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Universidade do Extremo Sul Catarinense<br />
Cálculo I<br />
Texto 2<br />
É possível estar em dois lugares ao mesmo tempo?<br />
A idéia de função originou-se na resposta matemática a esta pergunta e se desenvolveu com os<br />
estudos do italiano Galileu Galilei, no final do século XVI, a respeito do movimento dos corpos. Em<br />
qualquer movimento, seja de uma bola jogada que cai, de um avião, de um animal no<br />
campo, ocorre uma relação especial entre dois conjuntos numéricos: de tempo e de espaço. A cada<br />
instante do primeiro conjunto vai corresponder uma, e somente uma posição de um determinado<br />
corpo em movimento. A partir desta idéia, o conceito de função foi sendo aplicado a todos os<br />
movimentos numéricos em que essa relação especial acontece.<br />
O conceito de função e a sua representação gráfica, é um dos mais importantes em Matemática e é ferramenta<br />
poderosa na modelagem de problemas. Na busca de entendimento de fenômenos dos mais variados, este conceito se faz<br />
presente.<br />
Veremos nesta Unidade:<br />
É possível estar em dois lugares ao mesmo tempo? ................... 16<br />
1. A matemática e os gráficos....................................................... 17<br />
2. Coordenadas.............................................................................. 17<br />
3. O que é uma função? ................................................................ 20<br />
4. Funções Reais de Variáveis Reais............................................ 24<br />
5. Domínio de Funções Reais: ...................................................... 25<br />
6. Representação gráfica de uma função: ................................... 27<br />
7. Operações com funções............................................................. 30<br />
9. Classificação de funções ........................................................... 32<br />
Para você refletir:
1. A matemática e os gráficos<br />
A matemática está mais presente no seu dia-a-dia, do que você pensa. Veja por exemplo, os<br />
gráficos. Já percebeu que eles são cada vez mais usados na comunicação. Podemos encontrá-los em<br />
vários tipos de publicações de estudo e trabalho, como as revistas, jornais, manuais de aparelhos<br />
diversos, etc., expressando diversos dados e situações do tipo: Relatório pesquisa, de desempenho<br />
em empresas, análises governamentais, pesquisas de opinião pública, balanços financeiros de<br />
instituições e outros. Por isso é tão importante saber interpretar um gráfico. Mas, afinal, o que são<br />
gráficos? De forma simplificada, podemos dizer que os gráficos são formas de apresentar diversas<br />
informações por meio de um desenho. Existem diversos tipos de gráfico. Vamos considerar uma<br />
situação-problema e representá-la em gráficos.<br />
Numa pesquisa eleitoral realizada pelo IPAT da <strong>Unesc</strong>, abrangendo os municípios da AMREC,<br />
perguntou-se as pessoas em quem votariam para governador nas próximas eleições. Foram<br />
apresentados quatro nomes, aqui indicados por: “Candidato A”, “candidato B”, “Candidato C” e<br />
“Candidato D”. Podemos visualizar o resultado dessa pesquisa nos gráficos abaixo:<br />
Gráfico 1: Gráfico de Barras - nesse tipo de gráfico, quanto mais alta a barra, maior é a quantidade<br />
de pessoas que ela está representando. Vemos que o “Candidato C” foi o mais votado. Percebemos<br />
que o “Candidato D” recebeu um número bastante reduzido de votos.<br />
Gráfico 2: Gráfico de Setores - nesse tipo de gráfico, quanto maior a fatia, maior é a quantidade de<br />
pessoas que ela está representando. Percebemos facilmente que os mais votados em ordem<br />
decrescente são os candidatos: C, B, A e D.<br />
50<br />
40<br />
30<br />
20<br />
10<br />
Leste<br />
0<br />
26,4<br />
Candidato Candidato Candidato Candidato<br />
A B C D<br />
Gráfico 1 Gráfico 2<br />
49,3<br />
3,9<br />
20,4<br />
Candidato A<br />
Candidato B<br />
Candidato C<br />
Candidato D<br />
Os dois modelos de gráficos apresentados não são únicos. Com os sistemas informatizados,<br />
podemos construir diversos modelos que expressam dados e situações. A parte da Matemática que<br />
trata da coleta, organização e análise de dados numéricos chama-se estatística. Na organização dos<br />
dados numéricos, a estatística usa tabelas, gráficos de vários tipos, porcentagens, médias e outros.<br />
Vamos conhecer um pouco sobre os gráficos cartesianos! Poderíamos dizer que vamos tratar um<br />
pouco da “visualização de relações entre números”.<br />
Para você refletir:<br />
2. COORDENADAS<br />
17
Quando precisamos localizar pontos sobre um plano, que pode ser um mapa ou um gráfico,<br />
utilizamos duas retas ortogonais – são retas numéricas que formam entre si um ângulo reto (ângulo<br />
de 90º). Essas retas são chamadas de eixos, e a unidade de medida utilizada para marcar os<br />
números, é a mesma para os dois eixos. Essas retas são desenhadas num plano denominado de<br />
plano cartesiano, também conhecido como sistema de coordenadas cartesianas ou sistema de<br />
coordenadas retangulares.<br />
Um pouco da história: O conceito de plano cartesiano foi introduzido no século XVII pelo<br />
matemático e filósofo francês René Descartes (1596-1650), para representar graficamente o par<br />
ordenado 1 (xo;yo).<br />
Descartes, inventou uma forma de visualizar números e relações entre eles, que ficou conhecido<br />
como plano cartesiano – um sistema de eixos coordenados. Consiste basicamente de dois eixos<br />
