You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
SEMANÁRIO INDEPENDENTE 18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 l Ano 1 Nº 00012 l 0,30€ (IVA incl.) l Director Agostinho Silva<br />
<strong>Desporto</strong> paga a 7500<br />
Entre atletas, treinadores e funcionários diversos, a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sportiva<br />
emprega cerca <strong>de</strong> 6% <strong>da</strong> população activa <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira P.24<br />
regional<br />
Recor<strong>da</strong>r<br />
‘jogatanas’<br />
<strong>de</strong>outros<br />
tempos<br />
Luís Carlos e Nélson<br />
estreiam rubrica para<br />
relembrar os jogos<br />
do regional P.14/15<br />
<strong>de</strong>núncia<br />
Televisões<br />
fazem<br />
negóciocom<br />
o<strong>de</strong>sporto<br />
Francisco Fernan<strong>de</strong>s<br />
equipara IVA <strong>da</strong>s<br />
entra<strong>da</strong>s no futebol ao<br />
bilhete do cinema P.3<br />
formação<br />
3milmiúdos<br />
emacção<br />
nofutebol<br />
jovem<br />
Com as aulas<br />
regressam também as<br />
rotinas dos treinos e<br />
dos jogos P.16/17<br />
liga europa<br />
Nacionalesteveperto<br />
<strong>de</strong>surpreen<strong>de</strong>ralemães<br />
2 3<br />
CD NACIONAL W. BREMEN<br />
FOTOS JOANA SOUSA/ASPRESS<br />
entrevistacomoguardiãonacionalista<br />
Bracalli quer Itália<br />
já na próxima época<br />
O guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s do Nacional po<strong>de</strong>rá sair do clube<br />
já no final <strong>da</strong> época. Itália é um dos objectivos que<br />
o jogador <strong>de</strong>sven<strong>da</strong> numa entrevista on<strong>de</strong> <strong>da</strong>mos<br />
a conhecer as diversas facetas do jogador P. 6/ 7<br />
Alvinegros recuperaram<br />
dois golos, mas sofreram<br />
3.º golo aos 84m. P.5<br />
domingo<br />
Marítimo<br />
completa<br />
99anosem<br />
dia<strong>de</strong>dérbi<br />
Sócio há 60 anos,<br />
Jaime Sousa diz que<br />
o seu clube ain<strong>da</strong> é<br />
o “do povo” P. 10<br />
PUB
2<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
quadro<br />
honra<br />
DE<br />
CRISTIANO RONALDO<br />
Dois golos, o primeiro uma autêntica<br />
bomba, <strong>de</strong> livre frente ao Zurique, na<br />
primeira ron<strong>da</strong> <strong>da</strong> fase <strong>de</strong> grupos <strong>da</strong><br />
Liga dos Campeões, bastaram para<br />
‘abafar’ algumas críticas acerca do<br />
seu momento <strong>de</strong> forma. De Ronaldo<br />
espera-se sempre o ‘impossível’. Não<br />
basta jogar bem, é preciso marcar e<br />
maravilhar. Desta feita, conseguiu finalizar<br />
bem e merece os elogios.<br />
vozes<br />
“Na próxima ron<strong>da</strong>, esperando<br />
que as minhas<br />
palavras tenham algum<br />
humor, gostaria <strong>de</strong><br />
jogar na Luz para<br />
‘iluminar’ o Benfica”<br />
Miguel Ângelo, treinador<br />
do Canicense (DIÁRIO)<br />
factos&números<br />
QUATRO ‘RESISTIRAM’<br />
Apenas quatro equipas ma<strong>de</strong>irenses -<br />
União SAD, Camacha, Machico e Canicense<br />
- conseguiram chegar à terceira<br />
eliminatória <strong>da</strong> Taça <strong>de</strong> Portugal. Esta<br />
segun<strong>da</strong>-feira conhecem o a<strong>de</strong>versário.<br />
Marítimo e Nacional também.<br />
5,7<br />
Segundo números<br />
oficiais representa a<br />
percentagem <strong>de</strong> pessoas<br />
que trabalham no sector<br />
<strong>de</strong>sportivo <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira,<br />
<strong>de</strong> forma directa.<br />
RUI ALVES<br />
Admitir que o clube não está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
<strong>da</strong> sua figura para <strong>de</strong>senvolver<br />
uma activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> é, no mínimo,<br />
inteligente. Não só elogia os<br />
profissionais que fazem parte dos<br />
quadros estruturais alvinegros, como<br />
<strong>de</strong>monstra que o futuro não se coaduna<br />
com regimes presi<strong>de</strong>ncialistas. A<br />
palavra chave é <strong>de</strong>legar... Todos conhecem<br />
as suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />
“Fizemos uma<br />
valorização do<br />
contrato do<br />
Rúben Micael; o atleta<br />
está satisfeito”<br />
Rui Alves, presi<strong>de</strong>nte do Nacional<br />
(DIÁRIO)<br />
ERROS DE ARBITRAGEM<br />
Apesar <strong>de</strong> ter realizado mais uma<br />
pobre exibição, o certo é que a (justa)<br />
<strong>de</strong>rrota do Marítimo diante do<br />
Sp. Braga foi ‘apressa<strong>da</strong>’ por mais<br />
um erro gravíssimo <strong>de</strong> arbitragem.<br />
Autor: Carlos Xistra.<br />
1.500<br />
É o número <strong>de</strong> inscritos para<br />
a Corri<strong>da</strong> <strong>da</strong>s Mulheres, que<br />
se realiza a2 <strong>de</strong> Outubro. As<br />
inscrições continuam<br />
abertas até ao dia <strong>da</strong> prova.<br />
Custam 1 (simbólico) euro.<br />
MARTIM TRUEVA<br />
Ser vice-campeão nacional em absolutos<br />
aos 17 anos é uma proeza só ao<br />
alcance <strong>de</strong>... Martim Trueva. Nunca<br />
um júnior tinha conhecido semelhante<br />
escala<strong>da</strong> no topo do ténis nacional<br />
o que só atesta <strong>da</strong> sua quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>pois<br />
<strong>de</strong> um longo interregno por opção.<br />
Martim Trueva venceu ain<strong>da</strong> a<br />
competição <strong>de</strong> pares na categoria. É<br />
obra.<br />
“Não me lembro <strong>de</strong> ter<br />
percorrido um caminho<br />
tão bonito até um<br />
estádio [Ma<strong>de</strong>ira]. Já<br />
vi muitos estádios mas<br />
este é especial”<br />
Tomas Schaaf, treinador do<br />
Wer<strong>de</strong>r Bremen (DIÁRIO)<br />
PESCA PELO FUTEBOL<br />
O futebol <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser para muitos o<br />
principal meio <strong>de</strong> subsistência. Se há<br />
uns anos pagavam-se fortunas, hoje<br />
a riqueza não abona nos clubes. Sabendo<br />
disso Zé Estrela resolveu trocar<br />
o futebol pela pesca.<br />
800<br />
mil euros. É quanto<br />
po<strong>de</strong>rá ren<strong>de</strong>r a ven<strong>da</strong> do<br />
avançado brasileiro do<br />
Marítimo Ytalo ao<br />
Internacional <strong>de</strong> Porto<br />
Alegre.<br />
retrospectiva<br />
DUARTE FREITAS<br />
O ma<strong>de</strong>irense é o novo seleccionador<br />
nacional <strong>de</strong> an<strong>de</strong>bol feminino. Depois<br />
<strong>de</strong>játertrabalhadofora<strong>da</strong>Região<br />
ao serviço do Sporting <strong>da</strong> Horta, o<br />
técnico abraça agora um projecto ao<br />
alto nível na Fe<strong>de</strong>ração. Nesta primeira<br />
convocatória, não se esqueceu<br />
do Ma<strong>de</strong>ira SAD, como é óbvio, chamando<br />
cinco atletas <strong>da</strong> equipa ao estágio<br />
que marca a sua estreia.<br />
“O nosso objectivo é o<br />
campeonato. Mas na<br />
Taça <strong>de</strong> Portugal iremos<br />
até on<strong>de</strong> nos<br />
<strong>de</strong>ixarem”<br />
Daniel Quintal, treinador do<br />
União SAD (A BOLA)<br />
HORÁRIOS DOS JOGOS<br />
Pela primeira vez, um jogo <strong>da</strong> principal<br />
competição futebolística nacional<br />
foi disputado em horário matinal.<br />
Marítimo e Sp. Braga iniciaram o<br />
jogo às 11h15 e o Estádio dos Barreiros...<br />
encheu.<br />
8<br />
Foi o número <strong>de</strong> golos que<br />
ren<strong>de</strong>u o último jogo entre<br />
Marítimo e Nacional, na I<br />
Divisão <strong>de</strong> juniores, num<br />
jogo que foi um hino ao<br />
futebol.<br />
agen<strong>da</strong><br />
AUTOMOBILISMO<br />
10h00/18h00 (amanhã) - Rali do<br />
Nacional<br />
TRIATLO<br />
10h30 (domingo) - Taça <strong>de</strong><br />
Portugal disputa-se em Machico<br />
FUTEBOL<br />
DOMINGO<br />
16h00 - 1º <strong>de</strong> Maio-Machico<br />
16h00 - Canicense-Est. <strong>da</strong> Calheta<br />
16h00 - Andorinha-Ribeira Brava<br />
16h00 - União-Câmara <strong>de</strong> Lobos<br />
16h00 - Porto Moniz-Porto <strong>da</strong> Cruz<br />
16h00 - Portosantense-Caniçal<br />
16h00 - Marítimo B-Oriental<br />
16h00 - Santana - Atlético<br />
ANDEBOL<br />
17h00 (sábado) - Ma<strong>de</strong>ira SAD-<br />
São Bernardo<br />
na tv<br />
FUTEBOL DIRECTO<br />
SÁBADO<br />
14h30 - B. Munique-Nuremberga<br />
(SportTV2)<br />
15h00 - Arsenal-Wigan<br />
(SportTV1)<br />
17h00 - Napoles-Udinese<br />
(SportTV1)<br />
17h30 - West Ham-Liverpool<br />
(SportTV2)<br />
19h00 Portimonense-Gil Vicente<br />
(SportTV1)<br />
21h00 - Barcelona-Atl. Madrid<br />
(SportTV2)<br />
21h10 Sp. Braga-FC Porto<br />
(SPortTV1)<br />
FUTEBOL DIRECTO<br />
DOMINGO<br />
11h15 - Oliveirense-Freamun<strong>de</strong><br />
(SportTV1)<br />
13h30 - Man. United-Man. City<br />
(SportTV1)<br />
14h00 - Cagliari-Inter<br />
(SportTV2)<br />
18h00 - Nacional-Marítimo<br />
(SportTV1)<br />
18h00 - Real Madrid-Xerez<br />
(SportTV2)<br />
20h00 - Valencia-Sp. Gijon<br />
(SportTV2)<br />
20h15 - U. Leiria-Benfica<br />
(SportTV1)<br />
Empresa do <strong>Diário</strong> <strong>de</strong> <strong>Notícias</strong>, L<strong>da</strong>.<br />
NIPC e <strong>de</strong> Matrícula na C.R.C. do<br />
Funchal: 511000235<br />
Capital Social: 32.422,00 Euros<br />
Se<strong>de</strong>: Rua Dr. Fernão Ornelas, 56, 3º<br />
9054-514 Funchal<br />
Sócias com mais <strong>de</strong> 10% <strong>de</strong> Capital<br />
Social:<br />
Blandy SGPS, L<strong>da</strong>. e Global <strong>Notícias</strong>,<br />
SGPS, SA<br />
Conselho <strong>de</strong> Gerência<br />
Michael Blandy (Presi<strong>de</strong>nte)<br />
José Bettencourt <strong>da</strong> Câmara<br />
(Executivo)<br />
e Manuel Soares<br />
Direcção Comercial:<br />
Roberto Passos<br />
EDITORIAL<br />
Director: Agostinho Silva<br />
Arte Editorial:<br />
Olga <strong>de</strong> Canha (Coor<strong>de</strong>nadora)<br />
E<strong>de</strong>r Luís (Sub-coor<strong>de</strong>nador)<br />
Roberto Rodrigues e Ana Martins<br />
Projecto Gráfico: E<strong>de</strong>r Luís<br />
Telef. Geral: 291202300<br />
Fax: 291202350<br />
En<strong>de</strong>reços electrónicos:<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt,<br />
director@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
N.º do registo: 125712<br />
Depósito legal n.º 298592/09<br />
Impressão:<br />
Imprinews - Empresa Gráfica, L<strong>da</strong>.<br />
Distribuição: SDIM, l<strong>da</strong>.<br />
Tiragem: 10.000 exemplares
em foco FOTO<br />
ENTREVISTA COM FRANCISCO FERNANDES<br />
“Televisões fazem<br />
negócio à custa<br />
do <strong>de</strong>sporto”<br />
Jorge Freitas Sousa<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
O <strong>de</strong>sporto ma<strong>de</strong>irense <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>,<br />
quase em exclusivo, dos apoios do<br />
Governo. Quando terão os clubes<br />
maturi<strong>da</strong><strong>de</strong> para an<strong>da</strong>r sozinhos e<br />
procurar meios <strong>de</strong> financiamento?<br />
O apoio ao <strong>de</strong>sporto é uma estratégia<br />
assumi<strong>da</strong> e para manter. Nos clubes<br />
<strong>de</strong> menor dimensão a <strong>de</strong>pendência é<br />
maior, o que se compreen<strong>de</strong>. Se o Governo<br />
assume o apoio ao <strong>de</strong>sporto<br />
como estratégia educativa e social,<br />
não po<strong>de</strong>remos nunca apoiar apenas<br />
os projectos “rentáveis”. Posso equiparar<br />
aos apoios à Saú<strong>de</strong>, à Educação,<br />
etc. São investimentos nas pessoas.<br />
No entanto, há que consi<strong>de</strong>rar que os<br />
apoios públicos <strong>de</strong> maior dimensão,<br />
falo do Futebol, 1ª Liga, representam<br />
hojemenos<strong>de</strong>meta<strong>de</strong>doorçamento<br />
<strong>de</strong>ssas equipas, já para não falarmos<br />
do retorno Fiscal que po<strong>de</strong> chegar a<br />
58% dos subsídios concedidos.<br />
Não seria importante que os clubes<br />
e associações <strong>de</strong>ssem passos<br />
<strong>da</strong> dimensão dos seus próprios<br />
meios? O <strong>Desporto</strong> foi o sector <strong>de</strong><br />
governação que, nos últimos anos,<br />
tem sofrido maiores reduções. Isso<br />
significa que há outras fontes: sponsors,<br />
mecenato, televisão, etc. Falarse<br />
<strong>de</strong> “meios próprios” como mecanismo<br />
<strong>de</strong> subsistência dos projectos<br />
<strong>de</strong>sportivos é irrealismo na maioria<br />
<strong>da</strong>s situações. Enquanto o Estado<br />
continuar a tratar o mecenato <strong>de</strong>sportivo<br />
<strong>de</strong> forma tão somítica, com<br />
uns ridículos 4 por mil do volume <strong>de</strong><br />
negócios, enquanto não revogar a<br />
legislação que impe<strong>de</strong> os apoios<br />
públicos ao <strong>de</strong>sporto profissional,<br />
enquanto continuar a tratar os clubes<br />
como meros contribuintes fiscais,<br />
enquanto não criar um tratamento<br />
<strong>de</strong> diferenciação positiva do IVA...<br />
não vai mu<strong>da</strong>r na<strong>da</strong>.<br />
Defen<strong>de</strong> alterações ao IVA?<br />
Sabe, por exemplo, que o IVA <strong>de</strong> um<br />
bilhete para um espectáculo <strong>de</strong>sportivoémuitosuperioraoIVAque<br />
inci<strong>de</strong> sobre um bilhete para um<br />
filme, mesmo porno? Enquanto o<br />
Estado achar que a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />
clube <strong>de</strong>sportivo ou SAD é equipara<strong>da</strong><br />
a uma empresa, enquanto as televisões<br />
continuarem a fazer negócio à<br />
custa do <strong>de</strong>sporto, à cola do ‘direito<br />
<strong>de</strong> informar’, enquanto se mantiver o<br />
inaceitável monopólio <strong>da</strong> Santa Casa,<br />
já que em outros países o <strong>de</strong>sporto<br />
profissional sobrevive com as receitas<br />
<strong>da</strong>s apostas <strong>de</strong>sportivas... enfim,<br />
enquanto estes passos não forem<br />
<strong>da</strong>dos, os apoios públicos vão continuar<br />
a sustentar o sistema <strong>de</strong>sportivo.<br />
Não há outra hipótese.<br />
Não é o próprio GR que promove<br />
a subsídio-<strong>de</strong>pendência?O Governo<br />
assume que a maioria dos projectos<br />
necessita apoio público. A política<br />
<strong>de</strong>sportiva passa pelo apoio ao associativismo<br />
e aos projectos <strong>de</strong>sporti-<br />
“IVA <strong>de</strong> um<br />
espectáculo<br />
<strong>de</strong>sportivo é<br />
superior ao<br />
<strong>de</strong> um filme,<br />
porno”<br />
Sec. Regional <strong>da</strong> Educação e Cultura<br />
sobre o financiamento do <strong>de</strong>sporto<br />
vos, sejam eles <strong>de</strong> competição, <strong>de</strong><br />
formação, <strong>de</strong> infra-estruturas <strong>de</strong>sportivas,<br />
<strong>de</strong> alta competição, <strong>de</strong><br />
lazer. Mas tem havido uma política<br />
<strong>de</strong> redução progressiva <strong>de</strong> apoios, o<br />
que preten<strong>de</strong> incentivar o recurso a<br />
outras fontes e a contenção financeira.<br />
Nesse sentido, é justo que releve o<br />
papel dos dirigentes dos clubes e <strong>da</strong>s<br />
associações que, muitas vezes assumindo<br />
pessoalmente encargos, nos<br />
têm aju<strong>da</strong>do a viabilizar o <strong>de</strong>sporto.<br />
A <strong>de</strong>pendência dos subsídios não<br />
está, há vários anos, a falsear a<br />
reali<strong>da</strong><strong>de</strong> do <strong>de</strong>sporto regional? A<br />
política <strong>de</strong> subsídios procura ser<br />
justa e equilibra<strong>da</strong>. Mas não po<strong>de</strong>mos<br />
esquecer que, para além dos<br />
apoios do Governo Regional, há<br />
outros, em obediência a estratégias<br />
locais, às quais somos alheios. Os<br />
valores que hoje são proporcionados<br />
garantem o funcionamento do sistema,ospostos<strong>de</strong>trabalho,oestímulo<br />
à prática <strong>de</strong>sportiva, o incentivo ao<br />
<strong>de</strong>sporto <strong>de</strong> lazer. Claro que se acabassem<br />
os apoios tudo isso acabava.<br />
Os apoios são prestados <strong>de</strong> forma<br />
transparente. Num contexto nacional<br />
em que parece que o objectivo é <strong>de</strong>struir<br />
o <strong>de</strong>sporto, a nossa posição é<br />
<strong>de</strong> contrariar até ao limite.<br />
Ain<strong>da</strong> no que diz respeito a subsídios,<br />
o IDRAM tem atrasos <strong>de</strong><br />
anos nos pagamentos. Vai alterar<br />
essa situação? Temos vindo a procurar<br />
suprir essa situação, sempre com<br />
o cui<strong>da</strong>do <strong>de</strong> penalizar o menos possível<br />
os sectores que asseguram postos<strong>de</strong>trabalho.Essaéarazão<strong>da</strong>s<br />
opções.<br />
O GR não aumenta os subsídios<br />
“Não compete ao Governo<br />
criar equipas <strong>de</strong> natação”<br />
O Governo Regional construiu piscinas por to<strong>da</strong> a Região, mas as infraestruturas<br />
não têm reflexo na prática <strong>de</strong>sportiva fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>. O secretário<br />
regional <strong>da</strong> Educação e Cultura acredita que “com o aumento <strong>de</strong><br />
praticantes regulares <strong>de</strong> natação, as equipas vão surgir”. No entanto,<br />
recor<strong>da</strong> que não compete ao Governo “criar equipas, mas sim apoiar o<br />
associativismo”. A natação, reconhece, “não é uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> fácil, os<br />
processos <strong>de</strong> treino exigem sacrifício, os resultados tar<strong>da</strong>m a aparecer<br />
na carreira <strong>de</strong> qualquer atleta, é preciso <strong>da</strong>r tempo”. Francisco Fernan<strong>de</strong>s<br />
garante que o programa <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> piscinas é para prosseguir,<br />
mas que “não teve como objectivo único o <strong>de</strong>sporto fe<strong>de</strong>rado,<br />
mas sim a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> dos alunos, a terapia, o lazer” e que “os indicadores<br />
<strong>de</strong> frequência são muito animadores”.<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
Secretário contra “monopólio <strong>da</strong> Santa Casa” nas apostas <strong>de</strong>sportivas.<br />
ao futebol há <strong>de</strong>z anos, o que contribuiu<br />
para reduzir a <strong>de</strong>spesa no<br />
<strong>de</strong>sporto. Vai manter essa estratégia?<br />
Não só não tem aumentado,<br />
como está a reduzir – no caso do<br />
Futebol Profissional – 5% ao ano, até<br />
atingir uma redução <strong>de</strong> 25% em<br />
2011/2012. Nos outros escalões do<br />
Futebol também houve reduções do<br />
índice padrão, como se adoptou, por<br />
sugestão dos clubes, um tratamento<br />
financeiro diferenciado dos apoios<br />
em função <strong>da</strong> classificação obti<strong>da</strong><br />
dos campeonatos nacionais.<br />
Passando às instalações, continuam<br />
a faltar espaços próprios<br />
para mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s emergentes,<br />
como o futsal e para o <strong>de</strong>sporto<br />
lúdico. A nossa principal carência <strong>de</strong><br />
infra-estruturas está em mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
que até já nos <strong>de</strong>ram olímpicos e que<br />
não têm espaços condignos, caso do<br />
Badminton, do Judo e <strong>da</strong> Ginástica.<br />
Consi<strong>de</strong>ro que a solução <strong>de</strong>sta situação<br />
<strong>de</strong>ve encontrar acolhimento num<br />
futuro programa <strong>de</strong> governo.<br />
As mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s emergentes, por<br />
exemplo o futsal, necessitam percorrer<br />
um caminho <strong>de</strong> afirmação e<br />
implantação que outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
já percorreram, nomea<strong>da</strong>mente ao<br />
nível <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> praticantes. Já<br />
quanto ao <strong>de</strong>sporto lazer <strong>de</strong>vemos<br />
ter em conta que a tendência mundial,<br />
a que a Ma<strong>de</strong>ira não escapa,<br />
não é para a frequência <strong>da</strong>s instalações<br />
<strong>de</strong>sportivas tradicionais, mas<br />
simparaaspromena<strong>de</strong>s,omar,as<br />
ciclovias,aestra<strong>da</strong>,aserra,etc.E<br />
neste aspecto não se po<strong>de</strong> dizer que<br />
não tenham havido muitos investimentos.<br />
O Funchal ficou sem pista <strong>de</strong><br />
3<br />
ARQUIVO<br />
atletismo, vai tentar resolver o<br />
problema? A Ma<strong>de</strong>ira tem hoje uma<br />
resposta em matéria <strong>de</strong> instalações<br />
<strong>de</strong> apoio ao Atletismo muito melhor<br />
do que a que dispunha há alguns<br />
anos. Há que conjugar esse facto<br />
com a melhoria <strong>da</strong>s acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
viárias. O que sempre disse aos dirigentes<br />
do Atletismos é que na<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong>ve impedir o sonho. Foi assim que<br />
a Ma<strong>de</strong>ira cresceu! Neste a resposta<br />
é compatível com o número <strong>de</strong> praticantes.<br />
O an<strong>de</strong>bol masculino vive uma<br />
situação curiosa: um accionista<br />
(Marítimo), joga contra a socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> que faz parte (Ma<strong>de</strong>ira<br />
SAD). É correcto? Acontece o<br />
mesmo no An<strong>de</strong>bol Feminino. A diferenciação<br />
é feita ao nível do apoio<br />
público. Não compete ao GR <strong>de</strong>finir e<br />
alterar as estratégias dos clubes e a<br />
evolução <strong>da</strong> mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> era imprevisível.<br />
As vicissitu<strong>de</strong>s porque tem passado<br />
o <strong>de</strong>sporto profissional no<br />
nosso país ditaram o fim <strong>da</strong> liga profissional<br />
e uma reformulação do quadro<br />
competitivo que fez juntar os<br />
clubes <strong>da</strong> Liga com <strong>da</strong>, então chama<strong>da</strong><br />
“elite”.<br />
Com o crescimento do futsal<br />
teme que as outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> pavilhão percam atletas? O que<br />
penso que vai acontecer é o crescimento<br />
do número global <strong>de</strong> praticantes.<br />
Não creio que um atleta <strong>de</strong> uma<br />
mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pavilhão, digamos,<br />
voleibol, badminton, basquetebol,<br />
an<strong>de</strong>bol, .. a vá <strong>de</strong>ixar para praticar<br />
futsal. Mas alguns jovens que gostam<br />
<strong>de</strong> futebol e não encontram espaço<br />
no Futebol <strong>de</strong> 11, ou mesmo ex-futebolistas,<br />
vão praticar futsal.
