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ADMINISTRAO 1 - CAPA - IFMa

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E<br />

TECNOLOGIA DO MARANHÃO.<br />

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E<br />

SOCIAIS<br />

CURSOS DE ENGENHARIA INDUSTRIAL ELÉTRICA E<br />

MECANICA<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

CONCEITOS, OBJETIVOS, ORIGEM, REVOLUÇÃO INDUSTRIAL,<br />

RECURSOS EMPRESARIAS, FUNÇÕES DOS GERENTES.<br />

Carlos Magno dos Anjos Veras<br />

São Luis – Maranhão<br />

2009


SUMÁRIO<br />

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................1<br />

2. CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO ..................................................................2<br />

3. OUTROS SIGNOFICADOS DA ADMINISTRAÇÃO ...........................................3<br />

4. PRINCIPAIS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS .............................................. 5<br />

5. OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO .................................................................. 5<br />

6. ORIGEM DA ADMINISTRAÇÃO ........................................................................ 5<br />

7. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL ............................................................................... 6<br />

8. RECURSOS EMPRESARIAS ............................................................................. 8<br />

9. FUNÇÕES DOS GERENTES .............................................................................11<br />

10. NÍVEIS HIERÁRQUICOS E OS GERENTES ...................................................16<br />

11. COMPETÊNCIAS GERENCIAIS ......................................................................17<br />

12. MAESTRO E CIRURGIÃO ...............................................................................20<br />

REFERÊNCIAS ......................................................................................................22


1. INTRODUÇÃO<br />

Como será demonstrado e destacado durante o desenvolvimento da disciplina<br />

administração, esta surgiu, nos tempos modernos, da necessidade das industriais<br />

emergentes gerenciarem seus negócios que tomaram grande desenvolvimento<br />

através do surgimento de novas tecnologias provenientes do que se convencionou de<br />

chamar Revolução Industrial. (1780 a 1860 - 1860 a 1914).<br />

A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para algo) e minister<br />

(pessoas), e designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de um grupo.<br />

A administração como ciência surgiu como necessidade de sistematização dos<br />

processos produtivos em organizações industriais e foi concebida pelos engenheiros<br />

Fayol e Taylor.<br />

Administração é um processo de tomar decisões e realizar ações que compreende<br />

quatro processos principais interligados: planejamento, organização, execução e<br />

controle.<br />

Administrar é dirigir as organizações, através das pessoas, para que alcancem seus<br />

resultados de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental.<br />

Envolve a elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens e laudos,<br />

em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de organização,<br />

tais como: pesquisas, estudos, análises, interpretação,dentre outros.<br />

Tema de destacada importância para os profissionais de engenharia é a sua atuação<br />

como gerente seja na condição de colaborador em uma empresa ou gerindo seu<br />

próprio negócio. .Observar um gerente em ação nos leva à constatação de que seu<br />

trabalho é diversificado, sem padronização e não segue a ordem implícita nas<br />

funções de planejar, organizar, dirigir e controlar. Os estudos sobre os gerentes<br />

reforçam a idéia de que o enfoque funcional é um modo de classificação de suas<br />

atividades principais em grandes categorias e entender as técnicas usadas por eles<br />

para realizá-las<br />

O módulo 1, que agora está sendo apresentado aos estudantes de engenharia,<br />

professores e demais colaboradores deste INSTITUTO destaca os conceitos, os<br />

objetivos, os princípios e a origem histórica da administração. Aborda também o papel<br />

dos gerentes nas organizações empresariais e destaca o engenheiro no exercício<br />

dessa função. Também tema de importância para os profissionais de engenharia é a<br />

sua atuação como gerente seja na condição de colaborador em uma empresa ou<br />

gerindo seu próprio negócio. .Observar um gerente em ação nos leva à constatação<br />

de que seu trabalho é diversificado, sem padronização e não segue a ordem implícita<br />

nas funções de planejar, organizar, dirigir e controlar. Os estudos sobre os gerentes<br />

reforçam a idéia de que o enfoque funcional é um modo de classificação de suas<br />

atividades principais em grandes categorias e entender as técnicas usadas por eles<br />

para realizá-las


A elaboração do presente material didático e a sua disponibilidade em site esprcífico<br />

para acesso, foi também possível graças à colaboração dos estudantes de<br />

engenharia industrial elétrica e mecânica do então CEFET – MA, a partir do primeiro<br />

semestre de 2007. A esses estudantes e aos que se seguiram nossos<br />

agradecimentos.<br />

Metodologicamente foi elaborado a partir da literatura básica disponível, consulta à<br />

Internet, colaboração de alunos e professores.<br />

Os textos, organizados em módulos, contemplam os itens do programa da disciplina<br />

administração e em seu conteúdo abordam conhecimentos de livros-textos clássicos<br />

de autores brasileiros, atividades estimuladoras de debates, artigos de periódicos<br />

eletrônicos, pesquisa de campo, visitas técnicas, exibição de vídeos e artigos que<br />

buscam contextualizar as situações teóricas explicitadas em sala de aula.<br />

2. CONCEITOS DE ADMINISTRAÇÃO<br />

Administração é o ato ou processo de gerir, reger ou governar negócios públicos ou<br />

particulares. A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para algo) e<br />

minister (pessoas), e designa o desempenho de tarefas de direção dos assuntos de<br />

um grupo. É utilizada em especial em áreas com corpos dirigentes poderosos , como<br />

por exemplo no mundo empresarial (administração de empresas) e em entidades<br />

dependentes dos governos (administração pública). Outro sentido da palavra referese<br />

à administração (ou seja, à oferta) de sacramentos, de justiça, medicamentos etc.<br />

