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sistema intensivo de produção- caprino e ovino - medicina ...

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DAMARIS FERREIRA DE SOUZA<br />

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR EM MANEJO E PESQUISA COM<br />

CAPRINOS E OVINOS EM SISTEMA INTENSIVO DE PRODUÇÃO<br />

E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE A<br />

TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA PARA CABRITOS E CORDEIROS<br />

CURITIBA<br />

2009


DAMARIS FERREIRA DE SOUZA<br />

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR EM MANEJO E PESQUISA COM<br />

CAPRINOS E OVINOS EM SISTEMA INTENSIVO DE PRODUÇÃO<br />

E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE A<br />

TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA PARA CABRITOS E CORDEIROS<br />

Trabalho apresentado como pré-requisito<br />

para conclusão do Curso <strong>de</strong> Medicina Veterinária,<br />

Departamento <strong>de</strong> Medicina Veterinária, Setor <strong>de</strong><br />

Ciências Agrárias, da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Paraná.<br />

Supervisora: Profª Drª Alda Lúcia Gomes<br />

Monteiro<br />

Orientadora: Profª Drª Ivanete Susin<br />

CURITIBA<br />

2009


Dedico<br />

Ao Amado da minha alma:<br />

“Porque dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas.<br />

A Ele seja a glória para sempre!”<br />

(Romanos 11:36)


AGRADECIMENTOS<br />

Ao meu querido e inefável Deus por me permitir viver esses dias, por me livrar do vale da<br />

sombra da morte, direcionar minhas escolhas e <strong>de</strong>cisões, ser o amigo onipresente, por me compreen<strong>de</strong>r<br />

e por sempre trabalhar em favor daqueles que nEle esperam.<br />

A minha mãe Gelcira, por ser meu melhor exemplo <strong>de</strong> vida, por ensinar que não <strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>sistir,<br />

mas sim, enfrentar os <strong>de</strong>safios que nos são propostos, pois assim valorizamos muito mais nossas<br />

conquistas e nos tornamos mais dignos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutá-las.<br />

A minha irmã Neliane e ao meu irmão Jessé David por fazerem parte incondicional em cada<br />

etapa <strong>de</strong> nossas vidas.<br />

Aos familiares, fiéis colaboradores, Josevaldo, Salete, Denize, Ivone, Joaquim, Sidney Paulo,<br />

Ivonete, Ruth, Sergio Jr., Gustavo, Jovenal e aos amigos e „irmãos‟ da Igreja Internacional Luz e<br />

Vida, por cada oração em meu favor, por todo apoio e por incentivarem copiosamente meus estudos.<br />

A todo o corpo docente do curso <strong>de</strong> Medicina Veterinária da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná,<br />

por fundamentar minha formação, por toda instrução e <strong>de</strong>dicação oferecidas.<br />

A professora Alda Monteiro, por cada oportunida<strong>de</strong>, por toda orientação, por estar sempre<br />

disposta a ajudar e esten<strong>de</strong>r a mão, por empregar gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seu tempo objetivando nossas<br />

i<strong>de</strong>alizações.<br />

A todos os companheiros da turma 2005-2009 <strong>de</strong> Medicina Veterinária da UFPR/Campus<br />

Curitiba, especialmente aos inestimáveis e insubstituíveis amigos Ana Paula Perinazzo, Jonatas<br />

Campos <strong>de</strong> Almeida, Keila Youko Fujii e Thais Gislon da Silva, por compartilhar <strong>de</strong> momentos,<br />

agradáveis ou não, sempre <strong>de</strong>monstrando amiza<strong>de</strong> e espírito fraternal.<br />

Aos amigos do LAPOC/UFPR, sem exceções, por serem a melhor equipe com quem já trabalhei,<br />

por me integrarem ao grupo com carinho, pelos sorrisos envolvidos em cansaço, por todo respeito,<br />

confiança e competência <strong>de</strong>monstrados ao longo <strong>de</strong>sses anos.<br />

Aos funcionários do setor (Sr. Víctor, Sérgio e Marquinhos) e ao segurança Emerson, os quais<br />

por muito tempo foram meus principais colegas <strong>de</strong> trabalho.<br />

Ao prezado amigo Edson Ferraz Evaristo <strong>de</strong> Paula, por me acompanhar tão bondosamente<br />

nessa nossa jornada, pela gran<strong>de</strong> paciência, sincerida<strong>de</strong> e amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong> sempre.<br />

A professora Ivanete Susin, por aceitar nos orientar nessa fase importante pela qual passamos,<br />

por toda atenção e por nos oportunizar conhecimentos que jamais serão esquecidos.<br />

Aos amigos do SIPOC/ESALQ (Anali Linhares Lima, Michelle <strong>de</strong> Oliveira Maia, Diego<br />

Barcelos Galvani, Cristine Paduan Nolli, Antônio Lucas Selegato, Renato Shinkai Gentil, Evandro<br />

Maia Ferreira, Fabiane Souza da Costa, Rafael Meneghini, Marcos Vinícius Biehl, Professor<br />

Alexandre Vaz Pires, José Marcos, Alexandre, Joseval, Benedito, Adilson, Roberto, Hilda, Gisele,<br />

Rafael – “Caneco”, Delci, Wiolene, Débora, Amanda, Fernanda e Áurea) pelos conhecimentos<br />

partilhados, pela paciência, por toda ajuda e, principalmente, pela amiza<strong>de</strong> com que nos receberam e<br />

que mantiveram durante todo o período <strong>de</strong> estágio.<br />

As professoras Lucy Ono e Priscilla Ricabone Muradás e ao professor Ivan Roque <strong>de</strong> Barros<br />

Filho, por me honrarem com suas participações na argüição <strong>de</strong>ste trabalho, por terem sido exemplos<br />

<strong>de</strong> esforço e <strong>de</strong>dicação durante as aulas na graduação e por me ajudarem a tirar muitas dúvidas.<br />

Aos animais que <strong>de</strong>sempenharam papel crucial para minha formação, por serem a forma <strong>de</strong><br />

expressão mais pura <strong>de</strong> veracida<strong>de</strong>.<br />

A todos que me apoiaram, direta ou indiretamente, para que eu pu<strong>de</strong>sse chegar até aqui...<br />

Agra<strong>de</strong>ço sinceramente!


“O potencial das pessoas vai muito além do que elas próprias acreditam...<br />

Aproveite as oportunida<strong>de</strong>s...<br />

Quanto mais você sua no treinamento, menos sangra no campo <strong>de</strong> batalha.”<br />

Coronel Red


SUMÁRIO<br />

Lista <strong>de</strong> Abreviaturas ................................................................................................. vii<br />

Lista <strong>de</strong> Figuras ........................................................................................................ viii<br />

Lista <strong>de</strong> Quadros ........................................................................................................ ix<br />

Lista <strong>de</strong> Tabelas .......................................................................................................... x<br />

Resumo ...................................................................................................................... xi<br />

PARTE I – Relatório <strong>de</strong> Estágio Curricular<br />

Manejo e Pesquisa com Caprinos e Ovinos em Sistema Intensivo <strong>de</strong> Produção<br />

1.Introdução ............................................................................................................. 12<br />

2.Objetivo Geral do Estágio .................................................................................... 14<br />

2.1.Objetivos Específicos do Estágio ..................................................................... 14<br />

3.Descrição do Estágio ........................................................................................... 15<br />

3.1.Local e Época do Estágio ................................................................................. 15<br />

3.2.Animais............................................................................................................. 15<br />

3.3.Infra-estrutura ................................................................................................... 17<br />

3.4.Ativida<strong>de</strong>s Realizadas ...................................................................................... 19<br />

3.4.1.Manejo Geral do Rebanho ......................................................................... 19<br />

3.4.1.2.Alimentação ........................................................................................ 19<br />

3.4.1.3.Manejo Pós-parto ................................................................................ 20<br />

3.4.1.4.Desmame ............................................................................................ 20<br />

3.4.1.5.Or<strong>de</strong>nhas ............................................................................................ 20<br />

3.4.1.6.Manejo Sanitário ................................................................................. 21<br />

3.4.1.7.Casqueamento .................................................................................... 26<br />

3.4.1.8.Critérios para o Descarte .................................................................... 26<br />

3.4.2.Participação em Projetos <strong>de</strong> Pesquisa ...................................................... 26<br />

3.4.2.1.Experimento 1: Inclusão <strong>de</strong> óleos <strong>de</strong> canola, mamona ou girassol na<br />

dieta <strong>de</strong> ovelhas em lactação ............................................................................. 26<br />

3.4.2.1.1.Ativida<strong>de</strong>s Realizadas no Experimento 1 .............................. 27<br />

3.4.2.2.Experimento 2: Inclusão <strong>de</strong> óleos <strong>de</strong> canola, mamona ou girassol na<br />

dieta <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros em confinamento .................................................................. 29<br />

3.4.2.2.1.Ativida<strong>de</strong>s Realizadas no Experimento 2 .............................. 30<br />

3.4.2.3.Experimento 3: Digestibilida<strong>de</strong> aparente dos nutrientes das rações,<br />

balanço <strong>de</strong> nitrogênio e parâmetros ruminais <strong>de</strong> carneiros suplementados com<br />

óleos vegetais ..................................................................................................... 32<br />

3.4.2.3.1.Ativida<strong>de</strong>s Realizadas no Experimento 3 .............................. 33


3.4.2.4.Experimento 4: Efeito dos óleos <strong>de</strong> mamona, canola e girassol sobre a<br />

sincronização do estro, taxa <strong>de</strong> prenhez e parâmetros sangüíneos <strong>de</strong> ovelhas da<br />

raça Santa Inês .................................................................................................. 33<br />

3.4.2.4.1.Ativida<strong>de</strong>s Realizadas no Experimento 4 .............................. 34<br />

3.4.2.5.Experimento 5: Efeito <strong>de</strong> diferentes níveis iniciais <strong>de</strong> imunoglobulinas<br />

adquiridas <strong>de</strong> colostro <strong>caprino</strong>, b<strong>ovino</strong> natural e liofilizado sobre a flutuação <strong>de</strong><br />

proteínas séricas e <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> cabritos recém-nascidos ........................... 35<br />

3.4.2.5.1.Ativida<strong>de</strong>s Realizadas no Experimento 5 .............................. 35<br />

3.4.3.Outras Ativida<strong>de</strong>s ....................................................................................... 36<br />

4.Discussão .............................................................................................................. 37<br />

5.Consi<strong>de</strong>rações Finais........................................................................................... 41<br />

6.Referências ........................................................................................................... 42<br />

PARTE II – Revisão <strong>de</strong> Literatura<br />

Transferência <strong>de</strong> Imunida<strong>de</strong> Passiva para Cabritos e Cor<strong>de</strong>iros<br />

Resumo .................................................................................................................... 44<br />

Abstract .................................................................................................................... 45<br />

Introdução ................................................................................................................ 45<br />

Colostro ..................................................................................................................... 46<br />

Composição do Colostro ........................................................................................... 47<br />

Funções do Colostro ................................................................................................. 50<br />

Transferência <strong>de</strong> Imunida<strong>de</strong> Passiva por meio do Colostro ...................................... 52<br />

Fatores que Interferem sobre a Transferência <strong>de</strong> Imunida<strong>de</strong> Passiva ...................... 54<br />

Falhas na Transferência da Imunida<strong>de</strong> Passiva ........................................................ 57<br />

Fornecimento <strong>de</strong> Colostro ......................................................................................... 60<br />

Testes para a Avaliação da Transmissão <strong>de</strong> Imunida<strong>de</strong> Passiva .............................. 63<br />

Conclusão ................................................................................................................ 64<br />

Referências .............................................................................................................. 65<br />

7. Anexos .................................................................................................................. 69<br />

7.1.Tabelas das composições das rações ofertadas para os animais do<br />

SIPOC/ESALQ .......................................................................................................... 69<br />

7.2. Normas para a submissão <strong>de</strong> artigos para a Revista Archives of Veterinary<br />

Science do SIPOC/ESALQ ........................................................................................ 70


LISTA DE ABREVIATURAS<br />

AGNE ácidos graxos não-esterificados<br />

BID ‘bis in die’ = duas vezes ao dia<br />

Ca cálcio<br />

ECC escore <strong>de</strong> condição corporal<br />

ecG gonadotrofina coriônica eqüina<br />

ESALQ Escola Superior <strong>de</strong> Agricultura “Luiz <strong>de</strong> Queiroz”<br />

FTIP falha na transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva<br />

GGT gamaglutamiltransferase<br />

Ig imunoglobulina(s)<br />

IgA imunoglobulina a<br />

IgG imunoglobulina g<br />

IgM imunoglobulina m<br />

IGL-1 insulin-like growth factor 1<br />

IGL-2 insulin-like growth factor 2<br />

IM intramuscular<br />

IV intravenoso<br />

MS matéria seca<br />

P fósforo<br />

PB proteína bruta<br />

PV peso vivo<br />

SIPOC Sistema Intensivo <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Ovinos e Caprinos<br />

VO via oral<br />

ZST turbi<strong>de</strong>z em sulfato <strong>de</strong> zinco<br />

vii


LISTA DE FIGURAS<br />

FIGURA 1 - Borrego fistulado após procedimento cirúrgico para colocação <strong>de</strong> cânula<br />

ruminal para fins experimentais. ................................................................................ 16<br />

FIGURA 2 – Baias utilizadas para o alojamento <strong>de</strong> <strong>caprino</strong>s e <strong>ovino</strong>s do<br />

SIPOC/ESALQ .......................................................................................................... 17<br />

FIGURA 3 – Berçário para alojamento dos neonatos do SIPOC/ESALQ ................. 18<br />

FIGURA 4 – Cabritas em baias do tipo tie-stall no SIPOC/ESALQ ........................... 18<br />

FIGURA 5 – Galpão com gaiolas para ensaios <strong>de</strong> metabolismo do SIPOC/ESALQ .18<br />

FIGURA 6 – Média da <strong>produção</strong> leiteira (g <strong>de</strong> leite) dos lotes <strong>de</strong> cabras do<br />

SIPOC/ESALQ, após o parto ..................................................................................... 21<br />

viii


LISTA DE QUADROS<br />

QUADRO 1 - Rebanho <strong>ovino</strong> do SIPOC/ESALQ em setembro <strong>de</strong> 2009 ................... 16<br />

QUADRO 2 - Rebanho <strong>caprino</strong> do SIPOC/ESALQ em setembro <strong>de</strong> 2009 ............... 16<br />

QUADRO 3 – Proporção <strong>de</strong> tempo transcorrido em cada ativida<strong>de</strong> do estágio ........ 19<br />

ix


LISTA DE TABELAS<br />

TABELA 1 - Composição (% <strong>de</strong> MS) das rações experimentais para ovelhas em<br />

lactação .................................................................................................................... 28<br />

TABELA 2 - Composição das rações experimentais (% <strong>de</strong> MS) para cor<strong>de</strong>iros em<br />

confinamento ............................................................................................................. 31<br />

TABELA 3 - Concentrações dos tipos <strong>de</strong> imunoglobulinas nos fluidos corporais <strong>de</strong><br />

<strong>caprino</strong>s normais ...................................................................................................... 48<br />

TABELA 4 - Níveis <strong>de</strong> imunoglobulinas no colostro e no leite <strong>de</strong> ovelhas ................ 48<br />

TABELA 5 – Características do colostro e do leite <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> cabras Saanen . 49<br />

TABELA 6 - Composição do colostro e do leite <strong>de</strong> ovelhas e cabras ....................... 50<br />

x


RESUMO<br />

O <strong>sistema</strong> <strong>intensivo</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>ovino</strong>s e <strong>caprino</strong>s é <strong>de</strong> relevante importância<br />

para a pecuária brasileira, <strong>de</strong>stacando-se como uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fornecer<br />

produtos bem aceitos pelo consumidor, os quais são produzidos em áreas menores,<br />

em curtos períodos <strong>de</strong> tempo, nas diferentes estações do ano e que geram rápido<br />

retorno <strong>de</strong> capital. Comprovada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu emprego, o objetivo<br />

pretendido por meio da realização do estágio foi proporcionar e ampliar<br />

conhecimentos sobre a criação <strong>de</strong> <strong>ovino</strong>s e <strong>caprino</strong>s em regime <strong>intensivo</strong>. Dessa<br />

forma, foi prestado auxílio nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manejo geral do rebanho e feito<br />

acompanhamento nos projetos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>senvolvidos no Sistema Intensivo <strong>de</strong><br />

Produção da Escola Superior <strong>de</strong> Agricultura “Luiz <strong>de</strong> Queiroz”, entre julho e outubro<br />

<strong>de</strong> 2009. Foi possível vivenciar e apren<strong>de</strong>r sobre vários fatores envolvidos na<br />

<strong>produção</strong> animal. Além <strong>de</strong> reforçar a idéia <strong>de</strong> que é necessária uma boa formação<br />

acadêmica para direcionar a condução das ativida<strong>de</strong>s e contribuir para a melhoria da<br />

produtivida<strong>de</strong>. Foi permitido o entendimento da responsabilida<strong>de</strong> em se promover<br />

um controle mais efetivo junto ao rebanho em relação à re<strong>produção</strong>, à alimentação,<br />

à sanida<strong>de</strong> e aos cuidados específicos com cada categoria animal, para cumprir com<br />

a finalida<strong>de</strong> estabelecida em uma proprieda<strong>de</strong>. Nesse contexto, insere-se a<br />

essencialida<strong>de</strong> do fornecimento <strong>de</strong> colostro aos cabritos e cor<strong>de</strong>iros no período<br />

neonatal, ao qual os produtores <strong>de</strong>vem estar atentos para assegurar que a<br />

transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva seja efetivada, natural ou artificialmente,<br />

evitando danos à integrida<strong>de</strong> física do animal e, conseqüentemente, a seu<br />

<strong>de</strong>sempenho.<br />

xi


PARTE I - RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR<br />

MANEJO E PESQUISA COM CAPRINOS E OVINOS EM SISTEMA INTENSIVO DE<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

PRODUÇÃO<br />

O estágio foi realizado nas instalações do Sistema Intensivo <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong><br />

Ovinos e Caprinos, do Departamento <strong>de</strong> Zootecnia, da Escola Superior <strong>de</strong><br />

Agricultura “Luiz <strong>de</strong> Queiroz”, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Foi estabelecido um período <strong>de</strong> trabalho na área <strong>de</strong> <strong>produção</strong> animal no qual<br />

foram oportunizadas ações e intervenções relativas ao manejo geral dos rebanhos<br />

da instituição. Buscou-se o bom <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong>sempenho dos animais e,<br />

conseqüentemente, a a<strong>de</strong>quada condução e funcionamento das ativida<strong>de</strong>s do setor.<br />

Além disso, permitiu-se o contato com o emprego <strong>de</strong> diferentes metodologias para<br />

experimentação animal em diferentes linhas <strong>de</strong> pesquisa voltadas para a construção<br />

da ciência em <strong>ovino</strong> e <strong>caprino</strong>cultura.<br />

Essa etapa do curso possibilita ao acadêmico aplicar conhecimentos<br />

sedimentados ao longo da graduação, adquiridos em aulas ou mesmo em outros<br />

estágios realizados, o que <strong>de</strong>ve proporcionar o aperfeiçoamento e capacitação do<br />

novo profissional a ser inserido no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

