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Dissertação para obtenção do grau de Mestre em ... - APFAC

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ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS PARA REBOCOS<br />

DE EDIFÍCIOS RECENTES<br />

Sérgio Rodrigo Da Silva Santos<br />

<strong>Dissertação</strong> <strong>para</strong> a <strong>obtenção</strong> <strong>do</strong> <strong>grau</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestre</strong> <strong>em</strong><br />

Engenharia Militar<br />

Júri<br />

Presi<strong>de</strong>nte: Prof. António Heleno Domingues Moret Rodrigues<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Augusto Martins Gomes<br />

Co-Orienta<strong>do</strong>r: Prof.ª Ana Paula Patrício Teixeira Ferreira Pinto Franca <strong>de</strong> Santana<br />

Vogal: Prof. José Manuel Gaspar Nero<br />

Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2009


Dedico esta dissertação aos meus pais, irmão e namorada como forma da minha<br />

I<br />

gratidão…


AGRADECIMENTOS<br />

A realização <strong>de</strong>sta dissertação marca o fim <strong>de</strong> uma importante etapa da minha vida. Gostaria <strong>de</strong><br />

agra<strong>de</strong>cer a to<strong>do</strong>s aqueles que contribuíram <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva <strong>para</strong> a sua concretização<br />

À Aca<strong>de</strong>mia Militar e Instituto Superior Técnico manifesto apreço pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>do</strong><br />

presente trabalho e por to<strong>do</strong>s os meios coloca<strong>do</strong>s à disposição. Agra<strong>de</strong>ço igualmente a excelência da<br />

formação prestada e conhecimentos transmiti<strong>do</strong>s, que foram úteis <strong>para</strong> esta dissertação,<br />

ambicionan<strong>do</strong> que esta dignifique, <strong>em</strong> última instância ambas as instituições.<br />

Aos Professores Augusto Gomes e Ana Paula Pinto (Orienta<strong>do</strong>r e Co-orienta<strong>do</strong>r, respectivamente)<br />

pela disponibilida<strong>de</strong>, colaboração, conhecimentos transmiti<strong>do</strong>s e capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estímulo ao longo <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong> o trabalho.<br />

No âmbito da pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> efectuada, ao Eng.º Carlos Duarte, presi<strong>de</strong>nte da <strong>APFAC</strong><br />

(Associação Portuguesa <strong>do</strong>s Fabricantes <strong>de</strong> Argamassas <strong>de</strong> Construção) pelos importantes<br />

conhecimentos transmiti<strong>do</strong>s, b<strong>em</strong> como pelo material <strong>de</strong> apoio forneci<strong>do</strong>. Da panóplia <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas<br />

consultadas gostaria <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cer a todas s<strong>em</strong> excepção, merecen<strong>do</strong> contu<strong>do</strong> especial <strong>de</strong>staque:<br />

- a Eng.ª Graciete Sardinha e o Eng.º José Costa da <strong>em</strong>presa Ciarga – Argamassas Secas S.A.;<br />

- o Eng.º José Megre da <strong>em</strong>presa TMIC –Tecnologia <strong>em</strong> Massas Industriais <strong>para</strong> a Construção, Lda;<br />

- o Sr. António Caldas da <strong>em</strong>presa António Caldas Revestimentos Construção Civil, Lda;<br />

- a Eng.ª Filipa Pereira da <strong>em</strong>presa Diamantino Brás Franco, Lda.<br />

Pela forma amável, aberta e atenciosa como fui recebi<strong>do</strong> nas respectivas instalações e pela<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> material <strong>de</strong> apoio, chegan<strong>do</strong> nalguns casos a ter o privilégio <strong>de</strong> visitar a linha <strong>de</strong><br />

produção. Reitero o meu agra<strong>de</strong>cimento à Eng.ª Filipa Pereira pela constante disponibilida<strong>de</strong><br />

telefónica <strong>para</strong> o esclarecimento <strong>de</strong> dúvidas.<br />

Ao Sr. Leonel <strong>do</strong> laboratório pela alegria, amiza<strong>de</strong> e ajuda durante a realização <strong>do</strong>s ensaios. Ao<br />

Francisco Gomes, Pedro Lima e Bruna Silva, pela entreajuda, troca <strong>de</strong> conhecimentos, espírito <strong>de</strong><br />

grupo durante o <strong>de</strong>correr da campanha experimental.<br />

Aos meus camaradas e amigos da Aca<strong>de</strong>mia Militar que iniciaram comigo esta “caminhada” agra<strong>de</strong>ço<br />

a força, a amiza<strong>de</strong> e confiança que <strong>de</strong>positaram <strong>em</strong> mim.<br />

Por último, manifesto um senti<strong>do</strong> e profun<strong>do</strong> reconhecimento à minha família pelo apoio incondicional<br />

ao longo <strong>de</strong>stes anos. Expresso sentimento idêntico <strong>em</strong> relação a to<strong>do</strong>s os meus amigos <strong>de</strong> longa<br />

data.<br />

A to<strong>do</strong>s que me ajudaram a ser qu<strong>em</strong> sou, que <strong>de</strong>positam confiança <strong>em</strong> mim e <strong>para</strong> os quais sou<br />

uma esperança, resta-me afincadamente não vos <strong>de</strong>siludir. Muito obriga<strong>do</strong>…<br />

III


RESUMO<br />

Fontes <strong>do</strong>cumentais e arqueológicas comprovam que a utilização <strong>de</strong> argamassas r<strong>em</strong>onta a t<strong>em</strong>pos<br />

quase im<strong>em</strong>oriais. A importância que lhes é conferida torna-as indissociáveis da construção, <strong>de</strong> tal<br />

forma que o conhecimento que lhes está associa<strong>do</strong> encontra-se <strong>em</strong> permanente evolução nas<br />

diversas áreas da sua aplicação.<br />

Esta evolução conduziu a que no início <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong> se começass<strong>em</strong> a produzir argamassas<br />

industriais. No caso <strong>de</strong> Portugal esta produção teve início nos anos 80/90.<br />

Dentro das argamassas industriais inclu<strong>em</strong>-se as <strong>de</strong>stinadas à execução <strong>de</strong> rebocos, cuja utilização<br />

crescente se t<strong>em</strong> verifica<strong>do</strong> nos últimos anos <strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento das argamassas produzidas <strong>em</strong> obra,<br />

<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> não só ao <strong>de</strong>senvolvimento da construção civil como às vantagens que apresentam,<br />

nomeadamente no cumprimento <strong>do</strong>s prazos <strong>de</strong> execução cada vez mais aperta<strong>do</strong>s aliena<strong>do</strong>s com as<br />

exigências <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> que lhes estão associadas.<br />

Present<strong>em</strong>ente o merca<strong>do</strong> nacional disponibiliza vários tipos <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong><br />

rebocos. No entanto, verifica-se que não existe um conhecimento aprofunda<strong>do</strong> no que se refere às<br />

varieda<strong>de</strong>s existentes b<strong>em</strong> como a algumas das suas proprieda<strong>de</strong>s, vantagens e formas <strong>de</strong> aplicação<br />

<strong>de</strong>sses produtos.<br />

A presente dissertação t<strong>em</strong> como principais objectivos <strong>de</strong>senvolver um trabalho <strong>de</strong> síntese sobre os<br />

vários tipos <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> reboco <strong>de</strong>stinadas a suportes correntes existentes no<br />

merca<strong>do</strong> nacional e proce<strong>de</strong>r à avaliação experimental das principais características mecânicas e<br />

físicas <strong>de</strong> quatro argamassas pré-<strong>do</strong>seadas comerciais, seleccionadas da pesquisa efectuada, sen<strong>do</strong><br />

duas <strong>do</strong> tipo Monomassa e duas <strong>do</strong> tipo Argamassa <strong>para</strong> Reboco.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> proce<strong>de</strong> ao enquadramento das argamassas industriais e tradicionais <strong>para</strong><br />

reboco e proce<strong>de</strong> à análise das especificida<strong>de</strong>s das argamassas industriais enquanto produto<br />

industrial.<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> efectua<strong>do</strong> permitiu verificar a existência <strong>de</strong> um número significativo <strong>de</strong><br />

fabricantes <strong>de</strong> argamassas industriais <strong>de</strong> edifícios correntes, <strong>em</strong> especial <strong>do</strong> tipo Argamassa <strong>de</strong><br />

Reboco. O número <strong>de</strong> argamassas <strong>de</strong>ste tipo disponível no merca<strong>do</strong> nacional e a sua respectiva<br />

utilização é francamente superior às Monomassas. O estu<strong>do</strong> experimental <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> permitiu<br />

verificar que, as argamassas industriais estudadas revelaram <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho pelo menos equivalente<br />

às argamassas tradicionais, sen<strong>do</strong> a principal justificação <strong>para</strong> este facto a utilização <strong>de</strong> formulações<br />

previamente estudadas nas argamassas industriais.<br />

PALAVRAS-CHAVE: Argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos; Pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>;<br />

Tipologia; Proprieda<strong>de</strong>s;<br />

V


ABSTRACT<br />

Documentary sources and archaeological findings show that the use of mortars goes back in almost<br />

time imm<strong>em</strong>orial. The importance attributed to th<strong>em</strong> makes th<strong>em</strong> inseverable from engineering in such<br />

a way that the knowledge that goes with it is evolving in different areas of its application.<br />

This evolution has led to the production of industrial mortars in the beginning of the last century. In the<br />

case of Portugal, this production began in the 80/90s.<br />

Within the industrial mortars, the ones ma<strong>de</strong> for ren<strong>de</strong>ring are inclu<strong>de</strong>d; its increasing use has been<br />

reported in recent years in <strong>de</strong>triment of mortars produced during building construction. This is due to<br />

the <strong>de</strong>velopment of civil engineering as well as the advantages it has, namely in meeting ever<br />

increasingly tight <strong>de</strong>adlines alienated to the high level of quality <strong>de</strong>mands associated to th<strong>em</strong>.<br />

Presently, several types of prebatched ren<strong>de</strong>ring mortars available in the <strong>do</strong>mestic market. Yet it can<br />

be consi<strong>de</strong>red that a <strong>de</strong>ep knowledge <strong>do</strong>es not exist about the existing varieties and their properties,<br />

advantages and application methods.<br />

The main objectives are: "The <strong>de</strong>velopment of a work of synthesis on the several prebatched<br />

ren<strong>de</strong>ring mortars for current substrates existing in the <strong>do</strong>mestic market"; as well as "The experimental<br />

evaluation of the main mechanical and physical characteristics of four commercial prebatched<br />

mortars". The mortars that were selected from the research carried out are two of one coat ren<strong>de</strong>ring<br />

mortar for external use and two general mortars for ren<strong>de</strong>ring/plastering.<br />

The <strong>de</strong>veloped study classifies the industrial and traditional ren<strong>de</strong>ring mortars and furthermore moves<br />

on to analyze the specificities of the industrial mortars as an industrial product.<br />

The market research performed allowed to confirm the existence of a significative number of industrial<br />

mortar manufacturers for current buildings, specially on what concerns ren<strong>de</strong>r mortars. The figures for<br />

mortars of this kind available in the <strong>do</strong>mestic market and its subsequent use are clearly higher than<br />

the figures for one coat ren<strong>de</strong>ring mortars. The experimental study allowed to verify that the<br />

performance of the industrial mortars analyzed is at least equivalent to traditional mortars, and that the<br />

main reason for this fact is the use of formulations previously studied in industrial mortars.<br />

KEYWORDS: Prebatched ren<strong>de</strong>ring mortars, market research, Typology; Properties;<br />

VII


VIII


SIGLAS E ABREVIATURAS<br />

Arg. pd - argamassa pré-<strong>do</strong>seada<br />

ag/pp - água <strong>de</strong> amassadura / produto <strong>em</strong> pó<br />

C.C. - coeficiente <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong><br />

V.A. - valor assintótico<br />

DP - <strong>de</strong>svio padrão<br />

M - monomassa (argamassa pré-<strong>do</strong>seada <strong>para</strong> reboco)<br />

AR - argamassa <strong>de</strong> reboco (argamassa pré-<strong>do</strong>seada <strong>para</strong> reboco)<br />

Fig. - figura<br />

n.d.- não data<strong>do</strong> (referência bibliográfica com a data não referida)<br />

IX


ÍNDICE<br />

AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................. III<br />

RESUMO ................................................................................................................................................. V<br />

ABSTRACT ........................................................................................................................................... VII<br />

SIGLAS E ABREVIATURAS .................................................................................................................. IX<br />

ÍNDICE .................................................................................................................................................... XI<br />

ÍNDICE DE FIGURAS ...........................................................................................................................XV<br />

ÍNDICE DE TABELAS ..........................................................................................................................XIX<br />

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1<br />

1.1 ENQUADRAMENTO .................................................................................................................. 1<br />

1.2 INTERESSE E OBJECTIVOS DO TRABALHO ......................................................................... 1<br />

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................................................. 2<br />

2. HISTÓRIA DAS ARGAMASSAS ....................................................................................................... 5<br />

2.1 EVOLUÇÃO DAS ARGAMASSAS TRADICIONAIS DESDE A ANTIGUIDADE ........................ 5<br />

2.2 ORIGEM E APERFEIÇOAMENTO DAS ARGAMASSAS FABRIS............................................ 6<br />

3. ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS PARA REBOCOS – EN 998-1: 2003 ....................................... 9<br />

3.1 NORMALIZAÇÃO / CERTIFICAÇÃO ......................................................................................... 9<br />

3.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS .................................................................................................. 10<br />

3.2.1 CONCEITOS GERAIS ...................................................................................................... 10<br />

3.2.2 CONCEITOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 12<br />

3.3 REQUISITOS PARA A APOSIÇÃO DA MARCAÇÃO CE ....................................................... 13<br />

3.4 MARCAÇÃO CE E ROTULAGEM ............................................................................................ 14<br />

3.5 EXIGÊNCIAS E PROPRIEDADES A DESEMPENHAR PELOS REBOCOS .......................... 16<br />

4. ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS PARA REBOCOS EXISTENTES NO MERCADO NACIONAL<br />

E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS ........................................................................................ 21<br />

4.1 METODOLOGIA PRECONIZADA PARA A PESQUISA DE MERCADO ................................ 21<br />

4.2 FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DOS QUADRO-SÍNTESE ................................... 22<br />

4.3 PESQUISA DE MERCADO – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE ................................................ 24<br />

4.3.1 PRODUTOS COMERCIAS: ARGAMASSAS DE REBOCO E MONOMASSAS .............. 28<br />

4.3.2 AMBIENTE DE APLICAÇÃO RECOMENDADO .............................................................. 28<br />

4.3.3 APRESENTAÇÃO COMERCIAL E FORMAS DE APLICAÇÃO ...................................... 29<br />

XI


4.3.4 SUPORTE RECOMENDADO ........................................................................................... 30<br />

4.3.5 NÚMERO DE CAMADAS – REBOCO PROPOSTO ........................................................ 31<br />

4.3.6 TIPO DE ACABAMENTOS ............................................................................................... 32<br />

4.3.7 PRODUTOS ASSOCIADOS ............................................................................................. 35<br />

4.3.8 COMPOSIÇÃO ................................................................................................................. 41<br />

4.3.8.1 LIGANTES ................................................................................................................... 41<br />

4.3.8.2 AGREGADOS .............................................................................................................. 43<br />

4.3.8.3 ADJUVANTES ............................................................................................................. 45<br />

4.3.8.4 OUTROS ELEMENTOS .............................................................................................. 46<br />

4.3.9 CERTIFICAÇÕES ADICIONAIS ....................................................................................... 46<br />

4.3.10 CONSUMO ....................................................................................................................... 47<br />

4.3.11 PREÇO ............................................................................................................................. 47<br />

4.3.12 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS ............................................................... 48<br />

5. DESCRIÇÃO DO TRABALHO EXPERIMENTAL E DOS MÉTODOS DE ENSAIO ...................... 51<br />

5.1 ENQUADRAMENTO ................................................................................................................ 51<br />

5.2 DESCRIÇÃO DO PLANO DE ENSAIOS .................................................................................. 52<br />

5.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................................ 52<br />

5.2.2 PLANO DE ENSAIOS ....................................................................................................... 53<br />

5.2.3 RELAÇÃO ÁGUA/PRODUTO EM PÓ .............................................................................. 53<br />

5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO SECO .............. 54<br />

5.3.1 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA ........................................................................................ 54<br />

5.3.2 DETERMINAÇÃO DA BARIDADE.................................................................................... 56<br />

5.4 PRODUÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS ............................................................ 57<br />

5.5 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO FRESCO.......... 58<br />

5.5.1 DETERMINAÇÃO DA MASSA VOLÚMICA APARENTE ................................................. 59<br />

5.5.2 DETERMINAÇÃO DA RETENÇÃO DE ÁGUA ................................................................. 60<br />

5.5.3 DETERMINAÇÃO DA CONSISTÊNCIA POR ESPALHAMENTO ................................... 62<br />

5.6 MOLDAGEM E DESMOLDAGEM DOS PROVETES PRISMÁTICOS .................................... 63<br />

5.7 MOLDAGEM E DESMOLDAGEM DOS TIJOLOS ................................................................... 65<br />

5.8 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CURA .................................................................................... 66<br />

5.9 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO ENDURECIDO 67<br />

5.9.1 CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA ..................................................................................... 67<br />

XII


5.9.1.1 RESISTÊNCIA MECÂNICA À FLEXÃO E À COMPRESSÃO .................................... 67<br />

5.9.1.2 VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE ULTRA-SONS ............................................... 69<br />

5.9.1.3 ENSAIO DO ESCLERÓMETRO PENDULAR ............................................................. 70<br />

5.9.1.4 ARRANCAMENTO POR TRACÇÃO (PULL-OFF) ...................................................... 71<br />

5.9.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA ............................................................................................ 73<br />

5.9.2.1 DETERMINAÇÃO DA POROSIDADE E MASSA VOLÚMICA (REAL E APARENTE) 73<br />

5.9.2.2 DETERMINAÇÃO DO TEOR EM ÁGUA ÀS 48 HORAS ............................................ 75<br />

5.9.2.3 DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE ....................... 76<br />

5.9.2.4 DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO DE ÁGUA SOB BAIXA PRESSÃO - MÉTODO DO<br />

CACHIMBO .............................................................................................................................. 78<br />

5.9.2.5 ENSAIO DA SECAGEM APÓS IMERSÃO EM ÁGUA ................................................ 79<br />

6. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................. 83<br />

6.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO SECO .............. 83<br />

6.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO FRESCO.......... 85<br />

6.3 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO ENDURECIDO 86<br />

6.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA .................................................................................................... 90<br />

6.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS ............................................................................... 96<br />

7. CONCLUSÕES ................................................................................................................................ 99<br />

7.1 CONCLUSÕES GERAIS .......................................................................................................... 99<br />

7.2 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS ....................................................................................... 102<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ................................................................................................... 103<br />

ANEXOS ....................................................................................................................................................i<br />

ANEXO A - ANÁLISE GRANULOMÉTRICA .............................................................................................i<br />

ANEXO B - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CURA ................................................................................ ii<br />

ANEXO C - VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE ULTRA – SONS – METODO INDIRECTO ............ ii<br />

ANEXO D - ENSAIO DO ESCLERÓMETRO PENDULAR ..................................................................... iii<br />

ANEXO E - MÉTODO DO CACHIMBO ................................................................................................... iii<br />

ANEXO F - QUADROS-SÍNTESE DAS ARGAMASSAS DE ADERÊNCIA E ACABAMENTO .............. iv<br />

ANEXO G - FICHAS TÉCNICAS DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS ESTUDADAS ..................... vi<br />

XIII


XIV


ÍNDICE DE FIGURAS<br />

Fig. 2.1 - Síntese histórica da evolução das argamassas [7] .................................................................. 6<br />

Fig. 3.1 - Esqu<strong>em</strong>a da evolução da normalização das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas [6][12][17] .............. 9<br />

Fig. 3.2 - Marcação CE a inserir na rotulag<strong>em</strong> das <strong>em</strong>balagens [22] ................................................... 14<br />

Fig. 3.3 - Ex<strong>em</strong>plo comercial das características <strong>de</strong>claradas pelo fabricante <strong>para</strong> <strong>obtenção</strong> da<br />

marcação CE. ........................................................................................................................................ 15<br />

Fig. 3.4 - Pormenor da fendilhação <strong>de</strong> um reboco quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> numa única camada espessa ou<br />

<strong>em</strong> duas camadas <strong>de</strong> menor espessura, respectivamente [33] ............................................................ 20<br />

Fig. 4.1 - Empresas abordadas no âmbito da pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> ................................................... 21<br />

Fig. 4.2 - Esqu<strong>em</strong>a das formas <strong>de</strong> fornecimento e aplicação das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas [21][28] 29<br />

Fig. 4.3 - Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tijolo cerâmico ..................................................................................................... 30<br />

Fig. 4.4 - Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> cimento ............................................................................................... 30<br />

Fig. 4.5 - Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> betão ................................................................................................................... 30<br />

Fig. 4.6 - Esqu<strong>em</strong>a <strong>do</strong> número <strong>de</strong> camadas ......................................................................................... 31<br />

Fig. 4.7 - Acabamento “Casca <strong>de</strong> Carvalho” <strong>em</strong> habitação .................................................................. 33<br />

Fig. 4.8 – Acabamento “Raspa<strong>do</strong>” ........................................................................................................ 33<br />

Fig. 4.9 - Acabamento “Gota, Tirolesa ou Rústico” ............................................................................... 33<br />

Fig. 4.10 - Catálogo <strong>de</strong> Amostras Acabamento “Raspa<strong>do</strong>” da <strong>em</strong>presa António Caldas Revestimentos<br />

............................................................................................................................................................... 33<br />

Fig. 4.11 - Catálogo <strong>de</strong> Amostras Acabamento “Raspa<strong>do</strong>” e “Pedra Projectada” da <strong>em</strong>presa T-MIC . 34<br />

Fig. 4.12 - Acabamento Sarrafa<strong>do</strong> [34] ................................................................................................. 34<br />

Fig. 4.13 - Acabamento Talocha<strong>do</strong> [34] ................................................................................................ 34<br />

Fig. 4.14 - Acabamento Area<strong>do</strong> [34] ..................................................................................................... 34<br />

Fig. 4.15 - Camião cisterna ................................................................................................................... 42<br />

Fig. 4.16 - Tubagens <strong>de</strong> ligação aos silos <strong>de</strong> ligantes .......................................................................... 42<br />

Fig. 4.17 - Silos <strong>de</strong> Ligantes .................................................................................................................. 42<br />

Fig. 4.18 - I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s silos <strong>de</strong> ligantes........................................................................................ 42<br />

Fig. 4.19 - Processo <strong>de</strong> crivag<strong>em</strong> <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong> .................................................................................... 44<br />

Fig. 4.20 - Agrega<strong>do</strong> após crivag<strong>em</strong> ..................................................................................................... 44<br />

Fig. 4.21 - Seca<strong>do</strong>r utiliza<strong>do</strong> na redução <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s ................................... 44<br />

Fig. 5.1- Estufa ...................................................................................................................................... 55<br />

Fig. 5.2 - Balança .................................................................................................................................. 55<br />

Fig. 5.3 - Série <strong>de</strong> peneiros ................................................................................................................... 55<br />

Fig. 5.4 - Agita<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Peneiros .............................................................................................................. 55<br />

Fig. 5.5 - Material reti<strong>do</strong> no peneiro ...................................................................................................... 55<br />

Fig. 5.6 - Pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> material reti<strong>do</strong> ................................................................................................... 55<br />

Fig 5.7 - Materiais utiliza<strong>do</strong>s ................................................................................................................. 57<br />

Fig. 5.8 - Enchimento <strong>do</strong> recipiente ....................................................................................................... 57<br />

Fig. 5.9 - Rasamento pela boca <strong>do</strong> recipiente....................................................................................... 57<br />

XV


Fig. 5.10 - Pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> conjunto .......................................................................................................... 57<br />

Fig. 5.11 - Conjunto mistura<strong>do</strong>ra e bal<strong>de</strong> .............................................................................................. 58<br />

Fig. 5.12 - Balança ................................................................................................................................ 58<br />

Fig. 5.13 - Adição <strong>de</strong> argamassa seca após a colocação da água ...................................................... 58<br />

Fig. 5.14 - Amassadura mecânica ......................................................................................................... 58<br />

Fig. 5.15 - Materiais utiliza<strong>do</strong>s ............................................................................................................... 59<br />

Fig. 5.16 - Compactação 1ª camada ..................................................................................................... 59<br />

Fig. 5.17 - Compactação 2ª camada ..................................................................................................... 59<br />

Fig. 5.18 - Rasamento pela superfície .................................................................................................. 59<br />

Fig. 5.19 - Pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> conjunto copo e argamassa ............................................................................ 59<br />

Fig. 5.20 - Materiais necessários ao ensaio da retenção <strong>de</strong> água ....................................................... 61<br />

Fig. 5.21 - Mol<strong>de</strong> rasa<strong>do</strong> e nivela<strong>do</strong> ...................................................................................................... 61<br />

Fig. 5.22 - Colocação <strong>do</strong> peso sobre o conjunto ................................................................................... 61<br />

Fig. 5.23 - Filtros com água retida ......................................................................................................... 61<br />

Fig. 5.24 - Materiais e equipamentos necessários ao ensaio da consistência ..................................... 63<br />

Fig. 5.25 - Procedimentos <strong>de</strong> ensaio ..................................................................................................... 63<br />

Fig. 5.26 - Materiais e equipamentos necessários ................................................................................ 64<br />

Fig. 5.27 - Regularização da 1ª camada ............................................................................................... 64<br />

Fig. 5.28 - Regularização da 2ª camada ............................................................................................... 64<br />

Fig. 5.29 - Regularização da argamassa <strong>em</strong> excesso .......................................................................... 64<br />

Fig. 5.30 - Desmoldag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s provetes ................................................................................................ 65<br />

Fig. 5.31 - Aspecto final ......................................................................................................................... 65<br />

Fig. 5.32 - Materiais necessários .......................................................................................................... 66<br />

Fig. 5.33 - Espalhamento da argamassa .............................................................................................. 66<br />

Fig. 5.34 - Rasamento da superfície ..................................................................................................... 66<br />

Fig. 5.35 - Nivelamento da argamassa ................................................................................................. 66<br />

Fig. 5.36 - Acabamento final.................................................................................................................. 66<br />

Fig. 5.37 - Desmoldag<strong>em</strong> ...................................................................................................................... 66<br />

Fig. 5.38 - Acondicionamento <strong>do</strong>s provetes durante o processo <strong>de</strong> cura ............................................. 67<br />

Fig. 5.39 - Máquina <strong>de</strong> ensaio ............................................................................................................... 67<br />

Fig. 5.40 - Ensaio <strong>de</strong> Flexão (A) ............................................................................................................ 67<br />

Fig. 5.41 - Ensaio <strong>de</strong> compressão (B) ................................................................................................... 67<br />

Fig. 5.42 - Equipamento <strong>de</strong> medição ultra-sons.................................................................................... 69<br />

Fig. 5.43 - Colocação <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> contacto ........................................................................................ 69<br />

Fig. 5.44 - Medição directa .................................................................................................................... 69<br />

Fig. 5.45 - Marcações no revestimento ................................................................................................. 70<br />

Fig. 5.46 - Medição Indirecta ................................................................................................................. 70<br />

Fig. 5.47 - Esclerómetro Pendular ......................................................................................................... 71<br />

Fig. 5.48 - Marcações no tijolo .............................................................................................................. 71<br />

Fig. 5.49 - Ensaio <strong>do</strong> Esclerómetro ....................................................................................................... 71<br />

XVI


Fig. 5.50 - Materiais e equipamentos necessários ................................................................................ 72<br />

Fig. 5.51 - Execução das furações nos tijolos ....................................................................................... 72<br />

Fig. 5.52 - Furações na argamassa ...................................................................................................... 72<br />

Fig. 5.53 - Pastilhas metálicas prontas <strong>para</strong> o arrancamento ............................................................... 73<br />

Fig. 5.54 - Equipamento <strong>de</strong> arrancamento ............................................................................................ 73<br />

Fig. 5.55 - Registo <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> rotura ...................................................................................................... 73<br />

Fig. 5.56 - Provetes sujeitos a vácuo .................................................................................................... 74<br />

Fig. 5.57 - Execução da pesag<strong>em</strong> hidrostática ..................................................................................... 74<br />

Fig. 5.58 - Introdução <strong>do</strong>s provetes ....................................................................................................... 75<br />

Fig. 5.59 - Imersão <strong>do</strong>s provetes ........................................................................................................... 75<br />

Fig. 5.60 - R<strong>em</strong>oção da água ................................................................................................................ 75<br />

Fig. 5.61 - Estufa a 60 ± 5º C ................................................................................................................ 76<br />

Fig. 5.62 - Excica<strong>do</strong>r .............................................................................................................................. 76<br />

Fig. 5.63 - Tabuleiro metálico com varetas <strong>de</strong> vidro posicionadas ....................................................... 76<br />

Fig. 5.64 - Ensaio da capilarida<strong>de</strong> ......................................................................................................... 77<br />

Fig. 5.65 - R<strong>em</strong>oção da água <strong>em</strong> excesso com pano húmi<strong>do</strong> .............................................................. 77<br />

Fig. 5.66 - Medição da franja capilar ..................................................................................................... 77<br />

Fig. 5.67 - Posicionamento <strong>do</strong>s cachimbos ........................................................................................... 79<br />

Fig. 5.68 - Registo <strong>do</strong>s volumes absorvi<strong>do</strong>s ........................................................................................ 79<br />

Fig. 5.69 - Impermeabilização das faces laterais com resina epóxida ................................................. 80<br />

Fig. 5.70 - Imersão <strong>do</strong>s meios provetes ................................................................................................ 80<br />

Fig. 5.71 - R<strong>em</strong>oção da água superficial ............................................................................................... 80<br />

Fig. 5.72 - Avaliação da massa ............................................................................................................. 80<br />

Fig. 5.73 - Disposição <strong>do</strong>s provetes <strong>para</strong> secag<strong>em</strong> .............................................................................. 80<br />

Fig. 6.1 - Curvas granulométricas das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas ...................................................... 83<br />

Fig. 6.2 - Tensões <strong>de</strong> rotura à flexão e à compressão; Tensão <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ..................................... 87<br />

Fig. 6.3 - Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ultra-sons ........................................................................................................ 87<br />

Fig. 6.4 - Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ensaio directo ................................................................................................. 88<br />

Fig. 6.5 - Ensaio indirecto ...................................................................................................................... 88<br />

Fig. 6.6 - Tensão <strong>de</strong> arrancamento média, máxima, mínima ................................................................ 89<br />

Fig. 6.7 - Tipo <strong>de</strong> rotura <strong>em</strong> M 1, M 2, AR 1 e AR 2, respectivamente. ................................................ 89<br />

Fig. 6.8 - Massa volúmica real e aparente; Porosida<strong>de</strong> aberta;............................................................ 91<br />

Fig. 6.9 - Representação gráfica da evolução da absorção capilar média ........................................... 92<br />

Fig. 6.10 - Absorção capilar média [59] ................................................................................................. 92<br />

Fig. 6.11 - Pormenor das curvas <strong>de</strong> absorção M 1 e M 2 ..................................................................... 93<br />

Fig. 6.12 - Evolução da absorção <strong>de</strong> água sob baixa pressão ............................................................. 94<br />

Fig. 6.13 - Teor <strong>em</strong> água após imersão durante 48 horas .................................................................... 95<br />

Fig. 6.14 - Curvas <strong>de</strong> Secag<strong>em</strong> das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas .......................................................... 95<br />

XVII


XVIII


ÍNDICE DE TABELAS<br />

Tabela 3.1 - Requisitos das argamassas no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong> e respectiva norma <strong>de</strong> ensaio [16]... 13<br />

Tabela 3.2 - Classificação das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta as<br />

proprieda<strong>de</strong>s apresentadas [16]. ........................................................................................................... 14<br />

Tabela 4.1 - Monomassas – Características gerais .............................................................................. 24<br />

Tabela 4.2 - Argamassas <strong>de</strong> Reboco – Características gerais ............................................................. 25<br />

Tabela 4.3 - Monomassas – Composição, características e outra informação .................................... 36<br />

Tabela 4.4 - Argamassas <strong>de</strong> Reboco - Composição, características e outra informação .................... 37<br />

Tabela 5.1 - Esqu<strong>em</strong>a <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> ensaios <strong>para</strong> o esta<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> <strong>para</strong> a caracterização das<br />

argamassas no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong> ....................................................................................................... 53<br />

Tabela 5.2 - Relação água/produto <strong>em</strong> pó a<strong>do</strong>ptada na formulação das argamassas. ....................... 54<br />

Tabela 6.1 - Granulometria.................................................................................................................... 83<br />

Tabela 6.2 - Valores da barida<strong>de</strong> média s<strong>em</strong> compactação <strong>para</strong> os diferentes tipos <strong>de</strong> Arg. pd. (NP<br />

955) ........................................................................................................................................................ 84<br />

Tabela 6.3 - Caracterização no esta<strong>do</strong> fresco ...................................................................................... 85<br />

Tabela 6.4 - Resumo das características mecânicas das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> .............................. 86<br />

Tabela 6.5 - Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra-sons (ensaio indirecto) e ressalto ............................ 88<br />

Tabela 6.6 - Tensão <strong>de</strong> arrancamento e tipo <strong>de</strong> rotura ......................................................................... 89<br />

Tabela 6.7 - Resumo <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> massa volúmica (real e aparente) e porosida<strong>de</strong> aberta ............ 91<br />

Tabela 6.8 - Resulta<strong>do</strong>s da absorção capilar segun<strong>do</strong> as normalizações abordadas. ........................ 92<br />

Tabela 6.9 - Teor <strong>em</strong> água às 48 horas ................................................................................................ 95<br />

Tabela 6.10 - Índices <strong>de</strong> Secag<strong>em</strong> ........................................................................................................ 95<br />

XIX


1. INTRODUÇÃO<br />

1.1 ENQUADRAMENTO<br />

As argamassas <strong>em</strong> geral, e <strong>em</strong> particular as argamassas <strong>de</strong>stinadas ao reboco, assum<strong>em</strong> um papel<br />

fulcral na construção. A importância <strong>do</strong> reboco é justificada não só pela aparência que confere ao<br />

edifício (prepon<strong>de</strong>rante na valorização <strong>do</strong> mesmo) mas também pelas funções <strong>de</strong> protecção e<br />

regularização <strong>do</strong>s suportes que <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha. O reboco é um el<strong>em</strong>ento da construção vulnerável que<br />

se encontra exposto a diversos agentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação.<br />

Várias po<strong>de</strong>rão ser as causas que propiciam um mau <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> reboco, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se as que<br />

são directamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das argamassas aplicadas e as que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m directamente <strong>do</strong><br />

suporte <strong>em</strong> questão. No caso das argamassas tradicionais, que representam a solução mais utilizada,<br />

as dificulda<strong>de</strong>s associadas ao controlo eficaz da produção ditam um <strong>do</strong>s principais probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong>ste<br />

tipo <strong>de</strong> argamassas. Outro aspecto importante, pren<strong>de</strong>-se com a formulação ina<strong>de</strong>quada das<br />

argamassas que na maior parte <strong>do</strong>s casos não t<strong>em</strong> <strong>em</strong> conta as características específicas <strong>do</strong><br />

suporte.<br />

Nos últimos anos t<strong>em</strong>-se assisti<strong>do</strong> à crescente utilização <strong>de</strong> argamassas industriais, por via das<br />

inúmeras vantagens que possibilitam. Estas argamassas, contrariamente às argamassas tradicionais,<br />

permitiram assegurar um controlo eficaz na produção <strong>de</strong> argamassas. Outro aspecto digno <strong>de</strong> relevo<br />

é a composição estudada e controlada, característica <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> argamassas.<br />

Relativamente às argamassas tradicionais existe já um conhecimento <strong>em</strong>pírico e experimental<br />

<strong>de</strong>corrente da sua longa utilização, não se passan<strong>do</strong> o mesmo relativamente às argamassas fabris<br />

<strong>de</strong>stinadas a rebocos. Esta dissertação insere-se no âmbito das activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investigação <strong>do</strong><br />

Grupo <strong>de</strong> Materiais <strong>de</strong> Construção e preten<strong>de</strong> um melhor conhecimento <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> argamassas.<br />

1.2 INTERESSE E OBJECTIVOS DO TRABALHO<br />

O interesse da presente dissertação pren<strong>de</strong>-se, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo, com a importância que o t<strong>em</strong>a <strong>do</strong>s<br />

rebocos assume como el<strong>em</strong>ento quer <strong>de</strong> construções novas quer na vertente da reabilitação.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a construção t<strong>em</strong> evoluí<strong>do</strong> no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma crescente industrialização e<br />

mecanização <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os processos construtivos como resposta a vários aspectos, tais como:<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprir prazos <strong>de</strong> execução, aumento <strong>do</strong> custo <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, crescente<br />

responsabilização <strong>do</strong>s vários intervenientes (garantia <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>), economia <strong>do</strong>s processos<br />

construtivos e eficiência energética. Todas estas necessida<strong>de</strong>s conduziram ao aparecimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento das argamassas fabris e <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>stas, as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos<br />

cuja utilização se prevê que seja gradualmente crescente <strong>em</strong> <strong>de</strong>trimento das argamassas<br />

tradicionais, fruto das claras vantagens que <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham face às tradicionais.<br />

Finalmente, importa salientar a importância que as questões energéticas, nomeadamente <strong>de</strong><br />

comportamento térmico <strong>do</strong>s edifícios cada vez mais assum<strong>em</strong>, por via das exigências <strong>do</strong>s<br />

1


egulamentos que vão impon<strong>do</strong> sucessivamente méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção e produtos <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

térmico melhora<strong>do</strong>. Nesse senti<strong>do</strong>, as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> reboco são um t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> voga<br />

não só por fazer<strong>em</strong> parte constituinte <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as ETICS (External Thermal Insulating Composite<br />

Syst<strong>em</strong>) com gran<strong>de</strong> eficácia neste <strong>do</strong>mínio, mas também pelo facto <strong>de</strong> se prever que sejam elas<br />

próprias alvo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> investigação e <strong>de</strong>senvolvimento nesta área num futuro próximo,<br />

nomeadamente pela introdução <strong>de</strong> constituintes com funções <strong>de</strong> melhoria <strong>do</strong> comportamento térmico.<br />

Ainda neste âmbito, refere-se o facto <strong>do</strong>s rebocos não tradicionais levar<strong>em</strong> por norma à utilização <strong>de</strong><br />

menores quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ligante, o que por si só é uma vantag<strong>em</strong> <strong>em</strong> termos energéticos.<br />

Em suma, comprova-se a actualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste t<strong>em</strong>a, preven<strong>do</strong>-se no futuro um aumento da sua<br />

importância, o que aliás não é alheio ao crescente recurso a produtos industriais na construção.<br />

Enquanto produtos industriais, os fabricantes raramente revelam os constituintes e nunca expõ<strong>em</strong> as<br />

percentagens <strong>em</strong>pregues <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s constituintes na composição das argamassas.<br />

Relativamente às características apresentadas nas fichas técnicas, na maioria <strong>do</strong>s casos, resum<strong>em</strong>-<br />

se às regularmente exigíveis pela normalização.<br />

Deste mo<strong>do</strong>, esta dissertação t<strong>em</strong> como objectivo a inventariação das argamassas comerciais<br />

disponíveis no merca<strong>do</strong> nacional (pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>), b<strong>em</strong> como a sintetização das suas<br />

principais características. Preten<strong>de</strong>-se também a avaliação experimental das principais características<br />

mecânicas e físicas <strong>de</strong> quatro argamassas pré-<strong>do</strong>seadas seleccionadas da pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

efectuada. Globalmente ambiciona-se caracterizar o melhor possível os constituintes, a composição,<br />

b<strong>em</strong> como as suas proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e físicas. Na medida <strong>do</strong> possível, tentar-se-á enquadrar<br />

as características avaliadas por via experimental com as apresentadas pelas argamassas<br />

tradicionais, enquanto solução alternativa <strong>para</strong> a execução <strong>de</strong> rebocos.<br />

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO<br />

O texto encontra-se estrutura<strong>do</strong> no formato que melhor permite atingir os objectivos <strong>de</strong>linea<strong>do</strong>s.<br />

Dessa forma, <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> objectivos principais, está biparti<strong>do</strong> numa primeira parte que aborda os<br />

aspectos relaciona<strong>do</strong>s com a pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (capítulo 3 e 4), seguin<strong>do</strong>-se uma segunda parte<br />

on<strong>de</strong> são avaliadas experimentalmente quatro argamassas resultantes da pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

efectuada (capítulo 5 e 6).<br />

Globalmente, a dissertação apresenta-se organizada <strong>em</strong> 7 capítulos.<br />

No capítulo 1 efectua-se o enquadramento da dissertação na t<strong>em</strong>ática <strong>do</strong>s rebocos, interesse <strong>do</strong><br />

t<strong>em</strong>a e respectivos objectivos <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s que motivaram a sua execução.<br />

No capítulo 2, com base na pesquisa bibliográfica efectuada, aborda-se sumariamente a evolução<br />

histórica das argamassas <strong>para</strong> reboco até à actualida<strong>de</strong>. Numa primeira fase, é referi<strong>do</strong> toda a<br />

multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aspectos conducentes à evolução das argamassas tradicionais, seguin<strong>do</strong>-se uma<br />

segunda fase on<strong>de</strong> esta abordag<strong>em</strong> inci<strong>de</strong> essencialmente sobre as argamassas fabris.<br />

2


As argamassas que são analisadas na presente dissertação, estão sujeitas a normalização da<strong>do</strong> o<br />

seu carácter industrial. No capítulo 3, aborda-se este aspecto <strong>em</strong> todas as suas abrangências,<br />

analisan<strong>do</strong>-se com especial <strong>de</strong>talhe a norma EN 998-1:2003, que regula a activida<strong>de</strong> fabril <strong>de</strong>ste tipo<br />

<strong>de</strong> argamassas, nomeadamente no que se refere à <strong>de</strong>finição <strong>do</strong>s requisitos necessários <strong>para</strong> que<br />

estas argamassas possam ser colocadas à venda no merca<strong>do</strong>.<br />

O capítulo 4, é aquele que se julga reproduzir melhor a noção <strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>. Partin<strong>do</strong> da<br />

meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong>finida <strong>para</strong> a pesquisa, recolhe-se toda a informação disponível sobre a t<strong>em</strong>ática <strong>em</strong><br />

estu<strong>do</strong>. Seguidamente proce<strong>de</strong>-se à apresentação organizada <strong>de</strong>ssa informação, <strong>para</strong> que<br />

posteriormente seja analisada, tentan<strong>do</strong> s<strong>em</strong>pre que possível dar resposta aos pressupostos que<br />

motivaram a execução <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.<br />

Esta primeira parte da dissertação, quan<strong>do</strong> isoladamente não possibilitava que os objectivos foss<strong>em</strong><br />

globalmente atingi<strong>do</strong>s, e por isso, foi compl<strong>em</strong>entada com uma campanha experimental, on<strong>de</strong> foram<br />

analisadas 4 argamassas da pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> efectuada.<br />

No capítulo 5 proce<strong>de</strong>-se à apresentação <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> ensaios, referin<strong>do</strong>-se nessa óptica os<br />

procedimentos <strong>de</strong> ensaio a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> se atingir o objectivo da caracterização física e mecânica<br />

das argamassas seleccionadas.<br />

Compl<strong>em</strong>entan<strong>do</strong> o capítulo 5, no qual genericamente se apresentou a meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> ensaio<br />

preconizada e forma <strong>de</strong> análise e tratamento <strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s, o capítulo 6 apresenta os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

sob a forma <strong>de</strong> tabelas e gráficos, a partir <strong>do</strong>s quais são analisa<strong>do</strong>s e discuti<strong>do</strong>s, estabelecen<strong>do</strong>-se<br />

uma análise crítica <strong>do</strong>s mesmos. A análise <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>corre da com<strong>para</strong>ção das características<br />

das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, entre os valores obti<strong>do</strong>s e os valores forneci<strong>do</strong>s nas fichas técnicas, e,<br />

quan<strong>do</strong> oportuno, da com<strong>para</strong>ção qualitativa com outros resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> campanhas experimentais<br />

<strong>de</strong>senvolvidas <strong>em</strong> condições aproximadamente idênticas mas sobre argamassas tradicionais, no<br />

senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> melhor enquadrar os valores obti<strong>do</strong>s, mas também possibilitar uma avaliação mais eficaz<br />

<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> argamassas enquanto soluções <strong>para</strong> reboco.<br />

O capítulo 7 apresenta as conclusões gerais da dissertação e propostas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

estu<strong>do</strong>s futuros neste <strong>do</strong>mínio.<br />

Por fim, apresentam-se as referências bibliográficas, e os anexos que foram referencia<strong>do</strong>s ao longo<br />

da dissertação.<br />

3


2. HISTÓRIA DAS ARGAMASSAS<br />

2.1 EVOLUÇÃO DAS ARGAMASSAS TRADICIONAIS DESDE A ANTIGUIDADE<br />

A necessida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Hom<strong>em</strong> Primitivo <strong>em</strong> construir abrigos <strong>para</strong> que pu<strong>de</strong>sse satisfazer as suas<br />

necessida<strong>de</strong>s básicas r<strong>em</strong>onta às primitivas civilizações. Para executar os seus abrigos era<br />

indispensável um “material” que aglutinasse os restantes el<strong>em</strong>entos que estavam disponíveis na<br />

natureza tais como as pedras, ou outros produtos, como os tijolos <strong>de</strong> a<strong>do</strong>be. A orig<strong>em</strong> das<br />

argamassas advém <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> e o seu aparecimento data <strong>de</strong> há 10000 anos 1 [1].<br />

As argamassas até chegar<strong>em</strong> aos nossos dias passaram por vários estágios <strong>de</strong> evolução<br />

acompanhan<strong>do</strong> a evolução <strong>de</strong> conhecimentos, nomeadamente as <strong>de</strong>scobertas efectuadas nos<br />

ligantes. Nesse senti<strong>do</strong>, a <strong>de</strong>scoberta <strong>do</strong> fogo permitiu o evi<strong>de</strong>nciar das características aglutinantes<br />

das argilas e calcários quan<strong>do</strong> <strong>em</strong> contacto com a água [1] . Com os fornos então produzi<strong>do</strong>s foi<br />

possível a produção <strong>de</strong> Cal Viva como resulta<strong>do</strong> da calcinação da pedra calcária, chegan<strong>do</strong>-se<br />

posteriormente à Cal Hidratada. Outro produto que fora obti<strong>do</strong> por meio <strong>de</strong> cozedura foi o gesso [2].<br />

Como marco incontornável <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>senvolvimento assinala-se a importância atribuída à civilização<br />

Romana, não só pelo eficaz aproveitamento das características pozolânicas das pozolanas naturais<br />

(cinzas vulcânicas ricas <strong>em</strong> sílica e alumina) b<strong>em</strong> como pela introdução <strong>de</strong> areias, cerâmicas moídas,<br />

cal hidratada e matérias orgânicas (gorduras, sebo <strong>de</strong> boi, borras <strong>de</strong> azeite, etc) na composição das<br />

argamassas s<strong>em</strong>pre que se pretendia aumentar a sua resistência ou garantir melhores condições <strong>de</strong><br />

hidraulicida<strong>de</strong> [2][4][5].<br />

Até então, a mistura ligante presente nas argamassas recorria à utilização <strong>de</strong> cal, gesso e pozolanas.<br />

Contu<strong>do</strong>, <strong>de</strong>terminadas obras <strong>em</strong> zonas marítimas e fluviais conduziram ao aparecimento e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong>s ligantes hidráulicos. Inicialmente estes estu<strong>do</strong>s foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s pelo<br />

engenheiro inglês John Smeaton (1724-1792), mas seria o inglês Joseph Aspdin (1824) a patentear o<br />

fabrico <strong>do</strong> cimento Portland [6].<br />

Após esta fase, os merca<strong>do</strong>s da Cal Hidráulica e cimento <strong>de</strong>senvolveram-se, impulsiona<strong>do</strong>s pela<br />

construção <strong>de</strong> fábricas <strong>em</strong> Inglaterra, França e, no final <strong>do</strong> século XIX, <strong>em</strong> Portugal, conforme<br />

explicita<strong>do</strong> na Fig. 2.1. Ao longo <strong>do</strong>s anos o cimento Portland passou a substituir a cal hidraúlica e a<br />

cal hidratada como ligante nas obras <strong>de</strong> construção civil, dadas as características que apresentava<br />

[5].<br />

1 Ver Fig. 2.1<br />

5


Fig. 2.1 - Síntese histórica da evolução das argamassas [7]<br />

2.2 ORIGEM E APERFEIÇOAMENTO DAS ARGAMASSAS FABRIS<br />

Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que não é possível <strong>de</strong>scontextualizar as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos<br />

das argamassas industriais, conforme ver<strong>em</strong>os <strong>em</strong> 3.2, vamos neste ponto da dissertação abordar<br />

estas últimas argamassas apenas como enquadramento das primeiras.<br />

As argamassas produzidas <strong>em</strong> obra passaram por várias fases <strong>de</strong> evolução. O aumento da utilização<br />

<strong>do</strong> cimento conduziu à formulação <strong>de</strong> argamassas <strong>em</strong> que a <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> excessiva <strong>de</strong> cimento foi<br />

responsável pela fissuração <strong>de</strong> rebocos. Embora este aspecto tenha si<strong>do</strong> <strong>em</strong> parte corrigi<strong>do</strong>,<br />

continuou-se a constatar que a percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> cimento no traço da argamassa e a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong> amassadura eram superiores às necessárias originan<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong>s níveis <strong>de</strong> retracção e<br />

fissuração [5]. Não obstante, entre 1950 e 1960, na Europa Central e nos Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s a nova<br />

indústria da construção, com maior exigência <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> execução, trouxe associada<br />

a i<strong>de</strong>ia da substituição das argamassas totalmente pre<strong>para</strong>das <strong>em</strong> obra por argamassas secas<br />

prontas a aplicar [8].<br />

To<strong>do</strong>s estes aspectos acima referi<strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>s ao <strong>de</strong>senvolvimento da mecanização <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> mistura e sist<strong>em</strong>atização <strong>do</strong> transporte a granel possibilitaram o início da indústria das<br />

argamassas Industriais produzidas <strong>em</strong> fábrica trazen<strong>do</strong> benefícios à construção civil, nomeadamente<br />

na qualida<strong>de</strong> das argamassas utilizadas e ainda na criação <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> panóplia <strong>de</strong> produtos 2<br />

com eleva<strong>do</strong> <strong>grau</strong> <strong>de</strong> especialização. Produziram-se então as primeiras argamassas <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> fabril<br />

na Europa [1][5].<br />

2 A gama <strong>de</strong> produtos compreen<strong>de</strong>: Revestimentos monocamada, Colag<strong>em</strong> <strong>de</strong> revestimentos,<br />

Revestimentos Acrílicos, Sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Impermeabilização, Sist<strong>em</strong>as ETICS, Argamassas Técnicas e<br />

Pavimentos Autonivelantes;<br />

6


Salienta-se, como referência <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>senvolvimento, o aparecimento no Centro da Europa (1960) das<br />

Argamassas Retardadas ou Estabilizadas. Este tipo <strong>de</strong> argamassas é pre<strong>para</strong><strong>do</strong> <strong>em</strong> fábrica,<br />

transporta<strong>do</strong> <strong>para</strong> a obra e coloca<strong>do</strong> <strong>em</strong> recipientes específicos <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> posteriormente ser<br />

aplicadas num perío<strong>do</strong> até 36 horas. Estas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estabilização são obtidas com recurso a<br />

adjuvantes retarda<strong>do</strong>res <strong>de</strong> presa e introdutores <strong>de</strong> ar [8] . Actualmente, estas argamassas ainda<br />

apresentam pouca expressão com<strong>para</strong>tivamente com as restantes soluções <strong>de</strong> argamassa <strong>para</strong><br />

rebocos, o que se po<strong>de</strong> justificar, <strong>em</strong> parte, por ter<strong>em</strong> pouca varieda<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> com<strong>para</strong>das com as<br />

argamassas secas, <strong>para</strong> além <strong>do</strong> que a sua utilização só se torna rentável a partir <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

volumes <strong>de</strong> trabalho [5].<br />

Em Portugal, as primeiras argamassas fabris (limitan<strong>do</strong>-se nesta altura aos Cimentos - Cola) tiveram<br />

o seu fabrico entre 1970 e 1980. Também nesta altura começaram a aplicar-se Monomassas<br />

importadas <strong>de</strong> França 3 . Ainda neste âmbito, salienta-se o primeiro registo <strong>de</strong> uma marca <strong>de</strong> reboco<br />

hidráulico (acompanhadas <strong>de</strong> experiências <strong>de</strong> aplicação <strong>em</strong> obra com reboco ensaca<strong>do</strong>) [9][10][11].<br />

Até ao ano 2000, como marcos impulsiona<strong>do</strong>res <strong>do</strong> incr<strong>em</strong>ento da utilização <strong>de</strong>stes produtos,<br />

salienta-se a ocorrência da Exposição Mundial <strong>em</strong> Lisboa <strong>em</strong> 1998 (EXPO 98), cujo volume <strong>de</strong><br />

trabalhos, prazos <strong>de</strong> execução e qualida<strong>de</strong> exigida possibilitou o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas técnicas<br />

