Processos De Pintura Líquida - cetec equipamentos para pintura
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PROCESSOS DE PINTURA LÍQUIDA<br />
Existem, basicamente, quatro processos <strong>para</strong> a aplicação de uma tinta sobre uma superfície:<br />
a) Imersão<br />
b) Aspersão<br />
c) A trincha<br />
d) A rolo<br />
IMERSÃO<br />
Pode ser dividida em dois processos:<br />
Imersão simples: em que se mergulha a peça a ser revestida em um "banho" de uma tinta<br />
contida em um recipiente. Normalmente, este recipiente possui uma região <strong>para</strong><br />
recuperação da tinta que se escoa da peça, após sua retirada do "banho". Este processo<br />
oferece uma série de vantagens, tais como: economia, por minimização de perdas (apesar<br />
da evaporação que, entretanto, só desperdiça solvente); fácil operação; utilização mínima<br />
de operadores e <strong>equipamentos</strong>; uso de pessoal não especializado e qualificado: a peça fica<br />
completamente recoberta, não havendo pontos falhos sem aplicação de tinta. As<br />
desvantagens são: espessura irregular, pois quando a peça é retirada do banho, a tinta<br />
escorre pela superfície e, conseqüentemente, as partes de cima sempre terão menor<br />
espessura que as partes de baixo; tendência a apresentar escorrimentos, principalmente nos<br />
pontos onde existam furos, depressões ou ressaltos na peça, prejudicando o aspecto<br />
estético; baixa espessura de película (salvo em casos especiais) etc.<br />
Imersão eletroforética: neste processo, é mantido o mesmo princípio da imersão simples.<br />
As tintas usadas possuem, porém, uma formulação especial, que permitem sua polarização.<br />
Usando esta propriedade a peça é ligada a retificadores e estabelece-se, entre a peça e a<br />
tinta onde ela está mergulhada, uma diferença de potencial, de modo que a tinta seja atraída<br />
pela peça (que, obviamente tem de ser metálica). <strong>De</strong>sta forma, toda a peça fica recoberta<br />
com uma camada uniforme e aderente de tinta, com espessura na faixa 20-40 μm. O<br />
excesso de tinta, não aderida, é removido por posterior lavagem, após o que a peça é<br />
introduzida em estufa <strong>para</strong> que a película venha a se formar por ativação térmica.<br />
Tanto <strong>para</strong> imersão simples quanto <strong>para</strong> a eletroforética, deve-se manter o banho em<br />
constante agitação, <strong>para</strong> manter os sólidos (principalmente pigmentos) em suspensão. Estas<br />
tintas possuem baixo teor de pigmentação, <strong>para</strong> que a suspensão seja facilitada.<br />
Este processo é usado <strong>para</strong> pequenas peças até carrocerias de automóveis.
ASPERSÃO<br />
É o processo em que se usa o auxílio de <strong>equipamentos</strong> especiais e ar comprimido, <strong>para</strong><br />
forçar a tinta a passar por finos orifícios, onde se encontram um forte jato de ar. O ar,<br />
chocando-se com o filete de tinta, atomiza as partículas que são então lançadas sobre a<br />
superfície que se deseja revestir. Neste processo obtêm-se películas com ótimo aspecto<br />
estético, exigindo porém aplicadores treinados. A aplicação por aspersão é particularmente<br />
recomendada <strong>para</strong> locais onde não haja ventos, pois isto acarreta grandes perdas de<br />
material. É também recomendada <strong>para</strong> grandes superfícies planas. A viscosidade da tinta,<br />
medida em Copo Ford n° 4, a 25°C, deve estar situada na faixa 20-30 segundos (20-30"<br />
FC4). A aspersão pode ser feita por quatro processos principais:<br />
a) Simples<br />
b) A quente<br />
c) Sem ar<br />
d) Eletrostático<br />
Na aspersão simples, a tinta é aplicada apenas com o uso dos <strong>equipamentos</strong> convencionais,<br />
descritos a seguir:<br />
Na aspersão a quente, a tinta é aquecida antes de sua aplicação. A finalidade é aplicar-se<br />
produtos com maior viscosidade, que possam fornecer películas mais espessas. Isto é<br />
devido ao fato de ser a viscosidade uma variável inversamente proporcional à temperatura<br />
(salvo casos específicos). <strong>De</strong>sta forma, obtém-se uma tinta com viscosidade conveniente<br />
<strong>para</strong> aplicação, sem necessidade de diluição, o que diminui o teor de sólidos da tinta e,<br />
conseqüentemente, diminui também seu rendimento.<br />
Na aspersão sem ar (airless), spray, com pistola de alta pressão ou hidráulica, o processo de<br />
atomização das partículas é diferente. Ao invés de usar um jato de ar <strong>para</strong> esta finalidade, o<br />
filete de tinta é impulsionado <strong>para</strong> fora do equipamento com uma velocidade extremamente<br />
grande, conseguindo-se isto com pressões elevadas de impulsionamento. O filete de tinta,<br />
ao sair do equipamento impulsionador, encontra uma cortina de ar está <strong>para</strong>da em relação<br />
ao filete. O choque faz com que as partículas de tinta se pulverizem, sendo então lançadas<br />
sobre a peça a ser revestida. A quantidade de tinta lançada é extremamente grande,<br />
aumentando a velocidade de trabalho. Além disso, a viscosidade não precisa estar na faixa<br />
20-30" FC4, podendo-se aplicar até produtos pastosos. Este processo é particularmente<br />
vantajoso <strong>para</strong> ser usado em superfícies planas e de grandes dimensões. O custo do<br />
equipamento "sem ar", "airless", é bastante elevado, em com<strong>para</strong>ção aos convencionais.<br />
Na aspersão eletrostática, estabelece-se, entre a tinta e a peça, uma ddp, que faz com que as<br />
partículas do revestimento sejam atraídas <strong>para</strong> a superfície, permitindo um melhor<br />
aproveitamento da tinta.