Gestão passou a significar de forma mais comum a interferência direta dos gestores<br />

nos sistemas e procedimentos empresariais. Em Contabilidade, por exemplo, podem<br />

ser observados dois tipo de gestores: aqueles que observam os preceitos científicos<br />

da matéria ou interferem ao fim do sistema (output). E aqueles que interferem em<br />

qualquer fase do sistema (input, processamento, output). Isto significa que tais<br />

processos são efetivados pelo poder de liderança enfocado por cada um.<br />

Segundo Maximiano (2000) administração significa, em primeiro lugar, ação.<br />

Administração é um processo de tomar decisões e realizar ações que compreende<br />

quatro processos principais interligados: planejamento, organização, execução e<br />

controle.<br />

A administração pode ser também definida como uma função social que consegue<br />

que as coisas sejam realizadas (Litterer,1980). Entre os clássicos destaca-se a idéia<br />

de que a Administração constitui um recurso para a racionalização e condução do<br />

processo produtivo. O conceito entre os humanistas refere-se à condução do<br />

processo de cooperação e relações humanas no trabalho. Uma visão sistêmica<br />

coloca a administração como uma técnica de conduzir o processo produtivo e as<br />

relações sociais na organização, conforme solicitações do ambiente de tarefa<br />

(mercado) e do ambiente geral (macro-ambiente). Na abordagem contingencial vigora<br />

o conceito de adocracia: administração de situações e da incerteza. Neste caso,<br />

todos os princípios gerenciais são válidos, tudo depende das circunstâncias.<br />

Administrar é dirigir as organizações, através das pessoas, para que alcancem seus<br />

resultados de forma eficiente, eficaz e com responsabilidade social e ambiental.<br />

2


Envolve a elaboração de pareceres, relatórios, planos, projetos, arbitragens e laudos,<br />

em que se exija a aplicação de conhecimentos inerentes às técnicas de organização,<br />

tais como: pesquisas, estudos, análises, interpretação, planejamento, implantação,<br />

coordenação e controle dos trabalhos nos campos de administração geral, como:<br />

administração e seleção de pessoal, organização, análise, métodos e programas de<br />

trabalho, orçamento, administração de material e financeira, administração<br />

mercadológica, administração de produção, relações industriais, bem como outros<br />

campos em que estes de desdobrem ou com os quais sejam conexos. Segundo<br />

Maximiano (2000), administrar é o processo de tomar, realizar e alcançar ações que<br />

utilizam recursos para alcançar objetivos (Figura 1).<br />

Figura 1 – Industria automobilística Fonte: vocesa.abril.com.br/imagem/121_mercado9.jpg<br />

3. OUTROS SIGNOFICADOS DA ADMINISTRAÇÃO<br />

Administração (do latim administratione).<br />

• Significa em 1º lugar, ação;<br />

• Gestão de negócios públicos e privados;<br />

• Governo, regência;<br />

• Conjunto de princípios, normas e funções que têm por fim ordenar os<br />

fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se<br />

obter determinado resultado;<br />

• Prática desses princípios, normas e funções (Novo Dicionário Aurélio, 1ª<br />

edição).<br />

Gerência (do latim gerentia, de gerere, “fazer”)<br />

• Ato de gerir;<br />

• Funções do gerente;<br />

• Mandato de administração (Aurélio).<br />

Gestão (do latim gestione)<br />

3


• Ato de gerir, gerência, administração.<br />

Administratio, administrationis<br />

• Rerum curatio, “tomar conta das coisas”. Italiano: administratione, governo.<br />

Francês: gouvernement, administration. Espanhol: dirección, gobierno.<br />

Ingles> management, administration.<br />

Management<br />

• Ação e maneira de administrar;<br />

• Habilidade para administrar;<br />

• Pessoa ou pessoas que controlam e dirigem os negócios de uma instituição<br />

ou empresa.<br />

O que é Administração ?<br />

Ação.<br />

A administração é um processo de tomar decisões e realizar ações que<br />

compreende quatro processos principais:<br />

• Planejamento – é o processo de definir objetivos, atividades e recursos.<br />

• Organização – é o processo de definir o trabalho e as responsabilidades<br />

pela realização.<br />

• Direção (Execução) – é o processo de realizar atividades e utilizar<br />

recursos para atingir os objetivos.<br />

• Controle – é o processo de assegurar a realização dos objetivos e de<br />

identificar a necessidade de modificá-los.<br />

Grupo de pessoas<br />

As pessoas que administram qualquer conjunto de recursos ou pessoas são<br />

administradores ou gerentes. São os gerentes que fazem o processo administrativo<br />

funcionar<br />

Arte que exige habilidades, conhecimentos e competências<br />

O desempenho dos gerentes depende de suas competências gerenciais, que incluem<br />

diversas habilidades.<br />

Disciplina especializada<br />

Nos dois últimos séculos, tornou-se necessário profissionalizar a formação de<br />

gerentes, para aprimorar o processo administrativo e tornar as organizações mais<br />

eficazes.<br />

4


4. PRINCIPAIS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS<br />

Os processos administrativos são também chamados funções administrativas ou<br />

funções gerenciais.<br />

As funções do administrador correspondem aos elementos da Administração que<br />

Fayol definira no seu tempo (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar),<br />

mas com uma roupagem atualizada. . De um modo geral, aceita-se hoje o<br />

planejamento, a organização, a direção e o controle como as funções básicas do<br />

administrador. Essas quatro funções básicas — planejar, organizar, dirigir e controlar<br />

— constituem o chamado processo administrativo.<br />

• Planejamento: é o processo de definir objetivos, atividades e recursos.<br />

• Organização: é o processo de definir o trabalho a ser realizado e a<br />

responsabilidade pela realização; é também o processo de distribuir os<br />

recursos disponíveis segundo alguns critérios.<br />

• Execução: é o processo de realizar atividades e utilizar recursos para atingir<br />

os objetivos. O processo de execução envolve outros processos,<br />

especialmente o processo de direção, para acionar os recursos que realizam<br />

as atividades e objetivos.<br />

• Controle: é o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar<br />

aa necessidade de modificá-los.<br />

5. OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO<br />

Para Chiavenato (2000) a administração busca dois objetivos principais: proporcionar<br />

eficiência e eficácia às empresas. A eficiência refere-se aos meios, métodos,<br />

processos, regras e regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa<br />

a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados. a eficácia refere-se aos<br />

fins: objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa.<br />

O administrador eficiente está sempre procurando os melhores métodos e processos<br />

de trabalho e tentando fazer as coisas corretamente e com perfeição. O administrador<br />

eficaz está sempre procurando os melhores resultados e tentando alcançar os<br />

objetivos empresariais. Não resta dúvida de que tanto a eficiência como a eficácia<br />

são importantes para as organizações empresariais. Ambas são indispensáveis no<br />

trabalho administrativo. Contudo, de nada vale a eficiência (fazer bem) se a eficácia<br />