<strong>de</strong> construção b<strong>em</strong> como <strong>de</strong> novos produtos. Estas condicionantes associadas às obras <strong>de</strong><br />

construção <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> nível que se <strong>de</strong>senvolveram <strong>em</strong> re<strong>do</strong>r da EXPO 98, que recorreram <strong>em</strong><br />

exclusivo a argamassas fabris, propiciaram o aparecimento <strong>do</strong>s primeiros silos <strong>em</strong> obra. Na<br />

generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> país, <strong>em</strong> especial nas zonas urbanas, assistia-se a um gran<strong>de</strong> crescimento da<br />

construção nova, reforçan<strong>do</strong> o referi<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento [9].<br />

No início <strong>de</strong>ste século já existia <strong>em</strong> Portugal alguma expressão <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas nacionais e<br />

multinacionais produtoras <strong>de</strong> argamassas secas. A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong> no sector<br />

conduziu à formação (<strong>em</strong> 2002) da Associação Portuguesa Dos Fabricantes <strong>de</strong> Argamassas <strong>de</strong><br />

Construção – <strong>APFAC</strong>. Esta associação representa Portugal junto da EMO, European Mortar Industry<br />

Organization (Fe<strong>de</strong>ração Europeia <strong>de</strong> Fabricantes <strong>de</strong> Argamassas) [8] .<br />

A passag<strong>em</strong> das argamassas pre<strong>para</strong>das <strong>em</strong> obra <strong>para</strong> produtos fabris acarretou consigo o<br />

cumprimento <strong>de</strong> Normas Europeias obrigatórias, à s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong> que acontece com outros produtos<br />

Fabris. Este aspecto da normalização será aborda<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>talhe no ponto 3.1, contu<strong>do</strong> refere-se<br />

nesta fase alguns aspectos essenciais tais como a publicação da Directiva <strong>do</strong>s Produtos da<br />

Construção <strong>em</strong> 1989 pela União Europeia, a norma relativa às argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>de</strong><br />

revestimento <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s - Norma Europeia Harmonizada EN 998-1:2003 - Specification for Mortary<br />

for Masonry – Part 1: Ren<strong>de</strong>ring and plastering mortary que estabelece as condições necessárias à<br />

marcação CE (conforme os requisitos essenciais), <strong>para</strong> que seja possível a colocação <strong>de</strong> produtos no<br />

merca<strong>do</strong> [1][12]. Esta sequência t<strong>em</strong>poral está evi<strong>de</strong>nciada na Fig. 2.1.<br />

3 Segun<strong>do</strong> o Engº Carlos Duarte (Presi<strong>de</strong>nte da Associação Portuguesa Dos Fabricantes <strong>de</strong><br />

Argamassas <strong>de</strong> Construção – <strong>APFAC</strong>), a França constitui-se <strong>em</strong> muitas áreas e <strong>em</strong> particular na<br />

Construção, uma referência <strong>para</strong> Portugal.<br />

7


Present<strong>em</strong>ente, fruto da estagnação económica e da crescente consciencialização <strong>para</strong> a importância<br />

da preservação <strong>do</strong>s edifícios antigos assiste-se a um aumento da activida<strong>de</strong> da reabilitação<br />

provocan<strong>do</strong> um readquirir das técnicas <strong>de</strong> fabrico e <strong>de</strong> aplicação das argamassas <strong>de</strong> cal. A indústria<br />

das argamassas fabris não passou indiferente a estas alterações, produzin<strong>do</strong> também argamassas<br />

pré-<strong>do</strong>seadas <strong>de</strong>stinadas à reabilitação [9].<br />

Salienta-se, por último, a crescente especialização das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas não apenas <strong>para</strong><br />

reboco mas também noutras áreas como por ex<strong>em</strong>plo a impermeabilização e selag<strong>em</strong> <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos.<br />

São as <strong>de</strong>nominadas argamassas técnicas que apresentam diferentes proprieda<strong>de</strong>s químicas e<br />

mecânicas particularmente apropriadas às funções a <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar.<br />

Perspectivam-se gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvimentos e alterações nesta área, analisan<strong>do</strong> a importância que as<br />

questões energéticas, <strong>de</strong> conforto térmico e acústico cada vez mais <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham [13][14][15].<br />

8


3. ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS PARA REBOCOS – EN 998-1: 2003<br />

A norma europeia harmonizada EN 998-1 - Especificações <strong>para</strong> argamassas <strong>de</strong> alvenaria – Parte 1:<br />

Argamassas <strong>de</strong> reboco interior e exterior, enquadra as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> reboco<br />

relativamente à sua caracterização. Apresenta nomeadamente as <strong>de</strong>finições e termos pelos quais os<br />

diferentes tipos <strong>de</strong> argamassas são classifica<strong>do</strong>s e respectivas proprieda<strong>de</strong>s a ser<strong>em</strong> verificadas.<br />

Define ainda, as normas <strong>de</strong> ensaio a ser<strong>em</strong> utilizadas e <strong>de</strong>screve a forma como os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser apresenta<strong>do</strong>s na correspon<strong>de</strong>nte rotulag<strong>em</strong> e aposição da marcação CE [16].<br />

Os tópicos seguidamente aborda<strong>do</strong>s, cont<strong>em</strong>plam estes aspectos, entre outros.<br />

3.1 NORMALIZAÇÃO / CERTIFICAÇÃO<br />

As argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, enquanto produtos fabris, passaram a estar sujeitos ao cumprimento<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas exigências normativas como forma <strong>de</strong> assegurar a verificação <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

requisitos <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. Torna-se importante abordar estes aspectos, já que cont<strong>em</strong>plam um<br />

importante ponto <strong>de</strong> caracterização das proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> argamassas.<br />

A normalização <strong>de</strong> produtos não tradicionais <strong>em</strong> Portugal, <strong>do</strong>s quais as argamassas <strong>de</strong>stinadas a<br />

reboco passaram a fazer parte através das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, passou por várias etapas até<br />

chegarmos ao sist<strong>em</strong>a actualmente <strong>em</strong> vigor, conforme se po<strong>de</strong> verificar na Fig. 3.1.<br />

Fig. 3.1 - Esqu<strong>em</strong>a da evolução da normalização das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas [6][12][17]<br />

9


Quan<strong>do</strong> ocorreu o aparecimento <strong>do</strong>s rebocos pré-<strong>do</strong>sea<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Portugal, não existia conhecimento<br />

técnico, n<strong>em</strong> regulamentação aplicável sobre estas argamassas. Neste senti<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

art.º17 <strong>do</strong> RGEU (Regulamento Geral das Edificações Urbanas), estes produtos teriam que ser<br />

aprecia<strong>do</strong>s pelo Laboratório Nacional <strong>de</strong> Engenharia Civil (LNEC), cujo parecer favorável era<br />

necessário <strong>para</strong> que a comercialização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> produtos fosse possível, traduzin<strong>do</strong>-se essa<br />

aprovação, na <strong>em</strong>issão <strong>de</strong> Documentos <strong>de</strong> Homologação (DH) [12][18][19].<br />

Em 1960, ocorreu a criação da UEAtc – União Europeia <strong>para</strong> a Aprovação Técnica na Construção,<br />

que congrega os organismos <strong>de</strong> vários países europeus com funções <strong>de</strong> homologação, no qual se<br />

insere o LNEC. Saliente-se, <strong>para</strong>lelamente, a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida pelo IPQ – Instituto Português<br />

<strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>, compl<strong>em</strong>entarmente ao CEN – Comité Europeu <strong>de</strong> Normalização, na regulamentação<br />

<strong>de</strong> EN - Normas Europeias e posterior passag<strong>em</strong> a Normas Portuguesas, e ainda a <strong>APFAC</strong> que<br />

<strong>de</strong>senvolve activida<strong>de</strong> <strong>em</strong> congregação com a EMO, conforme referi<strong>do</strong> <strong>em</strong> 2.2.<br />

Este tipo <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a manteve-se váli<strong>do</strong> até à entrada <strong>em</strong> vigor da Norma Europeia Harmonizada EN<br />

998-1: 2003 – Specification for mortar for masonry – Part1: Ren<strong>de</strong>ring and Plastering mortar. No<br />

entanto, os produtos com Documento <strong>de</strong> Homologação váli<strong>do</strong> <strong>para</strong> além <strong>de</strong>sta altura mantiveram a<br />

sua valida<strong>de</strong> [12]. Esta norma harmonizada, <strong>de</strong>senvolvida pelo Comité Europeu <strong>de</strong> Normalização<br />

(CEN), surge na sequência da Directiva <strong>do</strong>s Produtos <strong>de</strong> Construção (DPC) 89 /106/ EEC e cumpre<br />

os objectivos da Comissão Europeia <strong>de</strong> permitir a livre comercialização <strong>de</strong> argamassas fabris <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>do</strong> espaço comunitário europeu, obrigan<strong>do</strong> <strong>para</strong> tal as argamassas a possuír<strong>em</strong> Marcação CE.<br />

Conforme apresenta<strong>do</strong> na Fig. 3.1, s<strong>em</strong> prejuízo <strong>para</strong> a marcação CE que assume carácter<br />

obrigatório, estas argamassas po<strong>de</strong>rão apresentar-se no merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>tadas com certificações<br />

adicionais <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> fabrico e produção, nomeadamente: Documento <strong>de</strong> Aplicação (DA) <strong>em</strong>iti<strong>do</strong>s<br />

pelo LNEC, licença <strong>para</strong> o uso da marca produto certifica<strong>do</strong> da CERTIF (Associação <strong>para</strong> a<br />

certificação <strong>de</strong> produtos) ou marca DIT PLUS.<br />

3.2 DEFINIÇÕES E CONCEITOS<br />

Embora alguns conceitos já tenham si<strong>do</strong> brev<strong>em</strong>ente aborda<strong>do</strong>s no ponto 2.2, segue-se a sua<br />

explicação <strong>de</strong>talhada, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as <strong>de</strong>finições a<strong>do</strong>ptadas pelo EMO - European Mortary Industry<br />

Organization, apresentadas <strong>em</strong> EMOdico - Dicionário Técnico <strong>de</strong> Argamassas, ten<strong>do</strong> por base a<br />

EN 998-1: 2003 [16][20]. Neste subcapítulo são apresenta<strong>do</strong>s os principais conceitos associa<strong>do</strong>s à<br />

t<strong>em</strong>ática <strong>de</strong>sta dissertação.<br />

3.2.1 CONCEITOS GERAIS<br />

Define-se argamassa, como sen<strong>do</strong> uma mistura <strong>de</strong> um ou mais ligantes orgânicos ou inorgânicos,<br />

agrega<strong>do</strong>s finos, cargas, aditivos e/ou adjuvantes. A principal diferenciação entre argamassas resi<strong>de</strong><br />

nos constituintes <strong>em</strong>pregues na mistura e na respectiva proporção relativa.<br />

10


Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta o critério <strong>do</strong> local <strong>de</strong> produção, exist<strong>em</strong> os seguintes tipos <strong>de</strong> argamassas:<br />

o Argamassas feitas <strong>em</strong> obra (ou tradicionais): argamassa composta por constituintes primários<br />

(por ex<strong>em</strong>plo, ligantes, agrega<strong>do</strong>s e água), <strong>do</strong>sea<strong>do</strong>s e mistura<strong>do</strong>s <strong>em</strong> obra;<br />

o Argamassas industriais: (também <strong>de</strong>signadas por argamassas fabris) são argamassas cuja<br />

<strong>do</strong>sag<strong>em</strong> e mistura ocorre <strong>em</strong> fábrica, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> apresentar-se “<strong>em</strong> pó”, requeren<strong>do</strong> apenas a<br />

adição <strong>de</strong> água (argamassas secas ou pronta a amassar), ou “<strong>em</strong> pasta”, já amassada fornecida<br />

pronta a aplicar (argamassas estabilizadas);<br />

o Argamassa industriais s<strong>em</strong>i-acabadas: correspon<strong>de</strong>m a argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, a modificar<br />

<strong>em</strong> obra. Dentro <strong>de</strong>stas, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta o local on<strong>de</strong> ocorre a <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> e mistura, exist<strong>em</strong> <strong>do</strong>is<br />

tipos <strong>de</strong> argamassas:<br />

o Argamassa pré-misturada: componentes <strong>do</strong>sea<strong>do</strong>s e mistura<strong>do</strong>s <strong>em</strong> fábrica, forneci<strong>do</strong>s à obra,<br />

on<strong>de</strong> serão adiciona<strong>do</strong>s outros componentes que o fabricante específica ou também fornece;<br />

o Argamassa Pré-<strong>do</strong>seada: componentes <strong>do</strong>sea<strong>do</strong>s <strong>em</strong> fábrica e forneci<strong>do</strong>s <strong>para</strong> obra, on<strong>de</strong><br />

serão mistura<strong>do</strong>s segun<strong>do</strong> instruções e condições <strong>do</strong> fabricante.<br />

As argamassas fabris, que serão alvo <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>, já se encontram previamente <strong>do</strong>seadas e<br />

misturadas <strong>em</strong> fábrica, encontran<strong>do</strong>-se por isso “acabadas” (produto <strong>em</strong> pó), adicionan<strong>do</strong>-se apenas<br />

água <strong>para</strong> se proce<strong>de</strong>r à amassadura. Deste mo<strong>do</strong>, e ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> atenção as <strong>de</strong>finições apresentadas,<br />

a <strong>de</strong>signação que se julga mais a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> as argamassas objecto <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> é a <strong>de</strong><br />

argamassas industriais. Contu<strong>do</strong>, após a realização da pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>, ficou-se com a<br />

percepção que a <strong>de</strong>signação <strong>em</strong> termos comerciais maioritariamente <strong>em</strong>pregue <strong>para</strong> este tipo <strong>de</strong><br />

argamassas é argamassas pré-<strong>do</strong>seadas. Nesse senti<strong>do</strong>, optou-se no presente trabalho pela<br />

a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>signação por questões <strong>de</strong> simplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> percepção e reconhecimento <strong>do</strong> produto<br />

pelos técnicos <strong>do</strong> sector, <strong>em</strong>bora possivelmente com alguma perda <strong>de</strong> rigor conforme referi<strong>do</strong>. No<br />

entanto, <strong>em</strong> última instância, todas as argamassas fabris são pré-<strong>do</strong>seadas, verifican<strong>do</strong>-se por isso a<br />

aplicabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> conceito.<br />

Por fim, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta o critério da concepção, po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finir-se <strong>do</strong>is tipos:<br />

o Argamassas <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho (ou <strong>de</strong> prestação), cuja composição e processo <strong>de</strong> fabrico estão<br />

<strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s pelo fabricante com vista a obter proprieda<strong>de</strong>s específicas;<br />

o Argamassas <strong>de</strong> Formulação: que são fabricadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com uma composição pré-<br />

<strong>de</strong>terminada, <strong>para</strong> a qual as proprieda<strong>de</strong>s obtidas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da proporção entre os<br />

componentes.<br />

Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta os conceitos apresenta<strong>do</strong>s, apenas as Argamassas <strong>de</strong> Des<strong>em</strong>penho se enquadram<br />

no âmbito da presente dissertação, uma vez que são estritamente seguidas as condições <strong>de</strong> fabrico<br />

propostas pelo fabricante, adicionan<strong>do</strong>-se apenas água, conforme v<strong>em</strong> referi<strong>do</strong> nas fichas técnicas.<br />

11


3.2.2 CONCEITOS ESPECÍFICOS<br />

No senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> melhor perceber as fichas técnicas <strong>do</strong>s diversos fabricantes apresenta-se <strong>de</strong> seguida a<br />

classificação das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as suas proprieda<strong>de</strong>s e utilização,<br />

especificadas na EN 998-1:2003 [20]:<br />

o Argamassa <strong>de</strong> uso geral (GP);<br />

o Argamassa <strong>de</strong> reboco leve (LW);<br />

o Argamassa colorida (CR);<br />

o Monomassa (OC);<br />

o Argamassa <strong>de</strong> renovação (R);<br />

o Argamassa <strong>de</strong> isolamento térmico (T).<br />

Nesta dissertação, apenas serão abordadas as argamassas colorida (CR), uso geral (GP) e<br />

revestimento Monomassa (OC), ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que as soluções <strong>de</strong> reboco propostas pelos<br />

fabricantes e que se inser<strong>em</strong> no âmbito da presente dissertação, apenas inclu<strong>em</strong> este tipo <strong>de</strong><br />

argamassas. As <strong>de</strong>finições respectivas são as seguintes:<br />

o Argamassa <strong>de</strong> reboco colorida (CR): correspon<strong>de</strong> a argamassas <strong>de</strong>stinadas ao exterior ou<br />

interior especialmente coloridas. Também são corrent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>signadas por Argamassas <strong>de</strong><br />

Decoração/Acabamento, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que isoladas não consegu<strong>em</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar as funções<br />

<strong>de</strong> estanquida<strong>de</strong> e regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um <strong>para</strong>mento, sen<strong>do</strong> por isso normalmente <strong>em</strong>pregues <strong>em</strong><br />

conjunto com as Argamassas <strong>de</strong> Reboco (GP), que permit<strong>em</strong> o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong>stas funções,<br />

compl<strong>em</strong>entan<strong>do</strong>-se assim mutuamente. Em suma, estas argamassas <strong>de</strong>stinam-se apenas a<br />

ser<strong>em</strong> aplicadas como camada <strong>de</strong> acabamento;<br />

o Argamassas <strong>de</strong> uso geral (GP): são argamassas s<strong>em</strong> características especiais, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho ou formulação. Este tipo <strong>de</strong> argamassas inser<strong>em</strong>-se no âmbito das Argamassas <strong>de</strong><br />

Reboco, <strong>de</strong>finin<strong>do</strong>-se como sen<strong>do</strong>: a mistura <strong>de</strong> um ou mais ligantes inorgânicos, agrega<strong>do</strong>s<br />

e/ou adjuvantes, usada <strong>para</strong> execução <strong>de</strong> reboco interiores ou exteriores. Os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> reboco<br />

propostos pelos fabricantes que inclu<strong>em</strong> este tipo <strong>de</strong> argamassa, <strong>de</strong>nominam-se corrent<strong>em</strong>ente<br />

por Sist<strong>em</strong>a reboco + pintura (aspecto que será aborda<strong>do</strong> com maior <strong>de</strong>talhe <strong>em</strong> 4.3.5), da<strong>do</strong><br />

que este tipo <strong>de</strong> argamassa não possibilita isoladamente, o acabamento final, ten<strong>do</strong> por isso que<br />

ser compl<strong>em</strong>entada com pintura ou <strong>em</strong> alternativa por uma argamassa <strong>de</strong> Acabamento (CR),<br />

que aplicada geralmente <strong>em</strong> camada fina, confere o acabamento final ao reboco.<br />

o Monomassa (OC): correspon<strong>de</strong> a uma argamassa concebida <strong>para</strong> revestimento, aplicada numa<br />

só camada, que cumpre todas as funções <strong>de</strong> protecção e <strong>de</strong>coração conseguidas por um<br />

sist<strong>em</strong>a multi-camada. Geralmente é colorida, isto é pigmentada na massa.<br />

É importante salientar, que os revestimentos constituídas por Monomassa (OC) ou Argamassas <strong>de</strong><br />

Reboco (GP), sen<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>s numa única camada têm que <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar as mesmas funções e<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> que os rebocos tradicionais aplica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> três camadas. Neste senti<strong>do</strong>, estas<br />

argamassas pré-<strong>do</strong>seadas também po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>signadas (com maior rigor, segun<strong>do</strong> alguns autores,<br />

mas <strong>em</strong> contrapartida com menor utilização por parte <strong>do</strong> meio técnico), por revestimentos<br />

12


“Monocamada” [21]. Utilizan<strong>do</strong> esta <strong>de</strong>signação, simultaneamente <strong>para</strong> Monomassas (OC) e<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco (GP), o critério normalmente utiliza<strong>do</strong> <strong>para</strong> referenciar uma (ou outra), é a<br />

pigmentação na massa.<br />

3.3 REQUISITOS PARA A APOSIÇÃO DA MARCAÇÃO CE<br />

Partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> critério que t<strong>em</strong> <strong>em</strong> conta a classificação das argamassas quanto às proprieda<strong>de</strong>s e<br />

utilização, a norma EN 998-1:2003 estabelece <strong>para</strong> cada um <strong>de</strong>stes tipos, as características<br />

harmonizadas (requisitos), a respectiva norma <strong>de</strong> ensaio 4 e o enquadramento <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s<br />

(quer <strong>em</strong> classes quan<strong>do</strong> estes valores se encontr<strong>em</strong> tabela<strong>do</strong>s, quer unida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> que os resulta<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser indica<strong>do</strong>s). Estes aspectos, encontram-se na Tabela 2 da norma citada. A título <strong>de</strong><br />

ex<strong>em</strong>plo, apresentam-se na Tabela 3.1, estes requisitos relativamente às Argamassas <strong>de</strong> Reboco<br />

(GP) e Monomassas (OC) no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong>.<br />

Tabela 3.1 - Requisitos das argamassas no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong> e respectiva norma <strong>de</strong> ensaio [16]<br />

Proprieda<strong>de</strong>s<br />

Norma <strong>de</strong><br />

Ensaio<br />

13<br />

Tipo <strong>de</strong> Argamassas<br />

OC GP<br />

Massa Volúmica [Kg/m 3 ] EN 1015 - 10 Intervalo <strong>de</strong> valores <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>s<br />

Resistência à compressão<br />

(categorias)<br />

A<strong>de</strong>rência [N/mm 2 ] e tipo <strong>de</strong><br />

fractura (A,B,C)<br />

EN 1015 - 11 CS I a CS IV<br />

EN 1015 - 12 -<br />

≥ Valor<br />

<strong>de</strong>clara<strong>do</strong> e<br />

tipo <strong>de</strong><br />

fractura<br />

A<strong>de</strong>rência após ciclos <strong>de</strong> cura<br />

[N/mm 2 ] e tipo <strong>de</strong> fractura (A,B,C)<br />

Absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong><br />

EN 1015 - 21<br />

Valor <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> e tipo <strong>de</strong><br />

fractura<br />

-<br />

(categorias) - Só <strong>para</strong> argamassas<br />

<strong>de</strong>stinadas ao exterior<br />

EN 1015 - 18 W1 até W2 W0 até W2<br />

Permeabilida<strong>de</strong> à água após ciclos<br />

climáticos (ml/cm 2 após 48 horas)<br />

EN 1015 - 21<br />

≤ 1 ml/cm 2 <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 48<br />

horas<br />

-<br />

Coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> ao<br />

vapor <strong>de</strong> água [µ] - Só <strong>para</strong><br />

argamassas <strong>de</strong>stinadas ao exterior<br />

EN 1015 - 19 a,b ≤ Valor <strong>de</strong>clara<strong>do</strong><br />

Condutivida<strong>de</strong> térmica [W/m.K]<br />

EN 1745 -<br />

Tabela A.12<br />

Valor tabela<strong>do</strong><br />

Reacção ao fogo (classe)<br />

Declaração <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o ponto 5.2.2 da<br />

NP EN 13501-1<br />

norma EN 998-1<br />

Avaliação visual da<br />

Durabilida<strong>de</strong> - a<strong>de</strong>rência e permeabilida<strong>de</strong><br />

após ciclos climáticos<br />

-<br />

Os valores obti<strong>do</strong>s, <strong>para</strong> os ensaios referi<strong>do</strong>s na Tabela 3.2, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>s nas respectivas<br />

classes indicadas.<br />

4 A listag<strong>em</strong> <strong>de</strong>talhada das Normas encontra-se <strong>em</strong> http://www.euromortar.com/list_norm.pdf


Tabela 3.2 - Classificação das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta as proprieda<strong>de</strong>s<br />

apresentadas [16].<br />

Classe <strong>de</strong> compressão Resistência à compressão aos 28 dias<br />

CS - I 0,4 a 2,5 N/mm 2<br />

CS – II 1,5 a 5,0 N/mm 2 (2)<br />

CS – III 3,5 a 7,5 N/mm 2 (1)<br />

CS – IV ≥ 6 N/mm 2<br />

Absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> Capilarida<strong>de</strong><br />

W0 Não especifica<strong>do</strong><br />

W1 c ≤ 0,40 kg/m 2 .min 0,5<br />

W2 c ≤ 0,20 Kg/m 2 .min 0,5<br />

Condutivida<strong>de</strong> Térmica Condutivida<strong>de</strong><br />

T1 ≤ 0,1 W/m.K<br />

T2 ≤ 0,2 W /m.K<br />

(1) As argamassas pré - <strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos situam-se normalmente nesta classe;<br />

(2) As argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos (vertente reabilitação) situam-se por norma nesta classe;<br />

Como ex<strong>em</strong>plo: Argamassa pré-<strong>do</strong>seada <strong>para</strong> reboco Categoria CS - III - W2 - T1. Um ex<strong>em</strong>plo<br />

prático da indicação <strong>de</strong>stas classes po<strong>de</strong> ser verifica<strong>do</strong> na Fig. 3.3.<br />

3.4 MARCAÇÃO CE E ROTULAGEM<br />

Para que os fabricantes possam colocar as suas argamassas no merca<strong>do</strong>, <strong>de</strong>verão efectuar a<br />

marcação CE <strong>do</strong>s seus produtos <strong>em</strong>itin<strong>do</strong> <strong>para</strong> tal uma <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> on<strong>de</strong> atest<strong>em</strong><br />

que promoveram um controlo interno <strong>de</strong> produção e qualida<strong>de</strong> apropria<strong>do</strong>s e que os valores obti<strong>do</strong>s<br />

nos ensaios tipo realiza<strong>do</strong>s estão <strong>de</strong>ntro das características previstas no Anexo ZA da EN 998-<br />

1:2003. Além <strong>de</strong>stas características e respectivos valores obti<strong>do</strong>s, a <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> saco <strong>de</strong>verá conter a<br />

seguinte informação: norma harmonizada que serve <strong>de</strong> base à certificação da argamassa, nome da<br />

firma produtora, últimos 2 dígitos <strong>do</strong> ano <strong>em</strong> que foi efectuada a marcação, e finalmente a marcação<br />

CE no “formato” apresenta<strong>do</strong> na Fig. 3.2.<br />

Fig. 3.2 - Marcação CE a inserir na rotulag<strong>em</strong> das <strong>em</strong>balagens [22]<br />

14


Como ex<strong>em</strong>plo, a Fig. 3.3, apresenta uma <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> <strong>em</strong> saco com as referidas características<br />

apresentadas no Anexo ZA da EN 998-1 com a respectiva aposição da marcação CE.<br />

Características<br />

<strong>de</strong>claradas<br />

segun<strong>do</strong> o<br />

Anexo ZA<br />

Fig. 3.3 - Ex<strong>em</strong>plo comercial das características <strong>de</strong>claradas pelo fabricante <strong>para</strong> <strong>obtenção</strong> da marcação CE.<br />

Por último, importa referir que eventuais certificações adicionais que const<strong>em</strong> <strong>do</strong>s produtos, também<br />

<strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar referenciadas na <strong>em</strong>balag<strong>em</strong> saco, já que da sua consulta po<strong>de</strong>rão advir informações<br />

acessórias relativas às argamassas. Ex<strong>em</strong>plo disso, é o caso <strong>do</strong>s DA <strong>do</strong> LNEC, que compl<strong>em</strong>entam a<br />

informação relativa à marcação CE, com aspectos relaciona<strong>do</strong>s com as condições <strong>de</strong> utilização e<br />

técnicas <strong>de</strong> aplicação <strong>em</strong> obra [12].<br />

Julga-se por isso, que as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas que possu<strong>em</strong> certificações adicionais,<br />

apresentam-se no merca<strong>do</strong> nacional com garantias adicionais <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>,<br />

relativamente aos restantes, <strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-as <strong>de</strong> “uma mais-valia”.<br />

Relativamente à normalização <strong>de</strong>stas argamassas, importa referir que <strong>em</strong>bora seja um ponto<br />

importante <strong>de</strong> diferenciação <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong> uniformida<strong>de</strong> e constância <strong>de</strong> características<br />

(contrariamente ao que acontece com as argamassas tradicionais), é reconheci<strong>do</strong> no meio técnico<br />

que: “A marcação CE não é uma Marca <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong>, mas sim um passaporte <strong>para</strong> que os produtos<br />

possam circular e ser<strong>em</strong> comercializa<strong>do</strong>s” [6][19]. Neste senti<strong>do</strong>, esta marcação assume-se como<br />

uma garantia mínima <strong>de</strong> segurança, saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>para</strong> qu<strong>em</strong> aplica, manuseia e usufrui <strong>do</strong>s<br />

produtos [6].<br />

Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta este aspecto e dadas as implicações que a DPC 89 /106/ EEC e a EN 998-1 tiveram<br />

<strong>em</strong> toda a activida<strong>de</strong> da construção relacionada com as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos<br />

salienta-se nesta dissertação alguns aspectos referi<strong>do</strong>s por algumas entida<strong>de</strong>s com larga experiência<br />

nesta área sobre as “insuficiências” da directiva DPC 89/106/EEC.<br />

Relativamente à referida directiva e à obrigatorieda<strong>de</strong> da marcação CE, salienta-se que, as<br />

características apresentadas são insuficientes <strong>para</strong> uma avaliação completa <strong>do</strong>s materiais e sua<br />

adaptação ao uso [12]. Segun<strong>do</strong> Pontífice, Veiga e Carvalho: “O tipo <strong>de</strong> lacunas existentes po<strong>de</strong> ser<br />

15<br />

Norma a verificar <strong>para</strong><br />

marcação CE<br />

Classificação quanto à<br />

utilização e proprieda<strong>de</strong>s


ilustra<strong>do</strong> com <strong>do</strong>is ex<strong>em</strong>plos relaciona<strong>do</strong>s com <strong>do</strong>is aspectos mais importantes <strong>de</strong>sse<br />

comportamento, que são:<br />

o a susceptibilida<strong>de</strong> à fendilhação da argamassa, que influencia <strong>de</strong>cisivamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

protecção à água (no caso <strong>de</strong> revestimentos exteriores), a durabilida<strong>de</strong> e o aspecto estético <strong>do</strong><br />

revestimento;<br />

o a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impermeabilização <strong>em</strong> zona não-fendilhada (no caso <strong>de</strong> revestimentos<br />

exteriores) que condiciona também significativamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> protecção à água <strong>do</strong><br />

revestimento” [12].<br />

Os autores refer<strong>em</strong> contu<strong>do</strong>, que tais incapacida<strong>de</strong>s são <strong>em</strong> certa medida compreensíveis <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao<br />

facto <strong>de</strong> estar<strong>em</strong> <strong>em</strong> causa aspectos <strong>do</strong> comportamento <strong>de</strong> avaliação complexa e <strong>de</strong> ser difícil<br />

congregar um amplo consenso <strong>em</strong> to<strong>do</strong> o espaço comunitário.<br />

3.5 EXIGÊNCIAS E PROPRIEDADES A DESEMPENHAR PELOS REBOCOS<br />

As principais exigências que os rebocos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> satisfazer são as que se enquadram na marcação CE<br />

e na correspon<strong>de</strong>nte directiva. Estas exigências são:<br />

o Resistência mecânica e estabilida<strong>de</strong>;<br />

o Segurança contra incêndios;<br />

o Higiene, saú<strong>de</strong> e ambiente;<br />

o Segurança na utilização;<br />

o Protecção contra o ruí<strong>do</strong>;<br />

o Economia <strong>de</strong> energia e retenção <strong>de</strong> calor.<br />

A norma EN 998-1 cont<strong>em</strong>pla proprieda<strong>de</strong>s das argamassas <strong>de</strong> reboco <strong>em</strong> pasta e no esta<strong>do</strong><br />

endureci<strong>do</strong>, b<strong>em</strong> como as normas <strong>de</strong> ensaio pelas quais essas proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser avaliadas. As<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> reboco estão relacionadas entre si e directamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da formulação da<br />

argamassa. No caso das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, os constituintes são selecciona<strong>do</strong>s e a sua<br />

proporção é estabelecida ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> atenção o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho a ser atingi<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> a mistura corrigida<br />

com adjuvantes e aditivos <strong>de</strong> forma a ajustar proprieda<strong>de</strong>s [23]. Dessa forma, algumas das<br />

proprieda<strong>de</strong>s são mais facilmente atingidas enquanto outras, dadas as especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong><br />

argamassas, exig<strong>em</strong> formulações com melhores <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhos ou <strong>em</strong> alternativa a conjugação com<br />

outras soluções.<br />

A trabalhabilida<strong>de</strong>, a retenção <strong>de</strong> água, a compatibilida<strong>de</strong> e a<strong>de</strong>rência ao suporte, a permeabilida<strong>de</strong>,<br />

a resistência à fendilhação e durabilida<strong>de</strong> são das proprieda<strong>de</strong>s mais importantes <strong>para</strong> as<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco.<br />

A trabalhabilida<strong>de</strong> é a proprieda<strong>de</strong> relacionada com a aplicação <strong>de</strong> uma argamassa que caracteriza a<br />

sua a<strong>de</strong>quação ao uso. Relaciona-se com outras proprieda<strong>de</strong>s, estan<strong>do</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte: da plasticida<strong>de</strong>,<br />

16


da coesão, da consistência, da a<strong>de</strong>rência ao suporte, da viscosida<strong>de</strong> e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção da<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água utilizada na amassadura [2][24][25]. Esta proprieda<strong>de</strong> é essencial não só <strong>para</strong><br />

que se obtenha bons rendimentos mas também bons <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhos <strong>do</strong> reboco. No caso das<br />

argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, a <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> e a natureza <strong>do</strong>s finos <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong>, <strong>do</strong> ligante e <strong>do</strong>s<br />

adjuvantes são trabalha<strong>do</strong>s <strong>para</strong> que se obtenha uma boa trabalhabilida<strong>de</strong>, aspecto especialmente<br />

estuda<strong>do</strong> nas argamassas fornecidas <strong>em</strong> silo e aplicadas por projecção mecânica.<br />

É ainda <strong>de</strong> salientar que no caso das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, o aumento <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> finos das<br />

areias utilizadas, o aumento <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> ligante e quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água da amassadura, que por vezes<br />

ocorre <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sproporcionada nas argamassas tradicionais e que acarreta consequências<br />

prejudiciais no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>do</strong> reboco, está “mais controla<strong>do</strong>”, da<strong>do</strong> que, por ex<strong>em</strong>plo, a adição <strong>de</strong><br />

água segue as recomendações presentes nas fichas técnicas fornecidas pelos fabricantes.<br />

A retenção <strong>de</strong> água <strong>de</strong> uma argamassa traduz-se pela capacida<strong>de</strong> da argamassa no esta<strong>do</strong> fresco<br />

reter a água da amassadura quan<strong>do</strong> exposta à sucção <strong>do</strong> suporte e às condições atmosféricas<br />

propícias à perda <strong>de</strong> água por evaporação, possibilitan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> da presa e<br />

endurecimento. Esta proprieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> ser melhorada com recurso a adjuvantes que regul<strong>em</strong> a perda<br />

<strong>de</strong> água <strong>de</strong> amassadura – retentores <strong>de</strong> água [24].<br />

A compatibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> reboco com o suporte <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das características que o reboco apresenta face<br />

às características <strong>do</strong> suporte existente. Esta compatibilida<strong>de</strong> compreen<strong>de</strong> diversos aspectos,<br />

nomeadamente <strong>em</strong> termos mecânicos, físicos e químicos [24].<br />

A compatibilida<strong>de</strong> física com o suporte cont<strong>em</strong>pla aspectos importantes, tais como permitir a<br />

ocorrência <strong>de</strong> trocas <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> com o exterior e a <strong>obtenção</strong> <strong>de</strong> dilatações térmicas s<strong>em</strong>elhantes<br />

ao material constituinte <strong>do</strong> suporte <strong>de</strong> forma a minimizar tensões <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> térmica [24].<br />

A compatibilida<strong>de</strong> mecânica envolve aspectos relaciona<strong>do</strong>s com as características mecânicas<br />

(resistência à flexão, compressão) das argamassas. A argamassa aplicada <strong>de</strong>verá possuir<br />

características mecânicas s<strong>em</strong>elhantes às argamassas existentes mas inferiores às <strong>do</strong> suporte, <strong>de</strong><br />

forma a não danificá-lo. Deste mo<strong>do</strong> a massa volúmica (M), o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> (E), a<br />

resistência à tracção (R) da argamassa a aplicar <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser inferiores às <strong>do</strong> suporte [7][24].<br />

A compatibilida<strong>de</strong> química, engloba por um la<strong>do</strong> a capacida<strong>de</strong> resistente <strong>do</strong> suporte aos sais solúveis<br />

e, por outro, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> o próprio reboco não conter sais que possam vir a ser responsáveis<br />

por processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação que venham por <strong>em</strong> causa a durabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> reboco [7][24].<br />

A compatibilida<strong>de</strong> das argamassas <strong>de</strong> reboco com o suporte po<strong>de</strong> ser conseguida através <strong>de</strong><br />

diversas formas, como por ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> recurso a produtos específicos <strong>para</strong> melhorar a a<strong>de</strong>rência,<br />

como também através <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> composições que garantam a inexistência <strong>de</strong> teores <strong>de</strong> sais<br />

solúveis que possam por <strong>em</strong> causa a durabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> reboco [7][24].<br />

A a<strong>de</strong>rência ao suporte é a proprieda<strong>de</strong> que possibilita às argamassas <strong>de</strong> reboco absorver tensões<br />

normais ou tangenciais existentes entre a superfície da interface e a base <strong>de</strong> aplicação, ou seja<br />

traduz-se simplificadamente na proprieda<strong>de</strong> que possibilita às argamassas “fixar<strong>em</strong>-se” à base. Esta<br />

17


proprieda<strong>de</strong> influencia directamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> impermeabilização <strong>do</strong> revestimento, a sua<br />

durabilida<strong>de</strong> e resistência à fendilhação (da<strong>do</strong> que condiciona a distribuição <strong>de</strong> tensões na<br />

argamassa provocadas por movimentos diferenciais <strong>em</strong> relação ao suporte) [7][24].<br />

O mecanismo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ocorre quer pela fixação das partículas finas da pasta <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s poros<br />

<strong>do</strong> suporte, quer pela ancorag<strong>em</strong> mecânica da argamassa nas rugosida<strong>de</strong>s existentes na superfície<br />

<strong>de</strong> suporte. No caso das argamassas tradicionais não adjuvadas, segun<strong>do</strong> Veiga (1997): ”a a<strong>de</strong>rência<br />

aumenta com o teor <strong>de</strong> cimento e com a sua finura e é também maior <strong>para</strong> areias mais argilosas,<br />

sen<strong>do</strong> difícil <strong>de</strong> encontrar o justo ponto <strong>de</strong> equilíbrio da<strong>do</strong> que estes factores afectam as forças<br />

induzidas na argamassa”. Nas argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, este aspecto é certamente “trabalha<strong>do</strong>”,<br />

da<strong>do</strong> que a sua composição é criteriosamente estudada <strong>em</strong> laboratório. Para além <strong>de</strong>stes aspectos,<br />

este tipo <strong>de</strong> argamassas possibilita a utilização cuidada <strong>de</strong> adjuvantes que a<strong>de</strong>qú<strong>em</strong> as proprieda<strong>de</strong>s<br />

relativas à retenção <strong>de</strong> água <strong>de</strong> amassadura, plasticida<strong>de</strong> e a<strong>de</strong>sivida<strong>de</strong>, possibilitan<strong>do</strong> uma melhoria<br />

da a<strong>de</strong>rência [24][26]. O tipo <strong>de</strong> adjuvantes utiliza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> este efeito irá ser referi<strong>do</strong> <strong>em</strong> 4.3.8.3.<br />

A a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong> uma argamassa é condicionada por diversos factores, como por ex<strong>em</strong>plo a<br />

pre<strong>para</strong>ção <strong>do</strong> suporte, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong>-se melhorar as condições <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência caso estas sejam<br />

insuficientes quer pela sua picag<strong>em</strong>, quer pelo recurso a argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>de</strong> chapisco ou<br />

ainda por recurso a primários <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência. Outro aspecto a ter <strong>em</strong> conta, é a humidificação prévia <strong>do</strong><br />

suporte <strong>de</strong> forma a evitar a <strong>de</strong>ssecação pr<strong>em</strong>atura da água <strong>de</strong> amassadura, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que esta<br />

é necessária à correcta hidratação <strong>do</strong>s ligantes. Este aspecto é tanto mais importante no caso <strong>de</strong><br />

suportes muito absorventes, ou perante condições atmosféricas com t<strong>em</strong>peraturas elevadas ou vento<br />

seco [27]. Em to<strong>do</strong> o caso, <strong>de</strong>verão ser seguidas as indicações das fichas técnicas <strong>do</strong> fabricante,<br />

nomeadamente no que se refere à pre<strong>para</strong>ção <strong>do</strong> suporte.<br />

Salienta-se por último, que a a<strong>de</strong>rência po<strong>de</strong> ser melhorada através <strong>do</strong> espalhamento, compactação<br />

e aperto da argamassa contra o suporte, possibilitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta forma um aumento da extensão <strong>de</strong><br />

contacto com o suporte [26]. No caso das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, a aplicação da argamassa por<br />

projecção é algo corrente, pelo que julga-se importante referir que o espalhamento, compactação e<br />

aperto contra o suporte serão <strong>em</strong> princípio melhora<strong>do</strong>s, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> advir <strong>de</strong>ste facto um acréscimo <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>rência.<br />

A permeabilida<strong>de</strong> à água das argamassas afecta <strong>de</strong>cisivamente a durabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s rebocos,<br />

especialmente no caso <strong>de</strong> rebocos que apresent<strong>em</strong> elevada permeabilida<strong>de</strong> e capilarida<strong>de</strong>, da<strong>do</strong> que<br />

a água é um <strong>do</strong>s principais agentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração <strong>do</strong>s rebocos. A permeabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> tipo<br />

<strong>de</strong> ligante, da <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> ligante e da granulometria, entre outros aspectos [2][24].<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se que as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas possu<strong>em</strong> condições <strong>para</strong> apresentar<strong>em</strong> valores <strong>de</strong><br />

permeabilida<strong>de</strong> à água a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>s às funções a que se <strong>de</strong>stinam, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> atenção que a sua<br />

formulação resulta <strong>de</strong> investigação cuidada.<br />

Alguns estu<strong>do</strong>s efectua<strong>do</strong>s, sobre esta proprieda<strong>de</strong>, permitiram concluir que, este tipo <strong>de</strong> argamassas<br />

apresenta bons <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhos, com menores cuida<strong>do</strong>s <strong>de</strong> cura, quan<strong>do</strong> com<strong>para</strong><strong>do</strong>s com os rebocos<br />

tradicionais [28]. Comprovan<strong>do</strong>, <strong>em</strong> certa medida as conclusões obtidas, outros ensaios indicaram<br />

que a absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> só era alterada (agravada) significativamente, no caso <strong>em</strong><br />

18


que estas argamassas eram sujeitas a ciclos <strong>de</strong> envelhecimento (aquecimento/congelação -<br />

humidificação/congelação) [29].<br />

Toda a água existente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um <strong>para</strong>mento, resultante <strong>de</strong> vapores <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s das cozinhas e<br />

casas <strong>de</strong> banho, <strong>de</strong> infiltrações ocorridas ou ainda <strong>de</strong> água <strong>em</strong> excesso que não é necessária à<br />

hidratação <strong>do</strong>s ligantes das argamassas <strong>de</strong>ve, ser conduzida <strong>para</strong> o exterior <strong>do</strong>s rebocos, sob a<br />

forma <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água, assim que as condições atmosféricas o possibilit<strong>em</strong> (perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

t<strong>em</strong>peratura elevada e humida<strong>de</strong> relativa reduzida). Desta forma, caso o reboco e a pintura (caso<br />

exista) apresent<strong>em</strong> a<strong>de</strong>quada permeabilida<strong>de</strong> ao vapor <strong>de</strong> água evita-se a formação <strong>de</strong><br />

con<strong>de</strong>nsações e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> colonização biológica [24][25].<br />

Relativamente à permeabilida<strong>de</strong> ao vapor <strong>de</strong> água e ao coeficiente <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água por<br />

capilarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rebocos, Veiga concluiu que: “ Os rebocos não tradicionais <strong>do</strong> tipo monocamada<br />

apresentam também, <strong>de</strong> uma forma geral, permeabilida<strong>de</strong>s ao vapor <strong>de</strong> água relativamente elevadas<br />

(da or<strong>de</strong>m 1000 ng/m.s.Pa, correspon<strong>de</strong>ntes, <strong>para</strong> espessuras <strong>de</strong> 1cm, a espessuras <strong>de</strong> camada <strong>de</strong><br />

ar <strong>de</strong> difusão equivalente da or<strong>de</strong>m <strong>do</strong>s 20 cm) e, já que não necessitam <strong>de</strong> pintura, e são geralmente<br />

aplica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> camada menos espessa, po<strong>de</strong>m acabar por ser vantajosos <strong>de</strong>ste ponto <strong>de</strong> vista” [24].<br />

Somos portanto leva<strong>do</strong>s a concluir sobre o bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> produtos relativamente a<br />

este aspecto, <strong>em</strong>bora seja importante salientar, que <strong>de</strong>terminadas composições po<strong>de</strong>m originar<br />

permeabilida<strong>de</strong>s ao vapor <strong>de</strong> água mais reduzidas [24].<br />

A resistência à fendilhação <strong>de</strong> uma argamassa <strong>de</strong> reboco traduz-se pela sua capacida<strong>de</strong> <strong>em</strong> resistir<br />

às tensões <strong>de</strong> tracção nela instaladas s<strong>em</strong> que se origine a sua rotura local, isto é, a capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

reboco <strong>em</strong> acompanhar os movimentos induzi<strong>do</strong>s pelo suporte. A resistência à fendilhação <strong>do</strong> reboco<br />

po<strong>de</strong> ser melhorada procuran<strong>do</strong> garantir: boa a<strong>de</strong>rência ao suporte; capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água<br />

elevada; “limitar”, quanto possível, os movimentos e <strong>de</strong>formações <strong>do</strong> reboco arman<strong>do</strong>-o com re<strong>de</strong>s<br />

a<strong>de</strong>quadas; opção por cores (<strong>de</strong> monomassas ou pinturas) claras (diminuição das variações<br />

dimensionais <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> térmica); minimizar, s<strong>em</strong>pre que possível o <strong>grau</strong> <strong>de</strong> exposição aos agentes<br />

atmosféricos, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> soluções construtivas, como por ex<strong>em</strong>plo, o recurso a ombreiras que<br />

reduzam as escorrências <strong>de</strong> água pela superfície exterior <strong>do</strong> reboco [24][26][28].<br />

Relativamente a este aspecto, é importante salientar, que apesar das soluções <strong>de</strong> reboco <strong>em</strong><br />

monocamada, possibilitar<strong>em</strong> pela sua composição uma menor tendência <strong>para</strong> a fendilhação,<br />

(nomeadamente pela incorporação <strong>de</strong> cimento com menor calor <strong>de</strong> hidratação), o facto <strong>de</strong> ser<strong>em</strong><br />

aplicadas numa única camada (espessa) conduz a uma maior susceptibilida<strong>de</strong> na formação <strong>de</strong><br />

fendas <strong>de</strong> maior largura e profundida<strong>de</strong> que ating<strong>em</strong> mais facilmente o suporte. Esta situação, é aliás<br />

contrária ao que <strong>de</strong>corre nas soluções <strong>de</strong> reboco tradicionais, cuja aplicação <strong>em</strong> várias camadas e <strong>de</strong><br />

menor espessura, apresenta apenas tendência <strong>para</strong> o surgimento <strong>de</strong> fendas que estão mais<br />

próximas, são mais finas e <strong>de</strong>sencontradas, contribuin<strong>do</strong> <strong>para</strong> que a abertura da fenda atinja mais<br />

dificilmente o suporte, conforme se po<strong>de</strong> observar na Fig. 3.4 [24][33].<br />

19


Fig. 3.4 - Pormenor da fendilhação <strong>de</strong> um reboco quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> numa única camada espessa ou <strong>em</strong> duas<br />

camadas <strong>de</strong> menor espessura, respectivamente [33]<br />

Estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong> rebocos à fendilhação levam a concluir que, na generalida<strong>de</strong>, as<br />

argamassas pré-<strong>do</strong>seadas possu<strong>em</strong> maior resistência à fendilhação quan<strong>do</strong> com<strong>para</strong>das com<br />

argamassas tradicionais <strong>de</strong> cimento pre<strong>para</strong>das <strong>em</strong> obra. No entanto, estes estu<strong>do</strong>s refer<strong>em</strong> que<br />

<strong>de</strong>terminadas características e formas <strong>de</strong> aplicação po<strong>de</strong>m condicionar este <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho e ser<strong>em</strong><br />

responsáveis por comportamentos potencialmente diferentes [33].<br />

A durabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um reboco correspon<strong>de</strong> ao perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po ao longo <strong>do</strong> qual ele <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha as<br />

suas funções s<strong>em</strong> necessitar <strong>de</strong> intervenções, além das normais manutenções <strong>de</strong>stinadas à<br />

conservação. A durabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma argamassa <strong>de</strong> reboco <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversas variáveis,<br />

nomeadamente da qualida<strong>de</strong> da argamassa, <strong>do</strong> seu fabrico, da sua aplicação, das condições <strong>do</strong><br />

suporte, da intensida<strong>de</strong> da acção <strong>do</strong>s agentes atmosféricos, etc. No caso das argamassas pré-<br />

<strong>do</strong>seadas pelo menos a qualida<strong>de</strong> e a aplicação estão garanti<strong>do</strong>s se for<strong>em</strong> seguidas as fichas<br />

técnicas <strong>do</strong>s fabricantes. Em termos <strong>de</strong> durabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s rebocos não tradicionais, ainda não se<br />

realizaram estu<strong>do</strong>s aprofunda<strong>do</strong>s relativos a esta t<strong>em</strong>ática. Contu<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>-se afirmar que a<br />

investigação e <strong>de</strong>senvolvimento está a <strong>de</strong>senvolver esforços <strong>para</strong> cada vez mais dar resposta a este<br />

tipo <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, melhoran<strong>do</strong> cada vez mais o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho último das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas.<br />

As argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, à s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong> que ocorre com as argamassas tradicionais, estão<br />

sujeitas a patologias que, <strong>para</strong> além <strong>de</strong> por<strong>em</strong> <strong>em</strong> causa o eficaz <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho das funções <strong>de</strong><br />

protecção, originam efeitos inestéticos no reboco. Dada a importância que o reboco assume enquanto<br />

el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> fachada, a sua <strong>de</strong>terioração reduz drasticamente o valor comercial <strong>do</strong> edifício, obrigan<strong>do</strong><br />

muitas vezes os proprietários <strong>do</strong>s edifícios a intervenções mais precoces <strong>do</strong> que <strong>de</strong>sejariam.<br />

As argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, especificamente as argamassas <strong>de</strong> reboco, permit<strong>em</strong> o mesmo tipo <strong>de</strong><br />

acabamentos que as argamassas tradicionais. No caso das monomassas, estas po<strong>de</strong>m apresentar<br />

uma gran<strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acabamentos (texturas e cores), que permit<strong>em</strong> satisfazer os gostos<br />

arquitectónicos mais afinca<strong>do</strong>s.<br />

20


4. ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS PARA REBOCOS EXISTENTES NO MERCADO NACIONAL<br />

E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS<br />

4.1 METODOLOGIA PRECONIZADA PARA A PESQUISA DE MERCADO<br />

A pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> efectuada revelou-se uma importante fonte <strong>de</strong> conhecimento <strong>para</strong> esta<br />

dissertação no que se refere à recolha <strong>de</strong> informação, conhecimentos e experiências relativas ao<br />

merca<strong>do</strong> nacional das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, b<strong>em</strong> como <strong>de</strong> informação técnica sobre as<br />

mesmas.<br />

Ponto <strong>de</strong> partida fulcral <strong>para</strong> este estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> foi a entrevista com o presi<strong>de</strong>nte da <strong>APFAC</strong>,<br />

associação que representa a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s produtores <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas a<br />

<strong>de</strong>senvolver activida<strong>de</strong> <strong>em</strong> Portugal. Nesta entrevista foi possível obter a plena percepção <strong>de</strong> como<br />

estava organiza<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> nacional, b<strong>em</strong> como i<strong>de</strong>ntificar os principais fabricantes e tipologias <strong>de</strong><br />

produtos comercializa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Portugal. Esta entrevista possibilitou o <strong>de</strong>linear da activida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

pesquisa nomeadamente através da marcação <strong>de</strong> diversas entrevistas com os fabricantes mais<br />

representativos <strong>do</strong> sector nacional das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos.<br />

Na Fig. 4.1 são apresentadas as 14 <strong>em</strong>presas consultadas e analisadas no âmbito <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

merca<strong>do</strong> efectua<strong>do</strong><br />

Fig. 4.1 - Empresas abordadas no âmbito da pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong><br />

As entrevistas, tiveram como objectivo recolher o máximo <strong>de</strong> informação possível relativamente: às<br />

características <strong>do</strong>s produtos comercializa<strong>do</strong>s, aos produtos mais vendi<strong>do</strong>s, às certificações adicionais<br />