orientados que se interceptam perpendicularmente (segundo um ângulo reto), num ponto<br />
denominado de origem. O eixo horizontal é denominado eixo das abscissas ou eixo x e o eixo<br />
vertical é denominado eixo das ordenadas ou eixo y. Denominamos o ponto O de origem do plano<br />
cartesiano, sendo nulas a sua abscissa e a sua ordenada, ou seja, O (0,0).<br />
Com o plano cartesiano, Descartes criou a ferramenta visual para o que veio logo após: o cálculo<br />
diferencial e integral. O cálculo representou uma verdadeira revolução na matemática, do mesmo<br />
modo que foram revolucionárias as suas aplicações em outras ciências, a exemplo da física, da<br />
biologia e da astronomia e também em outras áreas, como na economia e até na psicologia.<br />
A representação geométrica das coordenadas no plano:<br />
O sistema cartesiano ortogonal é um sistema constituído por dois eixos (retas orientadas), x e y,<br />
perpendiculares entre si.<br />
O eixo x, em geral, é o eixo horizontal, é denominado eixo das abscissas e o eixo y, geralmente é o<br />
eixo vertical, é chamado eixo das ordenadas.<br />
Cada ponto P no plano tem associado a ele um par ordenado (x, y) de coordenadas, na qual x indica<br />
a sua abscissa e y indica a sua ordenada. Observe a figura abaixo:<br />
y<br />
y • P(x, y)<br />
x x<br />
ordenada do ponto P<br />
abscissa do ponto P<br />
Para construir o gráfico de uma função y = f(x), construímos uma tabela na qual atribuímos valores<br />
do domínio à variável x e obtemos y usando a expressão matemática que define a função e/ou<br />
1 Par ordenado é um conjunto ordenado de dois elementos, representado pelo símbolo (x;y) onde x e y são números<br />
reais, denominados respectivamente de abscissa e ordenada. Por exemplo: no par ordenado (6,-3) o número 6 é a<br />
abscissa e o número (-3) é a ordenada.<br />
18
elação. A cada par ordenado (x, y), obtido da tabela, no plano associamos um ponto. O gráfico da<br />
função y = f(x) é o conjunto de todos os pontos (x, y).<br />
No plano cartesiano, o eixo das abscissas (eixo x) representa o domínio e o eixo das ordenadas<br />
(eixo y) representa o contradomínio da função.<br />
Para determinar o domínio e o conjunto imagem de uma função através do gráfico, projeta-se o<br />
gráfico (a curva) sobre os eixos x e y, respectivamente.<br />
Note que:<br />
19<br />
O plano cartesiano pode ser subdividido em quatro regiões, que<br />
são denominadas quadrantes. Temos então o seguinte quadro<br />
resumo, representado abaixo:<br />
QUADRANTE ABCISSA ORDENADA PAR ORDENADO<br />
1º quadrante +x +y (+x,+y)<br />
2º quadrante -x +y (-x,+y)<br />
3º quadrante -x -y (-x,-y)<br />
4º quadrante +x -y (+x,-y)<br />
Representação dos pares ordenados no plano cartesiano:<br />
Para determinarmos um ponto P associado ao par ordenado (3,4), por exemplo, projetamos uma reta<br />
paralela (pontilhada) ao eixo y, passando por x em 3 e projetamos uma reta paralela a x, passando<br />
por y em 4. O ponto de encontro das projeções é o ponto P procurado. Veja na figura abaixo:<br />
y<br />
4 P (3,4)<br />
0 3 x<br />
Cada par ordenado representa um ponto P no plano cartesiano.<br />
Atividade 1: Represente no plano cartesiano os seguintes pares ordenados:<br />
1 1<br />
A ( -1, 2 ), B ( 6, 7), C ( 6,-5), D ( 0,0), E ( 0,-5), F ( 4, 0), G ( , 5 ), H ( 4 , -3 ), ( , 49 )<br />
2<br />
3
Para você refletir:<br />
3. O que é uma função?<br />
Um exemplo tirado do futebol: Talvez você já tenha ouvido um comentarista analisar um determinado chute ao gol,<br />
durante uma partida de futebol e dizer que: “A velocidade da bola era de aproximadamente 90 km/h, quando foi<br />
espalmada pelo goleiro”. O que isso significa? Como se faz essa estimativa de velocidade 2 ? Para responder a esta e<br />
outras perguntas, utilizamos funções.<br />
O conceito de função: Uma função é uma relação entre duas variáveis x e y. O conjunto de<br />
valores para x é determinado, e a cada valor x está associado um e somente um valor para y.<br />
A relação é expressa por y = f(x).<br />
O conjunto de valores de x é dito domínio da função.<br />
As variáveis x e y são ditas, respectivamente, independente e dependente.<br />
Assim, dados dois conjuntos quaisquer A e B, não vazios, chama-se função (ou aplicação) de A em<br />
B, representada por f : A → B, (lê-se : f de A em B) ou por f: x → y (f que leva x a y) a qualquer<br />
relação binária 3 que se estabelece entre A e B de tal modo que para todo elemento de A está<br />
associado um único elemento em B.<br />
Esta relação e/ou lei especial é denominada função. Se nomearmos os elementos do conjunto A por<br />
x e os elementos do conjunto B por y temos que:<br />
f é uma função se, e somente se, para ∀ x ∈ A temos em correspondência um único y ∈ B.<br />
O elemento y é chamado de imagem de x pela função f, e denota-se y = f(x).<br />
Em toda função f: A →B, o conjunto A é o domínio e, o conjunto B é o contradomínio da<br />
função. Indica-se: domínio de f = D(f) = A; contradomínio de f = CD(f) = B e conjunto<br />
imagem de f = Im(f) ou I(f) ⊂ B.<br />
2 Provavelmente, a estimativa do comentarista foi calculada com um programa de computador da seguinte forma: pelo<br />
vídeo do chute, é anotado o instante em que o pé do jogador toca a bola e a posição em que ele está no campo; é<br />
anotado também o instante em que o goleiro espalma a bola e a posição do goleiro. Assim, se obtém a distância que a<br />
bola percorreu e o tempo que levou para isso. O que é a velocidade da bola, então? Se, para simplificar, não<br />