Faz com que o aluno se <strong>de</strong>pare com as diferentes situações em que lhe é<br />

exigida agilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> raciocínio e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sua criativida<strong>de</strong>. Tal evento<br />

propicia ampliação do aprendizado, seja pela procura <strong>de</strong> textos literários para melhor<br />

compreensão dos acontecimentos evi<strong>de</strong>nciados, seja pela troca <strong>de</strong> informações pelo<br />

contato interpessoal que é estabelecido nesse ambiente.<br />

12


O caráter motivacional do estágio encontra-se intimamente relacionado ao<br />

<strong>de</strong>sejo do aluno em obter aprimoramento sobre aquilo que <strong>de</strong>sperta seus interesses.<br />

Nesse caso, focalizou-se o aprendizado pela <strong>produção</strong> <strong>de</strong> <strong>ovino</strong>s para corte e pela<br />

<strong>caprino</strong>cultura leiteira em regime <strong>de</strong> confinamento.<br />

Torna-se reconhecida a necessida<strong>de</strong> da realização do estágio em um <strong>sistema</strong><br />

<strong>intensivo</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong>, uma vez que tal realida<strong>de</strong> não pô<strong>de</strong> ser vivenciada<br />

anteriormente e, por se tratar <strong>de</strong> um <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> criação cada vez mais comumente<br />

encontrado no Brasil, infere-se que em situações futuras possam ser exigidos<br />

conhecimentos prévios para tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões sobre o assunto.<br />

13


2. OBJETIVO GERAL DO ESTÁGIO<br />

Proporcionar e ampliar conhecimentos sobre a criação <strong>de</strong> <strong>ovino</strong>s e <strong>caprino</strong>s<br />

em um <strong>sistema</strong> <strong>intensivo</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong>.<br />

2.1. Objetivos Específicos do Estágio<br />

Oportunizar a aplicação <strong>de</strong> conhecimentos obtidos ao longo da graduação e<br />

fornecer novas informações por meio da participação em ativida<strong>de</strong>s<br />

relacionadas ao manejo geral (sanitário, alimentar e reprodutivo) dos<br />

rebanhos <strong>ovino</strong> e <strong>caprino</strong> do Sistema Intensivo <strong>de</strong> Produção <strong>de</strong> Ovinos e<br />

Caprinos da Escola Superior <strong>de</strong> Agricultura “Luiz <strong>de</strong> Queiroz”<br />

(SIPOC/ESALQ).<br />

Ampliar conhecimentos sobre uso <strong>de</strong> metodologias científicas permitindo o<br />

acompanhamento das ativida<strong>de</strong>s vinculadas aos experimentos em<br />

andamento no SIPOC/ESALQ.<br />

14


3. DESCRIÇÃO DO ESTÁGIO<br />

3.1. Local e época do estágio<br />

O estágio foi <strong>de</strong>senvolvido nas instalações do Sistema Intensivo <strong>de</strong> Produção<br />

<strong>de</strong> Ovinos e Caprinos, do Departamento <strong>de</strong> Zootecnia, da Escola Superior <strong>de</strong><br />

Agricultura “Luiz <strong>de</strong> Queiroz” (SIPOC/ESALQ), da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo,<br />

localizada em Piracicaba/SP, durante o período compreendido entre 20 <strong>de</strong> julho e 09<br />

<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009, totalizando 480 horas, na área <strong>de</strong> <strong>produção</strong> animal com<br />

enfoque para a Ovino e Caprinocultura.<br />

Nesse período o grupo do SIPOC/ESALQ era formado por 7 funcionários, 9<br />

alunos <strong>de</strong> pós-graduação, e 4 estagiários, sob a coor<strong>de</strong>nação e orientação da Profª.<br />

Drª. Ivanete Susin e do Prof. Dr. Alexandre Vaz Pires.<br />

3.2. Animais<br />

O rebanho <strong>ovino</strong> era caracterizado por raças <strong>de</strong> aptidão para corte,<br />

predominantemente, por animais da raça Santa Inês (quadro 1). Gran<strong>de</strong> parte<br />

<strong>de</strong>sses animais era utilizada em ativida<strong>de</strong>s experimentais, sendo alguns <strong>de</strong>les<br />

fistulados (com cânulas no rúmen) para realização <strong>de</strong> ensaios <strong>de</strong> metabolismo <strong>de</strong><br />

dietas (figura 1).<br />

O rebanho <strong>caprino</strong> (quadro 2) era fundamentalmente direcionado à<br />

<strong>caprino</strong>cultura leiteira, constituído por animais da raça Saanen. Por outro lado, havia<br />

também a presença <strong>de</strong> animais com sangue da raça Boer, uma vez que há<br />

pretensão em se implantar um rebanho <strong>caprino</strong> para corte no local.<br />

Semelhantemente aos <strong>ovino</strong>s, também eram <strong>de</strong>stinados ao uso em práticas<br />

experimentais.<br />

15


Figura 1 - Borrego fistulado após procedimento cirúrgico para colocação <strong>de</strong><br />

cânula ruminal para fins experimentais.<br />

Quadro 1 - Rebanho <strong>ovino</strong> do SIPOC/ESALQ em setembro <strong>de</strong> 2009.<br />

Categoria N° <strong>de</strong> animais Padrão racial<br />

Carneiros<br />

3<br />

3<br />

Ile <strong>de</strong> France<br />

Santa Inês<br />

Carneiros canulados 5 Santa Inês<br />

Rufião 1 Santa Inês<br />

Ovelhas 217 Santa Inês<br />

Ovelhas para <strong>de</strong>scarte 7 Santa Inês<br />

Borregos 7 Santa Inês<br />

Borregos canulados 6 Santa Inês<br />

Borregas<br />

50<br />

75<br />

Santa Inês<br />

½ Santa Inês ½ Dorper<br />

Cor<strong>de</strong>iros 84 ½ Santa Inês ½ Dorper<br />

Cor<strong>de</strong>iras 95 ½ Santa Inês ½ Dorper<br />

Quadro 2 - Rebanho <strong>caprino</strong> do SIPOC/ESALQ em setembro <strong>de</strong> 2009.<br />

Categoria N° <strong>de</strong> animais Padrão racial<br />

1 Boer<br />

Bo<strong>de</strong>s<br />

2 ¾ Boer ¼ Saanen<br />

4 Saanen<br />

11 Saanen<br />

Cabras<br />

15 ½ Saanen ½ Boer<br />

5 ¾ Boer ¼ Saanen<br />

13 Saanen<br />

Cabritas com mais <strong>de</strong> 1 ano<br />

14 ½ Saanen ½ Boer<br />

1 ¾ Boer ¼ Saanen<br />

Cabritas com 2 meses<br />

5<br />

12<br />

Saanen<br />

½ Saanen ½ Boer<br />

16


Os quadros 1 e 2 refletem a formação dos rebanhos em setembro <strong>de</strong> 2009,<br />

mas é sabido que esse panorama não é constante po<strong>de</strong>ndo ser alterado pela<br />

ocorrência <strong>de</strong> mortes, nascimentos, <strong>de</strong>scartes, doações, mudanças <strong>de</strong> categoria,<br />

<strong>de</strong>ntre outros fatores inerentes à <strong>produção</strong> <strong>de</strong> animais.<br />

3.3. Infra-estrutura<br />

Os <strong>ovino</strong>s eram alojados em baias cobertas, com piso <strong>de</strong> concreto, com<br />

cochos para fornecimento <strong>de</strong> ração, saleiros e bebedouros ou, no caso dos animais<br />

não-experimentais, po<strong>de</strong>riam ser encaminhados às áreas <strong>de</strong> pasto conforme a<br />

disponibilida<strong>de</strong> da oferta <strong>de</strong> forragem. Os <strong>caprino</strong>s permaneciam em baias cobertas,<br />

com piso ripado, com cochos, saleiros e bebedouros.<br />

Figura 2 – Baias utilizadas para o alojamento <strong>de</strong> <strong>caprino</strong>s e <strong>ovino</strong>s do<br />

SIPOC/ESALQ.<br />

As instalações eram constituídas por um capril, on<strong>de</strong> é disposto o rebanho<br />

leiteiro; berçário, para acomodar os cabritos após o nascimento; baias do tipo tie-<br />

stall 1 nas quais são colocados cabritos, cor<strong>de</strong>iros maiores ou animais em fase <strong>de</strong><br />

experimentação; baias para alojamento dos reprodutores; baias coletivas para cada<br />

lote <strong>de</strong> animais, separados por categoria; unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> confinamento para a<br />

realização <strong>de</strong> experimentos; centro <strong>de</strong> manejo; galpão com gaiolas para ensaios <strong>de</strong><br />

1.Tie-stall: tipo <strong>de</strong> baia para confinamento total, na qual o animal fica constantemente preso,<br />

comumente pelo pescoço, recebendo a alimentação em cocho.<br />

17


metabolismo; câmaras frias; fábrica <strong>de</strong> ração; <strong>de</strong>pósito para armazenamento <strong>de</strong><br />

feno; sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha; sala para beneficiamento do leite; laboratórios on<strong>de</strong> são<br />

procedidas análises laboratoriais básicas; farmácia; almoxarifado; cozinha; vestiários<br />

e salas para estudo. Constava ainda <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> pastagem <strong>de</strong> coastcross 2 , dois<br />

silos e esterqueira.<br />

Figura 3 - Berçário para alojamento dos neonatos do SIPOC/ESALQ.<br />

Figura 4 - Cabritas em baias do tipo tie-stall no SIPOC/ESALQ.<br />

Figura 5 - Galpão com gaiolas para ensaios <strong>de</strong> metabolismo do SIPOC/ESALQ.<br />

2. Coastcross:gramínea subtropical, híbrida do Cynodon, que apresenta alto valor nutritivo e boa<br />

<strong>produção</strong>.<br />

18


3.4. Ativida<strong>de</strong>s Realizadas<br />

Foi prestado auxílio nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manejo geral do rebanho, incluindo<br />

manejo nutricional, manejo <strong>de</strong> pós-parto e sanitário dos animais. Além disso, tendo<br />

em vista que o estágio ocorreu em uma instituição <strong>de</strong> ensino envolvida com a<br />

geração <strong>de</strong> informações por meio <strong>de</strong> investigações científicas, houve participação<br />

nos projetos <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>senvolvidos durante o período.<br />

Assim, foi empregada maior parte do tempo em ativida<strong>de</strong>s práticas. Não foi<br />

registrado o número exato <strong>de</strong> horas investidas em cada ativida<strong>de</strong>, mas conforme o<br />

quadro 3, é possível <strong>de</strong>monstrar uma proporção aproximada das mesmas.<br />

Quadro 3 – Proporção <strong>de</strong> tempo transcorrido em cada ativida<strong>de</strong> do estágio.<br />

Manejo geral 35%<br />

Ativida<strong>de</strong>s experimentais 50%<br />

Outras ativida<strong>de</strong>s 15%<br />

3.4.1. Manejo Geral do Rebanho<br />

3.4.1.1. Alimentação<br />

O arraçoamento dos animais era realizado uma vez ao dia, com dietas<br />

formuladas <strong>de</strong> acordo com cada categoria animal (em anexo). O fornecimento <strong>de</strong> sal<br />

mineral, diferenciado entre as espécies, era ofertado uma vez por semana com o<br />

intuito <strong>de</strong> proporcionar quantida<strong>de</strong> suficiente para aten<strong>de</strong>r às exigências diárias dos<br />

rebanhos. Os animais dispunham <strong>de</strong> água à vonta<strong>de</strong>.<br />

No caso <strong>de</strong> alguns cor<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>bilitados, nascidos há algumas semanas antes do<br />

início do estágio, era feito o aleitamento artificial com o uso <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>iras<br />

individuais ou coletivas.<br />

19


3.4.1.2. Manejo pós-parto<br />

Foi realizado o acompanhamento da estação <strong>de</strong> nascimento dos cabritos. Em<br />

casos <strong>de</strong> distocias, os partos foram auxiliados e em <strong>de</strong>terminadas situações fez-se<br />

necessária a realização <strong>de</strong> cesarianas.<br />

Assim que os cabritos nasciam, era permitida e auxiliada a retirada dos<br />

envoltórios fetais <strong>de</strong> sobre os mesmos, após eram separados das mães (fato comum<br />

em rebanhos leiteiros), colocados em baias individuais e <strong>de</strong>stinados às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

experimentação com o uso <strong>de</strong> diferentes fontes <strong>de</strong> colostro.<br />

As informações referentes à i<strong>de</strong>ntificação dos animais (peso ao nascer, nome e<br />

peso da mãe, dia <strong>de</strong> nascimento e características da pelagem) eram registradas em<br />

ca<strong>de</strong>rnos. Para cada individuo eram confeccionadas coleiras com números e nomes<br />

(estes só para as fêmeas). Machos e fêmeas possuíam numerações diferentes.<br />

A partir <strong>de</strong> uma semana <strong>de</strong> vida, era feita a <strong>de</strong>scorna (amochamento) e tatuagem<br />

na orelha dos animais.<br />

3.4.1.3. Desmame<br />

Para os cor<strong>de</strong>iros preconizava-se a realização do <strong>de</strong>smame quando atingiam o<br />

peso vivo (PV) médio <strong>de</strong> 15 kg ou a partir dos 56 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Com relação aos<br />

cabritos, o <strong>de</strong>smame era efetuado a partir dos dois meses ou com PV superior a 12<br />

kg.<br />

3.4.1.4. Or<strong>de</strong>nhas<br />

Após a parição, as cabras eram or<strong>de</strong>nhadas diariamente e distribuídas em lotes<br />

<strong>de</strong> acordo com a <strong>produção</strong> leiteira. As cabras do lote consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> alta <strong>produção</strong><br />

eram or<strong>de</strong>nhadas duas vezes ao dia, enquanto, as cabras pertencentes ao lote <strong>de</strong><br />

20


aixa <strong>produção</strong> eram or<strong>de</strong>nhadas apenas uma vez ao dia. Após as or<strong>de</strong>nhas era<br />

realizado o pós-dipping e remoção <strong>de</strong> possíveis <strong>de</strong>jetos na sala <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha.<br />

Foi feito o monitoramento da <strong>produção</strong> leiteira para ambos os lotes, sendo<br />

possível a observação da evolução da lactação no <strong>de</strong>correr do tempo. A figura 6<br />

apresenta as médias da <strong>produção</strong> leiteira das cabras paridas do SIPOC/ESALQ em<br />

<strong>de</strong>terminado período, po<strong>de</strong>ndo ser verificada uma diminuição da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leite<br />

produzida pelos lotes ao longo dos dias, até que seja completada a secagem,<br />

associada também ao fornecimento <strong>de</strong> uma dieta <strong>de</strong> menor qualida<strong>de</strong>.<br />

Figura 6 - Média da <strong>produção</strong> leiteira (g <strong>de</strong> leite) dos lotes <strong>de</strong> cabras do<br />

SIPOC/ESALQ, após o parto.<br />

A secagem, nesse caso, era <strong>de</strong>sejável pois não seria feita a comercialização<br />

para consumo do leite, nem utilização do produto para aleitamento dos cabritos<br />

neonatos.<br />

3.4.1.5. Manejo sanitário<br />

A fim <strong>de</strong> reduzir os riscos <strong>de</strong> infecção por doenças endêmicas para o<br />

rebanho, foi aplicado o esquema <strong>de</strong> vacinação comumente utilizado no setor, pelo<br />

21


qual os cor<strong>de</strong>iros são vacinados contra clostridioses e contra pasteurelose, duas<br />

semanas antes do <strong>de</strong>smame (eventualmente, alguns cor<strong>de</strong>iros foram vacinados<br />

alguns dias após o <strong>de</strong>smame).<br />

Foi realizada vermifugação das cabras após o parto, os <strong>de</strong>mais animais não<br />

foram vermifugados durante o período, uma vez que, segundo programação adotada<br />

no setor, os animais recebem anti-helmínticos apenas duas vezes ao ano pelo fato<br />

<strong>de</strong> permanecerem a maior parte do tempo em confinamento, tendo menores<br />

chances <strong>de</strong> se infectarem, sendo o controle consi<strong>de</strong>rado eficiente. O controle <strong>de</strong><br />

ectoparasitas costuma ser realizado por meio <strong>de</strong> pulverizações somente quando se<br />

observa necessida<strong>de</strong>.<br />

Algumas cabras no terço final <strong>de</strong> gestação apresentaram-se infestadas por<br />

Damalinia caprae, uma espécie <strong>de</strong> piolho mastigador, altamente ativo, que causa<br />

irritação, prurido intenso, lesões epiteliais e alopecia (Urquhart et al., 1998). No<br />

entanto, optou-se por não efetuar o tratamento, baseado na aplicação <strong>de</strong> compostos<br />

organofosforados, amitraz ou piretrói<strong>de</strong>s, pois o mesmo po<strong>de</strong>ria vir a causar<br />

transtornos reprodutivos não sendo, portanto, recomendável sua aplicabilida<strong>de</strong>.<br />

Foi realizado o acompanhamento e segregação dos animais doentes ou com<br />

suspeitas clínicas, procurando-se efetuar os tratamentos convenientes para cada<br />

caso conforme as possibilida<strong>de</strong>s impostas. As enfermida<strong>de</strong>s constatadas foram:<br />

Ceratoconjuntivite contagiosa: observada principalmente em cor<strong>de</strong>iros,<br />

que apresentaram opacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> córnea, secreções oculares e avermelhamento <strong>de</strong><br />

esclera. Nos animais afetados, foi procedida a limpeza dos olhos com água e<br />

aplicação <strong>de</strong> cloridrato <strong>de</strong> oxitetraciclina e hidrocortisona (spray) em toda a área<br />

afetada.<br />

22


Linfa<strong>de</strong>nite caseosa: verificada maior prevalência entre os animais<br />

adultos. Para iniciar as intervenções, era esperado o amolecimento do abscesso e<br />

queda <strong>de</strong> pêlos no local alterado. Nessas condições, incisava-se o abscesso,<br />

drenava-se a secreção característica da doença, procedia-se a limpeza com solução<br />

à base <strong>de</strong> iodo, e fazia-se o curativo com antibiótico spray (cloridrato <strong>de</strong><br />

oxitetraciclina e hidrocortisona) e ungüento cicatrizante. Os animais apresentavam<br />

cicatrização e recuperação rápida. Os restos do material utilizado para se fazer o<br />

curativo eram queimados para evitar disseminação do agente da doença<br />

(Corynebacterium pseudotuberculosis).<br />

Deficiência <strong>de</strong> vitamina B1: os animais nesta situação encontravam-se<br />

<strong>de</strong>bilitados, apresentavam rigi<strong>de</strong>z dos membros posteriores e apatia, o que os<br />

impedia <strong>de</strong> se alimentarem voluntariamente ocasionando um estado <strong>de</strong> anorexia. O<br />

tratamento era fundamentado na administração <strong>de</strong> vitamina B1 em doses<br />

inicialmente altas (por volta <strong>de</strong> 3mL BID), reduzindo-se gradativamente o volume da<br />

aplicação, até sua completa cessação, conforme observação <strong>de</strong> melhora do animal.<br />

