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SUMÁRIO<br />
1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 4<br />
2. OS COMPONENTES DO PREÇO DE VENDA NOS<br />
SERVIÇOS ......................................................................................... 8<br />
3. APURAÇÃO DE CUSTOS E DE<strong>SP</strong>ESAS FIXAS .................. 29<br />
4. DEPRECIAÇÃO ......................................................................... 63<br />
5 - APURAÇÃO E DE<strong>SP</strong>ESAS DOS CUSTOS – DE<strong>SP</strong>ESAS<br />
VARIÁVEIS ..................................................................................... 68<br />
6. CÁLCULO DO VALOR HORA ................................................ 74<br />
7- ENCERRAMENTO .................................................................. 106<br />
8- GABARITO DAS ATIVIDADES ............................................ 115<br />
3
1. INTRODUÇÃO<br />
Você está iniciando a leitura do material CONTROLE DOS<br />
GASTOS NO SERVIÇO. Para você, que possui um negócio,<br />
chegou o momento de aprender a exercer uma administração<br />
financeira consciente e, assim, aumentar o lucro da sua<br />
empresa.<br />
O SEBRAE-<strong>SP</strong> já está integrado às redes sociais da Internet.<br />
Estamos <strong>no</strong> Twitter, Fac<strong>ebook</strong> e Youtube. Se você já faz<br />
parte ou quer iniciar sua participação nas redes, terá uma<br />
ótima oportunidade!<br />
Use os contatos obtidos nas redes sociais para melhorar o seu<br />
negócio.<br />
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4
Imagem de João Paulo na sua oficina<br />
— Olá! Meu <strong>no</strong>me é João Paulo. Sou empresário da Fórmula<br />
1 Oficina e gostaria de dar boas-vindas a você que vai iniciar o<br />
curso “Controle de Gastos <strong>no</strong> Serviço”.— Antes de começar,<br />
gostaria de apresentar a você as pessoas que trabalham aqui<br />
comigo.<br />
Imagem dos personagens João Paulo, Décio, Camilo, Joana e<br />
Marina<br />
5
— Marina é minha filha e sócia. Ela está aqui na oficina há<br />
pouco tempo — diz João Paulo.<br />
— Olá! É um prazer receber você em <strong>no</strong>ssa oficina! — diz<br />
Marina.<br />
— Joana é <strong>no</strong>ssa auxiliar administrativa, que <strong>no</strong>s ajuda muito<br />
— diz João Paulo.<br />
— Com certeza! Aqui trabalho é que não falta! — diz Joana.<br />
— O Décio é meu mecânico de confiança. Trabalha comigo há<br />
muitos a<strong>no</strong>s... Conserta carro como ninguém! — diz João<br />
Paulo.<br />
— Que isso, patrão! Mas, elogios à parte, gosto muito do<br />
trabalho que faço aqui — diz Décio.<br />
— E Camilo é ajudante do Décio. É <strong>no</strong>vo na oficina, mas já<br />
mostra muita competência em seu trabalho — diz João Paulo.<br />
— Obrigado, Sr. João Paulo! — diz Camilo.<br />
— Aqui também trabalham o Gilmar e o Osvaldo, dois<br />
profissionais muito competentes e dedicados — diz João<br />
Paulo.<br />
— Há muitos a<strong>no</strong>s, tenho este estabelecimento e, com o<br />
passar do tempo, reparei que abriram outras oficinas aqui <strong>no</strong><br />
bairro. Tenho ob<strong>serv</strong>ado que as <strong>no</strong>vas oficinas possuem<br />
6
alguns preços mais baixos e, ainda por cima, fazem diversas<br />
promoções e descontos para o mesmo <strong>serv</strong>iço que eu presto.<br />
— diz João Paulo.<br />
— Além disso, percebi que alguns clientes meus deixaram de<br />
vir à oficina e passaram a procurar os <strong>serv</strong>iços dos meus<br />
<strong>no</strong>vos concorrentes — diz João Paulo.<br />
— Isso me preocupou muito! Fiquei me perguntando o porquê<br />
dessa diferença e como posso agir para manter os meus<br />
preços tão atrativos quanto aos dos meus concorrentes — diz<br />
João Paulo.<br />
— Se você também possui essas dúvidas, venha comigo e<br />
assim aprenderemos juntos! — diz João Paulo.<br />
Você sabe o que é preciso para se ter um controle de<br />
<strong>gastos</strong> <strong>no</strong> comércio?<br />
Para responder a esta e outras questões, leia este material até<br />
o fim e aprenda como proceder para manter esse controle.<br />
7
2. OS COMPONENTES DO PREÇO DE VENDA NOS<br />
SERVIÇOS<br />
Imagem dos personagens João Paulo e Joana conversando na<br />
oficina<br />
— Acho que, com a Marina aqui, vou conseguir tirar as minhas<br />
dúvidas, pois sei que ela tem bons conhecimentos nessa área.<br />
— diz João Paulo.<br />
— Oi, Joana! Você viu a Marina por aí? — diz João Paulo.<br />
— Acho que ela está lá em cima <strong>no</strong> escritório, Sr. João Paulo.<br />
— Obrigado! Se alguém precisar de mim, me chame lá em<br />
cima então.<br />
8
Imagem dos personagens João Paulo e Marina conversando <strong>no</strong><br />
escritório da oficina<br />
— Oi, Marina! Então, você já conseguiu descobrir qual o<br />
problema com <strong>no</strong>ssos preços? — diz João Paulo.<br />
— Oi, pai! Que bom que o senhor subiu. Estou justamente<br />
procurando o seu cader<strong>no</strong> com as a<strong>no</strong>tações dos <strong>gastos</strong> da<br />
oficina.<br />
— Para entender a situação da empresa e descobrir qual é o<br />
problema com o <strong>no</strong>sso preço, eu preciso organizar as contas.<br />
Vou começar organizando este cader<strong>no</strong> — diz Marina.<br />
9
— Não tenho esses dados a<strong>no</strong>tados, minha filha. Até comecei<br />
a a<strong>no</strong>tar uma vez, mas não tornei isso uma rotina.<br />
Imagem dos personagens João Paulo e Marina conversando <strong>no</strong><br />
escritório da oficina<br />
— Mas, pai, esses dados são muito importantes para o senhor<br />
saber o custo dos seus <strong>serv</strong>iços. Sem eles, fica difícil calcular<br />
os custos e verificar se o lucro da empresa é bom ou se<br />
podemos aumentá-lo.<br />
10
— É, filha, eu imaginei... mas eu não sei como fazer essas<br />
a<strong>no</strong>tações da maneira correta, não sei o que a<strong>no</strong>tar e nem<br />
como calcular. Sempre achei muito difícil e, além disso, toma<br />
muito tempo!<br />
11
— Tudo bem, vou te explicar, e você vai ver como não é difícil<br />
fazer esses cálculos. Você verá que esse tempo dedicado à<br />
apuração dos custos dá ao empresário mais controle e poder<br />
de decisão sobre o seu negócio. No <strong>no</strong>sso caso, pai, vamos<br />
entender o que está acontecendo na oficina para deixarmos<br />
de perder clientes para os concorrentes, como está<br />
acontecendo <strong>no</strong>s últimos tempos — diz Marina.<br />
— Estou muito interessado, Marina. Acho que seria<br />
interessante a Joana saber também. Vamos descer? — diz<br />
João Paulo.<br />
Imagem da Marina, Joana e João Paulo conversando na oficina<br />
12
João Paulo e Marina vão conversar com Joana e, após<br />
explicarem o problema, Joana responde:<br />
— É, Marina, realmente a<strong>no</strong>tamos algumas coisas aqui, mas<br />
não temos esse hábito, não sabemos o que fazer com esses<br />
dados. Acho que o que temos não vai ajudar muito.<br />
— Se você quiser dar uma olhada, tenho esses dados. Eu os<br />
peguei ontem <strong>no</strong> escritório para arrumar — diz Joana.<br />
— É... Não temos tudo aqui, mas algumas coisas podem<br />
ajudar — diz Marina.<br />
— Bem, primeiro é importante saber que todos os <strong>gastos</strong> que<br />
a oficina possui “são relevantes”. E, para saber o que foi gasto<br />
e quanto foi gasto, são necessárias três coisas — diz Marina.<br />
— É preciso ter disciplina, um local para a<strong>no</strong>tar e saber usar<br />
as informações que estão ali a<strong>no</strong>tadas — diz Marina.<br />
O que é preciso saber para ter controle dos custos?<br />
Uma mulher e dois homens olhando para algumas folhas que um dos<br />
homens segura nas mãos.<br />
13
Em uma empresa, é preciso saber exatamente quanto se<br />
gasta, em que se gasta e por que se gasta! Isso é ter<br />
disciplina. É necessário ter onde a<strong>no</strong>tar os valores <strong>gastos</strong> para<br />
fazer o controle.<br />
Porém, não basta ter disciplina, ter tudo a<strong>no</strong>tado e não saber<br />
como utilizar as informações que se têm em mãos para saber<br />
o que aconteceu e o que isso representa para a empresa.<br />
Saber utilizar as informações sobre custos é tão importante<br />
quanto registrar os valores <strong>gastos</strong>, pois com essas<br />
informações é possível entender o que acontece com os<br />
<strong>gastos</strong> e, assim, saber como é possível gastar me<strong>no</strong>s.<br />
Imagem de uma prancheta com uma folha e um lápis<br />
14
Verifique os itens abaixo:<br />
ATIVIDADE 1<br />
Para controlar os <strong>gastos</strong>, é preciso...<br />
( ) A<strong>no</strong>tar o que gastou e quanto.<br />
( ) Saber analisar os <strong>gastos</strong> a<strong>no</strong>tados.<br />
( ) A<strong>no</strong>tar somente os grandes <strong>gastos</strong>.<br />
( ) A<strong>no</strong>tar os <strong>gastos</strong> diariamente.<br />
( ) A<strong>no</strong>tar os <strong>gastos</strong> sem analisá-los.<br />
Não se esqueça! Confira a resposta <strong>no</strong> gabarito.<br />
Fique atento! Saber utilizar as informações sobre custos é tão<br />
importante quanto registrar os valores <strong>gastos</strong>, pois com essas<br />
informações é possível entender tudo o que acontece na<br />
empresa para, assim, saber se é possível gastar me<strong>no</strong>s ou<br />
lucrar mais.<br />
15
Após voltar à oficina...<br />
Imagem da Marina, Joana e João Paulo conversando na oficina.<br />
— Agora que vocês já sabem da importância de se a<strong>no</strong>tar<br />
<strong>gastos</strong>, é preciso saber a diferença entre custos e despesas<br />
— diz Marina.<br />
— Nossa, Marina! Eu sempre achei que custo e despesa<br />
fossem as mesmas coisas — diz Joana.<br />
— É verdade... pois, se algo custou algum valor, ele é uma<br />
despesa, não é? — diz João Paulo.<br />
— Bem, isso é verdade, mas a origem do custo é diferente da<br />
origem da despesa — diz Marina.<br />
16
Imagem da Marina, Joana e João Paulo conversando na oficina.<br />
— Vejam só! Custo é o gasto que está diretamente ligado à<br />
prestação do <strong>serv</strong>iço — diz Marina.<br />
— Como assim? — diz Joana.<br />
— Vamos até o Camilo para eu poder exemplificar melhor? —<br />
diz Marina.<br />
— As peças utilizadas <strong>no</strong> conserto dos carros são<br />
consideradas custos, pois estão totalmente ligadas à<br />
prestação de <strong>serv</strong>iços — diz Marina.<br />
17
Imagem da Marina, Joana e João Paulo conversando na oficina.<br />
— E o que seria a despesa aqui? — diz João Paulo.<br />
— A despesa é um gasto que não está diretamente envolvido<br />
<strong>no</strong> <strong>serv</strong>iço, mas que é necessário para a realização desse<br />
<strong>serv</strong>iço. Como, por exemplo, a energia elétrica gasta na<br />
iluminação da oficina para os mecânicos trabalharem — diz<br />
Marina.<br />
— Entendi... Então, quando eu for definir o preço da venda<br />
dos meus <strong>serv</strong>iços, eu devo analisar todos os meus custos e<br />
