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OS EXORCISMOS<br />
DE ANNELIESE MICHEL<br />
E OUTROS EXORCISMOS.<br />
* * * *<br />
A VERDADEIRA EMILY ROSE<br />
Anneliese Michel (Leiblfing, 21 de setembro de 1952<br />
— Klingenberg am Main, 1 de julho de 1976) foi uma jovem<br />
alemã de família católica que acreditava ter sido possuída<br />
por uma legião de demônios, tendo sido submetida a uma<br />
intensa série de sessões de exorcismo pelos padres Ernest<br />
Alt e Arnold Renz em 1975 e 1976.<br />
As graves conseqüências atribuídas ao rito de exorcismo<br />
sobre a jovem motivaram a abertura de um processo<br />
criminal pelos promotores de justiça locais contra os pais<br />
de Anneliese e os padres exorcistas, causando uma grande<br />
polêmica em toda a Europa e dividindo a opinião pública<br />
mundial. O Caso Klingenberg, como passou a ser conhecido<br />
pelo grande público, deu origem a vários estu<strong>dos</strong> e pesquisas,<br />
tanto de natureza teológica quanto científica, e serviu<br />
como inspiração para os filmes O Exorcismo de Emily Rose,<br />
dirigido pelo cineasta estadunidense/norte-americano Scott<br />
Derrickson, e Requiem, dirigido pelo polêmico cineasta alemão<br />
Hans-Christian Schmid.<br />
Anneliese Michel nasceu em Leiblfing, no estado federal<br />
alemão da Baviera, mas foi criada com as suas três<br />
irmãs no pequeno município de Klingenberg am Main. Seus<br />
pais, Anna e Josef Michel, muito religiosos, lhe deram uma<br />
educação profundamente católica. O pai de Anneliese mantinha<br />
a família trabalhando em uma serraria.<br />
Em 1968, com apenas dezesseis anos, Anneliese<br />
começou a apresentar sintomas e comportamentos que<br />
foram diagnostica<strong>dos</strong> a princípio como epilepsia aliada a<br />
um quadro aparente de esquizofrenia, após vários exames<br />
na Clínica Psiquiátrica de Würzburg.<br />
Durante a noite, o corpo de Anneliese subitamente<br />
se tornava rígido, sentindo um enorme peso sobre o peito,<br />
além de uma total incapacidade de falar.<br />
Anneliese foi então enviada para o internamento no<br />
Hospital Psiquiátrico de Mittleberg, onde ela permaneceu<br />
em tratamento intensivo durante um período de aproximadamente<br />
um ano. Quando finalmente recebeu alta, foi<br />
ainda capaz de completar os seus estu<strong>dos</strong> secundários e<br />
matricular-se na Universidade de Würzburg, onde iniciou os<br />
seus estu<strong>dos</strong> em pedagogia.<br />
Entretanto, durante todo esse tempo, Anneliese afirmava<br />
continuar escutar vozes ameaçadoras que diziam<br />
que ela “queimaria no Inferno” e ter visões assustadoras<br />
que ela mesma atribuiu a uma possessão demoníaca. Sem<br />
que os médicos encontrassem uma cura definitiva e sem<br />
uma explicação satisfatória para os sofrimentos da jovem,<br />
os seus pais começaram a cogitar que sua filha, de fato,<br />
1<br />
estava possuída por alguma força sobrenatural maligna.<br />
Anneliese agora tinha visões de faces demoníacas durante<br />
as suas preces diárias, enquanto aumentava a sua intolerância<br />
a lugares e objetos sagra<strong>dos</strong> e mergulhava cada vez<br />
mais em crises depressivas.<br />
Durante todo esse período de tempo e até perto do<br />
final das sessões de exorcismo, Anneliese foi medicada com<br />
poderosos psicotrópicos. No início com Aolept (periciazina),<br />
que evita as convulsões por meio de sua ação direta no<br />
sistema nervoso, e depois com Tegretol (carbamazepina).<br />
A medicação se revelou ineficaz em deter as convulsões e<br />
fazer desaparecer as visões e vozes, que se tornaram mais<br />
e mais freqüentes para a jovem Anneliese.<br />
No verão de 1973, os pais de Anneliese foram até a<br />
paróquia local solicitando aos religiosos que submetessem<br />
a sua filha ao ritual de exorcismo. A princípio, o pedido foi<br />
negado, uma vez que a doutrina da Igreja Católica com respeito<br />
a essas práticas é muito restrita. Segundo a Igreja,<br />
dentre outras coisas, os possuí<strong>dos</strong> devem ser capazes de<br />
falar línguas que nunca tenham estudado, manifestar poderes<br />
sobrenaturais e mostrar grande a<strong>versão</strong> aos símbolos<br />
religiosos cristãos.<br />
Algum tempo depois, o padre Ernst Alt, considerado<br />
um perito no assunto, conclui que Anneliese já reunia as<br />
condições suficientes para a realização do exorcismo, de<br />
acordo com os procedimentos prescritos no Rituale Romanum.<br />
Por essa época, Anneliese já tinha assumido um<br />
comportamento cada vez mais irascível. Ela insultava,<br />
espancava e mordia os outros membros da família, além<br />
de dormir sempre no chão e se alimentar com moscas e<br />
aranhas, chegando a beber da própria urina. Anneliese podia<br />
ser ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto<br />
quebrava crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e<br />
lançava rosários para longe de si. Ela também cometia atos<br />
de auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa<br />
com freqüência.<br />
Em 1974, após acompanhar de perto o comportamento<br />
de Anneliese, o padre Ernest Alt finalmente decidiu<br />
solicitar permissão ao Bispo de Würzburg para realizar o<br />
exorcismo e a permissão foi concedida.<br />
Após efetuar uma exata verificação da possessão<br />
(Infestatio) em setembro de 1975, o Bispo de Würzburg,<br />
Josef Stangl, autorizou os padres Ernest Alt e Arnold Renz<br />
a realizarem os rituais do Grande Exorcismo, cuja base é o<br />
Rituale Romanum, que ainda era, à época, uma lei canônica<br />
válida desde o século XVII.<br />
No rito do exorcismo o padre deve portar um crucifixo<br />
e uma Bíblia, para poder utilizar as palavras ditas<br />
por Jesus Cristo com precisão. Deve fazer o sinal da cruz,<br />
abençoar a pessoa possuída e aspergir sobre ela água benta.<br />
O padre então ordena com fé e firmeza que o demônio<br />
deixe o corpo do possesso e ora pedindo pela salvação da<br />
vítima em nome de Jesus Cristo. As orações denunciam a<br />
ação maléfica de Satanás e rogam pela misericórdia de<br />
Deus. Normalmente, os padres levam o possesso para uma
igreja ou capela, onde podem realizar o rito reservadamente,<br />
apenas com a presença <strong>dos</strong> familiares. As sessões<br />
de exorcismo não têm um prazo de duração específico,<br />
podendo se estender durante horas, dias ou meses.<br />
No caso de Anneliese, as 67 sessões de exorcismo<br />
que se seguiram, numa freqüência de uma ou duas por<br />
semana, se prolongaram inicialmente por cerca de nove<br />
meses, durante os quais ela muitas vezes tinha que ser<br />
segura por até três homens ou, em algumas ocasiões,<br />
acorrentada. Ela também lesionou seriamente os joelhos<br />
em virtude das genuflexões compulsivas que realizava<br />
durante o exorcismo, aproximadamente quatrocentas em<br />
cada sessão.<br />
Nas sessões, que foram documentadas em quarenta<br />
fitas de áudio para preservar os detalhes, Anneliese<br />
manifestou estar possuída por, pelo menos, seis demônios<br />
diferentes, que se autodenominavam Lúcifer, Caim, Judas,<br />
Nero, Hitler e Fleischmann, um padre caído em desgraça<br />
no século XVI.<br />
Todavia, o Rituale Romanum, assim como o tratamento<br />
com psicotrópicos, também não surtiu o efeito<br />
desejado.<br />
Durante o período em que esteve submetida ao<br />
exorcismo, onde continuava tomando os medicamentos,<br />
Anneliese relatou um sonho, onde teria se encontrado<br />
com a Virgem Maria, e que ela lhe teria proposto duas<br />
escolhas para a sua condição: ou ser liberada logo do jugo<br />
<strong>dos</strong> demônios ou continuar o seu martírio para que to<strong>dos</strong><br />
soubessem que o mundo espiritual e ação <strong>dos</strong> demônios<br />