4<br />
LIGA EUROPA<br />
Miguel Justino<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Depois <strong>da</strong> Rússia <strong>de</strong> encanto e <strong>de</strong> boa<br />
memória para o Nacional e, por inerência,<br />
para o futebol ma<strong>de</strong>irense. Seguem-se<br />
Espanha, Alemanha e Áustria,<br />
países <strong>de</strong> origem dos adversários<br />
europeus dos ‘alvi-negros’ e que, certamente,<br />
serão visitados por alguns<br />
a<strong>de</strong>ptos mais entusiastas, que preten<strong>da</strong>m<br />
acompanhar a equipa nestas li<strong>de</strong>s<br />
europeias.<br />
O MAIS <strong>Desporto</strong> oferece, por isso,<br />
um género <strong>de</strong> guia sobre os lugares<br />
que constam no calendário pretobranco<br />
na fase <strong>de</strong> grupos <strong>da</strong> Liga Eu-<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 cd<br />
Olhar sobre as ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
que recebem o Nacional<br />
Três lugares<br />
distintos<br />
no trajecto<br />
alvinegro na<br />
Liga Europa<br />
São Petersburgo maravilhou os preto-brancos a vários níveis.<br />
Bilbao, a capital <strong>da</strong> paixão basca<br />
Bilbao é a principal ci<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />
País Basco, um pequeno terri-<br />
M.J.<br />
tório bem perto <strong>de</strong> França, que<br />
o grupo terrorista ETA quer separar <strong>da</strong><br />
Espanha, não se acanhando, para o efeito,<br />
<strong>de</strong> ao longo dos anos, lançar mão <strong>de</strong><br />
atentados... Mas esse é mesmo o maior<br />
senão <strong>de</strong> uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> com muita vi<strong>da</strong>...<br />
A informali<strong>da</strong><strong>de</strong> é uma característica<br />
que distingue em geral os espanhóis <strong>de</strong><br />
outros europeus, mas os bascos são especialmente<br />
<strong>de</strong>spojados. Têm orgulho<br />
visível <strong>de</strong> ser um dos povos mais antigos<br />
<strong>da</strong> Europa. Bilbao também é o lugar<br />
on<strong>de</strong> está a filial mais conheci<strong>da</strong> do museu<br />
Guggenheim, maior responsável<br />
pela epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> hotéis <strong>de</strong>scolados em<br />
torno do rio que corta a ci<strong>da</strong><strong>de</strong>, o Nervión.<br />
A cerca <strong>de</strong> 200 metros do Guggenheim,<br />
fica o museu <strong>de</strong> Bellas Artes <strong>de</strong><br />
Bilbao, com acervo abrangente <strong>de</strong> cerca<br />
<strong>de</strong> 6 mil obras.<br />
Pólo industrial e portuário, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
reinventou-se nas últimas duas déca-<br />
ropa, <strong>de</strong> forma a aju<strong>da</strong>r os in<strong>de</strong>cisos<br />
na hora <strong>de</strong> marcar as suas viagens.<br />
Bilbao, Wer<strong>de</strong>r Bremen e Viena,<br />
ca<strong>da</strong> qual no seu contexto, são ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
históricas a visitar. Ah, antes <strong>de</strong> passarmos<br />
à apresentação, será <strong>de</strong> bom<br />
tom <strong>de</strong>ixar a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que, tratando-se<br />
<strong>de</strong> países com fluxo enorme <strong>de</strong> turistas<br />
para a região, seria interessante,<br />
<strong>de</strong>sta feita, que os responsáveis locais<br />
pelo turismo não se esquecessem <strong>de</strong><br />
mais uma oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> soberana para<br />
promoverem a Pérola do Atlântico. A<br />
secretaria <strong>de</strong> Estado do Turismo não<br />
<strong>de</strong>verá esquecê-lo...<br />
<strong>da</strong>s. Tornou-se uma metrópole globaliza<strong>da</strong>,<br />
alegre e culturalmente rica sem<br />
per<strong>de</strong>r o charme <strong>da</strong> tradição. Por todos<br />
os lados há obras assina<strong>da</strong>s por alguma<br />
celebri<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> arquitectura ou do <strong>de</strong>sign.<br />
A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> está cheia <strong>de</strong> praças e parques<br />
que convi<strong>da</strong>m a população a tomar<br />
as ruas em busca <strong>de</strong> ócio. Uma caminha<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> 40 minutos pelo rio Nervión<br />
liga o centro velho ao lado mais<br />
mo<strong>de</strong>rnizado <strong>de</strong> Bilbao.<br />
Os carros não circulam na maioria<br />
<strong>de</strong>ssas ruas, algumas com pouco mais<br />
<strong>de</strong> dois metros <strong>de</strong> largura. Por isso as<br />
vielas são toma<strong>da</strong>s por um vaivém <strong>de</strong><br />
jovens, idosos, turistas, imigrantes e<br />
bascos. O nacionalismo mistura-se com<br />
a paixão pelo Atlético <strong>de</strong> Bilbao na infini<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ban<strong>de</strong>iras do clube pendura<strong>da</strong>s<br />
nas janelas. O povo, por isso, é um<br />
a<strong>de</strong>pto ferrenho do adversário nacionalista.<br />
Viena é a gran<strong>de</strong> capital mundial<br />
<strong>da</strong> música. Aqui viveram –<br />
M.J. e ain<strong>da</strong> ‘vivem’ – personali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
famosas, ama<strong>da</strong>s e célebres. Como<br />
viveu Mozart? On<strong>de</strong> se inspirou Beethoven<br />
para as suas sinfonias? On<strong>de</strong> é que<br />
Johann Straub filho, o Rei <strong>da</strong> Valsa, se<br />
estreou? Tudo po<strong>de</strong> saber e conhecer<br />
se for a Viena. Ou seja, quem optar por<br />
se <strong>de</strong>slocar à Áustria, po<strong>de</strong>rá também<br />
contactar com uma cultura rechea<strong>da</strong><br />
rechea<strong>da</strong> com argumentos que fazem<br />
parte dos segmentos obrigatórios <strong>de</strong><br />
to<strong>da</strong>s as escolas do Mundo.<br />
As suas principais atracções estão<br />
concentra<strong>da</strong>s em torno do Hofburg (residência<br />
<strong>de</strong> inverno dos Habsburgo e<br />
se<strong>de</strong> <strong>da</strong> antiga Corte Imperial). Viena<br />
abriga hoje pouco mais <strong>de</strong> 1,5 milhões<br />
<strong>de</strong> habitantes. Com a <strong>de</strong>molição dos<br />
muros que cercavam a antiga capital<br />
do Império Austro-Húngaro, foi construí<strong>da</strong><br />
uma aveni<strong>da</strong> circular, a Ringstrasse,<br />
para <strong>de</strong>limitar o centro <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e ligar as novas instituições políticas<br />
e culturais.<br />
Quem quiser conhecer os mais famosos<br />
pontos turísticos <strong>de</strong> Viena sem caminhar<br />
muito, basta tomar os ‘bon<strong>de</strong>s’<br />
1 ou 2, que percorrem boa parte <strong>da</strong><br />
Ringstrasse. A pé, o tour também po<strong>de</strong><br />
Bremen é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong>-estado<br />
no norte <strong>da</strong> Alemanha que<br />
M.J. faz referência à sua participação<br />
na Liga Hanseática <strong>da</strong> era medieval.<br />
A ci<strong>da</strong><strong>de</strong> formou-se às margens<br />
do rio Weser e é a se<strong>de</strong> do Estado<br />
<strong>de</strong> Bremen, que conta ain<strong>da</strong> com a<br />
ci<strong>da</strong><strong>de</strong> portuária <strong>de</strong> Bremerhaven.<br />
Trata-se <strong>de</strong> um dos principais <strong>de</strong>stinos<br />
turísticos do Norte <strong>da</strong> Alemanha.<br />
Um dos seus pontos mais representativos<br />
é a Rathaus (prefeitura), construí<strong>da</strong><br />
entre 1405 e 1410, consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong><br />
um dos principais exemplares <strong>da</strong><br />
arquitectura gótica.<br />
Também se <strong>de</strong>stacam a estátua <strong>de</strong><br />
Roland, símbolo <strong>da</strong> luta por justiça e<br />
liber<strong>da</strong><strong>de</strong>; as construções medievais<br />
<strong>da</strong> Altestadt (ci<strong>da</strong><strong>de</strong> antiga); a estátua<br />
alusiva aos músicos <strong>de</strong> Bremen; as<br />
ruelas estreitas do bairro medieval<br />
Schnoor, entre outras.<br />
Com uma população aproxima<strong>da</strong><br />
nacional<br />
Sinfonia(s) <strong>de</strong> Viena<br />
ser bem interessante e até dá para<br />
aproveitar para <strong>da</strong>r uma paradinha em<br />
alguns dos vários parques que circun<strong>da</strong>m<br />
o Hofburg.<br />
Outra curiosi<strong>da</strong><strong>de</strong> que o leitor já <strong>de</strong>ve<br />
ter ouvido falar e, quiçá, até arriscado<br />
alguns passos ao som <strong>da</strong> clássica valsa<br />
Danúbio Azul. Pois é, o rio Danúbio. Lin<strong>da</strong><br />
música, num lindo rio, mesmo bonito<br />
para ouvir e ver.<br />
Histórias antigas <strong>de</strong> Bremen<br />
<strong>de</strong> 547 mil pessoas, a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> tem em<br />
sua área metropolitana (que inclui ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
<strong>da</strong> baixa Saxónia,) cerca <strong>de</strong> 1,5<br />
milhões <strong>de</strong> habitantes. O seu porto é o<br />
mais antigo <strong>da</strong> Alemanha.<br />
Bremen é uma ci<strong>da</strong><strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />
ou distrito urbano, ou seja, possui estatuto<strong>de</strong>distritoeéomenordos16<br />
Estados fe<strong>de</strong>rais <strong>da</strong> Alemanha, localizado<br />
no noroeste do país. Além <strong>da</strong> capital,<br />
Bremen inclui ain<strong>da</strong> a ci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Bremerhaven, um porto no Mar do<br />
Norte; separa-as o território <strong>da</strong> Baixa<br />
Saxónia.<br />
A aposta no futebol tem se revelado<br />
profícua, com a população local a<br />
se mostrar extremamente entusiasta<br />
em torno <strong>da</strong> equipa. A contratação <strong>de</strong><br />
alguns craques (Diego foi a principal<br />
referência do passado recente) <strong>de</strong>u títulos<br />
e protagonismo ao clube e à ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.
Edgar ficou em branco na noite <strong>de</strong> ontem.<br />
FOTO OCTÁVIO PASSOS/ASPRESS<br />
“Sr. Engenheiro<br />
traga o Nenê<br />
<strong>de</strong> volta”<br />
Filipe Sousa<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Sai um pãozinho com chouriço para a<br />
aquecer o estômago e uma cerveja<br />
para molhar a garganta. Ain<strong>da</strong> faltava<br />
uma hora para o início do jogo mas já se<br />
sentia um natural frenesim e nervosismo<br />
nos a<strong>de</strong>ptos do Nacional. No bar do<br />
Alfredo discutiam-se tácticas, quem<br />
<strong>de</strong>veria jogar e, mais importante que<br />
tudo, alimentava-se o sonho <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar<br />
(mais) um ‘gigante’ <strong>da</strong> Europa.<br />
Os alemães, muito mais habituados a<br />
este tipo <strong>de</strong> competição, aproveitavam<br />
a luz do dia para admirar a paisagem e<br />
o estádio, bem acima do nível do mar,<br />
que surpreendia pela diferença. Sempre<br />
<strong>de</strong> copo <strong>da</strong> mão. A cerveja ma<strong>de</strong>irense<br />
estava aprova<strong>da</strong>.<br />
Lá <strong>de</strong>ntro as equipas aqueciam, mas<br />
banca<strong>da</strong>s estavam vazias. Ain<strong>da</strong> ganharam<br />
alguma cor mas continuou a<br />
faltar dimensão humana à noite europeia,<br />
pouco feliz para os ma<strong>de</strong>irenses.<br />
Ao intervalo, os nacionalistas perdiam<br />
por 1-0 e os treinadores <strong>de</strong> banca<strong>da</strong>,<br />
reunidos à porta do bar, lamentavam<br />
a parti<strong>da</strong> <strong>de</strong> Nenê. O goleador era<br />
CD NACIONAL WERDER BREMEN<br />
23<br />
Rafael Bracalli<br />
João Aurélio<br />
Halliche<br />
Felipe Lopes<br />
Wellignton<br />
(Tomasevic, 46)<br />
Cléber<br />
Luís Alberto<br />
Leandro Salino<br />
(Amuneke, 57)<br />
Rúben Micael<br />
Pecnik<br />
(Mateus, 46)<br />
Edgar<br />
Não utilizados<br />
Douglas<br />
Clebão<br />
Edgar Costa<br />
Anselmo<br />
Treinador<br />
Manuel Machado<br />
Tim Wiese<br />
Fritz<br />
Mertesacker<br />
Naldo<br />
Boenisch<br />
Frigs<br />
Bargfre<strong>de</strong><br />
Borowski<br />
Marko Marin<br />
(Niemeyer, 73)<br />
Aaron Hunt<br />
Pizarro<br />
(Marcelo<br />
Moreno, 90+1)<br />
Não utilizados<br />
Christian Van<strong>de</strong>r<br />
Passanen<br />
Rosenberg<br />
Treinador<br />
Tomas Schaaf<br />
Golos Frings (38, g.p.), Pizarro (64), Felipe<br />
Lopes (67), Halliche (75) e Pizarro (84)<br />
Disciplina cartão amarelo a Boenisch (7),<br />
Bargfre<strong>de</strong> (80)<br />
Árbitro Svein Oddvar Moen (Noruega)<br />
Assistentes Odd.Jarle Larsen e F. An<strong>da</strong>s<br />
Adicionais Espen Berntsen e Tom Hagen<br />
4.º árbitroKristoffer Helgerud<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
5<br />
lembrado porque naquela primeira parte,<br />
Edgar, o substituto do ‘rei dos marcadores’<br />
<strong>da</strong> época passa<strong>da</strong>, falhara <strong>de</strong><br />
forma incrível um golo na ‘cara’ <strong>de</strong> Tim<br />
Wiese’. “Sr. Engenheiro [Rui Alves] traga<br />
<strong>de</strong> volta o Nenê, a esta hora já estaríamos<br />
a ganhar”, pediu um a<strong>de</strong>pto,<br />
numa ro<strong>da</strong> <strong>de</strong> amigos, em tom <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira.<br />
“Esquece isso o Nenê já pertence<br />
ao passado”, respon<strong>de</strong>u-lhe um outro.<br />
O segundo golo dos alemães e algumas<br />
oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> golo flagrantes<br />
perdi<strong>da</strong>s pelo Wer<strong>de</strong>r Bremen alimentaram<br />
a <strong>de</strong>scrença dos alvinegros, que<br />
começaram a temer pela golea<strong>da</strong>. Mas,<br />
eis que Felipe Lopes reduz a diferença e<br />
o pessimismo – típico dos ma<strong>de</strong>irenses<br />
– transformou-se em esperança. Ain<strong>da</strong><br />
mais quando Halliche fez a igual<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
novamente em lance <strong>de</strong> bola para<strong>da</strong>. Aí,<br />
a euforia tomou conta dos a<strong>de</strong>ptos.<br />
Os alemães diziam-se preparados<br />
para este tipo <strong>de</strong> joga<strong>da</strong>, ca<strong>da</strong> vez mais<br />
<strong>de</strong>terminante no futebol. Aliás, na véspera<br />
do jogo, Naldo, no alto do seu 1,98<br />
metros, disse que essa seria uma <strong>da</strong>s<br />
armas dos alemães, contudo, quem<br />
aproveitou o ‘céu’ foi o Nacional.<br />
O empate sabia a pouco, os nacionalistas<br />
pediam mais. “Só mais um”, gritava-se<br />
<strong>da</strong> banca<strong>da</strong>. Uma ambição, talvez,<br />
<strong>de</strong>masiado <strong>de</strong>smedi<strong>da</strong>, pois do outro<br />
lado estava um temível adversário, frio,<br />
esperto e <strong>de</strong>masiado elegante na forma<br />
como criava perigo. Ninguém fez caso,<br />
afinal sonhar (ain<strong>da</strong>) não paga impostos.<br />
Mas <strong>de</strong>sta vez não compensou. O<br />
‘céu’ acabou por <strong>de</strong>sabar, quando Pizarro,<br />
com arte, ‘matou’ o sonho. assim,<br />
houve direito (merecido) a salva <strong>de</strong> palmas.<br />
Esteve quase, mas seria injusto. Os<br />
alemães são melhores.<br />
PUB
6<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 cd<br />
Bracalli quer sair<br />
no final <strong>da</strong> época<br />
De sorriso fácil, o guardião do Nacional é um jogador <strong>de</strong>terminado que levou os estudos até ao Ensino Superior, apesar <strong>da</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> em conciliar as aulas com os treinos.<br />
Patrícia Gaspar<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Porquê a carreira <strong>de</strong> futebolista? O<br />
meu pai é ex-jogador... jogou no Santos<br />
e no Atlético Paranaense... Eu comecei<br />
a jogar com seis anos. Lembro-me muito<br />
pouco <strong>de</strong> o ver jogar mas, pelo facto<br />
<strong>de</strong> o acompanhar no dia-a-dia, acabei<br />
ganhando o gosto pelo futebol.<br />
Sempre foi guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s ou essa<br />
não foi a primeira opção? Eu queria<br />
mesmo era jogar futebol. Inicialmente<br />
não pensava em ser guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s.<br />
Queria fazer golos. Comecei por jogar<br />
como avançado e até médio. Então, vi<br />
que não <strong>da</strong>va e fui para guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s.<br />
Já estava com 16/17 anos. Comecei<br />
nos juvenis, no Paulista <strong>de</strong> Jundiaí, e<br />
acabei por começar a gostar <strong>da</strong> posição.<br />
O Rafael é licenciado. Foi difícil<br />
conciliar os estudos com a bola?<br />
Sim, sou licenciado em educação física.<br />
Acabei o colegial e tive oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> entrar na facul<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Com 16/17 anos não se sabe se vamos<br />
conseguir chegar a jogar profissional...<br />
Eu entrei na facul<strong>da</strong><strong>de</strong> com 18 anos,<br />
ain<strong>da</strong> era jogador dos juniores. Foi difícil.Treinava<strong>de</strong>manhã,<strong>de</strong>tar<strong>de</strong>eestu<strong>da</strong>va<br />
à noite. Fiz um sacrifício durante<br />
quatro anos, mas formei-me e conse-<br />
“O meu<br />
sonho é<br />
jogar no<br />
campeonato<br />
italiano”<br />
Itália é uma ambição que Bracalli<br />
partilha com o pai, ex-guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s<br />
gui continuar a jogar. Foi muito bom.<br />
Com 21 anos, terminei a minha licenciatura.<br />
Faltavam seis meses para acabar<br />
o curso, quando tive uma proposta<br />
para jogar noutro clube profissionalmente.<br />
Optei por concluir os estudos,<br />
até porque só havia garantia <strong>de</strong> jogar<br />
uns jogos.<br />
Foi então uma adolescência sem<br />
saí<strong>da</strong>s e com pouco lazer? (risos)<br />
Tinha <strong>de</strong> me conservar. Estu<strong>da</strong>r já era<br />
difícil, imagine se saísse à noite. Só<br />
saía quando tinha folga, ao fim-<strong>de</strong>semana.<br />
Quem não gosta <strong>de</strong> sair?<br />
Como se sente por ser o único<br />
licenciado no plantel do Nacional? É<br />
difícil. Nós vivemos num meio em que<br />
é complicado exigir dos jogadores<br />
uma licenciatura. Muitos <strong>de</strong>les, especialmente<br />
no Brasil, são <strong>de</strong> origem<br />
humil<strong>de</strong>. Saem <strong>de</strong> casa cedo, às vezes<br />
para trabalhar, para aju<strong>da</strong>r a família<br />
com dinheiro... por necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não<br />
temos como exigir a essas pessoas<br />
um curso.<br />
Isso aconteceu consigo? Não<br />
aconteceu comigo. Nunca passei fome<br />
e também nunca precisei <strong>de</strong> pôr<br />
dinheiro em casa, embora não venha<br />
<strong>de</strong> uma família rica. O que eu ganhava<br />
nos juniores não era muito, mas era<br />
para mim. Consegui uma bolsa <strong>de</strong><br />
estudos na facul<strong>da</strong><strong>de</strong>. Usava o dinhei-<br />
ro comigo, para os estudos, com o<br />
lazer, o prazer, a bala<strong>da</strong>, a noite...<br />
(risos).<br />
Também tive sorte porque jogava no<br />
clube <strong>da</strong> minha ci<strong>da</strong><strong>de</strong> e pu<strong>de</strong> estu<strong>da</strong>r<br />
perto <strong>de</strong> casa. Muitos jogadores têm<br />
<strong>de</strong> sair <strong>da</strong> sua ci<strong>da</strong><strong>de</strong> para jogar noutros<br />
clubes e não conseguem conciliar<br />
o futebol com os estudos.<br />
É uma reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que muitos<br />
jovens abandonam os estudos para<br />
se <strong>de</strong>dicarem exclusivamente ao<br />
futebol. Os pais têm uma palavra a<br />
nacional<br />
FOTOS JOANA SOUSA/ASPRESS<br />
dizer? O incentivo dos pais é importante.<br />
Quando terminei o colegial,<br />
estava em dúvi<strong>da</strong>: O meu pai disse-me<br />
para estu<strong>da</strong>r porque, se não conseguisse<br />
chegar a jogador profissional,<br />
tinha <strong>de</strong> ter uma profissão.<br />
Às vezes, os pais <strong>de</strong> um jogador<br />
são iguais aos pais dos mo<strong>de</strong>los: querem<br />
que o menino seja jogador <strong>de</strong><br />
futebol e muitos querem que ele leve<br />
dinheiro para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> casa. Da<br />
mesma forma, os pais dos mo<strong>de</strong>los<br />
investem tudo na carreira <strong>da</strong> filha<br />
para garantir o futuro <strong>de</strong> todos.<br />
O abandono dos estudos é mais<br />
frequente no Brasil do que em<br />
Portugal? Acho que é igual nos dois<br />
países.<br />
A <strong>de</strong>dicação exclusiva ao futebol<br />
é a melhor estratégia para se<br />
ser bem sucedido, nessa área?<br />
Apostar tudo numa carreira apenas<br />
po<strong>de</strong> ser complicado, caso não dê<br />
certo.<br />
No futebol, há muita concorrência. Se<br />
há oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> o jogador estu<strong>da</strong>r,<br />
<strong>de</strong>ve fazê-lo porque ninguém sabe o<br />
dia <strong>de</strong> amanhã. Muitos param por uma<br />
“Torço pelo Marítimo, excepto<br />
se for contra o Nacional”<br />
Com naturali<strong>da</strong><strong>de</strong> é como Bracalli encara a rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> entre<br />
os a<strong>de</strong>ptos do Marítimo e do Nacional. Os insultos, diz, são<br />
P.G.<br />
um comportamento normal, durante os jogos e numa Região<br />
em que “só tem dois clubes na liga”. Pior mesmo, conta o guar<strong>da</strong>re<strong>de</strong>s,<br />
é no Brasil, on<strong>de</strong> amigos <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> o ser, em função do resultado<br />
<strong>de</strong> um jogo. Bracalli restringe a rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> aos a<strong>de</strong>ptos e até cultiva<br />
amiza<strong>de</strong>s entre os rivais. O mesmo não se po<strong>de</strong> dizer dos presi<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> ambos os clubes cuja ‘guerra’ o jogador diz só acompanhar<br />
pelos jornais. “No fundo, ca<strong>da</strong> um está a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r o seu lado”, argumenta.<br />
E quem sabe não é uma estratégia propagandística? Bracalli<br />
até nem <strong>de</strong>scarta a hipótese. “Quem sabe?”, brinca.<br />
Ódio ou estratégia, a querela entre Carlos Pereira e Rui Alves é “um<br />
problema que só a eles diz respeito”.
