Parte 2

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Sant’Ana Sant’Ana Sant’Ana do do do Livramento, Livramento, Livramento, 24 24 24 de de de abril abril abril de de de 2011 2011
2011
Cheia da graça
Não faz muito tempo que
Andréia Horta ficou conhecida
por seus trabalhos na
tevê. Apesar de ter feito
"JK", exibida pela Globo em
2006, e "Alta Estação", em
2007, na Record, foi com
a personagem Alice, da
série homônima do canal
por assinatura HBO, em
2008, que ela chamou
mais atenção. Tanto que,
dois anos depois, voltou
para a Globo, convidada
para viver a Rosângela,
em "A Cura". Agora, faz
sua primeira novela na
emissora na pele de Bartira,
em "Cordel Encantado".
"Me convidaram para
ter um contrato. Estou sendo
muito bem tratada.
Posso adiantar que o acordo
é por um bom tempo",
despista, bem-humorada.
Andréia tem grande
experiência em comédias
teatrais. E agora, na tevê,
volta a praticar o humor.
Afinal, na história, Bartira
protagoniza uma situação
que promete render, no
mínimo, muita confusão. A
personagem divide o marido,
Farid, de Mouhamed
Harfouch, com duas outras
mulheres: Neusa, de Heloísa
Perissé, e Penélope,
de Paula Burlamaqui. Só
que nenhuma sabe da
existência da outra. Mas
isso não significa que o núcleo
é responsável pelas
piadas da novela. "Os personagens
não são cômicos.
Eles estão inseridos
em uma história que por
si só é cômica", analisa
ela, que tenta encontrar o
tom a partir das indicações
do texto, escrito por Thelma
Guedes e Duca Rachid.
Na trama, Bartira é
a única mulher que tem filhos
com Farid: três no total.
Ele é um barbeiro itinerante
que quase não
para em casa. Mas, quando
chega, Bartira sempre
o recebe com muito amor
para dar. Apesar de fogo-
Em "Cordel Encantado", Andréia Horta extravasa lado sensual
e cômico na pele de Bartira
sa e muito sensual, ela é
uma mulher simples e generosa.
"A Bartira tem um
fogo extraordinário e muita
brasilidade. Usa decote
e dança de Sherazade
para ele", ressalta. Provavelmente,
esse "quadrado"
amoroso vai dar o que
falar. E Andréia acredita
que o público não poderá
ficar "em cima do muro":
terá de escolher para
quem torcer. "Ou as pessoas
vão querer que o próprio
Farid nunca seja pego
para continuar com as três
mulheres porque isso vai
ser engraçado", imagina.
"Ele entra em muitos apuros
por conta de uma não
saber da outra", completa.
Viver esta personagem
que está inserida em
uma trama de época é
quase uma transformação
para Andréia. Ainda mais
depois de interpretar um
papel contemporâneo
como a médica legista Rosângela,
em "A Cura".
Para a atriz, esse é um tipo
de trabalho que exige uma
construção mais minuciosa.
A começar, pelo cabelo,
que está comprido pela
primeira vez. "Meu cabelo
é curto. Nunca tive cabelão
na vida. Então, entro
em um outro universo",
surpreende-se. Depois,
vem o trabalho de voz,
que ganha um tom diferente
do usual. Principalmente
porque as referências
de sotaque são nordestinas.
Mas, diferentemente
de parte do elenco
da novela, Andreia não
teve aulas de prosódia. Encontrou
por si só a maneira
de falar. "Todo mundo
tem uma ideia unificada do
sotaque e ajudamos uns
aos outros", explica. O figurino
também é um aspecto
da caracterização
que a empolga. Ela veste
roupas com bordados e
saias com anáguas. "O
fato de construir um personagem
não cansa porque
você entra em um outro
lugar. Não fica aquela
coisa linear, de falar com
a mesma voz", constata.
A atriz não tem do
que reclamar, já que está
tendo a chance de contracenar
com artistas renomados,
como Osmar Pra-
do, Marcos Caruso e Genézio
de Barros, entre outros.
"Estou 'amarradona'.
Olho para o lado e vejo atores
que admiro, com que
me interesso em fazer trocas
artísticas. Sabe o que
é isso para uma atriz?", indaga,
animada. Desde que
deixou, há dez anos, sua
Juiz de Fora natal, em Mi-
nas Gerais, para viver da
interpretação, Andréia dedicou-se
à integralmente a
seus personagens na tevê
e no teatro. Mas não se
arrisca a analisar o impacto
de cada um deles em
sua trajetória profissional.
"Tem uma construção de
carreira ao longo desses
últimos anos. Acho que
cada vez vai ficando mais
sólido com trabalhos muito
bons e diferentes uns
dos outros. É isso que eu
busco", avisa ela, que prefere
se dedicar totalmente
à novela. "Não tenho
nenhum trabalho paralelo.
Às vezes, não dá tempo de
ter dois projetos simultaneamente",
pondera.