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Grande distribuição atropela pequenos ... - Vida Económica

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Nº 1259 / 25 Julho de 2008 / Semanal / Portugal Continental 2,20€<br />

Crescimento do IRC<br />

não é sustentável<br />

fMi AfirMA QUE<br />

Os PrObLEMAs<br />

dA ECOnOMiA<br />

POrTUGUEsA<br />

sãO inTErnOs<br />

O aumento da receita fiscal<br />

através da tributação das empresas<br />

“pode não ser sustentado”<br />

– considera o FMI no seu<br />

último relatório sobre a economia<br />

portuguesa. Na perspectiva<br />

dos técnicos do FMI, a evolução<br />

positiva da receita fiscal não<br />

garante por si só o equilíbrio<br />

orçamental. O controlo da despesa<br />

pública depende dos resultados<br />

da reforma do Estado<br />

que necessita de ser “totalmente<br />

concretizada”.<br />

(continua na página 8)<br />

sUPLEMEnTO AiMMAP<br />

sinisTrALidAdE<br />

LAbOrAL TEM<br />

rEdUçãO<br />

siGnifiCATiVA<br />

sUPLEMEnTO<br />

OUTsOUrCinG<br />

sECTOr<br />

dO OUTsOUrCinG<br />

CrEsCE ACiMA dE 8%<br />

PrÓxiMA EdiçãO<br />

A 8 dE AGOsTO<br />

À semelhança dos anos<br />

anteriores, durante o mês de<br />

Agosto a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

terá periodicidade quinzenal.<br />

Assim, a próxima edição será<br />

distribuída a 8 de Agosto.<br />

9 720972 000037<br />

0 1 2 5 9<br />

“Acordos verbais” impõem margens garantidas de 70% sobre o PVP<br />

<strong>Grande</strong> <strong>distribuição</strong> <strong>atropela</strong><br />

<strong>pequenos</strong> fornecedores<br />

Autarquias pagam<br />

obras cada vez<br />

mais tarde<br />

A maioria das autarquias e empresas<br />

municipais continua a pagar<br />

as suas facturas com atraso excessivo,<br />

registando-se mesmo um aumento do<br />

Atraso médio<br />

7,2 meses<br />

de pagamento<br />

prazo médio de recebimento, que é<br />

agora de 7,2 meses (216 dias), revela<br />

um estudo da FEPICOP.<br />

Pág. 34<br />

AUTOMÓVEL<br />

“POrsChE sErá<br />

sEMPrE PEQUEnA<br />

E áGiL”<br />

Pág. 45<br />

A NDrive é um dos melhores<br />

projectos portugueses<br />

na área das novas tecnologias.<br />

As exportações já representam<br />

60% das vendas totais desta<br />

empresa produtora de software<br />

e equipamentos de localização,<br />

vulgo GPS. Com 120 aparelhos<br />

produzidos no ano passado,<br />

das suas linhas de produção<br />

deverão sair este ano 400 mil<br />

equipamentos GPS.<br />

Portugal continua a ser o<br />

principal mercado da NDrive,<br />

Os contratos de margem garantida<br />

são proibidos pela lei da concorrência,<br />

mas fazem-se quase de<br />

forma descarada. Os “acordos de<br />

cavalheiros” estabelecidos no sector<br />

da <strong>distribuição</strong> permitem às grandes<br />

superfícies fixar margens que chegam<br />

aos 70%, e podem representar<br />

a ruína completa para os <strong>pequenos</strong><br />

produtores e fornecedores.<br />

Um destes intervenientes, ouvido<br />

pela VE, diz que é um “suicídio”<br />

e uma “burrice completa” a<br />

aceitação de tais acordos. O certo<br />

é que, quando confrontados com<br />

a ameaça de retirada dos pontos<br />

<strong>Grande</strong>s insígnias<br />

têm descontos em<br />

factura de 35%, contra<br />

20% dos restantes<br />

operadores<br />

que regista uma subida das vendas<br />

em vários mercados externos,<br />

nomeadamente Espanha,<br />

Brasil e França.<br />

“Vamos também começar a<br />

vender para Marrocos”, afirma<br />

Eduardo Carqueja, administrador<br />

da NDrive.<br />

Em 2006, a NDrive saltou<br />

de uma facturação de um milhão<br />

de euros para quatro milhões<br />

de euros e, em 2007, atingiu<br />

os 11,5 milhões.<br />

Págs. 31 e 32<br />

dirECTOr<br />

João Peixoto de Sousa<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

de venda de todos os produtos, a<br />

oposição esmorece. Refira-se que<br />

a grande <strong>distribuição</strong> representa<br />

cerca 80% do negócio de muitos<br />

<strong>pequenos</strong> fornecedores. Perdê-la<br />

do dia para a noite representa a falência<br />

imediata.<br />

Para compensarem as margens<br />

garantidas dadas aos grandes<br />

operadores, os fornecedores e distribuidores<br />

alinham o PVP dos<br />

produtos, fazendo o consumidor<br />

pagar um preço mais alto pelos<br />

bens, muitos deles de primeira necessidade.<br />

Pág. 05<br />

Queixa apresentada<br />

à AdC envolve grandes<br />

marcas em práticas<br />

anticoncorrenciais<br />

sUPLEMEnTO sEGUrOs<br />

“A LEi dA MEdiAçãO<br />

é dEMAsiAdO<br />

bUrOCráTiCA”<br />

Págs. ii e iii<br />

NDrive exporta 60% dos equipamentos<br />

GPS que produz em Portugal<br />

Eduardo Carqueja, administrador da<br />

NDrive<br />

PUB


2<br />

ACTUALIDADE<br />

Abertura<br />

ANTÓNIO VILAR<br />

ADVOGADO<br />

antoniovilar@antoniovilarpt<br />

EDITOR E PROPRIETÁRIO <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> Editorial, SA DIRECTOR João Peixoto de Sousa COOR-<br />

DENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDACÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de<br />

Redacção), Adérito Bandeira, Alexandra Costa, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fátima<br />

Ferrão, Guilherme Osswald, Martim Porto, Rute Barreira, Sandra Ribeiro e Susana Marvão;<br />

E-mail redaccao@vidaeconomica.pt; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e<br />

Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO Rua Gonçalo Cristóvão, 111, 6º Esq 4049-037 Porto - Tel<br />

223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: comercial@vidaeconomica.pt; PUBLICIDADE LIS-<br />

BOA Campo Pequeno, 50 - 4º Esq 1000-081 Lisboa • Tel 217 815 410 • Fax 217 815 415<br />

E-mail publicidade@vidaeconomica.pt; ASSINATURAS Tel 223 399 456 E-mail assinaturas@<br />

vidaeconomica.pt; IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO VASP, SA - Cacém E-mail<br />

geral@vasp.pt • Tel 214 337 000 - Fax 214 326 009<br />

EMPRESA<br />

CERTIFICADA<br />

CAUSAS DO DIA-A-DIA<br />

UM POUCO DE TUDO, MUITO DE NADA<br />

Hoje terá inteiro cabimento gritar que é<br />

urgente interpretar o mundo que os homens<br />

mudaram – e mudam a cada instante –, muitas<br />

vezes, sem consciência ou na inconsciência<br />

de causalidades e efeitos.<br />

Paira um fantasma sobre Portugal – o fantasma da pobreza. Abrem-se<br />

os jornais, vê-se a televisão, ouve-se a rádio e os queixumes, as lamúrias,<br />

a falência verbalizada de todo um país aparece constantemente em lugar<br />

de grande destaque. E dizem por aí certos economistas e sociólogos<br />

que, não obstante, os portugueses, não têm, na Europa, concorrência<br />

no domínio da propriedade de habitação própria, têm os mais altos<br />

índices de televisões por lar, de telemóveis por habitante, etc.<br />

Afi nal o quê, que se passa? Onde está a verdade?<br />

Como admito que as coisas não são todas a preto e branco, não me<br />

permito conclusões defi nitivas nem peremptórias. Em todas as queixas<br />

haverá, pois, alguma razão e em muitas estatísticas se revelará um país<br />

diferente daquele que, dizem, anda de “tanga”. E, para além de tudo,<br />

acredito sobretudo que, como povo, poderemos ultrapassar muitas das<br />

difi culdades que, hoje, se colocam no nosso caminho e enchem o céu<br />

de nuvens negras.<br />

Haverá condições, pois, para sair da situação actual. E uma das<br />

mais relevantes, dentre muitas outras, é que não fiquemos na borda<br />

da estrada à espera que o maná caia do céu e, sem esforço, sem sacrifício,<br />

sem mérito, tudo se resolva e cada um de nós enriqueça à tripa<br />

forra, ao sol e… à custa do suor dos outros. Precisa-se, também, de<br />

um “pensamento forte” contra o “pensamento da finitude” de que<br />

fala Slavoj Zizek. Ora, por feitio ou defeito, somos mais atreitos à<br />

fraqueza, à desistência, à finitude que aos valores opostos. E aí reside<br />

algo da nossa miséria intelectual que se contenta, geralmente, com<br />

um pouco de tudo e muito de nada. E, ainda, e de modo essencial, é<br />

preciso regressar à política, ou seja, repolitizar a economia, a sociedade,<br />

a cultura. O caminho inverso – ou a inércia – é o da tragédia<br />

anunciada.<br />

O mundo em que nos encontramos mudou radicalmente nos últimos<br />

anos. Essa mudança, que não poupou nada nem ninguém, aconteceu, a<br />

mais das vezes, sem qualquer pensamento estratégico ou estruturante.<br />

Se, como referiu noutro tempo Marx, os fi lósofos apenas interpretaram<br />

o mundo de modos diversos quando a necessidade de então era, ao<br />

invés, mudá-lo, hoje terá inteiro cabimento gritar que é urgente interpretar<br />

o mundo que os homens mudaram – e mudam a cada instante<br />

–, muitas vezes, sem consciência ou na inconsciência de causalidades<br />

e efeitos.<br />

Quando o capitalismo triunfa, nas suas várias facetas e modalidades,<br />

por todo o lado, há que perguntar se há alternativas, dentro da democracia,<br />

ao actual estado do mundo. Mas o que, também em Portugal,<br />

caracteriza estes tempos é um pesado silêncio a respeito das grandes<br />

questões do Homem e da sociedade em que estamos inseridos. E o<br />

pior dos silêncios é o das elites intelectuais, já que dos políticos actuais<br />

não se pode, hoje, esperar grandes voos, porquanto o “realismo” conformista<br />

da maioria deles – e dos partidos políticos em geral – só pode<br />

agravar o futuro.<br />

A vida política portuguesa caracteriza-se, na actualidade, de facto,<br />

pela ausência de perspectivas e de alternativas à semelhança, talvez, da<br />

situação vigente um pouco por toda a União Europeia. E, quando se<br />

esperava fi nalmente das oposições ao Governo em funções propostas<br />

para uma sociedade alternativa – a função mais nobre das oposições – é<br />

desolador o quadro político que se prefi gura diante do país com uma<br />

oposição adiada e, logo, sem credibilidade.<br />

São necessárias alternativas à situação actual que tenham no horizonte<br />

o século XXI, pois já basta de análises e comentários inócuos de<br />

pitonisas que apenas defendem os seus interesses e os dos seus.<br />

MEMBRO DA EUROPEAN<br />

BUSINESS PRESS<br />

TIRAGEM CONTROLADA<br />

PELA:<br />

TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 23.300<br />

4000 Município (Porto) TAXA PAGA<br />

Registo na D G C S nº 109 477 • Depósito Legal nº 33 445/89 • ISSN 0871-4320 • Registo do ICS nº 109 477<br />

INTERNACIONAL<br />

MERCADOS<br />

AUTOMÓVEL<br />

EMPRESAS CITADAS<br />

BCP .................................. 03<br />

Vodafone ............................ 03<br />

PT ..................................... 03<br />

Santander .......................... 08<br />

Roche ................................ 08<br />

Ramos Catarino ................. .12<br />

DST................................... 12<br />

H&M ................................. 12<br />

Mango ............................... 12<br />

Vinhos Borges ................... .14<br />

Merck ................................ 18<br />

Inosat ................................ 19<br />

Kaspersky Lab ................... .19<br />

SAP................................... 19<br />

Claranet ............................. 19<br />

Amen ................................ 19<br />

Critical Links ..................... .19<br />

Hill & Knowlton ................. .20<br />

Millward Brown ................. .24<br />

Apple ................................ 24<br />

TMN .................................. 24<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

NESTA EDIÇÃO<br />

Pág. 08 Pág. 36<br />

HUMOR ECONÓMICO<br />

ANA .................................. 25<br />

British Airways .................. .25<br />

Air Berlin ........................... 25<br />

Rolls-Royce ........................ 25<br />

Grupo Pestana ................... .26<br />

Impresa ............................. 28<br />

TAP ................................... 28<br />

Grupo RAR ......................... 28<br />

Colep................................. 28<br />

Finibanco........................... 36<br />

Capital Credit .................... .40<br />

Merrill Lynch ..................... .40<br />

UBS .................................. 40<br />

Banco Best ........................ 40<br />

BES .................................. 41<br />

Bear Sterns ........................ 41<br />

JP Morgan.......................... 41<br />

Goldman Sachs ................. .41<br />

Porsche ............................. 45<br />

VW .................................... 45<br />

Citroën .............................. 46<br />

Pág. 45<br />

OCDE CRITICA APOIOS PÚBLICOS<br />

AOS BIOCOMBUSTÍVEIS<br />

Os biocombustíveis são cada vez mais motivo de intensa polémica e de duras<br />

críticas. A OCDE não foge à regra e vê nos apoios públicos aos biocombustíveis<br />

um erro grave. São ajudas muito caras, o aumento da segurança<br />

energética é relativo e tornam os preços dos alimentos mais altos.<br />

TRADICIONAIS SEGUROS VIDA RISCO SÃO<br />

OPORTUNIDADE DE NEGÓCIO<br />

A evolução das receitas dos seguros vida tem estado em contraciclo com a<br />

conjuntura económica. É quando há maior incerteza que as famílias tendem<br />

a fazer aplicações de médio e longo prazos. O seguros vida risco tradicionais<br />

posicionam-se como uma boa oportunidade de negócio.<br />

“REORGANIZAR UMA EMPRESA QUE SE ENCONTRA<br />

NO VERMELHO É RELATIVAMENTE FÁCIL”<br />

Colocar novamente de pé uma empresa que está em difi culdades não<br />

será, afi nal, muito complicado. Quem manifesta esta opinião é o obreiro<br />

do milagre Porsche, Wendelin Wiedeking. Na sua opinião, importa ter<br />

em mente que os cortes intensos devem ser combinados com uma visão<br />

genuína.<br />

BREVES<br />

CRÉDITO MALPARADO<br />

TORNA A DISPARAR<br />

A situação é cada vez mais preocupante.<br />

O crédito malparado tornou<br />

a disparar em Maio, para o valor recorde<br />

de quase 2,6 mil milhões de<br />

euros. Tratou-se de um aumento de<br />

2,8%, relativamente ao mês anterior,<br />

e de 17,3%, face a período homólogo<br />

do ano passado. O malparado a particulares<br />

tem um peso de 2% do crédito<br />

total, sendo que, em termos homólogos,<br />

cresceu 11,4%, de acordo com<br />

o Banco de Portugal. Foi no crédito<br />

ao consumo que se registou a subida<br />

mais acentuada, representando cerca<br />

de 4,2% do total, o equivalente a 663<br />

milhões de euros. Já na habitação, o<br />

crescimento acelerou, para 1,4 mil milhões<br />

(ou 1,3% do crédito total). E o<br />

crédito malparado é de 1,9% ao nível<br />

das empresas, estando igualmente em<br />

curva ascendente.


4<br />

aCTualiDaDE<br />

4 anos<br />

Tempo em que está<br />

parado o projecto<br />

de Alcântara<br />

ECONÓMETRO<br />

<br />

<br />

Guias que juntam toda uma série de informação<br />

dispersa e que enquadram juridicamente,algumas<br />

questões de notória importância para os<br />

empresários.<br />

- a economia;<br />

- posibilidades de investimento;<br />

- sistema aduaneiro;<br />

- estabelecimentos e aspectos legais relacionados<br />

com a constituição de sociedades;<br />

- relações laborais;<br />

- sistema fiscal de cada país alvo:<br />

- incentivos;<br />

- sistema financeiro;<br />

- sector imobiliário;<br />

- contactos úteis.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

A<br />

JOãO TiagO silvEiRa<br />

O secretário de estado da Justiça continua a ser o<br />

rosto das mudanças que têm sido implementadas ao<br />

nível da habitação. É certo que com alguma contestação,<br />

sobretudo por parte de certos sectores profissionais.<br />

O que não deixa de ser normal nestas situações.<br />

O facto é que os consumidores saem beneficiados,<br />

uma quase excepção nos tempos que correm.<br />

aNTÓNiO CaRRapaTOsO<br />

A Vodafone está a ganhar quota à TMN. Nem sequer<br />

a posição dominante da PT está a evitar o bom desempenho<br />

da operadora britânica. Campanhas bem<br />

direccionadas e preços adequados estão na base do<br />

sucesso da Vodafone. O seu presidente, António Carrapatoso,<br />

tem sabido interpretar adequadamente as<br />

necessidades e os anseios do utilizador nacional.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

A<br />

400<br />

milhões de euros<br />

Crédito malparado<br />

que empresas<br />

esperam recuperar<br />

este ano<br />

<br />

<br />

Colecção<br />

Guias de Negócios<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

A<br />

Pedidos para:<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO<br />

Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: encomendas@vidaeconomica.pt<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

Edição:<br />

Autor:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

A<br />

TAMBÉM À VENDA<br />

NAS MELHORES LIVRARIAS<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

70%<br />

Quebra nos lucros<br />

semestrais do BCP<br />

JaiME silva<br />

O ministro da Agricultura é cada vez mais um nome<br />

a prazo. Para além das intervenções pouco felizes<br />

que o têm caracterizado, o mais grave será a sua falta<br />

de acção. A agricultura está nas ruas da amargura<br />

e, como se não bastasse, há doenças que estão a<br />

abater-se sobre vários tipos de árvores. Não se conhece<br />

qualquer reacção ao problema.<br />

MaNuEla fERREiRa lEiTE<br />

A principal líder da oposição parece não existir no<br />

mapa político. A altura é a ideal para apresentar<br />

soluções consistentes para os vários problemas que<br />

afectam o país. Mas o silêncio chega a ser ensurdecedor,<br />

para mais quando se levantam vozes no seio<br />

do próprio PSD. Em termos políticos, Ferreira Leite<br />

pode estar a cometer um erro grave.<br />

PUB<br />

faCTOs<br />

APEFI reafirma cenário<br />

negro para o sector<br />

financeiro nacional<br />

A Associação para o Posicionamento<br />

Estratégico e Financeiro<br />

(APEFI) lamenta que muitos dos<br />

seus avisos do final do ano passado<br />

não tenham sido escutados.<br />

Afinal, as suas previsões estão a<br />

confirmar-se. Analistas, políticos<br />

e economistas, a par dos próprios<br />

investidores, deverão estar mais<br />

atentos aos sinais que são transmitidos<br />

pelos mercados.<br />

A associação destaca o facto de,<br />

tal como previsto, a taxa de inflação<br />

ter disparado, desde o início<br />

do ano. Por outro lado, alguns<br />

dos colossos financeiros mundiais<br />

entraram em sérias dificuldades,<br />

devido à sua total incpacidade de<br />

reacção. Considera a APEFI que<br />

esse se tornou um cenário nos dias<br />

que correm. De igual modo, na altura<br />

foi feito o aviso do colapso no<br />

sector imobiliário espanhol. Que<br />

acabou por acontecer. Mas não<br />

se ficou por aqui, foram referidos<br />

aspectos como o aumento descontrolado<br />

dos preços das matériasprimas,<br />

a desvalorização continuada<br />

do dólar e até a descida abrupta<br />

da bolsa nacional.<br />

Fisco cria base<br />

de dados<br />

de contribuintes<br />

de risco<br />

A administração fiscal está a<br />

desenvolver uma base de dados<br />

informatizada com o perfil dos<br />

contribuintes que estão sujeitos<br />

a investigação, devido a casos de<br />

fraude e evasão fiscais. O novo sistema<br />

de controlo deverá estar operacional<br />

ainda até ao final do ano.<br />

O sistema conta com três tipos<br />

de perfis, contribuintes de risco<br />

(podem entrar em esquemas fraudulentos),<br />

contribuintes suspeitos<br />

de crime fiscal e novos contribuintes,<br />

estes a serem vigiados, pelo<br />

menos numa fase incial. O plano<br />

é da responsabilidade da Direcção-<br />

Geral de informática e Apoio aos<br />

Serviços Tributários e Aduaneiros.


<strong>Grande</strong> <strong>distribuição</strong> <strong>atropela</strong> <strong>pequenos</strong> fornecedores<br />

Os contratos de margem garantida, apesar de proibidos, são uma prática corrente na grande <strong>distribuição</strong>. No “carrinho de compras” cabem<br />

grandes e <strong>pequenos</strong> fornecedores, mas são estes últimos quem mais sofre com a situação.<br />

Os contratos de margem garantida são firmados<br />

por “acordos de cavalheiros”. As margens garantidas<br />

chegam a atingir os 70%, que os distribuidores<br />

descontam mensalmente nas facturas dos fornecedores<br />

sob a forma de prestação de serviços comerciais.<br />

Para garantirem a sua sobrevivência, os fornecedores<br />

alinham os PVP pelo grande distribuidor.<br />

Se um promete não baixar mais do que o acordado,<br />

os outros também não deixam vender mais alto<br />

fora do circuito da grande <strong>distribuição</strong>.<br />

Mas isto é só para quem tem grande poder negocial.<br />

Para quem não tem, regra geral os <strong>pequenos</strong><br />

fornecedores, ou aceitam o que é imposto pelos<br />

grandes distribuidores ou ficam sem poder vender<br />

nada, acabando por falir.<br />

“Os operadores, em vez de se reorganizarem<br />

e reestruturarem para baixar<br />

os seus preços de organização, de<br />

maneira a que possam reflecti-los nos<br />

preços finais, estão mais preocupados<br />

em que os <strong>pequenos</strong> fornecedores lhes<br />

garantam margens bastante elevadas,<br />

de uma forma garantida, não contratualmente<br />

- porque sabem que isso é<br />

completamente proibido, - mas através<br />

de acordos de cavalheiros, que lhes permitam no final<br />

de cada mês enviarem débitos para fazerem correcções<br />

às margens previamente acordadas”, afirma<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” o director comercial de uma<br />

empresa fornecedora do grupo Jerónimo Martins,<br />

que pediu o anonimato, sob medo de represálias.<br />

Este é um “jogo perigoso”, tal como reconhece a<br />

mesma fonte. “Quem comanda os preços na grande<br />

<strong>distribuição</strong> são, como é óbvio, os donos dessas<br />

lojas, que poderiam facilmente baixar os preços,<br />

debitando a diferença de margem perdida aos for-<br />

necedores. Infelizmente, obrigam-nos a cobrir essa<br />

diferença garantindo a margem, criando uma situação<br />

contrária à nossa vontade. Para conseguirem<br />

atingir os objectivos estabelecidos nesses ‘acordos<br />

de cavalheiros’, faz-se outra coisa proibida, que é<br />

tentar controlar os preços em todo o mercado de<br />

maneira a garantir que todos tenham a margem<br />

que pretendem”.<br />

Isto cria uma situação em que o consumidor é o<br />

grande penalizado por todo este esquema, precisamente<br />

porque se transporta para o preço final tudo<br />

aquilo que os fornecedores não querem perder na<br />

grande <strong>distribuição</strong>, neste momento concentrada<br />

em dois grandes grupos (Sonae e Jerónimo Martins).<br />

“Deixar de trabalhar com algum<br />

destes dois grandes grupos de distri-<br />

buição cria uma situação muito complexa<br />

para as nossas marcas. Isto cria<br />

um círculo vicioso. Se deixamos que<br />

cada um dos grandes distribuidores<br />

controle os nossos preços, limitandonos<br />

a esperar que nos envie os débitos<br />

para as margens que pretendem, isso<br />

cria uma situação de falência técnica<br />

para nós. Por isso, para podermos continuar a comercializar<br />

os nossos produtos, temos de conseguir<br />

controlar os preços todos de mercado – o que é<br />

proibido –, fazendo uma concertação de preços<br />

para que isso garanta as margens dos distribuidores<br />

e as nossas próprias margens internas ”.<br />

Estas margens garantidas situam-se, segundo a<br />

mesma fonte, acima dos 50%, podendo atingir os<br />

70%. “Isto é uma autêntica loucura nos tempos que<br />

correm”, diz. “Nem sequer na perfumaria selectiva<br />

acontecem margens a esse nível”, acrescenta.<br />

Fornecedores da Plus querem ser indemnizados<br />

Em 29 de Abril de 2008, o Conselho da Autoridade da Concorrência<br />

decidiu não se opor à operação de concentração Pingo Doce<br />

Plus. Contudo, ninguém previu em que situação ficariam os <strong>pequenos</strong><br />

fornecedores que trabalhavam para a marca própria Plus.<br />

Ao que conseguimos apurar junto de alguns fornecedores, o Grupo<br />

Jerónimo Martins teima em não querer assumir a responsabilidade<br />

pelo pagamento dos stocks de<br />

produto embalado e pelos materiais de<br />

embalagem com a marca Plus. Problema<br />

este que parece não se ter verificado<br />

com a marca Carrefour, na sequência da<br />

concentração com a Sonae, também autorizada<br />

pela AdC.<br />

Segundo nos foi dito por um destes<br />

fornecedores de marca própria Plus, que<br />

pretende recorrer a tribunal para fazer<br />

valer os seus direitos de indemnização,<br />

o prejuízo relacionado com o stock de produtos embalados “atinge<br />

largos milhares de euros. Fomos avisados 15 dias antes que a partir<br />

de 1 de Maio a marca Pingo Doce não venderia nas suas lojas a marca<br />

Plus. Saldaram os compromissos financeiros, mas recusam pagar<br />

o produto embalado e os materiais de embalagem”, disse-nos, sob<br />

compromisso de mantermos o anonimato da fonte.<br />

distribuidor entrega queixa na AdC por favorecimento de preços<br />

A empresa X (nome omitido<br />

a pedido da própria) apresentou<br />

queixa na AdC contra a UNIAR-<br />

ME e 39 fornecedores desta cooperativa,<br />

da qual é também associada,<br />

por uma alega situação<br />

de favorecimento às empresas do<br />

grupo Jerónimo Martins.<br />

Aquele cooperante sentiu-se<br />

discriminado e prejudicado por a<br />

UNIARME conseguir que certos<br />

fornecedores (entre os quais estão<br />

a Lactogal, a Fima/VG, a Compal,<br />

a Nestlé, a Sogrape, a Refrige,<br />

a Renova, a Ferbar, a Unilever)<br />

concedessem condições de aquisição<br />

mais vantajosas às empresas<br />

daquele grupo do que aos outros<br />

cooperantes.<br />

Entre outras coisas negociadas,<br />

estão os contratos de “margem<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 actualidade 5<br />

<strong>Grande</strong>s<br />

distribuidores<br />

têm margens<br />

garantidas<br />

de 70%<br />

garantida” que permitia àquelas<br />

empresas a concessão de descontos<br />

por parte dos fornecedores de<br />

forma a garantir, em permanência,<br />

uma determinada margem<br />

de lucro nas suas revendas, independentemente<br />

das flutuações de<br />

preços ou da procura de mercado.<br />

Caso isto não fosse concedido,<br />

as empresas do grupo Jerónimo<br />

Martins simplesmente deixavam<br />

de adquirir os produtos por eles<br />

comercializados.<br />

Ora, sendo a UNIARME dirigida<br />

por pessoas que integram<br />

empresas do grupo Jerónimo<br />

Martins, aquele objectivo era facilitado<br />

até por essas mesmas pessoas<br />

terem acesso à informação<br />

privilegiada da cooperativa.<br />

Segundo consta dos autos da<br />

Aviso prévio<br />

para retirada<br />

da marca foi<br />

demasiado<br />

curto<br />

queixa, o grupo Pescanova viu os<br />

seus produtos serem retirados de<br />

linha das empresas do grupo Jerónimo<br />

Martins por ter recusado<br />

assinar um contrato de margem<br />

garantida de 22%.<br />

Certos fornecedores, como é o<br />

caso da Cerealis, Fima/VG e Lactogal<br />

obrigaram a denunciante a<br />

alinhar os preços dos produtos<br />

com os preços praticados pelo<br />

grupo Jerónimo Martins, sob<br />

pena de serem obrigados a cesar<br />

os fornecimentos.<br />

Os preços negociados entre alguns<br />

fornecedores e as empresas<br />

do grupo Jerónimo Martins (com<br />

descontos de 20%, no caso dos<br />

iogurtes Danone, 15% na Coca-<br />

-Cola, fornecida pela Refrige, ou<br />

mesmo de 5% e 6%, no caso das<br />

ContrAtos de mArgem gArAntidA<br />

são um “suiCídio”<br />

PArA os ForneCedores<br />

Ao que nos foi possível apurar<br />

junto de vários fornecedores das<br />

grandes superfícies, nem todos<br />

têm o mesmo poder negocial. E<br />

quanto menor é o pequeno fornecedor<br />

mais altas tendem as ser<br />

as margens garantidas.<br />

“Os <strong>pequenos</strong> produtores<br />

pagam a crise, garantindo margens<br />

que ultrapassam sempre<br />

os 50%, havendo situações que<br />

vão até aos 70%, o que é perfeitamente<br />

ridículo”, afirma um<br />

outro pequeno fornecedor.<br />

Com estas margens as empresas<br />

fornecedoras dificilmente<br />

conseguem sobreviver. Aceitálas<br />

“significa o autêntico suicídio!”<br />

- acrescenta.<br />

Quando tentam negociar<br />

com o grande distribuidor, a<br />

resposta é só uma: “Ou cedem<br />

ou retiramos de comercialização<br />

das nossas lojas os vossos<br />

produtos!”. E a ameaça não se<br />

refere apenas a uma marca, mas<br />

a todos os produtos do mesmo<br />

fornecedor.<br />

No caso da empresa representada<br />

por este fornecedor, a<br />

moderna <strong>distribuição</strong> (agrupando<br />

supermercados e hipermer-<br />

marcas de leite fornecidas pela<br />

Lactogal) deixavam assim aquele<br />

armazenista em situação de “clara<br />

desvantagem concorrencial e de<br />

difícil subsistência no mercado”.<br />

À partida, todos os fornecedores<br />

e distribuidores sabem o que<br />

se passa nos contratos de margem<br />

garantida. Mas ninguém “dá a<br />

cara” pelo assunto e, quando o<br />

fazem, pedem o anonimato absoluto.<br />

O facto de poderem sofrer<br />

represálias aterroriza os fornecedores.<br />

As próprias autoridades da concorrência<br />

parecem conhecer informalmente<br />

esta situação. Mas,<br />

como só actuam por denúncia,<br />

são raros os casos de actuação<br />

sobre os abusos de posição dominante. <br />

cados) representa cerca de 80%<br />

das suas vendas.<br />

Segundo a mesma fonte, esta<br />

prática – das margens garantidas<br />

- “é exercida pelo grupo Jerónimo<br />

Martins desde que passou<br />

as condições contratuais para<br />

factura”, ou seja, “desde início<br />

de 2005. Desde essa altura, colocaram<br />

em factura todos os descontos<br />

que estavam em contrato,<br />

daí partiram para os PVP e com<br />

a margem que achavam ter direito.<br />

Para a margem que queriam<br />

garantir, enviavam um débito a<br />

todos os fornecedores para compensarem<br />

a diferença de margem<br />

que entendiam ter direito em<br />

cada uma das categoriais e em<br />

cada um dos fornecedores”.<br />

Contabilisticamente, “estes<br />

débitos são justificados como<br />

serviços que não são vistos nas<br />

lojas, nomeadamente actividades<br />

promocionais de folheto<br />

que depois acabam por não<br />

acontecer, que para eles serve,<br />

mas para nós é uma burrice<br />

completa, porque quem aceita<br />

este tipo de situações está a incorrer<br />

numa mentira”, refere o<br />

mesmo fornecedor.<br />

AdC investigA ComPrA<br />

dA ComPAl<br />

O facto de a Autoridade da Concorrência<br />

(AdC) ter decidido realizar uma<br />

investigação aprofundada à compra da<br />

Compal pode significar um “virar de<br />

página” nesta matéria.<br />

Conforme informa um comunicado<br />

da própria Sumolis, a Autoridade da<br />

Concorrência (AdC) decidiu realizar<br />

uma investigação aprofundada à compra<br />

da Compal.<br />

No mesmo comunicado, a Sumolis<br />

informa ainda que a investigação da<br />

AdC surge depois de a entidade ter analisado<br />

12 mercados, além de dois canais<br />

de <strong>distribuição</strong>. Esta investigação vem na<br />

sequência da conclusão da AdC de que,<br />

após a compra da Compal, a Sumolis<br />

ficaria com uma posição dominante em<br />

diversos mercados, mais concretamente,<br />

nos refrigerantes de fruta sem gás, no canal<br />

Horeca, e dos sumos e néctares nos<br />

canais alimentar e Horeca.<br />

“A partir do momento em que<br />

alguém faz uma denúncia, a primeira<br />

consequência é o operador<br />

retirar as marcas das suas lojas,<br />

penalizando-o assim para o resto<br />

da sua vida. Depois, segue-se<br />

a reacção do resto dos distribuidores<br />

que, por acharem que há<br />

ali um denunciador que pode<br />

causar-lhes no futuro um problema<br />

grave para a sua empresa,<br />

não aceitam também distribuir os<br />

produtos desse fornecedor”, conclui<br />

um desses fornecedores que<br />

há três anos optou por deixar de<br />

fornecer o grupo Jerónimo Martins,<br />

mas que, ainda assim, pediu<br />

também o anonimato.<br />

VIRGÍLIO FERREIRA<br />

virgilio@vidaeconomica.pt


6<br />

ACTUALIDADE<br />

“Investimento Directo Estrangeiro, Capital Humano e Inovação – Uma apl<br />

Baixas qualificações têm limitado<br />

“Portugal tem de ultrapassar<br />

os dois principais constrangimentos<br />

que limitam o potencial<br />

de afirmação do país neste<br />

novo contexto de competitividade<br />

global: as baixas qualificações<br />

do capital humano e a fragilidade<br />

das redes internas de cooperação”,<br />

salientou Carlos Zorrinho,<br />

coordenador nacional da Estratégia<br />

de Lisboa e do Plano Tecnológico.<br />

Carlos Zorrinho falava durante<br />

a apresentação do livro “Investimento<br />

Directo Estrangeiro,<br />

Capital Humano e Inovação<br />

– Uma aplicação ao caso português”,<br />

editado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />

da autoria de Aurora<br />

Teixeira e Ana Teresa Lehmann,<br />

que decorreu na passada semana,<br />

na Casa da Música, no Porto.<br />

Ainda segundo Carlos Zorrinho,<br />

“Portugal tem todas as condições<br />

para ganhar se colmatar<br />

Aurora teixeira e Ana Teresa Lehmann, autoras do livro.<br />

“Devemos criar valor, correr por fora e inovar”, afirma Carlos Zorrinho.<br />

os constrangimentos que o limitam”.<br />

No entanto, “temos de<br />

criar valor, de correr por fora, de<br />

inovar”, apostando na tecnolo-<br />

gia e em colocar “as ferramentas<br />

nas mãos das pessoas e das empresas”.<br />

A finalizar, o coordenador<br />

nacional da Estratégia de<br />

Lisboa reafirmou a sua admiração<br />

pela qualidade desta edição,<br />

assegurando ser, na sua opinião,<br />

“um livro de leitura recomendável<br />

e, sobretudo, de prática obrigatória”.<br />

Para Luís Portela, presidente<br />

da Bial, o capital humano “é o<br />

principal factor, e de importância<br />

crescente”, na captação de<br />

Investimento Directo Estrangeiro<br />

(IDE) e no crescimento e internacionalização<br />

das empresas<br />

nacionais. Paralelamente, este é<br />

também o factor justificativo de<br />

a economia nacional “não conseguir<br />

obter bons resultados”.<br />

Do mesmo modo, e reforçando<br />

o sentido da mensagem final<br />

de Carlos Zorrinho, também<br />

Luís Portela gostaria de “ver<br />

adoptadas pelo país, pelo Governo<br />

e pelos administradores as<br />

conclusões deste estudo”.<br />

No final, houve tempo ainda<br />

O diagnóstico lançado pelo estudo de Aurora Teixeira e Ana Tavares-Lehmann<br />

gera consenso: Portugal tem que apostar na formação<br />

dos recursos humanos, já que é esta a melhor forma de captar<br />

IDE. Na apresentação do livro, na Casa da Música, Carlos Zorrinho<br />

e Luís Portela destacaram a importância deste estudo e deixaram a<br />

esperança de que as conclusões possam ser usadas para melhorar<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

para as autoras, Aurora Teixeira<br />

e Ana Teresa Lehmann, agradecerem,<br />

individualmente, todo o<br />

apoio que receberam, quer por<br />

parte das suas famílias e colegas<br />

de trabalho quer por parte dos<br />

José Alves, partner da PricewaterhouseCooper. a economia portuguesa. Outro dos oradores principias na apresentação<br />

foi o representante da PricewaterhouseCooper, José Alves.<br />

Carlos Zorrinho.<br />

profissionais envolvidos na edição<br />

desta publicação.<br />

Portugal poderá ter mais<br />

sucesso na captação de IDE<br />

O IDE, o Capital Humano e<br />

Oradores principais em concordância<br />

Formação dos recursos humanos deve ser potenciada<br />

Luís Portela.<br />

João Luís de Sousa e Carlos Zorrinho


O que pode Portugal fazer<br />

para atrair mais investimento<br />

directo e estrangeiro (IDE)?<br />

A resposta de Aurora Teixeira e<br />

Ana Tavares-Lehmann já pode<br />

a Inovação são três áreas de relevância<br />

fundamental para o crescimento<br />

económico de qualquer<br />

país. Em Portugal, particularmente,<br />

temos assistido a um período<br />

em que a competitividade<br />

da economia nacional é posta<br />

em causa, assistindo-se a deslocalizações<br />

de empresas, com o<br />

consequente aumento do desemprego.<br />

Por tudo isto, é urgente e necessário<br />

enumerar e analisar os<br />

principais factores de atractividade<br />

de IDE, de forma a estancar<br />

a fuga das empresas, uma situação<br />

que Portugal tem vivido<br />

nesta primeira década deste século.<br />

Neste sentido, o estudo das<br />

professoras Aurora Teixeira e<br />

Ana Teresa Lehmann agora apresentado<br />

“discute o IDE, o Capital<br />

Humano e a I&D enquanto<br />

os principais motores do crescimento<br />

económico, explorando<br />

a potencial causalidade bidirec-<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 actualidade 7<br />

icação ao caso português”, editado pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”<br />

potencial de afirmação de Portugal<br />

Novo livro apresenta caminhos para a economia portuguesa<br />

Inovação e capital humano são fundamentais para captar<br />

o investimento estrangeiro<br />

Luís Rocha entre os convidados.<br />

ser conhecida no livro “Investimento<br />

Directo Estrangeiro,<br />

Capital Humano e Inovação -<br />

uma aplicação ao caso português”.<br />

“Julgo que este livro tece<br />

Daniel Bessa entre os mais de 300 convidados.<br />

cional entre o IDE e o Capital<br />

Humano” na economia portuguesa.<br />

O IDE foi tema predominante das conversas, na apresentação do livro editado<br />

pela “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

um triângulo perfeito: num dos<br />

lados, temos o investimento directo<br />

estrangeiro, no outro, a<br />

qualificação dos recursos humanos.<br />

A base do triângulo passa<br />

pela inovação e densidade tecnológica”,<br />

referiu o presiden-<br />

No final, o estudo retira também<br />

conclusões “ao nível de políticas<br />

públicas”, avançando pro-<br />

te do conselho de administração<br />

da Nokia Siemens Network<br />

Portugal, João Picoito, que prefaciou<br />

o livro. A importância do<br />

IDE é potencializada numa economia<br />

aberta e “deve ter qualidade<br />

e capacidade para criar va-<br />

Apresentação na Casa da Música atraiu elevado número de participantes.<br />

Jorge Soares e Alexandre Sousa.<br />

postas práticas relativamente<br />

“às políticas relacionadas com o<br />

IDE, bem como outras políticas<br />

complementares que visam tor-<br />

lor local, para se perpetuar, para<br />

criar os ‘spillover’ referidos no<br />

livro, ou seja, para criar interligações<br />

com a sociedade através<br />

da economia real, das empresas,<br />

universidades e institutos públicos”,<br />

concluiu João Picoito.<br />

nar Portugal numa localização<br />

de IDE mais dinâmica e melhor<br />

sucedida”.<br />

Fernanda Silva Teixeira


8<br />

ACTuAlIdAdE<br />

BCE acredita<br />

na rápida<br />

recuperação<br />

da zona euro<br />

O Banco Central Europeu<br />

(BCE) acredita na recuperação<br />

da zona euro no final do ano. A<br />

região tem condições para evitar<br />

um forte abrandamento. A instituição<br />

está moderamente optimista,<br />

apesar de os últimos indicadores<br />

não serem animadores.<br />

O banco argumenta que os<br />

fundamentais económicos da<br />

zona euro continuam consistentes,<br />

nomeadamente a solidez das<br />

empresas e as finanças dos consumidores.<br />

Entretanto, não têm sido dadas<br />

quaisquer indicações quanto<br />

a um eventual agravamento das<br />

taxas de juro. Apenas se mantém<br />

a estratégia de garantir a estabilidade<br />

dos preços no médio prazo.<br />

Alguns analistas acham que<br />

o BCE está a ser excessivamente<br />

optimista nas suas previsões, sobretudo<br />

tendo em conta a conjuntura<br />

internacional e a falta de<br />

confiança por parte dos consumidores.<br />

Santander coloca<br />

duas divisões<br />

à venda<br />

O banco espanhol Santander<br />

prepara-se para os tempos difíceis<br />

que a economia do país vai<br />

atravessar. A venda da gestora de<br />

fundos e da divisão de seguros deverão<br />

representar o encaixe de 6,5<br />

mil milhões de euros. O momento<br />

é de compas e de vendas no maior<br />

banco espanhol.<br />

No querespeita ao mercado de<br />

gestão de fundos, poderão estar interessadas<br />

nesta operação gestoras<br />

estrangeiras que querem entrar em<br />

Espanha ou aumentar significativamente<br />

a sua presença. O incentivo<br />

é a forte actividade que se verifica<br />

na América Latina. Quanto<br />

ao negócio dos seguros, os grupos<br />

interessados poderão ser a francesa<br />

Axa, a alemã Allianz, a britânica<br />

Aviva e a italiana Generali. O<br />

Santander vai agora esperar pelas<br />

melhores ofertas para se “libertar”<br />

destas duas divisões.<br />

Europa<br />

não altera<br />

política monetária<br />

A garantia foi dada pelo presidente<br />

do Banco Central Europeu,<br />

Jean-Claude Trichet. Não<br />

haverá alterações na política monetária<br />

para ajudar os países da<br />

zona euro com problemas económicos,<br />

como são os casos de Portugal,<br />

Espanha e Irlanda.<br />

O argumento é que o BCE<br />

tem que defender os interesses de<br />

toda a zona euro e o seu objectivo<br />

central é assegurar a estabilidade<br />

dos preços. A responsabilidade<br />

de solucionar os problemas<br />

económicos cabe aos governos<br />

nacionais e não ao banco. São<br />

os casos das políticas fiscais, das<br />

políticas estruturais e dos custos<br />

laborais. Cabe aos governos e aos<br />

parlamentos fazerem a supervisão<br />

das políticas adoptadas. A<br />

política monetária não pode passar<br />

por alterações, em resultado<br />

dos problemas de uma minoria<br />

de Estados-membros.<br />

Crescimento do IRC não é sustentável<br />

FMI afirma que os problemas<br />

da economia portuguesa<br />

são internos<br />

(continuação da página 1)<br />

Apesar de o calendário eleitoral não ser favorável,<br />

é necessário controlar o crescimento dos salários<br />

públicos para garantir a competitividade, a consolidação<br />

das finanças públicas, e contrariar a tendência<br />

de subida de inflação.<br />

O FMI alerta também para a necessidade de redução<br />

nos prazos de pagamento dos organismos públicos,<br />

afirmando que o Estado português deve ser<br />

“mais ambicioso” na normalização dos pagamentos<br />

aos seus fornecedores.<br />

Para o FMI, as decisões internas são determinantes.<br />

“Os problemas fundamentais que restringem a<br />

economia portuguesa são internos” – salienta o relatório<br />

do FMI, referindo concretamente o défice das<br />

contas públicas, o défice externo, o endividamento<br />

excessivo das famílias, empresas e do Estado, bem<br />

como a falta de competitividade e de produtividade.<br />

A ênfase dada pelo FMI aos problemas internos<br />

do país contraria o discurso do Governo e as análises<br />

do Banco de Portugal sobre a capacidade da economia<br />

para resistir aos choques externos.<br />

A situação actual revela que os portugueses têm<br />

estado a viver acima das possibilidades, não podendo<br />

as famílias e as empresas continuarem “indefinidamente”<br />

dependentes do crédito externo.<br />

Baixo crescimento em perspectiva<br />

A conjugação dos problemas internos e da conjuntura<br />

faz com que o crescimento se torne cada vez<br />

mais fraco. De acordo com a previsão do FMI, o<br />

crescimento do PIB não irá além de 1,3% em 2008.<br />

Para 2009, a previsão do FMI aponta para um crescimento<br />

ainda mais reduzido: 1%, mantendo Portugal<br />

em divergência face à generalidade dos países<br />

europeus.<br />

Apesar dos resultados alcançados, o FMI considera<br />

que a “a posição orçamental de Portugal “continua<br />

fraca” e enfrenta “riscos significativos”. O objectivo<br />

de caminhar progressivamente para um défice<br />

estrutural de 0,5% do PIB está “longínquo”e pode<br />

ser difícil com o aumento dos custos ligados ao envelhecimento<br />

da população.<br />

OCDE critica apoios públicos<br />

aos biocombustíveis<br />

As ajudas públicas para a produção de biocombustíveis<br />

são dispendiosas. O aumento<br />

da segurança energética é apenas relativa.<br />

Repercutem em alta os preços mundiais dos produtos<br />

alimentares. Estas algumas das conclusões<br />

de um relatório da OCDE sobre as medidas de<br />

muitos países para dinamizarem a produção de<br />

biocombustíveis.<br />

A organização recomenda aos governos orientarem<br />

a sua acção mais no sentido da redução do<br />

consumo energético, sobretudo no sector do transporte.<br />

Também é aconselhado o uso de carburantes<br />

de substituição que permitam diminuir o máximo<br />

possível o consumo de combustíveis fósseis e as<br />

emissões de gases. O relatório não coloca de parte<br />

os apoios a favor da investigação, no âmbito dos<br />

biocombustíveis de segunda geração. A realidade é<br />

que o combate ambiental, até ao momento, tem-se<br />

revelado muito limitado.<br />

Feitas as contas, nos Estados Unidos, no Canadá<br />

e na União Europeia, a ajuda pública destinada à<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

produção e ao consumo de biocombustíveis deverá<br />

situar-se em cerca de 25 mil milhões de dólares<br />

anuais, em 2015, quando agora é de perto de 11<br />

mil milhões. São valores considerados não rentáveis<br />

e daí a necessidade de alterar a actual estratégia,<br />

encarada pela OCDE como desadequada.<br />

No entanto, o impacto das políticas de apoio aos<br />

biocombustíveis sobre os preços dos produtos vegetais,<br />

em consequência do aumento da procura de<br />

cereais e óleos vegetais, tem a sua importância, mas<br />

não deverá ser sobrevalorizada. O crescimento dos<br />

preços nos produtos vegetais, na próxima década,<br />

com actuais medidas de apoio, será de 5% para o<br />

trigo, de 7% para o milho e de 19% para os óleos<br />

vegetais. Tendo em conta as legislações norte-americana<br />

e europeia de apoios aos biocombustíveis, a<br />

parte que se destinará ao fabrico de biocombustíveis<br />

nos próximos dez anos será 13% da produção<br />

mundial de cereais secundários e 20% da produção<br />

mundial de óleos vegetais, quando hoje é de 8% e<br />

9%, respectivamente.<br />

Comissão<br />

prorroga prazo<br />

de protecção<br />

dos direitos<br />

dos artistas<br />

A Comissão Europeia avançou<br />

com a proposta de prolongar o<br />

prazo de protecção dos direitos<br />

de propriedade intelectual na<br />

Europa para os 95 anos. As entidades<br />

de gestão colectiva dos<br />

direitos dos artistas europeus bateram-se<br />

durante muito tempo<br />

por esta prorrogação do prazo,<br />

considerando que se trata de um<br />

passo importante na direcção<br />

certa.<br />

No entanto, subsiste um problema,<br />

que para os artistas é de<br />

bastante importância. É que a<br />

presente prorrogação não é aplicável<br />

ao audiovisual, o que exclui<br />

não só a dança e a representação<br />

como também os videogramas<br />

musicais. A GDA – Cooperativa<br />

de Gestão dos Direitos dos Artistas<br />

apelou ao Estado português<br />

para pressionar a Comissão, tendo<br />

em conta que se está perante<br />

uma situação de discriminação.<br />

As “Ilhas<br />

Infinitas”<br />

de Guareta<br />

A pintora Guareta tem uma<br />

nova exposição no Centro Cultural<br />

e de Congressos do Porto<br />

Santo. Composta por 20 trabalhos,<br />

a exposição está patente até<br />

17 de Agosto, sob o título “Ilhas<br />

Infinitas”. A artista procura revelar<br />

um vasto conjunto de registos<br />

acumulado ao longo da sua<br />

vivência nas ilhas da Madeira e<br />

de Porto Santo. São fixados na<br />

tela gentes, objectos, animais,<br />

serras, mar e céu. Aspectos que<br />

são parte integrante da pintora,<br />

nascida em Caracas, mas de nacionalidade<br />

portuguesa.<br />

Paulo Girão<br />

vence o Torneio<br />

de Golfe mds<br />

A terceira edição do Torneio<br />

de Golfe mds teve como grande<br />

vencedor Paulo Girão de<br />

Almeida.<br />

O vencedor do Gross Geral<br />

(handicap 6) registou ainda<br />

um magnífico chip-in de<br />

elevado nível e dificuldade<br />

técnica, terminando a prova<br />

com 32 pontos. Realizado no<br />

Club de Golf de Miramar, o<br />

torneio teve lugar sob uma<br />

temperatura de 31ºC.<br />

A mds reuniu 120 clientes e<br />

parceiros para mais uma edição<br />

do torneio, disputado na modalidade<br />

de “Stableford Individual”,<br />

no sistema “Shot Gun”,<br />

em 18 buracos. Jeffrey Heintzelman,<br />

Senior Vice President<br />

- Regional Segment Manager<br />

da AIG, e Johann Fäh, presidente<br />

da SRB – corretor suíço,<br />

marcaram presença na competição.


À procura das razões<br />

“Seríamos sensatos se conseguíssemos<br />

distinguir verdadeiramente os sinais<br />

do nosso tempo; e se, tendo conhecimento<br />

das suas falhas e vantagens, nos<br />

ajustássemos sabiamente a ele. Em vez de<br />

fixarmos desvairados o horizonte obscuro,<br />

olhemos, pois, calmamente em redor, por<br />

instantes, a cena perplexa de que fazemos<br />

parte.”<br />

Thomas Carlyle<br />

citado por Tony Yudt em “PÓS-GUERRA”<br />

Sábias palavras. De alguém que sabe que<br />

o futuro só acontecerá no futuro e que a<br />

realidade verdadeiramente importante, inclusivamente<br />

porque condiciona esse futuro,<br />

é o presente. De alguém que sabe que<br />

o presente é um conceito ideal, inexistente<br />

na realidade. E que cada momento a que<br />

chamamos presente é o futuro do momento<br />

que o antecedeu. É por isso que me desespero<br />

sempre que ouço os que governam<br />

dizer que estão a fazer coisas para salvaguardar<br />

o futuro. É como se me dissessem:<br />

morre agora para que os que vão existir no<br />

futuro possam viver, esquecidos de que o<br />

futuro já sou eu e os que comigo coexistem.<br />

Nenhuma felicidade futura, a longo<br />

prazo, valerá a pena se assentar na infelicidade<br />

futura imediata. Isto é, a felicidade<br />

futura está permanentemente a recomeçar<br />

no exacto momento em que os caracteres se<br />

vão acumulando nisto que penso e escrevo.<br />

Agir a contrario disto pode muito bem ser<br />

uma mistificação para que cada governante<br />

possa satisfazer os seus desejos pessoais, em<br />

vez de, como lhe cumpre, dever satisfazer<br />

os desejos dos demais. Construindo, com<br />

esse comportamento, o divórcio entre si<br />

e os governados, que seria a força motora<br />

mais importante de cada momento vivido.<br />

Que seria, a cada momento, o cimento<br />

mais forte para erguer o edifício comum a<br />

que eles chamam futuro.<br />

Um exemplo do que digo é a União<br />

Europeia. Tudo tido em conta, a União<br />

é algo bom. Não precisamos de nenhum<br />

ensaio científico para o demonstrar. Te-<br />

Por vezes, num negócio que está a desenvolver<br />

e prestes a concluir, parece<br />

que, de repente, o cliente começa a<br />

recuar, apesar de considerar que já tinha<br />

sido alcançado um compromisso inicial.<br />

Estas situações não são invulgares, nem<br />

pouco frequentes. São o reflexo da sua actuação<br />

e não do cliente.<br />

Nestes casos, terá de começar de novo<br />

porque, na realidade, você nunca chegou<br />

a convencer o cliente de que as recompensas<br />

obtidas com a compra do seu produto<br />

ou serviço superam o risco de decidir que<br />

“sim”. Terá que fazer com que o seu potencial<br />

cliente compreenda novamente quais<br />

são as razões por que deve comprar o seu<br />

produto ou serviço.<br />

Porque é que os clientes começam, frequentemente,<br />

a hesitar em comprar, quando<br />

o processo parece já estar avançado? A<br />

negociação começa a arrefecer, parecendo<br />

não sair do sítio, porque a mente do potencial<br />

cliente invadiu-se de pensamentos<br />

que lhe suscitam o “remorso do comprador”.<br />

No fundo, é um instrumento que o<br />

potencial cliente utiliza quando entra em<br />

“remorso”.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 OpiniãO 9<br />

AZUil BARRos<br />

Especialista no Crescimento<br />

de Negócios<br />

Partner & Director Geral<br />

da Quantum Portugal<br />

www.QuantumCrescimentoNegocios.com<br />

mos, diante dos nossos olhos, os casos reais<br />

que o demonstram. Nós mesmos, aqui,<br />

em Portugal. Não obstante o desperdício<br />

verificado na utilização dos recursos, seja<br />

devido a corrupção seja por deficiente critério<br />

de aplicação, havemos de reconhecer<br />

que a transformação verificada no nosso<br />

país só indirectamente é devida à modificação<br />

revolucionária de Abril, ao proporcionar-nos<br />

a possibilidade de participar<br />

nessa ideia fundamentalmente generosa.<br />

Não há outro modo de classificar o fenómeno<br />

da solidariedade inter-regional<br />

que conduziu muitos recursos gerados<br />

em algumas regiões para outras regiões<br />

menos desenvolvidas. Generosidade – ou<br />

solidariedade, o que dá no mesmo - é o<br />

único nome possível para tal. Ainda que,<br />

colateralmente, devamos reconhecer que<br />

nem tudo o que a União nos trouxe é<br />

bom. Males que, pessoalmente, atribuo<br />

ao divórcio existente entre governantes<br />

e governados no plano europeu. O que<br />

levanta uma questão importantíssima.<br />

Uma questão de uma “cena perplexa de<br />

que fazemos parte”, como dizia Carlyle.<br />

E que, pelas razões que ele aponta, vale a<br />

pena explorar, na tentativa de encontrar<br />

as razões. Porque é que, sendo a União<br />

Europeia tão importante na vida dos cidadãos<br />

europeus, tanto para o mal como<br />

para o bem, estes se encontram tão distanciados<br />

dela? Nem sequer é apenas um<br />

fenómeno português. Por toda a União o<br />

fenómeno se repete. Quando há consultas<br />

populares, electivas ou não, relacionadas<br />

com a União, as taxas de abstenção sobem<br />

abruptamente, em relação às consultas a<br />

que podemos chamar internas, de cada<br />

um dos seus membros. Contra uma queda,<br />

em Portugal, destas para aquelas, de<br />

24%, verificaram-se quedas de 20% no<br />

Reino Unido, 23% em Espanha, 39% na<br />

Finlândia, 42% na Áustria, 43% na Suécia,<br />

32% na Hungria, 31% na Estónia,<br />

17% na Eslováquia e 26% na Polónia.<br />

Como é possível que os eleitores desprezem<br />

a sua força em algo que já tanto condiciona<br />

a sua vida?<br />

Uma boa razão será a de os cidadãos<br />

encararem a União Europeia como uma<br />

extensão da sua própria vida interna. Então<br />

o Governo da União não é o conjunto<br />

dos governantes de cada uma das partes<br />

que a compõem? E, se assim é, não fica<br />

tudo decidido quando elegemos os governantes<br />

internos? Ilusão. Claro que não é.<br />

Ou melhor, sendo-o, a vontade final talvez<br />

nem sequer seja o lugar geométrico<br />

das vontades das partes. Porque, quer se<br />

queira ou não, a União tem vozes a mandar<br />

a diferentes níveis, não obstante a panaceia<br />

formal de que as decisões têm que<br />

ser tomadas por unanimidade. Dêmos as<br />

voltas que dermos, é o triângulo Alemanha/França/Reino<br />

Unido quem governa a<br />

União. Nada de verdadeiramente importante<br />

acontecerá sem a cooperação da sua<br />

vontade. É, afinal, o corolário do axioma<br />

“quem paga, manda”. Um exemplo? A comissão<br />

executiva do Governo da União,<br />

designada por Comissão Europeia. Será<br />

sempre aquela que o citado triângulo quiser.<br />

Mas, se assim for, o que estará verdadeiramente<br />

mal é a organização do Poder<br />

dentro da União. Pelo relevo que as decisões<br />

da União e o Poder de que desfruta,<br />

os cidadãos europeus deviam já estar muito<br />

mais preocupados com a organização desse<br />

Poder do que com o Poder interno de cada<br />

membro. A Democracia dentro da União<br />

devia ser total. A regra da unanimidade é<br />

um absurdo, pelo que significa que tanto<br />

mandam os eleitores portugueses ou belgas<br />

como os alemães, em número esmagadoramente<br />

superior. O Parlamento Europeu,<br />

originado por eleições europeias, devia ser<br />

o responsável por construir e votar a Constituição<br />

Europeia. E a Comissão Europeia,<br />

verdadeiro Governo da União, devia ser<br />

designada e votada por esse Parlamento e<br />

perante ele responsável.<br />

Mas não acontece assim. Porquê? Eu tenho<br />

um palpite, baseado naquilo que “a<br />

cena perplexa de que faço parte” me permite<br />

observar. Os governantes internos de<br />

cada membro não querem que tal suceda.<br />

A. mAgAlhães pinto<br />

Economista<br />

magpinto@netcabo.pt<br />

http://poliscópio.blogspot.com<br />

O que fazer quando um cliente<br />

começa a recuar num negócio?<br />

No entanto, considere-se já com sorte<br />

porque conseguiu que o potencial cliente,<br />

pelo menos, se mantivesse interessado e<br />

avançasse no processo.<br />

Na verdade, do ponto de vista emocional,<br />

a venda foi consumada! Mas, quando<br />

o cliente tentou avançar, a componente<br />

racional do seu subconsciente não o permitiu<br />

fazer. Você falhou porque não conseguiu<br />

acrescentar os argumentos suficientes<br />

que constituíssem uma lógica que o comprador<br />

aceitasse como válida. Foi aqui que<br />

falhou!<br />

Há situações onde, apesar de ter conside-<br />

Você falhou porque não<br />

conseguiu acrescentar os<br />

argumentos suficientes que<br />

constituíssem uma lógica<br />

que o comprador aceitasse<br />

como válida. Foi aqui que<br />

falhou!<br />

rado que já existia um compromisso verbal,<br />

o seu potencial cliente não aceitou completamente<br />

os seus sinais de fecho, porque<br />

estes foram emitidos de uma forma fraca.<br />

Neste caso, aconselho-o a aumentar o seu<br />

compromisso negocial, o que inclui marcar<br />

a data de entrega, combinar a forma de pagamento,<br />

esclarecer como será entregue o<br />

produto ou serviço. Estas etapas permitirlhe-ão<br />

solidificar o fecho do negócio.<br />

Noutros casos, o seu cliente pode ter<br />

sido abordado, entretanto, pela sua concorrência.<br />

E, nestas situações, você não<br />

conseguiu diferenciar a sua oferta da nova<br />

oferta concorrente que entretanto surgiu.<br />

O seu potencial cliente começa a hesitar, e<br />

não lhe dá a resposta que você quer! Para<br />

ultrapassar esta situação, marque um novo<br />

encontro com o seu “quase” cliente, certifique-se<br />

de que todos os decisores da compra<br />

estarão presentes e, quando entrar na reunião,<br />

faça como se fosse a primeira vez que<br />

lá esteve: não comece a falar de “si”, até ter<br />

feito pelo menos sete questões sobre “eles”.<br />

Faça perguntas sobre o passado deles, quais<br />

são as suas expectativas, qual a impressão<br />

deles geral sobre o seu produto ou serviço<br />

Porque isso esbateria, inexoravelmente, o<br />

seu próprio Poder. É preferível agir como<br />

fazem agora. São co-responsáveis por todas<br />

as decisões da União condicionantes<br />

da nossa vida, mas a sua responsabilidade<br />

esbate-se no conjunto. O que lhes permite<br />

esta atitude absurda e insuportável: para o<br />

que é bem, são eles os veículos do bem;<br />

para o que é mal, a culpa é da União. Ninguém<br />

pode alienar a sua responsabilidade<br />

para terceiros, seja no bem seja no mal;<br />

mas os governantes jogam, no plano interno,<br />

na convicção de que a generalidade<br />

dos eleitores desconhece esta regra. E,<br />

com esta atitude, afastam cada vez mais<br />

os eleitores de algo que é essencialmente<br />

bom, a União Europeia.<br />

Um exemplo? Se os governantes internos<br />

estivessem verdadeiramente interessados<br />

na aproximação dos eleitores à União,<br />

utilizariam todos os meios para provocar<br />

essa aproximação. Por exemplo, marcando<br />

eleições europeias em conjunto com<br />

eleições nacionais. Mostra a experiência<br />

que, quando tal sucede, a abstenção europeia<br />

cai e a participação dos cidadãos é<br />

muitíssimo superior. E inculcando, com<br />

essa atitude, nos cidadãos que a importância<br />

de ambas as eleições é semelhante.<br />

E que vemos nós? Raramente tal sucede.<br />

Veja-se o caso português. Os detentores<br />

actuais do Poder em Portugal, o Partido<br />

Socialista, está contra a eventualidade de,<br />

no próximo ano, as eleições legislativas<br />

nacionais e as eleições europeias se realizarem<br />

na mesma data.<br />

Enquanto isto for assim, enquanto os<br />

cidadãos europeus – e, por isso, os portugueses<br />

– não se erguerem a dizer o que<br />

pretendem, os poderes instituídos continuarão<br />

a fazer este jogo de espelhos que,<br />

ao mesmo tempo que coloca os cidadãos<br />

mais dependentes de Bruxelas, os faz pensar<br />

que o Poder continua a residir nas suas<br />

capitais. Restando apenas uma esperança.<br />

É que os jovens, que amanhã decidirão<br />

tudo, esses já se vão estando nas tintas<br />

para o Poder nacional e são cada vez mais,<br />

cidadãos da Europa.<br />

e como o utilizaram no passado, caso seja<br />

apropriado.<br />

E claro, em qualquer cenário, nunca se<br />

queixe dos outros (incluindo do mercado).<br />

Você e a sua empresa são o cerne da questão.<br />

Comece já e coloque a Sua Empresa um<br />

passo à frente da sua concorrência!<br />

A negociação começa a<br />

arrefecer, parecendo não sair<br />

do sítio, porque a mente do<br />

potencial cliente invadiuse<br />

de pensamentos que lhe<br />

suscitam o “remorso do<br />

comprador”.<br />

No fundo, é um instrumento<br />

que o potencial cliente<br />

utiliza quando entra em<br />

“remorso”.


10<br />

opInIão<br />

A “inteligência colectiva”<br />

em Portugal<br />

No âmbito da Conferência Europeia<br />

do MIT realizada em Lisboa,<br />

com o sugestivo título de<br />

“Global Strategic Frontiers: Research<br />

Imperatives and Organizational Challenges”,<br />

Thomas Malone, emérito professor<br />

da MIT Sloan School of Management,<br />

apresentou uma excelente visão sobre o<br />

papel que a “inteligência colectiva” tem<br />

nas organizações do futuro. Trata-se de<br />

uma nova plataforma de articulação entre<br />

os diferentes actores, destinada, conhecer<br />

as “competências centrais” da sociedade<br />

e qualificá-las duma forma estruturante<br />

como vias únicas de criação de valor e<br />

consolidação da diferença. Para Portugal,<br />

a oportunidade é única também. Impõese,<br />

de facto, um sentido de “inteligência<br />

colectiva” num tempo novo que se quer<br />

para o país.<br />

Para Portugal, a essência desta nova<br />

“inteligência colectiva” tem que se<br />

centrar num conjunto de novas “ideias<br />

de convergência”, a partir das quais se<br />

ponham em contacto permanente todos<br />

os que têm uma agenda de renovação<br />

do futuro. Importa acelerar uma cultura<br />

empreendedora em Portugal. A matriz<br />

comportamental da “população socialmente<br />

activa” do nosso país é avessa ao<br />

risco, à aposta na inovação e à partilha<br />

de uma cultura de dinâmica positiva.<br />

Importa por isso mobilizar as Capacidades<br />

Positivas de Criação de Riqueza.<br />

Fazer do Empreendedorismo a alavanca<br />

duma nova criação de valor que conte no<br />

mercado global dos produtos e serviços<br />

verdadeiramente transaccionáveis.<br />

Inovação colaborativa<br />

Na sociedade da “inteligência colectiva”,<br />

a falta de rigor e organização nos<br />

Tudo começou, quase por<br />

carolice de uma investigadora<br />

brasileira (a hoje<br />

bem portuguesa Eng. Rena Farias),<br />

há mais de três décadas.<br />

Garantido o financiamento da<br />

FAO – Food and Agriculture<br />

Organization e a necessária<br />

contrapartida nacional – contra<br />

o apetite dos responsáveis de<br />

outras potenciais localizações<br />

alternativas -, foi criado em<br />

Braga, em 1977, um espaço de<br />

recolha e preservação das células<br />

genéticas vegetais: o Banco<br />

Português de Germoplasma Vegetal.<br />

Ao longo destas três décadas<br />

foram várias as transformações<br />

do projecto inicial: alargou-se<br />

o espectro de actuação (para lá<br />

dos cereais e das leguminosas);<br />

diversificou-se e valorizou-se o<br />

espólio (com espécies únicas na<br />

colecção de alho e “brassica” e<br />

criando-se uma forte especialização<br />

na área do milho); asseguraram-se<br />

os meios para a conservação<br />

de espécies “in vitru”<br />

(também através do Laboratório<br />

de Caracterização Molecular);<br />

iniciou-se a conservação de germoplasma<br />

animal (desde 2007,<br />

em colaboração com a Federação<br />

de Raças Autóctones).<br />

Para lá de várias alterações de<br />

tutela, orgânicas e funcionais,<br />

processos e nas decisões, sem respeito<br />

pelos factores “tempo” e “qualidade” já<br />

não é tolerável nos novos tempos globais.<br />

Não se poderá, a pretexto de uma “lógica<br />

secular latina”, mais admitir o não cumprimento<br />

dos horários, dos cronogramas<br />

e dos objectivos. Não cumprir este paradigma<br />

é sinónimo de ineficácia e de incapacidade<br />

estrutural de poder vir a ser<br />

melhor. Importa por isso uma cultura<br />

estruturada de dimensão organizacional<br />

aplicada de forma sistémica aos actores<br />

da sociedade civil. Há que fazer da “capacidade<br />

organizacional” o elemento qualificador<br />

da “capacidade mobilizadora”.<br />

A ausência da prática de uma “cultura<br />

de cooperação” tem-se revelado mortífera<br />

para a sobrevivência das organizações.<br />

No Portugal da “inteligência colectiva”<br />

sobrevive quem consegue ter escala e<br />

participar, com valor, nas grandes Redes<br />

de Decisão. Num país pequeno, as<br />

Empresas, as Universidades, os Centros<br />

de Competência Políticos têm que protagonizar<br />

uma lógica de “cooperação<br />

positiva em competição” para evitar o<br />

desaparecimento. Querer cultivar a pequenez<br />

e aumentá-la numa envolvente já<br />

de si pequena é firmar um atestado de<br />

incapacidade e de falta de crença no futuro.<br />

Por isso, importa potenciar e verdadeiramente<br />

reforçar uma “capacidade<br />

de cooperação” positiva, com dimensão<br />

estratégica capaz de se consolidar a médio<br />

prazo.<br />

Um país moderno tem que saber integrar<br />

de forma positiva os seus cidadãos.<br />

A coesão social faz-se pela participação<br />

construtiva e tem que haver uma atitude<br />

clara de mobilização para esse esforço<br />

nacional de convergência de actuação.<br />

A educação na escola tem que forçar a<br />

pedagogia e a prática da integração dos<br />

o Banco viu a sua permanência<br />

em Braga ameaçada em 1995 -<br />

quando a sua primeira localização<br />

foi alienada (na Quinta dos<br />

Peões, junto à Universidade do<br />

Minho) -, mas a pronta intervenção<br />

dos Deputados do PSD<br />

de Braga da época viabilizou a<br />

transferência do projecto para a<br />

sua localização actual, na Quinta<br />

de S. José, na também Bracarense<br />

Freguesia de S. Pedro de<br />

Merelim.<br />

Nos últimos dois anos, para<br />

lá da drástica, indiscriminada e<br />

imponderada redução de pessoal<br />

que resultou do processo dos<br />

“supranumerários” no Ministério<br />

da Agricultura, o Banco viu<br />

novamente a sua subsistência<br />

ameaçada com o anúncio da<br />

possibilidade de instalação do<br />

novo Quartel da GNR de Braga<br />

nessa mesma Quinta.<br />

Esta não é hoje, porém, uma<br />

questão de natureza meramente<br />

local.<br />

O Banco Português de Germoplasma<br />

Vegetal possui uma<br />

vasta colecção de mais de 17 000<br />

populações, representativas de<br />

um número superior à centena<br />

de espécies, que se encontram<br />

conservadas em frio, vidro e no<br />

campo. Para lá da singularidade<br />

de algumas das colecções, o<br />

Banco assume a responsabilida-<br />

desfavorecidos, imigrantes, todos aqueles<br />

com défices operativos de participação;<br />

têm que ser dinamizadas “acções de<br />

demonstração” do apoio à vontade do<br />

contributo de todos, como é o caso do<br />

Programa Escolhas, que, através de Centros<br />

de Inclusão Digital em Bairro Sociais,<br />

leva a fronteira do conhecimento<br />

a quem mais dela precisa. Um Programa<br />

para a Inclusão Social tem que saber “integrar<br />

de facto”.<br />

Está mais do que consolidada a mensagem<br />

da urgência da dimensão tecnológica<br />

na matriz de desenvolvimento<br />

nacional. Um Programa para a Competitividade<br />

tem que forçar dinâmicas efectivas<br />

de aposta na tecnologia, seja ao nível<br />

a concepção de ideias novas de serviços<br />

e produtos, seja ao nível da operacionalização<br />

de centros modernos rentáveis<br />

de produção, seja sobretudo ao nível da<br />

construção e participação activa em redes<br />

internacionais de comercialização e<br />

transacção de produtos e serviços.<br />

A lição do MIT<br />

Ricardo Rio<br />

rrio_dmecon@yahoo.com<br />

http://econominho.blogspot.com<br />

de de ser o Banco Mediterrânico<br />

do Milho.<br />

Ao longo dos últimos anos,<br />

a instituição envolveu-se em<br />

vários projectos inovadores,<br />

desde a caracterização de toda<br />

a colecção ao apoio à preservação<br />

no Campo do Agricultor, à<br />

já referida aplicação de técnicas<br />

moleculares por via laboratorial<br />

e à conservação do germoplasma<br />

animal.<br />

Tal como há três décadas, os<br />

Bancos de Germoplasma são<br />

hoje uma prioridade estratégica<br />

para as várias nações de per si e<br />

para as principais organizações<br />

Portugal tem uma oportunidade única<br />

de potenciar um novo paradigma de cidades<br />

médias, voltadas para a qualidade,<br />

a criatividade, a sustentabilidade ecológica.<br />

Verdadeiros centros de modernidade<br />

participativa, que façam esquecer a dinâmica<br />

asfixiante das “âncoras comerciais”<br />

que são os modernos shoppings que dominam<br />

o país. Um Programa Territorial<br />

para a Modernidade é vital para dar conteúdo<br />

estratégico à ocupação das cidades<br />

médias e à nova vontade de também saber<br />

apostar no interior.<br />

Portugal tem uma forte cultura alicerçada<br />

no potencial histórico da língua. É<br />

um activo único. Um Programa Intelec-<br />

Quanto vale um banco de germoplasma?<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

internacionais que trabalham<br />

na esfera da agricultura e da alimentação.<br />

Hoje, mais do que nunca, a<br />

escassez de determinadas espécies,<br />

os desequilíbrios que vão<br />

surgindo na cadeia alimentar e<br />

na sobrevivência de certos produtos<br />

agrícolas, bem como a escalada<br />

exponencial dos preços de<br />

determinados produtos, sugere<br />

mque se atribua o devido valor a<br />

projectos desta natureza.<br />

Isto é, mais do que o mérito<br />

histórico e cultural de preservação<br />

das raízes e tradições de certos<br />

locais, mais do que o contributo<br />

académico e de apoio à investigação<br />

científica destas colecções,<br />

há um sentido estratégico, uma<br />

lógica de salvaguarda dos meios<br />

de subsistência e um incontornável<br />

valor económico e social dos<br />

bancos de germoplasma.<br />

Talvez por este conjunto de razões<br />

se assista hoje à criação contínua<br />

de novos projectos à escala<br />

internacional e ao encetar de esforços<br />

globais para a preservação dos<br />

vários projectos que corporizaram<br />

os ideais do biólogo russo Nicolai<br />

Vavilov – o precursor destes bancos<br />

de conservação genética.<br />

De entre os mais recentes, o<br />

mais relevante será porventura a<br />

“Arca de Noé Verde” - o Armazém<br />

de Sementes Svalbarg Glo-<br />

FRANCISCO JAIME<br />

QUESADO<br />

Gestor do Programa<br />

Operacional Sociedade<br />

do Conhecimento<br />

tual da Cultura Portuguesa tem que saber<br />

dinamizar de facto nos grandes circuitos<br />

internacionais a aptência pela prática e<br />

consumo dos muitos “produtos culturais”<br />

nacionais disponíveis. A “cultura<br />

da língua portuguesa” tem que ajudar na<br />

criação de valor para o nosso país. Tudo<br />

passa por no princípio e no fim saber estar<br />

e participar. Impõe-se para Portugal<br />

uma cultura de participação cívica activa<br />

positiva. É assim que se faz a riqueza<br />

da matriz europeia. É assim que se tem<br />

consolidar a actuação dos grandes objectivos<br />

para este novo ciclo de “integração<br />

europeia”.<br />

Pretende-se também um Portugal de<br />

“inteligência colectiva” mais equilibrado<br />

do ponto de vista de coesão social e territorial.<br />

A crescente (e excessiva) metropolização<br />

do país torna o diagnóstico ainda<br />

mais grave. A desertificação do interior, a<br />

incapacidade das cidades médias de protagonizarem<br />

uma atitude de catalisação<br />

de mudança, de fixação de competências,<br />

de atracção de investimento empresarial<br />

são realidades marcantes que confirmam<br />

a ausência duma lógica estratégica<br />

consistente. Não se pode conceber uma<br />

aposta na competitividade estratégica do<br />

país sem entender e atender à coesão territorial,<br />

sendo por isso decisivo o sentido<br />

das efectivas apostas de desenvolvimento<br />

regional de consolidação de “clusters de<br />

conhecimento” sustentados.<br />

O desafio da “inteligência colectiva”<br />

tem que ser desenvolvido. Fazer de Portugal<br />

a Oportunidade Possível dum país<br />

onde o Conhecimento e a Criatividade<br />

sejam capazes de fazer o compromisso<br />

nem sempre fácil entre a memória dum<br />

passado que não se quer esquecer e um<br />

regresso a um futuro que não se quer<br />

perder.<br />

bal – escavado numa montanha<br />

do Árctico, na Noruega, com o<br />

objectivo de salvaguardar as espécies<br />

mundiais de uma potencial<br />

“catástrofe global”.<br />

À luz deste enquadramento,<br />

não se percebe, pois, a atitude<br />

negligente daqueles que enaltecem<br />

os méritos do banco nas visitas<br />

de circunstância, mas cujas<br />

decisões apenas contribuem para<br />

a delapidação da sua capacidade<br />

de obter resultados ainda mais<br />

significativos.<br />

Ou, como também referi, que<br />

permitam que se vislumbrem<br />

crescentes nuvens negras sobre a<br />

subsistência do banco (e da sua<br />

presente localização) sem que<br />

assumam uma postura de total<br />

transparência e reafirmação dos<br />

compromissos internacionais que<br />

o País assumiu no quadro deste<br />

projecto.<br />

Para cúmulo, falta ainda frisar<br />

que a esmagadora maioria dos<br />

custos de funcionamento são financiados<br />

por projectos internacionais<br />

e que o Orçamento de Estado<br />

pouco mais suporta que uma<br />

cifra próxima dos 250 000 euros<br />

com os honorários anuais dos colaboradores<br />

ainda em funções.<br />

Será, pois, caso para dizer que<br />

esta é apenas mais uma triste<br />

evidência de Portugal… no seu<br />

pior.