no mundo existem de fato. Anneliese teria escolhido a segunda<br />
opção.<br />
Segundo entendimento do ensaísta Elbson do Carmo,<br />
em seu artigo [1], no Universo Católico:<br />
Anneliese optou pelo martírio voluntário, alegando<br />
que seu exemplo enquanto possessa serviria de aviso a<br />
toda a humanidade de que o demônio existe e que nos<br />
ronda a to<strong>dos</strong>, e que trabalhar pela própria salvação deve<br />
ser uma meta sempre presente. Ela afirmava que muitas<br />
pessoas diziam que Deus está morto, que haviam perdido<br />
a fé, então ela, com seu exemplo, lhes mostraria que o<br />
demônio age, e independe da fé das pessoas para isso.<br />
Em 1 de julho de 1976, no dia em que Anneliese<br />
teria predito sua liberação, morreu enquanto dormia. À<br />
meia-noite, segundo o que afirmou, os demônios finalmente<br />
a deixaram e ela parou de ter convulsões. Anneliese<br />
foi dormir exausta, mas em paz, e nunca mais acordou,<br />
falecendo aos 23 anos de idade. A autópsia considerou o<br />
seu estado avançado de desnutrição e desidratação como<br />
a causa de sua morte por falência múltipla <strong>dos</strong> órgãos.<br />
Nesse dia o seu corpo pesava pouco mais de trinta quilos.<br />
Logo após o falecimento de Anneliese, os padres<br />
Ernest Alt e Arnold Renz fizeram o comunicado do óbito às<br />
autoridades locais que, imediatamente, abriram inquérito<br />
e procederam às investigações preliminares.<br />
Os promotores públicos responsabilizaram os dois<br />
2<br />
padres e os pais de Anneliese de homicídio causado por<br />
negligência médica. O bispo Josef Stangl, embora tivesse<br />
dado a autorização para o exorcismo, não foi indiciado<br />
pela promotoria em virtude de sua idade avançada e seu<br />
estado de saúde debilitado, vindo a falecer em 1979. Josef<br />
Stangl foi quem consagrou o padre Joseph Ratzinger<br />
como bispo, que no futuro se tornaria o Papa Bento XVI.<br />
O julgamento do processo, que passou a ser denominado<br />
como o Caso Klingenberg (em alemão: Fall<br />
Klingenberg), iniciou-se em 30 de março de 1978 e despertou<br />
grande interesse da opinião pública alemã. Perante<br />
o tribunal, os médicos afirmaram que a jovem não estava<br />
possuída, muito embora o Dr. Richard Roth, ao qual foi<br />
solicitado auxílio médico pelo padre Ernest Alt, teria feito a<br />
afirmação à época que não havia medicação eficaz contra<br />
a ação de forças demoníacas (cfe. fonte original: “there is<br />
no injection against the devil”).<br />
Os médicos psiquiatras, que prestaram depoimento,<br />
afirmaram que os padres tinham incorrido inadvertidamente<br />
em “indução doutrinária” em razão <strong>dos</strong> ritos, o<br />
que havia reforçado o estado psicótico da jovem, e que, se<br />
ela tivesse sido encaminhada ao hospital e forçada a se<br />
alimentar, o seu falecimento não teria ocorrido.<br />
A defesa judicial <strong>dos</strong> padres foi feita por advoga<strong>dos</strong><br />
contrata<strong>dos</strong> pela Igreja. A defesa <strong>dos</strong> pais de Anneliese<br />
argumentou que o exorcismo tinha sido ato lícito e que a<br />
Constituição Alemã protege os seus cidadãos no exercício<br />
irrestrito de suas crenças religiosas.<br />
A defesa também recorreu ao conteúdo das fitas<br />
gravadas durante as sessões de exorcismo, que foram<br />
apresentadas ao tribunal de justiça, onde, por diversas vezes,<br />
as vozes e os diálogos — muitas vezes perturbadores<br />
— <strong>dos</strong> supostos demônios eram perfeitamente audíveis.<br />
Em uma das fitas é possível discernir vozes masculinas<br />
de dois supostos demônios discutindo entre si<br />
qual deles teria de deixar primeiro o corpo de Anneliese.<br />
Ambos os padres demonstraram profunda convicção de<br />
que ela estava verdadeiramente possessa e que teria sido<br />
finalmente libertada pelo exorcismo, um pouco antes da<br />
sua morte.<br />
Ao fim do processo, os pais de Anneliese e os dois<br />
padres foram considera<strong>dos</strong> culpa<strong>dos</strong> de negligência médica<br />
e foi determinada uma sentença de seis meses com<br />
liberdade condicional sob fiança.<br />
Antes do início do processo, os pais de Anneliese<br />
solicitaram às autoridades locais uma permissão para<br />
exumar os restos mortais de sua filha. Eles fizeram esta<br />
solicitação em virtude de terem recebido uma mensagem<br />
de uma freira carmelita do distrito de Allgaeu, no sudoeste<br />
da Baviera. A freira relatou aos pais da jovem que teria<br />
tido uma visão na qual o corpo de Anneliese ainda estaria<br />
intacto ou incorrupto e que esta seria a prova definitiva do<br />
caráter sobrenatural <strong>dos</strong> fatos ocorri<strong>dos</strong>. O motivo oficial<br />
que foi dado às autoridades foi o de que Annieliese tinha<br />
sido sepultada às pressas em um sarcófago precário.<br />
Os relatórios oficiais, entretanto, divulgaram a
informação que o corpo já estava em avançado estado<br />
de decomposição. As fotos que foram tiradas durante a<br />
exumação jamais foram divulgadas. Várias pessoas chegaram<br />
a especular que os exumadores moveram o corpo<br />
de Anneliese do antigo sarcófago para o novo, feito de<br />
carvalho, segurando-o pelas mãos e pernas, o que seria<br />
um indício de que o corpo não estaria na realidade muito<br />
decomposto. Os pais e os padres exorcistas foram desencoraja<strong>dos</strong><br />
a ver os restos mortais de Anneliese. O padre<br />
Arnold Renz mais tarde afirmou que teria sido inclusive<br />
advertido a não entrar no mortuário.<br />
O LEGADO DE ANNELIESE MICHEL<br />
Em 1999, na cidade do Vaticano, o Cardeal Jorge<br />
Medina Estevez apresentou aos jornalistas a nova <strong>versão</strong><br />
do Rituale Romanum, que vinha sendo usado pela Igreja<br />
Católica desde 1614. A nova <strong>versão</strong>, escrita em latim<br />
em 84 páginas com encadernação de couro carmim, veio<br />
depois de mais de dez anos de estu<strong>dos</strong> e é denominada<br />
De exorcismis et supplicationibus quibusdam (em português:<br />
“De to<strong>dos</strong> os gêneros de exorcismos e súplicas”).<br />
O Cardeal Estevez afirmou, durante a divulgação do rito<br />
reformado, que “a existência do demônio não é um ponto<br />
de vista, algo no qual se possa decidir acreditar ou não”.<br />
O Papa João Paulo II aprovou o novo rito de exorcismo que<br />
agora é adotado em todo o mundo católico.<br />
Segundo o Cardeal Jacques Martin, ex-administrador<br />
da Casa Pontifícia, em seu livro My Six Popes, o<br />
próprio Papa João Paulo II teria realizado um exorcismo<br />
em 1982, expulsando um demônio de uma mulher italiana<br />
que lhe fora trazida contorcendo-se, gritando e lançan<strong>dos</strong>e<br />
ao chão. O Papa João Paulo II teria ministrado ainda<br />
dois outros exorcismos durante o seu pontificado[3].<br />
Nos dias atuais, o túmulo de Anneliese Michel em<br />
Klingenberg am Main tornou-se um local de peregrinação<br />
para os cristãos que a consideram uma devota que experimentou<br />
extremos sacrifícios em um martírio voluntário<br />
para possibilitar a salvação espiritual de muitos.<br />
Fonte: wikipédia<br />
3<br />
ESTE É O CASO QUE ORIGINOU O<br />
FILME “O EXORCISMO DE EMILY ROSE”<br />
Os padres Ernest Alt e Arnold Renz tinham uma<br />
dolorosa e necessária missão a cumprir. Talvez a simples<br />
fé no Cristo não fosse suficiente para levar a cabo a empreitada.<br />
Os padres sabiam muito bem que teriam de ser<br />
fortes. E extremamente corajosos. Doravante, era o inimigo<br />
do Altíssimo que teriam de enfrentar e combater.<br />
Anneliese Michel tinha visões assustadoras de faces<br />
demoníacas enquanto, ajoelhada, dedicava uma prece<br />
ao Senhor. Vozes invadiam os seus ouvi<strong>dos</strong> com promessas<br />
