟aimez ? Pourquoi ?<br />

Compréhension écrite<br />

a) Quels sont les expressions qu‟on peut comparer avec les images du clip.<br />

b) Pourquoi le chanteur parle <strong>de</strong> <strong>de</strong>ux rivières ?<br />

c) Le chanteur. Pourquoi parle-t-il <strong>de</strong> sa culture?<br />

d) Est-ce qu‟il y a une i<strong>de</strong>ntité ou une tolérance ?<br />

e) Que pensez-vous <strong>de</strong> la parole <strong>de</strong> cette chanson ?<br />

Expresssion écrite<br />

a)D‟après ce que nous avons discuter dans la salle, écrivez un message à un<br />

collègue <strong>de</strong> la salle en parlant sur les benéfices <strong>de</strong> la diversité culturelle entre le Brésil<br />

et la France, en 70 mots.


APÊNDICE F<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA- 2 a intervenção – (G1 e G2)<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

DISCIPLINA: Língua Francesa I e III<br />

DATAS: 18/05/10 e 25/05/10<br />

Público-alvo: alunos <strong>de</strong> francês - nível A1 (50 horas – nível el<strong>em</strong>entar)<br />

Duração da sequência: 120 minutos para cada encontro<br />

Nota: A mesma SD foi elaborada para os grupos <strong>de</strong> FI e FIII. Isso se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong><br />

que durante as observações, i<strong>de</strong>ntificamos que os dois grupos apresentavam o<br />

mesmo nível <strong>de</strong> conhecimento <strong>de</strong> língua francesa.<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: O gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE<br />

OBJETIVO GERAL: Levar os alunos a uma discussão sobre relações interculturais:<br />

França x Brasil, por meio <strong>de</strong> uma canção <strong>de</strong> expressão francesa.<br />

1 o MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> discussão sobre as palavraschave<br />

contidas na canção On a changé, a partir <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> hipóteses.<br />

1 o Momento: Trabalhar com os alunos as palavras-chave sorteadas por cada um na<br />

sala.<br />

Palavras-chave: matin, loin, amis, enfants, maman, avion,<br />

souvenirs.<br />

→ anotar no quadro as hipóteses levantadas pelos alunos.<br />

→ observar se os alunos consegu<strong>em</strong> estabelecer uma relação das palavraschave<br />

com a cultura materna e a estrangeira.<br />

2 0 MÓDULO: Contribuir para favorecer/estimular a compreensão oral dos alunos a<br />

partir da música ouvida.<br />

1 0 Momento: Escutar a música com os alunos<br />

→ verificar como os alunos consegu<strong>em</strong> fazer a apreensão dos sentidos na letra<br />

da canção e o subgênero musical.<br />

→ anotar no quadro as palavras percebidas pelos alunos.<br />

3 0 MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração na sala com a<br />

exibição <strong>de</strong> um clipe.(cultura)


1 0 Momento: assistir ao clipe com os alunos<br />

Clipe On a changé.<br />

→Verificar como se dão as diferenças culturais contidas no clipe<br />

→ Observar as reações <strong>de</strong>monstradas pelos alunos com relação às imagens<br />

vistas.<br />

4 0 MÓDULO: Discutir com os alunos o t<strong>em</strong>a abordado na canção.<br />

1 0 Momento: Levar os alunos a percepção do t<strong>em</strong>a abordado na canção.<br />

Letra da canção On a changé<br />

→ Apresentar a canção aos alunos<br />

→ Instigar os alunos a buscar<strong>em</strong> no texto pistas que os conduzam à<br />

confirmação <strong>de</strong> suas hipóteses.<br />

5 0 MÓDULO: Dedicar um momento para a apresentação, discussão e produção dos<br />

textos <strong>de</strong>senvolvidos pelos alunos <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Les_D%C3%A9esses- acesso <strong>em</strong> 16/05/10<br />

http://musikafrancesa.blogspot.com/2009/01/les-<strong>de</strong>sses-saveurs-exotiques-2007.html-<br />

23/11/09<br />

http://letras.terra.com.br/les-<strong>de</strong>esses/1069970/- acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=aXRQfBRrQnw – acesso <strong>em</strong> 22/04/10<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Porto Alegre- RS: Ed. Instituto Padre Reus. 2001, p. 97-109.<br />

BARAONA,G. Littérature en dialogues. France : Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP:<br />

Mercado <strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUÊNCIA DIDÁTICA- 2 a intervenção<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Língua Francesa I e III - (G1 e G2)<br />

NOM:_____________________________________ date: ___/_____/____<br />

I- Compréhension Oral<br />

a) Repérages<br />

1. La musique que l‟on entend est :<br />

( ) du raï<br />

( ) du pop rock<br />

( ) du zouk<br />

2. On entend les voix <strong>de</strong> :<br />

( ) <strong>de</strong>s enfants<br />

( ) <strong>de</strong>s jeunes filles<br />

( ) <strong>de</strong>s jeunes hommes<br />

b) Compréhension global<br />

1. Combien <strong>de</strong> fois entend-on « changer »<br />

( ) 4<br />

( ) 10<br />

( ) 8<br />

2. Dans quel ordre apparaissent les mots pour la pr<strong>em</strong>ière fois ?<br />

a) toutes ces années - b) on a changé – c) tu m‟as manqué – d) trop loin - e) on a<br />

grandi<br />

1............. – 2...........- 3..............- 4...............- 5...........<br />

3. Barrez les noms que vous enten<strong>de</strong>z.<br />

Brésil- Paris - Canadá- France- Belgique<br />

II- Compréhension Écrite<br />

1. Lisez la chanson On a changé. D‟après vous, y a-t-il un amour ? Qui est-ce ?<br />

Relevez une phrase qui justifie votre choix.<br />

2. Elle est certaine <strong>de</strong> rencontrer l‟homme <strong>de</strong> ses souvenirs. Comment ? Montreznous.<br />

3. Relevez, dans le texte, toutes les expressions qui indiquent le langage parlé.<br />

4. Marquez dans le texte les expressions qui indiquent le t<strong>em</strong>ps passé.<br />

III- Culture<br />

1. Maintenant elle est à une autre ville. Où est-elle ?<br />

2. Certains immigrés en France, pour échapper à la discrimination ou parce qu‟ils<br />

pensent ainsi mieux s‟intégrer, changent <strong>de</strong> nom ou ne parlent par <strong>de</strong> leurs<br />

origines. Approuvez-vous cette idée ?<br />

3. Vous aimez chanter ? Vous croyez que le brésilien aime chanter ? Expliquez-nous<br />

pourquoi.<br />

4. Vous connaissez le genre musical présenté dans cette chanson ? Vous l‟aimez ?<br />

Pourquoi ?<br />

IV- Expression écrite<br />

La chanson parle <strong>de</strong> souvenirs <strong>de</strong> la fille. Vous écrivez les souvenirs du garçon en<br />

60 mots. Choisissez le genre littéraire pour cette activité.