Além disso, era realizada fluidoterapia com soro glicosado e facilitação do acesso à<br />

alimentação e água à vonta<strong>de</strong>.<br />

Pneumonia: foi realizado o acompanhamento <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> suspeitas<br />

clínicas em que os animais apresentavam estertores, algumas vezes tosse, e baixo<br />

<strong>de</strong>sempenho comparativamente aos <strong>de</strong>mais animais <strong>de</strong> seu lote. Em necropsias<br />

realizadas constatou-se hepatização dos lobos pulmonares, sem outros achados<br />

mais conclusivos. Em casos iniciais, procedia-se a administração <strong>de</strong> antibióticos<br />

(geralmente florfenicol, 1mL/20kg <strong>de</strong> PV, em duas aplicações com intervalo <strong>de</strong> 48<br />

horas), no entanto, em casos mais crônicos, o tratamento era insuficiente e optava-<br />

se pela eutanásia.<br />

23


Mastite: mais freqüentemente observada em fêmeas em lactação.<br />

Como medida terapêutica era realizada or<strong>de</strong>nha manual dos animais acometidos,<br />

sendo <strong>de</strong>scartado o leite, e feita antibioticoterapia (por muitas vezes com a aplicação<br />

<strong>de</strong> Tilosina, 1mL/20kg <strong>de</strong> PV, por 3 a 5 dias) e realização <strong>de</strong> curativos, até<br />

evi<strong>de</strong>nciar a recuperação dos animais.<br />

Podridão dos cascos (Foot-Rot): verificada em cor<strong>de</strong>iros confinados ou<br />

em ovelhas mantidas por algum tempo em pastagem. Os animais apresentavam<br />

claudicação, odor pútrido nos interdígitos e lesões nos cascos e tecidos adjacentes.<br />

Realizava-se a higienização da região (com água e sabão), casqueamento, retirada<br />

dos <strong>de</strong>bris, imersão ou embebição em solução <strong>de</strong> iodo e uso <strong>de</strong> composto à base <strong>de</strong><br />

formol para tratamento (spray <strong>de</strong> hidantoína, com aplicação tópica em toda a área<br />

afetada). Depois <strong>de</strong> concluídos os curativos diários era realizada a limpeza dos<br />

materiais utilizados prevenindo a disseminação da doença.<br />

Diarréias: evi<strong>de</strong>nciada em cor<strong>de</strong>iros aleitados artificialmente (com uso<br />

<strong>de</strong> mama<strong>de</strong>ira) ou em cor<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>smamados. Por ingestão exagerada <strong>de</strong> leite ou<br />

por mudanças na alimentação. Em casos suspeitos <strong>de</strong> infecção, era aplicada<br />

sulfadiazina sódica com trimetoprim (1mL/30kg <strong>de</strong> PV, via IM profunda, durante 3 a<br />

5 dias) como medida terapêutica.<br />

Urolítiase: observada em cor<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>smamados que <strong>de</strong>monstravam<br />

dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> micção, prostração e alguns ainda escoiceavam a região abdominal.<br />

Foram adotadas como medidas corretivas, a verificação do balanço da dieta, da<br />

relação Ca:P e a adição <strong>de</strong> cloreto <strong>de</strong> amônio em níveis mais elevados na<br />

formulação da ração. Foi administrado fenilbutazona (IV lenta) aos animais e, em<br />

alguns casos, realizada cistocentese. Mantendo-se a constante disponibilização <strong>de</strong><br />

água limpa. No entanto, infelizmente, houve perdas <strong>de</strong> alguns animais. Em uma<br />

24


necropsia realizada, após eutanásia <strong>de</strong> animal com quadro <strong>de</strong> uroperitônio, foi<br />

verificada ruptura <strong>de</strong> vesícula urinária.<br />

Toxemia da prenhez: observada em cabras no período pré-parto,<br />

principalmente, em casos <strong>de</strong> gestação <strong>de</strong> fetos múltiplos. Os animais apresentavam<br />

dificulda<strong>de</strong> ou inabilida<strong>de</strong> para ficar em pé, <strong>de</strong>pressão, “olhar para as estrelas”, baixa<br />

ou nula ingestão <strong>de</strong> alimento, se<strong>de</strong> e exalavam odor semelhante a ácido acético,<br />

proveniente do aumento da <strong>produção</strong> <strong>de</strong> corpos cetônicos no organismo. Como<br />

tratamento foi fornecido propilenoglicol ou glicerina (por volta <strong>de</strong> 200 mL/dia, VO) e<br />

realizada fluidoterapia com soro <strong>de</strong> cálcio glicosado (cerca <strong>de</strong> 250 mL, IV), foi<br />

disponibilizada alimentação mais energética e água, prestando-se ainda auxílio<br />

quando as cabras tentavam se levantar e colocando-as em pé. Na maioria dos<br />

casos, optou-se ainda por proce<strong>de</strong>r à retirada dos fetos por meio <strong>de</strong> operações<br />

cesarianas.<br />

Traumatismos: em borrego com fratura na região do Úmero foi<br />

realizada imobilização com tala improvisada e administração <strong>de</strong> antiinflamatórios,<br />

mantendo-se o animal em acompanhamento até recuperação do apoio e formação<br />

do calo ósseo. Também houve o inci<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma ovelha que sofreu pisoteio por um<br />

cavalo e, visto que a mesma agonizava, foi realizado seu abate no qual foram<br />

verificadas fraturas <strong>de</strong> várias costelas e hematomas por toda a região costal o que,<br />

além <strong>de</strong> tudo, levou a um baixo aproveitamento da carcaça.<br />

Procurou-se também manter boas condições <strong>de</strong> higiene e limpeza das baias,<br />

cochos, bebedouros e saleiros para os animais.<br />

25


3.4.1.6. Casqueamento<br />

O casqueamento dos animais era efetuado sempre que observada<br />

necessida<strong>de</strong>, sendo realizado com maior freqüência nos <strong>caprino</strong>s mantidos em baias<br />

<strong>de</strong> piso ripado, a fim <strong>de</strong> evitar problemas <strong>de</strong> aprumos.<br />

3.4.1.7. Critérios para Descartes<br />

Os animais eram consi<strong>de</strong>rados próprios para <strong>de</strong>scarte quando, por meio do<br />

acompanhamento dos rebanhos, eram <strong>de</strong>tectadas falhas reprodutivas (como retorno<br />

ao cio após inseminações), prolapso (uterino ou retal), teto(s) com lesões<br />

secundárias à mastite, fêmeas com histórico <strong>de</strong> nascimentos <strong>de</strong> natimortos e pelo<br />

avanço da ida<strong>de</strong> associado às condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do animal avaliado.<br />

3.4.2. Participação em projetos <strong>de</strong> pesquisa<br />

3.4.2.1. Experimento 1: Inclusão <strong>de</strong> óleos <strong>de</strong> canola, mamona ou girassol<br />

na dieta <strong>de</strong> ovelhas em lactação<br />

Foi <strong>de</strong>terminado um <strong>de</strong>lineamento experimental <strong>de</strong> blocos inteiramente<br />

casualizados, no qual foram utilizadas quarenta e quatro ovelhas da raça Santa Inês,<br />

distribuídas em quatro tratamentos com 11 repetições, <strong>de</strong> acordo com a data do<br />

parto, tipo <strong>de</strong> parto (simples ou gemelar) e sexo dos cor<strong>de</strong>iros, sendo cada ovelha<br />

consi<strong>de</strong>rada uma unida<strong>de</strong> experimental.<br />

Foram estabelecidas quatro dietas isonitrogenadas (15% PB): uma dieta<br />

controle e três com a inclusão <strong>de</strong> 3% <strong>de</strong> óleo (canola, girassol ou mamona) na MS<br />

da dieta, formuladas <strong>de</strong> modo a aten<strong>de</strong>r às exigências <strong>de</strong> ovelhas em lactação<br />

(NRC, 2007). Assim, objetivou-se verificar a influência da utilização dos referidos<br />

26


óleos na dieta <strong>de</strong> ovelhas em lactação sobre o consumo <strong>de</strong> MS, <strong>produção</strong> e<br />

composição físico-química do leite, perfil <strong>de</strong> ácidos graxos do leite, parâmetros<br />

sanguíneos (glicose e ácidos graxos não esterificados - AGNE) e alteração no peso<br />

e/ou condição corporal.<br />

As ovelhas foram alojadas, com seus respectivos cor<strong>de</strong>iros em baias<br />

cobertas, com piso <strong>de</strong> concreto, cocho para ração, saleiro e bebedouro. Foi<br />

impedido o acesso dos cor<strong>de</strong>iros à alimentação da mãe até o <strong>de</strong>smame e/ou<br />

finalização do experimento.<br />

3.4.2.1.1. Ativida<strong>de</strong>s realizadas no experimento 1:<br />

O arraçoamento foi realizado diariamente, sendo os óleos acrescentados ao<br />

concentrado, <strong>de</strong> acordo com o tratamento, minutos antes da oferta aos animais,<br />

evitando-se o processo <strong>de</strong> rancificação do alimento. A relação <strong>de</strong> volumoso:<br />

concentrado manteve-se em 50:50 durante todo o período experimental. A dieta<br />

experimental era composta conforme o verificado na tabela 1.<br />

Diariamente, foi verificada a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sobras <strong>de</strong> alimento em cada baia,<br />

admitindo-se uma sobra <strong>de</strong> até 15% da oferta, <strong>de</strong> modo a permitir o ajuste do<br />

fornecimento para um consumo ad libitum da ração.<br />

Para a <strong>de</strong>terminação da variação do peso corporal, cada ovelha foi pesada<br />

por três dias consecutivos (sem jejum alimentar) no início e fim do período<br />

experimental, sendo também verificado seu escore <strong>de</strong> condição corporal (ECC).<br />

27


Tabela 1 - Composição (% <strong>de</strong> MS) das rações experimentais para ovelhas em<br />

lactação.<br />

Tratamentos¹<br />

Ingredientes DC CAN MAM GIR<br />

Feno <strong>de</strong> “coastcross” 50,0 50,0 50,0 50,0<br />

Milho moído 33,9 30,3 30,3 30,3<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 13,3 13,9 13,9 13,9<br />

Óleo <strong>de</strong> canola - 3,0 - -<br />

Óleo <strong>de</strong> mamona - - 3,0 -<br />

Óleo <strong>de</strong> girassol - - - 3,0<br />

Uréia 0,6 0,6 0,6 0,6<br />

Calcário 0,3 0,3 0,3 0,3<br />

Mistura mineral² 1,9 1,9 1,9 1,9<br />

Composição química:<br />

Matéria Seca 44,9 45,0 45,0 45,0<br />

Proteína Bruta 15,0 15,0 15,0 15,0<br />

Fibra em Detergente Neutro 27,8 27,6 27,6 27,6<br />

Extrato Etéreo 3,1 5,9 5,9 5,9<br />

Energia Líquida Lactação³ 1,7 1,8 1,8 1,8<br />

¹DC: Dieta Controle; CAN: Adição <strong>de</strong> 3% <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> canola; MAM: Adição <strong>de</strong> 3% <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> mamona; GIR: Adição <strong>de</strong><br />

3% <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> girassol.<br />

²Composição: Ca 13,4%, P 7,5%, Mg 1%, S 7%, Cl 21,8%, Na 14,5%, Mn 1100 mg/kg, Fe 500 mg/kg, Zn 4600 mg/kg,<br />

Cu 300 mg/kg, Co 40 mg/kg, I 55 mg/kg, Se 30 mg/kg.<br />

³Mcal/kg <strong>de</strong> MS<br />

Semanalmente procedia-se a or<strong>de</strong>nha das ovelhas para que fosse possível a<br />

avaliação da <strong>produção</strong> e composição do leite. Pela manhã, os cor<strong>de</strong>iros eram<br />

separados <strong>de</strong> suas mães e a estas eram administradas 10 UI <strong>de</strong> ocitocina sintética<br />

injetável (IV), seguindo-se or<strong>de</strong>nha com or<strong>de</strong>nha<strong>de</strong>ira mecânica. O leite <strong>de</strong>sta<br />

or<strong>de</strong>nha era <strong>de</strong>scartado. Após essa primeira or<strong>de</strong>nha, aguardavam-se três horas e<br />

repetia-se o processo, porém, o leite obtido neste novo período era pesado e seu<br />

valor era multiplicado por oito (Susin et al., 1995), com o propósito <strong>de</strong> se obter uma<br />

estimativa da <strong>produção</strong> diária <strong>de</strong> cada ovelha. Posteriormente, seriam efetuados os<br />

cálculos para correção do leite para gordura e proteína.<br />

Da amostra <strong>de</strong> leite adquirida, 15 mL eram colocados em recipiente com<br />

conservante (2-bromo-2-nitropropano-1-3-diol) e acondicionadas sob refrigeração,<br />

para permitir futura <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> proteína, gordura, lactose, extrato seco total,<br />

extrato seco <strong>de</strong>sengordurado e contagem <strong>de</strong> células somáticas. Outra alíquota <strong>de</strong><br />

28


300 mL era engarrafada, para vir a compor uma amostra composta dos diferentes<br />

dias <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nha <strong>de</strong> cada ovelha, e congelada a -18°C para provável realização das<br />

análises <strong>de</strong> ácidos graxos por meio da técnica <strong>de</strong> cromatografia gasosa.<br />

A cada nova batida <strong>de</strong> ração era feita uma amostra do concentrado a ser<br />

utilizado no experimento. Uma vez por semana, eram recolhidas e pesadas as<br />

sobras dos cochos dos animais. Retirava-se 10% <strong>de</strong>ssas sobras <strong>de</strong> cada indivíduo e<br />

compunha-se uma amostra composta homogeneizada para cada tratamento. Essa<br />

amostra era acondicionada em sacos plásticos, <strong>de</strong>vidamente i<strong>de</strong>ntificada e levada<br />

ao congelamento (-10°C) até que fossem encaminhadas para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> sua<br />

composição bromatológica.<br />

Houve participação ainda, nas coletas <strong>de</strong> sangue por punção da veia jugular<br />

(na 1ª, 3ª, 5ª e 7ª semanas do experimento) e da artéria carótida (na 2ª e 6ª<br />

semanas). A coleta era realizada antes e quatro horas após o fornecimento da dieta,<br />

utilizando-se tubos a vácuo (BD VacutainerTM), o sangue era centrifugado e o soro<br />

armazenado em tubos ependorfes, congelado para ser enviado posteriormente ao<br />

laboratório para <strong>de</strong>terminação da glicemia e da concentração <strong>de</strong> AGNE.<br />

3.4.2.2. Experimento 2: Inclusão <strong>de</strong> óleos <strong>de</strong> canola, mamona ou girassol<br />

na dieta <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros em confinamento<br />

Foi <strong>de</strong>finido um <strong>de</strong>lineamento <strong>de</strong> 9 blocos completos casualizados, no qual<br />

foram utilizados 36 cor<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>smamados, machos da raça Santa Inês, com PV<br />

médio inicial <strong>de</strong> 18 kg, filhos das ovelhas utilizadas no experimento 1, mantendo-se<br />

os respectivos tratamentos aos quais foram submetidas suas mães, a saber:<br />

tratamento controle (sem suplementação lipídica) e tratamentos com adição <strong>de</strong> 3%<br />

<strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> canola, girassol ou mamona na MS da dieta.<br />

29


Os cor<strong>de</strong>iros foram alojados individualmente em baias cobertas e com piso<br />

cimentado, contendo bebedouro automático, saleiro e cocho para ração.<br />

Foram formuladas rações isonitrogenadas (16% PB), compostas por 10% <strong>de</strong><br />

volumoso e 90% <strong>de</strong> concentrado na MS, satisfazendo aos requerimentos <strong>de</strong><br />

cor<strong>de</strong>iros com potencial <strong>de</strong> crescimento mo<strong>de</strong>rado (NRC, 2007).<br />

Desse modo, buscou-se avaliar o efeito da inclusão dos óleos citados sobre o<br />

consumo <strong>de</strong> MS, ganho <strong>de</strong> peso diário médio, eficiência alimentar, características<br />

da carcaça, composição centesimal e perfil <strong>de</strong> ácidos graxos no músculo<br />

Longissimus dorsi <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros em confinamento.<br />

3.4.2.2.1. Ativida<strong>de</strong>s realizadas no experimento 2:<br />

Os cor<strong>de</strong>iros receberam a ração experimental apenas uma vez ao dia, pois<br />

lhes era disponibilizada uma dieta <strong>de</strong> constituição consi<strong>de</strong>rada seca (Tabela 2), que<br />

mesmo ofertada ad libitum não sofreria <strong>de</strong>terioração significativa ao longo do dia.<br />

Além disso, dispunham <strong>de</strong> água e sal mineral à vonta<strong>de</strong>.<br />

Semanalmente, era realizada a retirada das sobras dos cochos <strong>de</strong> cada baia<br />

para permitir o acompanhamento do consumo <strong>de</strong> MS pelos cor<strong>de</strong>iros, proce<strong>de</strong>ndo-<br />

se o cálculo das médias diárias.<br />

Foi efetuado o acompanhamento do <strong>de</strong>sempenho dos cor<strong>de</strong>iros, por meio <strong>de</strong><br />

pesagens, e os mesmos permaneceram confinados até atingirem o PV médio <strong>de</strong> 35<br />

kg (pós-jejum), <strong>de</strong>terminado como padrão <strong>de</strong> PV ao abate.<br />

30


Tabela 2 - Composição das rações experimentais (% <strong>de</strong> MS) para cor<strong>de</strong>iros em<br />

confinamento.<br />

Tratamentos¹<br />

Ingredientes DC CAN MAM GIR<br />

Feno <strong>de</strong> “coastcross” 10,0 10,0 10,0 10,0<br />

Milho moído 71,2 67,0 67,0 67,0<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 15,6 16,8 16,8 16,8<br />

Óleo <strong>de</strong> canola - 3,0 - -<br />

Óleo <strong>de</strong> mamona - - 3,0 -<br />

Óleo <strong>de</strong> girassol - - - 3,0<br />

Calcário 1,2 1,2 1,2 1,2<br />

Suplemento Mineral² 1,5 1,5 1,5 1,5<br />

Cloreto <strong>de</strong> Amônio 0,5 0,5 0,5 0,5<br />

Composição química:<br />

Matéria Seca 89,0 89,3 89,3 89,3<br />

Proteína Bruta 16,0 16,0 16,0 16,0<br />

Fibra em Detergente Neutro 17,1 16,8 16,7 16,7<br />

Extrato Etéreo 3,4 6,2 6,2 6,2<br />

Energia Metabolizável³ 2,3 2,4 2,4 2,4<br />

¹DC: Dieta Controle; CAN: Adição <strong>de</strong> 3% <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> canola; MAM: Adição <strong>de</strong> 3% <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> mamona; GIR: Adição <strong>de</strong><br />