considerarmos que o atrito do ar diminui a velocidade da bola e considerarmos que a velocidade da bola é constante ao<br />
longo de toda sua trajetória então podemos definir que “Velocidade é a distância percorrida dividida pelo tempo de<br />
espaço e Δ x<br />
percurso”. Em linguagem matemática temos: Velocidade = ou v = = . Em nosso problema, foi dito<br />
tempo t Δt<br />
que a velocidade da bola equivalia a 90 Km/h que vamos transformar em metros por segundos pois as medidas de um<br />
campo de futebol são em metros e cada chute acontece em frações de segundos. Assim, voltando a linguagem<br />
matemática, temos:<br />
1. Convertendo grandezas: 1 km = 1000 metros; 1 hora = 60 minutos e 1 minuto = 60 segundos.<br />
2. Aplicando a fórmula da velocidade:<br />
e Δ x 90x1000m<br />
90.<br />
000m<br />
m<br />
V= = =<br />
=<br />
= 25 . Isto quer dizer que a bola percorre 25 metros a cada segundo. E,<br />
t Δt<br />
60x60seg<br />
3.<br />
600seg<br />
s<br />
percorre 50 metros a cada 2 segundos, 75 metros a cada 3 segundos, etc. As relações entre os números que indicam<br />
espaço (metros) e tempo (segundo) forma uma função que pode ser representada por e = 25 t.<br />
3<br />
Dados dois conjuntos A e B, definimos como uma relação A em B qualquer subconjunto de A x B, isto é, se ℜ é uma<br />
relação de A em B então ℜ ⊂ A x B.<br />
20
Portanto, para que uma relação de A em B seja uma função, é necessário que a cada elemento x ∈<br />
A esteja associado um único elemento y ∈ B, podendo entretanto existir elemento y ∈ B que não<br />
esteja associado a nenhum elemento pertencente ao conjunto A. Observe a representação no<br />
diagrama:<br />
x y<br />
A y = f(x) B<br />
A = Domínio da função f<br />
B = Contradomínio da função f<br />
Note que, a notação y = f(x), indica que y é imagem de x pela função f, ou seja: y está associado a x<br />
através da função f.<br />
Mostrando no diagrama de Venn, relações que são funções e relações que não são funções:<br />
Exemplos de função: Contra-exemplos de função:<br />
1. A B<br />
a•<br />
b•<br />
c•<br />
d•<br />
⇒ Esta relação e/ou associação é função.<br />
2. A B<br />
a•<br />
b•<br />
c•<br />
d•<br />
⇒ É função.<br />
3. A B<br />
a•<br />
b•<br />
c•<br />
d•<br />
•1<br />
•2<br />
•3<br />
•4<br />
•2<br />
•3<br />
•4<br />
1<br />
•2<br />
3<br />
4<br />
1. A B<br />
Esta associação não é função, pois o elemento b de<br />
A (b ∈ A) tem dois correspondentes no conjunto<br />
B, que são os elementos 1 e 2.<br />
2. A B<br />
Esta associação, também, não é função em A, visto<br />
que o elemento a ∈ A não tem correspondente no<br />
conjunto B.<br />
⇒ É função.<br />
• Analisando os exemplos acima, podemos observar que nas relações e/ou associações definidas<br />
como funções, cada elemento de A tem um único correspondente em B, ou seja, cada elemento<br />
de A está associado a um único elemento de B.<br />
• Visualizando no diagrama de Venn, para ser função, de cada elemento de A deve partir apenas<br />
uma única flecha.<br />
b•<br />
c•<br />
d•<br />
a<br />
b•<br />
c•<br />
d•<br />
•1<br />
•2<br />
•3<br />
•4<br />
• 2<br />
• 3<br />
• 4<br />
21
• O domínio, contradomínio e o conjunto imagem das funções 1, 2 e 3 são:<br />
(1) D(f) = A, CD(f) = B e Im(f) = {1, 2, 3, 4}.<br />
(2) D(f) = A, CD(f) = B e Im(f) = {2, 3, 4}.<br />
(3) D(f) = A, CD(f) = B e Im(f) = {2}<br />
Observe que: Numa função f: A → B, o conjunto A é chamado domínio da função (D), o conjunto<br />
B é denominado contradomínio (CD) e o conjunto formado pelos correspondentes de A em B é o<br />
conjunto imagem (Im) da função.<br />
A variável x é denominada variável independente e pertence ao conjunto A. A variável y, que<br />
pertence ao conjunto B é chamada variável dependente.<br />
Note que: Uma função f está definida quando são dados seu domínio, seu contradomínio<br />
e a lei de associação y = f(x).<br />
Exemplo 1: Considerando um conjunto A = { 1, 2, 3 } e B = {1, 3, 5, 7, 9, 11}. Se estabelecermos<br />
uma relação entre A e B de tal forma que para ∀ x ∈ A temos em correspondência um<br />
y ∈ B tal que y = 2x + 1, temos uma função f(x) = 2x +1<br />
1<br />
2<br />
3<br />
1<br />
3<br />
5<br />
7<br />
9 11<br />
Conjunto Domínio:<br />
Conjunto Imagem:<br />
Contra-Domínio:<br />
A = {1,2,3}<br />
{3,5,7}<br />
B = {1,3,5,7,9,11}<br />
Dizemos que:<br />
3 é a imagem de 1 pois f (1) = 2 · 1 + 1 = 2 + 1 = 3;<br />
5 é a imagem de 2 pois f (2) = 2 · 2 + 1 = 4 + 1 = 5;<br />
7 é a imagem de 3 pois f (3) = 2 · 3 + 1 = 6 + 1 = 7.<br />
Note que, a expressão algébrica de uma função permite que, ao substituir a variável x por um<br />
número do domínio, obtenha-se a sua imagem f (x).<br />
Exemplo 2: Dados os conjuntos A = {-1, 0 ,1, 2} e B = {1, 2, 3, 4}.<br />
Seja a relação dada por y = x + 1, com x ∈ A e y ∈ B.<br />
A B<br />
x ∈ A y ∈ B<br />
-1<br />
• 1<br />
-1 0<br />
0•<br />
• 2<br />
0 1<br />
1•<br />
• 3<br />
1 2<br />
2•<br />
• 4<br />
2 3<br />
Este exemplo não expressa uma função de A em B, pois o elemento (–1) ∈ A e, não tem<br />
correspondente em B.<br />
Exemplo 3: Dados os conjuntos A = {-2, -1 ,1, 3}, B = {-1, 1, 3, 4, 5} e seja:<br />
f: A → B dada por f = {(x, y) ∈ A x B⎪ y = -x + 2}.<br />
22
x ∈ A y ∈ B<br />
-2 4<br />
-1 3<br />
1 1<br />
3 -1<br />
A B<br />
Este exemplo expressa uma função de A em B, pois cada elemento de A tem um único<br />
correspondente em B.<br />
O domínio de f é: D(f) = A = {-2, -1, 1, 3}.<br />
