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macunaima, o heroi brasileiro de todos os tempos.pdf

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construção <strong>de</strong> uma “língua brasileira”.<br />

O significado geral da obra<br />

sintetiza uma reflexão crítica sobre<br />

a personalida<strong>de</strong> do homem <strong>brasileiro</strong>,<br />

herói sem nenhum caráter,<br />

que se situa além do bem e do mal.<br />

Macunaíma se inscreveu como parte<br />

<strong>de</strong> n<strong>os</strong>sa cultura, e incitou polêmicas<br />

e <strong>de</strong>sdobrament<strong>os</strong> em todas<br />

as gerações subseqüentes.<br />

O herói nas telonas<br />

No final da década <strong>de</strong> 1960,<br />

Macunaíma estreou no cinema<br />

com gran<strong>de</strong> repercussão. O filme<br />

homônimo, com direção <strong>de</strong> Joaquim<br />

Pedro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> e lançado<br />

em 1969, revolucionou a estética<br />

do Cinema Novo. O herói sem<br />

caráter retratado <strong>de</strong>ntro do movimento<br />

conhecido por produzir<br />

filmes com pouco apelo popular<br />

<strong>de</strong>vido à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> entendimento,<br />

bateu recor<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bilheteria<br />

e atraiu um número <strong>de</strong> espectadores<br />

nunca antes atingido.<br />

“Até hoje não sei direito se o<br />

gran<strong>de</strong> público enten<strong>de</strong>u ou não,<br />

Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> por Di<br />

Cavalcanti<br />

Agenda 2008<br />

Cartaz do filme Macunaíma<br />

mas foi uma marca histórica para<br />

o Cinema Novo. Apesar <strong>de</strong> ser um<br />

filme difícil, acho que a platéia se<br />

i<strong>de</strong>ntificou e se divertiu”, comenta<br />

Fernando Ferreira, jornalista e<br />

professor do Departamento <strong>de</strong> Comunicação<br />

Social da PUC-Rio.<br />

O pensador mo<strong>de</strong>rno<br />

Mário Raul <strong>de</strong> Morais Andra<strong>de</strong> nasceu em São Paulo no dia<br />

9 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1893 e viveu até 25 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1945.<br />

Foi poeta, romancista, crítico <strong>de</strong> arte, folclorista, musicólogo e<br />

ensaísta <strong>brasileiro</strong>.<br />

Protagonista da Semana <strong>de</strong> Arte Mo<strong>de</strong>rna <strong>de</strong> 22, Mário<br />

<strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong>u uma enorme contribuição e teve influência<br />

<strong>de</strong>cisiva para a literatura do país, é consi<strong>de</strong>rado um d<strong>os</strong><br />

maiores escritores <strong>brasileiro</strong>s e um d<strong>os</strong> pioneir<strong>os</strong> do movimento<br />

mo<strong>de</strong>rnista no Brasil.<br />

Certo <strong>de</strong> que a inteligência brasileira necessitava <strong>de</strong> atualização,<br />

O professor lembra também que<br />

<strong>os</strong> filmes <strong>brasileiro</strong>s da mesma<br />

época, além <strong>de</strong> não terem uma<br />

boa captação <strong>de</strong> som, eram projetad<strong>os</strong><br />

em cinemas com tratamento<br />

acústico <strong>de</strong> péssima qualida<strong>de</strong>,<br />

o que dificultava a compreensão<br />

<strong>de</strong> alguns diálog<strong>os</strong>. Mas em 2004,<br />

uma equipe <strong>de</strong> especialistas formada<br />

por estrangeir<strong>os</strong> e profissionais<br />

do Brasil concluiu a restauração<br />

digital da obra e a cópia foi<br />

exibida n<strong>os</strong> festivais <strong>de</strong> Cannes e<br />

<strong>de</strong> Nova York do mesmo ano.<br />

Entretanto, para que o Macunaíma<br />

das telonas conseguisse o reconhecimento<br />

que tem hoje, Joaquim<br />

Pedro <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> enfrentou<br />

obstácul<strong>os</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> pela ditadura<br />

militar. Lançado no ano seguinte<br />

ao da <strong>de</strong>cretação do AI-5 (Ato<br />

Institucional número 5 - ver artigo<br />

na pág. 33), o filme sofreu 15<br />

cortes na primeira passagem pela<br />

censura, o que fez o diretor enviar<br />

um pedido <strong>de</strong> liberação integral<br />

do filme ao Departamento <strong>de</strong> Polícia<br />

Fe<strong>de</strong>ral.<br />

Mário <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> por<br />

Tarsila do Amaral<br />

o escritor mo<strong>de</strong>rnista nunca abandonou suas maiores virtu<strong>de</strong>s: a consciência artística<br />

e a dignida<strong>de</strong> intelectual. Talvez tenha sido ele quem melhor refletiu sobre a nova<br />

poesia brasileira, especialmente n<strong>os</strong> text<strong>os</strong>: Prefácio interessantíssimo e A escrava<br />

que não é Isaura. Foram <strong>de</strong> sua autoria também <strong>os</strong> vers<strong>os</strong> <strong>de</strong> Paulicéia <strong>de</strong>svairada,<br />

consi<strong>de</strong>rada o marco inicial da poesia mo<strong>de</strong>rnista no Brasil.<br />

Lançado em 1928, Macunaíma é, junto a Serafim Ponte Gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong> Oswald <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>, a obra que melhor<br />

representa o movimento antropofágico d<strong>os</strong> mo<strong>de</strong>rnistas <strong>brasileiro</strong>s.

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