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24 CELA <strong>14</strong> para justificar a validade do regime e sua continuidade histórica. Entretanto, omitem que o desenvolvimento dessas nações é resultante da impiedosa exploração dos trabalhadores, desde a gênese do capitalismo, passando pelo saque colonial e neocolonial praticado contra as nações e povos do chamado Terceiro Mundo; pela crescente apropriação das diferentes formas de mais-valia (relativa, absoluta e diferencial) produzidas pelo trabalho suplementar do trabalhador; pela apropriação da renda da terra; pela livre remessa de lucros, etc. Atualmente, em virtude da diversificação e ampliação da classe trabalhadora, além do seu núcleo histórico representado pelo proletariado industrial, e pelo campesinato como classe social diretamente ligada às lutas no campo pela reforma agrária, os níveis de exploração da mão de obra estão disfarçados pela incorporação de técnicas e tecnologias aplicadas à cadeia produtiva. A flexibilização do trabalho e a terceirização da economia (formal e informal) sobre o contingente de trabalhadores urbanos e rurais, colocada em prática por empresas multinacionais e nacionais operando com flexibilidade e fluidez no contexto da economia globalizada pelas leis do mercado, impõem a política do neocolonialismo sobre o mundo dependente, a exemplo do Brasil. Notas: • Thiago, Chico e Jacó foram os meus nomes de guerra como militante no PCB. • Alguns nomes de militantes do PCB, inclusos os seus nomes de guerra, estão trocados por outras identidades, em razão de que muitos dos que viveram a tragédia da ditadura, incluindo familiares, estão vivos e presentes, e, por uma questão de ética, não tenho o direito de expô-los a juízos errôneos de terceiros que não viveram os acontecimentos. • Determinadas situações vividas por mim nos porões da ditadura e por outros companheiros de que eu tenho conhecimento, por uma questão pessoal, não serão relatadas neste depoimento.
PARTE I Militância e prisão Da razão da narrativa Aprisão ocorreu na manhã do dia <strong>14</strong> de julho de 1972, data em que se comemora o aniversário da Revolução Francesa (1776), com a queda da monarquia absolutista de Luís XVI. O período carcerário, ocorrido no transcurso de dois anos (1972-74), foi de seis meses e 10 dias, assim distribuídos: um mês no 10º BC; um mês no Grupo de Artilharia Motorizada, sediado em Brasília; mais três meses no Pelotão de Investigações Criminais (PIC), submetido a interrogatórios e torturas pelos “homens” do Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) de Brasília, com destaque para o sádico tratado por capitão Ailton. Em 1974, dei entrada no Centro Penitenciário Agro-Industrial de Goiás (Cepaigo) – hoje Agência Prisional–, a fim de cumprir o restante da pena con-
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