3% <strong>de</strong> óleo <strong>de</strong> girassol.<br />

²Composição: Ca 13,4%, P 7,5%, Mg 1%, S 7%, Cl 21,8%, Na 14,5%, Mn 1100 mg/kg, Fe 500 mg/kg, Zn 4600 mg/kg,<br />

Cu 300 mg/kg, Co 40 mg/kg, I 55 mg/kg, Se 30 mg/kg.<br />

³ Mcal/kg <strong>de</strong> MS.<br />

Logo após o procedimento <strong>de</strong> abate, ocorrido conforme os cor<strong>de</strong>iros atingiram<br />

o peso estabelecido, cada carcaça era eviscerada, realizando-se a pesagem <strong>de</strong><br />

cada uma das partes do trato gastrointestinal (cheio e vazio). Pesaram-se ainda,<br />

esôfago, os rins, todo o tecido adiposo abdominal, cabeça, (máscara e língua<br />

separadamente) pele e mocotós. A carcaça <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong>sses componentes era<br />

pesada e <strong>de</strong>terminava-se o peso <strong>de</strong> carcaça quente. Posteriormente, era inserida<br />

em câmara fria por 24 horas a 4ºC.<br />

Assim, seguindo-se o resfriamento, foi mensurado o pH através do músculo<br />

Longissimus dorsi com o uso <strong>de</strong> um peagâmetro. Também foi verificada a espessura<br />

<strong>de</strong> gordura com o uso <strong>de</strong> paquímetro e a área do músculo (entre a 12ª e 13ª costela<br />

da meia carcaça esquerda), sendo realizado o <strong>de</strong>senho da área <strong>de</strong> olho <strong>de</strong> lombo<br />

em papel vegetal, contornando o músculo exposto, Longíssimus dorsi, para<br />

seqüencialmente, ser mensurado com o uso <strong>de</strong> planímetro graduado em cm².<br />

31


Cada carcaça foi pesada inteira para se obter o peso <strong>de</strong> carcaça fria e<br />

seccionada longitudinalmente em duas meias carcaças, as quais também foram<br />

pesadas para <strong>de</strong>terminação do rendimento. Foram executadas as mensurações <strong>de</strong><br />

comprimento externo, comprimento interno, largura da garupa, comprimento da<br />

perna, perímetro da garupa, largura do tórax e profundida<strong>de</strong> do tórax.<br />

Foram realizados os cortes comerciais das meias carcaças: pescoço, costilhar<br />

(subdividido em lombo, costela e matambre), paleta e pernil, segundo Osório (1998).<br />

Cada um dos referidos cortes foram individualmente pesados, armazenados em<br />

sacos plásticos e i<strong>de</strong>ntificados <strong>de</strong> acordo com sua respectiva meia carcaça.<br />

O lombo <strong>de</strong> cada meia carcaça esquerda foi separado, embalado a vácuo e<br />

armazenado a -20ºC a fim <strong>de</strong> possibilitar a <strong>de</strong>terminação da composição centesimal<br />

e do perfil <strong>de</strong> ácidos graxos.<br />

3.4.2.3. Experimento 3: Digestibilida<strong>de</strong> aparente dos nutrientes das<br />

rações, balanço <strong>de</strong> nitrogênio e parâmetros ruminais <strong>de</strong> carneiros<br />

suplementados com óleos vegetais<br />

Foi <strong>de</strong>terminado um <strong>de</strong>lineamento experimental com o uso <strong>de</strong> um quadrado<br />

latino 4x4, <strong>de</strong>finido por quatro tratamentos, quatro animais (carneiros Santa Inês<br />

com cânulas ruminais) e quatro períodos experimentais, buscando-se analisar a<br />

dieta utilizada no experimento 1.<br />

O experimento consistiu em ensaios <strong>de</strong> metabolismo em gaiolas metálicas, <strong>de</strong><br />

forma a possibilitar a avaliação da influência da adição dos óleos vegetais (canola,<br />

girassol e mamona) na dieta <strong>de</strong> carneiros confinados sobre o consumo,<br />

digestibilida<strong>de</strong> dos nutrientes, balanço <strong>de</strong> nitrogênio e parâmetros ruminais.<br />

32


3.4.2.3.1. Ativida<strong>de</strong>s realizadas no experimento 3:<br />

As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas ficaram limitadas ao fornecimento da dieta, em<br />

período adaptativo e experimental. O alimento era ofertado ad libitum uma vez ao<br />

dia, aceitando-se sobras <strong>de</strong> até 10% da oferta.<br />

3.4.2.4. Experimento 4: Efeito dos óleos <strong>de</strong> mamona, canola e girassol<br />

sobre a sincronização do estro, taxa <strong>de</strong> prenhez e parâmetros<br />

sangüíneos <strong>de</strong> ovelhas da raça Santa Inês.<br />

Foi <strong>de</strong>senvolvido um estudo utilizando-se um <strong>de</strong>lineamento experimental <strong>de</strong><br />

blocos completos casualizados, composto por 120 ovelhas da raça Santa Inês,<br />

distribuídas conforme peso e ECC registrados no início do experimento. As ovelhas<br />

(com 30 dias após o parto) foram confinadas em grupos <strong>de</strong> três ovelhas por baia,<br />

com seus respectivos cor<strong>de</strong>iros.<br />

Foram estabelecidos quatro tratamentos caracterizados pela inclusão <strong>de</strong><br />

óleos vegetais no concentrado da dieta: um tratamento controle (sem a adição <strong>de</strong><br />

óleo) e três tratamentos com a adição <strong>de</strong> 3,0% <strong>de</strong> óleo (canola, mamona ou girassol)<br />

sobre a % <strong>de</strong> MS. As exigências nutricionais foram atendidas conforme o NRC<br />

(2007), pela formulação <strong>de</strong> dietas experimentais isoenergéticas (exceto para o<br />

tratamento controle) e isonitrogenadas, mantendo-se a relação <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong><br />

concentrado e 50% <strong>de</strong> volumoso (feno <strong>de</strong> coastcross) no momento do fornecimento<br />

da ração.<br />

Diante <strong>de</strong>sse quadro, preten<strong>de</strong>u-se avaliar o efeito da inclusão dos diferentes<br />

óleos sobre a sincronização do estro, taxa <strong>de</strong> prenhez e parâmetros sangüíneos das<br />

ovelhas testadas.<br />

33


3.4.2.4.1. Ativida<strong>de</strong>s realizadas no experimento 4:<br />

Foi feito o acompanhamento do preparo e administração da ração aos<br />

animais. Em dias alternados, era feita a pesagem e o fornecimento ad libitum da<br />

dieta, admitindo-se sobras <strong>de</strong> até 15% da quantida<strong>de</strong> ofertada. Para estimar o<br />

consumo <strong>de</strong> MS eram recolhidas, uma vez por semana, as sobras dos cochos, as<br />

quais eram pesadas. Após realizava-se a separação <strong>de</strong> 10% do material obtido em<br />

cada baia, para compor amostras que eram embaladas e conservadas a -20ºC,<br />

sendo encaminhadas para análises bromatológicas.<br />

Foram realizadas duas coletas <strong>de</strong> amostras <strong>de</strong> sangue, no meio e ao término<br />

do período experimental, por arteriopunção carotí<strong>de</strong>a a vácuo, com uso <strong>de</strong> tubos<br />

contendo anticoagulante, as quais foram centrifugadas a 4000 rpm, acondicionando-<br />

se o soro obtido a -20ºC para futuro estabelecimento do perfil <strong>de</strong> ácidos graxos.<br />

Ao 65º dia experimental foi efetivado o uso do protocolo <strong>de</strong> sincronização <strong>de</strong><br />

estro. Foi introduzido um dispositivo intra-vaginal à base <strong>de</strong> progesterona<br />

reutilizados (23 dias <strong>de</strong> uso) o qual foi retirado após 5 dias. Logo em seguida a<br />

retirada do dispositivo, foram aplicados ecG e prostaglandina. Para facilitar a<br />

i<strong>de</strong>ntificação dos animais, os mesmos foram previamente numerados em ambos os<br />

lados do costado e no dorso.<br />

Na seqüência, carneiros foram distribuídos em lotes com as ovelhas conforme<br />

os tratamentos, na proporção <strong>de</strong> um reprodutor para <strong>de</strong>z ovelhas. Os animais foram<br />

mantidos sob observação visual durante 72 horas continuamente, sendo realizado<br />

revezamento dos observadores em turnos <strong>de</strong> três horas, para a <strong>de</strong>tecção e<br />

confirmação <strong>de</strong> cio, anotando-se os horários <strong>de</strong> aceitação das montas. Após esse<br />

período, as ovelhas permaneceram nas mesmas condições experimentais por mais<br />

sete dias.<br />

34


3.4.2.5. Experimento 5: Efeito <strong>de</strong> diferentes níveis iniciais <strong>de</strong><br />

imunoglobulinas adquiridas <strong>de</strong> colostro <strong>caprino</strong>, b<strong>ovino</strong> natural<br />

e liofilizado sobre a flutuação <strong>de</strong> proteínas séricas e<br />

<strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> cabritos recém-nascidos.<br />

Foi <strong>de</strong>terminado um <strong>de</strong>lineamento experimental inteiramente casualizado em<br />

parcelas subdivididas no tempo. Deverão ser utilizadas 40 cabritas recém-nascidas<br />

da raça Saanen (ou mestiças) até o fim do período experimental, distribuídas<br />

aleatoriamente em cinco tratamentos <strong>de</strong>finidos pelos diferentes níveis <strong>de</strong><br />

imunoglobulinas G (IgG) no colostro administrado aos animais, conforme segue:<br />

colostro <strong>caprino</strong> <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> (±45mg/mL <strong>de</strong> IgG), colostro <strong>caprino</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

mo<strong>de</strong>rada (±20mg/mL <strong>de</strong> IgG), colostro b<strong>ovino</strong> <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> (±45mg/mL <strong>de</strong><br />

IgG), colostro b<strong>ovino</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rada (±20mg/mL <strong>de</strong> IgG) e colostro b<strong>ovino</strong><br />

liofilizado (±45mg/mL <strong>de</strong> IgG, após ressuspensão em leite b<strong>ovino</strong> integral).<br />

Dessa forma, espera-se avaliar a interferência <strong>de</strong>ssas concentrações iniciais<br />

<strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva adquirida sobre a precocida<strong>de</strong> e intensida<strong>de</strong> da instituição da<br />

proteção ativa em relação ao <strong>de</strong>sempenho animal.<br />

3.4.2.5.1. Ativida<strong>de</strong>s realizadas no experimento 5:<br />

Logo após o nascimento, as cabritas eram separadas <strong>de</strong> suas mães, limpas e<br />

secas e recebiam pools <strong>de</strong> colostro <strong>caprino</strong> ou b<strong>ovino</strong> (5% do PV) às 0, 12 e 24<br />

horas após o nascimento.<br />

A partir do segundo dia <strong>de</strong> vida, eram fornecidos 400 mL <strong>de</strong> leite b<strong>ovino</strong> em<br />

bal<strong>de</strong>, pela manhã e no final da tar<strong>de</strong>, até que fossem completados 60 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

quando era realizado o <strong>de</strong>smame.<br />

35


Nos primeiros dias <strong>de</strong> vida, as cabritas permaneceram alojadas em gaiolas<br />

individualizadas e, a partir dos 30 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, foram encaminhadas para baias do<br />

tipo tie-stall, tendo sido sempre disponibilizados água e concentrado à vonta<strong>de</strong>.<br />

Foram realizadas pesagens, para <strong>de</strong>terminação do <strong>de</strong>sempenho, e coletas <strong>de</strong><br />

sangue <strong>de</strong> cada animal por venopunção jugular (em tubos com e sem<br />

anticoagulante), nas seguintes datas experimentais: 0, ½, 1, 2, 5, 10, 15, 17, 20, 25,<br />

30, 35, 40, 50 e 60 dias <strong>de</strong> vida. As amostras foram encaminhadas para análises<br />

laboratoriais para <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> proteínas séricas totais, hematócrito,<br />

quantificação das imunoglobulinas (Ig) séricas e da fração <strong>de</strong> IgG dos pools <strong>de</strong><br />

colostro <strong>caprino</strong> e b<strong>ovino</strong>.<br />

3.4.3. Outras Ativida<strong>de</strong>s<br />

Foram auxiliados os procedimentos cirúrgicos realizados (cesarianas,<br />

fistulações e canulações ruminais e duo<strong>de</strong>nais), assessorando-se o pós-cirúrgico.<br />

Houve acompanhamento breve em outras ativida<strong>de</strong>s experimentais;<br />

participação e auxílio nas aulas práticas ocorridas no SIPOC/ESALQ, e; sempre que<br />

possível, investiu-se tempo em leitura <strong>de</strong> textos relativos aos acontecimentos<br />

vistos e em discussões para compreensão dos mesmos.<br />

36


4. DISCUSSÃO<br />

Por meio do estágio foi possível vivenciar a importância da existência dos<br />

<strong>sistema</strong>s <strong>de</strong> <strong>produção</strong> intensiva para <strong>caprino</strong>s e <strong>ovino</strong>s. Ficou comprovada a<br />

necessida<strong>de</strong> do emprego <strong>de</strong>sse modo <strong>de</strong> criação no cenário brasileiro frente à<br />

<strong>de</strong>manda crescente <strong>de</strong> carne ovina e caprina nos últimos anos, principalmente, nas<br />

regiões Nor<strong>de</strong>ste e Su<strong>de</strong>ste (Quadros, 2005), aliada à <strong>produção</strong> insuficiente para<br />

aten<strong>de</strong>r ao mercado consumidor.<br />

A terminação <strong>de</strong> animais em confinamento possibilita a constância da oferta<br />

<strong>de</strong> carne em todas as épocas do ano (principalmente, quando são utilizadas raças<br />

não-estacionais no rebanho), eleva a taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrute, maximiza a taxa <strong>de</strong> ganho <strong>de</strong><br />

peso, reduz a ida<strong>de</strong> ao abate e permite a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> carne com características<br />

organolépticas consi<strong>de</strong>radas preferenciais àqueles terminados em pastagem<br />

(Cândido et al., 2008; Turino et al., 2007 e Quadros, 2005).<br />

A prática <strong>de</strong> confinamento restringe potencialmente a infecção parasitária<br />

através da ingestão <strong>de</strong> larvas infectantes (geralmente presentes em pastagem),<br />

porém, tal como relatado por Amarante (1995) e pelo SENAR-PR (2004), favorece a<br />

manutenção e propagação <strong>de</strong> ectoparasitas, <strong>de</strong> protozoários (como a Eimeria spp.)<br />

e <strong>de</strong> Strongyloi<strong>de</strong>s papillosus, sendo imprescindíveis os cuidados com a limpeza e<br />

higiene das instalações, sobretudo na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>smame.<br />

Além disso, semelhantemente ao observado por Cândido et al. (2008), o<br />

maior controle adquirido nesse <strong>sistema</strong> causa um <strong>de</strong>créscimo nas perdas<br />

conseqüentes às <strong>de</strong>ficiências nutricionais. Por outro lado, a fim <strong>de</strong> viabilizar a<br />

<strong>produção</strong>, são utilizadas dietas com alta proporção <strong>de</strong> concentrado cujo percentual<br />

<strong>de</strong> energia e proteína venha a provocar a redução do tempo <strong>de</strong> permanência dos<br />

animais em terminação. Devendo-se, portanto, formular dietas que atendam aos<br />

37


equerimentos <strong>de</strong> cada animal, <strong>de</strong> acordo com a ida<strong>de</strong>, sexo, peso ao abate pré-<br />

<strong>de</strong>terminado e genótipo.<br />

Nesse contexto, é evi<strong>de</strong>nte a importância <strong>de</strong> um bom embasamento técnico<br />

sobre nutrição, po<strong>de</strong>ndo-se fazer uso <strong>de</strong> resíduos e subprodutos da indústria<br />

alimentícia (Turino et al., 2007), para elaboração <strong>de</strong> um plano nutricional com dietas<br />

balanceadas que evitem distúrbios metabólicos, reflitam em um bom <strong>de</strong>sempenho<br />

dos animais, permitam a diminuição dos custos com o confinamento e promovam a<br />

aceleração da obtenção <strong>de</strong> lucro pelo produtor.<br />

Verificou-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conciliar a boa produtivida<strong>de</strong> e o bem-estar<br />

animal, tal como discutido por Molento (2005), mesmo em pesquisas que objetivam<br />

a otimização da produtivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> maneira que atendam, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas limitações,<br />

os requisitos para manutenção da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos animais.<br />

Assim como constatado por Costa e Quintiliano (2007), nota-se nesse <strong>sistema</strong><br />

um maior controle e responsabilida<strong>de</strong> para com os cuidados com o rebanho, uma<br />

vez que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m inteiramente dos recursos fornecidos por <strong>de</strong>terminação humana.<br />

Devendo-se projetar a<strong>de</strong>quadamente as instalações, distribuindo e alojando os<br />

animais <strong>de</strong> acordo com as finalida<strong>de</strong>s impostas.<br />

Foi evi<strong>de</strong>nciada a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um bom acompanhamento rotineiro da<br />

<strong>produção</strong>, para garantir índices favoráveis e <strong>de</strong>sejáveis em uma proprieda<strong>de</strong>,<br />

interferindo precocemente sempre que constatada alguma irregularida<strong>de</strong> quanto ao<br />

manejo geral aplicado aos animais.<br />

Diante disso, o investimento com ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa sobre temas<br />

relacionados à <strong>caprino</strong> e <strong>ovino</strong>cultura no Brasil é <strong>de</strong> extrema relevância, pois além<br />

<strong>de</strong> propiciar a ampliação do conhecimento sobre os fatores que permeiam uma<br />

ativida<strong>de</strong> produtiva, fornecem dados que são disponibilizados à socieda<strong>de</strong> e<br />

38


contribuem para direcionar a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> implantar ou não novas tecnologias e/ou<br />

metodologias a campo, seguindo-se a melhoria da produtivida<strong>de</strong> do país.<br />

Foi constatada também a complexida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduzir um experimento que<br />

apresenta entraves quanto ao emprego <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas metodologias, como<br />

aquelas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> avaliações realizadas com animais fistulados. Nesse caso,<br />

<strong>de</strong> acordo com os dados <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> Lopes et al. (1999), é percebida a real<br />

necessida<strong>de</strong> da aplicabilida<strong>de</strong> da técnica para a obtenção <strong>de</strong> dados mais fi<strong>de</strong>dignos<br />

do que os encontrados pelo uso <strong>de</strong> outras metodologias.<br />

As fistulações permitem o acesso ao interior do trato digestivo para a<br />

realização <strong>de</strong> coletas do alimento teste, a infusão <strong>de</strong> nutrientes, uma melhor<br />

compreensão do processo fermentativo, enfim, possibilita a <strong>de</strong>terminação da<br />

digestibilida<strong>de</strong> das frações nutritivas da dieta (Leão et al., 2004; Brito et al, 2007a;<br />

Savian et al., 2003). Contudo exige maior cautela tanto para com os animais<br />

canulados por ser uma técnica invasiva e incômoda, como para com a amostragem<br />

propriamente dita, evitando perdas ou contaminação (Furtado et al., 2000 e Lopes et<br />

al., 1999). Por isso, é preciso avançar em estudos na busca <strong>de</strong> novas metodologias<br />

e/ou aperfeiçoar o uso das existentes (Lopes et al., 1999; Härter, 2009; Brito et al.,<br />

