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Designers da Natureza<br />
Wajãpis<br />
Os índios do Tumucumaque, no Amapá, entraram na lista do patrimônio cultural “imaterial”<br />
da humanidade, da Unesco. Eles pintam e se pintam para celebrar a harmonia céu-homem.<br />
Freqüentes são os elogios à vida cultural dos wajãpis; diversidade é um de seus principais atrativos. A arte<br />
gráfica e oral desses índios que habitam o Parque Nacional das Montanhas do Tumucumaque, no Amapá,<br />
constitui a primeira obra-prima do Brasil a fazer parte da lista do Patrimônio Cultural Imaterial da<br />
Humanidade, da Unesco. Não apenas monumentos construídos pelo homem formam esse patrimônio. A<br />
Unesco comprometeu-se a proteger valores ligados a memória dos povos, paisagens, literatura oral, música,<br />
dança, jogos, costumes. Recentemente, distinguiu também o samba-de-roda do Recôncavo Baiano.<br />
A arte gráfica wajãpi está presente na pintura corporal, cerâmica, cestaria ou madeira dos utensílios.<br />
Sua arte finca-se na paisagem fantástica e alegórica da floresta. Observadores natos, notaram<br />
a unidade que rev<strong>este</strong> a natureza nas nervuras de folhas, pele, escamas, chifres, penas.<br />
Longe do figurativo, prefiguraram a arte abstrata, e somente com a delicadeza dos traços e a<br />
pureza da cor resumiram a beleza e a vibração da natureza. Muitos anos mais tarde, artistas modernos<br />
como Klee, Miró e Picasso, desejando alcançar essa síntese, beberam na fonte dos “artistas primitivos”.<br />
Os desenhos feitos com tintas à base de sementes de urucum e suco de jenipapo, misturados a resinas perfumadas,<br />
representam de animais - jaguar, serpente, borboleta, peixe - a complexas composições. Esses padrões<br />
gráficos se apresentam em 21 modelos, cada qual com suas versões, chamados kusiwa (caminhos do risco).<br />
Desenham com pincéis de bambu.