(alcançar objetivos e obter resultados) não for alcançada.<br />

6. ORIGEM DA ADMINISTRAÇÃO<br />

Desde os primórdios da humanidade, o homem associou-se a outros para por meio<br />

do esforço conjunto, atingir determinados objetivos. Desse esforço conjunto surgiram<br />

as empresas rudimentares que remontam à época dos assírios, babilônicos, fenícios,<br />

egípcios e outros. Porém a história da administração é relativamente recente e surgiu<br />

com o aparecimento da grande empresa. O fenômeno que provocou o aparecimento<br />

da grande empresa e da moderna administração ocorreu no final do século XVIII e se<br />

estendeu ao longo do século XIX, chegando ao limiar do século XX.<br />

5


7. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL<br />

Esse fenômeno que trouxe rápidas e profundas mudanças econômicas sociais e<br />

políticas, chamou-se Revolução Industrial. A Revolução Industrial teve início na<br />

Inglaterra, com a invenção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776. A<br />

aplicação da máquina a vapor no processo de produção provocou um enorme surto<br />

de industrialização, que se estendeu rapidamente a toda Europa e Estados Unidos.<br />

A evolução do processo de transformação de matérias-primas em produtos acabados<br />

ocorreu em quatro estágios: artesanato, manufatura, indústria e a revolução técnicocientífica.<br />

A Revolução Industrial (século XVIII e XIX),ocorreu na Inglaterra,disseminou-se por<br />

outros países da Europa ocidental,pelo Japão,Estados Unidos e Canadá.<br />

(Figura 2).<br />

A Revolução Industrial desenvolveu-se em duas fases distintas:<br />

Primeira fase, de 1780 a 1860<br />

É a revolução do carvão (como principal fonte de energia) e do ferro (como principal<br />

matéria-prima). Começa com a introdução da maquina de fiar, do tear hidráulico e<br />

posteriormente do tear mecânico, do descascador de algodão, promovendo s<br />

mecanização das oficinas e da agricultura. O trabalho do homem, do animal e da roda<br />

d’água é substituído pelo trabalho da máquina, surgindo o sistema fabril: o antigo<br />

artesão transforma-se em operário e a pequena oficina patronal cede lugar à fábrica e<br />

à usina. As novas oportunidades de trabalho provocam migrações e conseqüente<br />

urbanização ao redor de centros industriais. Há uma revolução nos meios de<br />

transporte e comunicações: surge a navegação a vapor, a locomotiva a vapor, o<br />

telégrafo e o telefone. É o início do capitalismo.<br />

Segunda fase, de 1860 a 1914<br />

É a revolução da eletricidade e derivados do petróleo (como as novas fontes de<br />

energia) e do aço (como a nova matéria-prima). É a introdução definitiva da<br />

maquinaria automática e da especialização do operário. Há uma intensa<br />

transformação nos meios de transporte e nas comunicações: surge a estrada de ferro<br />

e o automóvel, o avião, o telégrafo sem fio, o rádio. O capitalismo financeiro<br />

consolida-se e surgem as grandes organizações multinacionais como a Standart Oil,<br />

General Eletric, Westinghouse, Siemens, DuPont, United States Steel e outras.<br />

Ao final da Revolução Industrial o mundo já não era mais o mesmo. E s moderna<br />

administração surgiu em resposta a duas conseqüências provocadas por ela, a saber:<br />

• Crescimento acelerado e desordenado das empresas que passaram a exigir<br />

uma administração científica capaz de substituir o empirismo e a improvisação.<br />

• Necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas, para fazer<br />

face à intensa concorrência e competição no mercado.<br />

6


A moderna administração surgiu no início do século XX, quando dois engenheiros<br />

publicaram suas experiências. Um era americano, Frederick Winslow Taylor (1856 –<br />

1915) e veio a desenvolver a chamada Escola da Administração Científica, com a<br />

preocupação de aumentar a eficiência da indústria por meio da racionalização do<br />

trabalho dos operários. O outro engenheiro era francês, Henri Fayol (1841 – 1925) e<br />

veio a desenvolver a chamada Escola da Administração Clássica, com a preocupação<br />

de aumentar a eficiência da empresa por meio de sua organização e da aplicação de<br />

princípios gerais de administração. Embora esses precursores jamais se<br />

comunicaram entre si e seus pontos de vista sejam diferentes, e, até mesmo opostos,<br />

o certo é que suas idéias se complementam, razão pela qual suas teorias dominaram<br />

as cinco primeiras décadas do século XX, no panorama da administração da<br />

empresas.<br />

Figura 2 – Revolução Industrial Fonte: 4.bp.blogspot.com/_UzkMYl3TwlM/Rs7vf23chPI/AA...<br />

As condições para a existência da Revolução Industrial na segunda metade do século<br />

XVIII foram:<br />

• Acumulação de capital: graças ao colonialismo;<br />

• Existência de matérias-primas: algodão;<br />

• Mão-de-obra disponível: produzido pela expropriação das terras (cercamento);<br />

• Mercados consumidores: antes se produzia de acordo com o mercado, agora o<br />

mercado é criado de acordo com a produção.<br />

A Revolução Industrial não ficou restrita à Inglaterra - Bélgica (1830, valendo-se dos<br />

capitais ingleses); França (1848); Alemanha (1870); Rússia (1890); Japão (1868),<br />

Estados Unidos (1840) etc.<br />

De um período excessivamente artesanal para outro industrial não houve uma<br />

gradativa adaptação. Os efeitos sociais que se fizeram sentir foram aterradores. Se<br />

por um lado aconteceu a transferência da habilidade do artesão para a máquina, que<br />

passou a produzir com maior rapidez, em maior quantidade e menor custo; por outro<br />

levou ao desemprego e a alienação da produção. Outros fenômenos foram a<br />

migração do campo para a cidade (ver tabela em anexo) e conseqüentemente uma<br />

urbanização descontrolada. Para aumentar a produção em busca de novos mercados<br />