terríveis: a jovem, distante de qualquer possibilidade<br />
de Salvação em Crsisto, queimaria eternamente no Inferno.<br />
Crises de depressões sucediam-se, já que Anneliese,<br />
embora profundamente católica, via crescer em si uma<br />
insuportável intolerância a locais e objetos sagra<strong>dos</strong>.<br />
O que era uma simples conjectura tornou-se, para<br />
os pais daquela jovem de apenas vinte e três anos, uma
convicção inabalável: a filha estava possuída por forças<br />
sobrenaturais malignas.<br />
Foto de Anneliese Michel antes da possessão<br />
Anneliese nascera em 1952, na Baviera, recanto<br />
alemão de arraigada tradição católica. Por volta <strong>dos</strong> dezesseis<br />
anos, desencadeou-se em Anneliese uma torrente<br />
de sintomas que, ao menos na aparência, sugeriam<br />
problemas mentais. A Clínica Psiquiátrica de Würzburg<br />
chegou a um diagnóstico: Anneliese padecia de epilepsia<br />
associada à esquizofrenia. Inciou-se um tratamento<br />
intensivo, que durou um ano. Supostamente recuperada,<br />
Anneliese completou o segundo grau. Posteriormente, ingressou<br />
na Universidade de Würzburg, iniciando o curso<br />
de Pedagogia.<br />
Mas os estu<strong>dos</strong> foram interrompi<strong>dos</strong>. As vozes e<br />
visões demoníacas se tornaram cada vez mais constantes<br />
e opressoras. Anneliese assumira um comportamento<br />
agressivo. Consta que a moça “insultava, espancava e<br />
mordia os outros membros da família, além de dormir<br />
sempre no chão e se alimentar com moscas e aranhas,<br />
chegando a beber da própria urina. Anneliese podia ser<br />
ouvida gritando por horas em sua casa, enquanto quebrava<br />
crucifixos, destruía imagens de Jesus Cristo e lançava<br />
rosários para longe de si. Ela também cometia atos de<br />
auto-mutilação, tirava suas roupas e urinava pela casa<br />
com freqüência” (1).<br />
4<br />
Anneliese, subjulgada pelas forças malígnas<br />
Frustrado o tratamento psiquiátrico, os pais de Anneliese<br />
buscaram o auxílio da Igreja. O padre Ernest Alt<br />
acompanhou o caso. Em 1974, ele chegou à conclusão de<br />
que havia indícios veementes de possessão demoníaca, o<br />
que requereria a realização de exorcismo. Mas somente<br />
em setembro do ano seguinte o bispo de Wüzburg autorizou<br />
o ritual, conforme os procedimentos previstos no<br />
Rituale Romano.<br />
Ao longo de 67 seções, que se prolongaram por<br />
longos nove meses, realizadas uma ou duas vezes por semana,<br />
os padres Ernest e Arnold pelejaram contra entidades<br />
que assumiam a identidade de Lúcifer, Caim, Judas,<br />
Nero, Adolf Hitler e Fleischmann, um bruxo do século XVI.<br />
Durante as sessões, Anneliese, muitas vezes, “tinha que<br />
ser segurada por até três homens ou, em algumas ocasiões,<br />
acorrentada” (2). Argumenta-se que ela “lesionou<br />
seriamente os joelhos em virtude das genuflexões compulsivas<br />
que realizava durante o exorcismo, aproximadamente<br />
quatrocentas em cada sessão” (3).<br />
Anneliese teria relatado um sonho místico no qual<br />
dialogara com a Virgem Maria. A mãe de Jesus teria proposto,<br />
à jovem, a seguinte escolha: liberar-se, em proveito<br />
próprio, do terrível jugo demoníaco, ou continuar<br />
imersa no dolososo martírio, mas em nome da fé cristã. A<br />
segunda alternativa seduziu a jovem estudante: ela seria<br />
um público exemplo de que os demônios existem e de<br />
que exercem os seus nefan<strong>dos</strong> poderes no plano terrestre.<br />
Argumenta-se que “Anneliese optou pelo martírio<br />
voluntário, alegando que seu exemplo enquanto possessa<br />
serviria de aviso a toda a humanidade de que o demônio<br />
existe e que nos ronda a to<strong>dos</strong>, e que trabalhar pela própria<br />
salvação deve ser uma meta sempre presente. Ela<br />
afirmava que muitas pessoas diziam que Deus está morto,<br />
que haviam perdido a fé, então ela, com seu exemplo,<br />
lhes mostraria que o demônio age, e independe da fé das<br />
pessoas para isso. (4)”<br />
Anneliese predissera quando se daria a sua libertação:<br />
1 de julho de 1976. Consta que, à meia-noite, os<br />
demônios finamente abandonaram o corpo da estudante,<br />
deixando-a em paz e livre das convulsões impingidas du-
ante tantos anos. Exausta, Anneliese adormeceu. E teve,<br />
em seqüência, uma morte tranqüila. Era o fim de um insuportável<br />
suplício. “A autópsia considerou o seu estado<br />
avançado de desnutrição e desidratação como a causa de<br />
sua morte por falência múltipla <strong>dos</strong> órgãos. Nesse dia o<br />
seu corpo pesava pouco mais de trinta quilos. (5)”<br />
Segundo Elbson do Carmo, após a morte de Anneliese,<br />
“seus pais foram indicia<strong>dos</strong> por homicídio culposo<br />
e omissão de socorro, e os dois padres exorcistas Ernst<br />
Alt e Arnold Renz sofreram as mesmas acusações. Os dois<br />
padres foram condena<strong>dos</strong> a seis meses de prisão.” (6)<br />
Registra o mesmo autor que esse fato “chocou a opinião<br />
pública alemã, gerando uma enorme polêmica em toda<br />
a Europa, que incluiu a Igreja, os meios acadêmicos e a<br />
justiça em torno da mesma discussão” (7). A história de<br />
Anneliese deu origem a dois filmes, “Requien” – produção<br />
alemã – e “O Exorcismo de Emily Rose” – produção<br />
norte-americana dirigida por Scott Derrickson.<br />
Anneliese Michel é, certamente, um <strong>dos</strong> mais bem<br />
documenta<strong>dos</strong> casos de distúrbios de comportamento<br />
ao qual se atribui a ação opressora e letal de forças<br />
malignas incidente sobre a frágil psique humana. E, a<br />
considerar o incontestável rigor que antecede a qualquer<br />
autorização da Igreja Católica para a prática do Rituale<br />
Romano, não se pode pôr em dúvida a materialidade do<br />
excêntrico e destrutivo calvário, ou as implicações místicas<br />
que acompanharam o longo sofrimento da estudante<br />
de Wüzburg. Mas se, de fato, possessão houve, isto<br />
compõe uma insondável silhueta que, por se situar no<br />
campo metafísico, escapa a qualquer possibilidade de<br />
juízo conclusivo.<br />
NOTAS:<br />
(1) a (5) http://www.geocities.com/apostolvs/AVI-<br />
SO.htm .<br />
(6) e (7) Carmo, Elbson do. “O Exorcismo de Emily<br />
Rose – Crítica do Filme” disponível em http://www.universocatolico.com.br/index.php?option=com_content&ta<br />
sk=view&id=13039&Itemid=8<br />
O EXORCISMO DE EMILY ROSE (THE EXOR-<br />
CISM OF EMILY ROSE)- O FILME<br />
5<br />
Elenco: Laura Linney, Tom Wilkinson, Shohreh<br />
Aghdashloo, Campbell Scott, Jennifer Carpenter, Joshua<br />
Close, Colm Feore.<br />
Direção: Scott Derrickson Gênero: Drama Distribuidora:<br />
Columbia Pictures Estréia: 02 de Dezembro de<br />
2005<br />
Sinopse: “O Exorcismo de Emily Rose”, inspirado<br />
em história real, conta o drama vivido por uma jovem de<br />
19 anos possuída pelo demônio em um <strong>dos</strong> raros casos<br />
do tipo reconhecido oficialmente pela Igreja. No filme, a<br />
protagonista Laura Linney interpreta o papel de uma advogada<br />
que defende um padre (Tom Wilkinson) acusado<br />
por uma sessão de exorcismo realizada em uma adolescente<br />
chamada Emily Rose que, segundo ele, havia sido<br />
possuída pelo demônio.<br />
Curiosidades:<br />
» Baseado na história real de Anneliese Michel,<br />
jovem germânica que sofreu as mesmas consequências<br />
que a personagem do filme, nos anos 70.<br />
O EXORCISMO DE EMILY ROSE<br />
COMENTÁRIO DO FILME<br />
POR ELBSON DO CARMO 12 DEZ 2005<br />
Se há uma única paixão que cultivo neste mundo,<br />
essa paixão é o cinema. E já que segundo Bernard Shaw<br />
“tolos e sábios nivelam-se quando o assunto é a paixão”,<br />
posso cultivar essa sem qualquer culpa.<br />
O filme “O Exorcismo de Emily Rose” (2005 - Sony<br />