as minhas despesas? — diz João Paulo.<br />
— Exatamente! E, ao saber quais são os seus custos e as<br />
suas despesas, fica fácil saber quais valores podem ser<br />
alterados para diminuir o seu custo e aumentar o seu lucro —<br />
18
diz Marina.<br />
— Mas como assim alterar os valores dos custos e das<br />
despesas? Isso é possível? — diz Joana.<br />
— É possível sim! Existem alguns <strong>gastos</strong> que podem ter os<br />
seus valores alterados. Mas existem outros que não podem<br />
ser modificados pelo empresário como os impostos, por<br />
exemplo — diz Marina.<br />
Impostos: Toda empresa é obrigada por lei a emitir uma <strong>no</strong>ta<br />
fiscal ao cobrar os seus <strong>serv</strong>iços e, sobre esse total cobrado,<br />
deve-se recolher alguns IMPOSTOS:<br />
ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços:<br />
cobrados em caso de transportadoras e empresas de<br />
manutenção e consertos de máquinas e equipamentos que<br />
vendem peças.<br />
ISS - Imposto Sobre Serviços.<br />
COFINS - Contribuição para Financiamento da Seguridade<br />
Social.<br />
PIS - Programa de Integração Social.<br />
CSSL - Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido.<br />
IRPJ - Imposto de Renda da Pessoa Jurídica.<br />
19
SIMPLES - Imposto Simplificado para Microempresas e<br />
Empresas de Peque<strong>no</strong> Porte.<br />
A empresa também não pode alterar os valores sobre:<br />
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social.<br />
FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.<br />
IPTU - Imposto Predial e Territorial Urba<strong>no</strong>.<br />
TFE - Taxa de Fiscalização de Estabelecimento.<br />
IOF - Imposto sobre Operações Financeiras.<br />
De volta à oficina.<br />
Imagem da Marina, Joana e João Paulo<br />
— Como eu disse antes, existem alguns <strong>gastos</strong> que podem<br />
ser alterados. O aluguel é um deles. Basta negociar com o<br />
20
locador. Porém, respeitando as regras do contrato — diz<br />
Marina.<br />
— É verdade, Marina. E também é possível alterar os valores<br />
<strong>gastos</strong> com água, luz, limpeza e telefone, não é? Pois, para<br />
isso, é só eco<strong>no</strong>mizar ficando atentos ao consumo — diz João<br />
Paulo.<br />
— Exatamente, pai! — diz Marina.<br />
DICA: Mesmo <strong>no</strong> caso de imóvel próprio, é importante lançar<br />
o valor do aluguel na sua relação de <strong>gastos</strong>.<br />
— Também posso reduzir os <strong>gastos</strong> na compra de material<br />
fazendo pesquisa de preço e analisando qual fornecedor trará<br />
vantagem para a empresa — diz João Paulo.<br />
— Com certeza, pai. Esta é uma ótima forma de diminuir o<br />
custo do seu <strong>serv</strong>iço — diz Marina.<br />
— Outra forma de interferir <strong>no</strong> preço do <strong>serv</strong>iço é diminuindo o<br />
lucro — diz João Paulo.<br />
— Isso é verdade, Sr. João Paulo. Já li que, reduzindo as<br />
margens de lucro, a empresa pode até alcançar um preço<br />
competitivo em relação aos da concorrência — diz Joana.<br />
21
O LUCRO<br />
O lucro só é quantificado depois<br />
que todos os componentes do<br />
preço estiverem considerados, ou<br />
seja, depois de retirar todos os<br />
valores referentes ao preço do<br />
<strong>serv</strong>iço (custos, despesas e pró-<br />
labore – remuneração dos sócios<br />
que trabalham na empresa). O que sobrar, é considerado<br />
lucro.<br />
Uma mão segurando<br />
algumas <strong>no</strong>tas de<br />
cinquenta reais.<br />
22
ATIVIDADE 2<br />
Abaixo, há algumas a<strong>no</strong>tações de custos e despesas que<br />
João Paulo fez em seu cader<strong>no</strong>. Analise cada item e pense<br />
em seis itens que podem sofrer intervenção <strong>no</strong>s seus valores:<br />
( ) INSS<br />
( ) Salário dos colaboradores<br />
( ) Despesas bancárias<br />
( ) Pagamento do contador<br />
( ) Aluguel<br />
( ) Materiais (do escritório e da oficina)<br />
( ) Manutenções (do prédio, de equipamentos)<br />
( ) Contas de água, telefone e energia<br />
( ) Associações e sindicatos<br />
( ) ICMS<br />
23
No escritório da oficina...<br />
— Pensando bem, agora eu sei que posso interferir um pouco<br />
<strong>no</strong>s salários de meus colaboradores, ob<strong>serv</strong>ando, claro, o<br />
mínimo estabelecido pelo sindicato. E sei também que posso<br />
diminuir os valores pagos na manutenção da oficina buscando<br />
um melhor preço — diz João Paulo.<br />
— Diminuindo os <strong>gastos</strong> aqui na oficina, poderei ser mais<br />
competitivo com os meus concorrentes e até aumentar o lucro<br />
para investir <strong>no</strong> meu negócio — diz João Paulo.<br />
— Estou começando a entender por que os meus<br />
concorrentes conseguem preços e descontos tão atrativos —<br />
diz João Paulo.<br />
— Viram como é importante diferenciar as despesas dos<br />
custos? — diz Marina.<br />
— Realmente! Então, Joana, acho que já podemos começar a<br />
organizar o meu cader<strong>no</strong>... — diz João Paulo.<br />
— Pode deixar comigo, Sr. João Paulo! Vou lá em cima agora<br />
mesmo e depois confirmo com a Marina se está tudo certo —<br />
diz Joana.<br />
Após algum tempo, Marina vai ao encontro de Joana.<br />
24
Imagem de Joana e Marina conversando <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
Gastos fixos e <strong>gastos</strong> variáveis<br />
— E aí, Joana? Está dando tudo certo?<br />
— Está sim, Marina. Só que agora me surgiu uma dúvida...<br />
Percebi que existem <strong>gastos</strong> que todo mês são iguais e<br />
existem outros <strong>gastos</strong> que variam conforme <strong>no</strong>sso volume de<br />
<strong>serv</strong>iços.<br />
— Ah, sim! É que existem alguns custos e despesas que são<br />
fixos e outros que são variáveis. Ao fazer o levantamento de<br />
25
custos e despesas em uma empresa, deve-se ob<strong>serv</strong>ar a<br />
forma como o item entra na composição do custo total do<br />
<strong>serv</strong>iço.<br />
— Como assim?<br />
— Por exemplo, os impostos relacionados às vendas: quanto<br />
maior o volume do faturamento de <strong>serv</strong>iços, maior o valor dos<br />
impostos a pagar. Portanto, esse item é variável, ou seja, na<br />
medida em que houver aumento ou diminuição dos <strong>serv</strong>iços,<br />
há também o aumento ou diminuição desse gasto — diz<br />
Marina.<br />
— Já os custos ou despesas fixos independem da venda dos<br />
<strong>serv</strong>iços, ou seja, não aumentam e nem diminuem com o<br />
aumento ou não dos <strong>serv</strong>iços — diz Marina.<br />
— Como o aluguel, por exemplo? Porque não importa o<br />
quanto de <strong>serv</strong>iços a empresa venda, o aluguel sempre será o<br />
mesmo — diz Joana.<br />
— Exatamente, Joana! Mesmo que a oficina não conserte<br />
carro algum, deverá pagar todos os custos e despesas fixos!<br />
— diz Marina.<br />
26
ATIVIDADE 3<br />
Agora é com você! Abaixo tem uma coluna com despesas.<br />
Você vai avaliar os itens e ver quais são as despesas fixas e<br />
quais são as variáveis. Lembre-se: essa atividade te ajudará<br />
na compreensão do que foi estudado até agora. Avalie 1 para<br />
despesas fixas e 2 para despesas variáveis. E não se esqueça<br />
de conferir a resposta <strong>no</strong> gabarito.<br />
( ) Materiais utilizados <strong>no</strong>s consertos<br />
( ) Ho<strong>no</strong>rários do contador<br />
( ) Comissões<br />
( ) Impostos<br />
( ) Salários<br />
( ) Aluguel<br />
( ) Material de limpeza<br />
27
Imagem de uma<br />
pessoa pensando<br />
Saber distinguir os custos (e despesas)<br />
fixos e variáveis lhe permite gerenciar<br />
melhor a sua empresa e,<br />
consequentemente, formar um preço de<br />
venda mais adequado. O controle dos<br />
custos é uma grande ferramenta para<br />
potencializar seus lucros.<br />
Uma forma prática de entender custos e despesas fixas e<br />
variáveis<br />
Variável – quando o volume de <strong>serv</strong>iços aumenta, os custos e<br />
despesas variáveis também aumentam. Da mesma forma,<br />
quando o volume de <strong>serv</strong>iços diminui, os custos e despesas<br />
variáveis também diminuem.<br />
Fixa – o custo ou despesa fixos permanecem iguais mesmo<br />
se o volume dos <strong>serv</strong>iços aumentar ou diminuir.<br />
28
3. APURAÇÃO DE CUSTOS E DE<strong>SP</strong>ESAS FIXAS<br />
Na oficina, João Paulo e sua equipe iniciam a apuração<br />
dos custos e despesas fixas.<br />
Imagem de João Paulo, Marina e Joana na oficina<br />
— Nossa, filha! Nem parece, mas já faz um mês que você<br />
entrou aqui — diz João Paulo.<br />
— É verdade, pai! E estou gostando muito! — diz Marina.<br />
— Sr. João Paulo, chegou este envelope aqui do <strong>no</strong>sso<br />
contador para o senhor — diz Joana.<br />
— Ah, sim! Deve ser a folha de salários — diz João Paulo.<br />
29
Imagem de João Paulo ao telefone <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
— Alô, Sr. Roberto? É o João Paulo, da Oficina Fórmula 1 —<br />
diz João Paulo.<br />
— Eu estou com a folha de salários do pessoal do<br />
administrativo que o senhor me enviou e não estou vendo a<br />
Marina nesta relação — diz João Paulo.<br />
— Ah, sim! Entendi... então, como ela é sócia da oficina, ela<br />
será incluída na folha de pró-labore, assim como eu? — diz<br />
João Paulo.<br />
— Ok! Tudo bem! Muito obrigado, Sr. Roberto. Até breve! —<br />
diz João Paulo.<br />
30
DICA<br />
Pró-labore: pago apenas<br />
aos sócios que trabalham<br />
na empresa.<br />
Salários: é a remuneração<br />
básica paga aos<br />
colaboradores pelo trabalho<br />
realizado em um<br />
determinado período.<br />
Verifique as tabelas abaixo:<br />
A personagem Marina segurando em<br />
suas mãos o valor de seu pró-labore, e<br />
Décio segurando em suas mãos o seu<br />
salário.<br />
Nome Função Salário R$<br />
Joana Auxiliar administrativo 560,00<br />
Nome Função Salário R$<br />
João Paulo Sócio-gerente 600,00<br />
Marina Sócio administrativo 600,00<br />
Total 1200,00<br />
31
Tabelas com dados dos personagens João Paulo, Joana e<br />
Marina. Essas tabelas mostram o cargo de cada um deles<br />
com seus salários e pró-labore.<br />
Atenção - O pró-labore e os salários são considerados<br />
despesas fixas, pois não variam em função dos <strong>serv</strong>iços<br />
prestados.<br />
No dia seguinte na oficina...<br />
— Bom dia! — diz Marina.<br />
— Bom dia, minha filha! — diz João Paulo.<br />
— Hoje temos muito o que fazer, a começar pelo depósito do<br />
pagamento da primeira parcela do 13° dos <strong>no</strong>ssos<br />
colaboradores — diz Marina.<br />
— Nossa Marina! Estava conversando exatamente sobre isso<br />
com a Joana! — diz João Paulo.<br />
— Por quê? Temos algum problema? — diz Marina.<br />
— Temos sim... Estava vendo o <strong>no</strong>sso caixa e não terei como<br />
pagar a todos essa primeira parcela — diz João Paulo.<br />
— Mas, pai, por isso que é importante guardar, ou melhor,<br />
32
provisionar um pouco de dinheiro todo mês, para não faltar na<br />
data do pagamento, pois além do 13º, há também o adicional<br />