21


das argamassas, ao acompanhamento técnico <strong>em</strong> obra, ao processo <strong>de</strong> fabrico e ao controlo <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>. Proce<strong>de</strong>u-se ainda à recolha: <strong>de</strong> fichas técnicas, <strong>de</strong> catálogos <strong>de</strong> amostras, <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> certificação, <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos <strong>de</strong> apoio, e fotos.<br />

Paralelamente <strong>de</strong>senvolveu-se recolha bibliográfica <strong>em</strong> instituições com conhecimentos e experiência<br />

na t<strong>em</strong>ática das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, tais como o LNEC.<br />

Numa fase inicial <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> informação, foi possível constatar que a generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fabricantes<br />

consulta<strong>do</strong>s não se <strong>de</strong>dicava <strong>em</strong> exclusivo à produção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> argamassa<br />

industrial, e por isso, foi necessário proce<strong>de</strong>r à selecção da informação recolhida<br />

Analisan<strong>do</strong> o número <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas que comercializavam argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>em</strong> Portugal,<br />

verificou-se que exist<strong>em</strong> várias alternativas <strong>para</strong> a sua aquisição, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se comprovar tal facto<br />

pelo número <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas multinacionais, que foram analisadas. Esta diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alternativas era<br />

<strong>de</strong> certa forma esperada, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta, o “livre comércio” que existe <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> Espaço Comunitário<br />

Europeu, estan<strong>do</strong> este conceito subjacente à própria marcação CE.<br />

Em termos <strong>de</strong> localização, ficou test<strong>em</strong>unha<strong>do</strong> que estas <strong>em</strong>presas localizam-se maioritariamente na<br />

faixa Litoral compreendida entre Lisboa e Porto inclusive [8], o que se julga advir <strong>do</strong> facto <strong>do</strong>s<br />

gran<strong>de</strong>s aglomera<strong>do</strong>s urbanos e respectivo volume <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> construção civil estar<strong>em</strong> localiza<strong>do</strong>s<br />

maioritariamente nesta zona.<br />

Após esta primeira fase, <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> informação, proce<strong>de</strong>u-se à sua organização e análise.<br />

4.2 FUNDAMENTOS PARA A ELABORAÇÃO DOS QUADRO-SÍNTESE<br />

Devi<strong>do</strong> à extensa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> reboco disponíveis no merca<strong>do</strong><br />

nacional (especialmente Argamassas <strong>de</strong> Reboco e Argamassas <strong>de</strong> Acabamento), optou-se pela sua<br />

organização e apresentação <strong>em</strong> tabelas, como forma, <strong>de</strong> mais facilmente se efectuar a sua análise.<br />

Os vários aspectos aborda<strong>do</strong>s nos quadros síntese preten<strong>de</strong>m reflectir o melhor possível, os<br />

parâmetros <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão ti<strong>do</strong>s <strong>em</strong> conta aquan<strong>do</strong> da escolha <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> produto (e respectivo<br />

fabricante), nomeadamente: tipo <strong>de</strong> acabamento, ambiente <strong>de</strong> aplicação, forma <strong>de</strong> fornecimento,<br />

suporte <strong>de</strong> aplicação, preço, rendimento, certificações adicionais (garantia adicional <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>),<br />

composição e por último características físicas e mecânicas (indica<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho).<br />

Relativamente à forma comercial <strong>de</strong> apresentação (saco, silo, bal<strong>de</strong>) e consumo, a sua abordag<strong>em</strong><br />

justifica-se por ser<strong>em</strong> parâmetros úteis no cálculo das quantida<strong>de</strong>s necessárias à execução <strong>de</strong><br />

rebocos, o que permite por ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>cidir relativamente ao fornecimento <strong>em</strong> saco ou <strong>em</strong> silo. No<br />

caso das Monomassas, este aspecto po<strong>de</strong> assumir especial relevância, na medida <strong>em</strong> que alguns<br />

fabricantes efectuam a sua produção mediante a encomenda prévia das quantida<strong>de</strong>s necessárias,<br />

como forma <strong>de</strong> garantir uma maior uniformida<strong>de</strong> nas tonalida<strong>de</strong>s obtidas por via das rigorosas<br />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pigmentação <strong>em</strong>pregues, mas também porque as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas<br />

22


<strong>em</strong>baladas <strong>em</strong> saco dispõ<strong>em</strong> normalmente <strong>de</strong> uma valida<strong>de</strong> não muito longa (6 meses a 1 ano),<br />

sen<strong>do</strong> por isso normalmente efectuada a produção <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as previsões <strong>de</strong> consumo.<br />

Foi importante, consi<strong>de</strong>rar o factor preço, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que, associa<strong>do</strong> às quantida<strong>de</strong>s necessárias<br />

permite efectuar uma estimativa simplificada <strong>de</strong> custos. O critério <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> como<br />

conveniente <strong>para</strong> mais facilmente permitir tirar conclusões, foi o preço à saída <strong>de</strong> fábrica, ou seja,<br />

s<strong>em</strong> custo associa<strong>do</strong> <strong>de</strong> encargos (Iva), transporte e quantida<strong>de</strong>s (redução <strong>do</strong> custo com o aumento<br />

da quantida<strong>de</strong> que normalmente ocorre). Este factor apenas foi aborda<strong>do</strong> <strong>para</strong> o caso das<br />

Monomassas e Argamassas <strong>de</strong> Reboco, porque são aplicadas na generalida<strong>de</strong> <strong>em</strong> maiores<br />

espessuras quan<strong>do</strong> com<strong>para</strong>tivamente com as argamassas <strong>de</strong> Acabamento e Argamassas <strong>de</strong><br />

A<strong>de</strong>rência (<strong>em</strong> camada fina), condicionan<strong>do</strong> mais <strong>de</strong>cisivamente as quantida<strong>de</strong>s envolvidas.<br />

A consulta <strong>do</strong>s preços junto <strong>do</strong>s fabricantes, ocorreu numa fase final <strong>de</strong>sta dissertação por via<br />

telefónica e permitiu aferir <strong>em</strong> última análise quais as argamassas que efectivamente se encontravam<br />

disponíveis no merca<strong>do</strong> nacional, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que nalguns casos <strong>de</strong>terminadas argamassas<br />

apresentadas nos catálogos <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser fabricadas entretanto, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao reduzi<strong>do</strong> volume <strong>de</strong><br />

vendas associa<strong>do</strong>, ou noutros casos, resulta<strong>do</strong> da união entre <strong>em</strong>presas <strong>do</strong> sector conduziu à<br />

retirada <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> alguns produtos, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma estratégia comercial.<br />

No tópico produtos associa<strong>do</strong>s foi ti<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta, o estabelecimento das relações entre os vários<br />

constituintes <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> reboco propostos pelos fabricantes, possibilitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma o<br />

conhecimento das Argamassas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência, Primários ou tipo <strong>de</strong> Argamassas <strong>de</strong> Acabamento<br />

associadas aos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> reboco propostos.<br />

Relativamente a este propósito, refira-se que as Argamassas <strong>de</strong> reboco e Monomassas,<br />

correspon<strong>de</strong>m às únicas argamassas pré-<strong>do</strong>seadas que foram analisadas <strong>de</strong>talhadamente, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

conta o âmbito da presente dissertação. Sobre as Argamassas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência e Acabamento, apenas<br />

foi efectuada a recolha e organização da informação, que se encontra no ANEXO F.<br />

As principais proprieda<strong>de</strong>s físicas e mecânicas também foram analisadas, <strong>de</strong> forma a possibilitar um<br />

melhor conhecimento das proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s produtos, mas também uma posterior com<strong>para</strong>ção com<br />

alguns aspectos aborda<strong>do</strong>s na campanha experimental.<br />

Por último, salienta-se que os vários parâmetros <strong>do</strong>s quadros síntese analisa<strong>do</strong>s têm por base<br />

fundamental as fichas técnicas elaboradas pelos fabricantes, <strong>de</strong> forma a evitar análises subjectivas.<br />

Contu<strong>do</strong>, alguns <strong>do</strong>s critérios assumi<strong>do</strong>s <strong>para</strong> distribuição das várias argamassas pré-<strong>do</strong>seadas pelos<br />

vários quadros síntese po<strong>de</strong>rão eventualmente atribuir uma classificação que difere da proposta pelo<br />

fabricante. Além <strong>de</strong>ste aspecto, refira-se que as argamassas abordadas po<strong>de</strong>rão ter outras<br />

aplicações (nomeadamente ao nível <strong>do</strong> suporte <strong>de</strong> aplicação e tipo <strong>de</strong> acabamento) <strong>para</strong> além das<br />

mencionadas, aconselhan<strong>do</strong>-se s<strong>em</strong>pre que possível, o cruzamento <strong>de</strong>sta informação com as fichas<br />

técnicas, <strong>para</strong> esclarecimento <strong>de</strong> dúvidas <strong>de</strong> ín<strong>do</strong>le técnico.<br />

23


4.3 PESQUISA DE MERCADO – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE<br />

Os parâmetros <strong>de</strong> análise atrás referi<strong>do</strong>s são apresenta<strong>do</strong>s nas Tabelas 4.1 a 4.4 seguin<strong>do</strong>-se<br />

posteriormente a sua análise <strong>de</strong>talhada.<br />

Empresas<br />

Web er C im en fix<br />

G ru p o Pu m a<br />

T -M IC<br />

A N T Ó N IO C A L D A S<br />

T ISA PEX<br />

T O PEC A<br />

Produtos<br />

Comerciais<br />

Weber.pral<br />

classic<br />

Weber.pral lit<br />

Morc<strong>em</strong>dur -P<br />

Morc<strong>em</strong>dur -R<br />

Morc<strong>em</strong>dur-RF<br />

Myrsac 710<br />

Myrsac 710 P<br />

Myrsac 740<br />

Revestimento<br />

Decorabate<br />

Tisagran RA<br />

Máquina<br />

Tisagran GR<br />

Rebetop<br />

Tabela 4.1 - Monomassas - Características gerais<br />

Ambiente <strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Exterior<br />

Interior /<br />

Exterior<br />

Exterior<br />

Exterior<br />

Exterior<br />

Exterior<br />

Apresentação<br />

Com ercial<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

(Palete <strong>de</strong> 42<br />

sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 Kg<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

(Palete <strong>de</strong> 42<br />

sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

(Palete <strong>de</strong> 42<br />

sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 ou 30<br />

Kg (Palete <strong>de</strong> 42<br />

sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

(Palete <strong>de</strong> 48<br />

sacos)<br />

24<br />

Suporte<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong><br />

alvenaria <strong>de</strong><br />

tijolo ou bloco<br />

<strong>de</strong> cimento,<br />

betão, reboco<br />

ou suportes<br />

antigos à base<br />

<strong>de</strong> cimento.<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong><br />

alvenaria <strong>de</strong><br />

tijolo ou bloco<br />

<strong>de</strong> cimento,<br />

betão, reboco à<br />

base <strong>de</strong><br />

cimento.<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong><br />

alvenaria <strong>de</strong><br />

tijolo ou bloco<br />

<strong>de</strong> cimento,<br />

betão, reboco à<br />

base <strong>de</strong><br />

cimento.<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong><br />

alvenaria <strong>de</strong><br />

tijolo ou bloco<br />

<strong>de</strong> cimento e<br />

betão<br />

Suportes<br />

habituais :<br />

tijolos, betão,<br />

reboco e<br />

fibrocimento.<br />

Alvenaria <strong>de</strong><br />

tijolo; Blocos <strong>de</strong><br />

cimento; Betão ;<br />

Reboco;<br />

Tipo <strong>de</strong> Acabamento<br />

Recomenda<strong>do</strong><br />

Casca <strong>de</strong> Carvalho,<br />

Carapinha, Cantaria,<br />

Raspa<strong>do</strong> (24 cores<br />

base).<br />

Acabamento com pedra<br />

(8 cores)<br />

Acabamento com pedra<br />

projectada;<br />

Raspa<strong>do</strong> fino lavra<strong>do</strong>,<br />

rústico, gota on tirolês;<br />

Acabamento raspa<strong>do</strong><br />

fino;<br />

Acabamento raspa<strong>do</strong>,<br />

tirolês ou casca <strong>de</strong><br />

carvalho;<br />

Acabamento com pedra<br />

projectada<br />

Acabamento raspa<strong>do</strong><br />

fino<br />

Acabamento <strong>do</strong> tipo<br />

projecta<strong>do</strong>, projecta<strong>do</strong> e<br />

abati<strong>do</strong> e raspa<strong>do</strong><br />

Acabamento raspa<strong>do</strong><br />

bujarda<strong>do</strong><br />

Acabamentos com<br />

granula<strong>do</strong> <strong>de</strong> mármore<br />

Acabamento <strong>de</strong> pedra<br />

projectada<br />

Produtos Associa<strong>do</strong>s<br />

ibofix - Primário <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>rência <strong>para</strong> betão liso ;<br />

ibofon - Aditivo <strong>para</strong><br />

optimização <strong>de</strong> flexibilida<strong>de</strong><br />

e a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong><br />

argamassas; Klinor<br />

hydrofuge B Agente <strong>de</strong><br />

hidrofugação <strong>de</strong> materiais<br />

porosos<br />

Implafix - Primário<br />

-<br />

-<br />

-<br />

TopFix - Primário, ponte <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>rência;


Empresas<br />

W e b e r<br />

C i m e n f i x<br />

M a x i t<br />

G r o u p<br />

C i a r g a<br />

D i e r a<br />

G r u p o P u m a<br />

Argamassa<br />

<strong>de</strong> Reboco<br />

Interior<br />

Argamassa<br />

<strong>de</strong> Reboco<br />

Exterior<br />

Produtos Comerciais<br />

Weber.rev classic<br />

Weber.rev dur<br />

Maxit ip<br />

Projectável<br />

Acabamento<br />

Fino<br />

Diera Reboco Exterior<br />

Morc<strong>em</strong>sec Projectável<br />

Exterior<br />

Morc<strong>em</strong>sec Camada<br />

Grossa<br />

Projectada - AREPH<br />

Tabela 4.2 - Argamassas <strong>de</strong> Reboco - Características gerais<br />

branco<br />

cinza<br />

Projectada - ARIP<br />

Projectável<br />

Acabamento<br />

Fino<br />

Diera Reboco Interior<br />

Morc<strong>em</strong>sec Multiusos<br />

Manual - ARIM<br />

Manual - AREM<br />

Morc<strong>em</strong> Estuque Reboco<br />

Branca -<br />

ARIF-B<br />

Cinzenta-<br />

ARIF-C<br />

Branca -<br />

AREF-B<br />

Cinzenta -<br />

AREF-C<br />

Cinza<br />

Branco<br />

Cinza<br />

Branco<br />

Cinza<br />

Branco<br />

Branco<br />

Cinza<br />

Ambiente <strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Interior<br />

Interior<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Interior<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Exterior<br />

Sacos <strong>de</strong> 25<br />

Kg (Palete<br />

<strong>de</strong> 56 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 25<br />

Kg (Palete<br />

<strong>de</strong> 56 sacos)<br />

Fornecimento<br />

<strong>em</strong> silo<br />

(capacida<strong>de</strong><br />

até 20 m 3 )<br />

Saco <strong>de</strong> 25 Kg (Palete <strong>de</strong> 56<br />

sacos)<br />

Fornecimento<br />

<strong>em</strong> silo<br />

(capacida<strong>de</strong><br />

até 20 m 3 )<br />

Saco <strong>de</strong> 25 Kg (Palete <strong>de</strong> 56<br />

sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

54 sacos)<br />

25<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Manual<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo,<br />

blocos e betão<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo,<br />

blocos e betão<br />

Suportes convencionais<br />

à base <strong>de</strong> cimento e<br />

construção <strong>de</strong> tijolo<br />

Acabamentos tradicionais das<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco, sen<strong>do</strong><br />

ainda possível o revestimento com<br />

produtos <strong>de</strong> base cimentícia<br />

("Marmorite", Monomassa)<br />

Acabamentos tradicionais das<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco (maior<br />

qualida<strong>de</strong> no acabamento fino),<br />

sen<strong>do</strong> ainda possível o<br />

revestimento com produtos <strong>de</strong><br />

base cimentícia ( "Marmorite",<br />

Monomassa )<br />

Acabamentos tradicionais das<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco, sen<strong>do</strong><br />

ainda possível o revestimento com<br />

produtos <strong>de</strong> base cimentícia<br />

("Marmorite", Monomassa)<br />

Acabamentos tradicionais das<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco (maior<br />

qualida<strong>de</strong> no acabamento fino),<br />

sen<strong>do</strong> ainda possível o<br />

revestimento com produtos <strong>de</strong><br />

base cimentícia ( "Marmorite",<br />

Monomassa )<br />

Acabamentos tradicionais das<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco (<br />

Sarrafa<strong>do</strong> / Talocha<strong>do</strong> / Area<strong>do</strong>)<br />

Acabamento Liso ou Atalocha<strong>do</strong><br />

Acabamento Liso ou Atalocha<strong>do</strong>;<br />

Acabamento branco;<br />

Interior Sacos <strong>de</strong> 25 Kg<br />

Acabamentos tradicionasi; -<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Apresentação Comercial<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

42 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

48 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

56 sacos)<br />

Forma <strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Manual<br />

Manual<br />

Suporte recomenda<strong>do</strong><br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> alvenaria<br />

<strong>de</strong> tijolo ou bloco <strong>de</strong><br />

cimento, betão, pedra e<br />

rebocos antigos <strong>de</strong><br />

cimento.<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> alvenaria<br />

<strong>de</strong> tijolo ou bloco <strong>de</strong><br />

cimento, betão, pedra ou<br />

argila expandida.<br />

Suportes convencionais<br />

à base <strong>de</strong> cimento;<br />

Tipo <strong>de</strong> Acabamento<br />

Recomenda<strong>do</strong><br />

A<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> como suporte <strong>de</strong><br />

revestimentos <strong>em</strong> camada fina<br />

A<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>para</strong> colag<strong>em</strong> cerâmica<br />

Argamassas <strong>de</strong> Acabamento ou<br />

cimento cola Maxit<br />

Constitui uma base a<strong>de</strong>quada<br />

<strong>para</strong> aplicações <strong>de</strong> dupla camada<br />

como por ex<strong>em</strong>plo Morc<strong>em</strong><br />

Estuque Reboco;<br />

Produtos<br />

Associa<strong>do</strong>s<br />

ibofon; Weber. Prim<br />

Chapisco -<br />

Argamassa <strong>para</strong><br />

ibofon; Weber. Prim<br />

Chapisco ; ibofix;<br />

-<br />

Primário <strong>de</strong><br />

A<strong>de</strong>rência e/ou<br />

Argamassa <strong>de</strong><br />

A<strong>de</strong>rência sobre<br />

superfícies <strong>de</strong> betão<br />

-<br />

Implafix - Primário <strong>de</strong><br />

A<strong>de</strong>rência; Morc<strong>em</strong><br />

Estuque Reboco;<br />

Morc<strong>em</strong> Estuqe<br />

Fino; Morc<strong>em</strong><br />

Estuque Extra Fino;


Empresas Produtos Comerciais<br />

IR P<br />

S ecil M artin g ança<br />

T - MIC<br />

A n tó n io<br />

C ald as<br />

REDUR -<br />

Reboco<br />

Interior<br />

Cinzento<br />

REDUR -<br />

Reboco<br />

Exterior<br />

Cinzento<br />

RHP Plus<br />

RHP Médio<br />

RHP<br />

Manual<br />

RHP<br />

Branco<br />

RHP Korte<br />

Reboco<br />

cinza <strong>para</strong><br />

projecção<br />

Reboco<br />

branco <strong>para</strong><br />

projecção<br />

Tabela 4.2 (Cont.) - Argamassas <strong>de</strong> Reboco - Características gerais<br />

Projecta<strong>do</strong><br />

REDUR - Reboco Interior<br />

Branco<br />

REDUR - Reboco Exterior<br />

Branco<br />

REDUR Exterior Cinzento R-<br />

10<br />

H-DUR Cinzento<br />

Exterior<br />

Interior<br />

Exterior Exterior<br />

Myrsac 620 Interior<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 620 H<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 640 H<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 720 H<br />

Ambiente<br />

<strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Interior<br />

Manual Manual<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Exterior<br />

Interior<br />

Exterior Exterior<br />

Interior Interior<br />

Exterior Exterior<br />

Interior Interior<br />

Exterior Exterior<br />

Interior Interior<br />

Interior Interior<br />

Exterior<br />

Myrsac 640 Interior<br />

Exterior<br />

Myrsac 720 Interior<br />

Exterior<br />

Apresentação Comercial<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

48 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg ( Palete <strong>de</strong><br />

54 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong><br />

30 Kg<br />

(Palete <strong>de</strong><br />

54 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

54 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong><br />

30 Kg<br />

(Palete <strong>de</strong><br />

54 sacos)<br />

Fornecimento<br />

<strong>em</strong> silo<br />

(capacida<strong>de</strong><br />

até 20 m 3 )<br />

Fornecimento<br />

<strong>em</strong> silo<br />

(capacida<strong>de</strong><br />

até 20 m 3 )<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

48 sacos)<br />

Massa <strong>de</strong> Reboco Caldas Exterior Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

Forma <strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Projecta<strong>do</strong><br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Exterior<br />

Manual Manual<br />

Interior<br />

Exterior Projecção<br />

mecânica<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Projecção<br />

mecânica /<br />

Manual<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

26<br />

Manual<br />

Suporte<br />

recomenda<strong>do</strong><br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo,<br />

blocos e betão<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo,<br />

blocos e betão<br />

Camada <strong>de</strong><br />

chapisco (ou<br />

salpico) e<br />

primário <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>rência no caso<br />

<strong>de</strong> suportes <strong>de</strong><br />

betão<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo,<br />

blocos e betão<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong><br />

alvenaria <strong>de</strong> tijolo,<br />

bloco <strong>de</strong> cimento<br />

ou <strong>de</strong><br />

argila/cimento ,<br />

betão e reboco<br />

(<strong>de</strong>vidamente<br />

pre<strong>para</strong><strong>do</strong>)<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo,<br />

blocos e betão<br />

não reboca<strong>do</strong>s<br />

Tipo <strong>de</strong> Acabamento Recomenda<strong>do</strong><br />

Acabamentos tradicionais das argamassas<br />

<strong>de</strong> reboco ( Sarrafa<strong>do</strong> / Talocha<strong>do</strong> /<br />

Area<strong>do</strong>)<br />

Acabamento Sarrafa<strong>do</strong> ou Talocha<strong>do</strong>,<br />

<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a colocação <strong>de</strong> revestimentos<br />

cerâmicos ou rochas ornamentais<br />

Acabamento Estanha<strong>do</strong>; Acabamento<br />

Area<strong>do</strong> Fino (Bi-Camada) <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a<br />

exteriores e interiores<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> Fino por forma a<br />

receber pinturas lisas ou estanha<strong>do</strong>s<br />

Acabamento Talocha<strong>do</strong> e Area<strong>do</strong><br />

Acabamentos tradicionais das argamassas<br />

<strong>de</strong> reboco (Serrafa<strong>do</strong> / Talocha<strong>do</strong> /<br />

Area<strong>do</strong>) e ainda Estanha<strong>do</strong>. Também<br />

possibilita a aplicação <strong>de</strong> revestimentos<br />

através <strong>de</strong> colag<strong>em</strong> ou fixação mecânica.<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> Fino (po<strong>de</strong>n<strong>do</strong><br />

dispensar a pintura)<br />

Destina<strong>do</strong> a servir <strong>de</strong> suporte à execução<br />

<strong>de</strong> rebocos/argamassas <strong>de</strong> acabamento<br />

<strong>em</strong> superfícies <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s e tectos.<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> ou Serrafa<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> cerâmicos ou massa <strong>de</strong><br />

estanhar<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> ou Serrafa<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> cerâmicos<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> ou Serrafa<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> cerâmicos ou massa <strong>de</strong><br />

estanhar<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> ou Serrafa<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> cerâmicos<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> ou Serrafa<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> cerâmicos ou massa <strong>de</strong><br />

estanhar<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> ou Serrafa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong><br />

se preten<strong>de</strong> a aplicação <strong>de</strong> cerâmicos<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> <strong>para</strong> posterior pintura<br />

, ou Serrafa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> se pretenda que siva<br />

<strong>de</strong> suport e a revestimento cerâmico.<br />

Produtos<br />

Associa<strong>do</strong>s<br />

-<br />

Pasta <strong>de</strong><br />

Estanhar; Finidur;<br />

SecilTek AD 04 -<br />

Primário <strong>de</strong><br />

A<strong>de</strong>rência (<strong>em</strong><br />

zonas <strong>de</strong> menor<br />

a<strong>de</strong>rência)<br />

SecilTek AD04 -<br />

Ponte <strong>de</strong><br />

A<strong>de</strong>rência ;<br />

SecilTek PK02 -<br />

Estuque Sintético<br />

; Secil PK06 -<br />

Pasta <strong>de</strong> Estanhar<br />

; Secil Tek PK10<br />

e PK 15 -<br />

Rebocos <strong>de</strong> Capa<br />

Fina<br />

-<br />

-


Empresas Produtos Comerciais<br />

D B F<br />

C a lc id r a ta<br />

F a s s a B o r to lo<br />

T o p e c a<br />

Argamassa<br />

<strong>de</strong> reboco<br />

interior<br />

(cinza)<br />

Argamassa<br />

<strong>de</strong> reboco<br />

exterior<br />

(cinza)<br />

KC 1<br />

KS 9<br />

KB 13<br />

KR 100<br />

KI 7<br />

MS 20<br />

Rebetop Plus + Tradicional<br />

Tabela 4.2 (Cont.) - Argamassas <strong>de</strong> Reboco - Características gerais<br />

Lena 210<br />

manual - Lena<br />

212<br />

Argamassa <strong>de</strong> reboco interior<br />

(branco) - Lena 211<br />

Lena 220<br />

manual - Lena<br />

222<br />

Argamassa <strong>de</strong> reboco exterior<br />

(branco) - Lena 221<br />

Argamassa <strong>para</strong> rebocos<br />

interiores Intomix - NX 2<br />

Argamassa <strong>para</strong> rebocos<br />

exteriores Intomix - NX 2<br />

Rebetop RPT<br />

Rebetop RTP impermeável<br />

Rebetop Plus + Tradicional<br />

Hidrofuga<strong>do</strong><br />

Ambiente <strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Interior<br />

Exterior<br />

Interior<br />

Exterior<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Interior<br />

Exterior<br />

Apresentação Comercial<br />

Sacos <strong>de</strong> 30<br />

Kg (Palete<br />

<strong>de</strong> 54 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30<br />

Kg (Palete<br />

<strong>de</strong> 54 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

54 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

60 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30<br />

Kg<br />

Fornecimento<br />

<strong>em</strong> silo<br />

(capacida<strong>de</strong><br />

até 20 m 3 )<br />

Fornecimento<br />

<strong>em</strong> silo<br />

(capacida<strong>de</strong><br />

até 20 m 3 )<br />

Fornecimento<br />

<strong>em</strong> silo<br />

(capacida<strong>de</strong><br />

até 20 m 3 )<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg (Palete <strong>de</strong><br />

48 sacos)<br />

Forma <strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Manual<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg ( Palete <strong>de</strong><br />

54 sacos) Projecção<br />

mecânica<br />

Manual<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Projecção<br />

mecânica Tijolos ; Blocos Termo Isolantes; Blocos <strong>de</strong><br />

cimento ; Pedra ; Betão ;<br />

Manual<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

27<br />

Suporte recomenda<strong>do</strong><br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo cerâmico, bloco <strong>de</strong><br />

cimento, betão, alvenaria ou rebocos<br />

antigos<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo cerâmico, bloco <strong>de</strong><br />

cimento, betão, alvenaria ou rebocos<br />

antigos, aconselhan<strong>do</strong>-se a aplicação <strong>de</strong><br />

uma camada se chapisco ou salpico.<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo cerâmico, bloco <strong>de</strong><br />

cimento, betão, alvenaria ou rebocos<br />

antigos<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo cerâmico, bloco <strong>de</strong><br />

cimento, betão, alvenaria ou rebocos<br />

antigos, aconselhan<strong>do</strong>-se a aplicação <strong>de</strong><br />

uma camada se chapisco ou salpico.<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>em</strong> tijolo cerâmico, bloco <strong>de</strong><br />

cimento, betão, alvenaria ou rebocos<br />

antigos<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tijolo, bloco e betão celular<br />

Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interior; Blocos; Betão ;<br />

Alvenarias <strong>de</strong> tijolo;<br />

Alvenaria <strong>de</strong> tijolo; Blocos; Betão ; Rebocos<br />

tradicionais antigos;<br />

Blocos; Betão ; Alvenarias <strong>de</strong> tijolo;<br />

Tipo <strong>de</strong><br />

Acabamento<br />

Recomenda<strong>do</strong><br />

Acabamento<br />

Talocha<strong>do</strong> e Area<strong>do</strong><br />

Acabamento Area<strong>do</strong><br />

dispensan<strong>do</strong> a pintura<br />

e constituin<strong>do</strong><br />

acabamento final<br />

Acabamento<br />

Talocha<strong>do</strong> e Area<strong>do</strong><br />

Acabamento Area<strong>do</strong><br />

dispensan<strong>do</strong> a pintura<br />

e constituin<strong>do</strong><br />

acabamento final<br />

Acabamento<br />

Talocha<strong>do</strong> ou Area<strong>do</strong>,<br />

ou Intomix Fino<br />

Acabamentos<br />

Tradicionais das<br />

Argamassas <strong>de</strong><br />

Reboco ou recurso a<br />

Argamassas <strong>de</strong><br />

Acabamento<br />

Produtos Associa<strong>do</strong>s<br />

Primário <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência<br />

LENA 870 ou<br />

Argamassa <strong>de</strong> Chapisco<br />

LENA 205<br />

Primário <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência<br />

LENA 870 ou<br />

Argamassa <strong>de</strong> Chapisco<br />

LENA 205<br />

Aditivo <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência<br />

LENA 870<br />

Primário <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência<br />

LENA 870 ou<br />

Argamassa <strong>de</strong> Chapisco<br />

LENA 205<br />

Acabamento Intomix Fino<br />

Sobre betão <strong>de</strong>ve-se<br />

aplicar SP 22 antes da<br />

aplicação da argamassa<br />

<strong>de</strong> reboco<br />

-<br />

Acabamento Area<strong>do</strong>/<br />

Esponja<strong>do</strong> ,<br />

TopFix - Primário, ponte<br />

Sarrafa<strong>do</strong>, Talocha<strong>do</strong>,<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência; Tuforte <strong>de</strong><br />

Estanha<strong>do</strong>;<br />

Estanhar - Argamassa <strong>de</strong><br />

estanhar;<br />

-<br />

Sobre betão <strong>de</strong>ve-se<br />

aplicar SP 650 antes da<br />

aplicação da argamassa<br />

<strong>de</strong> reboco<br />

Sobre betão <strong>de</strong>ve-se<br />

aplicar SP 22 antes da<br />

aplicação da<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco;<br />

Acabamento Area<strong>do</strong><br />

TopFix - Primário, ponte<br />

fino/ Esponja<strong>do</strong> ,<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência;<br />

Sarrafa<strong>do</strong>, Talocha<strong>do</strong>;<br />

Acabamento Area<strong>do</strong> /<br />

Esponja<strong>do</strong> ,<br />

Sarrafa<strong>do</strong>, Talocha<strong>do</strong>;<br />

-


4.3.1 PRODUTOS COMERCIAS: ARGAMASSAS DE REBOCO E MONOMASSAS<br />

A oferta <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas e <strong>do</strong> tipo monomassa e <strong>em</strong>presas produtoras no merca<strong>do</strong><br />

nacional, associadas às Monomassas, é consi<strong>de</strong>ravelmente inferior à oferta <strong>de</strong> Argamassas <strong>de</strong><br />

Reboco, conforme se po<strong>de</strong> verificar pelas tabelas apresentadas.<br />

Relativamente às Monomassas, verifica-se claramente que exist<strong>em</strong> <strong>em</strong>presas que fabrican<strong>do</strong> poucos<br />

produtos, efectuam a sua recomendação <strong>de</strong> aplicação <strong>para</strong> os vários tipos <strong>de</strong> acabamentos<br />

possíveis, contrapon<strong>do</strong>-se com outras que fabrican<strong>do</strong> um maior número <strong>de</strong> produtos, associam<br />

especificamente cada tipo <strong>de</strong> acabamento a uma respectiva Monomassa, <strong>em</strong>bora seja <strong>de</strong> salientar<br />

que <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s acabamentos po<strong>de</strong>m ser efectua<strong>do</strong>s pela mesma Monomassa (conforme se verá<br />

<strong>em</strong> 4.3.6).<br />

Verifica-se ainda que, as <strong>em</strong>presas que simultaneamente comercializam Monomassas e Argamassas<br />

<strong>de</strong> Reboco não produz<strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> ambos os tipos. No entanto, as<br />

<strong>em</strong>presas que se <strong>de</strong>dicam <strong>em</strong> exclusivo à comercialização <strong>de</strong> Argamassas <strong>de</strong> Reboco, já apresentam<br />

uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos. As variantes <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s que se julga po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> motivar esta<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> argamassas são: ambiente (interior/exterior), cor (branco/cinza), forma <strong>de</strong> aplicação<br />

(manual/projectada), maior resistência às acções atmosféricas (hidrofuga<strong>do</strong> ou não) e tipologia <strong>de</strong><br />

acabamento (<strong>em</strong> “camada fina” ou <strong>em</strong> “camada grossa” ).<br />

4.3.2 AMBIENTE DE APLICAÇÃO RECOMENDADO<br />

As Monomassas são <strong>de</strong>stinadas exclusivamente a aplicações <strong>em</strong> ambiente exterior dadas as<br />

características impermeabilizantes que normalmente apresentam e que encarec<strong>em</strong> as aplicações<br />

quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong>s no interior. Exist<strong>em</strong>, contu<strong>do</strong> monomassas cujo fabricante apresenta a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação simultânea no interior e exterior.<br />

As Argamassas <strong>de</strong> Reboco disponibilizadas pelo merca<strong>do</strong> inclu<strong>em</strong> produtos <strong>para</strong> aplicação no<br />

exterior (apresentan<strong>do</strong> uma composição mais elaborada e por isso um custo <strong>de</strong> fabrico superior) e no<br />

interior. Exist<strong>em</strong>, portanto, argamassas que são recomendadas apenas <strong>para</strong> um <strong>do</strong>s ambientes,<br />

enquanto outras po<strong>de</strong>rão ser aplicadas <strong>em</strong> ambos. Em to<strong>do</strong> o caso, uma argamassa <strong>de</strong>stinada ao<br />

exterior conseguirá cumprir as exigências funcionais necessárias à sua aplicação no interior.<br />

No senti<strong>do</strong> <strong>do</strong> que foi <strong>de</strong>scrito, <strong>em</strong>bora as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> o exterior sejam as mais<br />

comercializadas, este da<strong>do</strong> não traduz fielmente a realida<strong>de</strong>, da<strong>do</strong> que se verifica, com gran<strong>de</strong><br />

frequência, que as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>de</strong>stinadas apenas <strong>para</strong> o exterior são também<br />

utilizadas <strong>em</strong> aplicações <strong>em</strong> interiores 5 .<br />

5 I<strong>de</strong>ia recolhida na entrevista realizada na <strong>em</strong>presa Ciarga<br />

28


4.3.3 APRESENTAÇÃO COMERCIAL E FORMAS DE APLICAÇÃO<br />

Por análise da informação recolhida elaborou-se o esqu<strong>em</strong>a da Fig. 4.2, que resume as formas <strong>de</strong><br />

apresentação e aplicação <strong>de</strong> Monomassas e Argamassas <strong>de</strong> Reboco.<br />

Fig. 4.2 - Esqu<strong>em</strong>a das formas <strong>de</strong> fornecimento e aplicação das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas [21][28]<br />

As Monomassas apresentam-se disponíveis no merca<strong>do</strong> nacional apenas <strong>em</strong> saco <strong>de</strong> papel Kraft ou<br />

<strong>de</strong> plástico, <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aproximadamente 25 ou 30 Kg [21]. O não fornecimento <strong>em</strong> silo <strong>de</strong><br />

Monomassas po<strong>de</strong>rá ficar a <strong>de</strong>ver-se às quantida<strong>de</strong>s que são vendidas não justificar<strong>em</strong> a aquisição<br />

<strong>de</strong>ste equipamento. Relativamente à venda <strong>de</strong> Monomassas no merca<strong>do</strong> nacional, algumas<br />

tonalida<strong>de</strong>s não estão imediatamente disponíveis <strong>para</strong> aquisição, sen<strong>do</strong> necessário proce<strong>de</strong>r à<br />

encomenda prévia das quantida<strong>de</strong>s pretendidas. Segun<strong>do</strong> alguns fabricantes, a produção <strong>de</strong><br />

monomassas mediante a sua encomenda prévia, facilita entre outras coisas, a maior qualida<strong>de</strong> nas<br />

pigmentações obtidas, da<strong>do</strong> que as rigorosas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pigmentos <strong>em</strong>pregues são as mesmas<br />

e as condições <strong>de</strong> fabrico também.<br />

Relativamente à amassadura, esta po<strong>de</strong> ser efectuada quer por recurso a uma betoneira (neste tipo<br />

<strong>de</strong> produtos cada vez menos usual), ou recorren<strong>do</strong> a uma máquina mistura<strong>do</strong>ra que po<strong>de</strong> ou não ter<br />

<strong>do</strong>seamento automático <strong>de</strong> água.<br />

Embora nalguns casos a aplicação manual seja possível, a aplicação por projecção é<br />

maioritariamente recomendada dadas as inúmeras vantagens que possibilita, nomeadamente rapi<strong>de</strong>z<br />

<strong>de</strong> execução e correspon<strong>de</strong>nte rentabilida<strong>de</strong> na execução <strong>do</strong>s trabalhos.<br />

No que toca às Argamassas <strong>de</strong> Reboco, o fornecimento <strong>em</strong> saco apresenta maior representativida<strong>de</strong>,<br />

coexistin<strong>do</strong> normalmente o fornecimento <strong>em</strong> silo <strong>para</strong> os produtos cujas quantida<strong>de</strong>s assim o<br />

29


justifiqu<strong>em</strong>. O critério <strong>para</strong> fornecimento <strong>em</strong> silo (<strong>em</strong>bora <strong>de</strong>penda <strong>de</strong> fabricante <strong>para</strong> fabricante),<br />

normalmente é <strong>em</strong>pregue quan<strong>do</strong> o consumo é superior a 3 silos completos 6 , correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a cada<br />

silo uma capacida<strong>de</strong> aproximada <strong>de</strong> 20 m 3 . Este critério é justificável não só <strong>em</strong> termos da própria<br />

rentabilida<strong>de</strong> <strong>para</strong> a <strong>em</strong>presa e consumi<strong>do</strong>r final, mas também como forma <strong>de</strong> evitar que a venda <strong>em</strong><br />

saco seja posta <strong>em</strong> causa nomeadamente por via <strong>do</strong>s reven<strong>de</strong><strong>do</strong>res associa<strong>do</strong>s 7 .<br />

4.3.4 SUPORTE RECOMENDADO<br />

Efectuan<strong>do</strong> a análise das fichas técnicas é possível verificar que os tipos <strong>de</strong> suporte, <strong>para</strong> aplicação<br />

<strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos, que constitu<strong>em</strong> a maioria <strong>do</strong>s casos <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong><br />

Monomassas e Argamassas <strong>de</strong> reboco são as pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tijolo, bloco e ainda betão, isto é, os<br />

<strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s suportes convencionais, conforme sugeri<strong>do</strong> nas Fig.s 4.3 a 4.5.<br />

Fig. 4.3 - Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tijolo<br />

cerâmico<br />

Fig. 4.4 - Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong><br />

cimento<br />

30<br />

Fig. 4.5 - Pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> betão<br />

As pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tijolo e <strong>de</strong> blocos <strong>de</strong> cimento apresentam rugosida<strong>de</strong>s e irregularida<strong>de</strong>s que permit<strong>em</strong><br />

assegurar uma boa a<strong>de</strong>rência <strong>do</strong>s produtos s<strong>em</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recorrer a primários/argamassas<br />

que lhe confiram maior capacida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>rente. No caso particular <strong>do</strong>s suportes <strong>de</strong> betão, dada a<br />

planeza que usualmente apresentam, <strong>de</strong> forma a evitar patologias futuras <strong>do</strong>s rebocos causadas por<br />

probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência, é prática comum que, <strong>para</strong> suportes <strong>de</strong>ste tipo, os fabricantes recomen<strong>de</strong>m<br />

a aplicação <strong>de</strong> produtos tais como primários <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ou argamassas <strong>de</strong> chapisco.<br />

Por último, salienta-se o facto <strong>de</strong> alguns tipos <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, possibilitar<strong>em</strong> a sua<br />

aplicação sobre rebocos antigos à base <strong>de</strong> cimento, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que realizada a sua a<strong>de</strong>quada e<br />

conveniente pre<strong>para</strong>ção.<br />

As fichas técnicas refer<strong>em</strong> também a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong>s produtos <strong>em</strong> outros suportes,<br />

como por ex<strong>em</strong>plo os blocos <strong>de</strong> argila ou fibrocimento e painéis <strong>de</strong> ladrilho cerâmico. No entanto,<br />

este tipo <strong>de</strong> suportes é menos frequente quan<strong>do</strong> com<strong>para</strong><strong>do</strong> com os suportes convencionais<br />

apresenta<strong>do</strong>s nas figuras anteriores.<br />

6 Valor meramente “indicativo” recolhi<strong>do</strong> nalgumas entrevistas.<br />

7 I<strong>de</strong>ia transmitida nas várias entrevistas.


4.3.5 NÚMERO DE CAMADAS – REBOCO PROPOSTO<br />

Relativamente ao número <strong>de</strong> camadas, os fabricantes normalmente apresentam, nas respectivas<br />

fichas técnicas, soluções <strong>para</strong> reboco que conjugam diferentes tipos <strong>de</strong> argamassas que<br />

normalmente comercializam. Como ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>ste aspecto tome-se o caso <strong>de</strong> uma argamassa <strong>de</strong><br />

reboco (camada <strong>de</strong> regularização) compl<strong>em</strong>entada com argamassa <strong>de</strong> acabamento (p.ex: Pasta <strong>de</strong><br />

Estanhar), ou <strong>em</strong> vez <strong>de</strong>sta, acabamento por pintura.<br />

A Fig. 4.6, apresenta uma possível esqu<strong>em</strong>atização <strong>de</strong> soluções <strong>de</strong> reboco frequent<strong>em</strong>ente proposta<br />

pelos fabricantes, no qual é possível i<strong>de</strong>ntificar a presença <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> argamassa que os<br />

integram.<br />

Fig. 4.6 - Esqu<strong>em</strong>a <strong>do</strong> número <strong>de</strong> camadas<br />

Nos rebocos obti<strong>do</strong>s por soluções <strong>do</strong> tipo Monomassa, esta é aplicada numa única camada que<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penha simultaneamente as funções <strong>de</strong> camada <strong>de</strong> regularização e acabamento, da<strong>do</strong> que se<br />

constitui também como acabamento final, dispensan<strong>do</strong> normalmente a pintura. Nos casos <strong>em</strong> que o<br />

suporte assegure as condições <strong>de</strong> estanquida<strong>de</strong> e regularida<strong>de</strong> necessárias, a aplicação da<br />

Monomassa po<strong>de</strong>rá funcionar como Argamassa <strong>de</strong> Decoração/Acabamento (ou seja aplicada <strong>em</strong><br />

camada fina) [21], <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhan<strong>do</strong> apenas as funções <strong>de</strong> uma camada <strong>de</strong> acabamento.<br />

Quanto às soluções <strong>de</strong> reboco que recorr<strong>em</strong> à aplicação <strong>de</strong> Argamassas <strong>de</strong> Reboco, a sua aplicação<br />

também é efectuada numa única camada, com a diferença que esta camada vai servir <strong>de</strong> suporte ao<br />

produto que vai conferir o acabamento final. Este produto po<strong>de</strong>rá correspon<strong>de</strong>r à execução <strong>de</strong> pintura<br />

ou aplicação <strong>de</strong> uma Argamassa <strong>de</strong> Decoração/Acabamento. É importante salientar que estas<br />

Argamassas <strong>de</strong> Decoração/Acabamento <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham unicamente funções <strong>de</strong> acabamento,<br />

<strong>de</strong>ven<strong>do</strong> apenas ser aplicadas sobre suportes que já apresent<strong>em</strong> a necessária regularida<strong>de</strong> e<br />

características <strong>de</strong> impermeabilização. O suporte <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> argamassas po<strong>de</strong> então, ser<br />

31


constituí<strong>do</strong> por Argamassas <strong>de</strong> Reboco pré-<strong>do</strong>seadas ou por argamassas tradicionais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

sejam asseguradas as referidas condições <strong>de</strong> regularida<strong>de</strong> e impermeabilização [21].<br />

Muito <strong>em</strong>bora, ambas as soluções <strong>de</strong> reboco apresentadas, se apresent<strong>em</strong> numa única camada, a<br />

sua aplicação po<strong>de</strong> ser efectuada <strong>em</strong> 1 ou 2 <strong>de</strong>mãos, mediante recomendação <strong>do</strong> fabricante. Tais<br />

situações correspon<strong>de</strong>m, por ex<strong>em</strong>plo, à aplicação <strong>de</strong> revestimentos arma<strong>do</strong>s, cuja incorporação da<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> fibra <strong>de</strong> vidro <strong>de</strong>corre após a finalização da primeira <strong>de</strong>mão, aplican<strong>do</strong>-se a segunda <strong>de</strong>mão<br />

<strong>para</strong> acabamento. Outras condicionantes que po<strong>de</strong>m justificar o seu <strong>em</strong>prego <strong>em</strong> duas <strong>de</strong>mãos<br />

po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>correr da aplicação <strong>de</strong> rebocos na presença <strong>de</strong> ventos fortes e t<strong>em</strong>peraturas quentes, cujo<br />

procedimento referi<strong>do</strong> minimiza as retracções (secag<strong>em</strong> brusca) no reboco final 8 . A aplicação <strong>de</strong><br />

Monomassas <strong>em</strong> função <strong>do</strong> acabamento pretendi<strong>do</strong> po<strong>de</strong>m necessitar <strong>de</strong> recorrer a duas <strong>de</strong>mãos,<br />

aplican<strong>do</strong>-se a segunda <strong>de</strong>mão (que proporciona o tipo <strong>de</strong> acabamento) após secag<strong>em</strong> da primeira<br />

[31].<br />

4.3.6 TIPO DE ACABAMENTOS<br />

A análise da informação recolhida, da Tabela 4.1, permite verificar que as Monomassas possibilitam<br />

uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> acabamentos que se afastam da tipologia <strong>de</strong><br />

acabamentos obti<strong>do</strong>s pelo recurso a argamassas tradicionais. O seu carácter inova<strong>do</strong>r e<br />

multifaceta<strong>do</strong> permite múltiplas utilizações e aplicações, a avaliar pela vasta gama <strong>de</strong> cores e texturas<br />

possíveis que são referidas nas fichas técnicas.<br />

A tipologia <strong>de</strong> acabamentos, b<strong>em</strong> como a forma <strong>de</strong> execução, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>em</strong> certa medida <strong>do</strong><br />

fabricante, sen<strong>do</strong> recomendável ter <strong>em</strong> atenção o disposto nas fichas técnicas <strong>para</strong> ter <strong>em</strong> conta<br />

eventuais especificida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s produtos. As Monomassas permit<strong>em</strong>, <strong>de</strong> um mo<strong>do</strong> geral, cinco tipos <strong>de</strong><br />

acabamentos, estan<strong>do</strong> os quatro primeiros inseri<strong>do</strong>s nos <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s “Acabamentos Tradicionais”<br />

(são realiza<strong>do</strong>s após a aplicação e endurecimento parcial da monomassa) [26][27][28][32]:<br />

o Acabamento “Raspa<strong>do</strong>” é obti<strong>do</strong> pela raspag<strong>em</strong> da superfície por recurso a uma talocha <strong>de</strong><br />

pregos quan<strong>do</strong> a argamassa regista um <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> endurecimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> (é o que<br />

se ass<strong>em</strong>elha mais com os rebocos tradicionais);<br />

o Acabamento “Gota, Tirolesa ou Rústico” (nalgumas soluções comerciais <strong>de</strong>signa<strong>do</strong> por<br />

“Carapinha”) é obti<strong>do</strong> pela projecção final <strong>de</strong> uma segunda camada <strong>de</strong> monomassa sobre uma<br />

primeira parcialmente endurecida, que se constitui como o acabamento final;<br />

o Acabamento “Casca <strong>de</strong> Carvalho” é obti<strong>do</strong> <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> s<strong>em</strong>elhante ao acabamento “Rústico”, mas<br />

<strong>de</strong>sta vez sarrafan<strong>do</strong> com uma talocha as partes mais salientes <strong>de</strong>ssa camada quan<strong>do</strong> esta se<br />

encontra parcialmente endurecida;<br />

8 Aspecto aborda<strong>do</strong> nas fichas técnicas da Fassa Bortolo<br />

32


o Acabamento “Liso ou talocha<strong>do</strong> talocha<strong>do</strong>” é geralmente <strong>de</strong>saconselha<strong>do</strong> a sua utilização <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

superfícies, , <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>obtenção</strong> <strong>de</strong> um bom acabamento. . Este acabamento <strong>de</strong>ve<br />

aplicar-se apenas <strong>em</strong> áreas restritas e localizadas. A sua execução segue no essencial os<br />

procedimentos entos <strong>do</strong> acabamento tradicional tradicional;<br />

o Acabamento “Pedra Projectada” é consegui<strong>do</strong> por projecção <strong>de</strong> pedra seleccionada (com a<br />

textura e cor pretendidas) contra a superfície da monomassa ainda no esta<strong>do</strong> fresco, segui seguin<strong>do</strong>-<br />

se a sua compressão (<strong>em</strong> 2 fases fases) com uma talocha <strong>de</strong> inox.<br />

As Fig.s 4.7 a 4.9 apresentam o aspecto visual resultante <strong>de</strong> alguns <strong>de</strong>stes acabamentos<br />

acabamentos:<br />

Fig. 4.7 - Acabamento “Casca <strong>de</strong> Carvalho” <strong>em</strong><br />

habitação<br />

Fig. 4.8 – Acabamento<br />

“Raspa<strong>do</strong>”<br />

As argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, como qualquer produto fabril fabril, dispõ<strong>em</strong> <strong>de</strong> catálogos e amostras <strong>para</strong><br />

que o cliente/utiliza<strong>do</strong>r r possa seleccionar mais facilmente os produtos que preten preten<strong>de</strong>, Fig. 4.10.<br />

Fig. 4.10 - Catálogo <strong>de</strong> Amostras Acabamento “ “Raspa<strong>do</strong>” ” da <strong>em</strong>presa António Caldas Revestimentos<br />

33<br />

Fig. 4.9 - Acabamento<br />

“Gota, Tirolesa ou Rústico”


Fig. 4.11 - Catálogo <strong>de</strong> Amostras Acabamento “Raspa<strong>do</strong>” e “Pedra Projectada” da <strong>em</strong>presa T-MIC<br />

Conforme já referi<strong>do</strong>, o acabamento <strong>do</strong>s rebocos obti<strong>do</strong>s pelo recurso a Argamassas <strong>de</strong> Reboco po<strong>de</strong><br />

ser obtida por pintura, salientan<strong>do</strong>-se que no caso <strong>de</strong> argamassas constituídas por cimento branco,<br />

as <strong>de</strong>mãos <strong>de</strong> tinta <strong>para</strong> conferir <strong>de</strong>terminada cor serão inferiores às <strong>de</strong> cimento cinzento. Outra<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acabamento <strong>de</strong>stas soluções consiste na aplicação <strong>de</strong> uma Argamassa <strong>de</strong><br />

Decoração, obten<strong>do</strong>-se por esta via a tipologia <strong>de</strong> acabamentos que este tipo <strong>de</strong> argamassas<br />

possibilita. Note-se porém que, antes <strong>de</strong> se aplicar<strong>em</strong> as Argamassas <strong>de</strong> Acabamento, as<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco <strong>de</strong>verão elas próprias possuir um acabamento que possibilite as posteriores<br />

aplicações. Nesse senti<strong>do</strong>, caso o reboco efectua<strong>do</strong> se <strong>de</strong>stine a funcionar como suporte à aplicação<br />

<strong>de</strong> pedra ornamental, <strong>de</strong>signa-se por Sarrafa<strong>do</strong> (maior a<strong>de</strong>rência). Toma a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> Talocha<strong>do</strong><br />

se o suporte conferi<strong>do</strong> pelo reboco se <strong>de</strong>stinar a cerâmicos, tintas texturadas ou estanha<strong>do</strong>s ou ainda<br />

Area<strong>do</strong> se o seu acabamento pretendi<strong>do</strong> for as tintas lisas, tal como se elucida nas figuras seguintes<br />

[7][34].<br />

Fig. 4.12 - Acabamento Sarrafa<strong>do</strong><br />

[34]<br />

Fig. 4.13 - Acabamento<br />

Talocha<strong>do</strong> [34]<br />

34<br />

Fig. 4.14 - Acabamento Area<strong>do</strong> [34]<br />

No caso <strong>em</strong> que as argamassas <strong>de</strong> reboco serv<strong>em</strong> <strong>de</strong> suporte à aplicação <strong>de</strong> uma Argamassa <strong>de</strong><br />

Acabamento, estas confer<strong>em</strong> o acabamento final (conforme referi<strong>do</strong> <strong>em</strong> 4.3.5), sen<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar, o<br />

tradicional Acabamento Estanha<strong>do</strong> (barramento) pela gran<strong>de</strong> divulgação e aplicação que apresenta.<br />

Este tipo <strong>de</strong> produtos, corrent<strong>em</strong>ente <strong>de</strong>signa<strong>do</strong>s por “Pasta <strong>de</strong> Estanhar”, são aplica<strong>do</strong>s por recurso<br />

à utilização <strong>de</strong> talocha metálica [7].