Pictures), lançado desde setembro de 2005 nos EUA e Europa,<br />
mas apenas recentemente lançado no Brasil vem<br />
atraindo a atenção do grande público e lotado salas de<br />
cinema em todo país. O filme relata a história de uma jovem<br />
que se acreditava possuída pelo demônio. Mais uma<br />
vez o tema é um sucesso de bilheteria, o que revela que<br />
o público sente-se especialmente atraído pelo assunto,<br />
mesmo quando o tema já teve seu formato desgastado<br />
pelas péssimas seqüências de ícones do gênero como “O<br />
Exorcista” e “Terror em Amityville”, o primeiro, por sinal,<br />
baseado num exorcismo real em um garoto de 14 anos,<br />
ocorrido na década de 40, num subúrbio de Washington<br />
nos EUA. “O Exorcista” foi até hoje o único filme de terror<br />
a ser indicado a um Oscar de melhor filme, se é que o<br />
gênero terror se aplique a ele.<br />
Ao invés de repetir a fórmula desastrada das seqüências<br />
<strong>dos</strong> filmes cita<strong>dos</strong> - seqüências essas cheias de<br />
efeitos especiais baratos, estórias desconexas e sustos<br />
bobos – “O Exorcismo de Emily Rose” procura ater-se<br />
a uma realidade muito mais factível e esse é talvez seu<br />
grande mérito. O filme é um típico romance de tribunal,<br />
com advoga<strong>dos</strong> hora heróis hora vilões, um juiz carrancudo,<br />
reviravoltas, discursos heróicos e tudo mais desse gênero<br />
que está para os americanos como as novelas estão<br />
para os brasileiros. O filme baseia-se numa história real,<br />
entretanto, reflete apenas uma pequena parte <strong>dos</strong> fatos
que inspiraram o roteiro. Os nomes foram modifica<strong>dos</strong>, o<br />
lugar <strong>dos</strong> acontecimentos e seus desdobramentos, mas o<br />
essencial da questão permaneceu inalterado com toda a<br />
sua controvérsia, só que auxiliada por outros elementos<br />
que a tornam mais emblemática. Entre eles, a contraposição<br />
entre ciência e fé.<br />
A verdadeira protagonista da história chamava-se<br />
Anneliese Michel, uma jovem alemã de família católica,<br />
que desde os 15 anos começou a manifestar mais fortemente<br />
sintomas e comportamentos que mais tarde seriam<br />
atribuí<strong>dos</strong> a uma possessão demoníaca, mas que os<br />
médicos diagnosticaram como epilepsia aliada a um quadro<br />
aparente de esquizofrenia. A jovem, na época, passou<br />
por uma série de exames e deu início a um tratamento<br />
médico longo e penoso, que não surtindo efeitos, foi substituído,<br />
a pedido da própria Anneliese e de seus pais, por<br />
acompanhamento religioso. A jovem dizia ver demônios e<br />
ter seu corpo subjugado por eles, além de escutar vozes<br />
assustadoras.<br />
Em 1976 a diocese local, já provida das evidências<br />
de que a jovem não sofria de uma doença mental, autorizou<br />
o exorcismo observando o contido no Direito Canônico,<br />
[ cf. Cic, can. 1172]. Os 67 exorcismos realiza<strong>dos</strong> ao<br />
longo de 9 meses fracassaram, e a jovem, por motivação<br />
própria, resolveu não mais ser exorcizada, atribuindo essa<br />
decisão a uma aparição da Virgem Maria, que lhe teria<br />
oferecido a libertação, mas que a deixaria livre à opção do<br />
martírio se assim desejasse. Anneliese optou pelo martírio<br />
voluntário, alegando que seu exemplo enquanto possessa<br />
serviria de aviso a toda a humanidade de que o demônio<br />
existe e que nos ronda a to<strong>dos</strong>, e que trabalhar pela própria<br />
salvação deve ser uma meta sempre presente. Ela<br />
afirmava que muitas pessoas diziam que Deus está morto,<br />
que haviam perdido a fé, então ela, com seu exemplo,<br />
lhes mostraria que o demônio age, e independe da fé das<br />
pessoas para isso.<br />
Na história real, após a morte de Anneliese em<br />
01/07/1976, aos 23 anos (por inanição e falência múltipla<br />
<strong>dos</strong> órgãos - o jovem morreu pesando pouco mais de<br />
30kg), seus pais foram indicia<strong>dos</strong> por homicídio culposo e<br />
omissão de socorro, e os dois padres exorcistas Ernst Alt<br />
e Arnold Renz sofreram as mesmas acusações. Os dois<br />
padres foram condena<strong>dos</strong> a seis meses de prisão, mas a<br />
sentença foi dada como cumprida tendo em conta que já<br />
haviam passado três anos presos aguardando julgamento.<br />
Um fato como esse diante da implacável justiça alemã é<br />
na prática uma declaração de inocência. Esse fato chocou<br />
a opinião pública alemã, gerando uma enorme polêmica<br />
em toda a Europa, que incluiu a Igreja, os meios acadêmicos<br />
e a justiça em torno da mesma discussão. Não demorou<br />
até que o túmulo de Anneliese Michel se tornasse um<br />
local de peregrinação, e assim o é até hoje.<br />
Diante da pressão <strong>dos</strong> meios de comunicação, que<br />
acusavam a Igreja de práticas medievais em pleno século<br />
XX, das dúvidas que cercaram todo o processo, além da<br />
enorme polêmica, a conferência episcopal alemã refor-<br />
6<br />
mou a decisão da diocese de Klingenberg, que autorizou<br />
o exorcismo, e declarou que Anneliese Michel jamais fora<br />
uma possessa. Essa decisão foi recebida como uma atitude<br />
de autopreservação por parte da Igreja local, e só fez<br />
aumentar a polêmica em torno do fato.<br />
Antes da filmagem de “O Exorcismo de Emily<br />
Rose”, outro filme já havia contado a história de Anneliese<br />
Michel: “Réquiem”, produzido e falado em alemão, muito<br />
mais fiel à verdade <strong>dos</strong> fatos, mas que ficou circunscrito<br />
apenas àquela parte do mundo.<br />
“O Exorcismo de Emily Rose”, como qualquer produção<br />
americana, cerca a estória central com elementos<br />
alegóricos acessórios que lhe dêem sustentação e prenda<br />
a atenção do espectador, coisa que o filme faz com maestria.<br />
Mas independentemente da distância <strong>dos</strong> fatos reais,<br />
“O Exorcismo de Emily Rose” não violenta ou invalida o<br />
tema central de trama, apenas a reescreve sob outras<br />
luzes. O filme, muito embora possa frustrar aqueles que<br />
esperam um espetáculo aterrorizante, típico de filmes “B”<br />
para adolescentes, tem o mérito de fazer uma análise<br />
bem estruturada da questão ao confrontar as noções modernas<br />
a respeito da existência do demônio sob várias óticas,<br />
principalmente a ótica médico-psiquiátrica, a parapsicologia,<br />
e o aspecto moral, ético e religioso da questão.<br />
To<strong>dos</strong> os elementos do filme conduzem a uma reflexão<br />
final surpreendente, e ao mesmo tempo perturbadora.<br />
Por fim, o filme tem um elenco de primeira, com<br />
Laura Linney e o excelente ator britânico Tom Wilkinson.<br />
Muito embora haja cenas fortes, perto de “O Exorcista”,<br />
“O Exorcismo de Emily Rose” chega a ser um filme leve. O<br />
filme consegue ser vitorioso em fazer com que o espectador<br />
pense por um momento, reflita nem que seja por um<br />
átimo acerca dessa realidade sobrenatural que é a existência<br />
e a ação do demônio, o que torna o filme bastante<br />
franco em sua mensagem, e até mesmo surpreendente<br />
em se tratando de cinema americano, que muitas vezes<br />
consegue ser acéfalo.<br />
Minha recomendação é que você assista ao filme.<br />
Não esqueça a pipoca, será bom ter algo à mão que ajude<br />
a relaxar. Será uma ótima oportunidade para pensar a<br />
questão e tomar algumas resoluções. O filme termina com<br />
uma imagem que sugere a esperança após o reencontro<br />
com a fé. Mas quanto a ação do demônio, o filme deixa<br />
nítido ainda que a realidade é bem pior, e a verdade ainda<br />
mais crua, mas ainda assim, será a verdade. Bastará sair<br />
do cinema e abrir um jornal para ver o quanto as verdades<br />
que o filme encerra podem estar próximas de to<strong>dos</strong> nós.