de 1/3 de férias e as indenizações trabalhistas — diz Marina.<br />
— Mas como poderei fazer isso? — diz João Paulo.<br />
— Vamos ao escritório e lá conversaremos melhor — diz<br />
Marina.<br />
— Provisão significa prever e re<strong>serv</strong>ar antecipadamente um<br />
custo ou despesa que a empresa terá — diz Marina.<br />
— Existem alguns cálculos para que se possa definir<br />
corretamente essas provisões. Acompanhe! — diz Marina.<br />
No caso do 13º salário e dos 1/3 de adicional de férias, o<br />
cálculo das provisões deve ser feito da seguinte forma:<br />
somam-se os valores dos salários pagos ao mês.<br />
Segue o exemplo da colaboradora Joana:<br />
Nome: Joana<br />
Função: Auxiliar administrativo<br />
Salário: 560,00<br />
Total: 560,00<br />
Divide-se por 12 (meses).<br />
33
13º salário = base de cálculo: 1/12 de R$560,00 = Valor: R$ 46,66<br />
Adicional de férias = base de cálculo: 1/3 de 1/12 de R$560,00 = valor:<br />
R$ 15,55<br />
Total: R$ 15,55.<br />
De volta ao escritório da oficina, Marina continua a<br />
explicação ao seu pai João Paulo.<br />
Imagem de Marina e João Paulo <strong>no</strong> escritório da oficina.<br />
— Já <strong>no</strong> caso da indenização trabalhista, ou seja, a<br />
indenização paga ao colaborador dispensado sem justa<br />
causa, o cálculo é feito de outra forma — diz Marina.<br />
— É preciso analisar o histórico da oficina, saber em média<br />
quantas pessoas são dispensadas — diz Marina.<br />
34
— E pelo histórico da oficina, acredito que 2% sobre o salário<br />
é suficiente para fazer esses pagamentos, caso necessário —<br />
diz Marina.<br />
— Vou a<strong>no</strong>tar e passar para a Joana essa informação — diz<br />
João Paulo.<br />
Provisão das indenizações trabalhistas: cálculo base: 2% de<br />
R$ 560,00. Valor a ser provisionado por mês: R$ 11,20<br />
— Essas são as provisões básicas, mas, se você quiser fazer<br />
outras, fique à vontade — diz Marina.<br />
Na oficina, João Paulo volta a falar com Joana.<br />
Imagem dos personagens João Paulo e Joana conversando na oficina<br />
35
— Joana, estava conversando com a Marina e gostaria que<br />
você fizesse os cálculos das provisões que precisam ser feitas<br />
— diz João Paulo.<br />
— Já a<strong>no</strong>tei algumas coisas aqui para ajudar — diz João<br />
Paulo.<br />
— Claro Sr. João Paulo... E, por falar em provisões, estou<br />
incluindo em <strong>no</strong>ssa planilha os encargos sociais — diz Joana.<br />
— Que ótimo! Então, cheguei na hora certa — diz João Paulo.<br />
Dica: Os encargos sociais são as despesas sobre a folha de<br />
pagamento dos colaboradores e sobre as provisões relativas<br />
ao 13º salário e ao adicional de férias, incluindo também o<br />
INSS e o FGTS.<br />
— Só que eu estou com uma dúvida. Qual é o valor percentual<br />
de contribuição ao INSS? — diz Joana.<br />
— Acho melhor você ligar para o Sr. Roberto, o <strong>no</strong>sso<br />
contador. Com certeza, ele te explicará melhor esses valores.<br />
— diz João Paulo.<br />
36
Dica: Os encargos sociais (INSS e o FGTS) são as despesas<br />
sobre a folha de pagamento dos colaboradores e sobre as<br />
provisões relativas ao 13º salário e ao adicional de férias.<br />
Imagem de Joana ao telefone na oficina<br />
— Alô? O Sr. Roberto, por favor! — diz Joana.<br />
— Ele não está? Tudo bem, só peça pra ele me enviar por fax<br />
o valor dos encargos sociais da Fórmula 1 Oficina. Obrigada!<br />
— diz Joana.<br />
37
Imagem de Joana recebendo fax <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
Fax do contador:<br />
Joana,<br />
A Fórmula I Oficina é optante do Simples Nacional, portanto a parte<br />
referente ao INSS do empregador já está incluída <strong>no</strong> simples.<br />
Mas o valor do INSS descontado do colaborador é resolvido<br />
<strong>no</strong>rmalmente.<br />
Atenciosamente,<br />
Roberto Carvalho de Almeida.<br />
38
Imagem do bilhete que Marina deixou para Joana.<br />
Bilhete que Marina deixou para Joana:<br />
Joana,<br />
Não se esqueça de depositar o FGTS na conta dos colaboradores na<br />
Caixa Econômica Federal.<br />
São 8% do salário deles.<br />
Isso é muito importante, pois esse valor integra o fundo que o<br />
empregado poderá sacar em caso de dispensa sem justa causa ou<br />
aposentadoria.<br />
39
ATIVIDADE 4<br />
Ob<strong>serv</strong>e os itens abaixo e faça uma reflexão sobre cada um.<br />
A<strong>no</strong>te <strong>no</strong> papel se for necessário, e não se esqueça de<br />
conferir <strong>no</strong> gabarito:<br />
(a)Pró-labore | (b)13º salário | (c) Encargos Sociais | (d) FGTS<br />
( ) É depositado 8% do valor do salário.<br />
( ) É importante provisionar os valores mensalmente para não<br />
ter problemas de caixa.<br />
( ) É a remuneração do sócio que trabalha <strong>no</strong> negócio,<br />
considerada despesa fixa.<br />
( ) Despesas sobre a folha de pagamento dos colaboradores.<br />
Para se fazer o pagamento dos encargos sociais, é preciso<br />
analisar duas situações diferenciadas:<br />
Situação 1<br />
Pense na Fórmula 1 Oficina - Empresa Optante pelo Simples<br />
Nacional<br />
40
Situação de Empresas Optantes<br />
pelo Simples Nacional:<br />
A oficina mecânica do Sr. João<br />
Paulo apresenta os seguintes<br />
quadros que organizam os salários,<br />
provisões e encargos, tanto <strong>no</strong> que<br />
se refere aos empregados quanto à remuneração dos sócios.<br />
Encargos Sociais sobre<br />
Salários<br />
Imagem da Fórmula I Oficina.<br />
Base de Cálculo Valor $<br />
INSS (560,00+ 46,66 + 15,55) x 0,0% 0,00<br />
FGTS 8% x (560,00+ 46,66 + 15,55) 49,78<br />
TOTAL 49,78<br />
Tabela mostrando o cálculo dos encargos sociais sobre salários<br />
Encargos Sociais sobre Pró-labore Base de Cálculo Valor $<br />
INSS 0% R$1.200,00 0,00<br />
TOTAL 0,00<br />
Tabela mostrando o cálculo dos encargos sociais sobre pró-labore<br />
41
Dica: Ob<strong>serv</strong>e que o valor do INSS está incluído na alíquota<br />
do simples, por isso o valor é 0.<br />
Situação 2<br />
Pense na Papelaria Folhetins<br />
Empresa não optante pelo Simples Nacional<br />
Imagem da Papelaria Folhetins.<br />
Situação de empresas não optantes pelo Simples Nacional<br />
Encargos Sociais sobre Salários Base de Cálculo Valor $<br />
INSS 27,8% x (560,00+ 46,66 + 15,55 ) 172,97<br />
FGTS 8% x (560,00+ 46,66 + 15,55) 49,78<br />
TOTAL 222,75<br />
Tabela mostrando o cálculo dos encargos sociais sobre salários<br />
42
Encargos Sociais sobre pró-labore Base de Cálculo Valor $<br />
INSS 20% R$1.680,00 336,00<br />
Tabela mostrando o cálculo dos encargos sociais sobre pró-labore<br />
Dica: Copiadora deve aplicar a alíquota de 27,8% para INSS.<br />
Imagem de Joana, Décio e Camilo conversando na oficina.<br />
De volta à oficina...<br />
— É, pessoal, já está na hora de ir. Até amanhã! — diz Joana.<br />
— Até, Joana! — diz Décio.<br />
— Vamos, Camilo? Daqui a pouco o <strong>no</strong>sso ônibus passa —<br />
diz Décio.<br />
TOTAL 336,00<br />
43
— Já estou indo, Décio. Te encontro <strong>no</strong> ponto de ônibus — diz<br />
Camilo.<br />
O vale-transporte é um benefício oferecido aos empregados<br />
que não possuem transporte próprio e precisam se deslocar<br />
até a empresa para trabalhar.<br />
O valor do vale-transporte varia de pessoa para pessoa, pois<br />
depende do local onde ela mora e a distância entre a sua<br />
residência e a empresa.<br />
O valor do benefício de vale-transporte engloba a passagem<br />
de ida e volta. E por oferecer esse benefício, a empresa pode<br />
descontar até 6% do salário do empregado, limitado ao valor<br />
total concedido.<br />
— É... acho que perdi meu ônibus — diz Joana.<br />
Na planilha do Sr. João Paulo, aparece a seguinte situação<br />
que corresponde ao que é pago à auxiliar administrativa<br />
Joana. O valor do transporte da Joana é R$ 118,80 por mês.<br />
44
Benefício - Vale-Transporte R$<br />
Salário da Auxiliar Administrativo 560,00<br />
Desembolso com a aquisição do vale-transporte 118,00<br />
Desconto do Salário (560,00 x 6%) 33,60<br />
Despesa com vale-transporte 85,20<br />
Tabela que mostra dados do cálculo de vale-transporte<br />
Além do vale-transporte, a<br />
empresa poderá também<br />
oferecer outros tipos de<br />
benefícios.<br />
Quando não houver refeitório, a<br />
empresa poderá oferecer o<br />
vale-refeição.<br />
Imagem dos<br />
colaboradores da<br />
Oficina Fórmula 1<br />
Quando houver necessidade de<br />
vestimenta própria para se fazer um<br />
<strong>serv</strong>iço, a empresa deve se<br />
responsabilizar com os <strong>gastos</strong> do<br />
uniforme.<br />
Imagem de prato de comida.<br />
45
Atenção! Alguns tipos de benefícios não podem ser anulados,<br />
portanto é preciso avaliar o impacto deles sobre as despesas<br />
da empresa, pois esses benefícios serão incorporados à verba<br />
salarial. Com todos esses elementos analisados, o total de<br />
salários, as provisões, os encargos sociais e os benefícios, é<br />
possível fazer o cálculo do custo total das despesas com o<br />
pessoal.<br />
Imagem de uma calculadora e<br />
uma caneta sobre uma tabela.<br />
É essencial que a empresa<br />
faça a relação mensal de<br />
todas as suas despesas com<br />
pessoal, pois esse é um dos<br />
itens mais importantes do<br />
conjunto dos <strong>gastos</strong> totais de<br />
qualquer organização.<br />
DE<strong>SP</strong>ESAS FIXAS DO MÊS VALOR EM R$<br />
1 Despesas com pessoal<br />
1.1 Salários 560,00<br />
1.2 Provisões (13º + Ad. Férias + Ind. Trabalhista) 73,41<br />
1.3 Encargos Sociais (FGTS) 49,78<br />
1.4 Benefícios (vale-transporte) 85,20<br />
1.5 Pró-Labore 1200,00<br />
1.6 Encargos Sociais do Pró-Labore (INSS) 0,00<br />
Subtotal 1.968,39<br />
Tabela mostrando valor de despesas fixas do mês<br />
46
ATIVIDADE 5<br />
Pense em qual seria a resposta verdadeira para as opções<br />
abaixo. Não se esqueça de conferir a resposta <strong>no</strong> gabarito.<br />
( ) O valor do vale-transporte é fixo por lei, independente do<br />
lugar onde a pessoa mora.<br />
( ) Quando não houver refeitório, a empresa poderá oferecer<br />
o vale-refeição.<br />
Alguns benefícios, como uniforme, por exemplo, ficam a cargo<br />
da empresa. Outros, como vale-transporte, não ficam porque<br />
são descontados em parte do salário dos colaboradores,<br />
lembrando que o vale-transporte é um benefício oferecido aos<br />
empregados que não possuem transporte próprio e precisam<br />
se deslocar até a empresa para trabalhar. O seu valor varia de<br />
pessoa para pessoa, pois depende do local onde ela mora e a<br />
distância entre a sua residência e a empresa.<br />
47
Imagem de Marina e Joana <strong>no</strong> escritório<br />
No escritório da oficina, Marina e Joana discutem sobre o<br />
relatório de despesas fixas do mês.<br />
— Oi, Joana! Estou precisando do relatório com as despesas<br />
fixas do mês aqui da oficina. Você poderia imprimir pra mim?<br />
— diz Marina.<br />
— Claro, Marina! Estava olhando exatamente isso — Joana<br />
diz:<br />