APÊNDICE G<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA- 2 a intervenção – (G3)<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Língua Francesa V<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

DATA: 18/05/10<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: O gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE<br />

Público alvo: aluno <strong>de</strong> francês - nível A2 (± 250 horas – nível el<strong>em</strong>entar)<br />

Duração da sequência: 120 minutos<br />

OBJETIVO GERAL: Conduzir o aluno a uma discussão sobre relações interculturais<br />

entre França e Brasil, por meio da canção <strong>de</strong> expressão francesa.<br />

1 o MÓDULO: Proporcionar ao aluno um momento <strong>de</strong> discussão sobre as palavraschave<br />

contidas na canção On a changé, a partir <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> hipóteses.<br />

1 o Momento: Trabalhar com o aluno as palavras-chave sorteadas por cada um na sala.<br />

Palavras-chave: manquer, grandir, amis, maman.<br />

→ anotar no quadro as hipóteses levantadas pelo aluno.<br />

→ observar se o aluno consegue estabelecer uma relação das palavras-chave<br />

com a cultura materna e a estrangeira.<br />

2 0 MÓDULO: Contribuir para a construção da compreensão oral do aluno com relação<br />

à música escutada.<br />

1 0 Momento: Escutar a música com o aluno<br />

→ verificar como o aluno consegue compreen<strong>de</strong>r as palavras contidas na letra<br />

da canção e o subgênero musical.<br />

→ anotar no quadro as palavras percebidas pelo aluno.<br />

3 0 MÓDULO: Proporcionar ao aluno um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração na sala com a<br />

exibição <strong>de</strong> um clipe.<br />

1 o Momento: assistir ao clipe On a changé com o aluno.<br />

→Verificar como se dão as diferenças culturais contidas no clipe.<br />

→ Observar as reações <strong>de</strong>monstradas pelo aluno com relação às imagens vistas.<br />

4 o MÓDULO: Discutir com o aluno o t<strong>em</strong>a abordado na canção.


1 o Momento: Levar o aluno a percepção do t<strong>em</strong>a abordado na canção.<br />

Letra da canção On a changé<br />

→ Apresentar a canção aos alunos<br />

→ Instigar o aluno a buscar no texto pistas que o conduzam à confirmação <strong>de</strong><br />

suas hipóteses.<br />

5 o MÓDULO: Dedicar um momento para a apresentação, discussão e produção dos<br />

textos <strong>de</strong>senvolvidos pelo aluno <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

1 o momento: apresentação das ativida<strong>de</strong>s elaboradas para verificar a compreensão do<br />

aluno.<br />

Compreensão escrita e cultura<br />

→ rever com o aluno as possíveis dificulda<strong>de</strong>s por ele apresentada.<br />

2 o momento: apresentação do texto produzido pelo aluno e pesquisadora.<br />

→ Fazer o aluno ler seu texto.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Les_D%C3%A9esses- acesso <strong>em</strong> 16/05/10<br />

http://musikafrancesa.blogspot.com/2009/01/les-<strong>de</strong>sses-saveurs-exotiques-2007.html- 23/11/09<br />

http://letras.terra.com.br/les-<strong>de</strong>esses/1069970/- acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=aXRQfBRrQnw – acesso <strong>em</strong> 22/04/10<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Porto Alegre-RS: Ed. Instituto Padre Reus. 2001, p. 97-109.<br />

BARAONA, G. Littérature en dialogues. France: Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP:<br />

Mercado <strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUÊNCIA DIDÁTICA<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Língua Francesa V (G3)<br />

NOM:________________________________________ date:___/_____/___<br />

V- Compréhension Oral<br />

c) Repérages<br />

3. La musique que l‟on entend est :<br />

( ) du raï<br />

( ) du pop rock<br />

( ) du zouk<br />

4. On entend les voix <strong>de</strong> :<br />

( ) <strong>de</strong>s enfants<br />

( ) <strong>de</strong>s jeunes filles<br />

( ) <strong>de</strong>s jeunes hommes<br />

d) Compréhension global<br />

3. Combien <strong>de</strong> fois entend-on « changer »<br />

( ) 04<br />

( ) 10<br />

( ) 08<br />

4. Dans quel ordre apparaissent les mots pour la pr<strong>em</strong>ière fois.<br />

b) toutes ces années - b) on a changé – c) tu m‟as manqué – d) trop loin<br />

tous les <strong>de</strong>ux - e) on a grandi<br />

1............. – 2...........- 3..............- 4...............- 5...........<br />

3. Barrez le nom du pays que vous enten<strong>de</strong>z.<br />

Brésil- Paris- Antilles- France- Belgique<br />

4.Complétez cette partie <strong>de</strong> la 3 e strophe <strong>de</strong> la chanson avec les mots ci-<br />

<strong>de</strong>ssous.<br />

/... /<br />

Déjà .................................................<br />

Y a si ...............................................<br />

En y .................................................<br />

On etait <strong>de</strong>s ......................................<br />

Aujourd'hui, .......................................<br />

( enfants -dix ans- longt<strong>em</strong>ps- pensant- j'ai grandi)


VI- Compréhension Écrite<br />

5. Lisez la chanson On a changé. D‟après vous, y a-t-il un amour ? Qui estce<br />

? Relevez une phrase qui justifie votre choix.<br />

6. Elle est certaine <strong>de</strong> rencontrer une personne <strong>de</strong> ses souvenirs. Comment ?<br />

Montrez-nous.<br />

7. La mère que représente-t-elle dans la chanson ? Et dans votre culture ?<br />

8. Relevez, dans le texte, toutes les expressions qui indiquent le langage<br />

parlé.<br />

9. Marquez dans le texte les expressions qui indiquent le t<strong>em</strong>ps passé. Et<br />

quels sont ces t<strong>em</strong>ps ?<br />

VII- Culture<br />

5. Maintenant elle est à une autre ville. Où est-elle ? Expliquez-nous.<br />

6. Certains immigrés en France, pour échapper à la discrimination ou parce<br />

qu‟ils pensent ainsi mieux s‟intégrer, changent <strong>de</strong> nom ou ne parlent par <strong>de</strong><br />

leurs origines. Approuvez-vous cette idée ?<br />

7. Avez-vous vécu <strong>de</strong>s évén<strong>em</strong>ents où il vous a fallu changer d‟i<strong>de</strong>ntité ?<br />

8. Vous aimez chanter ? Vous croyez que le brésilien aime chanter ?<br />

Expliquez-nous pourquoi.<br />

9. Vous connaissez le genre musical présenté dans cette chanson ? Vous<br />

l‟aimez ? Pourquoi ?<br />

VIII- Expression écrite<br />

La chanson parle <strong>de</strong> souvenirs <strong>de</strong> la fille. Vous écrivez vos souvenirs en<br />

100 mots. Choisissez le genre littéraire pour cette activité.


Apêndice H<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA- 2 a intervenção - (G4)<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DATAS: 05/05/10 e 17/05/10<br />

DISCIPLINA: LITERATURA FRANCESA II<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: O gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE<br />

Público alvo: alunos <strong>de</strong> francês - nível B1- (± 450 horas – nível in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte)<br />

Duração da sequência: 120 minutos para cada encontro<br />

OBJETIVO GERAL: Levar o aluno a uma discussão sobre relações interculturais:<br />

França e Brasil, consi<strong>de</strong>rando a letra/poesia <strong>de</strong> uma canção <strong>de</strong> expressão francesa.<br />

1 o MÓDULO: Oferecer aos alunos um momento <strong>de</strong> discussão sobre as palavraschave<br />

contidas na canção On a changé, a partir <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> hipóteses.<br />

1 o Momento: Trabalhar com os alunos as palavras-chave quatro palavras sorteadas na<br />

sala.<br />

Palavras-chave: changer, manquer, partir, grandir.<br />

→ anotar no quadro as hipóteses levantadas pelos alunos.<br />

→ observar como os consegu<strong>em</strong> estabelecer uma relação das palavras-chave<br />

com a cultura materna e a estrangeira.<br />

2 0 MÓDULO: Contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento da compreensão oral e da percepção<br />

<strong>de</strong> outros gêneros musicais.<br />

1 0 Momento: Escutar a música com os alunos.<br />

→ averiguar se os alunos consegu<strong>em</strong> compreen<strong>de</strong>r as palavras contidas na<br />

letra da canção e o subgênero zouk.<br />

→ anotar no quadro as palavras percebidas pelos alunos.<br />

3 0 MÓDULO: Oferecer aos alunos um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração com a exibição <strong>de</strong><br />

um clipe na sala <strong>de</strong> aula.<br />

1 0 Momento: assistir ao clipe On a changé com os alunos<br />

→Verificar como se dão as diferenças culturais contidas no clipe.