EXORCISMOS<br />
GRITOS DAS TREVAS - Parte 1<br />
Nesta seqüência de doze trabalhos, trago aos leitores,<br />
em tópicos, o resumo de um livro muito especial para<br />
mim. Se eu disser aos leitores, que aprendi mais com este<br />
livro, do que com a maioria de to<strong>dos</strong> os outros que já li na<br />
vida, o leitor poderá ficar chocado, quando souber do que<br />
se trata. Avisos do Além é um livro relatando sete exorcismos<br />
realiza<strong>dos</strong> por uma equipe de sacerdotes, com a<br />
autorização da Igreja, respeitadas as normas e as fórmulas<br />
consagradas. Como o livro é muito difícil até de ser<br />
encontrado, porque o inferno faz de tudo para que as pessoas<br />
não tomem conhecimento dele, resolvemos trazê-lo<br />
a público, até porque não se encontra restrição à sua divulgação<br />
nele impresso. Ademais, como faremos apenas<br />
colagens, manteremos o original, apenas resumido.<br />
Entre os motivos que nos levam a publicar estes<br />
textos, alguns poderemos destacar. O primeiro deles<br />
é trazer ao público não somente o grito das trevas em<br />
sim, mas um grito contra as trevas, que rapidamente espalham<br />
no mundo suas heresias. Assim, as pessoas de<br />
boa fé poderão estar preparadas, para o terrível momento<br />
em que trevas completas caírem sobre este mundo mau<br />
que criamos. O segundo motivo, é levar a to<strong>dos</strong> aqueles<br />
incautos, em especial aos nossos irmãos separa<strong>dos</strong>, um<br />
aviso singular, para que não brinquem de exorcismo, porque<br />
seus atos servem apenas para brincar com os demônios.<br />
Eles não receberam este poder de Deus, porque não<br />
usam a estola – não receberam o Sacramento da Ordem.<br />
Ademais, aqui na terra, é em geral, somente diante do<br />
Santíssimo Sacramento, da Eucaristia, é que os demônios<br />
capitulam. E isso eles não têm! O resto é blefe!<br />
O exorcismo é algo de muito sério, e somente aos<br />
padres ordena<strong>dos</strong>, muni<strong>dos</strong> de estola, fonte de poder por<br />
força de Deus, ou a aqueles aos quais Deus der este poder<br />
– e disso estão fora to<strong>dos</strong> os pastores – é que efetivamente<br />
podem expulsar aos demônios em definitivo. E<br />
isso a custa de muita oração, e somente – porque Deus<br />
quer assim – pela invocação da Virgem Maria, o terror<br />
<strong>dos</strong> demônios. Por isso, to<strong>dos</strong> os evangélicos estão fora<br />
disso, seus exorcismos são embustes. Jamais aconteceu<br />
um verdadeiro exorcismo entre eles, e quando toparam<br />
com um caso realmente verídico, sério, ele sempre isso<br />
acabou parando nas mãos de um sacerdote católico.<br />
Para se ter uma idéia, um padre exorcista revelou<br />
que, <strong>dos</strong> 400 casos que lhe foram apresenta<strong>dos</strong>, apenas<br />
10 eram verdadeiros. Os outros eram apenas ilusão de<br />
pessoas, manipuladas pelo maligno, mas não possessas.<br />
São estes que os evangélicos usam, a fim de iludir aos<br />
incautos, querendo fazer crer que têm poder. Por fim,<br />
serve para que ninguém tente, nem mesmo os católicos<br />
7<br />
que se acham prepara<strong>dos</strong>, enfrentar as trevas sozinho,<br />
num exorcismo, sem uma proteção especial, sem uma<br />
autorização da Igreja, e sem a presença de um sacerdote<br />
exorcista. O demônio facilmente os derrotará a to<strong>dos</strong>, sem<br />
exceção!<br />
Nesta primeira parte, apresentamos os preparativos,<br />
exatamente como está nos originais, para que as<br />
pessoas se cientifiquem de que se trata de coisa muito<br />
séria, que foi tratada pelos sacerdotes exorcistas, com extremo<br />
cuidado. O que aconteceu de extraordinário neste<br />
caso, foi que, ao serem expulsos os quatro espíritos maus,<br />
em sete sessões, eles foram obriga<strong>dos</strong> por Nossa Senhora<br />
a falar a verdade sobre tudo que acontece, especialmente<br />
na Igreja, fazendo revelações que estarrecerão ao leitor.<br />
O fato, essencial hoje, é que passa<strong>dos</strong> 28 anos daqueles<br />
trabalhos tudo está acontecendo milimetricamente conforme<br />
as revelações previram, de modo que, NEGAR tal<br />
evidência, é atirar na cabeça da própria estupidez. Estas<br />
manobras, o leitor perceberá, procedem <strong>dos</strong> adversários<br />
de Deus, encastela<strong>dos</strong> dentro da própria Igreja. Eles combatem<br />
tenazmente a to<strong>dos</strong> os que lutam contra o diabo.<br />
Sabemos que certos setores da Igreja são tremendamente<br />
contrários à esta revelação, em especial aqueles<br />
que são atingi<strong>dos</strong> diretamente pelas farpas que os demônios<br />
lançam, ao revelarem suas más atitudes, mas isso<br />
não nos assusta. Também aqueles que trabalham para<br />
satanás, não querem que isso venha a público, por isso a<br />
grande dificuldade de encontrar o livro, pois nenhum editor<br />
se anima a imprimi-lo. Importa então esclarecer. Importa<br />
alertar contra o inferno, e isso o faremos até quando<br />
força tivermos. Outras explicações daremos no início de<br />
cada texto. Peço aos leitores paciência, até que consigamos<br />
colocar to<strong>dos</strong> os textos no ar, porque também aqui o<br />
amaldiçoado trabalha contra. Vamos ao livro!<br />
DEPOSITO LEGAL Nº 12425/88<br />
DIFUSÃO CATÓLICA<br />
CONFISSÕES DO INFERNO<br />
AO MUNDO CONTEMPORÂNEO<br />
RELATO TEXTUAL DE SETE EXORCISMOS<br />
GUARDA<br />
1 9 8 7<br />
A REALIDADE DO MALIGNO<br />
(Nota à edição portuguesa)<br />
Este livro que agora se publica, doze anos depois<br />
<strong>dos</strong> acontecimentos, é um grito de alarme aos suficientes<br />
que tudo explicam por causas naturais. Revela uma<br />
realidade hedionda, um mundo em permanente trabalho<br />
de destruição, que quer aprisionar as almas nas trevas<br />
e conseguir a sua condenação. Esses agentes do reino<br />
negro em expansão, falam do que estão a fazer, do que
fizeram e do que planejam<br />
Tudo se passa no tempo do Papa Paulo VI, um homem<br />
de dores, e muito do que se diz refere-se àquela<br />
circunstância. No entanto, por cima disso, desfila um horizonte<br />
de destruição e negrura, uma aposta de demolição<br />
e uma raiva sem fim contra a humanidade e o Criador. O<br />
livro não perdeu atualidade: antes a ganhou, dado o sentimento<br />
do mundo que proclama abertamente a morte de<br />
Deus e do diabo. Na realidade, nem o Criador se apagou,<br />
nem a má criatura desapareceu: antes trabalha para a<br />
perdição da Igreja e <strong>dos</strong> homens, com uma inteligência e<br />
uma eficácia inquietantes.<br />
Os documentos, no princípio e no fim desta obra,<br />
servem para mostrar que não se trata de uma história fabricada<br />
por alucina<strong>dos</strong> na Suíça. É uma história real, verificável,<br />
inquietante, misteriosa, que nos lembra as terríveis<br />
palavras de Nossa Senhora de Fátima: «Vão muitas almas<br />
para o inferno, porque não têm quem reze por elas.» Esse<br />
sítio existe e desse poço infernal espalha-se um mal que<br />
invade as mentes, as instituições e a Terra. Leiamos com<br />
atenção e, como diz São Paulo referindo-se aos carismas,<br />
retenhamos o que é útil, o que é bom, o que é salvífico e<br />
nos pode ajudar na nossa vida de to<strong>dos</strong> os dias.<br />
Não nos fixemos nos pormenores, nas pequenas<br />
coisas; consideremos antes as grandes linhas e o sofrimento<br />
desta alma. Sofrimento real, terrível, medonho.<br />
Pensemos no nosso próprio sofrimento, tantas vezes exagerado<br />
para inglês ver. E se tivéssemos uma coisa assim?<br />
Elevemos o nosso espírito a Deus, numa oração profunda<br />