— Vou fazer uma análise dos <strong>gastos</strong> para poder ver se eles<br />
estão aumentando ou diminuindo — diz Marina.<br />
48
— E, a partir daí, vou conversar com o meu pai para<br />
definirmos quais decisões podemos tomar em relação aos<br />
custos e despesas da empresa — diz Marina.<br />
— Isso é bom mesmo, pois temos que manter esses <strong>gastos</strong><br />
bem baixos para que, assim, o <strong>no</strong>sso preço seja competitivo e<br />
os clientes retornem — diz Joana.<br />
É importante ob<strong>serv</strong>ar que o controle e o conhecimento do<br />
valor das despesas fixas da empresa permitem:<br />
Apurar quanto esses <strong>gastos</strong> representam <strong>no</strong> valor do preço do<br />
<strong>serv</strong>iço;<br />
Definir o volume de <strong>serv</strong>iços necessários para conseguir<br />
pagar pelo me<strong>no</strong>s as despesas fixas, mesmo sem lucro;<br />
Saber exatamente quanto o volume total de <strong>serv</strong>iços <strong>no</strong><br />
mês apresentou de resultado, e se isso foi lucro ou<br />
prejuízo;<br />
Considerar, <strong>no</strong> preço do <strong>serv</strong>iço, juntamente com os<br />
outros custos, um valor que contribua para pagar as<br />
despesas fixas.<br />
49
Imagem de Marina, João Paulo e Décio conversando na oficina.<br />
— Pai, eu organizei a pasta de despesas e gostaria que o<br />
senhor desse uma olhada — diz Marina.<br />
— Vamos ao escritório e lá você me mostra como você<br />
organizou — diz João Paulo.<br />
— Décio, depois eu continuo te explicando o que é para fazer<br />
neste carro — diz João Paulo.<br />
— Pode deixar, chefe! — diz Décio<br />
— Marina, eu e a Joana tentamos organizar esta pasta, mas<br />
mesmo assim, vira e mexe, eu deixo uma conta vencer — diz<br />
João Paulo.<br />
— Então acho que, da forma como coloquei, isso não vai mais<br />
acontecer — diz Marina.— Agora, além de separarmos por<br />
despesa, separei também por dia do mês.<br />
50
Imagem de João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
— Nossa! Realmente assim fica bem melhor, pois quando as<br />
contas chegarem, já coloco <strong>no</strong> dia correspondente ao<br />
vencimento daquela despesa — diz João Paulo.<br />
— Isso mesmo, pai! — diz Marina.<br />
— Veja agora como ficou — diz Marina.<br />
Despesas com ocupação variam de empresa para empresa,<br />
dependendo do ramo de atividade. Acompanhe o exemplo<br />
abaixo:<br />
51
Despesa: Ocupação 10/03<br />
Despesas fixas do mês 3 R$<br />
OCUPAÇÃO*<br />
Aluguel do imóvel 850,00<br />
Energia elétrica 123,00<br />
Água 75,00<br />
IPTU 38,00<br />
SUBTOTAL 1.086,00<br />
Tabela que mostra as despesas fixas do mês 3<br />
Dependendo do porte e do tipo da organização, a quantidade<br />
de itens pode variar. Ob<strong>serv</strong>e o exemplo abaixo:<br />
Despesa: Comunicação10/03<br />
Despesas fixas do mês 3 R$<br />
COMUNICAÇÃO<br />
Provedor de Internet 30,00<br />
Conta de telefone 95,00<br />
Correio 15,00<br />
SUBTOTAL 140,00<br />
Tabela que mostra as despesas fixas do mês 3<br />
52
Atenção!<br />
Despesas com o veículo do do<strong>no</strong> da empresa, quando a<br />
<strong>serv</strong>iço dela, devem ser registradas e incluídas nesse grupo.<br />
Por outro lado, se o empresário utilizar o veículo da empresa<br />
para atividades pessoais, as despesas devem ser<br />
consideradas particulares. Acompanhe o exemplo abaixo:<br />
Despesa: Veículos e Locomoção10/03<br />
Despesas fixas do mês 3 R$<br />
VEÍCULOS/LOCOMOÇÃO<br />
Combustíveis e lubrificantes 150,00<br />
Manutenção de veículos 40,00<br />
SUBTOTAL 190,00<br />
Tabela que mostra as despesas fixas do mês 3<br />
Despesa: Propaganda10/03<br />
Despesas fixas do mês 3 R$<br />
PROPAGANDA<br />
Publicidade 100,00<br />
SUBTOTAL 100,00<br />
Tabela que mostra as despesas fixas do mês 3<br />
53
Os <strong>gastos</strong> com propaganda são aqueles que incluem como<br />
exemplo:<br />
Distribuição de panfletos;<br />
Veiculação de mensagens em rádio ou televisão;<br />
Divulgação em jornais ou revistas;<br />
Utilização de mala direta;<br />
Combinação das várias alternativas anteriores.<br />
Dica: Para saber em que e como gastar seus recursos com a<br />
propaganda, faça o curso “Como divulgar a sua empresa” e<br />
tire todas as suas dúvidas.<br />
Diminuição do valor do bem da empresa em decorrência do<br />
desgaste.<br />
54
Despesa: Depreciação10/03<br />
Máquinas e equipamentos R$<br />
Valor do bem* +8.500,00<br />
Valor residual* - 1.300,00<br />
SUBTOTAL 7.200,00<br />
Meses* +120<br />
TOTAL* 60,00<br />
Tabela que mostra valores de máquinas e equipamentos<br />
De volta ao escritório da oficina, Marina e seu pai, João<br />
Paulo, continuam a conversa.<br />
Imagem de João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
55
— Viu como dessa forma fica muito mais organizado? — diz<br />
Marina.<br />
— Mas, filha, ficaram faltando algumas despesas, como os<br />
ho<strong>no</strong>rários do contador — diz João Paulo.<br />
— Ah, sim! Essas despesas e outras eu considerei como<br />
Despesas Gerais. Acompanhe! — diz Marina.<br />
Despesas Gerais10/03<br />
Despesas fixas do mês 3 R$<br />
DE<strong>SP</strong>ESAS GERAIS 30,00<br />
Materiais de escritório 30,00<br />
Materiais de limpeza 50,00<br />
Ho<strong>no</strong>rários do contador 239,00<br />
Manutenção da oficina 50,00<br />
Ferramentas de uso 65,00<br />
Despesas bancárias 35,00<br />
SUBTOTAL 469,00<br />
Tabela que mostra as despesas fixas do mês 3<br />
56
— Agora, pai, todos os dias que chegarmos aqui na oficina,<br />
temos que olhar essa pasta e verificar o que está para vencer<br />
— diz Marina.<br />
— Isso que eu chamo de organização! Agora consigo ter uma<br />
visão real dos custos e despesas que existem na empresa —<br />
diz João Paulo.<br />
— Com isso, será possível definir quais mudanças podemos<br />
fazer para conseguirmos recuperar <strong>no</strong>ssa clientela — diz João<br />
Paulo.<br />
Dica: Sempre que possível, verifique as contas <strong>no</strong> final do dia<br />
para chegar <strong>no</strong> dia seguinte já sabendo o que vai vencer.<br />
57
ATIVIDADE 6<br />
Agora é a sua vez! Faça uma reflexão sobre os valores de<br />
cada grupo de despesa da sua empresa. Ao final, saiba o<br />
valor de <strong>gastos</strong> totais do mês indicado. Para isto, você<br />
precisará de uma calculadora e, se necessário, a<strong>no</strong>te suas<br />
ob<strong>serv</strong>ações <strong>no</strong> papel.<br />
Dia: 12<br />
Mês: Dezembro<br />
A<strong>no</strong>: 2010<br />
Tipo de despesa: OCUPAÇÃO<br />
DE<strong>SP</strong>ESA VALOR (R$)<br />
SUBTOTAL<br />
58
Dia: 12<br />
Mês: Dezembro<br />
A<strong>no</strong>: 2010<br />
Tipo de despesa: COMUNICAÇÃO<br />
DE<strong>SP</strong>ESA VALOR (R$)<br />
SUBTOTAL<br />
59
Dia: 12<br />
Mês: Dezembro<br />
A<strong>no</strong>: 2010<br />
Tipo de despesa: VEÍCULOS<br />
DE<strong>SP</strong>ESA VALOR (R$)<br />
SUBTOTAL<br />
60
Dia: 12<br />
Mês: Dezembro<br />
A<strong>no</strong>: 2010<br />
Tipo de despesa: PROPAGANDA<br />
DE<strong>SP</strong>ESA VALOR (R$)<br />
SUBTOTAL<br />
61
Dia: 12<br />
Mês: Dezembro<br />
A<strong>no</strong>: 2010<br />
Tipo de despesa: DE<strong>SP</strong>ESAS<br />
GERAIS<br />
DE<strong>SP</strong>ESA VALOR (R$)<br />
SUBTOTAL<br />
62
4. DEPRECIAÇÃO<br />
Imagem de um computador<br />
Agora que você já sabe organizar cada grupo de despesa da<br />
sua empresa, saiba que existem duas formas de se apurar<br />
essas despesas:<br />
Regime de Competência: O registro se faz <strong>no</strong> momento em<br />
que a despesa ocorre independente de ter efetuado o<br />
recebimento ou o desembolso do valor. Esse regime<br />
demonstra um retrato maior da realidade da empresa, porque<br />
nivela todos os <strong>gastos</strong>, principalmente os futuros.<br />
63
Regime de Caixa: O registro dos documentos se faz quando<br />
eles foram pagos ou recebidos, como se fosse uma conta<br />
bancária. Ou seja, esse registro acontece <strong>no</strong> momento do<br />
desembolso do dinheiro, <strong>no</strong> caso de uma despesa, e <strong>no</strong><br />
momento da entrada de recursos financeiros, <strong>no</strong> caso de<br />
recebimento.<br />
Exemplos:<br />
IPTU: R$456,00 ou 10 X R$45,60:<br />
Regime de Competência - Período de 12 meses: R$45,60/12 =<br />
R$38,00 por mês<br />
Regime de Caixa - À vista = R$456,00 - Parcelado = 10 x R$45,60<br />
Assinatura Jornal: 6 meses – 3 x de R$22,00:<br />
Regime de Competência - Período de 6 meses - R$66,00 / 6 = R$11,00<br />
por mês<br />
Regime de Caixa - À vista = R$0,00 - Parcelado = 3 x R$22,00<br />
Materiais de Consumo: 6 meses – R$212,00 ou 2x de R$106,00:<br />
Regime de Competência - Período de 4 meses - R$212,00 / 4 =<br />
R$53,00 por mês<br />
Regime de Caixa - À vista = R$212,00 - Parcelado = 2 x R$106,00<br />
64
Depreciação de Bens: A depreciação de bens é um<br />
fenôme<strong>no</strong> que expressa a diminuição do valor dos bens da<br />
empresa em decorrência do desgaste, perda de utilidade,<br />
ação da natureza ou obsolescência.<br />
Na apuração dos <strong>gastos</strong>, é muito importante saber calcular a<br />
depreciação, uma vez que <strong>no</strong> futuro você precisará repor esse<br />
bem. Por isso, há necessidade de verificar se o que você<br />
ganha hoje, o seu lucro, cobre também essa depreciação.<br />
A depreciação deve ser considerada,<br />
na contabilidade da empresa, a partir<br />
da época em que se der início ao uso<br />
do bem para que, assim, se conte o<br />
tempo de uso exato. Essa<br />
depreciação é calculada de duas<br />
formas:<br />
1 - Depreciação Fiscal:<br />
- Considera a legislação do imposto de renda.<br />
- Considera os prazos fixados por lei.<br />
Imagem de uma<br />
calculadora.<br />
65
Depreciação Mensal = Divisão do valor do bem pelos meses<br />
de vida útil dos Equipamentos e veículos: 5 a<strong>no</strong>s de vida útil<br />
Imóveis: 25 a<strong>no</strong>s<br />
2 - Depreciação Gerencial:<br />
- Considera a vida útil econômica do equipamento.<br />
- Considera o valor residual, ou seja, o valor da venda ao final<br />
da vida útil.<br />
- Considera os prazos fixados pelos fabricantes. Depreciação<br />
Mensal = valor de aquisição – o valor residual ÷ pelo número<br />
de meses de vida útil informado pelo fabricante.<br />
Conheça o cálculo da Depreciação Fiscal:<br />
Equipamentos Eletrônicos e Veículos - 5 a<strong>no</strong>s<br />
Valor do bem ÷ 60 meses = R$ 1.800,00 ÷ 60 meses = R$ 30,00<br />
Imóveis - 25 a<strong>no</strong>s<br />
Valor do bem ÷ 300 meses = R$20,000,00 ÷ 300 meses = R$66,67<br />
Obs.: Terre<strong>no</strong>s não depreciam<br />
66
Máquinas, equipamentos, móveis e utensílios -10 a<strong>no</strong>s<br />
Valor do bem ÷ 120 meses = R$5,000,00 ÷ 120 meses = R$41,67<br />
Depreciação Gerencial<br />
Valor do bem – valor residual ÷ N° de meses de vida útil<br />
R$1.800,00 – R$360,00 ÷ 24 meses = R$ 60,00<br />
Total de Despesas Fixas<br />
Exemplo:<br />
DE<strong>SP</strong>ESAS FIXAS DO MÊS VALOR EM R$<br />
Despesas com Pessoal Administrativo 1.968,39<br />