O contradomínio de f é o conjunto B.<br />
O conjunto imagem de f: Im(f) = {-1, 1, 3, 4}.<br />
Exemplo 4: Sendo A = {-3, 0, 1, 4, 5}, B = IN e f: A → B definida por:<br />
f = {(x, y) ∈ A x B⎪ y = x 2 + 2}.<br />
x ∈ A y ∈ B<br />
-3 11<br />
0 2<br />
1 3<br />
4 18<br />
-2 •<br />
-1•<br />
1•<br />
3•<br />
-3 •<br />
0•<br />
1•<br />
4•<br />
Este exemplo expressa uma função de A em B, pois cada elemento de A tem um único<br />
correspondente em B.<br />
O domínio de f é: D(f) = A = {-3, 0, 1, 4, 5}.<br />
O contradomínio de f é o conjunto IN.<br />
O conjunto imagem de f: Im(f) = {2, 3, 11, 18, 27}.<br />
Exemplo 5: Um atleta que corre 8 metros por segundo, tem o seu movimento representado<br />
algebricamente por f (x) = 8x. Assim, pode-se prever o percurso a ser percorrido em relação ao<br />
tempo. Vejamos:<br />
• Após 2 segundos (x=2) sua posição deve corresponder à f (2)=8.2=16 metros.<br />
• Após 4 segundos (x=4) sua posição deve corresponder à f (4) = 8.4 = 32 m.<br />
• Após 10 segundos (x=10) sua posição deve corresponder à f (10)=8.10=80 m.<br />
x f(x) = 8x<br />
2 f(2)=8.2=16<br />
4 f(4)=8.4=32<br />
10 f(10)=8.10=80<br />
…. ………..<br />
Algebricamente, podemos representar esta função dessa forma: f(x) = 8x. Mas, existem outras<br />
formas de representar a mesma função, que são:<br />
F(x) = 8x ou f(x) = 8x y = 8x F : A → B x → 8x<br />
•-1<br />
• 1<br />
• 3<br />
• 4<br />
•5<br />
•18<br />
• 3<br />
• 2<br />
• 11<br />
23
Veja mais:<br />
Atividade 1<br />
Atividade 2<br />
Problemas<br />
Situações concretas: Exemplos de experimentos com materiais concretos, onde<br />
aparecem relações funcionais entre as variáveis envolvidas. Estas atividades<br />
objetivam facilitar a compreensão do conceito de função. Na maioria das<br />
situações do cotidiano a função envolvida é do tipo f(x) = ax + b com a e b<br />
constantes, porém, aqui apresentaremos também funções não-lineares.<br />
(criar link para as atividades e os problemas – estão no arquivo com o nome de TC2a, TC2b e TC2c).<br />
Exemplo 7: Seja f: IR → IR definida pela lei y = f(x) = x 3 – 1. Calcule f(-1) + f(1) – f(0).<br />
Resolução: Sabemos que o domínio de f ou seja D(f) = IR. Calcular f(-1) significa achar<br />
a imagem de f quando o domínio é igual a (-1) ou seja quando x = -1. Assim, para<br />
calcular f(-1) devemos substituir a variável x na lei pelo seu valor (–1). Veja:<br />
• Se f(x) = x 3 – 1 então f(-1) = (-1) 3 – 1 = -2. Portanto, (-2) é imagem de (-1) pela<br />
função f.<br />
Para calcular f(1) e f(0) deve-se proceder de forma análoga ao calculo de f(-1). Então:<br />
f(-1) = (-1) 3 – 1 = -2<br />
f(1) = 1 3 – 1 = 0<br />
f(0) = 0 3 – 1 = -1<br />
Lembre-se que:<br />
Então f ( −1) + f ( 1)<br />
− f ( 0)<br />
= −2<br />
+ 0 − ( −1)<br />
= −2<br />
+ 1 = −1<br />
Para definir uma função, necessitamos de dois conjuntos (Domínio e Contradomínio) e de uma<br />
fórmula ou uma lei que relacione cada elemento do domínio a um e somente um elemento do<br />
contradomínio.<br />
Em diversos momentos de nosso cotidiano, usamos o conceito de função. Para estabelecermos<br />
algumas relações, é bom saber os tipos de variáveis que existem: se são discretas e/ou contínuas.<br />
A variável discreta é a que assume valores num subconjunto dos números naturais. E uma variável<br />
contínua é a que assume valores num subconjunto dos números reais.<br />
4. Funções Reais de Variáveis Reais<br />
Uma função f é uma função real de variável real quando o seu domínio e contradomínio são<br />
formados pelo conjunto dos números reais (IR), ou seja, D(f) ∈ IR e CD(f) ∈ IR. Indica-se:<br />
f : IR → IR<br />
Assim, uma função f: IR → IR é denominada função de variável real. Na prática, toda função real<br />
de variável real é indicada apenas pela lei y = f(x) que a define. O contradomínio é o sub-conjunto<br />
dos números reais, ou seja, CD(f) = IR.<br />
Assim, por exemplo, para a função definida por y = 1/x, temos como contradomínio CD(f) = IR e<br />
como domínio, D(f) = IR * , ou seja o conjunto dos reais diferentes de zero (lembre-se que não existe<br />
divisão por zero) , e o seu conjunto imagem é também IR * , já que se y = 1/x, então x = 1/y e<br />
portanto y também não pode ser zero.<br />
24
Exemplos complementares:<br />
Consideremos as quatro funções reais de variáveis reais:<br />
1) f(x) = x – 1/3; 2) f(x) = x 2 – 4x + 4; 3) y = -x; 4) x → 4x 2 – 7<br />
As quatro funções têm domínio e contradomínio iguais, ou seja: D(f) = CD(f) = IR. O<br />
conjunto imagem das funções 1, 3, e 4 também é o conjunto dos reais, ou seja Im (f) =<br />
IR. Na função 2, a Im(f) está contida no conjunto dos números reais, ou seja Im(f) = {x<br />
∈ IR ⏐ x ≥ -4}, conforme veremos ao estudar a função quadrática.<br />
Lembre-se que: para existir uma função, todo valor atribuído a variável x do domínio tem que<br />
possuir uma imagem y no contradomínio e, esta imagem é única.<br />
5. Domínio de Funções Reais:<br />
Podemos estabelecer quais os valores reais possíveis para x, que representam o domínio a partir de<br />
funções definidas.<br />
Existem funções nas quais nem todos os números reais têm uma imagem real pela função. Nesse<br />
caso, o seu domínio não é mais o conjunto dos números reais (IR) mas, é um subconjunto A de IR<br />
formado por números que têm imagem real. Indicamos a função como:<br />
f : A → IR, para A ⊂ IR<br />
2<br />
x − 2x<br />
+ 5<br />
Exemplo1: Considere uma função real, definida por f(x) =<br />
x −1<br />
Observe que, para x = 1 a função não tem imagem, pois o denominador de uma fração<br />
