Saba Escondida no Mar do Caribe, a Ilha de Saba é para quem ...

O paraíso escondido do Caribe texto e fotos: alcides Falanghe/ocean eyes
Saba Escondida
no Mar do Caribe, a
Ilha de Saba é para quem procura
algo verdadeiramente original e
praticamente intocado. O lugar é
mágico e está entre os dez melhores
pontos de mergulho do Caribe
Deixamos nosso catamarã em St.
Marteen, em frente à casa do Jeff e da
Luciana, da Ocean Explorers, e fomos
passar um fim de semana prolongado
em Saba. Vários motivos nos levaram a
abandonar a nossa casa por três noites.
O principal deles é porque o legal
em Saba é ficar encarapitado no alto
da ilha, a quase mil metros de altura,
apreciando os precipícios e a imensidão
do mar do Caribe. Além disso, Saba
não tem bons ancoradouros; é preciso
deixar o barco em uma poita e passar
a noite balançando de um lado para o
outro. Depois, para seguir viagem em
direção às ilhas vizinhas de Statia e St.
Kitts o vento não é favorável. Assim,
resolvemos pegar um ferry boat que
parte em alta velocidade de Simpson
Bay e em menos de uma hora e meia
de navegação estávamos lá.
Imagine um vulcão no meio do oceano.
Só o vulcão, mais nada, subindo
direto da superfície em direção ao céu.
Nenhuma praia ao seu redor, apenas
encostas verticais vermelhas, rosas, alaranjadas,
marrons e pretas. Isto é Saba.
SABA é um vulcão adormecido
há mais ou menos 400 anos e
que teria ao seu redor uma rica
vegetação tropical com seus
quase mil metros de altura
Saba tem uma arquitetura toda charmosa
com casas em estilo holandês brancas e
verdes com telhados vermelhos
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Vila Bottom
Tudo aqui é para cima ou para baixo,
dependendo da direção que você está
– se indo ou voltando. Existem duas
vilas principais: Bottom e Windwardside,
a primeira a meio caminho do topo
e a outra quase lá em cima. As casas
parecem de histórias de contos de fadas
e algumas são difícieis de imaginar
como foram construídas em locais que
parecem impossíveis de se chegar. Em
sua maioria, elas são brancas com janelas
verdes, telhado vermelho bem forte
e têm jardins muito floridos.
Seus quase 2.000 habitantes são descendentes
de colonos holandeses, esco-
ceses e ingleses, além de alguns poucos
africanos que foram trazidos para a
ilha como escravos. Parecem viver em
uma espécie de Shangri-la, algo tipo a
comunidade Dharma do seriado Lost.
Até os anos 50, a única maneira de ir
de uma vila para a outra era por trilhas
íngremes. Engenheiros foram enviados
da Holanda e chegaram à conclusão de
que era impossível construir uma estrada
interligando-as ao pequeno porto.
Foi então que Joseph Hassel, um dos
líderes da comunidade, resolveu fazer
um curso por correspondência sobre
construção de estradas e junto com
outros moradores construiu uma utilizando
apenas pás, enchadas e carrinhos
de mão. Terminada a obra, resolveram
construir também um aeroporto na única
parte plana da ilha. Um piloto de St.
Barths achou que era possível pousar
em uma rocha achatada a nordeste da
ilha. O povo de Saba fez com as próprias
mãos uma pista com cerca de 400
metros de comprimento e de quebra
estenderam a estrada até ele, por uma
pirambeira de arrepiar. O piloto conseguiu
pousar e hoje o aeroporto opera
com vários voos diários de St. Marteen
e é considerado o menor aeroporto comercial
do mundo. É quase como pousar
em um porta-aviões.
Em Saba há várias trilhas que atraem
ecoturistas do mundo inteiro, mas o
maior desafio para as pernas é subir
ao topo do Monte Scenery, ponto mais
alto da ilha com 900 metros de altitude.
