UNIVERSIDADE DOS AÇORES - Biblioteca Digital do IPB - Instituto ...
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o teor de matéria orgânica, a textura e estrutura <strong>do</strong> solo são factores que influenciam a<br />
sua erodibilidade (POLYAKOV & LAL, 2004a; BISSONNAIS et al., 2006).<br />
A estrutura <strong>do</strong> solo é muito variável e complexa, acompanhan<strong>do</strong> a complexidade e<br />
variabilidade <strong>do</strong>s próprios solos. A titulo ilustrativo, refira-se que, só na Europa foram<br />
identifica<strong>do</strong>s 10000 tipos diferentes de solos (COSTA, 1999; COMISSÃO DAS<br />
COMUNIDADES EUROPEIAS, 2006;COMISSÃO EUROPEIA, 2007). A estrutura <strong>do</strong><br />
solo pode ser alterada através <strong>do</strong> transporte de sedimentos e uma das medidas aplicadas<br />
para o seu controlo é a adição de substâncias orgânicas que são decompostas por<br />
microrganismos. Os danos causa<strong>do</strong>s à estrutura <strong>do</strong> solo têm repercussões sobre outros<br />
meios e ecossistemas. A matéria orgânica <strong>do</strong> solo é sensível a fenómenos de moderada e<br />
severa erosão, sen<strong>do</strong> a magnitude desta perda comparável à da remoção de biomassa<br />
através da colheita, em baixos níveis de erosão o sistema solo-planta consegue<br />
reconstituir a matéria orgânica que perdeu (POLYAKOV & LAL, 2004a). A extracção<br />
de biomassa sem qualquer planificação causa danos importantes sobre o meio ambiente,<br />
conduzin<strong>do</strong> à degradação <strong>do</strong> solo (MERINO, 2008a).<br />
A perda de solo nas zonas declivosas e a sua redistribuição pela paisagem afecta de<br />
forma negativa a qualidade <strong>do</strong> solo e o ambiente (POLYAKOV & LAL, 2004b). O<br />
conhecimento <strong>do</strong>s solos de um território é um <strong>do</strong>s elementos essenciais para a<br />
identificação de potencialidades, limitações e riscos associa<strong>do</strong>s ao uso actual ou futuro<br />
da terra (FIGUEIREDO, 2002).<br />
No Nordeste de Portugal 30% da terra é ocupada por solos de matos que têm um teor<br />
médio de matéria orgânica de 7% na sua constituição, ligeiramente superior mas não<br />
chega aos 8%, é o valor médio para as pastagens, sen<strong>do</strong> estes valores superiores<br />
relativamente ao <strong>do</strong>s solos com uso por floresta, agricultura e de culturas perenes. Os<br />
solos <strong>do</strong> Nordeste de Portugal apresentam limitações à utilização da terra, sen<strong>do</strong> as mais<br />
relevantes as seguintes: a espessura <strong>do</strong> solo (em 74% da área situa-se nos 10-50cm);<br />
carência de água no solo (elevada em 48% da área); pedregosidade (moderada em 58%<br />
da área) e declive <strong>do</strong>minante (em 43% da área situan<strong>do</strong>-se nos 12-15%)<br />
(FIGUEIREDO, 2002).<br />
2.4 – Horizonte orgânico <strong>do</strong>s solos<br />
Os restos vegetais como as folhas, ramos, inflorescências, acumulam-se à superfície <strong>do</strong><br />
solo, forman<strong>do</strong> uma camada orgânica, denominada horizonte orgânico (RANGER &<br />
BONNEAU, 1984). A vegetação constitui a principal fonte de resíduos da fracção<br />
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