Espaço dedicado às Pequenas e Médias Empresas de Portugal<br />

25 de Julho de 2008 | Suplemento Nº143


12<br />

PME<br />

Presidente do grupo revela estratégia<br />

Ramos Catarino ambiciona ser construtora<br />

de referência no mercado ibérico<br />

A construtora Ramos Catarino tem como objectivo central da sua actuação tornar-se uma empresa de<br />

referência no mercado ibérico. É com optimismo moderado que Vítor Catarino, presidente do grupo,<br />

encara a actual situação no sector da construção, ainda que se verifiquem dificuldades. O importante é<br />

pensar de forma rigorosa os projectos, como fez notar durante uma entrevista à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – A situação<br />

não está fácil, à semelhança<br />

do que acontece nos outros<br />

sectores de actividade, para a<br />

construção. Qual a estratégia<br />

definida pela Ramos Catarino?<br />

Vítor Catarino – A estratégia<br />

passa por estarmos presentes em<br />

Portugal e Espanha. Pretendemos<br />

ser uma empresa de referência no<br />

mercado ibérico. Não a maior<br />

empresa, mas uma das melhores<br />

no seu sector. Não tencionamos<br />

estar noutros países, a menos que<br />

seja em parceria. Prosseguimos<br />

uma estratégia de diversificação,<br />

a par de uma forte agressividade<br />

comercial.<br />

Para inverter a actual situação<br />

de recessão na construção, há que<br />

pensar de forma rigorosa os projectos<br />

que são economicamente<br />

viáveis e lançá-los o mais rapidamente<br />

possível. É preciso esperar<br />

também que algumas boas<br />

notícias aconteçam na economia<br />

mundial, para que a banca possa<br />

acompanhar e apoiar as iniciativas<br />

público-privadas.<br />

VE – No cenário descrito, encara<br />

com bons olhos os projectos<br />

anunciados pelo Governo<br />

para as obras públicas?<br />

RC – Enquanto empresa de<br />

construção, a Ramos Catarino espera<br />

a sua materialização. Com-<br />

Construtora desenvolve rede de energia<br />

DST entra numa nova<br />

área de negócio<br />

A construtora DST mantém<br />

a estratégia de diversificação da<br />

sua actividade. Em perspectiva<br />

está o desenvolvimento de uma<br />

rede de “energia inteligente” para<br />

a concepção, desenvolvimento e<br />

aplicação de um modelo de mobilidade<br />

sustentável, o carro eléctrico,<br />

na cidade de Guimarães.<br />

O investimento incial ascende a<br />

cerca de 400 mil euros.<br />

A iniciativa passa pela criação<br />

de uma frota de veículos eléctricos<br />

partilhados, a construção de uma<br />

infra-estrutura adequada, de uma<br />

rede de energia e carregamento<br />

e por um sistema de informação<br />

que possibilite a gestão da mobilidade<br />

no município. Num primeiro<br />

momento, as actividades<br />

centram-se no desenvolvimento<br />

dos veículos, parques de entrepostos<br />

de partilha dos carros, rede<br />

de abastacimento e sistema de informação<br />

e gestão.<br />

Para além do investimento em<br />

investigação e desenvolvimento,<br />

a DST aposta numa nova área de<br />

negócios, tendo em conta a lógica<br />

de diversificação. Os seus responsáveis<br />

estão certos que se trata de<br />

uma área com forte potencial de<br />

“Os projectos economicamente viáveis têm que ser pensados de forma rigorosa”, de acordo<br />

com Vítor Catarino, presidente do grupo Catarino.<br />

petirá agora ao poder político<br />

avaliar se um ou outro é ou não<br />

adequado. Seja como for, na expectativa<br />

do sector da construção<br />

é óptimo.<br />

VE – E acha que está a ser<br />

seguida uma política fiscal adequada?<br />

crescimento, quer em termos ambientais<br />

quer quanto ao elevado<br />

preço dos combustíveis. A rede<br />

de produção de energia recorre a<br />

fontes renováveis. A empresa está,<br />

para além da construção, nos sectores<br />

das energias renováveis, das<br />

telecomunicações e dos sistemas<br />

de informação.<br />

Num cenário de dificuldades,<br />

os responsáveis da DST consideram<br />

que a estratégia de diversificação<br />

das empresas, em especial<br />

daquelas dedicadas à construção,<br />

é essencial. Por outro lado, é evidente<br />

que há certos sectores que<br />

estão a passar por um forte impulso,<br />

como é o caso das actividades<br />

relacionadas com o ambiente<br />

e as energias renováveis.<br />

RC – A alteração do regime do<br />

IVA, com a inversão do sujeito<br />

passivo, veio penalizar drasticamente<br />

a tesouraria das empresas<br />

do sector da construção. No entanto,<br />

devemos ter em conta que<br />

houve um esforço, por parte da<br />

administração fiscal, no sentido<br />

de o pagamento dos reembolsos<br />

Consumidores mais conscientes dos riscos inerentes à produção<br />

“Moda rápida” tem os dias contados<br />

A “fast fashion” (ou moda rápida)<br />

chegou ao mercado e rapidamente<br />

conquistou adeptos.<br />

O processo de desaparecimento<br />

também corre agora o risco de<br />

ocorrer de um dia para o outro.<br />

Os consumidores e a opinião pública<br />

rejeitam o desrespeito pelos<br />

direitos dos trabalhadores nos países<br />

emergentes e pelo ambiente.<br />

O habito da “moda rápida” está a<br />

abrandar significativamente.<br />

“Foi a capacidade de rapidamente<br />

interpretar tendências,<br />

copiar novos estilos e colocá-los à<br />

venda em tempo recorde a preços<br />

reduzidíssimos que fez das marcas<br />

deste tipo de vestuário um destino<br />

obrigatório para os consumidores<br />

de moda em todo o mundo”,<br />

explica um trabalho publicado<br />

na “Portugal Têxtil”. Marcas de<br />

moda como a H&M ou a Mango<br />

tiveram um grande sucesso, mas<br />

a realidade é que o consumidor<br />

está agora avisado para os processos<br />

desenvolvidos para garantir<br />

a forte competitividade, como o<br />

recurso a mão-de-obra infantil ou<br />

trabalhadores com baixíssimos<br />

rendimentos.<br />

A pressão dos “media” sobre<br />

esta matéria está a fazer com que<br />

as marcas repensem os seus mo-<br />

do IVA serem efectuados mais rapidamente.<br />

Deverá também haver<br />

a preocupação de uma maior<br />

harmonização da nossa política<br />

fiscal, especialmente com a Espanha.<br />

Optimismo moderado<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

VE – Em termos nacionais,<br />

como está o mercado da construção?<br />

RC – Como todos os outros<br />

sectores, é fortemente influenciado<br />

pelo “subprime”, sobretudo<br />

no mercado residencial turístico.<br />

É uma situação que está a reflectir-se<br />

no investimento estrangeiro<br />

em Portugal, nomeadamentte no<br />

que se refere aos mercados britânico<br />

e irlandês, que alimentavam<br />

fortemente o residencial e o residencial<br />

turístico. A crise naqueles<br />

países afectou o optimismo dos<br />

“players” hoteleiros do território<br />

nacional. Mas também há alguns<br />

sinais positivos. As obras públicas<br />

vão alimentar um pouco o<br />

sector da construção, trazendo<br />

um novo alento à economia. O<br />

investimento público de maior<br />

escala vai puxar pela economia,<br />

sobretudo as câmaras municipais,<br />

a lançar novos concursos.<br />

As eleições municipais e legislativas<br />

correm também de forma<br />

positiva, no sentido da promoção<br />

delos globais de “sourcing” (ainda<br />

recentemente a Inditex anunciou<br />

o encerramento de uma das suas<br />

fábricas). O ponto de viragem<br />

parece ter chegado. O que não<br />

significará que os consumidores<br />

vão aumentar a procura junto de<br />

estilistas. O que tende a acontecer<br />

é as peças de vestuário ganharem<br />

um novo impulso com o surgimento<br />

das preocupações de responsabilidade<br />

social.<br />

O que significa que os consumidores<br />

vão começar a adquirir<br />

moda de que realmente gostam,<br />

de qualidade e que irão usar por<br />

mais que uma estação. Os ciclos<br />

de moda são hoje muito apertados,<br />

o que é motivado, em grande<br />

parte, pelo reduzido valor dos<br />

artigos. De futuro, as coisas não<br />

serão assim. Afinal, foi o excesso<br />

de produção da fileira têxtil/<br />

moda que iniciou este ciclo. Mas<br />

a consciência social está a alterar<br />

esse ciclo, pelo que se começa a<br />

falar do adeus à moda barata.<br />

Assim, conclui o trabalho da<br />

“Portugal Têxtil”: “Muitos daqueles<br />

que ainda são adeptos da<br />

moda rápida são-no por desconhecimento<br />

dos graves abusos e<br />

da exploração que lhe está, muitas<br />

vezes, associada. A pressão que<br />

GuIlhERmE osswAld<br />

guilherme@vidaeconomica.pt<br />

de um maior número de obras<br />

públicas. Quanto ao sector privado,<br />

destaque para os centros<br />

comerciais (vão continuar a construir<br />

as suas redes, promovendo<br />

um volume considerável de novas<br />

obras), a logística, com o impulso<br />

do “Portugal Logístico”, e a Saúde.<br />

Enfim, estamos moderadamente<br />

optimistas.<br />

VE – Como define a actuação<br />

da entidade reguladora para o<br />

sector, o InCI?<br />

RC – É fundamental que exista<br />

uma entidade reguladora forte,<br />

de forma a separar “o trigo do<br />

joio” e a promover um ranking<br />

das empresas, mesmo que se trate<br />

de concursos públicos. Por exemplo,<br />

nem todas as empresas da<br />

classe 8, como é o nosso caso, têm<br />

performances específicas e isso<br />

deve ser tido em linha de conta<br />

quando se faz a análise das diversas<br />

propostas. As empresas como<br />

a Ramos Catarino têm investido<br />

no recrutamento e na formação<br />

dos seus quadros técnicos, na segurança<br />

e na qualidade, pelo que<br />

deveriam ser valorizadas na fase<br />

de avaliação das propostas. Fomos<br />

a primeira empresa do sector<br />

da construção a obter uma tripla<br />

certificação (qualidade, ambiente<br />

e segurança, mas tal não é majorado<br />

nas empreitadas.<br />

os órgãos de comunicação social<br />

e as organizações governamentais<br />

estão a exercer junto dos consumidores<br />

europeus poderá começar<br />

a fazer-se sentir a uma escala<br />

mais elevada durante os próximos<br />

anos.”


sexta-feira, 25 Julho de 2008 pme 13<br />

Repensar a produtividade<br />

A<br />

produtividade está<br />

na ordem do dia.<br />

A sociedade tem-se<br />

desdobrado em múltiplos<br />

debates sobre a matéria, e<br />

o culminar desses debates<br />

está à porta com uma nova<br />

lei geral do trabalho. Confesso<br />

que o que mais me<br />

irritou nestes debates foi<br />

a ligeireza com que alguns<br />

argumentos foram expostos<br />

e a forma como os casos<br />

são tratados. Quem não<br />

estiver mais atento fica com<br />

a sensação de que os trabalhadores<br />

portugueses são a<br />

raiz de todos os males, ignorando<br />

por completo as responsabilidades<br />

dos gestores<br />

de topo e dos investimentos<br />

que podem ser feitos para<br />

melhorar o trabalho de todos.<br />

É preciso ter presente<br />

que a produtividade se mede com uma fórmula<br />

muito simples (Produtividade = Riqueza<br />

Produzida a dividir pelo Custo de Produção)<br />

e que para conseguirmos resultados<br />

duradouros devemos conseguir mexer em<br />

ambos os pontos da equação. Reduzir apenas<br />

os custos de produção nunca poderá<br />

ser solução única, a não ser que a esperança<br />

seja que eles tendam para zero.<br />

É aqui que a tecnologia pode dar uma<br />

ajuda, mantendo o custo de produção mas<br />

aumentando a quantidade produzida. Para<br />

isto não basta colocar um computador<br />

em cada secretária da nossa empresa e dizer<br />

que estamos na nova era tecnológica.<br />

Passarmos toda a burocracia existente para<br />

um ficheiro não aumenta a produtividade,<br />

apenas representa custos de formação<br />

para quem estava habituado às folhas de<br />

papel da “antiga economia”. É preciso saber<br />

concentrar a informação, dispensar o<br />

supérfluo. Se não precisarmos de escrever<br />

a mesma informação em três documentos<br />

distintos então podemos escrever três vezes<br />

mais documentos. Mas isto não se faz apenas<br />

com a migração dos documentos para<br />

formato digital... É preciso aproveitar a<br />

oportunidade para redesenhar todo o fluxo<br />

de circulação da informação pela empresa.<br />

O primeiro caminho a seguir será nas indústrias<br />

tradicionais, como a têxtil ou do<br />

calçado, focando os investimentos em tecnologia<br />

que mude radicalmente a estrutura<br />

da empresa. O investimento terá que ser<br />

centrado na aquisição de novas infra-estruturas<br />

– maquinaria que permita que o<br />

empregado, que já lá está, passe a produzir<br />

mais unidades por hora trabalhada.<br />

A segunda via será melhorar e gerir os<br />

processos de produção. Dando o exemplo<br />

da indústria de software, é urgente investir<br />

em departamentos de qualidade de<br />

software capazes de determinar e avaliar o<br />

processo de implementação passo a passo,<br />

NuNo MaNuel<br />

MartiNs<br />

Consultor Sénior<br />

Infrastructure Management<br />

da Noesis<br />

nuno.martins@noesis.com.<br />

pt<br />

ACT assina protocolo com a AEP<br />

A Autoridade para as Condições do Trabalho<br />

(ACT) e a Associação Empresarial de<br />

Portugal (AEP) celebraram um protocolo<br />

com o objectivo de melhorar as condições<br />

de segurança e saúde no trabalho no sector<br />

da cerâmica e do vidro.<br />

O objectivo é reduzir a taxa de incidência<br />

dos acidentes de trabalho e doenças<br />

profissionais nesta indústria.<br />

Home Instead Senior Care<br />

cria programa de férias para idosos<br />

A Home Instead Senior Care, empresa<br />

de apoio domiciliário não clínico a idosos<br />

e dependentes, lançou o programa “Vá de<br />

férias descansado”.<br />

As famílias que têm um idoso ou dependente<br />

podem usufruir do período de férias,<br />

o que trará uma enorme<br />

vantagem competitiva na<br />

altura de corrigir defeitos<br />

presentes ou implementar<br />

novos pedidos do cliente.<br />

Em Portugal, ainda muitas<br />

empresas das “novas tecnologias”<br />

sobrevivem sem<br />

responsáveis por estas áreas<br />

e isso ressente-se quando é<br />

preciso fazer qualquer tipo<br />

de alteração a um produto<br />

que já está no cliente final.<br />

É moroso encontrar a falha<br />

e muitas vezes é simplesmente<br />

infernal tentar<br />

corrigi-la sem que se introduzam<br />

novos defeitos. As<br />

horas de trabalho que são<br />

perdidas nestes processos,<br />

e que poderiam facilmente<br />

ser evitadas com responsáveis<br />

de Qualidade e Change<br />

Management, são entraves<br />

à produtividade que não aparecem nas<br />

estatísticas. É, aliás, este um dos maiores<br />

problemas no debate da produtividade: as<br />

melhorias que podem ser feitas estão muitas<br />

vezes escondidas e é necessária uma revisão<br />

contínua dos métodos de trabalho<br />

para irmos mais além.<br />

Por fim, podemos apostar na qualidade.<br />

Não apenas porque o que é bom vende<br />

melhor, mas principalmente porque o<br />

que é bom vende mais caro. Imaginemos<br />

que éramos um país que não produzia mais<br />

nada a não ser canetas descartáveis. Se do<br />

dia para a noite passássemos a produzir<br />

canetas de alta qualidade, a produtividade<br />

disparava sem que ninguém trabalhasse<br />

mais 5 minutos por dia por causa disso<br />

(apenas porque existe uma maior margem<br />

de lucro). A Irlanda não é um milagre, é<br />

apenas uma demonstração de como a prestação<br />

de serviços de valor acrescentado<br />

contribui para o aumento da produtividade<br />

a uma escala nacional.<br />

Penso que é nestes casos que a classe política,<br />

e principalmente os gestores de topo<br />

das empresas portuguesas, terão que se focar<br />

para encontrar melhorias significativas<br />

nos próximos anos. Tentarmos todos,<br />

quando discutimos a produtividade da nação<br />

e da nossa empresas, olhar para a primeira<br />

parte da equação da produtividade,<br />

em vez de vivermos obcecados com os custos<br />

de produção (que obviamente são sempre<br />

uma componente importante), como<br />

se alguma vez pudéssemos competir com a<br />

China ou com a Índia a esse nível.<br />

Podemos, pois, aumentar a produtividade<br />

dos portugueses de duas formas: fazendo-os<br />

trabalhar mais ou fazendo-os trabalhar<br />

melhor, sendo certo que a primeira<br />

hipótese nos dará a ilusão de podermos<br />

competir com as economias emergentes,<br />

enquanto a segunda será o caminho para<br />

um crescimento sustentado a longo prazo.<br />

As duas instituições passam a colaborar<br />

mutuamente no âmbito do programa<br />

“Prevenir para Inovar no Sector da Indústria<br />

da Cerâmica e do Vidro”, financiado<br />

ao abrigo do Programa Operacional<br />

de Assistência Técnica (QREN), com<br />

vista a implementar medidas de segurança<br />

e saúde no trabalho nas empresas do<br />

sector.<br />

já que o seu familiar é cuidado por uma<br />

equipa profissional. O programa é ajustado<br />

às necessidades de cada cliente, quer em<br />

termos de cuidados a prestar quer quanto à<br />

carga horária. Não há a obrigação de contratos<br />

prolongados no tempo.<br />

ACT investiga ilícitos laborais<br />

na restauração durante o Verão<br />

A Autoridade para as Condições de Trabalho<br />

(ACT) anda particularmente atenta<br />

às irregularidades laborais no sector da<br />

restauração durante o período de Verão. E<br />

já começou a sua intervenção, através de<br />

uma acção relâmpago, no início de Julho,<br />

no litoral Sul do país, onde foram detectados<br />

78 trabalhadores em situação irregular<br />

e instaurados 213 autos de contra-ordenação,<br />

revelou a ACT em comunicado.<br />

No âmbito desta operação, foram visitados<br />

212 restaurantes de praia ou zonas<br />

turísticas, através da acção de 70 inspec-<br />

<br />

Nome<br />

Morada C. Postal<br />

Nº Contribuinte E-mail<br />

tores do trabalho das Direcções Regionais<br />

de Lisboa e Vale do Tejo, do Alentejo e do<br />

Algarve, tendo sido identificados 810 trabalhadores,<br />

dos quais 78 não declarados à<br />

Segurança Social.<br />

A acção contou ainda com a participação<br />

de outros organismos de fiscalização do<br />

Estado, nomeadamente a Inspecção Tributária,<br />

com 32 inspectores, a Inspecção da<br />

Segurança Social, com 11 inspectores, o<br />

Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, com<br />

28 inspectores, e os Serviços Alfandegários,<br />

com 2 inspectores.<br />

Escola de Negócios Caixanova<br />

lança VI edição do prémio Análise<br />

da Actividade Empresarial<br />

A Escola de Negócios Caixanova irá levar<br />

a cabo a sexta edição do «Prémio Análise<br />

da Actividade Empresarial. Uma referência<br />

para emprendedores», cujo objectivo é o de<br />

potenciar o conhecimento e a difusão do<br />

saber sobre as distintas actividades empresariais<br />

criadas no âmbito da sua actividade.<br />

O prémio é organizado pela Escola de Negócios<br />

Caixanova e patrocinado pelo Instituto<br />

de Desenvolvimento Caixanova.<br />

No geral, a proposta envolve a apresentação<br />

de um estudo sectorial a partir das análises<br />

gerais e específicas que cada aluno ou<br />

grupo de alunos teve que preparar para o<br />

seu projecto de fim de curso. Poderão participar<br />

neste concurso os alunos e ex-alunos<br />

da Escola de Negócios Caixanova, que<br />

“O livro analisa com grande detalhe e de forma muito profunda as interdependências<br />

no triângulo estratégico IDE-Capital Humano-Tecnologia. Esta análise tem, na minha<br />

opinião, um enorme mérito: o de basear-se em dados recolhidos directamente e em<br />

cooperação com as empresas e de chegar às conclusões a partir de uma base totalmente<br />

descomprometida e sem polarizações. É, pois, um trabalho científico do maior<br />

rigor e da maior honestidade intelectual. Este trabalho dá resposta a uma necessidade:<br />

o que, como país, podemos e devemos fazer para atrair mais e melhor IDE.”<br />

João Picoito – Presidente do Conselho de Administração da Nokia Siemens Network Portugal, S.A.<br />

SIM. Solicito o envio de exemplar(es) do livro “Investimento Directo Estrangeiro, Capital Humano<br />

e Inovação”.<br />

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de A<br />

Debitem A , no meu cartão com o nº ,<br />

Cód. Seg. emitido em nome de<br />

e válido até / .<br />

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem A 4 para despesas de envio e cobrança).<br />

ASSINATURA<br />

tenham concluído ou estejam a realizar, no<br />

presente ano lectivo 2007/2008, um programa<br />

de pelo menos cem horas lectivas.<br />

A escolha do projecto vencedor será feita<br />

a partir da avaliação de diversos aspectos<br />

relativos ao conhecimento da actividade<br />

empresarial descrita, tendo sempre em<br />

mente a utilidade do seu conteúdo para<br />

um potencial empreendedor.<br />

A análise do panorama geral e a sua incidência<br />

na actividade empresarial estudada<br />

tem como pressupostos a descrição da<br />

situação presente do sector de actividade,<br />

o estudo do seu ambiente específico e os<br />

parâmetros que explicam a posição das empresas<br />

integrantes do mesmo, bem como as<br />

posições relativas dessas empresas.<br />

INVESTIMENTO DIRECTO<br />

ESTRANGEIRO,<br />

CAPITAL HUMANO<br />

E INOVAÇÃO<br />

UMA APLICAÇÃO<br />

AO CASO PORTUGUÊS<br />

Autoras: Aurora A. C. Teixeira<br />

e Ana Teresa Tavares-Lehmann<br />

Formato: 15.5 x 23 cm<br />

Págs.: 214<br />

P.V.P.: A 15<br />

Pedidos para: <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO<br />

Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail encomendas: encomendas@vidaeconomica.pt


14<br />

pme<br />

Pedro Guerreiro, director de Marketing da Vinhos Borges, considera<br />

“O crescimento só é possível<br />

com um incremento<br />

da qualidade”<br />

A Sociedade dos Vinhos Borges, empresa do Grupo JMV, vai investir oito milhões<br />

de euros até ao final do próximo ano. O objectivo é continuar a crescer em<br />

qualidade nos vários segmentes onde estão presentes, nomeadamente vinhos<br />

DOC e, em especial, espumantes. “Este ano, esperamos crescer 25% do mercado<br />

nacional e duplicar o volume de exportações” - afirma à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” Pedro<br />

Guerreiro, director de Marketing da Vinhos Borges. A Borges factura anualmente<br />

cerca de 10 milhões de euros. Em 2007 os espumantes representaram cerca de<br />

20% da facturação.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - A Vinhos Borges vai investir oito<br />

milhões de euros nos próximos dois anos, um terço<br />

dos quais no marketing, em especial no “rebranding”<br />

da marca Fita Azul. Quais são as grandes linhas<br />

desta estratégia de marketing e qual o retorno<br />

esperado?<br />

Pedro Guerreiro - A Sociedade dos Vinhos Borges tinha<br />

vindo a sofrer algum desinvestimento nas suas marcas<br />

nos últimos anos e revelava-se fundamental contornar essa<br />

contingência.<br />

Foi no âmbito desta estratégia, por exemplo, que se fez<br />

o relançamento do Lello (a mais antiga marca de vinho do<br />

Douro) – alterando o próprio perfil do vinho, reposicionando<br />

a marca e criando uma nova imagem. E é também<br />

com esse objectivo que aproximamos a marca Fita Azul<br />

do consumidor, procurando fornecer uma segmentação do<br />

portefólio muito mais imediata na identificação dos benefícios<br />

associados a cada tipo de espumante.<br />

O grande desafio do marketing na Borges é o de redesenhar<br />

e modernizar as marcas: trata-se muitas vezes de<br />

marcas históricas (Fita Azul foi lançado em 1934), com<br />

uma relevância comercial nacional e internacional significativas,<br />

que importa adequar às exigências dos consumidores<br />

actuais.<br />

No Fita Azul impõe-se uma aproximação ao consumidor;<br />

impõe-se a identificação imediata das características<br />

de cada tipo de espumante; impõe-se a optimização dessas<br />

características de acordo com as exigências de cada tipo de<br />

consumidor e momento de consumo.<br />

Para atingirmos estes objectivos introduzimos uma segmentação<br />

própria; ampliámos a gama; criámos referências<br />

novas (que não existem no mercado); alterámos o perfil de<br />

alguns tipos de espumante (para o adequar a cada target);<br />

modernizámos a imagem e criámos uma estratégia de co-<br />

A Sociedade dos Vinhos Borges<br />

afirmou-se desde cedo como<br />

um dos principais produtores e<br />

exportadores de vinhos portugueses.<br />

Hoje produz marcas que<br />

são uma referência a nível nacional<br />

e internacional. Actualmente<br />

a Borges exporta cerca de metade<br />

da sua produção para cerca de 50<br />

países dos cinco continentes. Os<br />

principais mercados de exportação<br />

são: França, Canadá, Inglaterra,<br />

Brasil, Alemanha, Holanda,<br />

Estados Unidos, Angola, Austrália,<br />

Bélgica, etc.<br />

O espumante Fita Azul aparece<br />

no mercado com várias garrafas<br />

identificadas para<br />

segmentos específicos<br />

de consumidores.<br />

Pedro<br />

Guerreiro explica<br />

porquê: “Hoje em<br />

dia, o consumidor<br />

é muito mais<br />

exigente do que<br />

no passado. Tem<br />

pouco tempo para<br />

si e os momentos<br />

de lazer assumem uma importân-<br />

municação muito agressiva.<br />

Como resultado, esperamos reforçar a ligação emocional<br />

da marca com os consumidores actuais; promover a<br />

penetração no mercado do Sul (onde ainda temos um potencial<br />

de crescimento significativo); e desenvolver a marca<br />

em mercados externos (alguns dos quais têm revelado uma<br />

apetência interessante pelo produto – como é o caso do<br />

Japão).<br />

VE - Os restantes dois terços do investimento são<br />

aplicados em quê?<br />

PG - O restante investimento será aplicado em várias<br />

áreas, tais como: viticultura – plantação de vinha nova<br />

e substituição de vinha antiga; área industrial – linha de<br />

engarrafamento e rotulagem que permite uma melhoria<br />

significativa ao nível da qualidade da imagem; controlo de<br />

qualidade e enologia – mais e melhores análises no vinho,<br />

resultando numa maior intervenção em busca da qualidade<br />

e numa maior segurança para o consumidor.<br />

VE - Qual é o objectivo do investimento global?<br />

PG - Desde que foi adquirida ao BPI pelo Grupo JMV<br />

a Sociedade dos Vinhos Borges acolheu uma nova orientação<br />

estratégica. Os investimentos iniciais foram canalizados<br />

para a produção, garantindo assim que a qualidade<br />

dos vinhos produzidos seguia o padrão que caracteriza o<br />

grupo. Atingido o objectivo de chegar ao patamar de qualidade<br />

exigível, os grandes investimentos seguintes estão a<br />

ser canalizados para o fortalecimento das marcas.<br />

Sendo uma das principais empresas nacionais de vinhos,<br />

a Borges pretende reforçar a sua importância: como produtora<br />

de vinhos com qualidade; como detentora de marcas<br />

fortes; como embaixadora dos vinhos portugueses no<br />

mundo.<br />

Vinhos Borges exporta metade da produção para 50 países<br />

Fita Azul tem<br />

10% de quota<br />

do mercado<br />

nacional de<br />

espumantes<br />

Rua do Bolhão 221<br />

www.hoteldomhenrique.pt<br />

T 22 340 1616<br />

cia crescente. Tem dificuldade em<br />

lidar com a profusão da oferta”.<br />

“Se uma marca<br />

for bem sucedida<br />

na segmentação<br />

(isto é, for capaz<br />

de desenhar<br />

os seus produtos<br />

de acordo com<br />

as características<br />

de cada perfil de<br />

consumidor) e<br />

se for capaz de<br />

– melhor do que<br />

a concorrência – informar sobre<br />

a l é m m a r<br />

R E S T A U R A N T E<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

“O grande desafio do Marketing na Borges é o de redesenhar e modernizar as<br />

marcas”, afirma Pedro Guerreiro.<br />

VE - Que resultados são esperados em termos de<br />

vendas e exportação, nomeadamente em termos de<br />

volume e variação?<br />

PG - No mercado nacional perspectivamos crescer cerca<br />

de 25% este ano. No mercado externo, pelo facto de a<br />

introdução dos espumantes ser necessariamente mais lenta<br />

e por falarmos de um ponto de partida mais baixo, perspectivamos<br />

duplicar as vendas em dois a três anos.<br />

VE - Sendo a qualidade um atributo dos produtos<br />

Vinhos Borges, como se consegue manter este padrão<br />

dentro dos objectivos de aumentos de vendas<br />

e de exportação?<br />

PG - Precisamente com os investimentos iniciais feitos<br />

na Produção. O objectivo de crescer nunca poderia ser<br />

atingido à custa da diminuição da qualidade: isso seria um<br />

contra-senso que o consumidor nunca perderia. Até aqui<br />

os paradigmas estão a alterar-se: hoje em dia, o crescimento<br />

só é possível com um incremento da qualidade.<br />

VE - Apostam em novos mercados exteriores e as<br />

comunidades de emigrantes portugueses?<br />

PG - A Borges exporta praticamente desde a sua fundação,<br />

em 1884. Neste momento está presente em cerca de<br />

50 mercados. Algumas das nossas marcas são conhecidas<br />

no mundo. O facto de haver portugueses espalhados pelo<br />

mundo favorece naturalmente a introdução de produtos<br />

nacionais em mercados externos. Mas neste momento o<br />

mercado da Borges ultrapassou claramente a população<br />

de origem portuguesa: os vinhos portugueses são hoje<br />

apreciados pelos autóctones e a Borges orgulha-se do papel<br />

que eventualmente terá desempenhado desse facto.<br />

os benefícios finais de cada tipo<br />

de produto, está a assumir uma<br />

competitividade que o consumidor<br />

valoriza. O Fita Azul foi<br />

a primeira marca de espumantes<br />

a perceber as tendências actuais<br />

e – numa área ainda muito<br />

conservadora como a dos vinhos<br />

– a responder às exigências que o<br />

mercado começa a impor”, acrescenta.<br />

A imagem da fita azul nos rótulos<br />

desapareceu. O director<br />

de Marketing da Vinhos Borges<br />

explica também o porquê: “Ac-<br />

alem-mar@hoteldomhenrique.pt<br />

VirgiliO FErrEirA<br />

virgilio@vidaeconomica.pt<br />

tualmente, percebemos que as<br />

exigências modernas não eram<br />

compatíveis com um mero ‘restyling’<br />

da imagem. Para isso quisemos<br />

dar um novo e importante<br />

passo na história da marca e dos<br />

espumantes nacionais. O ‘rebranding’<br />

do Fita Azul é resultado de<br />

estudos aprofundados. Neste momento<br />

– temos a certeza – a marca<br />

está muito mais competitiva a<br />

todos os níveis”, conclui.<br />

A marca Fita Azul “deverá representar<br />

cerca de 10% da produção<br />

nacional de espumante”.<br />

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Consultório da empresa familiar<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 empresas familiares<br />

15<br />

zx Tenho uma empresa que nos últimos anos cresceu de forma<br />

importante. Somos fabricantes de carroçarias para autocarros, camiões,<br />

etc. Os meus filhos preferiram estudar áreas diferentes e são agora<br />

profissionais independentes. A carreira profissional corre-lhes bem e<br />

isso é um facto que me satisfaz, aliás sempre os incentivei a fazer o que<br />

eles gostassem. Todavia, agora questiono-me sobre o que fazer com a<br />

empresa. Com a minha idade, gostava de me retirar do trabalho diário<br />

e a minha mulher exige-me mais tempo livre. Neste momento, poderia<br />

vender bem a empresa, mas se ficar com ela para os meus filhos, como<br />

resolvo a questão da direcção? E se eles preferem o dinheiro, será que<br />

faço bem em vender agora e aproveitar a vida com a minha mulher e<br />

deixar-lhes uma parte como herança?<br />

A venda é uma possibilidade, e se os seus filhos não pretendem<br />

continuar com a empresa, nem que seja exclusivamente com a<br />

propriedade da mesma (assumindo evidentemente um papel activo<br />

na administração da mesma, e não na gestão diária), essa é a forma<br />

que tem de garantir uma reforma com segurança económica e sem<br />

os riscos associados a um negócio que perdeu o seu líder e fundador.<br />

Todavia, é também verdade que o seu desejo será certamente,<br />

e porque costuma ser a vontade comum da maioria das pessoas<br />

que fundam um negócio com êxito e que têm filhos e uma relação<br />

familiar sã e harmoniosa, que os seus descendentes continuem o<br />

seu legado, fazendo-o crescer e, quem sabe, um dos seus netos seja<br />

a pessoa da família que no futuro estará à frente da empresa.<br />

Deve perguntar-lhes se estão dispostos a exercer a propriedade<br />

responsável. Aconselho-o a procurar um profissional competente que<br />

exerça a função de director-geral, crie um conselho de administração<br />

do qual façam parte, você, os seus filhos, um conselheiro<br />

independente com conhecimentos de direcção de empresas que<br />

ajude os seus filhos quando você já não puder e que lhes ensine<br />

a partir deste órgão a função de supervisão e monitorização do<br />

andamento do negócio. Desta forma poderá garantir um rendimento<br />

económico contínuo durante a sua reforma e os seus filhos poderão<br />

aprender a ser proprietários. É importante que estabeleça com<br />

transparência o enquadramento de competências, autoridade e<br />

responsabilidades do novo gerente.<br />

Abel Maia<br />

Envie-nos as suas questões para consultorio@efconsulting.es<br />

Especialistas na Consultoria a Empresas Familiares<br />

e elaboração de Protocolos Familiares<br />

O que é um ordenamento<br />

sucessório?<br />

Jesus e Francisco Negreira del Rio.<br />

Professores da Escuela de Negocios Caixanova<br />

Quando se trata de preparar<br />

as mudanças geracionais,<br />

para que tal não<br />

constitua um problema,<br />

é necessário ponderar<br />

várias situações. Não há<br />

soluções únicas, pois estas<br />

devem ser adaptadas<br />

à realidade concreta de<br />

cada família.<br />

Todavia, é certo que, se<br />

o que pertence a apenas<br />

um casal passa a ser propriedade<br />

de vários donos,<br />

e este processo ocorre<br />

sem coordenação prévia<br />

da primeira geração, os<br />

problemas surgem certamente<br />

na geração seguinte.<br />

Devemos agir de forma<br />

a termos capacidade de<br />

decisão sobre esta problemática,<br />

não podemos<br />

deixar como herança a<br />

decisão de como gerir as<br />

coisas e como fazer as<br />

partilhas do que for necessário.<br />

A empresa familiar é<br />

composta por três realidades<br />

diferentes e sobrepostas:<br />

a empresa, a<br />

www.efconsulting.es<br />

Santiago Compostela – Valencia – Porto<br />

efconsulting@efconsulting.es<br />

família e o património<br />

de ambas. Com o<br />

tempo isto evolui…<br />

• A empresa cresce,<br />

incorpora novo<br />

pessoal, alguns da<br />

família, diversificamse<br />

os negócios… a<br />

gestão torna-se mais<br />

complexa.<br />

• A família aumenta,<br />

os filhos crescem,<br />

entram familiares<br />

por afinidade,<br />

surgem os netos…<br />

a realidade familiar<br />

muda e a gestão tem<br />

também de mudar.<br />

• O património<br />

empresarial familiar aumenta<br />

com o tempo. O<br />

normal é que o património<br />

empresarial se cruze<br />

com o pessoal, haja bens<br />

em nome dos fundadores<br />

afectos à actividade<br />

ou em nome da empresa<br />

mas sem ligação à actividade<br />

desenvolvida.<br />

O ordenamento sucessório<br />

é a organização jurídica<br />

e fiscal outorgada em<br />

vida pelo/s fundador/es da<br />

empresa familiar. O objec-<br />

tivo é incidir directamente<br />

na sucessão para garantir<br />

a sobrevivência das empresas,<br />

a harmonia e o<br />

bom relacionamento com<br />

as gerações seguintes,<br />

evitando os conflitos das<br />

sucessões e transmissões<br />

não planeadas.<br />

Este ordenamento<br />

actua no âmbito patrimonial,<br />

ficando o empresarial<br />

e familiar sob<br />

a alçada do protocolo<br />

familiar. O ordenamento<br />

centra-se no desenho<br />

jurídico da sucessão (arquitectura<br />

jurídica mais<br />

adequada, património,<br />

figuras jurídicas, sucessão<br />

“mortis causa”) e<br />

no planeamento fiscal<br />

testamentário (actuação<br />

fiscal para transmissão<br />

hereditária, poupança<br />

fiscal).<br />

É nossa obrigação deixar<br />

tudo bem definido,<br />

evitando problemas aos<br />

nossos filhos. É obrigação<br />

da actual geração<br />

resolver este problema à<br />

seguinte geração, em vez<br />

de incluí-lo na herança.


16<br />

negócios e empresas<br />

Ricardo Nascimento, da Associação Jurídica do Porto, não tem dúvidas<br />

“Portugal não está preparado<br />

para a liberalização<br />

dos despedimentos”<br />

Não serve de nada os trabalhadores estarem “amarrados solidamente aos<br />

seus lugares nas empresas, seguros, com normas que os protegem muito, se<br />

estas estão em situação difícil”, afirma Ricardo Nascimento, vice-presidente<br />

da Associação Jurídica do Porto, em entrevista à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”. Apesar<br />

disso, refere o jurista, “Portugal não está preparado para a liberalização dos<br />

despedimentos”, pois isso criaria “um exército de desempregados” e o “colapso<br />

da Segurança Social”.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Publicou em<br />

Maio o livro resultante da sua<br />

tese de mestrado com o título<br />

“Da Cessação do Contrato de<br />

Trabalho – Em Especial por Iniciativa<br />

do Trabalhador”, o tema<br />

que mais o apaixona no Direito<br />

do Trabalho. Como vê as medi-<br />

das de simplificação da cessação<br />

do contrato de trabalho que<br />

o Governo quer introduzir no Código<br />

do Trabalho?<br />

Ricardo Nascimento – Parece-<br />

-me bem. Acho que a agilização e<br />

a simplificação do procedimento<br />

disciplinar é uma medida positiva.<br />

Vamos ver como é que, depois, na<br />

prática, as coisas se vão processar,<br />

porque a entidade patronal agora<br />

pode dispensar a prova arrolada<br />

pelo trabalhador e isso pode ser potenciador<br />

de maior conflituosidade<br />

e litigiosidade. A medida em si,<br />

como foi anunciada, parece-me cor-<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

“As empresas procuram-nos para os despedimentos colectivos, as extinções de postos de trabalho,<br />

para as insolvências, etc. O Direito do Trabalho é o barómetro da situação económica e social do<br />

país”, disse Ricardo Nascimento à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”.<br />

recta. Mantém-se a obrigatoriedade<br />

da nota de culpa, acompanhada da<br />

comunicação por parte do trabalhador<br />

ao empregador, mas elimina-se<br />

o carácter obrigatório da instrução<br />

e isso é que poderá ser gerador de<br />

alguns conflitos.<br />

VE – Diz no livro que a segurança<br />

no emprego “constitui uma<br />

importante referência jurídicopolítica”.<br />

Ora, o Governo recuou<br />

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na proposta do despedimento<br />

por inadaptação. Alguns juristas<br />

diziam mesmo que a medida podia<br />

ferir o princípio constitucional<br />

da segurança no emprego.<br />

Partilha dessa posição?<br />

RN – Partilho. Acho que avançar<br />

pela inadaptação funcional do trabalhador<br />

podia dar azo a algumas<br />

arbitrariedades e abusos por parte<br />

das entidades patronais, que poderiam<br />

aí arranjar um expediente para<br />

contornar o princípio constitucional<br />

da segurança no emprego e dos<br />

despedimentos sem justa causa, que<br />

são princípios estruturantes do Estado<br />

de direito democrático.<br />

VE – Então, o Governo fez bem<br />

em recuar?<br />

RN – Sim. Até há quem diga que<br />

a proposta estava lá para retirar, não<br />

sei se seria assim... Agora essa medida<br />

era muito perigosa, não a via<br />

com bons olhos, embora tudo isto<br />

tenha sempre de se contrapor com<br />

as exigências da sociedade actual, da<br />

globalização, com o problema da<br />

precarização da produção, da deslocalização<br />

das unidades produtivas<br />

para vários países de mão-de-obra<br />

mais barata. E é preciso ver que não<br />

há emprego sem empregadores e a<br />

solidez das empresas dá segurança<br />

no emprego. Mas quanto à segurança<br />

no emprego, que – continuo<br />

a dizer – é um princípio estruturante,<br />

constitucional, acho que Portugal<br />

não está preparado para a liberalização<br />

dos despedimentos. Isso<br />

seria o colapso da Segurança Social<br />

e criaria um exército de reserva de<br />

desempregados que seria usado a<br />

belo prazer pelos empregadores.<br />

Infelizmente, Portugal continua a<br />

apostar na mão-de-obra desqualificada,<br />

barata…<br />

VE – Apesar de se fazerem<br />

constantes apelos à qualificação,<br />

à formação, à inovação.<br />

RN – Sim, apelos, mas isso não é<br />

a nossa realidade. Não adianta nada<br />

colocarmos o cinto de segurança se<br />

o avião está prestes a despenhar-se.<br />

E connosco passa-se da mesma forma.<br />

Não adianta os trabalhadores<br />

estarem amarrados solidamente aos<br />

seus lugares nas empresas, seguros,<br />

com normas que os protegem muito,<br />

se as empresas estão na situação<br />

difícil que estão. E eu sinto isso na<br />

minha prática de advogado. E nestas<br />

alturas sentimos um aumento<br />

dos despedimentos colectivos, das<br />

extinções de postos de trabalho, as<br />

empresas procuram-nos para insolvências,<br />

para reestruturar a engenharia<br />

de negociação de contratos,<br />

têm muito cuidado com o controlo<br />

de custos, com a admissão de novos<br />

trabalhadores. O Direito do Trabalho<br />

é o barómetro da situação económica<br />

e social do país.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt


A actual presidência francesa da<br />

União Europeia vai tentar salvar o<br />

que a presidência portuguesa tinha<br />

pacientemente construído através<br />

do Tratado de Lisboa – afirmou<br />

Philippe Barbry, cônsul geral de<br />

França no Porto. O diplomata<br />

comemorou nos jardins da Escola<br />

Francesa o 14 de Julho, Dia Nacional<br />

de França, data que assinala a<br />

tomada da Bastilha durante a Revolução<br />

Francesa.<br />

Na intervenção dirigida aos cerca<br />

de 400 convidados presentes, Philippe<br />

Barbry destacou a chegada a<br />

Portugal do novo embaixador de<br />

França, Denis Delbourg, que entrou<br />

em funções no princípio deste<br />

ano.<br />

Os laços económicos e culturais<br />

entre França e a região Norte de<br />

Portugal continuam a beneficiar da<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 negócios e empresas 17<br />

Consulado de França comemorou Dia Nacional<br />

Paulo Morais e Carlos Brito.<br />

O cônsul geral Philippe Barbry, Marie-Thérèse<br />

Barbry, Manuel Cabral e Thomas Kern<br />

enorme comunidade de portugueses<br />

a residir em França, maiorita-<br />

riamente com origem no Norte do<br />

nosso país.<br />

Um dos reflexos positivos do<br />

desenvolvimento do intercâmbio<br />

cultural é o aumento do número<br />

de alunos que frequentam a Escola<br />

Francesa. Entretanto, o Consulado<br />

de França mudou para novas instalações<br />

na Avenida da Boavista, no<br />

Porto.<br />

Philippe Barbry agradeceu a todos<br />

os parceiros que têm colaborado<br />

com a França nos campos da<br />

economia, do ensino e nomeadamente<br />

os professores que ensinam a<br />

língua francesa, da administração,<br />

dos meios de Comunicação Social<br />

e da cultura, especialmente a Casa<br />

da Música, a Fundação de Serralves<br />

e o Teatro Nacional de São João.<br />

Valente de Oliveira, Nuno Azevedo e Alcino Cardoso.<br />

O 14 de Julho reuniu cerca de 400 convidados.


18<br />

negócios e empresas<br />

António José da Silva<br />

acredita<br />

“Propriedade<br />

industrial pode<br />

resolver problema<br />

das empresas”<br />

A propriedade industrial pode ser o caminho<br />

para retirar o país da crise em que vive.<br />

Se uma boa ideia pode dar um bom negócio,<br />

uma criação pode ser objecto de um direito<br />

de propriedade industrial e, desta forma, ajudar<br />

as empresas a crescer. As convicções são<br />

de António José da Silva, impulsionador de<br />

um laboratório de amortecedores, durante<br />

décadas, e ex-fornecedor da Citroën de Mangualde,<br />

entre outras empresas. “O desenvolvimento<br />

industrial precisa de se centrar no<br />

produto e na prática, mas deparamo-nos com<br />

um problema de gestão grave”, explica.<br />

A Faculdade de Engenharia da Universidade<br />

do Porto podia assumir um papel determinante:<br />

“Em parceria com as empresas podiam<br />

fazer tudo, sem ser necessário grande investimento,<br />

mas o Governo não sabe aproveitar as<br />

instituições que tem”. No currículo ficam uns<br />

amortecedores que fez, nos anos 80, para um<br />

carro militar da Citroën. Fica também uma<br />

patente de um amortecedor. “Não havia nada<br />

melhor na altura”, garante António Silva. A<br />

nossa fonte lamenta que as inúmeras cartas<br />

enviadas para os parlamentos português e europeu<br />

nunca tenham surtido efeitos e antevê:<br />

“Assim, este país não vai para a frente”.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Portugal tem o quarto maior crescimento do semestre e a quinta maior queda de Junho<br />

Falk Heinrichson, administrador-delegado, acha que há novas oportunidades<br />

Farmacêutica Merck reforça investimento<br />

no mercado nacional<br />

O mercado português continua a revelar-se muito<br />

interessante para a farmacêutica Merck. Numa altura<br />

em que o sector da saúde está em mudança, existem<br />

novas oportunidades. A empresa está para ficar, o que<br />

fica bem evidente com a aquisição da Serono, com<br />

reflexos em Portugal, e o investimento, este ano, de um<br />

milhão de euros em investigação e desenvolvimento. Falk<br />

Heinrichson, administrador-delegado da Merck Portugal,<br />

não coloca de parte a possibilidade de operações no<br />

mercado português, numa perspectiva de reforço da<br />

respectiva quota em determinadas áreas.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Que opinião tem do<br />

panorama da Saúde em Portugal?<br />

Falk Heinrichson – Considero que o sector<br />

está a atravessar um período de adaptação<br />

a uma nova lógica política e económica.<br />

Atravessamos uma época de contenção de<br />

custos, com origem na recessão económica,<br />

à qual o Serviço Nacional de saúde tenta<br />

ajustar-se, tal como a indústria farmacêutica.<br />

Estas entidades devem procurar soluções<br />

em conjunto, em benefício do doente.<br />

VE – Como está a Merck a operar no<br />

mercado nacional?<br />

FH – Estamos em Portugal há cerca de<br />

75 anos. Têm sido muitas as grandes operações<br />

no mercado. Creio, acima de tudo,<br />

que o que mais sobressai é a capacidade de<br />

adaptação demonstrada e a permanente<br />

postura positiva, que nos tem levado a saber<br />

aproveitar as ooprtunidades que se colocam.<br />

Mercado automóvel europeu<br />

perdeu “gás” no primeiro semestre<br />

O mercado automóvel europeu de ligeiros<br />

de passageiros teve uma quebra de 2%<br />

no primeiro semestre de 2008 face a igual<br />

período do ano passado, de 8,516 para<br />

8,344 milhões de matrículas. De acordo<br />

com a ACEA – Associação de Construtores<br />

Europeus de Automóveis, a descida reflecte<br />

a difícil conjuntura económica global, em<br />

particular a subida da inflação e o aumento<br />

dos preços dos combustíveis.<br />

Os cinco maiores mercados europeus reagiram<br />

de formas diferentes. A Alemanha<br />

(3,6%) e a França continuam no caminho<br />

do crescimento (4,5%), contrastando com<br />

uma significativa diminuição dos mercados<br />

espanhol e italiano (-17,6% e -11,5%, respectivamente).<br />

Já o mercado britânico teve<br />

um comportamento melhor do que o previsto,<br />

com o decréscimo a ficar-se pelos 1,6%.<br />

No mês de Junho, o mercado europeu diminui<br />

7,9%, não tendo havido efeito de calendário,<br />

visto que o número de dias úteis este<br />

ano foi o mesmo que em 2007 para a grande<br />

maioria dos países. Os valores mensais revelam<br />

um comportamento semelhante ao do semestre.<br />

Assim, em França (1,5%) e na Alemanha<br />

(1,0%) o número de vendas aumentou, enquanto<br />

os mercados do Reino Unido (-6,1%),<br />

Itália (-19,5%) e Espanha (-30,8%) se deterioraram.<br />

No total, foram vendidos em Junho<br />

1,427 milhões de automóveis novos.<br />

Quanto a Portugal, revelou o quarto<br />

maior crescimento da União Europeia a 15<br />

países, com 6,4% de subida. Pelo contrário,<br />

na análise isolada de Junho, o nosso mercado<br />

registou a quinta maior baixa, de 8,9%.<br />

No que respeita os novos Estados-membros<br />

da União, com excepção da Hungria<br />

(-2,2%), Estónia (-11,2%) e Letónia (-<br />

32,2%), todos os outros mercados tiveram<br />

Defendo que a principal operação é sempre<br />

a próxima. No entanto, pela proximidade<br />

temporal, selecciono a aquisição da Serono<br />

e a venda da divisão de genéricos como<br />

aquelas que maior impacto tiveram em termos<br />

de actividade nacional.<br />

VE – E quais são os principais objectivos<br />

e prioridades para este ano e o próximo?<br />

FH – Os objectivos e as prioridades são<br />

definidos pela casa-mãe, com as respecticas<br />

adaptações aos mercados locais. Em Portugal,<br />

a Merck expressa essa preocupação<br />

através do apoio a vários estudos clínicos e<br />

a angariação de fundos para a investigação<br />

nas exposições “Esperança de vida”. Vamos<br />

manter e reforçar o incentivo à investigação<br />

nas principais áreas de actividade.<br />

VE – A investigação e o desenvolvimento<br />

também merecem especial atenção<br />

Junho Junho %Dif. Jan- Junho Jan - Junho %Dif.<br />

Áustria<br />

‘08<br />

34 713<br />

‘07<br />

31 324<br />

08/07<br />

+10,8<br />

‘08<br />

168 668<br />

‘07<br />

164 581<br />

08/07<br />

+2,5<br />

Bélgica 50 689 49 977 +1,4 330 697 308 512 +7,2<br />

Dinamarca 15 285 15 194 +0,6 85 354 78 816 +8,3<br />

Finlândia 12 132 11 780 +3,0 88 012 77 407 +13,7<br />

França 219 753 216 476 +1,5 1 128 895 1 080 608 +4,5<br />

Alemanha 304 036 301 108 +1,0 1 633 169 1 576 999 +3,6<br />

Grécia 26 958 28 326 -4,8 159 004 159 529 -0,3<br />

Irlanda 7 907 15 399 -48,7 124 146 152 938 -18,8<br />

Itália 184 275 228 924 -19,5 1 259 365 1 422 267 -11,5<br />

Luxemburgo 4904 4621 +6,1 29 904 29 252 +2,2<br />

Holanda 48 525 52 576 -7,7 300 415 295 105 +1,8<br />

PORTUGAL 20 979 23 022 -8,9 114 413 107 538 +6,4<br />

Espanha 114 958 166 218 -30,8 702 368 851 960 -17,6<br />

Suécia 23 959 26 462 -9,5 139 511 152 045 -8,2<br />

Reino Unido 209 190 222 863 -6,1 1 247 479 1 267 299 -1,6<br />

União Europeia (UE15) 1 278 263 1 394 270 -8,3 7 511 400 7 724 856 -2,8<br />

Islândia 1991 2327 -14,4 7141 8487 -15,9<br />

Noruega 9670 11 083 -12,7 61 565 65 686 -6,3<br />

Suíça 30 178 30 878 -2,3 152 468 145 100 +5,1<br />

EFTA 41 839 44 288 -5,5 221 174 219 273 +0,9<br />

UE15+EFTA 1 320 102 1 438 558 -8,2 7 732 574 7 944 129 -2,7<br />

Bulgária 3819 3614 +5,7 23 292 19 332 +20,5<br />

República Checa 13 795 12 652 +9,0 73 455 67 560 +8,7<br />

Estónia 2277 3039 -25,1 14 885 16 758 -11,2<br />

Hungria 14 860 16 193 -8,2 82 943 84 842 -2,2<br />

Letónia 1735 3215 -46,0 11 722 17 280 -32,2<br />

Lituânia 1 892 2 072 -8,7 12 810 9402 +36,2<br />

Polónia 27 514 25 740 +6,9 168 680 148 923 +13,3<br />

Roménia 28 185 32 634 -13,6 149 803 143 396 +4,5<br />

Eslováquia 6579 5564 +18,2 34 883 29 247 +19,3<br />

Eslovénia 6250 6293 -0,7 39 070 35 137 +11,2<br />

NOVOS MEMBROS UE 106 906 111 016 -3,7 611 543 571 877 +6,9<br />

UNIÃO EUROPEIA 1 385 169 1 505 286 -8,0 8 122 943 8 296 733 -2,1<br />

TOTAL EUROPA<br />

(EU+EFTA)<br />

1 427 008 1 549 574 -7,9 8 344 117 8 516 006 -2,0<br />

no que respeita ao mercado nacional...<br />

FH – Este ano, vamos investir um milhão<br />

de euros no estudo de problemas concretos<br />

da realidade nacional. No primeiro semestre,<br />

apoiámos a investigação na área da esclerose<br />

múltipla e somos patrocinadores da segunda<br />

fase do primeiro estudo epidemiológico<br />

sobre “Aporte do iodo em Portugal”. Vamos<br />

prosseguir, concentrando esforços nas áreas<br />

da oncologia, dermatologia, fertilidade, metabolismo<br />

e crescimento.<br />

adaptação de químicos<br />

e farmacêuticos ao mercado<br />

Mantêm-se duas velocidades na Europa<br />

um destacado crescimento no primeiro semestre,<br />

resultando num aumento global de<br />

6,9%. A Polónia e a Roménia foram, novamente,<br />

os dois mercados líderes, com cerca<br />

de 150 000 automóveis novos de passageiros<br />

matriculados no período de Janeiro a Junho.<br />

VE – Como está organizado o negócio<br />

da Merck em Portugal?<br />

FH – A empresa conta com cerca de duas<br />

centenas de profissionais, divididos pelas<br />

áreas química e farmacêutica. A Merk tem<br />

adaptado o portefólio de químicos e farmacêuticos<br />

às constantes exigências do mercado.<br />

A área farmacêutica é a que tem maior<br />

expressão no país, com as divisões Merck<br />

Serono, especialista em medicamentos de<br />

prescrição médica para esclerose múltipla,<br />

psoríase, hormona de crescimento e fertilidade;<br />

as novas terapêuticas como a oncologia<br />

e medicamentos de venda livre da divisão de<br />

“Consumer health care”. Sobretudo, considero<br />

essencial a existência de uma estratégia<br />

de longo prazo e colaboradores altamente<br />

qualificados e motivados que possibilitam<br />

“milagres” empresariais.<br />

VE – Em termos internacionais, como<br />

se perspectiva a vossa actividade?<br />

Quanto aos valores mensais, mostram um<br />

menor dinamismo. tendo sido vendidos 106<br />

906 veículos novos no total, ou seja, menos<br />

3,7% do que em Junho do ano anterior.<br />

AQuilES PintO<br />

aquiles@vidaeconomica.pt<br />

Falk Heinrichson acha que o sector da Saúde<br />

português atravessa um período de adaptação<br />

a uma nova lógica política e económica.<br />

FH – O ano passado foi histórico, com o<br />

nascimento da Merck Serono, a venda do<br />

negócio dos genéricos e o aumento de capital.<br />

Em termos financeiros, também foi o<br />

melhor de sempre da empresa. De facto, o<br />

exercício foi encerrado com um aumento de<br />

58% dos proveitos brutos, no valor de 7,1<br />

mil milhões de euros. O lucro cifrou-se em<br />

3,5 mil milhões de euros. Perante estes números,<br />

temos capacidade para investir nas<br />

actividades “core” da empresa.<br />

VE – E que se vai passar este ano?<br />

FH – Apesar da forte crise, esperamos um<br />

crescimento sustentado para o grupo entre<br />

os 5% e 9%, sendo que para a Merck Serono<br />

deverá ser de 11%, o que terá reflexos<br />

no mercado português. Vamos continuar a<br />

investir em I&RD, sobretudo nas áreas que<br />

fazem a carteira de produtos Merck Serono.<br />

A nível internacional, estamos a trabalhar<br />

projectos que podem resultar em novos tratamentos<br />

para doenças como lúpus eritematoso<br />

sistémico, artrite reumatóide e doença<br />

de Crohn.<br />

GuilhErME OSSwAld<br />

guilherme@vidaeconomica.pt


A mensagem do FMI<br />

João Luís de sousa<br />

Director Adjunto<br />

editoriaL<br />

Historicamente, os mensageiros<br />

sempre tiveram<br />

uma missão ingrata. No<br />

passado, quando a comunicação<br />

era verbal e só podia<br />

ser feita a pé ou a cavalo,<br />

a mensagem desfavorável<br />

podia determinar a morte<br />

do mensageiro. Como dizia<br />

aquilo que o destinatário<br />

não queria ouvir, pagava<br />

com a vida o facto de ter<br />

transportado a má nova.<br />

O FMI apresentou há<br />

dias a sua análise sobre a economia portuguesa. Disse<br />

várias coisas que nos desagradam. Disse que em Portugal<br />

as famílias, as empresas e o Estado têm vivido<br />

acima das possibilidades, não sendo possível manter<br />

a actual dependência do crédito externo. Disse que<br />

os problemas da economia portuguesa são internos,<br />

ou seja, não se explicam pelos choques externos que<br />

têm servido como um alibi para justificar as dificuldades<br />

actuais. Disse que, no plano orçamental, a posição<br />

de Portugal continua fraca, apresenta riscos significativos<br />

e o desejável equilíbrio continua distante.<br />

Disse que a estratégia de aumentar receitas fiscais<br />

muito à custa da tributação das empresas pode não<br />

ser sustentável. Disse que as reformas do Estado ainda<br />

precisam de ser totalmente concretizadas. Disse<br />

que o país continua a ser pouco produtivo, e pouco<br />

produtivo no plano interno, porque a concorrência<br />

falha, e no plano externo. E disse que as expectativas<br />

Se as reformas que são<br />

necessárias não forem feitas<br />

o país pode ter que adoptar<br />

um conjunto de medidas<br />

dramáticas e urgentes.<br />

de crescimento são das mais baixas de sempre, com<br />

uma previsão de 1,3% em 2008 e 1% em 2009.<br />

A perspectiva do FMI contraria o tom de optimismo<br />

moderado do Governo e do Banco de Portugal,<br />

que se vai tornando cada vez mais necessário para<br />

que haja um clima de maior confiança e capacidade<br />

efectiva do país em ultrapassar as actuais dificuldades.<br />

Depois de ler a contragosto a perspectiva do FMI<br />

poderemos achar que a visão é demasiado pessimista<br />

e exagerada. As dificuldades não são propriamente de<br />

ontem, a economia lá vai funcionando e o país ainda<br />

não caiu dentro de nenhum buraco.<br />

Na memória de alguns a intervenção do FMI não<br />

nos faz recordar momentos particularmente felizes.<br />

No início dos anos 80, o país enfrentou duas crises<br />

financeiras graves. A inflação galopava, a moeda desvalorizava<br />

e não havia divisas para pagar as importações.<br />

Os bens de primeira necessidade começavam<br />

a escassear. Nessa altura, o FMI interveio com um<br />

empréstimo de emergência, mas impôs regras para<br />

que os desequilíbrios fossem corrigidos. Apesar de as<br />

medidas adoptadas terem sido antipáticas e impopulares,<br />

ditando uma redução considerável dos salários<br />

reais, a terapia foi adequada e o país recuperou a estabilidade<br />

temporariamente perdida.<br />

Mais de 20 anos passados sobre o último acordo<br />

com o FMI, a estar correcta a análise, existe uma<br />

probabilidade elevada de a economia portuguesa ter<br />

que passar por uma terapia de choque.<br />

A envolvente externa é determinante. Mas, se as<br />

reformas que são necessárias não forem feitas, o<br />

país pode ter que adoptar um conjunto de medidas<br />

dramáticas e urgentes. O que foi adiado ou alvo de<br />

hesitações ao longo do tempo pode ser imposto em<br />

catadupa pela pressão dos acontecimentos.<br />

Ao contrário do que acontecia no início da década<br />

de 80, Portugal pertence à UE e está na zona euro,<br />

pelo que, em caso de agravamento das dificuldades,<br />

a UE e o BCE poderiam apoiar um seu membro em<br />

dificuldades.<br />

Mas qualquer país do Mundo, incluindo os países<br />

da zona Euro, pode ser alvo do apoio e intervenção<br />

do FMI. Esperemos, em relação a Portugal qie nunca<br />

seja necessário.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 negócios e empresas 19<br />

Governo<br />

altera lei da<br />

responsabilidade<br />

civil<br />

extracontratual<br />

do Estado<br />

Foi publicada, a semana<br />

passada, a Lei n.º 31/2008, de<br />

17 de Julho, a primeira alteração<br />

à Lei n.º 67/2007, de 31<br />

de Dezembro, que aprovou o<br />

Regime da Responsabilidade<br />

Civil Extracontratual do Estado<br />

e Dem<br />

a i s<br />

EntidadesPúb<br />

l i c a s ,<br />

em vigor<br />

desde Janeiro<br />

de<br />

2008.<br />

A alteração<br />

dá uma<br />

nova red<br />

a c ç ã o<br />

ao arti-<br />

Teixeira dos Santos, ministro<br />

das Finanças<br />

go 7.º da Lei n.º 67/2007, de<br />

31 de Dezembro, dizendo que<br />

“é concedida indemnização às<br />

pessoas lesadas por violação<br />

de norma ocorrida no âmbito<br />

de procedimento de formação<br />

dos contratos referidos<br />

no artigo 100.º do Código de<br />

Processo nos Tribunais Administrativos,<br />

de acordo com os<br />

requisitos da responsabilidade<br />

civil extracontratual definidos<br />

pelo direito comunitário”.<br />

Recorde-se que com a publicação<br />

e entrada em vigor, em<br />

Janeiro de 2008, do Regime<br />

de Responsabilidade Civil Extracontratual<br />

do Estado e Demais<br />

Entidades Públicas, logo<br />

surgiram ameaças de queixas<br />

contra funcionários da Direcção-Geral<br />

as Contribuições e<br />

Impostos (DGCI). É que os<br />

funcionários públicos, entre<br />

os quais os do Fisco, podem,<br />

com a nova lei, ser responsabilizados<br />

enquanto autores de<br />

actos lesivos dos direitos dos<br />

contribuintes.<br />

O Ministério das Finanças,<br />

avisado desta possibilidade,<br />

já está a negociar a contratação<br />

de contratos de seguro<br />

de responsabilidade civil<br />

extracontratual para os cerca<br />

de 12 mil funcionários da<br />

Direcção-Geral de Contribuições<br />

e Impostos (DGCI).<br />

O Ministério de Teixeira dos<br />

Santos já confirmou, aliás,<br />

que “o processo está em fase<br />

de negociações para a contratação<br />

de um seguro, que<br />

abarcará todos os funcionários<br />

da DGCI”, desconhecendo-se,<br />

para já, qual será a<br />

seguradora envolvida.<br />

Também os sindicatos representativos<br />

dos agentes da<br />

Justiça, como a Associação<br />

Sindical dos Juízes e o Sindicato<br />

dos Magistrados do Ministério<br />

Público, estão atentos<br />

ao problema e estão já a negociar<br />

seguros de responsabilidade<br />

civil para os seus associados.<br />

Na mesma linha, o<br />

Sindicato dos Trabalhadores<br />

dos Impostos estará já a ultimar<br />

a contratualização de um<br />

seguro para os seus sócios no<br />

valor de 50 000 euros.<br />

TERESA SILVEIRA<br />

teresasilveira@vidaeconomica.pt<br />

Ponte da Barca e Arcos de Valdevez assinam protocolo<br />

Alto Minho garante<br />

planeamento intermunicipal<br />

A<br />

legislação portuguesa<br />

não facilita a criação de<br />

planos de urbanização<br />

intermunicipais. Foi com base<br />

nesta realidade que a Câmara<br />

Municipal de Ponte da Barca e<br />

Arcos de Valdevez desenvolveram<br />

dois planos de urbanização<br />

que, em conjunto, permitem<br />

uma organização comum do<br />

território. Na prática, funcionam<br />

como um plano apenas,<br />

com a mesma metodologia, o<br />

mesmo calendário e constituição<br />

das comissões de acompanhamento.<br />

Já foi assinado o protocolo<br />

para a elaboração de planos de<br />

urbanização conjuntos, numa<br />

estratégia que permite o planeamento intermunicipal<br />

do território urbano contíguo<br />

dos dois concelhos minhotos.<br />

O protocolo é parte integrante de um<br />

projecto de criação de uma nova centralidade<br />

no Alto Minho, desenhada à volta dos<br />

núcleos populacionais de Ponte da Barca e<br />

Arcos de Valdevez e do espaço urbano que<br />

os une.<br />

“Trata-se de melhor garantir a sustentabilidade,<br />

a coerência urbanística e o potencial<br />

de desenvolvimento das propostas de<br />

ordenamento territorial dos vales do Vade<br />

e de Vez. Estamos a dar um passo decisivo<br />

na criação de uma nova centralidade”, refere<br />

o presidente da Câmara de Ponte da<br />

Barca, Vassalo Abreu.<br />

No plano conjunto constam medidas em<br />

relação à edificação, à valorização ambiental,<br />

à preservação dos patrimónios cultural<br />

e arquitectónico, à expansão e à reorganização<br />

da rede de acessibilidades e transportes,<br />

à construção de infra-estruturas de<br />

abastecimento e drenagem e à promoção<br />

do desenvolvimento económico.<br />

Antes da concretização dos planos de<br />

urbanização, haverá um “master plan” comum,<br />

que vai estabelecer um modelo de<br />

organização territorial, tendo em conta<br />

aspectos como a estrutura ecológica intermunicipal,<br />

as áreas de protecção natural e<br />

cultural, a localização das actividades económicas<br />

e dos equipamentos de carácter<br />

intermunicipal e as áreas preferenciais de<br />

crescimento urbano.<br />

PUB


20<br />

qRen<br />

SAFPRI dinamiza<br />

financiamento das PME<br />

O<br />

Governo aprovou recentemente o Regulamento<br />

relativo ao Sistema de Apoio ao Financiamento<br />

e Partilha de Risco da Inovação<br />

(SAFPRI), que visa reforçar os instrumentos de<br />

financiamento das PME.<br />

Esses instrumentos, identificados no eixo III do<br />

PO Factores de Competitividade e nos eixos I do<br />

PORL e PORA, do QREN, abrangem, entre outros,<br />

o capital de risco, o sistema de garantia mútua,<br />

linhas de crédito para financiamento de PME, instrumentos<br />

convertíveis de capital e dívida<br />

e a titularização de créditos.<br />

O SAFPRI procura ainda incentivar<br />

o empreendedorismo jovem e o emprrendedorismo<br />

feminino, tal como o<br />

favorecimento da implantação de “Estratégias<br />

de Eficiência Colectiva” definidas<br />

na Agenda da Competitividade do QREN<br />

e a emergência de novos pólos de desenvolvimento<br />

de actividades com dinâmicas de crescimento,<br />

nomeadamente, as indústrias criativas.<br />

O SAFPRI será concretizado utilizando como veículo<br />

preferencial o Fundo de Apoio ao Financiamento<br />

à Inovação – FINOVA, a criar por diploma legal específico,<br />

o qual participará no capital de outros fundos<br />

ou instrumentos de financiamento de empresas.<br />

O SAFPRI poderá ainda ser concretizado através da<br />

participação directa das entidades promotoras no ca-<br />

70%<br />

Valor atingido<br />

pela taxa<br />

de financiamento<br />

pital de fundos ou instrumentos de financiamento<br />

de empresas.<br />

São entidades beneficiárias do SAFPRI as PME,<br />

sob qualquer forma jurídica, que desenvolvam a sua<br />

actividade nos sectores da indúsria, da energia, da<br />

construção, do comércio, do turismo, dos tansportes<br />

e logística e dos serviços, ou de outros sectores, desde<br />

que autorizadas pelas Autoridades de Gestão dos PO<br />

financiadres.<br />

Assim, constituem despesas elegíveis as efectuadas<br />

pelas entidades promotoras com<br />

as participações no capital do FINOVA<br />

ou, directamente, no capital de fundos<br />

ou instrumentos de financiamento de<br />

reforço de capital próprio (fundos de<br />

capital de risco, fundos de investimento<br />

e outros; financiamento a investidores<br />

para actividades na fase “pré-semente” ou “semente<br />

convertíveis em capital de risco; fundos de sindicação<br />

de capital de risco; “fundos de fundos”) ou do<br />

financiamento de capitais alheios (fundo de contragarantia<br />

mútuo; constituição ou reforço do capital<br />

social de SGM; fundo de garantia para titularização<br />

de créditos).<br />

As taxas de financiamento do SAFPRI situam-se<br />

entre os 40% e os 70%.<br />

VIRGÍLIO FERREIRA<br />

virgilio@vidaeconomica.pt<br />

Inov Contacto tem candidaturas em aberto<br />

Os jovens licenciados com vocação para carreiras<br />

internacionais, com idade até 30 anos, sem emprego<br />

no momento em que concorrem, podem candidatarse<br />

aos estágios internacionais do Inov Contacto.<br />

As candidaturas, que decorrem de 4 de Julho a 17<br />

de Agosto (estagiários) e de 4 de Julho a 20 de Setembro<br />

(empresas), pretendem seleccionar 370 novos<br />

estagiários.<br />

Trata-se de estágios até nove meses em mercados<br />

de interesse estratégico para Portugal, em empresas<br />

multinacionais de referência a nível mundial, PME<br />

com potencial de internacionalização e organismos<br />

internacionais de reconhecido interesse e mérito.<br />

Este programa é promovido pelo Ministério da<br />

Economia e da Inovação, através dos fundos comunitários<br />

e do QREN/POPH, sendo a aicep Portugal<br />

Global a entidade gestora.<br />

Mais informações em www.networkcontacto.com<br />

QREN apoia investimento<br />

da Nokia Siemens em Alfragide<br />

O<br />

projecto de investimento<br />

que a Nokia Siemens Networks<br />

Portugal, S. A.,<br />

vai realizar, durante 2008, para a<br />

implementação, nas suas instalações<br />

de Alfragide, de um centro<br />

de serviços de telecomunicações<br />

global, denominado Global Networks<br />

Solution Center (GNSC),<br />

é de interesse estratégico para o<br />

país. Nesse sentido, o Governo<br />

aprovou em recente Conselho<br />

de Ministros este projecto para<br />

efeitos de enquadramento nas<br />

tipologias de investimento susceptíveis<br />

de apoio no âmbito do<br />

Sistema de Incentivos à Inovação<br />

do QREN.<br />

O GNSC prestará serviços a<br />

clientes de todo o mundo e integra<br />

um Global Network Operations<br />

Center para outsourcing<br />

de operações e gestão de redes de<br />

clientes, um Global Care Center<br />

para serviços de manutenção de<br />

redes e um Globlal Consulting<br />

and System Integration para actividades<br />

de consultadoria e integração<br />

de sistemas.<br />

Este projecto insere-se numa<br />

estratégia de concentração, consolidação<br />

e racionalização de um<br />

vasto leque de serviços até agora<br />

dispersos por todo mundo, envolvendo<br />

um investimento total<br />

de cerca de 6,97 milhões de euros<br />

e a contratação de 180 engenheiros.<br />

“O investimento da Nokia Siemens<br />

Networks Portugal, S. A.<br />

contribui para a inovação tecnológica<br />

através da implementação<br />

de centros de competência para o<br />

fornecimento de suporte de alto<br />

nível, com elevada exigência tecnológica,<br />

requerendo um permanente<br />

esforço de actualização e o<br />

correspondente investimento em<br />

recursos humanos e materiais”,<br />

refere o comunicado do Conselho<br />

de Ministros.<br />

Com este investimento, a<br />

Nokia Siemens Networks Portugal,<br />

S. A. visa reforçar o seu posicionamento<br />

na rede mundial da<br />

Nokia Siemens Network, desenvolver<br />

actividades exportadoras<br />

em sectores com maior dinâmica<br />

no comércio internacional e pres-<br />

tar serviços inovadores sujeitos à<br />

concorrência internacional.<br />

“O projecto posiciona, ainda,<br />

Portugal como um país de excelência<br />

para a localização de investimentos<br />

em Tecnologias de Informação<br />

e para o fornecimento<br />

de serviços de valor acrescentado<br />

com alta intensidade tecnológica,<br />

fomentando ainda o desenvolvimento<br />

de actividades das PMEs<br />

suas fornecedoras, bem como a<br />

actualização destas do ponto de<br />

vista do conhecimento, induzindo<br />

efeitos de arrastamento em<br />

todo o cluster das Tecnologias de<br />

Informação e contribuindo para a<br />

excelência dos fornecedores e de<br />

Universidades.”<br />

Do mesmo modo, “o projecto<br />

gera um impacto significativo no<br />

desenvolvimento da região onde<br />

se localiza, nomeadamente no que<br />

se refere à criação e qualificação<br />

do emprego e à cooperação com<br />

entidades do sistema científico e<br />

tecnológico, enquadrando-se na<br />

estratégia regional ‘Lisboa 2020’<br />

promovida pela Comissão de Coordenação<br />

e Desenvolvimento<br />

Regional de Lisboa e Vale do Tejo<br />

(CCDR-LVT), e particularmente<br />

no seu programa ‘Lisboa, metrópole<br />

de inovação e conhecimento”.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

ConsuLTóRio de Fundos ComuniTáRios<br />

Região de Lisboa ReCebe<br />

20 miLhões do qRen<br />

A Região de Lisboa vai receber<br />

do Quadro de Referência estratégico<br />

Nacional (QREN) cerca de 20<br />

milhões de euros. Este incentivo<br />

destina-se a apoiar projectos de modernização<br />

administrativa, acções<br />

de valorização ambiental e parcerias<br />

para regeneração de bairros críticos<br />

em Almada e na Amadora.<br />

No âmbito dos contratos recentemente<br />

assinados, estão programados<br />

investimentos de 1,2 milhões<br />

de euros em sete projectos de valorização<br />

e qualificação ambiental, 8,4<br />

milhões em 34 sistemas de modernização<br />

administrativa e 10 milhões<br />

de euros para os projectos “Almada<br />

poente – Requalificação de uma<br />

qRen/PoVT<br />

Pertencemos à direcção de uma Associação Cultural, Recreativa<br />

e Desportiva que possui campos de futebol para a formação desportiva<br />

e pretendemos dotar um deles com relva sintética, renovar<br />

os balneários e a sede da associação.<br />

Existem apoios no QREN?<br />

RESPOSTA<br />

O Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) divide-se<br />

em três grandes programas operacionais: Programa Operacional<br />

Factores de Competitividade (POFC), Programa Operacional Potencial<br />

Humano (POPH) e Programa Operacional Valorização do<br />

Território (POVT).<br />

O POVT está organizado em dez eixos prioritários:<br />

Eixo 1 – Redes e Equipamentos Estruturantes Nacionais de<br />

Transportes;<br />

Eixo 2 – Rede Estruturante de Abastecimento de Água e Saneamento;<br />

Eixo 3 – Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais<br />

e Tecnológicos;<br />

Eixo 4 – Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma<br />

dos Açores;<br />

Eixo 5 – Redes e Equipamentos Estruturantes da Região Autónoma<br />

da Madeira;<br />

Eixo 6 – Investimentos Estruturantes do Empreendimento de<br />

Fins Múltiplos de Alqueva;<br />

Eixo 7 – Infra-estruturas para a Conectividade Territorial;<br />

Eixo 8 – Infra-estruturas Nacionais para a Valorização de Resíduos<br />

Sólidos Urbanos;<br />

Eixo 9 – Desenvolvimento do Sistema Urbano Nacional;<br />

Eixo 10 – Assistência Técnica.<br />

O financiamento comunitário global do PO ascende a<br />

4.658.544.223J (Fundo de Coesão – 3.059.965.525J e FEDER<br />

– 1.598.578.698J), a que corresponde, nos termos da programação<br />

aprovada, o financiamento nacional de 1.971.415.425J e um<br />

financiamento total de 6.629.959.648J.<br />

O eixo IX prevê quatro intervenções:<br />

a) Acções Inovadoras para o Desenvolvimento Urbano;<br />

b) Requalificação da Rede de Escolas com Ensino Secundário;<br />

c) Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos;<br />

d) Equipamentos Estruturantes do Sistema Urbano Nacional.<br />

O regulamento da intervenção Infra-estruturas e Equipamentos<br />

Desportivos contém duas tipologias de intervenção:<br />

a) Equipamentos de base;<br />

b) Equipamentos especializados.<br />

No entanto, a prioridade, no caso de <strong>Grande</strong>s Campos de<br />

Jogos em Relva Artificial e Pavilhões, é para municípios que não<br />

disponham de nenhum equipamento dessa natureza. E foi nesse<br />

sentido que o Aviso de Abertura de Candidaturas às Infra-estruturas<br />

e Equipamentos Desportivos do Eixo IX (13/3/08 a 31/7/08)<br />

estabeleceu nas “condições de elegibilidade” que “apenas serão<br />

admitidas, no caso dos <strong>Grande</strong>s Campos de Jogos em Relva Artificial,<br />

candidaturas relativas a equipamentos seleccionados no âmbito do<br />

procedimento de pré-selecção da Medida 2 – O Primeiro Relvado,<br />

realizada pelo Instituto do Desporto de Portugal, localizados nas<br />

NUTS II do Norte, Centro ou Alentejo”. A título exemplificativo,<br />

no distrito de Aveiro, apenas as áreas abrangidas pelas Câmaras<br />

Municipais de Castelo de Paiva, Murtosa, Sever do Vouga e Vagos<br />

foram pré-seleccionadas.<br />

Podem ser candidatos a esta intervenção, a par de outras<br />

entidades, as Associações sem fins lucrativos, de Utilidade Pública<br />

e inscritas em Federações Desportivas titulares de Utilidade<br />

Pública Desportiva e que participem em competições desportivas<br />

por estas organizadas.<br />

A dotação orçamental para esta fase é de 50.000.000J. A taxa<br />

máxima de co-financiamento FEDER para as operações aprovadas<br />

é de 70%, sobre a despesa elegível (não reembolsável). O custo<br />

total de cada operação não poderá ser inferior a 250.000J.<br />

Em conclusão, se a vossa associação reunir todas as condições<br />

Colaboração:<br />

de admissibilidade, quer do promotor, quer do projecto, poder-se-á<br />

candidatar à Intervenção Infra-estruturas e Equipamentos Desportivos<br />

do Eixo IX do POVT, que decorre até ao próximo dia 31/7/08.<br />

Colaboração:<br />

www.sibec.pt<br />

sibec@sibec.pt<br />

Tel.: 228348500<br />

nova centralidade” e “Zambujal<br />

Melhora” (Amadora).<br />

Como já vem sendo hábito nas<br />

suas últimas intervenções sobre o<br />

QREN, o ministro do Ambiente,<br />

Francisco Nunes Correia, salientou<br />

durante a assinatura daqueles contratos<br />

“o ritmo acelera” que a execução<br />

do QREN está a ter, revelando<br />

que foram apresentadas até ao momento<br />

cerca de 19 170 candidaturas<br />

e abertos 268 concursos, correspondentes<br />

a 7,3 mil milhões de euros,<br />

ou seja, 39% das verbas disponíveis.<br />

O total de aprovações atinge as 3.09<br />

candidaturas e corresponde a um<br />

investimento que ronda os 2,7 mil<br />

milhões de euros.