1 21·<br />
5<br />
não pode ser zero ou seja: f (1) =<br />
1 1<br />
2<br />
− + 1 − 2 + 5 4 4<br />
= = (não existe solução ).<br />
− 0 0<br />
Fique atento: Neste exemplo, o domínio da função não é mais o conjunto dos números reais<br />
(IR) mas, é um subconjunto A de IR formado por números que têm imagem real. Assim, a função<br />
f(x) tem como Domínio o conjunto dos números reais diferentes de 1.<br />
Em linguagem matemática D(f) = A = {x ∈ IR ⏐x ≠1} ⊂ IR ou A = IR – {1}.<br />
Vamos conhecer os casos mais comuns de problemas de domínio de funções:<br />
Caso 1 Caso 2 Caso 3<br />
r(<br />
x)<br />
f (x) = ⇒ d (x) ≠ 0;<br />
d(<br />
x)<br />
f (x) = par<br />
r ( x)<br />
⇒ r (x) ≥ 0;<br />
r(<br />
x)<br />
f (x) = ⇒ d (x) > 0;<br />
par<br />
d(<br />
x)<br />
Exemplos x<br />
f (x) = ⇒ ⇒ 2x-3≠ 0 f (x) =<br />
2x − 3<br />
4 2 x −1<br />
⇒ x 2 - 1 ≥ 0 f (x) =<br />
2<br />
5x<br />
⇒ -x+3 > 0<br />
− x + 3<br />
Domínio D(f) = {x ∈ IR ⏐ x ≠ 3/2} D(f) ={x∈IR ⏐x ≤ -1ou x ≥ 1} D(f) = {x ∈ IR ⏐ x < 3}<br />
4 4<br />
Porque não existe f(1)? Vejamos: Se f(1) = então 0· f(1) = 4. Esta igualdade não é verdadeira pois não existe<br />
0<br />
número que multiplicado por zero resulta em 4.<br />
25
Exemplos Complementares:: Determinar o domínio das seguintes funções:<br />
a) f(x) =<br />
−1<br />
x + 2<br />
b) g(x) = 3x − 6 .<br />
c) g(x) =<br />
d) h(x) =<br />
− 2x<br />
− 8<br />
x + 3<br />
1<br />
2<br />
x −<br />
4<br />
Resolvendo: Como divisão por 0 (zero) não existe, o denominador tem<br />
que ser diferente de 0 (zero). Então: x + 2 ≠ 0 ⇒ x ≠ -2. Portanto: D(f) =<br />
{x ∈ IR⏐ x ≠ -2}. Também podemos representar por D(f)= IR – {-2} ou<br />
também por D(f)= (-∞, +∞) – {-2}.<br />
Resolvendo: A raiz quadrada de número negativo não existe no campo<br />
dos Reais, somente no campo dos números complexos. Como estamos<br />
trabalhando com domínio real, então, por exemplo, − 4 ∉ IR. Logo, o<br />
radicando da raiz que é (3x-6) deve ser maior ou igual a zero. Assim,<br />
fazemos:<br />
3x – 6 ≥ 0 ⇒ x ≥ 2. Portanto: D(g) = {x ∈ IR⏐ x ≥ 2} = [2, +∞).<br />
Resolvendo: Como visto anteriormente, devemos ter:<br />
-2x – 8 ≥ 0 ⇒ x ≤ -4 condição (1)<br />
x + 3 ≠ 0 ⇒ x ≠ -3 condição (2)<br />
A solução final, deve satisfazer as duas condições. Assim, D(g) = (-∞, -<br />
4] = {x ∈ IR⏐ x ≤ -4}<br />
Resolvendo: Temos duas condições: (x 2 – 4) ≠ 0 e (x 2 – 4) ≥ 0. Para<br />
satisfazer as duas condições, devemos ter: x 2 ⎧x<br />
> 2<br />
– 4 > 0 ⇔ ⎨ . Então,<br />
⎩x<br />
< −2<br />
o D(h)={x∈IR⏐x2} = (-∞, -2[ U ]2, +∞) .<br />
e) f(x) = x 5 – 2x 3 + 2 Resolvendo: Como nesta expressão qualquer operação é válida com os<br />
números reais, temos que D(f) = IR.= (-∞, +∞).<br />
Observe que: Em todos os exemplos o contradomínio é o conjunto IR.<br />
Tente você:<br />
Atividade 2: Procure estabelecer quais os valores reais possíveis para x, que representam o domínio<br />
das funções abaixo:<br />
x −1<br />
a) f ( x)<br />
=<br />
b) y = 15<br />
1<br />
c) y =<br />
d) f (x) =<br />
2x<br />
− 5<br />
6x<br />
+ 1<br />
x<br />
5<br />
− x<br />
+ 7<br />
26
6. Representação gráfica de uma função:<br />
Para compreender a representação gráfica de uma função, vejamos alguns exemplos:<br />
Um eletrocardiograma é um registro gráfico de tipos de batimentos<br />
cardíacos (y) num certo intervalo de tempo (x). A partir deste<br />
registro o médico pode avaliar o estado do coração de seu paciente,<br />
podendo diagnosticar eventuais doenças.<br />
27<br />
Um sismógrafo é um aparelho que registra<br />
flutuações da crosta terrestre (y) no decorrer do<br />
tempo (x). Este registro tem representação<br />
gráfica a partir da qual os especialistas podem<br />
prever perturbações como terremotos ou<br />
maremotos e suas intensidades.<br />
Os exemplos acima, são representações gráficas de situações-problema que mostram uma relação entre duas variáveis.<br />
A cada ponto do gráfico estão associados dois números.<br />
Na linguagem matemática, as funções, normalmente são representadas graficamente a partir de<br />
sentenças definidas. Assim, dada uma função f : A → B definida por y=f(x), podemos representar<br />
os pares ordenados (x,y)∈ f onde x∈A e y∈B, num sistema de coordenadas cartesianas.<br />
A relação entre as variáveis x e y tem uma representação, de grande apelo visual, que evidencia<br />
propriedades da função. Evidencia, por exemplo se as variáveis estão em relação crescente (isto é,<br />
aumento em x corresponde a aumento em y) ou se a variação de y é maior ou menor que a variação<br />
de x, etc. Esta representação é o gráfico da função.<br />
6.1- O conceito do gráfico de uma função:<br />
Dada uma função y = f(x).<br />
Consideramos no plano de sistema de coordenadas<br />
cartesianas, o conjunto de pontos (x,y).<br />
Este conjunto é denominado gráfico da função f.<br />
Veja, na figura ao lado, definida por f(x) = - x + 2:<br />
Vamos considerar dois exemplos:<br />
(a) f : IR → IR definida por f(x) = x + 1.<br />
(b) f : IR → IR definida por f(x) = x 3 .<br />
Essas funções podem ser representadas na forma de gráficos, num sistema de coordenadas<br />
cartesianas 5 . Observe os gráficos destas funções:<br />
5 Lembre-se que: O sistema de coordenadas é formado por dois eixos, perpendiculares entre si: o eixo da variável<br />
independente x (eixo das abscissas) e o eixo da variável dependente y (eixo das ordenadas). A origem do sistema ou o<br />
ponto de interseção entre os eixos x e y é o par ordenado (0,0).
