DPVAT ACUMULA 12 MIL PROCESSOS EM GOIÂNIA - O Hoje
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6<br />
MUNDO<br />
O HOJE<br />
TERÇA-FEIRA, 8 DE DEZ<strong>EM</strong>BRO DE 2009<br />
ONU ACORDO QUER ELEVAR RECURSOS PÚBLICOS E PRIVADOS PARA PAÍSES POBRES<br />
COMEÇA CONFERÊNCIA<br />
DO CLIMA <strong>EM</strong> COPENHAGUE<br />
Anja Niedringhaus/AP/AE<br />
Amaior e mais importante<br />
conferência sobre mudanças<br />
climáticas da<br />
história foi aberta ontem.<br />
Os organizadores disseram<br />
a diplomatas de 192 países que<br />
esta pode ser a melhor e última<br />
chance para um acordo que proteja<br />
o mundo do desastroso<br />
aquecimento global. No mesmo<br />
dia, a Agência de Proteção Ambiental<br />
(EPA, na sigla em inglês) dos<br />
EUA tomou uma decisão histórica<br />
e concluiu que os gases poluentes,<br />
entre eles o dióxido de carbono,<br />
são prejudiciais à saúde<br />
pública e devem ser controlados.<br />
O anúncio da EPA ocorre no<br />
momento em que o presidente<br />
dos Estados Unidos, Barack Obama,<br />
tenta lançar a política para<br />
combater as mudanças climáticas,<br />
embora o Congresso americano<br />
ainda não tenha formulado<br />
uma lei para isso. A conferência<br />
de duas semanas em Copenhague,<br />
o clímax de dois anos de contenciosas<br />
negociações, transformou-se<br />
em grande expectativa<br />
após uma série de promessas por<br />
parte de países ricos e em desenvolvimento<br />
para desacelerar suas<br />
emissões de gases de efeito estufa,<br />
mas importantes questões<br />
ainda precisam ser resolvidas.<br />
A presidente da conferência,<br />
Connie Hedegaard, disse que a<br />
chave para um acordo é encontrar<br />
uma forma de elevar e canalizar<br />
recursos públicos e privados<br />
para países pobres nos próximos<br />
anos, com o objetivo de ajudá-los<br />
a lutar contra os efeitos das<br />
IRÃ<br />
Milhares de manifestantes<br />
oposicionistas e forças iranianas<br />
de segurança entraram em choque<br />
ontem, em frente à Universidade<br />
de Teerã, em um dia para o<br />
qual estão previstos protestos<br />
contra o governo, disseram testemunhas.<br />
Os manifestantes gritavam<br />
“morte ao ditador” e uma<br />
milícia ligada ao governo abriu<br />
caminho pela multidão batendo<br />
em homens e mulheres com cassetetes<br />
enquanto policiais disparavam<br />
bombas de gás lacrimogêneo,<br />
segundo relatos.<br />
Milhares de policiais cercaram<br />
diversas universidades iranianas<br />
antes das manifestações prometidas<br />
por estudantes favoráveis a<br />
reformas, no primeiro grande<br />
protesto em mais de um mês. A<br />
oposição tem lutado para manter<br />
sua presença nas ruas depois que<br />
forças de segurança acabaram<br />
com os enormes protestos que<br />
surgiram por causa da disputada<br />
eleição presidencial em junho.<br />
Disparos foram escutados perto<br />
da rua Enghelab, nas proximidades<br />
da Universidade de Teerã.<br />
Ambientalistas realizam protesto durante conferência climática, em Copenhague, Dinamarca<br />
mudanças climáticas. Hedegaard,<br />
ministra do Clima da Dinamarca,<br />
disse que se os governos<br />
perderem essa chance no encontro<br />
de Copenhague, podem<br />
nunca mais ter uma oportunidade<br />
melhor. “Esta é a nossa<br />
chance. Se a perdermos, pode<br />
levar anos até que consigamos<br />
uma melhor. Se é que isso vai<br />
acontecer”, disse ela.<br />
O primeiro-ministro dinamarquês<br />
disse que 110 chefes de<br />
Estado e de governo participarão<br />
dos últimos dias da conferência.<br />
A decisão do presidente Barack<br />
Obama de comparecer ao final do<br />
Os manifestantes disseram<br />
que pelo menos uma pessoa ficou<br />
ferida, mas a informação não<br />
pôde ser confirmada por fonte independente.<br />
Nas últimas semanas,<br />
as autoridades detiveram<br />
mais de 100 líderes estudantis,<br />