→ Observar as reações <strong>de</strong>monstradas pelos alunos com relação às imagens<br />

vistas.<br />

4 0 MÓDULO: Discutir com os alunos o t<strong>em</strong>a abordado na canção.<br />

1 0 Momento: Levar os alunos a percepção do t<strong>em</strong>a abordado na canção.<br />

Letra da canção On a changé<br />

→ Apresentar a canção aos alunos<br />

→ Instigar os alunos a buscar<strong>em</strong> no texto pistas que os conduzam à confirmação<br />

<strong>de</strong> suas hipóteses.<br />

5 0 MÓDULO: Dedicar um momento para a apresentação, discussão e produção dos<br />

textos <strong>de</strong>senvolvidos pelos alunos <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Les_D%C3%A9esses- acesso <strong>em</strong> 16/05/10<br />

http://musikafrancesa.blogspot.com/2009/01/les-<strong>de</strong>sses-saveurs-exotiques-2007.html- 23/11/09<br />

http://letras.terra.com.br/les-<strong>de</strong>esses/1069970/- acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=aXRQfBRrQnw – acesso <strong>em</strong> 22/04/10<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Porto Alegre-RS: Ed. Instituto Padre Reus. 2001, p. 97-109.<br />

BARAONA, G. Littérature en dialogues. France : Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J. (org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP:<br />

Mercado <strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUÊNCIA DIDÁTICA- 2 a intervenção<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Literatura Francesa II<br />

NOM:_____________________________________________date: __/_____/____<br />

1- Après la lecture du texte répon<strong>de</strong>z aux questions suivantes.<br />

I- Compréhension écrite<br />

a) - Des questions concernantes à la chanson.<br />

1. Comment la fille a réagi lorsqu‟elle a su la nouvelle <strong>de</strong> partir à un autre pays ?<br />

2. Qu‟est-ce qu‟elle trouve <strong>de</strong> la nouvelle ville ? Montrez-nous<br />

3. Elle a un grand désir. Dites-le.<br />

4. Quels sont les sentiments <strong>de</strong> la fille par rapport à la nouvelle vie ?<br />

5. La mère que représente-t-elle dans la chanson ? Et dans votre culture ?<br />

6. Pourquoi pour la fille utilise la chanson pour parler <strong>de</strong>s amours, <strong>de</strong>s souvenirs,<br />

<strong>de</strong>s pays, <strong>de</strong>s chagrins, etc. ?<br />

7. Pour vous, cette chanson montre quelques états poétiques ? justifiez votre<br />

réponse.<br />

8. Elle est certaine <strong>de</strong> rencontrer l‟homme <strong>de</strong> ses souvenirs. Comment ? Montreznous.<br />

9. La ville <strong>de</strong> la fille n‟est pas décrite dans la chanson. Décrivez-la.<br />

II- Culture<br />

b) - Des questions concernantes à la culture.<br />

10. Il n‟y a pas le nom du pays <strong>de</strong> la fille. Est-ce qu‟il est important le savoir ?<br />

Pourquoi ?<br />

11. Maintenant elle est à une autre ville. Où est-elle ? Expliquez-nous.<br />

12. Certains immigrés en France, pour échapper à la discrimination ou parce qu‟ils<br />

pensent ainsi mieux s‟intégrer, changent <strong>de</strong> nom ou ne parlent par <strong>de</strong> leurs<br />

origines. Approuvez-vous cette idée ?<br />

13. Avez-vous vécu <strong>de</strong>s évén<strong>em</strong>ents où il vous a fallu changer d‟i<strong>de</strong>ntité ?<br />

14. Est-ce que vous avez déjà essayé <strong>de</strong> changer <strong>de</strong> ville ou <strong>de</strong> pays ? Pour<br />

quelles raisons ?<br />

15. Si vous étiez à l‟étranger, aimeriez-vous retrouver tous les jours <strong>de</strong> gens <strong>de</strong><br />

votre pays et <strong>de</strong> votre culture, parlant votre langue ? Oui ( ) Non ( )<br />

Justifiez votre choix.<br />

16. Vous aimez chanter ? Expliquez-nous.


17. Vous connaissez le genre musical présenté dans cette chanson ? Vous<br />

l‟aimez ? Pourquoi ?<br />

18. Quels sentiments avez-vous en écoutant cette chanson ? Dites-nous les<br />

raisons.<br />

III- Expression écrite<br />

c) - Production textuelle<br />

19. Vous êtes le poète, profitez vos connaissances littéraires pour écrire un texte<br />

qui parle sur vos amours, vos préférences, vos chagrins, votre culture ou sinon<br />

sur d‟autres sentiments comme ceux-ci <strong>de</strong> la chanson. Vous êtes libre pour<br />

utilisez les expressions <strong>de</strong> la chanson.


APÊNDICE I<br />

QUESTIONÁRIO PÓS-ABORDAGEM<br />

Sua colaboração é relevante para nossa pesquisa. Assim gostaríamos que você respon<strong>de</strong>sse<br />

esse 2 o questionário. Suas respostas irão contribuir para a nossa pesquisa e, sobretudo, para a<br />

formação <strong>de</strong> futuros professores <strong>de</strong> francês na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>.<br />

1-PERFIL DA APRENDIZAGEM<br />

1.1. Você gostou da abordag<strong>em</strong> feita com a canção na sala <strong>de</strong> aula? ( ) sim ( ) não<br />

Justifique____________________________________________________________________<br />

1.2. Você acha que as ativida<strong>de</strong>s feitas com a canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula ajudam na sua<br />

aprendizag<strong>em</strong> <strong>em</strong> FLE? ( ) sim ( ) não<br />

1.3. Qual das habilida<strong>de</strong>s você encontrou mais dificulda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>senvolver?<br />

( )expressão oral ( ) compreensão oral ( ) compreensão cultural<br />

( ) compreensão escrita ( ) expressão escrita<br />

Explique_____________________________________________________________________<br />

1.4. E qual das ativida<strong>de</strong>s você achou relevante para compreen<strong>de</strong>r a canção?<br />

( ) levantamento <strong>de</strong> hipóteses ( ) escuta da canção ( ) apresentação do<br />

vi<strong>de</strong>oclipe ( ) perguntas relacionadas à canção e cultura ( ) produção textual<br />

1.5. O que você melhor percebeu após trabalhar essa canção <strong>de</strong> expressão na sala <strong>de</strong> aula?<br />

( ) <strong>de</strong> estereótipos ( ) representações ( ) enaltecimento da cultura materna ( )exercício<br />

<strong>de</strong> alterida<strong>de</strong><br />

1.6. Após o enfoque da canção, você po<strong>de</strong> explicar <strong>em</strong> algumas palavras o que significa<br />

intercultural. ______________________________________________________________


APÊNDICE J<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - 3ª intervenção – (G1 e G2)<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DATA: 16/11/10<br />

DISCIPLINA: LÍNGUA FRANCESA II E LÍNGUA FRANCESA IV<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

Público alvo: Alunos <strong>de</strong> francês – nível A2 (± 150 horas – nível el<strong>em</strong>entar)<br />