A trilha muito bem mantida começa na
vila do Windwardside e são 1.064 degraus
até lá em cima. O caminho passa
por uma floresta tropical quase sempre
envolvida por uma densa neblina. Se o
tempo estiver aberto, o que é raro, a
vista é espetacular. De qualquer forma
vale o esforço, uma vez que a mata é
muito bonita com várias espécies de
plantas endêmicas. O percurso de ida
e volta leva em torno de 2 a 3 horas,
dependendo do seu preparo físico. O
As formaçãos rochosas
de Saba são intrigantes,
formando vários túneis e
passagens estreitas
Nudibranquio-alface
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O ponto Diamond Rock
é todo recoberto por
esponjas e corais de
múltiplas cores
melhor lugar para uma refeição antes
ou depois da subida é o Eco Lodge,
dirigido pelo chef Bernt. Ele é filho de
Tom Van’t Hof, um renomado ecologista,
idealizador dos parques marinhos de
Bonaire, de Saba e de vários outros ao
redor do mundo. Ele é o autor do Guia
do Parque Marinho de Saba. Atualmente,
dedica-se ao estudo da floresta
úmida da ilha. Veja no site da Mergulho
(www.mergulho.com.br) a entrevista que
fizemos com ele.
SABA ESTÁ ENTRE OS 10 MELHORES
MERGULHOS DO CARIBE
Os mergulhos em Saba são espetaculares.
Não é à toa que a ilha é considerada
um dos dez melhores destinos de
mergulho do Caribe. Mergulhamos com
a excelente Sea Saba, de John Magor
e Lynn Costenaro. Eles trabalham com
dois barcos de 40 pés especialmente
construídos para mergulhos. Todo o staff
é muito profissional. Os mergulhos são
bem diversificados. Ao todo são 26
pontos demarcados por poitas. Entre
eles destacam-se o Diamond Rock, um
pico prateado que rompe a superfície
e atinge cerca de 20 metros de altura.
Para baixo, o rochedo desce até
um fundo de areia aos 24 metros de
profundidade. Ele é todo recoberto
por esponjas e corais de múltiplas cores.
Os peixes são muito mansos e se
aproximam sem o menor receio. Garoupas,
papagaios, tricolors, sargentos,
frades e quase todas as espécies de
peixes tropicais do Caribe podem ser
avistados neste mergulho. Também não
faltam tartarugas e lagostas. Cardumes
de xaréus e bicudas formam nuvens no
intenso azul do mar.
O Man O’ War é outro ponto de
mergulho imperdível. Fica entre o Diamond
Rock e a Ponta Torren. Consiste
de um grande cabeço que começa na
areia a 20 metros de profundidade e
seus dois picos chegam a cinco metros
da superfície. É o segundo mergulho do
dia mais requisitado da ilha. À medida
que se nada ao redor do rochedo, a
paisagem vai se tornando mais dramática
e interessante. Esponjas-barril
e tubulares se intercalam entre árvores
de corais moles e pétreos. O fundo de
areia que circunda o recife é repleto
de vida; muitas tamarutacas, linguados
e jardins de enguias. Moreias, caranguejos
e lagostas se escondem entre as
fendas. No topo do cabeço há inúmeras
Os pontos mais famosos e
radicais de Saba ficam ao
redor dos Pinnacles
barracudas, tão dóceis que quase se
deixam tocar. Excelente para
fotos macro.
Os pontos mais famosos e radicais
ficam ao redor dos Pinnacles, uma
montanha submersa que desce de mais
de 300 metros até os 24 metros de
profundidade a cerca de meia milha
ao largo de Saba. Nesta área fica o
Third Encounter, um platô a cerca de 30
metros de profundidade que despenca
verticalmente para o fundo. O paredão
é salpicado pelo forte laranja das esponjas
orelha-de-elefante. Entre elas,
grandes gorgônias e árvores de corais
de moles imensas. Garoupas-de-nassau
e badejos em estações de limpeza
são fáceis de fotografar neste local.
Outro lugar muito bonito na área dos
Man O’ War: muitos
corais, esponhas e
diversos tipos de peixes
Em Man O’ War, no topo do cabeço,
há inúmeras barracudas, tão dóceis
que quase se deixam tocar
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Tartatuga-de-pente
Tamaratutaca em Man O’ War
Pinnacles é Twilight Zone. Uma série de
picos se formam no topo do abismo. A
visibilidade é fantástica, assim como a
quantidade de seres marinhos que habitam
este local.