7


os salários eram achatados e a carga horária duplicada. O trabalho infantil se<br />

generalizou como forma ajudar no sustento das famílias.<br />

O uso capitalista das máquinas leva a uma direção autoritária, à regulamentação<br />

administrativa sobre o operário, tendo em vista a extorsão da mais-valia pelos<br />

membros do quadro administrativo, executivos, diretores, supervisores, capatazes.<br />

Os patrões conseguem fazer passar por simples regulamentação social o que na<br />

realidade é o seu código autoritário. Direção autoritária é objetivo capitalista que, pela<br />

chamada racionalização do trabalho e controle do comportamento do operário, define<br />

as garantias de cooperação (TRAGTENBERG, Maurício. Administração, Poder e<br />

Ideologia.).<br />

O movimento operário começa aí. A primeira manifestação de revolta, ainda que<br />

ingênua, foi o ludismo, quando vários trabalhadores promoveram o quebra-quebra<br />

das máquinas. A reação governamental foi violenta: presos, alguns chegaram a ser<br />

condenados à morte.<br />

8. RECURSOS EMPRESARIAS<br />

As empresas são organizações empresariais dotadas de recursos que são<br />

necessários para o alcance dos seus objetivos. Esses componentes são<br />

denominados de recursos empresariais.<br />

Os recursos empresariais são os componentes ou meios pelos quais as<br />

organizações sociais utilizar para realizar suas atividades e assim atingir seus<br />

objetivos. Chiavenato (2000) relaciona e descreve cinco tipos diferentes de recursos<br />

empresariais:<br />

• Recursos materiais: São os recursos físicos que as empresas utilizam para<br />

realizar suas atividades. São as edificações ou instalações físicas, as<br />

máquinas, os equipamentos, as ferramentas, a matéria-prima utilizados por<br />

essas organizações. São, em outras palavras, os meios físicos ou materiais<br />

necessários à produção de bens ou serviços (Figura 3).<br />

Figura 3 – Recursos Materiais.Fonte: VERAS, Carlos Magno dos Anjos, 2008<br />

• Recursos financeiros: Denominado também de capital pelos economistas,<br />

são os meios que permitem às empresas financiar suas operações. São<br />

representados pelo capital,, pelo fluxo de caixa, pelo faturamento e pelos<br />

investimentos realizados pela organização empresarial (Figura 4).<br />

8


Figura 4– Recursos Financeiros Fonte: www.vr-images.com/.../Latasa%20Dinheiro.jpg<br />

• Recursos humanos: São os recursos vivos dotados de inteligência que<br />

operam e dinamizam os demais recursos empresariais. São os diretores, os<br />

gerentes, os chefes de departamentos, os engenheiros, os técnicos e demais<br />

colaboradores que atuam na organização empresarial.<br />

Figura 5 – Recursos HunabosFonte: www.pvda.be/.../sol0505/P10_web_china_hafei.jpg<br />

• Recursos mercadológicos: São os meios pelos quais a organização<br />

empresarial utiliza para entrar em contato com o seu ambiente externo,<br />

principalmente com a parcela do ambiente que constitui o seu mercado e<br />

clientes. São as vendas, a promoção, a propaganda, o ponto de distribuição<br />

dos produtos ou serviços. Quando a empresa coloca seus produtos no<br />

mercado por meio de intermediários como os atacadistas ou varejistas, estes<br />

também podem ser catalogados como recursos mercadológicos.<br />

9


Figura 6 – Recursos mercadologicos Fonte: www.internet-marketing-one.com/img008.jpg<br />

• Recursos administrativos: Constituem o esquema gerencial das empresas, a<br />

forma como estas organizações dirigem, gerenciam e supervisionam sua<br />

atividades. Tem por finalidades integrar e coordenar os demais recursos<br />

empresariais.<br />

Figura 7 - Recursos administrativos - Fonte: www.conceptia.com.br/.../imagem2.gif<br />

Conforme Chiavenato, para administrar os recursos empresariais, as organizações<br />

utilizam as especializações da administração, cada qual encarregado de um tipo<br />

específico de recurso. As especializações são as seguintes:<br />

• Administração geral: Esta área específica está relacionada com a integração<br />

e sincronização de todos os recursos empresariais. É a administração de<br />

cúpula de todos as demais especialidades da organização empresarial.<br />

• Administração da produção: É também denominada Administração das<br />

Operações. Está relacionada diretamente com a gestão dos recursos<br />

10


materiais, ou seja, com a produção de bens e serviços da organização<br />

empresarial.<br />

Formalmente, segundo Daniel Moreira, a Administração da Produção e Operações é<br />

o estudo de técnicas e conceitos aplicáveis à tomada de decisões nas funções de<br />

produção (empresas industriais) e operações (empresas de serviços).<br />

Os conceitos e técnicas que fazem parte do objetivo da Administração da Produção<br />

dizem respeito às funções administrativas clássicas (planejamento, organização,<br />

direção e controle) aplicadas às atividades envolvidas com a produção física de um<br />

produto ou à prestação de um serviço<br />

• Administração financeira: Está relacionada com a gerência dos recursos<br />

financeiros da organização empresarial, ou seja, com a busca, aplicação e<br />

retorno do investido no negócio. O Administrador financeiro está mais<br />

preocupado em manter a solvência da empresa, proporcionando os fluxos de<br />

caixa necessários para honrar as suas obrigações e adquirir e financiar os<br />

ativos circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da empresa. Ao<br />

invés de reconhecer receitas no ponto de vendas e despesas quando<br />

incorridas, reconhece receitas e despesas somente com respeito às entradas e<br />