Duração da sequência: 120 minutos<br />

OBJETIVO GERAL: Levar os alunos a uma discussão sobre as relações<br />

interculturais: cultura estrangeira e a cultura local, por meio <strong>de</strong> uma canção <strong>de</strong><br />

expressão francesa.<br />

1 o MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> discussão com imagens-chave<br />

sobre a música Un homme sans racines a partir <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> hipóteses.<br />

1 o Momento: trabalhar com os alunos a imag<strong>em</strong> iconográfica do <strong>de</strong>senho feito por<br />

cada um comparando-o ao título da música.<br />

Desenho <strong>de</strong> uma árvore<br />

Título: Un homme sans racines<br />

Anotar no quadro as hipóteses levantadas pelos alunos<br />

Observar se os alunos consegu<strong>em</strong> estabelecer uma relação do seu <strong>de</strong>senho<br />

e ao título da música<br />

2 o MÓDULO: Contribuir para estimular a compreensão oral dos alunos a partir da<br />

música escutada.<br />

1 o Momento: Conduzir os alunos à organização da música a partir <strong>de</strong> palavras-chave<br />

contidas na letra<br />

2 o Momento: escutar a música com os alunos<br />

Verificar como os alunos consegu<strong>em</strong> fazer a apreensão do que<br />

organizaram com os sentidos na letra da música.<br />

3 o MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração na sala <strong>de</strong> aula<br />

com a exibição <strong>de</strong> um clipe<br />

1 o Momento: Debater com os alunos as trocas interculturais existentes no clipe<br />

Clipe Un homme sans racines


Verificar como a cultura mostrada no clipe t<strong>em</strong> relação com o título da<br />

música.<br />

Observar as reações <strong>de</strong>monstradas pelos alunos com relação às<br />

imagens vistas.<br />

4 o MÓDULO: Discutir com os alunos a t<strong>em</strong>ática da música<br />

1 o Momento: Conduzir os alunos a percepção da t<strong>em</strong>ática da música.<br />

Letra da música Un homme sans racines<br />

Apresentar a letra da música aos alunos<br />

Estimular os alunos a procurar no texto pistas que os conduzam à<br />

confirmação <strong>de</strong> suas hipóteses.<br />

5 o MÓDULO: Destinar um t<strong>em</strong>po para produção, apresentação e discussão dos textos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos pelos alunos <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://fr.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9rald_<strong>de</strong>_Palmas – acesso 11/10/10<br />

http://www.youtube.com/watch?v=zDTXwUmxAHY&feature=fvw- acesso 20/11/09<br />

http://www.answers.com/topic/un-homme-sans-racines-1#Release_history – acesso<br />

20/11/09<br />

http://www.parolesmania.com/paroles_gerald_<strong>de</strong>_palmas_4411/paroles_un_homme_sans<br />

_racines_163263.html - acesso 20/11/09<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Porto Alegre-RS: Ed. Instituto Padre Reus. 2001, p. 97-109.<br />

BARAONA,G. Littérature en dialogues. France: Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J.(org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP: Mercado<br />

<strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUÊNCIA DIDÁTICA – 3 a intervenção<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA : Língua Francesa II e Língua Francesa IV (G1 e G2)<br />

NOM:_______________________________________date:___/___/___<br />

II-Compréhension orale<br />

ACTIVITÉS<br />

1- Ecoutez la chanson et r<strong>em</strong>plissez les espaces vi<strong>de</strong>s avec les mots-clés ci<strong>de</strong>ssous.<br />

Plus je prends ________________plus ___________________________<br />

Là où ____________________________<br />

Peu à peu mon coeur a enfui ce qui fait _______________________<br />

Difficile <strong>de</strong> vivre ________________sans _______________sans _____________<br />

Alors j'avance d'un pas ___________________<br />

Je suis un homme __________________________<br />

Au _______________ vent je m'incline<br />

Juste un homme sans racines<br />

Je pense à __________________ et j'imagine<br />

Mots-clé : mal assuré (1); je suis né(2); <strong>de</strong> l'âge (3); j'oublie(4); mon passé(5);<br />

après(6); avant(7); le présent(8); <strong>de</strong>main(9); moindre(10); sans racines (11).<br />

III-Rapports interculturels<br />

1- D‟après ce que vous avez vu sur le clip il y a une relation avec le titre <strong>de</strong> la<br />

chanson et les images montrées ? Pourquoi ?<br />

2- Est-ce que le genre musical écouté est connu ? Et la voix du chanteur ?<br />

3- Vous vous sentez une personne sans racines ? Pourquoi ? Expliquez-nos<br />

IV-Compréhension écrite<br />

1-Répon<strong>de</strong>z aux questions suivantes.<br />

1. Pourquoi cet homme a besoin <strong>de</strong> vivre son passé ? Justifiez votre réponse.<br />

2. Ce personnage <strong>de</strong> la chanson se compare à une petite plante au « moindre<br />

vent il s‟incline ». Pourquoi cette métaphore?


3. L‟homme <strong>de</strong> la chanson a un besoin. Montrez-le.<br />

4. Il est possible <strong>de</strong> trouver quelqu‟un sans racines ? Qu‟est-ce qu‟il veut dire<br />

avec cette idée: « homme sans racines » ?<br />

5. «Il est difficile <strong>de</strong> vivre le présent sans avant et sans après». Quelle est<br />

l‟importance <strong>de</strong> ce sentiment pour l‟homme <strong>de</strong> la chanson ?<br />

6. Quelles sont les images que vous avez <strong>de</strong> cette chanson ?<br />

V-Expression écrite<br />

1- D‟après ce que nous avons discuté dans la classe écrivez un texte sur vos<br />

impressions par rapport à une personne qui se trouve sans racines ( 200 mots<br />

environ).


APÊNDICE K<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - 3ª intervenção – G3<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Língua Francesa VI<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

DATA: 12/11/10<br />

Sequência didática: O gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE<br />

Público alvo: Alunos <strong>de</strong> francês – nível A2+ (± 300 horas – nível el<strong>em</strong>entar)<br />

Duração da sequência: 120 minutos<br />

OBJETIVO GERAL: Levar os alunos a uma discussão sobre as relações<br />

interculturais: cultura estrangeira e a cultura local, por meio <strong>de</strong> uma canção <strong>de</strong><br />

expressão francesa.<br />

1 o MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> discussão das figuras-chave<br />

da canção Touche pas à mon pote a partir <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> hipóteses.<br />

1 o Momento: trabalhar com os alunos as figuras-chave sorteadas por cada um da<br />

sala.<br />

Figuras-chave: Jean-Paul Sartre, Yannik Noah, Jean-Luc Goddard, Charles<br />

Aznavour, Brigitte Bardot e imagens <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong> culturas diversas.<br />

Anotar no quadro as hipóteses levantadas pelos alunos.<br />

Observar se os alunos consegu<strong>em</strong> estabelecer uma relação entre as<br />

figuras-chave, a cultura local e a estrangeira.<br />

2 o MÓDULO: Contribuir para estimular a competência da compreensão oral dos<br />

alunos a partir da música escutada.<br />

1 o Momento: Conduzir os alunos à organização das estrofes da canção, a partir <strong>de</strong><br />

palavras-chave contidas na letra.<br />

2 o Momento: Escutar a música com os alunos.<br />

Verificar como os alunos consegu<strong>em</strong> fazer a apreensão das palavraschave<br />

contidas na letra da música e observar se eles i<strong>de</strong>ntificam o subgênero<br />

musical.