Em to<strong>do</strong> o caso, sobre as Argamassas <strong>de</strong> Reboco aplicadas, só <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser aplica<strong>do</strong>s pedra<br />

ornamental, cerâmicos ou tintas, após esta argamassa ganhar a consistência e dureza necessárias, o<br />

que normalmente se verifica passa<strong>do</strong>s 28 dias da sua aplicação.<br />

4.3.7 PRODUTOS ASSOCIADOS<br />

A análise da Tabela 4.1 permite verificar que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s produtos associa<strong>do</strong>s (que<br />

compl<strong>em</strong>entam os rebocos propostos) correspon<strong>de</strong>m a primários <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência, verifican<strong>do</strong>-se que<br />

algumas fichas técnicas recomendam a sua aplicação s<strong>em</strong>pre que necessário. Quan<strong>do</strong> os primários<br />

são produzi<strong>do</strong>s pela própria <strong>em</strong>presa a ficha técnica explicita a referência ao primário a utilizar,<br />

Tabela 4.1. Nalguns casos, estes produtos assum<strong>em</strong> gran<strong>de</strong> especificida<strong>de</strong>, corrigin<strong>do</strong> <strong>de</strong>terminadas<br />

anomalias <strong>do</strong> suporte, como por ex<strong>em</strong>plo porosida<strong>de</strong> e absorção excessiva, <strong>de</strong>ficiente<br />

impermeabilização e regularização da cor.<br />

Relativamente às soluções <strong>de</strong> reboco, obtidas por recurso a Argamassas <strong>de</strong> Reboco, as fichas<br />

técnicas recomendam também a utilização <strong>de</strong> primários e argamassas <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência, também<br />

<strong>de</strong>signadas estas últimas por Argamassas <strong>de</strong> Chapisco, já que <strong>para</strong> melhorar as condições <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>rência ao suporte, <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham funções idênticas à correspon<strong>de</strong>nte camada aplicada nos<br />

rebocos tradicionais.<br />

Embora as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas possibilit<strong>em</strong> boa a<strong>de</strong>rência ao suporte (com garantias dadas<br />

pelos fabricantes), perante <strong>de</strong>terminadas condições, é prática comum a aplicação <strong>de</strong> Argamassas <strong>de</strong><br />

Chapisco s<strong>em</strong> que tal seja necessário. Esta prática, que é comum segun<strong>do</strong> alguns fabricantes, julga-<br />

se resultar da prática “enraízada” inerente à aplicação <strong>de</strong> Argamassas Tradicionais 9 .<br />

Outra tipologia <strong>de</strong> produtos recomendada nas fichas técnicas das Argamassas <strong>de</strong> Reboco<br />

correspon<strong>de</strong> às Argamassas <strong>de</strong> Acabamento, que abrang<strong>em</strong> produtos como a tradicional Pasta <strong>de</strong><br />

Estanhar ou ainda rebocos colori<strong>do</strong>s aplica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> camada fina. O resumo <strong>de</strong> algumas características<br />

<strong>de</strong>stas argamassas, que também foram a pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (<strong>em</strong>bora não analisadas com<br />

<strong>de</strong>talhe), encontra-se no ANEXO F.<br />

9 I<strong>de</strong>ia transmitida por alguns fabricantes.<br />

35


Empresas<br />

W e b e r C i m e n f i x<br />

G r u p o P u m a<br />

T - M I C<br />

A N T Ó N I O C A L D A S<br />

T I S A P E X<br />

T O P E C A<br />

Produtos<br />

Comerciais<br />

Weber.pral<br />

classic<br />

Weber.pral lit<br />

Morc<strong>em</strong>dur -P<br />

Morc<strong>em</strong>dur -R<br />

Morc<strong>em</strong>dur-RF<br />

Myrsac 710<br />

Myrsac 710 P<br />

Myrsac 740<br />

Revestimento<br />

Decorabate<br />

Tisagran RA<br />

Máquina<br />

Tisagran GR<br />

Rebetop<br />

Tabela 4.3 - Monomassas – Composição, características e outra informação<br />

Composição Detalhes<br />

Cimento branco, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria compensada, cargas<br />

ligeiras, aditivos orgânicos e<br />

inorgânicos e pigmentos minerais;<br />

Cimento <strong>de</strong> alta resistência, areias<br />

seleccionadas, aditivos especiais,<br />

pigmentos e resinas sintéticas;<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria controlada,<br />

hidrofugante, adjuvantes (<strong>para</strong><br />

melhorar trabalhabilida<strong>de</strong>), fibras e<br />

pigmentos;<br />

Ligante mineral <strong>de</strong><br />

impermeabilização e acabamento,<br />

cargas siliciosas e<br />

calcárias,pigmentos minerais,<br />

retentor <strong>de</strong> água, pastificante e<br />

agente promotor <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ao<br />

suporte;<br />

Ligantes hidráulicos à base <strong>de</strong><br />

cimento modifica<strong>do</strong> com aditivos<br />

melhora<strong>do</strong>s: plastificantes,<br />

hidrófugos, retentores <strong>de</strong> água,<br />

resinas redispresáveis,<br />

pigmenta<strong>do</strong>s na própria massa;<br />

Cimento, composto <strong>de</strong> sílica, cargas<br />

ligeiras, aditivos específicos e<br />

pigmentos minerais;<br />

-<br />

36<br />

Flexão<br />

(N/mm 2 )<br />

Compressão<br />

(N / mm 2 )<br />

- -<br />

17 0,21<br />

- -<br />

Aplicação também <strong>em</strong><br />

tectos; Gama <strong>de</strong> 24<br />

cores; Aplicação<br />

Mecânica;<br />

Aplicação também <strong>em</strong><br />

tectos; Gama <strong>de</strong> 12<br />

cores; Aplicação<br />

DIT PLUS<br />

16 0,20<br />

Mecânica; 15,2 0,15<br />

Existe uma gama<br />

variada <strong>de</strong> cores com<br />

pre<strong>do</strong>mínio das cores<br />

claras; Aplicação<br />

Mecânica;<br />

Aplicação Manual /<br />

Mecânica<br />

Aplicação Manual /<br />

Mecânica<br />

Certificações<br />

Adicionais<br />

- 0,30 > 1,5 -<br />

-<br />

DIT PLUS<br />

- 15 - 17 0,27 -<br />

CS III<br />

-<br />

(3,5-7,5)<br />

DA 17,5<br />

0,115<br />

(branco);<br />

0,120<br />

(outras<br />

cores);<br />

10-11 0,45<br />

- 13 0,28<br />

2,4 -3,0 7,0 - 9,0<br />

Aplicação Mecânica 13-14 0,47 3,6 - 4,6 8,1 - 9,1<br />

-<br />

Consumo por<br />

cm <strong>de</strong><br />

espessura (Kg /<br />

m 2 )<br />

15<br />

- 0,37 > 2,0 -<br />

12-14<br />

Preço<br />

por Kg<br />

(€ /Kg)<br />

0,29<br />

15 0,16<br />

-<br />

1,8 - 2,8 4,2 - 5,2<br />

≥ 1,3<br />

Resistência à<br />

Caracteristicas m ecânicas e físicas<br />

CS III<br />

(3,5-7,5)<br />

A<strong>de</strong>rência<br />

(N / mm 2 )<br />

> 0,25<br />

( sobre tijolo)<br />

-<br />

0,3 / FP= A, B W 2 (≤ 0,2 )<br />

0,5 <strong>para</strong><br />

rotura pelo<br />

revestimento<br />

PF: A, B ou<br />

pelo suporte<br />

PF: C<br />

-<br />

Capilarida<strong>de</strong><br />

Kg/<br />

(dm 2 .min 0,5 )<br />

< 0,1<br />

W 2 (≤ 0,2 )<br />

W2 ( ≤ 0,2) 12 ± 1<br />

0,1 - 0,13<br />

Coefeciente <strong>de</strong><br />

difusão <strong>do</strong><br />

vapor <strong>de</strong> água<br />

[µ]<br />

0,3<br />

PND<br />

- -<br />

≥ 4,5 - < 0,4<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-


REDUR - Reboco<br />

Exterior Cinzento<br />

RHP Manual<br />

RHP Branco<br />

RHP Korte<br />

Nota : ** Preços <strong>em</strong> relação à fábrica <strong>de</strong> Pataias;<br />

Tabela 4.4 - Argamassas <strong>de</strong> Reboco - Composição, características e outra informação<br />

Empresas Produtos Comerciais Composição Detalhes<br />

I R P<br />

S e c i l M a r t i n g a n ç a<br />

REDUR - Reboco<br />

Interior Cinzento<br />

Ligantes hidráulicos,<br />

inertes selecciona<strong>do</strong>s e<br />

-<br />

REDUR - Reboco Interior Branco adjuvantes;<br />

- 0,10<br />

REDUR Exterior Cinzento R-10 - 0,09<br />

H-DUR Cinzento<br />

Projecta<strong>do</strong><br />

Ligantes hidráulicos,<br />

inertes selecciona<strong>do</strong>s,<br />

adjuvantes e<br />

hidrofugantes;<br />

-<br />

Manual<br />

REDUR - Reboco Exterior Branco<br />

RHP Plus<br />

RHP Médio<br />

Projecta<strong>do</strong><br />

Manual<br />

Ligantes hidráulicos,<br />

inertes selecciona<strong>do</strong>s e<br />

adjuvantes;<br />

Ligantes hidráulicos,<br />

inertes selecciona<strong>do</strong>s,<br />

adjuvantes e<br />

hidrofugantes;<br />

Ligantes hidráulicos,<br />

inertes selecciona<strong>do</strong>s e<br />

adjuvantes;<br />

-<br />

-<br />

Em caso <strong>de</strong> revestimentos <strong>de</strong><br />

eleva<strong>do</strong> peso/dimensão <strong>de</strong>ve<br />

prever-se a utilização <strong>de</strong><br />

sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> colag<strong>em</strong> ou<br />

fixação mecânica<br />

Certificações<br />

Adicionais<br />

- 14 0,08 CS IV ( ≥ 6)<br />

Exterior<br />

0,08 **<br />

W1 ( ≤ 0,4 )<br />

Cor cinzenta -<br />

Interior 0,06 ** -<br />

Exterior<br />

Interior<br />

Des<strong>em</strong>penha também funções<br />

<strong>de</strong> enchimento; Cor cinzenta<br />

16<br />

0,07 **<br />

0,07 **<br />

≥ 0,3 (tijolo cerâmico)<br />

W1 ( ≤ 0,4 )<br />

-<br />

< 15<br />

-<br />

CERTIF<br />

Exterior Ligantes hidráulicos,<br />

0,06 ** W1 ( ≤ 0,4 ) < 15<br />

agrega<strong>do</strong>s calcários e<br />

Cor cinzenta<br />

- -<br />

Interior siliciosos e adições;<br />

0,06 ** -<br />

-<br />

Exterior<br />

0,06 **<br />

W2 ( ≤0,2) 15<br />

Cor Branca - 18<br />

Interior 0,11 ** - -<br />

0,3 (tijolo cerâmico)<br />

Exterior<br />

0,08 **<br />

W1 ( ≤ 0,4 ) 15<br />

- - 16<br />

Interior 0,07 ** - -<br />

37<br />

Consumo<br />

por cm <strong>de</strong><br />

espessura<br />

(Kg/m 2 )<br />

15<br />

Preço por<br />

Kg ( € /<br />

Kg)<br />

0,08<br />

- 0,07<br />

0,09<br />

0,07<br />

0,10<br />

Flexão<br />

(N/mm 2 )<br />

Compressão<br />

(N / mm 2 )<br />

A<strong>de</strong>rência<br />

(N/mm 2 Capilarida<strong>de</strong><br />

) kg/ (dm 2 .min 0,5 Resistência à Coefeciente <strong>de</strong><br />

difusão <strong>do</strong><br />

) vapor <strong>de</strong> água<br />

[µ]<br />

-<br />

CS III<br />

(3,5 a 7,5)<br />

Características mecânicas e físicas<br />

0,2 (tijolo cerâmico);<br />

Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fractura = B<br />

0,2 (tijolo cerâmico);<br />

Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fractura = B<br />

0,2 (tijolo cerâmico);<br />

Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fractura = B<br />

0,2 (tijolo cerâmico);<br />

Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fractura = B<br />

0,1 (tijolo cerâmico);<br />

Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fractura = B<br />

0,2 (tijolo cerâmico);<br />

Mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> Fractura = B<br />

-<br />

-<br />

W2 ( ≤ 0,2) 15<br />

-<br />

W2 ( ≤ 0,2)<br />

-<br />

-<br />

-<br />

15<br />

< 15<br />

-


Tabela 4.4 (Cont.) – Argamassas <strong>de</strong> Reboco – Composição, características e outra informação<br />

Empresas Produtos Comerciais Composição Detalhes<br />

T - M I C<br />

A n t ó n i o C a l d a s<br />

D B F<br />

Reboco cinza<br />

<strong>para</strong> projecção<br />

Argamassa <strong>de</strong><br />

reboco interior<br />

(cinza)<br />

manual - Lena<br />

212<br />

Argamassa <strong>de</strong> reboco interior<br />

(branco) - Lena 211<br />

Argamassa <strong>de</strong><br />

reboco exterior<br />

(cinza)<br />

Myrsac 620<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 620 H<br />

Myrsac 640<br />

Massa <strong>de</strong> Reboco Caldas<br />

Lena 210<br />

manual - Lena<br />

222<br />

Argamassa <strong>de</strong> reboco exterior<br />

(branco) - Lena 221<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria controlada, fibras e<br />

adjuvantes <strong>para</strong> melhorar<br />

a<strong>de</strong>rência e trabalhabilida<strong>de</strong>;<br />

Constituí<strong>do</strong> por ligantes<br />

hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria<br />

controlada,hidrofugante, fibras e<br />

adjuvantes <strong>para</strong> melhorar<br />

a<strong>de</strong>rência e trabalhabilida<strong>de</strong>;<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria controlada, fibras e<br />

adjuvantes <strong>para</strong> melhorar<br />

a<strong>de</strong>rência e trabalhabilida<strong>de</strong>;<br />

Ligante mineral pré-<strong>do</strong>sea<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

fábrica (cimento Portland CEM II<br />

32,5 N), cargas siliciosas e<br />

calcárias, retentor <strong>de</strong> água,<br />

hidrófugo <strong>de</strong> massa, plastificante e<br />

agente promotor <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ao<br />

suporte;<br />

- CERTIF 16 0,06<br />

- - 15 0,06<br />

-<br />

0,08<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

CERTIF 16<br />

Lena 220<br />

calcários e siliciosos e adjuvantes;<br />

- 0,07<br />

-<br />

Deve-se manter as<br />

condições <strong>de</strong><br />

amassadura e<br />

execução idênticas<br />

<strong>para</strong> se obter<br />

uniformida<strong>de</strong> no<br />

<strong>para</strong>mento;<br />

Disponível nas<br />

cores branco e<br />

cinza;<br />

DA<br />

- -<br />

38<br />

15<br />

0,08<br />

(cinzento);<br />

0,09<br />

(branco);<br />

Flexão<br />

(N/mm 2 )<br />

Compressão<br />

(N / mm 2 )<br />

2,0 -3,0 CS IV ( ≥ 6)<br />

≥ 0,2<br />

17 0,06 0,3<br />

- CERTIF 16 0,09 ≥ 0,2<br />

-<br />

CS III<br />

(3,5 a 7,5)<br />

0,3 ou PF=B<br />

(alvenaria<br />

tijolo); 0,7<br />

com PF= A<br />

sobre betão<br />

molda<strong>do</strong><br />

W0 (Não<br />

especifica<strong>do</strong>)<br />

- 18 0,07 W2 ( ≤0,2) PND<br />

-<br />

Certificações<br />

Adicionais<br />

DIT PLUS<br />

Consumo<br />

por cm <strong>de</strong><br />

espessura<br />

15 0,07<br />

17-19<br />

0,06<br />

-<br />

CS III<br />

(3,5 a 7,5)<br />

0,3<br />

W0 (Não<br />

especifica<strong>do</strong>)<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 640 H<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

- 0,06 W1 ( ≤ 4,0 ) PND<br />

Reboco branco<br />

Myrsac 720<br />

granulometria<br />

controlada,hidrofugante, fibras e<br />

adjuvantes <strong>para</strong> melhorar<br />

-<br />

15 0,08<br />

W0 (Não<br />

especifica<strong>do</strong>)<br />

PND<br />

<strong>para</strong> projecção<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 720 H<br />

a<strong>de</strong>rência e trabalhabilida<strong>de</strong>;<br />

- 17 0,09 W2 ( ≤0,2) PND<br />

(Kg/m 2 )<br />

Preço por<br />

Kg ( € / Kg)<br />

Características mecânicas e físicas<br />

Resistência à<br />

A<strong>de</strong>rência<br />

(N/mm 2 )<br />

Capilarida<strong>de</strong><br />

kg/ (dm 2 .min 0,5 )<br />

W2 ( ≤0,2)<br />

≥ 0,2 - -<br />

0,3 -<br />

-<br />

W1 ( ≤ 0,4 )<br />

Coefeciente<br />

<strong>de</strong> difusão <strong>do</strong><br />

vapor <strong>de</strong><br />

água [µ]<br />

PND<br />

PND<br />

11 ± 1<br />

-<br />

-<br />

< 22<br />

< 14


Tabela 4.4 (Cont.) - Argamassas <strong>de</strong> Reboco - Composição, características e outra informação<br />

Empresas Produtos Comerciais Composição Detalhes<br />

T - M I C<br />

A n t ó n i o C a l d a s<br />

D B F<br />

Reboco cinza<br />

<strong>para</strong> projecção<br />

Argamassa <strong>de</strong><br />

reboco interior<br />

(cinza)<br />

manual - Lena<br />

212<br />

Argamassa <strong>de</strong> reboco interior<br />

(branco) - Lena 211<br />

Argamassa <strong>de</strong><br />

reboco exterior<br />

(cinza)<br />

Myrsac 620<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 620 H<br />

Myrsac 640<br />

Massa <strong>de</strong> Reboco Caldas<br />

Lena 210<br />

manual - Lena<br />

222<br />

Argamassa <strong>de</strong> reboco exterior<br />

(branco) - Lena 221<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria controlada, fibras e<br />

adjuvantes <strong>para</strong> melhorar<br />

a<strong>de</strong>rência e trabalhabilida<strong>de</strong>;<br />

Constituí<strong>do</strong> por ligantes<br />

hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria<br />

controlada,hidrofugante, fibras e<br />

adjuvantes <strong>para</strong> melhorar<br />

a<strong>de</strong>rência e trabalhabilida<strong>de</strong>;<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria controlada, fibras e<br />

adjuvantes <strong>para</strong> melhorar<br />

a<strong>de</strong>rência e trabalhabilida<strong>de</strong>;<br />

Ligante mineral pré-<strong>do</strong>sea<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

fábrica (cimento Portland CEM II<br />

32,5 N), cargas siliciosas e<br />

calcárias, retentor <strong>de</strong> água,<br />

hidrófugo <strong>de</strong> massa, plastificante e<br />

agente promotor <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência ao<br />

suporte;<br />

- CERTIF 16 0,06<br />

- - 15 0,06<br />

-<br />

0,08<br />

Lena 220<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

calcários e siliciosos e adjuvantes;<br />

-<br />

CERTIF 16<br />

0,07<br />

-<br />

Deve-se manter as<br />

condições <strong>de</strong><br />

amassadura e<br />

execução idênticas<br />

<strong>para</strong> se obter<br />

uniformida<strong>de</strong> no<br />

<strong>para</strong>mento;<br />

Disponível nas<br />

cores branco e<br />

cinza;<br />

DA<br />

- -<br />

39<br />

15<br />

0,08<br />

(cinzento);<br />

0,09<br />

(branco);<br />

Flexão<br />

(N/mm 2 )<br />

Compressão<br />

(N / mm 2 )<br />

2,0 -3,0 CS IV ( ≥ 6)<br />

≥ 0,2<br />

17 0,06 0,3<br />

- CERTIF 16 0,09 ≥ 0,2<br />

-<br />

CS III<br />

(3,5 a 7,5)<br />

0,3 ou PF=B<br />

(alvenaria<br />

tijolo); 0,7<br />

com PF= A<br />

sobre betão<br />

molda<strong>do</strong><br />

W0 (Não<br />

especifica<strong>do</strong>)<br />

- 18 0,07 W2 ( ≤0,2) PND<br />

-<br />

Certificações<br />

Adicionais<br />

DIT PLUS<br />

Consumo<br />

por cm <strong>de</strong><br />

espessura<br />

15 0,07<br />

17-19<br />

0,06<br />

-<br />

CS III<br />

(3,5 a 7,5)<br />

0,3<br />

W0 (Não<br />

especifica<strong>do</strong>)<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 640 H<br />

Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

- 0,06 W1 ( ≤ 4,0 ) PND<br />

Reboco branco<br />

Myrsac 720<br />

granulometria<br />

controlada,hidrofugante, fibras e<br />

adjuvantes <strong>para</strong> melhorar<br />

-<br />

15 0,08<br />

W0 (Não<br />

especifica<strong>do</strong>)<br />

PND<br />

<strong>para</strong> projecção<br />

Hidrofuga<strong>do</strong> -<br />

Myrsac 720 H<br />

a<strong>de</strong>rência e trabalhabilida<strong>de</strong>;<br />

- 17 0,09 W2 ( ≤0,2) PND<br />

(Kg/m 2 )<br />

Preço por<br />

Kg ( € / Kg)<br />

Características mecânicas e físicas<br />

Resistência à<br />

A<strong>de</strong>rência<br />

(N/mm 2 )<br />

Capilarida<strong>de</strong><br />

kg/ (dm 2 .min 0,5 )<br />

W2 ( ≤0,2)<br />

≥ 0,2 - -<br />

0,3 -<br />

-<br />

W1 ( ≤ 0,4 )<br />

Coefeciente<br />

<strong>de</strong> difusão <strong>do</strong><br />

vapor <strong>de</strong><br />

água [µ]<br />

PND<br />

PND<br />

11 ± 1<br />

-<br />

-<br />

< 22<br />

< 14


Tabela 4.4 (Cont.) – Argamassas <strong>de</strong> Reboco – Composição, características e outra informação<br />

Empresas Produtos Comerciais Composição Detalhes<br />

C a l c i d r a t a<br />

F a s s a B o r t o l o<br />

T o p e c a<br />

Argamassa <strong>para</strong> rebocos<br />

interiores Intomix - NX 2<br />

Argamassa <strong>para</strong> rebocos<br />

exteriores Intomix - NX 2<br />

KR 100<br />

KI 7<br />

Rebetop Plus +<br />

Tradicional<br />

Rebetop RPT<br />

Rebetop RTP<br />

impermeável<br />

Rebetop Plus +<br />

Tradicional Hidrofuga<strong>do</strong><br />

Cal hidratada, cimento<br />

Portland, material hidrófugo,<br />

areias classificadas e aditivos<br />

específicos <strong>para</strong> melhorar a<br />

trabalhabilida<strong>de</strong> e a<br />

a<strong>de</strong>rência;<br />

Cimento Portland, material<br />

hidrófugo e aditivos<br />

específicos <strong>para</strong> melhorar a<br />

trabalhabilida<strong>de</strong> e a<br />

a<strong>de</strong>rência;<br />

Cimento Portland, areias<br />

classificadas e aditivos<br />

específicos <strong>para</strong> melhorar a<br />

trabalhabilida<strong>de</strong> e a<br />

a<strong>de</strong>rência;<br />

Cimento, hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cálcio,<br />

agrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> granulometrias<br />

seleccionadas e adjuvantes<br />

químicos;<br />

Cimento, hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cálcio,<br />

agrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> sílica e<br />

adjuvantes químicos;<br />

Cimento, hidróxi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cálcio,<br />

compostos <strong>de</strong> sílica,<br />

adjuvantes específicos e<br />

agentes hidrofugantes;<br />

Cimento, cal, agrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

granulometrias seleccionadas<br />

e adjuvantes químicos;<br />

Elevada Resistência Mecânica ;<br />

Hidrófuga<strong>do</strong> ;<br />

Elevadas características hidrófugas<br />

manten<strong>do</strong> inalterada a<br />

permeabilida<strong>de</strong> ao vapor <strong>de</strong> água ;<br />

Sist<strong>em</strong>a <strong>para</strong> o Exterior<br />

Cor cinza; Revestimentos<br />

admissíveis: peças cerâmicas,<br />

pedra natural, Rebetop Color,<br />

Rebetop Gran;<br />

Cor cinza e branco; Revestimentos<br />

admissíveis: peças cerâmicas,<br />

tinta,argamassa <strong>de</strong> acabamento,<br />

Rebetop Color, Rebetop Gran;<br />

Cor cinza e branco; Revestimentos<br />

admissíveis: peças cerâmicas,<br />

tinta, Rebetop Color, Rebetop<br />

Gran;<br />

Cor cinza; Revestimentos<br />

admissíveis: peças cerâmicas,<br />

pedra natural, Rebetop Color,<br />

Rebetop Gran; Utiliza<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

situações que exigam resistências<br />

mecânicas elevadas; Produto<br />

hidrofuga<strong>do</strong>;<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

40<br />

17<br />

0,13<br />

(branco);<br />

0,11<br />

(cinza)<br />

0,15<br />

(branco);<br />

0,12<br />

(cinza)<br />

- 16 0,12<br />

Flexão<br />

(N/mm 2 )<br />

> 1,4<br />

Compressão<br />

KC 1<br />

0,06 2 5<br />

-<br />

12<br />

Cal hidratada, cimento<br />

Portland, areias classificadas<br />

e aditivos específicos <strong>para</strong><br />

-<br />

13,3<br />

KS 9 melhorar a trabalhabilida<strong>de</strong> e<br />

a a<strong>de</strong>rência;<br />

0,06 1,2 3,5 - 10<br />

KB 13<br />

MS 20<br />

Ligantes aéreos e hidráulicos,<br />

inertes selecciona<strong>do</strong>s e<br />

adjuvantes químicos;<br />

Cal hidratada, pequenas<br />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ligante<br />

hidráulico e areias<br />

classificadas;<br />

Certificações<br />

Adicionais<br />

Consumo<br />

por cm <strong>de</strong><br />

espessura<br />

(Kg/m 2 )<br />

Cores disponíveis : Branco e Cinza - 14<br />

Preço<br />

por Kg (<br />

€ / Kg)<br />

0,07<br />

(cinzento)<br />

; 0,09<br />

(branco);<br />

0,08<br />

(cinzento)<br />

; 0,1<br />

(branco);<br />

(N / mm 2 )<br />

13 0,10 1 2,5<br />

13,5 0,11 5 10<br />

- 12,8 0,10<br />

1,6<br />

- 15 0,08 4,5 - 14<br />

- 16 0,11 > 2<br />

2<br />

Características mecânicas e físicas<br />

Resistência à<br />

3 PF =A<br />

4 -<br />

> 6<br />

A<strong>de</strong>rência<br />

(N/mm 2 )<br />

0,3 FP=B<br />

> 1,2 > 4 - -<br />

> 4,8 0,2 FP=A -<br />

2,1 > 9,0 0,2 FP=B<br />

-<br />

Capilarida<strong>de</strong><br />

kg/ (dm 2 .min 0,5 )<br />

W0 (Não<br />

especifica<strong>do</strong>)<br />

W2 ( ≤0,2)<br />

- 6,1<br />

-<br />

- -<br />

-<br />

Coefeciente<br />

<strong>de</strong> difusão <strong>do</strong><br />

vapor <strong>de</strong> água<br />

[µ]<br />

9<br />

12<br />

12,2


4.3.8 COMPOSIÇÃO<br />

Conforme já referi<strong>do</strong> ao longo da presente dissertação, as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas apresentam<br />

gran<strong>de</strong>s potencialida<strong>de</strong>s quan<strong>do</strong> aplicadas na execução <strong>de</strong> rebocos, sen<strong>do</strong> a cuidada composição<br />

que apresentam um factor <strong>de</strong>cisivo. A composição (constituintes e proporção relativa) raramente é<br />

revelada, pois possibilita muitas vezes a exclusivida<strong>de</strong> na comercialização <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

produto, in<strong>do</strong>-se portanto <strong>de</strong> encontro às constatações <strong>de</strong> Martins e Assunção [23], que refer<strong>em</strong> que<br />

estas argamassas: “são um misto <strong>de</strong> diversos el<strong>em</strong>entos, cuja introdução e percentag<strong>em</strong> vai sen<strong>do</strong><br />

afinada <strong>em</strong> laboratório <strong>em</strong> função <strong>do</strong> <strong>de</strong>stino das mesmas. De um mo<strong>do</strong> geral, as especificações <strong>do</strong>s<br />

fabricantes são vagas e evasivas (…)“ [23].<br />

Por análise das Tabelas 4.3 e 4.4 comprova-se a inexistência <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>talhada relativa à<br />

composição das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas analisadas, verifican<strong>do</strong>-se que apenas nalgumas fichas<br />

técnicas é indica<strong>do</strong> o tipo(s) <strong>de</strong> ligante(s), agrega<strong>do</strong>s(s) e adjuvante(s) <strong>em</strong>pregues. Os produtos que<br />

facultam informação mais <strong>de</strong>talhada correspon<strong>de</strong>m aos que possu<strong>em</strong> certificação adicional DA.<br />

Na generalida<strong>de</strong> das fichas técnicas figuram <strong>de</strong>scrições <strong>do</strong> tipo: “Ligantes hidráulicos, inertes <strong>de</strong><br />

granulometria controlada e adjuvantes”, o que traduz muito genericamente a sua composição base.<br />

4.3.8.1 LIGANTES<br />

A evolução das argamassas esteve <strong>de</strong>s<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre condicionada às inovações conseguidas <strong>em</strong><br />

termos da produção <strong>de</strong> ligantes. No caso das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, a tipologia <strong>do</strong> ligante é<br />

especialmente seleccionada <strong>em</strong> função das proprieda<strong>de</strong>s a atingir, referin<strong>do</strong>-se, contu<strong>do</strong>, que os<br />

ligantes e as areias são <strong>de</strong> natureza idêntica aos utiliza<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a produção <strong>de</strong> argamassas<br />

tradicionais <strong>para</strong> reboco [27]. Este aspecto é comprova<strong>do</strong>, por ex<strong>em</strong>plo, pela existência <strong>de</strong> ligantes<br />

minerais <strong>em</strong> todas as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas.<br />

A importância <strong>do</strong> ligante nas argamassas é tal que, o tipo(s), a <strong>do</strong>sag<strong>em</strong>(s) <strong>de</strong> ligante a <strong>em</strong>pregar na<br />

composição, b<strong>em</strong> como to<strong>do</strong>s os fenómenos associa<strong>do</strong>s ao ligante (por ex<strong>em</strong>plo a cura), têm si<strong>do</strong><br />

alvo <strong>de</strong> inúmeros trabalhos e investigações. Neste <strong>do</strong>mínio, as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas<br />

“usufruíram” <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s/estu<strong>do</strong>s <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s <strong>em</strong> argamassas tradicionais, julgan<strong>do</strong>-se que não<br />

seja normalmente utiliza<strong>do</strong> apenas um ligante, mas antes uma combinação <strong>de</strong> ligantes geralmente<br />

com uma pre<strong>do</strong>minância <strong>de</strong> um <strong>de</strong>les, <strong>em</strong> que o recurso a mistura ligantes facilita a compatibilização<br />

<strong>de</strong> algumas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> reboco, nomeadamente a a<strong>de</strong>rência que é melhorada com a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ligante, mas que <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong>s excessivas po<strong>de</strong>rá conduzir a maior susceptibilida<strong>de</strong> à<br />

fissuração por retracção. Como forma <strong>de</strong> minorar este aspecto, é possível conjugar a aplicação com<br />

um ligante com características mecânicas médias, como a cal, que reduza este efeito [21].<br />

A hipótese <strong>do</strong> recurso a mistura <strong>de</strong> ligantes é comprovada pela composição apresentada nas fichas<br />

técnicas, nas quais se verifica a existência <strong>de</strong> cimento Portland e cal hidratada (que apresenta<br />

características mecânicas médias). Importa ainda referir que, a introdução <strong>de</strong> cal na composição<br />

<strong>de</strong>stas argamassas po<strong>de</strong> provocar a <strong>obtenção</strong> <strong>de</strong> rebocos mais leves, nomeadamente quan<strong>do</strong><br />

41


substitu<strong>em</strong> uma percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> cimento. Para este efeito po<strong>de</strong>m ainda ser utiliza<strong>do</strong>s introdutores <strong>de</strong><br />

ar e agrega<strong>do</strong>s leves [21].<br />

O cimento Portland po<strong>de</strong>rá vir associa<strong>do</strong> com outros tipos <strong>de</strong> ligantes, ou quan<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> como<br />

único ligante <strong>de</strong>verá existir na mistura <strong>em</strong> pequenas proporções, levan<strong>do</strong> a que sejam <strong>em</strong>pregues<br />

adjuvantes como forma <strong>de</strong> melhorar<strong>em</strong> a trabalhabilida<strong>de</strong>, a coesão e a<strong>de</strong>rência [21]. Esta situação<br />

apenas se confirmou num reduzi<strong>do</strong> número <strong>de</strong> fichas técnicas.<br />

Também a cal aérea, ao apresentar baixas características mecânicas e baixa retracção, não é<br />

<strong>em</strong>pregue isoladamente na formulação, surgin<strong>do</strong> <strong>em</strong> misturas ligantes que inclu<strong>em</strong> cimento ou cal<br />

hidráulica [21].<br />

Nas argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, que estão no âmbito <strong>de</strong>sta dissertação, o principal ligante utiliza<strong>do</strong> é<br />

o cimento Portland (cinzento ou branco), sen<strong>do</strong> utiliza<strong>do</strong> com: a cal (hidráulica e hidratada) e o gesso<br />

<strong>em</strong> menores quantida<strong>de</strong>s. Geralmente, estes ligantes são forneci<strong>do</strong>s à fabrica <strong>em</strong> camiões cisterna,<br />

sen<strong>do</strong> posteriormente <strong>de</strong>scarrega<strong>do</strong>s e conduzi<strong>do</strong>s por tubagens até aos silos, conforme sugeri<strong>do</strong><br />

das Fig.s 4.15 a 4.18.<br />

Fig. 4.15 - Camião cisterna<br />

Fig. 4.17 - Silos <strong>de</strong> Ligantes<br />

42<br />

Fig. 4.16 - Tubagens <strong>de</strong> ligação aos silos<br />

<strong>de</strong> ligantes<br />

Fig. 4.18 - I<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s silos <strong>de</strong><br />

ligantes<br />

A selecção e <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> <strong>do</strong> ligante <strong>de</strong>ve ser efectua<strong>do</strong> ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> atenção diversas características:<br />

resistência mecânica, a finura, a presença <strong>de</strong> sulfatos e a expansibilida<strong>de</strong>. No caso das argamassas<br />

pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos são geralmente selecciona<strong>do</strong>s cimentos com resistência e calor <strong>de</strong><br />

hidratação mais reduzi<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> forma a diminuir a retracção e o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

revestimento (preten<strong>de</strong>-se simultaneamente uma boa resistência mecânica e um fácil controlo da<br />

fissuração) [21][35].


Outro aspecto a realçar pren<strong>de</strong>-se com a cor <strong>do</strong>s cimentos. Para as Monomassas, que são<br />

argamassas pigmentadas, é utiliza<strong>do</strong> cimento branco pois a coloração conferida pelos pigmentos<br />

utiliza<strong>do</strong>s é mais facilmente conseguida. A diferença substancial no fabrico <strong>do</strong> cimento branco <strong>em</strong><br />

relação ao cinzento pren<strong>de</strong>-se com a selecção <strong>de</strong> matérias-primas que <strong>de</strong>ve limitar a presença <strong>de</strong><br />

óxi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> ferro que confer<strong>em</strong> a pigmentação cinzenta, ten<strong>do</strong> por isso os cimentos brancos um<br />

acréscimo <strong>de</strong> custo associa<strong>do</strong>. Saliente-se no entanto que, <strong>para</strong> igual classe <strong>de</strong> resistência, os<br />

cimentos brancos apresentam uma resistência à compressão superior face aos cinzentos, b<strong>em</strong> como<br />

apresentam ainda um maior <strong>grau</strong> <strong>de</strong> finura. Os cimentos brancos são utiliza<strong>do</strong>s não só nas<br />

Monomassas como também no fabrico <strong>de</strong> Rebocos Brancos e <strong>de</strong> Pasta <strong>de</strong> Estanhar (com claras<br />

vantagens, nomeadamente conferin<strong>do</strong> maior finura e lisura ao acabamento). Embora os cimentos<br />

brancos também sejam utiliza<strong>do</strong>s nas Argamassas <strong>de</strong> Reboco, os cimentos cinzentos manifestam<br />

uma utilização francamente superior [35].<br />

Por último, salienta-se a importância <strong>de</strong> não alterar a composição <strong>de</strong>stes produtos pré-<strong>do</strong>sea<strong>do</strong>s. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, não <strong>de</strong>ve ser adiciona<strong>do</strong> cimento às argamassas pré-<strong>do</strong>seadas fornecidas pelo fabricante,<br />

como medida <strong>para</strong> a redução <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> presa ou como forma <strong>de</strong> lhes aumentar a resistência ou<br />

trabalhabilida<strong>de</strong>, já que este aumento <strong>do</strong> teor <strong>em</strong> ligante acarreta geralmente consequências<br />

negativas no reboco, nomeadamente <strong>em</strong> termos da fissuração, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> registar<br />

retracção mais acentuada nas ida<strong>de</strong>s jovens <strong>do</strong> reboco [36]. Deste mo<strong>do</strong>, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser seguidas com<br />

rigor as recomendações <strong>do</strong> fabricante presentes nas fichas técnicas e as situações novas <strong>de</strong>verão<br />

ser consultadas/acompanhadas pelas equipas técnicas <strong>de</strong> apoio que a maioria <strong>do</strong>s fabricantes<br />

disponibiliza.<br />

4.3.8.2 AGREGADOS<br />

Os agrega<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s nas argamassas são areias que po<strong>de</strong>m ser obtidas quer por fragmentação,<br />

<strong>de</strong>sintegração ou abrasão natural das rochas ou ainda por trituração <strong>de</strong> pedras naturais ou artificias<br />

[23][26][37]. Na escolha <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> agrega<strong>do</strong>, é frequente que se utiliz<strong>em</strong> agrega<strong>do</strong>s com<br />

granulometria e forma das partículas que permitam minimizar o volume <strong>de</strong> vazios e <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong><br />

aumentar a compacida<strong>de</strong> das misturas. Este aspecto é importante não só <strong>em</strong> termos funcionais,<br />

porque po<strong>de</strong> por <strong>em</strong> causa <strong>de</strong>terminadas proprieda<strong>de</strong>s <strong>do</strong> reboco, como por ex<strong>em</strong>plo a<br />

permeabilida<strong>de</strong> à água (agravadas por uma maior estrutura porosa), como também <strong>em</strong> termos<br />

económicos, já que a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ligante t<strong>em</strong> que ser superior <strong>de</strong> forma a colmatar a porosida<strong>de</strong> e<br />

volume <strong>de</strong> vazios que possa existir [38]. É portanto prática corrente, neste tipo <strong>de</strong> argamassas, a<br />

a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> uma granulometria contínua [27], conforme se po<strong>de</strong> verificar nas fichas técnicas<br />

nomeadamente pela presença da indicação “granulometria compensada”. Contu<strong>do</strong>, é importante<br />

salientar que o critério da granulometria contínua não assume a mesma importância que<br />

normalmente se atribui quan<strong>do</strong> associa<strong>do</strong> a uma argamassa tradicional, já que no caso das<br />

argamassas pré-<strong>do</strong>seadas estas características po<strong>de</strong>m ser conferidas ou modificadas pela<br />

incorporação <strong>de</strong> cargas ligeiras ou <strong>de</strong> adjuvantes [27]. Verifica-se também a existência <strong>de</strong><br />

43


argamassas pré-<strong>do</strong>seadas que recorr<strong>em</strong> a granulometrias <strong>de</strong>scontínuas com o intuito <strong>de</strong> enfraquecer<br />

as resistências mecânicas (especialmente importante <strong>para</strong> aplicações <strong>em</strong> suportes com baixa<br />

resistência) [27].<br />

O recurso a agrega<strong>do</strong>s in<strong>de</strong>vidamente pre<strong>para</strong><strong>do</strong>s, nomeadamente ausência <strong>de</strong> lavag<strong>em</strong> (não<br />

eliminação <strong>de</strong> sais), crivag<strong>em</strong> grosseira e <strong>de</strong>ficientes cuida<strong>do</strong>s no seu armazenamento (molhag<strong>em</strong> ou<br />

secag<strong>em</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>masia), que muitas vezes está associa<strong>do</strong> à utilização <strong>de</strong> argamassas tradicionais, são<br />

“aspectos corrigi<strong>do</strong>s” no caso das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, eliminan<strong>do</strong>-se por esta via muitos <strong>do</strong>s<br />

probl<strong>em</strong>as causa<strong>do</strong>s nas argamassas tradicionais pelos agrega<strong>do</strong>s, <strong>de</strong> tal forma que na gran<strong>de</strong><br />

maioria <strong>do</strong>s fabricantes <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas os agrega<strong>do</strong>s são forneci<strong>do</strong>s especificamente<br />

<strong>para</strong> a sua produção, isto é certifica<strong>do</strong>s com marcação CE. Caso os agrega<strong>do</strong>s não apresent<strong>em</strong><br />

marcação CE, o fabricante proce<strong>de</strong> à sua a<strong>de</strong>quada pre<strong>para</strong>ção, nomeadamente à crivag<strong>em</strong> e<br />

secag<strong>em</strong> das areias, conforme apresenta<strong>do</strong> nas Fig.s 4.19 a 4.21.<br />

Fig. 4.19 - Processo <strong>de</strong> crivag<strong>em</strong> <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong><br />

44<br />

Fig. 4.20 - Agrega<strong>do</strong> após crivag<strong>em</strong><br />

Fig. 4.21 - Seca<strong>do</strong>r utiliza<strong>do</strong> na redução <strong>do</strong> teor <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s<br />

No caso das Monomassas, os agrega<strong>do</strong>s finos, à s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong> ligante, <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong> cor branca,<br />

conforme sugeri<strong>do</strong> na Fig. 4.20, <strong>de</strong> forma a facilitar a pigmentação.<br />

Salienta-se por último a importância atribuída ao controlo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong>, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao facto<br />

<strong>de</strong> se constituir como o constituinte maioritário das argamassas, pelo que, pequenas flutuações nas<br />

suas características po<strong>de</strong>m ser responsáveis por alterações significativas no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho global das<br />

argamassas.


4.3.8.3 ADJUVANTES<br />

O carácter industrial das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas permite o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> composições a<strong>de</strong>quadas às<br />

funções e <strong>do</strong>mínios <strong>de</strong> aplicação. Estas composições são geralmente corrigidas e melhoradas com a<br />

utilização pon<strong>de</strong>rada <strong>de</strong> adjuvantes (carácter t<strong>em</strong>porário ou ininterrupto) e aditivos que utiliza<strong>do</strong>s <strong>em</strong><br />

pequenas proporções permit<strong>em</strong> alterações significativas nas características das argamassas. Dada a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> precisão e rigor na <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> produtos, a sua aplicação <strong>em</strong> obra (no<br />

caso das argamassas tradicionais) torna difícil o seu eficaz controlo. À s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong> que acontece<br />

com os restantes constituintes das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, também a <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> <strong>de</strong> adjuvantes e<br />

aditivos não são reveladas nas fichas técnicas, as quais, geralmente, apenas faz<strong>em</strong> referência à<br />

tipologia <strong>de</strong> adjuvante <strong>em</strong>pregue na formulação, conforme se po<strong>de</strong> verificar nas Tabelas 4.3 a 4.4.<br />

Nestas tabelas é possível verificar que os principais adjuvantes <strong>em</strong>pregues nas argamassas pré-<br />

<strong>do</strong>seadas são: retentores <strong>de</strong> água, plastificantes, hidrofugantes, introdutores <strong>de</strong> ar [8][25][26]. As<br />

principais funções por estes <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhadas por estes constituintes são [20][21][37]:<br />

o Retentores <strong>de</strong> água: actuam <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a evitar a dissecação precoce das argamassas <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

absorção <strong>do</strong> suporte e às condições atmosféricas, nomeadamente calor e vento;<br />

o Plastificantes: permit<strong>em</strong> simultaneamente, aumentar a flui<strong>de</strong>z <strong>de</strong> uma argamassa e reduzir a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e ligante necessários;<br />

o Hidrofugantes: permit<strong>em</strong> reduzir a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água <strong>do</strong>s rebocos. Estes<br />

adjuvantes são utiliza<strong>do</strong>s <strong>em</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>de</strong>stinadas ao exterior ou argamassas<br />

técnicas <strong>de</strong>stinadas a zonas com humida<strong>de</strong>s;<br />

o Introdutores <strong>de</strong> ar: funcionam essencialmente pela formação <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong> ar durante a<br />

amassadura e que permanec<strong>em</strong> após o endurecimento da argamassa. A sua utilização permite<br />

incr<strong>em</strong>entar a flui<strong>de</strong>z das argamassas no esta<strong>do</strong> fresco, reduzir a sua massa volúmica e reduzir<br />

a absorção por capilarida<strong>de</strong>.<br />

As argamassas pré-<strong>do</strong>seadas permit<strong>em</strong> obter melhores rendimentos <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> execução <strong>do</strong>s<br />

rebocos com<strong>para</strong>tivamente aos obti<strong>do</strong>s com argamassas tradicionais [26]. Para este <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho, a<br />

introdução <strong>de</strong> adjuvantes na sua constituição apresenta-se como um factor <strong>de</strong>cisivo.<br />

Perante t<strong>em</strong>peraturas baixas, a incorporação <strong>em</strong> obra <strong>de</strong> acelera<strong>do</strong>res <strong>de</strong> presa <strong>de</strong>monstraram a sua<br />

eficácia (pela correspon<strong>de</strong>nte redução <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> presa), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, <strong>em</strong>pregues <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong>s<br />

controladas, sen<strong>do</strong> por isso necessário um correspon<strong>de</strong>nte acompanhamento técnico <strong>em</strong> obra por<br />

parte <strong>do</strong> fabricante, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que a sua utilização <strong>em</strong> proporções não controladas po<strong>de</strong>rá<br />

acarretar consequências negativas, traduzin<strong>do</strong>-se nomeadamente no aumento da retracção e<br />

fendilhação [39].<br />

45


4.3.8.4 OUTROS ELEMENTOS<br />

Inser<strong>em</strong>-se neste âmbito, outros constituintes que po<strong>de</strong>m estar presentes nas formulações <strong>do</strong>s<br />

produtos, nomeadamente: cargas leves (grânulos <strong>de</strong> poliestireno expandi<strong>do</strong>, perlite expandida,<br />

vermiculite expendida, grânulos <strong>de</strong> vidro expandi<strong>do</strong>, etc), fibras minerais curtas (fibras <strong>de</strong> vidro, <strong>de</strong><br />

celulose, <strong>de</strong> poliaramida, etc) e ainda pozolanas naturais ou artificiais [21]. A avaliar pela informação<br />

disponível nas fichas técnicas julga-se que este tipo <strong>de</strong> produtos é pouco utiliza<strong>do</strong> com excepção <strong>de</strong><br />

cargas leves e das fibras. As principais funções <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhadas por estes, são:<br />

o Fibras: possibilitam o acréscimo das características das argamassas, nomeadamente resistência<br />

à tracção, à fendilhação e aos choques. Normalmente são utilizadas as fibras <strong>de</strong> vidro que, além<br />

<strong>de</strong> possibilitar<strong>em</strong> as resistências mencionadas, são resistentes aos álcalis;<br />

o Inertes leves: a sua função principal é reduzir o módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> e a massa volúmica<br />

aparente da argamassa;<br />

4.3.9 CERTIFICAÇÕES ADICIONAIS<br />

De um mo<strong>do</strong> geral, verifica-se que n<strong>em</strong> todas as <strong>em</strong>presas compl<strong>em</strong>entam a caracterização mínima<br />

<strong>do</strong>s seus produtos, conferida pelos ensaios mínimos regularmente exigíveis à marcação CE, com<br />

certificações adicionais. No mesmo âmbito, verifica-se também que na generalida<strong>de</strong> das <strong>em</strong>presas<br />

apenas alguns <strong>do</strong>s seus produtos apresentam certificações adicionais, o que a avaliar pelo tipo <strong>de</strong><br />

produtos, julga-se que correspon<strong>de</strong>m aos produtos mais comercializa<strong>do</strong>s (no caso das Argamassas<br />

<strong>de</strong> Reboco, são as <strong>de</strong>stinadas ao exterior).<br />

Os produtos comercializa<strong>do</strong>s por <strong>em</strong>presas com unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> produção (ou a <strong>de</strong>senvolver activida<strong>de</strong><br />

comercial) <strong>em</strong> Espanha apresentam geralmente a aprovação técnica DIT PLUS (Documento <strong>de</strong><br />

I<strong>do</strong>neidad Técnica plus). Nos restantes produtos com certificações adicionais, a certificação<br />

associada à marca CERTIF (Associação <strong>para</strong> a certificação <strong>de</strong> produtos) está presente num maior<br />

número <strong>de</strong> produtos face aos Documentos <strong>de</strong> Aplicação (DA) <strong>do</strong> LNEC.<br />

É importante realçar que estes certifica<strong>do</strong>s <strong>em</strong>iti<strong>do</strong>s por estes organismos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

entendi<strong>do</strong>s pelo cliente/utiliza<strong>do</strong>r como um reforçar da garantia <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos<br />

comercializa<strong>do</strong>s. Contu<strong>do</strong>, na opinião <strong>de</strong> alguns fabricantes <strong>de</strong> argamassas, na altura da<br />

escolha/compra <strong>do</strong>s produtos ainda se verifica uma escolha baseada sobretu<strong>do</strong> no factor preço <strong>em</strong><br />

<strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os outros, inclusive o da qualida<strong>de</strong>, já que <strong>em</strong> certa medida a certificação implica<br />

um acréscimo <strong>de</strong> custo face aos <strong>do</strong>s outros produtos não certifica<strong>do</strong>s. Dessa forma, a certificação <strong>de</strong><br />

um produto <strong>de</strong>veria ser entendida como um factor <strong>de</strong> escolha positivo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> produto, o<br />

que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre acontece.<br />

46


4.3.10 CONSUMO<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> argamassa necessária à execução <strong>de</strong> um revestimento está <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong><br />

solução proposta pelo fabricante, nomeadamente da espessura final <strong>de</strong> reboco.<br />

Como forma <strong>de</strong> relacionar consumos entre diferentes soluções <strong>de</strong> reboco, tomou-se como referência<br />

a quantida<strong>de</strong> (kg/m 2 ) associada a 1 cm <strong>de</strong> espessura. A análise <strong>do</strong>s consumos apresenta<strong>do</strong>s nas<br />

Tabelas 4.3 e 4.4 permite verificar que a generalida<strong>de</strong> das Monomassas apresenta consumos<br />

inferiores (entre 12 e 16 Kg/m 2 aproximadamente) com<strong>para</strong>tivamente às soluções com Argamassas<br />

<strong>de</strong> Reboco (entre 14 e 18 Kg/m 2 aproximadamente). A título <strong>de</strong> ex<strong>em</strong>plo refira-se que, a estes<br />

consumos é necessário adicionar os consumos relativos à pedra projectada (no caso <strong>do</strong>s<br />

acabamentos <strong>de</strong>ste tipo <strong>em</strong> Monomassas) ou ainda os consumos <strong>de</strong> Argamassas <strong>de</strong> Acabamento<br />

associadas às soluções <strong>de</strong> reboco propostas com Argamassas <strong>de</strong> Reboco.<br />

Estu<strong>do</strong>s relativos à com<strong>para</strong>ção <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a Reboco + pintura com o sist<strong>em</strong>a Monomassa, <strong>para</strong><br />

averiguar os aspectos económicos associa<strong>do</strong>s a estes <strong>do</strong>is sist<strong>em</strong>as, permitiram a <strong>obtenção</strong> <strong>de</strong><br />

consumos <strong>de</strong> ≅ 16/15 Kg/m 2 /1cm <strong>para</strong> o sist<strong>em</strong>a Monomassas e 19 Kg/m 2 /1cm <strong>para</strong> o sist<strong>em</strong>a<br />