2007b; Furtado et al., 2000).<br />

Em relação às ativida<strong>de</strong>s experimentais foi observada ainda a possibilida<strong>de</strong> do<br />

uso <strong>de</strong> óleos vegetais na dieta <strong>de</strong> ruminantes com intuito <strong>de</strong> diminuir a proporção <strong>de</strong><br />

gorduras saturadas na carne e no leite e aumentar seus teores <strong>de</strong> ácido linoléico<br />

conjugado e <strong>de</strong> ácidos graxos poliinsaturados, não somente por seu efeito sobre as<br />

características sensoriais dos alimentos, mas também por apresentar proprieda<strong>de</strong>s<br />

nutracêuticas com efeitos benéficos na nutrição e saú<strong>de</strong> humana (Vieira et al.,<br />

2009).<br />

39


Quanto à busca por alternativas para o fornecimento <strong>de</strong> colostro para cabritos<br />

<strong>de</strong> leite, advertiu-se sobre a importância da administração eficiente <strong>de</strong>sse importante<br />

veículo <strong>de</strong> imunização para a manutenção da vida animal, sendo por isso tema da<br />

revisão bibliográfica apresentada na continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste trabalho.<br />

No <strong>de</strong>correr do período <strong>de</strong> estágio, ainda foi oportunizada a utilização <strong>de</strong><br />

vários medicamentos que até então não se tinha conhecimento da existência ou que<br />

não se tinha visto sua aplicabilida<strong>de</strong> em <strong>ovino</strong>s e <strong>caprino</strong>s, fato que po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>corrente das diferentes enfermida<strong>de</strong>s observadas em relação aos animais criados<br />

em <strong>sistema</strong>s extensivos. Ressaltando a importância <strong>de</strong> um bom embasamento<br />

técnico para evitar a administração equivocada <strong>de</strong> princípios ativos e para avaliar a<br />

ampla varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fármacos disponíveis no mercado, abrindo o leque <strong>de</strong><br />

alternativas que po<strong>de</strong>m ser encontradas nas diferentes regiões.<br />

Ficou, portanto, bem <strong>de</strong>finido o conceito <strong>de</strong> homologia (Arnau e Lapote,<br />

1993), pelo qual se afirma que mais <strong>de</strong> um fármaco po<strong>de</strong>rá ser utilizado<br />

satisfatoriamente para uma mesma indicação, apresentando eficácia e contra-<br />

indicações similares, cabendo ao médico veterinário eleger qual o mais indicado em<br />

cada caso, <strong>de</strong> acordo com a disponibilida<strong>de</strong> na região, a farmacoterapêutica, a<br />

farmacodinâmica e também, os custos que po<strong>de</strong>m ser distintos e <strong>de</strong>vem ser levados<br />

em consi<strong>de</strong>ração.<br />

Além disso, durante o estágio, ficou confirmada a importância da atuação do<br />

médico veterinário na área <strong>de</strong> <strong>produção</strong> animal (seja em assuntos relacionados à<br />

saú<strong>de</strong> animal, à re<strong>produção</strong>, à saú<strong>de</strong> pública, à nutrição e a outras linhas <strong>de</strong><br />

trabalho) conjuntamente aos <strong>de</strong>mais profissionais <strong>de</strong> ciências agrárias.<br />

Nesse ínterim, é reforçada a idéia <strong>de</strong> que toda ativida<strong>de</strong> formativa, como o<br />

estágio realizado, sempre é muito válida. Mesmo quando já se possui alguma<br />

40


experiência em relação ao tema <strong>de</strong> estudo, o estágio é proveitoso, pois permite<br />

aplicar os conhecimentos já existentes, aperfeiçoando a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

planejamento e execução <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s.<br />

Sempre há alguma novida<strong>de</strong> a ser aprendida, não apenas sobre um assunto<br />

pré-estabelecido. O estágio permite a troca <strong>de</strong> informações entre as pessoas, o que<br />

faz com que vários pontos <strong>de</strong> vista diferentes sejam discutidos, e assim, se produza<br />

mais conhecimento, o qual po<strong>de</strong>rá ser aproveitado para o benefício do novo<br />

profissional e, conseqüentemente, para o progresso da <strong>produção</strong> animal.<br />

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

O estágio proporcionou uma ampliação da visão sobre a <strong>caprino</strong> e <strong>ovino</strong>cultura<br />

gerando conhecimento sobre a realida<strong>de</strong> dos diferentes fatores envolvidos em um<br />

regime <strong>intensivo</strong> <strong>de</strong> <strong>produção</strong> e, <strong>de</strong>ssa forma, aten<strong>de</strong>u aos objetivos inicialmente<br />

propostos.<br />

Fica a certeza, <strong>de</strong> que in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do regime <strong>de</strong> criação adotado em<br />

uma proprieda<strong>de</strong>, é fundamental um bom trabalho em equipe, um bom planejamento<br />

sobre o que se preten<strong>de</strong> fazer, organização e uma boa formação para que haja um<br />

bom <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>produção</strong> e para que as metas <strong>de</strong>finidas, junto ao produtor,<br />

sejam alcançadas.<br />

41


6. REFERÊNCIAS<br />

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VIEIRA, A.D.S.; SANTOS, K.M.O.; MORAES, G.M.D. et al. Influência <strong>de</strong> estratégias para aumentar<br />

a concentração <strong>de</strong> ácido linoléico conjugado (CLA) sobre a aceitação <strong>de</strong> queijos <strong>caprino</strong> tipo coalho. In:<br />

XVI ENAAL - Encontro Nacional <strong>de</strong> Analistas <strong>de</strong> Alimentos, 2009, Belo Horizonte. Anais do XVI<br />

Encontro Nacional <strong>de</strong> Analistas <strong>de</strong> Alimentos, 2009.<br />

43


PARTE II - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA PARA CABRITOS E CORDEIROS<br />

(Passive immune transfer in goat kids and lambs)<br />

RESUMO - Cor<strong>de</strong>iros e cabritos são hipo ou agamaglobulinêmicos ao nascimento e<br />

necessitam receber proteção imunológica passiva, até que produzam seus próprios<br />

anticorpos. A forma mais comum <strong>de</strong>sse aporte é dada pela ingestão <strong>de</strong> colostro,<br />

sendo fundamental para a viabilida<strong>de</strong> e sobrevivência do neonato. O colostro possui<br />

uma elevada concentração <strong>de</strong> imunoglobulinas que po<strong>de</strong>m agir contra vários<br />

agentes infecciosos e que são absorvidas efetivamente apenas durante as primeiras<br />

horas <strong>de</strong> vida. A transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores ligados à<br />

mãe, ao cor<strong>de</strong>iro e ao manejo dos animais, po<strong>de</strong>ndo ocorrer falhas quando um<br />

<strong>de</strong>sses é alterado. O uso <strong>de</strong> métodos diagnósticos para a avaliação da qualida<strong>de</strong> e<br />

do consumo <strong>de</strong> colostro proporciona uma percepção prematura dos riscos no<br />

rebanho, servindo como importante ferramenta na prevenção <strong>de</strong> doenças neonatais<br />

e na redução das taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Portanto, o colostro é um produto<br />

imprescindível nessa fase e os produtores <strong>de</strong>vem estar atentos quanto a isso <strong>de</strong><br />

forma que seja garantida a transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva, natural ou<br />

artificialmente, evitando danos à integrida<strong>de</strong> física do animal e, conseqüentemente,<br />

a sua produtivida<strong>de</strong>.<br />

Palavras-chave: imunoglobulinas, imunização passiva, colostro, ruminantes<br />

44


ABSTRACT - Lambs and goat kids are hypo or agammaglobulinemics at birth and<br />

need to receive passive immune protection until they produce their own<br />

antibodies. The most common form of this transference is given by the ingestion of<br />

colostrum which is essential for the viability and survival of the newborn. Colostrum<br />

has a high concentration of immunoglobulins that may act against several infectious<br />

agents and that are absorbed effectively only during the first hours of life. The<br />

transfer of immunity is <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt on factors related to the mother, the lamb and the<br />

management of the animals may experience failures when one of these<br />

changes. The use of diagnostic methods for assessing the quality and consumption<br />

of colostrum provi<strong>de</strong>s an early perception of risk in the herd, serving as an important<br />

tool in preventing disease and reducing neonatal mortality rates. Therefore,<br />

colostrum is an essential product that stage and producers should be concerned<br />

about this in or<strong>de</strong>r to be guaranteed the transfer of passive immunity, natural or<br />

artificial, preventing damage to the physical integrity of the animal and, consequently,<br />

their productivity.<br />

Key words: immunoglobulins, passive immunization, colostrum, ruminants<br />

INTRODUÇÃO<br />

Logo após o nascimento, cor<strong>de</strong>iros e cabritos possuem nula ou ínfima<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta imunológica e são <strong>de</strong>safiados a sobreviver em um ambiente<br />

repleto <strong>de</strong> microorganismos potencialmente patogênicos. Os neonatos mais<br />

resistentes <strong>de</strong>vem ser capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>belar uma invasão microbiana em um breve<br />

período <strong>de</strong> tempo, apesar <strong>de</strong> seu <strong>sistema</strong> imune não estar em plena funcionalida<strong>de</strong><br />

(Tizard, 2002).<br />

45


Segundo Tizard (2002), o <strong>de</strong>senvolvimento completo da imunida<strong>de</strong> está<br />

associado à estimulação antigênica, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>de</strong>senvolvimento das células<br />

sensíveis aos imunógenos, que são os antígenos capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar resposta<br />

imune, portanto, os recém–nascidos encontram-se vulneráveis a uma ampla<br />

varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> infecções durante a fase inicial <strong>de</strong> suas vidas, <strong>de</strong>ssa forma são<br />

extremamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes dos anticorpos adquiridos <strong>de</strong> forma passiva.<br />

A imunização passiva é caracterizada pela transferência <strong>de</strong> anticorpos prontos e<br />

<strong>de</strong> células T que conferem rápida proteção contra agentes infecciosos, sem a<br />

participação do <strong>sistema</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa do receptor. A forma mais comum verificada<br />

<strong>de</strong>sse aporte é dada pela ingestão <strong>de</strong> colostro contendo imunoglobulinas produzidas<br />

no organismo materno e transferidas para o filho logo após o nascimento.<br />

É inadmissível a ocorrência <strong>de</strong> perdas <strong>de</strong> animais por falhas na transmissão da<br />

imunida<strong>de</strong> passiva, no entanto, ainda há evidências <strong>de</strong>sses casos até mesmo em<br />

<strong>sistema</strong>s <strong>intensivo</strong>s <strong>de</strong> <strong>produção</strong> (Smith e Sherman, 1994) nos quais é estabelecido<br />

um maior controle do rebanho.<br />

Nesse contexto, o objetivo pretendido por meio <strong>de</strong>ste estudo é fornecer subsídios<br />

que auxiliem no entendimento da importância do recebimento <strong>de</strong> colostro pelos<br />

cabritos e cor<strong>de</strong>iros recém-nascidos.<br />

COLOSTRO<br />

O colostro é formado nas glândulas mamárias antes do parto, é a primeira<br />

secreção láctea produzida pela mãe, não possui valor comercial e sua ingestão é<br />

fundamental para a viabilida<strong>de</strong> e sobrevivência do neonato (Park e Jacobson, 2006;<br />

Mancio et al., 2005; Morrical et al., 1995 e Fernán<strong>de</strong>z et al., 2006). Além disso,<br />

46


epresenta uma das mais importantes recomendações <strong>de</strong>ntro do conjunto <strong>de</strong><br />

medidas sanitárias a serem adotadas em um rebanho (Simões et al., 2005).<br />

É um fluido biológico complexo, com alta quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes e em algumas<br />

espécies contém elementos essenciais para o <strong>de</strong>senvolvimento da imunida<strong>de</strong><br />

durante as primeiras semanas <strong>de</strong> vida. O colostro é o mais potente impulsionador<br />

natural <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> conhecido no meio científico. É carregado com fatores <strong>de</strong><br />

reparação tecidual, <strong>de</strong> crescimento e imunológicos (Park e Jacobson, 2006; Uruakpa<br />

et al., 2002).<br />

COMPOSIÇÃO DO COLOSTRO<br />

O colostro possui componentes necessários para a sobrevivência do neonato,<br />

incluindo um alto nível <strong>de</strong> diversos nutrientes (como proteínas, lipí<strong>de</strong>os, sais<br />

minerais), que são importantes para saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sempenho do mesmo. É constituído<br />

por uma alta concentração <strong>de</strong> imunoglobulinas (Ig), seu mais importante<br />

componente, que terá ação contra uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agentes infecciosos<br />

(Santana et al., 2003; Morrical et al., 1995).<br />

O colostro é rico em anticorpos (IgG, IgA e IgM), os quais são absorvidos através<br />

do intestino nas primeiras 24-36 horas após o nascimento (Besser e Gay, 1994).<br />

A IgG representa a principal classe presente no colostro <strong>ovino</strong> e <strong>caprino</strong> (Smith et<br />

al., 1975 e Smith e Sherman, 1994) e essa condição permanece válida no soro ao<br />

longo das primeiras 72 horas <strong>de</strong> vida, por ocasião da transferência e aquisição <strong>de</strong><br />

imunida<strong>de</strong> passiva (Argüello et al., 2004).<br />

Em <strong>ovino</strong>s neonatos, IgG e IgM representam 92,0% e 7,5%, respectivamente,<br />

das Ig séricas (Rock et al., 2001). Já em <strong>caprino</strong>s, Rudovsky et al. (2007),<br />

47


constataram que os níveis <strong>de</strong> IgG, IgM e IgA foram <strong>de</strong> 90,3%, 6% e 3,7%,<br />

respectivamente.<br />

A tabela 3 retrata a variação dos níveis <strong>de</strong> Ig verificados no colostro <strong>de</strong> cabras e<br />

nos <strong>de</strong>mais fluidos corpóreos <strong>de</strong> <strong>caprino</strong>s, evi<strong>de</strong>nciando os maiores teores <strong>de</strong> IgG<br />

encontrados nas primeiras horas <strong>de</strong> vida.<br />

Tabela 3 - Concentrações dos tipos <strong>de</strong> imunoglobulinas nos fluidos corporais <strong>de</strong><br />

<strong>caprino</strong>s normais.<br />

Fonte<br />

IgG Total<br />

(mg/mL±EP)<br />

IgG1<br />

(mg/mL)<br />

IgG2<br />

(mg/mL)<br />

IgA<br />

(mg/mL)<br />

IgM<br />

(mg/mL)<br />

Colostro inicial 53,27±5,30 50,83±4,95 2,27±1,32 1,70 (0,90-2,40) 3,80 (1,60-5,20)<br />

Leite 0,25 (0,10-0,40) 0,06 (0,03-0,09) 0,03 (0,01-0,04)<br />

Soro <strong>de</strong> adulto normal<br />

Soro do cabrito<br />

19,97±1,55 10,92±0,84 9,07±0,78 0,32 (0,05-0,90) 1,60 (0,80-2,0)<br />

18 horas após<br />

73,59±2,20<br />

mamada<br />

1 semana <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 29,12±4,80 nm<br />

4 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 16,18±1,25 1,71±0,92<br />

8 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 11,92±0,91 4,56±0,84<br />

12 semanas <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> 12,08±0,35 8,32±0,94<br />

Saliva do adulto 0,10 (0,01-0,25) 0,20 (0,03-0,60)<br />

IgG = imunoglobulina G; IgA = imunoglobulina A; nm = não mensurável; EP = erro padrão<br />

Adaptada <strong>de</strong> Smith e Sherman,1994<br />

Por meio da análise da tabela 4 é possível averiguar, além da predominância <strong>de</strong><br />

IgG no colostro dos <strong>ovino</strong>s, a elevada concentração <strong>de</strong> Ig presentes no colostro em<br />

comparação ao leite produzido após o período <strong>de</strong> imunização passiva.<br />

Tabela 4 - Níveis <strong>de</strong> imunoglobulinas no colostro e no leite <strong>de</strong> ovelhas.<br />

Imunoglobulinas (mg/dL)<br />

Fluido IgA IgM IgG<br />

Colostro 100-700 400-1200 4000-6000<br />

Leite 5-12 0-7 60-100<br />

Adaptado <strong>de</strong> Tizard, 2002<br />

Silva et al. (2007) evi<strong>de</strong>nciaram que a concentração sérica <strong>de</strong> anticorpos foi<br />

inexpressiva ou in<strong>de</strong>tectável em cabritos avaliados antes do fornecimento do<br />

colostro. Observaram que os valores máximos <strong>de</strong> imunoglobulinas foram<br />

constatados 24 após a mamada <strong>de</strong> colostro e, a partir daí, ocorreu diminuição<br />

48


contínua e gradativa até as 72 horas <strong>de</strong> vida. Além disso, notaram que os valores<br />

obtidos para proteína total e para globulinas exibiram as mesmas variações.<br />

Em experimento realizado por Argüello et al. (2006), avaliando-se o colostro <strong>de</strong><br />

cabras Majorera, foi verificado que os níveis <strong>de</strong> proteína total e <strong>de</strong> IgG diminuíram<br />

rapidamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o nascimento dos cabritos até 132 h após o parto, o teor <strong>de</strong><br />

gordura aumentou do nascimento até 24 h e, posteriormente, <strong>de</strong>cresceu até 132 h<br />

após o parto. No entanto, o teor <strong>de</strong> lactose aumentou ligeiramente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

nascimento até 132 h após o parto. Ainda, constataram que as características<br />

químicas (proteína, gordura, lactose, Ig) e físicas (pH, <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e condutivida<strong>de</strong>) do<br />

colostro foram fortemente afetadas pelo tempo após o parto e que sofreram pouca<br />

influência pelo tamanho da ninhada e do número <strong>de</strong> lactações.<br />

A tabela 5, <strong>de</strong>monstra os dados obtidos por Vilar et al. (2008) em que avaliaram<br />

a composição do colostro e o leite <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> cabras Saanen, às 0, 12 e 24<br />

horas pós-parto.<br />

Tabela 5 – Características do colostro e do leite <strong>de</strong> transição <strong>de</strong> cabras Saanen.<br />

Variável Momento da or<strong>de</strong>nha CV (%)<br />

0h 12h 24h<br />

pH 6,47 6,51 6,58 3,44<br />

Aci<strong>de</strong>z (ºD) 46,1 28,8 25,1 25,14<br />

Densida<strong>de</strong> (g/cm³) 1,053 1,031 1,028 1,28<br />

Gordura (%) 8,29 6,10 5,14 29,0<br />

Estrato Seco Total (%) 23,60 15,02 12,31 27,70<br />

Proteína total (%) 9,24 5,38 4,37 30,90<br />

Fonte: Vilar et al., 2008<br />

Hadjipanayiotou (1995), também avaliou a composição do colostro e leite <strong>de</strong><br />

ovelhas Chios e cabras Damascos, até o 11º dia pós-parto, seguindo-se seus dados<br />