3 o MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento mais lúdico na sala <strong>de</strong> aula com a<br />

exibição <strong>de</strong> um clipe.<br />

1 o Momento<br />

Clipe Touche pas à mon pote<br />

Verificar como se dão as trocas interculturais mostradas no clipe.<br />

Observar as reações <strong>de</strong>monstradas pelos alunos com relação às<br />

imagens vistas.<br />

4 o MÓDULO: Discutir com os alunos a t<strong>em</strong>ática da canção.<br />

1 o Momento: Conduzir os alunos à percepção da t<strong>em</strong>ática da canção.<br />

Letra da canção Touche pas à mon pote<br />

Apresentar a letra da música aos alunos<br />

Estimular os alunos a procurar<strong>em</strong> pistas, no texto, que os conduzam à<br />

confirmação <strong>de</strong> suas hipóteses.<br />

5 o MÓDULO: Destinar um t<strong>em</strong>po para produção, apresentação e discussão dos textos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos pelos alunos <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://gilberto-gil.lyrics.com.br/letras/551555/. Acesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

http://www.youtube.com/watch?v=EindrEcVVaE. Acesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Yannick_Noah. Acesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre. Acesso <strong>em</strong> 29/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Luc_Godard. Acesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Ed. Instituto Padre Reus. Porto Alegre-Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

2001, p. 97-109.<br />

BARAONA,G. Littérature en dialogues. France : Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J.(org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP: Mercado<br />

<strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUÊNCIA DIDÁTICA – 3 a intervenção<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Língua Francesa VI (G3)<br />

NOM:_______________________________________date:___/___/___<br />

ACTIVITÉS<br />

I- Compréhension orale et expression écrite<br />

1.Complétez les espaces avec les consignes et après écoutez la chanson.<br />

(1)______________ pas à mon (2)__________<br />

Ça veut dire (3)_____________ ?<br />

Ça veut dire (4) ______________<br />

Que le/la(5) ____________ qui habite chez (6)____________<br />

C‟est le (7)____________ qui habite chez (8)___________<br />

(1)- Porter la main sur, pour prendre, utiliser. (2)- Fam. Ami , copain fidèle.<br />

(3)- Pronom relatif et interrogatif désignant une chose. (4)- Adverbe indiquant<br />

une simple possibilité; contraire <strong>de</strong> sûr<strong>em</strong>ent. (5)- Ce qui est vivant et animé.<br />

(6)- Pronom personnel <strong>de</strong> la 3 ème personne du singulier (M/F). Complément<br />

d‟un adjectif attribut. (7)- Adjectif indéfini. (<strong>de</strong>vant le nom) I<strong>de</strong>ntique ou<br />

s<strong>em</strong>blable. (8)- Pronom personnel (forme tonique) <strong>de</strong> la 2 ème personne du<br />

singulier et <strong>de</strong> <strong>de</strong>ux genres. .<br />

II-Rapports interculturels<br />

1. Les personnages icônes cités dans la chanson répresentent-ils quelque<br />

chose pour vous ? Dites-nous.<br />

2. Il y a <strong>de</strong>s personnages connus dans votre culture qui peuvent être<br />

comparés à ceux <strong>de</strong> la chanson? Citez-les.<br />

3. Vous connaissez, dans votre culture le locale, <strong>de</strong>s chansons qui parlent <strong>de</strong><br />

ce même sujet ? Citez-les .<br />

4. Vous aimez le genre musical? Pourquoi ?<br />

5. Vous savez les raisons du compositeur parler <strong>de</strong> ce sujet ? De quel moment<br />

historique parle-t-il ?<br />

6. Vous connaissez le chanteur ? Vous l‟aimez ? ( )oui ( ) non<br />

Expliquez votre choix.<br />

7. Et le genre musical vous évoque un (autre) rythme brésilien? Pourquoi ?


8. Les images montrées dans le clip ont <strong>de</strong>s relations avec le texte « Touche<br />

pas à mon pote ». Donnez votre avis.<br />

III-compréhension écrite<br />

1. Pourquoi la chanson attire l‟attention sur le même « Être » en lettre<br />

majuscule ?<br />

2. Le texte dit que nous sommes tous importants, n‟importe où nous vivons.<br />

Montrez cette importance avec <strong>de</strong>s passages du texte.<br />

3. Qu‟est-ce qu‟il veut dire « Touche pas à mon pote »? Expliquez-nous.<br />

4. Il apparait les personnages Jean-Paul Sartre, Yannik Noah, Charles<br />

Aznavour, Jean-Luc Goddard et Brigitte Bardot. Quelle est la necessité <strong>de</strong><br />

les citer ?<br />

5. Il y a une révolte contre la France. Est-ce que la révolte est juste ?<br />

Explique-nous votre réponse.<br />

6. Pourquoi l‟importance <strong>de</strong> chercher les bras d‟une mère, une bonne mère<br />

dans un pays étranger ?<br />

IV- Expression écrite<br />

1- Vous avez un copain qui est touché par une situation <strong>de</strong> racisme à l‟université<br />

où vous étudiez. Vous êtes au courant du problème. Écrivez un texte en<br />

<strong>de</strong>montrant le besoin du respect à l‟Autrui en 800 mots environ.


APÊNDICE L<br />

SEQUÊNCIA DIDÁTICA - 3ª intervenção – GRUPO G4<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

DISCIPLINA: Literatura Francesa III<br />

PESQUISADORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

DATA: 17/11/10<br />

Sequência didática: O gênero canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula <strong>de</strong> FLE<br />

Público alvo: Alunos <strong>de</strong> francês – nível B1+ ( ± 450 horas – nível in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte)<br />

Duração da sequência: 120 minutos<br />

OBJETIVO GERAL: Levar os alunos a uma discussão sobre as relações<br />

interculturais: cultura estrangeira e a cultura local (materna), por meio <strong>de</strong> uma canção<br />

<strong>de</strong> expressão francesa.<br />

1 o MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> discussão das figuras-chave<br />

sobre a música Touche pas à mon pote a partir <strong>de</strong> levantamento <strong>de</strong> hipóteses.<br />

1 o Momento: trabalhar com os alunos as figuras-chave sorteadas por cada um da<br />

sala<br />

Figuras-chave: Jean-Paul Sartre, Yannik Noah, Jean-Luc Goddard, Charles<br />

Aznavour, Brigitte Bardot e figuras com pessoas <strong>de</strong> culturas e<br />

nacionalida<strong>de</strong>s diversificadas<br />

Anotar no quadro as hipóteses levantadas pelos alunos<br />

Observar se os alunos consegu<strong>em</strong> estabelecer uma relação das figuraschave<br />

entre a cultura local e a estrangeira.<br />

2 o MÓDULO: Contribuir para estimular a compreensão oral dos alunos a partir da<br />

música escutada<br />

1 o Momento: Conduzir os alunos à organização da música a partir <strong>de</strong> palavras-chave<br />

contidas na letra antes da escuta da música<br />

2 o Momento: escutar a música com os alunos<br />

Verificar como os alunos consegu<strong>em</strong> fazer a apreensão das palavraschave<br />

contidas na letra da música e o subgênero musical.<br />

3 o MÓDULO: Proporcionar aos alunos um momento <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontração na sala <strong>de</strong> aula<br />

com a exibição <strong>de</strong> um clipe


Clipe Touche pas à mon pote<br />

Verificar como se dão as trocas interculturais mostradas no clipe.<br />

Observar as reações <strong>de</strong>monstradas pelos alunos com relação às<br />

imagens vistas.<br />

4 o MÓDULO: Discutir com os alunos a música<br />

1 o Momento: Conduzir os alunos a percepção da t<strong>em</strong>ática da música.<br />

Letra da música Touche pas à mon pote<br />

Apresentar a letra da música junto aos alunos<br />

Estimular os alunos a procurar no texto pistas que os conduzam à<br />

confirmação <strong>de</strong> suas hipóteses.<br />

5 o MÓDULO: Destinar um t<strong>em</strong>po para produção, apresentação e discussão dos textos<br />

<strong>de</strong>senvolvidos pelos alunos <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula.<br />

BIBLIOGRAFIA:<br />

http://gilberto-gil.lyrics.com.br/letras/551555/ - A cesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

http://www.youtube.com/watch?v=EindrEcVVaE Acesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Yannick_Noah Acesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre Acesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Luc_Godard Acesso <strong>em</strong> 29/10/10<br />

AMORIN, V. e MAGALHÃES, V. S<strong>em</strong> aulas c<strong>em</strong> tédio; sugestões práticas e divertidas para o<br />

professor <strong>de</strong> Língua Estrangeira. Ed. Instituto Padre Reus. Porto Alegre-Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.<br />

2001, p. 97-109.<br />

BARAONA,G. Littérature en dialogues. France : Clé International, niveau intermédiaire, 2006.<br />

SCHNEUWLY, B. & DOLZ, J.(org.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas-SP: Mercado<br />

<strong>de</strong> Letras, 2004, p. 95-128.