f : IR → IR definida por f(x) = x + 1 f : IR → IR definida por f(x) = x 3<br />
Veja mais exemplos:<br />
f : IR* → IR definida por f(x) = 1<br />
x<br />
f : IR → IR. É uma função real de variável real<br />
Note que: No gráfico cartesiano de uma função f, podemos dizer que:<br />
a) a projeção da curva sobre o eixo dos x, nos dá o domínio da função.<br />
b) a projeção da curva sobre o eixo dos y, nos dá o conjunto imagem da função.<br />
c) toda reta vertical que passa por um ponto do domínio da função, intercepta o gráfico da<br />
função num único ponto.<br />
Isto significa que: Para cada valor atribuído a x do Domínio, existirá uma única imagem y.<br />
A interpretação de gráficos é muito importante para a compreensão do conceito de função. Para<br />
você saber mais sobre isso, consulte os textos complementares e os livros indicados na Bibliografia.<br />
Exemplos complementares:<br />
(a) Construir o gráfico de f: IR → IR, dada por f(x) = -2x + 1.<br />
• Neste caso, o domínio da função é o conjunto de todos os números reais, isto é: D(f) = IR. Para<br />
construir a tabela devemos escolher alguns valores para a variável x.<br />
x y<br />
2 -3<br />
1 -1<br />
0 1<br />
-1 3<br />
Representando f no plano:<br />
Devemos localizar os pontos<br />
(2,-3); (1,-1); (0,1); (-1,3) e (-2,5) no<br />
plano e ligá-los ⇒<br />
28
-2 5<br />
Im(f) = IR.<br />
(b) Construir o gráfico de f(x) = x 2 .<br />
• O domínio da função é o conjunto de todos os números reais, isto é: D(f) = IR. Para construir a<br />
tabela devemos escolher alguns valores para a variável x.<br />
• Construindo a tabela e representando a função no plano cartesiano:<br />
X y<br />
-2 4<br />
-1 1<br />
0 0<br />
1 1<br />
2 4<br />
Colocar os pontos cujos pares ordenados<br />
são (-2, 4); (-1, 1); (0, 0); (1, 1) e (2, 4) e<br />
construir a figura ligando-os ⇒<br />
Im(f) = [0, +∞)<br />
⎧x,<br />
se(<br />
x)<br />
≥ 2<br />
(c) Construa o gráfico de f(x) = ⎨<br />
⎩1,<br />
se(<br />
x)<br />
< 2<br />
Como a função é definida por duas sentenças, devemos construir uma tabela para cada.<br />
Para x ≥ 2: Para x < 2: A representação gráfica:<br />
X y<br />
x y<br />
2 2 1,999.. 1<br />
3 3 0 1<br />
4 4 -1 1<br />
Im(f) = {1}∪ [2, +∞).<br />
Os pontos extremos das semi-retas que representam as funções, (2, 2) e (2,1) devem caracterizar os<br />
intervalos: fechado (para a sentença x≥ 2) e aberto (para a sentença x
Não é função É função É função<br />
Fig a Fig b Fig c<br />
O gráfico da Fig (a), definido por várias sentenças, não representa uma função pois as retas verticais<br />
cortam o gráfico em mais de um ponto.<br />
Os gráficos das Fig (b) e (c) representa funções, já que a reta vertical corta o gráfico em, apenas, um<br />
ponto. Os gráficos representam uma função modular (Fig b) e uma função definida por várias<br />
sentenças (Fig c).<br />
6.2- Os zeros ou raízes de uma função:<br />
Os zeros ou raízes da função são os valores de x ∈ D(f) tal que f(x) = 0 ou, são os valores<br />
numéricos do domínio, cuja imagem é zero.<br />
No gráfico, as raízes são as abscissas dos pontos onde o gráfico (a curva ou a reta) corta o<br />
eixo x.<br />
Exemplo 1: Determine a raiz de<br />
f(x) = 2x -6.<br />
Fazendo:<br />
f(x)=0, temos: 2x-6=0 ⇒ x=3.<br />
Portanto, a raiz de f(x) = 2x-6 é 3.<br />
Logo, o gráfico dessa função<br />
cortará o eixo x em x=3.<br />
7. Operações com funções<br />
Podemos realizar determinadas operações com as funções, de forma similar a várias operações que<br />
fazemos com os números (adição, subtração ou multiplicação). Assim, dadas as funções f e g, o<br />
número real k, podemos definir a soma (f + g), a diferença (f – g), o produto (f.g) e o quociente (f/g)<br />
da seguinte forma:<br />
30
(i) Adição/subtração de funções: f(x) ± g(x) = (f ± g )(x)<br />
(ii)<br />
Multiplicação de uma função por um número real k: (k) f(x) =(kf) (x) = k.f(x).<br />
Vamos verificar as operações com o uso de exemplos:.<br />
Exemplo 1: Se f(x)=-x+2 e g(x)= 2<br />
2 +<br />
x<br />
, qual a função que representa f+g?<br />
Para resolver esse exemplo, somamos membro a membro e obtemos como resposta<br />
(f+g) (x) = - 4<br />
2 +<br />
x<br />
.<br />
Observe o desenvolvimento do exemplo:<br />
Resolução: f(x) + g (x) = (f + g) (x) = (-x + 2) + ( 2<br />
2 +<br />
x<br />
31<br />
) = (-1 +1/2)x + (2+ 2) = - 4<br />
2 +<br />
x<br />
.<br />
Assim, a função (f+g) (x) = - 4<br />
2 +<br />
x<br />
.<br />
Você pode comprovar o resultado, para um valor determinado de x, substituindo na<br />
função encontrada :<br />
Se x = 1, então f(1) = - 1 + 2 = 1 e g(1) = ½ + 2 = 5/2.<br />
f(1) + g (1) = (1) + (5/2) = 7/2 = (- ½) + (4) = (f+g)(1).<br />
Exemplo 2: Se f(x) = 2x + 2 e g (x) = -x-1 para fazer f+g, somamos membro a membro e<br />
obtemos f(x) + g (x) = x+1.<br />
Resolução: f(x) + g (x) = (f + g) (x) = (2x + 2) + (-x-1) = x+1.<br />
, quais as funções de:<br />
a) = f(x) + g(x) = (x 2 +2x-1) + (x+1) = x 2 +2x-1+x+1 = x 2 +3x<br />
(f+g)(x)<br />
b) (f-g)(x)<br />
= f(x) - g(x) = (x 2 +2x-1) - (x+1) = x 2 +2x-1-x-1 = x 2 +x-2<br />
c) Como (g+f)(x) = (f+g)(x) = x 2 D(g+f)<br />
+3x, temos D(g+f) = IR.<br />
Exemplo 4: Se f(x) = -5x + 2 e k = -2, qual a expressão que representa k.f(x).<br />
Nesse caso, o produto k . f(x) é uma nova função, em que para cada valor de x<br />
corresponde k vezes o valor de f(x).<br />
Assim, para f(x) = -5x + 2 e k = -2, a nova função é o produto (-2) f(x) em que cada<br />
valor de x corresponde a (-2) vezes o valor por f, ou seja: -2 (f (x)) = -2(-5x+2) = 10 x –<br />
4.<br />