saídas de caixa.<br />

• Administração de recursos humanos: Área específica da gestão das<br />

pessoas que trabalham nas organizações empresariais, abrangendo desde a<br />

alta cúpula até os trabalhadores do chão da fábrica. É a área que trata do<br />

recrutamento, seleção, treinamento, contratação, encargos sociais,<br />

previdenciários e demissão de trabalhadores. A administração de recursos<br />

humanos pode ser compreendida como um subsistema de uma organização,<br />

pois pessoas realizam o trabalho das organizações. Mesmo quando existe<br />

uma intensa substituição do elemento humano por máquinas, as pessoas<br />

recolhem o produto transformado pelas máquinas, ligam-nas, desligam-nas,<br />

decidem quando acioná-las e quando consertá-las (e até contratos de<br />

manutenção para elas)...<br />

• Administração mercadológica: Abrange as áreas de marketing, mercado e<br />

consumidor, planos de comunicação, vendas, produtos e serviços, políticas e<br />

estratégias de produtos e serviços e serviços aos clientes (pós-venda).<br />

Envolve diretamente o relacionamento da empresa com seus mercados e<br />

clientes.<br />

9. FUNÇÕES DOS GERENTES<br />

Tema de destacada importância para os profissionais de engenharia é a sua atuação<br />

como gerente seja na condição de colaborador em uma empresa ou gerindo seu<br />

próprio negócio. Observar um gerente em ação nos leva à constatação de que seu<br />

trabalho é diversificado, sem padronização e não segue a ordem implícita nas<br />

funções de planejar, organizar, dirigir e controlar. Os estudos sobre os gerentes<br />

reforçam a idéia de que o enfoque funcional é um modo de classificação de suas<br />

atividades principais em grandes categorias e entender as técnicas usadas por eles<br />

11


para realizá-las. Para compreender o trabalho gerencial, é preciso complementar o<br />

enfoque funcional com a inclusão de outras atividades e sua classificação em<br />

categorias.<br />

Papel gerencial, segundo Mintzberg, é um conjunto organizado de comportamentos<br />

que pertencem a uma função ou posição dentro de uma organização social.<br />

O primeiro estudo conduzido por Henri Mintzberg, concluiu que os gerentes<br />

desempenham 10 papéis, divididos em três categorias (Figura 8).<br />

• Papéis interpessoais<br />

• Papéis de processamento de informações<br />

• Papéis de decisão<br />

Papéis interpessoais<br />

Figura de proa<br />

Líder<br />

Ligação<br />

Henry Mintzberg e os Papéis Gerenciais<br />

Os papéís interpessoais compreendem:<br />

Figura de proa<br />

Papéis de Decisão<br />

Empreendedor<br />

Controlador de distúrbios<br />

Administrador de recursos<br />

Negociador<br />

Figura 8 – Papeis gerenciais. Fonte: Maximiani (2000).<br />

Papéis de informação<br />

Monitor<br />

Disseminador<br />

Porta-voz<br />

Esse papel compreende todas as atividades nas quais o gerente age como um<br />

símbolo e representante de sua organização destacando-se: falar em público em<br />

diversas situações como apresentar as atividades da empresa para um grupo de<br />

visitantes, comparecer a solenidades para representar a empresa, relacionar-se com<br />

autoridades em nome da empresa.<br />

12


Líder<br />

O papel está presente em todas as atividades gerenciais e não é uma atividade<br />

isolada. Sua importância é subestimada quando julgada apenas em termos da<br />

proporção das atividades gerenciais que estão estritamente relacionadas com a<br />

condução da equipe de trabalho. As habilidades de liderança, presentes em um<br />

gerente, extrapolam os limites internos do trabalho tornado-se de grande importância<br />

para a missão da empresa no mercado em que atua.<br />

Ligação<br />

Esse papel envolve a rede de relações humanas que o gerente deve manter<br />

principalmente com seus pares. Por meio dessa rede, ele mantém sua equipe ligada<br />

a outras. Isso possibilita o intercâmbio de recursos e informações necessários para<br />

trabalhar. Permite também a interação entre os diferentes órgãos de uma empresa<br />

fator de grande importância para a compreensão da empresa como um sistema.<br />

Na categoria de papéis de processamento de informações destacam-se:<br />

Monitor<br />

Esse papel compreende as atividades que o gerente desempenha quando recebe ou<br />

procura obter informações que lhe permitem entender o que se passa em sua<br />

organização e no meio ambiente. Esse papel envolve a necessidade e a capacidade<br />

de lidar com uma grande variedade de fontes de informação que vão desde a<br />

literatura técnica, tecnologia da informação até os meios menos convencionais como<br />

a radio comunitária.<br />

Disseminador<br />

O papel de monitor tem o complemento da disseminação da informação externa para<br />

dentro da organização, e da informação interna de um membro da equipe para outro.<br />

Nessa função o gerente é responsável pela circulação interna de informações.<br />

Porta-voz<br />

Enquanto o papel de disseminador está relacionado com a transmissão de fora para<br />

dentro, o papel de porta-voz envolve o inverso – a transmissão de informação de<br />

dentro da organização para o ambiente externo. Nesse papel o gerente fala<br />

oficialmente em nome da organização para o público externo.<br />

Na categoria de papéis de decisão destacam-se:<br />

Entrepreneur (empreendedor)<br />

Nessa função o gerente atua como iniciador e planejador da maior parte das<br />

mudanças controladas em sua organização. Mudanças controladas são imposições<br />

do próprio ambiente tanto interno quanto externo das organizações tendo o intenso<br />

processo de inovações tecnológicas decorrentes da competição globalizada a que as<br />

empresas estão expostas. Essas mudanças controladas podem incluir<br />

13


melhoramentos nos processos desenvolvidos na organização e a identificação e o<br />

aproveitamento de oportunidades de novos negócios, entre outras iniciativas.<br />