ATIVIDADES CORRESPONDENTES À SEQUENCIA DIDÁTICA – 3 a intervenção<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE HUMANIDADES<br />

UNIDADE ACADÊMICA DE LETRAS<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO<br />

PROFESSORA: <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong> <strong>Sarinho</strong><br />

DISCIPLINA: Literatura Francesa III (G4)<br />

NOM: _______________________________________________DATE:___/____/____<br />

II-Compréhension orale.<br />

ACTIVITÉS<br />

1- La chanson est melangée. Après l‟écoute, mettez-la en ordre.<br />

Il fait chanter Charles Aznavour<br />

Il fait filmer Jean-Luc Goddard<br />

Il fait jolie Brigitte Bardot<br />

Il fait petit le plus grand Français<br />

Et fait plus grand le petit Chinois<br />

Touche pas à mon pote<br />

Ça veut dire quoi?<br />

Ça veut dire que l‟Être<br />

Qui a fait Jean-Paul Sartre penser<br />

Fait jouer Yannik Noah<br />

Il faut pas oublier que la France<br />

A déjà eu la chance<br />

De s‟imposer sur la terre<br />

Par la guerre<br />

Touche pas à mon pote<br />

Ça veut dire quoi?<br />

Ça veut dire peut-être<br />

Que l‟Être qui habite chez lui<br />

C‟est le même qui habite chez toi<br />

Les t<strong>em</strong>ps passés ont passé<br />

Maintenant nous venons ici<br />

Chercher les bras d‟une mère<br />

Bonne mère


III- Rapports Interculturels<br />

1- Qu‟est que les personnages icônes montrés dans la chanson répresentent pour<br />

vous ?<br />

2- Dans votre culture il y a <strong>de</strong>s personnages connus que vous pouvez comparer<br />

avec ceux <strong>de</strong> la chanson? Citez-les.<br />

3- Dans votre realité culturelle il y a d‟autres chansons qui parlent <strong>de</strong> ce même<br />

sujet ? Lesquelles ?<br />

4- Est-ce que vous aimez le genre musical ? Pourquoi ?<br />

5- Vous connaissaz le chanteur ? Vous l‟aimez ? ( ) oui ( ) non. Expliquez<br />

votre choix<br />

6- Que évoque pour vous le genre musical. Il y a d‟autres rythmes comme celuilà<br />

?<br />

7- Les images montrées dans le clip ont <strong>de</strong>s relations avec le texte « Touche pas<br />

à mon pote ». Donnez votre point <strong>de</strong> vue.<br />

IV- Compréhension écrite<br />

1- Pourquoi la chanson attire l‟attention sur la phrase : le même Être qui habite<br />

chez lui c‟est le même qui habite chez toi ?<br />

2- Qu‟est-ce qu‟il veut veut dire touche pas à mon pote ? Il y a quelques liens avec<br />

le réalisme littéraire que vous étudiez maintenant ?<br />

3- Pourquoi il apparait les personnages Jean-Paul Sartre, Yannik Noah, Charles<br />

Aznavour, Jean-Luc Goddard, Brigitte Bardot ? Vous le connaissez ?<br />

4- Vous savez les raisons du compositeur parler <strong>de</strong> ce sujet ? De quel moment<br />

historique parle-t-il ?<br />

5- Il y a une revolte contre la France, montrez-la dans le texte et justifiez votre<br />

réponse<br />

6- Pourquoi il cherche les bras d‟une mère, une bonne mère ?<br />

V-Expression écrite<br />

1. Vous avez un copain qui est est touché par une situation <strong>de</strong> racisme à<br />

l‟université où vous étidiez. Vous êtes au courant du problème Écrivez un texte<br />

en <strong>de</strong>montrant la necessité du respect à l‟Autrui en 600 mots environ.


APÊNDICE M<br />

QUESTIONÁRIO PÓS 3 a INTERVENÇÃO.<br />

Sua colaboração é relevante para nossa pesquisa. Assim gostaríamos que você respon<strong>de</strong>sse<br />

ainda este 3 o questionário. Suas respostas irão contribuir para a nossa pesquisa e, sobretudo,<br />

para a formação <strong>de</strong> futuros professores <strong>de</strong> francês na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>.<br />

1- PERFIL DA APRENDIZAGEM<br />

1. Você gostou da abordag<strong>em</strong> feita com esta canção? ( ) sim ( ) não<br />

Justifique sua resposta comparando com a última abordag<strong>em</strong> feita com a canção On a changé.<br />

____________________________________________________________________________<br />

2. Você acha que as ativida<strong>de</strong>s feitas com a canção <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula ajudaram na sua<br />

aprendizag<strong>em</strong> <strong>em</strong> FLE? ( ) sim ( ) não<br />

3. Qual das habilida<strong>de</strong>s você encontrou mais dificulda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>senvolver?<br />

( ) expressão oral ( ) compreensão oral ( ) compreensão cultural<br />

( ) compreensão escrita ( ) expressão escrita<br />

Explique: ___________________________________________________________________<br />

4. Qual das ativida<strong>de</strong>s você achou mais relevantes para compreen<strong>de</strong>r a canção?<br />

( ) levantamento <strong>de</strong> hipóteses ( ) escuta da canção ( ) apresentação do vi<strong>de</strong>oclipe<br />

( ) perguntas relacionadas à canção e cultura ( ) produção textual<br />

5. O que você melhor percebeu após trabalhar essa canção na sala <strong>de</strong> aula?<br />

( ) estereótipos ( ) representações ( ) enaltecimento da cultura materna<br />

( ) exercício <strong>de</strong> alterida<strong>de</strong> ( ) outra observação<br />

6. Após o enfoque da canção, você po<strong>de</strong>ria explicar <strong>em</strong> algumas palavras o que significa<br />

intercultural._________________________________________________________________<br />

1.7. Você acredita que abordag<strong>em</strong> intercultural no ensino <strong>de</strong> FLE ajuda na formação inicial do<br />

professor? ( ) sim ( ) não<br />

Explique: ___________________________________________________________________


ANEXOS


ANEXO A : CANÇÕES<br />

CHANSON MON PAYS<br />

Mon Pays Interprete: FAUDEL<br />

Langue : Francais<br />

Genre : raï<br />

Année : 2006<br />

Je ne connais pas ce soleil<br />

Qui brûle les dunes sans fins<br />

Je ne connais pas d’autres terres<br />

Que celle qui m’a tendu la main<br />

Et si un jour je pars d’ici<br />

Que je traverse le désert<br />

Pour aller voir d’ou vient ma vie<br />

Dans quelle rue jouait mon père<br />

Moi qui suis né près <strong>de</strong> Paris<br />

Sous tout ce vent, toute cette pluie<br />

Je n’oublierai<br />

Jamais mon pays<br />

Jamais mon pays<br />

Et si <strong>de</strong>main comme aujourd’hui<br />

Je dois faire le tour <strong>de</strong> la terre<br />

Pour chanter aux mon<strong>de</strong>s mes envies<br />

Voyager <strong>de</strong>s années entières<br />

Moi qui suis né tout près d’ici<br />

Même si je quitte mes amis<br />

Je n’oublierais<br />

Jamais mon pays<br />

Troooop<br />

De souvenirs gravés qui courent<br />

D’ écoles et d’ été<br />

Trop d’ amours pour oublier<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Troooop<br />