Comprovando o resultado:<br />
Se x = 1, então f(1) = - 5.1 + 2 = -3<br />
-2. f(1) = 10. 1 – 4 = 6 = -2 . (-3) = -2 . f (1)<br />
8. Função composta e/ou Composição de funções:
A composição de uma função f com outra função g resulta na definição de uma terceira função,<br />
uma nova função que vamos representar por g o f e que definimos da seguinte maneira:<br />
(g o f) (x) = g [f (x)]<br />
Conceituando: Se considerarmos os conjuntos A, B e C e as funções f e g, com f:A→B e g:B→C<br />
temos: A função f associa os elementos de A com B e g associa os elementos de B com C.<br />
Assim, podemos definir uma terceira função h de A em C, denominada função composta de g<br />
com f e indicada por g(f(x)) (que se lê g composta com f) ou gof(x) (que se lê g de f de x).<br />
Exemplo 1: Para f(x) = -5x + 2 e g (x) = x 2 - 4x + 5.<br />
(g o f) (x) = g[f (x)] =g[-5x+2] = (-5x + 2) 2 – 4(-5x +2) + 5.<br />
(g o f) (x) = g [f (x)] = (25 x 2 – 20 x + 4) + (20 x – 8) + 5.<br />
(g o f) (x) = g [f (x)] = 25 x 2 + 1.<br />
Graficamente, temos:<br />
(g o f) (x) = g (f(x)) = 25x 2 + 1<br />
Mas, atenção: se mudarmos os termos para (fog), vamos obter um resultado diferente. Vejamos:<br />
(f o g) (x) = f [g (x)] = f [x 2 - 4x + 5] = -5 (x 2 - 4x + 5) + 2 = -5x 2 + 20x - 23.<br />
Exemplo 2: Dadas as funções f(x) = x + 2 e g(x) = -2x + 1, calcular gof(x) e fog(x).<br />
Resolução:<br />
(a) f o g(x) = f(g(x)) = f(-2x + 1) = -2x + 1 + 2 = -2x + 3.<br />
(b) g o f(x) = g(f(x)) = g(x + 2) = -2(x + 2) + 1 = -2x – 3.<br />
Observe que f o g(x) ≠ g o f(x)<br />
9. Classificação de funções<br />
9.1 As funções simétricas: par, ímpar e sem paridade<br />
As funções simétricas podem ser classificadas, numa forma particular, a partir de suas<br />
representações gráficas. São as funções pares e ímpares:<br />
32
Uma função f(x)=y é classificada como função par quando, graficamente, f(x) é simétrica em<br />
relação ao eixo das ordenadas (eixo dos y) ou seja: para x ∈ D(f), temos f(x) = f(-x) ou f(-x) = f(x).<br />
Uma função f(x)=y é classificada como função ímpar quando, graficamente, f(x) é simétrica em<br />
relação ao centro do sistema cartesiano (0,0) ou seja: f(-x) = [- f(x)].<br />
Exemplos:<br />
a) f(x) = x 2 - 1 é uma função par, pois f(-x) = (-x) 2 -1 = x 2 - 1 = f(x) . Note que, para valores<br />
simétricos do domínio, obtemos a mesma imagem. Considerando x = -4 e o seu simétrico, x = 4,<br />
por exemplo, obtemos a mesma imagem y = 15 → f(-4) = (-4) 2 -1 = 16 -1 = 15 = f(4) = (4) 2 -1 .<br />
b) f(x) = x 3 é uma função ímpar, pois f(-x) = (-x) 3 = - x 3 = -( x 3 )= [- f(x)] . Note que, para<br />
valores simétricos do domínio, obtemos valores também simétricos. Considerando x = -4 e o seu<br />
simétrico, x = 4, por exemplo, obtemos imagens simétricas para y: → f(-4) = (-4) 3 = (-64) que é<br />
simétrico a (64) = f(4)= (4) 3 = - f(-4).<br />
c) f(x) = cos x é uma função par, pois f(-x) = cos (-x) = cos (x) = f(x).<br />
d) f(x) = sen x é uma função ímpar, pois f(-x) = sen (-x) = - sen (x) = - f(x).<br />
e) A função f(x)=x 2 + 2 é par pois f(-x)=(-x) 2 + 2 = x 2 + 2 = f( x). Como f(x) = f(-x) a função é par.<br />
f) A função f(x) = x 3 + x é ímpar pois f(-x) = (-x) 3 + (-x) = – x 3 – x = -(x 3 + x). Logo f(x) = -f(-x).<br />
Então f(x) = x 3 + x é ímpar.<br />
33
Analisando graficamente:<br />
Funções pares: Note que os gráficos das funções pares são simétricos em relação ao eixo y<br />
ou seja: f(x) = f(-x).<br />
f(x) = IxI (função modular)<br />
Funções ímpares (exemplos)<br />
f(x) = x 3<br />
f(x) = cos x (função trigonométrica)<br />
f(x) = sen x (função trigonométrica)<br />
f(x) = x 2 – 1 (função quadrática)<br />
f(x) =<br />
O gráfico de uma função ímpar é simétrico em relação a origem O (0,0) do sistema.<br />
1<br />
5<br />
x<br />
34
Nota: se uma função y = f(x) não é par nem ímpar, dizemos que ela não possui paridade.<br />
Exemplo:<br />
O gráfico ao lado, representa uma função que não possui<br />
paridade, pois a curva não é simétrica em relação ao eixo<br />
dos x e, não é simétrica em relação à origem.<br />
9.2 Função Crescente e Função Decrescente<br />
Uma função y = f(x) é dita crescente num intervalo I ⊂ D(f) se, e somente se, para quaisquer x1 e<br />
x2 pertencentes a I, ocorrer:<br />
x2 > x1 ⇒ f(x2) > f(x1)<br />
Exemplo: Construir o gráfico de f: IR → IR, dada por f(x) = 2x + 1.<br />
Neste caso, o domínio da função é o conjunto de todos os números reais, isto é: D(f) = IR.<br />
x<br />
2 5<br />
1 3<br />
0 1<br />
-1 -1<br />
(-) -2 -3 (-)<br />
Função crescente<br />
y<br />
Uma função y = f(x) é dita decrescente num intervalo I ⊂ D(f) se, e somente se, para quaisquer x1<br />
e x2 pertencentes a I, ocorrer:<br />
x2 > x1 ⇒ f(x2) < f(x1)<br />
(a) Construir o gráfico de f: IR → IR, dada por f(x) = -2x + 1.<br />
Neste caso, o domínio da função é o conjunto de todos os números reais, isto é: D(f) = IR.<br />
x<br />
2 -3<br />
1 -1<br />
0 1<br />
-1 3<br />
(-) -2 5 (+)<br />
Função decrescente<br />
y<br />
35
9.3. Tipos de funções:<br />
Consideremos dois conjuntos A e B e a função f : A → B.<br />
(i) f é sobrejetora se Im (f) = B.<br />
(ii) f é injetora se, para x1 ≠ x2 temos f(x1) ≠ f(x2) ou se x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2).<br />
(iii) f é bijetora se f é injetora e f é sobrejetora.<br />
Veja os tipos de função representados em diagrama:<br />
8.3.1 - Função sobrejetora: É aquela cujo conjunto imagem é igual ao contradomínio. Exemplo:<br />
8.3.2 - Função injetora: Uma função y = f(x) é injetora quando elementos distintos do seu domínio<br />