Controlador de distúrbios<br />

Os distúrbios são as situações que estão parcialmente fora do controle gerencial, tais<br />

como os eventos imprevistos (apagão elétrico), as crises, ou os conflitos decorrentes<br />

de fontes diversas. Para lidar com essas situações, o gerente desempenha o papel<br />

de controlador de distúrbios.<br />

Administrador de recursos<br />

A alocação de recursos é o coração do sistema de formulação de estratégias de uma<br />

organização. O papel de administrar recursos, inerente à autoridade formal das<br />

organizações sociais, está presente em qualquer decisão que o gerente tome. Esse<br />

papel gerencial compreende três elementos essenciais: administrar o próprio tempo,<br />

programar, preferencialmente de forma participativa, o trabalho da equipe e autorizar<br />

decisões tomadas por terceiros.<br />

Negociador<br />

De vez em quando, a organização encontra-se em grandes negociações que fogem<br />

da rotina, com outras organizações ou indivíduos. Frequentemente é o gerente quem<br />

lidera os representantes de sua organização nessas negociações, com sindicatos,<br />

clientes, credores ou empregados individuais.<br />

Fred Luthans desenvolveu um estudo onde concluiu que as atividades dos gerentes<br />

podem ser agrupadas em quatro categorias:<br />

• Funções gerenciais: tomar decisões, planejar e controlar;<br />

• Comunicação: trocar e processar informações, processar documentação;<br />

• Administração de recursos humanos: motivar, resolver conflitos, colocar<br />

pessoal, treinar;<br />

• Relacionamento (networking): manter relações sociais, fazer política, interagir<br />

com pessoas de fora da organização.<br />

Luthans também fez uma distinção entre gerentes de sucesso (que realizam objetivos<br />

pessoais importantes, como avançar na carreira) e gerentes eficazes (que realizam<br />

os objetivos importantes para a organização e são bem avaliados por sua equipe).<br />

Em suas conclusões, apontou que os gerentes eficazes nem sempre são os que<br />

fazem as carreiras mais rápidas. Os gerentes de sucesso despendem mais tempo<br />

com networking (48%) e comunicação(28%) ao passo que os gerentes eficazes<br />

despendem mais tempo com as atividades de comunicação (44%) e administração de<br />

recursos humanos (26%).<br />

Rosemary Stewart, professora inglesa, desenvolveu um esquema para ajudar a<br />

compreender a natureza genérica dos cargos gerenciais e as diferenças entre eles. O<br />

esquema de Stewart pode ser usado para analisar um cargo em particular e a forma<br />

como uma pessoa o desempenha. O esquema pode ser útil para gerentes<br />

preocupados com sua própria eficácia, e para que devem selecionar, avaliar e treinar<br />

14


outros gerentes. Um dos pontos principais desenvolvidos por Stewart é a noção de<br />

que os cargos diferem entre si tanto pela sua natureza intrínseca, qunato pelo fato de<br />

que, ao desempenha-los, os ocupantes escolhem o que fazer e a maneira de realizar<br />

tarefas. Conforme Stewart, os cargos dos gerentes têm três aspectos importantes:<br />

Exigências<br />

São as tarefas que qualquer ocupante de determinado cargo deve necessariamente<br />

desempenhar, porque fazem parte intrínseca de sua natureza ou constam de sua<br />

descrição. As exigências compreendem as atividades que é obrigatório fazer: atingir<br />

padrões mínimos de desempenho, manter certos contatos (clientes, fornecedores),<br />

participar de certos tipos de reunião, ou cumprir determinadas obrigações<br />

burocráticas ou legais.<br />

Restrições<br />

São os fatores internos ou externos à organização, que limitam o que o ocupante do<br />

cargo pode fazer. As restrições impostas ao desempenho de um cargo podem<br />

origina-se da legislação, das limitações de recursos, das instalações, do ritmo de<br />

trabalho de ouras unidades da organização, e de muitas outras fontes.<br />

Escolhas<br />

Abrangem as atividades que o ocupante do cargo pode fazer, mas não é obrigado.<br />

Encontram-se aqui as oportunidades e maneiras de fazer tarefas diferentes dos<br />

outros. As escolhas gerenciais relacionam-se tanto com o tipo de trabalho em si,<br />

quanto com a forma de desempenhá-lo. As escolhas podem ser exemplificadas com<br />

as tarefas que o gerente decide ignorar ou delegar a subordinados, com as<br />

habilidades em que ele prefere aprimorar-se, e com a ênfase em certos aspectos de<br />

seu trabalho e da unidade que ele administra.<br />

Stewart enfatiza o conteúdo decisório do trabalho dos gerentes. Suas proposições<br />

reforçam a idéia de que o trabalho dos gerentes depende muito deles mesmos, ainda<br />

que estejam sujeitos a exigências e restrições impostas por outros. Muito de sua<br />

eficiência pessoal, portanto, depende da forma como toa decisões. Provavelmente, os<br />

gerentes tomam muitas decisões incorretas, na maneira como usam seu tempo e<br />

como administram a si próprios. Nem sempre o que fazem é o que deveriam fazer,<br />

devido a escolhas incorretas.<br />

Dos estudos apresentados está claro que, em essência, o trabalho gerencial<br />

compreende:<br />

• Atividades de tomar decisões (especialmente decisões de planejamento,<br />

organização, direção e controle de recursos para realizar objetivos, e decisões<br />

sobre o próprio tempo);<br />

• Atividades de processar informações;<br />

• Atividades de relacionar-se com pessoas, de dentro e fora da organização.<br />

15


10. NÍVEIS HIERÁRQUICOS E OS GERENTES<br />

Na maioria das organizações, os gerentes agrupam-se em três níveis principais que<br />

formam uma hierarquia.<br />

Executivos<br />

Diretor, superintendente e presidente são cargos que formam a alta administração e<br />

têm autoridade sobre todos os demais dirigentes. São responsáveis pelos objetivos<br />

da organização.<br />

As tarefas mais importantes da alta administração relacionam-se com a definição dos<br />

objetivos e recursos, e avaliação e correção do desempenho da organização.<br />

Gerentes intermediários<br />

São os responsáveis pela coordenação dos grupos de trabalho dos denominados<br />

departamentos, divisões ou gerências. São eles que transformam os grandes<br />

objetivos da alta administração em objetivos específicos, definem e mobilizam<br />

recursos e controlam a realização das atividades.<br />

Cuidam de partes especializadas da organização: produção, finanças, atendimento<br />