Despesas de Ocupação 1.086,00<br />
Despesas de Comunicação 140,00<br />
Despesas com Locomoção 190,00<br />
Despesas com Propaganda 100,00<br />
Despesas Gerais 469,00<br />
Depreciação 60,00<br />
TOTAL 4.013,39<br />
Tabela que mostra as despesas fixas do mês<br />
Dica: A depreciação fiscal é a mais aconselhada a ser feita<br />
para apurar os custos e formar os preços.<br />
67
5 - APURAÇÃO E DE<strong>SP</strong>ESAS DOS CUSTOS –<br />
DE<strong>SP</strong>ESAS VARIÁVEIS<br />
Imagem de Joana e João Paulo na oficina<br />
— Sabe, Joana, acho que, com a organização que estamos<br />
fazendo, finalmente vou conseguir ter maior competitividade<br />
aqui <strong>no</strong> bairro, pois meus preços estarão mais atrativos — diz<br />
João Paulo.<br />
— Com certeza, Sr. João Paulo! Sabendo exatamente o custo<br />
do <strong>no</strong>sso <strong>serv</strong>iço, podemos analisar onde e quando fazer uma<br />
promoção pra chamar <strong>no</strong>vos clientes também — diz Joana.<br />
68
— Claro! E eu estou muito ansioso para enfim conhecer os<br />
meus custos — diz João Paulo.<br />
— Mas ainda acho que temos muito que fazer — diz Joana.<br />
— Mas não se preocupe, Sr. João Paulo! Com as orientações<br />
da Marina, saberemos calcular rapidamente — diz Joana.<br />
— E eu acho que o próximo item que devemos analisar é a<br />
mão de obra direta, não é mesmo, Joana? — diz João Paulo.<br />
— Concordo com o senhor — diz Joana.<br />
Algum tempo depois <strong>no</strong> escritório...<br />
— Marina, o que você me diz sobre os <strong>gastos</strong> com a mão de<br />
obra direta? — diz João Paulo.<br />
— Da mesma forma que calculamos todos os elementos da<br />
folha de pagamento do administrativo, que é um custo fixo,<br />
também temos que calcular todos os elementos pagos à mão<br />
de obra direta — diz Marina.<br />
— Que são os salários, os encargos e os benefícios do<br />
pessoal direto que conserta os carros — diz João Paulo.<br />
— Isso, e ainda vamos considerar o tempo gasto também.<br />
Mas vamos devagar, não é? — diz Marina.<br />
69
Custos da mão de obra direta <strong>no</strong>s <strong>serv</strong>iços<br />
Salários Diretos<br />
Imagem de <strong>no</strong>tas de dinheiro.<br />
Os salários diretos são os salários pagos aos empregados<br />
diretamente ligados à prestação dos <strong>serv</strong>iços. Conheça os<br />
SALÁRIOS DIRETOS da oficina do Sr. João Paulo:<br />
SALÁRIOS DIRETOS VALOR (R$)<br />
Décio – mecânico de importados 800,00<br />
Olavo – mecânico de nacionais 750,00<br />
Gilmar – Eletricista 850,00<br />
Camilo – ajudante geral 560,00<br />
TOTAL 2.960,00<br />
Tabela que mostra os salários diretos<br />
70
Provisões<br />
Imagem de uma mesa com uma calculadora e um cofre.<br />
Sobre os salários diretos, devem ser calculadas suas<br />
provisões, assim como calculamos para o setor administrativo:<br />
PROVISÃO BASE DE CÁLCULO VALOR ($)<br />
13º salário 1/12 de R$ 2.960,00 246,67<br />
Adicional de Férias 1/3 de 1/12 de R$ 2.960,00 82,22<br />
Indenizações<br />
Trabalhistas<br />
2% sobre R$ 2.960,00 59,20<br />
TOTAL 388,09<br />
Tabela que mostra a base de cálculo da Provisão<br />
71
Encargos sociais<br />
Imagem de uma calculadora, moedas, uma lapiseira e um óculos sobre<br />
um folha com um gráfico.<br />
A empresa do Sr. João Paulo é optante pelo SIMPLES.<br />
Conheça o valor dos encargos sociais sobre a folha de<br />
pagamento:<br />
ENCARGOS<br />
SOCIAIS<br />
INSS<br />
BASE DE CÁLCULO VALOR (R$)<br />
FGTS 8% X (2.960,00 + 246,67 + 82,22 ) 263,11<br />
TOTAL 263,11<br />
Tabela que mostra a base de cálculo dos encargos sociais<br />
72
Benefícios<br />
Imagem de uma mulher em um ponto de ônibus.<br />
Como benefício, o Sr. João Paulo faz o pagamento do vale-<br />
transporte com o desconto de 6% sobre a folha de pagamento<br />
de cada um, e o complemento fica a cargo da empresa:<br />
BENEFÍCIOS VALOR (R$)<br />
Vale-transporte 90,00<br />
Tabela que mostra a base de cálculo dos benefícios<br />
73
6. CÁLCULO DO VALOR HORA<br />
Imagem do João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
— Eu consolidei todos estes cálculos para, assim,<br />
visualizarmos todo o custo com o pessoal direto. Acompanhe<br />
abaixo esse passo a passo — diz Marina.<br />
CUSTO COM PESSOAL VALOR (R$)<br />
Salários 2.281,00<br />
Provisões (13º + Ad. Férias + Ind. Trabalhistas) 299,06<br />
Encargos Sociais (INSS + FGTS) 202,75<br />
Benefícios (vale-transporte) 90,00<br />
TOTAL 2872,81<br />
Tabela que mostra o custo com pessoal da oficina de João Paulo<br />
74
— E o tempo? Você disse que tínhamos que calcular o tempo<br />
também — diz João Paulo.<br />
— Temos sim e, para ser mais exata, temos que calcular a<br />
hora, pois a base para calcularmos o custo do <strong>serv</strong>iço é a hora<br />
trabalhada — diz Marina.<br />
Imagem de uma mulher segurando um calendário e apontando para<br />
uma data com uma caneta vermelha.<br />
Para calcular as horas trabalhadas, é necessário tomarmos<br />
por base os seguintes dados:<br />
A<strong>no</strong> 365 dias (-) Domingos 52 dias (-) Sábados 52 dias (-)<br />
Feriados 10 dias (-) Férias dias úteis 21 dias ÷ Dias<br />
disponíveis de trabalho por a<strong>no</strong>: 230<br />
75
230 ÷ 12 meses = 19,17 dias ou 20 dias inteiros<br />
É muito importante estarmos atentos a dois tipos de cálculo<br />
das horas:<br />
1º: calcular a média mensal e anual, uma vez que, para o<br />
período de um a<strong>no</strong>, o empregado trabalha 11 meses, pois tem<br />
direito a um mês de férias.<br />
2º: considerar o total de horas que é utilizado para a<br />
realização dos <strong>serv</strong>iços, descontando o tempo ocioso.<br />
Lembrando que este índice pode variar de empresa para<br />
empresa, de atividade para atividade e também da decisão do<br />
do<strong>no</strong> do negócio.<br />
Acompanhe:<br />
Média anual de dias trabalhados <strong>no</strong> mês = 20.<br />
Número de horas semanais = 44<br />
Número de dias na semana = 5<br />
Número de horas/dia (44 hs/5 dias) = 8,8 hs/dia<br />
Número de horas/mês (20 dias x 8,8 hs/dia) = 176 hs/mês<br />
Número de horas/a<strong>no</strong> (176 hs/mês x 11 meses) = 1.963 hs/a<strong>no</strong><br />
Índice de ociosidade = 25%<br />
Número de horas/a<strong>no</strong> s/ociosidade (1.963 hs (-) 25%) = 1452 hs/a<strong>no</strong><br />
Média de horas/mês (1452/12) = 121 hs/mês.<br />
76
— Então, agora ficou fácil saber qual é o valor do custo da<br />
hora de <strong>serv</strong>iço aqui — diz João Paulo.<br />
— Basta dividir o total dos salários do mês pela média de<br />
horas do mês — diz João Paulo.<br />
— Isso mesmo, Pai! Pegamos o total dos <strong>gastos</strong> com salário<br />
direto mensal e dividimos pela <strong>no</strong>ssa média de horas <strong>no</strong> mês.<br />
Ao final, teremos o valor do custo-hora da oficina — diz<br />
Marina.<br />
Imagem do João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
— E se quisermos saber o custo-hora por colaborador? É só<br />
pegar o custo-hora da oficina e dividir pelo número de<br />
colaboradores diretos que temos — diz João Paulo.<br />
77
Tabela 1: Total de salário direto: R$ 3.701,20 / Total de horas<br />
mensais: ÷121 / Total do custo-hora da oficina: = R$ 30,59<br />
Tabela 2: Total do custo-hora da oficina: R$ 30,59 / Número<br />
de colaboradores diretos: ÷4 / Total do custo/hora para cada<br />
colaborador direto: = R$ 7,65.<br />
Dica: Ob<strong>serv</strong>e que esse cálculo considera a média do custo-<br />
hora, assim não se trata do custo-hora efetivo por função.<br />
— É, Marina, acho que agora podemos calcular o total do<br />
custo operacional da empresa — diz João Paulo.<br />
— Eu já fiz isso, Pai... E te enviei por e-mail um relatório com<br />
minhas conclusões! — diz Marina.<br />
— Muito bem! Vou abrir meu e-mail para ver e depois <strong>no</strong>s<br />
falamos mais — diz João Paulo.<br />
Relatório de apuração dos custos operacionais<br />
A - Gastos da empresa<br />
Custo-hora da empresa: +R$ 33,17<br />
Custo-hora de obra direta: + R$ 30,59<br />
Custo total por hora da empresa: = R$ 63,46<br />
Número de colaboradores diretos: + 4<br />
Custo total por hora trabalhada dos colaboradores diretos: = R$ 15,94<br />
78
Relatório de apuração dos custos operacionais<br />
B - Cálculo do custo-hora da empresa<br />
Despesas com pessoal administrativo: 1.968,39<br />
Despesas de ocupação: 1.086,00<br />
Despesas de comunicação: 140,00<br />
Despesas com locomoção: 190,00<br />
Despesas com propaganda: 100,00<br />
Despesas gerais: 469,00<br />
Depreciação: 60,00<br />
TOTAL: 4.013,39<br />
Média de horas mensais: ÷121<br />
Custo-hora empresa: = R$ 33,17<br />
Ob<strong>serv</strong>ação - Cada hora de funcionamento da estrutura da empresa<br />
custa R$ 33,17<br />
Relatório de apuração dos custos operacionais<br />
C - Cálculo do custo-hora com mão de obra direta<br />
Total de <strong>gastos</strong> com mão de obra direta: + R$ 3.701,17<br />
Média de horas mensais: ÷121<br />
Custo-hora oficina: = R$ 30,59<br />
Ob<strong>serv</strong>ação - Cada hora de trabalho dos quatro colaboradores,<br />
diretamente envolvidos na produção, custa R$ 30,59.<br />
79
Relatório de apuração dos custos operacionais<br />
D - Cálculo do custo-hora com mão de obra direta<br />
Custo total por hora da empresa: R$ 63,76<br />
Número de colaboradores diretos: +4<br />
Custo total por hora trabalhada dos colaboradores diretos: = R$ 15,94.<br />
Ob<strong>serv</strong>ação - Para a empresa, cada hora dos colaboradores<br />
diretamente envolvidos na prestação do <strong>serv</strong>iço custa R$ 15,94.<br />
Imagem do João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
80
Recado da Marina para seu pai:<br />
Pai, ob<strong>serv</strong>e que esse é o custo mínimo... Ainda não foram inseridos os<br />
custos variáveis!<br />
— Marina, vi seu relatório. Ficou muito bom! Com ele, eu<br />
consigo ver qual o custo operacional de cada hora de <strong>serv</strong>iço<br />
que prestamos — diz João Paulo.<br />
— Pai, se você tiver um tempo agora, gostaria de mostrar os<br />
cálculos dos custos e despesas variáveis — diz Marina.<br />
— Vamos então! Já estou ansioso para que eu possa calcular<br />
todo o meu custo e assim tomar decisões importantes para a<br />
oficina — diz João Paulo.<br />
— Os impostos sobre os <strong>serv</strong>iços são variáveis, não é mesmo,<br />
Marina? — diz João Paulo.<br />
— Exatamente, mas o valor desses impostos é calculado<br />
conforme o tipo de tributação escolhido pela empresa — diz<br />
Marina.<br />
— Bem, como eu disse antes, aqui na oficina eu optei por<br />
aderir ao Simples Nacional — diz João Paulo.<br />
81
Simples Nacional<br />
Você conhecerá abaixo um pouco mais sobre o Simples<br />
Nacional.<br />
Imagem do emblema do Simples Nacional.<br />
O Simples Nacional é o Regime Especial Unificado de<br />
Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas<br />
Microempresas e Empresas de Peque<strong>no</strong> Porte.<br />
A ideia do Simples Nacional origi<strong>no</strong>u-se da necessidade de<br />