e verdadeira, peçamos por to<strong>dos</strong>, invoquemos o Espírito<br />
Santo, e ... assim, com esta disposição, de entendimento<br />
aberto, comecemos a leitura.<br />
Nota: Os textos destes Exorcismos, bem como os<br />
múltiplos comentários, foram publica<strong>dos</strong> em alemão pela<br />
editora Martanisches Schriftanwerk (Trimbach-Suíça), a<br />
cargo do Dr. Buonaventur Meyer, e depois verti<strong>dos</strong> em<br />
francês e publica<strong>dos</strong> pela Associação Tout Restaurer dans<br />
le Chrisi, dirigida pelo Dr. Jean Marty, já falecido. A edição<br />
portuguesa, mais simplificada e reduzida ao essencial, foi<br />
autorizada pela casa Editora Suíça. A ela e ao seu diretor<br />
os nossos agradecimentos<br />
PREFÁCIO<br />
A MINHA EXPERIÊNCIA<br />
(Testemunho do editor Buonaventur Meyer)<br />
A par do grande número de casos de possessão,<br />
que chegaram até nós pela Sagrada Escritura, são muitos<br />
os textos literários que através <strong>dos</strong> séculos dão testemunho<br />
de tais fatos. O holandês W. C. Van Dam, na sua obra<br />
modelar Demônios e Possessos (Pahloch Editora, 1970)<br />
cita mais de duzentos livros diferentes, que dão testemunho<br />
desta realidade.<br />
No ano de 1947 tomei conhecimento de um caso<br />
8<br />
de possessão e pude verificar como da mesma pessoa se<br />
emitiam vozes estranhas e como a aspersão com água<br />
benta provocava uma imediata reação de repulsa.<br />
Em 1975 assisti a um exorcismo de sete pessoas<br />
possessas, numa Igreja em Itália. Presenciei as reações<br />
<strong>dos</strong> pobres possessos durante o exorcismo. Além disso,<br />
vi o seu comportamento durante a recepção <strong>dos</strong> Sacramentos,<br />
a sua oposição e, finalmente, a sua capitulação<br />
perante o Santíssimo Sacramento. As pessoas assim atormentadas<br />
tinham vindo, por sua livre vontade, para serem<br />
exorcizadas por um Padre pie<strong>dos</strong>o, «porque procuravam<br />
um alívio, que ninguém mais lhes poderia dar», como elas<br />
próprias me confiaram.<br />
Uma das possessas, que fora <strong>dos</strong> exorcismos se<br />
comporta como qualquer outra pessoa, mostrou-me cicatrizes<br />
nos seus braços, e explicou-me que durante 25<br />
anos consultara médicos e professores de Medicina, mas<br />
ninguém tinha conseguido aliviá-la, a não ser aquele Padre,<br />
homem Santo, que na Igreja recitara um exorcismo.<br />
Esse Padre, homem pie<strong>dos</strong>o e de alma fervorosa, proibiume<br />
de revelar o seu nome, dado que o Episcopado, por<br />
causa do ataque da imprensa atualmente generalizado<br />
em quase todo o mundo, não autoriza o Grande Exorcismo<br />
com que se expulsam os demônios e, além disso, impõe<br />
ao exorcista o maior silêncio para que nada seja tornado<br />
público.<br />
Apesar da Bíblia referir cerca de 70 vezes o inferno<br />
e mais vezes ainda o demônio, encontramos na Igreja atual<br />
Bispos competentes, professores de Teologia tolerantes,<br />
que negam a existência pessoal do demônio, e com<br />
ela, a existência do inferno e também a existência de todo<br />
o mundo Angélico.<br />
SOBRE A POSSESSA<br />
A propósito da possessa que este livro refere,<br />
chegou-se há pouco, mais uma vez, à conclusão de que<br />
no caso desta mulher e mãe, se trata de uma alma reparadora,<br />
que desde os 14 anos é atormentada por pavorosos<br />
esta<strong>dos</strong> de angústias e perío<strong>dos</strong> de insônia total. Foi<br />
tratada pelos méto<strong>dos</strong> mais modernos da Medicina e da<br />
Psiquiatria durante as suas oito permanências em clínicas.<br />
Quando, depois do mais rigoroso tratamento, lhe deram<br />
alta, considerando-a como um caso inexplicável, um<br />
exorcista conhecido comprovou casualmente a possessão<br />
de um modo inequívoco. Após um exorcismo, que contou<br />
com a colaboração de vários Sacerdotes, realizado num<br />
lugar de Aparições da Virgem (Fontanelli – Montichiari, em<br />
Itália), tanto os demônios (anjos caí<strong>dos</strong>) como almas danadas,<br />
(pessoas condenadas) foram obriga<strong>dos</strong>, por ordem<br />
da Santíssima Virgem, a fazer importantes revelações dirigidas<br />
à Igreja atual.<br />
Tendo convidado vários Bispos e representantes da<br />
Psiquiatria e Medicina para assistirem a um exorcismo,<br />
realizado em 26 de abril de 1978, dia da Festa de Nossa<br />
Senhora do Bom Conselho, estiveram em minha casa,
para a realização do exorcismo, seis Sacerdotes e também<br />
o psiquiatra francês Dr. M. G. Mouret, diretor clínico<br />
do hospital psiquiátrico de Limoux (França) possuidor de<br />
grande experiência em tais fenômenos.<br />
Depois do exorcismo de três horas, com muitas<br />
revelações saídas da boca da possessa antes e após o<br />
exorcismo, o Dr. Mouret deixou por escrito o seu testemunho,<br />
afirmando que no caso presente não se tratava nem<br />
de esquizofrenia, nem de histeria, mas sim do controle<br />
da pessoa por uma força exterior, que a Igreja Católica<br />
apelida – possessão.<br />
Esta mulher, possessa e mãe de quatro filhos e é<br />
continuamente atormentada até ao limite das suas forças.<br />
Apesar disso, procura cumprir o melhor possível os<br />
seus deveres familiares. O fardo monstruoso, os tormentos<br />
causa<strong>dos</strong> pelos demônios que lhe perturbam o sono<br />
noturno, as continuas revelações feitas pelos espíritos,<br />
significam um martírio permanente. O seu único alívio<br />
vem daqueles Sacerdotes que, contrariando as tendências<br />
atuais, se compadecem do seu estado, lhe ministram<br />
os Sacramentos e recitam o Exorcismo.<br />
* * *<br />
Mas já em 25 de abril de 1977, por disposição da<br />
Divina Providencia, tinha visitado a possessa e assistido a<br />
um exorcismo, acompanhado pelo prelado Professor Dr.<br />
Georg Siegmund, de Fulda. Como docente, formara gerações<br />
de Sacerdotes e como também teólogo, filósofo<br />
e biólogo, publicara já um grande número de trabalhos<br />
científicos, de tal modo que o físico de renome mundial,<br />
o cristão evangélico Pascal Jordan, o qualificou como um<br />
<strong>dos</strong> filósofos e teólogos mais importantes da atualidade.<br />
Sem tomar posição relativamente ao conteúdo<br />
das revelações demoníacas, o Prof. Siegmund atesta no<br />
epílogo: «Relativamente à pessoa, estou convencido de<br />
que não se trata, nem de uma histérica, nem de uma<br />
psicopata ou de uma doente psíquica, o que aliás já foi<br />
também confirmado por médicos especialistas. Os seus<br />
fenômenos de possessão, como eu próprio pude observar,<br />
dão a impressão de se tratar de possessão autêntica.<br />
Ela e também a sua família sofrem, pois que a autoridade<br />
competente, impede uma verdadeira assistência espiritual,<br />
por receios, aliás, compreensíveis, numa época em que<br />
reina a negação do espiritual.»<br />
No seu testemunho, o Prof. Siegmund refere-se ao<br />
número sempre crescente de pessoas, mesmo nas escolas<br />
superiores de Teologia, que negam a existência de<br />
satanás e <strong>dos</strong> Anjos. Á esta atitude segue-se a destronização<br />
do Altíssimo.<br />
A VIDA POSSESSA<br />
Embora a senhora em causa, devido ao seu estado<br />
de saúde e à grande distância e isolamento da sua aldeia<br />
natal só tivesse freqüentado a escola primária, possui<br />
9<br />
inteligência acima da média, compreensão rápida e boa<br />
memória. Da sua biografia, que ela própria escreveu à<br />
máquina, extraímos as seguintes passagens (por motivos<br />
compreensíveis omitimos nomes e lugares e, por questões<br />
de espaço, abreviamos as descrições).<br />