tentando minar os protestos.<br />
No sábado, 5, a polícia deteve<br />
15 mulheres de um comitê de<br />
mães que perderam filhos nas<br />
manifestações. Eles foram presas<br />
encontro, e não no meio do evento,<br />
foi considerada um sinal de<br />
que o acordo está mais próximo.<br />
APELO MUNDIAL<br />
A conferência foi aberta com<br />
imagens de crianças de vários lugares<br />
do mundo pedindo aos delegados<br />
que as ajudem a crescer<br />
num mundo sem problemas de<br />
aquecimento. Ativistas também<br />
tentam chamar a atenção para<br />
suas campanhas contra o desmatamento<br />
e pelo uso de energias<br />
limpas e baixo crescimento<br />
das emissões de carbono.<br />
Mohamad Shinaz, ativista das<br />
num parque, onde se manifestam<br />
há meses, informou a Campanha<br />
Internacional pelos Direitos<br />
Humanos no Irã. Enquanto o<br />
tumulto se formava nas ruas ao<br />
redor da Universidade de Teerã,<br />
ontem, autoridades tomavam<br />
medidas dramáticas para fechar<br />
o campus para o mundo.<br />
As redes de telefonia celular<br />
em volta foram desligadas. Para<br />
esconder qualquer coisa que a-<br />
Maldivas, entrou em um tanque<br />
com quase 750 litros de água fria<br />
para ilustrar o que o aumento do<br />
nível dos mares está fazendo a<br />
seu país insular. “Temos de parar<br />
o aquecimento global”, disse.<br />
Em jogo está um acordo que<br />
visa fazer com que o mundo<br />
deixe de usar combustíveis fósseis<br />
e outros poluentes e passe a<br />
utilizar fontes mais limpas de<br />
energia, além da transferência de<br />
centenas de bilhões de dólares de<br />
países ricos para os pobres, durante<br />
décadas, para ajudá-los a<br />
se adaptar às mudanças climáticas.<br />
(Agência Estado)<br />
MANIFESTANTES ENTRAM <strong>EM</strong> CHOQUE COM POLÍCIA<br />
ALIADOS DA OTAN<br />
Aliados da Organização do<br />
Tratado do Atlântico Norte (Otan)<br />
prometeram ontem enviar cerca<br />
de 7 mil soldados para servirem<br />
com os 30 mil militares que o presidente<br />
dos EUA, Barack Obama,<br />
vai enviar para o Afeganistão. Segundo<br />
a aliança, há “claras indicações”<br />
de que outros países europeus<br />
enviarão mais reforços<br />
nos próximos meses.<br />
O governo Obama espera que<br />
seus aliados forneçam mais 10<br />
mil militares. Somando os militares<br />
aliados, os 30 mil novos soldados<br />
norte-americanos e os 106<br />
mil militares estrangeiros que já<br />
servem no Afeganistão, a força internacional<br />
deve chegar a mais de<br />
140 mil homens em 2010.<br />
Iranianos realizam protesto contra o presidente Ahmadinejad<br />
MAIS 7 <strong>MIL</strong> SOLDADOS NO AFEGANISTÃO<br />
Secretário-geral da Otan, Anders<br />
Fogh Rasmussen disse em<br />
comunicado que uma conferência<br />
de aliados, no quartel-general<br />
militar da Otan em Mons, na Bélgica,<br />
confirmou as promessas anteriores<br />
de envio de cerca de 7 mil<br />
militares. “Devo acrescentar que<br />
também temos claras indicações<br />
de que novas contribuições serão<br />
feiras em 2010, que vão elevar o<br />
total de soldados não norte-americanos<br />
da missão para mais de 7<br />
mil”, disse Rasmussen, ontem.<br />
Alemanha e França disseram<br />
que vão esperar pela conferência<br />
sobre o Afeganistão, que será realizada<br />
no próximo mês em Londres,<br />
Inglaterra, para decidir se<br />
enviarão mais forças. Os dois paí-<br />
AP/AE<br />
ses são os que mais enviaram tropas<br />
ao Afeganistão depois dos<br />
EUA – 3,1 mil e 4,3 mil soldados<br />
respectivamente –, mas seus contingentes<br />
são pequenos perto dos<br />
71 mil soldados americanos.<br />
A capacidade de assegurar o<br />
envio de mais tropas para a guerra,<br />
em um período em que cresce<br />
a oposição ao conflito na Europa,<br />
é vista como teste crucial<br />
para a relevância da Otan como<br />