Reboco + Pintura que se enquadram na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>do</strong>s valores obti<strong>do</strong>s [28]. Conclui-se<br />

assim, que os sist<strong>em</strong>as constituí<strong>do</strong>s por Monomassas apresentam consumos inferiores relativamente<br />

aos sist<strong>em</strong>as constituí<strong>do</strong>s por Argamassas <strong>de</strong> Reboco.<br />

4.3.11 PREÇO<br />

Na generalida<strong>de</strong>, verifica-se que o preço das Monomassas (valores na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,15 a 0,30 €/kg) é<br />

superior ao das Argamassas <strong>de</strong> Reboco (valores na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,06 a 0,12 €/kg), sen<strong>do</strong> este facto<br />

compl<strong>em</strong>enta<strong>do</strong> pelo estu<strong>do</strong> económico apresenta<strong>do</strong> <strong>em</strong> 4.3.10, no qual a solução <strong>do</strong> tipo<br />

Monomassa apresentava um custo <strong>de</strong> argamassa <strong>em</strong> pó superior ao das Argamassas <strong>de</strong> Reboco, o<br />

que encareceu <strong>de</strong>cisivamente esta solução face à solução Reboco + pintura, que apesar <strong>de</strong><br />

consi<strong>de</strong>rar os custo adicionais da tinta (e respectiva mão <strong>de</strong> obra) e o custo <strong>do</strong> aluguer <strong>do</strong>s andaimes<br />

associa<strong>do</strong> ao t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> espera necessário <strong>para</strong> aplicação da pintura, o preço final <strong>de</strong>sta solução foi<br />

inferior [28].<br />

As soluções <strong>de</strong> Argamassa <strong>de</strong> Reboco constituídas por argamassa <strong>de</strong> cor branca apresentam custo<br />

superior com<strong>para</strong>tivamente às <strong>de</strong> cor cinzenta, possivelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao maior custo <strong>de</strong> fabrico<br />

associa<strong>do</strong> ao cimento branco, conforme sucintamente aborda<strong>do</strong> <strong>em</strong> 4.3.8.1. Tendência análoga<br />

verifica-se <strong>para</strong> as Argamassas <strong>de</strong> Reboco <strong>de</strong>stinadas à projecção, cujo preço é superior face às <strong>de</strong><br />

aplicação manual. Este acréscimo <strong>de</strong> custo, resulta possivelmente das composições <strong>para</strong> projecções<br />

originar<strong>em</strong> produtos mais caros <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a maiores exigências <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> granulometria e relação<br />

pon<strong>de</strong>ral água/produto <strong>em</strong> pó, necessária <strong>para</strong> possibilitar uma a<strong>de</strong>quada projecção. As argamassas<br />

que se <strong>de</strong>stinam a acabamentos lisos correspon<strong>de</strong>m também a soluções <strong>de</strong> custo mais eleva<strong>do</strong>.<br />

Saliente-se que as <strong>em</strong>presas que comercializam uma maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos <strong>do</strong> tipo<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco praticam preços geralmente inferiores face a <strong>em</strong>presas que produz<strong>em</strong> um<br />

número reduzi<strong>do</strong>, possivelmente pelo facto <strong>de</strong> conseguir<strong>em</strong> maior rentabilida<strong>de</strong> produtiva.<br />

47


Por último, consi<strong>de</strong>ra-se importante referir que o factor preço <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se nomeadamente: a composição, processo <strong>de</strong> fabrico e controlo <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> (com eventuais certificações adicionais associadas). Outros factores como <strong>de</strong>scontos<br />

relativos à quantida<strong>de</strong>, proximida<strong>de</strong> ao local <strong>de</strong> fabrico (custos <strong>de</strong> transporte) po<strong>de</strong>rão condicionar<br />

<strong>de</strong>cisivamente os preços finais. Deste mo<strong>do</strong>, o preço/kg presente nas Tabelas 4.3 e 4.4 <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser<br />

entendi<strong>do</strong>s como valores indicativos.<br />

4.3.12 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS E MECÂNICAS<br />

Ten<strong>do</strong> por base os valores das características <strong>de</strong>claradas pelos fabricantes nas fichas técnicas<br />

proce<strong>de</strong>u-se à análise das seguintes características físicas e mecânicas: resistência à flexão [N/mm 2 ],<br />

resistência à compressão [N/mm 2 ], a<strong>de</strong>rência [N/mm 2 ], capilarida<strong>de</strong> [Kg/(dm 2 .min 0,5 )] e coeficiente <strong>de</strong><br />

difusão <strong>do</strong> vapor <strong>de</strong> água - µ. Com excepção da resistência à tracção por flexão, todas as restantes<br />

características analisadas integram as características harmonizadas, conforme apresenta<strong>do</strong> na<br />

Tabela 3.1 <strong>do</strong> ponto 3.3.<br />

Relativamente à resistência à flexão por tracção, a análise das Tabelas 4.3 e 4.4 permite verificar que<br />

as Monomassas apresentam valores compreendi<strong>do</strong>s entre 1,5 e 2,5 N/mm 2 , enquanto as<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco exib<strong>em</strong> maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores, com mínimo 0,2 N/mm 2 e máximo <strong>de</strong><br />

5,0 N/mm 2 , situan<strong>do</strong>-se entre 1,0 e 2,0 N/mm 2 a resistência à flexão da gran<strong>de</strong> maioria das<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco.<br />

Os valores da resistência à compressão <strong>do</strong>s produtos que estão nas Tabelas 4.3 e 4.4, inclu<strong>em</strong>-se no<br />

estabeleci<strong>do</strong> <strong>para</strong> as classes CS III (3,5 a 7,5 N/mm 2 ) e CS IV (≥ 6 N/mm 2 ), o que se enquadra nos<br />

valores necessários <strong>para</strong> <strong>do</strong>tar o reboco <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> suficiente <strong>para</strong> resistir às acções mecânicas,<br />

valores esses compreendi<strong>do</strong>s entre 3,0 a 4,5 MPa [26]. Refira-se no entanto, que algumas<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco cujo acabamento se <strong>de</strong>stina especificamente à colag<strong>em</strong> <strong>de</strong> peças cerâmicas,<br />

po<strong>de</strong>m apresentar valores da resistência mecânica superior aos que foram ti<strong>do</strong>s como referência.<br />

A avaliação da a<strong>de</strong>rência <strong>do</strong>s produtos aos suportes, <strong>de</strong>ve ser efectuada <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o<br />

estabeleci<strong>do</strong> na EN 1015-12 e EN 1015-21 respectivamente, <strong>para</strong> o caso das argamassas <strong>de</strong> uso<br />

geral (GP) e monomassa (OC). A informação recolhida relativamente à a<strong>de</strong>rência <strong>do</strong>s vários produtos<br />

aos suportes não permite a elaboração <strong>de</strong> uma análise com<strong>para</strong>tiva, da<strong>do</strong> que <strong>para</strong> as Monomassas<br />

são escassas as fichas técnicas que refer<strong>em</strong> este aspecto e <strong>para</strong> as Argamassas <strong>de</strong> Reboco a<br />

informação disponibilizada foi obtida <strong>para</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> suportes.<br />

A avaliação das características da absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong>, fornece informação importante<br />

relativamente à susceptibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> reboco à entrada <strong>de</strong> água. A norma EN 998-1 estabelece<br />

diferentes classes <strong>de</strong> exigência <strong>para</strong> as Monomassas (OC) e <strong>para</strong> as Argamassas <strong>de</strong> uso geral,<br />

impon<strong>do</strong> um critério mais exigente <strong>para</strong> as primeiras, W1 (c ≤ 0,40 kg/m 2 .min 0,5 ) a W2 (c ≤ 0,20<br />

48


kg/m 2 .min 0,5 ), conforme se po<strong>de</strong> verificar na Tabela 3.1. Para as Argamassas <strong>de</strong> uso geral estabelece<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> as suas características estar<strong>em</strong> compreendidas entre W0 e W2. Por análise <strong>do</strong>s<br />

valores forneci<strong>do</strong>s nas Tabelas 4.3 e 4.4, é possível constatar que a generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s fabricantes <strong>de</strong><br />

Monomassas <strong>de</strong>clara que os seus produtos satisfaz<strong>em</strong> a classe mais exigente (W2). Relativamente<br />

às Argamassas <strong>de</strong> Reboco, verifica-se a existência <strong>de</strong> produtos no merca<strong>do</strong> que satisfaz<strong>em</strong> todas as<br />

classes (W0, W1 e W2). A avaliar pelo que foi exposto, julga-se ser possível admitir menor<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>para</strong> as Monomassas, satisfazen<strong>do</strong> o imposto pela sua própria <strong>de</strong>finição<br />

funcional - revestimento <strong>de</strong> impermeabilização [21]<br />

Outro aspecto importante <strong>para</strong> o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong> um reboco é a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> libertar a água <strong>do</strong><br />

seu interior sob a forma <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água, avaliada através <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> ao<br />

vapor <strong>de</strong> água - µ. Esta proprieda<strong>de</strong> apenas é avaliada <strong>para</strong> argamassas <strong>de</strong>stinadas ao exterior e<br />

impõe que os valores obti<strong>do</strong>s sejam inferiores ao valor <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>. Analisan<strong>do</strong> apenas os valores<br />

forneci<strong>do</strong>s pelos fabricantes, verifica-se uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores expostos, contu<strong>do</strong> as<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco apresentam os maiores valores <strong>de</strong>ste coeficiente, apontan<strong>do</strong> eventualmente<br />

<strong>para</strong> uma maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> libertação <strong>de</strong> vapor <strong>de</strong> água.<br />

49


5. DESCRIÇÃO DO TRABALHO EXPERIMENTAL E DOS MÉTODOS DE ENSAIO<br />

5.1 ENQUADRAMENTO<br />

Ten<strong>do</strong> como ponto <strong>de</strong> partida a pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> efectuada (materializada <strong>em</strong> parte pelas<br />

tabelas apresentadas no capítulo 4), proce<strong>de</strong>u-se à selecção <strong>de</strong> 4 argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong><br />

análise das suas proprieda<strong>de</strong>s <strong>em</strong> laboratório. Optou-se pela escolha <strong>de</strong> duas Monomassas e duas<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco, <strong>para</strong> que houvesse possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>ntro da mesma família e<br />

entre estas.<br />

Relativamente aos critérios <strong>de</strong> escolha, procurou-se que as argamassas seleccionadas, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

cada uma das famílias, apresentass<strong>em</strong> prepon<strong>de</strong>rant<strong>em</strong>ente composições, ambientes e formas <strong>de</strong><br />

fornecimento e aplicação s<strong>em</strong>elhantes facilitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma a posterior análise e com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong><br />

proprieda<strong>de</strong>s. Preten<strong>de</strong>u-se também que os produtos selecciona<strong>do</strong>s correspon<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> a argamassas<br />

com alguma representativida<strong>de</strong> no sector da construção. A selecção das argamassas não<br />

pigmentadas <strong>para</strong> reboco exterior resultou da análise das entrevistas efectuadas, através das quais<br />

foi possível concluir que correspondiam aos produtos mais vendi<strong>do</strong>s, ten<strong>do</strong>-se por isso analisa<strong>do</strong> este<br />

tipo <strong>de</strong> produtos <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> argamassas <strong>de</strong> reboco. Além <strong>de</strong>stes critérios, preten<strong>de</strong>u-se<br />

seleccionar <strong>de</strong> cada uma das famílias pelo menos um produto com reconhecida importância no<br />

merca<strong>do</strong> e que já tivess<strong>em</strong> si<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> obras <strong>de</strong> algum relevo.<br />

Além <strong>de</strong>stes aspectos, preten<strong>de</strong>u-se ainda que os produtos comerciais escolhi<strong>do</strong>s apresentass<strong>em</strong><br />

fichas técnicas (ou certificação associada) que <strong>de</strong>ss<strong>em</strong> um contributo favorável à <strong>de</strong>scrição das suas<br />

características <strong>de</strong> forma a possibilitar a posterior com<strong>para</strong>ção com os resulta<strong>do</strong>s laboratoriais obti<strong>do</strong>s.<br />

Por último, salientam-se critérios <strong>de</strong> ín<strong>do</strong>le mais subjectiva tais como: facilida<strong>de</strong>/disponibilida<strong>de</strong> na<br />

<strong>obtenção</strong> das argamassas e ainda relação <strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> estabelecida aquan<strong>do</strong> das entrevistas<br />

efectuadas.<br />

As argamassas pré-<strong>do</strong>seadas escolhidas foram:<br />

Monomassas:<br />

o M 1 - Monomassa Weber.pral classic da <strong>em</strong>presa Weber Cimenfix (Tabela 4.3);<br />

o M 2 - Revestimento Decorabate da <strong>em</strong>presa António Caldas (Tabela 4.3).<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco:<br />

o AR 1 - Argamassa <strong>de</strong> Reboco Exterior Manual (AREM) da <strong>em</strong>presa Ciarga (Tabela 4.4);<br />

o AR 2 - produto constituí<strong>do</strong> por ligantes hidráulicos, agrega<strong>do</strong>s calcários e siliciosos e adjuvantes.<br />

Como forma <strong>de</strong> facilitar a referência às argamassas pré-<strong>do</strong>seadas escolhidas <strong>para</strong> análise<br />

experimental, nomeadamente <strong>em</strong> tabelas e gráficos, foram i<strong>de</strong>ntificadas as monomassas por M e as<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco por AR, conforme está <strong>em</strong> cima apresenta<strong>do</strong>.<br />

51


5.2 DESCRIÇÃO DO PLANO DE ENSAIOS<br />

5.2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS<br />

A caracterização das argamassas seleccionadas teve por base o disposto na EN 998-1, com o<br />

objectivo <strong>de</strong> permitir a análise com<strong>para</strong>tiva <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>s pelos fabricantes, da<strong>do</strong> que a<br />

comercialização <strong>de</strong>stes produtos obriga à sua prévia caracterização com base nas normas europeias<br />

harmonizadas, relativamente às características mínimas exigidas (características harmonizadas).<br />

Contu<strong>do</strong>, nalguns casos, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração os materiais/equipamentos disponíveis b<strong>em</strong> como a<br />

mais completa caracterização das proprieda<strong>de</strong>s a ser<strong>em</strong> analisadas, a<strong>do</strong>ptaram-se também outros<br />

procedimentos <strong>de</strong> ensaio basea<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Normas Portuguesas ou <strong>em</strong> procedimentos RILEM.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> ensaios teve início com a caracterização da granulometria e<br />

avaliação da barida<strong>de</strong> no esta<strong>do</strong> seco, <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os produtos selecciona<strong>do</strong>s. Posteriormente, realizou-<br />

se a caracterização no esta<strong>do</strong> fresco, que consistiu na avaliação da massa volúmica aparente, da<br />

retenção <strong>de</strong> água e da consistência por espalhamento.<br />

Para avaliação das proprieda<strong>de</strong>s físicas e mecânicas das argamassas no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong><br />

recorreu-se à produção <strong>de</strong> provetes prismáticos 16 x 4 x 4 [cm 3 ], b<strong>em</strong> como a provetes <strong>em</strong> que as<br />

argamassas foram aplicadas como camada <strong>de</strong> revestimento <strong>de</strong> tijolos. Exist<strong>em</strong> <strong>de</strong>terminadas<br />

condicionantes intrínsecas à própria execução <strong>do</strong>s provetes prismáticos que se afastam<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente das condições reais <strong>de</strong> aplicação in situ e que <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> justificam a execução<br />

<strong>de</strong> revestimentos <strong>em</strong> tijolos, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta a melhor avaliação <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas características. As<br />

diferenças que se julgaram mais pertinentes foram:<br />

- a espessura <strong>de</strong> 4 cm conferida pelos mol<strong>de</strong>s metálicos difere significativamente das espessuras<br />

normalmente recomendadas (1,5 a 2 cm) <strong>para</strong> este tipo <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas;<br />

- a perda <strong>de</strong> água <strong>de</strong> amassadura das argamassas nos mol<strong>de</strong>s apenas ocorre por evaporação,<br />

da<strong>do</strong> que, com a utilização <strong>de</strong> mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aço a absorção pelo substrato é inexistente, contrariamente<br />

ao que <strong>de</strong>corre da aplicação <strong>de</strong> argamassas <strong>em</strong> obra, cujo suporte também propicia a perda <strong>de</strong> água<br />

<strong>de</strong> amassadura [40].<br />

Em suma, os ensaios laboratoriais executa<strong>do</strong>s sobre revestimento <strong>de</strong> argamassa aplica<strong>do</strong> sobre um<br />

suporte convencional como são os tijolos cerâmicos <strong>para</strong> além <strong>de</strong> possibilitar<strong>em</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

aproximação à realida<strong>de</strong> corrente <strong>em</strong> obra, permit<strong>em</strong> uma segunda via <strong>de</strong> análise face à obtida por<br />

recurso aos provetes prismáticos.<br />

To<strong>do</strong>s os provetes ensaia<strong>do</strong>s foram <strong>de</strong>smolda<strong>do</strong>s às 48 horas e conserva<strong>do</strong>s <strong>em</strong> ambiente <strong>de</strong><br />

laboratório (cura seca, com t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 20 ± 2º C e humida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> 50 ± 10 %).<br />

Decorri<strong>do</strong>s 28 dias, proce<strong>de</strong>u-se à caracterização física e mecânica das argamassas seleccionadas<br />

no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong>. A caracterização mecânica baseou-se na <strong>de</strong>terminação, <strong>em</strong> provetes<br />

prismáticos da resistência mecânica à compressão e flexão e da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação ultra-<br />

52


sons. A caracterização das argamassas aplicadas como camadas <strong>de</strong> revestimento <strong>em</strong> tijolo incluiu a<br />

avaliação da dureza superficial e da tensão <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência. A caracterização física efectuada <strong>em</strong><br />

provetes prismáticos consistiu na avaliação da absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong>, na <strong>de</strong>terminação<br />

da massa volúmica (real e aparente), da porosida<strong>de</strong> e ainda na avaliação da cinética <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> das<br />

argamassas. As características <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água das argamassas aplicadas como camada <strong>de</strong><br />

revestimento <strong>de</strong> tijolo foram avaliadas através <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> da absorção <strong>de</strong> água sob baixa pressão.<br />

5.2.2 PLANO DE ENSAIOS<br />

O faseamento <strong>do</strong>s ensaios realiza<strong>do</strong>s ao longo <strong>de</strong> toda a campanha experimental procurou garantir<br />

idênticas condições <strong>de</strong> execução e <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> minimizar a variabilida<strong>de</strong> inerente à sua execução.<br />

A Tabela 5.1 apresenta <strong>de</strong> forma esqu<strong>em</strong>ática, o plano <strong>de</strong> ensaios realiza<strong>do</strong> <strong>para</strong> caracterização <strong>de</strong><br />

cada um <strong>do</strong>s produtos estuda<strong>do</strong>s.<br />

Tabela 5.1 - Esqu<strong>em</strong>a <strong>do</strong> plano <strong>de</strong> ensaios <strong>para</strong> o esta<strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> <strong>para</strong> a caracterização das argamassas no<br />

esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong><br />

6 Provetes<br />

3 Revestimentos <strong>em</strong><br />

tijolo<br />

1 Provete<br />

1 tijolo<br />

1 tijolo<br />

1 tijolo<br />

5.2.3 RELAÇÃO ÁGUA/PRODUTO EM PÓ<br />

Caracterização no Esta<strong>do</strong> Endureci<strong>do</strong> (por argamassa)<br />

Produção/Moldag<strong>em</strong> Faseamento <strong>de</strong> ensaios<br />

5 Provetes<br />

Capilarida<strong>de</strong><br />

Ultra-sons<br />

Ultra -sons<br />

Absorção <strong>de</strong> água sob<br />

baixa pressão<br />

Ensaio <strong>de</strong> Arrancamento<br />

por tracção<br />

Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta as relações água/produto <strong>em</strong> pó recomendadas nas fichas técnicas <strong>do</strong>s produtos e<br />

procuran<strong>do</strong>, na medida <strong>do</strong> possível compatibilizar estas relações <strong>de</strong> forma a facilitar a posterior<br />

análise com<strong>para</strong>tiva <strong>do</strong>s produtos, a<strong>do</strong>ptaram-se as relações apresentadas na Tabela 5.2.<br />

53<br />

Absorção <strong>de</strong> água após<br />

48 h <strong>de</strong> imersão<br />

Flexão<br />

Esclerómetro Pendular<br />

6 meios<br />

provetes<br />

2 meios<br />

provetes<br />

2 meios<br />

provetes<br />

Compressão<br />

Secag<strong>em</strong><br />

Porosida<strong>de</strong> aberta e massa<br />

volúmica


Tabela 5.2 - Relação água/produto <strong>em</strong> pó a<strong>do</strong>ptada na formulação das argamassas.<br />

Arg. pd<br />

Informação fichas técnicas Relação a<strong>do</strong>ptada ag/pp<br />

Relação ag/pp<br />

M 1 0,20 -0,23 0,22<br />

M 2 0,18-0,20 0,20<br />

AR 1 0,16 0,16<br />

AR 2 0,167 0,17<br />

Nas tabelas que proce<strong>de</strong>m à apresentação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s experimentais obti<strong>do</strong>s inclu<strong>em</strong> também o<br />

valor das características que se encontram nas fichas técnicas <strong>do</strong>s produtos, as células ocupadas por<br />

estes últimos surg<strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s com o preenchimento da célula da seguinte forma:<br />

5.3 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO SECO<br />

A análise das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas no esta<strong>do</strong> seco permite, entre outros aspectos, obter<br />

alguma informação relativa às composições <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> argamassas. No presente estu<strong>do</strong> proce<strong>de</strong>u-<br />

se à análise granulométrica e barida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s produtos selecciona<strong>do</strong>s.<br />

5.3.1 ANÁLISE GRANULOMÉTRICA<br />

As argamassas analisadas são pré-<strong>do</strong>seadas e pré-misturadas, sen<strong>do</strong> que a análise granulométrica<br />

engloba não só a peneiração <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s, mas também <strong>de</strong> outros constituintes das argamassas<br />

como são o(s) ligante(s), e eventualmente o(s) fillers, apresentan<strong>do</strong>-se estes últimos com um eleva<strong>do</strong><br />

<strong>grau</strong> <strong>de</strong> finura. Os procedimentos a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s têm como base os pressupostos da norma EN 1015-1<br />

[41]. Para a realização da análise granulométrica foram necessários os seguintes equipamentos:<br />

o Estufa <strong>de</strong>stinada à secag<strong>em</strong> com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção da t<strong>em</strong>peratura entre 105ºC ± 5ºC<br />

(Fig. 5.1);<br />

o Balança com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1 kg e precisão <strong>de</strong> 0,1 g (Fig. 5.2);<br />

o Peneiros <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> malha quadrada, com as seguintes aberturas nominais <strong>de</strong> malha: 0,063;<br />

0,125; 0,250; 0,500; 1,00; 2,00; 4,00; [mm] (Fig. 5.3);<br />

o Agita<strong>do</strong>r <strong>de</strong> peneiros (Fig. 5.4).<br />

54


Fig. 5.1- Estufa<br />

Fig. 5.2 - Balança<br />

Numa fase inicial recolheram-se as amostras <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>do</strong>s<br />

sacos <strong>de</strong> papel que se encontravam <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> recipientes plásticos, armazena<strong>do</strong>s <strong>em</strong> condições<br />

a<strong>de</strong>quadas. A massa da amostra utilizada <strong>para</strong> peneiração foi <strong>de</strong> 1 Kg, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta o limite<br />

mínimo (0,2 Kg <strong>para</strong> dmáx ≤ 4 mm <strong>em</strong> que dmáx é a máxima dimensão <strong>do</strong> agrega<strong>do</strong>)<br />

Da<strong>do</strong> que as argamassas continham ligantes hidráulicos, recorreu-se à peneiração a seco conforme<br />

recomenda<strong>do</strong> pela norma. Previamente à peneiração proce<strong>de</strong>u-se à secag<strong>em</strong> <strong>em</strong> estufa das<br />

amostras e avaliação da sua massa <strong>em</strong> intervalos <strong>de</strong> 2 horas. A secag<strong>em</strong> foi dada como concluída<br />

quan<strong>do</strong> a diferença <strong>de</strong> massas entre duas pesagens sucessivas foi inferior a 0,2 g.<br />

Posteriormente, proce<strong>de</strong>u-se à introdução da amostra nos peneiros referi<strong>do</strong>s, or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>s por or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong>crescente <strong>de</strong> malha 10 . Esta fase foi dada como concluída quan<strong>do</strong>, durante um minuto <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong><br />

passar menos que 0,2 % <strong>do</strong> total da amostra retida num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> peneiro. Em seguida, proce<strong>de</strong>u-<br />

se, à pesag<strong>em</strong> <strong>de</strong> cada uma das fracções retidas <strong>em</strong> cada um <strong>do</strong>s peneiros (Fig.s 5.5 e 5.6).<br />

Fig. 5.5 - Material reti<strong>do</strong> no peneiro<br />

Comparou-se os valores obti<strong>do</strong>s <strong>em</strong> cada peneiro com a massa obtida pela seguinte fórmula:<br />

m r = A × √d<br />

200 (5.1)<br />

<strong>em</strong> que: m r = fracção da amostra retida <strong>em</strong> cada um <strong>do</strong>s peneiros g;<br />

A = é a área <strong>do</strong> peneiro <strong>em</strong> mm 2;<br />

d = é a abertura nominal da malha <strong>do</strong> peneiro mm.<br />

10 Note-se que a utilização <strong>do</strong>s peneiro <strong>de</strong> malha quadrada <strong>de</strong> 4 mm e 2 mm (nalguns casos) constitui-se como<br />

medida preventiva <strong>para</strong> evitar a danificação <strong>do</strong>s peneiros <strong>de</strong> malha inferior.<br />

55<br />

Fig. 5.3 - Série <strong>de</strong><br />

peneiros<br />

Fig. 5.4 - Agita<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

Peneiros<br />

Fig. 5.6 - Pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> material reti<strong>do</strong>


Nos casos <strong>em</strong> que a fracção da amostra obtida ultrapassou o limite estabeleci<strong>do</strong> <strong>para</strong> cada tipo <strong>de</strong><br />

peneiro, obti<strong>do</strong> pela fórmula acima referida, dividiu-se a fracção <strong>em</strong> fracções mais pequenas (inferior<br />

aos limites máximos especifica<strong>do</strong>s <strong>para</strong> cada tipo <strong>de</strong> peneiro), repetin<strong>do</strong>-se a peneiração e<br />

a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong>-se os procedimentos já indica<strong>do</strong>s. No final, <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar a fracção retida <strong>em</strong> cada<br />

peneiro, entrou-se <strong>em</strong> linha <strong>de</strong> conta com os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s na divisão <strong>em</strong> fracções.<br />

A percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> material reti<strong>do</strong> <strong>em</strong> cada peneiro (R) foi obtida através da seguinte fórmula:<br />

R = m peneiro<br />

m total<br />

<strong>em</strong> que : m peneiro = massa retida <strong>em</strong> cada peneiro g;<br />

m total = massa total da amostra utilizada g.<br />

56<br />

× 100 % (5.2)<br />

Para <strong>de</strong>finição das curvas granulométricas, torna-se necessário o cálculo da percentag<strong>em</strong> <strong>do</strong> material<br />

que passa <strong>em</strong> cada um <strong>do</strong>s peneiros, efectuan<strong>do</strong>-se <strong>para</strong> tal o somatório das percentagens <strong>de</strong><br />

material reti<strong>do</strong> <strong>em</strong> cada um <strong>do</strong>s peneiros <strong>de</strong> malha inferior, incluin<strong>do</strong> o material <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> no<br />

recipiente sob o peneiro <strong>de</strong> malha 0,063 mm.<br />

5.3.2 DETERMINAÇÃO DA BARIDADE<br />

Os procedimentos a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s <strong>para</strong> a <strong>de</strong>terminação da Barida<strong>de</strong>, basearam-se nos pressupostos<br />

fundamentais da norma NP 955 [42].<br />

Este ensaio consiste na secag<strong>em</strong> da amostra <strong>em</strong> estufa a 105ºC até atingir massa constante.<br />

Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que este ensaio, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a norma referida, se <strong>de</strong>stina a agrega<strong>do</strong>s e sen<strong>do</strong><br />

<strong>para</strong> o presente caso aplica<strong>do</strong> a argamassas secas optou-se apenas pela <strong>de</strong>terminação da barida<strong>de</strong><br />

s<strong>em</strong> compactação. Os materiais e equipamentos necessários à realização <strong>do</strong> ensaio foram: recipiente<br />

<strong>de</strong> aço <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> nominal conhecida [1dm 3 ]; balança; colher; régua metálica <strong>para</strong> rasar a<br />

superfície.<br />

Na realização <strong>de</strong>ste ensaio foi utiliza<strong>do</strong> um recipiente <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> conhecida, neste caso 1 dm 3<br />

(Fig 5.7). O ensaio inicia-se com o enchimento <strong>do</strong> recipiente com o auxílio <strong>de</strong> uma colher (Fig. 5.8)<br />

<strong>de</strong> forma a possibilitar o vazamento uniforme da argamassa, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-a cair <strong>de</strong> uma altura não<br />

superior a 5 cm relativamente à boca <strong>do</strong> recipiente, completan<strong>do</strong> o seu enchimento até extravassar.<br />

Em seguida, proce<strong>de</strong>-se ao rasamento <strong>do</strong> material <strong>em</strong> excesso pela boca <strong>do</strong> recipiente (Fig. 5.9). Por<br />

último, efectua-se a pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> recipiente cheio (Fig. 5.10).


Fig 5.7 - Materiais<br />

utiliza<strong>do</strong>s<br />

Fig. 5.8 - Enchimento <strong>do</strong><br />

recipiente<br />

57<br />

Fig. 5.9 - Rasamento pela<br />

boca <strong>do</strong> recipiente<br />

Fig. 5.10 - Pesag<strong>em</strong><br />

<strong>do</strong> conjunto<br />

De acor<strong>do</strong> com a <strong>de</strong>finição, o valor da Barida<strong>de</strong> (B), <strong>para</strong> o caso das argamassas secas <strong>de</strong>fine-se<br />

como sen<strong>do</strong> a massa volúmica aparente da argamassa no esta<strong>do</strong> seco, da<strong>do</strong> pelo quociente entre a<br />

massa da argamassa (no esta<strong>do</strong> seco) e o volume por esta ocupada <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> compactação<br />

<strong>de</strong>finidas:<br />

<strong>em</strong> que: m2 = massa <strong>do</strong> recipiente cheio com argamassa Kg;<br />

B = m 2 - m 1<br />

V × 1000 kg/m (5.3)<br />

m1 = massa <strong>do</strong> recipiente cheio com a argamassa Kg;<br />

V = capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> recipiente m 3.<br />

5.4 PRODUÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS<br />

Os pressupostos e procedimentos utiliza<strong>do</strong>s na produção das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas tiveram por<br />

base as indicações presentes na EN 1015-2 [43].<br />

A produção <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas iniciou-se pela recolha <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s suficientes <strong>de</strong><br />

material <strong>para</strong> posterior pesag<strong>em</strong> das amostras, a partir das <strong>em</strong>balagens <strong>de</strong> saco, que seguin<strong>do</strong> as<br />

recomendações <strong>do</strong> fabricante, foram armazena<strong>do</strong>s <strong>em</strong> lugar seco, ao abrigo <strong>do</strong> calor e da humida<strong>de</strong>.<br />

Após a recolha das quantida<strong>de</strong>s necessárias, estas <strong>em</strong>balagens foram novamente acondicionadas<br />

<strong>em</strong> bi<strong>do</strong>ns plásticos, <strong>de</strong> forma a melhor garantir as referidas características <strong>de</strong> armazenamento.<br />

Os equipamentos e utensílios necessários à realização <strong>do</strong> ensaio, foram: mistura<strong>do</strong>r mecânico<br />

constituí<strong>do</strong> pelo conjunto motor e bal<strong>de</strong> (Fig. 5.11); raspa<strong>de</strong>ira e colher <strong>de</strong> pedreiro; balança com<br />

recipientes <strong>para</strong> pesag<strong>em</strong> da argamassa no esta<strong>do</strong> seco e da água (Fig. 5.12).<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> argamassa seca utilizada <strong>em</strong> cada amassadura foi <strong>de</strong> 2,5 Kg, à qual foi adicionada a<br />

água necessária <strong>para</strong> respeitar as relações água/produto <strong>em</strong> pó apresentadas <strong>em</strong> 5.2.3.<br />

Após pre<strong>para</strong>ção das quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água e produto <strong>em</strong> pó necessários à amassadura, proce<strong>de</strong>u-se<br />

à introdução da água no bal<strong>de</strong> da mistura<strong>do</strong>ra e, <strong>em</strong> seguida foi adicionada a argamassa seca com<br />

os <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s <strong>para</strong> evitar perdas <strong>de</strong> material (Fig. 5.13). Inicialmente, a mistura, durante<br />

aproximadamente 15 segun<strong>do</strong>s <strong>de</strong>corre <strong>em</strong> velocida<strong>de</strong> lenta (140 ± 5 r.p.m.), promoven<strong>do</strong> a correcta


homogeneização da mistura, s<strong>em</strong> que ocorram perdas <strong>de</strong> material (Fig. 5.14). Fin<strong>do</strong> este perío<strong>do</strong>, a<br />

mistura proce<strong>de</strong> numa velocida<strong>de</strong> rápida (285 ± 5 r.p.m.) durante aproximadamente 5 minutos <strong>para</strong><br />

as Monomassas (recomendações <strong>do</strong> fabricante) e Argamassas <strong>de</strong> Reboco. Embora estas últimas não<br />

apresent<strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> amassadura indica<strong>do</strong>s pelo fabricante, foi a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> o mesmo t<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

mistura final, como forma <strong>de</strong> uniformizar procedimentos.<br />

Fig. 5.11 - Conjunto<br />

mistura<strong>do</strong>ra e bal<strong>de</strong><br />

Fig. 5.12 - Balança<br />

58<br />

Fig. 5.13 - Adição <strong>de</strong><br />

argamassa seca após a<br />

colocação da água<br />

Fig. 5.14 -<br />

Amassadura<br />

mecânica<br />

O processo <strong>de</strong> amassadura termina, com a passag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma colher <strong>de</strong> pedreiro no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

recipiente com vista a averiguar a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas porções <strong>de</strong> argamassa seca não<br />

eficazmente amassadas ou seja, averiguan<strong>do</strong> a sua homogeneida<strong>de</strong>.<br />

No âmbito, da produção <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, importa salientar que quan<strong>do</strong> estas<br />

argamassas apresentam introdutores <strong>de</strong> ar na sua composição, as condições <strong>de</strong> amassadura (t<strong>em</strong>po<br />

e velocida<strong>de</strong>) <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser estritamente seguidas, já que po<strong>de</strong>m condicionar <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cisiva o<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho final <strong>do</strong> reboco [31]. No presente estu<strong>do</strong>, as argamassas <strong>em</strong> análise não apresentam<br />

introdutores <strong>de</strong> ar, a avaliar pela composição fornecida nas fichas técnicas.<br />

Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta este último aspecto referi<strong>do</strong>, fica “reforçada” a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada vez mais as<br />

fichas técnicas <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> argamassas se apresentar<strong>em</strong> <strong>de</strong>talhadas, nomeadamente no que se<br />

refere à composição.<br />

5.5 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO FRESCO<br />

A caracterização das argamassas no esta<strong>do</strong> fresco foi efectuada logo após a conclusão das<br />

respectivas amassaduras. Como critério uniformiza<strong>do</strong>r, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que a trabalhabilida<strong>de</strong> das<br />

argamassas diminui ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po por via <strong>do</strong> início <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> endurecimento que se inicia<br />

logo após a conclusão da amassadura, a<strong>do</strong>ptou-se s<strong>em</strong>pre a mesma sequência na realização <strong>do</strong>s<br />

ensaios no esta<strong>do</strong> fresco, <strong>para</strong> os vários tipos <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas.


5.5.1 DETERMINAÇÃO DA MASSA VOLÚMICA APARENTE<br />

Este ensaio avalia <strong>de</strong> forma rápida e simples a massa volúmica aparente <strong>de</strong> uma argamassa no<br />

esta<strong>do</strong> fresco, efectuan<strong>do</strong>-se <strong>para</strong> tal o quociente entre a massa <strong>de</strong> uma amostra e o volume por ela<br />

ocupa<strong>do</strong>, <strong>para</strong> condições <strong>de</strong> compactação <strong>de</strong>finidas.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m da massa volúmica <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s (normalmente <strong>de</strong> granulometria<br />

compensada) e outros constituintes utiliza<strong>do</strong>s, das proporções entre os diversos constituintes, da<br />

compacida<strong>de</strong> e <strong>do</strong>s adjuvantes e aditivos utiliza<strong>do</strong>s. A meto<strong>do</strong>logia a<strong>do</strong>ptada <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong>ste<br />

ensaio foi a<strong>do</strong>ptada <strong>do</strong> disposto na EN 1015-6:1998 [44].<br />

Os materiais utiliza<strong>do</strong>s na realização <strong>do</strong> ensaio, foram (Fig. 5.15): recipiente <strong>de</strong> massa (m1) e<br />

capacida<strong>de</strong> conheci<strong>do</strong>s (V); régua metálica <strong>para</strong> rasar a superfície e colher <strong>de</strong> pedreiro; balança com<br />

precisão <strong>de</strong> 0,1 g. O ensaio inicia-se com a <strong>de</strong>terminação prévia da massa e capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

recipiente. Em seguida, recorren<strong>do</strong> a uma colher <strong>de</strong> pedreiro, enche-se o recipiente numa primeira<br />

camada até cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> da sua capacida<strong>de</strong> e efectua-se a sua compactação, aplican<strong>do</strong> <strong>para</strong> tal,<br />

10 pancadas laterais que provoqu<strong>em</strong> a oscilação <strong>do</strong> recipiente <strong>em</strong> la<strong>do</strong>s alterna<strong>do</strong>s (Fig. 5.16).<br />

Posteriormente, o recipiente é cheio um pouco além da sua capacida<strong>de</strong> e proce<strong>de</strong>-se novamente à<br />

compactação repetin<strong>do</strong> o mesmo procedimento (Fig. 5.17). Finalmente, executa-se a r<strong>em</strong>oção da<br />

argamassa <strong>em</strong> excesso, rasan<strong>do</strong> o recipiente pela boca com o auxílio da régua metálica (Fig. 5.18),<br />

limpa-se a superfície exterior <strong>do</strong> recipiente <strong>de</strong> forma a r<strong>em</strong>over eventuais resíduos <strong>de</strong> argamassa e<br />

efectua-se a pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> conjunto (Fig. 5.19).<br />

Fig. 5.15 - Materiais utiliza<strong>do</strong>s<br />

Fig. 5.16 - Compactação 1ª<br />

camada<br />

Fig. 5.18 - Rasamento pela superfície<br />

59<br />

Fig. 5.17 - Compactação 2ª<br />

camada<br />

Fig. 5.19 - Pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> conjunto<br />

copo e argamassa


Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta, Margamassa = m2 - m1 e Vargamassa = Vrecipiente, proce<strong>de</strong>u-se à <strong>de</strong>terminação da massa<br />

volúmica aparente da argamassa no esta<strong>do</strong> fresco (ρ), pela fórmula seguinte:<br />

<strong>em</strong> que: m1 - massa <strong>do</strong> recipiente Kg;<br />

ρ = <br />

<br />

m2 - massa <strong>do</strong> conjunto (recipiente com argamassa) kg];<br />

V - volume <strong>do</strong> recipiente m 3.<br />

5.5.2 DETERMINAÇÃO DA RETENÇÃO DE ÁGUA<br />

60<br />

kg/m 3 (5.4)<br />

A capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água foi avaliada por intermédio da aplicação <strong>de</strong> um tratamento <strong>de</strong><br />

sucção que t<strong>em</strong> por base o disposto na norma EN 1015-8:1999 [45].<br />

Para a realização <strong>de</strong>ste ensaio recorreu-se a (Fig. 5.20):<br />

o Mol<strong>de</strong> cónico rígi<strong>do</strong> (com aproximadamente 10 cm <strong>de</strong> diâmetro e 2,5 cm <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>) [A];<br />

o Gaze [B] e peso <strong>de</strong> 2 Kg;<br />

o Papel <strong>de</strong> filtro perfazen<strong>do</strong> uma espessura <strong>de</strong> 2 mm [C];<br />

o Balança <strong>de</strong> precisão <strong>de</strong> 0,1 g;<br />

o Espátula e colher <strong>de</strong> pedreiro;<br />

O ensaio inicia-se com a pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> (m1), e das folhas <strong>de</strong> papel <strong>de</strong> filtro (m2)<br />

correspon<strong>de</strong>ntes à espessura <strong>de</strong> 2 mm (12 folhas). De seguida, utilizan<strong>do</strong> uma espátula, preenche-se<br />

o mol<strong>de</strong> até extravasar, proce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-se posteriormente ao nivelamento pelo topo (Fig. 5.21),<br />

seguin<strong>do</strong>-se a pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> conjunto (m3).<br />

Em seguida, cobre-se a totalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> com uma gaze, por cima da qual são aplica<strong>do</strong>s os filtros.<br />

Relativamente à gaze, refere-se apenas que a sua aplicação <strong>de</strong>stina-se a impedir o aumento <strong>do</strong> peso<br />

<strong>do</strong>s filtros por via da a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> argamassa, evitan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>sta forma a contabilização<br />

errada <strong>de</strong>stas partículas como sen<strong>do</strong> peso <strong>de</strong> água absorvida pelos filtros.<br />

Logo após o conjunto (mol<strong>de</strong>, gaze e filtros) se encontrar posiciona<strong>do</strong>, ele é inverti<strong>do</strong> sobre uma<br />

superfície não absorvente (ten<strong>do</strong> o cuida<strong>do</strong> <strong>de</strong> manter os filtros centra<strong>do</strong>s com o mol<strong>de</strong>) e o conjunto<br />

é comprimi<strong>do</strong> por recurso a um peso <strong>de</strong> 2 kg (Fig. 5.22). Decorri<strong>do</strong>s 5 minutos, retira-se o peso,<br />

recoloca-se o mol<strong>de</strong> na posição inicial, avalian<strong>do</strong>-se <strong>de</strong> seguida o peso <strong>do</strong>s filtros (m4) (Fig. 5.23).


B<br />

A<br />

C<br />

Fig. 5.20 - Materiais<br />

necessários ao ensaio da<br />

retenção <strong>de</strong> água<br />

Fig. 5.21 - Mol<strong>de</strong> rasa<strong>do</strong><br />

e nivela<strong>do</strong><br />

61<br />

Fig. 5.22 - Colocação <strong>do</strong><br />

peso sobre o conjunto<br />

Fig. 5.23 - Filtros com<br />

água retida<br />

Para a <strong>de</strong>terminação da retenção <strong>de</strong> água <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada argamassa (WRV), usa-se a<br />

expressão (5.10), sen<strong>do</strong> necessário <strong>de</strong>terminar as expressões intermédias que se segu<strong>em</strong>:<br />

A água total contida numa <strong>de</strong>terminada argamassa, W1, é dada por:<br />

W =<br />

m água<br />

margamassa<br />

g/g (5.5)<br />

<strong>em</strong> que: mágua = massa <strong>de</strong> água utilizada na pre<strong>para</strong>ção da argamassa total g;<br />

margamassa = massa <strong>de</strong> argamassa g;<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água da argamassa introduzida no mol<strong>de</strong> (W2), é obtida pela seguinte expressão:<br />

Sen<strong>do</strong>, m - quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> argamassa <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mol<strong>de</strong>, obtida por:<br />

W2 = m5 × W1 g (5.6)<br />

m = m − m g (5.7)<br />

No mesmo seguimento, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água absorvida pelo conjunto <strong>do</strong>s papéis <strong>de</strong> filtros (W3) é<br />

<strong>de</strong>terminada, pela expressão:<br />

W = m − m g (5.8)<br />

Nos casos <strong>em</strong> que esta quantida<strong>de</strong> exce<strong>de</strong> os 10 g, <strong>de</strong>verão ser repeti<strong>do</strong>s os procedimentos<br />

indica<strong>do</strong>s anteriormente, mas utilizan<strong>do</strong> agora apenas <strong>do</strong>is papéis <strong>de</strong> filtro.<br />

B<br />

A<br />

C<br />

Água retida no conjunto <strong>do</strong>s filtros<br />

logo após a execução <strong>do</strong> ensaio


A perda relativa <strong>de</strong> água pela argamassa, expressa <strong>em</strong> percentag<strong>em</strong> é dada por:<br />

W = <br />

<br />

62<br />

× 100 % (5.9)<br />

Finalmente, a retenção <strong>de</strong> água (WRV) <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada argamassa é dada por:<br />

WRV = 100 − W % (5.10)<br />

5.5.3 DETERMINAÇÃO DA CONSISTÊNCIA POR ESPALHAMENTO<br />

Este ensaio, t<strong>em</strong> como objectivo avaliar a consistência <strong>de</strong> uma argamassa no esta<strong>do</strong> fresco, através<br />

da medição da sua <strong>de</strong>formação <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a uma acção mecânica exterior, e foi realiza<strong>do</strong> com um<br />

procedimento s<strong>em</strong>elhante ao <strong>de</strong>scrito na norma EN 1015-3 [46].<br />

Segun<strong>do</strong> Rodrigues, esta <strong>de</strong>formabilida<strong>de</strong> fornece valores quantitativos relativamente à flui<strong>de</strong>z e <strong>grau</strong><br />

<strong>de</strong> molhag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada argamassa [47]. Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta estas características po<strong>de</strong>mos<br />

julgar este ensaio como relevante na avaliação qualitativa da trabalhabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma argamassa,<br />

sen<strong>do</strong> este um factor <strong>de</strong>cisivo <strong>para</strong> a rentabilida<strong>de</strong> <strong>em</strong> termos da sua aplicação. Os dispositivos<br />

utiliza<strong>do</strong>s neste ensaio foram ( Fig. 5.24):<br />

o Mesa <strong>de</strong> espalhamento [A];<br />

o Mol<strong>de</strong> tronco – cónico [B];<br />

o Varão <strong>de</strong> compactação (12 mm <strong>de</strong> diâmetro) [C];<br />

o Craveira [D];<br />

o Colher <strong>de</strong> pedreiro ou espátula e pano húmi<strong>do</strong>.<br />

O ensaio inicia-se com a limpeza e hume<strong>de</strong>cimento prévio da mesa <strong>de</strong> espalhamento e <strong>do</strong> interior <strong>do</strong><br />

mol<strong>de</strong> tronco-cónico. Em seguida, proce<strong>de</strong>-se ao posicionamento <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> no centro da mesa e ao<br />

enchimento <strong>de</strong> uma primeira camada, até cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> da sua capacida<strong>de</strong>, realizan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong><br />

seguida a sua compactação com o varão, através da aplicação <strong>de</strong> 25 pancadas distribuídas <strong>de</strong> forma<br />

uniforme e atravessan<strong>do</strong> toda a camada (Fig. 5.25).<br />

Seguidamente completa-se o enchimento <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> com ligeiro excesso, repetin<strong>do</strong>-se os<br />

procedimentos <strong>de</strong> compactação referi<strong>do</strong>s, mas agora unicamente <strong>para</strong> a 2ª camada. Posteriormente<br />

proce<strong>de</strong>-se ao rasamento da argamassa <strong>em</strong> excesso e à limpeza <strong>de</strong> eventuais resíduos presentes na<br />

mesa (Fig. 5.25).<br />

Por último, o mol<strong>de</strong> é retira<strong>do</strong> e aplica-se, por rotação da manivela da mesa, 25 pancadas <strong>em</strong> 15<br />

segun<strong>do</strong>s <strong>em</strong> frequência constante. Recorren<strong>do</strong> à craveira, realiza-se a medição <strong>do</strong> diâmetro d [mm]<br />

<strong>de</strong> espalhamento da argamassa <strong>em</strong> três direcções distintas (d1, d2, d3) <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as marcações<br />

presentes na mesa (Fig. 5.25).


A<br />

B<br />

C<br />

Fig. 5.24 - Materiais e equipamentos<br />

necessários ao ensaio da consistência<br />

63<br />

Fig. 5.25 - Procedimentos <strong>de</strong> ensaio<br />

O espalhamento é expresso <strong>em</strong> percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a fórmula seguinte:<br />

Espalhamento = <br />

<br />

sen<strong>do</strong>: D = <br />

<br />

<strong>em</strong> que: D - diâmetro médio <strong>de</strong> espalhamento mm;<br />

× 100 % (5.11)<br />

mm (5.12)<br />

d , d e d - diâmetros <strong>de</strong> espalhamento medi<strong>do</strong>s com a craveira segun<strong>do</strong> as várias<br />

direcções presentes na mesa mm;.<br />

5.6 MOLDAGEM E DESMOLDAGEM DOS PROVETES PRISMÁTICOS<br />

Para a caracterização das argamassas no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong>, proce<strong>de</strong>u-se à produção <strong>de</strong> provetes<br />

prismáticos <strong>de</strong> dimensões 4x4x16 [cm], utilizan<strong>do</strong> <strong>para</strong> tal mol<strong>de</strong>s metálicos s<strong>em</strong>elhantes ao<br />

especifica<strong>do</strong> no Anexo A da EN 1015-11: 1999 [48].<br />

À s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong>s cuida<strong>do</strong>s a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s na amassadura, na fase <strong>de</strong> moldag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s provetes<br />

procurou-se que as condições ambientais foss<strong>em</strong> as mais idênticas possíveis <strong>para</strong> as quatro<br />

argamassas, com o objectivo <strong>de</strong> evitar variações que <strong>de</strong> alguma forma pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> vir a ser<br />

responsáveis por variabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s da sua caracterização.<br />

D


Todas as argamassas possu<strong>em</strong> uma formulação <strong>de</strong> base cimentícia, pelo que era previsível um<br />

rápi<strong>do</strong> incr<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> resistência inicial. Este facto levou a que a <strong>de</strong>smoldag<strong>em</strong> <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os provetes<br />

tivesse si<strong>do</strong> realizada ao fim <strong>de</strong> 48 horas.<br />

Previamente à moldag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s provetes, proce<strong>de</strong>u-se à pre<strong>para</strong>ção <strong>do</strong>s mol<strong>de</strong>s metálicos, quer<br />

garantin<strong>do</strong> o eficaz aperto <strong>do</strong>s vários el<strong>em</strong>entos que os constitu<strong>em</strong>, quer pela lubrificação das<br />

superfícies. Os materiais utiliza<strong>do</strong>s foram (Fig. 5.26):<br />

o Mol<strong>de</strong> com as dimensões normalizadas 16x4x4 [cm] [A];<br />

o Mesa <strong>de</strong> compactação [B];<br />

o Alonga [C] e espátulas metálicas [D];<br />

o Colher <strong>de</strong> pedreiro;<br />

O processo <strong>de</strong> moldag<strong>em</strong> t<strong>em</strong> início com o posicionamento <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> na mesa <strong>de</strong> compactação.<br />

Seguidamente, coloca-se a alonga sobre o mol<strong>de</strong> e proce<strong>de</strong>-se à fixação <strong>do</strong> conjunto com recurso à<br />

colher <strong>de</strong> pedreiro, coloca-se argamassa <strong>em</strong> cada um <strong>do</strong>s compartimentos, até cerca <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> da<br />

sua capacida<strong>de</strong>, utilizan<strong>do</strong>-se posteriormente uma espátula metálica com comprimento suficiente, <strong>de</strong><br />

forma a regularizar a camada <strong>de</strong> argamassa, na capacida<strong>de</strong> referida, r<strong>em</strong>oven<strong>do</strong> <strong>para</strong> isso a<br />

argamassa <strong>em</strong> excesso (Fig. 5.27). Fin<strong>do</strong> este procedimento, realiza-se a compactação <strong>de</strong>sta<br />

primeira camada com recurso à mesa <strong>de</strong> compactação, submeten<strong>do</strong>-a a 60 pancadas. Após esta<br />

fase, completa-se o enchimento <strong>do</strong> mol<strong>de</strong>, realiza-se a distribuição uniforme <strong>de</strong>sta segunda camada<br />

com recurso a uma espátula metálica, agora <strong>de</strong> comprimento equivalente à profundida<strong>de</strong> da alonga,<br />

(Fig. 5.28) e executa-se a compactação submeten<strong>do</strong>-a também a 60 pancadas.<br />

Por último, retira-se o conjunto (mol<strong>de</strong> e alonga) e com a colher <strong>de</strong> pedreiro proce<strong>de</strong>-se ao rasamento<br />

e regularização da superfície <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> ( Fig. 5.29).<br />

A<br />

C D<br />

Fig. 5.26 - Materiais e<br />

equipamentos<br />

necessários<br />

B<br />

Fig. 5.27 - Regularização<br />

da 1ª camada<br />

64<br />

Fig. 5.28 -<br />

Regularização da 2ª<br />

camada<br />

Fig. 5.29 -<br />

Regularização da<br />

argamassa <strong>em</strong><br />

excesso<br />

Decorridas 48 horas, proce<strong>de</strong>-se à <strong>de</strong>smoldag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s provetes recorren<strong>do</strong> ao <strong>em</strong>prego <strong>do</strong> maço, tal<br />

como se sugere na Fig. 5.30. Após a <strong>de</strong>smoldag<strong>em</strong>, os provetes prismáticos ficam com o aspecto<br />

que se indica na Fig. 5.31.