De t<strong>em</strong>ps abandonné<br />

Sur les bancs <strong>de</strong> ma cité<br />

Trop d’ amis pour oublier<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Je ne connais pas ce parfum<br />

De menthe et <strong>de</strong> sable brûlant<br />

Mais seul<strong>em</strong>ent les <strong>em</strong>bruns<br />

Où les rouleaux <strong>de</strong> l’océan<br />

Et toi qui me trouve un peu mate<br />

Pour ses rues bordées <strong>de</strong> prairies<br />

Un peu trop blanc couleur d ‘Euphrate<br />

Pour ses poèmes que j’ai appris<br />

Tu es bien le seul que j’oublie<br />

Telle l’ étoile fidèle à la nuit<br />

Je n’oublierais<br />

Jamais mon pays<br />

Jamais mon pays<br />

Troooop<br />

De souvenirs gravés qui courent<br />

D’ écoles et d’ été<br />

Trop d’ amours pour oublier<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Troooop<br />

De t<strong>em</strong>ps abandonné<br />

Sur les bancs <strong>de</strong> ma cité<br />

Trop d’ amis pour oublier<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Et comme toi j’attends la pluie<br />

Pour lui dire toutes mes peines<br />

Tout comme toi, je lui souris<br />

Quand elle tombe sur la plaie<br />

Quand elle tombe sur la plaie<br />

Troooop<br />

De souvenirs gravés qui courent<br />

D’ écoles et d’ été<br />

Trop d’ amours pour oublier<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Troooop<br />

De t<strong>em</strong>ps abandonné<br />

Sur les bancs <strong>de</strong> ma cité<br />

Trop d’ amis pour oublier<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Troooop<br />

De souvenirs gravés qui courent<br />

D’ écoles et d’ été<br />

Trop d’ amours pour oublier<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Troooop<br />

De t<strong>em</strong>ps abandonné<br />

Sur les bancs <strong>de</strong> ma cité<br />

Trop d’ amis pour oublier<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

Que c’est ici que je suis né<br />

http://fau<strong>de</strong>l.musicas.mus.br/letras/819284/ acesso <strong>em</strong> 17/09/09<br />

http://www.youtube.com/watch?v=cxQg4Ii-U0s – vi<strong>de</strong>oclipe da música<br />

http://voyageforum.com/voyage/photos_tl<strong>em</strong>cen_en_algerie_D2410687/<br />

- acesso <strong>em</strong> 02/05/10<br />

http://fr.wikipedia.org/wiki/Mantes-la-Jolie- acesso <strong>em</strong> 02/05/10


CHANSON ON A CHANGÉ<br />

On a changé Interpretes: LES DÉESSES<br />

Langue : Francais<br />

Genre : zouk<br />

Année : 2007<br />

Toutes ces années tu m'as manqué<br />

On a changé<br />

On a grandi<br />

Trop loin tous les <strong>de</strong>ux<br />

Refrain: x2<br />

On était <strong>de</strong>s voisins, au pays<br />

On se tenait la main tous petits<br />

Puis soudain un matin, maman m'a dit<br />

Non n'aie pas trop <strong>de</strong> chagrin<br />

On part à Paris, on part<br />

On part loin d'ici, on part<br />

Refrain x2<br />

L'avion en France atterrit<br />

Je sens déjà le froid le ciel est gris<br />

J'me suis fait d'nouveaux amis<br />

Je pars un peu <strong>de</strong> là bas p'tit-a -p'tit<br />

Je grandis, on oublie, on hérite<br />

C'est une nouvelle vie<br />

Qui me sourit<br />

Refrain x2<br />

http://musikafrancesa.blogspot.com/20<br />

09/01/les-<strong>de</strong>sses-saveurs-exotiques-<br />

2007.html- acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

http://letras.terra.com.br/les<strong>de</strong>esses/1069970/-<br />

acesso <strong>em</strong> 23/11/09<br />

Déjà dix ans<br />

Y a si longt<strong>em</strong>ps<br />

En y pensant<br />

On était <strong>de</strong>s enfants<br />

Aujourd'hui, j'ai grandi<br />

Aujourd'hui, t'as grandi<br />

Il est t<strong>em</strong>ps <strong>de</strong> revenir au pays<br />

Voir l'homme <strong>de</strong> mes souvenirs au pays<br />

Il m'était <strong>de</strong>stiné,<br />

Je vais le retrouver,<br />

Il se souviendra peut-être, pas <strong>de</strong> moi<br />

Je l'ai toujours aimé<br />

Refrain x4


CHANSON UN HOMME SANS RACINES<br />

Un homme sans racines Interprete: GÉRALD DE PALMAS<br />

Langue : Francais<br />

Genre : pop rock<br />

Année : 2004<br />

Plus je prends <strong>de</strong> l'âge plus j'oublie<br />

Là où je suis né<br />

Peu à peu mon coeur a enfui<br />

ce qui fait mon passé<br />

Difficile <strong>de</strong> vivre le présent sans avant sans après<br />

Alors j'avance au hasard d'un pas mal assuré<br />

Je suis un homme sans racines<br />

Au moindre vent je m'incline<br />

Juste un homme sans racines<br />

Je pense à <strong>de</strong>main et j'imagine<br />

Parfois <strong>de</strong>s visages me reviennent<br />

mais je préfère tirer un trait<br />

Sur ce mélange <strong>de</strong> bons souvenirs<br />

mais aussi <strong>de</strong> mauvais<br />

J'aimerai trouver un endroit pour me reccueillir<br />

Un endroit où puiser ma force, la force <strong>de</strong> m'affranchir<br />

Je suis un homme sans racines<br />

Au moindre vent je m'incline<br />

Juste un homme sans racines<br />

Je pense à <strong>de</strong>main et j'imagine<br />

Au moment opportun<br />

Je tuerai mes démons un par un<br />

Fort et serein je ne serai plus...<br />

Je suis un homme sans racines<br />

Au moindre vent je m'incline<br />

Juste un homme sans racines<br />

Je pense à <strong>de</strong>main et j'imagine<br />

http://www.youtube.com/watch?v=zDTXwUmxAHY&feature=fvw- acesso 20/11/09<br />

http://www.answers.com/topic/un-homme-sans-racines-1#Release_history – acesso 20/11/09<br />

http://www.parolesmania.com/paroles_gerald_<strong>de</strong>_palmas_4411/paroles_un_homme_sans_racines_163263.html - acesso<br />