possuem imagens distintas, isto é: x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2) .Exemplo:<br />
2.3 - Função bijetora: Quando é ao mesmo tempo, injetora e sobrejetora. Exemplo:<br />
Exemplo: Verifique se as funções são injetoras, sabendo que f, g e h, são tais que:<br />
A função f atribui a cada pessoa do mundo, a sua idade.<br />
A função g atribui a cada país, a sua capital<br />
A função h atribui a cada número natural, o seu dobro.<br />
Solução: Sabemos que numa função injetora, elementos distintos do domínio, possuem imagens<br />
distintas, ou seja: x1 ≠ x2 ⇒ f(x1) ≠ f(x2).<br />
Logo, podemos concluir que:<br />
• f não é injetora, pois duas ou mais pessoas distintas podem ter a mesma idade.<br />
• g é injetora, pois não existem dois países distintos com a mesma capital.<br />
• h é injetora, pois dois números naturais distintos, possuem os seus dobros também distintos.<br />
36
9.4 Função Inversa<br />
Dada y = f(x) uma função de A em B ou f: A → B. Se para cada y ∈ B existir um e somente um x ∈<br />
A, tal que y = f(x), então podemos definir uma outra função g, tal que x = g(y). A função g é uma<br />
função de B em A ou g: B → A. A função g é denominada função inversa de f e indicamos por f -1 .<br />
A função f -1 define a correspondência contrária a da função f. Então:<br />
Se D(f) = A = Im(f -1 ) e Im(f) = B = D(f -1 )<br />
Exemplo 1: Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {2, 4, 6, 8} e as funções f: A → B definida<br />
x<br />
por y = f(x) = 2x e g: B → A dada por y = g(x) = . f e g são inversas?<br />
2<br />
Resolução:<br />
Como y = f(x) = 2x e D(f) = A temos<br />
x<br />
Como y= g(x) = e D(g) = B temos:<br />
2<br />
X y = f(x) x y = f(x)<br />
1 2 2 1<br />
2 4 4 2<br />
3 6 6 3<br />
4 8 8 4<br />
Im(f) = B Im(g) = A<br />
Resposta: Neste caso as funções f e g são inversas pois D(f) = A = Im(f -1 ) e Im(f) = B = D(f -1 ).<br />
Note que: Dada y = f(x) uma função de A em B. Se, para um y ∈ B, existir mais de um x<br />
∈ A, tal que y = f(x), a função f não admite inversa, ou seja, a associação contrária não<br />
representa função. Observe no exemplo:<br />
• A função f, definida por y = f(x) = x 2 representada graficamente não admite inversa, já que a<br />
associação contrária não é função.<br />
Graficamente, uma função admite inversa,<br />
se passando retas paralelas ao eixo x, cada<br />
uma destas corta o gráfico em apenas um<br />
ponto.<br />
Como determinar a inversa de uma função!<br />
A função y = f(x) = x 2 representada no<br />
gráfico não admite inversa, visto que a reta<br />
paralela ao eixo x corta a parábola em dois<br />
pontos.<br />
Podemos determinar a inversa de uma função por meio de cálculo algébrico. Se y = f(x) é uma<br />
função de A em B que admite inversa, o procedimento para obtenção de f -1 é:<br />
1 o ) Substituir x por y e y por x na função y = f(x);<br />
2 o ) Para obter f -1 devemos isolar o novo y.<br />
Exemplo 1: Se f(x) = 2x ou y = 2x então a inversa f -1 de f é a função x = 2y.<br />
x -1 x<br />
Isto significa que y = . Logo f (x ) = .<br />
2<br />
2<br />
37
Exemplo 2:Determine a inversa de f(x)=2x–4 e construa os gráficos de f(x) e f -1 (x) num<br />
mesmo plano.<br />
Resolução: (a) Encontrando f -1 (x): Se y = 2x – 4 (trocando x por y e y por x em y = f(x))<br />
temos:<br />
y = 2x – 4<br />
↓ ↓<br />
x + 4<br />
x = 2y – 4 ⇔ 2y=x + 4 ⇔ y = . Então, a inversa de f(x) = 2x – 4 é g(x) = f<br />
2<br />
-1 (x) =<br />
x + 4<br />
.<br />
2<br />
Observe que, podemos verificar se duas funções são inversas, analisando seus gráficos.<br />
Graficamente, duas funções são inversas se os seus gráficos são simétricos em relação a reta da<br />
função identidade f(x) = y.<br />
y = f -1 x<br />
y = f(x) x<br />
(x)=g(x)<br />
0 -4 -4 0<br />
2 0 0 2<br />
3x<br />
+ 2<br />
x −1<br />
Exemplo 4: Obtenha a inversa de y = f(x) = e determine: D(f); D(f -1 ); Im(f) e Im(f -1 ).<br />
Resolução:<br />
3x<br />
+ 2<br />
(a) Encontrando f<br />
x −1<br />
-1<br />
(x): Como y = , trocamos x por y e y por x em y = f(x) e obtermos:<br />
3y<br />
+ 2<br />
x = . Como o objetivo é isolar a variável y de um lado da igualdade, fazemos:<br />
y −1<br />
x + 2<br />
= f<br />
x − 3<br />
-1<br />
x(y-1) = (3y+2) ⇔ xy – x = 3y + 2 ⇔ xy – 3y = 2 + x ⇔ y(x-3) = x + 2 ⇔ y = (x)<br />
(b) Encontrando D(f): Fazendo x – 1 ≠ 0 → x ≠ 1. Portanto D(f) ={x ∈ IR⏐x ≠ 1} = IR –{1}.<br />
(c) Encontrando D(f -1 ): Fazendo x – 3 ≠ 0 → x ≠ 3. Portanto D(f -1 ) ={x ∈ IR⏐x ≠ 3}=IR–{3}.<br />
(d) Encontrando Im(f): Como f tem inversa, então Im(f) = D(f -1 ) = {x ∈ IR⏐x ≠ 3} = IR–{3}.<br />
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(e) Encontrando Im(f -1 ): Como f tem inversa, então Im(f -1 )=D(f) = {x ∈ IR⏐x ≠ 1} = IR–{1}.<br />
9.5: Função contínua:<br />
A continuidade de uma função é definida a partir dos valores de seu domínio. Observe os seguintes<br />
gráficos abaixo que representam funções f: R ⇒ IR<br />
f(x)=x+2<br />
g(x) =<br />
⎧2,<br />
se(<br />
x)<br />
f ( −2)<br />
⎨<br />
⎩x<br />
+ 4,<br />
se(<br />
x)<br />
p ( −2)<br />
h(x) =<br />
⎧4,<br />
se(<br />
x)<br />
= 2<br />
⎨<br />
⎩x<br />
+ 1,<br />
se(<br />
x)<br />
∈ R / x ≠ 2<br />
Observando os gráficos acima verificamos que:<br />
a função f não sofre interrupção, portanto, a função é contínua para todo x real.<br />
a função g sofre uma interrupção em x = -a, ou seja, g(-a) ∉ IR. Portanto esta função é<br />
descontínua em x = -a e/ou x =-2<br />
a função h é descontínua em x = a e/ou x = 2.<br />
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