contusão ou não passam nos testes ou<br />
não têm o talento necessário... Se um<br />
jogador nessas condições pára, vai ter<br />
<strong>de</strong> voltar a estu<strong>da</strong>r e é mais complicado.<br />
No seu caso, chegou a exercer a<br />
carreira <strong>de</strong> professor? Nem <strong>de</strong>u<br />
tempo. Quando me formei com 21<br />
anos, já jogava profissionalmente. O<br />
meu primeiro sonho era jogar. Fiz a<br />
licenciatura, a pensar no futuro.<br />
Concretizado o sonho <strong>de</strong> ser jogador<br />
profissional, como analisa a sua<br />
carreira até agora? Tranquila. No<br />
Brasil, só joguei em dois clubes. A<br />
mu<strong>da</strong>nça para cá também foi tranquila...<br />
Eu sempre me apliquei para chegar<br />
o mais longe possível e continuo a<br />
querer crescer mais...<br />
Avin<strong>da</strong>paraaEuropafoino<br />
clube certo? Foi no clube que me<br />
abriu as portas, que me foi buscar ao<br />
Brasil e que me <strong>de</strong>u a conhecer em<br />
Portugal. Foi o clube certo. O Nacional<br />
é um clube que consegue, a ca<strong>da</strong> dois<br />
anos, uma qualificação europeia e que<br />
ven<strong>de</strong> jogadores com frequência.<br />
Acho que foi um clube bem pensado<br />
e bem escolhido.<br />
De uma só vez arrecadou os pré-<br />
“Acredito<br />
que muito<br />
brevemente<br />
vou estar <strong>de</strong><br />
saí<strong>da</strong>”<br />
Jogador alvinegro diz que é feliz<br />
no Nacional, mas quer mais<br />
DNA<br />
RAFAEL WIHBY BRACALLI<br />
Guar<strong>da</strong>-Re<strong>de</strong>s<br />
Data <strong>de</strong> Nascimento<br />
05 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1981 (28 anos)<br />
Nacionali<strong>da</strong><strong>de</strong> Brasileira<br />
ÚLTIMAS ÉPOCAS<br />
Época Equipa<br />
2009/10 Nacional<br />
2008/09 Nacional<br />
2007/08 Nacional<br />
2006/07 Nacional<br />
2006 Paulista<br />
2005 Paulista<br />
2004 Paulista<br />
2003 Paulista<br />
2002 Paulista<br />
2001 Paulista<br />
mios <strong>de</strong> ‘guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s menos batido’<br />
e <strong>de</strong> ‘jogador mais regular’, mas<br />
antes disso esteve um ano e meio<br />
na sombra <strong>de</strong> Diego Benaglio. Como<br />
olha agora para esse percurso?<br />
Quando cheguei cá o Diego já era o<br />
guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s titular. Ia sair, o que não<br />
aconteceu logo, havia naturalmente<br />
a preferência pelo Diego e ele não<br />
falhou um jogo. Tive <strong>de</strong> esperar que<br />
ele saísse, um ano e meio <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eu<br />
chegar, para jogar. Estava preparado<br />
para manter o nível, até porque ele<br />
era muito bom e eu não queria que o<br />
Nacional contratasse outro goleiro<br />
(risos).<br />
Está a atravessar uma boa fase.<br />
Nunca sentiu medo <strong>de</strong> as coisas se<br />
inverterem? Os bons resultados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m<br />
<strong>de</strong> um trabalho diário e nisso<br />
eu sou bastante <strong>de</strong>dicado. Para se<br />
manter a titulari<strong>da</strong><strong>de</strong>, é essencial ser-<br />
Palavra <strong>de</strong> Bracalli: “Eu vou para os treinos como se fosse para um jogo”.<br />
se empenhado, mas estando confiante,<br />
dificilmente um jogador tem medo.<br />
Eu vou para os treinos como se fosse<br />
para um jogo. Ser guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s implica<br />
ter uma gran<strong>de</strong> capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> concentração.<br />
Po<strong>de</strong>-se passar um jogo<br />
sem tocar na bola, mas se tocar uma<br />
vez essa é uma vez <strong>de</strong>cisiva para o resultado.<br />
Por isso, é preciso treinar bem.<br />
Como alguém já disse, no futebol só<br />
existem duas posições importantes: o<br />
goleiroeoatacante... (risos)<br />
Vai ter mais trabalho, agora com a<br />
fase <strong>de</strong> grupos <strong>da</strong> liga Europa. Está<br />
preparado? Em princípio, vou ter mais<br />
trabalho, embora nos jogos difíceis todos<br />
os jogadores estejam muito concentrados<br />
para que não aconteça nenhum<br />
<strong>de</strong>slize. Estou preparado. Acho<br />
que o facto <strong>de</strong> ter passado o Zenit <strong>de</strong>ixou<br />
o Nacional forte para esta competição.<br />
No final <strong>da</strong> época passa<strong>da</strong>, chegou<br />
a falar-se na sua saí<strong>da</strong>. Pensa <strong>de</strong>ixar,<br />
a médio/curto prazo, o Nacional por<br />
um clube mais forte? Penso, apesar<br />
<strong>de</strong> estar feliz no Nacional porque foi o<br />
clube que me <strong>de</strong>u oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> jogar<br />
em Portugal. Na época passa<strong>da</strong>,<br />
conseguimos bons resultadoseénormal<br />
que os jogadores como o Nené, o<br />
Maicon, o Alonso tivessem sido lembrados...<br />
Recebeu propostas? A minha saí<strong>da</strong>,<br />
foi fala<strong>da</strong>, mas até então só apareceu<br />
uma son<strong>da</strong>gem do Brasil que chegou<br />
através do Santos. Da Europa, não apareceu<br />
na<strong>da</strong> nos últimos tempos. Se<br />
apareceu, foi para o clube. Eu não soube<br />
<strong>de</strong> na<strong>da</strong>. Claro que eu penso em <strong>da</strong>r<br />
o salto, a ca<strong>da</strong> tempora<strong>da</strong>. O Nacional<br />
“Ter passado<br />
o Zenit<br />
<strong>de</strong>ixou o<br />
Nacional<br />
mais forte”<br />
Clube <strong>da</strong> Choupana está preparado<br />
para a fase <strong>de</strong> grupos, diz Bracalli<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
Regressar ao Paulista no final <strong>da</strong> carreira<br />
É fácil arrancar um sorriso a Rafael<br />
Bracalli, se o tema <strong>de</strong> que se fala é futebol.<br />
P.G. Aos seis anos começou a paixão pela bola.<br />
As brinca<strong>de</strong>iras com o skate e a bicicleta ocuparam<br />
parte <strong>da</strong> infância, mas foi o futebol que acabou<br />
por assumir prepon<strong>de</strong>rância na vi<strong>da</strong> do menino<br />
que, em tenra i<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>de</strong>cidiu seguir os passos<br />
do pai, também ele guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s.<br />
Optimista, a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> Bracalli permitiulhe<br />
conciliar os estudos com os treinos. Licenciouse<br />
em educação física, um curso que espera lhe<br />
assegurar, no futuro, a carreira <strong>de</strong> treinador. É no<br />
Paulista, o clube on<strong>de</strong> jogou <strong>de</strong>z anos, que o alvinegro<br />
quer acabar a sua carreira.<br />
Bracalli ain<strong>da</strong> tem mais um sonho: jogar em Itália,<br />
na terra dos seus avós.<br />
Homem <strong>de</strong> Fé, o jogador <strong>de</strong> Santos é, aos 28 anos,<br />
um pai babado. Conheceu a esposa, no Brasil,<br />
numa festa <strong>de</strong> aniversário. Há três meses foi pai.<br />
Trinta e seis meses após ter chegado à Ma<strong>de</strong>ira,<br />
Rafael Bracalli acumula os prémios <strong>de</strong> ‘guar<strong>da</strong>re<strong>de</strong>s<br />
menos batido’ e ‘jogador mais regular’. Diz a<br />
canção que “as asas servem para voar”. É isso que<br />
o guardião do Nacional espera fazer, já na próxima<br />
época.<br />
RAIO-X<br />
7<br />
GOSTO De viajar. Viajo<br />
frequentemente com a minha<br />
esposa para conhecer Portugal.<br />
Acho que é importante conhecer o<br />
País on<strong>de</strong> vivemos.<br />
ODEIO Não <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r um golo<br />
SIM À espeta<strong>da</strong><br />
NÃO À poncha<br />
SIGNO Touro<br />
OS MADEIRENSES<br />
São simpáticos, mas pessimistas.<br />
No Brasil, quando o povo está em<br />
lazer esquece a <strong>de</strong>sgraça. Na<br />
Ma<strong>de</strong>ira, uma pessoa pergunta se<br />
está tudo bem e a resposta é<br />
sempre: “mais ou menos...”<br />
DEUS<br />
Acredito. Rezo todos dias. Rezo<br />
antes dos treinos e dos jogos para<br />
pedir protecção a Deus. Acho que<br />
oquenosmoveéaFé.<br />
ÍDOLO<br />
Taffarel. Foi o guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s que<br />
abriu as portas para os goleiros<br />
brasileiros virem jogar na Europa.<br />
Se perguntar a <strong>de</strong>z goleiros<br />
brasileiros quem é o melhor<br />
guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> todos os tempos,<br />
eles vão dizer que foi ele. Ele tinha<br />
classe. Não inventava muito. Acho<br />
que, por isso, cativava muita<br />
gente.<br />
CLUBE<br />
Santos no Brasil. Nasci lá e<br />
acompanhei o clube durante muito<br />
tempo. Em termos <strong>de</strong> admiração é<br />
o meu clube.<br />
é um bom clube, mas é normal que eu<br />
queira ir mais longe na carreira.<br />
Gostaria <strong>de</strong> sair já no final <strong>da</strong> próxima<br />
época? Com certeza.<br />
Tem algum clube predilecto, para<br />
<strong>da</strong>r ‘o salto’? O meu sonho é jogar no<br />
campeonato italiano porque os meus<br />
avós são <strong>de</strong> Itália e esse também é o<br />
sonho do meu pai. Se conseguisse, realizaria<br />
o sonho <strong>de</strong> jogar num gran<strong>de</strong><br />
campeonato e um sonho familiar. Mas<br />
é claro que eu jogaria em Portugal: no<br />
Benfica, no Porto ou no Sporting que<br />
são gran<strong>de</strong>s clubes. Todos eles tem<br />
gran<strong>de</strong>s guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s, mas acredito<br />
que o nosso <strong>de</strong>stino é traçado a ca<strong>da</strong><br />
dia no trabalho. Acredito que muito<br />
brevemente vou estar <strong>de</strong> saí<strong>da</strong>.
8<br />
jogo rápido<br />
FUTEBOL<br />
Maior ‘clássico’ do<br />
futebol ma<strong>de</strong>irense<br />
Um dérbi entre Nacional e<br />
Marítimo <strong>de</strong>sperta inúmeras<br />
paixões. Os dois clubes<br />
alimentam há quase um século<br />
uma gran<strong>de</strong> rivali<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
que continua a movimentar<br />
os ma<strong>de</strong>irenses ca<strong>da</strong> vez<br />
que se <strong>de</strong>frontam. Vencer o<br />
velho opositor é quase um<br />
ponto <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. E per<strong>de</strong>r significa<br />
ser ‘gozado’.<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 cd<br />
Machado procura ain<strong>da</strong> a primeira vitória na I Liga.<br />
jogo rápido<br />
FUTEBOL<br />
Marítimo-Nacional<br />
em juvenis<br />
Na segun<strong>da</strong> jorna<strong>da</strong> <strong>de</strong>sta<br />
fase inicial do Campeonato<br />
Regional <strong>de</strong> juvenis, o encontro<br />
que reúne maior<br />
atenção é o dérbi entre Nacional<br />
e Marítimo. Conjuntos<br />
que golearam na ron<strong>da</strong><br />
inaugural. A parti<strong>da</strong> tem início<br />
marcado para as 10h30,<br />
<strong>de</strong> domingo, no campo do CF<br />
Andorinha.<br />
Patacas está ‘fresco’<br />
para o Marítimo<br />
O capitão do Nacional cumpriu<br />
ontem castigo no jogo europeu<br />
com o Wer<strong>de</strong>r Bremen, pelo que<br />
estará ‘fresco’ para o embate<br />
com o Marítimo. Patacas é um<br />
jogador <strong>de</strong> extrema utili<strong>da</strong><strong>de</strong> na<br />
equipa nacionalista e há muito<br />
que é ‘dono e senhor’ do lado direito<br />
<strong>da</strong> equipa. É quase garantido<br />
que domingo estará <strong>de</strong> regresso<br />
ao onze <strong>de</strong> Manuel Machado.<br />
Aposta forte nas<br />
Escolinhas do clube<br />
FOTOASPRESS<br />
Os alvinegros mantêm uma forte<br />
aposta nos escalões <strong>de</strong> formação.<br />
Os homens do Nacional<br />
voltam a imprimir gran<strong>de</strong> dinâmica<br />
em todos os escalões, com<br />
especial incidência ao escalão<br />
<strong>de</strong> escolas, cujos treinos recomeçaram<br />
no passado dia 5. São<br />
já muitos os jovens que procuramoclube,masain<strong>da</strong>háespaço<br />
e condições para acolher<br />
mais jovens talentos.<br />
FUTEBOL<br />
Filipe Sousa<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Dois pequenos passos <strong>de</strong>u o Nacional<br />
na presente tempora<strong>da</strong>. Em mesma<br />
altura <strong>da</strong> época passa<strong>da</strong> os nacionalistas<br />
eram, surpreen<strong>de</strong>mente, lí<strong>de</strong>res<br />
com nove pontos, os mesmos que<br />
Sporting e Leixões.<br />
O Nacional tinha então três vitórias<br />
(consecutivas) e um inesperado <strong>de</strong>saire<br />
caseiro, à quarta jorna<strong>da</strong>, com o<br />
Est. Amadora. O ‘estado <strong>de</strong> graça’ esfumava-se,<br />
então, ligeiramente, mas o<br />
arranque fulgurante <strong>de</strong> prova permitiu<br />
aos alvinegros uma caminha<strong>da</strong><br />
triunfal até ao quarto lugar no final<br />
do campeonato, atrás dos suspeitos<br />
do costume, FC Porto, Sporting e<br />
Benfica, por esta or<strong>de</strong>m e, consequentemente,oapuramentoparaascompetições<br />
europeias, <strong>de</strong>sejo primário<br />
<strong>da</strong>s equipas ma<strong>de</strong>irenses <strong>de</strong> há uns<br />
anosaestaparte.<br />
Esta época o Nacional tem somente<br />
dois pontinhos, os mesmos que tinha<br />
na época <strong>de</strong> 2006/07, na qual não foi<br />
além <strong>de</strong> uma mo<strong>de</strong>sta nona posição<br />
no final do campeonato. Ora, para não<br />
repetir o que aconteceu há duas épocas,<br />
isto é, uma tempora<strong>da</strong> mediana,<br />
os nacionalistas precisam <strong>de</strong> apressar<br />
o passo quanto antes e vencer o Marítimo<br />
no dérbi <strong>de</strong> domingo será um excelente<br />
indicador <strong>de</strong> recuperação.<br />
Des<strong>de</strong> sempre que os dérbis servem<br />
<strong>de</strong> estímulo a qualquer equipa. Vencer<br />
significa moralizar e ganhar ânimo.<br />
Com naturais preocupações para com<br />
a competição europeia ou não estivessem<br />
os nacionalistas a viver um<br />
sonho, a I Liga acabou por ser ‘relega<strong>da</strong>’<br />
para um plano secundário, pelo<br />
menos enquanto a euforia e os novos<br />
hábitos estiverem na or<strong>de</strong>m do dia.<br />
Tem havido muito<br />
equilíbrio nos dérbis<br />
No confronto directo entre Nacional<br />
e Marítimo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os<br />
alvinegros regressaram ao convívio<br />
dos gran<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>nota-se<br />
muito equilíbrio. Em casa, os<br />
nacionalistas venceram duas<br />
vezes (06/07 e 05/06), per<strong>de</strong>ram<br />
por outras tantas ocasiões<br />
(07/08 e 03/04) e empatou em<br />
três ocaisões (09/08, 04/05 e<br />
02/03). Está tudo empatado.<br />
Alguém arrisca <strong>de</strong>sempatar?<br />
Vem aí o dérbi e uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
premente <strong>de</strong> vencer. E uma vitória,<br />
para além <strong>da</strong> galvanização menciona<strong>da</strong><br />
anteriormente, valerá mais do que<br />
três pontos. Como assim? Se tivermos<br />
em atenção que o Nacional tem dois<br />
pontos, o Marítimo cinco, e a vitória significa<br />
igualar o rival nos pontos mas<br />
ficar na frente no confronto directo.<br />
Depois do <strong>de</strong>sgaste <strong>de</strong> ontem e com<br />
menos <strong>de</strong> 72 horas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso e preparação<br />
para o dérbi subsiste a dúvi<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> como irão correspon<strong>de</strong>r os na-<br />
O Nacional<br />
tem apenas<br />
dois pontos<br />
ganhos esta<br />
tempora<strong>da</strong><br />
nacional<br />
Paulo Costa dirige<br />
encontro <strong>de</strong> domingo<br />
AComissão<strong>de</strong>Arbitragem<strong>da</strong><br />
Liga Portuguesa <strong>de</strong> Futebol <strong>de</strong>signou<br />
o árbitro portuense Paulo<br />
Costa, <strong>de</strong> 43 anos, para arbitrar<br />
o encontro entre o Nacional<br />
e o Marítimo <strong>de</strong>ste domingo a<br />
contar para a 5ª jorna<strong>da</strong> <strong>da</strong> I<br />
Liga. Os assistentes João Santos<br />
e Nuno Manso vão auxiliar o<br />
árbitro Paulo Costa no dérbi<br />
que tem início às 18 horas<br />
(SportTV1).<br />
Acertar passo na Liga é<br />
fun<strong>da</strong>mental: já no dérbi<br />
KARATÉ<br />
Treinos realizam-se<br />
no Funchal ou Caniço<br />
Asecção<strong>de</strong>KaratédoNacional<br />
recomeçou os treinos <strong>da</strong> nova<br />
época <strong>de</strong>sportiva no passado dia<br />
3 <strong>de</strong> Setembro. Mas as inscrições<br />
para o efeito continuam abertas,<br />
sendo possível escolher entre<br />
treinos no Funchal ou no Caniço.<br />
Quem estiver interessado po<strong>de</strong><br />
contactar: Funchal: 966657047<br />
ou 965012299. Caniço:<br />
966385993.<br />
cionalistas fisicamente. Não esqueçamos,<br />
no entanto, que agora há outro<br />
tipo <strong>de</strong> soluções, mais váli<strong>da</strong>s, e Manuel<br />
Machado po<strong>de</strong>rá aproveitar para<br />
‘mexer’.<br />
TRADIÇÃOJÁNÃOÉOQUEERA<br />
Reza a tradição que os dérbis são normalmente<br />
enfadonhos, sem golos e<br />
pouco atractivos. Felizmente a tradiçãojánãoéoqueera,istoemrelação<br />
aos confrontos entre Nacional e Marítimo.<br />
Há seis épocas consecutivas que<br />
os dérbis terminam com golos e em<br />
muitos casos os jogos têm muita<br />
emotivi<strong>da</strong><strong>de</strong>. Por exemplo, na época<br />
2006/07 o Nacional venceu por 3-2 e<br />
o golo <strong>da</strong> vitória só surgiu em tempo<br />
<strong>de</strong> compensação num canto directo<br />
marcado pelo ma<strong>de</strong>irense Bruno.<br />
Há, portanto, a esperança <strong>de</strong> termos<br />
mais um bom jogo, com golos e<br />
emoção. O Nacional precisa <strong>de</strong> ganhar<br />
mas o empate será consi<strong>de</strong>rado um<br />
mal menor. Resta agora ‘suspirar’ até<br />
domingo e fazer apostas com amigos.<br />
Juniores recebem Oeiras<br />
e são favoritos à vitória<br />
A equipa do Nacional recebe amanhã o Oeiras, pelas 15 horas<br />
no Cristiano Ronaldo Campus, em jogo <strong>da</strong> quarta jorna<strong>da</strong> do<br />
F.S. Campeonato Nacional <strong>de</strong> Juniores <strong>da</strong> I Divisão. Depois do empate<br />
no dérbi com o Marítimo, dominado em gran<strong>de</strong> escala pelos nacionalistas<br />
que, no entanto, se <strong>de</strong>ixaram surpreen<strong>de</strong>r nos primeiros 20 minutos<br />
<strong>de</strong> jogo - entraram a dormir -, os alvinegros são favoritos à vitória<br />
no jogo <strong>de</strong> amanhã. Mas atenção a este Oeiras: tem somente um<br />
ponto mas que já <strong>de</strong>frontou Benfica e Sporting, com os quais per<strong>de</strong>u<br />
pela mesma margem (1-3). O ponto conquistado pelos lisboetas foi no<br />
Algarve, diante do Portimonense (0-0). Para além do empate no dérbi,<br />
o Nacional soma duas vitórias - Est. Amadora e Belenenses.<br />
NATAÇÃO<br />
Continua o domínio total<br />
nas provas <strong>de</strong> mar<br />
Asecção<strong>de</strong>NataçãodoCDNacional<br />
continua em bom momento<br />
nas provas <strong>de</strong> mar ao<br />
venceratravessia<strong>de</strong>Câmara<br />
<strong>de</strong> Lobos. Os na<strong>da</strong>dores nacionalistasconseguiramostrêslugares<br />
do pódio em ambos os sexos:<br />
1ºVítor Castanheiro, 2º,<br />
Emanuel Gonçalves e 3º Vítor<br />
Moura; 1ª Ana Rodrigues, 2ª Filipa<br />
Macedo e 3ª Petra Silva.<br />
TÉNIS<br />
Quarteto no campeonato<br />
nacional <strong>de</strong> sub-16<br />
Uma comitiva com quatro tenistas<br />
(Eduardo Santos, João<br />
Matias, João Jardim e Tiago<br />
Ribeiro) está a representar o<br />
clube Campeonato Nacional <strong>de</strong><br />
Equipas Sub-16 em Ténis, que<br />
<strong>de</strong>corre até 20 <strong>de</strong> Setembro,<br />
nos courts do Carcavelos Ténis.<br />
A equipa <strong>de</strong> ténis do<br />
Nacional é orienta<strong>da</strong> por Amarílio<br />
Silva.
cd nacional<br />
AUTOMOBILISMO<br />
Um rali <strong>de</strong> boa memória<br />
para José Camacho<br />
Carlos Alberto moniz<br />
cmoniz@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
“Paramim,esteéumrali<strong>de</strong>boasrecor<strong>da</strong>ções”,<br />
diz José Camacho, antigo<br />
campeão <strong>de</strong> ralis <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira e que já<br />
venceu três vezes a prova organiza<strong>da</strong><br />
pela Secção <strong>de</strong> <strong>Desporto</strong>s Motorizados<br />
do Clube Desportivo Nacional.<br />
Anteontem, o piloto esteve no Estádio<br />
<strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira, por on<strong>de</strong> passa a primeira<br />
classificativa e ficou bastante<br />
surpreendido. “Nunca fiz este rali na<br />
actual versão, mas aquele salto <strong>de</strong>ve<br />
ser espectacular”, comentou.<br />
Mas, voltando atrás no tempo, José<br />
Camacho <strong>de</strong>stacou: “Na altura em que<br />
venci o rali em 2001, com o José Camacho<br />
como co-piloto, houve bastante<br />
luta. Tinha o SEAT Ibiza Kit-Car, que<br />
era um carro muito bom, que me <strong>de</strong>u<br />
muitas alegrias”.<br />
E relembra: “Nesse ano, foi com muita<br />
satisfação que cheguei ao final <strong>da</strong><br />
prova, sabendo que ia ganhar aos adversário<br />
<strong>de</strong> ‘peso’, Vítor Sá, João Figueira,<br />
e tantos outros”.<br />
“NÃO PENSEI NESTE RALI”<br />
Apesar <strong>de</strong> o Rali do Nacional lhe trazer<br />
boas recor<strong>da</strong>ções, José Camacho não<br />
pensou em fazer a sua inscrição.<br />
“Não pensei neste rali. Se fosse para<br />
entrar, é natural que estivesse inscrito.<br />
Mas, neste momento, tenho <strong>de</strong> pensar<br />
Piloto<br />
venceu três<br />
vezes, com<br />
co-pilotos<br />
diferentes<br />
José Camacho prometeu regressar a tempo inteiro, em 2010.<br />
em outras coisas, nos afazeres profissionais<br />
e familiares por exemplo”.<br />
A adianta: “Também não tenho muita<br />
motivação, porque actualmente os<br />
carros <strong>de</strong> 1600 <strong>de</strong> cilindra<strong>da</strong> não são<br />
competitivos face aos S2000 e mesmo<br />
alguns Grupo N”.<br />
Continuando, “quando vejo que o Filipe<br />
Freitas an<strong>da</strong> sempre com a chama<strong>da</strong><br />
‘faca nos <strong>de</strong>ntes’ para chegar ao pódio,<br />
está tudo dito”.<br />
Por isso, e também como o Rali Vinho<br />
Ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>ste ano não lhe correu<br />
<strong>de</strong> feição “<strong>de</strong>vido a alguns problemas”,<br />
José Camacho preferiu “ficar <strong>de</strong> fora”.<br />
“Mas isso não representa que me tenhareformadoouabandonadoosralis<br />
<strong>de</strong>finitivamente”, assegura. “Neste momento,<br />
tenho um projecto apresentado<br />
a várias empresas, para que possa regressar<br />
em 2010 e fazer o campeonato<br />
completo”.<br />
A aposta continua no ‘segredo dos<br />
<strong>de</strong>uses’ mas, a julgar pelo semblante<br />
do piloto, quando abordou o futuro,<br />
tudo leva a crer que um S2000 possa<br />
“Ain<strong>da</strong> não estou reformado...”<br />
Nesta altura, José Camacho trabalha para regressar a tempo inteiro ao campeonato. “Ain<strong>da</strong> não estou reformado”,<br />
garante. “Já preparei um projecto, para fazer o meu 25.º campeonato. O ano passado e este tenho<br />
feito apenas alguns ralis, mas não pretendo terminar a minha carreira sem fazer o campeonato todo”,<br />
afirma. “Tenho 24 campeonatos completos e o próximo será com um carro melhor do que o actual. Vamos<br />
esperar que tudo corra bem para que, em 2010, possa voltar ao activo com uma viatura que me permita<br />
an<strong>da</strong>r nos lugares <strong>da</strong> frente”. E porque o segredo é a alma do negócio, José Camacho não confirmou, nem<br />
<strong>de</strong>smentiu, a hipótese <strong>de</strong> um S2000.<br />
estar a caminho <strong>da</strong> Região, caso se<br />
concretizem os apoios que o piloto preten<strong>de</strong>.<br />
“Já houve melhores dias. Na altura<br />
em que tinha o patrocínio exclusivo <strong>da</strong><br />
Bingo, é natural que não me preocupasse<br />
tanto como agora. Mas espero<br />
que este novo projecto se concretize,<br />
para que possa fazer o meu 25.º campeonato<br />
completo, porque a ano passado<br />
e este tive apenas participações esporádicas”.<br />
José Camacho começou a sua car-<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
9<br />
FOTO HÉLDER SANTOS/ASPRESS<br />
Empate técnico à vista<br />
se Alex Camacho ganhar<br />
Carlos Alberto Moniz<br />
cmoniz@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
À entra<strong>da</strong> para a nona edição do Rali<br />
do Nacional <strong>da</strong> ‘era mo<strong>de</strong>rna’, porque<br />
a prova anteriormente foi organiza<strong>da</strong><br />
pelo Clube Automobilístico ‘100 à<br />
Hora <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira’, José Camacho e Vítor<br />
Sá têm três vitórias ca<strong>da</strong>.<br />
O primeiro ganhou em 2001, com<br />
José Camacho, em 2002, com Marco<br />
Cabral, e em 2004, com Pedro Calado.<br />
Já Vítor Sá triunfou em 2003, com<br />
Ornelas Camacho, e em 2006 e 2007,<br />
com Humberto Freitas.<br />
No ano em que ‘pegou’ no Peugeot<br />
206 S1600 do OLCA Team, Alexandre<br />
Camacho, com Marco Sousa, ganhou<br />
oRalidoNacional,eficoucomasegun<strong>da</strong><br />
vitória o ano passado, com Pedro<br />
Calado, já aos comandos do Peu-<br />
reira nos anos 80, <strong>de</strong>stacando-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
logo pelos títulos conseguidos, tanto<br />
em ralis como em rampas.<br />
“Tive bons carros, tive altos e baixos<br />
na minha carreira. Tive ralis com azares<br />
que não lembra a ninguém, como<br />
no Rali <strong>de</strong> Santana, que me bateram no<br />
Sierra, quando ain<strong>da</strong> ia para a primeira<br />
classificativa”.<br />
Mas promete: “O José Camacho<br />
vai regressar e ter a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
para an<strong>da</strong>r a ‘brigar’ pelos lugares<br />
<strong>da</strong> frente”.<br />
geot 207 S2000, do Team <strong>de</strong> Ralis CD<br />
Nacional/OLCA.<br />
Portanto,seoactuallí<strong>de</strong>rdoCampeonato<br />
<strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira ‘Coral’ <strong>de</strong> Ralis<br />
triunfar nesta nona edição <strong>da</strong> prova<br />
‘alvinegra’ ficará igualmente com três<br />
vitórias, tal como Pedro Calado, que<br />
passará a ser o único navegador a<br />
conseguir esse feito.