Fig. 5.30 - Desmoldag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s provetes<br />

5.7 MOLDAGEM E DESMOLDAGEM DOS TIJOLOS<br />

65<br />

Fig. 5.31 - Aspecto final<br />

A realização <strong>do</strong>s ensaios <strong>de</strong> arrancamento por tracção, <strong>do</strong> ensaio <strong>do</strong> esclerómetro pendular, <strong>do</strong><br />

ensaio da absorção <strong>de</strong> água sob baixa pressão e ainda da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra-sons<br />

foi efectuada <strong>em</strong> provetes <strong>em</strong> que as argamassas foram aplicadas como camadas <strong>de</strong> revestimento<br />

<strong>de</strong> tijolos. Os materiais necessários à pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>stes provetes são (Fig. 5.32):<br />

o Tijolos fura<strong>do</strong>s <strong>de</strong> dimensões 30x20x11 [cm];<br />

o Mol<strong>de</strong>s capazes <strong>de</strong> garantir ao tijolo uma espessura uniforme <strong>de</strong> aproximadamente 2 cm;<br />

o Aspersor <strong>para</strong> molhag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s tijolos;<br />

o Colher <strong>de</strong> pedreiro;<br />

o Régua metálica.<br />

A pre<strong>para</strong>ção <strong>do</strong>s provetes inicia-se pelo ajuste e aperto <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> ao tijolo, por forma a garantir uma<br />

espessura uniforme <strong>de</strong> camada <strong>em</strong> toda a superfície. Seguidamente, efectua-se a molhag<strong>em</strong> <strong>do</strong><br />

tijolo, utilizan<strong>do</strong> <strong>para</strong> tal um aspersor. A molhag<strong>em</strong> consistiu <strong>em</strong> aspergir por três vezes o tijolo <strong>em</strong><br />

quantida<strong>de</strong> abundante, esperan<strong>do</strong> entre cada aplicação a absorção completa da água aplicada. Após<br />

esta fase, foi aplicada argamassa sobre o suporte, com o auxílio <strong>de</strong> uma colher <strong>de</strong> pedreiro,<br />

aplican<strong>do</strong> sobre esta uma forte pressão <strong>de</strong> forma a garantir uma a<strong>de</strong>quada a<strong>de</strong>são (Fig. 5.33). Nas<br />

zonas <strong>de</strong> contorno inclinou-se a colher na vertical e realizou-se uma ligeira compactação <strong>de</strong> forma a<br />

evitar a formação <strong>de</strong> vazios na interface mol<strong>de</strong> – tijolo.<br />

Por último, completou-se o enchimento <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> com ligeiro excesso e esperou-se algum t<strong>em</strong>po, <strong>de</strong><br />

forma a argamassa adquirir alguma presa. Decorri<strong>do</strong> este perío<strong>do</strong>, realizou-se o acabamento final,<br />

passan<strong>do</strong> numa primeira fase a régua metálica <strong>para</strong> rasamento e r<strong>em</strong>oção da argamassa <strong>em</strong><br />

excesso (Fig. 5.34), após o qual se proce<strong>de</strong>u ao alisamento e acabamento da superfície (Fig. 5.35 e<br />

Fig. 5.36).<br />

Relativamente à <strong>de</strong>smoldag<strong>em</strong>, esta <strong>de</strong>correu passadas 48 horas, e consistiu essencialmente no<br />

<strong>de</strong>saperto e retirada <strong>do</strong>s mol<strong>de</strong>s (Fig. 5.37).<br />

Indícios <strong>de</strong> boa resistência<br />

mecânica e a<strong>de</strong>rência


Fig. 5.32 - Materiais necessários<br />

Fig. 5.35 - Nivelamento da<br />

argamassa<br />

5.8 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CURA<br />

Fig. 5.33 - Espalhamento da<br />

argamassa<br />

Fig. 5.36 - Acabamento final<br />

66<br />

Fig. 5.34 - Rasamento da<br />

superfície<br />

Fig. 5.37 - Desmoldag<strong>em</strong><br />

Para as argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, a norma EN 1015-11, prevê que a sua cura e armazenamento<br />

<strong>de</strong>corra 2 dias <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mol<strong>de</strong> e 5 dias, após a <strong>de</strong>smoldag<strong>em</strong>, <strong>em</strong> ambiente com teor <strong>de</strong> humida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> 95% ± 5% (também <strong>de</strong>signada por “cura húmida”) e que no restante t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> cura (21 dias) se<br />

garanta uma humida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> 65% ± 5% [48].<br />

No entanto, as condições <strong>de</strong> cura que foram a<strong>do</strong>ptadas difer<strong>em</strong> das referidas anteriormente, ten<strong>do</strong><br />

si<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ptada uma “cura seca”, que <strong>de</strong>correu <strong>em</strong> condições <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e humida<strong>de</strong> relativa <strong>do</strong><br />

local on<strong>de</strong> foram armazena<strong>do</strong>s os provetes. Os valores regista<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> cura foram<br />

aproximadamente <strong>de</strong> 20 ± 2º C <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e 50 ± 10 % <strong>de</strong> humida<strong>de</strong> relativa. No ANEXO B são<br />

apresenta<strong>do</strong>s os valores <strong>de</strong> t<strong>em</strong>peratura e humida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>ntes às condições ambientais<br />

registadas. A opção por este tipo <strong>de</strong> cura <strong>de</strong>veu-se ao facto <strong>de</strong> ser a mais próxima das reais<br />

condições <strong>de</strong> cura na aplicação <strong>em</strong> obra. Nesse senti<strong>do</strong>, julga-se que é possível obter uma melhor<br />

caracterização <strong>do</strong>s reais <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhos e características das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, <strong>em</strong>bora com<br />

influência na análise com<strong>para</strong>tiva <strong>do</strong>s valores que serão obti<strong>do</strong>s com os presentes nas fichas técnicas<br />

da<strong>do</strong> que estes últimos foram obti<strong>do</strong>s nas condições <strong>de</strong>finidas da norma, ou seja com cura húmida.<br />

Importa referir que, muito <strong>em</strong>bora a ficha técnica da argamassa AR 1 recomen<strong>de</strong> a sua molhag<strong>em</strong> às<br />

24, 48 e 72 horas após a sua aplicação <strong>em</strong> obra, tal não foi efectua<strong>do</strong> <strong>em</strong> laboratório, da<strong>do</strong> que<br />

impediria a uniformização <strong>do</strong>s procedimentos <strong>para</strong> as várias argamassas.<br />

Ainda relativamente ao armazenamento e condicionamento <strong>do</strong>s provetes prismáticos, refere-se que<br />

estes foram dispostos sobre varetas, permitin<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma o contacto directo <strong>do</strong> ar com to<strong>do</strong> o<br />

provete (Fig. 5.38)


Fig. 5.38 - Acondicionamento <strong>do</strong>s provetes durante o processo <strong>de</strong> cura<br />

5.9 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO ENDURECIDO<br />

A caracterização no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong> foi efectuada <strong>para</strong> todas as argamassas aos 28 dias <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

5.9.1 CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA<br />

5.9.1.1 RESISTÊNCIA MECÂNICA À FLEXÃO E À COMPRESSÃO<br />

A avaliação da resistência mecânica à flexão e compressão foi efectuada nos mesmos provetes<br />

prismáticos previamente submeti<strong>do</strong>s à <strong>de</strong>terminação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra-sons, e<br />

baseou-se <strong>em</strong> procedimentos a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s da EN 1015-11: 1999 [48].<br />

Para a execução <strong>de</strong>stes ensaios recorreu-se a uma máquina <strong>de</strong> ensaio (Fig. 5.39) que, dispon<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

duas prensas, permite a execução <strong>do</strong> ensaio <strong>de</strong> flexão (Fig. 5.40) e compressão (Fig. 5.41 ).<br />

A<br />

B<br />

Fig. 5.39 - Máquina <strong>de</strong> ensaio<br />

Fig. 5.40 - Ensaio <strong>de</strong> Flexão (A)<br />

67<br />

Fig. 5.41 - Ensaio <strong>de</strong> compressão<br />

(B)<br />

Em ambos os ensaios, os provetes foram posiciona<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a garantir a não aplicação da força<br />

directamente na face correspon<strong>de</strong>nte à <strong>de</strong> enchimento <strong>do</strong>s mol<strong>de</strong>s.


Para avaliação da resistência mecânica à flexão, Fig. 5.40, os provetes são posiciona<strong>do</strong>s <strong>de</strong> forma<br />

centrada relativamente ao ponto <strong>de</strong> aplicação da força (a meio vão) e perpendicularmente aos apoios<br />

cilíndricos <strong>em</strong> cada uma das extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s. Seguidamente é acciona<strong>do</strong> o movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong><br />

cutelo da máquina até que se estabeleça o contacto com a face <strong>do</strong> provete e, posteriormente,<br />

proce<strong>de</strong>-se à aplicação <strong>de</strong> uma força a taxa constante, <strong>de</strong> forma contínua e s<strong>em</strong> choques. O valor <strong>de</strong><br />

pico, correspon<strong>de</strong>nte à força <strong>de</strong> rotura <strong>do</strong> provete, fica automaticamente regista<strong>do</strong> pela máquina.<br />

A avaliação da resistência à compressão é efectuada nos “meios” prismas resultantes <strong>do</strong> ensaio da<br />

flexão. Proce<strong>de</strong>-se ao seu posicionamento, centran<strong>do</strong> o provete no prato inferior da máquina.<br />

Posteriormente, é acciona<strong>do</strong> o movimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong> prato superior da máquina, até que o<br />

contacto entre este e a face superior <strong>do</strong> provete fique estabeleci<strong>do</strong>. Finalmente, aplica-se uma força a<br />

taxa constante, <strong>de</strong> forma contínua e s<strong>em</strong> choques, até à rotura <strong>do</strong> provete (Fig. 5.41), fican<strong>do</strong> o valor<br />

<strong>de</strong> pico da força <strong>de</strong> rotura aplicada regista<strong>do</strong> automaticamente pela máquina.<br />

No presente estu<strong>do</strong>, a caracterização da resistência à compressão e à flexão das argamassas foi<br />

efectua<strong>do</strong> com base <strong>em</strong> 6 e 5 provetes, respectivamente. A <strong>de</strong>terminação das tensões <strong>de</strong> rotura à<br />

flexão e compressão, teve por base as meto<strong>do</strong>logias <strong>de</strong> cálculo, a seguir explicitadas.<br />

Tensão <strong>de</strong> rotura à flexão:<br />

ã = 1,5 ∗ á∗ [MPa] (5.13)<br />

<strong>em</strong> que : F á - força <strong>de</strong> rotura à flexão (valor <strong>de</strong> pico regista<strong>do</strong> pela máquina) [MPa];<br />

L - distância entre os apoios cilíndricos [mm];<br />

b - largura <strong>do</strong> prisma [mm];<br />

d - espessura <strong>do</strong> prisma [mm].<br />

Tensão <strong>de</strong> rotura à compressão:<br />

σ ã = á<br />

<br />

68<br />

[MPa] (5.14)<br />

<strong>em</strong> que : F á - força <strong>de</strong> rotura à compressão (valor <strong>de</strong> pico regista<strong>do</strong> pela máquina) [MPa];<br />

A - área <strong>de</strong> aplicação da carga [40 x 40 mm 2 ].<br />

O cálculo das tensões <strong>de</strong> rotura à flexão e compressão relativa a cada provete é obti<strong>do</strong> com<br />

aproximação às centésimas, sen<strong>do</strong> a média <strong>do</strong>s valores regista<strong>do</strong>s, <strong>para</strong> cada argamassa,<br />

posteriormente arre<strong>do</strong>ndada às décimas.


5.9.1.2 VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE ULTRA-SONS<br />

A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra-sons correspon<strong>de</strong> ao quociente entre a distância percorrida pela<br />

onda e o t<strong>em</strong>po que ela levou a percorrer a distância entre transdutores e que é regista<strong>do</strong> pelo<br />

equipamento (Fig. 5.42).<br />

Os valores obti<strong>do</strong>s permit<strong>em</strong> analisar as características internas <strong>do</strong>s materiais nomeadamente no que<br />

se refere à presença <strong>de</strong> fendilhação, existência <strong>de</strong> vazios, resistência mecânica, homogeneida<strong>de</strong> e<br />

porosida<strong>de</strong> [49]. Deste mo<strong>do</strong>, argamassas com formulações s<strong>em</strong>elhantes que apresent<strong>em</strong><br />

velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> propagação superiores (e correspon<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente com t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> propagação<br />

inferiores) apresentarão uma estrutura interna mais compacta, coesa, com menor existência <strong>de</strong><br />

vazios e fissuras com<strong>para</strong>tivamente com outra argamassa <strong>de</strong> composição s<strong>em</strong>elhante que apresente<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação inferior.<br />

A aplicabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste ensaio esten<strong>de</strong>u-se aos provetes prismáticos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s ao ensaio da flexão,<br />

<strong>de</strong>signan<strong>do</strong>-se neste caso por méto<strong>do</strong> directo e quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> <strong>em</strong> tijolos revesti<strong>do</strong>s por<br />

argamassas <strong>de</strong> reboco toma a <strong>de</strong>signação <strong>de</strong> méto<strong>do</strong> indirecto. Os procedimentos aplicáveis <strong>para</strong><br />

cada um <strong>do</strong>s casos serão <strong>de</strong> seguida elucida<strong>do</strong>s.<br />

ENSAIO DIRECTO (provetes prismáticos)<br />

Para a utilização correcta <strong>do</strong> aparelho <strong>de</strong> medição <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ondas ultra-sons,<br />

como primeiro passo consta a sua calibração, utilizan<strong>do</strong> <strong>para</strong> tal uma barra <strong>de</strong> calibração. Após esta<br />

fase, cada um <strong>do</strong>s transdutores é coloca<strong>do</strong> num <strong>do</strong>s topos opostos <strong>do</strong> provete, aplican<strong>do</strong><br />

previamente massa <strong>de</strong> contacto entre estas duas superfícies (Fig. 5.43), por forma a compensar<br />

irregularida<strong>de</strong>s, melhoran<strong>do</strong>-se por esta via a transmissão da onda. Efectuam-se três leituras (<strong>para</strong><br />

cada um <strong>do</strong>s provetes) <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> propagação das ondas ao longo <strong>do</strong> comprimento <strong>do</strong> provete<br />

(Fig. 5.44)<br />

Fig. 5.42 - Equipamento <strong>de</strong><br />

medição ultra-sons<br />

Fig. 5.43 - Colocação <strong>de</strong> massa <strong>de</strong><br />

contacto<br />

69<br />

Fig. 5.44 - Medição directa<br />

ENSAIO INDIRECTO (argamassas aplicadas como camadas <strong>de</strong> revestimento <strong>de</strong> tijolos)<br />

A pre<strong>para</strong>ção <strong>do</strong> ensaio consiste ao nível <strong>do</strong> equipamento, pela sua calibração (tal como efectua<strong>do</strong><br />

no ensaio directo) e ao nível <strong>do</strong> revestimento da argamassa, pela marcação das posições nos quais<br />

vão ser coloca<strong>do</strong>s os transdutores (Fig. 5.45) <strong>para</strong> realização das leituras (três <strong>em</strong> cada uma das


posições). As distâncias entre centro <strong>do</strong>s transdutores, consi<strong>de</strong>rada<br />

consi<strong>de</strong>radas s foram 6,7,9,11,13,15 e 17 cm.<br />

A colocação <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> contacto entre a superfície <strong>do</strong> transdutor e o revestimento <strong>de</strong>stina <strong>de</strong>stina-se a<br />

cumprir os objectivos já referi<strong>do</strong>s. A realização <strong>do</strong> ensa ensaio io propriamente dito, consiste na fixação <strong>do</strong><br />

transdutor <strong>em</strong>issor na posição <strong>de</strong>finida no revestimento, fazen<strong>do</strong> variar apenas a posição <strong>do</strong><br />

transdutor receptor nas distâncias indicadas, tal como se sugere na Fig. 5.46.<br />

Fig. 5.45 - Marcações no revestimento Fig. 5.46 - Medição Indirecta<br />

5.9.1.3 ENSAIO DO ESCLERÓMET<br />

ESCLERÓMETRO PENDULAR<br />

A avaliação da dureza superficial como forma indirecta <strong>de</strong> estimar a re resistência sistência mecânica por recurso<br />

à utilização <strong>de</strong> esclerómetros é relativamente frequente dada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser realizada “in situ”<br />

e ao facto <strong>de</strong> se constituir como uma avaliação não <strong>de</strong>strutiva.<br />

Este ensaio baseia-se se no princípio <strong>do</strong> par “acção “acção-reacção” da<strong>do</strong> que os materiais são submeti<strong>do</strong>s à<br />

acção <strong>de</strong> uma massa com uma <strong>de</strong>terminada energia potencial (movimento pendular), <strong>em</strong> que a<br />

reacção <strong>do</strong> material ao choque da massa (valor <strong>do</strong> ressalto), será tanto mais elevada quanto maior<br />

for a dureza <strong>do</strong> material <strong>em</strong> ensaio. aio.<br />

A utilização <strong>do</strong> esclerómetro pendular (Fig. 5.47) foi efectuada nas argamassas aplicadas como<br />

camadas <strong>de</strong> revestimento <strong>de</strong> tijolos, com o objectivo <strong>de</strong> avaliar a dureza superficial superficial, b<strong>em</strong> como aferir<br />

a homogeneida<strong>de</strong> da “zona” sujeita eita a impacto.<br />

A pre<strong>para</strong>ção <strong>do</strong> ensaio teve início com a marcação <strong>do</strong>s pontos <strong>de</strong> impacto <strong>do</strong> pêndulo, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

uma zona <strong>de</strong>limitada <strong>do</strong> tijolo. A zona escolhida foi a zona central <strong>do</strong> tijolo, por se consi<strong>de</strong>rar que<br />

nesta zona existe maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se oobter<strong>em</strong><br />

bter<strong>em</strong> resulta<strong>do</strong>s mais fiáveis por via <strong>de</strong> uma melhor<br />

compactação conseguida.<br />

Os pontos 1,2,3,4 e 5 prece<strong>de</strong>m o ensaio <strong>do</strong>s pontos 1` 1`, , 2`, 3` e 4`, sen<strong>do</strong> estes pontos, intermédios<br />

<strong>do</strong>s primeiros (Fig. 5.48), ), <strong>de</strong> forma a evitar a repet repetição ição <strong>do</strong> ensaio num mesmo ponto.<br />

A execução <strong>do</strong> ensaio consiste no posicionamento <strong>do</strong> esclerómetro na zona previamente <strong>de</strong>finida ao<br />

que se segue a libertação <strong>do</strong> pêndulo e o registo <strong>do</strong> valor <strong>de</strong> ressalto regista<strong>do</strong> na escala graduada<br />

que se encontra lateralmente ao equipamento. O valor <strong>do</strong> ressalto consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> <strong>para</strong> cada argamassa<br />

estudada correspon<strong>de</strong> ao valor médio das várias <strong>de</strong>terminações efectuadas <strong>em</strong> cada argamassa.<br />

70


Fig. 5.47 - Esclerómetro Pendular<br />

Fig. 5.48 - Marcações no tijolo<br />

5.9.1.4 ARRANCAMENTO POR TRACÇÃO (PULL-OFF)<br />

71<br />

Fig. 5.49 - Ensaio <strong>do</strong> Esclerómetro<br />

Este ensaio permite avaliar directamente a a<strong>de</strong>rência da argamassa ao suporte através da<br />

quantificação da força necessária <strong>para</strong> produzir o arrancamento (tracção directa) <strong>de</strong> uma pastilha<br />

metálica previamente colada, b<strong>em</strong> como permite avaliar a compatibilida<strong>de</strong> da argamassa com o<br />

suporte.<br />

De acor<strong>do</strong> com a EN 998-1: 2003, a avaliação da a<strong>de</strong>rência <strong>para</strong> aposição da marcação CE, <strong>para</strong> as<br />

argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> teria <strong>de</strong> ser avaliada através <strong>de</strong> diferentes normas <strong>de</strong> ensaio,<br />

conforme se po<strong>de</strong> verificar na Tabela 3.1. Para as Monomassas (OC), seria utilizada a EN 1015-21,<br />

que prevê a execução <strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> cura (avaliação mais exigente) e <strong>para</strong> as Argamassas <strong>de</strong> Reboco<br />

(GP) estaria associada a EN 1015-12:2000. Como critério uniformiza<strong>do</strong>r <strong>para</strong> posterior com<strong>para</strong>ção<br />

<strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s (<strong>em</strong>bora com alguma perda <strong>de</strong> rigor) foi utilizada apenas a EN 1015-12:2000 [50] <strong>para</strong><br />

todas as argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>. Os materiais e equipamentos necessários à pre<strong>para</strong>ção e execução<br />

<strong>de</strong>ste ensaio, foram (Fig. 5.50): escova <strong>de</strong> aço, <strong>para</strong> gerar rugosida<strong>de</strong>s no reboco, garantin<strong>do</strong>-se uma<br />

melhor a<strong>de</strong>rência na interface pastilhas - reboco; cola epóxida; pastilhas metálicas circulares (25 mm<br />

<strong>de</strong> raio) <strong>para</strong> colag<strong>em</strong> nas posições <strong>de</strong>finidas; berbequim e acessórios associa<strong>do</strong>s, nomeadamente<br />

suporte <strong>de</strong> fixação e coroa diamantada; aparelho <strong>para</strong> execução força <strong>de</strong> tracção nas pastilhas e<br />

motor <strong>de</strong> regulação da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aplicação da força.<br />

A EN 1015-12:2000 não especifica a utilização <strong>de</strong> um suporte específico <strong>para</strong> a aplicação da<br />

argamassa <strong>para</strong> a realização <strong>do</strong> ensaio. Da<strong>do</strong> que, as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>para</strong> rebocos<br />

apresentam como suporte frequente <strong>de</strong> aplicação os tijolos cerâmicos, optou-se no presente estu<strong>do</strong><br />

pela utilização <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> suporte <strong>para</strong> a realização <strong>de</strong>ste ensaio.<br />

Registo <strong>do</strong> Valor <strong>do</strong> Ressalto<br />

A pre<strong>para</strong>ção <strong>do</strong> ensaio consiste numa primeira fase, <strong>em</strong> conferir rugosida<strong>de</strong> superficial à argamassa<br />

por recurso à sua escovag<strong>em</strong> com escova <strong>de</strong> aço. Seguidamente, proce<strong>de</strong>-se à marcação da zona<br />

<strong>do</strong> tijolo sobre a qual serão efectuadas as furações (3 por tijolo). A selecção da zona central teve<br />

como objectivo minimizar o risco <strong>de</strong> danificação da argamassa aquan<strong>do</strong> da sua furação, b<strong>em</strong> como


eduzir a variabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s da<strong>do</strong> as condições <strong>de</strong> compactação da argamassa<br />

nesta zona ser<strong>em</strong> mais homogéneas face à que se regista junto à extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> <strong>do</strong> tijolo.<br />

As furações foram efectuadas utilizan<strong>do</strong> uma coroa diamantada, um berbequim e respectivo suporte<br />

vertical (Fig. 5.51). Estas furações atravessaram toda a camada <strong>de</strong> argamassa (2,5 cm) e uma<br />

espessura da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,2 cm <strong>do</strong> tijolo (Fig. 5.52).<br />

Fig. 5.50 - Materiais e<br />

equipamentos necessários<br />

Fig. 5.51 - Execução das<br />

furações nos tijolos<br />

Terminada a execução da furação, proce<strong>de</strong>-se à limpeza <strong>do</strong>s <strong>de</strong>tritos resultantes.<br />

72<br />

Fig. 5.52 - Furações na argamassa<br />

<strong>de</strong> revestimento<br />

A fase seguinte consiste na aplicação <strong>de</strong> cola epóxida na interface entre a pastilha metálica e a<br />

argamassa, pressionan<strong>do</strong> durante breves minutos <strong>de</strong> forma a garantir o eficaz espalhamento da cola<br />

e a respectiva uniformida<strong>de</strong> da camada, r<strong>em</strong>oven<strong>do</strong>-se por esta via eventuais excessos. A colag<strong>em</strong> é<br />

consi<strong>de</strong>rada concluída após um perío<strong>do</strong> mínimo <strong>de</strong> 48 horas (Fig. 5.53).<br />

O arrancamento é efectiva<strong>do</strong> pela aplicação <strong>de</strong> uma força perpendicular à pastilha por recurso à<br />

utilização <strong>do</strong> equipamento (Fig. 5.54). Este equipamento permite a <strong>de</strong>finição da taxa <strong>de</strong> aplicação da<br />

força <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a tensão que é regulada <strong>para</strong> a sua alimentação. Na presente dissertação foi<br />

a<strong>do</strong>ptada a taxa 250 N/s.<br />

Aquan<strong>do</strong> da aplicação gradual da força pelo motor, o valor da tensão vai sen<strong>do</strong> registada no<br />

dinamómetro até à ocorrência da rotura (Fig. 5.54). O máximo valor regista<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong> à tensão<br />

<strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência. Os valores da tensão <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência associada apresenta<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong><br />

correspon<strong>de</strong>m aos valores médios <strong>do</strong>s 3 ensaios efectua<strong>do</strong>s <strong>em</strong> cada argamassa estudada.<br />

A rotura po<strong>de</strong> ocorrer <strong>de</strong> várias formas, diferin<strong>do</strong> consoante a superfície pela qual ocorre. A rotura<br />

<strong>de</strong>nomina-se <strong>do</strong> tipo a<strong>de</strong>siva, quan<strong>do</strong> ocorre na interface da argamassa com o suporte (Tipo A),<br />

po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> também ser <strong>do</strong> tipo coesiva quan<strong>do</strong> a rotura ocorre pela argamassa (Tipo B) ou pelo suporte<br />

(Tipo C). Nos casos <strong>em</strong> que a rotura ocorre na interface da pastilha com a argamassa, o valor<br />

regista<strong>do</strong> não é consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> váli<strong>do</strong>.<br />

Associa<strong>do</strong> ao registo da tensão <strong>de</strong> arrancamento, proce<strong>de</strong>u-se à avaliação visual <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> rotura<br />

ocorri<strong>do</strong> <strong>em</strong> cada uma das pastilhas (Fig. 5.55).


Fig. 5.53 - Pastilhas metálicas<br />

prontas <strong>para</strong> o arrancamento<br />

5.9.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA<br />

Fig. 5.54 - Equipamento <strong>de</strong><br />

arrancamento<br />

73<br />

Fig. 5.55 - Registo <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> rotura<br />

5.9.2.1 DETERMINAÇÃO DA POROSIDADE E MASSA VOLÚMICA (REAL E APARENTE)<br />

A meto<strong>do</strong>logia <strong>de</strong> ensaio a<strong>do</strong>ptada foi a estabelecida na RILEM I.1 (1980) [51].<br />

A necessida<strong>de</strong> e interesse da realização <strong>de</strong>ste ensaio pren<strong>de</strong>-se, sobretu<strong>do</strong>, com a avaliação da<br />

porosida<strong>de</strong> aberta e massa volúmica (real e aparente) enquanto características intrínsecas às<br />

argamassas, que possibilitam a justificação e compreensão <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por<br />

outros ensaios, b<strong>em</strong> como o eventual estabelecimento <strong>de</strong> relações entre estes. Para avaliação <strong>de</strong>stas<br />

proprieda<strong>de</strong>s foram utiliza<strong>do</strong>s 2 meios provetes prismáticos por argamassa, resultantes <strong>do</strong> ensaio da<br />

<strong>de</strong>terminação da resistência à flexão. Os equipamentos e utensílios necessários à realização <strong>de</strong>ste<br />

ensaio foram: estufa ventilada à t<strong>em</strong>peratura <strong>de</strong> 60 ± 5 º C e excica<strong>do</strong>r conten<strong>do</strong> sílica gel no seu<br />

interior; bomba <strong>de</strong> vácuo e excica<strong>do</strong>r, com tubagens <strong>de</strong> ligação entre as duas, possuin<strong>do</strong> numa<br />

<strong>de</strong>stas tubagens uma torneira <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> água; balança <strong>de</strong> pesag<strong>em</strong> hidrostática.<br />

A pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>ste ensaio pressupôs a secag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s provetes <strong>em</strong> estufa ventilada (60 ± 5ºC)<br />

durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 48 horas, que correspon<strong>de</strong>u ao t<strong>em</strong>po necessário <strong>para</strong> os provetes<br />

alcançar<strong>em</strong> massa constante. Fin<strong>do</strong> este perío<strong>do</strong>, os provetes são transferi<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o excica<strong>do</strong>r,<br />

<strong>de</strong>corren<strong>do</strong> aqui o seu arrefecimento s<strong>em</strong> que haja ganho <strong>de</strong> humida<strong>de</strong>, ao longo <strong>de</strong> 24 horas.<br />

Terminada esta fase, avalia-se a massa <strong>do</strong>s provetes (m1). O próximo passo consiste na colocação<br />

<strong>do</strong>s provetes no excica<strong>do</strong>r que se encontra liga<strong>do</strong> à bomba <strong>de</strong> vácuo, regulan<strong>do</strong>-a <strong>para</strong> um vácuo<br />

correspon<strong>de</strong>nte a 20 mm Hg, durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 horas. Preten<strong>de</strong>-se com este procedimento a<br />

extracção <strong>do</strong> ar conti<strong>do</strong> no interior da amostra, haven<strong>do</strong> que, por isso, garantir o correcto isolamento<br />

<strong>do</strong>s provetes no interior <strong>do</strong> excica<strong>do</strong>r aplican<strong>do</strong> <strong>para</strong> tal uma massa <strong>de</strong> contacto na interface<br />

excica<strong>do</strong>r - tampa.<br />

Registo <strong>do</strong> valor da força <strong>de</strong><br />

rotura no dinamómetro<br />

Avaliação <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> rotura<br />

Decorri<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po previsto, e manten<strong>do</strong> o vácuo, proce<strong>de</strong>-se agora à introdução lenta <strong>de</strong><br />

água no interior <strong>do</strong> excica<strong>do</strong>r (durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po nunca inferior a 15 minutos). A água


<strong>de</strong>verá estar a uma t<strong>em</strong>peratura aproximada <strong>de</strong> 15 - 20ºC e a quantida<strong>de</strong> a ser introduzida <strong>de</strong>verá<br />

garantir a total imersão <strong>do</strong>s provetes. O conjunto (bomba <strong>de</strong> vácuo e excica<strong>do</strong>r) <strong>de</strong>verá permanecer<br />

nestas condições durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 horas (Fig. 5.56). Fin<strong>do</strong> este perío<strong>do</strong>, <strong>de</strong>sliga-se a<br />

bomba, abre-se a torneira <strong>de</strong> água e os provetes permanec<strong>em</strong> imersos à pressão atmosférica normal<br />

por um novo perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 horas. Seguidamente, executa-se a pesag<strong>em</strong> hidrostática <strong>do</strong>s provetes<br />

(Fig. 5.57), retiran<strong>do</strong>-os um a um da imersão a que estão sujeitos no excica<strong>do</strong>r e colocan<strong>do</strong>-os no<br />

dispositivo <strong>de</strong> suporte que se encontra submerso e suspenso da balança (precisão 0,1g), registan<strong>do</strong>-<br />

se a massa hidrostática <strong>do</strong> provete (m2). Por último, retira-se o provete da imersão, as suas faces são<br />

limpas com um pano húmi<strong>do</strong> e a sua massa saturada ao ar (m3) é avaliada.<br />

Fig. 5.56 - Provetes sujeitos a vácuo<br />

Fig. 5.57 - Execução da pesag<strong>em</strong> hidrostática<br />

Através da execução <strong>do</strong>s procedimentos <strong>de</strong>scritos é possível proce<strong>de</strong>r ao cálculo <strong>do</strong>s valores da<br />

porosida<strong>de</strong> aberta (Pab) e das massas volúmicas real (M vol. real) e aparente (M vol.aparente);<br />

P = m 3 − m 1<br />

m 3−m 2 × 100 [%] (5.15)<br />

M . =<br />

<strong>em</strong> que : m - massa <strong>do</strong> provete seco [g];<br />

× 10<br />

[kg/m3] (5.16)<br />

M . = m 1<br />

m 3− m 2 × 10 [kg/m 3] (5.17)<br />

m - massa <strong>do</strong> provete satura<strong>do</strong> imerso (pesag<strong>em</strong> hidrostática) [g];<br />

m - massa <strong>do</strong> provete satura<strong>do</strong> (ao ar) [g].<br />

74


5.9.2.2 DETERMINAÇÃO DO TEOR EM ÁGUA ÀS 48 HORAS<br />

Este ensaio t<strong>em</strong> como objectivo avaliar a massa <strong>de</strong> água absorvida por <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> provete após<br />

imersão <strong>em</strong> água, durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 48 horas.<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> teor <strong>em</strong> água foi efectuada com base <strong>em</strong> um provete prismático <strong>de</strong> cada uma das<br />

argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>.<br />

Os procedimentos ti<strong>do</strong>s <strong>em</strong> conta na realização <strong>de</strong>ste ensaio segu<strong>em</strong> as disposições da<br />

especificação LNEC E 394 – 1993 [52]. Os utensílios e equipamentos necessários à pre<strong>para</strong>ção e<br />

execução <strong>do</strong> ensaio, compreen<strong>de</strong>m: estufa ventilada, a t<strong>em</strong>peratura constante <strong>de</strong> 60 ± 5 º C;<br />

excica<strong>do</strong>r; balança e caixa plástica <strong>de</strong>stinada à imersão <strong>do</strong>s provetes.<br />

Os provetes a ensaiar são previamente secos <strong>em</strong> estufa (60 ± 5 º C) até a sua massa atingir valor<br />

constante e, posteriormente arrefeci<strong>do</strong>s <strong>em</strong> excica<strong>do</strong>r. Em seguida proce<strong>de</strong>-se à avaliação da sua<br />

massa seca (mseco). Posteriormente, proce<strong>de</strong>-se à imersão <strong>em</strong> água <strong>do</strong>s provetes, ten<strong>do</strong>-se o cuida<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> introduzir os provetes lentamente a 45º, minimizan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>sta forma a formação <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong> ar<br />

na superfície <strong>do</strong> provete. Decorridas 48 horas após o início da imersão, os provetes são retira<strong>do</strong>s da<br />

condição <strong>de</strong> imersão, a água <strong>em</strong> excesso é r<strong>em</strong>ovida, com o auxílio <strong>de</strong> um pano húmi<strong>do</strong>, e proce<strong>de</strong>-<br />

se à pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> provete (msatura<strong>do</strong>).<br />

Fig. 5.58 - Introdução <strong>do</strong>s provetes<br />

Fig. 5.59 - Imersão <strong>do</strong>s provetes<br />

O teor <strong>em</strong> água às 48 horas (w48h), é obti<strong>do</strong> da seguinte forma:<br />

W = <br />

<br />

<strong>em</strong> que: m - massa <strong>do</strong> provete seco [g];<br />

75<br />

Fig. 5.60 - R<strong>em</strong>oção da água<br />

<strong>em</strong> excessso<br />

× 100 [%] (5.18)<br />

m - massa <strong>do</strong> provete satura<strong>do</strong>, após 48 horas <strong>de</strong> imersão [g].


5.9.2.3 DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO DE ÁGUA POR CAPILARIDADE<br />

A <strong>de</strong>terminação da absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> baseou-se nalguns procedimentos<br />

estabeleci<strong>do</strong>s na EN 1015-18, aplican<strong>do</strong>-se também a especificação LNEC E 393 – 1993, da<strong>do</strong> que a<br />

análise <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s por esta via, permite uma melhor caracterização da absorção <strong>de</strong> água por<br />

capilarida<strong>de</strong> nas argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> [53][54], e foi efectuada <strong>em</strong> 1 provete prismático por<br />

argamassa.<br />

Este ensaio consiste na avaliação da evolução da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água absorvida por capilarida<strong>de</strong><br />

(medição <strong>do</strong> acréscimo <strong>de</strong> massa) por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> área, <strong>em</strong> intervalos <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s, b<strong>em</strong> como<br />

o valor <strong>para</strong> o qual esta evolução ten<strong>de</strong> a longo prazo.<br />

Para a pre<strong>para</strong>ção e realização <strong>de</strong>ste ensaio foram necessários os seguintes utensílios e<br />

equipamentos: estufa ventilada, a t<strong>em</strong>peratura constante <strong>de</strong> 60 ± 5 º C (Fig. 5.61), excica<strong>do</strong>r (Fig.<br />

5.62), tabuleiro metálico com varetas <strong>de</strong> vidro <strong>para</strong> apoio <strong>do</strong>s provetes (Fig. 5.63), câmpanula,<br />

balança, pipeta <strong>para</strong> manutenção <strong>do</strong> nível <strong>de</strong> água a valores constantes e régua <strong>para</strong> medição da<br />

franja capilar e pano húmi<strong>do</strong> <strong>para</strong> limpar o excesso <strong>de</strong> água no provete.<br />

Fig. 5.61 - Estufa a 60 ± 5º C<br />

Fig. 5.62 - Excica<strong>do</strong>r<br />

76<br />

Fig. 5.63 - Tabuleiro metálico com<br />

varetas <strong>de</strong> vidro posicionadas<br />

A pre<strong>para</strong>ção <strong>do</strong> ensaio t<strong>em</strong> início com a secag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s provetes <strong>em</strong> estufa (50 ± 5 ºC) (Fig. 5.61) até<br />

a sua massa atingir valor constante, o que ocorreu ao fim <strong>de</strong> 48 horas. Fin<strong>do</strong> este perío<strong>do</strong>, os<br />

provetes são condiciona<strong>do</strong>s <strong>em</strong> excica<strong>do</strong>r durante 24 horas, possibilitan<strong>do</strong>-lhes o seu correcto<br />

arrefecimento. Seguidamente, proce<strong>de</strong>-se à marcação das faces laterais com o objectivo <strong>de</strong> manter<br />

constante a espessura (0,2 mm) <strong>do</strong>s provetes imersos <strong>em</strong> água. Proce<strong>de</strong>-se, ainda, ao registo da<br />

massa inicial <strong>do</strong>s provetes (m1), colocan<strong>do</strong>-os <strong>de</strong> seguida sobre as varetas <strong>de</strong> vidro que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar<br />

correctamente posicionadas no tabuleiro metálico. Por último, utilizan<strong>do</strong> a pipeta, proce<strong>de</strong>-se ao<br />

enchimento <strong>do</strong> tabuleiro até às marcações nos provetes. Imediatamente <strong>em</strong> seguida, acciona-se o<br />

cronómetro e coloca-se sobre o conjunto (tabuleiro + provetes) uma campânula, <strong>para</strong> evitar a<br />

evaporação. Decorri<strong>do</strong>s 5 minutos <strong>de</strong> ensaio, retira-se a campânula e r<strong>em</strong>ove-se o provete <strong>do</strong><br />

contacto com a água. Das medições a ser<strong>em</strong> efectuadas constam a avaliação da massa <strong>do</strong> provete<br />

(m2), r<strong>em</strong>oven<strong>do</strong> previamente com um pano húmi<strong>do</strong> a água <strong>em</strong> excesso, e também a medição da<br />

franja capilar, na zona central <strong>de</strong> cada uma das 4 faces laterais <strong>do</strong> provete. Concluídas estas<br />

medições, reposiciona-se o provete sobre as varetas <strong>de</strong> vidro, produzin<strong>do</strong> uma rotação <strong>do</strong> provete até<br />

à vertical (por forma a evitar a acumulação <strong>de</strong> bolhas <strong>de</strong> ar na interface), acciona-se novamente o<br />

cronómetro e recoloca-se a campânula sobre o conjunto.


Fig. 5.64 - Ensaio da capilarida<strong>de</strong><br />

Fig. 5.65 - R<strong>em</strong>oção da água <strong>em</strong><br />

excesso com pano húmi<strong>do</strong><br />

77<br />

Fig. 5.66 - Medição da franja<br />

capilar<br />

Estes procedimentos são repeti<strong>do</strong>s aos seguintes instantes: 10min, 15min, 30min, 60min, 90min,<br />

120min, 180min, 6h, 24h e daqui <strong>em</strong> diante a cada 24 horas, até que a variação <strong>de</strong> massa entre duas<br />

medições consecutivas não exceda 1 %.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água absorvida por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície no instante (Qi) é calculada através da<br />

seguinte expressão:<br />

Q = <br />

<br />

<strong>em</strong> que: m - massa <strong>do</strong> provete seco, antes <strong>do</strong> inicio <strong>do</strong> ensaio [Kg];<br />

m - massa <strong>do</strong> provete no instante i [Kg];<br />

[kg/m 2] (5.19)<br />

A - área da face <strong>de</strong> contacto com a água - face <strong>do</strong> provete <strong>de</strong> menores dimensões<br />

(0,0016 m 2 ).<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s neste ensaio são habitualmente expressos através da curva <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong><br />

água por capilarida<strong>de</strong> que representa a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água absorvida por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superfície.<br />

Além <strong>do</strong> recurso à análise das curvas <strong>de</strong> absorção, as características <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água por<br />

capilarida<strong>de</strong> são frequent<strong>em</strong>ente estudadas através <strong>do</strong>s valores <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água<br />

por capilarida<strong>de</strong> e <strong>do</strong> valor assintótico das curvas <strong>de</strong> absorção. O coeficiente <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água<br />

por capilarida<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong> à <strong>de</strong>terminação da taxa inicial <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água, quan<strong>do</strong> esta<br />

ocorre. Relativamente ao valor assintótico das curvas <strong>de</strong> absorção este foi quantifica<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> a<br />

diferença <strong>de</strong> massa registada entre duas medições consecutivas foi inferior a 1 % (recor<strong>de</strong>-se que foi<br />

esta a variação, tida <strong>em</strong> conta <strong>para</strong> a conclusão <strong>do</strong> ensaio). Em termos práticos, o valor assintótico<br />

traduz a quantida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> água que um provete <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> material t<strong>em</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>para</strong><br />

absorver [55].<br />

Relativamente à franja capilar, o seu valor é obti<strong>do</strong> <strong>em</strong> cada instante pela média aritmética <strong>de</strong> cada<br />

uma das medições efectuadas nas 4 faces laterais.<br />

Pormenor da Marcação


Da<strong>do</strong> o interesse <strong>em</strong> com<strong>para</strong>r os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s experimentalmente com os valores presentes<br />

nas fichas técnicas das argamassas seleccionadas, proce<strong>de</strong>-se ainda à <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> coeficiente<br />

<strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong> ( C ) <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a EN 1015-18, pela fórmula [53]:<br />

<strong>em</strong> que: M - massa <strong>do</strong> provete no instante 90 min [g];<br />

C = 0,1 ∗ (M − M ) [Kg/(m ∗ min , )] (5.20)<br />

M - massa <strong>do</strong> provete no instante 10 min [g].<br />

Importa referir que o interesse <strong>de</strong> com o mesmo provete proce<strong>de</strong>r à com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong><br />

outras campanhas experimentais <strong>de</strong>senvolvidas com argamassas tradicionais com base na<br />

especificação LNEC E 393 – 1993, e <strong>em</strong> simultâneo, a com<strong>para</strong>ção com os resulta<strong>do</strong>s forneci<strong>do</strong>s das<br />

fichas técnicas, obti<strong>do</strong>s pela EN 1015-18, conduziu a que não se a<strong>do</strong>ptass<strong>em</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s<br />

pressupostos <strong>de</strong> ensaio como por ex<strong>em</strong>plo a utilização <strong>de</strong> meios provetes sela<strong>do</strong>s nas quatro faces,<br />

previstos por esta norma. Estas diferenças <strong>de</strong>verão ser tidas <strong>em</strong> conta na análise <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s.<br />

5.9.2.4 DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO DE ÁGUA SOB BAIXA PRESSÃO - MÉTODO DO<br />

CACHIMBO<br />

Este ensaio foi realiza<strong>do</strong> com base nas especificações da RILEM I.1 (1980). O recurso a este ensaio<br />

permite o estu<strong>do</strong> da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção sob baixa pressão <strong>de</strong> materiais porosos ao longo <strong>do</strong><br />

t<strong>em</strong>po [50]. Possibilita, por ex<strong>em</strong>plo, a simulação da actuação da chuva e vento num <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

<strong>para</strong>mento vertical.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s permit<strong>em</strong> o estu<strong>do</strong> da absorção <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada argamassa enquanto<br />

camada <strong>de</strong> revestimento. Os utensílios necessários à realização <strong>do</strong> ensaio foram: cachimbo <strong>de</strong> vidro<br />

[A], massa <strong>de</strong> mástique [B], pipeta e cronómetro.<br />

A pre<strong>para</strong>ção prévia <strong>de</strong>ste ensaio inclui a marcação das zonas on<strong>de</strong> se irão posicionar os cachimbos.<br />

Para cada tipo <strong>de</strong> argamassa, enquanto camada <strong>de</strong> revestimento <strong>de</strong> tijolo, foram efectua<strong>do</strong>s três<br />

ensaios (3 cachimbos por tijolo).<br />

Seguidamente, proce<strong>de</strong>-se ao posicionamento <strong>do</strong>s cachimbos nas zonas <strong>de</strong>finidas pelas marcações,<br />

por recurso a mástique. O posicionamento fica concluí<strong>do</strong> após um eficaz aperto <strong>do</strong>s cachimbos<br />

contra o revestimento <strong>de</strong> forma a evitar perda <strong>de</strong> água pela interface (Fig. 5.67). Deve-se, contu<strong>do</strong>,<br />

evitar a utilização <strong>de</strong> mástique <strong>em</strong> excesso, da<strong>do</strong> que esta ocorrência irá provocar uma redução da<br />

área <strong>de</strong> absorção proporcionada pelo cachimbo, <strong>de</strong>turpan<strong>do</strong> por esta via os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.<br />

Fin<strong>do</strong> este posicionamento, proce<strong>de</strong>-se à introdução lenta <strong>de</strong> água no interior <strong>do</strong> cachimbo até à<br />

marcação correspon<strong>de</strong>nte a 0 cm 3 (equivalente a um volume <strong>de</strong> 4 cm 3 ). Inicia-se <strong>de</strong> imediato o ensaio<br />

accionan<strong>do</strong> o cronómetro e registan<strong>do</strong> os volumes <strong>de</strong> água absorvi<strong>do</strong>s ao fim <strong>de</strong> 15 seg, 30 seg,<br />

1 min, 1,5 min, 2 min, 3 min, 4 min, 5 min, 7 min, 10 min , 12 min, 15 min, 30 min e por fim aos 60<br />

78


min. O ensaio po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como concluí<strong>do</strong> com o registo <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> água absorvi<strong>do</strong> ao<br />

fim <strong>de</strong> 1 hora ou, <strong>em</strong> alternativa, quand quan<strong>do</strong> se regista a absorção <strong>de</strong> 4 cm 3 <strong>de</strong> água ( (Fig. 5.68).<br />

Fig. 5.67 - Posicionamento <strong>do</strong>s cachimbos<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s neste ensaio po<strong>de</strong>m ser expressos através <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> água absorvi<strong>do</strong> ao<br />

longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po.<br />

A<br />

B<br />

5.9.2.5 ENSAIO DA SECAGEM APÓS IMERSÃO EM ÁGUA<br />

A água é um <strong>do</strong>s principais agentes <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração <strong>do</strong>s re rebocos. bocos. Desta forma quan<strong>do</strong> ocorre a sua<br />

entrada, o reboco <strong>de</strong>verá também possibilitar a sua saída assim que as condições atmosf atmosféricas o<br />

permitam. Deste mo<strong>do</strong>, , os rebocos <strong>de</strong>verão apr apresentar esentar uma consi<strong>de</strong>rável permeabilida<strong>de</strong> ao vapor <strong>de</strong><br />

água, sen<strong>do</strong> esta capacida<strong>de</strong> tanto mais importante quanto mais absorvente for o revestimento [24].<br />

A caracterização da absorção <strong>de</strong> água das argamassas permite avaliar a facilid facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrada <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong>ntro da sua estrutura porosa e o estu<strong>do</strong> da cinética <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> permite avaliar a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> eliminação o da água contida no interior das argamassas.<br />

O estu<strong>do</strong> da cinética <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> efectua<strong>do</strong> permite avaliar a rapi<strong>de</strong>z da secag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um provete <strong>de</strong><br />

argamassa através da quantificação da redução <strong>do</strong> seu teor <strong>em</strong> água, após ós um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> imersão<br />

<strong>de</strong> 48 horas. Para a pre<strong>para</strong>ção e execução <strong>do</strong> ensaio foram necessários os seguintes utensílios e<br />

equipamentos: estufa stufa ventilada a 60 ± 5 º C e excica<strong>do</strong>r conten<strong>do</strong> sílica gel; resina epóxida Sikadur<br />

32 N, trincha <strong>para</strong> aplicação e diluente celuloso <strong>para</strong> posterior limpeza; tabuleiro abuleiro metálico com varetas<br />

<strong>de</strong> vidro e caixa plástica <strong>para</strong> imersão, bbalança<br />

com precisão 0,01g e película elícula a<strong>de</strong>rente e elástico.<br />

O estu<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> da secag<strong>em</strong> foi efectua<strong>do</strong> <strong>em</strong> 2 meios provetes prismáticos por argamassa resultantes <strong>do</strong><br />

ensaio da flexão. As superfícies <strong>de</strong> rotura <strong>de</strong>stes meios provetes foram rectificadas com o objectivo<br />

<strong>de</strong> se obter<strong>em</strong> r<strong>em</strong> superfícies mais regulares, lisas e <strong>de</strong> dimensões s<strong>em</strong>elhantes. melhantes. A pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>ste<br />

ensaio consiste, numa primeira fase fase, na aplicação <strong>de</strong> duas <strong>de</strong>mão <strong>de</strong> resina epóxídica nas faces<br />

laterais <strong>do</strong>s meios provetes (Fig. Fig. 5.69) <strong>de</strong> forma a impermeabilizá-las, las, <strong>para</strong> que a evaporação <strong>de</strong><br />

água, aquan<strong>do</strong> n<strong>do</strong> da realização <strong>do</strong> ensaio <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> secag<strong>em</strong>, ocorra apenas numa única direcção, não se<br />

aplican<strong>do</strong> plican<strong>do</strong> por isso resina epóxídica nas faces superior e inferior. Após a aplicação <strong>de</strong> cada uma das<br />

79<br />

Início <strong>do</strong> Ensaio<br />

Leitura no<br />

instante i<br />

Fim <strong>do</strong> ensaio<br />

Fig. 5.68 - Registo <strong>do</strong>s s volumes absorvi<strong>do</strong>s


<strong>de</strong>mãos, aguarda-se um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 24 horas <strong>para</strong> garantir a correcta secag<strong>em</strong> da resina aplicada.<br />

Decorri<strong>do</strong> este perío<strong>do</strong>, os meios provetes são secos <strong>em</strong> estufa ventilada (60 ± 5 ºC), até a sua<br />

massa atingir valor constante. Fin<strong>do</strong> este perío<strong>do</strong>, proce<strong>de</strong>-se ao arrefecimento <strong>do</strong>s meios provetes<br />

<strong>em</strong> excica<strong>do</strong>r durante 24 horas. A fase seguinte consiste na avaliação da massa <strong>do</strong>s meios provetes<br />

(mseco), seguin<strong>do</strong>-se a sua imersão <strong>em</strong> água, durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 48 horas (Fig. 5.70). Finalizada a<br />

fase <strong>de</strong> imersão, os provetes são limpos com um pano húmi<strong>do</strong>, r<strong>em</strong>oven<strong>do</strong>-se a água <strong>em</strong> excesso<br />

(Fig. 5.71), seguin<strong>do</strong>-se a colocação <strong>de</strong> uma dupla película a<strong>de</strong>rente plástica na face inferior <strong>do</strong> meio<br />

provete (ver pormenor <strong>do</strong> conjunto), cuja fixação é possível através utilização <strong>de</strong> um elástico que<br />

pren<strong>de</strong> lateralmente a película. Preten<strong>de</strong>-se com a impermeabilização das faces laterais e com este<br />

último procedimento que a evaporação ocorra apenas num único senti<strong>do</strong> (ascen<strong>de</strong>nte), pela face<br />

superior <strong>do</strong>s meios provetes.<br />

Por último, proce<strong>de</strong>-se à pesag<strong>em</strong> <strong>do</strong> conjunto (meio provete com dupla película a<strong>de</strong>rente e elástico -<br />

mi ), conforme apresenta<strong>do</strong> na Fig. 5.72, seguin<strong>do</strong>-se o seu acondicionamento <strong>para</strong> secag<strong>em</strong><br />

(Fig. 5.73). No primeiro dia <strong>de</strong> ensaio, como ocorr<strong>em</strong> maiores variações <strong>de</strong> massa, realizaram-se 4<br />

medições (<strong>em</strong> intervalos <strong>de</strong> 2 horas). As pesagens seguintes foram efectuadas a cada 24 horas,<br />

terminan<strong>do</strong> o ensaio assim que se verifique a estabilização da massa <strong>do</strong>s provetes.<br />