<strong>de</strong> acordo com o que se vê na tabela 6.<br />

49


Tabela 6 – Composição do colostro e do leite <strong>de</strong> ovelhas e cabras.<br />

Variável (g kg - ¹) Ovelhas Cabras<br />

Colostro Leite Colostro Leite<br />

Gordura 76,7 49,2 64,0 42,6<br />

Proteína 71,0 57,7 56,3 40,9<br />

Cinzas 9,5 9,4 9,1 8,3<br />

Sólidos totais 199,8 162,2 178,8 132,1<br />

Adaptado <strong>de</strong> Hadjipanayiotou, 1995.<br />

A secreção mamária inicial contém uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> componentes<br />

imunológicos, citocinas, células plasmáticas e células epiteliais. Possui leucócitos<br />

polimorfonucleares, macrófagos, linfócitos B e linfócitos T, sendo esta a forma mais<br />

prevalente e ativa das subpopulações <strong>de</strong> linfócitos, contribuindo para a <strong>de</strong>fesa<br />

celular do recém-nascido (Fernán<strong>de</strong>z et al., 2006; Uruakpa et al., 2002).<br />

Ainda, po<strong>de</strong>m ser encontrados carboidratos, proteínas, gorduras, sais minerais,<br />

oligoelementos, hormônios, fatores <strong>de</strong> crescimento, fatores precursores <strong>de</strong> enzimas<br />

que possuem alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradar proteínas, e um fator antitripsínico que<br />

impe<strong>de</strong> inicialmente a ação <strong>de</strong>stas enzimas sobre as Ig, além <strong>de</strong> outras substâncias<br />

(Loste et al., 2008; Uruakpa et al., 2002; Santos, 1994).<br />

Além <strong>de</strong> Ig, segundo Cebra e Cebra (2005), o colostro é constituído por gran<strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vitaminas lipossolúveis que não atravessam a placenta. As mais<br />

importantes são as vitaminas A, D e E, participantes do processo <strong>de</strong> osteogênese e<br />

da resposta imune e inflamatória. Os cabritos ou cor<strong>de</strong>iros que não consomem<br />

volume suficiente <strong>de</strong> colostro são susceptíveis à <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong>ssas vitaminas.<br />

FUNÇÕES DO COLOSTRO<br />

O sucesso na sucção do colostro é essencial para o <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

fisiologia neonatal, do comportamento e sobrevivência dos cor<strong>de</strong>iros. Segundo<br />

50


Goursaud e Nowak (1999), o elo <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado entre mãe e filho no primeiro dia <strong>de</strong><br />

vida está associado a um sinal gastrointestinal promovido pela ingestão do colostro.<br />

Através do colostro, hormônios, fatores <strong>de</strong> crescimento, nutrientes, Ig e outros<br />

fatores importantes para prevenção <strong>de</strong> doenças são transferidos para os cor<strong>de</strong>iros e<br />

cabritos (Fernán<strong>de</strong>z et al., 2006).<br />

Seu consumo correlaciona-se a maiores taxas <strong>de</strong> sobrevivência, a baixa<br />

suscetibilida<strong>de</strong> a doenças neonatais e ao crescimento dos animais (Chen et al.,<br />

1999; Vihan, 1988).<br />

As três primeiras semanas <strong>de</strong> vida dos <strong>caprino</strong>s são consi<strong>de</strong>radas como o<br />

período mais crítico na fase <strong>de</strong> lactente, uma vez que o <strong>sistema</strong> digestivo ainda não<br />

é funcional como nos adultos e, portanto, inapto para o aproveitamento <strong>de</strong> alimentos<br />

<strong>de</strong> pior qualida<strong>de</strong>. O leite representa mais <strong>de</strong> 95% da MS ingerida nas primeiras<br />

quatro semanas <strong>de</strong> vida. O colostro possui as Ig responsáveis pela a imunização<br />

dos cabritos nas primeiras semanas <strong>de</strong> vida até que seu <strong>sistema</strong> imunológico seja<br />

capaz <strong>de</strong> iniciar a <strong>produção</strong> <strong>de</strong> seus próprios anticorpos (Freitas, 2005).<br />

O colostro está intimamente vinculado ao processo <strong>de</strong> imunização passiva contra<br />

várias doenças infecciosas, <strong>de</strong> origem viral ou bacteriana, e po<strong>de</strong> diminuir os efeitos<br />

do parasitismo gastrointestinal. Além disso, as Ig circulantes po<strong>de</strong>m proteger o<br />

organismo contra septicemias (Vihan, 1988; Morrical et al., 1995; Uruakpa et al.,<br />

2002).<br />

A IgG, contida no colostro, é importante na <strong>de</strong>fesa do animal pela sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opsonização, que facilita a fagocitose. Flaiban et al, (2009) e Loste et<br />

al. (2008), ainda constataram níveis <strong>de</strong> fagocitose, <strong>de</strong>terminados pela quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

neutrófilos, semelhantes aos <strong>de</strong> animais adultos no 32º dia <strong>de</strong> vida.<br />

51


As fontes <strong>de</strong> energia dos cor<strong>de</strong>iros neonatos são o glicogênio hepático e<br />

muscular, o tecido adiposo marrom e, se ele mamar, po<strong>de</strong> ser obtida através da<br />

ingestão do colostro e do leite. Esse combustível metabólico é utilizado para auxiliar<br />

no aquecimento dos recém-nascidos após o parto (Nóbrega Jr e Riet-Corrêa, 2005 e<br />

Morrical et al., 1995).<br />

A a<strong>de</strong>quada ingestão <strong>de</strong> colostro, além <strong>de</strong> fornecer nutrientes, evitando<br />

quadros <strong>de</strong> hipoglicemia e influenciando no lipidograma <strong>de</strong> cabritos, também possui<br />

um efeito laxativo importante para a excreção do mecônio (Morrical et al., 1995;<br />

Cebra e Cebra, 2005; Bar<strong>de</strong>se, 2008).<br />

Além disso, apresenta notável importância em promover reparos nos tecidos<br />

musculo-esquelético e cartilaginoso e efeitos regenerativos que se esten<strong>de</strong>m a todas<br />

as células do organismo, como as entéricas, por meio <strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> crescimento<br />

(alfa, beta, ILG-1 e ILG-2) (Uruakpa et al., 2002).<br />

De acordo com Morrical et al., (1995) e Cebra e Cebra (2005), a <strong>de</strong>sverminação<br />

e a vacinação das mães para enterotoxemia, tétano e outras doenças endêmicas é<br />

recomendável no último mês <strong>de</strong> gestação, uma vez que os anticorpos contra os<br />

agentes <strong>de</strong>ssas doenças estarão contidos no colostro e serão transferidos aos<br />

<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes.<br />

TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE PASSIVA POR MEIO DO COLOSTRO<br />

Os cor<strong>de</strong>iros e os cabritos nascem com linfócitos funcionais hábeis em produzir<br />

Ig endógenas. A partir <strong>de</strong> 80 dias <strong>de</strong> gestação, já po<strong>de</strong>m apresentar capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

respon<strong>de</strong>r aos antígenos estranhos ao feto. No entanto, por causa do ambiente<br />

esterilizado encontrado durante o <strong>de</strong>senvolvimento intra-uterino, a concentração<br />

basal <strong>de</strong> Ig do recém-nascido é baixa. Dessa forma, as respostas <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>adas<br />

52


contra os novos <strong>de</strong>safios são <strong>de</strong>senvolvidas lentamente, propiciando proteção<br />

a<strong>de</strong>quada contra infecção aguda apenas a partir da 6ª semana pós-parto (Cebra e<br />

Cebra, 2005).<br />

Semelhantemente ao que ocorre com outros ruminantes, não há transferência<br />

transplacentária <strong>de</strong> imunoglobulinas em <strong>ovino</strong>s e <strong>caprino</strong>s. A placentação do tipo<br />

sin<strong>de</strong>smocorial, presente nos ruminantes, é formada por cinco membranas teciduais<br />

que impe<strong>de</strong>m a transmissão <strong>de</strong> Ig da circulação materna para o feto no útero (Cebra<br />

e Cebra, 2005; Fernán<strong>de</strong>z et al., 2006; Loste et al., 2008; Argüello et al., 2004;<br />

Castro et al., 2009 e Lima, 2008).<br />

Portanto, cor<strong>de</strong>iros e cabritos são agamaglobulinêmicos ou apresentam<br />

concentrações séricas insignificantes <strong>de</strong> IgG após o nascimento.<br />

Conseqüentemente, o consumo <strong>de</strong> colostro rico em anticorpos, logo após o parto,<br />

<strong>de</strong>ve fornecer proteção imunológica passiva, até que a progênie produza seus<br />

próprios anticorpos (O’Brein e Sherman, 1993; Constant et al., 1994, Argüello et al.,<br />

2004; Iepema et al., 2008; Loste et al., 2008 e Castro et al., 2005).<br />

Em <strong>ovino</strong>s, a transferência <strong>de</strong> anticorpos <strong>de</strong> origem materna para o neonato<br />

ocorre essencialmente após o parto, por meio da absorção intestinal das Ig<br />

presentes no colostro (Flaiban et al., 2009). A primeira ingestão <strong>de</strong>ve ocorrer durante<br />

as primeiras horas após o nascimento, pois neste período o intestino do recém-<br />

nascido apresenta-se bastante permeável à passagem dos anticorpos (Morrical et<br />

al., 1995 e Argüello et al., 2006).<br />

O intestino <strong>de</strong>lgado do neonato, especialmente jejuno e íleo, é formado por<br />

células epiteliais especializadas, os enterócitos embriogênicos, que permitem a<br />

internalização por pinocitose <strong>de</strong> anticorpos ou Ig sem que ocorra perda da ativida<strong>de</strong><br />

biológica. Essas macromoléculas protéicas po<strong>de</strong>m penetrar a pare<strong>de</strong> intestinal,<br />

53


apenas durante as primeiras 24 a 36 horas <strong>de</strong> vida, pois após esse período já são<br />

iniciados processos catabólicos e a formação do novo epitélio que será incapaz <strong>de</strong><br />

realizar essa absorção (Moretti, 2008; Lima, 2008 e Morrical et al., 1995).<br />

De acordo com Sheldrake e Husband (1985), citados por Loste et al. (2008), e<br />

Kruse (1983), citado por Moretti (2008), as Ig do colostro ingerido pelos recém-<br />

nascidos são transferidas intactas ao lúmen intestinal e atingem a circulação por um<br />

mecanismo <strong>de</strong> transporte não-seletivo, mediante a baixa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pepsina<br />

gástrica, baixa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enzimas da pare<strong>de</strong> da mucosa intestinal, pequena<br />

<strong>produção</strong> <strong>de</strong> HCl no abomaso e a presença do inibidor <strong>de</strong> tripsina que impe<strong>de</strong> a<br />

proteólise inicial.<br />

Assim, cor<strong>de</strong>iros e cabritos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong>ssa absorção para obter prontamente<br />

um teor <strong>de</strong> Ig que permita a opsonização <strong>de</strong> patógenos e a ativação do <strong>sistema</strong><br />

complemento, importantes para sua sobrevivência durante o primeiro mês <strong>de</strong> vida<br />

extra-uterina (Cebra e Cebra, 2005 e Rodriguez et al., 2009).<br />

Segundo Morrical et al. (1995), Vihan (1988) e Santana et al. (2003), a<br />

sobrevivência <strong>de</strong> cabritos está intimamente ligada a uma boa transferência <strong>de</strong><br />

imunida<strong>de</strong> passiva através do colostro, pois quanto mais elevado os níveis <strong>de</strong> Ig no<br />

soro, melhor será a <strong>de</strong>fesa contra ataques <strong>de</strong> agentes infecciosos aos quais passam<br />

a estar expostos.<br />

FATORES QUE INTERFEREM SOBRE A TRANSFERÊNCIA DE IMUNIDADE<br />

PASSIVA<br />

A transferência a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores ligados à mãe, ao cor<strong>de</strong>iro e ao<br />

manejo dos animais. Dentre esses fatores po<strong>de</strong>-se citar o estado nutricional, a<br />

condição corporal da mãe, a habilida<strong>de</strong> materna, a conformação da glândula<br />

54


mamária, a quantida<strong>de</strong> e a qualida<strong>de</strong> do colostro produzido, o tipo <strong>de</strong> parto, o peso<br />

vivo do cor<strong>de</strong>iro ou cabrito ao nascer, o sexo do animal, a duração do aleitamento, o<br />

tempo transcorrido entre o parto e o início das mamadas e a absorção intestinal das<br />

Ig (Flaiban et al., 2009; Argüello et al., 2004; Loste et al., 2008 e Castro et al., 2009).<br />

Vihan (1988) relatou que cor<strong>de</strong>iros e cabritos amamentados diretamente pela<br />

mãe possuem níveis mais elevados <strong>de</strong> Ig que os recém-nascidos separados das<br />

mães e alimentados artificialmente. Observou ainda, que os níveis <strong>de</strong><br />

gamaglobulinas aumentam até os cinco dias pós-parto e vão diminuindo com o<br />

avanço da lactação.<br />

Argüello et al. (2004), notaram que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ig consumida apresenta alta<br />

correlação positiva com as concentrações séricas encontradas no neonato,<br />

principalmente, nas primeiras 72 horas <strong>de</strong> vida.<br />

Castro et al. (2009), em seu experimento avaliaram fatores que po<strong>de</strong>riam afetar a<br />

transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva para cabritos e, com base nos resultados<br />

obtidos, verificaram que não houve diferenças significativas na concentração <strong>de</strong> IgG<br />

séricas com relação ao sexo e peso ao nascer <strong>de</strong> cabritos, apesar <strong>de</strong> observar maior<br />

concentração <strong>de</strong> IgG nos cabritos mais pesados. E, assim como Chen et al. (1999),<br />

averiguou que o maior número <strong>de</strong> crias por gestação interferiu significativamente na<br />

diminuição da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> IgG produzidas.<br />

Nesse sentido, Flaiban et al. (2009) constataram que cor<strong>de</strong>iros frutos <strong>de</strong> partos<br />

gemelares apresentaram ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gamaglutamiltransferase (GGT), IgG e<br />

gamaglobulinas significativamente inferiores aos animais provenientes <strong>de</strong> partos<br />

simples.<br />

Ovelhas primíparas geralmente têm menor <strong>produção</strong> <strong>de</strong> colostro, pois também<br />

produzem menos leite. De igual forma, ovelhas com úberes pequenos ou fluxo lento<br />

55


<strong>de</strong> colostro no momento da sucção, po<strong>de</strong>m não garantir quantida<strong>de</strong> suficiente <strong>de</strong><br />

fornecimento, principalmente, para cor<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> partos múltiplos (Morrical et al.,<br />

1995).<br />

Al-Sabbagh et al. (1995) verificaram, ainda, que o escore <strong>de</strong> condição corporal<br />

não teve efeito sobre a concentração <strong>de</strong> IgG em ovelhas lactantes.<br />

Para se obter um colostro <strong>de</strong> melhor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser seguido um bom manejo<br />

nutricional, cuidados sanitários e vacinação das mães. A vacinação das mães 6<br />

semanas antes do parto, seguida <strong>de</strong> uma dose <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 2 semanas,<br />

propicia maior concentração protetora <strong>de</strong> Ig no colostro (Cebra e Cebra, 2005 e<br />

Morrical et al., 1995).<br />

O aumento do volume <strong>de</strong> colostro e da concentração <strong>de</strong> Ig encontra-se<br />

relacionado ao fornecimento <strong>de</strong> uma nutrição a<strong>de</strong>quada na fase final da gestação<br />

(Mellor e Murray, 1985). No entanto, Flaiban et al., (2009) observou que apenas<br />

pequenas restrições <strong>de</strong> energia e proteína na dieta <strong>de</strong> ovelhas no terço final <strong>de</strong><br />

gestação não foram suficientes para influenciar a transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong><br />

passiva aos cor<strong>de</strong>iros.<br />

Findlay (1973), conforme citação <strong>de</strong> Vihan (1988), constatou que a quantida<strong>de</strong> e<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colostro é importante e influencia diretamente a transferência <strong>de</strong><br />

gamaglobulinas para a circulação <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros. Todavia, Castro et al. (2005),<br />

verificou a necessida<strong>de</strong> em se preocupar com a concentração <strong>de</strong> Ig presente,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do volume <strong>de</strong> colostro.<br />

Foi observado que, em alguns rebanhos as cabras ou ovelhas ainda gestantes<br />

po<strong>de</strong>m adotar as crias <strong>de</strong> outras mães e fornecer colostro para o neonato alheio,<br />

levando a escassez <strong>de</strong> Ig para seu filho. Portanto, é recomendável que as fêmeas<br />

prenhes sejam separadas daquelas que já pariram (Cebra e Cebra, 2005).<br />

56


Outras medidas para garantir a ingestão <strong>de</strong> colostro incluem a tosquia da lã<br />

exce<strong>de</strong>nte ou <strong>de</strong> pêlos da região próxima ao períneo e do úbere no período pré-<br />

parto <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros e cabritos, expondo os tetos e assegurando que não se fechem e<br />

que contenham volume <strong>de</strong> colostro suficiente para o filhote (Cebra e Cebra, 2005).<br />

FALHAS NA TRANSFERÊNCIA DA IMUNIDADE PASSIVA (FTIP)<br />

O'Brien e Sherman (1993), utilizando-se <strong>de</strong> um ensaio <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> sulfato <strong>de</strong><br />

zinco, <strong>de</strong>finiram como falha <strong>de</strong> transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva, a concentração<br />

<strong>de</strong> IgG sérica inferior a 1,2 g / dL em cabritos.<br />

A ingestão tardia <strong>de</strong> colostro, quantida<strong>de</strong> ina<strong>de</strong>quada, consumo <strong>de</strong> colostro <strong>de</strong><br />

baixa qualida<strong>de</strong>, nascimento <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros fracos e morte da mãe, são causas<br />

comuns <strong>de</strong> falha <strong>de</strong> transferência passiva (Kehoe, 2005; Cebra e Cebra, 2005 e<br />

Loste et al., 2008). A má gestão ambiental, condições <strong>de</strong> estresse, doenças<br />

concomitantes e virulência dos patógenos também contribuem para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> doenças (Castro et al., 2009 e Loste et al., 2008).<br />

Conforme Cebra e Cebra (2005), ovelhas e cabras jovens, subnutridas, doentes<br />

e com histórico <strong>de</strong> falhas no protocolo <strong>de</strong> vacinação produzem um colostro <strong>de</strong> baixa<br />

qualida<strong>de</strong>. O extravasamento <strong>de</strong> colostro da pré-parturiente ou a sucção <strong>de</strong> colostro<br />

por filhos adotados reduzem a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colostro para o recém-nascido.<br />

A ingestão <strong>de</strong> colostro po<strong>de</strong> ser prejudicada em animais que nascem <strong>de</strong>bilitados,<br />

ou quando há competição com outros cor<strong>de</strong>iros ou cabritos pelo mesmo teto da mãe<br />

e, também po<strong>de</strong> ser falha em casos <strong>de</strong> separação <strong>de</strong> neonatos da mãe. Distúrbios<br />