10<br />
Edmar Fernan<strong>de</strong>s<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
20 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1910 assinalou o<br />
nascimento <strong>de</strong> um clube que viria a<br />
congregar o apoio <strong>da</strong> gran<strong>de</strong> maioria<br />
<strong>da</strong> população ma<strong>de</strong>irense.<br />
Este domingo a instituição cumpre<br />
o seu 99.º aniversário e, quase<br />
um século <strong>de</strong>pois, aquilo que parecia<br />
uma brinca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> amigos <strong>de</strong>u origem<br />
a uma colectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> ecléctica,<br />
com milhares <strong>de</strong> atletas e <strong>de</strong>zenas<br />
<strong>de</strong> milhares <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ptos que já se espalham<br />
por todos os cantos do planeta<br />
em função <strong>da</strong> faceta migratória<br />
que marca o povo ilhéu.<br />
Como o nome explica, foi a classe<br />
marítima, o povo trabalhador, que<br />
sentiu necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> formar um<br />
clube que funcionasse como uma espécie<br />
<strong>de</strong> ‘ban<strong>de</strong>ira’. Antes, já o CS<br />
Ma<strong>de</strong>ira tinha sido fun<strong>da</strong>do pela<br />
burguesia <strong>da</strong> classe média e alta e<br />
por isso o nascimento dos ver<strong>de</strong>-rubros<br />
eram um género <strong>de</strong> ‘resposta’.<br />
As cores do clube também não foram<br />
fruto <strong>de</strong> um qualquer acaso...<br />
Cândido Fernan<strong>de</strong>s Gouveia, o<br />
‘Candinho’, é, segundo reza a história<br />
oficial do clube, o principal impulsionador<br />
<strong>de</strong> uma instituição foi<br />
fun<strong>da</strong><strong>da</strong> 15 dias antes <strong>da</strong> implantação<br />
<strong>da</strong> República, mas já os seus<br />
fun<strong>da</strong>dores encaravam esta mu<strong>da</strong>nça<br />
<strong>de</strong> rumo como um sinal <strong>de</strong> evolução<br />
e, eventualmente, melhoria do<br />
bem-estar <strong>da</strong>s pessoas mais carencia<strong>da</strong>s.<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 cs<br />
Jaime Sousa, sócio do Marítimo há 60 anos, ‘representa’ várias gerações <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ptos ver<strong>de</strong>-rubros, um “clube do povo”.<br />
O vermelho e ver<strong>de</strong> listado, como<br />
sempre o foi, é pois um símbolo <strong>da</strong><br />
República e também por isso se explica,<br />
atravessando os tempos até<br />
aos dia <strong>de</strong> hoje, que o actual Presi<strong>de</strong>nte,<br />
Cavaco Silva, presi<strong>da</strong> às comemorações<br />
do Centenário do CS<br />
Marítimo.<br />
Com um século <strong>de</strong> aventuras para<br />
contar, foram muitas as conquistas<br />
<strong>da</strong> instituição ver<strong>de</strong>-rubra. Primeiro<br />
dominou em termos regionais, cotando-se<br />
como o clube mais titulado<br />
<strong>da</strong> ilha com larga margem. Em termos<br />
nacionais a li<strong>de</strong>rança <strong>da</strong> instituição<br />
no tocante à representativi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>da</strong> ilha continuou, merecendo<br />
referência igualmente o facto <strong>de</strong>ste<br />
ano o Marítimo assinalar também a<br />
sua 30.ª participação no principal<br />
escalão do futebol português.<br />
JAIMESOUSASEGUEOCLUBE<br />
DO CORAÇÃO HÁ 70 ANOS<br />
Em vésperas <strong>de</strong> aniversário, o<br />
MAIS <strong>Desporto</strong> conversou com Jaime<br />
Sousa, sócio e in<strong>de</strong>fectível <strong>de</strong>fensor<br />
do Marítimo há mais <strong>de</strong> 70<br />
anos e, portanto, com legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
suficiente para relembrar e avaliar o<br />
trajecto <strong>da</strong> agremiação.<br />
Os tempos em que o clube subsistia<br />
apenas do amor à causa não passam<br />
<strong>de</strong> um passado ca<strong>da</strong> vez mais<br />
distante. Mas nem isso consegue<br />
suavizar o fervor clubístico <strong>de</strong> um<br />
senhor que contribuiu activamente<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>da</strong> instituição.<br />
marítimo<br />
FOTO OCTÁVIO PASSOS/ASPRESS<br />
99 anos <strong>de</strong> história <strong>de</strong> um<br />
clube fun<strong>da</strong>do para o povo<br />
Marítimo<br />
celebra<br />
domingo<br />
oseu99.º<br />
aniversário<br />
Programa<br />
<strong>de</strong> aniversário<br />
DOMINGO<br />
9h30<br />
Hastear oficial <strong>da</strong>s ban<strong>de</strong>iras do clube<br />
e a Região. Descerrar <strong>da</strong> faixa alusiva<br />
às comemorações<br />
9h45<br />
Início <strong>de</strong> uma conferência com a<br />
comunicação social<br />
10h30<br />
Deposição <strong>de</strong> uma coroa <strong>de</strong> flores<br />
junto à estátua do Jogador do<br />
Marítimo no Almirante Reis, em<br />
memória <strong>de</strong> sócios, atletas e dirigentes<br />
falecidos.<br />
11h00<br />
Missa <strong>de</strong> acção <strong>de</strong> graças na Igreja<br />
do Socorro.<br />
“RECEBI O PRIMEIRO ORDENADO<br />
E FUI LOGO TORNAR-ME SÓCIO”<br />
A história <strong>da</strong> ligação <strong>de</strong> Jaime<br />
Sousa ao Marítimo começa na déca<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> 40, ain<strong>da</strong> antes <strong>de</strong> se ter tornado<br />
sócio em 1949, tinha então 16<br />
anos. “Ninguém me obrigou nem me<br />
influenciou a na<strong>da</strong>. Tinha recebido o<br />
meu primeiro or<strong>de</strong>nado e fui lá voluntariamente<br />
pagar os 7 escudos e<br />
meio que eram precisos para o efeito.<br />
Na altura era dinheiro”, constata<br />
com um sorriso.<br />
OMarítimo,refere,“eraeéoclube<br />
do povo” e por isso “to<strong>da</strong> a gente que<br />
conhecia acompanhava a equipa”. Em<br />
véspera <strong>de</strong> celebrar 99 anos <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>,<br />
a instituição que ‘contagiou’ a sua<br />
existência ao longo <strong>de</strong> 70 anos – embora<br />
‘só’ 60 <strong>de</strong> associativismo – vive<br />
momentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> prosperi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Os resultados <strong>de</strong>sportivos, lembra,<br />
“são efémeros e hoje em dia todos os<br />
outros também estão fortes. Mas o<br />
Marítimo também tem conseguido<br />
excelente resultados”, salienta.<br />
Aliás, uma <strong>da</strong>s suas maiores alegrias<br />
“nos muitos sucessos” que teve<br />
a “felici<strong>da</strong><strong>de</strong>” <strong>de</strong> festejar foi já durante<br />
a gerência <strong>da</strong> actual administração.<br />
“As competições europeias <strong>de</strong>ixaram<br />
sempre marcas. Especialmente a vez<br />
em que fomos a Inglaterra jogar com<br />
o Leeds United e só per<strong>de</strong>mos por 1-0<br />
já perto do fim. Foi intenso”, recor<strong>da</strong>.<br />
Carlos Pereira, aliás, merece elogios<br />
<strong>de</strong> um dos mais antigos sócios<br />
do clube. “Tem feito um bom trabalho.<br />
É preciso gostar muito do Marí-<br />
Vencer<br />
odérbisem<br />
<strong>de</strong>sculpas<br />
do adversário<br />
Muito se tem dito e escrito<br />
sobre o facto do Nacional ter<br />
E.F.<br />
apenas dois dias para preparar<br />
a recepção <strong>de</strong> domingo ao Marítimo.<br />
O encontro <strong>de</strong> alta tensão disputado<br />
ontem, frente ao Wer<strong>de</strong>r Bremen,<br />
po<strong>de</strong> ter, pelo menos a questão<br />
tem sido coloca<strong>da</strong> recorrentemente,<br />
influência negativa sobre os alvinegros,<br />
mas o Marítimo refuta totalmente<br />
essa i<strong>de</strong>ia.<br />
Jogadores e equipa técnica querem<br />
vencer o embate <strong>de</strong> forma inequívoca,<br />
ou seja, sem <strong>de</strong>sculpas <strong>da</strong> parte dos rivais<br />
e têm frisado isso mesmo ao longo<br />
<strong>da</strong> semana <strong>de</strong> trabalho. Dizer que<br />
Carlos Carvalhal está obrigado a vencer<br />
será excessivo pois o resultado do<br />
dérbi, caso seja negativo para as suas<br />
hostes, po<strong>de</strong> facilmente ser corrigido<br />
nas ron<strong>da</strong>s vin<strong>da</strong>s.<br />
Mas é um facto que a massa associativa<br />
preten<strong>de</strong> mais, nomea<strong>da</strong>mente<br />
no tocante a exibições. A prestação<br />
frente ao Sp. Braga, essencialmente<br />
durante a segun<strong>da</strong> parte, atingiu contornos<br />
medíocres e será preciso um<br />
Marítimo mais corajoso para conseguir<br />
recuperar a empatia com os<br />
a<strong>de</strong>ptos.<br />
timo para an<strong>da</strong>r há mais <strong>de</strong> 20 anos<br />
nisto só por carolice. As pessoas <strong>de</strong>viam<br />
<strong>de</strong> estar gratas ao seu esforço<br />
e <strong>de</strong>dicação. Aliás, o trabalho está à<br />
vista”, repara.<br />
Actualmente, contudo, o futebol<br />
“é um negócio” e per<strong>de</strong>u-se um pouco<br />
do sentimento clubístico que empurra<br />
as gentes para os estádios.<br />
Jaime Sousa, também ele um antigo<br />
dirigente ver<strong>de</strong>-rubro, reconhece<br />
que os tempos são outros, mas ele<br />
não passa um “domingo sem ver o<br />
Marítimo”. E assim continuará.<br />
I liga<br />
Equipa J V E D G Pt<br />
1 Sp. Braga 4 4 0 0 8-3 12<br />
2 Benfica 4 3 1 0 14-2 10<br />
3 FC Porto 4 3 1 0 11-3 10<br />
4 Rio Ave 4 2 2 0 4-1 8<br />
5 Sporting 4 2 1 1 5-3 7<br />
6 União Leiria 4 1 3 0 5-1 6<br />
7 Olhanense 4 1 3 0 3-2 6<br />
8 V. Guimarães 4 1 2 1 3-1 5<br />
9 MARÍTIMO 4 1 2 1 3-3 5<br />
10 Belenenses 4 1 1 2 3-7 4<br />
11 Paços Ferreira 4 0 3 1 2-3 3<br />
12 Leixões 4 0 2 2 1-5 2<br />
13 NACIONAL 4 0 2 2 2-7 2<br />
14 Académica 4 0 1 3 2-6 1<br />
15 Naval 4 0 1 3 1-8 1<br />
16 V. Setúbal 4 0 1 3 1-13 1
FUTEBOL<br />
Prieto(s) ma<strong>de</strong>irense<br />
é craque no Marítimo<br />
Miguel Justino<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Nas déca<strong>da</strong>s 60/70 o chileno António<br />
Prieto cantava e encantava com a sua<br />
vozossul-americanoselatinoscom<br />
músicas que fizeram sucesso, on<strong>de</strong> se<br />
<strong>de</strong>staca ‘La Novia’, ‘Blanca y radiante<br />
se va’ ou ‘Quando Calienta el Sol, naquela<br />
praia’.<br />
No futebol o nome Prieto(s) também<br />
se fez conhecer... No ano 1983 chegou à<br />
Ma<strong>de</strong>ira o paraguaio Timóteo Prietos<br />
para, com Jorge Abente, fazer furor no<br />
ataque do União, marcando muitos golos,<br />
essencialmente <strong>de</strong> cabeça.<br />
O que terá a ver uma coisa com a<br />
outra, perguntará o leitor? Tão simples<br />
como isto: Mora agora na Região<br />
um outro Prietos, por sinal João, um<br />
ma<strong>de</strong>irense <strong>de</strong> gema, nascido em Santo<br />
António e que começa a <strong>de</strong>spontar<br />
para o futebol do Marítimo que tenta<br />
seguir as ‘pega<strong>da</strong>s’ <strong>de</strong> Timóteo...<br />
Vamos então ao assunto… Depois <strong>de</strong><br />
ter abandonado o futebol, o antigo<br />
ponta-<strong>de</strong>-lança unionista fixou cá residência.<br />
Do relacionamento conjugal<br />
com uma ma<strong>de</strong>irense nasceram dois<br />
filhos: Nídia, estu<strong>da</strong>nte universitária e<br />
o próprio João que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 5 anos<br />
treina nos ver<strong>de</strong>-rubros.<br />
João Prietos tem agora 17 anos, é<br />
júnior <strong>de</strong> 1ª época e alinha a titular <strong>da</strong><br />
equipa do Marítimo que disputa a I Divisão<br />
Nacional. Diz quem o conhece<br />
que tem muitas potenciali<strong>da</strong><strong>de</strong>s e que<br />
po<strong>de</strong>rá ir longe no futebol.<br />
Quando o seu progenitor <strong>de</strong>liciava<br />
os a<strong>de</strong>ptos do União com os golos que<br />
marcava, João ain<strong>da</strong> não tinha vindo<br />
ao mundo, mas soube através <strong>de</strong> outros<br />
que o seu pai “tinha muita garra,<br />
era forte <strong>de</strong> cabeça e marcava muitos<br />
golos”, conforme <strong>de</strong>screveu ao MAIS<br />
<strong>Desporto</strong>. “Acho que her<strong>de</strong>i algumas<br />
Gerard e Bruno<br />
como referências<br />
Um jogador jovem, que gosta<br />
<strong>de</strong> futebol, constrói o seu<br />
estilo em torno <strong>de</strong> algumas<br />
referências consagra<strong>da</strong>dos<br />
no meio futebolístico. Prietos<br />
não é diferente e garante ser<br />
“um gran<strong>de</strong> admirador do<br />
Gerard, do Liverpool”, um<br />
dos melhores na sua posição,<br />
mas esquece “internamente<br />
o capitão Bruno”.<br />
<strong>da</strong>s suas características”, reparou.<br />
O actual ‘trinco’ dos juniores do Marítimo<br />
ambiciona ser jogador profissional,<br />
consi<strong>de</strong>rando estar no clube<br />
certo para o efeito. “Tem proporcionado<br />
to<strong>da</strong>s as condições para po<strong>de</strong>r evoluir<br />
como atleta e como homem”. “Mas<br />
como não sei o que será o dia <strong>de</strong> amanhã,<br />
quero conciliar a prática do futebol<br />
com os estudos pois pretendo tirar<br />
um curso”, acrescentou ajuizado.<br />
Entre jogar à frente dos <strong>de</strong>fesas e<br />
no ataque, prefere a primeira opção<br />
porque “jogo mais livre e posso <strong>de</strong>monstrar<br />
o meu futebol, enquanto no<br />
ataque sou alvo <strong>de</strong> marcações”, embora<br />
alinhe “on<strong>de</strong> o treinador man<strong>da</strong> pois<br />
sou um jogador <strong>de</strong> equipa”.<br />
E por falar do treinador consi<strong>de</strong>ra<br />
que o Prof. Luís Miguel é um técnico<br />
“exigente, que ensina, dialoga muito<br />
com os jogadores, mas sobretudo é um<br />
amigo”. E o seu pai também dá tácticas?<br />
“Não, ele diz que essa tarefa é dos<br />
técnicos, mas como assiste aos meus<br />
jogos sempre me dá umas dicas quando<br />
chego a casa”. João Prietos, um jovem<br />
jogador que segue as pega<strong>da</strong>s do pai,<br />
mas, para já com um vantagem: tem escola,<br />
acompanhamento, e sobretudo<br />
‘melhores pezinhos’. Suficientes argumentos<br />
para vencer? O futuro dirá.<br />
Prietos quer seguir as ‘pisa<strong>da</strong>s’ do pai.<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
11<br />
FOTO JOANA SOUSA/ASPRESS<br />
PUB
12<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 cs<br />
marítimo<br />
HÓQUEI EM PATINS<br />
“Pensei que era uma peta quando<br />
disseram que íamos para o Norte ”<br />
Edmar Fernan<strong>de</strong>s<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
“Estávamos há quase uma déca<strong>da</strong> na<br />
Zona Sul, por isso é normal que tenha<br />
ficado algo surpreendido quando soube<br />
que tínhamos sido colocados na Zona<br />
Norte”. José Carlos Fagun<strong>de</strong>s, técnico<br />
<strong>da</strong> equipa sénior <strong>de</strong> hóquei em patins<br />
do Marítimo, assume que a medi<strong>da</strong> fe<strong>de</strong>rativa<br />
não estava nas suas contas,<br />
nem nas <strong>de</strong> ninguém, mas que a hora é<br />
<strong>de</strong> “pensar em ultrapassar eventuais<br />
problemas pois já na<strong>da</strong> há a fazer”. “Depois<br />
do sorteio...”, <strong>de</strong>sabafou.<br />
O problema central acabou por ser o<br />
facto <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira, ou melhor, a associação<br />
que tutela a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> na Região,<br />
não se ter feito representar na dita Assembleia-Geral<br />
que revolucionou o quotidiano<br />
maritimista segundo informou o<br />
técnico.<br />
“Não sei se mu<strong>da</strong>ria algo, mas pelo<br />
menos tínhamos sabido mais cedo”.<br />
Conclusão, quando tomou conhecimento<br />
<strong>da</strong> situação chegou a pensar que era<br />
mentira. “Como foi perto do mês <strong>de</strong><br />
Abril, até pensei que era alguma peta<br />
ou outra coisa pareci<strong>da</strong>. Depois é que<br />
me mentalizei”, gracejou.<br />
O hóquei maritimista está inserido na<br />
2.ª Divisão nacional. Uma prova competitiva,<br />
com adversários sempre muito<br />
equilibrados.<br />
Cenário <strong>de</strong> dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s que aumenta<br />
com a mu<strong>da</strong>nça para a zona norte do<br />
escalão. “São várias as <strong>de</strong>svantagens,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> ao nível <strong>da</strong>s passagens até aos<br />
próprios jogos. No Norte, sabemos que<br />
o público é muito mais entusiasta e<br />
agressivo no bom sentido, o que acaba<br />
por nos dificultar a tarefa. Os próprios<br />
adversários são consi<strong>de</strong>rados mais fortes.<br />
Em suma, não tenho receio mas estou<br />
um pouco apreensivo nesta altura”,<br />
argumentou.<br />
“VOOS ÀS 7H, JOGOS ÀS 18H...”<br />
O grupo <strong>de</strong> trabalho já está mentalizado<br />
para o facto <strong>da</strong>s <strong>de</strong>slocações serem<br />
muito mais <strong>de</strong>sgastantes do que era<br />
usual quando o <strong>de</strong>stino era Lisboa, uma<br />
vez que as 15 viagens que o calendário<br />
contempla “começarão às 7h e os jogos<br />
só começam às 18h...”<br />
Sacrifícios que o plantel está disposto<br />
a fazer <strong>de</strong> forma a tentar cumprir<br />
uma vez mais o objectivo que o norteia,<br />
época após época. “Temos como objectivo<br />
tentar alcançar a manutenção o<br />
mais rapi<strong>da</strong>mente possível”. E por isso,<br />
mais do que falar em vicissitu<strong>de</strong>s, interessa<br />
ter um “discurso optimista...”<br />
jogo rápido<br />
ANDEBOL<br />
Séniores <strong>de</strong>frontam<br />
fora o Belenenses<br />
Amanhã, no Pavilhão Acácio<br />
Rosa, o Marítimo <strong>de</strong> séniores<br />
masculinos que milita<br />
pela primeira vez no escalão<br />
principal do an<strong>de</strong>bol português,<br />
<strong>de</strong>fronta o Belenenses,<br />
naquele que é o segundo<br />
jogo que realizará na<br />
competição, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter<br />
perdidoemcasana1.ªron<strong>da</strong><br />
com o São Bernardo.<br />
Séniores do Marítimo ‘mu<strong>da</strong>m-se’ para o Norte a partir <strong>de</strong>sta tempora<strong>da</strong>.<br />
Não são só <strong>de</strong>svantagens também há um lado positivo<br />
Apesar <strong>da</strong>s dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s que a mu<strong>da</strong>nça<br />
para a Zona Norte oferece, José Carlos<br />
Fagun<strong>de</strong>s encontra também algumas<br />
coisas positivas com a mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong><br />
ares... “Vamos conhecer outras situações,<br />
lugares novos, jogadores com outras<br />
culturas – também ao nível <strong>de</strong>sportivo.<br />
Temos a oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abraçar<br />
um projecto num espaço competitivo diferente<br />
do normal”. Projecto esse que<br />
inicia com um grupo <strong>de</strong> trabalho que lhe<br />
satisfaz. “Felizmente que o trabalho está<br />
a ser bem <strong>de</strong>senvolvido. O grupo é empenhado<br />
e a gran<strong>de</strong> maioria dos jogadores<br />
está comigo há vários anos”, acentuou.<br />
José Carlos preten<strong>de</strong>, no entanto, “preparar<br />
o futuro” do clube na mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
e por isso valoriza o facto <strong>de</strong> “lançar alguns<br />
jogadores novos na equipa sénior”.<br />
“Esta interligação <strong>de</strong> atletas experientes<br />
como jovens jogadores criará uma dinâmica<br />
<strong>de</strong> futuro”, conjecturou.<br />
Juniores querem<br />
aproveitar brilharete<br />
Após o excelente triunfo entreportas<br />
diante do FC Porto, que<br />
assinalou a estreia na competição<br />
nacional <strong>da</strong> corrente tempora<strong>da</strong>,<br />
os juniores do Marítimo<br />
viajam domingo, ao reduto do<br />
Fermentões, para tentar <strong>da</strong>r<br />
continui<strong>da</strong><strong>de</strong> aos bons resultados.<br />
A parti<strong>da</strong>, referente à 2.ª<br />
jorna<strong>da</strong> <strong>da</strong> prova, tem início<br />
marcado para as 12 horas, no<br />
Pavilhão do Fermentões.<br />
‘Escolinhas’ animam<br />
manhãs <strong>de</strong> sábado<br />
As escolas <strong>de</strong> formação do futebol<br />
maritimista já animam as<br />
manhã <strong>de</strong> sábado, no campo<br />
sintético do complexo maritimistas.<br />
Largas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />
crianças vestem as cores do<br />
clube a partir <strong>da</strong>s 9h30, mas os<br />
responsáveis ver<strong>de</strong>-rubros encarregues<br />
por este <strong>de</strong>partamento<br />
encontram-se preparados<br />
para respon<strong>de</strong>r a mais solicitações.<br />
GINÁSTICA RÍTMICA<br />
Épocajáarrancou<br />
no pavilhão ver<strong>de</strong>-rubro<br />
A ginástica rítmica está em franca<br />
expansão e o clube tem envi<strong>da</strong>do<br />
esforços para acompanhar<br />
essa evolução. A iniciação na<br />
mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> é orienta<strong>da</strong> pela professora<br />
Sónia, às terças e quintas-feiras<br />
e está dividi<strong>da</strong> em<br />
duas classes. A vertente competitiva,<br />
cuja orientação está a<br />
cargo <strong>da</strong> professora Michelle,<br />
<strong>de</strong>corre todos os dias <strong>da</strong> semana.<br />
FOTO ASPRESS<br />
TRAMPOLINS<br />
Espaço para saltos<br />
três vezes por semana<br />
Três vezes por semana, segun<strong>da</strong>,<br />
quarta e quinta-feira, o pavilhão<br />
do Marítimo serve <strong>de</strong> paclo<br />
para saltos <strong>de</strong> trampolim.<br />
Entre as 18h30 e as 20 horas, os<br />
ver<strong>de</strong>-rubros proporcionam um<br />
espaço agradável que po<strong>de</strong> ser<br />
usufruído por todos os que estiverem<br />
interessados. As inscrições<br />
po<strong>de</strong>m ser feitas no complexo<br />
do clube.