Entre Ladder Bay e Tent Point há uma
sequência de pontos muito interessantes.
Começam a cerca de 6 metros e
caem para os 27 metros até o fundo de
areia. A formação rochosa é intrigante,
com vários túneis e passagens estreitas.
A quantidade de lagostas e lambarús
escondidos sob a rocha impressiona.
Cardumes de peixes-esquilo, papagaios
multicoloridos, frades, peixes-trombetas
e tartarugas estão por todos os lados.
A GASTRONOMIA É O
PONTO FORTE NA ILHA
Além dos mergulho e da beleza natural,
outro grande atrativo de Saba é a
gastronomia. O clima de montanha em
pleno Caribe combina perfeitamente
com os diversos bistrôs de Windwardside.
O Brigadoon, com uma linda vista
do norte da ilha, é dirigido pelo chef
libanês Michael Chamma. Seu menu é
bem variado, incluindo pratos de frutosdo-mar,
carnes e especialidades libanesas.
O Tropics Café, nas dependências
do Juliana’s Inn, excelente opção de
hospedagem na ilha muito utilizada
pelos mergulhadores, abre do café
da manhã ao jantar, servindo desde
sanduíches até pratos sofisticados em
noites temáticas. Às sextas-feiras, ali
também acontece uma sessão de cinema.
O Swinging Door lembra um salo-
on do faroeste e é um pub que serve
hambúrgueres e cerveja gelada. Já o
My Kitchen, de propriedade de Willen
e Sonja Pleune, possui uma excelente
carta de vinhos e um delicioso menu que
mistura a culinária europeia com a caribenha.
É sempre aconselhável reservar
com antencedência uma mesa nos restaurantes,
uma vez que são pequenos e
acolhedores. A reserva pode ser feita
na própria operadora de mergulho.
Saba é diferente de tudo que se
pode encontrar no Caribe e para chegar
lá o caminho passa por St. Marteen.
Ou seja, em um programa de uma
semana é possível conciliar compras,
praias e mergulhos com tubarões e naufrágios
em St. Marteen com ecoturismo
e mergulhos nos belíssimos paredões e
recifes de corais de Saba. Para chegar
lá não é preciso ir via Estados Unidos, o
que exigiria visto para este país. É possível
fazer conexões com voos diretos
para St. Marteen do Panamá, Barbados
e Bogotá. De lá para Saba a melhor
opção, principalmente para mergulhadores
carregados de equipamentos,
é pegar o ferry que parte de Simpson
Bay. Mas para quem gosta de emoções
fortes, chegar em Saba de avião é uma
experiência marcante, assim como o
mar e as paisagens da ilha.
veja os videos sobre saba em
www.mergulho.com.br
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Graysby grouper
Saba
Como chegar: Via St. Marteen, por ferry ou pela
Windward Islands Airways, que possui cinco voos
diários para Saba. Para chegar em St. Marteen,
Copa Airlines com conexão no Panamá ou American
Airlines com conexão em Miami.
onde ficar:
Juliana’s Hotel – info@julianas-hotel.com;
Shearwater Resort – info@Shearwater-Resort.com;
The Cottage Club – info@cottage-club.com;
Ecolodge Rendez-Vous – info@ecolodge-saba.com;
El Momo Cottages – info@elmomo.com;
Queen’s Garden Resort – info@queensaba.com;
Scout’s Place Hotel – info@scoutsplace.com
onde comer:
Brigadoon – tel. 416-2380; Rainforest – 416-3888;
Bistro del Mare – tel. 416-2498;
Tropics Café – tel. 416-2469; Swing Doors – 416-2506;
Eden – tel. 416-2539; In Two Deep – 416-3438;
Pops Place; Queen’s Garden – 416-3494;
Saba Chinese Restaurant – 416-2268;
Saba Coffe House Saba’s Treasure – 416-2819 ;
Scout’s Place Restaurant – 416-2205
operadoras de mergulho:
Sea Saba – www.seasaba.com - tel. 416-2246;
Saba Deep – www.sabadeep.com - tel. 416-3347;
Saba Divers – www.sabadivers.com - tel. 416-2740