22<br />

APCMC pretende uma<br />

nova descida, para 19%,<br />

ainda em Janeiro<br />

JULHO<br />

Até ao dia 31<br />

• IRC - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas colectivas<br />

- Entrega, por transmissão electrónica de<br />

dados, da Declaração Modelo 30, pelos devedores<br />

de rendimentos a não residentes.<br />

- 1º pagamento por conta do Imposto sobre<br />

o Rendimento das Pessoas Colectivas (IRC)<br />

devido por entidades residentes que exercem,<br />

a título principal, actividade de natureza<br />

comercial, industrial ou agrícola e por não<br />

residentes com estabelecimento estável.<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas singulares<br />

- Entrega da Declaração Modelo 30, por<br />

transmissão electrónica de dados, à DGCI,<br />

pelos devedores de rendimentos a não residentes.<br />

- Entrega da Declaração Modelo 31 por<br />

transmissão electrónica de dados, à DGCI,<br />

pelas entidades devedoras dos rendimentos<br />

isentos, dispensados de retenção ou sujeitos<br />

a taxa reduzida.<br />

- Entrega da Declaração Modelo 33, por<br />

transmissão electrónica de dados, pelas<br />

entidades registadoras ou depositárias de<br />

valores mobiliários.<br />

AGOSTO<br />

Fiscalidade<br />

Sector dos materiais<br />

de construção quer alterações<br />

profundas no IVA<br />

A Associação Portuguesa dos Comerciantes<br />

de Materiais de Construção (APCM) exige tratamento<br />

igual ao que está a ser disponibilizado<br />

a outros sectores de actividade. Em causa<br />

as taxas de impostos sobre as viaturas, sobre<br />

os combustíveis ou o prazo de entrega do IVA<br />

ao Estado.<br />

Segundo José de Matos, secretário-geral<br />

daquela associação,<br />

a primeira proposta prende-se<br />

com os pagamentos do Estado.<br />

Refere José de Matos a este<br />

propósito: “Urge normalizar<br />

as relações entre o Estado e os<br />

seus fornecedores, clarificando<br />

os preços, os custos efectivos e<br />

as responsabilidades. Propomos<br />

que seja introduzida uma norma<br />

que obrigue os organismos do<br />

Estado, sem excepção e de forma<br />

automática, sem necessidade<br />

de interpelações do credor.”<br />

A redução da taxa normal de<br />

IVA é outra das propostas avançadas<br />

pela associação, sendo que<br />

é indispensável retomar um trajecto<br />

de convergência com a taxa<br />

de IVA praticada em Espanha,<br />

pelo que a APCMC pretende<br />

uma nova descida, para 19%,<br />

ainda em Janeiro. Além disso,<br />

pretende-se que “para atenuar a<br />

difícil situação em que se encontram<br />

as empresas nacionais e por<br />

uma questão de elementar justiça,<br />

seja reposto o prazo de entrega<br />

do IVA, final do segundo<br />

mês seguinte ao final do período<br />

de liquidação, que vigorou até<br />

aGENDa FISCaL<br />

1998”.<br />

Ainda no âmbito do IVA,<br />

José de Matos sugere que as<br />

obras de reabilitação sejam beneficiárias<br />

de uma redução do<br />

imposto, incluindo a totalidade<br />

dos materiais, produtos e<br />

equipamentos utilizados nessas<br />

obras. “A medida, combinada<br />

com a consideração da amortização<br />

do investimento em<br />

obras de reabilitação, em sede<br />

de IRS, contribuirá para a redução<br />

da fuga e para o aumento<br />

da receita fiscal. Também os<br />

equipamentos e os trabalhos de<br />

instalação dos equipamentos de<br />

produção/utilização de energias<br />

renováveis devem estar sujeitos<br />

à taxa reduzida do IVA.”<br />

Quanto aos transportes, considera<br />

aquele dirigente associativo<br />

que, numa situação em que<br />

existe um enorme agravamento<br />

dos custos de operação originados<br />

pelo aumento dos preços dos<br />

combustíveis, o IVA do gasóleo<br />

utilizado por viaturas comerciais<br />

ligeiras ou pesadas de mercadorias<br />

seja integralmente dedutível.<br />

Entretanto, após meses de reivindicações,<br />

foi equiparado o regime<br />

Até ao dia 10<br />

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado<br />

- Periodicidade Mensal – Envio obrigatório<br />

via Internet da declaração periódica relativa<br />

às operações realizadas no mês de Maio. O<br />

pagamento pode ser efectuado através das<br />

caixas automáticas Multibanco, nas Tesourarias<br />

de Finanças informatizadas e nos balcões<br />

dos CTT. O pagamento pode ainda ser<br />

efectuado via Internet. Conjuntamente com<br />

a declaração periódica deve ser enviado o<br />

Anexo Recapitulativo, referente às transmissões<br />

intracomunitárias isentas, efectuadas<br />

no mês de Maio.<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas singulares<br />

Os notários, conservadores, secretários judiciais<br />

e secretários técnicos de justiça devem<br />

entregar à Direcção-Geral dos Impostos<br />

a relação dos actos praticados no mês anterior,<br />

susceptíveis de produzir rendimentos<br />

sujeitos a IRS (artº 13º 13º do CIRS).<br />

Até ao dia 15<br />

de reeembolso do IVA nos casos<br />

de inversão do sujeito passivo ao<br />

que já vigorava para os casos de<br />

isenção ou não sujeição.<br />

PEC contestado<br />

Todavia, José de Matos acha<br />

que a medida é insuficiente para<br />

minorar os prejuízos causados<br />

pela decisão de aplicar o regime<br />

de inversão ao sector dos trabalhos<br />

de construção. “Para corresponder<br />

à realidade do tecido<br />

empresarial, deverá ser reduzido<br />

o limite mínimo para exercer o<br />

direito à dedução para dois mil<br />

euros e a percentagem das vendas<br />

para metade do total. Também<br />

o primeiro reembolso deverá<br />

ser agilizado, admitindo-se<br />

que possa ser solicitado, desde<br />

que durante seis meses, ou em<br />

dois períodos trimestrais consecutivos,<br />

o saldo do imposto seja<br />

superior a cinco mil euros.”<br />

Há outros aspectos que a AP-<br />

CMC quer ver alterados. É o<br />

caso do pagamento especial por<br />

conta, entendido como “injusto,<br />

desproporcionado e que não<br />

se coaduna com a previsão constitucional<br />

da tributação sobre o<br />

rendimento”. Neste caso, a proposta<br />

é no sentido da criação de<br />

uma taxa anual de manutenção<br />

de registo da empresa, que poderá<br />

ser diferente consoante o<br />

tipo de sociedade ou até o sector<br />

ou subsector em causa.<br />

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado<br />

GUILHERME OSSWALD<br />

Iva – venda de água, saneamento, taxa RSU<br />

- Periodicidade Trimestral – Envio obrigatório<br />

via Internet da declaração periódica relativa<br />

às operações realizadas no º trimestre de<br />

008. O pagamento pode ser efectuado através<br />

das caixas automáticas Multibanco, via<br />

Internet, nas Tesourarias de Finanças informatizadas<br />

e nos balcões dos CTT. Conjuntamente<br />

com a declaração periódica deve ser<br />

enviado o Anexo Recapitulativo, referente às<br />

transmissões intracomunitárias isentas, efectuadas<br />

nesse trimestre.<br />

Até ao dia 20<br />

• IVA - Imposto sobre o valor acrescentado<br />

- Regime dos <strong>pequenos</strong> retalhistas – Pagamen-<br />

FINaNçaS<br />

PRÁTICa FISCaL<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Determinada empresa (privada), para<br />

além de outras actividades, gere um<br />

aldeamento turístico, onde de vários<br />

serviços que presta aos seus clientes,<br />

um deles é o abastecimento de<br />

água.<br />

A água é fornecida pela Câmara Municipal<br />

local, que debita à empresa<br />

os m³ de água consumidos com IVA<br />

à taxa reduzida, assim como duas<br />

tarifas (taxas) RSU e DAR, que estão<br />

isentas de IVA. A empresa, à<br />

posteriori, cobra aos seus clientes<br />

(por cliente) os consumos, pois cada<br />

cliente tem um contador no apartamento/moradia.<br />

Na factura que é emitida aos clientes<br />

do Aldeamento, são cobrados os<br />

m³ de água consumidos com IVA à<br />

taxa reduzida assim como são cobradas<br />

duas tarifas, a de RSU (Resíduos<br />

Sólidos Urbanos) e a DAR<br />

(Drenagem de Águas Residuais), na<br />

proporção dos consumos, que estão<br />

isentas de IVA. Na factura aos clientes,<br />

o descritivo que surge é “comparticipação<br />

água”.<br />

A questão que coloco prende-se em<br />

saber se as tarifas debitadas pela<br />

empresa (privada) estão isentas de<br />

IVA, e, se sim, com base em que artigo<br />

(a colocar na factura ao cliente)?<br />

Esta questão prende-se com vários<br />

aspectos, nomeadamente em saber<br />

se a empresa (privada) que debita o<br />

consumo de água necessita de ter<br />

alguma autorização por parte de alguma<br />

entidade para o fornecimento<br />

de água e se as taxas de RSU e DAR<br />

estão sujeitas ou não a IVA, quer por<br />

parte de empresas privadas, quer por<br />

parte de empresas públicas (no Algarve,<br />

uma entidade púbico/privada<br />

está a debitar aos munícipes o saneamento<br />

com IVA incluído, enquanto<br />

a entidade pública está a cobrar o<br />

saneamento isento de IVA).<br />

Extinção do 5.º Serviço de Finanças de Lisboa<br />

Criação de uma taxa<br />

anual de manutenção de<br />

registo da empresa em<br />

alternativa ao PEC<br />

RESPOSTA DO ASSESSOR FISCAL:<br />

O aldeamento tem um contador único<br />

da água fornecida pelo Município<br />

local. Cada apartamento/moradia<br />

tem um contador próprio da água<br />

que nele se consome, em função de<br />

cujo consumo a empresa que gere o<br />

empreendimento debita os clientes<br />

para reembolso da parte que a cada<br />

um pertence na despesa comum.<br />

Deve-se atender à seguinte doutrina:<br />

O débito aos clientes de quaisquer<br />

encargos suportados e não obstante<br />

esse débito corresponder a um mero<br />

reembolso dará lugar à liquidação de<br />

IVA por se considerar uma prestação<br />

de serviço subsumível no artigo 4.º<br />

do CIVA.<br />

Assim, tratando-se de despesas suportadas<br />

em nome e por conta própria<br />

(factura em nome próprio de quem<br />

suporta a despesa) mas que eram da<br />

responsabilidade de terceiros a quem<br />

depois foram debitadas para efeitos<br />

de reembolso, dado que não estão<br />

abrangidas pela regra da alínea c) do<br />

artigo 16.º do CIVA, devem seguir, de<br />

acordo com a doutrina da administração<br />

fiscal, em termos de tributação,<br />

as regras aplicáveis ao serviço ou<br />

bens a que se referem. Neste caso,<br />

o débito deve, assim, processar-se da<br />

seguinte forma:<br />

1. Se for efectuado sem qualquer<br />

discriminação, a liquidação deve fazer-se<br />

à taxa normal;<br />

. Se o débito se fizer de forma discriminada<br />

segundo a natureza de<br />

cada um dos componentes da despesa,<br />

a respectiva tributação far-se-á<br />

à taxa prevista para cada um deles<br />

no artigo 18.º do CIVA;<br />

3. No caso de se tratar de despesas<br />

isentas ao abrigo do artigo 9.º do<br />

CIVA, o respectivo débito beneficiará<br />

igualmente da referida isenção (DP-<br />

SG Proc. P609 87 003).<br />

Informação elaborada pela APOTEC<br />

Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade<br />

geral@apotec.pt<br />

to do imposto apurado relativo ao º trimestre<br />

de 008. A obrigação de envio da declaração<br />

periódica do imposto subsiste caso no período<br />

em referência não haja operações tributáveis.<br />

• IRC - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas colectivas<br />

- Entrega das importâncias retidas no mês<br />

de Julho sobre os rendimentos sujeitos a retenção<br />

na fonte de IRC. (Artº 75º do CIRC)<br />

• IRS - Imposto sobre o rendimento das<br />

pessoas singulares<br />

- Entrega, pelas entidades obrigadas a efectuar<br />

retenção, do imposto deduzido em Julho<br />

pela aplicação das taxas liberatórias previstas<br />

no artº 71º do CIRS. (artº 98º nº 3 do CIRS).<br />

O Serviço de Finanças de Lisboa 5, foi recentemente extinto, passando as respectivas<br />

freguesias a integrar a área de abrangência do Serviço de Finanças de Lisboa 1.De referir<br />

que os funcionários sem funções de chefia pertencentes ao quadro de contingentação do<br />

serviço de finanças 5 serão colocados em serviços de finanças da área fiscal do distrito de<br />

Lisboa, por despacho do director-geral dos Impostos, sob proposta do respectivo director<br />

de finanças. A extinção deste serviço de finanças de Lisboa terá lugar em data a fixar<br />

por despacho do director-geral dos Impostos Todos os actos entretanto praticados pelo<br />

Serviço de Finanças de Lisboa 5 consideram-se imputados ao Serviço de Finanças de<br />

Lisboa 1 a partir da data a fixar nos termos acima mencionados.


Reconhecimento de utilidade social<br />

permite isenção em sede de IVA<br />

A isenção abrange as prestações de serviços e transmissões<br />

de bens estreitamente conexas, efectuadas no exercício da actividade<br />

habitual por quaisquer equipamentos sociais pertencentes<br />

a pessoas colectivas de utilidade pública ou instituições<br />

particulares de solidariedade social.<br />

Determinada empresa será constituída<br />

para ter como actividade única<br />

a exploração de um lar de idosos. A<br />

empresa que ainda não iniciou a sua<br />

actividade, conforme artigo nº 31º do<br />

CIVA, pretende solicitar na Segurança<br />

Social, a declaração de reconhecimento<br />

de utilidade social. Quando proceder<br />

à entrega da declaração de início de<br />

actividade, irá pedir o enquadramento<br />

nos termos do nº 8 do artigo 9º do<br />

CIVA. No pressuposto do cumprimento<br />

dos pontos referidos, a empresa poderá<br />

solicitar a devolução do IVA suportado<br />

na construção do imóvel, nos mesmos<br />

moldes do que acontece para as IPSS<br />

que exercem a mesma actividade? Não<br />

lhe sendo dada aquela declaração de<br />

utilidade social, poderá também ter direito<br />

à devolução do IVA suportado na<br />

construção do imóvel?<br />

Caso a empresa em causa venha a obter<br />

o reconhecimento de utilidade social,<br />

ficará para todos os efeitos a partir desse<br />

momento abrangida pelo nº 8 do artigo<br />

9º do CIVA que estabelece a isenção em<br />

IVA relativamente às prestações de serviços<br />

e transmissões de bens estreitamente<br />

conexas, efectuadas no exercício da sua actividade<br />

habitual, por creches, jardins-deinfância,<br />

centros de actividade de tempos<br />

livres, estabelecimentos para crianças e jovens<br />

desprovidos de meio familiar normal,<br />

lares residenciais, casas de trabalho, estabelecimentos<br />

para crianças e jovens deficien-<br />

O<br />

Decreto-Lei nº 29/2008, de 25<br />

de Fevereiro, tem como objecto<br />

os deveres de comunicação,<br />

informação e esclarecimento à administração<br />

tributária sobre os “esquemas fiscais”.<br />

Define “esquemas fiscais” como planos<br />

que tenham como finalidade, exclusiva<br />

ou predominantemente, a obtenção de<br />

vantagens fiscais. Definindo-se a vantagem<br />

fiscal com a redução, eliminação ou<br />

diferimento temporal de imposto ou a<br />

obtenção de benefício fiscal, que não se<br />

alcançaria, em todo ou em parte, sem a<br />

utilização do plano, de esquema ou de<br />

actuação.<br />

Estão abrangidos pelo disposto no referido<br />

diploma legal, os esquemas fiscais<br />

sobre o IRS, IRC, IVA, IMI, o imposto<br />

municipal sobre transmissões onerosas<br />

de imóveis e o imposto do selo.<br />

Ficam abrangidos por esta obrigação<br />

de comunicação à DGCI as instituições<br />

de crédito e demais instituições financeiras,<br />

os revisores oficiais de contas e<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 fiscalidade 23<br />

tes, centros de dia e centros de convívio<br />

para idosos, colónias de férias, albergues de<br />

juventude ou outros equipamentos sociais,<br />

pertencentes a pessoas colectivas de direito<br />

público ou instituições particulares de solidariedade<br />

social ou cuja utilidade social<br />

seja, em qualquer caso, reconhecida pelas<br />

autoridades competentes.<br />

A referida isenção abrange as prestações<br />

de serviços e transmissões de bens estreitamente<br />

conexas efectuadas no exercício da<br />

sua actividade habitual por quaisquer equipamentos<br />

sociais pertencentes a pessoas colectivas<br />

de direito público ou a instituições<br />

particulares de solidariedade social.<br />

Abrange, igualmente, o mesmo tipo de<br />

prestações de serviços efectuadas por equipamentos<br />

sociais pertencentes a quaisquer<br />

outras entidades, seja ou não prosseguida<br />

uma finalidade lucrativa.<br />

No entanto, para que a isenção prevista<br />

no número anterior seja possível, torna-se<br />

necessário o reconhecimento da utilidade<br />

social de tais equipamentos, o que deverá<br />

ser feito, caso a caso, pelos Centros Regionais<br />

de Segurança Social, que emitirão,<br />

para o efeito, a respectiva declaração de reconhecimento<br />

dessa utilidade social.<br />

Trata-se de uma isenção simples ou incompleta,<br />

isto é, o sujeito passivo não liquida<br />

imposto nas suas operações mas não<br />

poderá deduzir o imposto suportado nas<br />

aquisições de bens e serviços necessários à<br />

actividade.<br />

Assim sendo, e no caso em apreço, o IVA<br />

suportado, nomeadamente na construção<br />

as sociedades de revisores de contas, os<br />

advogados, as sociedades de advogados,<br />

os solicitadores, as sociedades de solicitadores<br />

e os Técnicos Oficiais de Contas e<br />

outras entidades que prestam serviços de<br />

contabilidade que sejam residentes em<br />

território nacional.<br />

A comunicação deve ter lugar nos 20<br />

dias subsequentes ao termo do mês em<br />

que o esquema ou actuação de planeamento<br />

fiscal tenha sido proposto inicialmente<br />

ou apresentado ao cliente.<br />

A mesma deve ser submetida, via Internet,<br />

através do modelo de declaração<br />

disponibilizado no sítio www.dgci-minfinancas.pt<br />

e deve abranger informação<br />

“pormenorizada” sobre o esquema fiscal,<br />

nomeadamente a base legal relativamente<br />

à qual se refere, se repercute ou respeita a<br />

vantagem fiscal pretendida, bem como o<br />

nome do seu promotor.<br />

Neste dever de comunicação a cargo<br />

dos promotores, não está compreendida<br />

qualquer indicação nominativa ou identificativa<br />

dos interessados.<br />

do lar, não é em caso algum dedutível, nem<br />

objecto de dedução (só as IPSS, nos termos<br />

do Decreto-Lei nº 20/90, de 13 de Janeiro,<br />

podem solicitar o reembolso do imposto<br />

suportado, mas apenas nas situações ali<br />

referidas).<br />

Porém, na situação colocada, a empresa<br />

em causa não ficará abrangida pela isenção<br />

prevista no nº 8 do art. 9º, pelo que<br />

as suas operações (exploração do lar) serão<br />

operações tributadas e, como tal,<br />

terá direito à dedução do imposto<br />

suportado para a realização dessas<br />

operações tributáveis, podendo,<br />

neste caso, deduzir o imposto suportado<br />

com a construção do lar<br />

de acordo com o disposto nos artigos<br />

19º e 20º ambos do CIVA. Refira-se<br />

que, tanto quanto sabemos,<br />

um lar apenas pode exercer aquela<br />

actividade se tiver o reconhecimento,<br />

caso contrário não se encontra<br />

legal, pelo que apenas equacionamos<br />

o enquadramento fiscal para<br />

esta situação atendendo a que poderá<br />

estar a decorrer o processo de<br />

reconhecimento.<br />

Assim, neste caso, quando posteriormente<br />

vier a obter o reconhecimento<br />

de utilidade social e, consequentemente,<br />

passar a praticar<br />

operações isentas e havendo afectação<br />

de bens a um sector isento,<br />

quando relativamente a esses bens ou aos<br />

elementos que o constituem, tenha havido<br />

dedução parcial ou total do imposto, é<br />

considerada, para efeitos de IVA, transmissão<br />

de bens, nos termos da al. g) do nº 3 do<br />

artigo 3º do CIVA, pelo que, relativamente<br />

a todos os bens que passam a estar afectos<br />

à actividade isenta, o sujeito passivo deverá<br />

proceder à liquidação do imposto, considerando<br />

o valor tributável da operação, o<br />

Planeamento fiscal agressivo e abusivo<br />

Nos casos em que não seja possível recolher<br />

dos promotores as indicações exigíveis<br />

sobre os esquemas de planeamento<br />

fiscal adoptados, caso seja estrangeiro ou<br />

não estabelecido em território nacional,<br />

a lei prevê que são os próprios utilizadores<br />

que ficam obrigados a comunicação<br />

prévia.<br />

Será criada uma base nacional de dados<br />

de esquemas de planeamento fiscal<br />

por imposto, a qual será disponibilizada<br />

aos serviços competentes para efeito do<br />

exercício da acção inspectiva tributária.<br />

O governo justifica esta medida legislativa<br />

como um reforço da eficácia no<br />

combate à fraude e à evasão fiscal, designadamente<br />

mediante a adopção de medidas<br />

que estejam em linha com as melhores<br />

práticas europeias e internacionais.<br />

Entre as medidas que têm vindo a ser<br />

desenvolvidas noutros sistemas jurídicos,<br />

designadamente nos Estados Unidos da<br />

América, Reino Unido e no Canadá,<br />

com vista a reforçar o combate à evasão<br />

fiscal, bem como a própria fraude, desta-<br />

Contas & Impostos<br />

preço de aquisição dos bens ou de bens similares<br />

ou, na sua falta, o preço de custo,<br />

reportados ao momento da realização das<br />

operações, cfrº disposto na al. b) do nº 2<br />

do artigo 16º do mesmo diploma.<br />

Refira-se, ainda, a este propósito, que<br />

o imposto deduzido relativamente a imóveis<br />

fica sujeito aos condicionalismos dos<br />

artigos 24º, nº 5, e 25º, ambos do CIVA,<br />

pelo que não aconselhamos a dedução do<br />

imposto.<br />

Quanto à situação prevista para as IPSS,<br />

de reembolso do IVA previsto do Decreto-Lei<br />

20/90, o mesmo apenas se aplica a<br />

IPSS e à Igreja Católica, não tendo aplicação<br />

a outras entidades sem fins lucrativos,<br />

ainda que tenham utilidade social.<br />

INformAção elAborADA PelA CToC — CâmArA<br />

DoS TéCNICoS ofICIAIS De CoNTAS<br />

VItoRIno DuARte<br />

Jurista da CTOC<br />

Opinião<br />

ca-se a consagração de obrigação de comunicação,<br />

informação e esclarecimento<br />

à administração fiscal sobre esquemas ou<br />

actuações de planeamento fiscal agressivo<br />

que são propostos, promovidos e<br />

comercializados por diversas entidades,<br />

genericamente apelidadas de intermediários<br />

fiscais.<br />

O fenómeno do planeamento fiscal<br />

agressivo ou abusivo, promovido por<br />

estes intermediários fiscais, gera efeitos<br />

desfavoráveis muito significativos, pois<br />

corrói a integridade e a justiça dos sistemas<br />

fiscais.<br />

A OCDE considera que a carga fiscal<br />

elevada aplicada a uma base tributária<br />

estreita, a falta de transparência e a instabilidade<br />

das leis fiscais são causas objectivas<br />

que levam os contribuintes a adoptar<br />

comportamentos agressivos e abusivos.<br />

Daqui se conclui que o primeiro instrumento<br />

para minimizar este tipo de<br />

comportamento por parte dos contribuintes<br />

é a clareza, simplicidade, certeza<br />

e estabilidades das leis fiscais.


24<br />

TELECOMuNICAçõES<br />

Luís Reis, presidente da APRITEL, analisa o resultado de um estudo europeu sobre o sector das telecomunicações<br />

“Quando existe concorrência<br />

há investimento e clientes satisfeitos”<br />

A concorrência leva ao investimento e<br />

à satisfação dos clientes. Foi desta forma<br />

que o presidente da Associação dos Operadores<br />

de Telecomunicações (APRITEL),<br />

Luís Reis, analisou o resultado do estudo<br />

da consultora Millward Brown – um documento<br />

apresentado, em Portugal, por<br />

este mesmo organismo -,<br />

ao afirmar que “quando<br />

existe concorrência há<br />

investimento e clientes<br />

satisfeitos”. Estes resultados<br />

“vêm confirmar<br />

aquilo que já era a convicção<br />

da APRITEL, que<br />

existe uma relação directa<br />

entre o nível de concorrência<br />

entre operadores e<br />

a satisfação dos clientes”,<br />

salientou ainda. Segundo<br />

o estudo, os portugueses<br />

são dos consumidores mais satisfeitos<br />

com os serviços de telecomunicações, entre<br />

nove países europeus, em quatro domínios<br />

distintos: telefone fixo, móvel, internet de<br />

banda larga e televisão por subscrição.<br />

Serviço móvel continua a merecer<br />

a preferência dos portugueses<br />

O serviço de telefone móvel é o que mais<br />

satisfaz os consumidores portugueses, com<br />

61 por cento a declararem-se satisfeitos ou<br />

muito satisfeitos com o serviço, em comparação<br />

com a média dos países estudados,<br />

que se fixa nos 54%. No que se refere à<br />

Internet de banda larga, o valor é mais mo-<br />

O telefone fixo é<br />

o único serviço<br />

onde o nível de<br />

satisfação é inferior<br />

à média do estudo<br />

– 48% contra 54%<br />

Apple vende<br />

um milhão de iPhones<br />

em apenas três dias<br />

Os números dão que pensar: afinal, a Apple vendeu, em<br />

apenas três dias, um milhão de iPhones. “O iPhone teve<br />

um primeiro fim-de-semana espantoso”, destaca, em comunicado<br />

de imprensa, o seu presidente, Steve Jobs.<br />

E os seus comentários não ficam por aqui, com este responsável<br />

a afirmar que “foram precisos 74 dias para vender<br />

um milhão de iPhones originais”. O novo “iPhone 3G começou,<br />

realmente, com o pé direito em todo o mundo”,<br />

disse por último. Lembramos que este equipamento está à<br />

venda, actualmente, em 22 países.<br />

Um sucesso que não surge por acaso, na medida em que<br />

estamos perante um telemóvel com características bastante<br />

diferenciadores. A Apple diz, mesmo, que são revolucionárias.<br />

“O novo iPhone 3G combina todas as funcionalidades<br />

revolucionárias do iPhone com rede 3G, GPS embutido<br />

para um maior leque de serviços de localização e software<br />

iPhone 2.0”, podemos ler no referido comunicado. Este,<br />

lembramos ainda, inclui suporte para o Microsoft Exchange<br />

ActiveSync e ainda mais de 800 aplicações de terceiros.<br />

E não se pense que a apetência dos consumidores se fica<br />

pelo terminal em si. É que os utilizadores já procederam<br />

ao descarregamento de mais de 10 milhões de aplicações,<br />

a partir dos iPhone e iPod. O preço, esse, é atractivo: afinal,<br />

mais de 90% destas aplicações custam menos de 10<br />

dólares, sendo que mais de 200 são inteiramente gratuitas.<br />

O interface de utilização “multi-touch”, os gráficos 3D<br />

acelerados por hardware ou o display do próprio iPhone<br />

potenciam, segundo a Apple, mais este sucesso.<br />

desto (50%), mas suficiente para se fixar,<br />

mais uma vez, acima da média europeia<br />

(49%). Já em relação à televisão por subscrição<br />

os números fixam-se nos 46%, face<br />

aos 43% na média dos países visados no<br />

estudo. O telefone fixo é o único serviço<br />

onde o nível de satisfação é inferior à média<br />

do estudo – 48%, contra<br />

54%. “Onde não há con-<br />

corrência, os operadores<br />

não têm condições para<br />

disputar eficazmente a<br />

preferência dos clientes e<br />

estes acabam por se declarar<br />

menos satisfeitos”,<br />

sublinhou Luís Reis, com<br />

o objectivo de explicar os<br />

resultados menos positivos<br />

obtidos neste último<br />

serviço, adicionando que<br />

esta é a lição que se deve<br />

retirar do estudo e empregar para as Redes<br />

de Nova Geração (RNG).<br />

O estudo foi realizado por meio de mil<br />

ou 500 entrevistas (dependendo do país)<br />

a consumidores em Portugal, Espanha,<br />

França, Itália, Grécia, Reino Unido, Alemanha,<br />

Dinamarca e Holanda, durante os<br />

meses de Abril e Maio.<br />

APRITEL preocupada<br />

com intervenção do Governo<br />

na consulta pública da ANACOM<br />

sobre as RNG<br />

Luís Reis aproveitou a conferência de<br />

imprensa para criticar o Governo por ter<br />

aprovado uma resolução sobre as Redes<br />

de Nova Geração (RNG), quando decorre<br />

uma consulta pública promovida<br />

pela ANACOM. “O posicionamento<br />

do Governo nesta matéria é inovador”,<br />

disparou. Para o responsável, a resolução<br />

– que prevê que até 2010 existam condições<br />

para ligar um milhão de pessoas à<br />

RNG – interfere com a consulta pública<br />

levantada pelo organismo de autoridade,<br />

que tinha como objectivo definir o enquadramento<br />

regulador em que as referidas<br />

redes de fibra óptica poderiam ser<br />

implantadas no nosso país.<br />

Quanto à possibilidade de o regulador<br />

Portugueses internautas satisfeitos<br />

com o Plano Tecnológico<br />

O número de portugueses que considera<br />

o Plano Tecnológico importante<br />

(42,2%) ou muito importante<br />

(47,9%) continua a aumentar. Quem<br />

o diz é o próprio gabinete do coordenador<br />

do Plano Tecnológico, com<br />

base num estudo da Netsonda relativo<br />

a Junho deste ano. E os números<br />

optimistas não ficam por aqui. Aquilo<br />

que podemos ler no comunicado<br />

enviado por esta entidade é revelador:<br />

afinal, “44,4% dos inquiridos referem<br />

que a sua opinião sobre o Plano Tecnológico<br />

melhorou no último ano,<br />

com 4,6% a considerarem, mesmo,<br />

TMN lança campanha de promoção<br />

ligada ao serviço de roaming<br />

Antecipar a redução dos preços de<br />

roaming prevista pela Comissão Europeia<br />

para entrar em vigor a 30 de<br />

Agosto de 2008. Um objectivo que<br />

levou a TMN a lançar – está em vigor<br />

até o dia 29 deste mesmo mês - uma<br />

campanha de promoção.<br />

“As chamadas em roaming dos<br />

clientes da TMN efectuadas num<br />

país da União Europeia, Islândia, Liechtenstein<br />

e Noruega passam, desde<br />

já, a custar, apenas, 55,2 cêntimos por<br />

minuto”, podemos ler em comunicado<br />

de imprensa. O mesmo se passa<br />

com as chamadas recebidas. Também<br />

estas beneficiam de uma descida ao<br />

serem, a partir de agora, cobradas a<br />

26,4 cêntimos por minuto. Lembramos<br />

que a estes dois valores deverá ser<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

acrescido o IVA.<br />

A adesão a esta novidade é gratuita<br />

e válida para as chamadas de voz<br />

e para as videochamdas. Para tal, os<br />

aplicar a segmentação geográfica, Luís Reis<br />

é taxativo: “Portugal é um país pequeno,<br />

onde a segmentação geográfica não faz<br />

sentido. A segmentação funciona em mercados<br />

como o espanhol ou o alemão, não<br />

no nosso, onde os operadores utilizam um<br />

investimento de escala”.<br />

“Esta resolução deixa-nos preocupados<br />

com a possibilidade de o Governo não estar<br />

a actuar no interesse do país, mas sim como<br />

accionista da Portugal Telecom. É muito<br />

difícil não avaliar esta resolução como uma<br />

forte pressão sobre o regulador”.<br />

Tiago Rocha<br />

redaccao@vidaeconomica.pt<br />

que melhorou muito”.<br />

Entre as medidas mais conhecidas<br />

estão, como seria de esperar, a iniciativa<br />

Novas Oportunidades, o Cartão<br />

do Cidadão, o Documento Único<br />

Automóvel. E ainda a Empresa na<br />

Hora, a generalização da utilização e<br />

oferta da banda larga, bem como a<br />

iniciativa e-escola. Mas é caso para<br />

dizer que ainda há alguns portugueses<br />

que desconhecem esta e outras realidades<br />

ligadas ao Plano Tecnológico.<br />

É que 12,6% dos inquiridos afirmam<br />

não saber do que se trata quando se<br />

fala deste instrumento do Governo.<br />

utilizadores terão, somente, que ligar<br />

para o 12050 ou para o 961000050.<br />

SaNDRa RiBEiRo<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt


Portugal<br />

quer cativar turistas<br />

na Expo Saragoça<br />

A ascensão do turismo a sector<br />

económico prioritário e a reformulação<br />

do quadro aeroportuário<br />

nacional, com a decisão de<br />

construir o novo Aeroporto Internacional<br />

de Lisboa, tem levado<br />

vários agentes políticos e económicos<br />

a reclamarem uma outra<br />

visão para o sistema nacional de<br />

aeroportos, assente numa maior<br />

autonomia regional e na sua capacidade<br />

para servirem de base às<br />

companhias “low-cost”.<br />

Numa posição pública tomada<br />

em 2007, a Associação Comercial<br />

do Porto (ACP) advogou “a<br />

necessidade de se preconizarem<br />

soluções integradas para a rede<br />

nacional de transportes”, incluindo<br />

“a complementaridade dos aeroportos<br />

nacionais”. Na sua perspectiva,<br />

“a indústria aeronáutica<br />

europeia está em rápida transformação”,<br />

já que o crescimento do<br />

tráfego aéreo intra-europeu, que<br />

ronda os 5% por ano, deve-se<br />

quase exclusivamente às companhias<br />

“low-cost”.<br />

Rui Moreira, presidente da<br />

ACP, declarou à VE que, “em<br />

termos de mercado, o Aeroporto<br />

Francisco Sá Carneiro não deve<br />

estar exclusivamente vocacionado<br />

para as “low-cost”. Temos que<br />

encontrar um equilíbrio entre<br />

estas e as grandes alianças. Hoje<br />

o aeroporto depende muito da<br />

aliança na qual a TAP está integrada.<br />

Julgo que a ANA tem essa<br />

preocupação, pois anunciou o regresso<br />

da British Airways, o que<br />

é um bom sintoma”.<br />

Centro quer aeroporto<br />

internacional<br />

Por sua vez, um movimento<br />

que reúne um conjunto alargado<br />

de personalidades da região<br />

Centro pretende a abertura da<br />

Turismo<br />

Sistema aeroportuário<br />

busca autonomia<br />

e complementaridade<br />

regional<br />

Air Berlin lança programa de eficácia<br />

para combater custos de combustível<br />

A Air Berlin decidiu implementar<br />

um programa de eficácia que visa<br />

absorver uma parte do aumento dos<br />

gastos de combustível. Trata-se de<br />

um pacote de redução de custos que<br />

se aplicará quando começar o programa<br />

de voos de Inverno. Este inclui<br />

tanto a redução de capacidades como<br />

medidas organizativas. Em vez dos<br />

134 aviões inicialmente previstos, no<br />

final do ano serão utilizadas apenas<br />

120 aeronaves. Não obstante, a companhia<br />

refere que pretende conseguir<br />

uma maior ocupação, o que não significa<br />

uma redução do número de<br />

passageiros esperados.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 25<br />

No princípio do programa de<br />

voos de Inverno, a Air Berlin vai<br />

retirar 14 aviões utilizados em voos<br />

de curto e médio curso, sobretudo<br />

os modelos mais antigos, com um<br />

elevado consumo de combustível<br />

por lugar oferecido. Nos voos de<br />

longo curso, serão utilizados menos<br />

quatro aviões grandes do tipo<br />

Airbus A330. Três destes A330-300<br />

serão utilizados em voos de médio<br />

curso – preferencialmente a partir<br />

do hub de Nuremberga – e o<br />

quarto estará disponível durante os<br />

intervalos de manutenção programada<br />

para transportar passageiros<br />

base aérea de Monte Real a voos<br />

civis internacionais. A proposta<br />

abrange “os municípios a Norte<br />

da região do Oeste (distrito de<br />

Leiria) até aos municípios do Sul<br />

do distrito de Aveiro”.<br />

Trata-se de estudar “a abertura<br />

ao funcionamento de uma infra-<br />

Aeroporto Sá<br />

Carneiro não deve<br />

estar exclusivamente<br />

vocacionado<br />

para as “low-cost”<br />

estrutura aeroportuária de âmbito<br />

regional, que possa receber<br />

aviões de médio porte, charters<br />

ou regulares, das linhas aéreas que<br />

estiveram para tal interessadas”.<br />

A solução proposta de converter<br />

para cruzeiros em todo o Mundo.<br />

Os voos para os Açores também<br />

constituem uma novidade no programa,<br />

que integram o plano de<br />

voos de Inverno. Por outro lado, em<br />

finais de Outubro será dissolvida a<br />

administração da dba Luftfahrtgesellschaft,<br />

que tem a sua sede em<br />

Munique. A Air Berlin adquiriu a<br />

companhia dba em Agosto de 2006.<br />

No total, a redução global da capacidade<br />

ronda 10% e 30% nos voos<br />

de longo curso. Serão ainda reforçados<br />

os trajectos que se mostram<br />

mais interessantes para viagens de<br />

negócios.<br />

a base aérea de Monte Real num<br />

aeroporto de uso internacional,<br />

em rede com os aeroportos nacionais<br />

e ibéricos, representaria<br />

um investimento inferior a 10<br />

milhões de euros.<br />

“O crescimento acima da média<br />

da capacidade empresarial<br />

da região Centro, o turismo, nomeadamente<br />

o religioso, grupos<br />

empresariais fortes e a inovação e<br />

o empreendedorismo existentes<br />

na região justificam esta aposta”,<br />

resume aquele movimento.<br />

Covilhã e Bragança<br />

apostam em aeroportos<br />

“low-cost”<br />

O resultado da proposta para<br />

construção do novo Aeroporto<br />

da Covilhã deverá ser conhecido<br />

até ao final do ano. Caso seja viabilizado<br />

pelo Instituto Nacional<br />

de Aviação Civil, a autarquia da<br />

Aeroporto de BejA<br />

reforçA<br />

ofertA nACionAl<br />

O aeroporto de Beja vem reforçar a oferta aeroportuária<br />

nacional. Segundo José Queiroz, da<br />

presidente do conselho de administração da<br />

EDAB, este projecto “apoia o segmento “low<br />

cost”, dada a estrutura de custos e o facto de<br />

servir companhias aéreas tradicionais”, para<br />

além de “complementar o segmento de aviação<br />

executiva”.<br />

Na carga aérea, “oferece espaço para uma plataforma<br />

logística sem limitações de operação nocturna”,<br />

dando “melhores condições de acesso a<br />

sul do Tejo”. É “um complemento ao Aeroporto<br />

de Faro, permitindo o acesso a mercados fora do<br />

alcance deste aeroporto em virtude de limitações<br />

logísticas e de comprimento de pista”.<br />

Assente num triângulo de desenvolvimento regional<br />

Alentejo/Porto de Sines/Alqueva, sendo que<br />

a região espera 53 mil novas camas para os próximos<br />

anos, o novo aeroporto terá a capacidade<br />

inicial para receber 1,8 milhões de passageiros e<br />

movimentar 40 mil toneladas de carga.<br />

O aeroporto, que resulta de um investimento de 6<br />

milhões de euros, oferece ainda “um acréscimo<br />

de capacidade à região sul do país, o que será<br />

importante a médio prazo face à forte sazonalidade<br />

e concentração da procura, que acelera o<br />

esgotamento da capacidade oferecida no Algarve”<br />

e uma “capacidade disponível para a região<br />

fronteiriça espanhola, cuja actividade económica<br />

poderá beneficiar desta nova acessibilidade”.<br />

Covilhã pretende encontrar um<br />

parceiro privado que queira gerir<br />

o futuro Aeroporto. A atenção<br />

está virada para as empresas de<br />

transportes aéreos de baixo custo.<br />

Também a autarquia de Bragança<br />

pretende transformar o aeródromo<br />

local em aeroporto com<br />

capacidade para receber voos de<br />

média dimensão, servindo de alternativa<br />

ao aeroporto do Porto.<br />

Novamente a atracção de companhias<br />

de baixo custo, capaz de<br />

dinamizar a actividade turística<br />

transmontana e duriense, é o<br />

grande objectivo proposto. A autarquia<br />

adjudicou já a instalação<br />

de equipamento de apoio à navegação<br />

aérea e encomendou um<br />

estudo para a ampliação da capacidade<br />

do aeródromo, elementos<br />

vitais para que sejam permitidos<br />

voos internacionais.<br />

Marc Barros<br />

British Airways e Rolls-Royce<br />

testam combustíveis alternativos<br />

A companhia britânica de<br />

aviação British Airways e a<br />

Rolls-Royce iniciaram um<br />

programa de testes que visa<br />

investigar cientificamente a<br />

viabilidade de combustíveis<br />

alternativos para a indústria<br />

da aviação.<br />

O estudo pormenorizado<br />

vai tentar identificar alternativas<br />

viáveis com potencial<br />

de reduzir emissões de carbono<br />

na indústria da aviação<br />

e, simultaneamente, reduzir<br />

os crescentes gastos com a<br />

utilização de combustíveis.<br />

Madeira<br />

arrecadou 280 milhões<br />

de euros de receitas de<br />

turismo em 2007<br />

Este período de testes tem<br />

o seu fim previsto para fins<br />

de Março de 2009, altura em<br />

que os resultados serão analisados.<br />

As companhias convidarão<br />

fornecedores para oferecer<br />

amostras de combustíveis<br />

alternativos para testar em<br />

motores Rolls-Royce RB211<br />

de um Boeing 747 da British<br />

Airways. Os testes serão<br />

levados a cabo num banco<br />

de ensaio nas instalações da<br />

Rolls-Royce em Derby, no<br />

Reino Unido.


26<br />

TURISMO<br />

Destinos culturais e urbanos<br />

crescem nas preferências<br />

dos portugueses<br />

11,9% dos portugueses nunca passou férias fora do país<br />

A escolha dos locais de férias<br />

dos portugueses foi o mote do<br />

estudo realizado pela Hotels.<br />

com, cujo enfoque “incidiu sobre<br />

a opção de fazer férias fora de<br />

casa, tendo-se avaliado o tipo de<br />

destinos escolhidos, os destinos<br />

específicos em Portugal, a frequência<br />

com que se fazem férias<br />

fora de Portugal, a razão dessa<br />

decisão e os países que os portugueses<br />

mais gostaram de conhecer”.<br />

Adicionalmente, tentaram<br />

compreender-se “os factores mais<br />

importantes que os portugueses<br />

têm em conta aquando da escolha<br />

de um hotel”.<br />

De acordo com as informa-<br />

O Turismo de Portugal reforçou<br />

a aposta na promoção em Espanha<br />

este ano, aproveitando a exposição<br />

internacional de Saragoça, que<br />

acontece de 14 de Junho a 14 de<br />

Setembro, para mostrar o potencial<br />

turístico do país aos visitantes<br />

oriundos dos quatro cantos do<br />

mundo. O Pavilhão de Portugal na<br />

Expo Saragoça 2008 conta com um<br />

espaço multifuncional, com cerca<br />

de 200 m2, denominado Portugal<br />

Compartilha, vocacionado para<br />

a promoção e divulgação do país<br />

junto dos visitantes.<br />

ções recolhidas, percebeu-se que<br />

o tipo de destino escolhido por<br />

84,9% dos portugueses para fazer<br />

férias continua a ser a praia,<br />

mantendo a tradição das opções,<br />

seguido de destinos culturais/históricos<br />

(42,2%), que se apresentam<br />

cada vez mais como boas escolhas<br />

para férias. No entanto, o<br />

destino cidade/urbano ascende a<br />

28,7% das preferências, seguido<br />

de perto pelo campo, com 26,5%<br />

dos destinos escolhidos.<br />

Consequentemente, a zona<br />

mais procurada continua a ser o<br />

Algarve (60,7%), representando<br />

o Alto Alentejo a zona menos<br />

procurada no continente, consti-<br />

A dinamização do espaço Portugal<br />

Compartilha é da responsabilidade<br />

do Turismo de Portugal,<br />

em articulação com as sete<br />

agências regionais de Promoção<br />

Turística, e prevê a realização<br />

de acções de promoção do país<br />

e dos seus produtos, espectáculos<br />

de animação e divulgação do<br />

“Destino Portugal” em suportes a<br />

distribuir aos visitantes. Durante<br />

21 dias, entre 10 e 31 de Agosto,<br />

realizam-se acções como provas<br />

de vinhos, de águas, gastronomia,<br />

exposições de escultura e pintura.<br />

tuindo assim uma melhor opção<br />

de destino para quem procura<br />

o afastamento das multidões. A<br />

região Norte surge em segundo<br />

posto, incluindo Douro e Minho,<br />

as quais reúnem 32,5% das<br />

preferências, e Alto Douro e Trásos-Montes,<br />

com 18,3%, seguindo-se<br />

Baixo Alentejo, com 19%,<br />

e Beira Interior, com 18,2%.<br />

Relativamente às férias fora de<br />

Portugal, 51,2% dos portugueses<br />

inquiridos fazem férias fora<br />

de Portugal pelo menos uma vez<br />

por ano, ou mais frequentemente.<br />

Por outro lado, 36,9% dos inquiridos<br />

apenas saem de Portugal<br />

uma vez de dois em dois anos ou<br />

menos frequentemente e 11,9%<br />

nunca sequer passaram férias fora<br />

de Portugal.<br />

No que concerne às razões para<br />

fazer férias fora de Portugal, a<br />

grande maioria das respostas assenta<br />

na vontade de conhecer outros<br />

locais (72,6%), não dando<br />

particular atenção às questões da<br />

relação qualidade/preço (5,9%).<br />

No entanto, 5,1% refere-se à<br />

melhor oferta que encontra fora<br />

do país.<br />

Relativamente ao principal factor<br />

de escolha do hotel, no topo<br />

das preocupações encontra-se o<br />

preço (36,3%), mas seguido de<br />

muito perto pelas comodidades e<br />

serviços, tais como piscina, bares,<br />

restaurantes, etc. (29,7%). A localização<br />

(16,5%) e a categoria/<br />

número de estrelas (7,7%), seguem-se<br />

nas razões preferenciais<br />

de escolha de alojamento.<br />

Marc Barros<br />

marcbarros@vidaeconomica.pt<br />

Expo Saragoça é oportunidade<br />

para turismo de Portugal<br />

A Espanha é um dos mercados<br />

prioritários para o turismo nacional.<br />

Em 2007, foi o segundo mercado<br />

emissor de hóspedes (1,4<br />

milhões), a seguir ao Reino Unido.<br />

Foi também o terceiro mercado<br />

em dormidas (3,4 milhões)<br />

e em receitas (1,1 mil milhões de<br />

euros), só ultrapassado pelo Reino<br />

Unido e pela França.<br />

Lisboa e o Algarve foram, em<br />

2007, as principais regiões de<br />

destino dos turistas espanhóis.<br />

Quanto ao tráfego aéreo, 54,1%<br />

foi operado por companhias tradicionais<br />

e 38,9% por companhias<br />

de baixo custo.<br />

A água e o desenvolvimento<br />

sustentável são os temas principais<br />

da Expo Saragoça 2008, que espera<br />

receber mais de sete milhões<br />

de visitantes de todo o mundo e<br />

conta com a participação de mais<br />

de uma centena de países. A exposição<br />

é o maior evento internacional<br />

do género em Espanha, desde<br />

a exposição de Sevilha em 1992,<br />

o que o torna uma oportunidade<br />

para a promoção de Portugal enquanto<br />

destino turístico.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

MadeIRa cReSce 6,9% nO pRIMeIRO<br />

qUadRIMeSTRe de 2008<br />

O turismo do arquipélago da Madeira<br />

registou, neste primeiro<br />

quadrimestre de 2008, um crescimento<br />

acentuado no sector turístico,<br />

de acordo com os resultados<br />

preliminares da Direcção Regional<br />

de Estatística do Governo Regional<br />

da Madeira. Comparativamente ao<br />

mesmo período do ano anterior,<br />

o número de dormidas aumentou<br />

6,9%, atingindo 1,97 milhões de<br />

dormidas. Os proveitos cresceram<br />

11,9%, ultrapassando os 96 milhões<br />

de euros, e o rendimento<br />

médio por quarto disponível teve<br />

um acréscimo de 9,7%, situandose<br />

nos 37,23€/quarto.<br />

A taxa de ocupação obteve, em<br />

Abril, um valor recorde de 68,8%,<br />

BReVeS<br />

Pestana tróia é Projecto Pin<br />

O Pestana Tróia recebeu o estatuto<br />

de PIN, num investimento que<br />

ascende a 100 milhões de euros.<br />

Localizado a 50 km de<br />

Lisboa, o Pestana Tróia<br />

desenvolve-se numa<br />

área de 100 hectares.<br />

Este engloba quatro<br />

lotes, constituídos por<br />

um aparthotel de cinco<br />

estrelas com 150<br />

quartos (300 camas),<br />

dois aldeamentos<br />

compostos por moradias,<br />

town-houses e<br />

alguns apartamentos,<br />

todos eles sob exploração<br />

turística. Mais<br />

de metade da área do<br />

projecto Pestana Tróia<br />

é ocupada pela Reserva Ecológica<br />

Nacional e Áreas Verdes de Pro-<br />

por quarto, o registo mais elevado<br />

em todo o país.<br />

Este crescimento é influenciado<br />

pelo esforço de promoção realizado<br />

junto de mercados tradicionais<br />

como o Reino Unido, a Alemanha<br />

e Portugal e em mercados<br />

emergentes como a Dinamarca, a<br />

Espanha e a Irlanda. Em 2008,<br />

espera-se que visitem a Madeira<br />

mais de um milhão de turistas.<br />

Espera-se, igualmente, que as receitas<br />

resultantes do turismo ultrapassem<br />

os 300 milhões de euros.<br />

É de salientar que, em 2007,<br />

a Madeira foi visitada por 970 mil<br />

turistas, os quais geraram receitas<br />

no valor de 280 milhões de<br />

euros.<br />

tecção. O grupo prevê arrancar a<br />

construção do Pestana Tróia até<br />

final do ano e iniciar a comercia-<br />

lização de um número reduzido e<br />

exclusivo de lotes.<br />

açOReS lançaM planO eSTRaTégIcO<br />

2008/2010<br />

A Associação de Turismo dos Açores<br />

(ATA) apresentou o Plano de<br />

Marketing Estratégico dos Açores<br />

para o período 2008/2010, que<br />

visa duplicar os actuais valores de<br />

receita turística através da aposta<br />

na conquista de nichos de mercado.<br />

O plano conclui que este tem sido<br />

um dos destinos de maior sucesso<br />

em Portugal e está agora a atingir<br />

a maturidade. Exemplo desses nichos<br />

são destinos de natureza. O<br />

plano prevê, ainda, a criação de<br />

mais mil postos de trabalho e um<br />

significativo um aumento no número<br />

de dormidas, em quantidade<br />

e em valor.


NORTE<br />

Empresa de Transporte Rodoviário<br />

de Mercadorias,<br />

Líder no Mercado Ibérico.<br />

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e estrangeiros (nicho<br />

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sexta-feira, 25 Julho de 2008 COMÉRCIO EXTERNO 27<br />

OPORTUNIDADE DE VENDA DE EMPRESAS<br />

GRANDE PORTO<br />

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o início até à sua conclusão. Excelente<br />

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Agência de Viagens e Turismo e de Outras Actividades<br />

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corporate/empresarial, organização de congressos<br />

e eventos. Preço pedido: J 1.200.000.<br />

Ref. PT 004 JP 044 0107<br />

Comércio a retalho de vestuário e calçado. 14lojas<br />

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e rendas extremamente baixas. Preço de<br />

pedido: J 5.000.000. Ref. PT 004 JP 043<br />

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Importação e comercialização de equipamentos<br />

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Água. Venda de participação em sociedade<br />

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J 550.000. Ref. PT 0004 MCA 0049 1107<br />

Empresa de Distribuição, Operadora Logística e<br />

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signifi cativos. Exclusividade em zonas de<br />

actuação geográfi ca. Cliente “Trade On” e “Trade<br />

Off”. Vol. Vendas: J 10.000.000. Valor transacção:<br />

J 8.500.000. Ref. PT 0004 MC 038 1006<br />

Escritório de Contabilidade – <strong>Grande</strong> Porto Norte.<br />

20 anos de actividade; carteira de 120 clientes<br />

fi delizados; mercado do <strong>Grande</strong> Porto. EBITDA: J<br />

41.000; Valor pedido: J 190.000. Ref. PT 0004<br />

TSA 0052 0208<br />

Empresa de Construção Civil e Obras Públicas<br />

– <strong>Grande</strong> Porto Alvará Classe 5. Experiência com-<br />

anónima. Empresa consolidada, financeiramente<br />

equilibrada. Estrutura de custos muito<br />

leve. Sem endividamento bancário. Preço<br />

pedido: J 575.000. Ref. PT 004 MC 033<br />

0206<br />

Indústria de Transformação de Acrílicos. Muito<br />

rentável. Volume de vendas J 670.000. Ref.<br />

PT 0009 JCL 0005 0907<br />

Empresa Manutenção Industrial, Certificada,<br />

localizada em Lisboa. Vendas de 1,9M Euros.<br />

Boa Carteira de Clientes. Ref. PT 009 JC 028<br />

0506<br />

Espaço comercial com excelente localização na<br />

Baixa Lisboeta. Área Total 168m2. Preço Pedido:<br />

J 1.1000.000. Ref. PT 0009 JCL 0007<br />

1007<br />

Restaurante no Centro de Lisboa. Excelente localização.<br />

Conceito totalmente inovador a nível<br />

mundial. Ref. PT 0009 JCL 0011 1007<br />

provada no mercado quer em Obras Públicas<br />

quer em Obras Privadas desde os anos 70. Preço<br />

pedido: J 250.000. Ref. PT 004 MC 015 0204<br />

SPA de Requinte e Charme – Litoral Norte. Preço<br />

pedido: J 300.000. Ref. PT 0004 MCA 0054<br />

0508<br />

Fabricação e Comercialização de Produtos de Colchoaria.<br />

Irreverência e Diferenciação; Expansão<br />

notória; <strong>Grande</strong> Potencial de Crescimento; Várias<br />

lojas próprias. Vendas: J 2.250.000. Ref. PT<br />

005 PR 015 0906<br />

Design/Comércio e Indústria de Vestuário e Acessórios<br />

Têxteis. Elevada rentabilidade. Potencial<br />

de crescimento. Importação/Exportação. Procura<br />

parceiro para projecto de investimento. Vendas: J<br />

11.000.000. Ref. PT 005 PR 012 1204<br />

COMPRA-SE<br />

CENTRO<br />

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Industriais, situada no centro<br />

do país, em forte crescimento. Vol.<br />

Vendas 2006: J 1.500.000. Ref. PT<br />

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Indústria de calçado de protecção. Preço<br />

pedido: J 1.650.000 Ref. PT 0014<br />

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Manutenção Industrial Electrónica e<br />

Pneumática em grandes unidades industriais.<br />

Preço pedido: J 2,000,000.<br />

Ref. PT 0014 VFE 0007 0607<br />

Empresa de fabricação de artigos em<br />

plástico. Ref. PT 0014 VFE 0011<br />

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Comércio de equipamento industrial<br />

para hotelaria e restauração. Preço pedido:<br />

J 10.000.000. Ref. PT 0014<br />

VFE 0019 1107<br />

Empresas de Segurança com ligações a Centrais Receptoras de Alarmes (CRA). Tipo de clientes: empresariais e/ou particulares. Ref. PT 0009 JCL 1014 0308<br />

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28<br />

Reformados PS<br />

Com a revolução operada no<br />

regime das pensões, o país ficou,<br />

mais uma vez, com dois sistemas.<br />

Neste caso, teremos os Reformados<br />

AS (Antes de Sócrates) e os reformados<br />

PS (Pós-Sócrates).<br />

Ao contrário do que a sigla faz<br />

supor, os reformados PS são os<br />

prejudicados, as vítimas do sistema.<br />

No caso da Função Pública,<br />

os economistas liberais rejubilam.<br />

O Estado poupa um, dois mil milhões<br />

com o novo regime. Poupa,<br />

portanto. Poderia até poupar mais,<br />

cortando a pensão por inteiro.<br />

Também é verdade dizer que o Estado<br />

tira o que não era suposto ser.<br />

No caso das reformas da Segurança<br />

Robin<br />

Por causa da taxa, Robin Hood<br />

voltou à ribalta. Os mais patrio-<br />

tas preferiam a figura de José<br />

do Telhado em vez do herói de<br />

O QUE SE DIZ<br />

Corre no mercado que Joaquim Oliveira<br />

está disponível para vender o seu universo<br />

empresarial.<br />

Uma versão dá conta que o empresário,<br />

aconselhado pelos bancos, se preparara<br />

para alienar a área dos “media”, que comprara<br />

por 300 milhões de euros à PT. Na<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Ócio & Negócios<br />

Social, o cinismo é maior: os actuais<br />

contribuintes, que financiaram um<br />

sistema generoso para os que já se<br />

reformaram, terão de se contentar<br />

com condições adversas.<br />

Mas, nisto dos reformados<br />

PS, o que incomoda mesmo são<br />

“opinion makers” como Campos<br />

Cunha, que se reformou após<br />

cinco anos como administrador<br />

do Banco de Portugal, ministros<br />

como Mário Lino, que aos 56<br />

anos já acumulava duas reformas<br />

ou o ainda o jovem Paulo Teixeira<br />

Pinto, reformado do BCP com<br />

40 anos, elogiarem as virtudes<br />

dos cortes operados no sistema de<br />

pensões!<br />

Sherwood, mas a verdade é que<br />

temos de pensar no mercado internacional<br />

e o mito Robin<br />

vende melhor. Mas há quem<br />

,a propósito da taxa sobre as<br />

petrolíferas, a função do Estado<br />

e Robin Hood recorde<br />

uma coisa simples. Robin<br />

repartiu todas as riquezas<br />

que arrebatou e por isso<br />

ganhou o apreço dos pobres<br />

beneficiados. Até que,<br />

algum tempo depois, compreenderam<br />

que, afinal, ele<br />

só sabia distribuir riqueza,<br />

mas não criá-la. A fábula<br />

de Sherwood é uma analogia<br />

com os estados actuais.<br />

Distribuem a riqueza, mas são os<br />

privados que a criam.<br />

GRUPO à vEnDA<br />

COlAPSO<br />

Como diria La Palisse, a Bolsa cai porque<br />

a pressão vendedora é forte face à debilidade<br />

da procura. Os analistas invocam<br />

o petróleo, o desempenho empresarial,<br />

mas por vezes as explicações são mais prosaicas.<br />

Por exemplo, a exigência dos bancos<br />

para que os seus clientes que entraram<br />

Gestos<br />

altura, foi o BCP que financiou a aquisição.<br />

Uma segunda versão diz que Oliveira<br />

estaria mesmo vendedor de todo o universo,<br />

incluindo o negócio do futebol e<br />

das transmissões televisivas (Sport TV),<br />

por considerar esgotada a sua vantagem<br />

competitiva.<br />

O universo Oliveira está<br />

avaliado em 600 milhões.<br />

Fala-se que o grupo Lena,<br />

que não gosta de ser visto<br />

como um grupo de construção,<br />

é um candidato e que<br />

poderia surgir coligado com<br />

a MediaPro, a empresa catalã<br />

que é dona do Porto Canal.<br />

Depois do Verão, poderá haver<br />

novidades.<br />

em colapso paguem os seus empréstimos.<br />

Aparentemente, foi o que sucedeu com o<br />

coronel Luís Silva, que inundou o mercado<br />

de Brisa, uma das cotadas mais fustigadas.<br />

O BCP terá sido outras das vítimas.<br />

Será que Berardo já entrou também em<br />

colapso?<br />

Se fosse Primeiro-Ministro, a<br />

decisão seria classificada de eleitoralista<br />

e até impensada. A oposição<br />

perguntaria logo pelas contas,<br />

o impacto no défice. A verdade é<br />

que Francisco Pinto Balsemão<br />

teve um gesto bonito e generoso.<br />

Decidiu um aumento intercalar<br />

excepcional de 5% para a comunidade<br />

laboral da Impresa, com<br />

vencimentos inferiores a 1500<br />

euros.<br />

A medida favorece quase 400<br />

funcionários. É uma forma de<br />

minorar os efeitos nas famílias dos<br />

recentes aumentos dos preços dos<br />

combustíveis e dos bens alimentares,<br />

apesar de o mercado publicitário<br />

já ter registado dias mais<br />

prósperos. E, por falar em Impre-<br />

sa, uma teoria sobre a sucessão<br />

de Pinto Balsemão aponta para a<br />

eventualidade de Nuno Vascon-<br />

cellos (Ongoing) ser o preferido.<br />

Nuno é accionista da Impresa e<br />

AZAR<br />

Fernando Pinto, presidente da TAP,<br />

parece que entrou em maré de azar. Já<br />

não bastava o preço dos combustíveis<br />

e as ameaças de greve, eis que um semanário<br />

se meteu com o seu salário,<br />

fazendo cálculos e comparações para<br />

tirar conclusões, no mínimo, precipitadas.<br />

Foi ao chegar à Portela, vindo<br />

do Brasil, que Fernando Pinto teve conhecimento<br />

da notícia. Mas, já se sabe,<br />

um azar nunca vem só. E nesse mesmo<br />

sábado irritou-se a dobrar. Depois de<br />

saber da notícia, verificou que as suas<br />

malas se tinham extraviado!<br />

Com as recentes aquisições no agroalimentar,<br />

o grupo RAR vai ultrapassar<br />

MIl MIlhõES<br />

filho de Luís Vasconcellos, amigo<br />

inseparável de Balsemão, e amigo<br />

da família. E vai agora praticar no<br />

sector, depois de comprar o grupo<br />

<strong>Económica</strong>.<br />

pela primeira vez este ano a cifra cabalística<br />

dos mil milhões de euros.<br />

João Nuno Macedo Silva impulsionou<br />

o crescimento do grupo que herdou do<br />

pai e concede-lhe uma dimensão de multinacional,<br />

operando em cinco países.<br />

O sector das embalagens, através da<br />

ColepCLC, e os investimentos no agroalimentar<br />

são as principais alavancas de<br />

um grupo que deixou há muito de depender<br />

do açúcar. As embalagens contribuem<br />

neste exercício com mais de metade<br />

das vendas da RAR.


A entrada em Angola<br />

vem no seguimento<br />

da política de expansão<br />

da Inosat<br />

Inosat entra<br />

no mercado<br />

Angolano<br />

Após a entrada no mercado marroquino,<br />

a Inosat – empresa ibérica<br />

especializada na gestão e localização<br />

de frotas — iniciou a sua actividade<br />

em Angola. A introdução dos<br />

produtos da Inosat em Angola será<br />

feita através de uma parceria local<br />

com a empresa Servisoft, como sua<br />

representante exclusiva para aquele<br />

mercado.<br />

A entrada em Angola vem no seguimento<br />

da política de expansão<br />

da Inosat que, já estabeleceu parcerias<br />

noutros países africanos, nomeadamente<br />

Marrocos, onde está<br />

representada desde o ano passado.<br />

“O desenvolvimento económico,<br />

em conjunto com a evolução dos<br />

mapas de estradas angolanos e a<br />

cada vez maior cobertura das redes<br />

móveis de comunicação, foram os<br />

factores decisivos para a Inosat considerar<br />

Angola como um mercado<br />

prioritário para investir”, salienta<br />

Tiago Borges, administrador da Inosat<br />

responsável pelo desenvolvimento<br />

internacional. A empresa prevê<br />

atingir um milhão de dólares ao final<br />

do primeiro ano de actividade em<br />

Angola. A Inosat irá continuar a sua<br />

política de expansão internacional e<br />

já iniciou negociações com outros<br />

países, como o Brasil, México, França,<br />

Rússia, Grécia e Alemanha.<br />

Kaspersky Lab abre<br />

filial para Portugal<br />

e Espanha<br />

A Kaspersky Lab anunciou a<br />

abertura dos seus novos escritórios<br />

ibéricos, localizados em Madrid,<br />

como parte da sua estratégia de<br />

expansão empresarial. A nova filial<br />

da Kaspersky Lab para Espanha e<br />

Portugal será dirigida por Ovanes<br />

Mikhailov, que, desde 2004, já era<br />

responsável pelo negócio da companhia<br />

em ambos os mercados.<br />

Após 10 anos de uma presença<br />

bem sucedida no mercado, os produtos<br />

e soluções da Kaspersky Lab<br />

conquistaram o reconhecimento<br />

dos seus utilizadores, alcançando<br />

uma posição indiscutível no mercado<br />

português. “Com efeito, graças<br />

ao papel desempenhado pelo seu<br />

representante em Portugal, a iPortalMais,<br />

os produtos da Kaspersky<br />

Lab acabaram por conquistar o<br />

mercado luso, quer residencial quer<br />

corporativo”.<br />

Na região Ibérica, a Kaspersky Lab<br />

trabalha com um modelo de negócio<br />

100% indirecto, “daí que o êxito<br />

da companhia tenha sido possível<br />

graças à estreita colaboração com os<br />

seus parceiros locais”. Em Espanha, a<br />

Kaspersky Lab trabalha com quatro<br />

distribuidores: Codine, Diasa, Magirus<br />

e Micronet e em Portugal com a<br />

iPortalMais. A abertura da nova filial<br />

da Kaspersky Lab vem reforçar o seu<br />

compromisso e aposta tanto no mercado<br />

ibérico como com toda a rede<br />

de revendedores que comercializam<br />

os produtos deste fabricante.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 29<br />

Tecnologias<br />

de Informação<br />

SAP Business All-in-One<br />

reforça capacidades<br />

para as PME portuguesas<br />

Já disponível em Portugal, o “Fast-Start Program” para a solução SAP Business<br />

All-in-One é constituído por várias soluções pré-configuradas e inclui um<br />

configurador on-line, que faculta uma estimativa dos custos envolvidos em caso<br />

de adopção da solução<br />

A SAP assume estar empenhado em demonstrar o<br />

seu compromisso em colmatar as diversas necessidades<br />

das pequenas e médias empresas. Para isso, o gigante<br />

germânico acaba de anunciar, para o mercado<br />

nacional, um novo programa para uma implementação<br />

rápida das soluções SAP Business-All-in-One.<br />

Denominado por “Fast-Start Program” para esta solução,<br />

dirige-se a empresas de média dimensão do<br />

sector industrial, serviços e comércio, e disponibiliza<br />

processos de negócio específicos pré-configurados<br />

e necessários para uma maior visibilidade das suas<br />

principais operações de negócio. Paralelamente, esta<br />

iniciativa inclui, garante a empresa, um inovador<br />

configurador on-line, de fácil utilização, que permite<br />

aos potenciais clientes simularem o ajuste da<br />

solução aos seus requisitos de negócio e receber uma<br />

estimativa de preço para a solução SAP Business Allin-One<br />

completa.<br />

Através desta nova iniciativa, a SAP pretende dar<br />

um passo no sentido de disponibilizar ferramentas<br />

inovadoras para o mercado de média dimensão alcançar<br />

um acesso fácil à tecnologia de ponta para o<br />

planeamento de recursos empresariais (ERP) e criar<br />

valor de negócio mais rapidamente, ao mesmo tempo<br />

que dá garantias de protecção, a longo prazo, dos<br />

investimentos já realizados.<br />

O “Fast-Start Program” para a solução SAP Business<br />

All-in-One permite às empresas colocar em<br />

funcionamento processos de negócio específicos do<br />

seu sector de uma forma mais rápida, assim como<br />

tomar decisões de negócio melhor informadas, com<br />

base na maior visibilidade ao longo de todas as suas<br />

operações. Com um conjunto definido de processos<br />

sectoriais pré-configurados, a implementação<br />

torna-se mais rápida e previsível. “O SAP Business<br />

All-in-One, baseado na aplicação SAP ERP, assume<br />

características de escalabilidade, permitindo uma<br />

constante adaptação às necessidades de negócio quer<br />

em crescimento quer em mudança”, explica a empresa<br />

em comunicado enviado à imprensa.<br />

Claranet vende grupo Amen<br />

à Dada por 17,5 milhões de euros<br />

Negócio permite à Claranet concentra-se nos Managed Services<br />

A Claranet, operador Internacional em managed<br />

services, anunciou a venda do grupo Amen por 17,5<br />

milhões de dólares, em dinheiro, à Dada, operador<br />

Internacional presente na Bolsa Italiana.<br />

O grupo Amen, fornecedor europeu de serviços<br />

de domínios e web hosting, foi adquirido pela Claranet<br />

a 12 de Julho de 2005, como parte de uma<br />

aquisição maior, envolvendo a empresa norte-americana,<br />

fornecedora de redes e hosting, Via NetWorks.<br />

Com este desinvestimento, à Claranet pretende<br />

concentrar-se no seu “core business” e aumentar a<br />

capacidade do grupo em continuar o seu crescimento<br />

orgânico e externo, no mercado de “managed networks<br />

& hosting”.<br />

Charles Nasser, fundador e CEO da Claranet, assume<br />

em comunicado que, “quando adquirimos a<br />

Amen, o nosso objectivo era o crescimento da em-<br />

presa, através do investimento em pessoas e tecnologia,<br />

para a tornar um dos líderes europeus neste<br />

mercado. Temos o prazer de ter conseguido atingir<br />

este objectivo, tendo por isso realizado um bom investimento,<br />

que gerou retorno”.<br />

O mesmo responsável acrescentou ainda que “esta<br />

transacção é positiva para todas as partes. Depois da<br />

expansão da nossa presença, ao longo dos últimos<br />

12 anos, para sete países, 12 escritórios e 16 datacenters,<br />

estamos agora numa melhor posição para<br />

crescer organicamente e através de novas aquisições.<br />

Esta transacção contribuirá para mantermos o nosso<br />

enfoque na prestação de serviços de alta qualidade, a<br />

clientes empresariais, a nível de redes, alojamento e<br />

gestão de aplicações. Prevemos continuar a trabalhar<br />

com a Amen, fornecendo serviços de rede, hosting e<br />

de suporte, em toda a Europa”.<br />

O “Fast-Start Program”<br />

permite às empresas<br />

colocar em funcionamento<br />

processos de negócio<br />

específicos de uma forma<br />

mais rápida<br />

Tecnologia<br />

portuguesa<br />

ganha credenciais<br />

verdes em prémio<br />

europeu<br />

A Critical Links, um fornecedor<br />

global de soluções para serviços<br />

integrados de TI e comunicações<br />

empresariais, anuncia<br />

que o seu produto edgeBOX,<br />

um dispositivo único (Business<br />

Gateway) multifuncional que<br />

integra uma gama de serviços<br />

informáticos e de comunicações,<br />

foi finalista na categoria de “Produto<br />

Verde do Ano” dos Prémios<br />

Techworld.<br />

Ao consolidar uma gama sem<br />

paralelo de serviços de voz, dados,<br />

rede e segurança, e serviços<br />

de TI num único dispositivo, a<br />

edgeBOX permite às pequenas<br />

e médias empresas (PME) substituir<br />

até oito aparelhos por um<br />

apenas, criando uma infra-estrutura<br />

de TI com um reduzido<br />

impacto ambiental.<br />

A Techworld é parte da rede<br />

IDG Communications, grupo<br />

de media na área das tecnologias<br />

de informação, sendo um site de<br />

referência neste sector na Europa.<br />

Os Prémios Techworld, já na sua<br />

14ª edição, seleccionam os produtos<br />

e os utilizadores da indústria<br />

europeia de TI que fizeram a<br />

diferença em diversos dominios.<br />

Os galardões distinguem os produtos<br />

que ajudam os profissionais<br />

de TI no seu desempenho<br />

diário, e também os próprios<br />

profissionais de TI que ajudam<br />

o sector a inovar. Os vencedores<br />

dos prémios são escolhidos por<br />

um painel independente de decisores<br />

ligados às TI e membros da<br />

equipa editorial da TechWorld.<br />

“Ser um produto tecnológico<br />

‘verde’ exige muito mais do que<br />

apenas ser eficiente enquanto<br />

está a trabalhar ou a operar. Trata-se<br />

de algo muito mais abrangente,<br />

que engloba o ciclo de<br />

vida completo do produto, desde<br />

o seu desenvolvimento à sua<br />

utilização e eliminação,” afirmou<br />

Alex Sarin, vice-presidente da<br />

área de Product Management da<br />

Critical Links. “A edgeBOX foi<br />

desenvolvida tendo em conta o<br />

seu impacto ambiental em todo<br />

o seu ciclo de vida, e estamos<br />

muito satisfeitos por este compromisso<br />

ter sido reconhecido<br />

pela TechWorld.”<br />

Ao concentrar num único dispositivo<br />

o trabalho de vários, a<br />

edgeBOX diminui enormemente<br />

as emissões de carbono e o consumo<br />

de energia associados, ao<br />

mesmo tempo que fornece tecnologia<br />

de ponta a uma fracção<br />

do custo. A sua dimensão compacta<br />

permite reduzir de forma<br />

significativa as exigências ao nível<br />

do espaço e das necessidades<br />

de aquecimento e arrefecimento.<br />

Além dos benefícios directos para<br />

o ambiente, também dá resposta a<br />

preocupações mais alargadas.


