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Celebrações 2010 - Diocese de Erexim

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Mensagem do Bispo Diocesano<br />

Queridos irmãos e irmãs <strong>de</strong>sta Comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ______________________<br />

Todos os anos, em todas as igrejas do mundo cristão católico, multidões se<br />

reúnem na Sexta-feira Santa para fazer memória do gran<strong>de</strong> drama da paixão e morte<br />

<strong>de</strong> Jesus: um júri popular ao alcance <strong>de</strong> todos, narrado ao vivo pelos quatro Evangelhos.<br />

Um júri em que o justo é con<strong>de</strong>nado: houve traição, testemunhas falsas, torturas,<br />

a autorida<strong>de</strong> lavando as mãos covar<strong>de</strong>mente, a cena violenta da crucifixão e a morte<br />

por asfixia.<br />

O caminho da paixão e morte <strong>de</strong> Jesus, sua via-sacra, nos mostra o caminho<br />

terrível do pecado; o caminho <strong>de</strong> violências, ódios, vinganças. A palavra “paixão”<br />

significa sofrimento, sofrer em silêncio, sem colocar a culpa nos outros. É por isso que<br />

chamamos o dia <strong>de</strong> hoje <strong>de</strong> Sexta-feira da Paixão <strong>de</strong> Jesus.<br />

A malda<strong>de</strong> humana não poupou nem mesmo o Filho <strong>de</strong> Deus. Jesus veio para<br />

dar a vida e nós lhe <strong>de</strong>mos a morte! Não sei se fico triste diante da malda<strong>de</strong> dos<br />

homens, ou se me encanto diante da bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, que transformou a morte em<br />

vida. Porque, se a criatura humana teve a força suficiente para matar Jesus, Deus teve<br />

força maior <strong>de</strong> transformar a maldição em bênção, o pecado em graça, a morte em<br />

verda<strong>de</strong>ira vida.<br />

O dia <strong>de</strong> hoje, Sexta-feira Santa, nos coloca diante <strong>de</strong> Cristo na cruz, e nos faz<br />

pensar: “o que fiz ou faço para que haja menos cruzes nas costas dos irmãos?” Fui<br />

chamado por Deus para tirar as cruzes das costas dos irmãos e não para crucificar.<br />

É bom que se diga que o sofrimento não <strong>de</strong>ve ser visto como um castigo <strong>de</strong><br />

Deus. Mas também não <strong>de</strong>vemos cair no outro extremo, <strong>de</strong> achar que o sofrimento é<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, que o sofrimento é a forma que Deus escolheu para nos salvar, ou<br />

ainda que as pessoas sofrem porque “Deus quer assim”.<br />

A Paixão <strong>de</strong> Cristo que hoje celebramos, culminando com sua morte <strong>de</strong> cruz,<br />

morte dolorosa, violenta e <strong>de</strong>sumana, não po<strong>de</strong> nos levar a crer que Deus quer que<br />

soframos primeiro para <strong>de</strong>pois sermos salvos. Nem mesmo o sofrimento <strong>de</strong> Cristo foi<br />

planejado e querido por Deus.<br />

Jesus não procurou a morte na cruz, mas para evitá-la teria <strong>de</strong> renegar todas as<br />

suas propostas, <strong>de</strong>veria ajustar-se à mentalida<strong>de</strong> corrente, não abrir mais a boca e<br />

resignar-se ao triunfo do mal. Se Jesus fizesse isso, não seria pregado na cruz e ainda<br />

po<strong>de</strong>ria ser coberto <strong>de</strong> honras. Mas isso teria sido a falência <strong>de</strong> sua missão.<br />

A malda<strong>de</strong> produz a maior parte do nosso sofrimento que afeta a nós mesmos e<br />

aos outros. A miséria e a fome que assolam a vida <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> seres humanos não é<br />

fruto do acaso, muito menos do querer divino. Todos esses sofrimentos são causados<br />

pela malda<strong>de</strong> dos próprios homens que se afastam do caminho <strong>de</strong> Deus.<br />

Dom Girônimo Zanandréa<br />

Bispo Diocesano<br />

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