unificar, dentro do possível, a legislação tributária atualmente<br />
aplicável às micro e pequenas empresas em âmbito Federal,<br />
Distrito Federal, Estados e Municípios.<br />
O Simples Nacional implica <strong>no</strong> recolhimento mensal, mediante<br />
documento único de arrecadação, dos seguintes impostos e<br />
contribuições:<br />
IRPJ IPI - Recolhe junto com o SIMPLES e não sobre o<br />
produto; CSLL COFINS - Exceto importação PIS/PASEP;<br />
82
INSS - Recolhe junto com o SIMPLES e não sobre a folha<br />
ICMS ISS.<br />
As atividades são tributadas de formas diferentes. É por isso<br />
que o SIMPLES NACIONAL estabeleceu alguns anexos para<br />
que as MPEs possam encontrar o valor devido e quitar, de<br />
uma só vez e em um único documento, os impostos e as<br />
contribuições.<br />
Conheça abaixo o exemplo de como calcular o SIMPLES<br />
NACIONAL.<br />
Simples Nacional – A alíquota varia mês a mês<br />
Exemplo: Serviços, anexo III<br />
Receita bruta: R$ 90.000,00 (últimos doze meses)<br />
Faturamento <strong>no</strong> mês: R$ 10.000,00 / Até R$ 120.000,00<br />
Alíquota: 6%<br />
Valor do imposto = R$ 10.000,00 x 6% = R$ 600,00.<br />
Dica: As empresas prestadoras de <strong>serv</strong>iços podem ser<br />
tributadas pelos anexos III, IV e V.<br />
Conheça os anexos III, IV e V a seguir:<br />
83
ANEXO III<br />
Partilha do Simples Nacional – Serviços e Locação de<br />
Bens Móveis<br />
(Redação dada pela Lei Complementar nº 128, de 2008 - produção de<br />
efeitos: 1º de janeiro de 2009).<br />
Receita Bruta em 12 meses ALÍQUO IRPJ CSLL COFINS PIS/ CPP ISS<br />
(em R$)<br />
TA<br />
PASEP<br />
Até 120.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00%<br />
De 120.000,01 a 240.000,00 8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79%<br />
De 240.000,01 a 360.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%<br />
De 360.000,01 a 480.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%<br />
De 480.000,01 a 600.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%<br />
De 600.000,01 a 720.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%<br />
De 720.000,01 a 840.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%<br />
De 840.000,01 a 960.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%<br />
De 960.000,01 a 1.080.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%<br />
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%<br />
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%<br />
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%<br />
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%<br />
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%<br />
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%<br />
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%<br />
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%<br />
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%<br />
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%<br />
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%<br />
84
Receita Bruta em 12 meses (em<br />
R$)<br />
ANEXO IV<br />
Partilha do Simples Nacional – Serviços<br />
ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFIN<br />
S<br />
PIS/PAS<br />
Até 120.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00%<br />
De 120.000,01 a 240.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79%<br />
De 240.000,01 a 360.000,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50%<br />
De 360.000,01 a 480.000,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84%<br />
De 480.000,01 a 600.000,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87%<br />
De 600.000,01 a 720.000,00 9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23%<br />
De 720.000,01 a 840.000,00 10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26%<br />
De 840.000,01 a 960.000,00 10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31%<br />
De 960.000,01 a 1.080.000,00 11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61%<br />
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00 12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65%<br />
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00 12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00%<br />
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00 13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00%<br />
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00 13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00%<br />
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00 14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00%<br />
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00 14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00%<br />
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00 15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00%<br />
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00 15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00%<br />
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00 15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00%<br />
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00 16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00%<br />
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00 16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00%<br />
As empresas enquadradas <strong>no</strong> Simples Nacional, tributadas<br />
pelo anexo IV, deverão recolher o INSS patronal (CPP)<br />
separadamente, uma vez que este anexo não o contempla,<br />
devendo ser calculada e recolhida pela forma convencional.<br />
EP<br />
ISS<br />
85
Receita Bruta em<br />
12 meses (em R$)<br />
ANEXO V<br />
(Redação dada pela Lei Complementar nº 128, de 2008 - produção de<br />
(r)= 0,40<br />
17,52% 15,75% 13,90% 12,60% 12,33% 10,72% 9,10% 8,48%<br />
17,55% 15,95% 14,20% 12,90% 12,64% 11,11% 9,58% 9,03%<br />
17,95% 16,70% 15,00% 13,70% 13,45% 12,00% 10,56% 9,34%<br />
18,15% 16,95% 15,30% 14,03% 13,53% 12,40% 11,04% 10,06%<br />
18,45% 17,20% 15,40% 14,10% 13,60% 12,60% 11,60% 10,60%<br />
18,55% 17,30% 15,50% 14,11% 13,68% 12,68% 11,68% 10,68%<br />
18,62% 17,32% 15,60% 14,12% 13,69% 12,69% 11,69% 10,69%<br />
18,72% 17,42% 15,70% 14,13% 14,08% 13,08% 12,08% 11,08%<br />
18,86% 17,56% 15,80% 14,14% 14,09% 13,09% 12,09% 11,09%<br />
18,96% 17,66% 15,90% 14,49% 14,45% 13,61% 12,78% 11,87%<br />
19,06% 17,76% 16,00% 14,67% 14,64% 13,89% 13,15% 12,28%<br />
19,26% 17,96% 16,20% 14,86% 14,82% 14,17% 13,51% 12,68%<br />
19,56% 18,30% 16,50% 15,46% 15,18% 14,61% 14,04% 13,26%<br />
20,70% 19,30% 17,45% 16,24% 16,00% 15,52% 15,03% 14,29%<br />
21,20% 20,00% 18,20% 16,91% 16,72% 16,32% 15,93% 15,23%<br />
86
Receita Bruta em<br />
12 meses (em R$)<br />
De 1.920.000,01 a<br />
2.040.000,00<br />
De 2.040.000,01 a<br />
2.160.000,00<br />
De 2.160.000,01 a<br />
2.280.000,00<br />
De 2.280.000,01 a<br />
2.400.000,00<br />
(r)= 0,40<br />
21,70% 20,50% 18,70% 17,40% 17,13% 16,82% 16,38% 16,17%<br />
22,20% 20,90% 19,10% 17,80% 17,55% 17,22% 16,82% 16,51%<br />
22,50% 21,30% 19,50% 18,20% 17,97% 17,44% 17,21% 16,94%<br />
22,90% 21,80% 20,00% 18,60% 18,40% 17,85% 17,60% 17,18%<br />
As empresas enquadradas <strong>no</strong> Simples Nacional, tributadas<br />
pelo anexo V, deverão somar às alíquotas o ISS<br />
correspondente à faixa de receita bruta prevista <strong>no</strong> anexo IV,<br />
porque o ISS não está contemplado <strong>no</strong> anexo V.<br />
O anexo V apresenta escalonamento que pode aumentar, ou<br />
diminuir a carga tributária da empresa, de acordo com a<br />
relação entre a receita bruta, e a folha de pagamento e<br />
encargos, ou seja, quanto maior for a folha e encargos, me<strong>no</strong>r<br />
será a alíquota. Esta relação entre receita bruta e folha é<br />
chamada de fator “r”, previsto <strong>no</strong> anexo V.<br />
1) Será apurada a relação (r) conforme abaixo:<br />
(r) = Folha de Salários incluídos encargos (em 12 meses)<br />
Receita Bruta (em 12 meses)<br />
87
2) Nas hipóteses em que (r) corresponda aos intervalos<br />
centesimais da Tabela V-A, onde ""<br />
significa maior que, "=="<br />
significa maior ou igual que, as alíquotas do Simples Nacional<br />
relativas ao IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, Cofins e CPP<br />
corresponderão ao seguinte:<br />
3) Somar-se-á a alíquota do Simples Nacional relativa ao<br />
IRPJ, PIS/Pasep, CSLL, Cofins e CPP apurada, na forma<br />
acima, a parcela correspondente ao ISS prevista <strong>no</strong> Anexo IV.<br />
4) A partilha das receitas relativas ao IRPJ, PIS/Pasep, CSLL,<br />
Cofins e CPP arrecadadas na forma deste Anexo será<br />
realizada com base <strong>no</strong>s parâmetros definidos na Tabela V-B,<br />
onde:<br />
(I)= pontos percentuais da partilha destinada à CPP;<br />
(J)= pontos percentuais da partilha destinada ao IRPJ, calculados<br />
após o resultado do fator (I);<br />
(K)= pontos percentuais da partilha destinada à CSLL, calculados após<br />
o resultado dos fatores (I) e (J);<br />
(L)= pontos percentuais da partilha destinada à COFINS, calculados<br />
após o resultado dos fatores (I), (J) e (K);<br />
(M)= pontos percentuais da partilha destinada à contribuição para o<br />
PIS/PASEP, calculados após os resultados dos fatores (I), (J), (K) e (L);<br />
88
(I) + (J) + (K) + (L) + (M) = 100<br />
N = relação (r) dividida por 0,004, limitando-se o resultado a 100;<br />
P = 0,1 dividido pela relação (r), limitando-se o resultado a 1.<br />
Receita Bruta em 12 meses<br />
(em R$)<br />
Até 120.000,00<br />
De 120.000,01 a 240.000,00<br />
De 240.000,01 a 360.000,00<br />
De 360.000,01 a 480.000,00<br />
De 480.000,01 a 600.000,00<br />
De 600.000,01 a 720.000,00<br />
De 720.000,01 a 840.000,00<br />
CPP IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP<br />
I J K L M<br />
N x<br />
0,9<br />
N x<br />
0,875<br />
N x<br />
0,85<br />
N x<br />
0,825<br />
N x<br />
0,8<br />
N x<br />
0,775<br />
N x<br />
0,75<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 – I – J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I – J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I – J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I – J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I – J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I – J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I – J - K)<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
89
Receita Bruta em 12 meses (em R$) CPP IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP<br />
De 840.000,01 a 960.000,00<br />
De 960.000,01 a 1.080.000,00<br />
De 1.080.000,01 a 1.200.000,00<br />
De 1.200.000,01 a 1.320.000,00<br />
De 1.320.000,01 a 1.440.000,00<br />
De 1.440.000,01 a 1.560.000,00<br />
De 1.560.000,01 a 1.680.000,00<br />
De 1.680.000,01 a 1.800.000,00<br />
De 1.800.000,01 a 1.920.000,00<br />
De 1.920.000,01 a 2.040.000,00<br />
De 2.040.000,01 a 2.160.000,00<br />
De 2.160.000,01 a 2.280.000,00<br />
De 2.280.000,01 a 2.400.000,00<br />
N x<br />
0,725<br />
N x<br />
0,7<br />
N x<br />
0,675<br />
N x<br />
0,65<br />
N x<br />
0,625<br />
N x<br />