30<br />

Tecnologias de informação<br />

Para Joshua Reynolds, vice-presidente sénior da Hill & Knowlton<br />

US, uma das primeiras lições aprendidas foi a de que “é difícil ganhar<br />

influência só por se ter um blog”.<br />

A internet está a evoluir (hoje até já se fala em net 2.0<br />

e redes de nova geração) e é uma parte cada vez mais omnipresente<br />

na vida quotidiana de cada um. Seja a nível<br />

particular ou corporativo. Mas até que ponto sabemos as<br />

suas potencialidades e a forma correcta de a usar? Esta foi<br />

uma das questões que a Hill & Knowlton procurou averiguar.<br />

O estudo vai na sua quarta edição, mas, como referiu<br />

Joshua Reynolds, vice-presidente sénior da Hill & Knowlton<br />

US e responsável pela Rede global de relações com<br />

analistas, em entrevista à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”, é a primeira<br />

vez que a organização analisa mercados para além do americano<br />

e do canadiano. Por outro lado, esta edição do relatório<br />

intitulado “Technology Decision Maker Influencers”<br />

abordou novas áreas do mundo digital, nomeadamente os<br />

blogs e as comunicações unificadas.<br />

E os resultados foram mais do que interessantes. O estudo<br />

demonstrou que há muitas semelhanças entre as quatro<br />

regiões analisadas (Estados Unidos da América, Canadá,<br />

Reino Unido e China). Por exemplo, todas elas apontaram<br />

a superioridade tecnológica, a reputação da empresa e o<br />

serviço pós-venda como os factores que mais influenciam<br />

na escolha do fornecedor de TI. Curiosamente, na China,<br />

a questão da tecnologia, nomeadamente a determinação<br />

do melhor produto e/ou serviço, teve um valor mais elevado<br />

que nos restantes mercados analisados.<br />

E aqui coloca-se uma questão: como é que se determina<br />

Não há muito tempo, no ano<br />

2000, os escritórios de uma empresa<br />

financeira localizada no<br />

centro de Lisboa estiveram sujeitos<br />

durante a noite a um incêndio<br />

no piso inferior do edifício que<br />

armazenava o stock de uma conceituada<br />

loja de vestuário. Durante<br />

a intervenção concertada<br />

dos bombeiros, polícia e restantes<br />

entidades envolvidas, a circulação<br />

na zona foi condicionada e o<br />

acesso ao interior do edifício foi<br />

vedado, ficando restrito apenas às<br />

entidades autorizadas. Devido ao<br />

incêndio, praticamente todos os<br />

bens materiais presentes no interior<br />

dos escritórios dessa empresa<br />

financeira ficaram danificados e<br />

inutilizados. Na 2ª-feira seguinte,<br />

quando os primeiros colaboradores<br />

(que não sabiam da ocorrência<br />

do incêndio) chegaram ao<br />

local para trabalhar, o cenário não<br />

podia ser pior: além de verem o<br />

degradado estado do edifício, es-<br />

tavam impossibilitados de entrar,<br />

Dada a criticidade e seriedade<br />

da situação, e sem haver um planeamento<br />

concreto, após declaração<br />

de desastre e mobili-<br />

zação geral, nessa mesma<br />

manhã de 2ª-feira foram<br />

admitidos nas instalações<br />

do seu fornecedor de serviços<br />

de Disaster Recovery<br />

cerca de 50 colaboradores<br />

da empresa financeira<br />

para darem continuidade<br />

ao negócio. Ainda que de<br />

forma limitada, foi possível<br />

ter acesso a secretárias,<br />

PC, telefone, fax, entre<br />

outro equipamento de<br />

escritório, evitando um silêncio<br />

do outro lado que,<br />

a prolongar-se, teria tido<br />

consequências sérias para<br />

o negócio.<br />

Esta ocorrência foi muito<br />

comentada nos anos seguintes<br />

com quem a empresa financeira<br />

Entrevista a Joshua Reynolds, vice-presidente sénior da Hill & Knowlton US<br />

O poder omnipresente<br />

da Internet<br />

A internet está a evoluir. Está mesmo omnipresente no nosso dia-a-dia. E isto quer<br />

estejamos a falar a nível particular ou corporativo. Mas até que ponto sabemos as<br />

suas potencialidades e a forma correcta de a usar? Esta foi uma das questões que a<br />

Hill & Knowlton procurou averiguar.<br />

quem tem a melhor tecnologia? Quais são os critérios? É<br />

aqui, segundo Joshua Reynolds, que entram as fontes de<br />

informação, nomeadamente os analistas.<br />

Nos últimos quatro anos, nos Estados Unidos, verificou-se<br />

que a internet e o digital estão numa tendência<br />

crescente. E como afirma Joshua Reynolds, “sempre que<br />

uns números sobem... outros têm de descer”. No mercado<br />

americano quem sofreu as consequências foram os media<br />

tradicionais, mais precisamente a rádio e a televisão. No<br />

entanto, o mesmo não aconteceu com a influência dos analistas.<br />

E este, segundo Joshua Reynolds, é um ponto a reter.<br />

Porque não só a influência não diminuiu como começou a<br />

abarcar novos públicos. A explicação para esta situação, segundo<br />

o executivo, está<br />

no facto de os próprios<br />

analistas terem sido os<br />

primeiros a criarem blogs.<br />

“Eles viram o chegar<br />

da tendência e foram os<br />

primeiros a adaptaremse”,<br />

constata.<br />

No início, a maioria<br />

das pessoas considerava<br />

o blog como um comentário<br />

privado. Mas rapidamente<br />

essa percepção<br />

mudou, à medida que<br />

estes ganhavam escala<br />

mundial. Para Joshua<br />

Reynolds, uma das primeiras<br />

lições aprendidas<br />

foi a de que “é difícil ganhar<br />

influência só por se ter um blog”. O que se verifica<br />

é que os blogs mais lidos são de autores que por si só já<br />

eram influentes. E é assim que entramos num mundo onde<br />

a percepção se torna realidade. Porque no meio de toda a<br />

informação disponível na internet, como saber que esta é<br />

fiável e verdadeira? Este é um problema que, para Joshua<br />

Recuperação de postos de trabalho:<br />

inevitável mais tarde ou mais cedo<br />

No meio da informação<br />

disponível na internet, o<br />

que é fiável e verdadeira?<br />

Este é um problema que,<br />

para Joshua Reynolds, tão<br />

cedo não terá solução. No<br />

entanto, a credibilidade<br />

dos autores assumirá uma<br />

importância cada vez maior.<br />

tinha contratado um serviço de<br />

Disaster Recovery apenas dois<br />

meses antes do incêndio, a pensar<br />

sobretudo na recuperação e aces-<br />

É compreensível a importância<br />

de prever, instalar ou contratar<br />

áreas de escritório alternativas<br />

para efeitos de recuperação<br />

dos postos de trabalho,<br />

acesso remoto às aplicações<br />

informáticas e dados de negócio<br />

pelos colaboradores, para onde<br />

estes possam dirigir-se em caso<br />

de catástrofe.<br />

so aos dados dos seus sistemas de<br />

informação. A experiência veio<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Reynolds, tão cedo não terá solução. No entanto, a credibilidade<br />

dos autores assumirá uma importância cada vez<br />

maior.<br />

Curiosamente, é aqui que o mercado chinês vai buscar<br />

as suas principais fontes de informação. De tal forma que<br />

já há empresas que, ao verem estes indicadores, estão a<br />

investir directamente na China, no sentido de criarem ligações<br />

com os “opinion makeres”. E esta é a chave. Porque<br />

está provado que uma conversa privada vale tanto, ou mais<br />

ainda, do que a informação que está publicada.<br />

Feito o primeiro estudo a abarcar mercados fora da América<br />

do Norte, a empresa está atenta aos maiores mercados<br />

de tecnologia da Europa. Tipicamente, são o Reino Unido,<br />

França e Alemanha. Ainda não está decidido<br />

quais os que farão parte do próximo estudo.<br />

Portugal, pela especificidade em alguns<br />

segmentos, como o das telecomunicações, e<br />

por sermos “early adopters”, também pode<br />

estar na calha. Não foi por acaso a visita de<br />

Joshua Reynolds ao nosso país. Sendo que,<br />

segundo as suas próprias palavras, não só<br />

há tecnologia excitante a nascer no mercado<br />

nacional, como também se verifica uma<br />

conjugação de diferentes consumidores.<br />

“É estrategicamente importante”, afirma,<br />

acrescentando que as lições aprendidas em<br />

Portugal permitirão acelerar a adopção da<br />

tecnologia em outras regiões. No segmento<br />

das comunicações digitais, Portugal poderá<br />

ser útil na conjunção entre as operadoras de<br />

televisão e as empresas de media.<br />

Para já não está nada definido. Ainda não<br />

se sabe quais os países que farão parte do próximo estudo.<br />

A única certeza é a de que se vai alargar os mercados a<br />

estudar.<br />

demonstrar a importância da<br />

existência de um ambiente de escritório<br />

alternativo e planeamento<br />

adequado para possibilitar aos<br />

colaboradores das empre-<br />

sas efectivarem a chamada<br />

“continuidade de negócio”,<br />

tão falada e discutida<br />

actualmente.<br />

Neste sentido, é compreensível<br />

a importância<br />

de prever, instalar ou contratar<br />

áreas de escritório<br />

alternativas para efeitos de<br />

recuperação dos postos de<br />

trabalho, acesso remoto<br />

às aplicações informáticas<br />

e dados de negócio<br />

pelos colaboradores, para<br />

onde estes possam dirigirse<br />

em caso de catástrofe.<br />

Por outro lado, é também<br />

importante garantir uma<br />

complementaridade recorrendo<br />

a novas tecnologias, de<br />

que são exemplo os acessos remo-<br />

AlexAndrA CostA<br />

alexandracosta@vidaeconomica.pt<br />

Luís Duarte<br />

Consultant, Business Continuity<br />

and Resiliency Services, IBM Global<br />

Technology Services Portugal<br />

tos via Internet e os virtual workplaces,<br />

ainda que estes últimos<br />

não substituem de todo os postos<br />

de trabalho convencionais.<br />

Também não é de mais reconhecer<br />

que, mais tarde ou mais<br />

cedo (numa escala de dias), vai ser<br />

mesmo necessário fornecer instalações<br />

de escritório alternativas,<br />

onde se reorganizem e se controlem<br />

as equipas de colaboradores,<br />

dado que os ambientes particulares<br />

dos colaboradores, a dispersão<br />

dos mesmos e muitas vezes<br />

o recurso a suportes tecnológicos<br />

baseados em infra-estruturas que<br />

poderão não estar disponíveis<br />

após a ocorrência de uma catástrofe<br />

poderão ser um obstáculo<br />

sério ao sucesso de um processo<br />

de continuidade de negócio planeado<br />

previamente. Mesmo que<br />

os sistemas informáticos possuam<br />

a última tecnologia em salvaguarda<br />

de dados e estejam a funcionar<br />

como esperado.


<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Como surgiu a ideia de criar em<br />

Portugal uma empresa exportadora de equipamentos<br />

e serviços de localização?<br />

Eduardo Carqueja – Nascemos em 2001 com uma visão<br />

de negócio que começou a surgir em 2000. Na altura, andei<br />

a fazer uns estudos sobre as oportunidades que o 3G ia colocar<br />

à indústria portuguesa e fui a uma série de seminários<br />

da Nokia, da Sony Erikson, da Motorola, que falavam da<br />

nova geração. Na altura, apresentava-se uma série de protótipos<br />

de telefones, em que a voz ia ser apenas um dos vários<br />

serviços e em que o grande motivador de crescimento passavam<br />

a ser os dados. Eles apresentavam vários casos em que<br />

tinham rankings de potenciais serviços de futuro. Os Top<br />

5 invariavelmente eram sempre os mesmos que era música,<br />

sexo, televisão, jogos. O quinto da lista eram<br />

serviços baseados na localização. Ninguém sabia<br />

muito bem o que era. No fundo, é saber<br />

onde estou e para onde vou. Pus-me a investigar<br />

e descobri que não havia mapas digitais de<br />

Portugal. Achei que havia aí uma oportunidade<br />

de criar uma empresa com esta visão. Em<br />

2001, constituímos a empresa. Começámos<br />

a criar os mapas e o software. Começámos a<br />

perceber que 3G em serviços de localização<br />

não havia nada, que os protótipos de fontes<br />

não existiam. Em 2002, lançámos um pequeno<br />

software. Chegámos ao ano de 2003 e eu<br />

resolvo fazer aqui uma grande reconfiguração na empresa,<br />

senão íamos a falência. Já estávamos com 300 mil euros de<br />

prejuízo e não havia nada de 3ª geração. Os operadores afinal<br />

não iam ser grandes clientes. A evolução do hardware<br />

não tinha acontecido.<br />

VE - Qual foi a alternativa encontrada?<br />

EC - Aproveitámos então o know-how que tínhamos em<br />

catalogar dados e fazer projectos de montar mapas digitais<br />

e começamos a vender às autarquias. Reconfigurámos a empresa<br />

para fazer serviços para a procura potencial que existia<br />

naquele momento, ou seja, os clientes públicos, como<br />

autarquias e o governo central. O meu maior cliente em<br />

2003 foram os CTT. Fizemos nessa altura projectos para<br />

cerca de 25 autarquias. A empresa começa a ficar com lucros<br />

a partir de 2003, e não tinha era nada a ver com o que<br />

pensávamos que ia ser a nossa missão. De 2003 a 2005, a<br />

empresa atingiu um milhão de euros em facturação nesse<br />

tipo de serviços. Em 2005, apresentámos uma candidatura<br />

à Unitec para fazer o que hoje é o NDrive. No fundo, começámos<br />

em 2005 o que estava no nosso espírito em 2000,<br />

mas que acabámos por atrasar. É que, entretanto, começou<br />

a aparecer hardware. Não era nos telemóveis, mas era em<br />

equipamentos específicos. Os primeiros resultados da Ndrive<br />

começam aparecer em 2006, ano em que saltámos de<br />

facturar um milhão de euros para quatro milhões de euros.<br />

Em 2007, facturámos 11,5 milhões. Finalmente, fazemos<br />

os tais serviços que tentei fazer em 2001 mas que foi antes<br />

do tempo e depois estive demasiado distraído com o que<br />

podemos chamar “economia real”.<br />

VE: - Quanto prevêem facturar este ano?<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 em foco 31<br />

Eduardo Carqueja prevê vendas de 30 milhões de euros<br />

NDrive exporta 60% dos equipamentos<br />

GPS que produz em Portugal<br />

“Estou convencido que hoje o mapa em papel é um produto obsoleto face à tecnologia” – considera Eduardo<br />

Carqueja.<br />

EC - Este ano, temos no orçamento 30 milhões.<br />

VE - Esta tecnologia tem particularidades que a<br />

tornam menos acessível?<br />

EC - Há cerca de dez empresas como a Ndrive a nível<br />

mundial. Não porque o negócio não seja apetecível mas<br />

porque é uma indústria com uma tecnologia de muito difícil<br />

alcance. Pomos a funcionar em computadores mas são computadores<br />

muito fracos com uma velocidade equivalente à<br />

de há 15 anos atrás e têm pouca memória. Programar para<br />

aqui é uma ordem de grandeza diferente do que programar<br />

para um computador. Primeiro, estamos numa plataforma<br />

mais limitada. Um programa de navegação é uma junção de<br />

dois programas: um programa de desenho e um de base de<br />

dados. Não há base de dados Oracle<br />

Um programa de<br />

navegação<br />

é uma junção<br />

de dois programas:<br />

um programa<br />

de desenho e um<br />

de base de dados<br />

para aqui, para este sistema em telemóveis.<br />

As bases de dados Oracle existem<br />

para grandes computadores.<br />

VE - As exigências são consideráveis?<br />

EC - A base de dados de ruas da Península<br />

Ibérica representa 40 milhões<br />

de ruas. Cada rua tem em média 10<br />

pontinhos, ou seja, a rua é uma junção<br />

de pontinhos. Cada pontinho é uma<br />

coordenada no mundo. O que significa<br />

que a nível da Península Ibérica<br />

temos uma base de dados de 400 milhões de coordenadas<br />

e quando eu aqui procuro uma rua em Madrid eu estou à<br />

espera que seja instantâneo. Portanto, eu tenho que fazer<br />

uma base de dados com uma potência atroz, que indexa<br />

milhões de coisas. A Alemanha tem 90 milhões de ruas. A<br />

Europa tem 2,5 mil milhões. São bases de dados gigantescas<br />

que de uma forma instantânea num processador altamente<br />

limitado encontram o que se procura. Os programadores<br />

que saem das faculdades aprendem a usar bases de dados,<br />

não aprendem a fazer motores de bases de dados. Esses<br />

programadores aprendem a usar rotinas de desenhos, não<br />

aprendem a fazê-las. Nós estamos numa hierarquia abaixo<br />

em termos de tecnologia. As pessoas que temos a fazer isto<br />

são pessoas que sabem como se faz o Photoshop. Existe,<br />

A NDrive Navigation Systems, em acordo com os CTT<br />

e a Via Verde, disponibiliza primeiro GPS com alcoolímetro.<br />

O NDrive G400 disponibiliza informações sobre<br />

vários pontos de interesse, assim como um sistema de<br />

aviso de radares. Mas a grande novidade do equipamento<br />

é a incorporação de um alcoolímetro. O novo<br />

GPS possui ainda várias funcionalidades multimédia,<br />

como a possibilidade de ouvir música, ver vídeos e fotografias.<br />

Segundo o comunicado de imprensa, a Via Verde já<br />

está a comercializar o equipamento através de uma<br />

campanha que disponibiliza aquele GPS aos novos<br />

aderentes por 119 euros e aos seus actuais clientes<br />

por 109 euros. Por outro lado, os CTT disponibilizam<br />

As vendas da NDrive estão a subir em vários mercados com o<br />

aumento da procura de equipamentos GPS.<br />

Existem em todo o mundo apenas 10 empresas que produzem<br />

software e equipamentos de localização e a NDrive é uma delas.<br />

Criada e dirigida por Eduardo Carqueja, a NDrive é um dos<br />

melhores projectos portugueses na área das novas tecnologias,<br />

disponibilizando os equipamentos GPS que se encontram à venda<br />

nas principais cadeias de <strong>distribuição</strong>.<br />

Para já, o mercado português ainda tem um peso importante na<br />

utilização dos GPS da NDrive, mas as exportações já representam<br />

60% das vendas totais. “Levámos dois anos de software e um ano<br />

de hardware” – afirma Eduardo Carqueja, em entrevista à “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>”. No ano passado, a NDrive produziu 120 aparelhos.<br />

Em 2008, das linhas de produção da NDrive deverão sair 400 mil<br />

equipamentos GPS.<br />

de facto um número de empresas limitado que dominam<br />

este tipo de tecnologia por este grau de dificuldades. Com o<br />

tempo há-de ser mais fácil.<br />

VE - A presença neste mercado obriga a fazer investimentos<br />

elevados?<br />

EC - Sim e temos recursos muito escassos. Quando se<br />

fala em exportar e ter pessoas em diferentes países existe um<br />

investimento que não está previsto. Vendemos parte da InfoPortugal<br />

à Impresa para capitalizar a actividade e investir<br />

na expansão da Ndrive. A Nokia hoje está a comprovar o<br />

que eu pensava em 2000, que isto ia ser um tema que progressivamente<br />

se ia integrar nos telefones e que ia ser crítico<br />

para a área dos telefones. A Nokia comprou uma empresa<br />

de programação e de dados. Portanto, é obvio que a Nokia<br />

acha que esta é uma área crítica para os terminais. Em 2007,<br />

contrátamos uma equipa de hardware e começámos a inventar<br />

nessa área. Contrátamos pessoas na China para começar<br />

a produzir e controlar a qualidade. Começámos em Maio de<br />

2007 a lançar os nossos primeiros terminais de navegação<br />

com Ndrive. De alguma forma, levámos dois anos de software<br />

e um ano de hardware.<br />

VE - As margens praticadas são elevadas?<br />

EC - A margens são pequenas. A margem do hardware é<br />

sempre relativamente baixa, embora não tão baixa como nos<br />

computadores pessoais. O produto incorpora o desenvolvimento<br />

do software que é nosso. Contudo, se fosse software<br />

puro a margem era de 99%. Precisamos de uma dose de investimento<br />

fora do vulgar e não vamos ter benefício tão cedo.<br />

Quando metemos hardware, há ali um custo variável que<br />

é significativo, que é o custo industrial do próprio aparelho.<br />

Quando se está a tentar internacionalizar, é obvio que isso<br />

é um investimento significativo. Isso há-de ter retorno, mas<br />

não é imediato. Nós estamos numa fase de grande investimento<br />

e de um desfasamento entre o investimento que<br />

estamos a fazer agora e o retorno que se traduz em margens<br />

baixas por agora. Ainda não atingimos a escala de um modelo<br />

internacional muito grande. Vendemos o ano passado<br />

120 mil aparelhos. Neste momento, queremos vender 400<br />

mil.<br />

Primeiro GPS do mercado com alcoolímetro<br />

(ContinuA nA PáginA 32)<br />

o NDrive G400 através da sua rede de lojas, e futuramente<br />

irão incluir os seus conteúdos neste GPS.<br />

“O acordo com a Via Verde e os CTT, demonstra em<br />

primeiro lugar a capacidade inegável das tecnologias<br />

portuguesas em conceberem, desenvolverem e comercializarem<br />

produtos inovadores, que, neste caso, contribuem<br />

de forma inegável para o aumento da segurança<br />

rodoviária e do civismo de quem conduz. Estamos<br />

particularmente satisfeitos com esta dupla parceria,<br />

que pretendemos reforçar com projectos futuros, nomeadamente,<br />

e com os CTT iremos já avançar para a<br />

disponibilização dos seus conteúdos nos nossos produtos”,<br />

afirma João Neto, presidente da NDrive Navigation<br />

Systems.


32<br />

eM foCo<br />

CASE STUDY<br />

A Situação<br />

Com o sector público cada vez mais exigente, as autoridades locais do Concelho<br />

de Surrey estão a tentar utilizar a gestão do desempenho para melhorar a qualidade<br />

da prestação de serviços aos cidadãos. O Concelho tem de equilibrar as necessidades<br />

locais e governamentais e melhorar: 1) o foco no cidadão, criando valor e, consequentemente,<br />

rentabilizando os serviços prestados; 2) a relação com os parceiros;<br />

3) o fluxo de informação; 4) a apetência para o aperfeiçoamento contínuo.<br />

Os planos de desempenho anteriores eram muito burocráticos e tinham pouca<br />

adesão por parte dos colaboradores. Era necessário simplificar a forma de alcançar<br />

melhorias no desempenho, de modo a apoiar uma reorganização estrutural nos serviços<br />

do Concelho que tinham por objectivo alcançar uma poupança de 34 milhões<br />

de libras esterlinas a partir deste ano.<br />

A Solução<br />

O Concelho de Surrey tinha de trabalhar com uma organização que, por um lado,<br />

compreendesse o conceito de gestão do desempenho e, por outro, conseguisse implementar<br />

os mesmos de acordo com as limitações financeiras e culturais do governo<br />

local. Com uma experiência comprovada no sector público, a Capgemini foi<br />

contratada para desenhar e implementar uma nova matriz de gestão de desempenho<br />

para o Concelho de Surrey.<br />

O Resultado<br />

A nova matriz tinha por base três requisitos: simplicidade, flexibilidade e atractividade,<br />

permitindo:<br />

• Uma abordagem fácil de compreender e utilizar;<br />

• Uma flexibilidade e facilidade de adaptação a alterações das circunstâncias ou<br />

dos utilizadores;<br />

• Um novo processo de planeamento que conseguiu rapidamente envolver as pessoas.<br />

Esta abordagem reconhece que os enquadramentos, os processos e os sistemas<br />

não têm qualquer significado se as pessoas não se encontrarem envolvidas ou motivadas<br />

a agir. A matriz conduziu o Concelho a definir um programa de melhoria<br />

contínua de gestão do desempenho.<br />

Como o Concelho de Surrey e a Capgemini trabalharam juntos<br />

Os consultores da Capgemini, ao trabalharem em conjunto com os membros da<br />

(continuação da página 31)<br />

VE - Quais são os principais mercados?<br />

EC - Os mercados exteriores já são 60%<br />

das nossas vendas. Obviamente que o principal<br />

mercado ainda é Portugal, que continuará<br />

a ser um mercado importante. No<br />

entanto, estamos a aumentar as vendas para<br />

mercados com maior potencial, como Espanha,<br />

Brasil e França. Também vamos começar<br />

a vender para Marrocos.<br />

VE - Voltaram à ideia inicial de fornecer<br />

software às operadoras de telemóveis?<br />

EC - Sim. Os operadores começam a estar<br />

finalmente interessados neste assunto. Mas<br />

não estavam, porque o hardware finalmente<br />

tem tecnologicamente a evolução e a maturidade<br />

para fazer disto uma coisa real e que<br />

funciona bem. Isto é muito parecido com a<br />

música, ou seja, existem pessoas que têm a<br />

música integrada nos seus automóveis, nos<br />

seus telefones e outras que compram aparelhos,<br />

como MP3.<br />

Na minha perspectiva, vão existir pessoas<br />

que têm um sistema de navegação ou algo<br />

mais abrangente do que isso nos seus telefones.<br />

De vez em quando, vão comprar mapas<br />

que é o mesmo que comprar músicas. Há<br />

200 países, logo há 200 potenciais mapas.<br />

VE - Os mapas em papel vão continuar<br />

a existir?<br />

EC - Esses deverão mesmo desaparecer<br />

nos próximos anos, porque na verdade não<br />

trazem nenhum valor adicional. Talvez o ser<br />

mais barato. Mas agora compro um software<br />

de navegação de Portugal por cinquenta euros,<br />

sendo que aqui tenho tudo em detalhe<br />

e tenho críticas, fotos, vídeos de restauran-<br />

Melhoria do deseMpenho no ConCelho de surrey<br />

CoM a nova Matriz de Gestão do deseMpenho<br />

Eduardo Carqueja prevê vendas de 30 milhões de euros<br />

NDrive exporta 60% dos equipamentos<br />

GPS que produz em Portugal<br />

tes, coisas que jamais teria num mapa em<br />

papel. Estou convencido que hoje o mapa<br />

em papel é um produto obsoleto face à tecnologia.<br />

VE - A utilização do GPS vai continuar<br />

a ser gratuita, pagando o utilizador a<br />

compra do mapa e o aparelho?<br />

EC - Sim. O GPS é um sistema de satélites<br />

que foi colocado no ar pelos americanos<br />

para fins militares. Hoje, há um segundo<br />

sistema que está a ser colocado no ar, que<br />

se chama Galileu, e nasce para fins civis.<br />

Actualmente, existe um monopólio do sistema<br />

de satélites, no futuro acho que vão<br />

existir vários. Esta tecnologia ainda está na<br />

infância. O sistema Galileu vai tornar tudo<br />

mais perfeito do que o sistema actual. Os<br />

próprios americanos vão ter de fazer um<br />

upgrade significativo quando o Galileu for<br />

para o ar.<br />

VE - Se o serviço não é pago, como<br />

é que esse investimento vai ser financiado?<br />

EC - Com fundos da União Europeia.<br />

O sistema Galileu é um sistema híbrido<br />

porque vão ser vendidos serviços a empresas.<br />

No caso do GPS, os EUA acham bem<br />

dispensar esse serviço gratuitamente para o<br />

mundo inteiro. Já há muitas empresas a depender<br />

deste serviço.<br />

VE - Qual foi o factor principal que<br />

levou a que a empresa passasse do<br />

sonho à realidade, sendo um projecto<br />

difícil?<br />

EC - Não há fórmulas. Casualmente, estudei<br />

este assunto em 2000 e coloquei-o no<br />

sítio certo. Mas apenas estamos no início do<br />

trajecto. Das tais 10 empresas do Mundo<br />

que se estão neste sector de actividade, ainda<br />

somos a mais pequena.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

equipa de Planeamento e Performance do Concelho de Surrey, rapidamente se aperceberam<br />

da necessidade estratégica destes de passar a gerir o desempenho, em vez<br />

da sua simples monitorização. A equipa identificou alguns dos desafios que o novo<br />

processo de gestão do desempenho teria de ultrapassar, tais como:<br />

• A falta de consistência na gestão do desempenho efectuada no Concelho;<br />

• A complexidade dos relatórios de reporting;<br />

• A incapacidade de utilizar as informações para a criação de melhorias;<br />

• A ausência de uma estreita ligação entre as prioridades do Concelho (nacionais<br />

e locais) e os objectivos individuais de desempenho dos colaboradores.<br />

A Gestão do Desempenho teve de ser rapidamente submetida a uma mudança<br />

no Concelho. Os prazos tornaram-se críticos e a Capgemini tinha de cumpri-los. A<br />

revisão dos actuais sistemas de apoio à gestão do desempenho foi concluída com<br />

recomendações sobre como avançar com as melhorias.<br />

O sistema anterior de Gestão do Desempenho era demasiado complexo. Com foco<br />

na simplicidade e ao assegurar que as pessoas envolvidas compreendiam a nova<br />

abordagem, não apenas o modo de funcionamento mas também a razão pela qual<br />

esta era necessária, a Capgemini conseguiu uma grande aderência junto dos colaboradores<br />

do Concelho de Surrey.<br />

A nova cultura de Gestão do Desempenho no Concelho de Surrey é fundamental<br />

para uma melhoria sustentada dos serviços criando um benefício fundamental para<br />

o negócio. O Concelho tem efectuado várias comunicações, claras e concisas, sobre<br />

os benefícios desta nova ferramenta de modo a facilitar a adopção da mesma junto<br />

dos seus colaboradores.<br />

É importante salientar que as prioridades organizacionais estão definidas e a matriz<br />

de avaliação encontra-se em funcionamento, de modo a alinhar os objectivos da<br />

organização com os objectivos individuais de avaliação do desempenho. O Reporting<br />

garante que as informações relevantes de suporte para a compreensão da avaliação<br />

do desempenho se encontram disponíveis e a serem utilizadas no processo de decisão.<br />

A matriz de performance já faz parte da cultura do Concelho<br />

do Condado de Surrey. “As pessoas perceberam, compraram e<br />

utilizam o novo sistema”, afirma Liz Lawrence, Head of Planning<br />

and Service Development do Concelho de Surrey. “A Gestão do<br />

Desempenho está, agora, subjacente ao modo de funcionamento<br />

deste Concelho.”<br />

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No caso dos usados,<br />

a valorização média<br />

anual em Maio<br />

foi de 1,8%<br />

De acordo com o ICI<br />

No final de 2007, de acordo<br />

com as estatísticas Imométrica/<br />

LardoceLar.com, o stock final<br />

de oferta de habitação ascendia<br />

a 18,9 mil, um volume de oferta<br />

correspondente a 6% do parque<br />

habitacional da região, que nos<br />

últimos Censos (2001) se estima-<br />

Lisbon Prime index<br />

va rondar os 325 mil fogos. Os<br />

mesmos dados revelam que os<br />

concelhos de Albufeira, Olhão e<br />

Portimão são aqueles onde a taxa<br />

de oferta apresenta valores mais<br />

elevados, traduzindo um maior<br />

volume de oferta de alojamentos<br />

face ao parque habitacional<br />

Imobiliário<br />

existente. Albufeira lidera a lista,<br />

com uma taxa de oferta de 10%.<br />

Olhão, Portimão e Faro estão<br />

também acima da média do mercado<br />

(6%), enquanto os restantes<br />

concelhos registam taxas de oferta<br />

abaixo desse valor.<br />

Ritmo de valorização<br />

do mercado residencial<br />

continuou a acelerar em<br />

Maio<br />

O ritmo de valorização do mercado<br />

residencial continuou a acelerar<br />

em Maio, registando uma<br />

variação mensal de 0,4% e uma<br />

taxa de valorização média anual<br />

(que compara a variação média<br />

do índice nos últimos 12 meses<br />

face aos 12 meses anteriores) de<br />

2,1%, esta última traduzindo um<br />

aumento de 0,3 pontos percentuais<br />

face ao valor registado em<br />

Abril.<br />

Especialmente importante por<br />

coincidir com um período de<br />

incerteza e instabilidade macro-<br />

Semestre encerra com grandes negócios<br />

O Lisbon Prime Index vai fechar o primeiro semestre<br />

com um valor de absorção total a rondar os cem mil m2,<br />

um número expressivo no meio do ano e que vem dar nova<br />

vitalidade ao mercado de escritórios de Lisboa. Para este<br />

grande volume de área arrendada, o mês de Junho é fundamental,<br />

com muitos negócios de edifícios completos e com<br />

grandes ocupações de edifícios parciais dentro de Lisboa.<br />

O maior negócio registado em Junho é o registo de uma<br />

transacção na Avenida José Malhoa, com uma área disponível<br />

de escritórios de cerca de 12.800 m2. Este negócio<br />

passa a ser o segundo maior, em termos de área colocada,<br />

dos últimos dois anos só ultrapassado pela colocação da<br />

Proibida<br />

a reprodução<br />

do<br />

LISBON<br />

PRIME INDEX<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 33<br />

Petrogal nas Torres de Lisboa.<br />

Com menos área mas com a colocação total dos edifícios,<br />

ficam também registados em Junho a instalação do<br />

Barclays Bank no edifício Palmela, em cerca de 5300 m2,<br />

para a centralização e instalação da nova sede em Portugal<br />

e a colocação da Sony Portugal em 2000 m2 do edifício<br />

Rock One no Parque das Nações, transferindo de instalações<br />

dentro da mesma zona mas para um novo espaço.<br />

Com ocupações parciais de edifícios fica o registo da instalação<br />

de uma empresa de multimédia no edifício América,<br />

em cerca de 8300 m2, e de uma instituição pública em<br />

4000 m2, da Torre A no Edifício Adamastor.<br />

económica, esta performance<br />

revela uma evidente recuperação<br />

do ICI, também visível na taxa<br />

de variação homóloga (apurada<br />

pelo confronto do ICI no mês de<br />

Maio face a Maio do ano anterior),<br />

que ascendeu a 4,2%. Esta<br />

taxa duplicou nos últimos quatro<br />

meses, um registo que, a<br />

manter-se, permitirá antever<br />

taxas de valorização<br />

anuais acima dos 3% em<br />

2008.<br />

O segmento de habitação<br />

nova é o principal<br />

motor para esta<br />

performance, ainda que<br />

os fogos usados tenham<br />

igualmente registado um<br />

comportamento melhorado.<br />

Verifica-se um aumento do<br />

prémio nos valores praticados<br />

nos fogos novos face aos usados,<br />

que num ano passou de 13%<br />

para 17% e que foi especialmente<br />

sentido na Área Metropolitana<br />

do Porto. De acordo com o Índi-<br />

O ritmo de valorização<br />

do mercado residencial<br />

continuou a acelerar<br />

em Maio<br />

Valorização da habitação no Algarve<br />

beneficia do arrefecimento em Espanha<br />

De acordo com o Índice Confidencial Imobiliário<br />

(ICI), uma medida da valorização da habitação, o<br />

mercado habitacional algarvio dá sinais de poder<br />

ser beneficiado com o arrefecimento sentido em<br />

Espanha, sendo uma das regiões nacionais que<br />

mais têm acentuado o seu ritmo de valorização<br />

nos últimos meses. Em Maio, a habitação no<br />

Algarve valorizou 4,4% em termos médios anuais,<br />

superando zonas de maior valor como as áreas<br />

metropolitanas de Lisboa e do Porto. O segmento<br />

dos fogos novos foi o que registou um maior ritmo<br />

de valorização, passando para terrenos positivos,<br />

depois de uma taxa de valorização média anual de<br />

-3,3% em Janeiro deste ano.<br />

Tel.: (+351) 218 912 416<br />

www.chamartinimobiliaria.com<br />

Residencial · Escritórios ·<br />

ce Confidencial Imobiliário, estes<br />

dados traduzem uma realidade segundo<br />

a qual a construção nova,<br />

que tem vindo a reduzir-se, esta<br />

aa orientar-se fundamentalmente<br />

para a gama alta do mercado.<br />

Todo este enquadramento explica<br />

a razão pela qual o merca-<br />

do de novos registou, em Maio,<br />

uma taxa de valorização média<br />

anual de 2,3%, devendo subir de<br />

forma rápida, mercê de uma taxa<br />

homóloga que atinge já os 5,4%.<br />

No caso dos usados, a valorização<br />

média anual em Maio foi de<br />

1,8%.<br />

SHOPPING


34<br />

imobiliário<br />

Prazo médio de recebimento é agora de 7,2 meses<br />

Autarquias pagam obras<br />

cada vez mais tarde<br />

O Inquérito Semestral da Primavera<br />

de 2008 aos Prazos de<br />

Recebimento das Empresas de<br />

Obras Públicas, elaborado pela<br />

Federação Portuguesa da Indústria<br />

de Construção e Obras<br />

Públicas (FEPICOP), revela<br />

que a maioria das autarquias e<br />

empresas municipais continua a<br />

pagar as suas facturas com atraso<br />

excessivo e que houve mesmo<br />

um aumento do prazo médio de<br />

recebimento, que é agora de 7,2<br />

meses (216 dias), quando o prazo<br />

legal é de dois meses.<br />

De acordo com os dados<br />

apurados, 52 autarquias (36%)<br />

cumprem os seus compromissos<br />

financeiros num prazo inferior<br />

a três meses. As câmaras<br />

de Aguiar da Beira, Amarante,<br />

Arouca, Constância, Murtosa,<br />

Penedono, Ponte de Lima, São<br />

Brás de Alportel, Vila Flor e Vinhais<br />

são aquelas que apresentam<br />

o melhor prazo médio de<br />

pagamento para com as empresas<br />

de construção.<br />

No grupo dos maiores incumpridores,<br />

os que liquidam as suas<br />

dívidas a mais de um ano, constituído<br />

por 16 municípios (11%<br />

do total apurado), incluem-se<br />

uma dezena que pagam em média<br />

a mais de 15 meses: Alfândega<br />

da Fé, Aveiro, Figueira da<br />

Foz, Guarda, Lisboa, Oliveira de<br />

Azeméis, Santarém, São Pedro<br />

do Sul, Tabuaço e Torres Novas.<br />

A Federação da Construção<br />

recorda que o sector que nos últimos<br />

seis anos sofreu quedas na<br />

Dado que a política do emparcelamento<br />

rural há muito é preconizada<br />

em Portugal, como meio<br />

de tornar rentáveis as explorações<br />

agrícolas, não obstante o tempo<br />

entretanto decorrido, a legislação<br />

não foi alterada significativamente<br />

em relação ao já publicado no<br />

artigo que o leitor refere, manifestando<br />

excelente memória.<br />

De acordo com o disposto na<br />

lei, então e agora, a divisão de um<br />

prédio rústico, como agrícola, só<br />

é legalmente viável se da sua divisão<br />

não resultarem prédios com<br />

áreas inferiores à unidade de cultura.<br />

A determinação da referida unidade<br />

de cultura, para o território<br />

de Portugal continental, depende<br />

sua produção superiores a 23%,<br />

no actual contexto de subida das<br />

taxas de juro e de restrições no<br />

acesso ao crédito, é ainda sujeito<br />

a um conjunto de penalizações<br />

da localização, do tipo de terreno<br />

e das culturas do prédio em questão,<br />

nos termos que seguem (ver<br />

quadro ao lado).<br />

De referir que nas áreas da<br />

RAN (Reserva Agrícola Nacional)<br />

a unidade de cultura corresponde<br />

ao dobro dos valores fixados no<br />

quadro supra.<br />

Ora, como se pode verificar,<br />

ainda que não se trate de área<br />

inserida na RAN e o leitor classifique<br />

o terreno como sendo de<br />

regadio, o certo é que, para este<br />

tipo de terreno, ainda que considerássemos<br />

que o mesmo pudesse<br />

ser apenas hortícola, o que não<br />

será o caso se tivermos em atenção<br />

a referida pastagem, ainda assim,<br />

os 4960 m2 não permitiriam, no<br />

ao nível da tesouraria das suas<br />

empresas, das quais se destaca o<br />

regime claramente discriminatório<br />

da liquidação do IVA nos<br />

serviços de construção. Desta<br />

MARIA DOS ANJOS<br />

GUERRA<br />

Advogada<br />

“A divisão de um<br />

prédio rústico<br />

só é viável se da<br />

sua divisão não<br />

resultarem prédios<br />

com áreas inferiores<br />

à unidade de cultura.<br />

Ressalva-se a<br />

hipótese de o imóvel<br />

ser susceptível de<br />

loteamento”<br />

forma, as crescentes dívidas das<br />

autarquias às empresas de construção<br />

constituem um problema<br />

agravado e que urge ser solucionado.<br />

Fraccionamento de prédio rústico<br />

“Para efeitos de partilhas de um prédio rústico com cultura de<br />

regadio e pastagem onde há uma construção, destinada a apoio<br />

de actividades agrícolas (palheiro e alpendre), com uma área nas<br />

finanças de 4960 m2, poderá ser criado um novo artigo para<br />

metade da área?<br />

Penso que o prédio já teve dois artigos matriciais por pertencer a<br />

dois proprietários. O efeito é para construção. Há duas entradas<br />

independentes. O artigo actual ficaria com metade da área. Seriam<br />

dois artigos com a mesma área.<br />

Continuo a ler com muito prazer e atenção os seus artigos. Em 20<br />

de Dezembro 2001, a Drª. referiu-se a este assunto, mas fiquei<br />

agora com dúvidas.”<br />

pagamentos têm atrasos superior a 15 meses<br />

Regiões<br />

Norte do Tejo:<br />

Sul do Tejo:<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

rigor da lei, preencher, sequer, o<br />

meio hectare considerado como a<br />

menor das unidades mínimas de<br />

cultura, pelo que, em princípio, o<br />

prédio em questão, como rústico,<br />

não poderá ser dividido.<br />

Ressalva-se a hipótese de o imóvel<br />

ser susceptível de loteamento,<br />

caso seja considerado urbanizável<br />

pelo Plano Director Municipal<br />

do concelho da sua localização.<br />

Refere, contudo, o leitor que o<br />

prédio não está descrito na conservatória<br />

do registo predial e que<br />

já teve dois artigos matriciais,<br />

Legal & Imobiliário<br />

Unidades de cultura Hectares<br />

Terrenos de regadio<br />

Arvenses Hortícolas<br />

Viana do Castelo,Braga, Porto,<br />

Aveiro, Viseu, Coimbra e Leiria<br />

Vila Real, Bragança, Guarda e<br />

Castelo Branco<br />

Câmaras devem<br />

às empresas<br />

de construção 900<br />

milhões de euros<br />

O montante global da dívida das<br />

autarquias em atraso às empresas de<br />

construção está estimado em 900<br />

milhões de euros, ao que acresce<br />

um encargo anual, considerando<br />

a taxa de juro de mora prevista na<br />

lei, superior a 100 milhões de euros.<br />

Uma verba que, dada a posição de<br />

desigualdade das empresas face aos<br />

donos de obras públicas, aquelas se<br />

vêem, na maioria dos casos, impossibilitadas<br />

de cobrar.<br />

“A realidade que os inquéritos aos<br />

prazos de pagamento das autarquias<br />

vêm há muito revelando demonstra<br />

que é preciso fazer mais para alterar<br />

a relação do cliente Estado com<br />

os seus fornecedores do que aquilo<br />

que é avançado no programa ‘Pagar<br />

a Tempo e Horas’, lançado pelo Governo<br />

no início deste ano com o objectivo<br />

de ‘reduzir significativamente<br />

e de forma estrutural os prazos de<br />

pagamento a fornecedores de bens<br />

e serviços pelas entidades públicas’.<br />

De facto, com esse programa, o Governo<br />

definiu como meta de médio<br />

prazo por parte dos diferentes organismos<br />

do Estado e do sector público<br />

o pagamento aos fornecedores<br />

no espaço de 30 a 40 dias. Ora, o<br />

que se pode e deve exigir ao Estado<br />

é que cumpra as leis que elabora nos<br />

prazos aí estabelecidos. Tal significa<br />

“pagar a tempo e horas’ de imediato<br />

e não apenas a médio prazo, como<br />

foi anunciado”, refere a FEPICOP<br />

em comunicado.<br />

“É, pois, fundamental que o Estado,<br />

definitivamente, assuma a obrigação<br />

legal e ética de alterar as actuais<br />

práticas que têm um efeito prejudicial<br />

no tecido empresarial, afectando<br />

a competitividade das empresas e a<br />

economia do país”, conclui.<br />

Terrenos de sequeiro<br />

2 0,5 2<br />

2 0,5 3<br />

Lisboa e Santarém 2 0,5 4<br />

Portalegre, Évora, Beja e Setubal 2,5 0,5 7,5<br />

Faro 2,5 0,5 5<br />

pelo que só analisando casuisticamente<br />

o historial da matriz se poderia<br />

ponderar a viabilidade legal<br />

da hipótese de considerar a existência<br />

de dois prédios e não um<br />

só resultante de emparcelamento<br />

que, tudo o indica, terá entretanto<br />

ocorrido.


António Gomes, director ibérico da JohnsonDiversey, considera<br />

“Sector de higiene e limpeza<br />

tem passado diversas transformações”<br />

Há mais de 40 anos em Portugal, a<br />

JohnsonDiversey é líder europeia em<br />

sistemas de higiene para o sector do<br />

turismo, restauração, retalho, indústria<br />

alimentar e empresas de limpeza. Segundo<br />

António Gomes, director ibérico da<br />

empresa, o sector de higiene e limpeza<br />

tem sofrido, ao longo dos anos, diversas<br />

alterações.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> –<br />

Como caracteriza o sector<br />

da limpeza e higiene<br />

profissional em Portugal,<br />

em comparação com Espanha?<br />

António Gomes – A<br />

principal diferença está no<br />

número de empresas a operar<br />

no sector, o que tem<br />

uma lógica fundamentada<br />

na diferença de dimensão<br />

dos dois mercados. Existe<br />

uma diferenciação positiva<br />

de Portugal, em relação<br />

à esmagadora maioria dos<br />

países europeus e não apenas<br />

Espanha, que tem origem<br />

neste século XXI e na<br />

subida drástica dos padrões<br />

de segurança alimentar e de<br />

higiene em geral dos mercados<br />

onde operamos.<br />

VE – Como vê a fiscalização<br />

da ASAE nos últimos<br />

tempos?<br />

AG – A JohnsonDiversey<br />

está em Portugal há mais<br />

de 40 anos, consequentemente,<br />

viu o sector de higiene<br />

e limpeza passar por<br />

diversas transformações. O<br />

aparecimento de uma entidade<br />

fiscalizadora bastante<br />

activa, como é a ASAE, é<br />

obvio que causou impacto<br />

no sector e contribui para<br />

o profissionalismo cumpridor<br />

de muitas instituições.<br />

VE – Que evolução tem<br />

tido a empresa em Portugal?<br />

AG – A JohnsonDiversey<br />

existe desde 2002, mas<br />

as empresas que lhe deram<br />

origem (Johnson Wax Professional,<br />

Diversey e Lever<br />

industrial) estão no mercado<br />

de higiene e limpeza<br />

profissional desde os inícios<br />

dos anos 60. A nossa<br />

evolução tem sido positivamente<br />

afectada pela duas<br />

fusões por que passámos.<br />

Conseguimos articular<br />

um conjunto de produtos<br />

e serviços, prestados por<br />

uma equipa de excelência,<br />

o que nos guindou a uma<br />

liderança incontestada do<br />

mercado em Portugal.<br />

VE – Qual a estratégia<br />

para os próximos anos?<br />

AG – Desde sempre assumimos<br />

que a liderança<br />

não é um objectivo mas<br />

sim uma consequência de<br />

uma boa estratégia, correctamente<br />

implementada. Temos<br />

procurado diferenciarnos<br />

nos vários níveis em<br />

que a empresa se posiciona.<br />

No plano operacional, por<br />

via das melhores soluções<br />

disponíveis no mercado,<br />

concretizadas através dos<br />

profissionais mais bem preparados.<br />

No plano institucional,<br />

prosseguindo uma<br />

política de estar sempre<br />

na dianteira das iniciativas<br />

que nos coloquem como<br />

uma referência, não apenas<br />

na nossa indústria como ao<br />

nível do tecido empresarial<br />

português.<br />

VE – Qual o volume de<br />

negócios em 2007?<br />

AG – A JD Portugal teve<br />

uma facturação em 2007<br />

que rondou os 40 milhões<br />

de euros e esperamos em<br />

2008 crescer acima da média<br />

da economia nacional.<br />

VE – Que produtos oferece<br />

a empresa?<br />

AG – A companhia oferece<br />

produtos, utensílios e<br />

equipamentos de limpeza,<br />

acções de formação e serviços<br />

de consultoria, ade-<br />

quando-se às necessidades<br />

de trabalho de cada um dos<br />

seus clientes nas áreas de<br />

hotelaria, restauração, empresas<br />

de limpeza, “retail”,<br />

hospitais e residências, alimentação<br />

e bebidas.<br />

A JohnsonDiversey disponibiliza<br />

produtos específicos<br />

para cada área de<br />

actuação.<br />

VE – Têm desenvolvido<br />

várias acções de sustentabilidade<br />

avançada na<br />

limpeza industrial. Há<br />

uma grande preocupação<br />

com o meio ambiente?<br />

AG – A sustentabilidade<br />

ambiental está no código<br />

genético da JD. Desde<br />

sempre procurámos que,<br />

no relacionamento com<br />

os nossos clientes, esteja<br />

presente a preocupação da<br />

minimização do impacto<br />

ambiental das soluções<br />

que lhes proporcionamos.<br />

Visamos um trabalho conjunto<br />

que optimize a utilização<br />

dos produtos, por<br />

via de sistemas de doseamento<br />

e a formação dos<br />

utilizadores.<br />

Desenhamos métodos de<br />

trabalho e ciclos de lavagem<br />

que reduzem o consumo de<br />

energia e água, prosseguindo<br />

o objectivo duplo de redução<br />

do impacto ambiental<br />

e incremento dos níveis<br />

de produtividade.<br />

VE – Para além de produtos<br />

de limpeza, a companhia<br />

desenvolve também<br />

acções de formação<br />

e serviços de consultoria.<br />

Qual destes serviços tem<br />

um maior peso na JohnsonDiversey?<br />

AG – O negócio de consultadoria<br />

e formação da<br />

JD tem várias medidas em<br />

conformidade com o posicionamento<br />

que lhe seja<br />

atribuído. O peso percentual<br />

de volume não é significativo,<br />

dado que ainda<br />

representa apenas, apesar<br />

do seu crescimento exponencial,<br />

2% do total de negócios<br />

em Portugal.<br />

A sua maior relevância<br />

vem, por agora, da notoriedade<br />

e factor de alavancagem<br />

da JohnsonDiversey<br />

no mercado como uma empresa<br />

com know-how diferenciado<br />

e com capacidade<br />

de servir os seus clientes<br />

nos aspectos mais complexos<br />

das suas necessidades.<br />

Não temos dúvidas de<br />

que esta é uma área a investir,<br />

desenvolvendo o portefólio<br />

de serviços que proporcionamos,<br />

tanto por via<br />

orgânica como por via de<br />

parcerias estratégicas que<br />

nos posicionam como parceiro<br />

com soluções integradas<br />

para os nossos clientes.<br />

PATríCiA FlorES<br />

patriciaflores@vidaeconomica.pt<br />

Registo predial tem novas medidas de simplificação<br />

O Governo aprovou um<br />

conjunto de medidas de<br />

simplificação, desmaterialização<br />

e desformalização<br />

de actos e processos na<br />

área do registo predial. As<br />

medidas em causa estão<br />

integradas no programa<br />

Simplex e são da responsabilidade<br />

do Ministério<br />

da Justiça.<br />

Destaque para a prestação<br />

de serviços em regime<br />

de “balcão único”, relativamente<br />

a actos sobre imóveis,<br />

por advogados, câma-<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 empresas 35<br />

ras de comércio e indústria,<br />

notários e solicitadores,<br />

a simplificação de actos e<br />

processos e a eliminação<br />

de formalidades desnecessárias,<br />

a criação de novos<br />

serviços “online” e a fixação<br />

de preços mais claros<br />

e transparentes. Uma das<br />

principais alterações tem a<br />

ver com as normas que regulam<br />

o pedido de registo<br />

predial. Estabelece-se que<br />

as entidades habilitadas a<br />

praticarem actos relativos<br />

a imóveis por escritura pú-<br />

blica ou documento particular<br />

autenticado passam a<br />

ter de promover o registo<br />

predial, no prazo legalmente<br />

fixado.<br />

Foi ainda alterado o regime<br />

de suprimento, rectificação<br />

e reconstituição do<br />

registo. Assim, a publicação<br />

de notificações editais<br />

nos âmbito dos processos<br />

de justificação e de rectificação<br />

e as publicações<br />

das decisões do processo<br />

de justificação são efectuadas<br />

em sítio da internet<br />

de acesso público. O Executivo<br />

reafirma que estas<br />

medidas, como outras já<br />

aprovadas, não representam<br />

um exercício isolado<br />

de simplificação no sector<br />

da Justiça. “Fazem parte<br />

de um vasto conjunto de<br />

medidas em vigor, que incluem<br />

a criação de serviços<br />

de balcão único, a eliminação<br />

de formalidades<br />

e a simplificação de procedimentos<br />

e a disponibilização<br />

de novos serviços<br />

através da internet”.<br />

4Best espera duplicar facturação<br />

A 4Best, empresa de web,<br />

design, marketing e media,<br />

obteve, no primeiro<br />

semestre, um crescimento<br />

de 70%, face a igual período<br />

do ano passado. O<br />

objectivo é duplicar a facturação<br />

no final do exercício.<br />

A empresa detida pelo gru-<br />

A Cork Supply inaugurou<br />

uma nova fábrica<br />

de produção de rolhas<br />

de cortiça naturais em<br />

Santa Maria da Feira. O<br />

investimento ascendeu<br />

a dez milhões de euros<br />

e inclui a modernização<br />

de outras unidades.<br />

Esta unidade substitui uma<br />

outra desactivada, devendo<br />

atingir a exportação da sua<br />

capacidade de 700 milhões<br />

de rolhas anuais num período<br />

de cinco anos. O grupo<br />

po OneBiz assenta as perspectivas<br />

tão ambiciosas<br />

na maior aposta em novos<br />

segmentos de mercado e<br />

na entrada em novas áreas<br />

de actividade, a par do<br />

lançamento de novos projectos.<br />

Implica ainda ampliar<br />

ainda mais a carteira<br />

de clientes.<br />

Bes e iBm assinam novo contrato<br />

de outsourcing<br />

O BES e a IBM assinaram<br />

um contrato de prestação<br />

de serviços de outsourcing.<br />

O valor é de 93 milhões<br />

de euros, sendo que<br />

a IBM passa a gerir a totalidade<br />

das infra-estruturas<br />

dos servidores da entidade<br />

bancária em Portugal.<br />

O acordo insere-se no pla-<br />

no estratégico do BES<br />

para a área de sistemas de<br />

informação, que visa melhorar<br />

a eficiência das TI,<br />

bem como optimizar processos<br />

de gestão, melhorar<br />

a qualidade do serviço<br />

e assegurar a permanente<br />

inovação de produtos e<br />

processos.<br />

Cork Supply investe<br />

dez milhões em nova fábrica<br />

A Kelly Services, empresa<br />

norte-americana de trabalho<br />

temporário, vai entrar<br />

no mercado nacional, através<br />

da aquisição da holandesa<br />

Randstad. O processo<br />

surge na sequência da compra<br />

do grupo Vedior por<br />

parte da Ranstad. Um negócio<br />

que resultou na criação<br />

da segunda maior em-<br />

prevê uma facturação de 80<br />

milhões de euros no presente<br />

exercício. Actualmente,<br />

a Cork posiciona-se como<br />

a maior empresa nacional<br />

exportadora de rolhas naturais.<br />

Norte-americana Kelly Services<br />

entra no mercado português<br />

A AESE - Escola de Direcção<br />

e Negócios, vai lançar<br />

uma nova edição do PDE<br />

- Programa de Direcção de<br />

Empresas -, destinado a directores<br />

departamentais,<br />

chefes de projecto e outros<br />

cargos directivos. Trata-se<br />

de um programa de formação<br />

que potencia a capacidade<br />

de gestão na área de cada<br />

participante e aperfeiçoa as<br />

suas aptidões directivas, adequando-as<br />

aos objectivos e<br />

políticas gerais da empresa.<br />

O PDE propõe-se alcan-<br />

presa mundial desta área de<br />

actividade, depois da suíça<br />

Adecco. O novo grupo vai<br />

gerar receitas anuais consolidadas<br />

na ordem dos 17<br />

mil milhões de euros. No<br />

caso português, a transacção<br />

contou com a assessoria<br />

jurídica da sociedade de<br />

advogados Garrigues Portugal.<br />

AESE lança nova edição<br />

do Programa de Direcção de Empresas<br />

A Associação PME-Portugal<br />

desmentiu esta semana,<br />

usando a prerrogativa<br />

do direito de resposta,<br />

uma notícia difundida pela<br />

agência Lusa a 18 de Julho.<br />

A associação, liderada por<br />

Joaquim Cunha, refere que<br />

“é verdade que o Mistério<br />

do Trabalho deve milhares<br />

de euros à Associação<br />

PME-Portugal”, mas afirma<br />

que “não é verdade,<br />

como escreve a agência<br />

Lusa, que o Presidente da<br />

çar objectivos como desenvolver<br />

e actualizar as capacidades<br />

directivas pessoais,<br />

encarando, de diferentes<br />

perspectivas, a sua actividade<br />

de dirigente, actualizar os<br />

conhecimentos práticos nas<br />

diversas áreas de direcção<br />

de empresas e, potenciar a<br />

sua capacidade de iniciativa<br />

e de empreendedorismo,<br />

quer na sua própria carreira<br />

pessoal quer nas organizações<br />

que dirige. A próxima<br />

edição do PDE tem início a<br />

17 de Setembro.<br />

PME-Portugal desmente fonte<br />

do Ministério do Trabalho<br />

Associação e a Associação<br />

PME-Portugal estejam inibidos<br />

de receber fundos comunitários<br />

ou de qualquer<br />

outro direito”.<br />

A associação PME-Portugal,<br />

“lamenta” ainda que o<br />

“Ministério do Trabalho, na<br />

pessoa do seu Ministro, permita<br />

que sejam fontes ligadas<br />

ao Ministério do Trabalho a<br />

ter reacções públicas à acção<br />

que a Associação PME-Portugal<br />

interpôs contra o Estado<br />

português”.


36<br />

edp renováveis:<br />

-12%<br />

desde<br />

4 de Junho<br />

BCp:<br />

-58%<br />

desde<br />

o início do ano<br />

Mercados<br />

Joaquim Afonso, administrador da Finibanco<strong>Vida</strong>, afirma<br />

Seguros vida risco<br />

são oportunidade de negócio<br />

A evolução das receitas dos seguros vida - cujo<br />

crescimento anualizado nos primeiros quatro meses<br />

de 2008 já atingiu 27% - tem estado em contraciclo<br />

com o andamento da conjuntura económica, pois é<br />

quando há maior incerteza que as famílias tendem<br />

a fazer mais aplicações de médio e longo prazos,<br />

onde se destacam os PPR, afirma Joaquim Afonso,<br />

administrador executivo da Finibanco <strong>Vida</strong>. O mesmo<br />

responsável acredita, no entanto, na existência de uma<br />

oportunidade de negócio que advém do facto de os<br />

seguros vida risco tradicionais apenas representarem<br />

9% no sector versus 18% em alguns países europeus,<br />

situação que urge ultrapassar.<br />

vida económica – Como se<br />

tem caracterizado a evolução<br />

recente dos seguros do ramo<br />

vida?<br />

Joaquim Afonso – No início<br />

de 2007 verificou-se uma certa<br />

retracção mas o ano terminou<br />

com um total de prémios processados<br />

de 9369 milhões de euros,<br />

o que representa um crescimento,<br />

embora, historicamente, modesto,<br />

face às performances de anos<br />

anteriores, da ordem dos 7%.<br />

No ano de 2008, deve, contudo<br />

ser referido que no final do<br />

primeiro quadrimestre já se registava<br />

um crescimento assinalável<br />

da ordem dos 27% comparativamente<br />

com período homólogo do<br />

ano anterior!<br />

ve – Alguma razão para esta<br />

retoma tão significativa?<br />

JA – Em tese considero que a<br />

evolução dos prémios dos seguros<br />

de vida, pelo menos nos últimos<br />

15 anos, tem estado em contraciclo<br />

com o andamento da conjuntura<br />

económica. De facto,<br />

quando há maior apatia e incerteza<br />

mais as famílias tendem a fazer<br />

aplicações de médio/longo prazo<br />

em produtos financeiros, que são<br />

em boa medida comercializados<br />

pelas seguradoras do ramo vida.<br />

Reparemos, por exemplo, no<br />

crescimento dos PPR nos primeiros<br />

quatro meses de 2008 que<br />

atingiu a casa dos 60%, quando<br />

tinha ocorrido em 2007 uma<br />

quebra face a 2006.<br />

ve – então que factores adicionais<br />

terão contribuído para<br />

este crescimento exponencial<br />

dos ppr?<br />

JA – Para além das considerações<br />

enquadradoras atrás feitas,<br />

considero que o lançamento do<br />

Regime Publico de Capitalização<br />

com os Certificados de Reforma<br />

da Segurança Social teve, de forma<br />

indirecta, um papel importante<br />

neste crescimento, pois,<br />

mesmo que não tenha revelado<br />

grande atractividade, acabou por<br />

despoletar uma certa discussão e<br />

reflexão sobre o tema das reformas<br />

e da necessidade imperiosa de as<br />

pessoas acautelarem os seus próprios<br />

complementos. E quanto às<br />

razões de tal falta de atractividade<br />

face aos PPR das seguradoras,<br />

elas são várias, designadamente<br />

porque: a sua oferta não está disponível<br />

para todas as pessoas (só<br />

para quem desconta para a Segurança<br />

Social); o montante do desconto<br />

não é do livre-arbítrio da<br />

pessoa (é 2%, 4% ou 6% do salário-base);<br />

não existe garantia de<br />

reembolso do valor aplicado nem<br />

de rendimento e, finalmente, o<br />

grau de liquidez dos Certificados<br />

de Reforma é muito menor.<br />

ve – por seu lado qual tem<br />

sido a evolução dos seguros<br />

tradicionais de vida risco, e<br />

quais as perspectivas?<br />

JA – Permita-me antes referir<br />

em jeito de síntese, que o mercado<br />

global dos produtos de capitalização,<br />

onde se inclui o PPR, cresceu<br />

29% no primeiro quadrimestre<br />

do corrente ano. Já o mercado dos<br />

seguros tradicionais vida risco –<br />

em regra associados ao crédito ou<br />

de subscrição facultativa - cresceu<br />

no mesmo período apenas a um<br />

ritmo de 7%. Acresce que o peso<br />

relativo destes seguros no conjunto<br />

do ramo vida é de uns meros<br />

9%, deixando a enorme fatia de<br />

90% para os chamados produtos<br />

financeiros ou de capitalização e<br />

uma pequeníssima representação<br />

marginal, para as rendas vitalícias.<br />

Trata-se com efeito, duma<br />

questão estrutural - há que também<br />

vencer hábitos “culturais”<br />

- mas, se olharmos para outros<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Produtos financeiros de capitalização representam 90% do negócio<br />

das seguradoras do ramo vida.<br />

países europeus, deveremos colocar<br />

a fasquia do peso dos seguros<br />

vida risco na casa dos 18%. E tal<br />

constitui, a meu ver, uma efectiva<br />

oportunidade de negócio para as<br />

seguradoras do ramo.<br />

ve – Falando agora da Finibancovida,<br />

têm os seus objectivos<br />

vindo a ser concretizados?<br />

JA – Com apenas nove meses<br />

de actividade efectiva, a Finibanco<strong>Vida</strong><br />

encerrou o ano de 2007<br />

com um volume de receita processada<br />

da ordem dos 16 milhões<br />

de euros, ultrapassando largamente<br />

os objectivos formulados<br />

no projecto de autorização apresentado<br />

ao Instituto de Seguros<br />

de Portugal.<br />

ve – Quais têm sido as linhas<br />

prioritárias de acção?<br />

JA – Em 2007 foram transferidos<br />

para a companhia a quase<br />

totalidade dos seguros de vida<br />

associados ao crédito à habitação<br />

que estavam colocados noutras<br />

seguradoras, bem como 70% da<br />

carteira de PPR.<br />

Por sua vez, lançámos em comercialização<br />

dois produtos ligados<br />

ao crédito à habitação, um<br />

produto ligado ao crédito pessoal,<br />

um produto de capitalização<br />

financeira e um PPR.<br />

ve- e quais as perspectivas?<br />

JA – São de facto boas, até porque<br />

assentes num já razoável nível<br />

de carteira. Assumimos como<br />

objectivos centrais para 2008<br />

atingir um volume de receita da<br />

ordem dos 30 milhões de euros<br />

(praticamente a duplicação do<br />

valor de 2007) e um volume de<br />

activos sob gestão de 50 milhões<br />

de euros (actualmente ronda os<br />

30 milhões).<br />

As ferramentas que estamos a<br />

utilizar para alcançar estas metas<br />

traduzem-se em: manutenção do<br />

ritmo de transferências da carteira<br />

de PPR; consolidação da dinamização<br />

de produtos associados ao<br />

crédito à habitação e ao crédito<br />

pessoal; lançamento de dois novos<br />

produtos na área dos seguros<br />

de risco e de capitalização.<br />

Já no início de 2008 lançámos o<br />

produto Protecção <strong>Vida</strong> Finibanco,<br />

um produto típico de vida risco, de<br />

pura previdência e não associado a<br />

crédito, que cobre os riscos de invalidez<br />

e de morte, com duplicação<br />

de capital no caso de acidente.<br />

Pensamos “massificar” este produto<br />

face ao êxito já obtido.<br />

Também lançámos este ano<br />

um produto de capitalização em<br />

fundo fechado, com taxa de rendimento<br />

garantida e subscrição<br />

limitada, com a designação comercial<br />

de Finigarantia.2008, estando<br />

programada uma segunda<br />

série deste produto para o próximo<br />

Outono.<br />

Como referência agregadora,<br />

e em jeito de síntese, pensamos<br />

ser exequível atingir, nos próximos<br />

quatro a cinco anos, a mesma<br />

quota de mercado detida no<br />

sector bancário pelo Finibanco,<br />

o que implicará obter uma receita<br />

processada acima dos 100<br />

milhões de euros. Trata-se pois<br />

de um desafio aliciante, em que<br />

acreditamos.<br />

A.M.<br />

BCP não está<br />

“pressionado” para vender<br />

participação no BPI<br />

9,000<br />

8,600<br />

8,200<br />

ÍndIcEs<br />

PsI20<br />

PsI 20 (Fecho) (23/07) 8777.31<br />

Var. Semana 8,04%<br />

Var. 2008 -32,58%<br />

dow Jones (Fecho) (23/07) 11608,52<br />

Var. Semana 3,29%<br />

Var. 2008 -12,49%<br />

nasdaq (Fecho) (23/07) 1836,47<br />

Var. Semana -0,40%<br />

Var. 2008 -11,92%<br />

Ibex (Fecho) (23/07) 11934,9<br />

Var. Semana 5,73%<br />

Var. 2008 -21,39%<br />

dax (Fecho) (23/07) 6536,09<br />

Var. Semana 6,19%<br />

Var. 2008 -18,98%<br />

cAc 40 (Fecho) (23/07) 4408,74<br />

Var. Semana 7,20%<br />

Var. 2008 -21,65%<br />

1.6000<br />

1.5800<br />

1.5600<br />

17-07 18-07 21-07 22-07 23-07<br />

cAmbIAL<br />

EurodóLAr<br />

Eurodólar (Fecho) (23/07) 1,5706<br />

Var. Semana -0,98%<br />

Var. 2008 6,69%<br />

Euro Libra (Fecho) (23/07) 0,7846<br />

Var. Semana -0,92%<br />

Var. 2008 6,99%<br />

Euro Iene (Fecho) (23/07) 169,14<br />

Var. Semana 0,40%<br />

Var. 2008 2,55%<br />

5.17<br />

5.15<br />

5.13<br />

16-07 17-07 21-07 22-07 23-07<br />

monEtárIo<br />

EurIbor 6m<br />

Euribor 6m (Fecho) (23/07) 5,1610<br />

Var. Abs. Semana -0,0250%<br />

Var. Abs. 2008 0,4520%<br />

Euribor 3m (Fecho) (23/07) 4,9630<br />

Var. Abs. Semana -0,0060%<br />

Var. Abs. 2008 0,2730%<br />

Euribor 1Y (Fecho) (23/07) 5,4320<br />

Var. Abs. Semana -0,0630%<br />

Var. Abs. 2008 0,6780%<br />

mErcAdorIAs<br />

135.00<br />

130.00<br />

125.00<br />

17-07 18-07 21-07 22-07 23-07<br />

PEtróLEo<br />

17-07 18-07 21-07 22-07 23-07<br />

Petróleo (Brent) (23/07) 126,62<br />

Var. Semana -4,76%<br />

Var.2008 34,23%<br />

ouro (Fecho) (23/07) 925,25<br />

Var. Semana -3,04%<br />

Var. 2008 11,05<br />

Prata (Fecho) (23/07) 17,56<br />

Var. Semana -3,04%<br />

Var. 2008 18,89%<br />

P<br />

1<br />

V<br />

V


Especulação<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 mercados 37<br />

Inflação importada<br />

O factor que mais tem penalizado os mercados de acções<br />

nas últimas semanas, a par dos problemas no sector bancário,<br />

tem sido a aparente inflexão na política monetária<br />

dos principais bancos centrais mundiais. Entre os maiores,<br />

o mote foi dado pelo Banco Central Europeu (BCE),<br />

que, recentemente, subiu a taxa directora de 4 para 4,25%.<br />

Mas, nos Estados Unidos, o debate mantém-se aceso e<br />

Bernanke está metido numa grande sarilhada. Se reduzir a<br />

taxa de juro, agravará as expectativas futuras de inflação. E<br />

se a aumentar, contribuirá para a deterioração da crise bancária.<br />

Os leitores que seguem esta minha crónica sabem<br />

que sou um forte crítico da política monetária do FED.<br />

Infelizmente, cada vez mais.<br />

Nos meandros do mundo financeiro, sobretudo entre<br />

os corretores de bolsa, circula a ideia de que o BCE tem<br />

sido uma entidade irresponsável, cuja acção vai rebentar<br />

com os mercados de acções. Segundo a generalidade dos<br />

operadores, o BCE não tem nada que aumentar a taxa de<br />

juro. A medida não só não se justifica como também contribui<br />

para manter o euro forte de mais face ao dólar, no<br />

que constitui um duplo ónus para o mercado accionista<br />

europeu. Por seu turno, a Reserva Federal (FED) é vista<br />

como uma entidade mais responsável. Não concordo. O<br />

FED mantém as suas habituais incursões de injecção de liquidez<br />

no mercado interbancário, está em vias de se transformar<br />

em fiador de todos os participantes no mercado de<br />

hipotecas norte-americano e não esclarece se vai subir taxa<br />

de juro ou descê-la. Ou seja, enquanto o BCE mantém<br />

o rumo definido, o FED não sabe a quantas anda e está<br />

metido numa armadilha de liquidez.<br />

No que diz respeito à acção do FED, em particular des-<br />

net.investidor<br />

http://jornaldigital.com/<br />

seccoes.php?seccao=14<br />

O “Jornal Digital” é uma publicação “on-line”<br />

que disponibiliza informação geral pluralista, em<br />

tempo real, dando privilégio às questões ligadas<br />

aos países de língua portuguesa e às comunidades<br />

portuguesas espalhadas pelo mundo. Fundado em<br />

1998, em New Jersey, Estados Unidos, o Jornal<br />

Digital transferiu entretanto a sua redacção para<br />

Portugal.<br />

Sendo o site generalistas, não seria de esperar<br />

por isso mesmo que as matérias económico-financeiras<br />

ganhassem uma importância particular.<br />

Deste modo, o site funciona para estas matérias<br />

como para as demais como uma agência noticiosa,<br />

onde agrega as principais notícias sectoriais,<br />

sempre com um sublinhado especial para o mundo<br />

lusófono. Esta é verdadeiramente a pedra-detoque<br />

deste site, o seu alcance, ou melhor a sua<br />

intenção de alcançar o mercado lusófono e não<br />

apenas português.<br />

Assim, não se encontram no site em questão nenhuma<br />

rubrica particular que explora a temática<br />

económico-financeira. Não é pura e simplesmente<br />

o seu objectivo. Como agência de notícias, não<br />

marca, no entanto, a diferença, pelo que outros<br />

sites mais direccionados para a temática económico-financeira<br />

ganham claramente pela forma<br />

como tratam jornalisticamente as notícias que<br />

vão marcando a actualidade nesta esfera de<br />

interesses.<br />

de que este se especializou em salvar certas entidades financeiras<br />

da bancarrota – há até quem defenda que foi aberta<br />

uma caixa de Pandora –, a política monetária mantém-se<br />

acomodatícia. Apesar de a taxa de juro nominal se manter<br />

inalterada, na prática, o mercado interbancário continua<br />

a ser inundado de dólares. Ou seja, nos Estados Unidos,<br />

as taxas de juro, depois de ajustadas pela inflação, são negativas<br />

e assim deverão permanecer com este governador<br />

– e a armadilha de liquidez poderá ser fatal. Em caso de<br />

alguma emergência, e é provável que estas possam ocorrer<br />

a qualquer momento, as autoridades vão continuar com<br />

as mesmas directivas, mas, infelizmente, antecipo que sem<br />

grandes resultados. Quanto ao BCE, o aumento da taxa<br />

de juro não combate directamente a subida do preço das<br />

mercadorias, mas actua como um incentivo ao aforro no<br />

sentido de permitir a sua acomodação no orçamento das<br />

famílias. Ou seja, na minha opinião, as medidas do BCE<br />

justificam-se.<br />

Contudo, o maior benefício associado à política do BCE<br />

é a consequente valorização do euro. Porque a inflação que<br />

pode, e deve, ser combatida pelos bancos centrais é aquela<br />

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RicaRdo aRRoJa<br />

ricardoarroja@gmail.com<br />

Pedro Arroja Gestão de<br />

Patrimónios S.A<br />

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Pedidos para:<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - R. Gonçalo Cristóvão, 111, 6º esq. • 4049-037 PORTO<br />

Tel. 223 399 400 • Fax 222 058 098 • E-mail: encomendas@vidaeconomica.pt<br />

www.vidaeconomica.pt<br />

que é importada. Por outras palavras, o BCE não pode<br />

comandar o preço do petróleo nem o preço do trigo, porém,<br />

como quase todas as mercadorias são denominadas<br />

em dólares, pode actuar sobre o câmbio. Deste modo, ao<br />

proporcionar um diferencial de taxa de juro favorável ao<br />

euro, em detrimento do dólar, o BCE está a beneficiar<br />

todos os consumidores europeus que assim pagam, pelas<br />

mercadorias cotadas em dólares, preços menos onerosos<br />

porque o fazem com euros. Quanto ao argumento de que<br />

o euro forte impede o sucesso das nossas exportações, não<br />

é tão importante quanto o fazem crer, porque, por exemplo,<br />

quase metade das exportações da Alemanha – o maior<br />

exportador europeu – são realizadas para dentro do espaço<br />

europeu.<br />

Portanto, na crise actual existem dois problemas: as dificuldades<br />

no sector bancário e o preço elevado das mercadorias.<br />

Quanto ao primeiro, há que exigir capitais próprios<br />

mais elevados. Quanto ao segundo, há que promover a<br />

força da respectiva divisa e actuar sobre a inflação importada.<br />

E, entretanto, mais nada a não ser aguentar firme e<br />

esperar que os tempos mudem.<br />

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TAMBÉM À VENDA<br />

NAS MELHORES LIVRARIAS


38<br />

mercados<br />

Soluções de investimento<br />

rentabilidades atractivas para<br />

montantes acima de 5000 euros<br />

“Depósito Aniversário BEST 6,25%”<br />

Até 28 de Julho, o Banco Best permite a subscrição<br />

deste depósito a prazo, que se destina a actuais<br />

clientes que reforcem a sua posição financeira<br />

na instituição. O depósito é efectuado por um<br />

prazo de 60 dias e oferece uma taxa de 6,25%<br />

(TANB – taxa anual nominal bruta). O montante<br />

mínimo para esta aplicação é 5000 euros e o máximo<br />

50000 euros.<br />

Depósitos “BPI Net 5,5%” e “BPINet 6%”<br />

O Banco BPI apresenta dois depósitos promocionais<br />

que poderão ser subscritos até 31 de Julho<br />

pelo “homebanking” da instituição, o BPI Net.<br />

O depósito a prazo BPI Net 5,5% oferece uma taxa<br />

de 5,5% (TANB), por um prazo de 180 dias, para<br />

montantes entre 5000 e 50000 euros.<br />

O depósito a prazo BPI Net 6% oferece uma taxa<br />

de 6% (TANB), por um prazo de 180 dias, para<br />

montantes entre 50.000 e 250.000 euros.<br />

sexta-feira, 25 Julho 2008<br />

BCP admite vender BPI<br />

mas diz “não estar pressionado”<br />

Começaram as apresentações pelos grandes<br />

bancos nacionais dos seus resultados relativos ao<br />

1º semestre do ano. Num contexto de ainda forte<br />

instabilidade nos mercados internacionais e de<br />

queda bolsista a nível nacional, com destaque para<br />

o próprio BCP, os dados revelados pelo banco nos<br />

domínios da captação de recursos, do crédito às<br />

empresas e da actividade no exterior indiciam para o<br />

futuro boas expectativas.<br />

O Millennium bcp está bem<br />

capitalizado e “não está activamente<br />

à procura de comprador”<br />

para os 10% que controla no<br />

BPI, disse este semana Carlos<br />

Santos Ferreira, o CEO do BCP,<br />

durante a apresentação de contas<br />

do 1º semestre.<br />

O maior banco privado nacional<br />

revelou um lucro em queda<br />

de 67,1%, para os 101,4 milhões<br />

de euros. Este resultado foi fortemente<br />

influenciado pela imparidade<br />

de 176,9 milhões de euros<br />

na perda do valor potencial da<br />

posição detida no banco liderado<br />

por Fernando Ulrich. Recorde-se<br />

que os títulos do BPI caíram 50%<br />

no 1º semestre, situação que decorre,<br />

em parte, da diluição dos<br />

títulos como resultado do aumento<br />

de capital.<br />

No mercado especulava-se a<br />

venda iminente desta posição no<br />

BPI, à semelhança daquilo que<br />

este banco fez relativamente ao<br />

BCP, reduzindo a sua posição para<br />

um nível inferior aos 2%. Santos<br />

Ferreira disse ser “um optimista”<br />

e por isso o valor intrínseco continua,<br />

e acredita ainda que um lote<br />

de 10% vale bem mais do que ter<br />

1, 2 ou 3%. Na óptica de analistas,<br />

esta opção decorre da consideração<br />

de que 10% são uma<br />

posição estratégica e, logo, pode<br />

gerar um apetite adicional.<br />

O Millenium também não se<br />

mostra disponível para vender<br />

participações no exterior e apenas<br />

irá alienar alguns imóveis não<br />

afectos à actividade “core”. Santos<br />

Ferreira ironizou com as conclusões<br />

da imprensa que davam<br />

como vendidas as posições na<br />

Grécia, Turquia e Moçambique,<br />

sem que nada tivesse acontecido.<br />

É de realçar que uma entidade<br />

externa, a Sonangol, está confirmada<br />

como o maior accionista do<br />

banco, com 9,9% do capital.<br />

A vertente externa do BCP vai<br />

de “vento em popa”, com destaque<br />

para o banco na Polónia, que<br />

apresentou resultados em alta de<br />

19%.<br />

Em termos globais, o BCP beneficia<br />

ainda de não ter exposição<br />

ao “subprime”, sublinha Santos<br />

Ferreira, para além de não ter<br />

acumulado nos últimos anos em<br />

Portugal desequilíbrios no sector<br />

imobiliário semelhantes aos dos<br />

EUA e de alguns países europeus.<br />

Em termos de contas e se se excluir<br />

o impacto dos itens específicos,<br />

os resultados consolidados<br />

situaram-se nos 265 milhões de<br />

euros. A nível de resultados globais<br />

das operações externas em<br />

base comparável, e excluindo o<br />

impacto da operação na Roménia<br />

– que arrancou em Outubro<br />

último –, registou-se um crescimento<br />

de 19% face ao período<br />

homólogo de 2007.<br />

O resultado operacional antes<br />

de imparidades e provisões em<br />

Portugal, e excluindo os itens específicos,<br />

aumentou 19% entre<br />

os dois primeiros trimestres deste<br />

ano, sendo que a margem financeira<br />

cresceu 10% no semestre e<br />

em termos homólogos.<br />

Os recursos totais de clientes<br />

cresceram 10%, com os recursos<br />

de balanço a subirem 23%, enquanto<br />

os recursos totais da actividade<br />

internacional aumentaram<br />

29%. O crédito concedido a<br />

clientes aumentou 13%, incluindo<br />

crédito securitizado, tendo o<br />

crédito hipotecário crescido 12%,<br />

entre semestres homólogos.<br />

No final do semestre, o “core<br />

tier I” situava-se nos 6,1%, sendo<br />

um nível considerado “adequado”<br />

pelo CEO da instituição para<br />

responder à estratégia de cresci-<br />

baixo risco baixo/médio risco<br />

baixo/médio risco<br />

“super rendimento bric” do santanderTotta<br />

– aposta nos mercados emergentes<br />

Estamos perante um depósito a prazo estruturado por um<br />

prazo de dois anos, que apresenta um potencial de rendimento<br />

acima da média e garantia de capital na maturidade.<br />

Este investimento poderá ser subscrito até 1 de Agosto de<br />

2008 por um mínimo de 500 euros.<br />

O pagamento de juros resulta de 70% da diferença entre<br />

a performance do índice de empresas de Países Emergentes,<br />

o Índice S&P BRIC 40 (o acrónimo BRIC representa<br />

o Brasil, Rússia, Índia e China) e a de um índice mundial<br />

de empresas de Países Desenvolvidos, o Índice Dow Jones<br />

Global Titans 50SM - Price Return, com o limite máximo<br />

de 16%, que corresponde a um juro anual de 8% (TANB).<br />

O principal inconveniente desta aplicação é a possibilidade<br />

de “perda” associada ao valor temporal do dinheiro, no<br />

caso de uma rentabilidade nula no fim do investimento.<br />

Paralelamente à aplicação acima descrita e para 50% do<br />

montante total investido, o SantanderTotta permite a subscrição<br />

de um depósito a prazo com uma taxa promocional,<br />

o Depósito a prazo Mix 6 meses, que oferece uma taxa de<br />

5,75% (TANB).<br />

mento dentro do actual contexto<br />

global. O rácio de solvabilidade,<br />

calculado dentro dos parâmetros<br />

de Basileia II, situou-se nos<br />

10,9%, e o rácio de crédito vencido<br />

há mais de 90 dias manteve-se<br />

nos 0,8%, tendo a cobertura de<br />

provisões aumentado de 238%<br />

para 248%.<br />

reacções<br />

O Deutsche Bank fez, esta<br />

quarta-feira, uma revisão em baixa<br />

das estimativas de resultados e,<br />

em consonância, fez uma revisão<br />

em baixa do preço-alvo para 1<br />

euro, mantendo a recomendação<br />

de “vender”.<br />

Em contraste, outros bancos<br />

mantiveram os “targets”. A UBS<br />

disse que os resultados foram<br />

“em linha” com as projecções dos<br />

analistas. Este banco mantém a<br />

avaliação de 1,15 euros e a recomendação<br />

de “vender”. A KBW<br />

manteve o preço-alvo de 1,30 e<br />

a indicação de “underperform”,<br />

e o ES Research afirmava que os<br />

resultados foram em linha com as<br />

estimativas.<br />

A Caixa BI diz que estes resultados<br />

não reflectem “situações<br />

inesperadas”, adiantando que os<br />

valores apresentados “reflectem as<br />

condições do mercado”. As duas<br />

instituições financeiras nacionais<br />

mantêm a avaliação das acções<br />

do BCP nos 1,80 euros, bastante<br />

acima da média das últimas semanas,<br />

que oscila entre os 1,15 e<br />

1,20 euros. A Caixa BI mantém a<br />

indicação de compra.<br />

bPi “brasil 14% + 2008-2010” – mínimo<br />

de 14% se o real valorizar face ao dólar<br />

Estamos perante uma aplicação com uma maturidade de<br />

um ano e meio e indexada à taxa de câmbio real/dólar<br />

(apreciação do real face ao dólar norte-americano). O BPI<br />

“Brasil 14% + 2008-2010” poderá ser subscrito até 14<br />

de Agosto de 2008 por um mínimo de 1.000 euros.<br />

Este investimento paga um rendimento no vencimento<br />

calculado da seguinte forma: se o valor final do real brasileiro<br />

face ao dólar americano for igual ou superior ao<br />

valor inicial, a remuneração variável é dada por 140%<br />

da apreciação com um mínimo de 14%; caso contrário,<br />

isto é, se o dólar se apreciar face ao real, a remuneração<br />

variável é 0%.<br />

A evolução do real face ao dólar num passado recente<br />

e as perspectivas económicas muito favoráveis para o<br />

Brasil permitem perspectivar uma rentabilidade positiva.<br />

Todavia, a evolução passada não é garantia de evolução<br />

futura e o investidor terá que ter em consideração que<br />

poderá incorrer numa “perda” associada ao valor temporal<br />

do dinheiro, caso o real tenha uma depreciação face<br />

ao dólar no período do investimento.<br />

VN


As NIC (Normas Internacionais de Contabilidade)<br />

e a contabilização de activos financeiros<br />

A<br />

norma contabilística e de relato financeiro<br />

27 (ncrf 27), relativa aos<br />

instrumentos financeiros, constitui<br />

uma adaptação, à estrutura empresarial portuguesa,<br />

das NIC, da União Europeia, pelo<br />

regulamento nº 1606/2002, do Parlamento<br />

Europeu e do Conselho, de 19 de Julho.<br />

Baseia-se na IAs 32, na IAs 39 e na IfRs<br />

7. O seu conteúdo é o seguinte:<br />

1- Objectivo<br />

Estabelece-se o tratamento contabilístico<br />

dos instrumentos financeiros (If), requisitos<br />

de apresentação e divulgação.<br />

2- Âmbito<br />

É o reconhecimento, mensuração e divulgação<br />

dos If. Incluem-se os contratos equiparados<br />

a If e os que resultem em perdas não<br />

relacionadas com preços , taxa de câmbio ou<br />

incumprimento de uma das partes.<br />

Excluem-se os contratos sobre activos não<br />

financeiros (mercadorias, propriedades,...),<br />

investimentos em subsidiárias, associadas<br />

e empreendimentos conjuntos, direitos e<br />

obrigações para os empregados, contratos de<br />

seguros e locações.<br />

3- Definições<br />

Define-se activo financeiro, compromisso<br />

firme, custo amortizado de um activo ou<br />

passivo financeiro, custos de transacção, derivado,<br />

desreconhecimento, instrumentos (de<br />

capital próprio, cobertura e íïnanceiro), justo<br />

valor e passivo financeiro, designadamente.<br />

Os mercados estão continuamente<br />

à procura de formas<br />

inovadoras de gestão<br />

e de produtos competitivos, que<br />

lhes permitam, em simultâneo, ultrapassar<br />

as dificuldades com que<br />

se deparam e, por outro, atingir<br />

ganhos competitivos. A titularização<br />

é uma operação alternativa de<br />

financiamento que, devido às suas<br />

características, tem vindo a ganhar<br />

popularidade.<br />

A titularização de activos corresponde<br />

a um processo de desintermediação<br />

no qual parte do activo<br />

de uma empresa (“originator”) é<br />

vendido a outra entidade (sociedade<br />

veículo ou instrumental) que,<br />

por sua vez, vai emitir títulos de<br />

dívida negociáveis, dando como<br />

garantia aos investidores os activos<br />

adquiridos. Os fluxos a gerar pelos<br />

activos titularizados serão, então,<br />

direccionados para o pagamento<br />

dos juros devidos. No limite, todos<br />

os activos que originem fluxos<br />

futuros são passíveis de ser securitizados.<br />

O desenho de uma operação<br />

deste género permite que activos<br />

individualmente ilíquidos sejam<br />

transformados em títulos financeiros<br />

líquidos e, adicionalmente,<br />

permite aos investidores diversificar<br />

os seus portefólios com activos<br />

que “a priori” não tinham à sua<br />

disposição.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 MERCADOS 39<br />