de clientes, recursos humanos.<br />

Supervisores<br />

Líder e supervisores são designações normalmente utilizadas para os que<br />

chefiam grupos formados por colaboradores operacionais, responsáveis pela<br />

execução de tarefas que fornecem produtos e serviços aos clientes. Os<br />

colaboradores operacionais podem ser cientistas, operários especializados ou<br />

trabalhadores braçais sem especialização. Tudo depende da natureza do trabalho,<br />

dos conhecimentos exigidos e do tamanho da organização. Com o advento das<br />

técnicas de administração participativa, os supervisores transformaram-se em<br />

facilitadores que ajudam grupos a tomar decisões por conta própria.<br />

Grupos autogeridos<br />

São equipes de trabalho que tem responsabilidade e autoridade para tomar e<br />

implementar a maioria das decisões que cabem aos supervisores. Estão ligadas<br />

diretamente aos gerentes.<br />

16


FUNÇÕES DOS GERENTES<br />

11. COMPETÊNCIAS GERENCIAIS<br />

Competências são as qualificações que um profissional deve ter para ocupar um<br />

cargo e desempenhá-lo eficazmente.<br />

As competências específicas que são necessárias para ocupar um cargo de gerente<br />

dependem do nível hierárquico, das tarefas do gerente, do tipo de organização e de<br />

outros fatores. De forma geral, as competências gerenciais são classificadas em três<br />

categorias: conhecimentos, habilidades e atitudes.<br />

Conhecimentos<br />

Administração<br />

superior<br />

Gerência<br />

intermediária<br />

Supervisão de<br />

primeira linha<br />

HABILIDADES<br />

HUMANAS<br />

HABILIDADES<br />

CONCEITUAIS<br />

HABILIDADES<br />

TÉCNICAS<br />

HABILIDADES<br />

TÉCNICAS<br />

Fonte: MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração. Pg. 78<br />

Os conhecimentos incluem todas as técnicas e informações que o gerente<br />

deve dominar e que são necessárias para o desempenho do cargo. O principal tipo<br />

de conhecimento é a competência técnica sobre a atividade ou assunto administrado.<br />

Além da competência técnica, outros conhecimentos importantes para os gerentes<br />

abrangem conceitos sobre o comportamento humano e sobre técnicas de<br />

administração.<br />

Os conhecimentos funcionam como pontos de referência para a compreensão<br />

da realidade e como base para o desenvolvimento de habilidades. Quanto mais<br />

ampla a gama de conhecimentos de que uma pessoa dispõe, mais ampla a realidade<br />

que ela consegue interpretar. Provavelmente, quanto menos especializado o gerente,<br />

17


maior deve ser a gama de conhecimentos de que ele precisa para o desempenho de<br />

seu cargo.<br />

Habilidades<br />

Segundo Robert L. Katz as habilidades gerenciais estão agrupadas em três<br />

categorias:<br />

Habilidade técnica<br />

Relaciona-se com as atividades específicas dos gerentes. Conhecimentos, métodos e<br />

equipamentos necessários para a realização das tarefas que estão dentro do campo<br />

de sua especialidade fazem parte de sua habilidade técnica. Por exemplo, a<br />

habilidade técnica de um gerente de produção de uma indústria mecânica<br />

compreende os conhecimentos específicos relacionados aos processos, métodos e<br />

técnicas de engenharia mecânica necessários para a execução das tarefas<br />

diretamente àquele setor.<br />

Habilidade humana<br />

Essa habilidade abrange a compreensão das pessoas e suas necessidades,<br />

interesses e atitudes. A capacidade de entender, liderar e trabalhar com as pessoas<br />

de sua equipe é a expressão da habilidade humana do gerente.<br />

Habilidade conceitual<br />

Envolve a capacidade de compreender e lidar com a complexidade total da<br />

organização e de usar o intelecto para formular estratégias, analisar problemas e<br />

tomar decisões. Criatividade, planejamento, raciocínio abstrato e entendimento do<br />

contexto são manifestações da habilidade conceitual.<br />

Para Katz, conforme o gerente sobe na hierarquia, a importância da habilidade<br />

técnica diminui, enquanto a habilidade conceitual torna-se mais necessária. Para um<br />

supervisor de primeira linha e para grupos autogeridos de trabalho, que estão<br />

diretamente ligados às tarefas operacionais, o conhecimento técnico é muito mais<br />

importante do que para um executivo da alta administração. Em seu nível, as<br />

habilidades conceituais são muito mais importantes.<br />

Para Mintzberg, a formação de gerentes reside no desenvolvimento das habilidades.<br />

Acredita que seja preciso ir além da transmissão de conhecimentos e oferecer<br />

oportunidades para que as pessoas possam desenvolver e aprimorar suas<br />

habilidades gerenciais.<br />

As habilidades propostas por Mintzberg são oito:<br />

Habilidades de relacionamento com colegas<br />

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Nessa categoria está toda a capacidade de estabelecer e manter relações formais e<br />

informais com os colegas, especialmente do mesmo nível hierárquico, para atender a<br />

seus próprios objetivos ou servir a interesses recíprocos.<br />

Habilidades de liderança<br />

Essas habilidades são necessárias para a realização das tarefas que envolvem a<br />

equipe de subordinados do gerente: orientação, treinamento, motivação, uso da<br />

autoridade. De acordo com Mintzberg, as habilidades dessa categoria estão<br />

associadas intimamente com a personalidade do gerente.<br />

Habilidade de resolução de conflitos<br />

Incluem-se nessa categoria a habilidade interpessoal de arbitrar conflitos entre<br />

pessoas e a habilidade de tomar decisões para resolver distúrbios. A utilização<br />

dessas habilidades produz tensão. Portanto, essa habilidade exige outra: a tolerância<br />

a tensões.<br />

Habilidades de processamento de informações<br />

Para Mintzberg, os estudantes e praticantes da administração devem aprender a<br />

construir redes informais e desenvolver habilidades de comunicações, como<br />

expressar eficazmente suas idéias e falar oficialmente como representante de uma<br />