Fig. 5.69 - Impermeabilização das faces laterais com resina epóxida<br />

Fig. 5.71 - R<strong>em</strong>oção da água<br />

superficial<br />

Fig. 5.72 - Avaliação da massa<br />

80<br />

Fig. 5.70 - Imersão <strong>do</strong>s meios provetes<br />

Fig. 5.73 - Disposição <strong>do</strong>s provetes<br />

<strong>para</strong> secag<strong>em</strong><br />

Os resulta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m ser expressos graficamente através da evolução <strong>do</strong> teor <strong>em</strong> água <strong>do</strong>s provetes<br />

ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po. Para tal, proce<strong>de</strong>-se à <strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> teor <strong>em</strong> água <strong>de</strong> cada provete <strong>em</strong> cada<br />

instante (Wi):<br />

Pormenor<br />

<strong>do</strong> conjunto


W = <br />

<br />

<strong>em</strong> que: m - massa <strong>do</strong> provete seco no instante i [g];<br />

m - massa <strong>do</strong> provete seco (antes da imersão) [g];<br />

81<br />

× 100 [%] (5.21)<br />

Com estes valores proce<strong>de</strong>u-se à representação gráfica da evolução <strong>do</strong> teor <strong>em</strong> água (Wi) ao longo<br />

<strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, que correspon<strong>de</strong> às curvas <strong>de</strong> secag<strong>em</strong>, a partir <strong>do</strong>s quais é possível avaliar<br />

qualitativamente a cinética <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada argamassa, b<strong>em</strong> como proce<strong>de</strong>r à<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> (I.S.) com base na expressão [55]:<br />

<strong>em</strong> que: t – início <strong>do</strong> ensaio;<br />

t f<br />

I. S. = f(W t i<br />

0<br />

W 0 × t f<br />

) × dt<br />

t - t<strong>em</strong>po final <strong>de</strong> ensaio (no qual a curva <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> estabiliza) [h];<br />

W - teor <strong>em</strong> água inicial [%];<br />

f(W ) - teor <strong>em</strong> água no instante i [%].<br />

(5.22)


6. APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS<br />

No capítulo anterior foram apresenta<strong>do</strong>s e <strong>de</strong>scritos o plano <strong>de</strong> trabalhos e procedimentos <strong>de</strong> ensaio<br />

a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s. Importa agora a apresentação e análise <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s experimentais obti<strong>do</strong>s, utilizan<strong>do</strong><br />

<strong>para</strong> tal gráficos, tabelas e figuras.<br />

Na análise das características das argamassas estudadas procurar-se-á, s<strong>em</strong>pre que possível,<br />

proce<strong>de</strong>r à sua avaliação <strong>em</strong> termos com<strong>para</strong>tivos com outras formulações <strong>de</strong> argamassas<br />

tradicionais, justifican<strong>do</strong> por esta via as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas enquanto solução viável e<br />

alternativa às argamassas tradicionais na execução <strong>de</strong> rebocos, b<strong>em</strong> como à com<strong>para</strong>ção <strong>do</strong>s<br />

valores experimentais com os valores presentes nas fichas técnicas.<br />

6.1 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO SECO<br />

A composição e formulação singular <strong>de</strong> cada argamassa influencia <strong>de</strong>cisivamente o seu<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. No âmbito <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong> a caracterização das argamassas estudadas no esta<strong>do</strong><br />

seco incluiu a <strong>de</strong>terminação da análise granulométrica e da barida<strong>de</strong>, Tabelas 6.1 e 6.2<br />

respectivamente<br />

Malha<br />

[mm]<br />

Tabela 6.1 - Granulometria<br />

Material passa<strong>do</strong><br />

acumula<strong>do</strong> [%]<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

2,000 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

1,000 92,5 91,7 96,9 97,1<br />

0,500 76,3 81,6 71,8 70,7<br />

0,250 41,0 42,4 45,0 30,8<br />

0,125 30,8 32,1 30,7 19,6<br />

0,063 16,5 17,6 9,7 2,9<br />

Material acumula<strong>do</strong> passa<strong>do</strong> [%]<br />

100<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Fig. 6.1 - Curvas granulométricas das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas<br />

A granulometria das quatro argamassas estudadas são s<strong>em</strong>elhantes, como é possível observar na<br />

Fig. 6.1. As Monomassas, M 1 e M 2, revelaram granulometrias que po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas como<br />

iguais. A argamassa AR 2 foi a que revelou a presença <strong>de</strong> menor percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> material<br />

acumula<strong>do</strong> passa<strong>do</strong> na generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s peneiros, b<strong>em</strong> como <strong>de</strong> menor percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos<br />

finos (% acumulada passada 0,063 mm = 2,9%). A percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> material acumula<strong>do</strong> passa<strong>do</strong> no<br />

peneiro 0,063 mm inclui, além <strong>do</strong> ligante, os finos <strong>do</strong>(s) agrega<strong>do</strong>s presentes e, eventualmente, fillers.<br />

É possível ainda constatar que a granulometria <strong>de</strong> ambas as Monomassas revelaram a presença <strong>de</strong><br />

uma percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> finos claramente superior ( ≅ 17 – 18 %) à das argamassas AR 1 e AR 2, b<strong>em</strong><br />

como uma percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> partículas com dimensões superiores a 1 mm ligeiramente superior (M 1<br />

83<br />

0 0,063 0,125 0,25 0,5 1 2<br />

Abertura <strong>do</strong> peneiro [mm]<br />

M 1<br />

M 2<br />

AR 1<br />

AR 2


e M 2 ≅ 7 – 8 % e AR 1 e AR 2 ≅ 3 %). A granulometria <strong>do</strong>s produtos é relevante na medida <strong>em</strong> que<br />

t<strong>em</strong> influência <strong>em</strong> diversas características da argamassa, tais como a compacida<strong>de</strong>, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong> amassadura necessária, a trabalhabilida<strong>de</strong> e a tipologia <strong>de</strong> poros formada [60].<br />

A maior <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> <strong>de</strong> água recomendada pelos fabricantes <strong>de</strong> M 1 e M 2, face às argamassas AR 1 e<br />

AR 2, justifica-se pela presença <strong>de</strong> maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> finos. Estas partículas supõ<strong>em</strong>-se<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar<strong>em</strong> também uma importante função <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> compacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> M 1 e M 2, da<strong>do</strong><br />

que tais finos participam <strong>para</strong> a redução <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> vazios, sen<strong>do</strong> esta uma possível justificação<br />

<strong>para</strong> o melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> termos das proprieda<strong>de</strong>s físicas, conforme se <strong>de</strong>monstrará.<br />

A análise com<strong>para</strong>tiva da granulometria <strong>do</strong>s produtos com a <strong>de</strong> algumas areias (areia amarela e areia<br />

<strong>do</strong> rio) utilizadas <strong>em</strong> argamassas tradicionais permite verificar que estas apresentam maior<br />

percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> maiores dimensões. Por outro la<strong>do</strong>, o intervalo granulométrico é inferior<br />

<strong>para</strong> o caso <strong>do</strong>s agrega<strong>do</strong>s utiliza<strong>do</strong>s nas argamassas pré-<strong>do</strong>seadas.<br />

A Tabela 6.2 apresenta os valores <strong>de</strong> barida<strong>de</strong> avalia<strong>do</strong>s com base <strong>em</strong> amostras das argamassas<br />

estudadas, b<strong>em</strong> como <strong>de</strong> três areias utilizadas com frequência <strong>em</strong> Portugal na formulação <strong>de</strong><br />

argamassas <strong>para</strong> reboco.<br />

Tabela 6.2 - Valores da barida<strong>de</strong> média s<strong>em</strong> compactação <strong>para</strong> os diferentes tipos <strong>de</strong> Arg. pd. (NP 955)<br />

Barida<strong>de</strong> média<br />

(s<strong>em</strong><br />

compactação)<br />

[Kg/m 3 ]<br />

Desvio Padrão<br />

[Kg/m 3 ]<br />

Nº <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminações<br />

Argamassas pré-<strong>do</strong>seadas Areias utilizadas <strong>em</strong> rebocos [57]<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

84<br />

Areia<br />

amarela<br />

Areia<br />

<strong>do</strong> rio<br />

Areia fina<br />

barreira<br />

1410 1620 1580 1610 1530 1500 1510<br />

2 1 12 15 - - -<br />

2 -<br />

A barida<strong>de</strong> das amostras M 2, AR 1 e AR 2 são s<strong>em</strong>elhantes e claramente superiores à da amostra<br />

M 1. Com<strong>para</strong>n<strong>do</strong> os valores da barida<strong>de</strong> com o das areias, apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 6.2, é possível<br />

verificar que todas as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, com excepção <strong>de</strong> M 1, apresentam valores <strong>de</strong><br />

barida<strong>de</strong> superiores. Este facto po<strong>de</strong> justificar-se pela presença <strong>de</strong> constituintes com maior massa<br />

volúmica real <strong>do</strong> que as areias (ex: cimento) e/ou pela <strong>obtenção</strong> <strong>de</strong> maior compacida<strong>de</strong> nas<br />

argamassas pré-<strong>do</strong>seadas. O menor valor <strong>de</strong> barida<strong>de</strong> (1410 Kg/m 3 ), regista<strong>do</strong> <strong>em</strong> M 1, aponta <strong>para</strong><br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste produto incluir agrega<strong>do</strong>s <strong>de</strong> menor massa volúmica face aos utiliza<strong>do</strong>s nas<br />

restantes argamassas e/ou à <strong>obtenção</strong> <strong>de</strong> uma menor compacida<strong>de</strong> com a granulometria que<br />

apresenta. Note-se porém que a última hipótese equacionada é pouco provável, da<strong>do</strong> que a<br />

granulometria <strong>de</strong> M 1 é praticamente igual a M 2, sen<strong>do</strong> que M 2 apresenta uma barida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1620<br />

Kg/m 3 .


6.2 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO FRESCO<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água <strong>de</strong> amassadura <strong>em</strong>pregue nas argamassas <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>finida <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a<br />

permitir, simultaneamente, a satisfação das diversas exigências, nomeadamente baixa retracção, boa<br />

a<strong>de</strong>rência ao suporte, boa resistência e baixa capilarida<strong>de</strong>, o que se torna difícil <strong>de</strong> compatibilizar. No<br />

caso das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água a utilizar é <strong>de</strong>terminada<br />

experimentalmente pelo fabricante com vista a atingir as características harmonizadas da EN 998-1 e<br />

assume geralmente valores inferiores aos a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s na formulação <strong>de</strong> argamassas tradicionais.<br />

A Tabela 6.3. apresenta os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com a caracterização no esta<strong>do</strong> fresco <strong>do</strong>s produtos.<br />

Tabela 6.3 - Caracterização no esta<strong>do</strong> fresco<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

Relação ag/pp a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> 0,22 0,20 0,16 0,17<br />

Fichas técnicas<br />

Valores Obti<strong>do</strong>s<br />

Relação ag/pp 0,20-0,23 0,18 - 0,20 0,16 0,17<br />

Mvolúmica [Kg/m 3 ]<br />

1500<br />

85<br />

1700-1800 (com<br />

18,3% <strong>de</strong> água <strong>de</strong><br />

amassadura)<br />

1550 -1950 1400-1700<br />

1640 1640 1850 1840<br />

WRV [%] 98 100 97 81<br />

Consistência por<br />

Espalhamento [%]<br />

94 104 80 108<br />

Toman<strong>do</strong> como referência as massas volúmicas obtidas por Veiga [24] e Cruz [58] nas suas<br />

campanhas experimentais (≅ 2000 Kg/m 3 ) e proce<strong>de</strong>n<strong>do</strong> à com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong>stes valores com os<br />

resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, Tabela 6.3, as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas apresentam menor massa volúmica<br />

aparente no esta<strong>do</strong> fresco, sen<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> introdutores <strong>de</strong> ar nestas argamassas geralmente<br />

apontada como uma possível justificação [24].<br />

Relativamente à massa volúmica, existe uma proximida<strong>de</strong> nos valores obti<strong>do</strong>s entre as Monomassas<br />

(M 1 e M 2) e as Argamassas <strong>de</strong> Reboco (AR 1 e AR 2).<br />

Toman<strong>do</strong>-se como ex<strong>em</strong>plo a campanha experimental efectuada por veiga [24], <strong>em</strong> que foram<br />

estudadas diversas argamassas tradicionais e algumas pré-<strong>do</strong>seadas, o valor da massa volúmica<br />

obtida <strong>para</strong> uma argamassa tradicional, tomada como padrão (1:4 (cimento: areia) e relação<br />

água/cimento 1,15) foi <strong>de</strong> 2010 Kg/m 3 . Com<strong>para</strong>n<strong>do</strong> este valor <strong>de</strong> referência com os obti<strong>do</strong>s nas<br />

argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s apontam <strong>para</strong> que as conclusões obtidas por Veiga [24], se<br />

mantenham válidas, ou seja, as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas são mais leves <strong>do</strong> que as argamassas<br />

tradicionais comuns, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> justificar-se tais valores pela existência <strong>de</strong> introdutores <strong>de</strong> ar que<br />

normalmente entram na constituição <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> produtos.


No estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> argamassas tradicionais <strong>para</strong> rebocos é frequente a análise <strong>de</strong> formulações <strong>de</strong><br />

argamassa <strong>em</strong> que a consistência por espalhamento seja da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 65 %, da<strong>do</strong> que esta<br />

consistência geralmente está associada a uma trabalhabilida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada. Já nas argamassas pré-<br />

<strong>do</strong>seadas, constata-se pelos resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, que os valores <strong>de</strong> espalhamento obti<strong>do</strong>s são<br />

francamente superiores e encontram-se compreendi<strong>do</strong>s entre 80 e 104 %, Tabela 6.3. Os valores<br />

eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> espalhamento eram <strong>em</strong> parte expectáveis, <strong>em</strong> particular <strong>para</strong> o caso das Monomassas<br />

(M1 e M2), da<strong>do</strong> que a projecção é o processo <strong>de</strong> aplicação recomendada. No cômputo geral, as<br />

argamassas pré-<strong>do</strong>seadas apresentam gran<strong>de</strong> aptência <strong>para</strong> projecção mecânica.<br />

A perda <strong>de</strong> água <strong>de</strong> amassadura po<strong>de</strong> ocorrer fundamentalmente por evaporação e/ou pela absorção<br />

<strong>do</strong> suporte, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> prejudicar o processo <strong>de</strong> endurecimento <strong>do</strong>s ligantes e <strong>de</strong>ste mo<strong>do</strong> ser<br />

responsável por redução das suas proprieda<strong>de</strong>s mecânicas e físicas, como sejam a resistência<br />

mecânica e a<strong>de</strong>rência [24]. Para evitar tais situações e garantir boas condições <strong>de</strong> aplicação, as<br />

argamassas <strong>de</strong>verão possuir uma boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água, característica que a<br />

generalida<strong>de</strong> das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas manifestou, com especial relevância <strong>para</strong> M 1, M 2 e<br />

AR 1. Das argamassas estudadas, a ficha técnica <strong>de</strong> M 2 é a única que refere explicitamente a<br />

presença <strong>de</strong> adjuvantes retentores <strong>de</strong> água na sua formulação, o que muito provavelmente justifica<br />

que esta foi a argamassa que revelou maior capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água.<br />

6.3 CARACTERIZAÇÃO DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS NO ESTADO ENDURECIDO<br />

A caracterização das proprieda<strong>de</strong>s mecânicas das argamassas compreen<strong>de</strong> sobretu<strong>do</strong> a avaliação<br />

da resistência à flexão e compressão, compl<strong>em</strong>entan<strong>do</strong>-se e correlacionan<strong>do</strong>-se com o ensaio <strong>de</strong><br />

arrancamento por tracção directa, e com ensaios não <strong>de</strong>strutivos (ou pouco <strong>de</strong>strutivos) como são o<br />

ensaio <strong>do</strong>s ultra-sons e esclerómetro pendular.<br />

A Tabela 6.4 apresenta os resulta<strong>do</strong>s da caracterização mecânica efectuada e as Fig.s 6.2 e 6.3<br />

apresentam a representação gráfica <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>ssas características.<br />

Tabela 6.4 - Resumo das características mecânicas das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong><br />

Flexão [MPa] Compressão [MPa] Ductilida<strong>de</strong> Ultra-sons Escl. A<strong>de</strong>r.<br />

Arg.<br />

Média DP<br />

pd. Fichas<br />

Média DP<br />

técnicas Fichas<br />

técnicas<br />

R R Pris. Tij.<br />

Vel. média<br />

[m/s]<br />

Ressalto<br />

médio<br />

σmédia<br />

[MPa]<br />

M 1 1,5 0,14 > 1,5 3,5 0,31 [-] 0,44 2070 2140 49 0,333<br />

M 2 1,4 0,14 2,7 ± 0,3 3,2 0,14 8,0 ±1,0 0,44 1980 2370 41 0,572<br />

AR 1 2,1 0,13 [-] 6,1 0,31 ≥ 6,0 0,34 2380 3040 69 0,992<br />

AR 2 1,2 0,15 [-] 3,2 0,10 3,5 a 7,5 0,38 2150 2440 57 0,772<br />

86


Tensão [MPa]<br />

7,0<br />

6,0<br />

5,0<br />

4,0<br />

3,0<br />

2,0<br />

1,0<br />

0,0<br />

3,5 3,2<br />

1,5 1,4<br />

Fig. 6.2 - Tensões <strong>de</strong> rotura à flexão e à<br />

compressão; Tensão <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência<br />

Com<strong>para</strong>n<strong>do</strong> os valores obti<strong>do</strong>s com os presentes nas fichas técnicas <strong>do</strong>s produtos estuda<strong>do</strong>s,<br />

Tabela 6.4, , é possível verificar que, nas situações possíveis <strong>de</strong> analisar, os valores obti<strong>do</strong>s são da<br />

mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, com excepç excepção ão <strong>de</strong> M 2 que manifestou menor resistência mecânica.<br />

Analisan<strong>do</strong> os resulta<strong>do</strong>s das tensões <strong>de</strong> rotura à flexão e compressão ( (Tabela Tabela 6.4), verifica-se que<br />

AR 1 é a que revelou resistência mecânica mais elevada. Quanto à ductilida<strong>de</strong>, calculada pelo<br />

quociente entre a resistência à tracção por flex flexão e a resistência à compressão constata constata-se que todas<br />

as argamassas revelaram alguma ductilida<strong>de</strong>, isto é apresentam alguma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>formação<br />

perante uma <strong>de</strong>terminada solicitação mecânica.<br />

A caracterização da resistência mecânica efectuada por recurso à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra-<br />

sons e <strong>do</strong> esclerómetro pendular facultou informação <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a resistência mecânica avaliada<br />

por via das <strong>de</strong>terminações da resistência à flexão e à com compressão, pressão, com excepção <strong>de</strong> M 2.<br />

A Fig. 6.5 apresenta os valores médios da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra ultra-sons obti<strong>do</strong>s na<br />

caracterização das argamassas aplicadas como camada <strong>de</strong> revestimento <strong>de</strong> tijolos e a Tabela 6.5<br />

apresenta as regressões lineares a<strong>do</strong>ptadas. Relativamente à execução <strong>de</strong>ste ensaio, constatou constatou-se<br />

gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> na estabilização da das leituras <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> propagação correspon<strong>de</strong>ntes à<br />

posição entre transdutores compreendi<strong>do</strong>s entre 6 e 9 cm. No caso particular <strong>do</strong>s tijolos revesti<strong>do</strong>s<br />

com argamassa AR 1, verificou verificou-se um aumento <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> propagação até à distância com a<br />

marcação 9 cm, seguida <strong>de</strong> <strong>de</strong>créscimo acen acentua<strong>do</strong> e novo aumento gradual a partir da marcação<br />

correspon<strong>de</strong>nte a 11 cm. Peran Perante esta situação, a a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> uma regressão linear que incluísse<br />

esses pontos não faria senti<strong>do</strong>, pelo que optou optou-se por <strong>de</strong>sprezar as medições efectuadas até à<br />

distância 9 cm consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> apenas as medições das posições seguintes, conforme se po po<strong>de</strong><br />

visualizar na Fig. 6.5 11 .<br />

2,1<br />

6,1<br />

M 1 M 2 AR 1<br />

1,2<br />

Flexão<br />

Compressão<br />

A<strong>de</strong>rência<br />

3,2<br />

AR 2<br />

11<br />

Os valores das leituras efectuadas po<strong>de</strong>m ser con consultadas no ANEXO C<br />

87<br />

Vel. média [m/s]<br />

3500<br />

3000<br />

2500<br />

2000<br />

1500<br />

1000<br />

500<br />

0<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

Fig. 6.3 - Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ultra ultra-sons<br />

U.s - prismas<br />

U.s - tijolos


As Fig.s 6.4 e 6.5 apresentam o valor da velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra-sons regista<strong>do</strong> nos<br />

provetes prismáticos e nas argamassas aplicadas como camada <strong>de</strong> revestimento.<br />

Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação<br />

[m/s]<br />

2500<br />

2000<br />

1500<br />

1000<br />

500<br />

0<br />

2070<br />

Fig. 6.4 - Resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ensaio directo<br />

88<br />

Fig. 6.5 - Ensaio indirecto<br />

A análise da Tabela 6.5 i<strong>de</strong>ntifica a argamassa AR 1 como sen<strong>do</strong> a que apresenta maiores valores<br />

<strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra-sons e <strong>de</strong> ressalto, distinguin<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s restantes, <strong>em</strong> particular<br />

das Monomassas.<br />

1980<br />

Tabela 6.5 - Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> ultra-sons (ensaio indirecto) e ressalto<br />

Ultra -sons<br />

Ensaio Directo Ensaio Indirecto<br />

Velocida<strong>de</strong><br />

média [m/s]<br />

2380<br />

2150<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

Ressalto<br />

Regressão Linear Valor<br />

médio DP<br />

Equação R 2<br />

Amostra<br />

DP Velocida<strong>de</strong><br />

média [m/s]<br />

M 1 2070 28 2140 Y = 2139X - 0,089 0,992 49 5<br />

M2 1980 38 2370 Y = 2368X - 0,098 0,985 41 5<br />

AR 1 2380 60 3010 Y = 3012X - 0,129 0,987 69 7<br />

AR 2 2150 66 2440 Y = 2444X - 0,048 0,982 57 8<br />

A Tabela 6.6 apresenta os valores das tensões <strong>de</strong> arrancamento obtidas (representa<strong>do</strong>s graficamente<br />

na Fig. 6.6) e o tipo <strong>de</strong> rotura regista<strong>do</strong>, b<strong>em</strong> como a informação disponível nas fichas técnicas. Na<br />

Fig. 6.7 é possível observar as correspon<strong>de</strong>ntes roturas obtidas.<br />

Distância [m]<br />

0,18<br />

0,16<br />

0,14<br />

0,12<br />

0,1<br />

0,08<br />

0,06<br />

0,04<br />

0,02<br />

0<br />

0,0E+00 4,0E-05 8,0E-05 1,2E-04<br />

T<strong>em</strong>po <strong>de</strong> propagação [s]<br />

M1<br />

M 2<br />

AR 1<br />

AR 2


Tabela 6.6 - Tensão <strong>de</strong> arrancamento e tipo <strong>de</strong> rotura<br />

Arg. pd. Zona<br />

Valor<br />

Tensão [ MPa]<br />

Máx. Mín. Média<br />

Tipo <strong>de</strong> Rotura<br />

Valores constantes nas<br />

fichas técnicas [MPa]<br />

P1 0,35<br />

M 1 P2 0,35 0,35 0,30 0,3 A<strong>de</strong>siva > 0,25<br />

P3 0,30<br />

M 2<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

0,40<br />

0,70<br />

0,60<br />

0,70 0,40 0,6<br />

Coesiva pela<br />

argamassa<br />

≥ 0,5 (ou rotura coesiva<br />

pelo suporte)<br />

AR 1<br />

P1<br />

P2<br />

P3<br />

0,60<br />

1,00<br />

1,35<br />

1,35 0,60 1,0<br />

Coesiva pela<br />

argamassa<br />

≥ 0,15 sobre Betão<br />

(rotura coesiva pela<br />

argamassa)<br />

P1 0,70<br />

50% Coesiva pela<br />

AR 2 P2 0,95 0,95 0,60 0,8 argamassa 50 % 0,3 (rotura a<strong>de</strong>siva)<br />

P3 0,60<br />

A<strong>de</strong>siva<br />

σ arrancamento [MPa]<br />

1,4<br />

1,2<br />

1<br />

0,8<br />

0,6<br />

0,4<br />

0,2<br />

0<br />

0,572<br />

0,333<br />

Fig. 6.6 - Tensão <strong>de</strong> arrancamento média, máxima, mínima<br />

Fig. 6.7 - Tipo <strong>de</strong> rotura <strong>em</strong> M 1, M 2, AR 1 e AR 2, respectivamente.<br />

De um mo<strong>do</strong> geral, os valores mínimos das tensões <strong>de</strong> arrancamento regista<strong>do</strong>s <strong>em</strong> todas as<br />

argamassas são superiores ao valor mínimo presente nas fichas técnicas, cumprin<strong>do</strong>-se também o<br />

tipo <strong>de</strong> rotura previsto. Estes resulta<strong>do</strong>s eram <strong>em</strong> parte espera<strong>do</strong>s, <strong>em</strong> especial <strong>para</strong> o caso <strong>de</strong> AR 1<br />

e AR 2 (tipo GP), ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a norma EN 998-1 o valor da tensão <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>rência <strong>de</strong>verá ser superior ao valor (mínimo) <strong>de</strong>clara<strong>do</strong> pelo fabricante (Tabela 3.1).<br />

89<br />

0,992<br />

0,772<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2


Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta que Veiga [24] obteve valores <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> arrancamento compreendi<strong>do</strong>s entre 0,3<br />

e 0,8 MPa num conjunto <strong>de</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas ensaiadas <strong>em</strong> condições s<strong>em</strong>elhantes às<br />

a<strong>do</strong>ptadas no presente estu<strong>do</strong>, por com<strong>para</strong>ção com os obti<strong>do</strong>s nas argamassas estudadas (0,3 a 1,0<br />

MPa), po<strong>de</strong>mos afirmar que os valores obti<strong>do</strong>s são s<strong>em</strong>elhantes, verifican<strong>do</strong>-se assim a coerência<br />

<strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.<br />

No senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> melhor enquadrar os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, refira-se Men<strong>do</strong>nça [59] que avaliou as<br />

tensões <strong>de</strong> arrancamento <strong>de</strong> duas argamassas hidráulicas, uma <strong>de</strong> cimento e a outra <strong>de</strong> cal<br />

hidráulica, <strong>em</strong> condições s<strong>em</strong>elhantes às a<strong>do</strong>ptadas, e obteve valores da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,02 a 0,14 MPa<br />

<strong>para</strong> a argamassa <strong>de</strong> cal hidráulica e compreendi<strong>do</strong>s entre 0,2 a 0,6 MPa <strong>para</strong> a argamassa <strong>de</strong><br />

cimento, o que aponta <strong>para</strong> que todas as argamassas estudadas possuam uma percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

cimento importante.<br />

Note-se porém que, os eleva<strong>do</strong>s valores das tensões <strong>de</strong> arrancamento obti<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>m também ficar a<br />

<strong>de</strong>ver-se à presença <strong>de</strong> constituintes incluí<strong>do</strong>s nos produtos com o objectivo <strong>de</strong> promover<strong>em</strong> a<br />

a<strong>de</strong>rência das argamassas ao suporte. A argamassa AR 2 é um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong>sta situação, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> aos<br />

valores da tensão <strong>de</strong> arrancamento registadas e ao facto <strong>de</strong> a sua ficha técnica fazer referência à<br />

presença <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> constituinte. Esta situação que se julga frequente nas argamassas pré-<br />

<strong>do</strong>seadas não o é nas argamassas tradicionais.<br />

Por fim, refere-se que as pastilhas metálicas P1 e P3 (posições <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> <strong>do</strong> revestimento),<br />

exceptuan<strong>do</strong> as que foram aplicadas <strong>em</strong> AR 1, revelaram s<strong>em</strong>pre tensões <strong>de</strong> arrancamento inferiores<br />

à pastilha metálica situada na zona central - P2, concluin<strong>do</strong>-se por isso que consoante a zona <strong>de</strong><br />

colocação po<strong>de</strong>m-se produzir significativas variações. Tais diferenças po<strong>de</strong>m justificar-se por<br />

ex<strong>em</strong>plo a diferentes condições <strong>de</strong> compactação ou à diferença <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> cura entre a zona<br />

central e a periferia.<br />

6.4 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA<br />

De um mo<strong>do</strong> geral, uma argamassa <strong>de</strong> reboco <strong>de</strong>verá apresentar baixa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong><br />

água, elevada permeabilida<strong>de</strong> ao vapor <strong>de</strong> água e facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> secag<strong>em</strong>, características<br />

habitualmente difíceis <strong>de</strong> obter <strong>em</strong> simultâneo numa dada argamassa. O estu<strong>do</strong> efectua<strong>do</strong> procura<br />

avaliar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água sob variadas formas (<strong>em</strong> contacto com uma das faces, <strong>em</strong><br />

condição <strong>de</strong> imersão e sob baixa pressão) b<strong>em</strong> como a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> das argamassas.<br />

A Tabela 6.7 apresenta os valores da massa volúmica real, massa volúmica aparente e porosida<strong>de</strong><br />

das argamassas e a Fig. 6.8 a representação gráfica <strong>de</strong>stes valores.<br />

Estes valores permit<strong>em</strong>, geralmente, obter alguma informação relativa à estrutura interna das<br />

argamassas, possibilitan<strong>do</strong>-se por esta via o estabelecimento <strong>de</strong> relações não só com os<br />

constituintes e formulações <strong>em</strong>pregues, que no caso das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas se <strong>de</strong>sconhece,<br />

b<strong>em</strong> como com os restantes ensaios <strong>de</strong> caracterização física.<br />

90


Massa Volúmica [Kg/m 3 ]<br />

Tabela 6.7 - Resumo <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> massa volúmica (real e aparente) e porosida<strong>de</strong> aberta<br />

2400<br />

2100<br />

1800<br />

1500<br />

1200<br />

900<br />

600<br />

300<br />

0<br />

1731<br />

Arg. pd.<br />

Mv real [Kg/m 3 ] Mv aparente [Kg/m 3 ] Pab [%]<br />

Média DP Média DP Média DP<br />

M 1 1731 4 1420 4 17,9 0,4<br />

M 2 1803 11 1427 8 20,8 0,1<br />

AR 1 2048 18 1627 1 20,6 0,7<br />

AR 2 2126 9 1661 7 21,8 0,0<br />

Fig. 6.8 - Massa volúmica real e aparente; Porosida<strong>de</strong> aberta;<br />

À s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong> regista<strong>do</strong> anteriormente, as Monomassas distingu<strong>em</strong>-se das restantes argamassas.<br />

As Monomassas revelaram menores valores <strong>de</strong> massa volúmica e tendência <strong>para</strong> menores valores<br />

<strong>de</strong> porosida<strong>de</strong>.<br />

Por análise da porosida<strong>de</strong> aberta é possível afirmar-se que AR 2 é a argamassa mais porosa,<br />

suce<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-lhe AR 1 e M 2, com porosida<strong>de</strong>s s<strong>em</strong>elhantes, e por fim M 1 que se afigura como a<br />

argamassa pré-<strong>do</strong>seada menos porosa.<br />

Exist<strong>em</strong> várias possibilida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> melhorar e “corrigir” a estrutura interna <strong>de</strong> uma argamassa. Uma<br />

<strong>de</strong>ssas formas é pela incorporação <strong>de</strong> adjuvantes nomeadamente retentores <strong>de</strong> água. É o que<br />

suce<strong>de</strong> com M 2.<br />

1803<br />

1420 1427<br />

2048<br />

A estrutura porosa da argamassa <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da dimensão <strong>do</strong>s poros e da conectivida<strong>de</strong> entre eles<br />

[24][40]. Nesse senti<strong>do</strong>, importa avaliar a massa <strong>de</strong> água absorvida pelas formas mais usuais, das<br />

quais se <strong>de</strong>staca a capilarida<strong>de</strong>.<br />

Para o ensaio da absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong>, cujos provetes contactam com água apenas por<br />

uma das faces e <strong>em</strong> que a absorção ocorre apenas por esta num único senti<strong>do</strong>, os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s<br />

são apresenta<strong>do</strong>s na Tabela 6.8.<br />

2126<br />

1627 1661<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

Real<br />

Aparente<br />

91<br />

[ % ]<br />

24,0<br />

21,0<br />

18,0<br />

15,0<br />

12,0<br />

9,0<br />

6,0<br />

3,0<br />

0,0<br />

17,9<br />

20,8 20,6<br />

21,8<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

Pab


Tabela 6.8 - Resulta<strong>do</strong>s da absorção capilar segun<strong>do</strong> as normalizações abordadas.<br />

Normalização<br />

EN 1015-18 LNEC E 393 - 1993<br />

Arg. pd.<br />

Fichas técnicas<br />

[Kg/(m<br />

C.C.10-90 C.C.(ti-tf) V.A.<br />

2 .min 1/2 )] [Kg/(m 2 .s 1/2 )] [Kg/m 2 ]<br />

M 1 < 0,05 0,10 0,16 (0-5 min) 12,5<br />

M 2 0,10 ± 0,05 -categoria W2 (≤ 0,2) 0,20 0,18 (0-5min) 16,3<br />

AR 1 ≤ 0,4 0,45 0,07 (0-6 h) 25,5<br />

AR 2 categoria W1 (≤ 0,4) 0,80 0,11(0-6 h) 31,2<br />

Na Fig. 6.9 está representada a curva <strong>de</strong> absorção capilar média das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>. A<br />

Fig. 6.10 apresenta as curvas <strong>de</strong> absorção capilar média <strong>de</strong> argamassas tradicionais <strong>de</strong> cal hidráulica<br />

e cimento.<br />

Absorção Capilar [Kg/m 2 ]<br />

35,0<br />

30,0<br />

25,0<br />

20,0<br />

15,0<br />

10,0<br />

5,0<br />

0,0<br />

Fig. 6.9 - Representação gráfica da evolução da absorção<br />

capilar média<br />

92<br />

Fig. 6.10 - Absorção capilar média [59]<br />

Toman<strong>do</strong> como ponto <strong>de</strong> partida a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> coeficiente <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong>, como sen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>clive <strong>do</strong><br />

troco inicial da curva <strong>de</strong> absorção capilar <strong>em</strong> que se regista a absorção a taxa constante, a análise<br />

das Fig.s 6.9 e 6.10 permite verificar que estes coeficientes são bastante diferentes <strong>para</strong> as<br />

Monomassas (M 1 e M 2) e <strong>para</strong> as Argamassas <strong>de</strong> Reboco (AR 1 e AR 2).<br />

No caso das Monomassas, esta taxa inicial regista-se durante 5 minutos, enquanto que <strong>para</strong> as<br />

Argamassas <strong>de</strong> Reboco ocorre durante 6 horas. Seria espera<strong>do</strong> AR 1 e AR 2 apresentar<strong>em</strong><br />

coeficientes <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong> superiores a M 1 e M 2. Analisan<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>de</strong>talhe o traça<strong>do</strong> inicial da curva<br />

<strong>de</strong> absorção capilar das Monomassas pronuncia-se claramente a existência <strong>de</strong> <strong>do</strong>is troços nos quais<br />

a absorção se processa a taxa constante mas com valores diferentes (<strong>de</strong>clive troço 1 maior <strong>em</strong><br />

relação ao troço 2). Sen<strong>do</strong> o coeficiente <strong>de</strong> absorção capilar caracteriza<strong>do</strong> pelo primeiro instante<br />

(Troço1) obtêm-se por isso valores superiores, conforme se <strong>de</strong>preen<strong>de</strong> e é possível observar na<br />

Fig. 6.11.<br />

0 200 400 600 800 1000 1200 1400<br />

T<strong>em</strong>po [√s]<br />

M 1<br />

M 2<br />

AR 1<br />

AR 2


Absorção Capilar [Kg/m 2 ]<br />

12,0<br />

10,0<br />

8,0<br />

6,0<br />

4,0<br />

2,0<br />

0,0<br />

Troço 1<br />

Troço 2<br />

0 200 400 600 800 1000<br />

T<strong>em</strong>po [√s]<br />

Fig. 6.11 - Pormenor das curvas <strong>de</strong> absorção M 1 e M 2<br />

Com base nestes resulta<strong>do</strong>s, julga-se que o cálculo <strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong> com base na<br />

tangente à curva nos instantes iniciais não traduz <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada as características <strong>de</strong> absorção<br />

das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>. O cálculo <strong>do</strong>s coeficientes <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o disposto na EN 1015-18<br />

traduz <strong>de</strong> forma mais a<strong>de</strong>quada as características <strong>de</strong> absorção <strong>do</strong>s produtos <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>. Contu<strong>do</strong>, os<br />

valores obti<strong>do</strong>s são superiores experimentalmente (<strong>em</strong> especial AR 2) aos forneci<strong>do</strong>s nas fichas<br />

técnicas, possivelmente pelo facto <strong>de</strong> os procedimentos experimentais a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong>s e os estabeleci<strong>do</strong>s<br />

na EN 1015-18 ser<strong>em</strong> diferentes.<br />

Valores <strong>de</strong> coeficientes <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong> compreendi<strong>do</strong>s entre 0,13 e 0,20 Kg/m 2 .s 1/2 , conforme<br />

sugeri<strong>do</strong> por Veiga e Carvalho [60], são sugestivos <strong>de</strong> um bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho. No presente estu<strong>do</strong>, os<br />

valores obti<strong>do</strong>s <strong>para</strong> M 1 e M 2 situam-se na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>do</strong>s valores apresenta<strong>do</strong>s como<br />

referência <strong>de</strong> um possível bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong>sta proprieda<strong>de</strong>, não se verifican<strong>do</strong> contu<strong>do</strong> situação<br />

idêntica <strong>para</strong> AR 1 e AR 2 <strong>em</strong> que os valores obti<strong>do</strong>s foram superiores. Contu<strong>do</strong>, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os<br />

requisitos (Tabela 3.1) estes valores não são exigíveis, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> apenas situar-se entre W0 (não<br />

especifica<strong>do</strong>) e W2 (c ≤ 0,20 <br />

× min, ).<br />

Outro estu<strong>do</strong>, <strong>em</strong>bora com necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> ensaios adicionais <strong>para</strong> confirmação<br />

fundamentada, indiciou que os rebocos efectua<strong>do</strong>s com argamassas pré-<strong>do</strong>seadas apresentam<br />

menores coeficientes <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong> face aos executa<strong>do</strong>s com rebocos tradicionais [28].<br />

Confrontan<strong>do</strong> as curvas da absorção capilar com o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> por Men<strong>do</strong>nça [59], <strong>para</strong><br />

uma argamassa <strong>de</strong> cal hidráulica e outra <strong>de</strong> cimento (Fig. 6.10), com as apresentadas na Fig. 6.9,<br />

aponta <strong>para</strong> a presença <strong>de</strong> cimento na composição das Monomassas, enquanto que AR 2 faz supor a<br />

existência <strong>de</strong> cal <strong>em</strong> com algum significa<strong>do</strong>.<br />

M 1<br />

Absorção Capilar [Kg/m 2 ]<br />

A Fig. 6.12 apresenta a absorção <strong>de</strong> água avaliada nas argamassas aplicadas como camadas <strong>de</strong><br />

revestimento <strong>de</strong> tijolo através <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>do</strong> cachimbo<br />

93<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

Troço 1<br />

Troço 2<br />

0 200 400 600<br />

T<strong>em</strong>po [√s]<br />

M 2


Absorção <strong>de</strong> água [g/cm 2 ]<br />

0,7<br />

0,6<br />

0,5<br />

0,4<br />

0,3<br />

0,2<br />

0,1<br />

0,0<br />

T<strong>em</strong>po [√t]<br />

Fig. 6.12 - Evolução da absorção <strong>de</strong> água sob baixa pressão<br />

A argamassa AR 2 distingue-se das restantes, sen<strong>do</strong> a que apresenta valores mais eleva<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

coeficiente <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> e da quantida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> água absorvida. Muito<br />

<strong>em</strong>bora a ficha técnica refira que a AR 2 é constituída por ligantes hidráulicos, ela não proce<strong>de</strong> à sua<br />

i<strong>de</strong>ntificação. A absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> manifestada por AR 2 aponta <strong>para</strong> a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> ligante utiliza<strong>do</strong> ser a cal hidráulica ou uma mistura ligante que inclua, além <strong>de</strong> um ligante<br />

hidráulico, cal aérea, já que conforme constatou Penas [63], as argamassas bastardas <strong>de</strong> cal aérea<br />

apresentam um eleva<strong>do</strong> coeficiente <strong>de</strong> capilarida<strong>de</strong>, indician<strong>do</strong> que são argamassas muito<br />

absorventes.<br />

A análise com<strong>para</strong>tiva <strong>do</strong> andamento das curvas <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> obtida no<br />

presente estu<strong>do</strong>, Fig. 6.9, com os apresenta<strong>do</strong>s por outros autores, relativos ao estu<strong>do</strong> das<br />

argamassas <strong>de</strong> cimento e <strong>de</strong> argamassas <strong>de</strong> cal hidráulica, nomeadamente com os <strong>de</strong> Men<strong>do</strong>nça<br />

[59], aponta <strong>para</strong> que a argamassa AR 1 e as monomassas sejam constituídas por misturas ligantes<br />

maioritariamente constituídas por cimento, principalmente no que se refere às Monomassas da<strong>do</strong> que<br />

apresentam granulometria e <strong>do</strong>sag<strong>em</strong> <strong>de</strong> água s<strong>em</strong>elhante. As curvas <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água por<br />

capilarida<strong>de</strong> das argamassas <strong>de</strong> cimento distingu<strong>em</strong>-se geralmente das <strong>de</strong> cal hidráulica não só pelo<br />

facto <strong>de</strong> apresentar<strong>em</strong> menores coeficientes <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> como também<br />

pelos menores valores assintóticos <strong>de</strong> absorção que registam. O comportamento i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong> é<br />

compatível com a <strong>de</strong>scrição sumária que as fichas técnicas <strong>de</strong>stes produtos refer<strong>em</strong> (M 1- cimento<br />

branco, M 2- CEM II BR 32,5 R. e AR 1 - cimento e cal). Note-se também que a ficha técnica <strong>de</strong> AR 1<br />

faz referência à presença <strong>de</strong> hidrófugos neste produto.<br />

O traça<strong>do</strong> das curvas <strong>de</strong> tendência confirmam na integra os resulta<strong>do</strong>s qualitativos e quantitativos<br />

obti<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o ensaio da capilarida<strong>de</strong>, à excepção da AR 2, que apresentou resulta<strong>do</strong>s<br />

significativamente superiores ao espera<strong>do</strong>, aguardan<strong>do</strong>-se uma curva <strong>de</strong> tendência b<strong>em</strong> mais<br />

próxima da AR 1 <strong>do</strong> que o verifica<strong>do</strong>.<br />

y = 0,0093x 1,399<br />

R² = 0,8746<br />

94<br />

y = 0,0016x 1,3972<br />

R² = 0,9865<br />

0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0<br />

y = 0,002x 1,1937<br />

R² = 0,9266<br />

y = 0,0047x 0,6313<br />

R² = 0,8606<br />

M1<br />

M 2<br />

AR 1<br />

AR 2


A Tabela 6.9 e a Fig. 6.13 apresentam os valores <strong>do</strong> teor <strong>em</strong> água das argamassas resultantes após<br />

um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> imersão <strong>de</strong> 48 h.<br />

Tabela 6.9 - Teor <strong>em</strong> água às 48 horas<br />

Arg. pd.<br />

W48h<br />

[%]<br />

M 1 11,6<br />

M 2 14,9<br />

AR 1 11,2<br />

AR 2 12,1<br />

95<br />

Fig. 6.13 - Teor <strong>em</strong> água após imersão durante 48<br />

horas<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s apontam AR 1 como sen<strong>do</strong> a menos absorvente, M 2 e AR 2 com valores <strong>do</strong><br />

teor <strong>em</strong> água da mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za e M 2 como sen<strong>do</strong> a argamassa com maior teor <strong>em</strong><br />

água.<br />

A Tabela 6.10 e a Fig. 6.14 apresentam, respectivamente, os valores <strong>do</strong> índice <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> e as<br />

curvas <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> das argamassas estudadas.<br />

Tabela 6.10 - Índices <strong>de</strong> Secag<strong>em</strong><br />

Arg. pd. I.S.<br />

M 1<br />

M 2<br />

AR 1<br />

AR 2<br />

0,41<br />

0,28<br />

0,30<br />

0,22<br />

Teor <strong>em</strong> água [%]<br />

14,0<br />

12,0<br />

10,0<br />

8,0<br />

6,0<br />

4,0<br />

2,0<br />

0,0<br />

Fig. 6.14 - Curvas <strong>de</strong> Secag<strong>em</strong> das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas<br />

As argamassas estudadas possu<strong>em</strong> valores <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> compreendi<strong>do</strong>s entre 0,2 e 0,4, e<br />

curvas <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> com andamento s<strong>em</strong>elhante.<br />

A argamassa AR 2 é a que apresenta maior velocida<strong>de</strong> inicial <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> (correspon<strong>de</strong>nte ao<br />

<strong>de</strong>clive da recta tangente à curva nos instantes iniciais), b<strong>em</strong> como facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> secag<strong>em</strong>, Tabela<br />

6.10. Este resulta<strong>do</strong> é compatível com os valores da porosida<strong>de</strong> e características da absorção <strong>de</strong><br />

20,0<br />

15,0<br />

10,0<br />

11,6<br />

água por capilarida<strong>de</strong> regista<strong>do</strong>s por AR 2 face às restantes argamassas.<br />

W 48h [%]<br />

5,0<br />

0,0<br />

14,9<br />

11,2 12,1<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36<br />

T<strong>em</strong>po [dias]<br />

M 1<br />

M 2<br />

AR 1<br />

AR 2


Estes resulta<strong>do</strong>s estão <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com os aspectos já <strong>de</strong>scritos a propósito da porosida<strong>de</strong> aberta, ou<br />

seja, quanto maior a porosida<strong>de</strong> aberta <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada argamassa, maior será a<br />

correspon<strong>de</strong>nte capacida<strong>de</strong> <strong>em</strong> secar. Po<strong>de</strong> então afirmar-se que as argamassas mais porosas são<br />

as que per<strong>de</strong>m mais rapidamente água por evaporação [40].<br />

Com cinéticas <strong>de</strong> secag<strong>em</strong> s<strong>em</strong>elhantes encontram-se M 2 e AR 1, e com maior dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong><br />

per<strong>de</strong>r água que esteja contida no seu interior M 1. Estes valores, <strong>em</strong> especial o <strong>de</strong> M 1, apresentam<br />

um relacionamento com os ensaios da porosida<strong>de</strong> e absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong>, idêntico ao<br />

referi<strong>do</strong> <strong>para</strong> AR 2, ou seja argamassas com menor porosida<strong>de</strong> aberta, têm tendência <strong>para</strong><br />

absorver<strong>em</strong> menores quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> e maior resistência à saída <strong>do</strong> seu<br />

interior.<br />

6.5 ANÁLISE DOS RESULTADOS OBTIDOS<br />

Após a análise das características das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> no esta<strong>do</strong> seco, fresco e endureci<strong>do</strong>,<br />

importa agora avaliá-las <strong>de</strong> uma forma global, anteven<strong>do</strong> as próprias conclusões gerais da presente<br />

dissertação.<br />

Foi possível concluir que as argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> apresentavam curvas granulométricas<br />

s<strong>em</strong>elhantes (Fig. 6.1), sen<strong>do</strong> mais próximas <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> mesmo tipo, ou seja entre Monomassass e<br />

entre Argamassas <strong>de</strong> Reboco. Concluiu-se ainda que as primeiras apresentavam face às segundas,<br />

uma maior percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> finos, sen<strong>do</strong> esta, uma das causas apontadas <strong>para</strong> as diferentes<br />

proprieda<strong>de</strong>s físicas, nomeadamente absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> reveladas, da<strong>do</strong> que estas<br />

proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>em</strong> certa medida da compacida<strong>de</strong> da mistura. Esta relação <strong>de</strong>ve no entanto<br />

ser estabelecida com alguma reserva, da<strong>do</strong> que a compacida<strong>de</strong> também po<strong>de</strong>rá ser “corrigida” ou<br />

alterada com recurso a adjuvantes, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>n<strong>do</strong> unicamente da percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> agrega<strong>do</strong>s e<br />

ligantes <strong>em</strong>pregue. A maior relação água/produto <strong>em</strong> pó revelada nas fichas técnicas também<br />

fundamenta o que foi referi<strong>do</strong> relativamente à maior percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> finos das Monomassas.<br />

As curvas obtidas, permitiram ainda averiguar que estas argamassas contêm maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

partículas <strong>de</strong> menores dimensões face às argamassas tradicionais. Este facto julga-se que fica<br />

comprova<strong>do</strong> pelas barida<strong>de</strong>s superiores obtidas (Tabela 6.2) (à excepção <strong>de</strong> M 1), <strong>em</strong>bora se <strong>de</strong>va<br />

ter <strong>em</strong> conta que o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> ligantes como o cimento (com maior massa volúmica real<br />

relativamente às areias) po<strong>de</strong>rá originar valores superiores <strong>de</strong> barida<strong>de</strong>.<br />

As proprieda<strong>de</strong>s analisadas no esta<strong>do</strong> fresco <strong>para</strong> as argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, parec<strong>em</strong> indiciar boa<br />

aptidão <strong>para</strong> o uso e aplicação enquanto solução <strong>para</strong> reboco, reveladas por uma boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

retenção <strong>de</strong> água e um espalhamento eleva<strong>do</strong>. Este último aspecto é especialmente importante ten<strong>do</strong><br />

<strong>em</strong> conta a aptidão simultânea <strong>para</strong> aplicação por projecção que algumas argamassas pré-<strong>do</strong>seadas<br />

cont<strong>em</strong>plam.<br />

96


A possibilida<strong>de</strong> da incorporação <strong>de</strong> retentores <strong>de</strong> água (que se confirma <strong>em</strong> M 2) na formulação das<br />

argamassas analisadas po<strong>de</strong> ter contribuí<strong>do</strong> <strong>de</strong>cisivamente <strong>para</strong> os valores <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água<br />

obti<strong>do</strong>s. Do mesmo mo<strong>do</strong>, a presença <strong>de</strong> introdutores <strong>de</strong> ar na composição <strong>de</strong>stas argamassas po<strong>de</strong><br />

ser uma das causas justificativas <strong>para</strong> as menores massas volúmicas obtidas (no esta<strong>do</strong> fresco) face<br />

às argamassas tradicionais.<br />

Ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta estes aspectos, importa salientar que a introdução controlada <strong>de</strong> adjuvantes na<br />

composição das argamassas estudadas face às argamassas tradicionais po<strong>de</strong>rá <strong>em</strong> parte justificar<br />

alguns resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong> (conforme se po<strong>de</strong>rá verificar <strong>de</strong> seguida).<br />

As proprieda<strong>de</strong>s analisadas no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong> englobam as características mecânicas e físicas.<br />

Dentro das primeiras, os ensaios que fornec<strong>em</strong> valores mais indicativos são os da resistência<br />

mecânica (<strong>em</strong> especial o da compressão) e o <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência. Os ensaios <strong>do</strong>s ultra-sons e<br />

esclerómetro, fornec<strong>em</strong> apenas valores indicativos (servin<strong>do</strong> na maioria <strong>do</strong>s casos como confirmação<br />

ou tentativa <strong>de</strong> explicação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nos primeiros), <strong>em</strong>bora a sua utilização também<br />

seja importante porque são não <strong>de</strong>strutivos (ou pouco <strong>de</strong>strutivos). A importância <strong>do</strong> ensaio da<br />

resistência à compressão po<strong>de</strong> ser verificada pela sua inclusão nos ensaios harmoniza<strong>do</strong>s<br />

efectua<strong>do</strong>s <strong>em</strong> termos da marcação CE (Tabela 3.1).<br />

Os valores obti<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ensaio mecânico à compressão face aos presentes nas fichas técnicas<br />

assum<strong>em</strong> a mesma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za (com excepção <strong>de</strong> M 2) e apresentam AR 1 como a<br />

argamassa que apresenta maior resistência mecânica, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong>-se das restantes. Recor<strong>de</strong>-se que<br />

as condições <strong>de</strong> cura não foram efectuadas <strong>em</strong> ambiente húmi<strong>do</strong> conforme previa a norma EN 1015-<br />

11, julgan<strong>do</strong>-se ser esta a causa <strong>para</strong> os menores valores obti<strong>do</strong>s por M 2. Contu<strong>do</strong>, esta hipótese<br />

po<strong>de</strong> não ser válida da<strong>do</strong> que apenas se verificou uma diminuição acentuada <strong>em</strong> M 2. Com base<br />

apenas nos ensaios efectua<strong>do</strong>s, não se po<strong>de</strong> concluir nada <strong>em</strong> concreto <strong>em</strong> relação a este ponto.<br />