« Os meus pais viviam numa pequena quinta. O lugar<br />
é muito isolado. Nasci na Suíça alemã, em 1937, no<br />
Domingo do Santo Escapulário, dia em que a admissão<br />
das crianças na Congregação do Escapulário era solenemente<br />
festejada. Fui batizada na terça-feira seguinte. Diz<br />
a minha mãe que eu, em bebê, chorava imenso e dormia<br />
excepcionalmente pouco. Pensavam, no entanto, que isso<br />
era devido a problemas intestinais, mas nunca foi possível<br />
fundamentar essas conjecturas dum modo satisfatório.<br />
Na primavera de 1944, comecei a freqüentar a escola.<br />
Era uma criança tímida e muito calma. Aprendia com<br />
facilidade. A leitura, a escrita e as contas, não apresentavam<br />
qualquer dificuldade para mim.<br />
O meu lugar preferido era à beira do ribeiro, na<br />
erva e junto das flores. Muitas vezes juntava-me com<br />
outras crianças e gostávamos de agitar as pernas dentro<br />
da água. As nossas conversas eram iguais às de qualquer<br />
criança desta idade. Também falávamos, às vezes,<br />
de assuntos de caráter religioso, do Céu, do inferno, do<br />
Purgatório.<br />
Fiz a primeira Comunhão em 1946. Levei esse ato<br />
muito a sério e preparei-me o melhor que pude. Dum<br />
modo geral, posso dizer que o tempo escolar passou sem<br />
incidentes dignos de nota. Desde muito nova acompanhava<br />
os meus pais ao campo, onde procurava ser útil. Os<br />
meus irmãozinhos exigiam muito tempo e trabalho.<br />
Depois da minha primeira Comunhão passei a ir<br />
quase diariamente à Missa e à Sagrada Comunhão. Tinha,<br />
então, a sensação, quando lia o meu Missal negligentemente<br />
ou rezava menos, de que as graças eram menos<br />
abundantes. Aos treze anos, tive que agüentar ataques<br />
mais ou menos duros de outras crianças. Cochichavam<br />
que eu era uma “beata” e que queria ir para freira. Sentime<br />
profundamente envergonhada, mas, referindo-se ao<br />
fato, a minha avó disse-me: «Ora, não dês ouvi<strong>dos</strong> às outras<br />
crianças. Elas não sabem o que dizem. O que importa,<br />
é que Deus esteja contente contigo.<br />
Gostava muito de ir à Igreja e, quando na Missa<br />
solene, o coro entoava cânticos, os altares estavam orna<strong>dos</strong><br />
de flores e o cheiro do incenso se espalhava, tinha<br />
a impressão de que to<strong>dos</strong> se encontravam muito próximo<br />
do Céu.<br />
A NOITE CAI<br />
Algum tempo depois da morte da minha avó, em<br />
1951, tive de enfrentar um período de duras provas.<br />
Apoderaram-se, bruscamente, da minha alma, angústias<br />
e escrúpulos que jamais experimentara anteriormente.<br />
O sofrimento prolongou-se de modo inquietante. Eu<br />
já não era a mesma! É claro que os meus princípios e a
minha atitude para com Deus se mantinham na mesma,<br />
mas todo o meu universo mental se pôs a vacilar e eu fui<br />
tomada de uma confusão profunda. Sentia uma enorme<br />
apatia e, interiormente, uma total falta de interesse. A<br />
doença e os sofrimentos atingiram uma intensidade tal,<br />
que às vezes me sentia despedaçada. Os pensamentos<br />
iam e vinham.<br />
Fosse qual fosse o assunto das minhas reflexões,<br />
jamais encontrava uma luz. E o pior é que não conseguia<br />
libertar-me desses pensamentos. Era como se tudo estivesse<br />
gasto e apagado.<br />
Uma ocasião, eu penso que no dia de To<strong>dos</strong> os<br />
Santos, em 1952, (tinha, portanto quinze anos), no meio<br />
de grande perturbação, disse à minha mãe: “Mãe, sintome<br />
num estado de grande atordoamento”. Ela disse-me<br />
algumas palavras de confiança e acrescentou que tudo<br />
havia de voltar ao normal.<br />
Só era preciso que eu o quisesse verdadeiramente<br />
e procurasse a alegria perdida. Mas aí é que estava a<br />
dificuldade: não consegui encontrá-la, embora a tivesse<br />
procurado com todas as minhas forças. E, quanto à vontade,<br />
o que não teria feito e dado, para readquirir a minha<br />
antiga liberdade! Mas isso não estava nas minhas mãos.<br />
As minhas angústias aumentavam e eu já nem sequer<br />
conseguia dormir sozinha no meu quarto. O meu pai mudou<br />
de quarto e, assim, pude ir para junto da minha mãe.<br />
Embora ela estivesse junto de mim, o medo e a angústia<br />
estrangulavam-me a garganta.<br />
As pancadas do meu coração ressoavam até o pescoço.<br />
Sentia-me assaltada de um terror imenso que me<br />
impedia até de falar. A angústia e o terror penetravam-me<br />
a tal ponto que uma hora parecia-me quase uma eternidade!<br />
Independentemente disto, tinha a consciência de<br />
que Deus queria que eu aceitasse estes sofrimentos pela<br />
salvação das almas. Esforcei-me por aceitar tudo. Nesta<br />
noite, também aconteceu algo de extraordinário, que me<br />
impelia a aceitar este sofrimento. (Quando digo aceitar,<br />
gostaria quase de acentuar que isto aconteceu na noite<br />
em que dei o sim).<br />
ACEITAR A VONTADE DE DEUS<br />
Era o começo da insônia total e, o mais simples era<br />
aceitar a vontade de Deus. Mais tarde compreendi que<br />
me envolvia e revolvia nesta cruel obscuridade, sem encontrar<br />
uma saída. Este tormento era o meu quinhão, dia<br />
e noite, e ninguém podia ajudar-me. A minha madrinha<br />
acompanhou-me ao médico, que ficava muito distante.<br />
Ele disse que eu tinha apanhado uma inflamação nos rins<br />
e na bexiga, e que isso atacara o sistema nervoso. Receitou-me<br />
medicamentos, mas continuei a piorar e algum<br />
tempo depois, o médico mandou-me para o hospital.<br />
Deste modo, esta pobre criança foi submetida, desde<br />
os catorze anos, ao mais duro <strong>dos</strong> martírios. Passou os<br />
anos seguintes ajudando nos trabalhos domésticos, sendo<br />
essa atividade apenas interrompida pelos tratamentos<br />
10<br />
médicos e por curtas estadias no hospital. Como se esses<br />
sofrimentos não bastassem, teve que mandar arrancar os<br />
dentes porque um médico pensou que eles eram a causa<br />
<strong>dos</strong> seus sofrimentos. Isto, porém, não levou a nenhuma<br />
mudança no seu estado; foi apenas, para a pobre, um sofrimento<br />
suplementar.<br />
A Divina Providência deu-lhe então um homem<br />
sem fortuna, mas honesto. Casou com ele em 1962, embora<br />
a princípio a família a tivesse dissuadido de o fazer.<br />
Esta mulher e mãe, na casa <strong>dos</strong> quarenta anos, deu à luz<br />
quatro encantadoras crianças. Durante a gravidez e os<br />
partos não experimentou quaisquer melhoras nos seus<br />
inexplicáveis sofrimentos. Pelo contrário. Mais enfraquecida<br />
que nunca, ela foi levada para clínicas e casas de<br />
repouso, mas por fim os especialistas de uma clínica de<br />
grande nomeada, mandaram-na para casa, como uma<br />
pessoa mentalmente sã, mas considerando-a um caso<br />
inexplicável.<br />
Injeções, eletrochoques e outros tratamentos,<br />
ocasionaram-lhe maiores e insuportáveis sofrimentos,<br />
interrompi<strong>dos</strong> apenas por fugidios raios de luz. Por volta<br />
de 1972, (então com 35 anos), registrou ligeiras melhoras.<br />
Ela escreveu a este propósito:<br />
« Descobriu-se, por acaso, que sofria duma falta<br />
total de fósforo. Tomei umas cápsulas e, de fato registraram-se<br />
melhoras, no meu estado geral. Até que ponto<br />
era fósforo, até que ponto era a vontade de Deus que me<br />
dava finalmente alívio? Não sei! Consegui dormir, se é que<br />
se pode chamar dormir a um mero passar pelo sono ou,<br />
quando tudo ia pelo melhor, dormitar. Os esta<strong>dos</strong> de angústia<br />
eram cada vez mais raros, sentia de novo vontade<br />
de rir e podia já fazer normalmente os meus trabalhos<br />
caseiros. O meu marido andava radiante, mas não havia<br />