<strong>de</strong> absorção po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> fraqueza, doença, hipotermia, hipoxemia,<br />

<strong>de</strong>sidratação, exposição prévia do intestino à proteína, <strong>de</strong>mora em mamar o colostro<br />

57


e <strong>de</strong> outros fatores que envolvem a função intestinal do neonato (Cebra e Cebra,<br />

2005).<br />

Castro et al. (2009) relata que 24 horas <strong>de</strong> contato com a mãe no pós-parto, são<br />

suficientes para que cabritos adquiram quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> IgG séricas para obter<br />

proteção imune passiva, evitando FTIP.<br />

Segundo Nóbrega Jr e Riet-Corrêa (2005), a sobrevivência <strong>de</strong> um cor<strong>de</strong>iro sem<br />

se alimentar varia <strong>de</strong> 16 horas a 5 dias, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da nutrição pré-natal e da<br />

temperatura do ambiente. É necessário consi<strong>de</strong>rar ainda, que o nascimento impele o<br />

neonato <strong>de</strong> um ambiente livre <strong>de</strong> todo tipo <strong>de</strong> contaminação para um ambiente<br />

infectado. Apesar disso, Cebra e Cebra (2005) não consi<strong>de</strong>ram a FTIP, por si só,<br />

como doença e Morrical et al. (1995) e O'Brien e Sherman (1993) afirmam que há<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que cor<strong>de</strong>iros sobrevivam nesse novo ambiente mesmo sem<br />

efetuarem o consumo <strong>de</strong> colostro. Entretanto, a morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong> serão<br />

maiores. Este aumento da susceptibilida<strong>de</strong> às infecções po<strong>de</strong> perdurar até a 8ª<br />

semana <strong>de</strong> vida, por isso, <strong>de</strong>ve-se preconizar a a<strong>de</strong>quada transmissão <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong><br />

passiva para todos os cor<strong>de</strong>iros.<br />

Susin (1990), citada por Freitas (2005), recomenda que os cabritos consumam<br />

cerca <strong>de</strong> 5% do PV nas primeiras 6-8 horas <strong>de</strong> vida. Revela que se o animal é<br />

<strong>de</strong>ixado com a mãe, ou o colostro é fornecido em bal<strong>de</strong>s, nem sempre o recém-<br />

nascido irá ingerir a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colostro necessária no tempo hábil para que os<br />

anticorpos possam ser absorvidos.<br />

Vihan (1988) aconselha que não sejam realizadas or<strong>de</strong>nhas <strong>de</strong> cabras leiteiras<br />

no pré-parto, que objetivam a redução <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> úbere, pois essa<br />

prática resulta em expressiva redução na concentração <strong>de</strong> Ig colostrais após o parto.<br />

58


Sugere-se que cada cor<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>ve receber pelo menos 30 mL <strong>de</strong> colostro por Kg<br />

<strong>de</strong> PV nas primeiras 6 horas <strong>de</strong> vida e caso não se tenha certeza <strong>de</strong> que haja sido<br />

ingerida essa quantida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve-se administrar o colostro artificialmente para garantir<br />

a transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> para o animal (Souza et al., 2007).<br />

Foi constatado por Castro et al. (2009) que o baixo peso ao nascer e partos<br />

triplos exercem importante papel em relação às FTIP. Também verificaram a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se dar maior atenção aos cabritos com PV ao nascer inferior a 2,8<br />

kg e aos cor<strong>de</strong>iros <strong>de</strong> gestações múltiplas, cuja progênie po<strong>de</strong>rá ter dificulda<strong>de</strong> ao<br />

acesso à mamada. Em ambas situações, o intestino, correlacionado ao peso do<br />

neonato, limita-se a um menor tamanho, repercutindo em uma reduzida capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ingestão <strong>de</strong> alimentos e menor consumo <strong>de</strong> colostro.<br />

Ovinos e <strong>caprino</strong>s são especialmente propensos a várias <strong>de</strong>ssas causas <strong>de</strong><br />

FTIP, em razão da tendência <strong>de</strong> parir várias crias. Mesmo em partos gemelares, a<br />

cria mais forte po<strong>de</strong> ingerir maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colostro que o irmão, ou então,<br />

po<strong>de</strong>m nascer filhos menores e mais fracos que não ingerem colostro em<br />

quantida<strong>de</strong> e forma a<strong>de</strong>quada (Cebra e Cebra, 2005 e Flaiban et al., 2009).<br />

Gran<strong>de</strong> parte dos estudos sobre a FTIP avalia apenas os níveis séricos <strong>de</strong> Ig, por<br />

apresentar papel fundamental <strong>de</strong> proteção do organismo. Entretanto, outros<br />

componentes do <strong>sistema</strong> imune inato, como a ação fagocitária <strong>de</strong> neutrófilos, que<br />

estão envolvidos na primeira linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa contra infecções bacterianas, ou <strong>de</strong><br />

hipersensibilida<strong>de</strong> tardia, que é relacionada à resposta imune celular, também<br />

<strong>de</strong>vem ser levados em consi<strong>de</strong>ração (Fernán<strong>de</strong>z et al., 2006).<br />

59


FORNECIMENTO DE COLOSTRO<br />

Em situações normais, os cor<strong>de</strong>iros e cabritos <strong>de</strong>vem se levantar e mamar nas<br />

primeiras duas horas após o nascimento. Caso não seja produzida quantida<strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> colostro para a sustentação do neonato, é vital que haja fornecimento<br />

suficiente para a cria (Cebra e Cebra, 2005).<br />

Cebra e Cebra (2005) recomendam que cor<strong>de</strong>iros e cabritos recebam <strong>de</strong> 10 a<br />

20% do PV em colostro nas primeiras 24 horas após o nascimento, uma vez que a<br />

absorção diminui rapidamente das 24 até 36 horas <strong>de</strong> vida. Segundo Morrical et al.<br />

(1995), a meta<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse volume <strong>de</strong>ve ser fornecida <strong>de</strong>ntro das 4 a 8 horas pós-parto.<br />

Morrical et al. (1995) recomenda que se mais <strong>de</strong> 10% dos cor<strong>de</strong>iros requerem<br />

suplementação <strong>de</strong> colostro, os produtores <strong>de</strong>vem avaliar a genética, nutrição e<br />

gestão dos programas <strong>de</strong> sanida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas proprieda<strong>de</strong>s e que cor<strong>de</strong>iros que<br />

necessitaram <strong>de</strong> suplementação colostral não <strong>de</strong>vem ser mantidos como<br />

reprodutores, na medida em que po<strong>de</strong>m elevar o percentual <strong>de</strong> cor<strong>de</strong>iros que<br />

exigem intervenções no manejo pós-parto.<br />

Preconiza-se que os cor<strong>de</strong>iros sejam alimentados por uma ovelha do próprio<br />

rebanho. O colostro po<strong>de</strong> ser obtido <strong>de</strong> ovelhas que tenham perdido seus cor<strong>de</strong>iros<br />

ou que pariram um só produto e que tenham produzido exce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> colostro após<br />

aten<strong>de</strong>r sua cria. Dá-se preferência pelo colostro <strong>de</strong> ovelhas mais velhas que foram<br />

mais expostas a agentes infecciosos e, portanto, apresentam concentração <strong>de</strong><br />

anticorpos contra uma maior varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> doenças (Morrical et al, 1995 e Souza et<br />

al., 2007).<br />

O colostro po<strong>de</strong> ser coletado logo após o parto, posteriormente, congelado e<br />

armazenado até vir a ser utilizado. O <strong>de</strong>scongelamento <strong>de</strong>ve ser cauteloso para que<br />

o arquivo <strong>de</strong> anticorpos não seja <strong>de</strong>struído. O rápido <strong>de</strong>scongelamento pelo<br />

60


aumento do calor diminuirá a ativida<strong>de</strong> dos anticorpos e sua eficácia, sendo<br />

<strong>de</strong>saconselhável o aquecimento em banho-maria, pois se ultrapassar 56º C os<br />

anticorpos presentes serão inativados. O i<strong>de</strong>al é que o colostro seja <strong>de</strong>scongelado<br />

em temperatura ambiente (Morrical et al., 1995 e Souza et al., 2007).<br />

Segundo Ramirez et al. (1996), os cabritos <strong>de</strong> raças leiteiras <strong>de</strong>vem ser<br />

removidos do contato com suas mães após o parto a fim <strong>de</strong> minimizar ou impedir a<br />

ligação mãe-filho. A separação também é recomendável quando se objetiva o<br />

controle <strong>de</strong> doenças como as lentiviroses (artrite-encefalite caprina e Maedi-Visna),<br />

paratuberculose, pneumonia progressiva ovina, linfa<strong>de</strong>nite caseosa, e outras, cujos<br />

agentes etiológicos po<strong>de</strong>m ser transmitidos via colostro ou leite após o nascimento<br />

(Morrical et al., 1995; Castro et al., 2005; Fernán<strong>de</strong>z et al., 2006; Rodriguez et al.,<br />

2009; Lara et al., 2003; Pisoni et al., 2007; Iepema et al., 2008; Loste et al., 2008 e<br />

Silva et al, 2007), mas não se <strong>de</strong>ve negligenciar o fornecimento <strong>de</strong> colostro por<br />

outros meios.<br />

Após tratamento térmico para a prevenção <strong>de</strong> doenças, Fernán<strong>de</strong>z et al. (2006),<br />

Silva et al. (2007) e Loste et al. (2008) observaram que o colostro apresenta prejuízo<br />

<strong>de</strong> seus parâmetros imunológicos, inclusive reduzindo os níveis <strong>de</strong> IgG, mas não há<br />

efeito adverso visto sobre a função fagocitária, crescimento e a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> cabritos.<br />

Segundo Vihan (1988) e Fernán<strong>de</strong>z et al. (2006), os animais alimentados com<br />

colostro naturalmente possuem maiores teores <strong>de</strong> gamaglobulinas que àqueles<br />

alimentados artificialmente. E Argüello et al. (2004) e Constant et al. (1994)<br />

comentam que a utilização exclusiva <strong>de</strong> colostro artificial para <strong>caprino</strong>s e <strong>ovino</strong>s não<br />

fornecem níveis sanguíneos necessários <strong>de</strong> IgG para o bom <strong>de</strong>senvolvimento dos<br />

animais.<br />

61


Castro et al. (2009) <strong>de</strong>monstraram ser <strong>de</strong>snecessária a permanência dos<br />

neonatos com as mães por mais <strong>de</strong> 24 horas após o parto para evitar a FTIP e que a<br />

adaptação ao uso <strong>de</strong> mama<strong>de</strong>ira para alimentação é mais bem sucedida com a<br />

remoção da cria após 24 horas.<br />

O fornecimento <strong>de</strong> colostro por via oral é a melhor estratégia para o tratamento<br />

<strong>de</strong> FTIP no pós-parto imediato (Cebra e Cebra, 2005). Caso os cor<strong>de</strong>iros ou cabritos<br />

não sejam capazes <strong>de</strong> mamar, po<strong>de</strong>-se fazer uso <strong>de</strong> sonda estomacal, levando em<br />

consi<strong>de</strong>ração a ida<strong>de</strong> do cor<strong>de</strong>iro (Souza et al., 2007 e Cebra e Cebra, 2005).<br />

Quando o suprimento <strong>de</strong> colostro for comprometido, po<strong>de</strong>rão ser utilizados<br />

suplementos³ ou sucedâneos 4 <strong>de</strong> colostro a fim <strong>de</strong> permitir o recebimento <strong>de</strong> Ig pelo<br />

recém-nascido (Kehoe, 2005), mas Cebra e Cebra (2005) alertam que o colostro<br />

resfriado ou congelado é superior aos suplementos comerciais.<br />

Para Castro et al. (2005), a liofilização facilita o armazenamento e transporte <strong>de</strong><br />

colostro, além <strong>de</strong> garantir o fornecimento <strong>de</strong> Ig e proteção aos neonatos.<br />

Além disso, é possível a indicação <strong>de</strong> transfusão IV <strong>de</strong> 20 a 40 mL <strong>de</strong> plasma<br />

<strong>caprino</strong> da mãe ou <strong>de</strong> outro <strong>caprino</strong> adulto do rebanho/kg para cabritos <strong>de</strong> alto valor<br />

que tiveram FTIP, concomitantemente, po<strong>de</strong> ser necessária a administração <strong>de</strong><br />

vitaminas A, D e E (Cebra e Cebra, 2005).<br />

Vale ressaltar que a vacinação do neonato ou a administração <strong>de</strong> antitoxina <strong>de</strong><br />

soro hiperimune não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada medida protetora, mas po<strong>de</strong> ser útil<br />

(Cebra e Cebra, 2005).<br />

Quando o colostro <strong>ovino</strong> não for disponível aos cor<strong>de</strong>iros, po<strong>de</strong>rá ser fornecido<br />

colostro b<strong>ovino</strong> ou <strong>caprino</strong> (Morrical et al., 1995 e Lima, 2008). No entanto, há<br />

relatos <strong>de</strong> crise hemolítica em cor<strong>de</strong>iros alimentados com colostro <strong>de</strong> vaca (Cebra e<br />

Cebra,2005).<br />

3: Suplemento: não contêm quantida<strong>de</strong>s suficientes <strong>de</strong> anticorpos para elevar sozinho o nível <strong>de</strong> IgG no colostro.<br />

Mas po<strong>de</strong> ser utilizado no auxílio da oferta <strong>de</strong> colostro <strong>de</strong> baixa qualida<strong>de</strong>.<br />

4: Sucedâneo: possui maiores níveis <strong>de</strong> IgG e outros nutrientes, po<strong>de</strong>ndo ser fornecido quando não houver<br />

colostro.<br />

62


TESTES PARA AVALIAÇÃO DA TRANSMISSÃO DE IMUNIDADE PASSIVA<br />

O uso <strong>de</strong> métodos diagnósticos para a avaliação da qualida<strong>de</strong> e do consumo <strong>de</strong><br />

colostro proporciona uma percepção prematura dos riscos <strong>de</strong> FTIP no rebanho,<br />

servindo como importante ferramenta na prevenção <strong>de</strong> doenças neonatais e na<br />

redução das taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, repercutindo na realização <strong>de</strong> mudanças<br />

concernentes à melhora do manejo nessa fase (Vihan, 1988; Zarrilli et al., 2003;<br />

Silva et al., 2007).<br />

A <strong>de</strong>terminação do teor <strong>de</strong> Ig séricas reflete-se como o principal parâmetro <strong>de</strong><br />

monitoramento da transmissão <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva a um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

cor<strong>de</strong>iros (Silva et al.,2007 e Vihan, 1988). Sabe-se, também, que os resultados<br />

encontrados entre 24 e 48 horas após o nascimento apresentam maior<br />

confiabilida<strong>de</strong> (Vihan, 1988).<br />

Cebra e Cebra (2005) sugere que níveis superiores a 1600 mg/dL <strong>de</strong> Ig séricas<br />

são i<strong>de</strong>ais para a apropriada transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva e que níveis<br />

inferiores a 600 mg/dL representam FTIP.<br />

Para essa avaliação, a técnica mais difundida é a <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z do sulfato <strong>de</strong> zinco<br />

(ZST) que revela eficiência e exatidão <strong>de</strong> dados, além <strong>de</strong> apresentar baixo custo e<br />

rapi<strong>de</strong>z para sua realização (Grígolo, 2008; Cebra e Cebra, 2005 e Tizard, 2002). De<br />

forma similar po<strong>de</strong>m ser utilizadas técnicas <strong>de</strong> precipitação com glutaral<strong>de</strong>ído ou<br />

com sulfato <strong>de</strong> sódio (Cebra e Cebra, 2005 e Tizard, 2002).<br />

A imunodifusão radial simples, o teste <strong>de</strong> aglutinação em látex e testes <strong>de</strong> ELISA<br />

semiquantitativos, também po<strong>de</strong>m ser utilizados para a mensuração precisa <strong>de</strong> Ig,<br />

no entanto, são onerosos e <strong>de</strong> uso limitado (Silva et al., 2007 e Tizard, 2002).<br />

Outros métodos alternativos incluem a eletroforese e a refractometria para a<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> proteínas totais, globulinas totais, gamaglobulinas,<br />

63


etaglobulinas, ativida<strong>de</strong> da enzima GGT e avaliação da relação entre albumina e<br />

globulinas, indicando indiretamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> anticorpos<br />

colostrais (Fernán<strong>de</strong>z et al., 2006; Loste et al., 2008; Zarrilli et al., 2003; Flaiban et<br />

al., 2009 e Silva et al., 2007).<br />

CONCLUSÃO<br />

O colostro é um produto imprescindível para garantir a <strong>de</strong>fesa imune <strong>de</strong> cabritos<br />

e cor<strong>de</strong>iros no período neonatal, portanto, os produtores <strong>de</strong>vem estar atentos quanto<br />

a isso e assegurar que a transferência <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> passiva seja efetivada, natural<br />

ou artificialmente, evitando danos à integrida<strong>de</strong> física do animal e,<br />

conseqüentemente, a sua produtivida<strong>de</strong>.<br />

64


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Graduação em Ciência Animal e Pastagens, Escola Superior <strong>de</strong> Agricultura “Luiz <strong>de</strong> Queiroz”,<br />

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Introdução. 6.ed. São Paulo: Roca, 2002. Cap.19, p.233-246.<br />

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Zootecnia, v.37, n.9, p.1674-1678, 2008.<br />

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<strong>de</strong>termining enzyme activity levels. Livestock Production Science, v.83, p.317-320, 2003. (short<br />

communication)<br />

(Esta revisão <strong>de</strong> literatura seguiu as normas para submissão <strong>de</strong> revisão<br />

constantes nas instruções aos autores da revista Archives of Veterinary<br />

Science, as quais seguem em anexo).<br />

68


7. ANEXOS<br />

7.1. Tabelas das composições das rações ofertadas para os animais do<br />

SIPOC/ESALQ.<br />

Ração para cabras e ovelhas no 1/3 final <strong>de</strong> gestação (com 30% <strong>de</strong> bagaço <strong>de</strong> cana)<br />

Ingredientes Quantida<strong>de</strong> (Kg)<br />

Bagaço <strong>de</strong> cana 40,26 80,52 120,78<br />

Milho 38,01 76,02 114,03<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 11,46 22,92 34,37<br />

Casca <strong>de</strong> soja 8,39 16,79 25,18<br />

Uréia 0,46 0,92 1,38<br />

Calcário 0,62 1,23 1,85<br />

Sal mineral 0,80 1,60 2,40<br />

Monensina 0,025 0,050 0,075<br />

Concentrado 59,74 119,48 179,22<br />

Total da batida 100,00 200,00 300,00<br />

Ração para o creep-feeding dos cor<strong>de</strong>iros<br />

Ingredientes Quantida<strong>de</strong> (Kg)<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 24,09 48,18 72,27<br />