futebol<br />
TAÇA DE PORTUGAL<br />
Canicense quer Benfica<br />
para ‘ganhar’ a época<br />
Filipe Sousa<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
As contas mais simples levam-nos<br />
para números (mínimos) a ron<strong>da</strong>r os<br />
50 mil euros. É esta a verba que qualquer<br />
equipa po<strong>de</strong>rá receber se tiver a<br />
sorte <strong>de</strong> <strong>de</strong>frontar o Benfica na terceira<br />
eliminatória <strong>da</strong> Taça <strong>de</strong> Portugal,<br />
em pleno Estádio <strong>da</strong> Luz.<br />
Se para Marítimo e Nacional - clubes<br />
<strong>da</strong> Liga entram mais cedo na<br />
competição - 50 mil euros não representa<br />
muito no orçamento anual, para<br />
o Canicense, um dos sobreviventes<br />
<strong>da</strong>s duas primeiras ron<strong>da</strong>s <strong>da</strong> prova<br />
rainha do futebol indígena, é uma ‘dádiva<br />
dos céus’.<br />
Representa uma época inteira, já<br />
queoorçamentodoclubedoCaniçoé<br />
isso mesmo: 50 mil euros. “Salva-me<br />
a época”, disse à MAIS <strong>Desporto</strong><br />
Maurílio Caires, presi<strong>de</strong>nte do Canicense.<br />
“O Benfica passaria a ser mais<br />
importante que o IDRAM em termos<br />
financeiros”, salientou o lí<strong>de</strong>r <strong>da</strong> colectivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
do Caniço.<br />
Não admira que, tal como escreveu<br />
António Ge<strong>de</strong>ão, “o sonho coman<strong>de</strong> a<br />
vi<strong>da</strong>” dos homens do Canicense, que<br />
aguar<strong>da</strong>m com natural expectativa o<br />
sorteio - amigável, do ponto <strong>de</strong> vista<br />
financeiro, amargo em termos <strong>de</strong>sportivos<br />
- <strong>da</strong> Taça <strong>de</strong> Portugal.<br />
Maurílio Caires é, assumi<strong>da</strong>mente,<br />
a<strong>de</strong>pto do Sporting, mas preferia “eliminar<br />
agora o Benfica” para <strong>de</strong>pois,<br />
“lá mais para a frente”, jogar com o<br />
clubedocoração.“Nãoquerofazer<br />
mal ao Sporting, prefiro o Benfica<br />
para po<strong>de</strong>r apagar a Luz”, gracejou o<br />
lí<strong>de</strong>r do Canicense, que mais a sério<br />
explicou as razões que o levam a ‘sonhar’<br />
com o Benfica: “Nesta altura <strong>da</strong><br />
época seria burro se preferisse outro<br />
adversárioquenãooBenfica.OBenfica<br />
está na mó <strong>de</strong> cima, atrai mais<br />
a<strong>de</strong>ptos e <strong>de</strong>pois ir lá fazer melhor<br />
que o Vit. Setúbal não é uma coisa do<br />
Machico, Camacha e<br />
União procuram a sorte<br />
Se o Canicense <strong>de</strong>seja encontrar<br />
o Benfica na próxima eli-<br />
F.S<br />
minatória<strong>da</strong>Taça<strong>de</strong>Portugal,<br />
também o mesmo <strong>de</strong>sejam Machico,<br />
União SAD e Camacha, isto é, <strong>de</strong>frontar<br />
um ‘gran<strong>de</strong>’.<br />
Os sobreviventes <strong>da</strong>s duas primeiras<br />
ron<strong>da</strong>s <strong>da</strong> Taça <strong>de</strong> Portugal sabem<br />
que um jogo ‘gran<strong>de</strong>’ representa um<br />
enorme encaixe financeiro, que aju<strong>da</strong>rá<br />
a <strong>de</strong>senvolver a época. No entanto,<br />
se do ponto <strong>de</strong> vista financeiro receber<br />
ou mesmo ira a casa <strong>de</strong> um ‘gran<strong>de</strong>’<br />
é apetecível, o mesmo já não <strong>de</strong>verá<br />
acontecer em termos <strong>de</strong>sportivos.<br />
Quem não <strong>de</strong>verá estar muito interessado<br />
em medir <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já forças com<br />
um ‘gran<strong>de</strong>’ é Marítimo e Nacional.<br />
Não esqueçamos que a Taça <strong>de</strong> Portugal<br />
é uma via muito apeteci<strong>da</strong> para<br />
chegar a uma competição europeia.<br />
Recor<strong>de</strong>-se que o Marítimo já conse-<br />
outro mundo. Além do mais, o clube<br />
teria um impacto mediático tremen<strong>da</strong>mente<br />
importante.”<br />
Que calhe então em sorte o Benfica,<br />
<strong>de</strong> preferência fora, em pleno Estádio<br />
<strong>da</strong> Luz, porque se for o inverso... o encaixe<br />
financeiro não será, certamente,<br />
tão grandioso e obrigaria o clube a<br />
procurar casa empresta<strong>da</strong>. “Temos<br />
uma óptima relação institucional com<br />
o Nacional e era só uma questão <strong>de</strong><br />
tentarmos chegar a um acordo”,<br />
avançou Maurílio Caires.<br />
E agora, que tal fazermos umas<br />
Jogar no<br />
Estádio <strong>da</strong><br />
Luz vale<br />
mais <strong>de</strong><br />
50 mil €<br />
contas? Como se chega então aos 50<br />
mil euros <strong>de</strong> receita... mínima, se tivermos<br />
o Benfica como ‘mo<strong>de</strong>lo’?<br />
Qualquer jogo <strong>da</strong> Taça <strong>de</strong> Portugal é<br />
pago, mesmo os sócios pagam. E para<br />
ver o Benfica no Estádio <strong>da</strong> Luz os<br />
a<strong>de</strong>ptos terão <strong>de</strong> pagar no mínimo 8<br />
euros - preço máximo é 22 euros. Façamos<br />
contas médias <strong>de</strong> 10 euros por<br />
pessoa para uma meia casa (30 mil<br />
lugares), que totaliza 300 mil euros.<br />
Retire-se as <strong>de</strong>spesas do jogo com arbitragem,<br />
polícia, pessoal e outros, e<br />
<strong>de</strong>pois divi<strong>de</strong>-se a fatia final por clubes<br />
(70%) e Fe<strong>de</strong>ração (30%).<br />
Ca<strong>da</strong> clube recebe então 35% <strong>da</strong><br />
receita final e no mínimo isso significa<br />
encaixar mais <strong>de</strong> 50 mil euros. Num<br />
dia bom po<strong>de</strong>rá chegar aos 100 mil<br />
euros. O que seria uma loucura!<br />
guiu o acesso à extinta Taça UEFA<br />
através <strong>da</strong> final <strong>da</strong> Taça <strong>de</strong> Portugal. E<br />
já esteve em duas finais, uma com o<br />
Sporting e a outra com o FC Porto.<br />
O Nacional falhou essa hipótese a<br />
época passa<strong>da</strong>.<br />
Canicense eliminou o Est. Calheta e agora sonha com o Benfica.<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
13<br />
FOTO OCTÁVIO PASSOS/ASPRESS<br />
Desejado sorteio realiza-se segun<strong>da</strong>-feira<br />
O sorteio <strong>da</strong> terceira eliminatória <strong>da</strong> Taça <strong>de</strong> Portugal, cujos jogos vão disputar-se no fim-<strong>de</strong>-semana <strong>de</strong> 17<br />
e 18 <strong>de</strong> Outubro, realiza-se esta segun<strong>da</strong>-feira, dia 21 <strong>de</strong> Setembro. Recor<strong>de</strong>-se que nesta ron<strong>da</strong> já entram<br />
as equipas <strong>da</strong> Liga, o que torna a ‘festa’ mais atraente. A Taça <strong>de</strong> Portugal é uma <strong>da</strong>s competições com<br />
mais tradições no panorama <strong>de</strong>sportivo nacional. Consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como a prova rainha do futebol português,<br />
teve a sua edição <strong>de</strong> estreia na já longínqua época 1938/39. A primeira final <strong>de</strong>sta competição, disputa<strong>da</strong> a<br />
26 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1939, colocou frente-a-frente Académica e Benfica. No Campo <strong>da</strong>s Salésias, a Briosa <strong>de</strong>rrotou<br />
os encarnados por 4-3 e entrou para a história como a primeira vencedora do certame.
14<br />
REVIVER O PASSADO<br />
Martinho Fernan<strong>de</strong>s<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Recor<strong>da</strong>r o passado. Lembrar os campeonatos<br />
regionais <strong>de</strong> outrora. Os pelados.<br />
Os treinadores sem curso e os jogadores<br />
que actuavam por amor à camisola.<br />
O futebol ‘musculado’. As botas<br />
pesa<strong>da</strong>seocélebre‘catchú’.Osrecintos<br />
<strong>de</strong>sportivos repletos <strong>de</strong> público. As<br />
romarias e <strong>de</strong>slocações aos sábados à<br />
tar<strong>de</strong> aos campos <strong>da</strong> Região. As ‘patusca<strong>da</strong>s’<br />
logo a seguir aos jogos. O inesquecível<br />
‘macarrão’ <strong>de</strong> São Vicente. As<br />
‘guerras’ <strong>de</strong> bastidores. A rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> sã<br />
e salutar entre os clubes vizinhos. Uma<br />
ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira festa dos a<strong>de</strong>ptos. É isso<br />
que preten<strong>de</strong>mos com esta rubrica e<br />
por isso juntamos os protagonistas.<br />
Surpreendido com a imagem, Luís<br />
Carlos lembrou o lance registado pelo<br />
nosso repórter fotográfico. Com um<br />
sorriso estampado no rosto, disse: “Recordo-me<br />
perfeitamente <strong>de</strong>ste lance.<br />
Vemos to<strong>da</strong> a energia do Jorge, <strong>de</strong>ntro<br />
do estilo que sempre o caracterizou,<br />
com o Nelson encolhido com medo <strong>da</strong>quela<br />
entra<strong>da</strong>. Antigamente os lances<br />
eram divididos a ‘cem à hora’. Nessa altura<br />
a bola po<strong>de</strong>ria passar mas o jogador<br />
nunca!”<br />
Para Luís Carlos o futebol regional<br />
<strong>de</strong> hoje não tem na<strong>da</strong> a ver com o que<br />
se praticava na altura: “As infra-estruturas<br />
eram outras. Não tínhamos relvados<br />
nem sintéticos. Os campos eram <strong>de</strong><br />
terra. Por isso, havia muito mais dificul<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
no controlo dos efeitos <strong>da</strong><br />
bola.Nostempos<strong>de</strong>hojeosterrenos<br />
até ensinam a jogar. O futebol actual é<br />
mais caracterizado pela técnica. Antigamenteusava-semaisaforça”,consi<strong>de</strong>rou.<br />
E também encontra diferenças rela-<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 futebol<br />
Nelson Castro não costumava ‘encolher-se’ mas com “uma faca <strong>da</strong>quelas” diz ter sido obrigado a proteger-se.<br />
Futebol bem ‘musculado’!<br />
tivamente ao associativismo e à forma<br />
como os a<strong>de</strong>ptos viviam o futebol. “As<br />
famílias juntavam-se e iam ao futebol.<br />
Antigamente era uma ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira festa.<br />
No caso do 1º <strong>de</strong> Maio, os a<strong>de</strong>ptos<br />
muniam-se <strong>de</strong> instrumentos musicais e<br />
garrafões <strong>de</strong> vinho e lá faziam a festa<br />
antes, durante e <strong>de</strong>pois dos jogos. O encontro<br />
com a Choupana era ‘terrível’.<br />
Era chamado o dérbi do Palheiro Ferreiro”,<br />
realçou.<br />
Dos clubes ma<strong>de</strong>irenses que Luís<br />
Carlos representou, o Câmara <strong>de</strong> Lobos<br />
foiaquelequemaisomarcou“apesar<br />
<strong>de</strong> ter sido o clube on<strong>de</strong> ganhei menos<br />
dinheiro”. “Quando fomos campeões <strong>da</strong><br />
Ma<strong>de</strong>ira, em 1983 ou 1984, já não recordo<br />
bem, o prémio foi <strong>de</strong> 17.500 escudos.<br />
Nessa altura não havia or<strong>de</strong>nados<br />
e se existiam não era para todos.<br />
Só recebíamos prémios <strong>de</strong> jogo. Havia<br />
uma união extraordinária entre todos<br />
os elementos e tínhamos um acompanhamento<br />
por parte <strong>da</strong> direcção digno<br />
dos maiores elogios. Foi realmente o<br />
clube que mais me marcou”, reafirmou.<br />
Para Luís Carlos recor<strong>da</strong>r o passado<br />
é como se o tempo voltasse para trás.<br />
“É com enorme nostalgia que recordo<br />
os momentos que vivi ao longo <strong>de</strong> uma<br />
vi<strong>da</strong>. É gratificante estar cá com o Nelson,<br />
adversário <strong>de</strong>ntro do campo, mas<br />
gran<strong>de</strong> amigo fora <strong>da</strong> competição. As<br />
‘guerras’ e as picardias nunca eram<br />
transporta<strong>da</strong>s para fora. Com o apito<br />
final do árbitro tudo ficava esquecido<br />
<strong>de</strong>ntro do campo”, referiu.<br />
NELSON: “PERANTE UMA FACA<br />
DESTAS TIVE DE ME ENCOLHER”<br />
Por sua vez, Nelson, olhando para a fotografia<br />
com um ar <strong>de</strong> quem não queria<br />
acreditar no que estava a ver, referiu:<br />
“Estou feliz e triste. Triste por já não po-<br />
Rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> antiga revivi<strong>da</strong> com uma simples imagem...<br />
<strong>de</strong>r jogar futebol e feliz por ter oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> recor<strong>da</strong>r momentos inesquecíveis.<br />
Contudo, esta imagem não é logicamente<br />
a imagem que esperava ver.<br />
Quando jogava, quem ia sempre por<br />
cima era eu e não o adversário. No entanto,<br />
perante uma ‘faca <strong>de</strong>stas’ tive<br />
realmente <strong>de</strong> me encolher. Mas é bonito<br />
po<strong>de</strong>r recor<strong>da</strong>r. É fantástico. Estou radiante<br />
por ter oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> rever<br />
um momento <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>, que sinceramente<br />
me <strong>de</strong>ixou estupefacto”, vincou.<br />
Ao longo <strong>da</strong> sua carreira, Nelson<br />
FOTO DR<br />
FOTO TERESA GONÇALVES<br />
pautou o seu percurso pela serie<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />
<strong>de</strong>dicação: “Sempre me <strong>de</strong>diquei <strong>de</strong><br />
alma e coração ao futebol. Pelos clubes<br />
por on<strong>de</strong> passei, e não foram poucos,<br />
sempre consegui atingir os meus objectivos.<br />
Representei doze clubes. Logicamente<br />
quando vejo esta imagem sinto<br />
uma enorme alegria por ter oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ter jogado futebol nestes<br />
‘pelados’ e com botas que já não se<br />
usam. É realmente bonito recor<strong>da</strong>r. No<br />
entanto, quando apareciam adversárioscomestetipo<strong>de</strong>energiaeforma<br />
<strong>de</strong> jogar tínhamos <strong>de</strong> ter cautela. Mas<br />
Ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro dérbi<br />
do P. Ferreiro<br />
Em 28 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1990, o<br />
1º <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong>slocou-se a casa<br />
do seu vizinho Choupana para<br />
a disputa <strong>de</strong> mais uma parti<strong>da</strong><br />
cheia <strong>de</strong> emoção fruto <strong>de</strong><br />
uma rivali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> quem vive<br />
pare<strong>de</strong>s meias com o adversário.<br />
Uma igual<strong>da</strong><strong>de</strong> sem golos foi o<br />
resultado final <strong>de</strong> um jogo intenso,<br />
como ilustra a imagem.<br />
Volvidos 19 anos, o MAIS<br />
<strong>Desporto</strong> conseguiu juntar<br />
Luís Carlos, ‘capitão’ do 1º <strong>de</strong><br />
Maio, agora com 48 anos, e<br />
Nelson, médio do Choupana,<br />
doisanosmaisnovoqueoseu<br />
adversário na época.<br />
E foi com alguma nostalgia<br />
que ambos recor<strong>da</strong>ram o passado,<br />
falaram do presente e<br />
enviaram uma mensagem a<br />
todos os jovens que abraçaram<br />
a carreira futebolística.<br />
Reconheceram as inúmeras<br />
diferenças que o tempo acentuou<br />
entre o período em que<br />
foi capta<strong>da</strong> a imagem e a actuali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
O futebol evoluiu,<br />
as condições <strong>de</strong> trabalho<br />
também, mas a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira<br />
festa ficou ‘presa’ ao passado.<br />
isso também não era problema, porque<br />
quando entravamos em campo tínhamos<br />
um conhecimento profundo <strong>de</strong><br />
quem estava do outro lado”, referiu.<br />
Para Nelson Castro, agora treinador<br />
do Xavelhas, o ‘regional’ do seu tempo<br />
não tem qualquer comparação com o<br />
<strong>de</strong> hoje: “Existem gran<strong>de</strong>s diferenças,<br />
essencialmente nas condições <strong>de</strong> trabalho.<br />
Hoje, há mais recursos para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> um trabalho mais sustentado<br />
pela táctica, técnica e física.<br />
Trabalha-se melhor porque na altura<br />
em que jogava os treinadores privilegiavam<br />
mais o físico. Nesse tempo, quem<br />
não metia o pé não tinha qualquer hipótese<br />
<strong>de</strong> jogar. Houve realmente gran<strong>de</strong>s<br />
mu<strong>da</strong>nças no futebol e para melhor”,<br />
salientou.<br />
Pelos clubes on<strong>de</strong> passou, Nelson fez<br />
questão <strong>de</strong> recor<strong>da</strong>r um momento<br />
marcante vivido ao serviço do Câmara<br />
<strong>de</strong> Lobos: “Gostei <strong>de</strong> estar em todos os<br />
clubes que representei. To<strong>da</strong>via, foi no<br />
Câmara <strong>de</strong> Lobos que vivi o momento<br />
mais marcante <strong>da</strong> minha carreira. Foi<br />
num jogo com o Portosantense, com as<br />
banca<strong>da</strong>s cheias e a ponte dos Socorridos<br />
também. Precisávamos <strong>de</strong> vencer<br />
por 2-0. Estávamos a vencer por 1-0,<br />
com um golo obtido por mim, e quando<br />
faltava um minuto, enviei uma bola à<br />
barra. Ganhámos mas não subimos.<br />
Nutro também um carinho especial<br />
pelo Andorinha, on<strong>de</strong> não ganhei na<strong>da</strong>.<br />
Aliás, só ganhei quando saí <strong>de</strong> lá”, recordou.<br />
Instado a falar <strong>da</strong>s características<br />
<strong>de</strong> Luís Carlos, Nelson caracterizou<br />
assim o seu amigo: “Era um jogador<br />
que nunca virava a cara à luta. Olhava<br />
sempre o adversário olhos nos olhos.<br />
Não facilitava na<strong>da</strong>. Um atleta viril mas<br />
sem mal<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não tinha na<strong>da</strong> a ver<br />
com o Jorge”, concluiu.