Seria necessário repetir os ensaios, mas agora com as condições <strong>de</strong> cura previstas na norma e<br />

verificar as diferenças.<br />

A maior resistência mecânica <strong>de</strong> AR 1 face às restantes argamassas é comprovada pelos ensaios <strong>de</strong><br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> propagação ultra-sons, ressalto e a<strong>de</strong>rência nos quais se <strong>de</strong>staca. Relativamente às<br />

restantes argamassas, existe uma proximida<strong>de</strong> nos valores obti<strong>do</strong>s nos ensaios <strong>de</strong> caracterização<br />

mecânica.<br />

Os valores das tensões <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência obti<strong>do</strong>s são <strong>em</strong> todas as argamassas superiores (requisito<br />

associa<strong>do</strong> à norma EN 998-1, relativamente à a<strong>de</strong>rência) aos valores forneci<strong>do</strong>s nas fichas técnicas<br />

(com maior significa<strong>do</strong> <strong>em</strong> AR 1 e AR 2), verifican<strong>do</strong>-se também na generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s casos, o tipo <strong>de</strong><br />

rotura previsto. Perante estes resulta<strong>do</strong>s, é possível afirmar-se que é verifica<strong>do</strong> o disposto na referida<br />

norma. Salienta-se contu<strong>do</strong>, que a norma <strong>de</strong> ensaio EN 1015-12:2000 usada apenas t<strong>em</strong> aplicação<br />

nas Argamassas <strong>de</strong> Reboco (AR 1 e AR 2), contrariamente ao que foi efectua<strong>do</strong>. Julga-se que se<br />

fosse aplicada a EN 1015-21 (mais exigente) às Monomassas conforme previsto nos requisitos<br />

(Tabela 3.1), os valores obti<strong>do</strong>s da tensão <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência seriam mais condicionantes.<br />

97


Relativamente aos valores obti<strong>do</strong>s por AR 2, estes po<strong>de</strong>m ser justifica<strong>do</strong>s pela existência <strong>de</strong><br />

promotores <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência (confirma<strong>do</strong> pelas fichas técnicas).<br />

Por fim, a com<strong>para</strong>ção <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com os <strong>de</strong> outros autores permitiu não só aferir a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s, como também fez pressupor a existência <strong>de</strong> uma quantida<strong>de</strong><br />

significativa <strong>de</strong> cimento na composição <strong>de</strong>stas argamassas.<br />

A caracterização física das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> evi<strong>de</strong>nciou claramente, que M 1 e AR 2, assum<strong>em</strong><br />

comportamentos distintos face à acção da água. M 1 apresenta maior dificulda<strong>de</strong> à entrada <strong>de</strong> água<br />

por capilarida<strong>de</strong> e maior dificulda<strong>de</strong> na sua saída por permeabilida<strong>de</strong> ao vapor <strong>de</strong> água. Em AR 2<br />

verifica-se o oposto. Refira-se, que M 2 e AR 1, apresentam um comportamento (e respectivos<br />

valores), que são intermédios relativamente a M 1 e AR 2 (nestes ensaios). Os ensaios da Absorção<br />

<strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> e Secag<strong>em</strong> po<strong>de</strong>m ser relaciona<strong>do</strong>s com os valores obti<strong>do</strong>s no ensaio da<br />

Massa volúmica real e aparente on<strong>de</strong> foi possível constatar pelos valores da Porosida<strong>de</strong> Aberta<br />

obtida, que AR 2 é a argamassa mais porosa justifican<strong>do</strong>-se assim a diferença <strong>de</strong> comportamento <strong>em</strong><br />

relação a M 1, que se afigura como a menos porosa.<br />

Relativamente ao ensaio da absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong> pela LNEC E393-1993, foi possível<br />

concluir que <strong>para</strong> as argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> e <strong>para</strong> as presentes condições <strong>de</strong> ensaio, não permitiu<br />

caracterizar estas argamassas da melhor forma, já que as Monomassas apresentam um traça<strong>do</strong> da<br />

curva <strong>de</strong> absorção capilar média com uma particularida<strong>de</strong> nos t<strong>em</strong>pos iniciais, o que “adultera” os<br />

resulta<strong>do</strong>s. Julga-se que este fenómeno po<strong>de</strong>rá eventualmente apresentar algum enquadramento<br />

sobre o que foi verifica<strong>do</strong> num outro estu<strong>do</strong>, sobre o mesmo tipo <strong>de</strong> argamassas (<strong>em</strong>bora os provetes<br />

prismáticos apresentass<strong>em</strong> condições diferentes), on<strong>de</strong> foi possível verificar a ocorrência <strong>de</strong> uma<br />

maior absorção <strong>de</strong> água nas primeiras 24 horas, seguin<strong>do</strong>-se a sua estabilização [28].<br />

Da com<strong>para</strong>ção <strong>do</strong>s andamentos das curvas <strong>de</strong> absorção capilar média <strong>de</strong> outros estu<strong>do</strong>s, com os<br />

obti<strong>do</strong>s, foi possível concluir relativamente à franca possibilida<strong>de</strong> da AR 1 e as Monomassas<br />

apresentar<strong>em</strong> misturas ligantes maioritariamente constituídas por cimento.<br />

Por fim, os valores obti<strong>do</strong>s face aos <strong>de</strong> outros estu<strong>do</strong>s efectua<strong>do</strong>s com argamassas tradicionais e<br />

com os presentes nas fichas técnicas, permitiu confirmar que as argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong><br />

apresentaram valores aceitáveis, <strong>para</strong> o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho das características analisadas no esta<strong>do</strong><br />

endureci<strong>do</strong>.<br />

98


7. CONCLUSÕES<br />

7.1 CONCLUSÕES GERAIS<br />

O estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> efectua<strong>do</strong> permitiu verificar a existência <strong>de</strong> diversas <strong>em</strong>presas a<br />

comercializar<strong>em</strong> argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>de</strong>stinadas à execução <strong>de</strong> rebocos <strong>de</strong> edifícios correntes,<br />

b<strong>em</strong> como a existência <strong>de</strong> diversos produtos <strong>para</strong> esse efeito. Dos diversos tipos <strong>de</strong> argamassas<br />

previstos na norma EN 998-1:2003, as argamassas <strong>de</strong> uso geral e as monomassas são as mais<br />

frequentes no merca<strong>do</strong> nacional, sen<strong>do</strong> as argamassas <strong>de</strong> uso geral as mais comercializadas <strong>para</strong><br />

argamassas <strong>de</strong> reboco. A justificação <strong>para</strong> a maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos comercializa<strong>do</strong>s e<br />

aplica<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Argamassa <strong>de</strong> Reboco, face ao regista<strong>do</strong> <strong>para</strong> as Monomassas, é habitualmente<br />

aponta<strong>do</strong> como sen<strong>do</strong> o menor custo <strong>do</strong>s produtos, b<strong>em</strong> como a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r à re<strong>para</strong>ção<br />

<strong>de</strong> rebocos obti<strong>do</strong>s por recurso a Monomassas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à dificulda<strong>de</strong> <strong>em</strong> garantir a coloração<br />

existente. Note-se porém que, aos rebocos obti<strong>do</strong>s pela aplicação <strong>de</strong> Monomassas estão associa<strong>do</strong>s,<br />

geralmente, consumos <strong>de</strong> produto inferiores.<br />

A análise com<strong>para</strong>tiva <strong>do</strong>s diversos produtos comercializa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s tipos Argamassas <strong>de</strong> Reboco e<br />

Monomassas, permitiu i<strong>de</strong>ntificar a existência <strong>de</strong> diferentes características nestes produtos. As<br />

Monomassas são aplicadas <strong>em</strong> camada única e constitu<strong>em</strong>-se também como camadas <strong>de</strong><br />

acabamento, enquanto que as argamassas <strong>de</strong> reboco terão <strong>de</strong> ser finalizadas com pintura, ou <strong>em</strong><br />

alternativa com argamassa <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração, que possibilitam varia<strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> acabamentos. No caso<br />

das Monomassas, os acabamentos mais usa<strong>do</strong>s são os <strong>de</strong>nomina<strong>do</strong>s “Acabamentos Tradicionais”,<br />

enquanto no caso das Argamassas <strong>de</strong> Reboco, os da<strong>do</strong>s das fichas técnicas levam a supor que<br />

sejam o acabamento Area<strong>do</strong> e Estanha<strong>do</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, as Monomassas <strong>de</strong>stinam-se normalmente<br />

<strong>para</strong> aplicação <strong>em</strong> exterior (<strong>de</strong>signadas <strong>em</strong> termos funcionais como Revestimento <strong>de</strong><br />

Impermeabilização) enquanto que, as Argamassas <strong>de</strong> Reboco <strong>de</strong>stinam-se a aplicações no interior e<br />

no exterior, sen<strong>do</strong> mais usadas neste último, muito <strong>em</strong>bora, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao facto <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s<br />

ao exterior, ser<strong>em</strong> também <strong>em</strong>pregues <strong>em</strong> interior, segun<strong>do</strong> a pesquisa <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> efectuada. No<br />

que se refere à aplicação, ambas as soluções revelam aptidão <strong>para</strong> a sua aplicação por projecção,<br />

obrigan<strong>do</strong> a formulações mais exigentes sob este ponto <strong>de</strong> vista. Quanto ao fornecimento, foi<br />

possível verificar que nas argamassas pré-<strong>do</strong>seadas analisadas coexistia o fornecimento <strong>em</strong> saco, no<br />

entanto apenas as Argamassas <strong>de</strong> Reboco são fornecidas <strong>em</strong> silo.<br />

Por análise <strong>do</strong> tópico produtos associa<strong>do</strong>s, foi possível verificar que as Monomassas apenas<br />

recomendam primários <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência, face às Argamassas <strong>de</strong> Reboco que também recomendam este<br />

tipo <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s à a<strong>de</strong>rência e as <strong>de</strong>nominadas Argamassas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência. Recomendam<br />

ainda soluções <strong>para</strong> acabamento, Argamassas <strong>de</strong> <strong>de</strong>coração.<br />

Relativamente à composição <strong>do</strong>s produtos analisa<strong>do</strong>s, a análise das suas fichas técnicas permitiu<br />

verificar que o ligante ou ligantes presentes, são os habitualmente utiliza<strong>do</strong>s na formulação <strong>de</strong><br />

argamassas tradicionais, sen<strong>do</strong> na maioria hidráulicos e constituí<strong>do</strong>s por mais <strong>do</strong> que um ligante.<br />

99


Confrontan<strong>do</strong> com a campanha experimental <strong>de</strong>senvolvida, esta verificação, ficou mais sustentada<br />

pela com<strong>para</strong>ção da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za <strong>do</strong> valor das tensões <strong>de</strong> a<strong>de</strong>rência <strong>em</strong> argamassas<br />

tradicionais à base <strong>de</strong> cimento com os valores obti<strong>do</strong>s, os quais apontaram <strong>para</strong> a existência <strong>de</strong><br />

quantida<strong>de</strong>s significativas <strong>de</strong> cimento. Foi ainda equacionada a hipótese das argamassas <strong>de</strong> reboco<br />

<strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, apresentar<strong>em</strong> cal na sua constituição, como resulta<strong>do</strong> da s<strong>em</strong>elhança verificada entre as<br />

curvas <strong>de</strong> absorção capilar média das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> com argamassas tradicionais que<br />

apresentavam uma formulação à base <strong>de</strong> cal.<br />

Quanto à granulometria das argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong> importa referir que figuram nalgumas fichas<br />

técnicas expressões <strong>do</strong> tipo “granulometria controlada” ou “ granulometria compensada”, o que<br />

po<strong>de</strong>ria indiciar a existência <strong>de</strong> uma granulometria contínua, situação que foi verificada na análise<br />

granulométrica efectuada. Contu<strong>do</strong>, <strong>para</strong> o caso das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas a não verificação<br />

<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> granulometria po<strong>de</strong> ser compl<strong>em</strong>entada com o <strong>em</strong>prego <strong>de</strong> adjuvantes na sua<br />

formulação. Por outro la<strong>do</strong>, a com<strong>para</strong>ção da granulometria obtida com as areias correntes utilizadas<br />

nas argamassas tradicionais apontou <strong>para</strong> que as argamassas <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, apresentam maiores<br />

percentagens <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> menores dimensões. Resulta<strong>do</strong>s idênticos foram obti<strong>do</strong>s entre<br />

Monomassas face a Argamassas <strong>de</strong> Reboco. A diferente quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> finos existente, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong><br />

conta as implicações que po<strong>de</strong>rão ter na compacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma argamassa, é uma das causas<br />

apontadas <strong>para</strong> os diferentes <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhos das características físicas entre os <strong>do</strong>is tipos <strong>de</strong><br />

argamassas pré-<strong>do</strong>seadas.<br />

No esta<strong>do</strong> seco, foi ainda possível verificar na generalida<strong>de</strong> das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas <strong>em</strong><br />

estu<strong>do</strong>, valores <strong>de</strong> barida<strong>de</strong> superior face a três areias corrent<strong>em</strong>ente usadas <strong>em</strong> argamassas<br />

tradicionais, <strong>em</strong>bora estes valores possam eventualmente advir da presença <strong>de</strong> constituintes <strong>de</strong><br />

massa volúmica superior ao das areias, como por ex<strong>em</strong>plo, o cimento.<br />

Os ensaios efectua<strong>do</strong>s no esta<strong>do</strong> fresco, indiciaram globalmente bons <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhos das argamassas<br />

analisadas, nomeadamente na consistência ao espalhamento, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong> a componente<br />

simultânea <strong>de</strong> projecção que a gran<strong>de</strong> maioria <strong>de</strong>stas argamassas apresenta, obten<strong>do</strong>-se valores<br />

superiores <strong>de</strong> espalhamento (≅ 104 %) face às formulações correntes <strong>de</strong> argamassas tradicionais<br />

(≅ 65%), retenção <strong>de</strong> água e massa volúmica, ten<strong>do</strong>-se verifica<strong>do</strong> que <strong>para</strong> este último<br />

apresentavam valores inferiores face às argamassas tradicionais, po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a incorporação <strong>de</strong><br />

introdutores <strong>de</strong> ar, justificar estes valores.<br />

A caracterização mecânica obtida, evi<strong>de</strong>nciou uma argamassa (AR 1), com valores superiores <strong>de</strong><br />

resistência mecânica face às restantes, comprovan<strong>do</strong>-se esta tendência nos restantes ensaios <strong>de</strong><br />

caracterização mecânica. As restantes argamassas apresentaram valores s<strong>em</strong>elhantes <strong>de</strong> resistência<br />

mecânica, verifican<strong>do</strong>-se esta proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> valores nos restantes ensaios. Todas as argamassas<br />

revelaram alguma ductilida<strong>de</strong>, característica importante perante <strong>de</strong>terminada solicitação mecânica, já<br />

que traduz a sua capacida<strong>de</strong> <strong>em</strong> se <strong>de</strong>formar.<br />

100


No que se refere à caracterização física <strong>de</strong>stas argamassas, os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s ensaios efectua<strong>do</strong>s<br />

<strong>de</strong>monstraram que <strong>de</strong> uma forma geral, as Monomassas apresentam uma menor susceptibilida<strong>de</strong> à<br />

entrada <strong>de</strong> água por absorção capilar e cumulativamente maior dificulda<strong>de</strong> à sua saída por<br />

permeabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> vapor <strong>de</strong> água, face às Argamassas <strong>de</strong> Reboco. Tais resulta<strong>do</strong>s po<strong>de</strong>rão ser<br />

relaciona<strong>do</strong>s com os valores <strong>de</strong> porosida<strong>de</strong> aberta obti<strong>do</strong>s, que evi<strong>de</strong>nciaram as Monomassas como<br />

apresentan<strong>do</strong> menor porosida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser uma das causas <strong>para</strong> os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s.<br />

A análise <strong>de</strong>stas proprieda<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>monstram que é difícil compatibilizar <strong>de</strong>terminadas proprieda<strong>de</strong>s<br />

que se <strong>de</strong>sejariam optimizadas, tais como proporcionar a difícil entrada <strong>de</strong> água e proporcionar a sua<br />

saída, mesmo <strong>em</strong> argamassas fabris. Não exist<strong>em</strong> por isso soluções óptimas, mas antes, soluções<br />

<strong>para</strong> rebocos, com vantagens e <strong>de</strong>svantagens.<br />

No <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho das características físicas e mecânicas, foi possível verificar que na generalida<strong>de</strong>, os<br />

resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s se enquadravam com os obti<strong>do</strong>s noutros estu<strong>do</strong>s, valores presentes nas fichas<br />

técnicas e requisitos da norma EN 998-1:2003. Nos casos <strong>em</strong> que tal não se verificou, julga-se que a<br />

causa provável será a<strong>do</strong>pção <strong>de</strong> procedimentos <strong>de</strong> ensaio, diferentes <strong>do</strong>s prescritos nas normas <strong>de</strong><br />

ensaio da EN 998-1. Em traços gerais, julga-se que as argamassas <strong>para</strong> execução <strong>de</strong> reboco<br />

estudadas, constitu<strong>em</strong>-se como uma alternativa à execução <strong>de</strong> rebocos com argamassas<br />

tradicionais.<br />

Ao longo <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os ensaios realiza<strong>do</strong>s apresentaram-se indícios (nalguns casos confirma<strong>do</strong>s pelo<br />

fabricante) da existência <strong>de</strong> adjuvantes na composição <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> argamassas, sen<strong>do</strong> esta uma<br />

das justificações <strong>para</strong> o melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminadas características. Este aspecto<br />

<strong>de</strong>monstra b<strong>em</strong> o carácter industrial <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> produtos, ten<strong>do</strong> também <strong>em</strong> conta que a<br />

incorporação <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos po<strong>de</strong>rá ser apontada como uma das causas <strong>para</strong> a existência<br />

<strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> composições <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> argamassas <strong>para</strong> as mesmas funções, da<strong>do</strong> que<br />

o recurso a adjuvantes permit<strong>em</strong> nomeadamente “corrigir” a composição, passan<strong>do</strong> o <strong>em</strong>prego <strong>do</strong>s<br />

outros constituintes a ser menos condicionante como o seriam nas argamassas tradicionais.<br />

Por último, relativamente à avaliação das proprieda<strong>de</strong>s das argamassas analisadas, importa referir,<br />

<strong>em</strong> especial <strong>para</strong> o caso das Argamassas <strong>de</strong> Reboco, que o estu<strong>do</strong> não proce<strong>de</strong>u à avaliação <strong>de</strong><br />

reboco mas sim a camadas <strong>de</strong> reboco da<strong>do</strong> que, <strong>para</strong> o efectuar teríamos que consi<strong>de</strong>rar o efeito das<br />

tintas ou das Argamassas <strong>de</strong> Acabamento aplicadas, o que seria responsável por resulta<strong>do</strong>s<br />

significativamente diferentes <strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s <strong>para</strong> algumas características, nomeadamente físicas. Deste<br />

mo<strong>do</strong>, <strong>para</strong> a avaliação <strong>do</strong> potencial comportamento <strong>em</strong> serviço das argamassas <strong>de</strong> reboco, seria<br />

necessário a realização <strong>de</strong> ensaios in situ <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> rebocos aplica<strong>do</strong>s sobre painéis <strong>de</strong> pare<strong>de</strong><br />

construí<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o efeito, pelo que o presente estu<strong>do</strong> não permite tirar conclusões directas sobre os<br />

sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> reboco, mas antes sobre camadas <strong>de</strong> reboco.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> reboco respon<strong>de</strong>m <strong>de</strong> forma diferenciada consoante a acção a que<br />

estejam sujeitos, não se <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> por isso generalizar directamente <strong>de</strong>terminadas características das<br />

101


argamassas, enquanto camadas, aos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> reboco, da<strong>do</strong> que estes <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong><br />

multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> factores.<br />

7.2 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS<br />

Futuramente, consi<strong>de</strong>ra-se útil o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um estu<strong>do</strong> que avalie a evolução ao longo <strong>do</strong><br />

t<strong>em</strong>po da utilização <strong>de</strong> argamassas industriais, nomeadamente que avalie as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

argamassa <strong>para</strong> reboco produzidas <strong>em</strong> obra e a produção fabril das argamassas pré-<strong>do</strong>seadas. A<br />

última estimativa efectuada <strong>de</strong> que se t<strong>em</strong> conhecimento foi efectuada pela <strong>APFAC</strong> e data <strong>de</strong> 2004,<br />

um perío<strong>do</strong> que correspon<strong>de</strong>u ao EURO 2004 (<strong>em</strong> Portugal) com franco crescimento económico <strong>do</strong>s<br />

merca<strong>do</strong>s e da activida<strong>de</strong> da construção.<br />

À s<strong>em</strong>elhança <strong>do</strong> que já ocorre <strong>para</strong> outros produtos e activida<strong>de</strong>s industriais, a organização<br />

<strong>de</strong>talhada, organizada e actualizada relativamente a este tipo <strong>de</strong> argamassas iria trazer claras<br />

vantagens <strong>para</strong> fabricantes e clientes, nomeadamente ao nível da sua divulgação, sen<strong>do</strong> que as<br />

fichas técnicas <strong>de</strong>veriam apresentar-se mais <strong>de</strong>talhadas nomeadamente ao nível da composição,<br />

facto este que possibilitaria a melhor compreensão <strong>do</strong>s fundamentos associa<strong>do</strong>s a este tipo <strong>de</strong><br />

argamassas, permitin<strong>do</strong> que o conhecimento sobre as mesmas ocorresse <strong>de</strong> forma gradual e<br />

acentuada, <strong>em</strong> especial <strong>para</strong> qu<strong>em</strong> compra, ven<strong>de</strong> e aplica, tal como suce<strong>de</strong>u <strong>para</strong> as argamassas<br />

tradicionais.<br />

A caracterização experimental efectuada no âmbito <strong>do</strong> presente estu<strong>do</strong>, não proce<strong>de</strong>u à avaliação da<br />

susceptibilida<strong>de</strong> das argamassas à fendilhação, pelo que consi<strong>de</strong>ra-se útil que estu<strong>do</strong>s futuros<br />

tenham este aspecto <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração.<br />

No mesmo âmbito a avaliação da retracção livre e restringida e <strong>do</strong> módulo <strong>de</strong> elasticida<strong>de</strong> seria<br />

pertinente. Po<strong>de</strong>ria ainda ser equacionada a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>stas argamassas à acção<br />

<strong>de</strong> cloretos e sulfatos, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> conta a existência <strong>de</strong> obras localizadas <strong>em</strong> zonas costeiras.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se também útil a futura avaliação <strong>do</strong>s restantes requisitos <strong>para</strong> marcação CE (Tabela 3.1)<br />

com o objectivo <strong>de</strong> melhor caracterizar os produtos <strong>em</strong> estu<strong>do</strong>, b<strong>em</strong> como averiguar <strong>de</strong> uma forma<br />

mais aprofundada o âmbito, as implicações e limitações da EN 998-1, dada a importância que esta<br />

assume <strong>para</strong> as argamassas pré-<strong>do</strong>seadas.<br />

Suspeitan<strong>do</strong>-se da existência <strong>de</strong> cal <strong>em</strong> quantida<strong>de</strong>s significativas neste tipo <strong>de</strong> produtos seria<br />

interessante o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s que tivess<strong>em</strong> como objectivo avaliar a eventual evolução<br />

das características das argamassas no esta<strong>do</strong> endureci<strong>do</strong> ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po.<br />

102


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Essais recommandés pour mesurer l’altération <strong>de</strong>s pierres et évaluer l’éfficacité <strong>de</strong>s méthods <strong>de</strong><br />

trait<strong>em</strong>ent. Matériaux et Construction, Vol.13, Nº75, 1980.<br />

[52] E 394-1993 – Betões – Determinação da absorção <strong>de</strong> água por imersão. Documentação<br />

Normativa, Especificação LNEC, MOPTC , 1993.<br />

[53] European Committee of Standardization (CEN) - Methods of test for mortar for masonry – Part<br />

18: Determination of water absorption coefficient due to capillary action of har<strong>de</strong>ned<br />

mortar. Bruxelas: CEN; Dez<strong>em</strong>bro 2002. EN 1015-18<br />

[54] E 393-1993 - Betões - Determinação da absorção <strong>de</strong> água por capilarida<strong>de</strong>. Documentação<br />

Normativa, Especificação LNEC, MOPTC, 1993.<br />

[55] CNR; ICR - Normal – 29/88, Misura Dell’Indice di Asciugamento (Drying In<strong>de</strong>x)<br />

[56] GUERREIRO, Carlos M.B. – Estu<strong>do</strong> e caracterização <strong>de</strong> argamassas <strong>de</strong> cal aérea,<br />

medianamente hidráulicas e <strong>de</strong> ligantes mistos <strong>para</strong> rebocos <strong>de</strong> edifícios antigos,<br />

<strong>Dissertação</strong> <strong>para</strong> <strong>obtenção</strong> <strong>do</strong> <strong>grau</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestre</strong> <strong>em</strong> Recuperação e Conservação <strong>do</strong> Património<br />

Construí<strong>do</strong>, IST/UTL, Lisboa, Junho <strong>de</strong> 2007.<br />

[57] FERNANDES, Manuel – Estu<strong>do</strong> da influência da granulometria das areias no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho<br />

<strong>de</strong> rebocos <strong>para</strong> edifícios antigos. <strong>Dissertação</strong> <strong>para</strong> <strong>obtenção</strong> <strong>do</strong> <strong>grau</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestre</strong> <strong>em</strong><br />

Engenharia Civil, IST/UTL, Junho <strong>de</strong> 2009<br />

[58] CRUZ, Nuno C. - Estu<strong>do</strong> da influência da granulometria das areias no <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong><br />

rebocos <strong>de</strong> ligante hidraúlico. <strong>Dissertação</strong> <strong>para</strong> <strong>obtenção</strong> <strong>do</strong> <strong>grau</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestre</strong> <strong>em</strong> Engenharia<br />

Civil, IST/UTL, Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2008.<br />

[59] MENDONÇA, Bruno V. - Estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong> argamassas hidráulicas. Influência <strong>do</strong><br />

ligante. <strong>Dissertação</strong> <strong>para</strong> <strong>obtenção</strong> <strong>do</strong> <strong>grau</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestre</strong> <strong>em</strong> Engenharia Civil, IST/UTL, Dez<strong>em</strong>bro<br />

<strong>de</strong> 2007.<br />

106


[60] RATO, Vasco N.P. – Influência da microestrutura morfológica no comportamento <strong>de</strong><br />

argamassas. <strong>Dissertação</strong> <strong>para</strong> <strong>obtenção</strong> <strong>do</strong> <strong>grau</strong> <strong>de</strong> Doutor Tese <strong>de</strong> <strong>em</strong> Engenharia Civil na<br />

especialida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reabilitação <strong>do</strong> património edifica<strong>do</strong>, Universida<strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> Lisboa, Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Ciências e Tecnologia, Lisboa, 2006.<br />

[61] VEIGA, M. Rosário; CARVALHO, Fernanda – Argamassas <strong>de</strong> reboco <strong>para</strong> pare<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

edifícios antigos: requisitos e características a respeitar – Ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> Edifícios, Nº 2 ,<br />

Lisboa: LNEC, Outubro <strong>de</strong> 2002.<br />

[62] COUTINHO; Joana S. – Apontamentos <strong>de</strong> Ciências <strong>do</strong>s Materiais – 1ª Parte – Agrega<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />

argamassas e betões; Documento provisório – FEUP, 2002.<br />

[63] PENAS, Filipa E. – Argamassas <strong>de</strong> cal hidráulica <strong>para</strong> revestimentos <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s.<br />

<strong>Dissertação</strong> <strong>para</strong> <strong>obtenção</strong> <strong>do</strong> <strong>grau</strong> <strong>de</strong> <strong>Mestre</strong> <strong>em</strong> Engenharia Civil, IST/UTL, Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2008.<br />

107


108


ANEXOS<br />

ANEXO A - ANÁLISE GRANULOMÉTRICA<br />

Malha [mm]<br />

Resíduo<br />

M 1 M 2<br />

Material<br />

Material<br />

Acumula<strong>do</strong> Resíduo Acumula<strong>do</strong><br />

Passa<strong>do</strong> Reti<strong>do</strong> Passa<strong>do</strong> Reti<strong>do</strong><br />

[g] [%] [%] [%] [g] [%] [%] [%]<br />

2,000 0,1 0,0 100,0 0,0 0,3 0,0 100,0 0,0<br />

1,000 74,4 7,5 92,5 7,5 82,5 8,3 91,7 8,3<br />

0,500 161,1 16,2 76,3 23,7 100,7 10,1 81,6 18,4<br />

0,250 351,8 35,3 41,0 59,0 391,1 39,2 42,4 57,6<br />

0,125 101,9 10,2 30,8 69,2 103,2 10,3 32,1 67,9<br />

0,063 142,6 14,3 16,5 83,5 144,1 14,4 17,6 82,4<br />

Refugo 163,8 16,5 [-] [.] 176,1 17,6 [-] [-]<br />

Amostra Final [g] 995,7 [-] 998,0 [-]<br />

Amostra Inicial<br />

[g]<br />

1000,0 [-] 1000 [-]<br />

Malha [mm]<br />

Resíduo<br />

AR 1 AR 2<br />

Material<br />

Acumula<strong>do</strong> Resíduo<br />

i<br />

Material<br />

Acumula<strong>do</strong><br />

Passa<strong>do</strong> Reti<strong>do</strong> Passa<strong>do</strong> Reti<strong>do</strong><br />

[g] [%] [%] [%] [g] [%] [%] [%]<br />

2,000 0,0 0,0 100,0 0,0 0,0 0,0 100,0 0,0<br />

1,000 30,7 3,1 96,9 3,1 28,7 2,9 97,1 2,9<br />

0,500 249,5 25,1 71,8 28,2 262,5 26,4 70,7 29,3<br />

0,250 267,6 26,9 45,0 55,0 397,5 39,9 30,8 69,2<br />

0,125 142,3 14,3 30,7 69,3 111,7 11,2 19,6 80,4<br />

0,063 208,9 21,0 9,7 90,3 166,2 16,7 2,9 97,1<br />

Refugo 96,2 9,7 [-] [-] 28,7 2,9 [-] [-]<br />

Amostra Final<br />

995,2 [-] 995,3 [-]<br />

[g]<br />

Amostra Inicial<br />

[g]<br />

1000,0 [-] 1000 [-]


ANEXO B - CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE CURA<br />

T<strong>em</strong>peratura [ºC]<br />

Humida<strong>de</strong> relativa [%]<br />

28<br />

26<br />

24<br />

22<br />

20<br />

18<br />

16<br />

14<br />

75<br />

70<br />

65<br />

60<br />

55<br />

50<br />

45<br />

40<br />

35<br />

30<br />

8-Mai<br />

8-Mai<br />

11-Mai<br />

11-Mai<br />

14-Mai<br />

14-Mai<br />

17-Mai<br />

17-Mai<br />

20-Mai<br />

ANEXO C - VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DE ULTRA – SONS – METODO INDIRECTO<br />

20-Mai<br />

Data<br />

Data<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

Leitura [µs] Leitura [µs] Leitura [µs] Leitura [µs]<br />

Zona<br />

[cm]<br />

L1 L2 L3 L1 L2 L3 L1 L2 L3 L1 L2 L3<br />

6 65,5 69,3 68,6 63,1 67,4 66,3 71,0 70,5 70,3 65,5 65,8 65,1<br />

7 81,3 74,1 76,8 71,4 70,8 72,4 80,3 80,5 80,7 66,3 65,6 65,7<br />

9 81,4 84,1 80,6 84,1 87,1 82,2 87,5 87,8 87,6 71,5 71,0 71,2<br />

11 92,5 88,6 95,6 88,6 88,4 89,6 66,5 65,5 65,1 77,9 78,0 77,7<br />

13 101,5 103,3 103,6 95,2 95,5 93,8 71,1 70,6 70,8 86,5 85,9 85,4<br />

15 109,7 113,1 113,7 102,7 107,9 106,3 82,6 81,6 81,5 92,6 91,6 91,7<br />

17 121,5 119,6 118,7 114,5 113,3 111,9 89,3 88,8 88,3 100,9 100,7 100,4<br />

ii<br />

23-Mai<br />

23-Mai<br />

26-Mai<br />

26-Mai<br />

29-Mai<br />

29-Mai<br />

1-Jun<br />

1-Jun<br />

4-Jun<br />

4-Jun


ANEXO D - ENSAIO DO ESCLERÓMETRO PENDULAR<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

Ressalto Ressalto Ressalto Ressalto<br />

Zona Leitur<br />

a<br />

Valor<br />

Valor<br />

Valor<br />

Valor<br />

DP Leitura DP Leitura DP Leitura<br />

médio médio médio médio DP<br />

1 43<br />

36<br />

64,5<br />

42<br />

1' 47 42 69 46<br />

2 50 35 70 60<br />

2' 50 41,5 75 56,5<br />

3 55 49 6 51 41 5 76 69 7 63 57 8<br />

3' 59,5 44,5 78,5 62<br />

4 48,5 37 66 65<br />

4' 47 39 65 60<br />

5 40 39 56 57<br />

ANEXO E - MÉTODO DO CACHIMBO<br />

T<strong>em</strong>po <strong>de</strong><br />

ensaio<br />

Leituras no cachimbo [cm 2 ]<br />

M 1 M 2 AR 1 AR 2<br />

C 1 C 2 C 3 C 1 C 2 C 3 C 1 C 2 C 3 C 1 C 2 C 3<br />

15 seg 0,10 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,05 0,20 0,30 0,50<br />

30 seg 0,10 0,10 0,05 0,05 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,40 0,60 0,90<br />

1 min 0,10 0,10 0,10 0,10 0,15 0,15 0,15 0,20 0,15 0,60 1,00 1,40<br />

1,5 min 0,15 0,10 0,10 0,20 0,15 0,20 0,20 0,25 0,25 0,85 1,30 1,85<br />

2 min 0,15 0,10 0,10 0,25 0,20 0,25 0,20 0,30 0,30 1,10 1,60 2,30<br />

3 min 0,15 0,15 0,10 0,30 0,25 0,30 0,30 0,35 0,40 1,50 2,15 2,95<br />

4 min 0,20 0,15 0,15 0,40 0,30 0,35 0,35 0,40 0,45 1,90 2,60 3,55<br />

5 min 0,20 0,15 0,15 0,45 0,30 0,40 0,45 0,50 0,50 2,30 3,00 4,00<br />

7 min 0,20 0,20 0,15 0,55 0,35 0,45 0,55 0,60 0,70 2,95 3,7<br />

10 min 0,20 0,20 0,15 0,70 0,40 0,50 0,70 0,75 0,90 3,85 4,0 (2)<br />

12 min 0,20 0,20 0,15 0,80 0,45 0,55 0,75 0,85 1,00 4,00 (1)<br />

15 min 0,25 0,25 0,20 0,95 0,50 0,60 0,90 1,00 1,15<br />

30 min 0,30 0,30 0,35 1,90 0,75 0,80 1,50 1,60 1,90<br />

60 min 0,35 0,40 0,35 2,05 0,90 1,10 2,45 2,55 2,95<br />

Notas: (1) fim <strong>do</strong> ensaio aos 10 min e 45 seg; (2) fim <strong>do</strong> ensaio aos 8 minutos<br />

iii


ANEXO F - QUADROS-SÍNTESE DAS ARGAMASSAS DE ADERÊNCIA E ACABAMENTO<br />

Argamassas <strong>de</strong> A<strong>de</strong>rência<br />

Empresas<br />

weber<br />

Ciarga<br />

DBF<br />

FASSA<br />

BORTOLO<br />

Produtos Comerciais<br />

Weber.prim<br />

chapisco<br />

ASB - Argamassa <strong>de</strong><br />

A<strong>de</strong>rência sobre<br />

superfícies <strong>de</strong> betão<br />

Lena 205 -<br />

Argamassa <strong>de</strong><br />

Chapisco<br />

SP 22<br />

HV 28<br />

Ambiente<br />

<strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Exrerior /<br />

Interior<br />

Exrerior /<br />

Interior<br />

Exrerior /<br />

Interior<br />

Exrerior /<br />

Interior<br />

Apresentação<br />

Comercial<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 kg<br />

(Palete <strong>de</strong> 56<br />

sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 56<br />

sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 54<br />

sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

Forma <strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Manual /<br />

Projectada<br />

Manual /<br />

Projectada<br />

Manual /<br />

Projectada<br />

Projectada<br />

Manual /<br />

Projectada<br />

Suporte<br />

recomenda<strong>do</strong><br />

Betão liso e pouco<br />

absorvente;<br />

Suportes <strong>de</strong> baixa<br />

a<strong>de</strong>rência como o<br />

betão;<br />

Suportes <strong>de</strong> baixa<br />

a<strong>de</strong>rência como o<br />

betão;<br />

Tijolo; Blocos termo<br />

isolantes;blocos <strong>de</strong><br />

cimento;<br />

pedra;betão;<br />

iv<br />

Tipo <strong>de</strong><br />

Acabamento<br />

Textura<br />

rugorosa<br />

(salpico)<br />

Textura<br />

rugorosa<br />

(salpico)<br />

Textura<br />

rugorosa<br />

(salpico)<br />

Textura<br />

rugorosa<br />

Consumo<br />

(Kg /m 2 )<br />

5-7 /cm<br />

3-5<br />

Produtos Associa<strong>do</strong>s<br />

2-4 -<br />

4-6<br />

-<br />

Serve <strong>de</strong> suporte <strong>para</strong><br />

posterior aplicação <strong>de</strong><br />

argamassas <strong>de</strong> reboco;<br />

Em superfícies<br />

poeirentas recomendase<br />

a aplicação <strong>de</strong> um<br />

primário fixa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> tipo<br />

AG 15 diluí<strong>do</strong>;<br />

Detalhes<br />

Espessura <strong>de</strong> aplicação :<br />

2 a 4 mm; Aguardar 3 dias<br />

antes <strong>de</strong> aplicar o reboco;<br />

Aplicar o reboco no<br />

mínimo após 72 horas <strong>de</strong><br />

cura;<br />

Aplicação da camada <strong>de</strong><br />

reboco, quan<strong>do</strong> a<br />

aplicação <strong>de</strong> Lena 205 se<br />

apresentar totalmente<br />

endurecida;<br />

-<br />

-


Argamassas <strong>de</strong> Acabamento<br />

Empresas Produtos Comerciais<br />

Weber<br />

cimenfix<br />

Ciarga<br />

Grupo Puma<br />

IRP<br />

Secil<br />

Martingança<br />

DBF<br />

Calcidrata<br />

Fassa Bortolo<br />

TOPECA<br />

Revestimento<br />

Orgânico <strong>de</strong> Capa<br />

Fina<br />

Weber.plast <strong>de</strong>cor M / F<br />

Pasta <strong>de</strong> Estanhar - Cimentícia<br />

SecilTek PK 02<br />

Weber.plast gran<br />

PE - Pasta <strong>de</strong> Estanhar<br />

Morc<strong>em</strong> Estuque Fino<br />

Tubetão G Capa Grossa<br />

Ambiente<br />

<strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 Kg<br />

Interior Manual Rebocos <strong>de</strong> cimento / cal; Acabamento Liso;<br />

(Paletes <strong>de</strong> 48 sacos)<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Apresentação<br />

Comercial<br />

Bal<strong>de</strong> <strong>de</strong> 25 Kg (Paletes<br />

<strong>de</strong> 36 Bal<strong>de</strong>s)<br />

Bal<strong>de</strong> <strong>de</strong> 25 Kg (Paletes<br />

<strong>de</strong> 24 Bal<strong>de</strong>s)<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 Kg<br />

Morc<strong>em</strong> Estuque Extra Fino Sacos <strong>de</strong> 3 Kg<br />

Finidur Branco ou Cinzento<br />

SecilTek PK 06<br />

SecilTek PK 10<br />

SecilTek PK 15<br />

Lena 810 -Pasta <strong>de</strong> Estanhar<br />

Lena 817 - Estuque sintético<br />

Lena 823 - Argamassa <strong>de</strong> reboco colori<strong>do</strong> <strong>em</strong> capa fina<br />

Intomix Fino - Argamassa <strong>para</strong> estuques Interior<br />

IG 21<br />

IB 16<br />

ZP 149 Interior Sacos <strong>de</strong> 25 Kg<br />

Tuforte FT Acabamento<br />

Tuforte Barramento<br />

Tubetão FT Capa Fina<br />

Tuforte <strong>de</strong> Estanhar<br />

Tuforte Mac - fino<br />

Tubetão G Enchimento<br />

Rebetop Gran<br />

Rebetop Color<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Interior<br />

Interior<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Interior<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Interior<br />

Exterior /<br />

Interior<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 48 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 20 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 60 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 20 Kg;<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg;<br />

Embalagens plásticas<br />

<strong>de</strong> 30 Kg e 7 Kg<br />

Sacos <strong>de</strong> 15 Kg -<br />

Paletes <strong>de</strong> 60 sacos<br />

Embalagens plásticas<br />

<strong>de</strong> 10 Kg e 20 Kg<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 54 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 25 Kg<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

Sacos <strong>de</strong> 20 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 48 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 20 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 48 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 15 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 48 sacos)<br />

Sacos <strong>de</strong> 20 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 48 sacos)<br />

Bal<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 20 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 27 bal<strong>de</strong>s)<br />

Sacos <strong>de</strong> 30 Kg<br />

(Paletes <strong>de</strong> 48 sacos)<br />

Forma <strong>de</strong><br />

Aplicação<br />

Manual<br />

Manual<br />

Manual<br />

Manual<br />

Manual<br />

Manual<br />

Manual /<br />

Projecção<br />

mecânica<br />

Manual<br />

Manual<br />

Suporte Recomenda<strong>do</strong> Tipo <strong>de</strong> Acabamento Recomenda<strong>do</strong><br />

Reboco à base <strong>de</strong> cimento, gesso ou cal, sist<strong>em</strong>as ETICS,<br />

placas <strong>de</strong> gesso cartona<strong>do</strong>;<br />

Morc<strong>em</strong> Estuque Grosso, Morc<strong>em</strong> Estuque Gesso,<br />

suportes à base <strong>de</strong> cimento, pinturas <strong>em</strong> bom esta<strong>do</strong>,<br />

gesso e cartão-gesso;<br />

Morc<strong>em</strong> Estuque Fino;<br />

Camadas <strong>de</strong> Reboco (executa<strong>do</strong> com RHP) <strong>de</strong>vidamente<br />

<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penadas ,<strong>em</strong> camada muito fina;<br />

Reboco;Betão (novo ou antigo); Betão Pré-fabrica<strong>do</strong>;<br />

Carapinha; Rebocos com acabamento pedra; Tinta <strong>de</strong><br />

areia; Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> isolamento térmico; Pintura Plástica <strong>em</strong><br />

bom esta<strong>do</strong>;Esferovite;<br />

Gesso, Betão , Reboco, Carapinha, Placas <strong>de</strong> gesso ,<br />

Pintura <strong>em</strong> bom esta<strong>do</strong> ( a<strong>de</strong>rida e resistente);<br />

v<br />

Acabamento fino e uniforme;<br />

-<br />

-<br />

Argamassa <strong>de</strong> Estanhar; Composição: Ligantes hidráulicos, inertes e<br />

Reboco; Acabamento liso;<br />

-<br />

1<br />

adjuvantes específicos;<br />

Suportes à base <strong>de</strong> gesso;<br />

Obtenção <strong>de</strong> uma superfície lisa, <strong>para</strong><br />

acabamento com uma tinta lisa <strong>de</strong> base<br />

aquosa;<br />

Especialmente vocaciona<strong>do</strong>s <strong>para</strong><br />

Acabamento Area<strong>do</strong>s;<br />

Morc<strong>em</strong> Estuque Grosso; Morc<strong>em</strong> Estuque<br />

Gesso;<br />

Morc<strong>em</strong> Estuque Fino; Impermor;<br />

Tintas<br />

-<br />

Produto incluí<strong>do</strong> na " Linha Ver<strong>de</strong>"; 3 / espessura camada<br />

H-DUR; Reboco à base <strong>de</strong> cal e/ou cimento ; Betão ; Acabamento Area<strong>do</strong> Fino ( Bi-camada);<br />

Não dispensa a pintura; Espessura máxima <strong>de</strong> 3 mm;<br />

H-DUR; Reboco à base <strong>de</strong> cal e/ou cimento ;<br />

Superfícies pre<strong>para</strong>das com argamassa <strong>de</strong> enchimento<br />

e/ou <strong>de</strong>s<strong>em</strong>peno RHP Korte;<br />

Acabamento talocha<strong>do</strong> <strong>em</strong> variadas cores e<br />

texturas;<br />

Acabamento <strong>em</strong> granula<strong>do</strong> colori<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

mármore;<br />

Acabamento "Vidra<strong>do</strong>" (estanha<strong>do</strong>);<br />

Reboco; Acabamento liso;<br />

Suportes <strong>de</strong> base cimentícia, recentes e especialmente<br />

<strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s <strong>para</strong> o efeito;<br />

Superfícies areadas mesmo que pintadas;<br />

Reboco antigo, reboco recente ou revestimento final sobre<br />

a camada <strong>de</strong> base armada feita com Lena 824 ETICS;<br />

Rebocos à base <strong>de</strong> cal; Rebocos à base <strong>de</strong> cal / cimento;<br />

Betão ; Rebocos (frescos ou secos) <strong>de</strong> cimento; Acabamento liso;<br />

Reboco;Betão (novo ou antigo); Betão Pré-fabrica<strong>do</strong>;<br />

Carapinha; Rebocos com acabamento pedra; Tinta <strong>de</strong><br />

areia; Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> isolamento térmico; Pintura Plástica <strong>em</strong><br />

bom esta<strong>do</strong>;<br />

Obtenção <strong>de</strong> uma superfície lisa, <strong>para</strong><br />

acabamento com uma tinta lisa <strong>de</strong> base<br />

aquosa;<br />

Com a sua utilização é possível a <strong>obtenção</strong><br />

<strong>de</strong> texturas lisas <strong>em</strong> panos <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s e<br />

tectos já executa<strong>do</strong>s;<br />

Produtos Associa<strong>do</strong>s<br />

Weber.prim regula<strong>do</strong>r - Primário <strong>de</strong> regularização<br />

<strong>de</strong> cor e a<strong>de</strong>rência; ibodur fixateur -Primário<br />

<strong>de</strong> endurecimento <strong>de</strong> suportes porosos<br />

Aplicada sobre camada fina executada com Lena<br />

210 ou Lena 220<br />

Reboco nos quais se pretenda efectuar o acabamento; Obtenção <strong>de</strong> superfícies lisas <strong>de</strong> cor branca; -<br />

Rebocos à base <strong>de</strong> cal; Rebocos à base <strong>de</strong> cal / cimento;<br />

Rebocos à base <strong>de</strong> gesso;<br />

Gesso, Betão , Reboco, Carapinha, Placas <strong>de</strong> gesso<br />

cartona<strong>do</strong>, Pintura <strong>em</strong> bom esta<strong>do</strong> (a<strong>de</strong>rente e resistente);<br />

Exterior / Interior: Reboco, Betão,Pintura; Exterior:Sist<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> isolamento térmico, placas pré-fabricadas;argamassas<br />

<strong>de</strong> regularização; Interior:ma<strong>de</strong>iras, aglomera<strong>do</strong>s, gesso,<br />

placas <strong>de</strong> gesso cartona<strong>do</strong>;<br />

Acabamento liso, atalocha<strong>do</strong>;<br />

Acabam<strong>em</strong>to liso; Obtenção <strong>de</strong> uma textura<br />

brilhante;<br />

Acabamento area<strong>do</strong> tradicional ou raspa<strong>do</strong><br />

constituin<strong>do</strong> acabamento final;<br />

Acabamento area<strong>do</strong> ( possibilitan<strong>do</strong><br />

posteriormente pintura, rebocos, peças<br />

cerâmicas);<br />

Acabamento <strong>em</strong> revestimento orgânico <strong>de</strong><br />

capa fina; Consultar as cores disponíveis no<br />

catálogo;<br />

H-DUR<br />

Aplicação sobre suportes <strong>de</strong> reboco ou fazen<strong>do</strong><br />

parte <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a ETICS, aplica<strong>do</strong> sobre a camda<br />

<strong>de</strong> base armada com Lena 824 ETICS;<br />

-<br />

Regula<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Fun<strong>do</strong> Topeca - Primário <strong>de</strong> fun<strong>do</strong><br />

antes da aplicação <strong>de</strong> pintura;<br />

-<br />

-<br />

Detalhes<br />

Também aplica<strong>do</strong>s nos sist<strong>em</strong>as Weber therm ; Disponível <strong>em</strong> textura<br />

média (M) e textura fina (F);<br />

Também aplica<strong>do</strong>s nos sist<strong>em</strong>as w eber therm;<br />

A espessura total aplicada não <strong>de</strong>verá exce<strong>de</strong>r os 2 mm;<br />

Espessura <strong>de</strong> aplicação até 1 mm; Produto incluí<strong>do</strong> na " Linha Ver<strong>de</strong>" ;<br />

Espessura máxima <strong>de</strong> 2 mm;<br />

Argamassa <strong>de</strong> estanhamento e barramento interior ;<br />

Argamassa <strong>de</strong> reboco <strong>de</strong> Capa Fina Cinzenta (Argamassa Hidrofugada)<br />

;<br />

Argamassa <strong>de</strong> reboco <strong>de</strong> Capa Fina Branca (Argamassa Hidrofugada);<br />

Estuque sintético; Destina<strong>do</strong> a conferir às superfícies um acabamento<br />

liso, <strong>para</strong> além <strong>do</strong> que não fissura e resiste à proliferação das<br />

bactérias;<br />

Aplicação <strong>em</strong> camada fina (até 2 mm por camada);<br />

Boa resistência à fissuração e resistente à proliferação <strong>de</strong> bactérias e<br />

fungos;<br />

Disponível <strong>em</strong> diversas cores tais como: branco, cr<strong>em</strong>e, bege, casca <strong>de</strong><br />

ovo, cinza escuro; Exist<strong>em</strong> outras cores disponíveis a pedi<strong>do</strong> <strong>do</strong> cliente,<br />

mediante quantida<strong>de</strong>s aceitáveis <strong>de</strong> produção;<br />

-<br />

Reboco fino à base <strong>de</strong> cal e gesso <strong>para</strong> interiores;<br />

Argamassa <strong>de</strong> barramento; Composição: Ligantes hidráulicos, inertes e<br />

adjuvantes específicos;<br />

Argamassa <strong>de</strong> regularização <strong>para</strong> betão; Composição: Cimento, aditivos<br />

específicos e cargas minerais;<br />

Grãos <strong>de</strong> areia coloridas; Disponível <strong>em</strong> granulometrias: F1 Fina e F2<br />

Grossa; Composição: Resinas <strong>em</strong> dispersão aquosa, Areias coloridas e<br />

aditivos específicos;<br />

Revestimento mineral colori<strong>do</strong> <strong>de</strong> capa fina; Consultar tabela <strong>de</strong> cores<br />

disponível <strong>em</strong> catálogo; Composição: cimento, areias seleccionadas,<br />

impermeabilizantes, pigmentos e outros aditivos;<br />

Consumo por mm <strong>de</strong><br />

espessura (Kg/m 2 )<br />

2 - 2,5 -Textura média (M)<br />

1,8 - 2,2 -Textura Fina (F)<br />

-<br />

2-3<br />

Reboco fino à base <strong>de</strong> cal e cimento branco ou cinza <strong>para</strong> exteriores ou<br />

interiores;<br />

Obtenção <strong>de</strong> superfícies lisas ; -<br />

2<br />

Po<strong>de</strong> constituir-se como suporte <strong>para</strong><br />

aplicação <strong>de</strong> uma camada fina ou finalizar <strong>em</strong><br />

acabamento <strong>para</strong> aplicação <strong>de</strong> pintura;<br />

Acabamento raia<strong>do</strong>: circular (movimentos<br />

circulares da talocha), horizontal (movimentos<br />

horizontais da talocha), vertical (movimentos<br />

verticais da talocha);<br />

-<br />

-<br />

-<br />

Regularização <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s e tectos <strong>de</strong> interior; Cor branco; Composição:<br />

Gessos especiais, compostos <strong>de</strong> sílica e adjuvantes específicos;<br />

Argamassa <strong>de</strong> regularização <strong>para</strong> : betão, placas <strong>de</strong> isolamento térmico,<br />

placas pré-fabricadas; Composição: cimento, aditivos específicos e<br />

cargas minerais;<br />

Argamassa <strong>de</strong> barramento sobre suportes à base <strong>de</strong> gesso;<br />

Composição: Gesso, inertes e adjuvantes específicos;<br />

Argamassa <strong>de</strong> regularização <strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s e tectos <strong>de</strong> interior;<br />

Composição: Gessos especiais, cargas minerais e adjuvantes<br />

específicos;<br />

2,8 - 3,3<br />

-<br />

0,3<br />

1,35<br />

1,3<br />

1,2 - 1,4<br />

1,8<br />

1,6<br />

0,5-0,8<br />

1,5-2<br />

2<br />

2<br />

0,9<br />

1<br />

1,7<br />

Depen<strong>de</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> trabalho<br />

a efectuar e <strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

utilização;<br />

1<br />

5 / espessura da camada<br />

1


ANEXO G - FICHAS TÉCNICAS DAS ARGAMASSAS PRÉ-DOSEADAS ESTUDADAS<br />

o M 1 - Monomassa Weber.pral classic da <strong>em</strong>presa Weber Cimenfix;<br />

o M 2 - Revestimento Decorabate da <strong>em</strong>presa António Caldas;<br />

o AR 1 - Argamassa <strong>de</strong> Reboco Exterior Manual (AREM) da <strong>em</strong>presa Ciarga;<br />

vi


vii

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