4- Reconhecimento<br />

O reconhecimento de um activo ou passivo<br />

financeiro (sem custos de transacção) só<br />

pode existir se a entidade for uma das partes<br />

contratuais. No caso dos instrumentos de<br />

capital próprio, quando são emitidos e os<br />

subscritores pagam. se a entidade emissora<br />

os adquirir, deduz ao capital próprio e, estando<br />

obrigada a um pagamento, regista no<br />

passivo.<br />

5- Mensuração<br />

Os activos e passivos financeiros mensuram-se,<br />

na data do relato: ao custo ou custo<br />

amortizado subtraído da perda ou imparidade<br />

ou ao seu justo valor.<br />

6- Imparidade<br />

A imparidade de um activo financeiro<br />

não mensurado ao justo valor tem de ser<br />

reconhecida em cada período. Existindo evidência<br />

objectiva da imparidade, deve ser expressa<br />

na demonstração dos resultados. Há<br />

evidência objectiva de imparidade se existir<br />

uma dificuldade financeira do emissor ou<br />

devedor, quebra de um contrato, falência do<br />

devedor, desaparecimento de activos ou passivos<br />

financeiros, por dificuldades financeiras<br />

do devedor e por diminuição da estimativa<br />

observável dos fluxos financeiros futuros.<br />

O montante da perda num momento, por<br />

imparidade, para instrumentos mensurados<br />

são custo ou ao custo amortizado, e igual à<br />

diferença entre o valor registado e o valor<br />

actualizado dos fluxos de caixa. Para instru-<br />

A transmissão dos activos entre<br />

o cedente e a sociedade veículo é<br />

normalmente efectiva, ou seja, a<br />

responsabilidade da gestão dos activos<br />

cedidos recai sobre a empresa<br />

adquirente. Dito de outra forma,<br />

com a cessão efectiva dos activos, estes<br />

deixam de fazer parte do balanço<br />

do “originator” e, como tal, passam<br />

a ser imunes ao risco do proprietário<br />

inicial. Resulta daqui que não existe<br />

qualquer recurso ao “originator” em<br />

caso de incumprimento no pagamento<br />

aos investidores. Acresce que<br />

o “originator”, e no que se refere aos<br />

rendimentos gerados pelos activos<br />

subjacentes, transfere os riscos taxa<br />

de juro e de crédito para a sociedade<br />

veículo sem que haja transferência<br />

de clientes.<br />

Não obstante, e dada a estrutura<br />

no terreno do “originator”, é frequente<br />

ser este o executante da gestão<br />

de créditos cedidos e da recolha<br />

de pagamentos periódicos que<br />

servirão para fazer face ao serviço<br />

da dívida dos títulos emitidos pela<br />

entidade de finalidades especiais<br />

contra pagamento de uma taxa de<br />

serviço (“servicing fee” ).<br />

Dada a complexidade de uma<br />

operação de titularização, é frequente<br />

o recurso ao mercado de<br />

derivados, por parte da sociedade<br />

veículo, para acautelar riscos eventuais.<br />

Cumulativamente, e para<br />

garantir uma colocação eficaz dos<br />

títulos de dívida no mercado, a<br />

entidade veículo pode efectivar<br />

medidas de “credit enhancement”,<br />

ou seja, implementar mecanismos<br />

que permitam melhorar o “rating”<br />

dos títulos. A diversificação da natureza<br />

ou da origem geográfica dos<br />

activos, a melhoria da qualidade<br />

creditícia das contrapartes ou a<br />

existência de garantias são características<br />

valorizadas na avaliação da<br />

qualidade dos títulos.<br />

Na óptica do “originator” a titularização<br />

dos activos representa a<br />

antecipação de receitas futuras. No<br />

caso em que o “originator” é uma<br />

instituição financeira, estas operações<br />

contribuem também para a<br />

melhoria dos rácios de solvabilidade<br />

e para a agilização na concepção de<br />

novos créditos, garantindo, deste<br />

mentos de capital próprio ou empréstimos,<br />

é igual à diferença entre o valor registado e a<br />

melhor estimativa do justo valor.<br />

Havendo, posteriormente, uma diminuição<br />

da imparidade de um instrumento que<br />

não de capital próprio, reverte-se a mesma.<br />

7 - Desreconhecimento de activos<br />

financeiros<br />

Um activo financeiro deverá ser desreconhecido<br />

expirando os direitos contratuais, se<br />

forem transferidos os riscos significativos ou<br />

o controlo para outrem.<br />

8- Desreconhecimento de passivos<br />

financeiros<br />

Um passivo financeiro deverá ser desreconhecido<br />

quando a obrigação for liquidada,<br />

cancelada ou expire.<br />

9- Contabilizacão da cobertura<br />

É a relação entre um instrumento de cobertura<br />

e um instrumento coberto. A sua<br />

contabilização tem que ser designada, documentada,<br />

mencionando o risco de taxa de<br />

juro ou de câmbio ou de preço e as alterações<br />

no justo valor do activo coberto, compensadas<br />

no instrumento de cobertura.<br />

A cobertura de risco de taxa de juro fixa ou<br />

de preços de mercadorias possuídas, se expirar,<br />

deixar de satisfazer condições ou for revogada,<br />

deverá ter contabilização descontinuada.<br />

A cobertura de risco de variação da taxa<br />

de juro, risco cambial ou de preço de mercadorias<br />

no âmbito de um compromisso, nas<br />

Paulo Manuel da Costa Maia<br />

Licenciado em Economia pela Faculdade<br />

de Economia da Universidade do Porto,<br />

a frequentar o Programa Avançado de<br />

Fiscalidade: Uma Abordagem Jurídico-<br />

Financeira na Universidade Católica<br />

Portuguesa em Lisboa<br />

modo, um financiamento de empresas<br />

e particulares mais facilitado.<br />

A titularização permite à entidade<br />

veículo a captação de recursos em<br />

volumes elevados e o acesso aos mercados<br />

de capitais internacionais.<br />

Apesar das vantagens associadas,<br />

a montagem, estruturação e<br />

funcionamento da arquitectura<br />

de uma operação de titularização<br />

implica custos fixos avultados,<br />

elevadas exigências contabilísticas<br />

e operacionais e pesados custos<br />

de administração. Acrescem aos<br />

custos referidos o tratamento estatístico<br />

do comportamento histórico<br />

dos activos, a manutenção da<br />

qualidade dos títulos emitidos, os<br />

custos derivados das avaliações das<br />

agências de “rating”, a publicidade<br />

junto dos investidores e os riscos<br />

variações do justo valor, tem de vir reconhecida<br />

no capital próprio e na demonstração<br />

dos resultados.<br />

10- Divulgação<br />

As bases de mensuração para os instrumentos<br />

financeiros e políticas contabilísticas<br />

têm de ser divulgadas, no balanço e anexo,<br />

pelas quantias registadas de cada activo e no<br />

total. se os activos financeiros forem mensurados<br />

ao justo valor, deverão ser divulgadas<br />

as suas bases.<br />

A transferência de activos financeiros para<br />

outrem, não desreconhecidos, tem de ser<br />

divulgada na natureza, riscos e montantes<br />

registados.<br />

A garantia ou penhor de activos como<br />

colateral de passivos, empréstimos contraídos,<br />

também, assim como os elementos<br />

do rendimento, gastos, ganhos ou perdas.<br />

A contabilidade da cobertura, de risco de<br />

taxa de juro fixa ou variável, de mercadorias<br />

possuídas, de taxa de câmbio, de mercadorias<br />

no âmbito de um compromisso,<br />

são, igualmente, divulgadas, o mesmo<br />

ocorrendo com o número de acções representativas<br />

do capital próprio, categorias e<br />

valor nominal (incluindo riscos de instrumentos<br />

financeiros mensurados ao custo<br />

ou custo amortizado).<br />

11- Data de eficácia<br />

A aplicação da NCRf 27 inicia-se no primeiro<br />

período a partir de 1 de Janeiro de<br />

2008 ou após esta data.<br />

A titularização de activos enquanto instrumento de financiamento<br />

diana Pinto RodRigues<br />

MaRia elisabete da Costa PeReiRa<br />

Licenciadas em Economia pela Faculdade de Economia<br />

da Universidade do Porto e alunas do Mestrado em Finanças<br />

na mesma Faculdade.<br />

inerentes aos títulos.<br />

Em Portugal, as operações de<br />

titularização têm sido encetadas<br />

sobretudo por instituições financeiras.<br />

Não obstante, esta parece<br />

ser uma forma de financiamento<br />

com grandes perspectivas de se<br />

afirmar no futuro com outros intervenientes,<br />

uma vez que os benefícios<br />

abrangem todos os intervenientes<br />

no processo. A depressão<br />

em que se encontram actualmente<br />

os mercados internacionais resulta<br />

de uma miríade de factores, o mais<br />

importante dos quais relacionado<br />

com o incumprimento dos créditos<br />

hipotecários no mercado americano.<br />

O sistema financeiro tem sido<br />

particularmente atingido, dado o<br />

elevado grau de titularização de<br />

créditos originados neste sector:<br />

construíram-se produtos derivados<br />

de risco de crédito, como as “debt<br />

obligations”, que, ao serem massificadas<br />

e exportadas, contaminaram<br />

as carteiras de investidores e<br />

de bancos, à escala global.<br />

Em suma, a titularização de créditos<br />

tem conhecido uma expansão<br />

assinalável, nacional e internacionalmente,<br />

e é hoje um instrumento<br />

de financiamento utilizado a<br />

propósito do mais variado tipo de<br />

activos e projectos, constituindo<br />

uma alternativa ao crédito bancário<br />

tradicional e a outras formas de<br />

captação de fundos clássicas.


40<br />

mercados<br />

A caminho de um Código<br />

de Governo das Sociedades?<br />

Um Código de Corporate Governance<br />

pode ser definido de diferentes<br />

formas. Em qualquer caso, deve<br />

conter um conjunto de princípios gerais,<br />

estruturados e inteligíveis que se constituam<br />

como padrões referenciais de boas práticas,<br />

consubstanciadas num corpo de normas e<br />

regras, de consagração legislativa e regulamentar.<br />

Um Código que, para poder assumir-se<br />

como de “Governo das Sociedades”,<br />

se deve assumir como um instrumento onde,<br />

através de normas jurídicas vinculantes e<br />

com a dignidade de lei, se materializem os<br />

resultados de um esforço dinamizado pelas<br />

entidades de supervisão dos mercados financeiros<br />

em profunda articulação com regras e<br />

práticas que se constituem nas próprias Sociedades<br />

Abertas, nos domínios da governação<br />

interna, estruturadas no relacionamento<br />

quotidiano dos seus órgãos de gestão com os<br />

seus accionistas.<br />

No seu âmago está, como se vem acentuando<br />

nas crónicas antecedentes, uma procura<br />

constante das bases de condutas por que<br />

se devem reger e regular as responsabilidades<br />

cometidas, na lei ou em contrato, às Sociedades<br />

Comerciais e aos seus protagonistas,<br />

pelas decisões, medidas e acções que a sua<br />

gestão comporta.<br />

Em causa está a previsibilidade de tais<br />

comportamentos, da sua conformidade com<br />

o que prenunciam e com os seus efectivos<br />

resultados e a possibilidade de se tangenciarem<br />

e determinarem os seus desvios. Uma<br />

métrica que se densifica nos instrumentos<br />

previsionais de gestão, nas análises custo-benefício,<br />

nos orçamentos elaborados em suporte<br />

de cada decisão tomada nos órgãos de<br />

administração da Sociedade e cujos desvios<br />

se determinam por reporte às contas da mesma,<br />

habilitando os seus responsáveis a declarar<br />

e divulgar uma explicação, fundamentada<br />

e pública, para esses mesmos desvios.<br />

Capital Credit supera<br />

fasquia das 20 lojas<br />

no mercado nacional<br />

A Capital Credit, rede<br />

de consultoria de crédito,<br />

continua a sua expansão<br />

no mercado nacional.<br />

No primeiro semestre<br />

passou a contar com 21<br />

lojas, mais 60% do que<br />

em igual período do ano<br />

passado. Os espaços de<br />

Coimbra, Caldas da Rainha<br />

e Loulé operam em<br />

horários alargados para<br />

possibilitarem a análise<br />

de processos após o horário<br />

normal de funcionamento<br />

da banca e dos<br />

serviços.<br />

A empresa é de origem<br />

espanhola e iniciou a sua<br />

actividade no mercado<br />

português há pouco mais<br />

de um ano. Aliás, Portugal<br />

foi o país escolhido<br />

pela Capital Credit para<br />

iniciar o respectivo processo<br />

de internacionalização,<br />

com a abertura de<br />

um “master franchising”<br />

em Loures. O objectivo<br />

para o território nacional<br />

é a abertura de 75<br />

franchisings até ao final<br />

da década.<br />

Depois, o grupo conta<br />

entrar na América Latina<br />

e nos Estados Unidos.<br />

Opera nos mercados da<br />

intermediação financeira<br />

e de gestão de todos os<br />

tipos de créditos, mesmo<br />

em situações de risco elevado.<br />

Na sua essência, a construção de um Código<br />

de Governo das Sociedades alicerça-se<br />

na necessidade, imperativamente suportada<br />

na Lei, de as Sociedades Abertas, por intermédio<br />

dos titulares dos seus órgãos de gestão,<br />

oferecerem ao mercado – os seus actuais<br />

accionistas, os seus potenciais investidores e<br />

demais “stakeholders” – informação actual,<br />

fiável e verdadeira sobre os fundamentos que<br />

suportam as suas decisões e se exprimem nos<br />

resultados alcançados, tangenciando os respectivos<br />

desvios.<br />

Desvios esses que, por seu turno, são, afinal,<br />

a “pedra de<br />

toque” da racionalidade<br />

empresarial<br />

que preside (ou<br />

não) à sua acção:<br />

desvios que se poderão<br />

considerar<br />

fundamentados<br />

– e, portanto, aceites<br />

pelos agentes<br />

que escrutinam o<br />

mérito das decisões<br />

tomadas, sem<br />

consequências no<br />

plano financeiro<br />

ou juridicamente<br />

sindicáveis; ou desvios<br />

que, por “injustificados”,po-<br />

A construção de um<br />

Código de Governo<br />

das Sociedades<br />

Abertas alicerça-se na<br />

obrigatoriedade de estas<br />

oferecerem ao mercado<br />

informação actual e fiável<br />

sobre os fundamentos<br />

que suportam as decisões<br />

empresariais<br />

dem e devem motivar reacções por parte dos<br />

visados pelos seus efeitos – e que, em consequência,<br />

tanto se podem concretizar numa<br />

discreta intervenção ao nível do próprio órgão<br />

de administração e das comissões que,<br />

internamente, velam pela sua conformidade,<br />

até uma rigorosa investigação e avaliação dos<br />

danos patrimoniais na Sociedade e nos reflexos<br />

efeitos sobre a cotação da mesma nos<br />

mercados bolsistas.<br />

A autenticidade de tal avaliação nunca<br />

deverá ser, todavia, deixada ao livre-arbítrio<br />

dos seus responsáveis directos, mas de quem<br />

possa assegurar uma efectiva independência<br />

para monitorar com rigor e julgar à face da<br />

Lei a conformidade das decisões e medidas<br />

de gestão empresarial com as normas que<br />

estruturam o Código de Governação Corporativa.<br />

O próprio Princípio de “Comply-or-Explain”<br />

– que se vem dissecando nas pretéritas<br />

crónicas – contém, em si mesmo, um<br />

comando para que seja uma “terceira parte”<br />

a assegurar tal monitorização e a que execute<br />

tal conformidade.<br />

Esta “terceira<br />

parte”, que, facilmente,<br />

se reconhece<br />

coexistir no próprio<br />

mercado de<br />

capitais, não pode,<br />

pela sua própria<br />

natureza agregada,<br />

velar por uma<br />

resposta em que<br />

se contemplem os<br />

interesses de todos<br />

os seus agentes.<br />

Daí ser pela via de<br />

um Código que<br />

se torna possível<br />

uma intervenção<br />

de cada accionista<br />

individualmente considerado, com a possibilidade<br />

de uma justa ponderação dos seus<br />

interesses e dos efeitos danosos que sobre as<br />

suas poupanças os desvios provocados por<br />

essas mesmas decisões produzem.<br />

Sendo certo que as explicações para tais<br />

desvios se podem plasmar nos Relatórios e<br />

Contas das Sociedades, nas respostas verbais<br />

ou por escrito a requerimentos de accionistas,<br />

seja no dia-a-dia, seja no decurso de<br />

Assembleias Gerais, seja em “press releases”<br />

grandes bancos ocidentais<br />

com sérias dificuldades<br />

Provisões gigantescas, perdas históricas<br />

e despedimentos em massa<br />

são as principais consequências do<br />

turbilhão que se abateu sobre o<br />

sector financeiro da Europa e dos<br />

Estados Unidos. Com a agravante<br />

de que ainda não se vislumbra luz<br />

ao fundo do túnel.<br />

A exposição a activos “subprime”<br />

afectou os lucros dos bancos<br />

e originou perdas históricas nas<br />

contas de bancos como o UBS ou<br />

o Merrill Lynch. Este último foi<br />

o primeiro a reconhecer números<br />

vermelhos em Outubro passado,<br />

com perdas de 1,4 mil milhões de<br />

euros, as maiores de sempre em<br />

quase um século de existência. Na<br />

Europa, o UBS foi o mais atingidos.<br />

Nos três primeiros meses, o<br />

banco suíço perdeu perto de sete<br />

mil milhões de euros.<br />

Quanto a provisões, bancos e<br />

seguradoras ocidentais destinaram<br />

mais de 170 mil milhões de euros<br />

a cobrir a desvalorização de activos.<br />

Sendo que estas provisões tendem a<br />

aumentar ainda mais nos próximos<br />

meses. Além disso, a crise “subprime”<br />

deixou sem fundos várias entidades,<br />

pelo que algumas foram<br />

vendidas e outras até nacionalizadas.<br />

Os governos tiveram que intervir<br />

para evitarem a insolvência.<br />

Naturalmente, as principais vítimas<br />

das perdas dos bancos têm sido<br />

os seus trabalhadores. Nos Estados<br />

Unidos, já foram perdidos mais de<br />

34 mil postos de trabalho, o número<br />

mais alto desde a bolha tecnológica<br />

há sete anos. Na Europa, as<br />

coisas também estão complicadas e<br />

até já há executivos de topo a perderem<br />

os seus postos de trabalho.<br />

A continuar a crise, tudo tenderá a<br />

ficar muito mais complicado.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

M. Jorge C. Castela<br />

Economista & Jurista<br />

(jorge.castela@ssga.pt)<br />

ou em “investor meetings”, nem sempre tais<br />

canais de comunicação são suficientes ou esclarecedores.<br />

Também não será, sempre, uma via recomendável<br />

ou eficiente o recurso aos Tribunais<br />

para a sua sindicabilidade judicial.<br />

Por isso, este caminho em construção de<br />

um Código de Governação Corporativa poder<br />

constituir-se numa via intermédia entre<br />

estas alternativas. Desde logo, por corporizar<br />

o Princípio de “Comply-or-Explain” como<br />

um meio de forçar os órgãos de administração<br />

societária a emitir declarações públicas<br />

a respeito da “compliance” ou “non-compliance”,<br />

por junto com uma demonstração<br />

cabal dos fundamentos dos desvios diagnosticados.<br />

É, então, neste caminho que importa<br />

uma célere elaboração de um quadro legislativo<br />

destinado a auxiliar os accionistas a<br />

exercerem diversos direitos (p. ex., formular<br />

perguntas, apresentar resoluções, votar sem<br />

estar presente, participar nas assembleias gerais<br />

através de meios electrónicos), forçando<br />

a introdução de uma “Declaração Anual<br />

sobre o Governo das Sociedades”, coerente<br />

e descritiva, que enumere os elementos fundamentais<br />

das suas estruturas e práticas no<br />

domínio da “corporate governance”, consagrando<br />

normas mínimas relativas à criação,<br />

composição e papel dos comités de nomeação,<br />

remuneração e auditoria dos Conselhos<br />

de Administração das S.A., vinculados, de<br />

facto e de direito, ao princípio de “respeitar<br />

ou justificar desvios” e à obrigação de declarar,<br />

individualmente, os seus interesses e<br />

remunerações.<br />

Uma “mapa de estradas” em que o Código<br />

de Governo das Sociedades funcione como<br />

um GPS que assegure aos accionistas uma<br />

maior transparência e influência no quotidiano<br />

das Sociedades em que investem o seu<br />

tempo, paciência e dinheiro.<br />

Best cria maior<br />

plataforma<br />

de negociação<br />

de certificados<br />

O banco Best, em<br />

colaboração com o<br />

The Royal Bank of<br />

Scotland (RBS) lançou,<br />

pela primeira vez<br />

no mercado português,<br />

a maior plataforma de<br />

negociação de certificados<br />

OTC, emitidos<br />

pelo ABN Amro. A<br />

plataforma de certificados<br />

online compreende<br />

uma oferta superior<br />

a mil instrumentos<br />

financeiros.<br />

Desta forma, os potenciais<br />

investidores<br />

terão acesso a múltiplos<br />

mercados e classes<br />

de activos. Desde os<br />

mais tradicionais até<br />

aos mais exclusivos,<br />

podem participar no<br />

desempenho dos activos<br />

subjacentes, como<br />

sectores, países e matérias-primas.<br />

Abrem-se<br />

assim oportunidades<br />

não acessíveis por via<br />

dos instrumentos tradicionais,<br />

como os<br />

fundos de investimento.<br />

Incluem uma vasta<br />

categoria de certificados,<br />

designadamente<br />

“open-end”, “quanto”,<br />

“discount”, “bonus” e<br />

“outperformance”.<br />

PUB


A nossa análise<br />

“Plano BES 95” conjuga poupança com financiamento<br />

O BES, através do seu “Plano BES 95”, oferece<br />

um produto que é composto por um depósito a<br />

prazo, um fundo de investimento e/ou um PPR e<br />

um financiamento, onde o valor total do crédito<br />

(95%) é aplicado no fundo e/ou PPR. A atracção<br />

deste produto tem grandes contras: o fundo de<br />

investimento é flexível de gestão dinâmica, pelo que,<br />

tal como o PPR, não garante capital ou rentabilidade;<br />

o DP tem uma taxa reduzida para o elevado prazo<br />

(dez ou 15 anos) e o crédito, porque totalmente<br />

colateralizado, tem um “spread” pouco competitivo.<br />

Sem garantia de capital ou rentabilidade<br />

CONselhO<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 merCADOs 41<br />

O “Plano BES 95” consiste num produto<br />

estruturado composto por um depósito a prazo<br />

(DP Poupança Activa), um fundo de investimento<br />

(Fundo de Investimento ES Estratégia Activa II)<br />

e/ou um PPR (PPR Poupança Activa Plano BES)<br />

e um financiamento, onde o cliente faz uma<br />

entrada inicial de capital de 5%, sendo os restantes<br />

95% financiados pelo BES. O valor financiado é<br />

escolhido em função do valor mensal que o Cliente<br />

decide pagar, mediante uma simulação.<br />

O objectivo principal do “Plano BES 95” é permitir<br />

ao cliente fazer uma gestão fiscal mais eficiente,<br />

onde o financiamento pode ser aplicado no fundo<br />

de investimento e, anualmente, o sistema realiza<br />

passagens para o PPR. Note-se, no entanto, que o<br />

valor total do crédito (95%) é aplicado num fundo<br />

de investimento flexível de gestão dinâmica, com<br />

acções internacionais, e/ou num PPR Poupança<br />

Activa em formato de seguro de capitalização.<br />

Ora, nenhum destes produtos garante capital ou<br />

rentabilidade, sendo que ambos têm risco de<br />

acções. Em termos de rentabilidade, a única que<br />

está predefinida é a do “DP Poupança Activa”,<br />

Nenhum dos produtos de investimento garante capital ou rentabilidade, sendo<br />

que ambos têm risco de acções. O “DP Poupança Activa” remunera a taxas<br />

crescentes desde 2,5% até 6%; no entanto, esta última taxa só é atribuída<br />

no último ano, logo há anos em que a taxa não cresce. Quanto ao “Crédito<br />

Poupança Activa”, o “spread” está entre 1,6% e 1,8%, o que, dado o obrigatório<br />

penhor da aplicação, não se trata de um “pricing” muito vantajoso.<br />

Crise dos mercados:<br />

ponto da situação<br />

Os últimos meses caracterizaram-se<br />

por um clima muito negativo nos<br />

mercados financeiros em geral e nos<br />

mercados accionistas em particular. Esta crise,<br />

originária no sector do crédito de alto risco<br />

americano, está às portas da zona euro, onde,<br />

pela primeira vez desde 2003, os índices de<br />

actividade contraíram de forma generalizada,<br />

sinalizando que a UEM entrará no 3º trimestre<br />

com um crescimento abaixo do potencial.<br />

Os empresários reportaram problemas nas<br />

encomendas devido à apreciação do euro, à<br />

subida dos preços do petróleo e, mais recentemente,<br />

às perspectivas de subida das taxas<br />

de juro pelo BCE. As componentes de preços<br />

continuam a subir, o que é relevante para<br />

a política do BCE, pois cauciona o recente<br />

acréscimo nas taxas de juro. A confiança dos<br />

empresários alemães caiu fortemente para o<br />

nível mais baixo desde 2005 e revelou uma<br />

maior deterioração das expectativas (em grande<br />

medida devido aos receios quanto à subida<br />

de taxas pelo BCE). O sector mais afectado foi<br />

o da indústria, onde os empresários esperam<br />

uma desaceleração das exportações. As componentes<br />

relacionadas com a procura interna<br />

também foram afectadas, com as perspectivas<br />

de retalho a deteriorarem-se.<br />

Nos mercados financeiros, os principais<br />

índices mundiais acumulam, em 2008,<br />

perdas superiores a 10% e em alguns casos,<br />

como por exemplo o português, as perdas<br />

são superiores a 30% este ano. Chegados a<br />

com taxas crescentes desde 2,5% até 6,0% de<br />

TANB e com pagamento de juros no vencimento,<br />

por crédito na conta à ordem suporte. Note-se, no<br />

entanto, que pelo facto de a taxa ser crescente e<br />

os 6% só serem atribuídos no último ano, há anos<br />

em que a taxa não cresce. Quanto ao “Crédito<br />

Poupança Activa” a taxa de juro fixa-se na Euribor<br />

a 6 meses (arredondada à milésima), acrescida de<br />

um “spread” de 1,6% para clientes “BES 360º”<br />

ou 1,8% para clientes de retalho. Pelo facto de o<br />

crédito implicar o penhor da aplicação, seria de<br />

esperar uma taxa de juro mais reduzida.<br />

O “Plano BES 95” pode isentar o cliente das<br />

despesas de manutenção da conta de depósito à<br />

ordem; contudo, para se verificar a isenção das<br />

despesas de manutenção da conta é necessário<br />

fazer uma aplicação em PPR, no mínimo de 600<br />

euros para clientes de retalho, de três mil euros<br />

este ponto, para além de culpar o ímpio especulador<br />

sem moral e sem rosto, convém<br />

recordar duas razões que justificam esta situação:<br />

A “bolha das commodities”<br />

Esta espiral de alta é semelhante a outras<br />

que se formaram nos mercados financeiros:<br />

começou por se basear em sólidos fundamentos<br />

(procura dos países emergentes, escassez<br />

de oferta); foi mais longe do que se<br />

esperava (alguém se lembra do espanto e<br />

cepticismo com que foram recebidos os primeiros<br />

entusiastas das commodities e os seus<br />

vaticínios?); após ultrapassar valores razoáveis,<br />

há um mecanismo de auto-sustentação<br />

ajudado pela psicologia das multidões.<br />

O ciclo vicioso em marcha<br />

Nos últimos dois/três meses, o mercado<br />

testou a tese de que “o pior já passou”. O<br />

conjunto de medidas e estímulos da FED,<br />

entre as quais o salvamento da Bear Stearns<br />

pela JP Morgan com o alto patrocínio do<br />

banco central americano, foram um indicador<br />

de confiança. Na altura, muitos argumentaram<br />

no sentido de que os mínimos do<br />

ano já tinham sido vistos e inclusivamente<br />

a Goldman Sachs saiu com uma recomendação,<br />

no início de Maio, no sentido de<br />

aumentar a exposição ao sector financeiro<br />

CONselhO<br />

e de bens de consumo. Esta recomendação<br />

assumiu um papel relevante, dado tratar-se<br />

não só da maior casa de investimento a nível<br />

mundial, como também aqueles que tinham<br />

escapado à crise de forma aparentemente<br />

brilhante. Acontece que a Goldman reviu<br />

essa recomendação, classificando-a agora<br />

como claramente errada. Assiste-se, agora,<br />

a um fenómeno claro de reflexividade, ou<br />

seja, a queda do mercado, explicada por dificuldades<br />

macroeconómicas e também por<br />

especificidades desta crise — gula financeira<br />

ao mais alto nível —, tende a alimentar quedas<br />

ainda maiores, sendo óbvias as razões:<br />

as quedas de cotações dos grandes bancos e<br />

das seguradoras de crédito coloca-os numa<br />

situação mais débil ao nível do acesso ao capital<br />

e capacidade de alavancagem (o acesso<br />

ao capital é essencial para cobrir os prejuízos<br />

actuais e a capacidade para alavancar é essencial<br />

para voltar aos lucros).<br />

Outros analistas não deixam de recordar<br />

a velha profecia de Marx de que o capitalismo<br />

alimenta o seu próprio coveiro e que esta<br />

crise prova a natureza autofágica do sistema<br />

capitalista. Profecias…<br />

Conclusão<br />

Parece-nos seguro dizer que a actual crise<br />

é mais uma com aspectos semelhantes e com<br />

características que a distinguem das anteriores.<br />

Um dos aspectos interessantes deriva do<br />

AlexAndre MotA<br />

Gestor de Carteiras e<br />

Consultor do Grupo Golden<br />

Assets<br />

MartiM Porto<br />

redaccao@vidaeconomica.pt<br />

para clientes “BES 360º” ou 1250 euros com<br />

domiciliação de ordenado.<br />

Prazos muito longos<br />

A constituição do “Plano BES 95” tem regras<br />

fixas: o “DP Poupança Activa” exige 5% do<br />

montante total, com um mínimo de 50 euros; o<br />

“PPR Poupança Activa Plano BES” e/ou o fundo<br />

de investimento “ES Estratégia Activa II” arrecada<br />

95% do montante total, com um mínimo de mil<br />

euros e um máximo para clientes “BES 360º” de<br />

36.750 euros (prazo de dez anos) ou 52.500 euros<br />

(prazo de 15 anos) e para clientes em geral de<br />

13.125 euros (prazo de dez anos) ou 18.375 euros<br />

(prazo de 15 anos); e o “Crédito Poupança Activa”<br />

exige um mínimo de mil euros. Em termos de prazo,<br />

o “DP Poupança Activa” estende-se entre dez ou<br />

15 anos e o “PPR Poupança Activa Plano BES” no<br />

máximo até aos 70 anos do segurado, enquanto o<br />

fundo de investimento “ES Estratégia Activa II” tem<br />

um mínimo recomendado de dois anos. Note-se<br />

ainda que a soma do prazo do “Plano BES 95” e a<br />

idade do cliente não podem ultrapassar os 70 anos.<br />

Tratam-se por isso de prazos longos, onde o<br />

cliente não pode cancelar o plano, uma vez que<br />

está a pagar um financiamento. Aliás, o resgate<br />

de qualquer componente do “Plano BES 95”<br />

pressupõe o fecho do plano e, consequentemente,<br />

a amortização total do “Crédito Poupança Activa”.<br />

Assim, caso o cliente necessite de liquidez, para<br />

resgatar qualquer uma das aplicações terá que<br />

liquidar o financiamento. Finalmente, nota para<br />

o facto de este produto estar em campanha, pelo<br />

que pela subscrição de qualquer plano, desde que<br />

subscrito com seguro de saúde, o BES oferece ao<br />

cliente um brinde que pode ser escolhido entre três:<br />

leitor DVD LG DVX 286; leitor LG MP4; relógio<br />

Festina.<br />

O “Plano Bes 95” tem prazos longos, em que o cliente não pode cancelar<br />

o plano, uma vez que está a pagar um financiamento. Aliás, o resgate de<br />

qualquer componente do “Plano Bes 95” pressupõe o fecho do plano e,<br />

consequentemente, a amortização total do “Crédito Poupança Activa”. Assim,<br />

caso o cliente necessite de liquidez, para resgatar qualquer uma das aplicações<br />

terá que liquidar o financiamento.<br />

facto de esta ser uma crise simultaneamente<br />

inflacionista e recessiva. Por isso, a procura<br />

de obrigações não funciona — dado que os<br />

prémios de risco pela detenção destes activos<br />

sobem, reagindo assim ao aumento esperado<br />

do nível geral de preços futuro. Neste contexto,<br />

os “reis” da actual crise são os produtos de<br />

tesouraria de curto prazo e uma classe de activos<br />

em ascensão há uns anos e especialmente<br />

há uns meses a esta parte: as “commodities”.<br />

A solução para ultrapassar esta depressão do<br />

sistema capitalista passa também por uma reflexão<br />

profunda ao nível político. Acreditar no<br />

livre funcionamento dos mercados é cada vez<br />

mais uma profissão de fé que esbarra amiúde<br />

com os danos que esse livre funcionamento<br />

cauciona. Em “A crise do capitalismo global”,<br />

escrito em 1998, George Soros pode ter falhado<br />

no “timing”, mas acertou no diagnóstico:<br />

o capitalismo está doente. A receita foi dada<br />

na altura: mais regulação, mais concertação<br />

entre governos, mais liberdade política, etc.<br />

Adaptando os remédios da altura à realidade<br />

de hoje, será preciso: 1) cooperação internacional<br />

ao nível dos principais operadores no<br />

mercado energético; 2) cooperação internacional<br />

ao nível dos bancos centrais para maior<br />

vigilância das taxas de câmbio e de juro; 3)<br />

regulação e imposição de limitações ao “trading”<br />

institucional de “commodities”, penalizando<br />

práticas abusivas.<br />

Difícil? Muito. Possível? Esperamos que<br />

sim.


42<br />

taxas euribor voltam a subir<br />

Filipe garcia<br />

filipegarcia@imf.pt<br />

Os mais recentes<br />

comentários<br />

do BCE e a recuperação<br />

de alguma<br />

confiança no mercado<br />

accionista levaram<br />

à subida das<br />

Euribor a 6 meses<br />

e 1 ano. O mercado<br />

atribui, esta semana,<br />

uma maior<br />

probabilidade de<br />

nova subida de ta-<br />

xas pelo BCE do que na semana passada.<br />

Olhando para a curva forward, verifica-se<br />

uma incorporação a 75% de mais uma su-<br />

5.50<br />

5.00<br />

4.50<br />

4.00<br />

3.50<br />

3.00<br />

2.50<br />

2.00<br />

Taxas MMI<br />

T/N 4.20<br />

1 W 4.35<br />

2 W 4.37<br />

1 M 4.37<br />

2 M 4.65<br />

3 M 4.86<br />

6 M 5.07<br />

9 M 5.19<br />

1 Y 5.37<br />

mercados<br />

Mercado cambial<br />

bida de 25 bps em Dezembro e a incorporação<br />

na totalidade dessa hipótese para Janeiro.<br />

Os comentários de Klaus Liebsher reforçaram<br />

esse sentimento. Este membro do<br />

BCE afirmou que a inflação continua a causar<br />

muita preocupação e que tudo será feito<br />

para evitar os chamados “efeitos de segunda<br />

vaga”, provocados por actualização de salários<br />

a acompanhar a inflação de “primeira<br />

vaga”. Num registo diferente, o Ministro<br />

das Finanças alemão confirma que a economia<br />

do seu país entrou em declínio no<br />

segundo trimestre, mas adverte que não se<br />

deve mencionar a possibilidade de recessão<br />

técnica, pois não há indícios dessa situação.<br />

euro/Usd falha acima de 1,60<br />

Segundo Steinbrueck, tais comentários poderão<br />

afectar negativamente a percepção<br />

dos agentes económicos, prejudicando as<br />

hipóteses de recuperação económica.<br />

Os analistas do Bank of America apontam<br />

exactamente no sentido contrário.<br />

Num comentário publicado no início da<br />

semana, o banco afirma que, tendo como<br />

base a constante pressão no poder de compra<br />

do consumidor, resultante da subida da<br />

energia e alimentos, da subida do euro e das<br />

restrições de acesso ao crédito, não pode ser<br />

colocado de parte o risco de entrada em recessão.<br />

Esta manhã, o índice de confiança<br />

do consumidor italiano espelha isso mesmo.<br />

O índice caiu para os mínimos dos últimos<br />

Mercado Monetário interbancário<br />

15 anos, sendo que as componentes das<br />

perspectivas futuras se encontram bastante<br />

abaixo da avaliação da situação actual. No<br />

Reino Unido, um dos membros do Banco<br />

Central admite que o país está a entrar em<br />

recessão e invoca a necessidade de as taxas<br />

caírem bem abaixo dos 5% actuais.<br />

As taxas fixas voltaram a subir, quer pelo<br />

efeito da maior expectativa de subida de taxas<br />

de referência, quer pela recuperação no<br />

mercado accionista. A situação pode inverter,<br />

caso as acções voltem a cair, mas o mercado<br />

obrigacionista continua muito susceptível<br />

a um evento de crédito negativo.<br />

Análise produzida a 23 de Julho de 2008<br />

Yield curve euro e dólar euribor - 3 m, 6 m e 1 ano Yield 10 anos euro benchmark<br />

condIções dos bancos cenTraIs daTa<br />

Euro Refinancing Rate 4,25% 13/06/07<br />

bce Euro Marginal Lending 5,25% 13/06/07<br />

Euro Deposit FacilityEuro 3,25% 13/06/07<br />

eUa FED Funds 2,00% 30/04/08<br />

r.Unido GB Prime Rate 5,00% 10/04/08<br />

suíça Target Libor 3M 2,75% 13/09/07<br />

Japão Repo BoJ 0,50% 21/02/07<br />

EUR/USD<br />

No comentário da semana<br />

passada mostrávamo-nos pouco<br />

convencidos com o novo máximo<br />

histórico do Eur/Usd, que<br />

considerávamos insuficiente para<br />

definir o retomar da tendência de<br />

alta de médio prazo. Na verdade,<br />

o câmbio recuou rapidamente<br />

desde valores acima de 1,60, vol-<br />

'<br />

EUR<br />

USD<br />

1 W 1 M 2 M 3 M 6 M 9 M 1 Y 1 Y 2 Y 5 Y 10 Y 30 Y<br />

euro/dólar<br />

eUro fra’s<br />

Forward Rate Agreements<br />

Tipo* Bid Ask<br />

1X4 4.999 5.019<br />

3X6 5.150 5.170<br />

1X7 5.180 5.200<br />

3X9 5.250 5.270<br />

6X12 5.233 5.253<br />

12x24 5.284 5.304<br />

*1x4 - Período termina a 4 meses, com início a 1M<br />

tando ao intervalo de variação em<br />

vigor nos últimos meses, ou seja,<br />

temos de novo o Eur/Usd neutral.<br />

Suportes nos 1,5610 e 1,53 dólares<br />

e resistências nos 1,59 e máximos<br />

históricos.<br />

EUR/JPY<br />

O “cross” voltou esta semana a<br />

análise técnica - psi-20 - xetra dax<br />

5.450<br />

5.350<br />

5.250<br />

5.150<br />

5.050<br />

4.950<br />

4.850<br />

4.750<br />

4.650<br />

22-Apr 22-May 21-Jun 21-Jul<br />

eUro Irs<br />

Interest Swaps vs Euribor 6M<br />

Prazo Bid Ask<br />

2Y 5.332 5.342<br />

3Y 5.297 5.317<br />

5Y 5.332 5.214<br />

8Y 5.093 5.123<br />

10Y 5.093 5.113<br />

20Y 5.100 5.110<br />

30Y 4.974 4.984<br />

registar um novo máximo histórico,<br />

a poucos pips de 170 ienes<br />

por euro.<br />

O Eur/Jpy voltou a ser vendido<br />

nessa zona, que é de clara resistência.<br />

Começa a formar-se um padrão<br />

técnico que pode ser preocupante<br />

a continuidade da tendência de<br />

alta do “cross” – uma “divergência<br />

negativa”.<br />

Os 170 ienes são então a resistência<br />

a considerar e a zona entre<br />

165,00 e 165,30 o suporte mais<br />

relevante.<br />

EUR/GBP<br />

Falhado que foi mais um teste<br />

à zona de resistência nas 0,8020<br />

libras, o Eur/Gbp volta agora a<br />

terrenos mais neutrais.<br />

Desde finais de Março que as<br />

cotações se encontram sem tendência<br />

definida no médio prazo,<br />

entre as 0,7740 e as 0,8100<br />

libras. No curto prazo, é mesmo<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

evolução euribor (em basis points)<br />

23.Jul.08 15.Jul.08 24.Jun.08<br />

1M 4.480% 4.466% -0.003 4.489% -0.009<br />

3M 4.959% 4.958% -0.005 4.958% 0.002<br />

1Y 5.426% 5.376% -0.006 5.419% 0.006<br />

leIlões bce<br />

Last Tender 22.Jul.08<br />

Minium Bid 4,25%<br />

Marginal Rate 4,35%<br />

FIXING Variação Variação Variação<br />

23.Julho.08 Semanal (%) no mês (%) desde 1 Jan. (%)<br />

EUR/USD 1.5741 -0.93% -0.15% 6.93%<br />

EUR/JPY 169.75 2.47% 1.99% 2.92%<br />

EUR/GBP 0.7872 -0.85% -0.64% 7.34%<br />

EUR/CHF 1.6287 1.54% 1.44% -1.57%<br />

EUR/NOK 8.0900 0.30% 1.01% 1.66%<br />

EUR/SEK 9.4700 -0.49% 0.00% 0.30%<br />

EUR/DKK 7.4618 0.04% 0.05% 0.05%<br />

EUR/PLN 3.2505 0.89% -3.01% -9.55%<br />

EUR/AUD 1.6330 0.37% -0.25% -2.55%<br />

EUR/NZD 2.0966 1.82% 1.62% 10.21%<br />

EUR/CAD 1.5869 -0.32% -0.46% 9.83%<br />

EUR/ZAR 11.8202 -2.51% -4.23% 17.85%<br />

EUR/BRL 2.4880 -1.70% -0.92% -4.17%<br />

provável que a libra ganhe alguma<br />

força e teste a parte inferior<br />

deste intervalo.<br />

psi-20<br />

PSI-20<br />

XETRA DAX<br />

daX 30<br />

O PSI-20 encontrou suporte nos 7870<br />

pontos, onde efectuou um “duplo fundo”.<br />

Desde esses níveis, o índice já recuperou<br />

mais de 1000 pontos, deparando-se com<br />

resistência nos 8900 pontos. É provável<br />

que se assista a uma estabilização nos<br />

próximos dias, mas uma eventual quebra<br />

dos 8900 pontos abrirá espaço para um<br />

arranque até aos 9180 pontos, os 38,2%<br />

de correcção fibonacci.<br />

As restantes correcções, de 50% e<br />

61,8%, estão nos 9585 e 9988 pontos,<br />

respectivamente.<br />

Tal como no PSI-20, o DAX encontrou suporte<br />

sob a forma de um duplo fundo, neste<br />

caso nos 6000 pontos “redondos”.<br />

No caso do índice alemão, os 38,2% foram<br />

já ultrapassados, bem como a zona de resistência<br />

nos 6400 pontos. Parece-nos que haverá<br />

algumas dificuldades adicionais no ataque<br />

aos 50% de correcção (6620 pontos), até<br />

porque temos uma resistência horizontal nos<br />

6650/60 pontos, zona por onde passa uma linha<br />

de tendência descendente...<br />

Primeiro suporte relevante nos 6200 pontos.<br />

1Y<br />

6M<br />

3M<br />

4.7<br />

4.6<br />

4.5<br />

4.4<br />

4.3<br />

4.2<br />

4.1<br />

4.0<br />

3.9<br />

3.8<br />

3.7<br />

Dec Jan Feb Mar Apr May Jun Jul<br />

Há um suporte intermédio entre<br />

0,7000 e 0,7830 libras por<br />

euro.


consultório financeiro<br />

Quais as recomendações que foram apresentadas<br />

para a acção EDP Renováveis?<br />

Durante a passada semana foram publicadas<br />

nada mais nada menos do<br />

que sete análises de início de acompanhamento<br />

da acção da EDP Renováveis.<br />

Entre as casas de investimento<br />

que emitiram notas de “research”<br />

para a EDP Renováveis, apenas a<br />

Morgan Stanley tem uma recomendação<br />

de “equal-weight” para a empresa<br />

participada da EDP, enquanto todas as<br />

outras não hesitam em recomendar a<br />

compra destas acções.<br />

No que respeita ao “price-target”<br />

avançado pelos analistas de mercado,<br />

a média encontra-se na casa dos<br />

8,50 euros, entre o máximo de 9,50<br />

euros do Santander e os oito euros<br />

da Société Générale. Recorde-se<br />

que este último preço-alvo do banco<br />

de investimento francês é o mesmo<br />

preço da oferta pública inicial.<br />

Quais são os principais argumentos apresentados<br />

pelos analistas para sustentarem<br />

as suas recomendações positivas?<br />

Os “researchers” acreditam que o<br />

preço actual da acção em Bolsa não<br />

incorpora a capacidade que a EDP<br />

Renováveis espera ter instalada a partir<br />

do final de 2008, uma vez que a<br />

EDP Renováveis possui um forte plano<br />

estratégico e perspectivas de crescimento<br />

muito sólidas e uma das que<br />

tem maior perspectiva de crescimento<br />

no sector. A empresa tem o objectivo<br />

de instalar cerca de 7000 MW nos<br />

até 2012, ou seja, aproximadamente<br />

1400 MW por ano. A Caixa BI estima,<br />

por isso, que a EDP Renováveis registe<br />

um crescimento médio anual do EBI-<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 mercados 43<br />

Analistas recomendam<br />

“comprar” EDP Renováveis<br />

A EDP Renováveis tem tido umas sessões bem<br />

tranquilas, ao contrário do resto do mercado,<br />

como resultado directo das múltiplas recomendações<br />

de “compra” proferidas por diversas<br />

7.8<br />

7.6<br />

7.4<br />

7.2<br />

6.8<br />

TDA de 35% entre 2008 e 2012.<br />

Mais, a volatilidade que controla os<br />

mercados está a evitar que os investidores<br />

olhem para o valor fundamental<br />

das empresas.<br />

E o presente também já conta?<br />

Sem dúvida. Uma parte importante da<br />

valorização da acção depende dos activos<br />

que estão já em operação, pelo<br />

que já hoje a EDP Renováveis é um<br />

“pure play”, num sector alternativo<br />

onde a queda abrupta desde a estreia<br />

não reflecte a qualidade dos fundamentais<br />

da empresa.<br />

“PRIcE-TARGET” MéDIo FIxA-SE noS 8,6 EURoS<br />

8<br />

7<br />

casas de investimento. Em termos de “pricetarget”,<br />

a pior estimativa encontra-se nos oito<br />

euros (Société Générale) e a melhor nos 9,50<br />

euros apresentada pelo Santander.<br />

6.6<br />

5/6/2008 23/7/08<br />

Banco Preço-alvo Recomendação<br />

Morgan Stanley J 8,50 Equal Weight<br />

Lisbon Brokers J 8,50 Comprar<br />

Société Générale J 8,00 Comprar<br />

Citigroup J 8,32 Comprar<br />

BBVA J 8,60 Comprar<br />

Santander J 9,50 Comprar<br />

Fonte: Bancos de Investimento<br />

EDP REnovávEIS EnTRoU EM BolSA<br />

no PIoR MoMEnTo PoSSívEl<br />

O que é que representa actualmente esta<br />

área de negócio autonomizada da EDP?<br />

A EDP Renováveis detém actualmente<br />

3,6 GW brutos de capacidade instalada<br />

de produção de energias renováveis,<br />

através da Neo e da Horizon. No<br />

final deste ano, este valor deverá crescer<br />

para 5,2 GW e chegar a 7,6 GW<br />

no final de 2010. Nos anos seguintes,<br />

entre 2011 e 2013, a EDP Renováveis<br />

espera continuar a crescer 1200 MW<br />

por ano.<br />

O EBITDA deverá crescer a uma média<br />

anual de 46% entre 2007 e 2010,<br />

acima dos 32% previstos para o concorrente<br />

que surge em segundo lugar,<br />

com a taxa de crescimento mais elevada.<br />

A EDP Renováveis apresenta um<br />

crescimento de EBITDA mais elevado<br />

que os congéneres, alicerçado na qualidade<br />

do seu parque industrial a entrar<br />

em operação.<br />

Neste momento, a EDP Renováveis<br />

está presente em Portugal, que irá<br />

manter-se com um peso de 12%, Espanha,<br />

que diminuirá de 45% para<br />

37%, enquanto os dos Estados Unidos<br />

subirão de 41% para 44%. França,<br />

Bélgica e Polónia representarão, em<br />

2010, os restantes 7%. Na América<br />

no Norte e Central a EDP Renováveis<br />

está a olhar para o México e o Canadá,<br />

aproveitando a vantagem da presença<br />

nos Estados Unidos.<br />

Martim Porto<br />

Têxtil espanhola<br />

em terreno negativo<br />

O sector têxtil espanhol, que não pode<br />

ser dissociado do nacional, está a viver um<br />

momento muito complicado. No ano passado,<br />

pela primeira vez na última década,<br />

houve uma quebra na facturação, de 0,7%,<br />

para 22 mil milhões de euros. Ainda que a<br />

descida tenha sido ligeira, não deixa de ter<br />

impacto psicológico.<br />

A quebra é atribuída ao facto de o sector<br />

ser deflacionário, ao aumento do consumo<br />

nos saldos e ao reforço da quota dos “outlet”,<br />

que passaram de 1% para 8%, em<br />

apenas cinco anos. Além disso, o ano passado<br />

ficou ainda marcado pela contenção<br />

no consumo e por um clima desvaforável.<br />

Mais, as associações sectoriais acreditam<br />

que a situação ainda vai complicar-se mais<br />

nos próximos tempos, aliás, à semelhança<br />

do que vai acontecer noutras áreas de actividade.<br />

Um ano de crise<br />

e não há solução<br />

à vista<br />

O mundo mudou muito em apenas um<br />

ano. As bolsas registaram uma quebra de<br />

20% em apenas dois meses, o ouro subiu<br />

para perto do dobro e o petróleo disparou<br />

num curto espaço de tempo. Quando se<br />

começou a falar que o pior da crise teria<br />

passado, houve um agravamento da situação.<br />

Os sinais não são nada tranquilizadores,<br />

para mais quando os Estados Unidos estão<br />

perto da recessão e na Europa a inflação<br />

está em alta, o consumo é uma miragem,<br />

as taxas de juro sobem e a indústria fala<br />

de tempos muito complicados. O ouro ter<br />

duplicado o seu valor faz sentido, já que se<br />

trata de um produto, refúgio para os investidores.<br />

As maiores agências de créditos<br />

hipotecários dos Estados Unidos estão pelas<br />

ruas da amargura, mais um sinal muito<br />

preocupante no actual contexto.<br />

A verdade é que investidores estão receosos<br />

quanto ao mercado de valores. As<br />

bolsas caíram mais de 20% em apenas mês<br />

e meio. O sector financeiro europeu não<br />

fica à margem de todos estes problemas.<br />

Bancos e praças financeiras têm registado<br />

resultados muito inferiores às previsões,<br />

por mais pessimistas que estas já fossem.<br />

Enfim, tarda em aparecer a tão desejada luz<br />

ao fundo do túnel.<br />

FMI avisa para riscos<br />

de inflação nos<br />

mercados emergentes<br />

As economias emergentes têm que tornar<br />

o combate à inflação uma das suas<br />

principais prioridades. O aviso foi feito<br />

pelo Fundo Monetário Internacional<br />

(FMI), numa altura em que as perspectivas<br />

apontam para aumentos dos preços nos<br />

mercados em desenvolvimento, neste e no<br />

próximo ano.<br />

Perante este cenário, muitos dos mercados<br />

emergentes terão que agravar as taxas<br />

de juro, reduzir os défices orçamentais e<br />

valorizar as respectivas moedas, no sentido<br />

de conterem os riscos de inflação.


44<br />

MERCADOS<br />

Quedas do euro e do petróleo<br />

suportam mercados<br />

Os últimos dias dos mercados financeiros<br />

foram “no mínimo<br />

trepidantes”. Depois de mínimos<br />

de sempre na maioria das empresas do<br />

PSI20, depois de contabilizadas perdas<br />

de 38% na bolsa portuguesa e depois de<br />

os bancos perderem metade do seu valor,<br />

eis que surge uma nova luz ao fundo do<br />

túnel. Ainda poucos acreditam mas, pelo<br />

menos, é um alívio.<br />

Os resultados das empresas parecem<br />

espelhar o que de pior poderia acontecer,<br />

mas têm sido sobretudo informações externas<br />

que influenciam o mercado luso.<br />

A banca, que viveu dias negros, recuperou<br />

alguns pontos, estimulada pela descida<br />

da pressão sobre os preços provocada<br />

pelo recuo do petróleo, mas foi positivamente<br />

influenciada pela queda do euro.<br />

As declarações feitas pelo presidente da<br />

FED, a sugerir que os EUA deverão subir<br />

TÍTULOS EURONEXT LISBOA<br />

as taxas de juro, e ainda as afirmações do<br />

secretário de Estado do Tesouro, Henry<br />

Paulson, sobre um plano para estabilizar<br />

o mercado financeiro, acentuaram os ganhos<br />

do dólar.<br />

Este responsável disse que o seu plano<br />

vai muito para além da Fannie e da Freddie,<br />

duas instituições financeiros que representam<br />

metade do crédito hipotecário<br />

daquele país.<br />

Estas declarações revelaram o forte<br />

apoio das autoridades americanas à sua<br />

divisa, comentaram analistas. No mercado<br />

perspectiva-se o regresso de grandes<br />

volumes de fundos aos EUA, aumentando<br />

a forte procura de dólares.<br />

Este ambiente contagiou a generalidade<br />

dos mercados europeus e na Euronext Lisbon<br />

o meio da semana foi marcado pela recuperação<br />

da banca, exactamente o sector<br />

mais penalizado no último semestre. Os<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

investidores não reagiram a recomendações<br />

em baixa, nomeadamente no caso do<br />

Millennium bcp, onde o Deutsche Bank<br />

alterou o price-target para 1 euro, mantendo<br />

a recomendação de vender. Outras<br />

instituições mantiveram igualmente a indicação<br />

de venda, mas o mercado tomou<br />

a decisão oposta.<br />

Entre as subidas mais relevantes estão<br />

as dos grupos Sonae e EDP. Este último<br />

está a ser estimulado por todo o ambiente<br />

favorável às energias renováveis. Pela<br />

negativa evoluiu a Galp, a ser penalizada<br />

pela queda do preço do crude e pelas perspectivas<br />

de corte no consumo mundial no<br />

próximo ano.<br />

O sector da construção está a revelarse<br />

muito activo, sobretudo as grandes<br />

companhias e as que têm forte exposição<br />

externa. A Teixeira Duarte tinha descido<br />

anormalmente, pressionada pela exposi-<br />

VÍTOR NORINHA<br />

vnorinha@netcabo.pt<br />

ção ao BCP, e apresenta-se agora como<br />

um dos títulos que melhor têm reagido à<br />

conjuntura.<br />

A subida do preço da pasta teve influência<br />

na Altri, enquanto a Jerónimo Martins<br />

se colocava como um dos títulos de referência<br />

europeus a nível do retalho.<br />

Analistas consideram que o Verão não é<br />

o momento apropriado para uma excessiva<br />

exposição a investimento, mas também<br />

é verdade que as quedas médias dos títulos<br />

accionistas constituem uma oportunidade.<br />

A nível institucional, alguns gestores<br />

lembram que há particulares a entrar fortemente<br />

nos fundos de maior risco, aproveitando<br />

as oportunidades.<br />

As mesmas fontes antecipam um Verão<br />

diferente este ano, embora ninguém possa<br />

excluir um qualquer “tsunami” nos mercados.<br />

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act<br />

ALTRI SGPS 2.71 18.08% 6.50 1.78 0.15 0.25 18.07 11.06 1.85% 1.87% 23-07-2008 16:35:00<br />

B. COM. PORT. 1.17 6.36% 3.58 1.03 0.15 0.17 7.91 6.96 0.00% 5.28% 23-07-2008 16:36:36<br />

B.ESP. SANTO 10.58 21.55% 17.98 8.13 1.21 1.35 8.75 7.83 4.54% 5.06% 23-07-2008 16:35:00<br />

BANIF-SGPS 2.04 22.89% 5.13 1.60 0.29 0.33 7.03 6.18 5.89% 6.13% 23-07-2008 16:35:02<br />

B. POP. ESP. 7.94 17.28% 13.83 6.57 1.09 1.11 7.29 7.14 6.20% 6.67% 23-07-2008 15:57:59<br />

BANCO BPI 2.64 9.09% 6.69 2.15 0.42 0.49 6.29 5.42 6.80% 6.94% 23-07-2008 16:38:01<br />

BRISA 7.30 15.14% 10.46 6.04 0.32 0.35 22.74 20.98 4.25% 4.22% 23-07-2008 16:35:00<br />

“COFINA,SGPS” 1.05 1.94% 1.90 1.00 0.10 0.11 10.83 10.00 3.33% 3.10% 23-07-2008 16:39:57<br />

CORT. AMORIM 1.23 18.27% 2.17 1.01 0.17 0.19 7.24 6.47 4.88% 4.88% 23-07-2008 16:35:02<br />

“CIMPOR,SGPS” 4.80 9.98% 7.72 3.84 0.46 0.49 10.49 9.87 4.80% 4.73% 23-07-2008 16:35:00<br />

EDP 3.52 2.62% 5.00 3.17 0.26 0.28 13.54 12.48 3.55% 3.70% 23-07-2008 16:36:01<br />

MOTA ENGIL 3.96 14.12% 7.05 3.40 0.22 0.14 18.42 28.29 2.78% 2.90% 23-07-2008 16:35:49<br />

FINIBANCO 3.09 -6.08% 4.93 2.74 -- -- -- -- 2.75% -- 23-07-2008 16:35:02<br />

GALP ENERGIA 11.62 3.20% 19.50 9.10 0.62 0.67 18.86 17.47 1.45% 3.00% 23-07-2008 16:35:17<br />

“IMPRESA,SGPS” 1.38 2.22% 3.23 1.29 0.13 0.18 10.95 7.67 0.00% 0.44% 23-07-2008 16:36:57<br />

J. MARTINS 5.05 11.73% 5.73 3.71 0.23 0.29 22.15 17.54 1.90% 2.09% 23-07-2008 16:36:48<br />

MARTIFER 5.60 -5.88% 11.15 5.40 0.29 0.36 19.44 15.78 0.00% 0.00% 23-07-2008 16:35:02<br />

NOVABASE 4.71 12.41% 5.05 2.01 0.26 0.28 18.12 16.82 0.00% 0.00% 23-07-2008 16:35:03<br />

PARAREDE 0.16 14.29% 0.23 0.10 -- -- -- -- 0.00% -- 23-07-2008 16:35:01<br />

P. TELECOM 6.94 3.66% 9.67 6.51 0.67 0.73 10.39 9.47 8.29% 8.29% 23-07-2008 16:36:08<br />

PORTUCEL 1.93 6.04% 3.16 1.63 0.20 0.17 9.85 11.49 1.81% 5.41% 23-07-2008 16:37:33<br />

REDES E. NAC. 2.96 3.50% 3.99 2.51 0.23 0.20 13.04 14.58 0.00% 4.58% 23-07-2008 16:35:00<br />

S. COSTA 1.24 18.10% 2.64 0.96 0.17 0.20 7.29 6.20 0.00% -- 23-07-2008 16:35:02<br />

SEMAPA 7.95 9.66% 13.65 7.00 1.09 0.95 7.27 8.40 3.21% 3.15% 23-07-2008 16:35:00<br />

SONAECOM 2.18 14.14% 4.81 1.90 0.05 0.07 45.42 29.86 0.00% 0.48% 23-07-2008 16:35:21<br />

“SONAE,SGPS” 0.81 21.81% 1.96 0.61 0.08 0.10 10.39 7.79 3.70% 4.32% 23-07-2008 16:38:00<br />

SONAE IND. 3.16 31.67% 10.93 2.28 0.29 0.17 10.90 18.59 0.00% 3.59% 23-07-2008 16:35:00<br />

SAG GEST 2.20 0.00% 3.10 1.73 0.16 0.20 14.19 11.00 7.50% 4.55% 23-07-2008 16:35:03<br />

TEIX. DUARTE 1.17 31.46% 3.81 0.72 0.32 0.35 3.71 3.34 1.54% 3.55% 23-07-2008 16:37:10<br />

Z. MULTIMEDIA 6.25 14.89% 11.92 4.53 0.27 0.34 22.98 18.60 3.20% 3.58% 23-07-2008 16:35:00<br />

TÍTULOS MERCADOS EUROPEUS<br />

PAINEL BANCO POPULAR<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Título Última Cotação Variação Semanal Máximo 52 Sem Mínimo 52 Sem EPS Est Act EPS Est Fut PER Est Act PER Est Fut Div. Yield Ind Div. Yield Est Data Act Hora Act<br />

B.POPULAR 7.95 16.91% 13.88 6.50 1.09 1.11 7.30 7.15 6.19% 6.66% 23-07-2008 16:38:11<br />

INDITEX 30.42 7.49% 53.90 26.08 2.23 2.55 13.67 11.95 3.45% 3.86% 23-07-2008 16:38:11<br />

REPSOL YPF 22.34 3.76% 29.28 18.27 2.63 2.63 8.50 8.48 4.48% 4.88% 23-07-2008 16:38:11<br />

TELEFONICA 16.43 -3.86% 23.48 15.87 1.61 1.85 10.22 8.88 4.56% 6.09% 23-07-2008 16:38:12<br />

FRA. TELECOM 19.115 -0.65% 27.33 17.08 2.01 2.14 9.50 8.93 6.80% 7.28% 23-07-2008 16:35:03<br />

LVMH 68.25 8.49% 89.36 59.49 4.56 5.13 14.97 13.32 2.34% 2.58% 23-07-2008 16:35:12<br />

BAYER AG O.N. 54.11 0.50% 66.45 45.60 3.97 4.42 13.63 12.23 2.49% 2.66% 23-07-2008 16:35:29<br />

DEUTSCHE BK 60.4 18.76% 105.01 47.48 5.84 9.29 10.34 6.51 7.44% 7.20% 23-07-2008 16:35:26<br />

DT. TELEKOM 10.65 -0.14% 15.87 9.92 0.75 0.85 14.18 12.60 7.32% 7.50% 23-07-2008 16:35:02<br />

VOLKSWAGEN 209.55 11.52% 210.00 119.20 12.06 12.79 17.32 16.34 0.86% 1.00% 23-07-2008 16:35:03<br />

ING GROEP 22.095 17.03% 32.79 17.76 3.31 3.59 6.67 6.16 6.70% 6.99% 23-07-2008 16:36:10<br />

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: centro.corretagem@bancopopular.pt, com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exactidão não é totalmente garantida.<br />

Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.<br />

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Porsche e VW<br />

David gere Golias<br />

Afirma o obreiro do “milagre” Porsche, Wendelin Wiedeking<br />

“Reorganizar uma empresa que se encontra<br />

no vermelho é relativamente fácil”<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>- Na sua opinião,<br />

o que é necessário para<br />

ser um bom executivo?<br />

Wendelin Wiedeking- Um bom<br />

executivo deve desenvolver estratégias<br />

claras e garantir que os princípios<br />

definidos são transparentes e<br />

adequadamente implementados.<br />

Precisa também de talento para<br />

conseguir atrair as pessoas para a<br />

sua própria visão e conseguir envolvê-los<br />

na sua própria estratégia.<br />

E, quando essa estratégia se revela<br />

bem sucedida, um bom executivo<br />

deixa a sua equipa participar no sucesso<br />

conjunto – quer emocionalmente<br />

quer em termos materiais.<br />

VE- Teve algum modelo exemplar?<br />

WW- Para mim, o Eberhard von<br />

Kuenheim foi sempre um homem<br />

muito correcto e com uma forte<br />

personalidade. Enquanto presidente<br />

do Conselho durante vários<br />

anos, fez da BMW uma empresa<br />

extremamente bem sucedida. Trata-se<br />

de um exemplo que demonstra<br />

a importância da continuidade<br />

numa direcção. Para mim, o importante<br />

não é apenas conseguir<br />

O gestor por detrás<br />

do “milagre”<br />

da Porsche<br />

Nos anos 90, a Porsche esteve<br />

perto de desaparecer ou ser<br />

integrada num grande grupo<br />

automóvel. Contudo, soube recuperar,<br />

com várias medidas de<br />

gestão e o lançamento de novos<br />

produtos.<br />

O homem que esteve por detrás<br />

do “milagre” da Porsche foi<br />

Wiedeking, que é presidenteexecutivo<br />

da marca, funções<br />

que acumula com a presença<br />

na direcção da Audi. A Porsche<br />

contou com o contributo financeiro<br />

da Volkswagen. Ironia do<br />

destino, a saúde financeira é tal<br />

que hoje é a Porsche que controla<br />

o gigante de Volfsburgo.<br />

A ligação entre as duas marcas<br />

é, de facto, umbilical. O presidente<br />

do grupo Volkswagen,<br />

Ferdinand Piech, é neto de Ferdinand<br />

Porsche, que desenhou<br />

o mítico Carocha.<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 45<br />

O obreiro do “milagre” da Porsche na última<br />

década, Wendelin Wiedeking, considera que<br />

“reorganizar uma empresa que se encontra no<br />

vermelho é relativamente fácil”. “Os cortes intensos<br />

devem ser combinados com uma visão genuína”,<br />

defende Wiedeking, que foi considerado o executivo<br />

de 2008 pela EBP - Associação Europeia de<br />

Imprensa <strong>Económica</strong>, de que a “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” é<br />

único membro português.<br />

ter os resultados mesmo em frente<br />

dos nossos olhos, mas sim conseguir<br />

estabelecer bases estáveis para<br />

o futuro. Isto é precisamente o que<br />

Von Kuenheim fez – apesar de todos<br />

os altos e baixos da economia,<br />

nunca sofreu nenhuma derrota.<br />

VE- Que tipo de ligações pessoais<br />

tem com Von Kuenheim?<br />

WW- Fomos delegados da<br />

BMW na produção dos painéis<br />

da carroçaria da primeira geração<br />

do Boxster e do 911. Eu próprio<br />

estabeleci o acordo num pequenoalmoço<br />

com o Sr. Von Kuenheim<br />

durante o Salão Automóvel de<br />

Genebra. Foi tudo muito rápido.<br />

VE- Lê livros de management<br />

que prometem a resposta à<br />

velha questão “o que devo fazer?”<br />

WW- Isso é algo que nunca fiz<br />

ao longo da minha carreira. Mas<br />

li publicações fundamentais sobre<br />

temas estratégicos, e alguns dos<br />

trabalhos de Clausewitz. Actualmente,<br />

na Porsche, consigo muito<br />

rapidamente perceber se uma decisão<br />

está certa ou errada. É neste<br />

aspecto que a experiência se torna<br />

realmente benéfica.<br />

VE - Em 16 anos à frente da<br />

empresa, alguma coisa mudou<br />

no seu estilo de gestão?<br />

WW- Tornei-me um pouco<br />

mais calmo e relaxado. Enquanto<br />

jovem estava sempre determinado<br />

a conseguir subir. Actualmente,<br />

procuro manter um bom equilíbrio<br />

e compreendo que não conseguimos<br />

mover todas as pessoas a<br />

agirem da forma que gostaríamos.<br />

VE- Como é que se inverte a<br />

situação de uma empresa?<br />

WW- Actualmente, reorganizar<br />

uma empresa que se encontra no<br />

vermelho é relativamente fácil.<br />

Para ser mais explícito, basta identificar<br />

e ser determinado na eliminação<br />

dos pontos fracos. Em algumas<br />

situações, significa também<br />

despedir colaboradores e reduzir a<br />

força de trabalho. Mas, enquanto<br />

industrialista, considero que isto é<br />

Automóvel<br />

“Depois da bem sucedida viragem da Porsche, senti que tinha responsabilidade<br />

de apresentar à nossa força laboral uma perspectiva do futuro<br />

genuína”, refere Wendelin Wiedeking.<br />

totalmente inadequado. Depois da<br />

bem sucedida viragem da Porsche<br />

em meados dos anos 90, senti que<br />

tinha responsabilidade de apresentar<br />

à nossa força laboral uma<br />

perspectiva do futuro genuína. Os<br />

cortes intensos devem ser combinados<br />

com uma visão genuína.<br />

VE- Em que se baseia a sua<br />

visão?<br />

WW- A minha vantagem é que<br />

depois dos meus estudos e do meu<br />

doutoramento tive a oportunidade<br />

de começar a carreira numa empresa<br />

excepcional como a Porsche.<br />

E tive a oportunidade de trabalhar<br />

em diversos projectos interessan-<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>- Nota-se que adora o mito<br />

Porsche do aparentemente pequeno David. Acha<br />

que vai conseguir manter esses princípios no<br />

futuro enquanto principal accionista do grupo<br />

Volkswagen?<br />

Wendelin Wiedeking- A Porsche será sempre a<br />

Porsche, pequena e ágil. Esta é precisamente a base<br />

que definimos para o novo conceito de “holding”.<br />

Ambas as empresas contam com uma força laboral<br />

forte que se orgulha da sua cultura corporativa. Qualquer<br />

tentativa de misturar ou fundir essas culturas seria<br />

um erro, mesmo que aprendessem uma com a outra<br />

durante o processo. A criação da Porsche Holding<br />

com a Porsche AG, o grupo Volkswagen, a Scania e<br />

a quota da MAN cria uma espécie de conglomerado.<br />

Mas isto não alterará a atitude e comportamento das<br />

pessoas que criaram tudo isto e que ganhar o dinheiro<br />

necessário para o tornar realidade.<br />

VE- sentimos que utiliza os dois chapéus, é<br />

o presidente-executivo da Porsche e administra<br />

tes. Um deles foi ter analisado a<br />

empresa a partir da base com consultores<br />

da McKinsey. A Porsche<br />

foi sempre exemplar em termos<br />

das suas capacidades e competências.<br />

O desafio era utilizar as<br />

competências existentes de forma<br />

adequada, criando produtos que<br />

os clientes tivessem capacidade<br />

financeira para adquirir. Para ser<br />

sincero, a Porsche passou por fases<br />

excelentes durante alguns anos: o<br />

dólar estava extremamente forte<br />

nessa altura, valendo por volta dos<br />

anos 70 e 80 cerca de três ou quase<br />

quatro marcos alemães. Se tivéssemos<br />

essa taxa de cambio hoje em<br />

dia…<br />

Ensaio<br />

Citroën C5 mostra argumentos<br />

válidos<br />

Controlo da Volkswagen:<br />

“PorsChe será semPre Pequena e ágil”<br />

VE- É preciso lembrar que o<br />

sucesso pode cegar….<br />

WW- Enquanto um típico alemão<br />

da Vestefália, tenho tendência<br />

para manter os dois pés bem assentes<br />

na terra, tal como um Porsche<br />

deve permanecer firmemente no<br />

solo. Uma das minhas vantagens<br />

é também o meu passado simples<br />

e muito normal, por isso sei que<br />

tudo o que tenho hoje em dia é<br />

fruto do meu esforço. E sei que<br />

existe vida para além da Porsche.<br />

VE - Como é que faz para conseguir<br />

manter esse equilíbrio?<br />

WW - O meu ambiente social<br />

é muito terra-a-terra, da realidade,<br />

das pessoas simples. Na verdade,<br />

o meu segundo emprego é o de<br />

agricultor em part-time, e cultivo<br />

as minhas próprias batatas! Assim,<br />

quando sou convidado pelos meus<br />

colegas agricultores para as nossas<br />

festas de Verão, sentamo-nos em<br />

bancos de madeira debaixo de árvores<br />

antigas e conversamos sobre<br />

os nossos cultivos. Adoro! Quando<br />

conduzo meu tractor, liberto a<br />

minha mente.<br />

VE- O seu escritório no primeiro<br />

piso não é propriamente<br />

grande…<br />

WW- Mas dá-me uma óptima<br />

visão do topo. Uma imagem<br />

muito diferente da que temos no<br />

40º andar de um arranha-céus<br />

em Frankfurt, onde o mundo lá<br />

em baixo parece uma maqueta de<br />

comboio com pequenas casas…<br />

com os comboios a passar para a<br />

esquerda e para a direita – isso não<br />

dá para mim.<br />

AQuiLEs PiNTO<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

a “holding”. Neste novo e enorme império que<br />

criou, não pode andar pelos corredores da produção<br />

o tempo inteiro.<br />

WW- Eu continuo muito próximo do carro, dos<br />

produtos que criamos. O desafio é administrar o<br />

nosso negócio fora da “holding” através da direcção<br />

de supervisão. Actualmente, contamos já com uma<br />

boa equipa na Volkswagen. Agora pretendemos criar<br />

uma aliança no negócio automóvel, de modo a que<br />

todos os elementos se complementem e permitam<br />

uma criação de valor para todos os participantes envolvidos.<br />

VE- E quais são as regras do jogo?<br />

WW- Temos de definir essas regras em conjunto.<br />

Assim que tivermos adquirido uma parcela de 50%<br />

ou mais da Volkswagen, o grupo estará totalmente<br />

consolidado. Acredito que teremos então bases fortes<br />

e viáveis baseadas numa confiança mútua, tendo por<br />

base o facto de que a Volkswagen é de longe a maior<br />

empresa.