SÉRIE MADEIRA<br />
Futebol e política<br />
afinal são conciliáveis<br />
Dinarte Nunes, la<strong>de</strong>ado por Bernardo Trin<strong>da</strong><strong>de</strong>, e Emanuel Câmara, cabeça-<strong>de</strong>-lista para o Porto Moniz<br />
Edmar Fernan<strong>de</strong>s<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Dinarte Nunes é um nome conhecido<br />
nos meandros do futebol regional. Figura<br />
emblemática <strong>da</strong> equipa <strong>de</strong> futebol do<br />
Porto Moniz, que capitaneia há 11 anos,<br />
o <strong>de</strong>fesa/médio foi convi<strong>da</strong>do a abraçar<br />
um novo <strong>de</strong>safio recentemente: integrar<br />
a lista candi<strong>da</strong>ta do PS à Câmara<br />
Municipal do Porto Moniz.<br />
O convite partiu do amigo Emanuel<br />
Câmara e, confessa, ter sido “apanhado<br />
<strong>de</strong> surpresa” pela situação. To<strong>da</strong>via,<br />
“não foi preciso pensar muito para aceitar<br />
o repto” porque enten<strong>de</strong> ter chegado<br />
a hora <strong>da</strong> “mu<strong>da</strong>nça” no concelho. “A<br />
admiração ao Emanuel Câmara vem <strong>de</strong><br />
há muito, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993 que <strong>de</strong>senvolve<br />
um trabalho in<strong>de</strong>lével em prol do concelho<br />
e por isso é um orgulho ter sido<br />
convi<strong>da</strong>do a trabalhar com ele”, aponta.<br />
Reconhece, porém, não ter gran<strong>de</strong><br />
experiência nas li<strong>de</strong>s políticas, “para<br />
não dizer nenhuma”, mas isso, conforme<br />
evoca, “não é o essencial”. “Importante<br />
é conhecer as pessoas, saber os<br />
seus problemas e isso eu sei. Tenho muitos<br />
amigos, felizmente, e quero contribuir<br />
para melhorar as suas condições<br />
<strong>de</strong> vi<strong>da</strong> e também a <strong>de</strong> to<strong>da</strong> a gente do<br />
concelho”, assevera.<br />
DINARTE ENUMERA LACUNAS<br />
VÁRIAS NO CONCELHO<br />
E quais são as principais lacunas do<br />
concelho? Dinarte é rápido a enumerar<br />
“só algumas, não vale a pena<br />
mencionar to<strong>da</strong>s”. “Posso salientar a<br />
necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> melhorar as leva<strong>da</strong>s<br />
que estão completamente <strong>de</strong>gra<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />
e dificultam a agricultura, facilitar<br />
a <strong>de</strong>slocação <strong>da</strong>s pessoas que<br />
vão ao hospital e a Câmara assumia<br />
a organização <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> táxis<br />
para esse efeito, apoiar os jovens<br />
– sabia que um passe <strong>de</strong> uma criança<br />
que tem <strong>de</strong> vir do Seixal para o<br />
Porto Moniz é mais <strong>de</strong> 30 euros!? –,<br />
acabar com o trabalho precário dos<br />
trabalhadores <strong>da</strong> câmara, dotar o<br />
Porto Moniz <strong>de</strong> mais e melhor <strong>de</strong>sporto<br />
<strong>de</strong> lazer e apostar no cayoning,<br />
pois temos uma orografia propícia<br />
para tal. Não vale a pena dizer<br />
mais...”, sublinha, com um sorriso.<br />
A contrastar com estas <strong>de</strong>ficiências,<br />
encontra-se o clube local, que,<br />
garante, “evoluiu muito <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />
tempos em que o presi<strong>de</strong>nte era José<br />
Sequeira”. Lembra-se que na altura<br />
“não havia condições nenhumas.<br />
Os jogadores tinham <strong>de</strong> levar o equipamento<br />
para casa e lavá-lo, às vezes<br />
não podíamos treinar porque<br />
não havia condições, água e coisas<br />
básicas. Agora não, é tudo diferente,<br />
aténascama<strong>da</strong>sjovens.Hojeemdia<br />
Dinarte,<br />
capitão do<br />
Porto Moniz,<br />
é candi<strong>da</strong>to<br />
autárquico<br />
Porto Moniz luta pela manutenção<br />
Dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s várias, principalmente<br />
ao nível <strong>da</strong> tesouraria,<br />
obrigam o Porto<br />
Moniz a pensar apenas na<br />
manutenção na Série Ma<strong>de</strong>ira.<br />
“O clube não vai<br />
apostar sem dinheiro. Acho<br />
que faz bem, é preciso<br />
equilibrar as contas para<br />
que as condições sejam as<br />
melhores para todos, não<br />
só para é só o futebol sénior.”<br />
a instituição é muita apelativa”, assegura.<br />
“ACABAR COM O CIMENTO<br />
E PENSAR NAS PESSOAS”<br />
Enfim, para quem não tinha jeito para a<br />
política, até tem facili<strong>da</strong><strong>de</strong> no discurso...<br />
Dinarte explica o segredo. “Gosto <strong>de</strong> fazer<br />
passar a minha mensagem <strong>da</strong>ndo<br />
exemplos. Não falo por falar. Gosto <strong>de</strong><br />
conversar com as pessoas e por aquilo<br />
que tenho visto acho que estão sastisfeitas<br />
com as nossas propostas”.<br />
Para finalizar, fez questão <strong>de</strong> esclarecer<br />
uma situação na sua primeira intervenção<br />
pública como candi<strong>da</strong>to à Câmara:<br />
“Ao contrário do que algumas<br />
pessoas tentam transmitir, se nós (PS)<br />
ganharmos os postos <strong>de</strong> trabalho não<br />
vão acabar. Na<strong>da</strong> vai <strong>de</strong>saparecer.<br />
Aliás, até achamos que está na altura<br />
<strong>de</strong> acabar com o cimento e preocuparmo-nos<br />
mais com as pessoas. As priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
estão inverti<strong>da</strong>s hoje em dia no<br />
Porto Moniz.”<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
Dinarte Nunes vai continuar a se “divertir” com o esférico.<br />
15<br />
II divisão<br />
Equipa J V E D G Pt<br />
1 Camacha 1 1 0 0 4-0 3<br />
2 At. Reguengos 1 1 0 0 3-0 3<br />
3 Atlético 1 1 0 0 2-0 3<br />
4 Oriental 1 1 0 0 2-0 3<br />
5 Pinhalnovense 1 1 0 0 1-0 3<br />
6 Lagoa 1 1 0 0 1-0 3<br />
7 União SAD 1 0 1 0 2-2 1<br />
8 Marítimo B 1 0 1 0 2-2 1<br />
9 Real 1 0 1 0 0-0 1<br />
10 Pontassolense 1 0 1 0 0-0 1<br />
11 Odivelas 1 0 0 1 0-1 0<br />
12 Amadora 1 0 0 1 0-1 0<br />
13 Santana 1 0 0 1 0-2 0<br />
14 Aljustrelense 1 0 0 1 0-2 0<br />
15 Igreja Nova 1 0 0 1 0-3 0<br />
16 Louletano 1 0 0 1 0-4 0<br />
1.ªJORNADA(6/9)<br />
Atlético-Aljustrelense 2-0<br />
Camacha-Louletano 4-0<br />
Amadora-Lagoa 0-1<br />
Igreja Nova-At. Reguengos 0-3<br />
Odivelas-Pinhalnovense 0-1<br />
Oriental-Santana 2-0<br />
Pontassolense-Real 0-0<br />
União SAD-Marítimo B 2-2<br />
PRÓXIMA JORNADA (20/9)<br />
Marítimo B-Oriental<br />
Real-União SAD<br />
Lagoa-Pontassolense<br />
Louletano-Amadora<br />
Pinhalnovense-Camacha<br />
Atlético Reguengos-Odivelas<br />
Aljustrelense-Igreja Nova<br />
Santana-Atlético<br />
série ma<strong>de</strong>ira<br />
Equipa J V E D G Pt<br />
1 Caniçal 1 1 0 0 4-1 3<br />
2 Est. Calheta 1 1 0 0 1-0 3<br />
3 Ribeira Brava 1 1 0 0 1-0 3<br />
4 Cª Lobos 1 0 1 0 1-1 1<br />
5 Andorinha 1 0 1 0 1-1 1<br />
6 Portosantense 1 0 1 0 0-0 1<br />
7 Porto <strong>da</strong> Cruz 1 0 1 0 0-0 1<br />
8 Machico 1 0 1 0 0-0 1<br />
9 União 1 0 1 0 0-0 1<br />
10 1º <strong>de</strong> Maio 1 0 0 1 0-1 0<br />
11 Canicense 1 0 0 1 0-1 0<br />
12 Porto Moniz 1 0 0 1 1-4 0<br />
1.ªJORNADA(6/9)<br />
Caniçal-Porto Moniz 4-1<br />
Câmara <strong>de</strong> Lobos-Andorinha 1-1<br />
Est. Calheta-1º <strong>de</strong> Maio 1-0<br />
Machico-Portosantense 0-0<br />
Porto <strong>da</strong> Cruz-União 0-0<br />
Ribeira Brava-Canicense 1-0<br />
PRÓXIMA JORNADA (20/9)<br />
1º <strong>de</strong> Maio-Machico<br />
Canicense-Est. <strong>da</strong> Calheta<br />
Andorinha-Ribeira Brava<br />
União-Câmara <strong>de</strong> Lobos<br />
Porto Moniz-Porto <strong>da</strong> Cruz<br />
Portosantense-Caniçal
16<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 formação<br />
As equipas gran<strong>de</strong>s <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira chegam a ter mais <strong>de</strong> 50, e até 100 praticantes nas escolinhas.<br />
Nem todos vão ser astro<br />
Francisco José Cardoso<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Começa já este fim-<strong>de</strong>-semana mais<br />
uma época futebolística dos escalões<br />
<strong>de</strong> formação, já em competição para<br />
os miúdos dos Iniciados e os Juniores,<br />
sendo que os Juvenis já <strong>de</strong>ram o pontapé<br />
<strong>de</strong> saí<strong>da</strong> no passado fim-<strong>de</strong>-semana.<br />
São milhares <strong>de</strong> jovens - os <strong>da</strong>dos<br />
<strong>da</strong> Demografia Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> 2007-<br />
2008 <strong>da</strong>vam conta que existiam<br />
2.902 praticantes nos escalões <strong>de</strong> formação,<br />
dos Minis aos Juniores A - que<br />
nesta nova época iniciam mais um<br />
passo para uns, um novo para os mais<br />
pequenos, rumo ao sonho <strong>de</strong> serem os<br />
futuros astros do futebol regional, nacional,<br />
europeu e, quiçá, mundial.<br />
Se parafrasearmos o poeta português<br />
que, um dia, disse “o sonho coman<strong>da</strong><br />
a vi<strong>da</strong>” e como ain<strong>da</strong> não é<br />
proibido sonhar, há que alimentar<br />
esta vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem os próximos<br />
Cristianos Ronaldos... Mas a ver<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
é que poucos vão chegar a profissionais<br />
e, muito menos, conseguir chegar<br />
ao patamar a que o futebolista mais<br />
mediático e premiado que a Região<br />
Autónoma <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira alguma vez<br />
teve. E é essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong> que é preciso<br />
fomentar na cabeça... dos pais, os<br />
principais ‘alimentadores’ do sonho<br />
dos jovens atletas.<br />
É essa a i<strong>de</strong>ia que passa o professor<br />
Rui Mâncio, do Departamento Técnico<br />
<strong>da</strong> Associação <strong>de</strong> Futebol <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira<br />
(AFM). “É certo que os jogadores,<br />
para terem futuro, têm <strong>de</strong> passar<br />
por centros <strong>de</strong> formação, pois só as-<br />
números<br />
3576<br />
Praticantes <strong>de</strong> Futebol nos<br />
diferentes escalões<br />
2902<br />
Nos escalões <strong>de</strong> formação, o<br />
máximo foi nos infantis, 670<br />
27<br />
Dototal<strong>de</strong>34clubestêm<br />
formação até os juvenis<br />
7<br />
Clubes com formação no<br />
feminino. Uma ‘miragem’<br />
sim conseguirão o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
muscular, com trabalho no ginásio e<br />
como o fazer, os hábitos <strong>de</strong> trabalho<br />
técnico e táctico, a bater bolas, a controlar...”,<br />
começa por lembrar, quando<br />
questionado pelo MAIS DESPORTO<br />
sobre o sonho <strong>de</strong> ser ‘astro’.<br />
É que, como explica, to<strong>da</strong> a questão<br />
dos pais que, agora, “ven<strong>de</strong>m os seus<br />
filhos, julgando que são todos bons”,<br />
terá <strong>de</strong> passar pelo crivo dos clubes,<br />
que têm o ‘scouting’ (prospecção <strong>de</strong><br />
talentos) especializado e alargado aos<br />
vários escalões. “Têm muita gente a<br />
trabalhar, por isso têm <strong>de</strong> rentabilizar.<br />
Com certeza, que em primeiro lugar os<br />
pais têm <strong>de</strong> ter a noção que nem todos<br />
vão ser uns astros do futebol”, reforça.<br />
E questiona: “Quem entra na escola<br />
primária vai tudo para médico ou engenheiro?<br />
Claro que não!”<br />
FORMAÇÃO DESPORTIVA E<br />
SOCIAL<br />
A crítica não se fica pelos pais e encarregados<br />
<strong>de</strong> educação, também<br />
chega aos clubes. “Os clubes têm confundido<br />
o que é formação <strong>de</strong>sportiva<br />
eoqueéformaçãosocial”,dizRui<br />
Mâncio. “To<strong>da</strong> a gente tem feito essa<br />
confusão. Fala-se em formação <strong>de</strong>sportiva,<br />
uma coisa tão lata e generaliza<strong>da</strong>,<br />
parece que é uma ‘ver<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
La Palisse’, mas não é”.<br />
A ver<strong>da</strong><strong>de</strong> é que para trabalhar um<br />
atleta há um processo longo <strong>de</strong><br />
aprendizagem e <strong>de</strong>senvolvimento e<br />
não apenas “pegar num currículo e<br />
‘colocá-lo’ nesse atleta”. O método por<br />
etapas passa por, aos 12 anos, há que<br />
Há ca<strong>da</strong> vez mais jovens a procurar formação.
À formação <strong>de</strong>sportiva há que aliar a formação social. O que é mais do que ensinar a jogar à bola.<br />
s do futebol...<br />
trabalhar as suas capaci<strong>da</strong><strong>de</strong>s coor<strong>de</strong>nativas,<br />
aos 14 a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
reacção, aos 16 a resistência, aos 18<br />
já tem que ter potência. É como na escola<br />
e no ensino <strong>da</strong> Matemática. Porque<br />
é que não se dá a multiplicação<br />
no primeiro ano? Porque a criança aos<br />
6/7 anos não tem capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> abstracção.<br />
O mesmo se passa na parte<br />
<strong>de</strong>sportiva. Também aos 12 anos não<br />
estamos preparados para receber trabalho<br />
<strong>de</strong> força, porque nem os nossos<br />
músculos nem a nossa altura está<br />
consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>”, explica.<br />
No mesmo sentido, não é porque<br />
um clube tem boas instalações que<br />
passa a ter capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para formar<br />
miúdos para o futebol. “Isso é que era<br />
bom!”, exclama. “É como ter um hospital<br />
com aparelhos médicos e não ter<br />
pessoas prepara<strong>da</strong>s para trabalhar<br />
Com 6/7<br />
anos, não há<br />
capaci<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
<strong>de</strong><br />
abstracção<br />
Futebol feminino com 144<br />
atletas, 16 na formação<br />
O futebol feminino na Ma<strong>de</strong>ira, apesar <strong>da</strong> evolução <strong>de</strong>s<strong>de</strong> há<br />
alguns anos, ain<strong>da</strong> está longe <strong>de</strong> um patamar que se possa<br />
F.J.C. consi<strong>de</strong>rar satisfatório, pelo menos em termos <strong>de</strong> praticantes.<br />
E tudo <strong>de</strong>ve começar na formação, aliás, tal como acontece e<br />
bem nos masculinos. Na última Demografia Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> 2007-2008,<br />
contavam-se três (3) meninas no escalão ‘Minis’ em dois clubes,<br />
naturalmente ‘misturados’ com os meninos. Outras 13 evoluíam nos<br />
‘Infantis’ <strong>de</strong> sete clubes diferentes. Isto dá um total <strong>de</strong> 16, ou seja<br />
mesmo juntando os dois escalões e apenas em dois clubes <strong>da</strong>ria para<br />
fazer duas equipas <strong>de</strong> 11. Nas Juniores, já há muitas mais, 75 ao todo,<br />
curiosamente mais dos que nas Seniores, 53. Num universo <strong>de</strong> 3.576<br />
atletas, é muito pouco. Ain<strong>da</strong> por cima, <strong>de</strong>nota-se uma ‘regressão’.<br />
com elas”, faz a analogia.<br />
ParaRuiMâncioéclaroqueaprática<br />
<strong>de</strong>sportiva hoje não po<strong>de</strong> ser semelhante<br />
ao que era há uns anos, pois<br />
tem <strong>de</strong> ter uma componente social, <strong>de</strong><br />
promoção <strong>da</strong> saú<strong>de</strong> e do hábito <strong>da</strong><br />
prática <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> física, algo que<br />
os gran<strong>de</strong>s clubes em todo o mundo já<br />
fazem, pois estão em alta competição,<br />
têm <strong>de</strong> ter bons executantes por forma<br />
a promover o espectáculo <strong>de</strong>sportivo.<br />
“Não é possível, por exemplo, ter<br />
campeonatos nacionais <strong>da</strong> 3ª divisão”,<br />
já que nesses patamares não éoespectáculo<br />
<strong>de</strong>sportivo que se vai ven<strong>de</strong>r.<br />
“Só se for para ven<strong>de</strong>r brasileiros”,<br />
exclama. “Estou convencido que<br />
vou ter mais 10 anos a falar sobre estas<br />
temáticas sem solução”.<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
Época 2009/2010<br />
com calendário igual<br />
à anterior<br />
O calendário <strong>de</strong> futebol na Ma<strong>de</strong>ira<br />
será praticamente seme-<br />
F.J.C.<br />
lhante à <strong>da</strong> época anterior.<br />
Apesar <strong>da</strong> apresentação ain<strong>da</strong> não ter<br />
sido feita oficialmente, analisando as<br />
provas, há algumas que já têm a continui<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
garanti<strong>da</strong> para a época<br />
2009/2010.<br />
A começar pelo final, o Torneio ‘Jovi-<br />
Ma<strong>de</strong>ira’ <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> sete, no escalão<br />
<strong>de</strong> sub-13, fechará a época em Junho,<br />
<strong>de</strong> cariz internacional e programado<br />
para dois/três anos. Haverá quatro<br />
eventos <strong>de</strong> ‘Habili<strong>da</strong><strong>de</strong>s Técnicas’, três<br />
por zona e uma final, organiza<strong>da</strong> pela<br />
primeira vez na época passa<strong>da</strong> no Estádio<br />
dos Barreiros (na Final <strong>da</strong> Taça <strong>da</strong><br />
Ma<strong>de</strong>ira). Este ano será a 2ª edição,<br />
on<strong>de</strong> se irá avaliar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> passe,<br />
remate, cabeçeamento, controle <strong>de</strong><br />
bola, etc.<br />
Nas competições regionais, a AFM<br />
irá organizar a competição para sub-15,<br />
inter-associações, nos sub-18 será uma<br />
competição inter-regiões, enquanto nos<br />
17<br />
sub-20 será feita em Novembro uma<br />
prova <strong>de</strong> amadores. Nos femininos será<br />
realizado uma prova para sub-17 por altura<br />
<strong>da</strong> Páscoa.<br />
Nos diversos escalões, começando<br />
nos Infantis, haverá um torneio <strong>de</strong> futebol<br />
<strong>de</strong> sete e a seguir um torneio complementar<br />
<strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> 11. Nos Iniciados,<br />
Juvenis e Juniores serão organizados<br />
os respectivos campeonatos e taças<br />
<strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira. Nos femininos, nos juniores,<br />
infantis e iniciados será feito um<br />
‘torneio dos campeões’ no final <strong>da</strong> época.<br />
Nas ‘escolinhas’, mensalmente é realiza<strong>da</strong><br />
as “Trapalhanças” em duas ou<br />
três zonas, para entre 10 e 13 <strong>de</strong> Junho<br />
se realizarem as finais.<br />
A AFM ain<strong>da</strong> preten<strong>de</strong> realizar cursos<br />
<strong>de</strong> formação para treinadores. E,<br />
ain<strong>da</strong> em estudo, está um curso com incidência<br />
na parte prática para treinadores<br />
<strong>de</strong> ‘escolinhas’ e Infantis, que <strong>da</strong>rá<br />
acesso directo ao Iº Nível, que visa colmatar<br />
alguma lacuna existente nestes<br />
escalões.<br />
A ‘Trapalhança’ é a activi<strong>da</strong><strong>de</strong> que reúne mais miúdos em torno <strong>da</strong> bola.<br />
Futsal ain<strong>da</strong> sem escalões<br />
<strong>de</strong> formação atrai futebolistas<br />
É uma mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> associa<strong>da</strong> ao Futebol (pelo menos em termos <strong>de</strong> tutela<br />
<strong>da</strong> Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong> Futebol). Neste caso a associação é literal.<br />
Não obstante to<strong>da</strong>s as infra-estruturas escolares que garantem<br />
campos <strong>de</strong> ‘futebol <strong>de</strong> cinco’, hoje <strong>de</strong>nominado Futsal, a maior parte<br />
dos jogadores tem ‘escola’ no futebol <strong>de</strong> 11. Havia em 2007/2008 um<br />
total <strong>de</strong> 20 equipas <strong>de</strong> competição, o que perfazia em termos <strong>de</strong> jogadores<br />
297. Tentámos recuar para ver os escalões <strong>de</strong> formação e o que<br />
nos <strong>de</strong>parámos na “Demografia Fe<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>” foi um total <strong>de</strong> 15 jogadores<br />
nos Juniores. Para trás, mais na<strong>da</strong>. Ou seja, enquanto a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong> for<br />
‘alimenta<strong>da</strong>’ por jogadores <strong>de</strong> futebol que preferiram o Futsal, dificilmente<br />
haverá ‘escola’ suficiente para evoluir para outros patamares.<br />
Futsal vive <strong>de</strong> jogadores com formação em futebol <strong>de</strong> 11, se tanto...
18<br />
BADMINTON<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 formação<br />
Formar para colher os frutos<br />
Carlos Alberto Moniz<br />
cmoniz@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
“Formar para colher os frutos” é a meta<br />
<strong>da</strong> Associação <strong>de</strong> Badminton <strong>da</strong> Região<br />
Autónoma <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira (ABRAM), cujo<br />
director técnico, Marco Vasconcelos,<br />
<strong>de</strong>stacou. “A meta, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assumi<br />
essas funções, é <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong> ao<br />
bom trabalho realizado pelo Duarte<br />
Anjo, embora com alguns ajustes”.<br />
A formação é, portanto, “uma <strong>da</strong>s<br />
gran<strong>de</strong>s priori<strong>da</strong><strong>de</strong>s”, salienta Marco<br />
Vasconcelos. “A Associação vai, por<br />
isso, premiar os clubes que <strong>de</strong>senvolvam<br />
esse tipo <strong>de</strong> trabalho, porque há<br />
outros assuntos que precisam <strong>da</strong> nossa<br />
atenção”.E,comoexemplo,citou:“Precisamos<br />
urgentemente <strong>de</strong> um Centro<br />
<strong>de</strong> Alto Rendimento, para os atletas po<strong>de</strong>rem<br />
fazer os seus treinos com to<strong>da</strong>s<br />
as condições.”<br />
PAVILHÃO DA PT NA MIRA<br />
“Para já”, revela Marco Vasconcelos, estamos<br />
a trabalhar para que o Pavilhão<br />
<strong>da</strong> PT, na Cancela, possa tornar-se no<br />
nosso Centro <strong>de</strong> Alto Rendimento. Se<br />
tudo correr conforme o nosso <strong>de</strong>sejo,<br />
penso que ain<strong>da</strong> vamos po<strong>de</strong>r inaugurá-lo<br />
em breve”.<br />
Apesar <strong>de</strong> o Pavilhão <strong>da</strong> PT reunir<br />
condições, o director técnico <strong>da</strong><br />
ABRAM está preocupado. “Um dos<br />
problemas que vamos ter é conciliar os<br />
Formar é palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m para a ABRAM.<br />
Helena Pestana será a ‘ban<strong>de</strong>ira’<br />
Em termos <strong>de</strong> futuro, e numa altura em que os atletas vão iniciar a<br />
sua preparação para os Jogos Olímpicos <strong>de</strong> 2012, em Londres, o<br />
badminton não é excepção. Por isso, e uma vez que Ana Moura não<br />
vai po<strong>de</strong>r jogar, <strong>de</strong>vido a uma lesão no joelho, “Helena Pestana<br />
po<strong>de</strong>rá ser a nossa ‘ban<strong>de</strong>ira’ para Londres’2012’, comenta Marco<br />
Vasconcelos. “É uma jovem com muito talento e que po<strong>de</strong> ir longe”.<br />
FOTO<br />
horários escolares com os dos treinos.<br />
Tentaremos fazer o melhor pelos nossos<br />
atletas”. Quanto aos jovens que estão<br />
integrados no PAPEP (Programa <strong>de</strong><br />
Apoio aos Praticantes <strong>de</strong> Elevado Potencial),<br />
Marco Vasconcelos afirma:<br />
“Vamos continuar a trabalhar com eles<br />
mas, para já, foi feita uma selecção<br />
mais rigorosa, pelo que o número <strong>de</strong><br />
atletas envolvidos baixou ligeiramente”.<br />
jogo rápido<br />
TORNEIO<br />
Pav. Francisco Franco<br />
com prova <strong>de</strong> Seniores<br />
No próximo domingo, entre as<br />
10 e as 17 horas, a ABRAM vai<br />
organizar o I Torneio Regional<br />
<strong>de</strong> Apuramento Sénior, no qual<br />
estão inscritos 31 atletas, <strong>da</strong> AD<br />
Pontassolense, CDR Prazeres,<br />
CF Andorinha, CS Ma<strong>de</strong>ira, GD<br />
Estreito e Valour FC.<br />
INTERNACIONAIS<br />
Pedro Martins e Telma<br />
jogam no estrangeiro<br />
A Fe<strong>de</strong>ração Portuguesa <strong>de</strong><br />
Badminton (FPB) convocou os<br />
atletas Pedro Martins (CHEL) e<br />
Telma Santos (GD Estreito) para<br />
representarem Portugal nos<br />
torneios internacionais, que irão<br />
<strong>de</strong>correr na República Checa e<br />
do Chipre.<br />
ANDEBOL<br />
Três ma<strong>de</strong>irenses na<br />
selecção <strong>de</strong> juniores<br />
A <strong>de</strong>correr em Rio Maior, <strong>de</strong> 21 a<br />
26 <strong>de</strong> Setembro, o estágio <strong>de</strong> juniores<br />
femininos A, do técnico<br />
Duarte Freitas, regista a presença<br />
<strong>de</strong> três jovens do Sports <strong>da</strong><br />
Ma<strong>de</strong>ira, Andreia Pestana, Nance<br />
Fernan<strong>de</strong>s e Catarina Ascensão.
mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
VELA<br />
Transat 6,50 ‘mexe’<br />
com a economia regional<br />
Carlos Alberto Moniz<br />
cmoniz@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Não é só a parte <strong>de</strong>sportiva que conta<br />
na Regata Transat 6,50, que largou<br />
<strong>de</strong> França com <strong>de</strong>stino a São<br />
Salvador <strong>da</strong> Baía, no Brasil, fazendi<br />
antes uma escala no porto do Funchal.<br />
Em termos económicos, a Região<br />
fica a ganhar, uma vez que não serão<br />
apenas os participantes a permanecer<br />
até ao dia 6 <strong>de</strong> Outubro.<br />
“É claro que a regata é muito importante<br />
para a economia, para a<br />
restauração e outros sectores”, diz<br />
António Cunha, director do <strong>de</strong>partamento<br />
<strong>de</strong> vela do Clube Naval do<br />
Funchal.<br />
E justifica: “A regata vai envolver<br />
cerca <strong>de</strong> 500 pessoas, que já estão<br />
cá há algum tempo. Muitas são familiares<br />
dos velejadores, que chegaram<br />
<strong>de</strong> avião ou nos seus próprios barcos”.<br />
Por isso, até 3 <strong>de</strong> Outubro, dia <strong>da</strong><br />
larga<strong>da</strong> para a última etapa, a Região<br />
será visita e <strong>de</strong>pois divulga<strong>da</strong><br />
pelos velejadores <strong>de</strong> vários países.<br />
CHEGADA PODE ATRASAR<br />
Quanto à chega<strong>da</strong> dos primeiros bar-<br />
cos ao porto do Funchal, havia a previsão<br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r acontecer <strong>de</strong> madruga<strong>da</strong>.Noentanto,“oventocaiubastante<br />
e, por esse motivo, a chega<strong>da</strong><br />
dos primeiros <strong>de</strong>verá acontecer durante<br />
o dia <strong>de</strong> amanhã [hoje], diz António<br />
Cunha.<br />
A Transat 6,50 assim chama<strong>da</strong><br />
por admitir apenas a participação <strong>de</strong><br />
embarcações com 6,50 metros <strong>de</strong><br />
comprimento, <strong>de</strong>ixou o porto francês<br />
<strong>de</strong> La Charente-Maritime, no dia 10<br />
<strong>de</strong> Agosto, e os 85 concorrentes terão<br />
<strong>de</strong> fazer 4.200 milhas até à linha<br />
Francisco Lobato<br />
em <strong>de</strong>staque<br />
O português Francisco<br />
Lobato tem estado em<br />
particular <strong>de</strong>staque nesta<br />
edição <strong>da</strong> Transat 6,50,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> regata, no<br />
dia 10 <strong>de</strong> Agosto, no porto<br />
francês <strong>de</strong> La Charente-<br />
Maritime. Lobato tem-se<br />
mantido no comando <strong>da</strong><br />
forta, pelo que <strong>de</strong>verá ser o<br />
primeiro a chegar ao Funchal.<br />
<strong>de</strong> chega<strong>da</strong> em São Salvador <strong>da</strong><br />
Baía, no Brasil.<br />
“A segun<strong>da</strong> etapa que partirá no<br />
dia 6 <strong>de</strong> outubro <strong>da</strong> Ilha <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira<br />
levará os marinheiros para o hemisfério<br />
Sul.<br />
Para esta etapa, os velejadores <strong>de</strong>verão<br />
<strong>de</strong>scer em direção às Ilhas Canárias<br />
on<strong>de</strong> não haverá nenhum ponto<br />
<strong>de</strong> marcação imposto.<br />
Será necessário então, ver as opções<br />
<strong>de</strong> caminho em função <strong>da</strong>s condições<br />
meteorológicas.<br />
Na rota ao Cabo-Ver<strong>de</strong>, haverá um<br />
ponto <strong>de</strong> marcação na Ilha <strong>de</strong> Maio,<br />
à leste do arquipélago.<br />
Em segui<strong>da</strong>, cabe a eles <strong>de</strong> se posicionarem<br />
e entrarem no famoso ‘Pot<br />
au Noir’, uma zona <strong>de</strong> convergência<br />
intertropical on<strong>de</strong> os ventos do hemisfério<br />
norte encontram os do hemisfério<br />
Sul. É uma zona particularmente<br />
<strong>de</strong>lica<strong>da</strong>, on<strong>de</strong> os barcos po<strong>de</strong>m<br />
ficar longas horas sem vento e<br />
<strong>de</strong>rrepente serem surpreendido por<br />
uma raja<strong>da</strong> <strong>de</strong> 50 nós. Uma atenção<br />
a mais é necessária para sair o mais<br />
rápido <strong>de</strong>ssa zona. Alguns concorrentes<br />
po<strong>de</strong>m ser surpreendidos e<br />
terem gran<strong>de</strong>s surpresas nesta passagem”,<br />
explicou o director <strong>da</strong> Transat<br />
6,50, Denis Hugues<br />
Chega<strong>da</strong> está prevista para hoje.<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
19<br />
FOTO ASPRESS<br />
PUB
20<br />
ANDEBOL<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
Bebiana Sabino, Ana Correia, Ana Filipa Franco, Ana Andra<strong>de</strong> e Daniela Silva formam um quinteto <strong>de</strong> luxo.<br />
Estreia <strong>de</strong> Duarte Freitas<br />
com cinco ‘ma<strong>de</strong>irenses’<br />
Herberto D. Pereira<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
O primeiro estágio <strong>da</strong> tempora<strong>da</strong> <strong>da</strong><br />
selecção nacional ‘AA’ em an<strong>de</strong>bol feminino<br />
representa também para o seu<br />
principal técnico, Duarte Freitas, a estreia<br />
na equipa <strong>de</strong> ‘todos nós’.<br />
Em entrevista ao MAIS <strong>Desporto</strong>, o<br />
treinador não escon<strong>de</strong>u o facto <strong>de</strong><br />
sentir-se orgulhoso por fazer parte<br />
<strong>de</strong>ste projecto e espera po<strong>de</strong>r correspon<strong>de</strong>r<br />
à confiança <strong>de</strong>posita<strong>da</strong> no seu<br />
trabalhoelevaronome<strong>de</strong>Portugal<br />
ao mais alto nível.<br />
Mas quer <strong>da</strong>r um passo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez<br />
e, nesse sentido, concentra-se neste<br />
primeiro estágio em Rio Maior. “Trata-se<br />
do início dos trabalhos <strong>da</strong> selecção<br />
nacional que tem como principal<br />
objectivo preparar o grupo para a<br />
fase <strong>de</strong> apuramento ao campeonato<br />
<strong>da</strong> Europa em 2010. Temos já em Outubro,<br />
no Grupo 1, encontros com a<br />
Roménia e com a Ucrânia on<strong>de</strong> esperamos<br />
po<strong>de</strong>r apresentar uma equipa<br />
disposta a lutar pelo apuramento”,<br />
perspectivou.<br />
Esta nova etapa na carreira <strong>de</strong><br />
Duarte Freitas é encara<strong>da</strong> com extre-<br />
ma motivação. “Foi um convite que<br />
me honrou muito. Trabalhar na selecção<br />
nacional é sempre prestigiante<br />
para qualquer treinador. Estou muito<br />
motivado, pois trata-se <strong>de</strong> uma forma<br />
diferente <strong>de</strong> conhecer esta mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e no caso do an<strong>de</strong>bol feminino entrar<br />
num projecto que preten<strong>de</strong> ser<br />
catalizador para que a selecção nacional<br />
consiga estar ao mais alto nível”.<br />
Duarte Freitas <strong>de</strong>ixa uma mensagem<br />
também às jogadoras - as que<br />
foram convoca<strong>da</strong>s e, principalmente,<br />
as que ficaram <strong>de</strong> fora <strong>de</strong>sta primeira<br />
etapa <strong>de</strong> selecções. “To<strong>da</strong>s terão as<br />
portas abertas se forem competentes<br />
e <strong>de</strong>sejarem representar Portugal.<br />
Cláudia<br />
Aguiar,<br />
por lesão,<br />
é a principal<br />
ausente<br />
Este grupo agora escolhido não é estanque<br />
pelo que po<strong>de</strong>remos contar<br />
numa próxima oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> com<br />
mais duas ou três an<strong>de</strong>bolistas que<br />
estão referencia<strong>da</strong>s”.<br />
Rio Maior, como já foi mencionado,<br />
foi novamente o local escolhido para<br />
a selecção realizar to<strong>da</strong> a preparação.<br />
A concentração <strong>de</strong>corre entre os<br />
dias 21 e 26 do corrente mês no Centro<strong>de</strong>Estágioslocal.Aselecçãonacional<br />
A, integra o grupo 1 <strong>de</strong> apuramento<br />
para o campeonato <strong>da</strong> Europa<br />
em 2010 que vai realizar-se em Dezembro<br />
próximo na Noruega e Dinamarca.<br />
O primeiro jogo <strong>de</strong> Portugal<br />
será com a Roménia, fora <strong>de</strong> casa, a<br />
14 <strong>de</strong> Outubro. Três dias <strong>de</strong>pois, em<br />
Lagos, o seleccionador português recebe<br />
a Ucrânia.<br />
ANA FRANCO REPRESENTA<br />
A ‘ARMADA’ MADEIRENSE<br />
Apesar do seleccionador ter dispensado<br />
especial ‘atenção’ ao Ma<strong>de</strong>ira<br />
SAD nesta primeira selecção, Ana Filipa<br />
Franco é a única ma<strong>de</strong>irense na primeira<br />
convocatória. O Ma<strong>de</strong>ira An<strong>de</strong>bol<br />
SAD está, <strong>de</strong> resto, em maioria no<br />
lote <strong>de</strong> 16 an<strong>de</strong>bolistas convoca<strong>da</strong>s<br />
para esta primeiro estágio. Daniela Silva,<br />
um regresso também à equipa<br />
principal, Bebiana Sabino, Ana Andra<strong>de</strong><br />
e Ana Correia constituem o ‘quinteto<br />
<strong>de</strong> luxo’ do Ma<strong>de</strong>ira SAD escolhido<br />
pelo novo seleccionador nacional. De<br />
fora, por lesão, ficou Cláudia Aguiar<br />
também do Ma<strong>de</strong>ira SAD, uma an<strong>de</strong>bolista<br />
que em condições normais fará<br />
parte <strong>da</strong> selecção nacional.<br />
Para esta internacional o facto <strong>da</strong><br />
equipa lusa ser agora dirigi<strong>da</strong> por um<br />
ma<strong>de</strong>irense em na<strong>da</strong> altera a sua postura,<br />
embora fique satisfeita com o<br />
reconhecimento <strong>de</strong> mais um profissional<br />
sério. Reconhecendo que para Portugal<br />
é muito complicado a qualificação,<br />
Ana Filipa Franco confia no trabalho<br />
a ser <strong>de</strong>senvolvido pela equipa<br />
técnica. ‘Sem dúvi<strong>da</strong>. To<strong>da</strong>s as jogadoras<br />
que foram chama<strong>da</strong>s para esta<br />
convocatória sabem que estamos a<br />
iniciar uma nova etapa com um novo<br />
treinador que conhece bem o an<strong>de</strong>bol.<br />
Agora resta-nos <strong>da</strong>r o máximo que<br />
sabemos pela selecção nacional, <strong>de</strong><br />
modo a que possamos construir um<br />
bom grupo <strong>de</strong> trabalho capaz <strong>de</strong> fazer<br />
frente a equipas mais fortes’.<br />
Sobre os dois encontros que ai vem,<br />
FOTOS HÉLDER SANTOS/ASPRESS<br />
Filipa <strong>de</strong>staca a Roménia como o mais<br />
complicado.<br />
‘É sempre muito difícil lá jogar. Vamos<br />
ver, neste momento apresentamos<br />
um conjunto <strong>de</strong> jogadoras muito<br />
jovens, as mais experientes não estão<br />
cá, pelo que será ain<strong>da</strong> mais complicado.<br />
De qualquer modo é um trabalho<br />
a pensar no futuro e isso é igualmente<br />
importante’.<br />
Ver o ‘seu’ Ma<strong>de</strong>ira An<strong>de</strong>bol SAD<br />
<strong>de</strong> novo em peso na selecção é para a<br />
ma<strong>de</strong>irense natural. ‘ O Ma<strong>de</strong>ira An<strong>de</strong>bol<br />
SAD ao longo <strong>de</strong>stes anos tem<br />
sido senão o mais, um dos mais importantes<br />
projectos para a mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
O trabalho que aqui se faz também<br />
se reflecte na selecção o que é<br />
bom, por isso é natural que existam<br />
muitas jogadoras chama<strong>da</strong>s à selecção<br />
nacional’. Ver Duarte Freitas a coman<strong>da</strong>r<br />
a formação lusa para Filipa<br />
Franco é motivo <strong>de</strong> orgulho como ma<strong>de</strong>irense<br />
‘E um treinador ma<strong>de</strong>irense<br />
e isso <strong>de</strong>ixa-nos muito orgulhosas<br />
apenas isso porque <strong>de</strong> resto em na<strong>da</strong><br />
vamos ser beneficia<strong>da</strong>s. Na selecção<br />
não existem clubes e tenho a certeza<br />
que o Duarte vai ser feliz na selecção,<br />
pois é um treinador competente’.<br />
PUB
mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s FOTO<br />
BASQUETEBOL<br />
Vésperas dos<br />
primeiros cestos<br />
Leonel Luís<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Cinco <strong>da</strong>s seis equipas que vão representar<br />
a Ma<strong>de</strong>ira na próxima tempora<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> basquetebol a nível nacional no<br />
escalão <strong>de</strong> seniores já se encontram a<br />
trabalhar. A excepção é a equipa do<br />
Clube Amigos do Basquete, que vai alinhar<br />
no Campeonato Nacional <strong>de</strong> Basquetebol<br />
2, 2.ª fase, que só tem início<br />
em Março.<br />
Ain<strong>da</strong> assim, alguns <strong>de</strong>stes atletas<br />
que estarão às or<strong>de</strong>ns do técnico Ricardo<br />
Montes, que substitui Pedro Dias, já<br />
estão a trabalhar com a equipa sénior.<br />
Outros vão <strong>da</strong>r início aos trabalhos na<br />
próxima segun<strong>da</strong>-feira, <strong>da</strong>ta marca<strong>da</strong><br />
para o regresso aos treinos <strong>da</strong>s equipas<br />
<strong>de</strong> formação do CAB.<br />
Já as restantes cinco equipas apresentam<br />
muitas alterações nas suas<br />
constituições, com <strong>de</strong>staque para a estreia<br />
<strong>da</strong> referência do basquetebol regional,<br />
Fátima Silva, como treinadora<br />
principal do União na Liga Feminina.<br />
Nota ain<strong>da</strong> para Luísa Montes que está<br />
<strong>de</strong> volta ao comando técnico do Marítimo<br />
que vai disputar a I Divisão Feminina.<br />
Em termos <strong>de</strong> novi<strong>da</strong><strong>de</strong>s ao nível dos<br />
atletas, o regresso <strong>de</strong> Mário Gil Fernan-<br />
<strong>de</strong>s ao CAB Ma<strong>de</strong>ira terá <strong>de</strong> ser entendido<br />
como a nota <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staque.<br />
Mas há mais... Pois merece saliência<br />
também o facto <strong>de</strong> quatro atletas terem<br />
abandonado as ‘Amigas’ para representar<br />
o União, com <strong>de</strong>staque para<br />
Vitória Pacheco e Sara Barreira, duas<br />
internacionais portuguesas.<br />
PRIMEIROS JOGOS<br />
A 3 DE OUTUBRO<br />
Embora o regresso ao trabalho tenha<br />
acontecido no início <strong>de</strong> Setembro, os<br />
primeiros jogos estão aprazados apenas<br />
para o dia 3 <strong>de</strong> Outubro e somente<br />
para as equipas do Clube Amigos do<br />
Basquete, que nesta <strong>da</strong>ta iniciam a participação<br />
no Troféu António Prates<br />
(masculinos) e Taça Victor Hugo (femininos).<br />
Tal como já foi noticiado a formação<br />
feminina do União solicitou à Fe<strong>de</strong>ração<br />
a sua dispensa <strong>de</strong>sta prova que<br />
marca o arranque <strong>da</strong> nova tempora<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong>sportiva. Assim sendo, a equipa feminina<br />
do União entra apenas em competição<br />
no dia 24 <strong>de</strong> Outubro, <strong>da</strong>ta que<br />
assinala a ron<strong>da</strong> inaugural <strong>da</strong> Liga e<br />
que a obriga a uma <strong>de</strong>slocação ao recinto<br />
do Vagos.<br />
Quanto ao Marítimo, satélite do CAB<br />
em femininos, começa a disputa <strong>da</strong> I<br />
técnicos revelam objectivos<br />
JOÃO FREITAS<br />
TÉCNICODOCABMADEIRA,SAD<br />
“Sabemos o que fizemos na época passa<strong>da</strong>,<br />
e temos consciência que é difícil<br />
repetir. Mas eu nunca entro num projecto<br />
para per<strong>de</strong>r e acho que po<strong>de</strong>mos<br />
fazer sempre mais. Como se costuma<br />
dizer, parar é morrer. As restrições são<br />
gran<strong>de</strong>s e isso obriga-nos a ser ain<strong>da</strong><br />
mais criteriosos na escolha dos jogadores.<br />
Benfica e FC Porto, são duas<br />
equipas que estão claramente num patamar<br />
acima <strong>da</strong>s outras. Mas os jogos<br />
ganham-se <strong>de</strong>ntro do campo e vão ter<br />
<strong>de</strong> trabalhar tanto como as outras<br />
equipas. Não há dúvi<strong>da</strong>s que são duas<br />
equipas ricas em quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e quanti<strong>da</strong><strong>de</strong>,<br />
mas também não creio que alguém<br />
entre para os jogos com Benfica<br />
eFCPortojá<strong>de</strong>rrotado”,aoscn.<br />
JOÃO PAULO SILVA<br />
TÉCNICODOCAB<br />
“Partimos claramente com a ambição<br />
<strong>de</strong> conquistar a Liga Feminina. No entanto<br />
preten<strong>de</strong>mos <strong>da</strong>r continui<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
ao nosso processo <strong>de</strong> integração <strong>da</strong>s<br />
jovens atletas oriun<strong>da</strong>s <strong>da</strong> nossa formação.<br />
A conjugação <strong>de</strong>stes dois objectivos<br />
torna-se um <strong>de</strong>safio estimulante.<br />
Vencer com a contribuição <strong>de</strong>stas<br />
atletas será certamente mais dignificante.<br />
Esta é uma equipa ligeiramente<br />
menos experiente que a <strong>da</strong> época<br />
passa<strong>da</strong>. Face a esta inexperiência,<br />
resta-nos rentabilizar a <strong>de</strong>terminação<br />
verifica<strong>da</strong> no trabalho que temos realizado.<br />
Neste sentido, as indicações manifesta<strong>da</strong>s<br />
pela equipa têm favorecido<br />
a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que é possível atingirmos os<br />
objectivos para a presente época.”<br />
entra<strong>da</strong>s e permanências<br />
CAB MADEIRA SAD<br />
Entra<strong>da</strong>s Mário Fernan<strong>de</strong>s<br />
(ex.Ovarense); Nuno Pedroso<br />
(ex.Ginásio); Ryan Schnei<strong>de</strong>r<br />
(ex.Marist College); Matt Webster<br />
(ex.Voges-França); Rick Cardoso<br />
(ex.Cal.St. Stanislau); Eduardo Lucas<br />
(júnior); Nuno Batista (júnior).<br />
Permanências Pedro Freitas; João<br />
Vieira; Francisco Fernan<strong>de</strong>s; Lance<br />
So<strong>de</strong>rberg e João Pedro.<br />
CAB MADEIRA<br />
Entra<strong>da</strong>s Kaitlin Sowinski (ex-<br />
Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> Sacred Heart,);<br />
Candice Champion (ex- Universi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
Texas Arlington.)<br />
Permanências Carla Freitas; Marta<br />
Bravo; Carla Relva; Gil<strong>da</strong> Correia;<br />
Marcy Gonçalves; Maria João<br />
Correia; Carolina Escórcio; Catarina<br />
Cal<strong>de</strong>ira.<br />
Divisão a 17 <strong>de</strong> Outubro. Recor<strong>de</strong>-se<br />
que com as alterações impostas pela<br />
FPB, as ver<strong>de</strong>-rubras estão impedi<strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong> jogar o ‘play-off’. Uma semana antes,<br />
precisamente a 10 <strong>de</strong> Outubro, tem início<br />
o Campeonato Nacional <strong>de</strong> Basquetebol<br />
1, para os masculinos do União.<br />
MADEIRENSES NA TAÇA<br />
SÓ NOS ‘OITAVOS’<br />
No que diz respeito à Taça <strong>de</strong> Portugal,<br />
só nos oitvaos-<strong>de</strong>-final é que os representantes<br />
<strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira, entram em acção,<br />
já que as equipas <strong>da</strong>s Liga Feminina<br />
e Liga Portuguesa <strong>de</strong> Basquetebol<br />
estão isentos <strong>da</strong>s primeiras eliminatórias.<br />
Os femininos <strong>de</strong>vem jogar a 1 <strong>de</strong><br />
Dezembro, já os masculinos competem<br />
a 18 <strong>de</strong> Novembro. As equipas masculinastemain<strong>da</strong>naagen<strong>da</strong>aTaça<strong>da</strong>Fe<strong>de</strong>ração<br />
que tem início a 29 <strong>de</strong> Janeiro.<br />
‘AMIGAS’ NA TAÇA DA EUROPA<br />
Finalmente recor<strong>de</strong>-se que a equipa feminina<br />
do CAB vai competir na Taça <strong>da</strong><br />
Europa, com a primeira fase a ter lugar<br />
entre11<strong>de</strong>Novembroe17<strong>de</strong>Dezembro.<br />
As ‘Amigas’, relembre-se, vão ficar<br />
integra<strong>da</strong>s no Grupo ‘C’, com o Lattes<br />
Montepellier, <strong>de</strong> França, Lemminkainen,<br />
<strong>da</strong> Lituânia e o MBK Ruzomberok, <strong>da</strong><br />
Eslováquia.<br />
FÁTIMA SILVA<br />
TÉCNICA DA EQUIPA FEM. DO UNIÃO<br />
“O nosso objectivo passa por chegar<br />
ao ‘play-off’ (oito primeiros <strong>da</strong> fase<br />
regular), penso que não será difícil<br />
até porque a Liga tem apenas <strong>de</strong>z<br />
equipas. Para além <strong>de</strong> competir<br />
apostamos também em formar jogadoras,<br />
já que quase todo o nosso<br />
plantel é composto por atletas ain<strong>da</strong><br />
juniores. Esse acabou por ser um<br />
dos motivos porque aceitei este<br />
projecto. No entanto elas sabem<br />
que têm <strong>de</strong> trabalhar muito se quiserem<br />
evoluir e competir a este nível.<br />
Estão conscientes <strong>de</strong> que só assim<br />
po<strong>de</strong>m evoluir”, ao DIÁRIO.<br />
CF UNIÃO FEMININOS<br />
Entra<strong>da</strong>s Vitória Pacheco (ex-CAB),<br />
Sara Berreira (ex-CAB), Diana Ferraz<br />
(ex-CAB), Joana Alves (ex-Grib),<br />
Jessica Gouveia (ex-CAB) e duas<br />
atletas estrangeiras que chegam em<br />
Outubro.<br />
Permanências Sílvia Lopes, Luísa<br />
Andra<strong>de</strong> e Andreia Sousa.<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
O União e o CAB têm objectivos diferentes na Liga.<br />
LILIANO SILVA<br />
TÉCNICA DA EQUIPA MASC. DO UNIÃO<br />
“A nossa equipa está claramente mais<br />
fraca que a do ano anterior. Per<strong>de</strong>mos<br />
alguns jogadores importantes, por várias<br />
razões, mas vamos continuar a fazer<br />
o nosso trabalho que é tentar utilizar<br />
o maior número possível <strong>de</strong> jogadores<br />
ma<strong>de</strong>irenses. Esse sempre foi o<br />
gran<strong>de</strong> objectivo <strong>de</strong>ste projecto. Pelo<br />
facto<strong>de</strong>steanotermosmuitosatletas<br />
novos, o nosso pensamento passa apenas<br />
pela manutenção. Não sabemos se<br />
será fácil ou não, até porque nesta altura<br />
ain<strong>da</strong> <strong>de</strong>sconhecemos muitos dos<br />
nossos adversários e sobretudo o que<br />
vão apresentar tendo em atenção a situação<br />
actual do basquetebol.”<br />
CF UNIÃO MASCULINOS<br />
Entra<strong>da</strong>s Gonçalo Miran<strong>da</strong>, Marcos,<br />
Ricardo, Alberto e Nuno Ramalhosa.<br />
Permanências Vassilys Kostakos,<br />
Toni Sousa, Mauro Barros, Carlo<br />
Ramalhosa e Eton Pereira.<br />
LUÍSA MONTES<br />
21<br />
ASPRESS<br />
TÉCNICADOMARÍTIMO<br />
“Esta é uma equipa cujo gran<strong>de</strong> objectivo<br />
é formar jogadoras para <strong>de</strong>pois integrarem<br />
o plantel sénior, o que tem<br />
acontecido com algum sucesso. O facto<br />
<strong>da</strong> competição regional ser fraca,<br />
está presença no Campeonato Nacional<br />
<strong>da</strong> I Divisão é uma mais valia para<br />
a formação <strong>de</strong>stas jovens atletas. A<br />
classificação, para nós não será importante,<br />
já que o nosso objectivo, é permitir<br />
minutos <strong>de</strong> jogos a estas jogadoras,<br />
numa competição com um nível <strong>de</strong><br />
exigência maior. Este ano temos novamente<br />
uma equipa praticamente nova,<br />
enumaprimeirafasevamoster<strong>de</strong><br />
permitir a a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s atletas a<br />
esta nova reali<strong>da</strong><strong>de</strong>. No entanto vamos<br />
tentar ganhar o máximo <strong>de</strong> jogos que<br />
nos forem possíveis.”<br />
MARÍTIMO<br />
Entra<strong>da</strong>s Carolina Barros, Mafal<strong>da</strong><br />
Barros, Mónica Luís, Mara Mané,<br />
Nádia Silva e Eduar<strong>da</strong> (ex-ca<strong>de</strong>tes).<br />
Permanências Carolina Sousa,<br />
Tânia Abreu, Carolina Silva, Carolina<br />
Spínola, Catarina Freitas, Filipa<br />
Faria, Carolina Macieira e Cíntia<br />
França.