0,6<br />
N x<br />
0,575<br />
N x<br />
0,55<br />
N x<br />
0,525<br />
N x<br />
0,5<br />
N x<br />
0,475<br />
N x<br />
0,45<br />
N x<br />
0,425<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,25 X<br />
(100 - I)<br />
X P<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
0,75 X<br />
(100 – I –<br />
J - K)<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
100 – I – J – K - L<br />
90
De volta ao escritório:<br />
— Marina, tenho uma curiosidade. E para quem não é optante<br />
pelo Simples Nacional? — diz João Paulo.<br />
— Bem, pai, primeiro deve-se estabelecer por qual tipo de<br />
lucro queremos calcular as tributações, ou seja, se pelo Lucro<br />
Real ou Lucro Presumido — diz Marina.<br />
Lucro Real: É quando se consideram todas as receitas,<br />
subtraindo todos os custos e despesas da empresa de acordo<br />
com o regulamento do imposto de renda. Dessa forma, os<br />
impostos são calculados com base em seu lucro real.<br />
Lucro Presumido: É o lucro que se presume através da<br />
receita bruta de vendas de mercadorias e/ou prestação de<br />
<strong>serv</strong>iços. A base de cálculo da receita bruta é definida<br />
conforme a atividade principal desenvolvida pela pessoa<br />
jurídica. Veja: Comércio, indústria e alguns <strong>serv</strong>iços: 8%;<br />
Revenda de combustíveis: 1,6%; Prestação de <strong>serv</strong>iços em<br />
geral: 32%; Prestação de <strong>serv</strong>iços em geral com faturamento<br />
de até 120 mil ao a<strong>no</strong>: 16%. Obs.: Consulte o responsável<br />
91
pela contabilidade da sua empresa para saber quais ramos de<br />
atividade podem utilizar essa alíquota.<br />
Conheça cada um dos impostos e contribuições a serem<br />
pagos e como calculá-los, baseando-se tanto <strong>no</strong> Lucro Real<br />
quanto <strong>no</strong> Lucro Presumido:<br />
IR - Exemplo dos Cálculos para<br />
Imposto de Renda:<br />
Considerando um faturamento de R$<br />
45.000,00.<br />
Alíquota do Imposto de Renda: 15% sobre<br />
o lucro real ou presumido.<br />
FIQUE ATENTO! No Lucro Real ou<br />
Presumido superior a 20 mil por mês,<br />
deve-se calcular mais 10% sobre o<br />
excedente.<br />
Imagem de<br />
algumas moedas<br />
de R$1,00<br />
empilhadas.<br />
92
Imagem de várias moedas de um real empilhadas<br />
Lucro Real: R$ 45.000,00 (Receita bruta) – R$ 38.000,00 (Despesas<br />
dedutíveis) = R$ 7.000,00 (Lucro real) / R$ 7.000,00 (Lucro real) x 15%<br />
(Alíquota do imposto de renda) = R$ 1.050,00 (Imposto a ser pago).<br />
Lucro Presumido: R$ 45.000,00 (Receita bruta) x R$ 32%<br />
(Presunção do lucro) = R$ 14.400,00 (Lucro presumido) / R$ 14.000,00<br />
(Lucro presumido) x 15%(Alíquota do imposto de renda) = R$ 2.120,00<br />
(Imposto a ser pago).<br />
93
CSLL - Exemplo dos cálculos da contribuição social sobre<br />
o Lucro Líquido, considerando um faturamento de R$<br />
45.000,00.<br />
Alíquota da CSLL: 9% sobre o Lucro Real 9% sobre 12% do<br />
Faturamento.<br />
Lucro Real: R$ 45.000,00 (Receita bruta) – R$ 38.000,00 (Despesas<br />
dedutíveis) = R$ 7.000,00 (Lucro real) / R$ 7.000,00 (Lucro real) x 9%<br />
(Alíquota da CSLL) = R$ 630,00 (Contribuição a ser paga).<br />
Lucro Presumido: R$ 45.000,00 (Receita bruta) x R$ 12% (Base de<br />
cálculo) = R$ 5.400,00 (Lucro presumido) / R$ 5.400,00 (Lucro<br />
presumido) x 9% (Alíquota da CSLL) = R$ 486,00 (Contribuição a ser<br />
paga).<br />
94
Imagem de várias moedas de um real empilhadas<br />
PIS – Exemplo de cálculo do Programa de Integração<br />
Social Federal, considerando um faturamento de R$<br />
45.000,00. Alíquota do PIS: 1,65% sobre o Lucro Real (não<br />
cumulativo) 0,65% sobre o Lucro Presumido (cumulativo).<br />
Fique Atento! O recolhimento é mensal através do formulário<br />
DARF.<br />
Lucro Real: R$ 45.000,00 (Receita bruta) x 1,65% (Alíquota do PIS)<br />
= R$ 742,50 (Contribuição a ser paga).<br />
Lucro Presumido: R$ 45.000,00 (Receita bruta) x R$ 0,65%<br />
(Alíquota do PIS) = R$ 292,50 (Contribuição a ser paga).<br />
95
COFINS – Exemplo de Cálculo da Contribuição para o<br />
Financiamento da Seguridade Social, considerando um<br />
faturamento de R$ 45.000,00.<br />
PIS: 7,6% sobre o Lucro Real (não cumulativo) 3% sobre o Lucro<br />
Presumido (cumulativo).<br />
Lucro Real: R$ 45.000,00 (Receita bruta) x 7,6% (Alíquota do<br />
COFINS) = R$ 3.420,00 (Contribuição a ser paga).<br />
Lucro Presumido: R$ 45.000,00 (Receita bruta) x R$ 3% (Alíquota<br />
do COFINS) = R$ 1.350,00 (Contribuição a ser paga).<br />
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de<br />
Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte<br />
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Regra<br />
Geral: 18% - alíquota interna <strong>no</strong> Estado de São Paulo.<br />
ISS – Imposto sobre Serviços. Regra geral: Base de Cálculo:<br />
valor dos <strong>serv</strong>iços. Alíquota: 5% (recolhimento mensal),<br />
município de São Paulo.<br />
96
Fique Atento! Outros municípios - verificar alíquotas da<br />
atividade na prefeitura local.<br />
Imagem do João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
— Bem, pai, esses são alguns dos custos e despesas<br />
variáveis, mas existem outros também — diz Marina.<br />
— Mas hoje eu já roubei demais o seu tempo... Acho melhor<br />
eu continuar organizando as coisas aqui — diz Marina.<br />
— É verdade! E eu ainda tenho que ver algumas coisas com a<br />
Joana — diz João Paulo.<br />
— Joana, você já colocou o anúncio para contratação de um<br />
vendedor? — diz João Paulo.<br />
— Ainda não, Sr. João Paulo — diz Joana.<br />
97
— Ótimo! Pois ainda tenho que traçar o perfil do profissional<br />
que iremos contratar para depois enviarmos para o jornal —<br />
diz João Paulo.<br />
Alguns dias depois, Joana e João Paulo conversam:<br />
— Bom dia, Joana!<br />
— Bom dia, Sr. João Paulo! Vou enviar hoje mesmo para o<br />
jornal a proposta que estamos oferecendo.<br />
Imagem de um jornal intitulado: Jornal a voz.<br />
— Agora, vou lá <strong>no</strong> escritório atualizar a lista dos custos e<br />
despesas variáveis, pois como o pagamento será baseado <strong>no</strong><br />
número de vendas, tenho que ter esse controle que será<br />
diferente a cada mês — diz João Paulo.<br />
98
COMISSÃO<br />
Considere que o<br />
representante comercial é<br />
o responsável por 50%<br />
dos <strong>serv</strong>iços da Oficina<br />
Fórmula 1, para um<br />
faturamento bruto mensal<br />
estimado em<br />
R$10.000,00.<br />
Conheça o valor aproximado de sua comissão:<br />
Faturamento bruto empresa: (R$ 10.000,00)<br />
Serviços Vendidos: (R$ 5.000,00)<br />
Comissão de vendas: (10%)<br />
Comissão: (R$ 500,00).<br />
Ob<strong>serv</strong>ando que as despesas com a comissão devem ser<br />
incluídas na formação do preço <strong>no</strong> <strong>serv</strong>iço.<br />
Imagem de um mecânico em<br />
frente a um carro.<br />
99
Imagem de um panfleto<br />
Paulo.<br />
de propaganda da<br />
Oficina Fórmula 1.<br />
— Bom dia, pai! Trouxe uma<br />
<strong>no</strong>vidade pra você — diz Marina.<br />
— Sabe, pai, acho que a <strong>no</strong>ssa<br />
oficina está precisando de uma<br />
divulgação mais eficiente, afinal de<br />
contas não dá pra ficar só <strong>no</strong> boca a<br />
boca — diz Marina.<br />
— É verdade, Marina. Gostei muito<br />
da sua iniciativa e isso também <strong>no</strong>s<br />
ajuda a ficar mais conhecidos e,<br />
quem sabe, até aumentarmos a<br />
<strong>no</strong>ssa competitividade — diz João<br />
— Isso mesmo! Futuramente, quero até colocar uma<br />
propaganda <strong>no</strong> rádio — diz Marina.<br />
— Futuramente, não é filha? Pois ainda não temos o dinheiro<br />
necessário para provisionar uma propaganda desse tipo — diz<br />
João Paulo.<br />
Fique atento: Em breve <strong>no</strong> curso “Divulgue a sua empresa”,<br />
você poderá conhecer todas as formas de divulgação e saber<br />
que é possível sim divulgar a sua empresa, independente do<br />
tamanho dela.<br />
100
— Pra divulgação, separei 2% sobre o montante dos <strong>serv</strong>iços<br />
prestados pela oficina pra pagar os panfletos — diz Marina.<br />
— É... Realmente. Apesar de não ser necessário fazer<br />
propaganda sempre, precisamos já embutir esse valor em<br />
<strong>no</strong>ssos <strong>serv</strong>iços — diz João Paulo.<br />
Os dados abaixo mostram o custo com propaganda do Sr.<br />
João Paulo:<br />
Faturamento mensal: (R$ 10.000,00)<br />
Base de Cálculo: (R$10.000,00 x 2%)<br />
Publicidade: (R$ 200,00).<br />
Dica: Atenção! Cada empresa define um percentual de<br />
divulgação de acordo com sua estratégia.<br />
101
Imagem do João Paulo e Marina e Joana <strong>no</strong> escritório da oficina.<br />
— Sr. João Paulo, acabaram de ligar do banco e avisaram que<br />
um cheque de um cliente <strong>no</strong> valor de R$100,00 foi devolvido<br />
por falta de fundos — diz Joana.<br />
— Sério? Já é a segunda vez este mês que um cheque é<br />
devolvido. Se continuar assim, vamos ultrapassar os dados<br />
históricos dos 3% do faturamento, com a inadimplência de<br />
clientes — diz João Paulo.<br />
— É justamente por conta dessas inadimplências que temos<br />
que fazer os cálculos e embutir essa despesa <strong>no</strong> valor do<br />
preço de venda do <strong>serv</strong>iço — diz Marina.<br />
102
— Mas isso é um pouco injusto, não é, Marina? — diz Joana.<br />
— Pode ser, Joana! Mas, <strong>no</strong> momento, temos que fazer isso<br />
até criar algum mecanismo que reduza essa média histórica e,<br />
quem sabe, até diminuir também o valor dos preços — diz<br />
Marina.<br />
— Bem, por enquanto, a média de faturamento para cobrir a<br />
inadimplência está em 3%, o que ainda é aceitável para o<br />
<strong>no</strong>sso faturamento mensal — diz João Paulo.<br />
Dica: Para obter o percentual de inadimplência, divide-se o<br />
total de títulos não recebidos <strong>no</strong> final de um período pelo<br />
faturamento acumulado <strong>no</strong> mesmo período.<br />
— Bem, pai, esta é mais uma despesa que deve estar na<br />
<strong>no</strong>ssa relação de despesas variáveis — diz Marina.<br />
— E vamos tentar diminuí-la até não existir mais — diz João<br />
Paulo.<br />
Abaixo está a tabela de custos e despesas variáveis da<br />
oficina:<br />
103
Faturamento Mensal 10.000,00<br />
Custos e despesas<br />
variáveis mês/a<strong>no</strong><br />
Valor R$<br />
% Sobre<br />
Faturamento<br />
Simples 600,00 6,00<br />
Comissões 500,00 5,00<br />
Publicidade 200,00 2,00<br />
Inadimplência 300,00 3,00<br />
Total das despesas<br />
variáveis<br />
1.600,00 16,00<br />
Outras Despesas Variáveis: A empresa também pode se<br />
deparar com outras despesas que podem ocorrer dependendo<br />
da sua atividade exercida e da forma que efetua a compra e a<br />
venda de seus produtos e <strong>serv</strong>iços. Então, fique atento a<br />
todas as suas despesas!<br />
Conhecer os custos e despesas incidentes sobre os <strong>serv</strong>iços,<br />
como impostos e mão de obra, é fundamental para o<br />