organização empresarial.<br />

Habilidades de tomar decisões em condições de ambigüidade<br />

Em sua maior parte, as situações que gerente enfrenta não são estruturadas. São<br />

situações imprevistas, que precisam ser diagnosticadas e que exigem do gerente a<br />

capacidade de decidir, em primeiro lugar, se é preciso decidir. Além disso, o gerente<br />

não lida com uma decisão de cada vez. Freqüentemente, o gerente enfrenta<br />

inúmeros problemas e precisa tomar muitas decisões em curtos períodos.<br />

Ambigüidade é o que acontece quando o gerente tem poucas informações para lidar<br />

com essas situações. Para Mintzberg, a ambigüidade é inerente a muitas decisões<br />

gerenciais.<br />

Habilidade de alocações de recursos<br />

Os gerentes lidam com recursos limitados que devem ser usados para atender a<br />

necessidades que concorrem entre si. Eles devem decidir a quais atividades alocar<br />

seu tempo, ou a quais projetos alocar funcionários. Assim, a habilidade de alocação<br />

de recursos fornece ao gerente os critérios para a definição de prioridades a fim de<br />

que as escolhas sejam as melhores.<br />

Habilidades empresariais<br />

Segundo Mintzberg, essas habilidades envolvem a busca de problemas e<br />

oportunidades e a implementação controlada de mudanças organizacionais. Embora<br />

as escolas de administração dediquem pouca atenção a esse assunto, é possível<br />

criar o clima para encorajar o espírito empresarial.<br />

19


Habilidades de introspecção<br />

Habilidades de introspecção, para Mintzberg, relacionam-se com a capacidade de<br />

reflexão e auto-análise. O gerente deve ser capaz de entender seu cargo e seu<br />

impacto sobre a organização. Para Mintzberg, a capacidade de aprender com a<br />

própria experiência está acima de qualquer outra técnica de aprendizagem.<br />

Atitudes<br />

As atitudes são competências que permitem às pessoas interpretar e julgar a<br />

realidade e a si próprios. As atitudes formam a base das opiniões segundo as quais<br />

outras pessoas e os fatos, as idéias e os objetos são vistos, interpretados e<br />

avaliados. As atitudes estão na base das doutrinas administrativas e da cultura<br />

organizacional.<br />

Das muitas atitudes que influenciam o comportamento dos gerentes, as atitudes em<br />

relação às pessoas têm provavelmente o impacto mais forte. O pesquisador Douglas<br />

McGregor desenvolveu uma proposição para avaliar esse tipo de atitude, bem como o<br />

efeito sobre o estilo gerencial, com base na idéia de que há duas maneiras opostas<br />

de interpretar as pessoas. Cada uma dessas maneiras foi chamada de teoria por<br />

McGregor.<br />

A Teoria X diz que as pessoas são avessas ao trabalho e à responsabilidade, e não<br />

merecem confiança. A Teoria Y diz exatamente o contrário, que a maioria das<br />

pessoas gosta de trabalhar e de assumir responsabilidades, e merece confiança.<br />

Supondo que você seja um gerente que julgue as pessoas de acordo com a Teoria X,<br />

de que maneira você irá provavelmente agir como chefe? Sua resposta, com toda<br />

certeza, será completamente diferente da de outro, cujas opiniões estejam alinhadas<br />

com a Teoria Y. Mais que isso, suas concepções sobre a administração de pessoas<br />

serão diferentes.<br />

As atitudes referem-se ainda à própria pessoa e a outros aspectos de seu ambiente,<br />

como seu trabalho ou seu cargo. Há pessoas que encaram de maneira positiva a<br />

possibilidade de ocupar um cargo gerencial. Esse tipo de atitude deve ser<br />

determinante na escolha de pessoas para ocuparem tais posições, porque sua<br />

probabilidade de sucesso é maior do que aqueles que não enxergam atrativos na<br />

carreira gerencial.<br />

12. MAESTRO E CIRURGIÃO<br />

O equilíbrio entre as competências é a base da distinção entre o papel do maestro e o<br />

do cirurgião na atividade dos gerentes.<br />

O gerente como maestro é capaz de fazer um conjunto de pessoas produzir um<br />

resultado coletivo, utilizando técnicas que ele conhece. As pessoas, porém, são mais<br />

competentes que seu gerente, na dimensão técnica. Um exemplo é o técnico de<br />

futebol. Ele não joga, nem é bom jogador, mas isso não impede de administrar a<br />

equipe. A competência dos gerentes que são maestros é dirigir a equipe, e não<br />

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executar a tarefa. Muitos cargos gerenciais, especialmente na média e alta<br />

administração, exigem gerentes maestros.<br />

O gerente como cirurgião está na situação oposta. Ele é o especialista que se cerca<br />

de assistentes ou auxiliares. Desempenha, ao mesmo tempo, o papel técnico<br />

principal e o de chefe de uma equipe de ajudantes. Um exemplo é o piloto de avião,<br />

que é também o chefe da tripulação. Esse papel é característico nos supervisores de<br />

equipes técnicas situadas na base da pirâmide organizacional. Pesquisa,<br />

desenvolvimento de produtos, sistemas de informações, projetos de arquitetura e<br />

engenharia são algumas situações que exigem gerentes cirurgiões.<br />

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REFERÊNCIAS<br />

Texto principal<br />

IDALBERTO, Chiavenato. Iniciação à administração geral – 3ª ed. – São Paulo:<br />

Makron Books, 2000.<br />

MAXIMIANO, Antonio César Amaru. Introdução à administração/Antonio César<br />

Amaru Maximiano. – 5. ed. ver. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2000.<br />

Sites consultados e recomendados<br />

http://. www.eco.ufrj.br/pretexto/simbolicos/simb2.htm<br />

http://pt.wikipedia.org/wiki/Administração<br />

http://www.unicap.br/jantonio/sintese.html<br />

http://www.dw-world.de/dw/article/0,1564,1361668,00.html nelsonco1.sites.uol.com.br<br />

http://www.administradores.com.br/membros.jsp?pagina=membros_espaco_aberto_c<br />

orpo&idColuna=2040&idColunis...<br />

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