46<br />

automóvel<br />

Ensaio – Citroën C5 2.2 HDi Exclusive<br />

Tapete rápido<br />

O motor 2.2 HDi com 173 cv dá-lhe a força e a suspensão hidropneumática<br />

activa o músculo. Em conjunto, fazem com que o novo Citroën C5 mais pareça<br />

um tapete rápido, tal a forma como alia o conforto à eficácia em estrada. Isto<br />

com uma qualidade aparente que mostra o esforço que a marca francesa tem<br />

feito neste capítulo.<br />

A exemplo de outras marcas, a<br />

Citroën tem tentado intrometer-se<br />

na luta pela liderança do segmento<br />

D (ou médio-alto), onde “reinam”<br />

as marcas “premium” alemãs Audi,<br />

BMW e Mercedes. Esta luta tem,<br />

contudo, sido inglória. Isto porque,<br />

além da imagem de marca, os<br />

produtos ou não tinham a mesma<br />

qualidade ou, quando a tinham,<br />

Citroën C5 2.2 HDi exClusive<br />

Cilindrada: 2179 cc<br />

Potência: 173 cv<br />

Acel. 0-100 km/h: 9,2 segundos<br />

Vel. Max.: 219 km/h<br />

Consumo misto: 6,5 l/100 km<br />

Emissões de CO2: 172 g/km<br />

Preço: 41 551 euros<br />

o design era demasiado diferente,<br />

o que não contribuía muito para<br />

conseguir ganhar clientes nesta<br />

classe, por norma com um gosto<br />

mais conservador. Pois bem, como<br />

o novo C5, em Portugal desde<br />

Abril, a Citroën tentou aliar esses<br />

dois factores.<br />

Em relação à sempre relativa<br />

questão estética, o modelo é muito<br />

consensual e, ousamos afirmar,<br />

com todos os riscos que daí advêm,<br />

neste capítulo está ao nível<br />

das melhores propostas do segmento.<br />

Sobre a qualidade, pelo menos<br />

a aparente, o modelo está também<br />

muito melhor e mantém a evolução<br />

que a marca francesa tem registado<br />

ao longo dos últimos anos.<br />

Com efeito, no interior a montagem<br />

não revela falhas, o que em<br />

conjunto com os vários plásticos<br />

moles e agradáveis ao toque, evita<br />

que mais tarde haja folgas.<br />

Quanto ao resto, o espaço e o<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

conforto continua a ser um atributo<br />

típico das grandes berlinas<br />

da casa do “double chevron”. Aliás,<br />

a variante 2.2 HDi que a “<strong>Vida</strong><br />

<strong>Económica</strong>” ensaiou sublinha<br />

esses atributos. De facto, a suspensão<br />

hidropneumática activa,<br />

quando no modo Normal, mais<br />

parece um tapete rolante, tal é a<br />

facilidade com que torna a mais<br />

acidentada das estradas num conforto<br />

absoluto. Como alguém disso,<br />

não dá para descrever, tem que<br />

se experimentar. O mais curioso é<br />

que no modo Sport ganha-se em<br />

eficácia no comportamento em estrada,<br />

mas ainda assim o conforto<br />

(embora menor) não deixa de ser<br />

muito bom.<br />

De resto, neste modo, consegue-se<br />

explorar melhor os 173 cv<br />

de potência do motor turbodiesel<br />

com 2200 cc. Muito solícito às<br />

“ordens” do pé direito do condu-<br />

tor, qualquer que seja a velocidade<br />

engrenada (a caixa é de seis marchas),<br />

o propulsor permite que<br />

qualquer chefe de família encontre<br />

alguma emoção atrás do volante<br />

do C5.<br />

Proposto por 41 551 euros,<br />

o Citroën C5 2.2 HDi Exclusive<br />

junta a estes argumentos algo<br />

que é típico na marca: uma lista<br />

de equipamento de série bastante<br />

extensa. Assim, além da já referida<br />

suspensão hidropneumática activa,<br />

não faltam, entre outros, elementos<br />

como os múltiplos airbags<br />

(incluindo para os joelhos do condutor),<br />

controlo de estabilidade,<br />

ar condicionado de duas zonas,<br />

bancos da frente com regulação<br />

eléctricas, computador de bordo,<br />

“cruise control” e travão de estacionamento<br />

eléctrico.<br />

Aquiles Pinto<br />

aquilespinto@vidaeconomica.pt<br />

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AIMinho exige alteração<br />

ao regime de pagamento do IVA<br />

A AIMinho enviou uma carta ao primeiro-ministro<br />

e aos líderes das bancadas<br />

parlamentares na Assembleia da República<br />

a exigir a alteração do mecanismo de<br />

pagamento do IVA, por entender que “só<br />

quando as empresas recebem é que devem<br />

entregar ao Estado”. Com esta iniciciativa,<br />

aquela associação empresarial pretende<br />

sensibilizar os vários agentes para uma<br />

situação que, “injusta, está, neste momento<br />

de crise, a afectar gravemente a actividade<br />

empresarial”. Por isso exige que<br />

o pagamento do IVA ao Estado se faça,<br />

não aquando da emissão da factura, mas<br />

quando a empresa recebe dos clientes.<br />

“As empresas que pagam a trinta dias já<br />

quase não existem. Negoceiam-se prazos<br />

alargados, pois, de outro modo, as empre-<br />

Fisco arrecada mais de 460 milhões<br />

com lista de devedores<br />

Desde o início da sua publicitação, em Julho de 2006,<br />

a lista de devedores já proporcionou mais de 462 milhões<br />

de euros ao fisco. Cerca de 160 milhões respeitam ao ano<br />

em curso. Entretanto, a Direcção-Geral dos Impostos<br />

(DGCI) acrescentou perto de 1600 nomes à lista, a qual<br />

prefaz agora um total de 12 mil. Da actual lista constam<br />

7546 contribuintes singulares e 4478 empresas. A actualização<br />

da lista é feita diariamente e realizada à medida que<br />

as dívidas vão sendo pagas. As novas entradas são feitas<br />

pelos serviços centrais, depois de cumpridos os procedimentos<br />

legais.<br />

sas não conseguem vender e são obrigadas<br />

a fechar. Por outro lado, o próprio Estado<br />

tem um prazo médio de pagamentos que<br />

vai de 90 a 160 dias.<br />

Não é legítimo, então, por estas e outras<br />

razões, cobrar um imposto quando os<br />

pagadores, as empresas, ainda não o receberam”,<br />

afirma a Comissão Executiva da<br />

AIMinho. Recorde-se que um acórdão do<br />

Supremo Tribunal Administrativo (STA)<br />

de 28 de Maio diz que não existe na lei<br />

qualquer norma que permita ao Fisco<br />

aplicar multas às empresas quando estas<br />

se atrasem na entrega de IVA se estas provarem<br />

que na origem do atraso está a falta<br />

de recebimento dos seus clientes. Uma<br />

interpretação que, no entanto, a DGCI<br />

não está a seguir.<br />

Nº 1259 / 25 Julho 2008 Semanal J 2,20 Portugal Continental<br />

Malparado<br />

das imobiliárias dispara<br />

São os sinais dos tempos. O crédito<br />

malparado das imobiliárias<br />

registou um aumento de 72%, em<br />

Maio, face a igual mês do ano passado.<br />

Este sector já é responsável<br />

por mais de 20% do incumprimento<br />

global das empresas junto<br />

da banca, de acordo com o Banco<br />

de Portugal.<br />

No ano até Maio, o peso do crédito<br />

malparado do sector imobiliário<br />

cresceu 5,7%, naquele que<br />

foi o maior aumento entre todas<br />

as classes. A construção, que não<br />

pode ser dissociada do imobiliário,<br />

também assistiu a um agravamento<br />

da situação, passando a ser<br />

responsável por cerca de um terço<br />

do incumprimento perante as entidades<br />

financeiras.<br />

CMVM propõe código de conduta<br />

para analistas independentes<br />

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)<br />

pretende criar um código de conduta para os analistas financeiros<br />

independentes. Refere a entidade reguladora que a medida<br />

tem como objectivo a defesa dos investidores e o aumento<br />

da eficácia do mercado. A proposta vai estar disponível<br />

para consulta pública até ao dia 15 de Setembro. A medida<br />

prevê que “os analistas independentes definam políticas e<br />

procedimentos que regulem as circunstâncias em que podem<br />

realizar operações pessoais, o modo como gerem os conflitos<br />

de interesses e que metodologias de análise utilizam ou adiram<br />

a uma associação profissional de analistas financeiros”.<br />

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EDP e Galp de fora<br />

na aquisição<br />

da Unión Fenosa<br />

A EDP e a Galp Energia<br />

não estão na corrida de aquisição<br />

da espanhola Unión<br />

Fenosa. Os responsáveis das<br />

duas empresas nacionais negam<br />

a intenção de compra,<br />

tendo em conta a dimensão<br />

da operação, avaliada em<br />

mais de 19,4 mil milhões de<br />

euros. Trata-se da alienação<br />

da participação de 45,3%<br />

que a construtora espanhola<br />

ACS detém na energética,<br />

num processo que deverá<br />

decorrer até ao próximo mês<br />

de Setembro. De notar que o<br />

negócio obriga ao lançamento<br />

de uma oferta pública de<br />

aquisição (OPA).<br />

Grupo MCoutinho<br />

comprou Auto<br />

Global<br />

O grupo de retalho automóvel<br />

MCoutinho concluiu<br />

a aquisição da Auto Global,<br />

concessionário das marcas<br />

Alfa Romeo, Fiat, Lancia,<br />

Ford e Seat para o distrito<br />

de Aveiro (além desta cidade,<br />

tem instalações também em<br />

Espinho, Oliveira de Azeméis<br />

e Santa Maria da Feira).<br />

O negócio, cujos valores<br />

envolvidos não foram anunciados,<br />

vai, tudo o indica,<br />

permitir à MCoutinho antecipar<br />

em dois anos o objectivo<br />

estratégico, previsto para<br />

2010, de 250 milhões de euros<br />

de facturação, mais quase<br />

60 milhões do que os registado<br />

em 2007.<br />

NOTA DE FECHO<br />

(Fátima) Campos Ferreira,<br />

Salazar, a Senhora<br />

Bastonária e a Presidente<br />

do Imperial College<br />

de Dublin<br />

Jorge A.<br />

VAsconcellos e sá<br />

Mestre Drucker School<br />

PhD Columbia University<br />

Professor Catedrático<br />

Fátima Campos Ferreira é uma<br />

boa pessoa e uma pessoa boa. E o<br />

seu programa (Prós e Contras), útil.<br />

Não tanto pelas soluções que traz.<br />

Mas pelo que mostra do estado do<br />

país.<br />

Recentemente, esteve presente a<br />

Senhora D. Maria Augusta, Bastonária<br />

da Ordem dos Enfermeiros.<br />

A Senhora Bastonária atribuiu a<br />

situação do país a... quem havia de<br />

ser?... pois claro, à longa ditadura<br />

do Professor Salazar. O país está<br />

mal porque (1) os portugueses são<br />

individualistas; e os portugueses são<br />

individualistas devido (ai que sono)<br />

à (2) longa noite da ditadura.<br />

Ora, (1º) os portugueses não são<br />

individualistas; (2º) ainda que o fossem, tal não se deveria à ditadura.<br />

E, finalmente (3º), é aliás pena que não sejam mais individualistas.<br />

O resto?... está certo.<br />

Passo a explicar. Qualquer pessoa sabe que, comparados com<br />

outros povos (p.e. os americanos), os portugueses são muito menos<br />

individualistas. O culto do solitário, daquele que sozinho,<br />

independente e sem apoios, consegue os seus objectivos e faz<br />

a diferença, o culto do Lone Ranger, é um sonho muito mais<br />

americano que português.<br />

Basta ver, aliás, a tendência dos portugueses para “lobbiar”,<br />

isto é à menor oportunidade, criarem grupos. Que são o oposto<br />

do dos EUA. Lá os “lobbies” são 1) legais, 2) conhecem-se os<br />

seus membros e 3) têm objectivos externos (contra as armas de<br />

fogo, a favor do aborto, etc.). Cá, os “lobbies” são 1) sub-reptícios,<br />

2) desconhece-se quem a eles pertence e 3) só “coçam” para<br />

dentro.<br />

Os primeiros servem a sociedade. Os segundos servem-se a<br />

eles próprios. Através de grupos e grupinhos.<br />

Segundo, atribuir o estado do país ao facto de ter existido uma<br />

ditadura (que a Irlanda de facto não teve) continua a ser ignorar<br />

a realidade. Porque a Espanha também a teve. E mais feroz. E é<br />

bom de lembrar que em 1981 (7 anos após Abril) ainda havia<br />

golpes de estado em Espanha com o Coronel Tejero, a mando<br />

do General Milans del Bosch, a entrar no parlamento aos tiros e<br />

obrigar os deputados a prostrarem-se no chão.<br />

Mas não só. Países como a Eslovénia, República Checa, Eslováquia<br />

e Estónia saíram da barbárie bolchevique apenas em<br />

1990 e, de acordo com os dados de Bruxelas (2009), já nos<br />

passaram.<br />

Terceiro, o individualismo é bom, não é mau. Quem segue o<br />

rebanho arrisca-se a acabar no... matadouro. E no entretanto não<br />

faz a diferença. Todos os grandes empresários são individualistas<br />

(o que não quer dizer que não sejam também generosos e filantrópicos,<br />

veja-se o caso dos EUA: W. Buffett; B. Gates; etc.).<br />

A pessoa sensata adapta-se ao mundo. O insensato procura<br />

adaptar o mundo a ele. Logo, todo o progresso depende dos insensatos<br />

(B. Shaw).<br />

No mesmo dia em que a Senhora Maria Augusta, Bastonária<br />

da Ordem dos Enfermeiros, participava no programa de TV, a<br />

Presidente do Imperial College em Dublin dava uma entrevista.<br />

“Há crise económica? Há. Estou preocupada? Não. Porquê?<br />

Porque os fundamentais da economia irlandesa são sólidos. E<br />

que fundamentais são esses? Pela primeira vez na sua História, a<br />

Irlanda tem fazedores de dinheiro. Isto é, gente que sabe fazer dinheiro.”<br />

É esta gente (que é individualista) quem cria empregos,<br />

inova, dá saltos na produtividade e, numa palavra, faz o progresso.<br />

Não são os outros, os do rebanho.<br />

Moral da história?<br />

A Senhora Maria Augusta, para chegar a Bastonária ganhou<br />

umas eleições. Não sei quando, nem por quanto, nem me interessa.<br />

Porque isso apenas prova que quantidade não é qualidade<br />

e que a maioria nem sempre tem razão. E a Senhora Bastonária<br />

explicou de facto o estado do país. Mas não do modo que pretendia.<br />

Porque, no fundo, a D. Maria Augusta é o oposto do Marquês<br />

de Pombal: em vez de cuidar dos vivos, concentra-se em dizer<br />

mal dos mortos. Os quais, coitados... Mas é claro, o Marquês de<br />

Pombal era um grande homem.<br />

E depois há o mais importante: que motivação, que sinal (para<br />

mudar o comportamento) se envia aos vivos, se se lhes diz que 1)<br />

a culpa é dos mortos e 2) dos traços que eles deixaram, os quais<br />

(3) ainda por cima demoram a mudar.<br />

Francamente, ao fim de 34 anos, até o Sporting já ganhou o<br />

campeonato. Não há paciência.<br />

Quando à dra. Fátima Campos Ferreira, acabo como comecei:<br />

merecia melhor.


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Colóquio sobre a Lei do Contrato de Seguro que a APROSE está<br />

a organizar em parceria com<br />

a sociedade<br />

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da Associação<br />

Porto. O prazo<br />

de advogados<br />

ro, Santos Silva<br />

19 e com o apoio<br />

Comercial do<br />

Setembro de inscrições<br />

termina a 12 de Setembro.<br />

O colóquio está marcado<br />

Palácio da Bolsa,<br />

Porto<br />

para 19 de Se- tembro, no<br />

Porto, e destina- se em exclusivo<br />

aos associados da APROSE e<br />

da Associação Comercial do Porto, bem como aos clientes da sociedade<br />

de advogados organizadora.<br />

Os Seus Dados Pessoais<br />

A Sua Carteira de Seguros<br />

Riscos Associados às Apólices<br />

Coberturas e Capitais<br />

Vencimento e Recibos<br />

Alteração de Dados<br />

Participação de Sininistro...<br />

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA VIDA ECONÓMICA Nº 1259, de 25 Julho de 2008,<br />

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE<br />

Carlos Magno, director de vendas da Allianz Portugal,<br />

critica excesso de informação a reportar à supervisão<br />

“A Lei da Mediação<br />

é demasiado<br />

burocrática”<br />

venda cruzada<br />

é segredo<br />

de fIdelIzação<br />

Os clientes tendem a concentrar os seus seguros<br />

no menor número possível de seguradoras, revelou<br />

recentemente o Basef Seguros da Marktest, o<br />

que demonstra que os consumidores são sensíveis<br />

aos benefícios que a generalidade das companhias<br />

oferece a quem entra na venda cruzada.<br />

A estratégia é aplaudida pelas seguradoras, que<br />

melhoram os seus índices de rentabilidade e retêm<br />

o cliente por mais tempo na sua carteira, numa altura<br />

em que a concorrência está mais agressiva do<br />

que nunca e a retenção de clientes virou bandeira<br />

em todas as companhias. Para os mediadores, a<br />

venda cruzada é também sinónimo de maior eficácia<br />

no relacionamento comercial com o cliente<br />

e menos tempo despendido na conquista de novos<br />

clientes.<br />

JÁ PODE CONSULTAR: AGORA ON-LINE<br />

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UM NOVO SERVIÇO<br />

UMA NOVA DINÂMICA<br />

UM SINAL DE CONFIANÇA


II<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 seguros<br />

Carlos Magno critica excesso de informação a reportar à supervisão<br />

“A Lei da Mediação<br />

é demasiado burocrática”<br />

É com algumas críticas à Lei da Mediação, que aguardou durante mais de uma década,<br />

que Carlos Magno, director de vendas e membro do Comité de Direcção da Allianz<br />

Portugal, analisa o seu impacto na actividade seguradora. A Allianz Portugal está<br />

decidida a apostar mais no seu canal de agentes, a quem reconhece a melhor capacidade<br />

para transmitir uma boa imagem da companhia e dar segurança aos clientes. Carlos<br />

Magno não tem dúvidas de que há já uma nova geração de mediadores, mais jovem e<br />

profissional, capaz de provar o seu favor perante a proliferação de seguradoras de venda<br />

directa.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Está no ar uma<br />

campanha publicitária da Allianz Portugal<br />

que promove a mediação de seguros.<br />

Sentiram necessidade de falar<br />

sobre os mediadores?<br />

Carlos Magno – A necessidade de falar<br />

sobre mediadores é decorrente da nossa actividade<br />

e da forma como nós distribuímos<br />

os seguros. Os mediadores ainda são em<br />

Portugal o nosso principal distribuidor. E<br />

têm conseguido sê-lo de uma forma consistente,<br />

independentemente das novas formas<br />

de comercialização de seguros que têm<br />

aparecido. O peso que têm relativamente<br />

à nossa <strong>distribuição</strong> tem sido<br />

fundamental no sucesso da<br />

nossa estratégia.<br />

“Já não há<br />

margem para<br />

descer o preço<br />

do seguro<br />

automóvel”<br />

VE – Que mensagens<br />

procuram transmitir com<br />

esta campanha?<br />

CM – Queremos, em primeiro<br />

lugar, garantir que<br />

o contacto pessoal com o<br />

agente é um contacto que<br />

consideramos importante.<br />

O agente é e terá de ser uma<br />

pessoa credível e capaz de distribuir os produtos<br />

e dar aos clientes a confiança que eles<br />

precisam de ter, uma vez que a imagem das<br />

seguradoras nem sempre é tão favorável<br />

como noutras actividades e muitas vezes<br />

até de forma injusta.<br />

VE – E porque é que ainda assim é?<br />

CM – Eu estou convencido que na<br />

nossa actividade, como em muitas outras<br />

situações, a imagem do bom que existe<br />

na actividade passa muito menos do que<br />

os casos maus que acontecem. Normalmente,<br />

as companhias de seguro são uma<br />

terceira parte não interveniente no sinistro,<br />

que é o evento que realmente mostra<br />

ao cliente que o contrato é necessário. E<br />

gerir um evento como terceira parte não<br />

é fácil. Normalmente, há duas partes, as<br />

versões são muitas vezes contraditórias e<br />

nós não estivemos nos locais no momento<br />

da ocorrência, por isso nem sempre é fácil<br />

fazer o balanceamento correcto. Chegámos<br />

a ter clientes que nos acusavam de<br />

querermos pagar sinistros, decidindo em<br />

seu desfavor. Isto cria, de facto, alguma<br />

conflitualidade no nosso produto principal,<br />

que é o seguro automóvel. Nos restantes<br />

produtos, já é diferente. As pessoas<br />

geralmente esquecem-se que nós temos<br />

sinistrados de acidentes de trabalho com<br />

assistência vitalícia há 46 anos. Todos os<br />

meses é a companhia que os sustenta e se<br />

não fôssemos nós certamente alguns deles<br />

já teriam morrido. E esses aspectos bons<br />

da actividade geralmente não são publicitados.<br />

Os aspectos negativos, por mais <strong>pequenos</strong><br />

que sejam, vêm a público, embora<br />

isso chegue a acontecer no bom sentido,<br />

como no caso do autocarro de Castelo<br />

Branco, que foi resolvido pelas compa-<br />

nhias de uma forma relativamente rápida<br />

e acaba por contribuir de forma positiva<br />

para a imagem das seguradoras.<br />

VE – Foi também o caso do prédio de<br />

Setúbal, em que tudo acabou em bem,<br />

dentro do possível, com as indemnizações<br />

já pagas, mas que até lá implicou<br />

a publicação de várias notícias evidenciando<br />

dificuldades na regularização do<br />

sinistro.<br />

CM – E esse foi um processo complicadíssimo.<br />

O primeiro problema do sinistro<br />

de Setúbal era que não havia nenhum<br />

empreiteiro que quisesse fazer a obra. Depois<br />

havia fracções que não<br />

tinham seguro, os capitais<br />

eram insuficientes e portanto<br />

há uma complexidade que<br />

conduziu àquela situação.<br />

VE – E neste caso as seguradoras<br />

estavam a ser<br />

injustamente acusadas de<br />

não querer pagar indemnizações?<br />

CM – Evidentemente, tal<br />

como acontece quando há<br />

cheias. As seguradoras não têm culpa que<br />

nem todas as pessoas tenham seguro ou<br />

que não tenham os capitais adequados. É<br />

muito diferente dos casos em que as pessoas<br />

têm razão e as companhias não pagam.<br />

Também existiu essa imagem real, mas<br />

hoje está claramente esbatida.<br />

VE – Mas sente que essa opinião<br />

pública muitas vezes não está suficientemente<br />

ou correctamente esclarecida?<br />

CM – Nós fazemos estudos de opinião<br />

junto dos nossos clientes com alguma<br />

frequência, seja a quem teve sinistros,<br />

a quem saiu da companhia ou a quem<br />

está connosco. E a opinião do cliente, em<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – A venda de planos poupança reforma (PPR) vai sofrer<br />

com o aparecimento do Regime Público de Capitalização (RPC)?<br />

Carlos Magno – Tenho algum receio de que possa ter algum impacto<br />

nas nossas vendas, mas a venda PPR concentra-se muito<br />

nos últimos dois ou três meses de cada ano e por isso ainda é<br />

cedo para avaliar o impacto. Só no final deste ano é que vamos ter<br />

noção se a concorrência do Estado se faz sentir. Não acredito que<br />

o Estado vá tirar o espaço que temos, mas obviamente vai incomodar.<br />

Algumas pessoas poderão optar por dividir uma tradicional<br />

aplicação num PPR pelos dois regimes para obter mais benefícios<br />

fiscais. Essa é a parte mais negativa do RPC, porque o Estado tem<br />

um benefício só para o seu produto.<br />

VE – Então acredita que poderá não perder em número de clientes,<br />

mas sim em volume?<br />

CM – Em volume estou convencido que vamos perder, mas também<br />

estou convencido de que as pessoas acreditam mais em nós<br />

do que no Estado, sobretudo na nossa capacidade em gerar resultados<br />

para os clientes. Mesmo comparativamente com a banca<br />

temos conseguido muito bons resultados nos últimos anos.<br />

geral, tem vindo a melhorar com algum<br />

significado. Já há clientes que são claramente<br />

promotores da imagem das seguradoras,<br />

mas continua a haver clientes<br />

que têm algum problema com o seguro<br />

e que a partir daí passam uma imagem<br />

negativa da companhia. E geralmente<br />

quem tem uma má experiência passa-a<br />

mais do que quem tem uma boa experiência.<br />

Por isso os mediadores são fundamentais<br />

no reforço dessa boa imagem das<br />

companhias.<br />

VE – Qual é, actualmente, a dimensão<br />

da vossa rede de mediadores?<br />

CM – Temos cerca de 5800 agentes que<br />

têm contrato connosco e temos 2600 que<br />

este ano já celebraram pelo menos um contrato<br />

de seguro connosco. O nosso mercado<br />

não é o dos agentes exclusivos. Temos<br />

poucos com relação de exclusividade. E os<br />

agentes movimentam a sua produção em<br />

função das regras do mercado e da agressividade<br />

das companhias. Alguns abandonaram<br />

a actividade. Com a nova Lei da Mediação<br />

perdemos cerca de 25% dos agentes<br />

que tínhamos.<br />

VE – Mas esses abandonos ocorreram<br />

sobretudo entre os agentes mais inactivos?<br />

CM – Sim, sobretudo nos inactivos. Nós<br />

temos uma segmentação interna que divide<br />

os agentes que produzem mais de 30 contratos<br />

por mês, os que produzem entre 15<br />

e 30, os que produzem entre 5 e 15, os que<br />

produzem mais de quatro e os que produzem<br />

menos de quatro. Os que produzem<br />

frequentemente têm-se mantido connosco<br />

e até têm aumentado. A grande flutuação<br />

ocorre naqueles que produzem menos de<br />

quatro. Há muitos mediadores com carteiras<br />

muito pequenas de seguros que claramente<br />

trabalham no seu ciclo de contactos<br />

Para Carlos Magno, “o mediador é uma peça fundamental e tem de ser protegido,<br />

encontrando formas de as companhias se relacionarem com eles”<br />

e há cerca de 20% do mercado que está na<br />

mão destes <strong>pequenos</strong> agentes.<br />

VE – Quantos mediadores ligados trabalham<br />

com a Allianz?<br />

CM – Nesta altura, devemos contar com<br />

cerca de 800 mediadores ligados.<br />

VE – O que mudou na rede de mediação<br />

ao longo dos últimos tempos?<br />

CM – Mudaram muito os processos de<br />

relacionamento com os mediadores, mas<br />

mudou pouco o trabalho e a postura dos<br />

mediadores. A nova lei veio clarificar alguns<br />

aspectos do relacionamento das companhias<br />

com os mediadores e outros produtores,<br />

como os bancos, onde a situação não<br />

era clara, ou ainda como os trabalhadores<br />

de seguros, anteriormente designados por<br />

angariadores. A lei veio clarificar as suas<br />

responsabilidades e acrescer-lhes algumas.<br />

Mas, em termos práticos, a acção dos mediadores<br />

já era boa, enquanto conselheiros<br />

dos clientes, e tem vindo a melhorar. A<br />

profissionalização dos mediadores, a aposta<br />

maior das companhias nos agentes e a formação<br />

têm tornado os mediadores cada vez<br />

mais profissionais. Nesse aspecto, estamos<br />

a ter uma geração diferente de mediadores,<br />

muito diferente daquela que tínhamos há<br />

10 ou 15 anos. Desde logo tem aparecido<br />

muita gente nova a apostar na actividade e<br />

a fixar-se nela. Há alguns anos atrás, grande<br />

parte dos mediadores era composta por<br />

pessoas de alguma idade. Muitos deles tinham<br />

trabalhado em companhias, outros<br />

olhavam para a mediação como uma actividade<br />

complementar. Hoje vê-se muita<br />

gente jovem a trabalhar nesta actividade<br />

de forma muito profissional, com recurso<br />

às tecnologias, com ligação web às companhias<br />

e nesse aspecto melhorámos todos,<br />

companhias, agentes e clientes. A informação<br />

corre de modo muito mais rápido e<br />

todos se adaptaram a isso.<br />

Carlos Magno teMe IMpaCto dos CertIfICados de reforMa na venda de ppr<br />

“O Estado não vai tirar o nosso espaço, mas vai incomodar”<br />

VE – Mas isso quer dizer que os clientes tendem a fazer estas<br />

aplicações apenas com vista no benefício fiscal?<br />

CM – Também, mas conjugam o benefício fiscal com a protecção<br />

da reforma. As pessoas têm de estar preparadas para terem<br />

este dinheiro retido durante muitos anos, mas poupar algo que vai<br />

trazer benefícios na sua reforma e ainda dá algum benefício no<br />

presente é atractivo.<br />

VE – Para as seguradoras, o RPC foi uma má notícia?<br />

CM – Acho que sim. Não tinha nada contra se o Governo lutasse<br />

com as mesmas armas que nós, mas não é o caso. Quando se cria<br />

um benefício específico com outros limites para o produto do Estado<br />

não se está a jogar com as mesmas regras.<br />

As seguradoras são obrigadas a ter regras de solvência e o Estado<br />

não. Mesmo que o Tribunal de Contas diga que algo não está bem,<br />

o efeito não é o mesmo.<br />

Nós temos também um conjunto de regras que nos obrigam a<br />

proteger os interesses dos nossos clientes, aplicando o dinheiro<br />

de forma estruturada. O Estado não tem essa regra, garante-se a<br />

si próprio.


seguros sexta-feira, 25 Julho de 2008 III<br />

VE – Que impacto tem a melhoria tecnológica<br />

que as companhias podem proporcionar<br />

aos mediadores?<br />

CM – Essa é talvez uma das principais<br />

propostas de valor que as companhias<br />

têm para os mediadores. Cada vez mais a<br />

rapidez e a capacidade que os mediadores<br />

tenham de obter uma resposta e fazer<br />

um contrato melhorando os seus níveis de<br />

produtividade são fundamentais. É impensável<br />

fazer aquilo que se fazia há 15 anos<br />

atrás. Hoje não se consegue calcular um<br />

prémio de automóvel à mão. Há 15 anos<br />

só se calculavam prémios de automóvel à<br />

mão e qualquer agente tinha de saber fazer<br />

as contas para chegar a um prémio. Hoje<br />

existe um conjunto de factores de tarifação<br />

que só permite obter um prémio através do<br />

computador.<br />

VE – Isso também obriga<br />

a companhia a dar mais<br />

formação?<br />

CM – Claro, mas também<br />

me parece que em alguns<br />

aspectos estamos a exagerar.<br />

Na verdade, sempre que lançamos<br />

um produto ou mudamos<br />

qualquer coisa nós<br />

damos grande apoio aos mediadores<br />

e, na minha pers-<br />

“Provavelmente<br />

vamos ver<br />

algumas<br />

seguradoras<br />

directas a<br />

fechar”<br />

pectiva isso é formação. A formação não é<br />

só juntar mediadores numa sala e debitar<br />

informação durante um dia. A formação<br />

inclui todo o acompanhamento da rede.<br />

Para os mediadores que já o são, as companhias<br />

têm de ter um registo da formação<br />

que lhes dão e o que complica é esse trabalho<br />

de registo, que eu dispensaria, mas<br />

também percebo que o legislador queira<br />

ter alguma segurança de que as coisas são<br />

feitas. Na verdade, isso também é do nosso<br />

interesse, porque quanto melhor forem os<br />

mediadores, maior capacidade de venda terão.<br />

É verdade que eles têm de ter um seguro<br />

de responsabilidade civil, mas, se fizerem<br />

alguma coisa de errado, eles accionam o seguro<br />

e nós acabamos por pagar de qualquer<br />

forma. Por isso nós queremos as pessoas<br />

bem preparadas para o futuro.<br />

VE – Estão actualmente inscritos no<br />

ISP mais de 26 mil mediadores. É excessivo?<br />

CM – Não sei se é excessivo. Mas nós<br />

estamos actualmente numa situação que é<br />

extraordinariamente complicada. Olhando<br />

para alguns países europeus, pode parecer<br />

que temos muitos mediadores, mas há realidades<br />

distintas. Na Alemanha, praticamente<br />

só há agentes exclusivos, por isso há<br />

mediadores em menor número e são todos<br />

profissionais. Nós temos muitos agentes<br />

em part-time, por isso não me parece que<br />

este número seja exagerado. Talvez esteja<br />

ainda um pouco acima daquilo que será a<br />

necessidade do nosso mercado, mas penso<br />

que com o tempo irá ajustar-se. Para mim<br />

isso não é um problema.<br />

VE – Esperava mais da Lei da Mediação?<br />

CM – Acho que toda a gente esperava<br />

mais da lei, principalmente alguém como<br />

eu, que trabalha há 27 anos em seguros.<br />

Há mais de 10 anos que eu ouvia dizer que<br />

se ia mudar a lei e criaram-se grandes expectativas<br />

sobre isso. Depois as mudanças<br />

impostas pela lei não são assim tão significativas<br />

e isso parece-me bem, porque não<br />

se podem fazer revoluções por decreto. O<br />

mercado tem de funcionar. Tem de haver<br />

um enquadramento legal para os agentes,<br />

algumas coisas da antiga lei tinham de facto<br />

de ser mudadas, mas os decretos não mudam<br />

hábitos nem todas as formas de funcionamento.<br />

O tempo vai levar-nos ao sítio<br />

que é necessário.<br />

VE – Qual é o maior defeito desta lei?<br />

CM – O aspecto burocrático da lei é para<br />

mim o principal problema desta legislação.<br />

Esta lei continua a ser demasiado burocrática<br />

e isso não leva a lado nenhum. E não<br />

é só na formação, é também no registo, no<br />

controlo anual, nas informações sobre a<br />

carteira que têm de ser dadas à entidade de<br />

supervisão. Há um conjunto de obrigações<br />

que não me parece que contribuam para<br />

uma melhoria do mercado e que atrapalham.<br />

Mas, antigamente, falava-se que os<br />

<strong>pequenos</strong> agentes iam desaparecer, acho<br />

que seria muito mau para o mercado se isso<br />

tivesse acontecido. Continuo a achar que o<br />

mediador é uma peça fundamental e que<br />

tem de ser protegido, encontrando formas<br />

de nos relacionarmos com eles e de desenvolver<br />

este canal. A estrutura de custos das<br />

seguradoras não permite abrir 600 balcões<br />

pelo país, como acontece com os bancos.<br />

O canal agentes não é barato, mas permite<br />

uma proximidade com os clientes que temos<br />

de continuar a acarinhar.<br />

VE – E junto do cliente,<br />

qual é hoje o papel do mediador?<br />

CM – É uma pessoa de<br />

confiança do cliente, é a cara<br />

da companhia.<br />

VE – É a mais-valia de<br />

uma companhia perante o<br />

aparecimento de tantas seguradoras<br />

directas?<br />

CM – O mercado tem espaço para vários<br />

tipos de clientes e vários tipos de comercialização.<br />

Mas o nosso mercado não tem<br />

dimensão para o número de companhias<br />

directas que tem neste momento. Essa é a<br />

minha opinião. Mais. Pior do que a dimensão,<br />

o nível de competitividade no nosso<br />

mercado não cria grande espaço para as<br />

companhias directas, porque o diferencial<br />

de preço do serviço, ou seja, aquilo que justifica<br />

que alguém deixe de ter um mediador<br />

para lhe resolver o problema, não é assim<br />

tão significativo. É a mesma coisa que nas<br />

viagens: eu posso ir à Internet, vejo os preços<br />

em duas ou três companhias, escolho a<br />

data, o hotel, compro o bilhete, recebo-o<br />

por via electrónica e viajo, mas se a minha<br />

agência de viagens me fizer mesmo preço<br />

para que estou a ter trabalho a procurar<br />

preços, de viagens e hotéis e a fazer reservas?<br />

A Inglaterra foi o país europeu onde<br />

as companhias directas tiveram mais sucesso,<br />

onde ganharam um espaço muito forte<br />

no mercado, mas a diferença de preços era<br />

substancial, porque tinham uma estrutura<br />

de custos muito baixa. No nosso mercado,<br />

onde o valor que se cobra pelo seguro automóvel<br />

já está, na minha perspectiva, demasiado<br />

baixo, esse diferencial não é assim tão<br />

significativo. Não estou a dizer que as companhias<br />

estão a vender o que não podem,<br />

mas de facto estamos a ter uma conjuntura<br />

excepcional nos últimos três ou quatro<br />

anos, com grande redução da frequência de<br />

sinistros e se olharmos hoje para as diferenças<br />

de preço entre as directas e as outras é<br />

muito insignificante. E por isso vemos que a<br />

companhia directa mais antiga no mercado<br />

português tem uma quota de mercado que<br />

ronda os 2%. Agora, com seis companhias<br />

directas, não acredito que se chegue muito<br />

mais longe e vamos ver provavelmente algumas<br />

delas a fechar ou a ser integradas.<br />

VE – Que impacto tem o aparecimento<br />

destas seguradoras directas no negócio<br />

tradicional?<br />

CM – Tem sempre algum impacto. Nós<br />

temos assistido a uma grande competitividade<br />

no preço. Quando olhamos para a<br />

evolução da sinistralidade, ficámos convictos<br />

que 2008 seria um ano de recuperação<br />

do nosso posicionamento no preço e<br />

o que as seguradoras directas vieram fazer<br />

foi uma nova descida, embora não muito<br />

acentuada. Já estamos tão próximos do<br />

fundo que não há muito mais por onde ir.<br />

Vamos ter uma fase de grande competitividade<br />

mais longa do que aquilo que eu<br />

esperava.<br />

VE – E afinal o preço do seguro automóvel<br />

ainda pode descer mais?<br />

CM – Eu acho que já não tem margem<br />

para descer. A sinistralidade e a rentabilidade<br />

do sinistro automóvel são controladas<br />

através dos prémios e através dos custos.<br />

Nos custos já estamos no limite. A frequência<br />

da sinistralidade baixou, sobretudo porque<br />

a rede de estradas melhorou muito.<br />

VE – Os capitais mínimos obrigatórios<br />

subiram e os custos com a regularização<br />

dos sinistros tendem a subir. Como se<br />

evita o aumento dos prémios?<br />

CM – O impacto do aumento do capital<br />

mínimo é praticamente nulo. Quantos<br />

sinistros tivemos que ultrapassaram os capitais?<br />

Os custos com a regularização dos<br />

sinistros aumentam no grande dano e descem<br />

no pequeno dano, mas, se se verificar<br />

um agravamento da sinistralidade, as companhias<br />

não vão ter outra alternativa que<br />

não seja subir preços.<br />

VE – Em acidentes de trabalho, os preços<br />

estão também demasiado baixos?<br />

CM – Sim, e esta é uma área muito mais<br />

preocupante do que o automóvel. No ramo<br />

automóvel, é mais fácil quantificar o dano<br />

e o impacto que ele tem no momento e<br />

no futuro. No caso dos acidentes de trabalho,<br />

não conseguimos garantir hoje que<br />

os clientes que nos deixem não venham a<br />

ter sinistros no futuro. A actividade seguradora<br />

está a menosprezar o risco que tem<br />

em acidentes de trabalho. Podemos ter um<br />

sinistrado recuperado que daqui a quatro<br />

anos reabre o processo por agravamento da<br />

situação e nessa altura a entidade patronal<br />

pode estar segura noutra companhia ou<br />

até já nem existir, mas nós continuaremos<br />

a responder pelo sinistro e as seguradoras<br />

estão a olhar muito para o presente e pouco<br />

para o futuro.<br />

VE – Quais são actualmente os ramos<br />

com maior potencial de crescimento?<br />

CM – Há ainda muito espaço no mercado<br />

português, mas não sei se os portugueses<br />

têm assim tanta capacidade para acolher<br />

esse crescimento. A penetração do seguro<br />

em Portugal ainda é relativamente baixa e<br />

há espaço para crescer na saúde, na protecção<br />

da reforma, na habitação. Em todos os<br />

seguros que não são obrigatórios há muito<br />

espaço para ganhar clientes, mas a situação<br />

económica não está fácil e não se consegue<br />

vender aquilo que as pessoas não podem<br />

comprar. O seguro de saúde é um dos ramos<br />

não obrigatórios que está a penetrar<br />

bastante bem, porque corresponde a uma<br />

necessidade objectiva das famílias, mas já<br />

não estamos tão bem no multirriscos, para<br />

lá daquilo que está associado ao crédito à<br />

habitação.<br />

VE – A banca é um parceiro importante<br />

para a venda de seguros?<br />

CM – A banca é um parceiro imprescindível,<br />

tanto para nós como para os nossos<br />

concorrentes, principalmente em tudo o<br />

que está associado ao crédito.<br />

VE – O ano é difícil, mas há espaço<br />

para crescer?<br />

CM – Acho que sim, mas não vai ser<br />

fácil. O mercado Não <strong>Vida</strong> vai estar próximo<br />

do zero. A venda de automóveis está a<br />

baixar, as empresas estão com dificuldades<br />

e a pressão sobre os preços é grande. No<br />

caso da Allianz, é provável que consigamos<br />

crescer alguma coisa, mas também já<br />

atravessámos tempos muito maus, é hora<br />

de começar a recuperar. Perspectivamos<br />

um crescimento, ainda que pequeno, no<br />

canal de agentes, uma situação razoável no<br />

canal corretores e o canal bancário continua<br />

a ter uma boa performance. Em termos<br />

de mercado, 2008 não vai ser um ano<br />

brilhante.<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@netcabo.pt<br />

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IV<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 seguros<br />

Cecília Foronda, da ECODES, com José António Sousa, Celeste Ribeiro e Hélder Sousa,<br />

da Liberty Seguros, na cerimónia que assinalou o início do projecto ZeroCO2 em<br />

Portugal<br />

A<br />

Liberty Seguros quer envolver os<br />

cidadãos portugueses na diminuição<br />

das emissões de dióxido de<br />

carbono (CO2) para o meio ambiente e<br />

integrou o projecto ibérico ZeroCO2 na<br />

sua política de responsabilidade social. Ao<br />

abrigo deste projecto, a companhia irá<br />

reencaminhar parte das receitas geradas<br />

a partir do seguro Liberty Auto Híbridos<br />

para a compensação de emissões de gases<br />

CO2 para a atmosfera.<br />

O projecto ZeroCO2 é inédito em<br />

Portugal e está a ser implementado em<br />

Espanha desde 2005, ajudando cidadãos<br />

e empresas a calcular, reduzir e a compensar<br />

as emissões de CO2. O projecto é<br />

desenvolvido pela organização Ecologia y<br />

Desarrollo (ECODES) e os seus resultados<br />

têm-se revelado fundamentais na luta<br />

contra o impacto negativo das alterações<br />

climáticas. Para dar início ao projecto, a<br />

Liberty Seguros procedeu à compensação<br />

das emissões das 152 viaturas da sua frota,<br />

calculadas com base no total de combustível<br />

consumido. Depois, todos os clientes<br />

do seguro automóvel Liberty Auto Híbrido<br />

poderão estar a contribuir para o mesmo<br />

fim. Segundo os ambientalistas, são<br />

necessárias três árvores de floresta tropical<br />

para captar o equivalente a 1 tonelada de<br />

CO2 no período de 20 anos. Assim, um<br />

automóvel que produza 2 toneladas de<br />

CO2/ano, com uma vida útil de 8 anos,<br />

obriga à plantação de 48 árvores. O projecto<br />

tem, por isso, canalisado todas estas<br />

receitas para a plantação de árvores na<br />

floresta tropical da Península de Nicoya,<br />

na Costa Rica, onde a reflorestação tem<br />

efeitos mais eficientes na travagem do impacto<br />

das emissões de gases CO2.<br />

Responsabilidade ambiental cada vez mais desperta na actividade<br />

seguradora<br />

Liberty quer<br />

compensar<br />

CO2 dos automóveis<br />

Depois de a Seguro Directo ter lançado o seguro automóvel verde, onde parte das<br />

receitas reverte a favor da reflorestação da Tapada Militar de Mafra, é a vez de a<br />

Liberty aderir ao projecto ZeroCO2, mostrando que as preocupações ecológicas das<br />

seguradoras estão em alta. Um posicionamento que condiz com a postura desejada<br />

pelo regulador.<br />

A seguradora estima que este projecto<br />

implicará um investimento anual de cerca<br />

de 10 mil euros, assumindo a Liberty Seguros,<br />

nesta fase inicial, o suporte de todos<br />

os custos de implementação do projecto,<br />

ou seja, a Liberty suportará na íntegra o<br />

custo da compensação de CO2 de todos<br />

os seus segurados com veículos híbridos.<br />

A seguradora estima que o custo médio<br />

anual por veículo se situe entre os 18 e os<br />

20 euros, a que corresponde uma produção<br />

de cerca de 2 toneladas de CO2.<br />

exemplos a seguir<br />

Atitudes como a da Liberty ou como<br />

a da Seguro Directo, do grupo AXA, que<br />

anunciou a comercialização do primeiro<br />

seguro verde em Portugal, onde parte das<br />

receitas geradas pela venda do seguro automóvel<br />

revertará a favor da reflorestação<br />

da Tapada Militar de Mafra, condizem<br />

com as orientações que Fernando Nogueira,<br />

presidente do Instituto de Seguros<br />

de Portugal, havia já dado a todo o<br />

sector. Na abertura do XII Encontro de<br />

Resseguros, o presidente do ISP realçou<br />

os impactos das alterações climáticas em<br />

diversos ramos da actividade seguradora,<br />

nomeadamente no incêndio, automóvel,<br />

vida, doença e agrícola. Fernando Nogueira<br />

reconheceu que “as soluções de seguros<br />

promovem medidas de adaptação,<br />

mitigação e prevenção, ao providenciarem<br />

incentivos para a redução da exposição aos<br />

potenciais riscos das alterações climáticas,<br />

bem como desenvolvem medidas, acções<br />

e comportamentos de protecção quando<br />

esses riscos ocorrem, minimizando o seu<br />

impacto negativo”, mas fez questão de<br />

deixar bem claro que “a actividade seguradora<br />

deverá servir como um catalisador<br />

para a assunção de comportamentos ecologicamente<br />

responsáveis por parte dos<br />

indivíduos e empresas, contribuindo para<br />

o bem-estar da sociedade em geral”.<br />

José António Sousa, CEO da Liberty<br />

Seguros, não podia concordar mais com<br />

as palavras de Fernando Nogueira. “O<br />

sector segurador não só pode como deve<br />

fazer muito mais neste campo, até porque<br />

se trata de uma questão critica para<br />

a sobrevivência do próprio sector”. Mas<br />

José António Sousa alerta para os riscos<br />

escondidos e até agora desvalorizados pelo<br />

sector. “O mais importante é haver uma<br />

consciência real dos riscos por parte não<br />

só dos técnicos de seguros, os ‘underwriters’,<br />

os actuários, etc., mas sobretudo por<br />

parte dos accionistas das seguradoras.<br />

Estes têm que ser alertados para o<br />

facto de poderem vir a ser chamados a<br />

repor montantes significativos de capital<br />

num futuro próximo, devido ao facto<br />

de que os quadros das suas companhias<br />

de seguros, os que estão a gerir os<br />

recursos que eles disponibilizaram para<br />

a operação de seguros, estarem a vender<br />

já hoje produtos com deficiências sérias<br />

em ‘pricing’ para os riscos normais que<br />

existem hoje, e portanto manifestamente<br />

insuficientes também para enfrentar<br />

os novos riscos derivados das alterações<br />

climatéricas”, sublinha o CEO da Liberty<br />

Seguros.<br />

sImulador de emIssões Co2<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt<br />

No página da Liberty Seguros<br />

na internet (www.libertyseguros.pt)<br />

já é possível<br />

calcular online as<br />

emissões de CO2 produzidas<br />

pelo seu automóvel<br />

e descobrir a quantidade<br />

de árvores necessárias<br />

para repor a normalidade<br />

dos valores atmosféricos.<br />

Basta inserir a marca e modelo da sua viatura, bem como o número de quilómetros<br />

que esta percorre<br />

anualmente<br />

e ficará a saber<br />

o quanto está a<br />

contribuir para<br />

poluir o meio<br />

ambiente e a dimensão<br />

do contributo<br />

que terá<br />

de dar à floresta<br />

para compensar<br />

a sua parte de<br />

responsabilidade<br />

como agente de<br />

poluição.


seguRos sexta-feira, 25 Julho de 2008 V<br />

editoRial<br />

António VilelA<br />

Presidente da<br />

APRoSe<br />

A concorrência<br />

só é salutar<br />

quando é leal<br />

Entre 6 e 10 de Maio passado, decorreu<br />

em Punta Cana, na República Dominicana,<br />

o XXII Congresso da COPAPROSE<br />

– Confederação Panamericana de Produtores<br />

de Seguros – entidade que integra<br />

e representa as associações nacionais de<br />

corretores e agentes de seguros de toda a<br />

América Latina e onde Espanha e Portugal<br />

também têm assento, no caso do nosso<br />

país, através da APROSE.<br />

O evento deste ano evoluiu sobre o<br />

tema “Dançando no ritmo dos novos<br />

tempos” e serviu para confirmar a tese<br />

de que os problemas do sector segurador,<br />

particularmente da mediação profissional<br />

– salvaguardadas as características intrínsecas<br />

de cada mercado –, são, afinal, os<br />

mesmos.<br />

Com efeito, uma das questões que estiveram<br />

em discussão e mais prenderam o<br />

interesse dos participantes foi a problemática<br />

da intervenção dos chamados “novos<br />

canais” (banca, telefone, Internet, etc.)<br />

no negócio dos seguros e o seu posicionamento<br />

perante os consumidores, em concorrência<br />

com o dito “canal tradicional”<br />

(mediação profissional).<br />

Hoje, já não está mais em causa a legitimidade<br />

que assiste a esses operadores para<br />

actuarem no mercado, desde que sujeitos<br />

ao mesmo regime jurídico de toda a actividade,<br />

como aliás se verifica na União<br />

Europeia, nomeadamente após a publicação<br />

da Directiva 2002/92/CE, que, em<br />

Portugal, foi acolhida pelo ordenamento<br />

jurídico nacional através do Decreto-Lei<br />

n.º 144/2006, de 31 de Julho.<br />

O que se questiona, particularmente<br />

do ponto de vista dos consumidores, é<br />

se estamos efectivamente em presença de<br />

operadores que encarem e desenvolvam a<br />

actividade com base nos mesmos princípios<br />

de ética, profissionalismo e rigor que<br />

a todos é exigível.<br />

Como afirmou naquele congresso um<br />

participante brasileiro (Orlando Filipe de<br />

Gouveia), “os bancos são instituições financeiras<br />

preocupadas, principalmente, em<br />

angariar lucros, sem a necessária preocupação<br />

com o social. Somente os mediadores<br />

profissionais de seguros trabalham com o<br />

lucro e o social de forma adequada, respeitando<br />

o consumidor como se deve”’.<br />

simples e sábia conclusão!<br />

Na verdade, a intervenção do mediador<br />

profissional funda-se em razões que vão<br />

muito para além da perspectiva mercantilista<br />

do “seguro”. Para ele, cada cliente<br />

representa um caso específico, com diferentes<br />

necessidades e preocupações, competindo-lhe<br />

desenhar a solução adequada<br />

a cada um.<br />

Na “mesa” coloca a sua competência e<br />

disponibilidade, como importante valor<br />

acrescentado ao serviço do cliente. Não<br />

“troca” a assinatura da proposta de seguro<br />

por um “spread” mais baixo ou uma concessão<br />

de crédito mais favorável e, depois,<br />

desaparece.<br />

São inúmeros os casos de venda de seguros<br />

através desta forma absurda de coacção<br />

que, infelizmente, o consumidor não<br />

denuncia porque… precisa do crédito!<br />

Cabe-nos, por isso, alertar o público<br />

e as autoridades competentes para que<br />

repudiem e punam este tipo de prática,<br />

lesiva das mais elementares regras de sã<br />

e leal concorrência e, em última análise,<br />

prejudiciais para o cliente.<br />

A concorrência só é salutar quando é<br />

leal!<br />

Seguradoras apostam em estratégias de retenção de clientes<br />

Venda cruzada é segredo<br />

de fidelização<br />

Vender mais do que um seguro ao mesmo<br />

cliente pode ser meio caminho andado para<br />

conseguir mantê-lo fiel à seguradora. O ramo<br />

automóvel tem sido aquele onde é mais difícil<br />

colocar em prática esta estratégia, dada a grande<br />

agressividade comercial dos operadores, mas as<br />

últimas estatísticas revelam que os portugueses<br />

gostam de manter-se fiéis à sua companhia<br />

de seguros. E as seguradoras exploram esse<br />

potencial, oferecendo descontos aos clientes.<br />

Mais de 60% dos portugueses<br />

que têm dois seguros<br />

lidam apenas com uma seguradora,<br />

revela a última ronda<br />

do Basef Seguros, promovido<br />

pela Marktest. Já entre os<br />

portugueses com três seguros,<br />

quase metade (48%) concentra<br />

também todas as suas apólices<br />

na mesma companhia.<br />

E mesmo entre os que têm<br />

quatro seguros contratados, a<br />

fidelidade a uma só seguradora<br />

é confessada em 38% dos<br />

casos, revela a Marktest. O<br />

resultado deste estudo vem,<br />

afinal, rebater de certa forma<br />

a tese de grande volatilidade<br />

das carteiras, que tanto tem<br />

gerado preocupações junto<br />

de mediadores e das próprias<br />

companhias. A avaliar pelo<br />

Basef Seguros, os portugueses<br />

até são fiéis à sua seguradora<br />

e tendem a concentrar os seus<br />

produtos na mesma companhia.<br />

Naturalmente que tal<br />

não invalida que a volatilidade<br />

tenha, de facto, aumentado<br />

significativamente, embora<br />

esse fenómeno tenha ganho<br />

maior expressão no segmento<br />

automóvel e não tanto na generalidade<br />

dos ramos.<br />

O aparecimento de novos<br />

operadores de venda directa,<br />

apregoando preços baixos e<br />

simplicidade operativa, tem<br />

despertado a atenção de consumidores<br />

ávidos pelo seguro<br />

mais barato. As seguradoras<br />

ditas tradicionais têm sentido<br />

uma espécie de obrigação em<br />

correr atrás deste mercado e<br />

o preço médio do seguro automóvel<br />

continua em queda,<br />

com a generalidade dos operadores<br />

a tentar apresentar ao<br />

potencial cliente o preço mais<br />

baixo. A partir do momento<br />

em que para anular uma apólice<br />

passou a ser suficiente<br />

não pagar a sua renovação, os<br />

portugueses passaram a olhar<br />

com outros olhos para a possibilidade<br />

de anualmente fazerem<br />

uma ronda pelo mercado<br />

e escolherem a companhia<br />

com o preço mais barato do<br />

momento. Mediadores e seguradoras<br />

estremecem depois<br />

com os clientes que perdem<br />

sem pré-aviso, depois de terem<br />

aguardado pela renovação<br />

da apólice até ao último<br />

do prazo de pagamento. É<br />

nos meandros desta história<br />

que as companhias procuram,<br />

mais do que nunca, definir a<br />

melhor estratégia de retenção<br />

dos seus clientes. E os mediadores<br />

têm forçosamente de<br />

fazer o seu papel na concretização<br />

desta estratégia.<br />

Resistência à mudança<br />

Conquistar clientes fiéis<br />

é o sonho de qualquer companhia,<br />

que tudo fazem para<br />

encontrar a melhor estratégia<br />

de retenção. E mais do que<br />

conquistar novos clientes,<br />

o grande desafio das seguradoras<br />

é<br />

não perder<br />

os clientes<br />

em carteira,<br />

já conquistados.<br />

P r e f e r e n -<br />

cialmente,<br />

o ideal é até<br />

a u m e n t a r<br />

o número<br />

de produtos<br />

que ele<br />

s u b s c r e v e<br />

na mesma<br />

companhia, sabendo-se pela<br />

voz da experiência que um<br />

cliente com vários produtos<br />

na mesma companhia dificilmente<br />

cede à tentação de<br />

mudar tudo pelo chamariz de<br />

alguns cêntimos a menos na<br />

concorrência.<br />

Revela ainda a Marktest que<br />

só quando o número de seguros<br />

é superior a quatro é que<br />

se assiste a uma maior tendência<br />

para diversificar o leque<br />

de seguradoras com quem se<br />

lida. A este fenómeno não<br />

será certamente indiferente<br />

o vir da “bancassurance”,<br />

onde muitos bancos vendem<br />

seguros aos seus clientes por<br />

ocasião da contratação de um<br />

crédito, remetendo nessa altura<br />

as apólices para as seguradoras<br />

com quem mantêm<br />

acordos nesse sentido e que<br />

poderão não coincidir com a<br />

Mais do que<br />

conquistar novos<br />

clientes, o grande<br />

desafio das<br />

seguradoras é não<br />

perder os clientes<br />

em carteira<br />

companhia onde esse cliente<br />

já tem um ou dois seguros.<br />

E muitos clientes nem têm<br />

coragem de perguntar ao seu<br />

banco se são efectivamente<br />

obrigados a celebrar contrato<br />

com a seguradora que o banco<br />

indica ou se podem escolher a<br />

seguradora com quem já trabalham,<br />

onde eventualmente<br />

lidam com<br />

um mediador<br />

da sua<br />

confiança,<br />

e onde até<br />

p o d e r i a m<br />

vir a beneficiar<br />

de<br />

algum desconto<br />

pela<br />

subscrição<br />

de novos<br />

produtos.<br />

Esta é, aliás,<br />

a grande<br />

vantagem da venda cruzada<br />

para os clientes de seguros.<br />

Mesmo sabendo que a companhia<br />

tem óbvios interesses<br />

na venda de novos produtos,<br />

o consumidor ganha<br />

também com a ampliação<br />

do seu portefólio de produtos<br />

concentrados na mesma<br />

companhia, como confirma<br />

à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>” Gomes<br />

Antão, administrador da Victoria<br />

Seguros. “Do ponto de<br />

vista do cliente, é importante<br />

que faça, neste caso, compra<br />

cruzada, uma vez que isso<br />

inequivocamente poderá permitir<br />

– e permite em grande<br />

parte dos casos – melhores<br />

condições de ‘pricing’ e simultaneamente<br />

de garantias.<br />

Por outro lado, a prazo, tal<br />

facto pode também ter outro<br />

aspecto positivo: a análise<br />

de sinistros, não estando em<br />

causa, obviamente, o seu justo<br />

enquadramento”, explicita<br />

o administrador da Victoria.<br />

Risco disperso<br />

Para Gomes Antão, a questão<br />

tem de ser analisada de três<br />

pontos de vista, ou seja, do ponto<br />

de vista do cliente, do intermediário,<br />

seja ele mediador ou<br />

corretor, e ainda do ponto de<br />

vista da seguradora. “Do ponto<br />

de vista do intermediário, a<br />

venda cruzada pode ter também<br />

– e tem na maioria dos casos<br />

– aspectos muito positivos,<br />

que entroncam de forma significativa<br />

no interesse das<br />

seguradoras, tais como uma<br />

maior fidelização do cliente ao<br />

mediador/corretor e também à<br />

seguradora, maior receita de<br />

rendimentos e de prémios, respectivamente”,<br />

analisa o administrador<br />

da Victoria.<br />

Por último, explica ainda<br />

Gomes Antão à “<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong>”,<br />

“do ponto de vista da<br />

seguradora e para além dos aspectos<br />

anteriormente enunciados<br />

há um outro que é também<br />

muito importante: a dispersão<br />

do risco de um mesmo cliente,<br />

contribuindo, assim, em tese,<br />

para a rentabilidade do respectivo<br />

cliente. Além disso, não é<br />

de todo despiciendo reter que<br />

continua a ser muito menos difícil<br />

e mais barato fazer uma segunda<br />

ou mesmo uma terceira<br />

venda a um mesmo cliente do<br />

que fazer essas novas vendas a<br />

novos clientes, muito embora<br />

não haja organizações que possam<br />

singrar sem (também) procurarem<br />

novos clientes”, ressalva<br />

o administrador da Victoria<br />

Seguros.<br />

ANA SANTOS GOMES<br />

anagomes@vidaeconomica.pt


vi<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 seguros<br />

calendário de eventos da actividade seguradora agosto/2008<br />

Data Evento<br />

29/07/08<br />

19/09/08<br />

23 e<br />

24/09/08<br />

26/09/08<br />

2 e<br />

3/10/08<br />

6/10 a<br />

12/12/08<br />

8 e<br />

9/10/08<br />

8 a<br />

10/10/08<br />

17/10/08<br />

Curso: Qualidade<br />

de atendimento<br />

ao público e<br />

tratamento de<br />

reclamações<br />

Colóquio: A Lei do<br />

Contrato de Seguro<br />

Curso: Lei do<br />

contrato de seguro<br />

Curso: Lei do<br />

contrato de seguro<br />

Congreso<br />

internacional<br />

- Panamá<br />

Construyendo y<br />

Asegurando su<br />

Futuro<br />

Curso: Agente<br />

e Corretor de<br />

Seguros-Ramos<br />

<strong>Vida</strong> e Não <strong>Vida</strong><br />

Seminário: Novas<br />

regras da actividade<br />

seguradora<br />

Jornadas “Portugal<br />

Seguro”<br />

Seminário:<br />

Relevância do<br />

seguro no comércio<br />

e indústria<br />

Cartas de condução estrangeiras<br />

ou sinistros a descoberto?<br />

A<br />

actividade de seguros desenvolvida<br />

em Portugal está cada vez mais dinamicamente<br />

agressiva, muitas vezes<br />

não se olhando a meios para conseguir<br />

fins.<br />

Alguns dados que poderemos reter da<br />

publicação editada em Junho de 2008 pelo<br />

Instituto de Seguros de Portugal dizemnos<br />

que existem a operar em Portugal 497<br />

seguradoras, na sua maioria estrangeiras e<br />

ao abrigo do Regime de Livre Prestação de<br />

Serviços, contra 16 seguradoras de capital<br />

português a operar no exterior.<br />

Não nos vamos debruçar sobre a exiguidade<br />

da nossa dimensão seguradora no exterior,<br />

nem tão-pouco do desaire que foi<br />

para algumas seguradoras portuguesas no<br />

passado recente terem investido em mercados<br />

maduros como o inglês e dos resultados<br />

contabilísticos negativos que trouxeram,<br />

mas como para aprender é necessário<br />

pagar… tiveram de proceder em conformidade.<br />

De igual modo, na supracitada publicação<br />

constatamos a existência de 25.947<br />

mediadores inscritos, os quais se subdividem<br />

em ligados do Tipo I e II, com 11.804<br />

de pessoas singulares e 135 pessoas colectivas.<br />

Depois temos os não ligados, que totalizam<br />

12.773 de pessoas singulares e 1263<br />

de pessoas colectivas, contra 99 corretoras<br />

de seguros.<br />

Ora, desta população toda, extrai-se que<br />

grande parte são mediadores singulares<br />

que, grosso modo, não se dedicam a actividade<br />

profissional a tempo inteiro, mas antes<br />

fazem do biscate nos seguros o seu péde-meia<br />

para irem de férias para o Algarve<br />

ou para irem ver a sogra, quando forem as<br />

festas na terra.<br />

Local<br />

Contactos e informações<br />

Organização<br />

Cidade Endereço Telefone Fax E-mail Web page<br />

Porto Palácio da Bolsa<br />

Porto Palácio da Bolsa APROSE/<br />

A.Comercial Porto/<br />

SCSS&Advogados<br />

Luiz FiLiPE<br />

Actaseguros<br />

– Corretores de Seguros, SA<br />

A má preparação que naturalmente<br />

possuem não só do ponto de vista<br />

académico,como também e essencialmente<br />

na vertente profissional, faz com que a<br />

abordagem efectuada junto de potenciais<br />

clientes seja feita baseada no preço que<br />

conseguem obter, muitas vezes sonegando<br />

dados do risco e com isso arriscando<br />

o cliente a que no momento do sinistro a<br />

seguradora decline o mesmo baseado nas<br />

falsas ou inexactas declarações produzidas<br />

e firmadas pelo seu cliente, embora muitas<br />

vezes impelido para tal não só pelo intermediário,<br />

como também o fez aquele<br />

gerente de balcão que, conhecendo de há<br />

muito o seu cliente e estando a correr uma<br />

aprovação de crédito à habitação, induziu<br />

o cliente a assinar declaração para seguro<br />

de vida, sobre o seu estado de saúde, quan-<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> 223399457/00 222058098<br />

Lisboa R. Rodrigo Fonseca, 41 APS 213848142 213841430<br />

Porto Hotel ipanema Porto<br />

Panamá,<br />

Cidade<br />

do<br />

Panamá<br />

Hotel Sheraton &<br />

Convention Center<br />

Braga Rua dos Sapatelos, 40<br />

Lisboa A designar<br />

Lisboa CCB<br />

Porto Câmara do Comércio e<br />

indústria do Porto<br />

do, poucos meses antes, o mesmo sofreu<br />

AVC, de que ainda hoje recupera.<br />

Mas verificámos também com natural<br />

preocupação a “feitura” por estes sujeitos<br />

de seguros junto de indivíduos com cartas<br />

de condução obtidas no Brasil, África<br />

e Europa de Leste, ou seja, fora da Zona<br />

Euro, sem os avisar de que qualquer um<br />

deles está ilegal em relação à condução<br />

em Portugal ou no espaço da União Europeia,<br />

e que, se acontecer um sinistro de<br />

sua responsabilidade, o seguro não será<br />

válido.<br />

Se tivermos como exemplo a comunidade<br />

brasileira, constatamos que têm de trocar<br />

obrigatoriamente a carta, sem submissão<br />

a exame de condução, decorridos 185<br />

dias após a entrada em Portugal, sendo que<br />

durante esse período de tempo apenas podem<br />

conduzir carros matriculados no Brasil<br />

ou de Rent-a-Car. A partir dos 185 dias,<br />

nem esses carros podem conduzir.<br />

O que constatamos é que a ausência de<br />

informação no momento da subscrição por<br />

sujeitos não preparados ou bancários arvorados<br />

em seguradores, já para não falarmos<br />

nos seguradores envergonhados das linhas<br />

telefónicas que têm provocado verdadeiros<br />

pontos de conflito a que acrescem as consequências<br />

economicamente nefastas de<br />

sinistros não enquadráveis e que os clientes<br />

têm de suportar.<br />

Para saber mais sobre a validade duma<br />

carta de condução estrangeira em Portugal,<br />

consulte www.imtt.pt ou contacte o<br />

seu mediador profissional e independente<br />

inscrito na APROSE.<br />

Pode aproveitar para ver mais em www.<br />

aprose.pt e saiba que “somos o Vento que o<br />

ajuda a navegar”. Boas Férias.<br />

dep.formacao@<br />

vidaeconomica.pt<br />

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vidaeconomica.pt<br />

222003000 223322519 aprose@aprose.pt www.aprose.pt<br />

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PADECO y OPi +5072266552<br />

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apseguradores.pt<br />

APFEL 253257222 253257223 apfel@apfel.pt www.apfel.pt<br />

iFE-international<br />

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210033800 210033888 inscricoes@ife.pt www.ife-po.com<br />

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CNPR 226068871 226067822 cnpr@cnpr.pt www.cnpr.pt<br />

MPM lança<br />

produto exclusivo<br />

para associados<br />

da APROSE<br />

A MPM Software Portugal, empresa que<br />

edita aplicações informáticas especialmente<br />

vocacionadas para a gestão do negócio de<br />

mediadores de seguros, criou um produto<br />

exclusivo para os associados da APROSE.<br />

Trata-se do “VisualSEG APROSE”, uma<br />

versão inspirada no “VisualSEG” da MPM<br />

Software, que pode ser configurado para<br />

um a cinco utilizadores e inclui todas as<br />

funcionalidades necessárias para efectuar<br />

a gestão de carteira de seguros, nomeadamente<br />

gestão de clientes, apólices, recibos,<br />

sinistros, cálculo de comissões e prestações<br />

de contas.<br />

O lançamento deste produto surge na sequência<br />

de um protocolo estabelecido entre<br />

a APROSE e a MPM Sotware Portugal<br />

que prevê condições especiais para os associados<br />

da APROSE no acesso a produtos<br />

editados pela software house. Neste caso, o<br />

“VisualSEG APROSE” pode ser adquirido<br />

por 500 euros, acrescidos de IVA, até ao<br />

dia 31 de Dezembro. Esta versão do produto<br />

inclui um interface dcumental que<br />

permite associar aos clientes, apólices, recibos<br />

e sinistros vários tipos de ficheiros,<br />

como folhas Excel, documentos Word ou<br />

documentos digitalizados, entre outros.<br />

O protocolo de condições especiais de<br />

aquisição do “VisualSEG APROSE” é válido<br />

até 31 de Dezembro de 2008.<br />

Para mais informações sobre o “Visual-<br />

SEG APROSE”, os associados da APROSE<br />

deverão contactar a MPM SOFTWARE<br />

PORTUGAL através do endereço Edifício<br />

Infante D. Henrique, Rua João Chagas, 53<br />

- Escritório C04, 1495-072 Algés, ou através<br />

do telefone 214149520, fax 214149529<br />

ou e-mail comercial@mpm.pt.


seguros sexta-feira, 25 Julho de 2008 VII<br />

Para José Cóias, o encerramento de delegações de seguradoras em localidades<br />

mais pequenas é um movimento muito prejudicial para os<br />

mediadores já existentes.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> – Como surgiu a empresa?<br />

José Pires Cóias – O início da actividade surgiu no<br />

princípio de 1989, em resposta ao convite de um amigo,<br />

então director de uma seguradora, para pôr em prática<br />

um projecto para um casal, na actividade da mediação, a<br />

começar do zero. E assim aconteceu. Começámos a construir<br />

a carteira, fomos crescendo e rapidamente alcançámos<br />

alguma estabilidade. A actual<br />

sociedade de mediação tem apenas um<br />

ano e meio e é a resultante da junção<br />

das duas carteiras do casal.<br />

VE – Qual o problema mais premente<br />

com que se deparam os mediadores<br />

que exercem a actividade<br />

fora dos grandes centros urbanos,<br />

em particular, em Estremoz?<br />

JPC – Penso que o maior problema<br />

tem a ver com a crescente volatilidade<br />

dos contratos de seguros, resultante da<br />

radical transformação de atitude dos<br />

clientes em poucos anos. Parece-me<br />

de interesse dizer que essa mudança de atitude é consequência<br />

de variadíssimos factores. Por exemplo, as novas<br />

regras para a resolução das apólices, a crise económica que<br />

tem vindo a acentuar-se nos últimos anos e a teimosia<br />

do nosso povo, que, mal lhe abrem portas ao crédito, insiste<br />

em dar passos maiores do que as pernas que tem, e<br />

quando o cerco aperta e chega a hora de ter que cortar em<br />

alguma coisa, logo são lembrados os seguros, particularmente<br />

aqueles que não têm carácter obrigatório. Muitos<br />

outros factores existem que não irei abordar, no entanto<br />

não resisto a referir-me àquele que sem dúvida me parece<br />

o mais grave de todos e que consiste no aparecimento<br />

em alguns ramos de “rebaixas permanentes”, já há vários<br />

anos, por parte da generalidade das seguradoras. Confesso<br />

que, depois de já ter reflectido bastante sobre o assunto,<br />

sinto alguma dificuldade em compreender que superiores<br />

objectivos estarão na origem de tão arrojados e nefastos<br />

Evento está marcado para 19 de Setembro<br />

“Quando o cerco<br />

aperta e chega a hora<br />

de ter que cortar em<br />

alguma coisa, logo<br />

são lembrados os<br />

seguros”<br />

José Pires Cóias critica postura de algumas seguradoras<br />

“Não compreendo<br />

as rebaixas permanentes”<br />

É em Estremoz que José Pires Cóias, gerente da sociedade de mediação com o mesmo<br />

nome, luta diariamente contra a volatilidade dos contratos de seguros, sentido com<br />

maior expressão em meios <strong>pequenos</strong> e interiorizados. Uma luta que se acentua quando a<br />

agressividade comercial da concorrência aumenta, tornando José Cóias incrédulo perante<br />

as constantes reduções de tarifas. Aquilo a que chama “balbúrdia generalizada” ganha<br />

contornos mais preocupantes quando o cliente com cada vez menos poder de compra se<br />

rende à tentação do preço mais baixo.<br />

procedimentos. Claro que fora dos grandes centros urbanos<br />

e industriais, como é o caso de Estremoz, onde a<br />

matéria segurável é escassa e a concorrência cada vez mais<br />

feroz, qualquer pequena ventania atinge logo aspecto de<br />

grande tempestade.<br />

VE – Tem vindo a assistir-se ao encerramento de delegações<br />

de seguradoras em localidades mais pequenas.<br />

Que preocupações lhe suscita este movimento?<br />

JPC – Esse é um movimento muito prejudicial para os<br />

mediadores já existentes, porque daí resultam, repentinamente,<br />

novos mediadores provenientes dos quadros das<br />

seguradoras e, claro, com posturas comerciais muito mais<br />

agressivas do que na condição anterior. Só em Estremoz<br />

este fenómeno aconteceu num curto período de tempo<br />

com quatro seguradoras.<br />

VE – Na sua opinião, o que procura<br />

o consumidor de seguros?<br />

JPC – Sem dúvida que procura proteger<br />

aquilo que pensa serem os seus<br />

interesses, o que me parece legítimo.<br />

É pena que na maioria dos casos, em<br />

função de factores que já referi atrás,<br />

essa preocupação se centre apenas no<br />

preço.<br />

VE – O que é que o mediador pode<br />

oferecer, em termos de vantagem<br />

competitiva relativamente a outros canais, para corresponder<br />

a essas necessidades?<br />

JPC – Pode oferecer proximidade, através do contacto<br />

pessoal sempre que necessário. Pode oferecer disponibilidade<br />

quando o cliente mais precisar, nomeadamente<br />

ajudando o quanto possível, com vista à correcta regularização<br />

dos sinistros. Pode oferecer competência a vários níveis,<br />

nomeadamente através do conhecimento do mercado.<br />

Quanto a isto, já a minha avó dizia que ninguém pode<br />

dar aquilo que não tiver – é preciso ser competente.<br />

VE – Que leitura faz da actual conjuntura de “esmagamento”<br />

de prémios, designadamente em alguns<br />

ramos de Não <strong>Vida</strong>?<br />

JPC – Penso que esse fenómeno está a passar-se mais<br />

nos ramos automóvel e acidentes de trabalho. Em relação<br />

a esse assunto, como já disse anteriormente, tenho<br />

Lei do Contrato de Seguro é tema de colóquio<br />

Termina a 12 de Setembro o prazo de<br />

inscrição de participantes no colóquio sobre<br />

a Lei do Contrato de Seguro, evento<br />

que está a ser organizado conjuntamente<br />

pela Associação Portuguesa dos Produtores<br />

Profissionais de Seguros (APROSE) e<br />

pela sociedade de advogados Soares Carneiro,<br />

Santos Silva & Associados, com o<br />

apoio da Associação Comercial do Porto<br />

– Câmara de Comércio e Indústria<br />

(ACP-CCIP). O colóquio está agendado<br />

para a tarde de 19 de Setembro, no<br />

Palácio da Bolsa, no Porto, e destina-se<br />

exclusivamente às empresas associadas<br />

da APROSE, da Associação Comercial<br />

do Porto e ainda a clientes da sociedade<br />

de advogados anfitriã. As inscrições abriram<br />

a 21 de Julho e encerram a 12 de<br />

Setembro.<br />

A Lei do Contrato de Seguro, consagrada<br />

no Decreto-Lei n.º 72/2008, tem<br />

vindo a ser apelidada por muitos como<br />

a “trave-mestra” do Direito dos Seguros,<br />

estando previsto que entre em vigor a 1<br />

de Janeiro de 2009. Para a APROSE, o<br />

assunto é merecedor de um amplo debate,<br />

uma vez que este diploma procede<br />

à reforma do regime do contrato de<br />

seguro, assentando primordialmente<br />

numa adaptação das regras actualmente<br />

vigentes e procedendo à actualização e<br />

concatenação de conceitos de diversos<br />

diplomas, preenchendo certas lacunas.<br />

Deste modo é consolidado num único<br />

diploma o regime geral do contrato de<br />

seguro, procurando evitar a dispersão e<br />

fragmentação legislativa e facilitando o<br />

melhor conhecimento do quadro legal<br />

por parte dos operadores.<br />

O colóquio de 19 de Setembro contará<br />

com a presença de António Vilela,<br />

presidente da APROSE, Rui Moreira,<br />

presidente da Associação Comercial do<br />

Porto, e Pedro Romano Soares Martinez,<br />

coordenador da comissão encarregue da<br />

alguma dificuldade em perceber as seguradoras, senão vejamos:<br />

durante anos e anos, consecutivamente, ouvíamos<br />

os altos responsáveis das seguradoras a dizer que o ramo<br />

automóvel dava prejuízo, que a sinistralidade era uma coisa<br />

tremenda, enfim, que a situação era insustentável. E<br />

quando chegava o dia 1 de Janeiro de cada ano, lá vinham<br />

os aumentos das tarifas, com percentagens habitualmente<br />

muito acima da inflação. Em acidentes de trabalho, as seguradoras<br />

também se queixavam da sinistralidade e, sempre<br />

que podiam, aproveitavam para puxar as taxas para<br />

cima. Estou a lembrar-me de quando entrou em vigor a<br />

nova Tabela Nacional de Incapacidades, foram logo 20%<br />

e parece que em todas as seguradoras. Passado algum tempo,<br />

saía a nova lei de acidentes de trabalho, e logo aproveitaram<br />

para acrescentar mais 26,5%. Incrivelmente, desde<br />

há quatro ou cinco anos, sobre os discursos da desgraça<br />

todos se calaram e os aumentos de tarifas deixaram de<br />

aparecer, dando lugar a descontos e mais descontos e a<br />

descontos sobre descontos. Já me tenho interrogado sobre<br />

o que estará motivar estas alterações radicais de discursos<br />

e procedimentos. A sinistralidade desceu, mas será que<br />

desceu assim tanto? Ou será que a produtividade subiu<br />

exponencialmente? Onde estará a verdade na austeridade<br />

do passado ou nas mãos largas do presente? Ou será que<br />

se diluiu algures entre as duas épocas? Não será que vêm<br />

aí outras realidades, em que como na selva os mais fortes<br />

fazem o que for preciso para eliminar os mais fracos, e<br />

então poder reinar eternamente? Em vez de conjuntura<br />

de esmagamento de prémios, eu cá por mim preferia chamar-lhe<br />

balbúrdia generalizada.<br />

VE – Crê que esta situação se manterá por muito<br />

mais tempo?<br />

JPC – Não me parece que se mantenha por muito mais<br />

tempo, no entanto as expectativas que eu tinha já há muito<br />

foram ultrapassadas, e como disse, os mais fortes fazem<br />

o que for preciso e durante o tempo que for preciso.<br />

VE – Diz-se que as seguradoras directas são as<br />

mais baratas. Apercebe-se de reacções, em termos<br />

de preços praticados, por parte das seguradoras tradicionais?<br />

JPC – Nesta zona as chamadas seguradoras directas não<br />

têm expressão. Relativamente a reacções a preços praticados,<br />

elas existem realmente, mas entre as chamadas seguradoras<br />

tradicionais, que continuam a digladiar-se todos<br />

os dias.<br />

revisão do regime jurídico do contrato<br />

de seguro, que terá a seu cargo neste colóquio<br />

a apresentação e abordagem à lei<br />

do contrato de seguro.<br />

Depois do evento do Porto, é intenção<br />

da organização repetir o colóquio em<br />

Lisboa, ainda em data a definir.