20/11/09


CHANSON TOUCHE PAS A MON POTE<br />

Touche pas a mon pote Interprete: GILBERTO GIL<br />

Langue : Francais<br />

Genre : Afro<br />

Année : 1988<br />

Touche pas à mon pote<br />

Ça veut dire quoi?<br />

Ça veut dire peut être<br />

Que l’Être qui habite chez lui<br />

C’est le même qui habite chez toi<br />

Touche pas à mon pote<br />

Ça veut dire quoi?<br />

Ça veut dire que l’Être<br />

Qui a fait Jean-Paul Sartre penser<br />

Fait jouer Yannik Noah<br />

Touche pas à mon pote<br />

Il faut pas oublier que la France<br />

A déjà eu la chance<br />

De s’imposer sur la terre<br />

Par la guerre<br />

Les t<strong>em</strong>ps passés ont passé<br />

Maintenant nous venons ici<br />

Chercher les bras d’une mère<br />

Bonne mère<br />

Touche pas à mon pote<br />

Touche pas à mon pote<br />

Ça veut dire quoi?<br />

Ça veut dire peut être<br />

Que l’Être qui habite chez lui<br />

C’est le même qui habite chez toi<br />

Touche pas à mon pote<br />

Ça veut dire quoi?<br />

Ça veut dire que l’être<br />

Qui a fait Jean-Paul Sartre penser<br />

Fait jouer Yannik Noah<br />

Il fait chanter Charles Aznavour<br />

Il fait filmer Jean-Luc Goddard<br />

Il fait jolie Brigitte Bardot<br />

Il fait petit le plus grand Français<br />

Et fait plus grand le petit Chinois<br />

Touche pas à mon pote<br />

http://gilberto-gil.lyrics.com.br/letras/551555/<br />

- acesso <strong>em</strong> 12/10/10<br />

http://www.youtube.com/watch?v=EindrEcVVa<br />

E – acesso <strong>em</strong> 12/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Yannick_Noah -<br />

acesso <strong>em</strong> 12/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Paul_Sartre -<br />

acesso <strong>em</strong> 12/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Aznavour -<br />

acesso <strong>em</strong> 12/10/10<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Luc_Godard -<br />

acesso <strong>em</strong> 12/10/10


ANEXO B<br />

–<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE<br />

CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL<br />

CURSO DE LETRAS – PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E<br />

ENSINO-UFCG/PB<br />

Esta pesquisa é sobre A canção francófona como um el<strong>em</strong>ento propiciador para as trocas<br />

interculturais na formação inicial do professor e está sendo <strong>de</strong>senvolvida por <strong>Maria</strong> <strong>Dalva</strong><br />

<strong>Sarinho</strong>, mestranda do Curso <strong>de</strong> pós-graduação <strong>em</strong> Linguag<strong>em</strong> e Ensino da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral<br />

<strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>, sob a orientação da Prof a Dr a Josilene Pinheiro-Mariz.<br />

Os objetivos do estudo são: fazer uma investigação qualitativa sobre a canção francófona<br />

<strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula com professores <strong>de</strong> Francês Língua Estrangeira (FLE) da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Campina Gran<strong>de</strong>. Intentamos observar como são estabelecidas as relações interculturais<br />

<strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula e preten<strong>de</strong>mos também i<strong>de</strong>ntificar como os professores <strong>em</strong> formação<br />

perceb<strong>em</strong> essa abordag<strong>em</strong> <strong>em</strong> FLE. Esta pesquisa t<strong>em</strong> características <strong>de</strong> pesquisa-ação<br />

(pesquisadores e participantes estão envolvidos <strong>de</strong> modo cooperativo ou participativo, a<br />

fim <strong>de</strong> buscar resolver um probl<strong>em</strong>a coletivamente).<br />

A finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste trabalho é contribuir para trazer informações importantes sobre a atualida<strong>de</strong> no<br />

ensino <strong>de</strong> FLE na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>. Desse modo, acreditamos que o conhecimento que<br />

será construído a partir <strong>de</strong>sta pesquisa redundará <strong>em</strong> benefícios evi<strong>de</strong>ntes para todos aqueles<br />

interessados pela língua francesa (francófonos e francófilos) na nossa conjuntura.<br />

A sua participação na pesquisa é voluntária e, portanto, o(a) senhor(a) não é obrigado(a) a fornecer<br />

as informações e/ou colaborar com as ativida<strong>de</strong>s solicitadas pelo Pesquisador(a). Caso <strong>de</strong>cida não<br />

participar do estudo, ou resolver a qualquer momento <strong>de</strong>sistir do mesmo, não sofrerá nenhum dano,<br />

n<strong>em</strong> haverá modificação na assistência que v<strong>em</strong> recebendo na Instituição.<br />

A sua participação nesta pesquisa não traz complicações legais n<strong>em</strong> <strong>de</strong>sconforto, tampouco riscos à<br />

dignida<strong>de</strong> humana. A pesquisadora apenas estará <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, com um gravador <strong>de</strong> áudio para<br />

registro das aulas e fazendo anotações e/ou participando das aulas (caso necessite) durante s<strong>em</strong>estre<br />

2009.2 e/ou 2010.1. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obe<strong>de</strong>c<strong>em</strong> aos Critérios da Ética <strong>em</strong>


Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução n o . 196/96 do Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.<br />

Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignida<strong>de</strong>.<br />

Solicito sua permissão para que a aula seja gravada, quando necessário, como também sua<br />

autorização para apresentar os resultados <strong>de</strong>ste estudo <strong>em</strong> eventos da área <strong>de</strong> Linguística e/ou<br />

Letras e publicar <strong>em</strong> revista científica. Por ocasião da publicação dos resultados, seu nome será<br />

mantido <strong>em</strong> sigilo.<br />

O(s) pesquisador(es) estará(ão) a sua disposição para qualquer esclarecimento que consi<strong>de</strong>re<br />

necessário <strong>em</strong> qualquer etapa da pesquisa.<br />

Diante do exposto, <strong>de</strong>claro que fui <strong>de</strong>vidamente esclarecido(a) e dou o meu consentimento para<br />

participar da pesquisa e para publicação dos resultados. Estou ciente que receberei uma cópia <strong>de</strong>sse<br />

documento.<br />

_____________________________________________<br />

Assinatura do Participante da Pesquisa<br />

ou Responsável Legal<br />

________________________________________<br />

Assinatura da Pesquisadora Responsável<br />

_________________________________________<br />

Assinatura da Pesquisadora<br />

En<strong>de</strong>reço (Setor <strong>de</strong> Trabalho) do Pesquisador Responsável:<br />

NOME E O TELEFONE PARA CONTATO<br />

Orientador: Prof a . Dr a . JOSILENE PINHEIRO-MARIZ


RG: 488080913-68<br />

Tel.: (83) 33 21-59 21 / (83) 93 05-87 94<br />

Tel.: Setor <strong>de</strong> trabalho (83) 3310-1398<br />

CEP: 58101-280 – Campina Gran<strong>de</strong><br />

En<strong>de</strong>reço do setor <strong>de</strong> trabalho: Av. Aprígio Veloso, 882<br />

Bairro Universitário – Bodocongó<br />

CEP: 58429-900 – Campina Gran<strong>de</strong>-PB<br />

e-mail: jsmariz22@hotmail.com<br />

NOME E O TELEFONE PARA CONTATO<br />

Pesquisador: MARIA DALVA SARINHO<br />

RG: 728.631-SSP/PB<br />

Tel: (83) 33 22-7455 / (83) 91 56-93 37<br />

Tel. Setor <strong>de</strong> trabalho (83)3322-1701<br />

Setor <strong>de</strong> trabalho: Av. Manoel Tavares, 160 – Alto Branco<br />

CEP: 58402-068 - Campina Gran<strong>de</strong>/PB<br />

En<strong>de</strong>reço resi<strong>de</strong>ncial: Rua Manoel Pereira <strong>de</strong> Araújo, 185 – Centro<br />

CEP: 58400-202 - Campina Gran<strong>de</strong>/PB<br />

e-mails: dalva_sarinho@yahoo.com.br / dalva.sarinho@gmail.com

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!