Milho moído grosso 68,33 136,66 204,99<br />

Melaço <strong>de</strong> cana 5,35 10,70 16,05<br />

Sal mineral para <strong>ovino</strong>s 1,07 2,14 3,21<br />

Calcário 1,16 2,32 3,48<br />

Monensina 0,025 0,050 0,075<br />

Total da batida 100,00 200,00 300,00<br />

Ração para ovelhas pós-parto<br />

Ingredientes Quantida<strong>de</strong> (Kg)<br />

Milho moído 22,54 45,08 67,62<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 19,29 38,58 57,87<br />

Polpa cítrica 48,94 97,88 146,82<br />

Uréia 1,92 3,84 5,76<br />

Sal mineral 5,28 10,56 15,84<br />

Fosfato (MAP) 2,03 4,06 6,09<br />

Monensina 0,025 0,050 0,075<br />

Total da batida 100,00 200,00 300,00<br />

69


Ração para as cabras em lactação<br />

Ingredientes Quantida<strong>de</strong> (Kg)<br />

Milho moído 51,33 102,66 153,99<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 12,24 24,48 36,72<br />

Casca <strong>de</strong> soja peletizada 30,94 61,88 92,82<br />

Sal mineral 4,22 8,44 12,66<br />

Uréia 1,27 2,54 3,81<br />

Total da batida 100,00 200,00 300,00<br />

Ração para cor<strong>de</strong>iros <strong>de</strong>smamados<br />

Ingredientes Quantida<strong>de</strong> (Kg)<br />

Feno <strong>de</strong> coastcross 10,0<br />

Milho moído 70,4<br />

Farelo <strong>de</strong> soja 16,0<br />

Cloreto <strong>de</strong> amônio 0,5<br />

calcário 1,5<br />

Mistura mineral 1 1,6<br />

1: Composição – 7,5%P; 13,4%Ca; 1% Mg; 7% S; 14,5% Na; 21,8% Cl; 500 ppm Cu; 4600 ppm Zn; 1100 ppm Mn; 55 ppm I; 40 ppm<br />

Co; 30 ppm Se.<br />

Composição Bromatológica: MS = 90,4%; PB = 16,0% e EE = 4,0%.<br />

7.2. Normas para submissão <strong>de</strong> artigos para a Revista Archives of<br />

Veterinary Science<br />

APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS<br />

1. Digitação: O artigo com no máximo vinte e cinco páginas <strong>de</strong>verá ser digitado em folha com tamanho A4 210 x 297 mm, com<br />

margens laterais direita, esquerda, superior e inferior <strong>de</strong> 2,5 cm. As páginas <strong>de</strong>verão ser numeradas <strong>de</strong> forma progressiva no canto<br />

superior direito. Deverá ser utilizado fonte arial 12 em espaço duplo; em uma coluna. Tabelas e Figuras com legendas serão inseridas<br />

diretamente no texto e não em folhas separadas.<br />

2. I<strong>de</strong>ntificação dos autores e instituições: Todos os dados referentes a autores ou instituição <strong>de</strong>vem ser inseridos<br />

exclusivamente nos metadados no momento da submissão online. Não <strong>de</strong>ve haver nenhuma i<strong>de</strong>ntificação dos autores no corpo do artigo<br />

enviado para a revista. Os autores <strong>de</strong>vem inclusive remover a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> autoria do arquivo e da opção Proprieda<strong>de</strong>s no Word,<br />

garantindo <strong>de</strong>sta forma o critério <strong>de</strong> sigilo da revista.<br />

3. Tabelas: Devem ser numeradas em algarismo arábico seguido <strong>de</strong> hífen. O título será inserido na parte superior da tabela em<br />

caixa baixa (espaço simples) com ponto final. O recuo da segunda linha <strong>de</strong>verá ocorrer sob a primeira letra do título. (Ex.: Tabela 1 –<br />

Título.). As abreviações <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>scritas em notas no rodapé da tabela. Estas serão referenciadas por números sobrescritos (1,2,3).<br />

Quando couber, os cabeçalhos das colunas <strong>de</strong>verão possuir as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> medida. Tanto o título quanto as notas <strong>de</strong> rodapé <strong>de</strong>vem<br />

fazer parte da tabela, inseridos em "linhas <strong>de</strong> tabela".<br />

4. Figuras: Devem ser numeradas em algarismo arábico seguido <strong>de</strong> hífen. O título será inserido na parte inferior da figura em caixa<br />

baixa (espaço simples) com ponto final. O recuo da segunda linha <strong>de</strong>verá ocorrer sob a primeira letra do título (Ex.: Figura 1 – Título). As<br />

<strong>de</strong>signações das variáveis X e Y <strong>de</strong>vem ter iniciais maiúsculas e unida<strong>de</strong>s entre parênteses. São admitidas apenas figuras em preto-ebranco.<br />

Figuras coloridas terão as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> clicheria e impressão a cores pagas pelo autor. Nesse caso <strong>de</strong>verá ser solicitada<br />

ao Editor (via ofício) a impressão a cores.<br />

70


NORMAS EDITORIAIS<br />

Artigo completo - Deverá ser inédito, escrito em idioma português (nomenclatura oficial) ou em inglês. O artigo científico <strong>de</strong>verá<br />

conter os seguintes tópicos: Título (Português e Inglês); Resumo; Palavras-chave; Abstract; Key words; Introdução; Material e Métodos;<br />

Resultados; Discussão; Conclusão; Agra<strong>de</strong>cimento(s) (quando houver); Nota informando aprovação por Comitê <strong>de</strong> Ética (quando houver);<br />

Referências.<br />

Artigo <strong>de</strong> Revisão - Os artigos <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong>verão ser digitados seguindo a mesma norma do artigo científico e conter os seguintes<br />

tópicos: Título (Português e Inglês); Resumo; Palavras-chave; Abstract; Key words; Introdução; Desenvolvimento; Conclusão;<br />

Agra<strong>de</strong>cimento(s) (quando houver); Referencias. A publicação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> revisão fica condicionada à relevância do tema, mérito<br />

científico dos autores e disponibilida<strong>de</strong> da Revista para publicação <strong>de</strong> artigos <strong>de</strong> Revisão.<br />

ESTRUTURA DO ARTIGO<br />

TÍTULO - em português, centralizado na página, e com letras maiúsculas. Logo abaixo, título em inglês, entre parêntesis e<br />

centralizado na página, com letras minúsculas e itálicas. Não <strong>de</strong>ve ser precedido do termo título.<br />

RESUMO - no máximo 1800 caracteres incluindo os espaços, em língua portuguesa. As informações <strong>de</strong>vem ser precisas e<br />

sumarizar objetivos, material e métodos, resultados e conclusões. O texto <strong>de</strong>ve ser justificado e digitado em parágrafo único e espaço<br />

duplo. Deve ser precedido do termo “Resumo” em caixa alta e negrito.<br />

PALAVRAS-CHAVE – inseridas abaixo do resumo. Máximo <strong>de</strong> cinco palavras em letras minúsculas, separadas por vírgula, em<br />

or<strong>de</strong>m alfabética, retiradas exclusivamente do artigo, não <strong>de</strong>vem fazer parte do título, e alinhado a esquerda. Não <strong>de</strong>ve conter ponto final.<br />

Deve ser precedido do termo “Palavras-chave” em caixa baixa e negrito.<br />

ABSTRACT - <strong>de</strong>ve ser redigido em inglês, refletindo fielmente o resumo e com no máximo 1800 caracteres. O texto <strong>de</strong>ve ser<br />

justificado e digitado em espaço duplo, em parágrafo único. Deve ser precedido do termo “Abstract” em caixa alta e negrito.<br />

KEY WORDS - inseridas abaixo do abstract. Máximo <strong>de</strong> cinco palavras em letras minúsculas, separadas por vírgula, em or<strong>de</strong>m<br />

alfabética, retiradas exclusivamente do artigo, não <strong>de</strong>vem fazer parte do título em inglês, e alinhado a esquerda. Não precisam ser<br />

traduções exatas das palavras-chave e não <strong>de</strong>ve conter ponto final. Deve ser precedido do termo “Key words” em caixa baixa e negrito.<br />

INTRODUÇÃO – abrange também uma breve revisão <strong>de</strong> literatura e, ao final, os objetivos. O texto <strong>de</strong>verá iniciar sob a primeira letra<br />

da palavra “Introdução” (escrita em caixa alta e negrito), com recuo da primeira linha do parágrafo a 0,5 cm da margem esquerda.<br />

MATERIAL E MÉTODOS - o autor <strong>de</strong>verá ser preciso na <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> novas metodologias e adaptações realizadas nas<br />

metodologias já consagradas na experimentação animal. Fornecer referência específica original para todos os procedimentos utilizados.<br />

Não usar nomes comerciais <strong>de</strong> produtos. O texto <strong>de</strong>verá iniciar sob a primeira letra do termo “Material e Métodos” (escrito em caixa alta e<br />

negrito), com recuo da primeira linha do parágrafo a 0,5 cm da margem esquerda.<br />

RESULTADOS - o texto <strong>de</strong>verá iniciar sob a primeira letra da palavra “Resultados” (escrita em caixa alta e negrito), com recuo da<br />

primeira linha do parágrafo a 0,5 cm da margem esquerda. Símbolos e unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem ser listados conforme os exemplos: Usar 36%, e<br />

não 36 % (não usar espaço entre o no e %); Usar 88 kg, e não 88Kg (com espaço entre o no e kg, que <strong>de</strong>ve vir em minúsculo); Usar 42<br />

mL, e não 42 ml (litro <strong>de</strong>ve vir em L maiúsculo, conforme padronização internacional); Usar 25oC, e não 25 oC (sem espaço entre o<br />

no e oC ); Usar (P


CONCLUSÕES - preferencialmente redigir a conclusão em parágrafo único, baseada nos objetivos. Devem se apresentar <strong>de</strong> forma<br />

clara e sem abreviações. O texto <strong>de</strong>verá iniciar sob a primeira letra da palavra “Conclusão” (escrita em caixa alta e negrito), com recuo da<br />

primeira linha do parágrafo a 0,5 cm da margem esquerda.<br />

AGRADECIMENTOS - os agra<strong>de</strong>cimentos pelo apoio à pesquisa serão incluídos nesta seção. Seja breve nos seus agra<strong>de</strong>cimentos.<br />

Não <strong>de</strong>ve haver agra<strong>de</strong>cimento a autores do trabalho. O texto <strong>de</strong>verá iniciar sob a primeira letra da palavra “Agra<strong>de</strong>cimento” (escrita em<br />

caixa baixa).<br />

NOTAS INFORMATIVAS - quando for o caso, antes das referências, <strong>de</strong>verá ser incluído parágrafo com informações e número <strong>de</strong><br />

protocolo <strong>de</strong> aprovação da pesquisa pela Comissão <strong>de</strong> Ética e ou Biossegurança. (quando a Comissão <strong>de</strong> Ética pertencer à própria<br />

instituição on<strong>de</strong> a pesquisa foi realizada, <strong>de</strong>verá constar apenas o número do protocolo).<br />

REFERÊNCIAS - o texto <strong>de</strong>verá iniciar sob a primeira letra da palavra “Referências” (escrita em caixa alta e negrito). Omitir a<br />

palavra bibliográficas. Alinhada somente à esquerda. Usar como base as normas da Associação Brasileira <strong>de</strong> Normas Técnicas – ABNT<br />

(NBR 10520 (NB 896) - 08/2002). Devem ser redigidas em página separada e or<strong>de</strong>nadas alfabeticamente pelo(s) sobrenome(s) do(s)<br />

autor(es). Os <strong>de</strong>staques <strong>de</strong>verão ser em NEGRITO e os nomes científicos, em ITÁLICO. NÃO ABREVIAR O TÍTULO DOS PERIÓDICOS.<br />

Indica-se o(s) autor(es) com entrada pelo último sobrenome seguido do(s) prenome(s) abreviado (s), exceto para nomes <strong>de</strong> origem<br />

espanhola, em que entram os dois últimos sobrenomes. Mencionam-se os autores separados por ponto e vírgula. Digitá-las em espaço<br />

simples e formatá-las segundo as seguintes instruções: no menu FORMATAR, escolha a<br />

opção PARÁGRAFO...ESPAÇAMENTO...ANTES...6 pts.Exemplo <strong>de</strong> como referenciar:<br />

ARTIGOS DE PERIÓDICOS:<br />

JOCHLE, W.; LAMOND, D.R.; ANDERSEN, A.C. Mestranol as an abortifacient in the bitch. Theriogenology, v.4, n.1, p.1-9, 1975.<br />

Livros e capítulos <strong>de</strong> livro. Os elementos essenciais são: autor(es), título e subtítulo (se houver), seguidos da expressão "In:", e da<br />

referência completa como um todo. No final da referência, <strong>de</strong>ve-se informar a paginação. Quando a editora não é i<strong>de</strong>ntificada, <strong>de</strong>ve-se<br />

indicar a expressão sine nomine, abreviada, entre colchetes [s.n.]. Quando o editor e local não pu<strong>de</strong>rem ser indicados na publicação,<br />

utilizam-se ambas as expressões, abreviadas, e entre colchetes [S.I.: s.n.].<br />

REFERÊNCIA DE LIVROS (in totum):<br />

BICHARD, S.J.; SHERDING, R.G. Small animal practice. Phila<strong>de</strong>lphia : W.B. Saun<strong>de</strong>rs, 1997. 1467 p.<br />

REFERÊNCIA DE PARTES DE LIVROS: (Capítulo com autoria)<br />

SMITH, M. Anestrus, pseudopregnancy and cystic follicles. In: MORROW, D.A. Current Therapy in Theriogenology. 2.ed.<br />

Phila<strong>de</strong>lphia : W.B. Saun<strong>de</strong>rs, 1986, Cap.x, p.585-586.<br />

90.<br />

REFERÊNCIA DE PARTES DE LIVROS: (Capítulo sem autoria)<br />

COCHRAN, W.C. The estimation of sample size. In____. Sampling techniques. 3.ed. New York : John Willey, 1977. Cap.4., p.72-<br />

OBRAS DE RESPONSABILIDADE DE UMA ENTIDADE COLETIVA: A entida<strong>de</strong> é tida como autora e <strong>de</strong>ve ser escrita por extenso,<br />

acompanhada por sua respectiva abreviatura. No texto, é citada somente a abreviatura correspon<strong>de</strong>nte. Quando a editora é a mesma<br />

instituição responsável pela autoria e já tiver sido mencionada, não é indicada.<br />

ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY - AOAC. Official methods of analysis. 16.ed. Arlington: AOAC<br />

International, 1995. 1025p.<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV. Sistema <strong>de</strong> análises estatísticas e genéticas - SAEG. Versão 8.0. Viçosa, MG,<br />

2000. 142p.<br />

REFERÊNCIA DE TESE/DISSERTAÇÃO/MONOGRAFIA:<br />

BACILA, M. Contribuição ao estudo do metabolismo glicídico em eritrócitos <strong>de</strong> animais domésticos. 1989. Curitiba, 77f.<br />

Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) - Curso <strong>de</strong> Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Paraná.<br />

72


REFERÊNCIA DE PUBLICAÇÕES EM CONGRESSOS:<br />

KOZICKI, L.E.; SHIBATA, F.K. Perfil <strong>de</strong> progesterona em vacas leiteiras no período do puerpério, <strong>de</strong>terminado pelo<br />

radioimunoensaio (RIA). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA, XXIV., 1996, Goiânia. Anais... Goiânia:<br />

Socieda<strong>de</strong> Goiana <strong>de</strong> Veterinária, 1996, p. 106-107.<br />

RESTLE, J.; SOUZA, E.V.T.; NUCCI, E.P.D. et al. Performance of cattle and buffalo fed with different sources of roughage. In:<br />

WORLD BUFFALO CONGRESS, 4., 1994, São Paulo.Proceedings... São Paulo: Associação Brasileira dos Criadores <strong>de</strong> Búfalos, 1994.<br />

p.301-303.<br />

REFERÊNCIA DE ARTIGOS DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS:Quando se tratar <strong>de</strong> obras consultadas on-line, são essenciais as<br />

informações sobre o en<strong>de</strong>reço eletrônico, apresentado entre os sinais < >, precedido da expressão “Disponível em: xx/xx/xxxx”e a data <strong>de</strong><br />

acesso do documento, precedida da expressão “Acesso em: xx/xx/xxxx.”<br />

PRADA, F.; MENDONÇA Jr., C. X.; CARCIOFI, A. C. [1998]. Concentração <strong>de</strong> cobre e molibdênio em algumas plantas forrageiras<br />

do Estado do Mato Grosso do Sul. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v.35, n.6, 1998. Disponível em:<br />

http://www.scielo.br/ Acesso em: 05/09/2000.<br />

MÜELLER, Suzana Pinheiro Machado. A comunicação científica e o movimento <strong>de</strong> acesso livre ao conhecimento. Ciência da<br />

Informação, Brasília, v. 35, n. 2, 2006. Disponível em: . Acesso em: 13/05/2007.<br />

REBOLLAR, P.G.; BLAS, C. [2002]. Digestión <strong>de</strong> la soja integral em ruminantes. Disponível em:<br />

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SILVA, R.N.; OLIVEIRA, R. [1996]. Os limites pedagógicos do paradigma da qualida<strong>de</strong> total na educação. In: CONGRESSO DE<br />

INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA URPe, 4., 1996, Recife.Anais eletrônico...Recife: Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Pernambuco, 1996. Disponível<br />

em: http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais.htm> Acesso em: 21/01/1997.<br />

CITAÇÃO DE TRABALHOS PUBLICADOS EM CD ROM:Na citação <strong>de</strong> material bibliográfico publicado em CD ROM, o autor <strong>de</strong>ve<br />

proce<strong>de</strong>r como o exemplo:<br />

EUCLIDES, V.P.B.; MACEDO, M.C.M.; OLIVEIRA, M.P. Avaliação <strong>de</strong> cultivares <strong>de</strong> Panicum maximum em pastejo. In: REUNIÃO<br />

ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 36., 1999, Porto Alegre. Anais... São Paulo: Gmosis, 1999, 17par. CD-<br />

ROM. Forragicultura. Avaliação com animais. FOR-020.<br />

INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Bases <strong>de</strong> dados em Ciência e Tecnologia. Brasília,<br />

n. 1, 1996. CD-ROM.<br />

E.mail Autor, < e-mail do autor. “Assunto”, Data <strong>de</strong> postagem, e-mail pessoal, (data da leitura)<br />

Web Site Autor [se conhecido], “Título”(título principal, se aplicável), última data da revisão [se conhecida], < URL (data que foi<br />

acessado)<br />

FTPAutor [se conhecido] “Título do documento”(Data da publicação) [se disponível], En<strong>de</strong>reço FTP (data que foi acessado)<br />

CITAÇÕES NO TEXTO: As citações no texto <strong>de</strong>verão ser feitas em caixa baixa. Quando se tratar <strong>de</strong> dois autores, ambos <strong>de</strong>vem ser<br />

citados, seguido apenas do ano da publicação; três ou mais autores, citar o sobrenome do primeiro autor seguido <strong>de</strong> et al. obe<strong>de</strong>cendo<br />

aos exemplos abaixo:<br />

Silva e Oliveira (1999)<br />

Schmidt et al. (1999)<br />

(Silva et al., 2000)<br />

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