Viii<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 seguros<br />

Cedência de comissões de seguros e PDEAMS<br />

Construímos há bastante pouco tempo<br />

um sítio na internet para apoio e<br />

angariação de clientes e efectuámos<br />

bastante publicidade para o seu arranque,<br />

mas recebemos um telefonema<br />

de um mediador como aviso relativamente<br />

a uma cláusula de publicidade<br />

onde anunciávamos que daríamos 5%<br />

da comissão líquida aos nossos clientes<br />

que nos trouxessem novos clientes. A<br />

cláusula é ilegal, segundo o mediador,<br />

e pode levar ao cancelamento do nosso<br />

número de mediador. Agradecemos os<br />

vossos esclarecimentos.<br />

Importa destrinçar, antes de mais e<br />

para melhor elucidação, duas situações.<br />

A primeira tem que ver com a cedência<br />

de comissões a tomadores nos contratos<br />

de seguros por estes titulados e a segunda<br />

situação prende-se com a utilização dos<br />

clientes/tomadores enquanto promotores<br />

de negócio/clientela, remunerando-os, de<br />

seguida, em função do negócio/clientela<br />

angariada e através da cedência de comissionamento.<br />

Tendo a primeira situação – cedência<br />

de comissões a tomadores em contratos de<br />

seguros próprios – perfeito cabimento na<br />

lei em vigor, a segunda apenas será possível<br />

se e na medida em que aqueles tomadores/<br />

clientes sejam elas próprias pessoas directamente<br />

envolvidas na actividade de mediação<br />

de seguros ao vosso serviço (PDE-<br />

AMS).<br />

Voltando ao primeiro caso, reforçamos<br />

a informação que, contrariamente ao que se<br />

prescrevia no passado, face ao ordenamento<br />

jurídico actualmente em vigor – Decreto-Lei<br />

n.º 144/2006, de 31 de Julho –, não<br />

existem quaisquer impedimentos legais,<br />

com força de lei, que impeçam ou punam,<br />

Terceira distinção consecutiva<br />

Marsh volta a ser eleita<br />

melhor corretora<br />

de seguro de crédito<br />

Pelo terceiro ano consecutivo,<br />

a Marsh foi eleita<br />

pela Trade Finance Magazine<br />

como a “Melhor Corretora<br />

de Seguro de Crédito”.<br />

Este prémio faz parte<br />

integrante de um conjunto<br />

de prémios atribuídos pelos<br />

leitores da Trade Finance e<br />

são entregues anualmente<br />

pela Euromoney. Trata-se de<br />

um pré-<br />

mio que<br />

reconhece<br />

a criatividade<br />

e<br />

inovação<br />

no desenvolvimento<br />

de<br />

produtos<br />

e serviços<br />

e é muito<br />

apreciado<br />

na indústria<br />

pela sua independência<br />

e objectividade.<br />

“É uma conquista extraordinária<br />

e uma excelente<br />

reflexão do trabalho que a<br />

nossa equipa construiu no<br />

negócio do crédito”, comentou<br />

Charles Beresford-<br />

Davies, líder dos serviços<br />

financeiros do Reino Unido<br />

“É um feito inédito<br />

que representa<br />

um forte voto<br />

de confiança nos<br />

nossos serviços”<br />

- Pedro Lourenço<br />

da Marsh, assim que soube<br />

desta notícia. Em Portugal,<br />

Pedro Lourenço, coordenador<br />

da especialidade de<br />

Trade Credit da Marsh,<br />

confirma que “é motivo de<br />

satisfação termos sido reconhecidos<br />

pelo nosso trabalho<br />

uma vez mais, ao sermos<br />

pela terceira vez consecutiva<br />

a melhor corretora de seguro<br />

de crédito.<br />

É um feito<br />

inédito<br />

que representa<br />

um forte<br />

voto de<br />

confiança<br />

nos nossos<br />

serviços”.<br />

P e d r o<br />

Lourenço<br />

explicou<br />

t a m b é m<br />

que a estratégia da corretora<br />

tem passado por uma aposta<br />

no desenho de programas<br />

de seguros de crédito inovadores<br />

“para satisfazer as<br />

necessidades específicas dos<br />

nossos clientes e assegurar<br />

que essas soluções têm os<br />

preços mais adequados e<br />

competitivos”.<br />

de facto ou de direito, a<br />

conduta que passa pela<br />

cedência de comissões a<br />

tomadores em contratos<br />

de seguros próprios e por<br />

estes titulados.<br />

Importa notar que,<br />

à luz do quadro legal da<br />

mediação de seguros já<br />

revogado – Decreto-Lei<br />

n.º 388/91, de 10 de<br />

Outubro –, para além<br />

de ali ter sido vedado aos<br />

mediadores, enquanto<br />

aquele diploma vigorou,<br />

o recebimento de remunerações<br />

que não se enquadrassem<br />

no conceito<br />

de comissões de mediação,<br />

cobrança e de corretagem,<br />

com a excepção<br />

dos corretores, os quais<br />

podiam igualmente ser<br />

remunerados através de<br />

honorários pelas consultas,<br />

estudos e pareceres<br />

técnicos sobre seguros<br />

que realizassem, também<br />

se prescrevia a proibição<br />

para os mediadores, por<br />

um lado, de conceder comissões ou parte<br />

de comissões a tomadores de seguros, segurados,<br />

terceiros ou a outros mediadores<br />

(aqui, mais uma vez, com a excepção dos<br />

corretores, que podiam ceder comissões<br />

aos seus angariadores e a subagentes), e,<br />

por outro, de proceder a quaisquer descontos<br />

em prémios.<br />

Obviamente que quer a cedência de<br />

comissões fora dos casos previstos naquele<br />

normativo, quer o desconto em prémios<br />

faziam incorrer o mediador de seguros in-<br />

consultório jurídico<br />

CorvACEirA goMES<br />

Director Executivo<br />

APROSE<br />

“Não existem<br />

impedimentos legais<br />

que impeçam ou<br />

punam a cedência<br />

de comissões a<br />

tomadores em<br />

contratos de seguros<br />

próprios e por estes<br />

titulados”<br />

O Instituto de Seguros de Portugal<br />

(ISP) publicou a edição nº 25 da<br />

revista “Fórum”, que inclui um trabalho<br />

da autoria de Vicente Mendes<br />

Godinho, do Departamento de<br />

Autorizações e Registo do Órgão de<br />

Supervisão, em que se procede ao<br />

balanço da implementação em Portugal<br />

do novo regime jurídico da<br />

mediação de seguros.<br />

De acordo com o texto, à data<br />

da entrada em vigor do Decreto-Lei<br />

n.º 144/2006, ou seja, a 27 de Janeiro<br />

de 2007, encontravam-se inscritos<br />

no ISP 37 584 mediadores de<br />

seguros. Desses, 29 196 mediadores<br />

estavam inscritos com a categoria<br />

de agente de seguros, 8290 com a<br />

categoria de angariador de seguros<br />

e 98 com a categoria de corretor de<br />

seguros.<br />

Após o final dos prazos estabelecidos<br />

por lei para confirmação do<br />

registo oficioso de mediadores, o<br />

ISP procedeu, em 2007, ao cancelamento<br />

de 10 045 mediadores de<br />

seguros, que não se conformaram<br />

com as novas exigências legais. Estão<br />

incluídos neste grupo 7269 agentes<br />

de seguros e 2776 “mediadores de<br />

seguros ligados”, que anteriormente<br />

tinham a categoria de angariadores<br />

de seguros.<br />

Alegando essencialmente razões<br />

de incompatibilidade legal, o ISP<br />

fractor, porque condutas<br />

tipificadas na lei como<br />

contra-ordenações, na coima<br />

de 500 a 50 000 euros,<br />

sem prejuízo de pena<br />

mais grave que no caso<br />

coubesse.<br />

Com a publicação e<br />

entrada em vigor do novo<br />

regime jurídico da mediação<br />

de seguros, Decreto-<br />

Lei n.º 144/2006, quer a<br />

proibição de cedência de<br />

comissões quer a proibição<br />

de efectuar descontos em<br />

prémios deixaram de, por<br />

um lado, tipificar a prática<br />

de factos ilícitos e contra-ordenacionais,<br />

e, por<br />

outro, consequentemente,<br />

também deixaram de<br />

ser fiscalizados, punidos e<br />

sancionados pelo Instituto<br />

de Seguros de Portugal.<br />

Obviamente que, não<br />

obstante o enquadramento<br />

legal apontado, ter-se-á<br />

que atentar aos contratos<br />

de mediação entretanto<br />

estabelecidos com as seguradoras<br />

para aferir da viabilidade de tais<br />

condutas, uma vez que, em sede de autoregulação,<br />

poder-se-ão ter estabelecido,<br />

neste âmbito, outros condicionalismos.<br />

Sem embargo de as referidas condutas<br />

não constituírem contra-ordenações e,<br />

por conseguinte, se tratarem, hoje em dia,<br />

de puras questões de mercado e como tal<br />

se inserirem no âmbito da liberdade contratual<br />

dos vários agentes económicos,<br />

importa evidenciar, enquanto associação<br />

e no plano dos princípios, para os efeitos<br />

iSP publica estudo<br />

sobre mediação<br />

procedeu à suspensão do registo de<br />

2.685 mediadores de seguros, uma<br />

vez que novos requisitos legais tornaram<br />

incompatível a acumulação<br />

do exercício da actividade de mediação<br />

de seguros em nome próprio<br />

e a título individual,<br />

com a qualidade<br />

de trabalhador,<br />

gerente, ou administrador,envolvidos<br />

na actividade<br />

de mediação de<br />

seguros, de outros<br />

mediadores. Em<br />

resultado destes<br />

cancelamentos, ficaram<br />

inscritos 13<br />

883 agentes de seguros,<br />

10 693 “mediadores<br />

de seguros<br />

ligados” e 98 corretores,<br />

num total de 24 694 mediadores<br />

de seguros, o que significou uma<br />

nova <strong>distribuição</strong> de categorias, relativamente<br />

àquela que resultara do<br />

registo oficioso de 27 de Janeiro de<br />

2007. Com efeito, verificou-se um<br />

acentuado crescimento do número<br />

de “mediadores de seguros ligados”<br />

e também um acentuado decréscimo<br />

do número de agentes de seguros,<br />

perspectivando-se a possibilidade<br />

de, num prazo de tempo não muito<br />

dilatado os “mediadores de seguros<br />

potencialmente nocivos, que a cedência de<br />

comissões ou do desconto em prémios, se<br />

institucionalizados e generalizados, poderão<br />

provocar no sector globalmente considerado,<br />

uma vez que quer um quer o outro<br />

fazem com que o mediador abdique, directa<br />

ou indirectamente, da sua remuneração<br />

para manter ou conquistar clientela.<br />

Já no que diz respeito à segunda situação<br />

– utilização dos clientes/tomadores<br />

enquanto promotores de negócio/clientela<br />

e remunerando-os através da cedência de<br />

comissionamento, como contrapartida do<br />

negócio/clientela angariada –, apenas será<br />

possível, mais uma vez o reafirmamos, se<br />

e na medida em que aqueles tomadores/<br />

clientes sejam elas próprias PDEAMS.<br />

A PDEAMS é, nos termos da alínea g)<br />

do artigo 5º do Decreto-Lei n.º 144/2006,<br />

uma pessoa singular ligada a um mediador<br />

de seguros ou de resseguros através de um<br />

vínculo laboral ou de qualquer outra natureza<br />

e que ao seu serviço exerce ou participa<br />

no exercício da actividade de mediação<br />

de seguros ou de resseguros, em qualquer<br />

caso, em contacto directo com o cliente,<br />

para o que, como é sabido, se têm que preencher<br />

determinados requisitos impostos<br />

pelo diploma supracitado, onde avultam,<br />

entre outros, os relativos à qualificação<br />

adequada (formação, art.º 12º), idoneidade<br />

(registo criminal limpo, art.º 13º) e não<br />

se encontrarem em situação de incompatibilidade<br />

(art.º 14º).<br />

Escusado será referir que a utilização<br />

por mediador de seguros de pessoas que<br />

não cumpram os requisitos exigíveis às<br />

PDEAMS constitui contra-ordenação prevista<br />

e punível nos termos da lei.<br />

Para informação detalhada acerca das<br />

PDEAMS deverá consultar o suplemento<br />

de 30/03/2007.<br />

ligados” passarem a ser os mais numerosos<br />

entre as três categorias de<br />

mediadores de seguros.<br />

Verificou-se igualmente um número<br />

muito elevado de notificações<br />

para o exercício da actividade, ao<br />

abrigo do regime de livre prestação<br />

de serviços, por mediadores de seguros<br />

provenientes de outros Estados-membros<br />

da União Europeia,<br />

notificações essas que, provavelmente,<br />

na maior parte dos casos,<br />

não corresponderão a um exercício<br />

efectivo da actividade. Pelo contrário,<br />

bem mais modesto foi o número<br />

de mediadores comunitários que<br />

notificaram a intenção em actuar<br />

em Portugal através de estabelecimento.


António Saraiva<br />

Presidente da Direcção da AIMMAP<br />

Às vezes faz-se verdadeira<br />

Justiça<br />

EDITORIAL<br />

O caso foi noticiado pela comunicação social: uma empresa<br />

portuguesa enviou às Finanças a sua declaração periódica<br />

do IVA, indicando o valor facturado no período em<br />

referência mas sem proceder ao pagamento da totalidade<br />

do imposto alegadamente em dívida.<br />

Explicou o não pagamento da totalidade do imposto com<br />

a circunstância de não ter recebido efectivamente de um<br />

cliente a quantia que lhe facturara.<br />

E acrescentou que só poderia entregar ao Estado o dinheiro<br />

em falta – que no caso eram J 54 000,00 -, quando<br />

o cliente lhe pagasse. O que acabou por suceder ulteriormente.<br />

Com a sua habitual cegueira e intransigência, a administração<br />

fiscal aplicou uma coima à empresa.<br />

Sucede que esta não se conformou e recorreu aos tribunais<br />

portugueses.<br />

Muito recentemente, para surpresa de algumas mentes<br />

quadradas, o Supremo Tribunal Administrativo veio conceder<br />

razão à empresa contribuinte aqui em apreço.<br />

Sustentando muito concretamente que, não obstante os<br />

contribuintes estejam obrigados a entregar o IVA ao Estado<br />

no momento em que facturam aos clientes – independentemente<br />

de deles receberem o respectivo montante -,<br />

nos casos de não recebimento, não poderão ser punidos se<br />

não entregarem ao Estado o que não receberam efectivamente.<br />

Isto porque, segundo sustentou igualmente o STA,<br />

o Código do IVA não prevê que o não pagamento nestes casos<br />

deva ser sancionado da mesma forma que as restantes<br />

situações de incumprimento.<br />

Este acórdão é histórico e merecedor do nosso maior<br />

apreço.<br />

Gostaria, pois de deixar aqui algumas reflexões que me<br />

parecem óbvias.<br />

A primeira é a de que a lei, ao prever a obrigatoriedade<br />

do pagamento do IVA independentemente do recebimento<br />

do montante respectivo é manifestamente injusta e mesmo<br />

absurda. Sendo aliás causadora de sérios problemas de tesouraria<br />

a muitas empresas.<br />

A segunda é a de que esta decisão do STA conduziu na<br />

prática a um resultado de verdadeira justiça material, absolvendo<br />

uma empresa pela prática de algo que, de boa fé,<br />

jamais poderá ser entendido como uma infracção.<br />

A terceira é a de que, infelizmente, a justiça fez-se neste<br />

caso escrevendo direito por linhas tortas. Não foi porque<br />

a lei substantiva conduziria a esse resultado mas sim porque,<br />

aparentemente, havia um “buraco” na lei.<br />

A última nota é simultaneamente um apelo: o de que o<br />

Estado se comporte com a boa fé que dele se espera e que,<br />

ao invés de correr apressadamente a tapar o buraco na lei,<br />

conclua de uma vez por todas que a obrigação de pagamento<br />

do imposto sem prévio recebimento do dinheiro é<br />

injusta, despropositada e insusceptível de ser aceite num<br />

Estado de Direito e numa verdadeira economia de mercado.<br />

Deve-se, aliás, sublinhar que foi essa aparentemente<br />

a conclusão a que o Estado português já chegou no que<br />

concerne ao caso específico dos transportadores rodoviários,<br />

até porque, no quadro do acordo que celebrou recentemente<br />

com os respectivos representantes, foi prevista a<br />

sujeição de tais contribuintes a um regime de IVA em que<br />

o pagamento do imposto apenas será exigível depois do recebimento<br />

do dinheiro respectivo.<br />

A questão que se coloca é, pois, a de se saber se não seria<br />

curial alargar a esse regime a todos os restantes contribuintes.<br />

Ou será que há aqui filhos e enteados?<br />

Cutelarias nacionais em perigo<br />

PCP pede esclarecimentos<br />

ao Governo na sequência<br />

da intervenção da AIMMAP<br />

Redução significativa<br />

da sinistralidade<br />

laboral no sector<br />

metalúrgico<br />

e metalomecânico<br />

Boletim Informativo da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica<br />

Nº 07 / Julho 2008 / Suplemento do Jornal <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />

E.E.E. - Empresa de Equipamento Eléctrico, S.A.<br />

Um importante caso de sucesso<br />

DESTAQUE<br />

A AIMMAP<br />

foi recebida no<br />

passado dia 1 de<br />

Julho pela empresa<br />

associada MAHLE<br />

- Componentes de<br />

Motores, S.A.<br />

Pág. V<br />

MAHLE, S.A., uma empresa<br />

verdadeiramente notável<br />

Pág. II<br />

Seguros AIMMAP – mais uma iniciativa<br />

de esclarecimento aos associados Pág. IV<br />

Pág. IV<br />

Pág. III<br />

Aumento dos preços<br />

do aço agrava<br />

pressão inflacionista<br />

na Europa<br />

Pág. VI


2<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Associados<br />

MAHLE, S.A., uma empresa<br />

verdadeiramente notável<br />

A<br />

AIMMAP, representada por<br />

Rafael Campos Pereira, Mafalda<br />

Gramaxo e João Girão,<br />

foi recebida no passado dia 1 de Julho<br />

pela sua associada MAHLE –<br />

Componentes de Motores, S.A..<br />

Na ocasião, os representantes da<br />

AIMMAP foram acolhidos de forma<br />

aberta e muito cordial por Joaquim<br />

Mateus e Rui Matos, dos Recursos<br />

Humanos da empresa.<br />

Este associado da AIMMAP está<br />

instalado em Portugal desde 1992,<br />

possuindo magníficas instalações<br />

em Murtede, Cantanhede.<br />

Com cerca de 460 trabalhadores<br />

e um volume de negócios anual de<br />

quase J 60.000.000,00, esta empresa<br />

fabricante de componentes para a<br />

indústria automóvel dedica-se concretamente<br />

à fabricação de anéis<br />

para pistões de motores.<br />

A empresa está integrada num<br />

grupo multinacional alemão – o<br />

grupo MAHLE –, o qual, por seu<br />

turno, está presente em quatro continentes,<br />

com 110 empresas e cerca<br />

de 47.000 trabalhadores.<br />

Este grupo é um dos mais importantes<br />

a nível mundial no fabrico de<br />

componentes, sendo fornecedor de<br />

todas as grandes marcas europeias e<br />

americanas da indústria automóvel.<br />

No decurso da visita, os representantes<br />

da AIMMAP tiveram oportunidade<br />

de conhecer as instalações da<br />

empresa, tendo-se seguido uma reunião<br />

de trabalho.<br />

Nessa reunião, os responsáveis<br />

da MAHLE contribuíram de forma<br />

significativa para a execução do<br />

trabalho de levantamento das necessidades<br />

de formação no sector metalúrgico<br />

e metalomecânico que a<br />

AIMMAP está a levar a efeito.<br />

Para além disso, foram trocadas<br />

impressões a propósito de problemas<br />

que afectam o sector em particular<br />

e a actividade empresarial em<br />

geral.<br />

Entre outras matérias foram abordadas<br />

questões relacionadas com a<br />

formação profissional, a gestão de<br />

recursos humanos, a contratação colectiva<br />

ou o comportamento das diversas<br />

autoridades inspectivas.<br />

Não pode a AIMMAP deixar de<br />

sublinhar com o maior entusiasmo<br />

que este seu associado revela padrões<br />

de qualidade verdadeiramente<br />

assinaláveis, a ponto de, inclusivamente,<br />

ser merecedor de destaque<br />

Susana Pombo no Conselho<br />

de Fiscalização do CENFIM<br />

Susana Pombo, Vice-Presidente<br />

da Direcção da AIMMAP,<br />

foi indicada pela AIMMAP<br />

para representante desta associação no<br />

Conselho de Fiscalização do CEN-<br />

FIM, o mais importante Centro Protocolar<br />

de Formação em Portugal e do<br />

qual a AIMMAP, em conjunto com o<br />

IEFP e a ANEMM, é um dos três sócios<br />

fundadores. A nova representante<br />

da AIMMAP é ainda Controller da<br />

empresa associada “POMBO, Lda”, e,<br />

também em representação desta associação,<br />

Presidente do Conselho Fiscal<br />

da AFTEM e membro da Comissão de<br />

Fiscalização do CATIM. O cargo para<br />

que agora Susana Pombo foi indicada<br />

vinha a ser ocupado até ao momento<br />

por José António Gonçalves, sócio gerente<br />

da empresa “ASGO”, e que, para<br />

além de ser igualmente membro da<br />

Comissão de Fiscalização do CATIM,<br />

integrou igualmente uma Direcção da<br />

AIMMAP. A substituição teve lugar<br />

no próprio contexto do grupo multinacional<br />

em que está integrado.<br />

É uma empresa que evidencia uma<br />

aposta reiterada em factores distintivos,<br />

tais como a formação profissional,<br />

a responsabilidade social, a<br />

certificação ou a investigação e desenvolvimento.<br />

Sem prejuízo da sua excelência em<br />

outros âmbitos, o traço mais forte<br />

da empresa será porventura o visível<br />

ambiente de profunda paz social<br />

que lhe está subjacente. Aliás, foi seguramente<br />

em grande parte por tal<br />

motivo que esta empresa foi recentemente<br />

considerada, em dois anos<br />

distintos, como uma das melhores<br />

empresas para trabalhar em Portugal.<br />

Por outro lado, destaca-se ainda<br />

o profundo envolvimento da empresa<br />

no movimento associativo, o<br />

que é visível não só pelo facto de assumir<br />

a Presidência da Mesa da Assembleia<br />

da Divisão Automóvel da<br />

AIMMAP, como também, muito<br />

particularmente, por toda a disponibilidade<br />

e competência com que o<br />

seu Director de Recursos Humanos,<br />

Joaquim Mateus, tem anuído afirmativamente<br />

a todos os desafios que<br />

a AIMMAP e a FELUGA lhe têm<br />

endereçado.<br />

Como é sabido, Joaquim Mateus<br />

participa activamente em diversos<br />

Grupos de Trabalho promovidos<br />

pela AIMMAP, sendo ainda<br />

certo que tem partilhado com outras<br />

empresas do sector as excelentes<br />

práticas que tem levado à prática<br />

na MAHLE, nomeadamente na importante<br />

área da gestão dos recursos<br />

humanos. n<br />

por solicitação de José António Gonçalves,<br />

ao qual a AIMMAP agradece<br />

toda a disponibilidade e competência<br />

com que sempre responde aos respectivos<br />

pedidos de colaboração. Recorda-se<br />

que, para além de Susana Pombo,<br />

a AIMMAP está representada nos<br />

órgãos sociais do CENFIM por Adérito<br />

Varejão e Tomé de Carvalho no<br />

Conselho de Administração e por Fernando<br />

Barroso no Conselho Técnico<br />

Pedagógico. n<br />

Breves<br />

Conselho Consultivo<br />

da Delegação do Porto<br />

do IEFP<br />

Gonçalo Gali Macedo e<br />

João Girão foram indicados<br />

pela CIP como seus representantes<br />

no Conselho Consultivo<br />

da Delegação do Porto<br />

do IEFP – Instituto do Empre-<br />

CIP promove questionários<br />

sobre quadros<br />

comunitários de apoio<br />

CIP levou a efeito junto<br />

A das associações suas filiadas<br />

dois questionários sobre<br />

respectivamente o ponto de<br />

situação dos projectos apresentados<br />

ao QREN e as experiências<br />

das empresas com os<br />

anteriores quadros comunitários.<br />

Este trabalho reveste-se<br />

da maior importância, porquanto<br />

permite a obtenção<br />

Conselho Consultivo<br />

da CCDRN<br />

CIP indicou como seu<br />

A representante efectivo<br />

no Conselho Consultivo da<br />

CCDRN – Comissão de Coordenação<br />

e Desenvolvimento<br />

da Região Norte, o Presdidente<br />

da Direcção da AIMMAP e<br />

EuroBLECH 2008<br />

Cerca de 1500 expositores<br />

oriundos de aproximadamente<br />

40 países irão participar<br />

na edição de 2008 da<br />

“EuroBLECH”, a qual terá lugar<br />

na cidade alemã de Hannover<br />

entre os próximos dias<br />

21 e 25 de Outubro de 2008.<br />

Os expositores irão apresentar<br />

as tecnologias chave e<br />

os mais recentes desenvolvimentos<br />

na área das tecnologias<br />

para trabalhar chapas de<br />

metal. Este é o mais importante<br />

certame a nível mundial<br />

neste sub-sector, em que<br />

os protagonistas são as chapas<br />

de metal, os produtos<br />

acabados e semiacabados e<br />

as tecnologias de manuse-<br />

No passado dia 25 de Junho<br />

a CIP promoveu na<br />

sua sede, em Lisboa, a realização<br />

de uma reunião entre<br />

os Directores-Gerais das respectivas<br />

associações.<br />

Para além de vários representantes<br />

da CIP, com destaque<br />

para o Presidente da Direcção,<br />

Francisco van Zeller,<br />

e o Director Gregório da Rocha<br />

Novo, estiveram presentes<br />

os responsáveis executivos<br />

de 14 das associações<br />

filiadas na CIP, entre os quais<br />

o Director-Geral da AIMMAP,<br />

Rafael Campos Pereira.<br />

A reunião teve como princi-<br />

go e Formação Profissional.<br />

Recorda-se que Gonçalo Gali<br />

Macedo é Vice-Presidente da<br />

Direcção da AIMMAP, ao passo<br />

que João Girão é Assessor<br />

da referida Direcção. n<br />

de dados concretos e objectivos<br />

a propósito deste assunto,<br />

o que é susceptível de reforçar<br />

em termos substantivos as<br />

posições assumidas perante o<br />

Estado por parte do movimento<br />

associativo patronal. Naturalmente,<br />

a AIMMAP apoiou<br />

estas duas iniciativas, como<br />

interface entre a CIP e as empresas<br />

do sector. n<br />

igualmente Vice-Presidente<br />

daquela Confederação, António<br />

Saraiva. Como representante<br />

suplente foi indicado<br />

pela CIP o nome de Rafael<br />

Campos Pereira, Director-Geral<br />

da AIMMAP. n<br />

amento, separação, formação/trabalhos<br />

em chapas de<br />

metal flexíveis, junção/soldadura<br />

e de tratamentos de<br />

superfície. As ferramentas,<br />

sistemas de processamento<br />

e de controlo de qualidade,<br />

aplicações CAD/CAM e ainda<br />

a investigação e desenvolvimento<br />

nesta área completam<br />

a gama de produtos em exposição.<br />

Conforme é habitual,<br />

a AIMMAP irá organizar uma<br />

Visita de Verificação Tecnológica<br />

a esta exposição, a qual<br />

será integrada por empresas<br />

associadas interessadas em<br />

conhecer os últimos desenvolvimentos<br />

nesta área da indústria.<br />

n<br />

Fórum de Directores-<br />

-Gerais das Associações<br />

filiadas na CIP<br />

pal objectivo avaliar a melhor<br />

forma de potenciar o apoio<br />

técnico das associações às<br />

posições da CIP em matérias<br />

de âmbito específico bem<br />

como o apoio da própria confederação<br />

às iniciativas e necessidades<br />

das associações.<br />

Para além destas e de outras<br />

matérias, foi especialmente<br />

discutida a eventualidade<br />

de virem a ser criados<br />

grupos de trabalho no âmbito<br />

do quais os representantes<br />

das diversas associações<br />

possam reflectir em conjunto<br />

a propósito de problemas comuns.<br />

n


AssociAdos<br />

No passado dia 7 de Julho,<br />

a AIMMAP deslocou-se às<br />

instalações do seu associado<br />

E .E. E. – Empresa de Equipamento<br />

Eléctrico, S.A., uma<br />

empresa fundada em 1977, que<br />

exerce a sua actividade na área da<br />

iluminação técnica.<br />

Na ocasião, a AIMMAP foi<br />

representada por Rafael Campos<br />

Pereira, Mafalda Gramaxo<br />

e Carlos Silva, os quais integraram<br />

uma delegação composta<br />

ainda por diversos representantes<br />

de outras empresas associadas da<br />

AIMMAP.<br />

Os membros da delegação foram<br />

magnificamente recebidos<br />

por Luís Mendes da Paz, membro<br />

do Conselho de Administração<br />

da empresa.<br />

Recorda-se que esta empresa<br />

associada da AIMMAP tem as<br />

suas excelentes e exemplares instalações<br />

em Aguada de Cima, no<br />

concelho de Águeda.<br />

Com um quadro de 126 trabalhadores<br />

e uma facturação anual<br />

de cerca de J 11.000.000,00,<br />

E. E. E. – Empresa de Equipamento Eléctrico, S.A<br />

Um importante caso de sucesso<br />

Reuniões<br />

A<br />

AIMMAP levou a cabo<br />

no passado dia 10 de Julho<br />

mais uma reunião do<br />

Grupo de Trabalho “Contratação<br />

Colectiva”.<br />

Conduzida pelo Director-Geral<br />

da AIMMAP, Rafael Campos<br />

Pereira, a reunião teve lugar<br />

esta empresa possui ainda duas<br />

delegações localizadas respectivamente<br />

na zona do <strong>Grande</strong> Porto<br />

– Senhora da Hora -, e na área da<br />

<strong>Grande</strong> Lisboa – Carnaxide.<br />

A E.E.E é claramente um caso<br />

de sucesso no contexto da indústria<br />

nacional, honrando com as<br />

suas excelentes práticas o sector<br />

em que se insere.<br />

Uma das suas marcas mais vincadas<br />

é uma aposta muito acentuada<br />

na inovação, o que muito<br />

tem contribuído para a sua posição<br />

de liderança no mercado nacional.<br />

Essa aposta traduz-se em<br />

investimento em I & D mas também<br />

de um modo mais informal<br />

em práticas de estímulo à criatividade<br />

de todos os colaboradores.<br />

Nestes contextos é paradigmática<br />

a existência na empresa de laboratórios<br />

de Luminotecnia e Foto-<br />

metria bem como de um “Gabinete<br />

de Criatividade”, de acesso a<br />

todos os trabalhadores.<br />

Sublinha-se igualmente o investimento<br />

da empresa em outras<br />

matérias susceptíveis de fazerem<br />

a diferença, como são os casos<br />

da propriedade industrial ou da<br />

certificação.<br />

É ainda de destacar a vocação<br />

exportadora da empresa, a qual<br />

está consciente da importância<br />

crescente dos mercados globais.<br />

Uma outra marca muito profunda<br />

da empresa é a relevância<br />

dada à gestão dos recursos humanos,<br />

tanto ao nível da formação<br />

de activos como também no plano<br />

do diálogo social.<br />

No contexto desta deslocação à<br />

E.E.E. os representantes da AIM-<br />

MAP e dos associados que os<br />

acompanharam puderam testemunhar<br />

a excelência da empresa<br />

durante uma visita guiada às respectivas<br />

instalações.<br />

Na oportunidade, houve ainda<br />

lugar à realização de uma reunião<br />

da Divisão de Material Eléctrico,<br />

Electrónico e Iluminação, Artigos<br />

de Decoração e Bijutaria, a qual<br />

é aliás presidida por Luís Mendes<br />

da Paz.<br />

Nessa reunião foram abordados<br />

diversos temas de interesse para<br />

a Divisão em particular e para o<br />

sector metalúrgico e metalomecâ-<br />

Reunião de Grupo de Trabalho<br />

“Contratação Colectiva” da AIMMAP<br />

na sede desta associação e contou<br />

com as presenças dos membros<br />

do Departamento Jurídico<br />

da AIMMAP bem como de representantes<br />

de diversas empresas<br />

do sector que habitualmente<br />

colaboram com a sua associação<br />

em temáticas relacionadas com<br />

a gestão dos recursos humanos.<br />

Nesta oportunidade, o Grupo<br />

de Trabalho abordou especificamente<br />

as consequências mais visíveis<br />

que poderão emergir do<br />

recente Acordo de Concertação<br />

entre os parceiros sociais e o Governo.<br />

n<br />

Conselho Técnico-Científico<br />

da “TecnoMetal” reúne na AIMMAP<br />

Teve lugar no dia 27 de Junho,<br />

na sede da AIMMAP, uma<br />

reunião do Conselho Técnico-Científico<br />

da revista “TecnoMetal”,<br />

na qual estiveram presentes,<br />

entre outros, Mafalda Gramaxo,<br />

em representação da Direcção-Geral<br />

da AIMMAP, e Hermenegildo<br />

Pereira, na qualidade de Subdirector<br />

da publicação.<br />

Na reunião foram abordados diversos<br />

assuntos, com especial des-<br />

taque para o plano de acção da<br />

revista relativamente ao período<br />

2007-2009 e a preparação das comemorações<br />

dos 30 anos da “TecnoMetal”<br />

a levar a efeito no próximo<br />

ano. n<br />

nico em geral.<br />

Nomeadamente, foi discutida<br />

a actual situação económica<br />

no país e no mundo, com especial<br />

ênfase na questão do aumento<br />

dos preços das matérias primas<br />

e dos combustíveis.<br />

Para além disso, foi solicitado<br />

à AIMMAP que interviesse junto<br />

do poder político no sentido<br />

de resolver um problema concreto<br />

que tem afectado um número<br />

crescente de empresas, o qual se<br />

consubstancia no facto de os processos<br />

de insolvência serem excessivamente<br />

lentos, o que, por seu<br />

turno, provoca uma séria depreciação<br />

dos bens que compõem a<br />

massa falida – o que compromete<br />

as legítimas expectativas de os<br />

credores serem ressarcidos.<br />

Na ocasião, o Director-Geral<br />

da AIMMAP esclareceu que a legislação<br />

aplicável às falências sofreu<br />

há poucos anos alguns melhoramentos<br />

efectivos, no âmbito<br />

de um processo que contou com<br />

a colaboração da CIP e da própria<br />

AIMMAP. Acrescentou ainda<br />

que, eventualmente, os problemas<br />

que se colocam neste<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 3<br />

Almoço<br />

de homenagem<br />

a Gregório<br />

da Rocha Novo<br />

conforme é sabido, Gregório<br />

da Rocha Novo, advogado<br />

e Director da CIP, tem<br />

sido o principal responsável desta<br />

confederação pela defesa dos legítimos<br />

interesses da indústria portuguesa<br />

na discussão dos mais diversos<br />

dossiers relacionados com<br />

matérias sociais.<br />

Tendo presente o exposto, um<br />

conjunto de advogados e juristas<br />

de diversas associações filiadas<br />

na CIP juntou-se no passado dia<br />

11 de Julho num almoço de homenagem<br />

a Gregório da Rocha<br />

Novo. O evento teve lugar num<br />

restaurante sito em Vila Nova de<br />

Gaia e contou com a presença de<br />

representantes de 5 associações,<br />

AIMMAP, ANIMEE, ATP, ANI-<br />

VEC e APICCAPS.<br />

contexto resultam não já tanto da<br />

lei mas seguramente mais da lentidão<br />

dos tribunais – muito particularmente<br />

daqueles em que corre<br />

termos a maioria dos processos<br />

de insolvência: os Tribunais do<br />

Comércio de Lisboa e de Vila<br />

Nova de Gaia.<br />

A este propósito ainda, Rafael<br />

Campos Pereira sublinhou que<br />

a AIMMAP, muito recentemente,<br />

tomou posição pública sobre<br />

o assunto, pedindo o reforço dos<br />

meios ao dispor daqueles Tribunais.<br />

Em todo o caso, como disse,<br />

o assunto merece que a AIM-<br />

MAP insista nessa posição junto<br />

do poder político e da opinião<br />

pública.<br />

Ainda no decurso da reunião,<br />

as empresas presentes debateram<br />

outros assuntos de interesse, tais<br />

como a necessidade de mais benefícios<br />

fiscais associados ao investimento<br />

em inovação e o processo<br />

de revisão ao Código do<br />

Trabalho.<br />

A visita foi concluída com um<br />

lanche gentilmente oferecido pela<br />

E.E.E. aos membros da delegação.<br />

n<br />

Na ocasião, os presentes manifestaram<br />

o seu profundo apreço<br />

e reconhecimento pela generosidade<br />

e excelência do trabalho do<br />

homenageado. n


4<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

SeguroS<br />

No âmbito da parceria entre<br />

a AIMMAP e a Privado<br />

Seguros no domínio da<br />

corretagem de seguros, teve lugar<br />

na sede da AIMMAP, no dia 8 de<br />

Julho, uma nova sessão de esclarecimento<br />

sobre questões relacionadas<br />

com a actividade seguradora<br />

que interessam directamente<br />

às empresas associadas da AIM-<br />

MAP.<br />

Recorda-se que esta foi a segunda<br />

sessão realizada em 2008 pela<br />

AIMMAP em conjunto com a<br />

Privado Seguros, depois de uma<br />

primeira levada a efeito em Fevereiro<br />

passado, a propósito especificamente<br />

das perdas de exploração.<br />

É propósito da AIMMAP realizar<br />

4 sessões de esclarecimento<br />

em cada ano civil.<br />

A sessão de que agora se dá<br />

conta, na qual estiveram presentes<br />

representantes de cerca de 25<br />

empresas associadas, incidiu especificamente<br />

sobre a temática<br />

dos Seguros de Acidentes de Trabalho.<br />

Os trabalhos foram iniciados<br />

pelo Director-Geral da AIM-<br />

MAP, Rafael Campos Pereira, o<br />

qual, numa breve intervenção,<br />

deu nota dos frutos crescentes<br />

para o sector da parceria entre a<br />

AIMMAP e a Privado Seguros.<br />

Em seguida, Henrique Araú-<br />

Seguros AIMMAP – mais uma iniciativa<br />

de esclarecimento aos associados<br />

Na sequência da crescente sensibilização<br />

das empresas da indústria metalúrgica<br />

e metalomecânica para a<br />

implementação de políticas de segurança,<br />

higiene e saúde no trabalho, entendeu a<br />

AIMMAP fazer um breve inquérito às empresas<br />

suas associadas no sentido de saber<br />

exactamente qual tem sido a evolução dos<br />

acidentes de trabalho, bem como da sua<br />

gravidade nas empresas do sector metalúrgico<br />

e metalomecânico.<br />

Este inquérito que decorreu ao longo<br />

dos meses de Maio de Junho e de que agora<br />

transmitimos uma primeira impressão,<br />

revelou os efeitos positivos que a preocupação<br />

dos empresários tem revelado e que<br />

se traduz numa significativa diminuição<br />

do número de acidentes de trabalho, bem<br />

como da sua gravidade nas diferentes empresas,<br />

com a inerente vantagem em termos<br />

de saúde laboral e bem-estar dos trabalhadores,<br />

mas também na diminuição do absentismo<br />

e no incremento da produtividade.<br />

Pela análise do inquérito agora efectuado<br />

– correspondente a uma amostra de 52%<br />

das empresas associadas com mais de cem<br />

trabalhadores – podemos verificar que o<br />

número total de acidentes diminuiu 6% de<br />

2004 a 2006, sendo que se verificou igual-<br />

jo, Director da Privado Seguros,<br />

reiterou uma vez mais o grande<br />

interesse da instituição que representa<br />

no desenvolvimento da<br />

parceria, revelando que tem sido<br />

crescente o número de adesões<br />

das empresas do sector.<br />

Na sequência dessas duas intervenções<br />

de cariz mais institucional,<br />

teve lugar a exposição de Daniela<br />

Couto, Coordenadora de<br />

Sinistros da Allianz.<br />

Essa intervenção, centrada especificamente<br />

em questões muito<br />

práticas e concretas sobre os Acidentes<br />

de Trabalho, desdobrou-se<br />

em duas fases distintas: uma primeira<br />

sobre o respectivo enquadramento<br />

legal e uma outra em<br />

que abordou algumas particularidades<br />

e especificidades de grande<br />

interesse para as empresas.<br />

Ao longo da sua explanação,<br />

a oradora cativou inteiramente<br />

toda a audiência através de uma<br />

abordagem pragmática e muito<br />

sugestiva das matérias em análise,<br />

com o recurso a exemplos de casos<br />

concretos.<br />

Para além disso, foi evidente a<br />

preocupação de Daniela Couto<br />

em ajustar a sua exposição a questões<br />

específicas do sector metalúrgico<br />

e metalomecânico.<br />

Foram suscitadas pelos presentes<br />

diversas questões eminentemente<br />

práticas com que as em-<br />

HIgIeNe e SegurANÇA No TrABALHo<br />

presas se confrontam diariamente<br />

em tal âmbito, podendo afirmarse<br />

que, pelas qualidade dos esclarecimentos<br />

prestados, a audiência<br />

não só saiu mais enriquecida em<br />

termos de conhecimentos globais<br />

como adquiriu uma ideia real<br />

quanto à perspectiva das seguradoras<br />

perante essas mesmas questões.<br />

A acrescer a todo o exposto, regista-se<br />

ainda que, na sequência<br />

da disponibilidade demonstrada<br />

pela oradora, a AIMMAP proporcionou<br />

aos presentes o supor-<br />

Sector metalúrgico e metalomecânico:<br />

Redução significativa<br />

da sinistralidade laboral<br />

mente uma diminuição no que respeita ao<br />

número de acidentes que deram origem a<br />

baixa (12%), bem como em relação ao número<br />

total de dias de baixa (13%).<br />

Se complementarmos esta análise com o<br />

número de dias de baixa por acidente de<br />

trabalho, ao verificarmos que este indicador<br />

também apresenta uma redução que se<br />

cifra em cerca de 7%, então podemos concluir<br />

que à diminuição do número de acidentes<br />

corresponde igualmente uma diminuição<br />

da sua gravidade.<br />

Na sequência deste inquérito, serão igualmente<br />

levadas a efeito novas iniciativas nes-<br />

Henrique Araújo,<br />

Director da Privado<br />

Seguros, reiterou<br />

uma vez mais o<br />

grande interesse<br />

da instituição que<br />

representa no<br />

desenvolvimento da<br />

parceria, revelando<br />

que tem sido<br />

crescente o número<br />

de adesões das<br />

empresas do sector.<br />

te digital da intervenção efectuada.<br />

Regista-se, pois, com agrado<br />

que esta iniciativa da parceria<br />

AIMMAP/Privado Seguros<br />

se assumiu como mais um ponto<br />

marcante neste processo de consolidação<br />

de mais este serviço relevante<br />

que a AIMMAP presta<br />

aos seus associados.<br />

Entretanto, sem prejuízo da<br />

continuidade deste tipo de sessões,<br />

espera a AIMMAP que continue<br />

também a engrossar o número<br />

de empresas aderentes ao<br />

ACIDENTES TRABALHO<br />

Total Com Baixa<br />

Ano 2004<br />

Nº de acidentes de trabalho 1.692 1.090<br />

Nº dias perdidos com baixa<br />

Ano 2005<br />

20.332<br />

Nº de acidentes de trabalho 1.720 1.064<br />

Nº dias perdidos com baixa<br />

Ano 2006<br />

17.264<br />

Nº de acidentes de trabalho 1.588 961<br />

Nº dias perdidos com baixa 17.685<br />

te domínio por parte da AIMMAP, nomeadamente<br />

a realização em breve das Jornadas<br />

de Higiene e Segurança, a exposição e divulgação<br />

de material de emergência, bem<br />

como acções concretas junto das empresas<br />

do sector e que venham a contribuir ainda<br />

mais para a melhoria dos seus índices de<br />

Segurança.<br />

Esta excelente performance das empresas<br />

do sector será divulgada aos mais diversos<br />

níveis, sendo objectivo da AIMMAP apresentá-la<br />

com maior detalhe nas supra referidas<br />

Jornadas de Higiene e Segurança, a<br />

levar a efeito muito em breve. n<br />

projecto, enquanto clientes na<br />

área da corretagem de seguros.<br />

Tal como a AIMMAP tem sublinhado<br />

repetidamente, quanto<br />

maior for o número de empresas<br />

aderentes, melhor e mais completo<br />

poderá ser o serviço prestado<br />

ao sector. Como em todas as diferentes<br />

áreas do trabalho associativo<br />

prestado pela AIMMAP,<br />

o reforço da coesão é sempre susceptível<br />

de contribuir de uma forma<br />

decisiva para uma força crescente<br />

do sector metalúrgico e<br />

metalomecânico. n<br />

CIP reuniu<br />

com associados<br />

a propósito<br />

do Acordo<br />

de Concertação<br />

A<br />

Confederação da Indústria Portuguesa<br />

(CIP) promoveu no<br />

passado dia 3 de Julho, na sua<br />

sede, em Lisboa, uma reunião de informação<br />

aos seus associados a propósito<br />

dos aspectos mais relevantes do<br />

Acordo de Concertação celebrado recentementeentre<br />

os parceiros<br />

sociais e o Governo.Superiormente<br />

conduzida<br />

por Gregório<br />

da Rocha Novo,<br />

Director da CIP,<br />

a reunião contou com as presenças de<br />

inúmeros representantes das diversas<br />

associações filiadas naquela Confederação,<br />

sublinhando-se aqui, muito<br />

naturalmente, as de Rafael Campos<br />

Pereira e Mafalda Gramaxo, em representação<br />

da AIMMAP.<br />

Sublinha-se que a AIMMAP tem<br />

canalizado para os seus associados relevantíssima<br />

informação neste âmbito,<br />

nomeadamente através do envio<br />

de “newsletters” e de textos inseridos<br />

no seu site e no seu blogue. n


CoNsuMo<br />

Cutelarias nacionais em perigo<br />

PCP pede esclarecimentos na sequência<br />

de intervenção da AIMMAP<br />

Conforme é sabido, o “Jornal de Notícias”<br />

iniciou no passado dia 11 de<br />

Maio de 2008 uma campanha publicitária,<br />

que decorre entre esse dia e o<br />

próximo dia 1 de Agosto de 2008, e que<br />

consiste na oferta aos leitores de um faqueiro<br />

de mesa, à razão de uma peça de<br />

cutelaria por cada exemplar daquele jornal.<br />

Tendo em conta a enorme quantidade<br />

de peças a distribuir na campanha, e<br />

sendo ainda certo que as peças em causa<br />

não foram fabricadas em Portugal, é fácil<br />

constatar que esta iniciativa daquele<br />

jornal irá ter graves consequências para a<br />

indústria de cutelaria nacional.<br />

Acresce ainda que, conforme constatou<br />

a AIMMAP, as peças já distribuídas<br />

não cumprem algumas disposições legais<br />

que regulam a matéria.<br />

Assim sendo, a AIMMAP tem denunciado<br />

publicamente o assunto, seja junto<br />

da comunicação social, seja junto do Governo,<br />

dos diversos Grupos Parlamentares<br />

e ainda de autoridades inspectivas<br />

como a ASAE ou a Autoridades da Concorrência.<br />

No sentido de proceder ao esclarecimento<br />

dos seus associados, a AIM-<br />

MAP tem vindo a realizar, através<br />

do seu Departamento de Apoio às Divisões,<br />

um exaustivo ciclo de sessões de trabalho<br />

e esclarecimento relativas à Reforma<br />

da Formação Profissional, ao QREN e<br />

à Gestão da Formação nas suas múltiplas<br />

vertentes.<br />

Estas sessões de trabalho e informação,<br />

que têm contado igualmente com a colaboração<br />

do CENFIM, têm-se traduzido<br />

num intenso debate por parte de quem,<br />

tendo perfeita consciência e interesse no<br />

desenvolvimento estratégico da formação<br />

Colaboradores AIMMAP<br />

CARLOS SILVA<br />

Carlos Silva é licenciado em Engenharia<br />

Mecânica e encontra-se ao serviço da AIM-<br />

MAP desde 2000.<br />

Contando actualmente com 55 anos de<br />

idade, tem um longa carreira profissional,<br />

É de lamentar que, na generalidade<br />

dos casos, as entidades receptoras das denúncias<br />

pouco ou nada tenham feito. Paradigmática<br />

foi aliás a reacção da Autoridade<br />

da Concorrência, que, como quase<br />

sempre, sustentou que a matéria não faz<br />

parte das suas atribuições.<br />

Em todo o caso, como há sempre excepção<br />

à regra, sublinha-se em sentido<br />

oposto a atitude do Grupo Parlamentar<br />

do PCP, o qual foi até à data a única<br />

entidade alertada para esta situação escandalosa<br />

que procurou diligenciar no<br />

sentido de a mesma ser esclarecida devidamente.<br />

Nesse sentido, o Deputado Agostinho<br />

Lopes, daquele Grupo Parlamentar, solicitou<br />

esclarecimentos formais ao Ministro<br />

da Economia e Inovação, através de<br />

exposição datada de 2 de Julho de 2008,<br />

subordinada ao assunto “Cumprimento<br />

das normativas legais por «faqueiro de<br />

mesa», oferta do Jornal de Notícias”.<br />

Dado o elevado interesse do assunto,<br />

transcreve-se nas linhas subsequentes o<br />

texto integral da dita exposição.<br />

A AIMMAP – Associação dos Industriais<br />

A Reforma da Formação Profissional, o QREN e a Gestão de Formação<br />

Sessões de trabalho e manifestações<br />

de preocupação<br />

profissional nas suas empresas, constata,<br />

no entanto, uma enorme burocracia, uma<br />

inquietante falta de esclarecimento a nível<br />

estatal e sérias dificuldades de acesso aos<br />

apoios comunitários.<br />

O grau de adesão das associadas tem<br />

sido de facto muito elevado, com a realização<br />

de sessões que, por sua vez, originam<br />

outras iniciativas para desenvolvimento<br />

e análise mais aprofundada dos<br />

assuntos tratados.<br />

Especial atenção foi dada ao Catálogo<br />

Nacional de Qualificações, tendo os participantes<br />

revelado a dificuldade existente<br />

na relação entre o CNQ e a agilidade<br />

essencialmente na da área de produção de<br />

empresas industriais – com predominância<br />

de empresas do sector metalúrgico e metalomecânico.<br />

No âmbito da sua actividade ao serviço da<br />

AIMMAP, as suas principais responsabilidade<br />

são as seguintes:<br />

- Coordenação do Departamento de Apoio<br />

às Divisões;<br />

- Coordenação da actividade da esmagadora<br />

maioria das Divisões;<br />

- Supervisão das áreas com uma componente<br />

técnica: normalização, certificação, legislação<br />

aplicável à indústria, matérias primas,<br />

subcontratação e outras;<br />

- Coordenação do Boletim RAVE;<br />

- Responsável pela implementação de diversos<br />

Grupos de Trabalho e Comissões no<br />

interior da AIMMAP;<br />

- Representação da AIMMAP em Comissões<br />

Técnicas;<br />

Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de<br />

Portugal dirigiu-se ao Grupo Parlamentar<br />

do PCP expondo as suas preocupações relativamente<br />

à ausência de informações que<br />

deviam estar presentes nas peças de cutelaria<br />

que estão a ser oferecidas pelo JN.<br />

Assinalam como particularmente negativo<br />

o facto de tal oferta, que globalmente<br />

poderá corresponder a «cerca de 28% da<br />

produção anual das empresas de cutelaria<br />

nacionais», poder afectar, por concorrência<br />

desleal, as empresas de cutelaria nacionais.<br />

Destacam como violação de normativas<br />

legais:<br />

(i) A ausência «do nome ou firma e, em<br />

qualquer dos casos, do endereço ou sede social<br />

do fabricante, transformador ou vendedor<br />

estabelecido na Comunidade responsável<br />

pela colocação no mercado”, bem<br />

como “de uma rotulagem ou identificação<br />

adequadas para permitir a rastreabilidade<br />

do material ou objecto”». Regulamento<br />

(CE) N.º 1935/2004;<br />

(ii) «o direito do consumidor à informação<br />

em particular (que deve ser assegurado<br />

tanto pelo produtor e fabricante como pelo<br />

importador, o distribuidor, o embalador e<br />

necessária ao funcionamento das organizações.<br />

No âmbito do Programa Operacional<br />

Potencial Humano (POPH) e na<br />

sequência da análise das suas principais<br />

tipologias, as empresas da AIMMAP têm<br />

manifestado a sua grande perplexidade<br />

por se tornar evidente o papel residual das<br />

empresas em todo o POPH. Tal preocupação<br />

é especialmente agravada em consequência<br />

das informações que têm vindo<br />

a receber, as quais apontam para o indeferimento<br />

de uma percentagem elevadíssima<br />

de candidaturas e para a canalização<br />

das principais verbas para as entidades<br />

públicas. O que mais tem preocupado as<br />

- Apoio na área da formação profissional.<br />

E-mail: carlos.silva@aimmap.pt<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 5<br />

o armazenista), previsto no artigo 8.º da<br />

Lei n.º 24/96;<br />

Ao abrigo das disposições constitucionais<br />

e regimentais aplicáveis, solicito ao Governo<br />

que, por intermédio do Ministro da<br />

Economia e Inovação, me sejam prestados<br />

os seguintes esclarecimentos:<br />

1. Que avaliação faz o Ministério da<br />

Economia sobre os problemas descritos?<br />

2. Verificando-se que de facto há violação<br />

de normas legais, que medidas vai tomar<br />

o Ministério?<br />

3. Que medidas poderão ser tomadas<br />

para contrariar ou atenuar as consequências<br />

desastrosas que a AIMMAP prevê para<br />

o sector da cutelaria, já a braços com conhecidas<br />

dificuldades de competitividade?<br />

Sublinha-se ainda que o Deputado<br />

aqui em apreço se comprometeu a dar<br />

conhecimento à AIMMAP da resposta<br />

governamental logo que a mesma seja<br />

concedida, esperando entretanto esta associação<br />

que os restantes Grupos Parlamentares<br />

e outras autoridades entretanto<br />

alertadas para este problema procurem<br />

contribuir efectivamente também para o<br />

esclarecimento cabal do assunto. n<br />

empresas associadas da AIMMAP é a opção<br />

estratégica prioritária no âmbito do<br />

POPH à qualificação, via CNO, que, sendo<br />

útil e necessária, se está a verificar, em<br />

manifesto detrimento da formação profissional<br />

estrategicamente indispensável<br />

para as organizações.<br />

O ciclo de sessões irá continuar no<br />

âmbito das diferentes Divisões, tendo a<br />

AIMMAP, através do responsável do Departamento<br />

de Apoio às Divisões – Carlos<br />

Silva e do responsável pela área da Formação<br />

- João Girão, assumido total disponibilidade<br />

para prestar todos os esclarecimentos.n<br />

JOSÉ PINTO<br />

José Pinto é colaborador da AIMMAP<br />

desde 2003, prestando serviços como profissional<br />

independente.<br />

Com 41 anos, é licenciado em Economia<br />

pelo ISLA.<br />

Entre outras actividades que exerce, é<br />

empresário, contabilista e professor universitário.<br />

Na AIMMAP desempenha as seguintes<br />

actividades principais:<br />

- Responsável pela área da contabilidade<br />

- Supervisão das áreas administrativa e<br />

financeira;<br />

- Assessor da Direcção e da Direcção Geral.<br />

Para além disso, é Técnico Oficial de<br />

Contas da AIDUST, S.A., sociedade anónima<br />

detida pela AIMMAP.<br />

E-mail: jose.pinto@aimmap.pt


6<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Feluga<br />

Linha Porto-Vigo<br />

FELUGA interpela<br />

autoridades portuguesas<br />

e galegas<br />

Tendo em conta os ecos de<br />

aparente indefinição no que<br />

se refere às intenções das autoridades<br />

portuguesas e galegas a<br />

propósito da construção da linha<br />

Porto-Vigo na rede de alta velocidade<br />

ferroviária, a FELUGA voltou<br />

a solicitar informações sobre<br />

o assunto ao Governo de Portugal<br />

e à Junta Regional da Galiza.<br />

Para melhor esclarecimento sobre<br />

o assunto, procede-se à transcrição<br />

da carta que, em nome da<br />

FELUGA, o Presidente da respectiva<br />

Junta Directiva, António<br />

Saraiva, enviou nesse âmbito, durante<br />

o mês de Junho passado, às<br />

autoridades portuguesas e galegas.<br />

“Conforme é sabido, a FELUGA<br />

– Federação Luso Galaica dos Industriais<br />

Metalúrgicos foi a primeira<br />

associação empresarial transfronteiriça<br />

da Europa, representando<br />

cerca de 2500 empresas metalúrgicas<br />

e metalomecânicas em Portugal<br />

e na Galiza.<br />

O principal objectivo da FELU-<br />

GA é o de promover a cooperação<br />

empresarial entre Portugal e a Galiza,<br />

o que tem vindo a ser efectuado<br />

com grande sucesso.<br />

Considera a FELUGA, conforme<br />

o tem anunciado reiteradas vezes,<br />

que a construção de uma linha<br />

Porto-Vigo na rede de alta velocidade<br />

ferroviária da Península Ibérica<br />

reveste-se de uma importância<br />

primordial para a consolidação<br />

dos laços comerciais das empresas<br />

de todo o noroeste peninsular, sen-<br />

Matérias-Primas<br />

Aumento dos preços do aço agrava pressão<br />

inflacionista na Europa<br />

É<br />

sabido que as empresas do sector metalúrgico<br />

e metalomecânico têm sentido<br />

dificuldades cada vez mais gravosas no<br />

acesso às matérias-primas de que necessitam<br />

para trabalhar.<br />

Efectivamente, verifica-se que não só os<br />

preços têm subido continuamente como,<br />

por vezes, nem sequer é possível encontrar<br />

tais matérias-primas no mercado europeu.<br />

Começa entretanto a haver indícios de<br />

que a situação poderá agravar-se ainda mais,<br />

de uma forma que poderá mesmo ser dramática<br />

para este sector.<br />

Um exemplo disso mesmo é a fusão<br />

anunciada entre dois grandes fabricantes – a<br />

Rio Tinto e a BHP Billiton -, o que já motivou<br />

diversas reacções por parte da AIM-<br />

MAP e da ORGALIME junto, respectivamente,<br />

de Lisboa e de Bruxelas, conforme<br />

é aliás uma vez mais noticiado noutra peça<br />

inserida nesta edição de Metal. Mais graves<br />

ainda são as consequências da estratégia<br />

implementada pelos produtores de aço europeus,<br />

os quais, através da instauração de<br />

processos anti-dumping junto da Comis-<br />

do pois do maior significado para<br />

as economias de Portugal e da Espanha.<br />

As notícias publicadas na comunicação<br />

social a propósito deste assunto<br />

têm sido altamente contraditórias<br />

entre si.<br />

Pelo que, sendo certo que este assunto<br />

preocupa cada vez mais as<br />

suas 2500 empresas, gostaria a FE-<br />

LUGA de as informar sobre o mesmo<br />

com dados fidedignos.<br />

Face ao exposto, permitimo-nos<br />

aproveitar esta oportunidade para<br />

lhe solicitar a posição oficial das<br />

autoridades portuguesas relativamente<br />

ao assunto.<br />

Nomeadamente, solicitamos que<br />

são Europeia, conseguiram reduzir à expressão<br />

mínima a importação de aço da China<br />

e de outros países não europeus. Preocupadas<br />

com os perigos que daqui vão emergir<br />

para a competitividade da indústria europeia<br />

e para os bolsos dos consumidores, a<br />

ORGALIME e as suas associações nacionais<br />

– entre as quais a AIMMAP -, denunciaram<br />

esta situação de forma concertada em toda<br />

a comunicação social europeia. Para melhor<br />

esclarecimento dos interessados, transcrevese<br />

o comunicado divulgado a este propósito<br />

pela AIMMAP, o qual foi entretanto inserido<br />

no blogue e no site desta associação. Os<br />

produtores de aço europeus anunciaram recentemente<br />

novos aumentos substanciais do<br />

preço de tal matéria-prima, o que irá seguramente<br />

afectar a competitividade das empresas<br />

do sector metalúrgico e metalomecânico<br />

em toda a Europa. Acresce que tal escalada<br />

de preços irá conduzir inevitavelmente a um<br />

encarecimentos dos produtos fabricados por<br />

empresas europeias. Esta tendência torna-se<br />

cada vez mais visível na sequência das decisões<br />

proferidas pela Comissão Europeia no<br />

possa informar as nossas empresas<br />

através da FELUGA quanto ao timing<br />

de execução dos trabalhos previstos<br />

e fundamentalmente quanto<br />

ao que já está delineado no que se<br />

refere ao número e localização das<br />

paragens do comboio no percurso<br />

Porto-Vigo. Gostaríamos de sublinhar<br />

que nesta data estamos a efectuar<br />

igual solicitação à Junta Regional<br />

da Galiza.<br />

Grato pela atenção dispensada,<br />

apresentamos os nossos melhores<br />

cumprimentos.<br />

O Presidente da Junta Directiva<br />

António Saraiva”<br />

Breves<br />

No uso da autorização legislativa<br />

concedida pelo<br />

artigo 91.º da Lei n.º 67-<br />

A/2007, de 31 de Dezembro<br />

(Orçamento para 2008), altera<br />

e republica o Código do Imposto<br />

sobre o Valor Acrescentado,<br />

aprovado pelo Decreto-Lei n.º<br />

âmbito de processos anti-dumping instaurados<br />

pelos produtores europeus no sentido<br />

de restringirem as importações oriundas<br />

da China e de outros países fora do espaço<br />

europeu. Através de tal expediente, os produtores<br />

de aço na Europa reduziram quase a<br />

zero as importações dessa matéria-prima, ficando<br />

assim sem qualquer concorrência.<br />

A ORGALIME – a maior associação industrial<br />

em toda a Europa e da qual a AIM-<br />

MAP faz parte -, está a denunciar esta situação<br />

verdadeiramente escandalosa junto<br />

das autoridades e da comunicação social de<br />

todos países da União Europeia. No entendimento<br />

da ORGALIME e da AIMMAP,<br />

o efeito destes aumentos, associado à escassez<br />

de aço de produção europeia, irá originar<br />

um efeito em cascata em toda a cadeia<br />

de fornecimento, reduzindo drasticamente<br />

a competitividade da indústria europeia e<br />

gerando uma elevada factura que todos os<br />

consumidores serão forçados a pagar.<br />

A estratégia dos produtores de aço é absolutamente<br />

inaceitável aos mais diversos níveis,<br />

sendo ostensivamente lesiva da concor-<br />

Despacho Normativo n.º 31-A /2008,<br />

12 de Junho – Série II, n.º 112 – 1º<br />

Suplemento. Alteração ao Despacho<br />

Normativo n.º 53/2005, de 15 de Dezembro<br />

Os sujeitos passivos cujas<br />

operações estejam em<br />

mais de 75% abrangidas<br />

pela regra de inversão (alíneas i)<br />

e j) do n.º1 artigo 2.º do CIVA)<br />

passam a beneficiar de um prazo<br />

de reembolso de 30 dias, à semelhança<br />

do que sucede com os<br />

sujeitos passivos de outros sectores<br />

de actividade cujas operações<br />

sejam maioritariamente<br />

isentas ou não sujeitas com direito<br />

à dedução.<br />

No uso da autorização legislativa<br />

concedida pelo<br />

artigo 91.º da Lei nº 67-<br />

A/2007, de 31 de Dezembro<br />

(Orçamento para 2008), altera e<br />

republica o Estatuto dos Benefí-<br />

Decreto-Lei n.º 102/2008,<br />

de 20 de Junho<br />

No intuito de esclarecer<br />

eventuais dúvidas relacionadas<br />

com aplicação<br />

da Lei no tempo, particularmente<br />

no caso das operações tributáveis<br />

realizadas imediatamente<br />

antes ou após a entrada em vi-<br />

O presente Despacho Normativo<br />

aplica-se aos pedidos de reembolso<br />

relativos ao mês de Julho<br />

de 2008 e subsequentes,<br />

nos casos dos sujeitos passivos<br />

de periodicidade mensal, e<br />

ao 2.º trimestre de 2008 e subsequentes,<br />

no caso de sujeitos<br />

passivos de periodicidade trimestral.<br />

Este Despacho encontra-se<br />

disponível no site da AIMMAP:<br />

www.aimmap.pt n<br />

EBF – Estatutos dos Benefícios<br />

Fiscais<br />

Decreto-Lei n.º 108/2008, de 26 de Junho<br />

cios Fiscais, aprovado pelo Decreto-Lei<br />

nº. 215/89, de 1 de Julho.<br />

Este Decreto-Lei encontra-se<br />

disponível no site da AIMMAP:<br />

www.aimmap.pt n<br />

394-B/84, de 26 de Dezembro,<br />

e o Regime do IVA nas Transacções<br />

Intracomunitárias, aprovado<br />

pelo Decreto-Lei n.º 290/92,<br />

de 28 de Dezembro.<br />

Este Decreto-Lei encontra-se<br />

disponível no site da AIMMAP:<br />

www.aimmap.pt n<br />

Alteração da taxa normal do IVA<br />

(Ofício Circulado n.º 30104, de 27 de Junho)<br />

gor da nova taxa, apresentam-se<br />

algumas situações exemplificativas<br />

do procedimento a adoptar<br />

pelos sujeitos passivos do imposto.<br />

Este Ofício encontra-se<br />

disponível no site da AIMMAP:<br />

www.aimmap.pt n<br />

rência. Mas o mais grave é constatar-se que<br />

tal estratégia está a surtir efeitos, na medida<br />

em que originou um encerramento artificial<br />

das fronteiras europeias, vedando assim<br />

a entrada no espaço europeu de aço produzido<br />

por fabricantes não europeus.<br />

As empresas do sector metalúrgico e metalomecânico<br />

europeias exigem que lhes seja<br />

permitido o acesso às matérias-primas de<br />

que necessitam, em condições competitivas<br />

e transparentes. Se os fornecedores tradicionais<br />

na Europa puderem garantir esse fornecimento,<br />

tanto melhor. Se não foram capazes<br />

disso, será então indispensável que pelo<br />

menos não impeçam o mercado de funcionar,<br />

e não obriguem a indústria europeia a<br />

mudar a sua produção para outros locais.<br />

Sublinha-se que, na União Europeia, a indústria<br />

metalúrgica, metalomecânica e electrónica<br />

assegura mais de 7 milhões de postos<br />

de trabalho. Em comparação, a indústria<br />

do aço não representa mais do que 250.000<br />

postos de trabalho. Será lamentável que a<br />

Comissão Europeia não avalie correctamente<br />

estes dois pratos da balança. n


GLObALizAçãO<br />

Notas sobre a China<br />

– salários<br />

Na sequência de dois outros trabalhos<br />

publicados em anteriores edições deste<br />

jornal, continuamos aqui a deixar<br />

algumas notas e impressões sobre as últimas<br />

movimentações na China, susceptíveis de<br />

fazerem evoluir o referido país e a respectiva<br />

economia para parâmetros mais conformes<br />

com os que orientam a economia europeia.<br />

Sublinha-se que o principal propósito<br />

destes <strong>pequenos</strong> artigos é o de tentar evidenciar<br />

aquilo que muitos vinham a anunciar:<br />

que a China, por força do seu próprio crescimento,<br />

não pode continuar a ignorar os<br />

apelos crescentes para uma viragem gradual<br />

no sentido de uma maior modernização<br />

aos mais diversos níveis, nomeadamente no<br />

que isso tem de mais positivo: direitos humanos,<br />

ética negocial, protecção ambiental,<br />

direitos sociais, propriedade intelectual, investigação<br />

livre, etc.<br />

Concomitantemente, esta evolução, para<br />

além de ser essencialmente uma excelente<br />

notícia para os chineses, transporta consigo<br />

um significativo sinal de esperança para<br />

as pequenas e médias empresas europeias: a<br />

de que irá inevitavelmente abrandar a concorrência<br />

assente em exploração de mão de<br />

obra barata e num profundo desprezo por<br />

valores que na Europa são há muito invioláveis.<br />

É em todo o caso inquestionável que não<br />

poderemos ser excessivamente optimistas.<br />

Com efeito, apesar dos sinais de evolução, a<br />

China continua a ser ainda um país em que<br />

as desigualdades são enormes e em que continua<br />

a haver muitos problemas. E em que<br />

o satus quo actual tem como principal cúmplice<br />

algumas das principais multinacionais<br />

europeias, americanas e japonesas.<br />

Ainda assim, não deixa de ser importante<br />

que valorizemos os <strong>pequenos</strong> sinais de mudança<br />

e que saibamos não só alimentar a esperança<br />

como também aproveitar as oportunidades<br />

que se nos abrem.<br />

Posto isto, pretende-se nesta oportunidade<br />

abordar uma questão que está intrinsecamente<br />

associada à exploração de mãode-obra<br />

e, em última análise, aos preços<br />

baixos.<br />

Um dos principais alicerces dessa verdadeira<br />

política comercial chinesa é consubstanciado<br />

evidentemente pela manutenção<br />

de salários baixíssimos.<br />

Por seu turno, tal fenómeno tem ainda<br />

como principal indutor uma medida estabelecida<br />

por Mao Zedong nos anos 50: o<br />

hukou.<br />

O hukou é precisamente uma caderneta<br />

de família, onde consta o local de origem de<br />

cada pessoa, o qual, ainda por cima, é transmitido<br />

geracionalmente de mãe para filho.<br />

Este hukou veio estabelecer uma distinção<br />

entre população rural e população urbana e<br />

tinha alegadamente como principal objectivo<br />

o de impedir as migrações das populações<br />

do campo para as cidades.<br />

No decurso dos anos 80, o poder comunista<br />

chinês passou a autorizar aos cidadãos<br />

do campo a sua passagem para o trabalho<br />

nas cidades. Fê-lo no entanto sem extinguir<br />

o sistema do hukou.<br />

Daqui decorreu que os milhões de chineses<br />

rurais que nas últimas décadas foram trabalhar<br />

para as grandes cidades – nomeadamente<br />

Shanghai, Guangzhou, Schenzen ou<br />

Beijing – não têm um hukou urbano, o que<br />

os impede de aceder a serviços públicos, à<br />

segurança social, a cuidados de saúde ou ao<br />

recurso ao crédito.<br />

Estes antigos camponeses transformam-se<br />

pois em cidadãos de segunda, sem quaisquer<br />

direitos, que se tornam assim especialmente<br />

vulneráveis face a patrões sem escrúpulos<br />

(entre os quais algumas empresas multinacionais).<br />

Evidentemente, acabam tais cidadãos de<br />

segunda por ser obrigados a trabalhar em<br />

condições absolutamente miseráveis a troco<br />

de salários ridículos e sem a mais ínfima<br />

protecção social.<br />

Aos milhões, são precisamente estes os<br />

chineses que engrossam os inesgotáveis<br />

exércitos de mão-de-obra barata. Estes verdadeiros<br />

escravos dos tempos modernos,<br />

sem protecção social, sem acesso aos empregos<br />

mais qualificados, sem direito a formação,<br />

sujeitos a taxas e impostos de montantes<br />

superiores aos suportados pelos nascidos<br />

no local e abrangidos por normas laborais<br />

com ainda menor conteúdo social do que a<br />

legislação aplicável aos da terra, correspondem<br />

seguramente a mais de cem milhões de<br />

pessoas – ou seja, mais do que a população<br />

total da Alemanha.<br />

Dependentes da benevolência de empregadores<br />

ora paternalistas, ora despóticos, são<br />

muitas vezes mulheres ou crianças que trabalham<br />

entre 14 e 16 horas por dia. Não<br />

têm possibilidade de conceder educação aos<br />

filhos, de acederem a habitação digna ou de<br />

encontrarem um emprego minimamente<br />

estável.<br />

Pelo que têm de se sujeitar a ser explorados<br />

até não conseguirem resistir à exaustão.<br />

<strong>Grande</strong> parte da concorrência chinesa<br />

tem vindo a assentar nesta situação gritante<br />

e escandalosa.<br />

Sucede que, finalmente, a partir de 2005,<br />

o Governo chinês encetou um processo de<br />

reformas que visa abolir progressivamente<br />

o hukou.<br />

Esse processo está já em marcha, passando<br />

numa primeira fase pelo aumentos dos<br />

direitos dos deslocados.<br />

Inevitavelmente, as condições salariais<br />

dos antigos camponeses irão evoluir de forma<br />

positiva.<br />

Sem possibilidade de continuar a aceder<br />

a este verdadeiro instrumento de opressão<br />

de uma parte dos trabalhadores chineses,<br />

haverá pois uma subida generalizada dos<br />

salários. Não só dos actualmente mais explorados<br />

como inclusivamente dos restantes,<br />

os quais se tornarão de igual modo<br />

mais livres e com maior poder negocial.<br />

Nessa altura, ou seja, num futuro que<br />

se espera próximo, é forçoso que os preços<br />

chineses aumentem e que a concorrência<br />

seja mais leal.<br />

O que falta é saber se vamos aguentar até<br />

lá!<br />

A actualidade do sector metalúrgico e metalomecânico<br />

www.aimmap.blogspot.com<br />

www.tecnometal-revista.blogspot.com<br />

Calendário Fiscal<br />

JULHO 2008<br />

IRC – Imposto Sobre o Rendimento das<br />

Pessoas Colectivas<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 20 de Julho de 2008, das importâncias<br />

retidas no mês de Junho de<br />

2008 a título de Imposto.<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até 31<br />

de Julho, do 1º Pagamento por conta<br />

devido por entidades residentes que<br />

exercem, a título principal, actividade<br />

de natureza comercial, industrial ou<br />

agrícolas e por não residentes com estabelecimento<br />

estável.<br />

- Entrega até ao dia 31 de Julho, da<br />

Declaração Modelo 30, por transmissão<br />

electrónica de dados, DGCI, pelos<br />

devedores de rendimentos a não residentes.<br />

IRS – Imposto Sobre o Rendimento das<br />

Pessoas Singulares<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 20 de Julho 2008, das importâncias<br />

retidas no mês de Junho de 2008<br />

a título de Imposto.<br />

- 1º Pagamento por conta, até ao dia<br />

20 de Julho de 2008, de titulares de<br />

rendimentos da Categoria B<br />

- Entrega, até ao dia 31 de Julho de<br />

2008, da declaração de rendimentos<br />

Modelo 30, por transmissão electrónica<br />

de dados, à DGCI, pelos devedores<br />

de rendimentos a não residentes,<br />

- Entrega, até ao dia 31 de Julho de<br />

2008, da declaração de rendimentos<br />

Modelo 31, por transmissão electrónica<br />

de dados, à DGCI, pelos devedores<br />

de rendimentos isentos, dispensados<br />

de retenção ou sujeitos a taxa reduzida.<br />

IVA – Imposto Sobre o Valor<br />

Acrescentado<br />

- Sujeitos passivos do Regime Normal<br />

de Obrigação Periódica Mensal – Envio<br />

até ao dia dia 10 de Julho de 2008, da<br />

declaração periódica com referência ao<br />

mês de Maio de 2008, bem como dos<br />

anexos nela referidos. Pagamento até<br />

à referida data do imposto apurado.<br />

Segurança Social<br />

- Pagamento, até ao dia 15 de Julho<br />

de 2008, das contribuições relativas<br />

às remunerações referentes ao mês de<br />

Junho de 2008.<br />

Imposto do Selo<br />

- Entrega, até ao dia 20 de Julho de<br />

2008, das importâncias retidas no<br />

mês de Junho de 2008.<br />

Imposto Único de Circulação<br />

- Liquidação, por transmissão electrónica<br />

de dados, e pagamento do Impos-<br />

PROPRIEDADE AIMMAP: Associação dos Industriais<br />

Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal<br />

Rua dos Plátanos, 197 • 4100-414 PORTO • TEL.<br />

351-226 166 860 • FAX: 351-226 107 473<br />

Director: António Saraiva<br />

Subdirector: Rafael Campos Pereira<br />

Coordenação Gráfica: Cristina Veiga<br />

Paginação: Célia César, Flávia Leitão<br />

Periodicidade: Mensal<br />

Propriedade, Edição, Produção e Administração:<br />

AIMMAP - Associação dos Industriais Metalúrgicos,<br />

ficha técnica<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 7<br />

to Único de Circulação – IUC, até ao<br />

dia 31 de Julho, relativo aos veículos<br />

cujo aniversário da matrícula ocorra no<br />

presente mês. (As pessoas singulares<br />

poderão solicitar a liquidação em qualquer<br />

Serviço de Finanças).<br />

AGOSTO 2008<br />

IRC – Imposto Sobre o Rendimento das<br />

Pessoas Colectivas<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 20 de Agosto de 2008, das importâncias<br />

retidas no mês de Julho de<br />

2008 a título de Imposto.<br />

IRS – Imposto Sobre o Rendimento das<br />

Pessoas Singulares<br />

- Entrega nos cofres do Estado, até ao<br />

dia 20 de Agosto de 2008, das importâncias<br />

retidas no mês de Julho de<br />

2008 a título de Imposto.<br />

IVA – Imposto Sobre o Valor<br />

Acrescentado<br />

- Sujeitos passivos do Regime Normal<br />

de Obrigação Periódica Mensal – Envio<br />

até ao dia 10 de Agosto de 2008,<br />

da declaração periódica com referência<br />

ao mês de Junho de 2008, bem<br />

como dos anexos nela referidos. Pagamento<br />

até à referida data do imposto<br />

apurado.<br />

- Sujeitos passivos do Regime Normal<br />

de Obrigação Periódica Trimestral –<br />

Envio até ao dia 15 de Agosto, da declaração<br />

periódica com referência ao<br />

2º Trimestre de 2008, bem como dos<br />

anexos nela referidos. Pagamento até<br />

à referida data do imposto apurado.<br />

- Contribuintes do Regime Especial<br />

dos Pequenos Retalhistas – Entrega<br />

até ao dia 20 de Agosto da declaração<br />

ou guia com referência ao 2º trimestre<br />

de 2008 e respectivo pagamento.<br />

Segurança Social<br />

- Pagamento, até ao dia 15 de Agosto<br />

de 2008, das contribuições relativas<br />

às remunerações referentes ao mês de<br />

Julho de 2008.<br />

Imposto do Selo<br />

- Entrega, até ao dia 20 de Julho de<br />

2008, das importâncias retidas no<br />

mês de Julho de 2008.<br />

Imposto Único de Circulação<br />

- Liquidação, por transmissão electrónica<br />

de dados, e pagamento do Imposto<br />

Único de Circulação – IUC, até ao<br />

dia 31 de Agosto, relativo aos veículos<br />

cujo aniversário da matrícula ocorra no<br />

presente mês. (As pessoas singulares<br />

poderão solicitar a liquidação em qualquer<br />

Serviço de Finanças).<br />

Metalomecânicos e Afins de Portugal, em<br />

colaboração com o Jornal <strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong><br />