parceira militar dos EUA. A conferência<br />
de ontem teve a participação<br />
de representantes militares<br />
de todos os 28 aliados e de outros<br />
15 países que colaboram com<br />
soldados para a Força Internacional<br />
para a Assistência à Segurança.<br />
no Afeganistão. (AE)<br />
contecia no interior, a cerca ao redor<br />
da Universidade de Teerã foi<br />
coberta com cartazes e placas<br />
com frases do líder supremo Aiatolá<br />
Ali Khamenei e mensagens<br />
marcando importante ocasião xiita<br />
comemorada no domingo, 6.<br />
Policiais e membros da Guarda<br />
Revolucionária cercaram todas<br />
as entradas da universidade<br />
e checavam a identificação de<br />
qualquer pessoa que entrasse no<br />
local, para evitar que ativistas da<br />
oposição se juntassem aos estudantes,<br />
disseram testemunhas.<br />
Imagens publicadas no site You-<br />
Tube mostravam uma marcha de<br />
milhares de pessoas dentro da<br />
Universidade de Teerã.<br />
Jovens entoavam “morte ao<br />
ditador”, além de frases contra<br />
a milícia Basiji, grupo paramilitar<br />
integrado por jovens milicianos,<br />
inclusive estudantes, subordinada<br />
à Guarda Revolucionária<br />
e ao aiatolá. Não há sinal<br />
de forças de segurança e os estudantes<br />
seguiam sem conflitos.<br />
A autenticidade do vídeo<br />
não pôde ser confirmada. (AE)<br />
ESCOLA<br />
EXPLOSÃO <strong>EM</strong><br />
BAGDÁ MATA 8<br />
Oito pessoas morreram e<br />
dezenas ficaram feridas, ontem,<br />
em explosão de bomba<br />
em uma escola da Cidade<br />
Sadr, bairro majoritariamente<br />
xiita de Bagdá, informaram<br />
ontem as autoridades locais.<br />
A explosão ocorreu por volta<br />
das 13 horas locais em uma<br />
área onde vinham ocorrendo<br />
poucos ataques de vulto por<br />
causa da proximidade da presença<br />
de forças americanas e<br />
iraquianas e da própria segurança<br />
no bairro, um dos mais<br />
pobres da capital iraquiana.<br />
Pelo menos seis dos oito<br />
mortos eram estudantes na<br />
faixa dos 6 aos <strong>12</strong> anos de idade,<br />
disse um policial. (AE)<br />
BOLÍVIA<br />
MORALES DECLARA<br />
VITÓRIA <strong>EM</strong> ELEIÇÕES<br />
O presidente boliviano Evo<br />
Morales se declarou vitorioso<br />
nas eleições de domingo, 7, prometendo<br />
mais mudanças em<br />
seu segundo mandato, visto<br />
que seu partido obteve maioria<br />
absoluta no Congresso. Falando<br />
aos correligionários, da sacada<br />
do palácio presidencial,<br />
Morales se disse feliz por ter sido<br />
reeleito. “Por ter dois terços<br />
do Congresso, é agora minha<br />
obrigação acelerar o ritmo de<br />
mudanças”, afirmou. Morales<br />
enviou sinais ambíguos à oposição.<br />
Se pediu aos opositores<br />
que trabalhem com ele, ontem<br />
os chamou de “traidores”.<br />
Com a possível vitória, Morales<br />
deve governar a Bolívia até<br />
2015. Segundo ele, os 33% de<br />
bolivianos que votaram na oposição<br />
provêm do “voto duro da<br />
direita e dos neoliberais”. “Isso<br />
não significa dizer que não haverá<br />
diálogo. Sempre existirá<br />
uma abertura para receber propostas.<br />
O diálogo é o mais importante<br />
e se não existe acordo,<br />
aí está o povo, aí está o referendo”,<br />
disse ontem.<br />
Os resultados das eleições<br />
ainda são extraoficiais. O tribunal<br />
eleitoral disse que os resultados<br />
totalizados serão conhecidos<br />
em alguns dias. O<br />
presidente recebeu mais de 60%<br />
dos votos, segundo as pesquisas<br />
de boca de urna. Morales também<br />
fez um apelo para que a<br />
oposição se una ao esforço de<br />
seu partido, o Movimento ao Socialismo<br />
(MAS). “Venham trabalhar<br />
comigo”, pediu. “A Bolívia<br />
vem em primeiro lugar, acima<br />
de qualquer demanda, de qualquer<br />
grupo ou região”, disse<br />
Morales, ao lado do vice-presi-<br />
RÚSSIA<br />
dente Álvaro García Linera.<br />