Os <strong>equipamentos</strong> usados <strong>para</strong> o processo de aspersão, de um modo geral, são os seguintes:<br />
Pistola: é uma ferramenta usinada e que se divide em: corpo, gatilho e cabeçote. O<br />
cabeçote, por sua vez, contém a capa de ar, que é a responsável pela pulverização da tinta; o<br />
bico de fluido, que dirige o filete de tinta em direção ao jato de ar de posições de<br />
acionamento, sendo uma <strong>para</strong> abrir o jato de ar e a outra <strong>para</strong> abrir o filete de tinta.<br />
Compressor: que fornece o ar necessário à impulsão do filete de tinta e também à sua<br />
pulverização, quando for o caso.<br />
Mangueiras: usadas <strong>para</strong> conduzir a tinta e o ar de seus reservatórios <strong>para</strong> a pistola. As<br />
mangueiras de tinta devem possuir revestimento interno resistente aos solventes, <strong>para</strong> evitar<br />
não só sua deterioração prematura, como também o entupimento da pistola.<br />
Reservatório: que são tanques pressurizados, ou canecas, que contêm a tinta a ser aplicada.<br />
A TRINCHA<br />
Em <strong>equipamentos</strong> industriais de médio porte e situados ao ar livre, o uso da trincha é<br />
bastante generalizado, devido à não-exigência de grande preparo profissional por parte do<br />
aplicador, como é o caso da aplicação à pistola. Além disso, <strong>para</strong> tubulações, válvulas,<br />
locais fechados e sem ventilação etc., é o processo ideal. O acabamento obtido tem aspecto<br />
grosseiro, não servindo <strong>para</strong> serviços que exijam grandes efeitos estéticos. A película obtida<br />
é razoavelmente espessa, sendo o rendimento bem mais baixo que o de aspersão. Apesar de<br />
bastante simples, o bom uso da trincha apresenta pequenos segredos, como por exemplo:<br />
não se deve mergulhar por completo as cerdas da trincha na tinta, pois a parte superior não<br />
sendo usada acarreta perdas (embora pequenas) e estraga prematuramente a trincha. A<br />
transferência da tinta <strong>para</strong> a superfície deve ser feita por pequenas passadas por áreas ainda<br />
não pintadas, após o que se alastra do material.<br />
Após o uso, as cerdas devem ser limpas com solvente adequado, secas e guardadas envoltas<br />
em papel impermeável ou plástico.<br />
A ROLO<br />
Para superfícies planas e de áreas relativamente grandes, o rolo é recomendado, pois seu<br />
rendimento, ao ar livre, é praticamente igual ao da pistola. O acabamento obtido é pior que<br />
o da aspersão e melhor que o da trincha.
CUIDADOS NA PREPARAÇÃO DE UMA TINTA<br />
Mesmo tratando-se de tintas prontas <strong>para</strong> uso, certos cuidados devem ser observados antes<br />
do seu uso. Na pre<strong>para</strong>ção de tintas e vernizes <strong>para</strong> aplicação, normalmente são utilizados<br />
diluentes ou "thinners" <strong>para</strong> redução da viscosidade. É recomendável seguir as instruções<br />
do fornecedor, utilizando apenas os produtos indicados <strong>para</strong> diluição, <strong>para</strong> que se atinja os<br />
resultados ideais na aplicação. Certos tipos de tintas ou vernizes necessitam do uso de<br />
catalisadores. Esses devem ser adicionados nas proporções indicadas pelo fornecedor, caso<br />
contrário, corre-se o risco de não serem atingidas as características ideais do filme curado.<br />
Antes da aplicação, o conteúdo deverá estar completamente homogeneizado. Para tal, usase<br />
uma espátula de metal ou taipa de madeira lisa e seca. Mesmo durante a <strong>pintura</strong>, deve-se<br />
agitar periodicamente o produto em aplicação. Nos tanques de grandes dimensões existem<br />
sistemas manuais e até pneumáticos de agitação. Outros fatores que influem durante a<br />
<strong>pintura</strong> são: a umidade relativa, que nunca deve ser superior a 85%; e a temperatura<br />
ambiente, entre 10 a 40°C. É importante frisar que esta condições ideais nem sempre são<br />
aplicáveis na prática. A umidade superior a 85% causa diversos inconvenientes, sendo o<br />
branqueamento o fenômeno mais conhecido em caso de produtos à base de resinas<br />
nitrocelulósicas. Outro exemplo é o retardamento da secagem de produtos de cura ao ar,<br />
que pode ocorrer. Os extremos de temperatura podem causar problemas tão opostos como o<br />
empoeiramento em dias quentes, ou o escorrimento em dias frios. Para contornar essas<br />
dificuldades, existem alternativas que vão desde a simples utilização de um retardador, até<br />
a instalação de estufas de secagem.<br />
TABELA DE QUEDA DE PRESSÃO DE AR<br />
Pistola sem Ar (Air Less)<br />
• A atomização da tinta é feita com uma bomba acionada pneumaticamente <strong>para</strong> pressurizar<br />
a tinta, e a energia com que ela chega ao bico da pistola provoca sua pulverização.<br />
• Pressão na ordem de 300 kg/cm2 são aplicadas a tintas de alto sólidos por volume sem<br />
necessidade de diluição em espessuras elevadas.
• A não diluição permite a aplicação em espessura elevada e minimiza falhas como poros,<br />
crateras ou bolhas.<br />
• Elevada produtividade e baixa perda na aplicação.