gerenciamento econômico e financeiro de sua empresa.<br />
104
Imagem de uma agenda com uma caneta e uma calculadora.<br />
É importante que você saiba que a apuração dos valores<br />
totais dos impostos é fundamental para a visualização do<br />
custo do seu <strong>serv</strong>iço.<br />
105
7- ENCERRAMENTO<br />
Imagem de João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina<br />
— Agora, as <strong>no</strong>ssas a<strong>no</strong>tações sobre os custos e as despesas<br />
estão completas! — diz Marina.<br />
— Ótimo filha! Sua ajuda foi essencial para que, assim, eu<br />
possa dar início à formação dos preços aqui na oficina — diz<br />
João Paulo.<br />
— É... Porque o que fizemos aqui foi apurar <strong>no</strong>ssos <strong>gastos</strong><br />
para iniciar a formação adequada dos preços de <strong>no</strong>ssos<br />
<strong>serv</strong>iços — diz Marina.<br />
106
— E agora que vamos conseguir formar um preço atrativo,<br />
vamos recuperar os antigos clientes que já conhecem o <strong>no</strong>sso<br />
<strong>serv</strong>iço — diz João Paulo.<br />
— E clientes <strong>no</strong>vos também! Pois agora temos como competir<br />
com os <strong>no</strong>ssos concorrentes e as suas promoções — diz<br />
Marina.<br />
— Ah... Estou muito animado para esta <strong>no</strong>va fase da oficina —<br />
diz João Paulo.<br />
— Agora que você também aprendeu a calcular os custos e<br />
despesas <strong>no</strong> <strong>serv</strong>iço, que tal dar continuidade na<br />
aprendizagem e saber formar o seu preço? — diz João Paulo.<br />
— Para isso, vou te dar uma dica: o curso Preço de Venda <strong>no</strong><br />
Serviço do SEBRAE-<strong>SP</strong> apresenta a você todos os passos<br />
para formar o preço <strong>no</strong> seu <strong>serv</strong>iço — diz João Paulo.<br />
— Eu vou continuar me organizando para poder formar<br />
corretamente o meu preço aqui na oficina — diz João Paulo.<br />
107
ATIVIDADE 7<br />
Para saber se compreendeu o que viu até aqui, faça uma<br />
reflexão:<br />
A) Em relação ao seu controle de custos, você:<br />
( ) Não a<strong>no</strong>ta os seus <strong>gastos</strong>.<br />
( ) A<strong>no</strong>ta os seus <strong>gastos</strong>, porém não tem um controle sobre<br />
eles.<br />
( ) A<strong>no</strong>ta os seus <strong>gastos</strong> diários e utiliza essas informações<br />
para tomar suas decisões na empresa.<br />
B) Você precisa alterar alguns valores dos custos e<br />
despesas da sua empresa. Quais seriam eles?<br />
( ) Impostos e despesas bancárias.<br />
( ) Aluguel do imóvel, salário dos empregados e conta de<br />
luz.<br />
( ) Pagamento do sindicato e materiais de escritório.<br />
108
C) São provisões a serem feitas...<br />
( ) 13º salário, Adicional de Férias e Indenizações<br />
Trabalhistas.<br />
( ) Vale-transporte e vale-refeição.<br />
( ) Comissões, publicidade e inadimplência.<br />
D) É preciso ter quais elementos para fazer o cálculo do<br />
custo total das despesas com o pessoal?<br />
( ) Total dos salários, contas de água e luz, e comissões.<br />
( ) Provisões, total de salários, encargos sociais e<br />
benefícios.<br />
( ) Preço de venda, comissões e benefícios.<br />
109
Imagem do João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina.<br />
— Pai, a análise de custos ajuda o empresário a tomar<br />
decisões <strong>no</strong> seu negócio. Lembra aquela cotação de preço<br />
que você pediu para um <strong>no</strong>vo equipamento? — diz Marina.<br />
— Lembro sim — diz João Paulo.<br />
— Para ofertarmos um <strong>no</strong>vo <strong>serv</strong>iço, a oficina terá também um<br />
<strong>no</strong>vo gasto com equipamento, correto? — diz Marina.<br />
— Certamente, Marina, inclusive, precisamos saber se o gasto<br />
com o equipamento é maior ou me<strong>no</strong>r que a contratação de<br />
uma pessoa para realizar esse <strong>no</strong>vo <strong>serv</strong>iço — diz João<br />
Paulo.<br />
110
— Isso mesmo, pai! Eu fiz os cálculos dos impactos nas<br />
despesas da oficina com a compra do equipamento e com a<br />
contratação do empregado para que o senhor possa tomar a<br />
decisão — diz Marina.<br />
Relembrando:<br />
Despesa fixa total da oficina: R$ 7.714,59<br />
(Despesas Fixas - Total R$ 4.013,39 + Custo com Pessoal<br />
Direto R$ 3.701,20);<br />
Horas disponíveis na oficina: R$ 484,00 (121 horas X<br />
4colaboradores);<br />
Custo-hora da oficina: R$ 15,95 (R$ 7.714,59 ÷ R$ 484,00).<br />
Cálculos:<br />
Contratar um colaborador<br />
Salário do colaborador = 540,00<br />
Encargos + provisões e etc. = 108,00<br />
Aumento da despesa fixa = 648,00<br />
Despesa fixa total alternativa 2 = 8.362,59<br />
Horas disponíveis na oficina = 484<br />
Custo-hora da oficina= 17,28<br />
111
Comprar um equipamento<br />
Valor do equipamento = 8.000,00<br />
Vida útil em a<strong>no</strong>s = 5<br />
Valor residual = 1.280,00<br />
Depreciação mensal = 112,00<br />
Gasto de Energia mensal do equipamento = 50,00<br />
Aumento da despesa fixa = 162,00<br />
Despesa fixa total atual = 7.714,59<br />
Despesa fixa total alternativa 1 = 7.876,59<br />
Horas disponíveis na oficina = 484<br />
Custo-hora da oficina = 16,27<br />
De volta ao escritório da oficina, João Paulo e Marina chegam<br />
a uma conclusão:<br />
112
Imagem do João Paulo e Marina <strong>no</strong> escritório da oficina.<br />
— Que ótimo, Marina, que você fez esses cálculos! O custo da<br />
hora passou de R$ 15,94 para R$ 16,27 com a compra do<br />
equipamento — diz João Paulo.<br />
— E se o senhor decidir pela contratação de um <strong>no</strong>vo<br />
colaborador, será mais oneroso para a oficina — diz Marina.<br />
— Nossa Marina! Posso concluir que a análise de custos da<br />
empresa é muito importante para o empresário tomar uma<br />
decisão gerencial com segurança — diz João Paulo.<br />
Você, empresário, sempre que pensar em fazer um<br />
investimento <strong>no</strong>vo, coloque na ponta do lápis o seu custo,<br />
compare com outras alternativas para tomar a melhor decisão.<br />
O importante é que você perceba que controlar os custos é<br />
essencial!<br />
113
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114
ATIVIDADE 1<br />
8- GABARITO DAS ATIVIDADES<br />
Para controlar os <strong>gastos</strong>, é preciso a<strong>no</strong>tar o que gastou e<br />
quanto, saber analisar os <strong>gastos</strong> a<strong>no</strong>tados e a<strong>no</strong>tar <strong>gastos</strong><br />
diariamente.<br />
ATIVIDADE 2<br />
Os itens da lista de João Paulo que podem sofrer intervenção<br />
em seus valores são: salário dos colaboradores, pagamento<br />
do contador, aluguel, materiais (do escritório e da oficina),<br />
manutenções (do prédio, de equipamentos) e contas de água,<br />
telefone e energia.<br />
ATIVIDADE 3<br />
Confira as respostas:<br />
(2) Materiais utilizados <strong>no</strong>s consertos<br />
(1) Ho<strong>no</strong>rários do contador<br />
(2) Comissões<br />
(2) Impostos<br />
(1) Salários<br />
115
(1) Aluguel<br />
(1) Material de limpeza<br />
ATIVIDADE 4<br />
Confira a ordem correta:<br />
(d) São depositados 8% do valor do salário.<br />
(b) É importante provisionar os valores mensalmente para não<br />
ter problemas de caixa.<br />
(a) É a remuneração do sócio que trabalha <strong>no</strong> negócio,<br />
considerada despesa fixa.<br />
(c) Despesas sobre a folha de pagamento dos colaboradores.<br />
ATIVIDADE 5<br />
A afirmativa verdadeira é: quando não houver refeitório, a<br />
empresa poderá oferecer o vale-refeição.<br />
ATIVIDADE 6<br />
A resposta para esta atividade está de acordo com a realidade<br />
da sua empresa.<br />
ATIVIDADE 7<br />
É preciso saber exatamente quanto se gasta e em que se<br />
gasta, isso é ter disciplina. E para manter essa disciplina, é<br />
116
necessário ter onde a<strong>no</strong>tar os valores <strong>gastos</strong> para fazer o<br />
controle. Porém, não basta ter disciplina, ter tudo a<strong>no</strong>tado e<br />
não saber utilizar as informações que se têm em mãos para<br />
saber o que aconteceu e o que isso representa para a<br />
empresa.<br />
Impostos, despesas bancárias, assim como o pagamento do<br />
sindicato não são itens que podem ser alterados pelo<br />
empreendedor. Já o aluguel do imóvel, as contas de luz,<br />
telefone, água, os materiais de escritório, assim como o<br />
salário dos empregados (o mínimo estabelecido pelo<br />
sindicato) podem ser alterados pelo empreendedor por<br />
diminuir os <strong>gastos</strong> da empresa.<br />
Com a provisão, é possível efetuar os pagamentos como 13º<br />
salário, Adicional de Férias e Indenizações Trabalhistas. Ela é<br />
uma ação necessária para que não se retire dinheiro do caixa<br />
para um item que pode ser previsto anteriormente.<br />
É essencial que a empresa faça a relação mensal de todas as<br />
suas despesas com pessoal - provisões, total de salários,<br />
encargos sociais e benefícios - pois esse é um dos itens mais<br />
importantes do conjunto dos <strong>gastos</strong> totais de qualquer<br />
organização.<br />
117
2012 © Serviço de Apoio às Micro<br />
e Pequenas Empresas de São<br />
Paulo – SEBRAE-<strong>SP</strong><br />
Todos os direitos re<strong>serv</strong>ados<br />
A reprodução não autorizada<br />
desta publicação, <strong>no</strong> todo ou em<br />
parte, constitui violação dos<br />
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AC<strong>SP</strong> – Associação Comercial de<br />
São Paulo<br />
ANPEI – Associação Nacional de<br />
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Engenharia das Empresas<br />
I<strong>no</strong>vadoras<br />
Banco Nossa Caixa S.A.<br />
FAE<strong>SP</strong> – Federação da<br />
Agricultura do Estado de São<br />
Paulo<br />
FIE<strong>SP</strong> – Federação das<br />
Indústrias do Estado de São<br />
Paulo<br />
FECOMERCIO – Federação do<br />
Comercio do Estado de São<br />
Paulo<br />
ParqTec – Fundação Parque Alta<br />
Tec<strong>no</strong>logia de São Carlos<br />
IPT – Instituto de Pesquisas<br />
Tec<strong>no</strong>lógicas<br />
Secretaria de Estado de<br />
Desenvolvimento<br />
SEBRAE – Serviço Brasileiro de<br />
Apoio às Micro e Pequenas<br />
Empresas<br />
SINDIBANCOS – Sindicato dos<br />
Bancos do Estado de São Paulo<br />
CEF – Superintendência Estadual<br />
da Caixa Econômica Federal<br />
BB – Superintendência Estadual<br />
do Banco do Brasil<br />
Conselho Deliberativo<br />
Presidente<br />
Alencar Burti (AC<strong>SP</strong>)<br />
Diretor – Superintendente<br />
Bru<strong>no</strong> Caeta<strong>no</strong><br />
Diretoria de Administração e<br />
Finanças<br />
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Diretoria Técnica<br />
Ricardo Tortorella<br />
Coordenador de Conteúdo<br />
Claudia Aparecida Gonçalves<br />
Brum<br />
Consultoria Especializada<br />
José Ma<strong>no</strong>el Oliveira Silva<br />
Reinaldo Santos Calipo<br />
Coordenador Pedagógico<br />
Rita Vucinic Teles<br />
Produção Técnica<br />
WebAula Produtos e Serviços<br />
para Educação<br />
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