“O triunfo não é somente<br />
para os bolivianos. Quero dizer,<br />
com muito respeito, é fundamentalmente<br />
um justo reconhecimento,<br />
é uma dedicação<br />
aos governos e povos anti-imperialistas”,<br />
afirmou Morales.<br />
Fiel a seu estilo, o presidente<br />
convocou o gabinete para uma<br />
reunião ontem para tratar sobre<br />
seu segundo mandato, que vai<br />
até 2015. “Evo Morales tem um<br />
mandato como nenhum outro<br />
presidente no hemisfério, incluindo<br />
(o presidente dos EUA)<br />
Barack Obama”, comparou o<br />
analista Jim Shultz, do Centro<br />
para a Democracia, de Cochabamba.<br />
“Esta é a quinta eleição<br />
nacional em quatro anos e sua<br />
margem de vitória só tem aumentado”,<br />
destacou.<br />
Confirmado o triunfo, inicia<br />
a expectativa sobre qual será a<br />
agenda do novo governo. “O que<br />
veremos nos próximos anos<br />
será uma disputa interna no<br />
governo, entre uma facção moderada<br />
e outra radical”, previu o<br />
analista Gonzalo Mendieta. (AE)<br />
SOBE PARA 113 NÚMERO<br />
DE MORTOS <strong>EM</strong> INCÊNDIO<br />
Familiares e amigos das vítimas<br />
de um incêndio em uma<br />
casa noturna na Rússia começaram<br />
ontem a sepultar os mortos<br />
no incidente ocorrido no fim<br />
da semana passada. No mesmo<br />
dia, o Ministério de Situações<br />
Emergenciais da Rússia confirmou<br />
o falecimento de mais uma<br />
pessoa, elevando a 113 a cifra de<br />
mortos na tragédia da noite de<br />
sexta-feira em Perm, cidade de<br />
aproximadamente 1 milhão de<br />
habitantes nos Montes Urais.<br />
O sepultamento das vítimas<br />
começa em meio a temores de<br />
que o número de mortos possa<br />
aumentar ainda mais. De acordo<br />
com informações do Ministério<br />
da Saúde, dos 130 sobreviventes<br />
hospitalizados, 68 ainda<br />
respiram por aparelhos três dias<br />
depois da tragédia.<br />
O incêndio aparentemente<br />
começou com uma exibição de<br />
queima de fogos no interior da<br />
casa noturna. As chamas se espalharam<br />
rapidamente e o fato<br />
de o local ter apenas uma saída<br />
pode ter contribuído para o al-<br />
HONDURAS<br />
Juan Karita/AP/AE<br />
Presidente da Bolívia, Evo<br />
Morales concede coletiva<br />
Mikhail Metzel/AP/AE<br />
Parentes de vítima choram em<br />
sepultamento em Perm,Rússia<br />
to número de vítimas, segundo<br />
investigadores. O proprietário<br />
da discoteca Lame Horse, o gerente<br />
do local, o diretor de entretenimento<br />
e o diretor da empresa<br />
de fogos de artifício, estão<br />
presos desde sábado, 5.<br />
A morte confirmada ontem,<br />
pelo Ministério de Situações<br />
Emergenciais da Rússia,<br />
foi de uma mulher, que não<br />
resistiu às queimaduras sofridas<br />
na sexta-feira, 4. (AE)<br />
SE BRASIL PERMITIR, ZELAYA<br />
PERMANECE NA <strong>EM</strong>BAIXADA<br />
O presidente deposto de<br />
Honduras, José Manuel Zelaya,<br />
afirmou ontem que permanecerá<br />
em seu refúgio na Embaixada<br />
do Brasil em Tegucigalpa,<br />
onde entrou há 78 dias, enquanto<br />
o Brasil permitir. “Eu vou ficar<br />
aqui enquanto contar com o<br />
apoio do Brasil”, disse Zelaya à<br />
rádio hondurenha Globo.<br />
“Defendo uma causa: respeitar<br />
o direito do povo a eleger<br />
seus presidentes. Me tiraram<br />
do poder e me defendi em<br />
Washington, Europa, América<br />
do Sul, América Central e continuarei<br />
defendendo minha<br />
posição”, disse.<br />
Os militares derrubaram Zelaya<br />
em 28 de junho, porque o<br />
mandatário deposto tentou alterar<br />
a Constituição. Com a autorização<br />
da promotoria e da<br />
Suprema Corte de Justiça, ele foi<br />
tirado de casa sob mira de fuzil<br />
e expulso do país, seguindo para<br />
a Costa Rica. Mas Zelaya voltou<br />
a Honduras em segredo em<br />
21 de setembro, refugiando-se<br />
na embaixada brasileira. (AE)