22<br />
opinião<br />
Ricardo Miguel Oliveira<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Por muito que <strong>de</strong>testem, sempre<br />
que chamado a opinar sobre o<br />
fenómeno <strong>de</strong>sportivo neste<br />
semanário, constituirei o meu<br />
‘dream team’. Um onze base, por<br />
vezes com três suplentes, até<br />
porque mais não são necessários.<br />
Aliás, é um <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> dinheiro<br />
e <strong>de</strong> bom senso convocar 22<br />
jogadores para <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>ixá-los a<br />
amarelar em bancos que mais<br />
parecem recreios <strong>de</strong> casas <strong>de</strong><br />
reclusão. E nem aquela estratégia<br />
<strong>de</strong> pôr prematuramente a aquecer<br />
três atletas <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez,<br />
usa<strong>da</strong> por treinadores avessos a<br />
‘balneários’ mais musculados,<br />
aju<strong>da</strong> a elevar os níveis <strong>de</strong><br />
autoestima e <strong>de</strong> notorie<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
Nenhum craque que se preze<br />
aprecia ir a uma espécie <strong>de</strong><br />
microon<strong>da</strong>s sem que <strong>de</strong>pois<br />
possa ser servido à multidão. Eis<br />
então as escolhas <strong>da</strong> semana:<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009 a<br />
Uma espécie <strong>de</strong> ‘dream team’<br />
1. Rui Alves. Por preparar o seu<br />
clube para o futuro e ter uma visão<br />
do futebol que não se esgota na<br />
competição. Um presi<strong>de</strong>nte ambicioso,<br />
que coloca o clube a produzir<br />
energia e a <strong>da</strong>r cabo dos que fazem<br />
fortunas à custa <strong>da</strong>s borlas só po<strong>de</strong><br />
ser um bom gestor. Dizem alguns<br />
maritimistas que o engenheiro que<br />
fez <strong>da</strong> imprevisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> uma arma<br />
<strong>da</strong>va agora muito jeito a quem, em<br />
obras <strong>de</strong> monta, precisa <strong>de</strong> fazer<br />
cálculos <strong>de</strong> betão!<br />
2. Carlos Pereira. Comprou uma<br />
briga com alguns padres, confessos<br />
a<strong>de</strong>ptos ver<strong>de</strong>-rubros. Na<strong>da</strong> que não<br />
se resolva com uma penitência a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.<br />
Será sempre o pioneiro do<br />
louvável atrevimento em obrigar os<br />
maritimistas a levantar cedo ao<br />
domingo. As gran<strong>de</strong>s causas, inclusive<br />
as televisivas, não se compa<strong>de</strong>cem<br />
<strong>de</strong> comodismos, quando há<br />
argumentos que sustentam a<br />
mu<strong>da</strong>nça horária. De manhã a coisa<br />
atécorreubem.FrenteaoBraga,o<br />
pior só ocorreu <strong>de</strong>pois do meio-dia.<br />
3. Rui Sardinha. Um profissional<br />
<strong>de</strong>dicado. A UEFA que o diga. É a<br />
prova <strong>de</strong> que houve <strong>de</strong>scentralização<br />
<strong>de</strong> po<strong>de</strong>res no Nacional, sem<br />
per<strong>da</strong> <strong>de</strong> eficácia.<br />
4. Martim Trueva. É o primeiro<br />
ma<strong>de</strong>irense a conquistar um título<br />
Imagens <strong>da</strong> semana<br />
OMarítimoestreouaILigaantesdomeiodia,comumamoldurahumana muito interessante. Faltou o resultado.<br />
Agostinho Silva<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Foi uma semana <strong>de</strong>sportiva<br />
ain<strong>da</strong> domina<strong>da</strong> quase que em<br />
exclusivo pelo futebol, porque<br />
<strong>da</strong>s restantes mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />
apenas o an<strong>de</strong>bol voltou à<br />
acção, através dos<br />
‘concorrentes’ Marítimo e<br />
Ma<strong>de</strong>ira SAD, curiosamente<br />
‘patrão’ e ‘subordinado’ a<br />
competirem na mesma prova.<br />
Para a história fica o inédito<br />
jogo <strong>da</strong> I Liga, ao sol<br />
ma<strong>de</strong>irense, o dérbi dos juniores<br />
(com 8 golos!!) e o regresso dos<br />
‘rockets’ <strong>de</strong> CR9 na Champions<br />
League.<br />
Cristiano Ronaldo já marcou dois golos na Champions League.<br />
nacional absoluto em ténis. Um efeito<br />
inédito e, sobretudo, encorajador.<br />
O <strong>de</strong>sporto <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira precisa <strong>de</strong><br />
notorie<strong>da</strong><strong>de</strong> acresci<strong>da</strong> em várias<br />
frentes.<br />
5. João Rodrigues. Continua na<br />
crista <strong>da</strong> on<strong>da</strong>, na procura dos<br />
melhores ventos. A paixão pela vela<br />
e pela vi<strong>da</strong> não esmorece com a<br />
i<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />
6. Marcos Freitas. É um dos responsáveis<br />
pelo facto <strong>de</strong> Portugal estar<br />
entre as melhores selecções <strong>da</strong><br />
Europa. Notável.<br />
7. Catarina Sousa. É mentora do<br />
projecto ‘Boogie Chicks’. Quem<br />
ain<strong>da</strong> não <strong>de</strong>scobriu que o<br />
bodyboard no feminino tem muito<br />
encanto que vá amanhã ao Porto <strong>da</strong><br />
Cruz.<br />
8. Djalma. O internacional angolano<br />
tem ‘fair play’. Joga no Marítimo<br />
mas não se coibiu <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reçar<br />
sorte ao rival Nacional horas antes<br />
<strong>da</strong>1ªjorna<strong>da</strong><strong>da</strong>LigaEuropa.Um<br />
exemplo a seguir por quem ocupa o<br />
topo <strong>da</strong> hierarquia.<br />
9. Cristiano Ronaldo. <strong>Mais</strong> dois<br />
golos na Liga dos Campeões <strong>de</strong>vem<br />
chegar para calar aqueles que doen-<br />
jorna<strong>da</strong><br />
Presi<strong>de</strong>ntes<br />
rivais<br />
encaixam no<br />
mesmo ‘onze’<br />
tia e teimosamente acham que o<br />
ain<strong>da</strong> ‘melhor do mundo’ já não é<br />
o que era.<br />
10. Thomas Schaaf. O treinador<br />
alemão merece a ‘estrelícia doura<strong>da</strong>’.<br />
Tamanho elogio à beleza <strong>da</strong><br />
Ma<strong>de</strong>ira vale por muitas e dispendiosas<br />
campanhas promocionais.<br />
11. Carlos Carvalhal. Des<strong>de</strong> que<br />
chegou ao Marítimo e já lá vão<br />
16 jogos, só ganhou por duas<br />
vezes, ou seja, bem menos do que<br />
o número <strong>de</strong> salários que já usufruiu.<br />
É certo que o clube veste<br />
melhor e caminha para a mo<strong>de</strong>rnização,<br />
mas faltam resultados,<br />
mesmo que isso implique poupança<br />
nos ‘prémios do jogo’.<br />
Quem não foi convocado que não<br />
<strong>de</strong>sespere. Depois <strong>da</strong>s eleições<br />
não faltarão vagas em muitas<br />
posições.<br />
FOTOS ASPRESS<br />
Oito golos nos juniores, um exemplo a seguir pelos séniores, este domingo?<br />
Estreia vigorosa do Marítimo na I Divisão <strong>de</strong> An<strong>de</strong>bol, mas com uma <strong>de</strong>rrota.
análise<br />
Agostinho Silva<br />
Director<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
PROGRAMA PROGRAMA PROGRAMA DE DE DE SETEMBRO<br />
SETEMBRO<br />
SETEMBRO<br />
<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 23h 23h às às 03h 03h<br />
Jovem Jovem Lady’s Lady’s Night Night<br />
<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 03h 03h às às 06h 06h<br />
animação animação com com DJ DJ Azzur Azzur<br />
Sextas-feiras<br />
Futebol na rota<br />
<strong>da</strong> Choupana<br />
Por força <strong>da</strong> inclusão do CD Nacional<br />
na fase <strong>de</strong> Grupos <strong>da</strong> Liga Europa,<br />
consegui<strong>da</strong> com a fantástica eliminação<br />
do Zenit <strong>de</strong> São Petersburgo, o Estádio<br />
<strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira vai ganhar uma notorie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
nunca antes imagina<strong>da</strong>.<br />
O mote foi <strong>da</strong>do pelo alemão Thomas<br />
Schaaf. De forma inespera<strong>da</strong>, antes<br />
<strong>da</strong> parti<strong>da</strong> <strong>de</strong> ontem à noite, o treinador<br />
do Wer<strong>de</strong>r Bremen <strong>de</strong>screveu o<br />
estádio na Choupana <strong>de</strong> uma forma<br />
que os melhores publicitários teriam<br />
dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> igualar. “Não me lembro<br />
<strong>de</strong> ter percorrido um caminho tão bonito<br />
até um estádio”, disse. “Construir<br />
um estádio no alto <strong>da</strong> montanha é sinónimo<br />
<strong>de</strong> paixão pelo futebol”.<br />
Para além <strong>de</strong>stes romantismos, os<br />
responsáveis do CD Nacional tiveram<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sdobrar-se para satisfazer as inúmeras<br />
exigências <strong>da</strong> UEFA que, para<br />
quem ain<strong>da</strong> não sabe, não gosta na<strong>da</strong><br />
<strong>de</strong> brincar com a organização dos seus<br />
eventos. Para eles, um jogo na Choupana<br />
e uma final em Roma obe<strong>de</strong>cem<br />
aos mesmos parâmetros.<br />
Tanta exigência até po<strong>de</strong> ser difícil<br />
<strong>de</strong> encarar. Mas, no final, quem ganha<br />
é o espectador pagante. Quer o que<br />
vaiaoestádio,queroqueficaemcasa<br />
e, por essa via, viabiliza os investimentos<br />
milionários <strong>da</strong>s televisões.<br />
Quem também vai ganhar são os espectadores<br />
dos próximos jogos. E o<br />
próximo é, na<strong>da</strong> mais, na<strong>da</strong> menos, o<br />
dérbi regional Nacional-Marítimo, já<br />
nopróximodomingoàs18h00.Setemos<br />
mesmo aquela ‘paixão’ vislumbra<strong>da</strong><br />
por Thomas Schaaf, toca a encher<br />
o estádio! OntemhouveNacional-Wer<strong>de</strong>rBremen,domingohájogocomoMarítimoparaaILiga.<br />
Cristiano Ronaldo ganha milhões.<br />
Por isso, tem <strong>de</strong> convi-<br />
A.S.<br />
ver com um mediatismo proporcional<br />
a essa reali<strong>da</strong><strong>de</strong>, quer na parte<br />
que lhe agra<strong>da</strong>, quer naquela que ele<br />
<strong>de</strong>certo dispensaria. Ele e nós, os que<br />
gostam <strong>da</strong> sua arte futebolística.<br />
Mas isso não é um problema novo. O<br />
ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro dilema <strong>de</strong> Cristiano Ronaldo<br />
tem a ver com a forma como se tornará,<br />
mais jogo menos jogo, mais mês menos<br />
mês, no lí<strong>de</strong>r natural nas equipas<br />
on<strong>de</strong> joga, o Real Madrid e a Selecção<br />
<strong>de</strong> Portugal. E é um dilema porque a<br />
questão <strong>da</strong> li<strong>de</strong>rança não é uma escolha<br />
sua, muito menos uma birra pessoal.<br />
No Manchester United, um colosso<br />
sempre com colossais jogadores, a sua<br />
li<strong>de</strong>rança foi algo <strong>de</strong> muito natural. Um<br />
processo que, já <strong>de</strong>u para ver, não vai<br />
repetir-se em Madrid nem na Selecção.<br />
Às or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> ‘Sir’ Alex Ferguson, o ma<strong>de</strong>irense<br />
teve oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> amadurecer<br />
o seu futebol e a sua personali<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />
na hora <strong>de</strong> colocar todo o seu potencial<br />
futebolístico ao serviço do Manchester,<br />
ninguém se empertigou: não se<br />
falou disso, ninguém o acusou o jogador<br />
<strong>de</strong> ‘armar-se em bom’, os colegas <strong>de</strong><br />
equipa assumiram em benefício próprio<br />
que era atrás <strong>de</strong>le que tinham <strong>de</strong> ir, tal<br />
a sua vonta<strong>de</strong> e ambição. Em qualquer<br />
<strong>da</strong>s duas últimas épocas, o Manchester<br />
<strong>de</strong>ixou-se atrasar em sete e oito pontos<br />
no início <strong>da</strong> Premier League; <strong>de</strong>pois surgiu<br />
Ronaldo, levando tudo à frente e<br />
com os resultados que se conhecem.<br />
Hoje, volvidos alguns meses <strong>da</strong> saí<strong>da</strong> do<br />
jogador, ain<strong>da</strong> não se ouviu entre os jogadores<br />
do Manchester uma única <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ração<br />
pela li<strong>de</strong>rança efectiva <strong>de</strong><br />
Cristiano Ronaldo; o que, para quem<br />
Sábados Sábados<br />
<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 23h 23h às às 06h 06h<br />
Festa Festa Festa <strong>de</strong> <strong>de</strong> Shot’s Shot’s Shot’s<br />
to<strong>da</strong> to<strong>da</strong> a a noite noite<br />
FOTO OCTÁVIO PASSOS/ASPRESS<br />
O dilema <strong>de</strong> Cristiano Ronaldo<br />
sabe ler, não se po<strong>de</strong> confundir com <strong>de</strong>clarações<br />
lógicas e naturais, afirmando<br />
que o mundo não acabou em Manchester<br />
com a saí<strong>da</strong> do ma<strong>de</strong>irense.<br />
No Real Madrid a coisa será um pouco<br />
diferente. E na Selecção, cruzes, é o<br />
quesevê,comaagravante<strong>de</strong>Cristiano<br />
Ronaldo não estar a marcar os golos<br />
que a aflição nacional lhe exige. Sem resultados<br />
tudo se complica. Concretamente<br />
em relação a Portugal, todos<br />
queriam que o ma<strong>de</strong>irense tivesse resolvido<br />
o apuramento para o Mundial à<br />
sua maneira. Isso não aconteceu. Por<br />
isso, já não joga na<strong>da</strong>, é egoísta, está<br />
feito numa ve<strong>de</strong>ta, <strong>de</strong>via ser suplente,<br />
bons são o Messi e o Ibrahimovic. Pois!<br />
Perante este cenário, agravado com<br />
os rumores <strong>de</strong> que alguns colegas <strong>da</strong><br />
Selecção não gostam do mediatismo à<br />
sua volta, Cristiano Ronaldo vê crescer<br />
Série Ma<strong>de</strong>ira<br />
ao domingo?!<br />
Todos Todos os os Domingos Domingos <strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 23h 23h às às 06h 06h<br />
A A VERDADEIRA<br />
VERDADEIRA<br />
Lady’s Lady’s Lady’s Night Night Night<br />
<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira Ma<strong>de</strong>ira<br />
23<br />
Quando a Série<br />
Ma<strong>de</strong>ira, no futebol,<br />
A.S. começou a ganhar<br />
corpo, assisti com agrado à<br />
discussão pública <strong>da</strong><br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> dos jogos se<br />
disputarem ao sábado. O<br />
presi<strong>de</strong>nte do Canicense,<br />
salvo erro, <strong>de</strong>u isso como<br />
adquirido.<br />
O tempo passou, os jogos<br />
começaram e agora temos<br />
esta aberração, <strong>de</strong> que é<br />
exemplo a jorna<strong>da</strong> do<br />
próximo domingo, com seis<br />
jogos <strong>da</strong> Série Ma<strong>de</strong>ira a<br />
fazerem concorrência a<br />
outros 3 <strong>da</strong> II Divisão,<br />
apenas duas horas antes do<br />
dérbi <strong>da</strong> I Liga, Nacional-<br />
Marítimo.Nosábado,nãohá<br />
jogo nenhum.<br />
Ou seja, falar, falamos todos.<br />
Resultados, zero! As<br />
justificações para a inércia<br />
po<strong>de</strong>rão ser várias. Mas o<br />
que queremos saber é<br />
quando começam a jogar ao<br />
sábado. Depois falamos do<br />
resto, quando houver tempo.<br />
o seu dilema: se tenta resolver, assumindo<br />
a li<strong>de</strong>rança <strong>da</strong> equipa, a coisa parecerá<br />
força<strong>da</strong>. E como ele não quer<br />
forçar na<strong>da</strong>, apenas quer jogar à bola,<br />
tem <strong>de</strong> submeter-se a um papel discreto,<br />
algo que não se coaduna com a<br />
imensidão do seu futebol. Por isso é vêlo<br />
a passar a bola quando <strong>de</strong>via arrancar<br />
por ali abaixo, é vê-lo reduzido a<br />
mais um, quando ele não é mais um.<br />
Só o tempo, e alguns resultados, aju<strong>da</strong>rão<br />
a repor a normali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Mas, preparem-se,<br />
quando ele for o lí<strong>de</strong>r natural<br />
<strong>da</strong> Selecção e – não há outra alternativa<br />
– vão vê-lo irreverente, a encher o campo<br />
e a festejar golos com aquele ar que alguns<br />
teimam em catalogar <strong>de</strong> arrogante.<br />
O seu ver<strong>da</strong><strong>de</strong>iro estilo e não aquele em<br />
que, supostamente para alguns, ele <strong>de</strong>via<br />
aparecer quase que a pedir <strong>de</strong>sculpa por<br />
ser o fantástico jogador que é.<br />
PROGRAMA PROGRAMA PROGRAMA DE DE DE SETEMBRO<br />
SETEMBRO<br />
SETEMBRO<br />
<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 23h 23h às às 03h 03h<br />
Jovem Jovem Lady’s Lady’s Night Night<br />
<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 03h 03h às às 06h 06h<br />
animação animação com com DJ DJ Azzur Azzur<br />
Sextas-feiras<br />
Sábados Sábados<br />
<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 23h 23h às às 06h 06h<br />
Festa Festa Festa <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> Shot’s Shot’s Shot’s<br />
to<strong>da</strong> to<strong>da</strong> a a noite noite<br />
Todos Todos os os Domingos Domingos <strong>da</strong>s <strong>da</strong>s 23h 23h às às 06h 06h<br />
PUB<br />
A A VERDADEIRA<br />
VERDADEIRA<br />
Lady’s Lady’s Lady’s Night Night Night<br />
<strong>da</strong> <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira Ma<strong>de</strong>ira
24<br />
última<br />
última<br />
18 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2009<br />
<strong>Desporto</strong> garante<br />
7.500 empregos<br />
na Região<br />
Jorge Freitas Sousa<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Segundo números do Governo regional,<br />
o sector do <strong>de</strong>sporto assegura, <strong>de</strong> forma<br />
directa 5,7% dos postos <strong>de</strong> trabalho<br />
<strong>da</strong> Região. Cerca <strong>de</strong> 7.500 empregos directos.<br />
Um número significativo, só ultrapassado<br />
pelas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s económicas<br />
principais: turismo, serviços e comércio.<br />
Esta é uma <strong>da</strong>s justificações,<br />
segundo o secretário regional <strong>da</strong> Educação<br />
Cultura, para que se mantenham<br />
os apoios ao <strong>de</strong>sporto.<br />
Francisco Fernan<strong>de</strong>s lembra que,<br />
além <strong>de</strong> garantir emprego a uma parte<br />
importante <strong>da</strong> população activa ma<strong>de</strong>irense,<br />
o <strong>de</strong>sporto emprega 96% <strong>de</strong> ci<strong>da</strong>dãos<br />
portugueses. Desses, mais <strong>de</strong><br />
80% são ma<strong>de</strong>irenses. O governante<br />
aproveita para referir que as acusações<br />
<strong>de</strong> que o dinheiro do <strong>de</strong>sporto segue,<br />
quase todo, para estrangeiros e continentais,<br />
é falsa. “Apenas 3,8% são ci<strong>da</strong>dãos<br />
estrangeiros”, sublinha.<br />
Também <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que, face ao peso<br />
na economia, o <strong>de</strong>sporto <strong>de</strong>veria ter benefícios<br />
fiscais, tanto para os atletas<br />
como para os clubes. Ao nível do IRS,<br />
<strong>de</strong>veria ser tido em conta o facto <strong>de</strong> a<br />
maioria dos atletas terminarem a activi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
antes dos 35 anos. “Há atletas a<br />
pagar 40% <strong>de</strong> IRS”, lamenta.<br />
conversas doentias<br />
DOMINGO HÁ DÉRBI.<br />
OS MARITIMISTAS<br />
SÃO BEM VINDOS À<br />
CHOUPANA, MAS<br />
NÃO NOS SUJEM O<br />
ESTÁDIO!<br />
O <strong>de</strong>sporto emprega cerca <strong>de</strong> 6% <strong>da</strong> população activa <strong>da</strong> Região.<br />
DESCULPA O MAU<br />
JEITO, MAS<br />
ESTAMOS COM<br />
OBRAS EM CASA...<br />
OK.ÉQUEDAQUIA<br />
DIAS TEMOS VISITAS<br />
DA EUROPA OUTRA<br />
VEZ!<br />
B LA<br />
QUADRADA<br />
A quadratura<br />
do esférico<br />
Luís Calisto<br />
geral@mais<strong>de</strong>sporto.pt<br />
Respon<strong>de</strong>ndo à pergunta cínica<br />
sobre o peso real <strong>da</strong> bola quadra<strong>da</strong><br />
com que jogávamos no<br />
tempo do Vapor do Cabo:<br />
<strong>de</strong>pendia <strong>da</strong>s condições climatéricas.<br />
No Verão, não atingia o<br />
meio quilo. Nas manhãs e tar<strong>de</strong>s<br />
tempestuosas, podia atingir<br />
tonela<strong>da</strong> e meia. Francisco<br />
Silva, antigo funcionário polivalente<br />
do Marítimo, aprimorava<br />
a grotesca bola com muito<br />
carinho: ‘vela <strong>de</strong> holan<strong>da</strong>’ nos<br />
pontos que ligavam os gomos<br />
uns aos outros, sebo para<br />
amansar a agressivi<strong>da</strong><strong>de</strong> do<br />
couro, dose certa na câmara<br />
<strong>de</strong> ar, ‘tripa’ dobra<strong>da</strong> na abertura<br />
e língua <strong>de</strong> cabe<strong>da</strong>l a<br />
fechar o circuito. Mas se, no<br />
domingo <strong>de</strong> manhã, a ‘Reserva’<br />
fosse encontrar o Campo do<br />
Liceu alagado... trabalho perdido,<br />
o do Sr. Francisco. A bola<br />
quadra<strong>da</strong>, à conta <strong>da</strong> chuva e<br />
do lameiro, ia ganhando mais<br />
bicos <strong>de</strong> papagaio e aumentando<br />
<strong>de</strong> peso. Bola no alto <strong>da</strong><br />
cabeça era ficar cinco minutos<br />
‘a ver estrelas’.<br />
Depois, quando a malandra<br />
resolvia mergulhar naquela<br />
lagoa que em Janeiro se formava<br />
no canto sul, junto à<br />
cabina dos árbitros, só o Dúlio<br />
do Marítimo, o Mestre José do<br />
1.º <strong>de</strong> Maio e o Raul do<br />
Lazareto a tiravam <strong>de</strong> lá com<br />
um ‘bico’ dos seus.<br />
Nos Barreiros, antes do arrelvamento<br />
<strong>de</strong> 1957, era pior.<br />
Camilo, guar<strong>da</strong>-re<strong>de</strong>s do<br />
Sporting <strong>da</strong> Ma<strong>de</strong>ira, ain<strong>da</strong> se<br />
arrepia ao recor<strong>da</strong>r a artilharia<br />
pesa<strong>da</strong> do União, do Nacional e<br />
do Marítimo, no formidável<br />
lamaçal. O que o corajoso<br />
rapaz se esfarrapava ao tentar<br />
<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os penaltis do<br />
Calinhos, o mergulho para o<br />
charco, a boca inun<strong>da</strong><strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
lama, as pálpebras gru<strong>da</strong><strong>da</strong>s<br />
pela argamassa!<br />
A bola era po<strong>de</strong>rosa, mas não<br />
invencível. Agué, do Belenenses<br />
<strong>de</strong> Machico, meteu um golo no<br />
Belenenses <strong>de</strong> Matateu com<br />
tanta força que a peste ficou<br />
para ali nas re<strong>de</strong>s, miserável,<br />
Já houve<br />
tempo em que<br />
a bola era<br />
quadra<strong>da</strong><br />
e as mentes<br />
redon<strong>da</strong>s<br />
<strong>de</strong>sconjunta<strong>da</strong> e vazia, que<br />
nunca mais prestou para na<strong>da</strong>.<br />
Esses jogadores não perceberiam<br />
o losango e as diagonais<br />
<strong>da</strong>s tácticas pós-mo<strong>de</strong>rnas <strong>de</strong><br />
Queiroz e Paulo Bento, ensaia<strong>da</strong>s<br />
duas vezes ao dia para<br />
resultados em branco ou golos<br />
<strong>de</strong> ‘bola para<strong>da</strong>’. Diz-se que “a<br />
bola é redon<strong>da</strong> e o campo é<br />
quadrado”. Naquele tempo,<br />
nem uma coisa nem outra. A<br />
bola era para o quadrado, as<br />
mentes um pouco para o<br />
redondo e o campo rectangular.<br />
Depois <strong>de</strong> muito estudo é<br />
que as coisas se inverteram.<br />
Convocados para este jogo<br />
semanal com ‘bola quadra<strong>da</strong>’,<br />
cá estaremos. Qual ‘asfixia<br />
<strong>de</strong>mocrática’!Os <strong>da</strong> ‘quadratura<br />
do círculo’ não são mais finos.<br />
Cá estaremos, embora ‘a priori’<br />
reprovados pelos snobs que<br />
fulguram nas tribunas dos<br />
estádios e que outrora vomitavam<br />
<strong>de</strong> horror só <strong>de</strong> ouvir falar<br />
na ‘ralé’ <strong>da</strong> bola.<br />
Oportunamente, explicaremos<br />
o seguinte fenómeno: como é<br />
que se consegue transformar<br />
tapetes ver<strong>de</strong>s em charcos <strong>de</strong><br />
mau futebol; como é que<br />
alguns profissionais fazem <strong>de</strong><br />
uma perfeita bola Nike um<br />
indominável embrulho cheio <strong>de</strong><br />
protuberâncias? E como é que<br />
um Chino, um Ângelo, um<br />
Falhita, um José Luís ‘Saca’,<br />
um Rosário ou um Adão, calçando<br />
botas cheias <strong>de</strong> ‘catamolhos’,<br />
extraíam <strong>da</strong>queles<br />
brutos cautchus um perfume<br />
<strong>de</strong> futebol que ain<strong>da</strong> aromatiza<br />
memórias?<br />
Brincamos, não vamos explicar<br />
na<strong>da</strong>. É um exercício saudosista.<br />
PUB