Distribuição gratuita aos associados AIMMAP<br />

- Associação dos Industriais Metalúrgicos,<br />

Metalomecânicos e Afins de Portugal<br />

Apoios:<br />

Programa de Incentivos<br />

à Modernização da Economica<br />

Ministério<br />

da Economia<br />

UNIãO<br />

EUROPEIA<br />

Fundo Europeu<br />

de Desenvolviment<br />

Regional


8<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Custos de Contexto<br />

Pagamento antecipado do IVA<br />

Prevê actualmente o Código do IVA<br />

que os contribuintes são obrigados a<br />

pagar ao Estado o IVA referente a todos<br />

os montantes que tenham facturado no<br />

mês ou no trimestre em referência, independentemente<br />

de terem recebido dos respectivos<br />

clientes os respectivos pagamentos. Este<br />

é um assunto que está actualmente na ordem<br />

do dia, tendo, aliás, sido objecto de recente<br />

decisão histórica por parte do Supremo Tribunal<br />

Administrativo.<br />

Aliás, por tal motivo, o tema em questão<br />

suscitou o comentário do Presidente da Direcção<br />

da AIMMAP no editorial da presente<br />

edição deste jornal. Independentemente<br />

do facto de neste caso judicial o STA ter<br />

dado razão a um contribuinte, absolvendo-o<br />

de uma multa que lhe tinha sido fixada pela<br />

administração fiscal por não ter pago ao Es-<br />

Concorrência<br />

tado um montante que ainda não recebera<br />

dos clientes, a lei portuguesa continua a prever<br />

que essa entrega antecipada do imposto<br />

é obrigatória. O que significa que a administração<br />

fiscal irá continuar a aplicar multas<br />

a quem não cumpra uma lei tão injusta.<br />

O que, naturalmente, obriga as empresas a<br />

um dilema: ou se conformam com a injustiça<br />

e pagam voluntariamente a multa, ou recorrem<br />

aos tribunais, sendo obrigadas a suportar<br />

em despesas judiciais e honorários de advogados<br />

verbas consideráveis de que ninguém<br />

as irá ressarcir.<br />

Em qualquer dos casos, são obrigadas a desembolsar<br />

recursos que, em maior ou menor<br />

montante, sempre seriam bem mais produtivos<br />

em quaisquer outras eventuais finalidades.<br />

Aqui está, pois mais um custo de contexto,<br />

eufemismo adequado para gastos<br />

desnecessários por motivos estúpidos com a<br />

complacência e/ou culpa directa do Estado<br />

português. Mas para neste caso identificarmos<br />

um verdadeiro e insuportável custo de<br />

contexto a que as empresas portuguesas estão<br />

sujeitas, nem será necessário chegarmos a esta<br />

fase final do processo, ou seja, à aplicação e<br />

discussão da multa aplicada pelo Estado aos<br />

contribuintes alegadamente em falta.<br />

A própria obrigatoriedade do pagamento<br />

do imposto previamente ao seu recebimento,<br />

para além de materialmente absurda, é brutal<br />

factor de inibição e retracção das empresas.<br />

Para não se sujeitarem a coimas e mesmo a<br />

processos criminais – ou porque tão-somente<br />

querem cumprir a lei –, as empresas vêem-se<br />

muitas vezes forçadas a pagar o imposto antes<br />

de receberem o dinheiro.<br />

Esta situação gera enormes problemas de<br />

tesouraria, havendo mesmo notícia de empresas<br />

que tiveram de recorrer a empréstimos<br />

bancários ou a adiar investimentos importantes<br />

para fazerem face ao pagamento do<br />

imposto. Não temos quaisquer dúvidas de<br />

que esta situação iníqua é um factor de redução<br />

de competitividade das empresas portuguesas.<br />

Que gera pobreza e desemprego, ao<br />

invés de promover a riqueza e o crescimento<br />

económico. Parece que o Estado está de<br />

tal maneira obcecado pelas finanças públicas<br />

que chega ao ponto de nutrir indiferença e<br />

até desprezo pela economia real.<br />

É em todo o caso decisivo que se corrija<br />

este absurdo. E que, tal como sugerido<br />

pelo Presidente da Direcção da AIMMAP, se<br />

aproveite a boleia deste acórdão do STA para<br />

se melhorar a lei, tornando-a mais justa e razoável.n<br />

Posição da ORGALIME face à eventual fusão<br />

entre a BHP Billiton e a Rio Tinto<br />

Conforme aqui foi noticiado na anterior<br />

edição deste jornal, dois dos<br />

principais produtores europeus de<br />

matérias-primas para o nosso sector – a<br />

BHP Billiton e a Rio Tinto -, anunciaram<br />

formalmente a intenção de se fundirem.<br />

Esta eventualidade está a gerar uma forte<br />

preocupação em toda a indústria europeia<br />

de engineering, até porque, naturalmente,<br />

poderá afectar profundamente a concorrência,<br />

com concomitantes aumentos dos<br />

custos das matérias-primas.<br />

Várias têm sido as reacções discordantes<br />

à eventual fusão, aqui se destacando a<br />

posição assumida pela ORGALIME – The<br />

European Engineering Industries Association,<br />

a maior associação da indústria europeia<br />

e na qual a AIMMAP está filiada.<br />

Tal como havia sido sublinhado na notícia<br />

anterior a este respeito, a ORGALIME<br />

expressou um protesto à Direcção-Geral<br />

da Concorrência da União Europeia. Tal<br />

posição foi vertida através de carta remetida<br />

àquela autoridade no passado dia 13<br />

Assuntos actuais<br />

de Junho. Dada a oportunidade e o enorme<br />

interesse do assunto, transcreve-se nas<br />

linhas subsequentes o teor integral da referida<br />

carta.<br />

“Exmos. Senhores,<br />

A Orgalime vem por este meio expressar a<br />

sua preocupação relativamente à fusão BHP<br />

Billiton / Rio Tinto.<br />

Acreditamos que esta fusão irá reduzir a<br />

concorrência no mercado das matérias-primas<br />

e terá um impacto considerável na nossa<br />

indústria.<br />

A Orgalime representa a indústria metalúrgica,<br />

metalomecânica, electrónica e eléctrica,<br />

o maior sector da indústria transformadora<br />

na Europa (NACE 28 a 33): as nossas<br />

empresas empregam um total de 10,9 milhões<br />

de pessoas na Europa, tendo gerado em 2007<br />

um resultado de 1,813 mil milhões de euros,<br />

o que corresponde a aproximadamente 27%<br />

do total dos resultados da indústria transformadora<br />

europeia.<br />

As nossas empresas, que são predominantemente<br />

PME e familiares, não só fornecem<br />

clientes industriais e consumidores finais no<br />

mercado interno como competem também<br />

nos mercados globais, sendo que as respectivas<br />

exportações ascendem a cerca de uma terça<br />

parte das exportações da indústria transformadora<br />

da União Europeia.<br />

Temos a noção de que a nova empresa irá<br />

ser o maior produtor mundial de minério de<br />

ferro, alumínio, níquel e cobre, controlando<br />

as maiores quotas de mercado. No caso particular<br />

do minério de ferro, terá apenas um<br />

grande concorrente, a Vale.<br />

Actualmente, já estamos confrontados com<br />

uma crescente consolidação dos nossos principais<br />

fornecedores (produtores de aço) e a<br />

sofrer uma grande pressão nos nossos custos,<br />

devido à subida dos preços do aço na União<br />

Europeia.<br />

A nossa preocupação incide no facto de o<br />

potencial domínio em diversos mercados e a<br />

correspondente subida de preços que irão resultar<br />

desta fusão agravarem a situação actual<br />

no mercado do aço e, consequentemente,<br />

ameaçar-nos a nós, consumidores de aço.<br />

Revisão do Código do Trabalho<br />

Conforme é sabido, no passado mês<br />

de Junho foi outorgado pelo Estado<br />

português e pela generalidade dos<br />

parceiros sociais um “Acordo tripartido<br />

para um novo sistema de regulação das relações<br />

laborais, das políticas de emprego e<br />

da protecção social em Portugal.”<br />

Para além de outras matérias extremamente<br />

relevantes para as empresas, o referido<br />

Acordo incidiu de forma muito particular<br />

no processo de revisão do Código<br />

do Trabalho e da legislação complementar.<br />

Naturalmente, enquanto membro activo<br />

da CIP, a AIMMAP esteve profundamente<br />

envolvida nos trabalhos subjacentes<br />

ao acordo, tendo procurado contribuir<br />

para o enriquecimento do texto.<br />

Por outro lado, convicta da importância<br />

desta matéria para as empresas que representa,<br />

tem procurado a AIMMAP promover<br />

junto dos seus associados um cabal esclarecimento<br />

a esse propósito, através do<br />

seu site, do seu blogue e do envio de diversas<br />

newsletters.<br />

Finalmente, estando consciente de que<br />

o processo em apreço não está ainda encerrado,<br />

tem procurado continuar a intervir<br />

no aperfeiçoamento do texto ainda em<br />

discussão.<br />

Posto isto, uma vez que a complexidade<br />

do assunto é susceptível de gerar algumas<br />

dúvidas no espírito das empresas,<br />

não pode deixar a AIMMAP de actualizar<br />

a informação já prestada aos associados,<br />

relativamente aos efeitos imediatos<br />

do Acordo bem como aos procedimentos<br />

subsequentes. Assim:<br />

A – O Acordo começou por integrar<br />

apenas um consenso relativamente às matérias<br />

em discussão bem como às soluções<br />

conceptuais que iriam ser adoptadas (em<br />

“texto corrido”).<br />

B – Ulteriormente, foi apresentada pelo<br />

Governo uma proposta de articulado de<br />

um novo Código do Trabalho, elaborada<br />

a partir do texto do acordo.<br />

C – Essa proposta irá ser agora remetida<br />

para a Assembleia da República, a fim<br />

de ser discutida pelos deputados durante<br />

o próximo mês de Setembro.<br />

D – Naturalmente, será da Assembleia<br />

da República que resultará o texto final do<br />

diploma legal que irá aprovar as alterações<br />

ao Código do Trabalho.<br />

E – Embora o respeito devido aos parceiros<br />

sociais imponha que o texto do<br />

Receamos que os produtores do aço, que<br />

também estão altamente concentrados na Europa,<br />

transfiram este incremento dos custos e<br />

respectivas margens para a indústria de engineering,<br />

cujas empresas, embora sejam predominantemente<br />

PME, representam dois terços<br />

do consumo de aço na Europa, ou seja, cerca<br />

de 100 milhões de toneladas por ano.<br />

Nos últimos meses, os maiores fornecedores<br />

de aço cobraram preços mais altos aos seus<br />

clientes e nós receamos que uma possível restrição<br />

na concorrência no mercado do minério<br />

de ferro venha reforçar esta tendência.<br />

Desta forma, solicitamos que a Comissão<br />

analise cuidadosamente as potenciais implicações<br />

da fusão, para a competitividade europeia<br />

como um todo, especialmente os seus<br />

efeitos a jusante.<br />

A Orgalime e os seus membros estão à sua<br />

disposição para eventuais informações acerca<br />

deste assunto.<br />

Com os melhores cumprimentos.<br />

Adrian Harris” n<br />

Acordo seja acatado nos trabalhos de redacção<br />

do diploma legal, é ainda assim<br />

teoricamente possível que o mesmo sofra<br />

alguns <strong>pequenos</strong> ajustamentos.<br />

F – Significa o exposto que seria ainda<br />

prematuro nesta fase que a AIMMAP se<br />

pronunciasse de forma mais detalhada a<br />

respeito do Acordo e das soluções que o<br />

mesmo encerra.<br />

G – Tais esclarecimentos deverão ser<br />

pois relegados para uma fase ulterior deste<br />

processo, quando vier a ser clara qual a<br />

redacção final do diploma legal.<br />

H – Não obstante o exposto, a AIM-<br />

MAP irá levar a efeito no próximo dia<br />

29 de Julho, pelas 15h00, na sua sede,<br />

uma primeira sessão de esclarecimento<br />

aos associados a respeito desta matéria.<br />

n


outsourcing <strong>Vida</strong><strong>Económica</strong><br />

João Bilhim, ex-coordenador do PrAcE, considera<br />

As cinco tendênciAs<br />

de outsourcing<br />

para 2008<br />

outsourcing<br />

permite que finalmente<br />

se comece a gerir<br />

na administração pública<br />

o que fAlhA<br />

no outsourcing<br />

dAs ti<br />

reditus<br />

ganha novos contratos<br />

no valor de 8,8 milhões<br />

de euros<br />

empresas de outsourcing vão ser pagas<br />

mediante os resultados apresentados<br />

Só depois de atingirem os objectivos acordados é que<br />

os prestadores de serviços em outsourcing vão receber<br />

os seus honorários. Esta é a opinião da Forrester, que<br />

assume que aproximadamente três quartos das organizações<br />

falham em atender os requerimentos estabelecidos<br />

outsourcing:<br />

um negócio<br />

em crescendo<br />

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DA ViDA EconÓMicA Nº 1259, DE 25 DE JuLho DE 2008,<br />

E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE<br />

“Apenas os sectores soberanos<br />

do Estado podem ser uma<br />

reserva à penetração<br />

do outsourcing”<br />

Há um número crescente de organizações, empresas<br />

e Estado incluído, a recorrerem ao outsourcing no dia,<br />

a dia da sua actividade empresarial. Disto nos deram<br />

conta responsáveis de empresas como a RHmais, a Select<br />

Vedior e a Autsorce, esta uma empresa associada<br />

da Egor. O outsourcing deixou de ser algo de táctico e<br />

imediato para se tornar em algo de estratégico.<br />

E tanto assim é que se aplica a um número cada vez<br />

mais diversificado de áreas. Estamos a falar, por exemplo,<br />

da gestão de recursos humanos, gestão operacional<br />

de contact centers, mas também de serviços administrativos<br />

ou da gestão de lojas. Quando se analisa a dimensão<br />

das organizações que externalizam algumas das<br />

suas actividades e apesar de todas o fazerem, o destaque<br />

continua a ir para as maiores.<br />

Quem também diz que o outsourcing deverá continuar<br />

a evoluir é a Gartner. Segundo uma previsão<br />

da consultora, o mercado global ligado a esta área de<br />

negócio deverá crescer nada mais nada menos do que<br />

8,1%.<br />

em acordos de nível de serviços (SLA). Andrew Parker,<br />

vice-presidente da Forrester, garante que as corporações<br />

vão pagar a empresas de terceirização por resultado: “Os<br />

pagamentos só serão feitos quando as empresas de outsourcing<br />

atingirem os objectivos acordados”.<br />

gabriel coimbra,<br />

research & consulting<br />

director da idc Portugal,<br />

revela os números<br />

relativos a 2007<br />

mercAdo<br />

nAcionAl<br />

de outsourcing<br />

nA áreA dAs ti<br />

ultrAPAssA<br />

os 300 milhões<br />

de euros


ii<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 OUtsOUrCinG<br />

Teleperformance<br />

tem um novo<br />

contact center<br />

A Teleperformance,<br />

uma empresa de<br />

outsourcing nas áreas de CRM e<br />

contact centers, acaba de abrir mais<br />

um contact center, o terceiro. Localizada<br />

em Lisboa, esta nova estrutura surge graças<br />

a um investimento de 1450 milhões<br />

de euros e promete o seguinte: aumentar<br />

a capacidade operacional da empresa, em<br />

Portugal, para um total de 700 posições de<br />

atendimento.<br />

“A nova plataforma de contact center<br />

está vocacionada para o desenvolvimento,<br />

gestão e optimização de todos os actuais<br />

programas de gestão do relacionamento<br />

com o cliente da Teleperformance Portugal”,<br />

podemos ler no comunicado enviado<br />

por esta multinacional à imprensa. Algo<br />

que deixa, naturalmente, satisfeitos os responsáveis<br />

desta empresa. Que o diga João<br />

Cardoso, presidente do conselho de administração<br />

da Teleperformance Portugal, ao<br />

referir que a “decisão de criar, em Lisboa,<br />

um contact center de excepção segue a linha<br />

de posicionamento da empresa que é o<br />

de oferecer a melhor qualidade no mercado<br />

português de outsourcing de actividades de<br />

contact center”.<br />

A possibilidade, afirmou ainda, de criar<br />

um “contact center” no centro de Lisboa,<br />

num moderno edifício de escritórios com<br />

um espaço aberto de quase dois mil m2 e<br />

opção de expansão, próximo da linha de<br />

comboio de Cascais e de múltiplos transportes<br />

públicos, veio viabilizar essa orientação<br />

estratégica”. E o tom de optimismo<br />

continua, com João Cardoso a dar conta<br />

que o “moderno contact center da Infante<br />

Santo vai seguramente tornar-se numa referência<br />

em contact centers em Portugal”.<br />

Um investimento que não se limita à<br />

ampliação das infra-estruturas físicas. A<br />

Teleperformance – esta multinacional fala<br />

na quadruplicação da sua dimensão nos<br />

últimos quatro anos – destaca, de igual<br />

forma, o esforço realizado ao nível da formação,<br />

qualificação dos seus quadros, bem<br />

como na qualidade dos serviços prestados.<br />

Os resultados, esses, já apareceram: afinal,<br />

a Teleperformance, só no primeiro trimestre<br />

de 2008, viu o seu volume de negócios<br />

face a igual período do ano passado crescer<br />

nada mais nada menos do que 58%.<br />

Uma empresa com 1070 posições<br />

de operação<br />

Uma década de actividade em Portugal<br />

tem já algum significado. Isto aplica-se a<br />

qualquer organização e a Teleperformance<br />

não é excepção: 1070 posições de operação<br />

activas levam os responsáveis desta multinacional<br />

a afirmar que “são a maior empresa<br />

independente de outsourcing de CRM<br />

e contact center em Portugal”. Durante os<br />

últimos anos, acrescentam ainda, fomos<br />

“considerados o melhor contact center em<br />

outsourcing em Portugal”. Os clientes, esses,<br />

distribuem-se por diversas áreas e vão<br />

desde o sector financeiro às telecomunicações,<br />

passando pelo automóvel e publicação<br />

e até à administração pública.<br />

Em todo o mundo, a Teleperformance<br />

conta com cerca de 75 mil posições de<br />

agente em 281 contact centers, por sua vez,<br />

localizados em 45 países.<br />

Gabriel Coimbra, Research & Consulting Director da IDC Portugal,<br />

revela os números relativos a 2007<br />

Mercado nacional de outsourcing<br />

na área das TI ultrapassa<br />

os 300 milhões de euros<br />

Os números não deixam margem para dúvidas<br />

quanto ao sucesso do outsourcing na área das<br />

Tecnologias da Informação (TI): só em 2007,<br />

este mercado ultrapassou os 300 milhões de euros.<br />

Um crescimento de 6,5% face a 2006. Isto<br />

foi-nos dito, em entrevista, por Gabriel Coimbra,<br />

Research & Consulting Director da IDC Portu-<br />

VE - O outsourcing na área das TIC<br />

é já uma prática corrente por parte<br />

das nossas PME ou isto ainda não se<br />

verifica?<br />

GC - Tendo em conta a definição da<br />

IDC para outsourcing, apenas agora se<br />

começa a verificar por parte de algumas<br />

grandes e médias empresas a análise e utilização<br />

deste tipo de serviços.<br />

Com base na taxonomia da IDC, os<br />

serviços de TI, em regime de outsourcing,<br />

consistem, normalmente, em contratos de<br />

longo prazo, através dos quais os fornecedores<br />

se responsabilizam pelo controlo<br />

parcial ou total da infra-estrutura tecnológica<br />

do seu cliente. Os serviços são fornecidos<br />

num modelo “one-to-one” e os contractos<br />

habitualmente abarcam verbas para<br />

a aquisição de equipamento novo, bem<br />

como a transferência de recursos humanos<br />

da organização cliente para a prestadora<br />

de serviços. Os contratos de outsourcing<br />

podem incluir, ainda, actividades relacionadas<br />

com a consultoria e integração de<br />

sistemas.<br />

VE - O que é que pode ser considerado<br />

inovador quando se fala de<br />

outsourcing na área das TIC? A que<br />

últimas tendências obedece este tipo<br />

de outsourcing?<br />

GC - Vemos duas tendências ao nível da<br />

evolução do conceito tradicional de outsourcing<br />

de TI: por um lado, a extensão<br />

dos contractos de outsourcing aos processos<br />

de negócio (BPO) e, por outro, o<br />

surgimento do conceito de “Managed Services”.<br />

O outsourcing de processos de negócio<br />

(BPO) abrange as actividades<br />

relativas a proces-<br />

sos de negócio ou a áreas<br />

funcionais. A medição<br />

da performance, essa,<br />

está estreitamente ligada<br />

ao valor estratégico que<br />

existe, para a actividade<br />

empresarial, dos serviços<br />

fornecidos e ao grau<br />

de satisfação do cliente.<br />

Este “valor de negócio” é<br />

reconhecido pelos resultados<br />

obtidos em questões<br />

como o aumento de produtividade, novas<br />

oportunidades de negócio, geração adicional<br />

de receita, redução de custos ou subida<br />

de valor das acções da empresa. Estamos<br />

a falar de métricas claramente distintas<br />

das usadas para os serviços de outsourcing<br />

anteriormente referidos, como se vê. O<br />

conceito de “Managed Services” está associado<br />

apenas à gestão da infra-estrutura de<br />

TI e Comunicações.<br />

VE - Que conselhos dariam a um<br />

empresário que pretendesse recorrer<br />

ao outsourcing na área das TIC? O<br />

“Apesar do sucesso<br />

que os serviços<br />

de outsourcing<br />

têm tido,<br />

persistem algumas<br />

resistências”<br />

que é que ele deveria ter em linha<br />

de consideração antes de fazer uma<br />

opção como esta?<br />

GC - A utilização do outsourcing não<br />

tem uma fórmula única e varia muito em<br />

função do nível de utilização das TIC e<br />

respectiva cultura da organização. Neste<br />

sentido, é necessário que exista um plano<br />

estratégico para as TIC, pois só assim será<br />

possível avaliar as vantagens ou não da utilização<br />

do outsourcing<br />

em relação a parte ou à<br />

totalidade dos sistemas<br />

de informação da organização.<br />

Apesar do sucesso que<br />

os serviços de outsourcing<br />

têm tido, persistem<br />

algumas resistências, como<br />

podemos, aliás, ver<br />

pelas respostas obtidas no<br />

último estudo da IDC. À<br />

frente, um primeiro grupo<br />

de duas questões: destacado, sem margem<br />

para discussão, surge o receio de perda<br />

de controlo sobre os processos, referida por<br />

seis em cada 10 dos inquiridos. Em segundo<br />

lugar, a pequena distância, com 57%, aparece<br />

a especificidade de processos internos.<br />

Depois um grupo de outros dois itens: a<br />

complexidade contratual surge, em primeiro<br />

lugar, mencionada por 48% dos inquiridos.<br />

Os custos ou dificuldade em medir<br />

o retorno do investimento é, por sua vez,<br />

alvo das preocupações de 43% dos membros<br />

do painel da IDC. Segue-se ainda um<br />

conjunto de quatro itens, entre os 30 e os<br />

40% de citações: aqui, aparecem, em pri-<br />

gal, que alerta, contudo, para a existência de algumas<br />

resistências. Os empresários, segundo a IDC,<br />

receiam a perda de controlo sobre os processos,<br />

destacando ainda questões como a complexidade<br />

contratual ou as dificuldades em medir o retorno<br />

do investimento quando o assunto dá pelo nome<br />

de outsourcing.<br />

“A utilização do outsourcing não tem uma fórmula única e varia muito em função do nível de utilização<br />

das TIC”, sublinha Gabriel Coimbra, Research & Consulting Director da IDC Portugal<br />

meiro lugar, as diferenças culturais entre<br />

fornecedor e utilizador (38%). A resistência<br />

à mudança e transferência de pessoas<br />

e rescisões de contratos com profissionais<br />

da sua organização são, ambas, citadas por<br />

um terço das organizações. Logo a seguir<br />

vem a percepção de irreversibilidade do<br />

outsourcing. Ou seja, a percepção de que,<br />

a partir do momento em que se adopta<br />

este regime, não será mais possível deixar<br />

de manter as áreas afectadas.<br />

VE - A administração pública é,<br />

por vezes, acusada de ter métodos<br />

pouco céleres. O outsourcing pode<br />

ser uma alternativa de interesse para<br />

este segmento?<br />

GC - Sim, pode ser uma alternativa,<br />

mas devemos ter em conta a resposta anterior.<br />

VE - Nesta área, estamos a par de<br />

outros países europeus ou, pelo contrário,<br />

ainda se verifica algum tipo de<br />

atraso?<br />

GC - Podemos dizer que, por questões<br />

de cultura, ainda há algum atraso, principalmente<br />

quando nos comparamos com<br />

países mais avançados nesta área, como<br />

é o caso dos Estados Unidos ou do Reino<br />

Unido. A IDC estima que o mercado<br />

nacional de outsourcing de TI tenha ultrapassado<br />

os 300 milhões de euros, em<br />

2007, com um crescimento de 6,5% face<br />

ao ano de 2006. Em relação a 2008, as<br />

nossas previsões apontam para um aumento<br />

de 6,4%.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt


Outsourcing funcional<br />

> Outsourcing<br />

de equipas técnicas<br />

> Intervenção pontual<br />

> O QUE FAZEMOS?<br />

Disponibilizamos competência técnica de excelência<br />

em regime de Outsourcing funcional de Técnicos e<br />

Consultores que actuam no domínio das Tecnologias<br />

de Informação.<br />

Esta afectação é estudada de acordo com as<br />

necessidades específicas do cliente.<br />

Identificação<br />

da Função<br />

OUTSOURCING<br />

Validação<br />

do Perfil<br />

Definição da<br />

Duração do<br />

Projecto<br />

Apresentação<br />

ao Cliente e<br />

Entrevista<br />

Técnica<br />

RUMOS | Formação Profissional | Educação | Professional Services<br />

Pessoas Processos Tecnologia<br />

rumos.pt/services<br />

emprego.rumos.pt<br />

outsourcing@rumos.pt<br />

Afectação do<br />

Técnico ou<br />

Consultor ao<br />

Cliente<br />

Lisboa | Campo <strong>Grande</strong>, 56, 1700-093 LISBOA | Tel: 21 782 41 30 | Fax: 21 797 15 68<br />

Rumos<br />

Professional Services<br />

Acompanhamento<br />

e Controlo de<br />

Satisfação<br />

Avaliação e<br />

término da<br />

Afectação


iV<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 OutsOurcing<br />

As empresas que optarem por externalizar áreas ou processos<br />

só vão pagar aos prestadores de serviço em outsourcing<br />

quando estes atingirem os objectivos concordados.<br />

Essa é a conclusão de Andrew Parker, vice-presidente da<br />

Forrester. Segundo este responsável, a mudança na responsabilidade<br />

pelo pagamento, com a empresa de outsourcing<br />

a oferecer primeiro o serviço para só depois receber,<br />

foi percebida pela “evidência clara” de que diversos<br />

provedores de serviços e desenvolvedores de software estão<br />

a adoptar esse modelo de negócios.<br />

“A maior parte dos provedores de serviços começou a<br />

realizar a mudança”, disse Parker em entrevista a uma<br />

publicação brasileira. “Nos últimos 12 a 18 meses, houve<br />

uma forte exploração deste tipo de modelo de entrega<br />

de serviços”, explicou Parker. “Os provedores de serviços<br />

estão a começar a aceitar e a definir o que pode ser entregue.<br />

E ser responsável por isso é a forma de receber o<br />

pagamento”, defende.<br />

Parker acrescenta na mesma entrevista que as empresas<br />

clientes estão cada vez mais à procura deste tipo de contratos<br />

como resposta à necessidade crescente de processos<br />

efectivos e de ter capacidade de responder rapidamente à<br />

concorrência.<br />

Entretanto, também uma pesquisa da Forrester afirma<br />

que a maioria dos provedores falha em cumprir os acordos<br />

de nível de serviços (SLA). O levantamento aponta<br />

claramente que os problemas com métricas afectam o<br />

diálogo entre a falta de TI e as áreas de negócios. E que<br />

aproximadamente três quartos das organizações falham<br />

Só após atingirem objectivos acordados é que prestadores de outsourcing vão receber<br />

pagamentos<br />

Empresas de outsourcing vão ser pagas<br />

mediante os resultados apresentados<br />

Só depois de atingirem os objectivos acordados é que os prestadores de serviços<br />

em outsourcing vão receber os seus honorários. Esta é a opinião da Forrester, que<br />

assume que aproximadamente três quartos das organizações falham em atender<br />

os requerimentos estabelecidos em acordos de nível de serviços (SLA). Andrew<br />

Parker, vice-presidente da Forrester, garante que as corporações vão pagar a<br />

empresas de terceirização por resultado: “Os pagamentos só serão feitos quando as<br />

empresas de outsourcing atingirem os objectivos acordados”.<br />

em atender os requerimentos estabelecidos em acordos<br />

de nível de serviços.<br />

A pesquisa – encomendada pela Compuware Corporation<br />

– mostra que a razão primária para os SLA não<br />

serem cumpridos é que a unidade de negócio tem expectativas<br />

fora do que pode ser alcançado pelas Tecnologias<br />

de Informação. O estudo do Forrester descobriu que<br />

41% dos inquiridos concordam que as suas ideias dentro<br />

do nível de serviços é básica e que, normalmente, não<br />

provém informação do SLA para os executivos. Outros<br />

40% concordam que os seus relatórios de falta de nível<br />

de serviço sofre da falta de informações que os executivos<br />

efectivamente pediram.<br />

De acordo com Jean-Pierre Garbani, vice-presidente e<br />

analista do Forrester Research, “o último julgamento das<br />

TI e do alimento que tem com os negócios é feito pelo<br />

usuário final: se o alinhamento é visto em conformidade<br />

com a expectativa dos usuários em termos de disponibilidade,<br />

desempenho, usabilidade e precisão, depois<br />

monitorar o desempenho dos usuários finais, é a única<br />

forma que as TI conhecem para estar de acordo com essas<br />

expectativas.<br />

Quando questionados sobre o custo do desempenho de<br />

aplicações pobres, 57% dos inquiridos no estudo mostrou<br />

aumento dos custos para o resultado dos negócios;<br />

48% disse que a baixa performance é o resultado da perda<br />

de receita. O relatório aponta que isso demonstra um<br />

claro entendimento da potencialidade dramática sobre o<br />

impacto resultante de serviços pobremente gerenciados<br />

pelas TI.<br />

Mas as tendências são se ficam por aqui. Até porque já<br />

As cinco tendências de outsourcing para 2008<br />

Uma mão-de-obra mais<br />

móvel, novos requisitos<br />

de acesso a serviços e preocupações<br />

ambientais são, para a<br />

Unisys, os principais factores que<br />

vão afectar as decisões de outsourcing<br />

das grandes empresas para<br />

este ano.<br />

Começa desde logo pelo que<br />

denominam de “consumidorização”<br />

das TI – tendência na qual<br />

o consumidor de uma tecnologia<br />

conduz a sua adopção por parte<br />

das empresas em vez de vir dos<br />

departamentos de TI – continuará<br />

a afectar profundamente as<br />

estratégias de serviços de TI das<br />

grandes companhias. Novas tecnologias<br />

para o consumidor, como<br />

o iPhone, continuam a chegar ao<br />

mercado em ritmo acelerado e os<br />

funcionários querem ampliar seu<br />

uso profissional – em especial nas<br />

áreas de vendas e atendimento ao<br />

cliente e em outras funções geradoras<br />

de receitas.<br />

Para atender a esse aumento<br />

da procura e aproveitar as oportunidades<br />

de negócios em 2008,<br />

as empresas irão cada vez mais<br />

contemplar as tecnologias para o<br />

consumidor nos seus contratos<br />

de outsourcing de TI. Muitas até<br />

mesmo vão fornecer os dispositivos<br />

ou apoiar as compras dos<br />

funcionários. Em todos os casos,<br />

diz a Unisys, as companhias vão<br />

precisar concentrar o seu suporte<br />

tecnológico nos funcionários que<br />

geram receitas – e não nos que actuam<br />

na área executiva, que sempre<br />

receberam apoio prioritário.<br />

Outra tendência é que o modelo<br />

terciarizado da gestão de infraestrutura<br />

de TI se vai tornar ainda<br />

mais necessário. As empresas que<br />

já hospedaram seus próprios data<br />

centers – com o gerenciamento<br />

dessas instalações realizado pelo<br />

pessoal do seu provedor de outsourcing<br />

– passarão a depender<br />

mais de data centers de propriedade<br />

do seu provedor de serviços<br />

e operados por ele. A Unisys<br />

advoga que é economicamente<br />

sensato que as companhias tirem<br />

proveito dos investimentos cada<br />

vez maiores dos seus parceiros de<br />

outsourcing na prestação de serviços<br />

a um baixo custo, em sistemas<br />

padronizados para atendimento a<br />

vários clientes, e numa TI “ecológica”.<br />

Esse modelo pode ajudar as<br />

empresas a reduzir gastos e reinvestir<br />

a diferença para impulsionar<br />

a inovação dos seus negócios.<br />

A terceira tendência é que os<br />

data centers “ambientalmente correctos”<br />

que utilizam tecnologias<br />

ecológicas irão proliferar em todos<br />

os sectores de actividade. Para<br />

evitar o impacto negativo do uso<br />

sem controlo da energia nos data<br />

centers, as empresas farão consideráveis<br />

investimentos em uma TI<br />

“ecológica” em 2008. E vão exigir<br />

que seus provedores de outsourcing<br />

façam o mesmo – não apenas<br />

para economizar energia, mas<br />

para acalmar os accionistas e influir<br />

drasticamente nos resultados<br />

financeiros.<br />

Em quarto lugar surge o facto<br />

de o acesso ao capital intelectual<br />

e ao conhecimento especializado<br />

de serviços se ir intensificar como<br />

uma exigência do outsourcing.<br />

Para a Unisys, o consumo e a modernização<br />

da tecnologia estão a<br />

levar à necessidade de uma gama<br />

mais ampla de serviços inovadores<br />

para suporte aos usuários finais e<br />

renovação dos aplicativos. Muitas<br />

vezes, dizem, as organizações de<br />

TI não contam com os recursos<br />

internos para prestar esses serviços<br />

de maneira eficiente. Mas elas estão<br />

claramente procurando ajuda.<br />

Por último, o facto de a modernização<br />

dos aplicativos ir acelerar à<br />

medida que aumentarem as pressões<br />

por flexibilidade e contenção<br />

de custos. Ou seja, à medida que<br />

as empresas transferem seus data<br />

centers de instalações internas<br />

para instalações de propriedade e<br />

gerenciamento de provedores externos,<br />

é sensato que aproveitem<br />

se fala que o denominado Knowledge Process Outsourcing<br />

(KPO) vai surgir como opção preferencial do modelo<br />

em outsourcing, particularmente no sector financeiro.<br />

Um novo estudo divulgado pela KPMG International<br />

aponta que o KPO será o próximo êxito na área de terceirização,<br />

particularmente junto do sector financeiro. O<br />

estudo diz que esta modalidade de serviço deve chegar ao<br />

ano de 2010, movimentando algo em torno de 3,2 mil<br />

milhões de euros.<br />

Bob Hayward, director de consultoria da KPMG,<br />

afirma que o KPO é visto como a terceira geração na<br />

evolução do outsourcing e envolve a terceirização de<br />

processos mais especializados, baseados mais em parâmetros<br />

intelectuais do que na potencial redução de<br />

custos.<br />

O estudo diz que a modalidade deve passar por um processo<br />

de amadurecimento, mas, quando estiver consolidada,<br />

a Índia deve despontar como provedor global. “A Índia<br />

é a força dominante nesta área e países como Canadá, Austrália,<br />

Singapura, África do Sul e o Reino Unido devem<br />

disputar parte deste mercado”, prevê o director.<br />

Outra pesquisa, realizada pela GlobalSourcingNow,<br />

também identifica a Índia como líder em serviços de<br />

KPO. O estudo diz que o mito de que companhias indianas<br />

só podem fornecer desenvolvimento de software<br />

está a mudar e prevê que até 2010 o mercado de KPO<br />

na Índia deve movimentar cerca de 7,6 mil milhões de<br />

dólares e empregar cerca de 250 mil profissionais. O estudo<br />

prevê ainda a participação de países como Rússia,<br />

China, Canadá, República Checa, Irlanda e Israel neste<br />

mercado.<br />

o pessoal qualificado desses provedores.<br />

Uma qualificação essencial<br />

é a capacidade de transformar os<br />

actuais ambientes de aplicativos<br />

por meio da implementação da<br />

arquitectura orientada a serviços<br />

(SOA). Os aplicativos estratégicos<br />

mais antigos muitas vezes representam<br />

um investimento de vários<br />

milhões de euros para uma empre-<br />

sa. A modernização deve ser, portanto,<br />

realizada com cuidado para<br />

manter a continuidade e, ao mesmo<br />

tempo, equipar os aplicativos<br />

para uso no longo prazo. A Unisys<br />

é da opinião que a SOA oferece<br />

uma maneira de modernizar os<br />

aplicativos com mais eficácia, ao<br />

passo que torna uma organização<br />

mais ágil e flexível


OutsOurcing sexta-feira, 25 Julho de 2008 V<br />

O que falha no outsourcing das TI<br />

Falhas de liderança dos departamentos<br />

de Sistemas de Informação das empresas,<br />

más estratégias de sourcing, dificuldade<br />

no relacionamento com fornecedores de<br />

outsourcing e interfaces internos pouco<br />

qualificados são os maiores problemas que<br />

se colocam à implementação de uma correcta<br />

estratégia de outsourcing nas organizações.<br />

Esta é uma das principais conclusões<br />

retiradas do estudo encomendado pela<br />

Logica e realizado na prestigiada London<br />

School of Economics and Political Science<br />

junto de mais de 1400 empresas europeias,<br />

asiáticas e norte-americanas.<br />

Falhas de liderança dos departamentos<br />

de Sistemas<br />

de Informação das empresas,<br />

más estratégias de sourcing,<br />

dificuldade no relacionamento<br />

com fornecedores de outsourcing<br />

e interfaces internos pouco qualificados<br />

são os maiores problemas<br />

que se colocam à implementação<br />

de uma correcta estratégia<br />

de outsourcing nas organizações.<br />

Para o professor Leslie Willcocks,<br />

coordenador do estudo, “os gestores<br />

têm de identificar e deter as<br />

competências-chave do negócio<br />

dentro das suas organizações se<br />

pretendem usufruir dos benefícios<br />

do outsourcing”. O estudo<br />

revela também que a maioria das<br />

empresas privilegia a redução de<br />

custos, em detrimento de uma<br />

estratégia “invest to save”, o que<br />

acarreta consequências como perda<br />

de controlo do projecto, serviço<br />

inadequado e constantes renegociações<br />

com os fornecedores de<br />

outsourcing.<br />

Segundo este especialista internacional<br />

em outsourcing, gestão e<br />

tecnologias de informação, as organizações,<br />

para garantirem uma<br />

eficiente estratégia de outsourcing<br />

e obterem boas performances nos<br />

seus negócios, devem controlar<br />

o processo internamente, desenvolvendo<br />

competências próprias<br />

para uma correcta externalização<br />

de funções. Entre essas competências,<br />

contam-se uma liderança<br />

sólida, uma relação inteligente<br />

com os fornecedores e uma forte<br />

Este ano, o mercado global de outsourcing<br />

deverá crescer 8,1%, segundo uma<br />

previsão da consultoria Gartner. Para a consultora,<br />

embora as empresas frequentemente<br />

iniciem de uma forma “saudável” os seus<br />

contratos de terceirização, para muitas as<br />

estruturas de TI para outsourcing e “governance”<br />

ainda são imaturas e faltam ou estão<br />

desalinhadas com os objectivos da empresa.<br />

Além disso, diz a consultora, mais organizações<br />

se focam menos na terceirização<br />

como forma de economizar custos mas<br />

mais nos modelos de oferta dos provedores<br />

globais para aceder às habilidades certas por<br />

um preço razoável, onde quer que estejam.<br />

E embora a prática da terceirização continue<br />

crescente, contratos de outsourcing de<br />

TI (ITO) e de Business Process Outsour-<br />

componente de “project management”.<br />

Já Pedro Miguel Santos,<br />

director dos serviços de Outsourcing<br />

para a unidade Portugal da<br />

Logica Iberia, afirma que, “nos<br />

últimos anos, as atenções têm<br />

estado muito mais concentradas<br />

nos potenciais benefícios do<br />

outsourcing das tecnologias de<br />

informação e menos no tipo de<br />

equipa apto a gerir este processo.<br />

As organizações perdem a oportunidade<br />

de antecipar problemas<br />

por não terem recursos humanos<br />

com capacidade para lidar com<br />

níveis altos de exigência ou para<br />

maximizar os efeitos do outsourcing”.<br />

Para este responsável, “o primeiro<br />

erro da maioria das organizações<br />

surge no momento da<br />

decisão de que funções colocar em<br />

outsourcing. Muitas vezes, e devido<br />

à existência de uma orientação<br />

virada apenas para a redução de<br />

custos e outros ganhos de curto<br />

prazo, acabam por externalizar-se<br />

funções que deveriam ser mantidas<br />

no seio das organizações dado<br />

que são funções chave”.<br />

No âmbito do estudo realizado<br />

na London School of Economics<br />

and Political Science, a Logica<br />

prevê, para os próximos quatro<br />

anos, mudanças profundas neste<br />

sector. Entre elas, conta-se por<br />

exemplo o facto de os gastos irem<br />

continuar a aumentar em todos os<br />

mercados de sourcing globais. No<br />

entanto, anunciam que o BPO irá<br />

em breve ultrapassar o ITO. Os<br />

cing (BPM) decresceram cerca de 50% em<br />

2007. Parte da explicação, para a consultora,<br />

deve-se ao amadurecimento do mercado.<br />

As companhias estão simplesmente terceirizando<br />

mais, mas elegendo realizar uma<br />

estratégia de multiprovedores do serviço,<br />

sendo os acordos menores em tamanho.<br />

As empresa que usufruem de contratos de<br />

outsourcing também procuram, segundo<br />

a Gartner, mais ofertas de menor custo,<br />

como centros de entrega de offshore.<br />

Embora os custos permaneçam o principal<br />

guia para modelos de entregas globais<br />

(GDM), os usuários mais maduros estão à<br />

procura de formas de oferecer um melhor<br />

suporte para as suas necessidades de negócios.<br />

Por isso mesmo, provedores indianos<br />

ganharam espaço na Europa em 2007,<br />

mercados do outsourcing de ITO<br />

e o BPO continuarão a crescer,<br />

continuando a tendência predominante<br />

actual: o multi-sourcing,<br />

ou seja, sourcing com múltiplos<br />

fornecedores.<br />

Outro aspecto é que a Índia deixará<br />

de ser percepcionada apenas<br />

como uma localização para um<br />

outsourcing de baixo custo: os<br />

clientes globais vê-la-ão como um<br />

destino para serviços de qualidade.<br />

O investimento da China nos serviços<br />

ITO/BPO traz alguma promessa,<br />

mas os clientes ocidentais<br />

continuarão a olhar para este mercado<br />

com desconfiança. Para além<br />

da Índia e da China, os países em<br />

desenvolvimento passarão a desempenhar<br />

um papel importante<br />

nos mercados globais dos serviços<br />

de gestão e de TI.<br />

Já o “near-shoring”, passará a ter<br />

um papel muito mais importante.<br />

Nos Estados Unidos da América,<br />

o sourcing nas zonas rurais passará<br />

a ser um mercado de nicho.<br />

E as grandes empresas voltarão a<br />

ponderar os serviços ASP (application<br />

service provision). Na área do<br />

netsourcing, os fornecedores tentarão<br />

diferenciar-se ao oferecerem<br />

serviços baseados no cliente ao<br />

mesmo tempo que irão transformar<br />

as suas plataformas de entrega<br />

virtuais em comodidades.<br />

O outsourcing dos processos de<br />

conhecimento irá aumentar. Contudo,<br />

quando comparado com as<br />

outras formas de outsourcing, a<br />

gestão do conhecimento continu-<br />

ará a desempenhar um papel secundário.<br />

Assim como aumentará<br />

o freelance outsourcing.<br />

Mais ainda: a diferença entre os<br />

grandes fornecedores globais e os<br />

indianos será cada vez menor. Os<br />

fornecedores indianos irão amadurecer<br />

e diversificar-se, enquanto os<br />

globais aumentarão o número de<br />

centros de serviços de baixo custo<br />

ou alianças offshore para poderem<br />

continuar a oferecer preços competitivos.<br />

Os grandes fornecedores<br />

globais irão recorrer a aquisições<br />

locais e de grande escala para alargar<br />

a sua base de clientes.<br />

Igualmente, as redes de fornecimento<br />

via aliança, tais como o<br />

prime contracting e o best-of-breed,<br />

passarão a ser a norma nos negócios<br />

de outsourcing de grandes<br />

dimensões.<br />

Com a crescente dominância do<br />

selective-sourcing, os fornecedores<br />

terão de se habituar à possibilidade<br />

de terem um maior número<br />

de clientes, mas com negócios de<br />

valor mais baixo. E o outsourcing<br />

ajudará o insourcing, mas o backsourcing<br />

será mínimo. O outsourcing<br />

será definitivamente a principal<br />

forma de negócio.<br />

A empresa prevê ainda que os<br />

clientes ultrapassarão a fase da<br />

“exaltação e do medo”, passando<br />

à fase de maturidade com o ITO,<br />

embora de uma forma menos pronunciada<br />

com o BPO e com as formas<br />

de outsourcing mais recentes.<br />

A maturidade será assinalada por<br />

um outsourcing em que o valor<br />

mas encararam forte competição de fornecedores<br />

mais estabilizados com GDM.<br />

Aliás, segundo a consultora, esses fornecedores<br />

indianos estão a crescer aproximadamente<br />

40% anualmente nos EUA e 60%<br />

anualmente na Europa. Embora os gastos<br />

com serviços offshore sejam três vezes mais<br />

altos na América do Norte do que no Leste<br />

Europeu, a diferença está a diminuir.<br />

Entretanto, as empresas globais continuam<br />

a exigir a presença em países que não a<br />

Índia e, por seu lado, os provedores estão<br />

à procura de expandir as suas plantas geográficas<br />

de acordo com os centros de entrega.<br />

Compradores mais sofisticados estão à<br />

procura de uma estratégia multipaíses para<br />

minimizar o risco e alinhar o chamado<br />

nearshoree o offshore. Por isso, a Gartner<br />

acrescentado será prioritário face à<br />

excelência técnica e, inclusivamente,<br />

face ao custo, mas também por<br />

uma abordagem que vai para além<br />

da gestão dos contratos para assegurar<br />

a liderança no outsourcing e<br />

a capacidade de inovação.<br />

As relações cliente/fornecedor<br />

serão cada vez mais geridas e aproveitadas<br />

como recursos estratégicos.<br />

Indicadores deste desenvolvimento:<br />

planeamento e avaliação<br />

rigorosos das relações, um número<br />

crescente de contratos baseados<br />

em valores e comportamento, e, a<br />

pedido dos clientes, fornecedores<br />

cada mais integrados no negócio<br />

dos seus clientes.<br />

Dizem igualmente que as falhas<br />

e desilusões na área do outsourcing<br />

continuarão a ocorrer. As<br />

principais causas serão o facto de<br />

as organizações aceitarem serviços<br />

para além das suas capacidades de<br />

gestão; contratos com recompensas<br />

insuficientes; contratos inflexíveis<br />

em ambientes dinâmicos;<br />

fornecedores que vendam mais<br />

capacidade do que aquela que,<br />

na realidade, conseguem fornecer;<br />

clientes que não aprendam<br />

rapidamente; e clientes que não<br />

invistam nas práticas de liderança<br />

e capacidades não externalizáveis<br />

necessárias para assegurar que o<br />

outsourcing esteja em linha com<br />

os requisitos de backoffice a curto<br />

prazo e as orientações de negócio a<br />

longo prazo.<br />

SUSANA MARVÃO<br />

s.marvao@vidaeconomica.pt<br />

Gartner prevê crescimento do outsourcing de 8,1% em 2008<br />

prevê que em 2008 a receita com a prática<br />

na Índia vá cair em 2008.


Vi<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 OutsOurcing<br />

Egor, RHmais e Select Vedior revelam que este regime é atractivo para as empresas num número<br />

cada vez mais diversificado de áreas<br />

Outsourcing: um negócio em crescendo<br />

Já lá vai o tempo em que todas as áreas<br />

de negócio estavam concentradas nas<br />

empresas. Nos dias que correm, as nossas<br />

organizações e até o Estado preocupam-se<br />

cada vez mais com a sua actividade principal,<br />

deixando o resto para os especialistas.<br />

Foi isto mesmo que constatámos ao contactar<br />

empresas da área, como é o caso da<br />

Egor, da Select Vedior ou da RHmais.<br />

Aquilo que nos diz Elisabete Roxo, directora<br />

executiva da Autsorce - Prestação<br />

de Serviços – esta uma empresa associada<br />

da Egor, responsável pela área do outsourcing<br />

-, é revelador quando afirma que “há<br />

efectivamente um recurso crescente das<br />

diversas empresas, incluindo o Estado, ao<br />

outsourcing”. Da importância deste serviço<br />

fala-nos também Sónia Silva, directora<br />

comercial da Select Vedior, ao dar-nos<br />

conta que se, “durante os anos 80, o outsourcing<br />

estava directamente relacionado<br />

com soluções tácticas e imediatas, desde<br />

os anos 90, este passou a ser estratégico,<br />

passando os fornecedores a ser parceiros<br />

de negócios”. Como seria de esperar, as<br />

palavras de Emília Azevedo, directora de<br />

Coordenação das áreas de Outsourcing<br />

e Recrutamento & Selecção da RHmais,<br />

não fogem muito deste tom: “O recurso<br />

a esta prática tem, de facto, vindo a aumentar,<br />

por forma a permitir à empresa<br />

concentrar-se, apenas, nos processos nucleares<br />

do seu negócio”, destaca. E acrescenta:<br />

“Hoje em dia, seria praticamente<br />

impossível fazer tudo e, principalmente,<br />

fazer bem feito, com equipas próprias”.<br />

E podemos dizer que isto se aplica a<br />

um número crescente de áreas. Foi com<br />

surpresa que chegámos à conclusão que<br />

estas empresas, tradicionalmente conhecidas<br />

pela sua especialização no campo dos<br />

recursos humanos, já ultrapassaram estas<br />

barreiras e prestam, hoje, auxílio aos seus<br />

clientes nas mais diversas actividades. Isto<br />

mesmo nos revelou Sónia Silva ao afirmar<br />

que o trabalho de outsourcing da Select<br />

Vedior passa pela vertente dos contact<br />

centers, mas também pela indústria, serviços<br />

administrativos, gestão de lojas e,<br />

claro está, pelo recrutamento e selecção.<br />

Elisabete Roxo, da Autsorce, destaca “os<br />

recursos humanos, o apoio ao cliente, as<br />

vendas, o merchandising, bem como todos<br />

os serviços de ‘backoffice’”. Aqui, como<br />

Uma ferramenta estratégica<br />

Sónia Silva, directora comercial<br />

da Select Vedior<br />

O outsourcing deixou de<br />

ser uma ferramenta táctica<br />

e de carácter imediato<br />

para tornar-se algo de<br />

estratégico. Disto nos dá<br />

conta Sónia Silva, directora<br />

comercial da Select<br />

Vedior, uma das empresas<br />

que acedeu a falar connosco<br />

sobre este assunto.<br />

As suas palavras são esclarecedoras:<br />

“Se, durante os anos 80, o outsourcing estava<br />

directamente relacionado com soluções tácticas e imediatas,<br />

desde os anos 90, este passou a ser estratégico”. Os fornecedores,<br />

referiu ainda, passaram a ser “parceiros de negócios”.<br />

E isto, podemos dizê-lo, em relação às mais diversas<br />

áreas de actividade e não só os recursos humanos.<br />

Sónia Silva fala dos contact centers, mas também da indústria,<br />

dos serviços administrativos ou da gestão de lojas. E<br />

que tipo de empresas o fazem? Aqui, a director comercial da<br />

Select Vedior fala das grandes empresas. “Todas as empresas<br />

recorrem a este tipo de serviços, principalmente, as de<br />

maior dimensão”, destacou.<br />

explica, estamos, por exemplo, a falar da<br />

digitalização e indexação de documentos<br />

ou de registo de dados nos diversos sistemas<br />

informáticos que gerem os serviços.<br />

E o que nos diz sobre isto a RHmais? Ora<br />

o mesmo que as suas congéneres. Emília<br />

Azevedo dá conta de uma empresa que<br />

presta serviços nos segmentos da “gestão<br />

operacional de contact centers, gestão de<br />

recursos humanos, gestão de áreas de suporte<br />

técnico e administrativo ou força de<br />

vendas”.<br />

A gestão global de recursos<br />

humanos<br />

Voltando a falar dos recursos humanos,<br />

também aqui se nota que as nossas empresas<br />

não querem ficar com o encargo de gerir<br />

tudo aquilo que diz respeito a esta área<br />

tão sensível da actividade empresarial. “Ao<br />

nível da gestão dos recursos humanos, um<br />

número cada vez maior de empresas opta<br />

por gerir internamente o processamento<br />

salarial, recorrendo ao outsourcing para<br />

os outros serviços ligados à gestão”, destaca<br />

Elisabete Roxo da Autsorce. Esta<br />

responsável refere-se, em particular, ao<br />

“recrutamento e selecção, à formação profissional,<br />

à análise e descrição de funções,<br />

à avaliação de desempenho, bem como à<br />

implementação e gestão de sistemas de incentivos”.<br />

Aliás, a respeito deste assunto,<br />

Elisabete Roxo diz ainda que há por parte<br />

das empresas “uma consciência cada vez<br />

mais presente e actuante da importância<br />

dos recursos humanos serem objecto de<br />

tratamento profissional”.<br />

O discurso de Emília Azevedo vai no<br />

mesmo sentido quando explica que a<br />

“empresa especialista em gestão de recursos<br />

humanos assume a responsabilidade<br />

de gerir e executar todas as tarefas inerentes<br />

à gestão dos colaboradores do próprio<br />

cliente, como é o caso do coaching, da<br />

avaliação da performance, do processamento<br />

salarial ou da gestão de carreiras”.<br />

Efectivamente, diz ainda esta directora da<br />

RHmais, “grandes empresas à escala mundial<br />

estão já a recorrer ao outsourcing global<br />

da gestão de recursos, como é o caso<br />

da Dupont, da Johnson & Johnson”. Isto,<br />

referiu por último, através de contratos de<br />

Elisabete Roxo, directora<br />

executiva da Autsorce, empresa<br />

associada da Egor<br />

uma década e no valor de milhares de milhões<br />

de dólares.<br />

Empresas de maior<br />

dimensão continuam<br />

a ser os maiores clientes<br />

do outsourcing<br />

Já vimos que há um número crescente<br />

de empresas a recorrer ao outsourcing,<br />

mas agora surge a questão: que tipo de<br />

empresas? Todas, podemos dizê-lo, com<br />

destaque para as de maior dimensão. É<br />

isso que nos diz Sónia Silva ao revelar que<br />

a “recorrem a este tipo de serviço todas<br />

as empresas, principalmente, as de maior<br />

dimensão”. Já Elisabete Roxo afirma que,<br />

entre a sua carteira de clientes, “estão as<br />

maiores empresas a operar, em Portugal,<br />

Para Elisabete Roxo, directora<br />

executiva da Autsorce<br />

- Prestação de Serviços,<br />

uma empresa associada da<br />

Egor, não há margem para<br />

dúvidas: há, efectivamente,<br />

um número crescente<br />

de empresas a recorrer ao<br />

outsourcing. Algo, como<br />

diz, que inclui também o<br />

Estado. E o que pedem estas<br />

organizações quando se fala de outsourcing de recursos<br />

humanos?<br />

Aqui, Elisabete Roxo revela que o processamento salarial ainda<br />

é um assunto interno das empresas, sendo que a resto<br />

é cada vez mais uma matéria para especialistas. É o caso<br />

da avaliação do desempenho, da formação profissional ou da<br />

descrição de funções. Necessidades que partem de todo o<br />

tipo de organizações. Aquilo que Elisabete Roxo nos diz sobre<br />

o assunto é revelador quando afirma que, entre a carteira de<br />

clientes da Autsorce, “estão as maiores empresas a operar,<br />

em Portugal, ao nível das telecomunicações, <strong>distribuição</strong>, seguro<br />

e financeiras”. A que se juntam, destaca ainda, “alguns<br />

dos principais institutos e ministérios públicos”<br />

ao nível das telecomunicações, <strong>distribuição</strong>,<br />

seguro e financeiras”. A que se juntam,<br />

afirma ainda, “alguns dos principais<br />

institutos e ministérios públicos”.<br />

Sobre isto Emília Azevedo fala à VE<br />

que tanto em Portugal como na Europa<br />

ou nos Estados Unidos, são as “empresas<br />

tecnologicamente mais evoluídas e inovadoras,<br />

organizacionalmente mais modernas<br />

e financeiramente mais rentáveis<br />

aquelas que apresentam as maiores taxas<br />

de externalização”. No extremo oposto,<br />

comentou, por último, as “organizações<br />

mais tradicionais e produtoras de baixo<br />

valor acrescentado são as que recorrem<br />

mais a recursos próprios para todas as suas<br />

actividades”.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt<br />

Emília Azevedo, directora de<br />

Coordenação das áreas de<br />

Outsourcing e Recrutamento<br />

& Selecção da RHmais<br />

“Hoje em dia, seria praticamente<br />

impossível fazer<br />

tudo e, principalmente,<br />

fazer bem feito, com equipas<br />

próprias”. A frase que<br />

Emília Azevedo, directora<br />

de Coordenação das áreas<br />

de Outsourcing e Recrutamento<br />

& Selecção da RHmais,<br />

utiliza para justificar<br />

a expansão crescente do outsourcing.<br />

E continua o seu raciocínio ao dar conta que “O recurso a esta<br />

prática tem, de facto, vindo a aumentar por forma a permitir<br />

à empresa concentrar-se, apenas, nos processos nucleares<br />

do seu negócio”. Tal como as outras empresas aqui retratadas,<br />

também a RHmais vê o outsourcing a expandir-se a um número<br />

crescente de actividades, donde se destacam a gestão operacional<br />

de contact centers, a gestão das áreas de suporte técnico<br />

e administrativo ou a força de vendas. E porque os recursos<br />

humanos continuam a ser muito importantes, há já multinacionais,<br />

como explica Emília Azevedo – é o caso da Dupont ou da<br />

Johnson & Johnson –, a realizar, nesta área, contratos de uma<br />

década e no valor de milhares de milhões de dólares.


OutsOurcing sexta-feira, 25 Julho de 2008<br />

Vii<br />

João Bilhim, ex-coordenador do PRACE, considera<br />

“Apenas os sectores soberanos do Estado<br />

podem ser uma reserva à penetração<br />

do outsourcing”<br />

Para João Bilhim, ex-coordenador do Programa de Reestruturação da<br />

Administração Central do Estado (PRACE), não há margem para dúvidas:<br />

“Apenas os sectores que representam a autoridade e soberania do Estado podem,<br />

de alguma forma, constituir uma reserva à penetração do outsourcing”. Afinal,<br />

como diz este perito, “devem ser deixadas ao sector privado as áreas em que este<br />

faça melhor e mais barato”. Há, no entanto, como avisa este perito, que saber<br />

comprar. “Teoricamente, o outsourcing parece compensar, mas, na prática,<br />

precisamente porque não se sabe comprar, os custos aumentam e a qualidade,<br />

por vezes, até baixa”, destaca.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - Como é<br />

que o sector público encara o<br />

recurso ao outsourcing?<br />

João Bilhim - Para alguns<br />

sindicatos, o outsourcing representa<br />

diminuição do seu poder<br />

negocial e redução de associados.<br />

Para certos funcionários da<br />

administração pública, o outsourcing<br />

constitui uma ameaça<br />

aos seus posto de trabalho e ou<br />

de chefia. Para as empresas de<br />

consultores em gestão, o outsourcing<br />

é a panaceia para todos<br />

os males da administração. Para<br />

mim, o outsourcing é uma decisão<br />

e técnica de gestão destinada<br />

a baixar os custos de produção,<br />

concentrando as energias da administração<br />

pública no essencial<br />

das suas competências e proporcionando<br />

ainda uma maior eficiência<br />

na utilização dos recursos.<br />

VE - Em que áreas denota<br />

por parte da administração<br />

pública uma maior apetência<br />

pelo outsourcing?<br />

JB - O outsourcing tem-se<br />

revelado mais aliciante nas áreas<br />

do desenvolvimento de software<br />

à medida, isto é, nas tecnologias<br />

de informação e comunicação,<br />

nas áreas da consultoria de gestão<br />

e em áreas secundárias, tais<br />

como limpeza, segurança e restauração.<br />

No sector privado, o outsourcing<br />

revela capacidade de<br />

atracção das empresas nas áreas<br />

da mão-de-obra. Todavia, neste<br />

ponto a administração pública<br />

ainda está longe do sector privado.<br />

Acresce que no PRACE<br />

foram criados organismo como a<br />

GeRAP, entidade pública mas de<br />

natureza empresarial destinada a<br />

gerir os recursos partilhados que,<br />

antes, integravam serviços da administração<br />

directa do Estado.<br />

Algo que constitui outra forma<br />

de externalização.<br />

Em suma, eu penso que devem<br />

ser deixadas ao sector privado as<br />

áreas em que este faça melhor<br />

e mais barato. Isto exige que a<br />

administração prepare os seus<br />

quadros para saber comprar e<br />

gerir contratos. Aqueles que antes<br />

executavam têm agora de ser<br />

qualificados para outro tipo de<br />

funções. Esta capacitação e ganho<br />

de novas competências são<br />

um factor crítico de sucesso de<br />

todo o processo de outsourcing.<br />

Outsourcing exige<br />

mudança total de cultura<br />

VE - Há algum sector da administração<br />

pública onde seja<br />

mais fácil o recurso ao outsourcing?<br />

JB - Acho que apenas os sectores<br />

que representam a autoridade<br />

e soberania do Estado podem<br />

de alguma forma constituir<br />

uma reserva à penetração do outsourcing.<br />

Nos restantes sectores,<br />

terá de ser a análise de custo/benefício<br />

conjugada à análise da<br />

oportunidade política a intervir<br />

na decisão final. O segredo não<br />

reside na natureza do sector. O<br />

segredo reside na preparação ou<br />

falta dela por parte dos actuais<br />

quadros superiores e dirigentes<br />

da administração pública para<br />

saber comprar e gerir os contratos.<br />

Não é fácil mudar uma cultura<br />

organizacional formatada<br />

mental e simbolicamente para a<br />

produção de serviços para uma<br />

outra em que o que se valoriza<br />

é a “accountability” ou prestação<br />

de contas. Este é o calcanhar de<br />

Aquiles. Teoricamente, o outsourcing<br />

parece compensar, mas,<br />

na prática, precisamente porque<br />

não se sabe comprar, os custos<br />

aumentam e a qualidade, por vezes,<br />

até baixa.<br />

Os políticos e os dirigentes<br />

têm de perceber que, ao gerir<br />

contratos de outsourcing, eles<br />

não alienam a sua responsabilidade<br />

pelo resultado final junto<br />

dos cidadãos. Eles continuam a<br />

ser os verdadeiros responsáveis,<br />

não podendo, política e administrativamente,<br />

atribuir ao fornecedor<br />

do serviço tal responsabilidade.<br />

Ora, isto exige uma<br />

mudança total de cultura e de<br />

paradigma no que diz respeito à<br />

gestão pública.<br />

VE - O outsourcing representa,<br />

de facto uma poupança de<br />

custo para o sector público?<br />

JB - As empresas de consultoria<br />

apresentam um argumento<br />

de venda do outsourcing que<br />

varia de sector para sector e de<br />

área para área. Portanto, é pouco<br />

sensato estimar, com o mínimo<br />

de rigor, um valor geral e universal<br />

que sirva de prognóstico.<br />

Ninguém poderá garantir que o<br />

outsourcing, por exemplo, dos<br />

serviços de limpeza será em geral<br />

mais barato 30% do que se tal<br />

serviço fosse produzido dentro<br />

de portas. Há ganhos com o outsourcing<br />

que não são fáceis de<br />

ser traduzidos em valor económico.<br />

Por exemplo, como valorar<br />

o facto de o serviço prestado<br />

em outsourcing possuir menor<br />

probabilidade de ser afectado<br />

por uma greve do que o seria se<br />

prestado por funcionários públicos?<br />

É que os custos e os benefícios<br />

marginais de uma e outra<br />

modalidade não são facilmente<br />

generalizáveis.<br />

Os estudos de terreno revelam<br />

que há casos em que o outsourcing<br />

compensa e casos em que<br />

parece não ter retorno. Todavia,<br />

mais importante do que isto, o<br />

que é crítico é saber se é sensato<br />

ou não que uma instituição se<br />

concentre naquilo que sabe fazer<br />

e se à partida, se tudo correr bem,<br />

se tal concentração compensa ou<br />

não. Por exemplo, a direcçãogeral<br />

dos Impostos existe para<br />

produzir serviços de limpeza,<br />

restauração, software de gestão?<br />

Certamente que não. Ora quem<br />

faz o que não sabe fazer terá, teoricamente,<br />

um custo superior<br />

do que aquele que se dedica ao<br />

“core business”.<br />

VE - Nos dias que correm,<br />

as empresas que prestam serviços<br />

de outsourcing podem<br />

ser consideradas de boa qualidade?<br />

JB - Não conheço todos os<br />

casos e não me posso pronunciar<br />

em geral sobre esta questão. Vou,<br />

porém, dar o meu contributo,<br />

enunciando o que deve um fornecedor<br />

fazer para ser uma boa<br />

empresa.<br />

Acho que uma boa empresa estabelece<br />

parcerias com os clientes:<br />

se um ganha, o outro também<br />

tem de ganhar. Não é boa<br />

empresa aquela que faz, apenas,<br />

uma venda e não se preocupa<br />

com o resultado dessa venda no<br />

seu cliente. Existe, actualmente,<br />

uma relação assimétrica entre<br />

os organismos da administração<br />

“Os políticos e os dirigentes têm de perceber que, ao gerir contratos de outsourcing, eles<br />

não alienam a sua responsabilidade pelo resultado final junto dos cidadãos”, sublinha<br />

João Bilhim, ex-coordenador do PRACE<br />

pública e os seus fornecedores<br />

de outsourcing. A administração<br />

possuiria maior poder negocial<br />

se se concentrasse, mas dispersase,<br />

e, dispersando-se, aumenta o<br />

poder negocial do fornecedor,<br />

isto é, a administração ainda não<br />

sabe comprar.<br />

Por outro lado, muitos gestores<br />

de empresas de outsourcing,<br />

ansiosos por chorudos lucros e,<br />

consequentemente, invejáveis<br />

prémios de gestão, querem explorar<br />

o filão num ano e a seguir<br />

quem vier que fecha a porta…<br />

Ora, sabendo que a administração<br />

pública está aprender a<br />

comprar, um fornecedor sério de<br />

outsourcing deveria procurar estabelecer<br />

parcerias e relações de<br />

fidelização que fossem ganhadoras<br />

para ambas as partes. Se esta<br />

estratégia não for levada a cabo,<br />

provavelmente, o que acontecerá<br />

é que o outsourcing vai acabar<br />

por ser abandonado. E aí a culpa<br />

será de todos e não, apenas, da<br />

administração.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt<br />

OutsOurcing permite<br />

que finalmente se cOmece a gerir<br />

na administraçãO púBlica<br />

VE - O recurso ao outsourcing introduz algum tipo de mecanismos<br />

inovadores nos sistemas de gestão do sector público?<br />

JB - Claro que induz. Permite que se comece, finalmente, a gerir<br />

na administração pública. A administração pública sabe aplicar<br />

regras e regulamentos. Este é o velho paradigma da administração.<br />

O novo paradigma da gestão por objectivos obriga uma nova postura<br />

comportamental de dirigentes e quadros marcada por: gerir<br />

é medir, medir é comparar, comparar é melhorar continuamente.<br />

Assim, na exacta medida em que se saiba comprar e gerir contratos,<br />

estamos a introduzir o novo paradigma de gestão por objectivos na<br />

administração. O grande problema é quando se pede a dirigentes<br />

e quadros formatados pela cultura de aplicação de normas e regulamentos<br />

a lidar com esta situação nova, estranha ao seu quadro<br />

mental: o outsourcing.<br />

VE - O Governo incentiva os organismos públicos a recorrerem<br />

ao outsourcing?<br />

JB - Com o PRACE o Governo assumiu o compromisso de, nos<br />

casos em que se verifiquem ganhos de eficiência ou eficácia, transferir<br />

para o sector privado ou social as actividades que não sejam<br />

críticas para as funções do Estado. A transferência de funções pode<br />

assumir formas que vão desde a empresarialização pública da função<br />

(sector público empresarial) a privatização total, passando pelo<br />

“terceiro sector” (instituições sem fins lucrativos), pelo outsourcing<br />

(o Estado é responsável pela função mas contrata a terceiros a sua<br />

execução) e indo até às parcerias público-privadas.


Viii<br />

sexta-feira, 25 Julho de 2008 ouTsourCing<br />

Amílcar Arantes, vogal do conselho directivo do Instituto Nacional de<br />

Administração, considera<br />

“Outsourcing de serviços<br />

de formação e consultoria<br />

é uma opção com elevado retorno”<br />

Para Amílcar Arantes, vogal do conselho directivo do Instituto Nacional de<br />

Administração (INA), o outsourcing pode ser uma boa opção, uma opção,<br />

como diz à VE, com “elevado retorno” no caso dos serviços de formação e<br />

consultoria. E será que os formandos do INA – estes são preparados para<br />

exercer elevados cargos no sector público – são sensibilizados para, um dia mais<br />

tarde, também eles recorrerem a este regime? Aqui, Amílcar Arantes dá-nos<br />

conta que o mais importante é acautelar o interesse público. Algo que poderá,<br />

claro está, passar pelo outsourcing.<br />

<strong>Vida</strong> <strong>Económica</strong> - O outsourcing<br />

é, na opinião do INA, uma<br />

solução de interesse para a administração<br />

pública no sentido<br />

da sua maior eficácia, maior<br />

celeridade?<br />

Amílcar Arantes - Nas áreas<br />

centrais de actuação do INA, o<br />

outsourcing tem-se revelado uma<br />

solução eficaz. E isto porque as<br />

necessidades de formação e consultoria,<br />

e, aqui, tanto as correntes<br />

como as emergentes das reformas<br />

em curso são satisfeitas, em<br />

tempo útil, e de forma eficiente,<br />

respeitando, assim, o plano de<br />

custos.<br />

VE - Na formação que prestam<br />

aos quadros da função<br />

pública, dão orientações viradas<br />

para o recurso frequente<br />

ao outsourcing ou isto não se<br />

Reditus ganha novos contratos<br />

no valor de 8,8 milhões de euros<br />

A Reditus, uma<br />

empresa que presta<br />

serviços em regime de<br />

outsourcing em diversas<br />

áreas, acaba de<br />

celebrar contratos no<br />

valor de 8,8 milhões<br />

de euros. Destes, seis<br />

milhões ligados à<br />

área do outsourcing<br />

de serviços, os outros<br />

2,8 milhões de euros,<br />

à área de sistemas de<br />

engenharia e mobilidade.<br />

“Dos novos<br />

contratos celebrados<br />

na área de outsourcing<br />

de serviços, 4,5<br />

milhões de euros, terão reflexo directo na facturação<br />

de 2008, o que representa um acréscimo de 24% em<br />

relação aos 18,5 milhões de euros de contratos transitados<br />

de anos anteriores e com impacto no corrente<br />

ano”, podemos ler em comunicado de imprensa.<br />

O que explica este crescimento?<br />

Miguel Ferreira, o director da empresa para a área<br />

de outsourcing de serviços, justifica esta evolução<br />

como sendo o “resultado da estratégia comercial e<br />

operacional do grupo Reditus”. Existem, diz ainda,<br />

“boas razões para usar estes serviços quer em fases de<br />

expansão económica, para suportar o crescimento da<br />

actividade, quer em momentos em que a economia<br />

está mais adversa, aqui, como forma de controlar<br />

melhor os custos e, até, proceder à sua redução”.<br />

Como seria de esperar, dentro deste segmento de<br />

negócios, destaca-se como a vertente mais lucrativa<br />

– isto, sobretudo nos sectores da banca, seguros e<br />

telecomunicações – aquela que está ligada às tec-<br />

verifica?<br />

AA - A formação ministrada<br />

pelo INA visa fornecer aos quadros<br />

da administração pública<br />

competências que lhes permitam<br />

dar uma resposta de qualidade<br />

face às exigências do serviço público<br />

que prestam. Complementarmente,<br />

pretende-se que os<br />

funcionários e os dirigentes sejam<br />

capazes de detectar fragilidades<br />

nos respectivos serviços e de<br />

identificar tópicos onde o recurso<br />

ao outsourcing pode surgir como<br />

forma de garantir que, na relação<br />

custo-benefício, o interesse público<br />

seja devidamente acautelado.<br />

VE - Onde pensam que o<br />

outsourcing poderá ser mais<br />

útil à função pública? Em que<br />

áreas?<br />

AA - No caso do INA, o out-<br />

nologias de informação.<br />

Afinal,<br />

a área de “IT<br />

Consulting” foi<br />

responsável pelo<br />

estabelecimento<br />

de 35% dos novos<br />

contratos, logo<br />

seguida pelo “IT<br />

Outsourcing”,<br />

a que se devem<br />

18% dos mesmos.<br />

O “Suporte<br />

Integrado ao Negócio”,<br />

outra vertente<br />

importante,<br />

essa, ficou com<br />

uma fatia de 49%.<br />

E, apesar de o peso da área ligada às tecnologias de<br />

informação ser, de facto, grande, Miguel Ferreira<br />

prefere destacar a de suporte ao negócio. “A área de<br />

‘Suporte Integrado ao Negócio’ representa já 49%<br />

do volume de negócios da área de outsourcing de<br />

serviços, sendo desta forma a área de negócios mais<br />

representativa da Reditus”, destaca. E acrescenta: “O<br />

que esperamos que se venha a evidenciar ainda mais<br />

nos próximos tempos”. E o futuro, de que forma a<br />

Reditus vê os tempos que se aproximam?<br />

A esta pergunta da VE, Miguel Ferreira responde<br />

com a aposta que pretendem continuar a realizar no<br />

crescimento orgânico sem deixarem de estar atentos<br />

a novas oportunidades. Desta forma, diz ainda, a<br />

“evolução será para projectos e ofertas de maior valor<br />

acrescentado, através de um envolvimento profundo<br />

com os objectivos de negócio dos nossos clientes”.<br />

A “evolução será para projectos e ofertas de maior valor<br />

acrescentado”, revela Miguel Ferreira, a respeito do futuro<br />

da Reditus<br />

sourcing de serviços de formação<br />

e consultoria, através do recurso a<br />

uma bolsa de cerca de 600 formadores<br />

externos, desde professores<br />

universitários a consultores de<br />

elevada competência e com reconhecido<br />

mérito em diversas áreas,<br />

é uma opção com elevado retorno.<br />

A flexibilidade associada ao<br />

outsourcing tem, nesta matéria,<br />

facilitado o objectivo principal de<br />

garantir a qualidade dos serviços<br />

prestados e o controlo dos custos<br />

que lhe são inerentes.<br />

VE - O que deve determinar<br />

a escolha de uma empresa que<br />

presta serviços de outsourcing<br />

à administração pública?<br />

AA - No âmbito de actuação<br />

do INA, o factor determinante<br />

na contratualização de um serviço<br />

de outsourcing é a competên-<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt<br />

“No INA, todas as prestações de serviços são avaliadas pelos formandos ou pelas entidades<br />

clientes do nosso instituto”, destaca Amílcar Arantes.<br />

cia do formador ou do consultor,<br />

sendo que, obviamente, a questão<br />

do custo não é descurada. Refirase<br />

que, no INA, todas as prestações<br />

de serviços são avaliadas pelos<br />

formandos ou pelas entidades<br />

clientes do nosso instituto, sendo<br />

que os resultados são determinantes<br />

no que diz respeito a futuras<br />

aquisições de serviços.<br />

VE - Pensam que o outsourcing<br />

vai ser um recurso crescente<br />

para os administradores<br />

da função pública?<br />

AA - Posso referir a tendência<br />

que, nesta matéria, se tem vindo<br />

a verificar no INA: é prática regular<br />

e crescente no nosso instituto<br />

o recurso a formadores e a<br />

investigadores externos. Seria um<br />

desafio inatingível criar um quadro<br />

interno de formadores e de<br />

investigadores que contemplasse<br />

todas as áreas e assuntos de interesse<br />

para a formação da administração<br />

pública, tendo em conta a<br />

diversidade, abrangência e ritmo<br />

da mudança.<br />

VE - O outsourcing implica<br />

uma colaboração estreita entre<br />

o sector público e o privado.<br />

Uma relação fácil para ambas<br />

as partes?<br />

AA - A experiência do INA indica<br />

que sim. Para outros serviços<br />

públicos, porventura mais complexos<br />

e difíceis de contratualizar<br />

e de monitorizar, em particular<br />

quando o horizonte temporal é<br />

mais alargado, as relações poderão,<br />

porventura, ter outras características.<br />

Sou de opinião que o<br />

sucesso de colaboração entre os<br />

sectores público e privado nos<br />

processos de outsourcing passa,<br />

em grande medida, pela aposta<br />

na preparação e formação dos<br />

quadros da administração pública.<br />

Cabe ao INA, no cumprimento<br />

da sua missão, contribuir para<br />

tal desiderato.<br />

SANDRA RIBEIRO<br />

sandraribeiro@vidaeconomica.pt<br />

Reconhecimento atribuído pelo Great Place to Work Institute<br />

PT ConTaCT enTre as melhores emPresas<br />

do País Para Trabalhar<br />

Um contact center também pode ser um bom local para se trabalhar.<br />

Que o diga a PT Contact – empresa do grupo Portugal Telecom<br />

especialista na gestão e optimização de contact centers –, que foi já<br />

distinguida como uma das trinta melhores empresas para trabalhar,<br />

em Portugal. Isto segundo o estudo realizado pelo Great Place to Work<br />

Institute (GPTW).<br />

Algo que ficou a dever-se à PT Contact, é certo, mas, em particular,<br />

ao seu Contact Center de Castelo Branco, através do qual participou<br />

neste projecto. “O Contact Center de Castelo Branco conta, actualmente,<br />

com 290 posições de atendimento, envolvendo cerca de 700<br />

pessoas. Este, devido ao seu dimensionamento, características físicas<br />

e condições de trabalho, é um motivo de orgulho para todos nós e<br />

uma referência no sector dos contact centers, em Portugal”, podemos<br />

ler no comunicado que chegou às nossas mãos. A presença da PT<br />

Contact na lista GPTW 2008, acrescentam ainda, demonstra o “empenho<br />

da organização na implementação de um conjunto de práticas<br />

de recursos humanos que contribuem para a melhoria do clima laboral<br />

da empresa, aumento dos níveis de motivação e performance, indispensáveis<br />

num mercado altamente competitivo e exigente”.<br />

Vodafone reforça aPosTa<br />

na área dos ConTaCT CenTers<br />

Uma área em expansão. É isso que podemos dizer dos contact centers,<br />

pelo menos, para a Vodafone. É isto que ficamos a saber quando<br />

falámos com as fontes do operador sobre o assunto e nos revelaram<br />

a abertura, há algum tempo atrás, de um novo contact center, desta<br />

feita, em Vila Nova de Gaia.<br />

Este, explicam, é “dotado das mais recentes tecnologias IP”, permitindo,<br />

assim, prestar serviços de atendimento telefónico, correio<br />

electrónico e chat aos clientes do operador. Trata-se, dizem ainda,<br />

de mais “uma estrutura de atendimento e apoio ao cliente localizada<br />

fora da capital e visa responder às necessidades de crescimento do<br />

serviço de apoio a clientes da Vodafone”. Uma evolução que acontece<br />

também graças à parceria que o operador estabeleceu com a RHmais,<br />

a empresa responsável pela gestão operacional deste contact center.<br />

Analisado com maior pormenor, verificamos que estamos perante<br />

uma estrutura com 750 metros quadrados e 100 postos de atendimento,<br />

os quais poderão, como explicam, estender-se até aos 150.<br />

Algo que, em termos de emprego, se traduz na criação de 350 novos<br />

postos de trabalho no concelho de Gaia.

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