ninguém que se sentisse mais aliviado do que eu. Podia<br />
ter novamente dois filhos comigo, o que me dava uma<br />
enorme alegria. Louvei e glorifiquei o Senhor por ter sido<br />
finalmente liberta, mas nem por isso deixei de compreender<br />
que o sofrimento, por maior e mais esmagador<br />
que seja, pode ser sempre uma graça. Por isso, pensava<br />
muitas vezes que Ele sabia a razão de me ter conduzido<br />
através desta noite.<br />
EXORCISMOS E REVELAÇÕES<br />
Em 1974, sobreveio uma grave recaída. « A minha<br />
irmã levou-me à casa de um bom homem que já tinha<br />
prestado ajuda à muitas pessoas. Na sua presença, senti<br />
bruscamente uma sacudidela no braço, sem que eu o tivesse<br />
movimentado. O homem disse de repente: ‘Penso<br />
que a senhora está possessa.’ Em seguida, fui ter com um<br />
Sacerdote, que se mostrou muito séptico, mas que apesar<br />
disso, fez um exorcismo. Então, ele declarou-me que to<strong>dos</strong><br />
os sinais indicavam que se tratava de possessão. »<br />
Finalmente, depois de difíceis exorcismos e de<br />
muitas orações, um exorcista experimentado conseguiu<br />
romper a barreira. Depois de vários exorcismos, os de-
mônios e as almas condenadas, com certos intervalos,<br />
foram-se revelando. Conseguiu-se mesmo uma libertação<br />
temporária, mas to<strong>dos</strong> os demônios voltaram. Pediu-se a<br />
um Bispo para dar autorização a um exorcismo oficial e<br />
para tomar a responsabilidade.<br />
No dia 8 de Dezembro de 1975, cinco exorcistas<br />
obtiveram autorização para o Grande Exorcismo. Seguiram-se<br />
outros, de caráter mais limitado, em que estiveram<br />
presentes no máximo, três Padres. As revelações<br />
feitas no decurso destes exorcismos pelos demônios, sob<br />
as ordens da Santíssima Virgem, são as que se encontram<br />
na presente obra.<br />
SITUAÇÃO PRESENTE<br />
Os pais confirmaram, em algumas frases escassas<br />
e sucintas, certas datas da vida da sua filha. Tanto eles<br />
como ela ignoram até 1974 a origem <strong>dos</strong> seus indizíveis<br />
sofrimentos. Tudo tentaram, quer através da Medicina,<br />
quer da Psiquiatria, para que a filha pudesse ter alívio e<br />
curar-se. Tudo em vão. Restou-lhes unicamente o caminho<br />
da oração.<br />
O que mais impressiona na casa paterna é a<br />
simplicidade e o horror a qualquer idéia de maravilhoso<br />
e espetacular. A origem <strong>dos</strong> sofrimentos da filha é para<br />
eles inexplicável e se entregam confiantemente à oração,<br />
numa submissão total à vontade de Deus. Os numerosos<br />
documentos, como cartas, registros grava<strong>dos</strong> e fotografias<br />
tiradas durante os exorcismos, estão à disposição da<br />
Igreja, para uma investigação canônica.<br />
A Divina Providência nem sequer permitia que os<br />
seus amigos ou vizinhos se interessassem pelo que estava<br />
a passar. A sua possessão só se manifesta na sua vida<br />
interior e, embora seja cruelmente atormentada durante<br />
noites inteiras, pode durante o dia desempenhar as suas<br />
tarefas domésticas.<br />
Desde 1975 que não freqüenta a Igreja é horrivelmente<br />
assediada pelos demônios, em diversas partes da<br />
Santa Missa, à benção ou quando se encontra em contacto<br />
com relíquias ou objetos benzi<strong>dos</strong>. Sempre que possível,<br />
é semanalmente visitada por um Sacerdote que lhe<br />
ministra os Sacramentos.<br />
OS PLANOS DE DEUS<br />
Os sofrimentos expiatórios que esta mulher aceita<br />
com tanta generosidade, a miséria interior que suporta e<br />
o total abandono em que vive, particularmente nos dias<br />
que se seguem aos exorcismos, em união com os sofrimentos<br />
de Cristo, com a sua agonia e abandono, decerto<br />
muito contribuirão para a salvação das almas. A grande<br />
preocupação desta alma reparadora é a de não entravar,<br />
por sua culpa, as revelações feitas ao nosso tempo, pelos<br />
demônios, sob as ordens da Rainha do Céu e da Terra, e<br />
não permitir assim que, por negligência e descuido, muitas<br />
almas, que poderiam salvar-se, sejam condenadas<br />
11<br />
para sempre.<br />
Pedimos a to<strong>dos</strong> os leitores destas linhas uma<br />
oração muito especial por intenção desta alma tão sacrificada.<br />
TESTEMUNHOS<br />
TESTEMUNHO DO REV.º PADRE RENZ *<br />
Devido ao empenhamento de um irmão espiritual<br />
da companhia de Jesus, o Padre Rodewyk SJ, acedi a um<br />
convite para me deslocar à Suíça onde, juntamente com<br />
outros Padres, fiz cinco exorcismos, seguindo o método<br />
de S.S. Leão XIII, de 10 de Junho à 13 de Julho de 1997,<br />
à possessa.<br />
De acordo com a minha experiência nestes assuntos<br />
estou convencido de que, no presente caso, se trata<br />
de possessão e que as revelações feitas pelos demônios<br />
resultam do comando e da coação evidente de um poder<br />
superior. Isso não impede que os demônios resistam continuamente<br />
à essa imposição. O calvário extremamente<br />
doloroso da possessa, desde há vinte e quatro anos, a sua<br />
aceitação <strong>dos</strong> sofrimentos envia<strong>dos</strong> por Deus, as muitas<br />
orações de um grande número de pessoas e o conteúdo<br />
das revelações feitas, são garantias de que elas são queridas<br />
por Deus e por Maria, Mãe da Igreja.<br />
Naturalmente que todas as comunicações sobre a<br />
verdadeira doutrina da Igreja e a sua situação atual, têm<br />
que ser examinadas. A oposição levantada contra as revelações<br />
presentes denuncia a vontade destruidora <strong>dos</strong> demônios.<br />
O conteúdo do livro tem como objetivo uma sólida<br />
renovação da Igreja. Aliás, não é a primeira vez que Deus<br />
e a Santíssima Virgem se manifestam à Igreja através <strong>dos</strong><br />
demônios, como o prova a conhecida obra Sermões do<br />
demônio, de Niklaus Wolf von Rippertschwand (13 de Junho<br />
de 1977).<br />
* O Padre Arnold Renz, SDS, nasceu em 1911 e foi<br />
ordenado Sacerdote em Passau, em 1938, como membro<br />
da Ordem <strong>dos</strong> Salvatorianos. De 1938 até 1953 trabalhou<br />
como missionário em Fuklen (China). De 1954 a 1963 foi<br />
pároco e director espiritual de várias paróquias e institutos<br />
religiosos. A partir de 1965 a até 1976 foi pároco<br />
em Rueck-Schippach St. Pius (em Spessart, Diocese de<br />
Wurzburg). O Bispo Stangl, de Wurzburg, encarregou-o do<br />
caso de possessão de Anneliese Michel, em Klingenberg.<br />
Em seguida, voltou para a paróquia.<br />
TESTEMUNHO DE DENKINGER,<br />
JOVEM TEÓLOGO<br />
Testemunho de um jovem teólogo, que analisou<br />
directamente o texto do livro, antes da impressão definitiva.<br />
« Depois duma leitura crítica da presente obra, de-
pois de ouvir algumas das gravações, depois de uma visita<br />
à mulher em questão, só me resta declarar o seguinte:<br />
- Estou absolutamente convencido da autenticidade Divina<br />
das revelações aqui publicadas. Eu e a minha teologia<br />
moderna temos de nos render perante uma humildade tão<br />
grande, como a que se ressalta <strong>dos</strong> textos. »<br />
Johannes Denknger (Teólogo diplomado, Olten)<br />
ALGUMAS OBSERVAÇÕES E<br />
ESCLARECIMENTOS<br />
Os demônios são força<strong>dos</strong> pelo Céu a falar, contra<br />
vontade, sobre a Igreja e a sua situação actual, de tal<br />
modo que as suas declarações contrariam o seu reino e<br />
favorecem o Reino de Cristo. No seu ódio, os espíritos<br />
infernais evitam, na maior parte das vezes, pronunciar<br />
o nome de Maria, da Bem-Aventurada, da Virgem ou de<br />
Mãe de Deus. Referem-se à Virgem Santíssima como<br />
: «Ela lá em cima.» Também não dizem: «Maria assim o<br />
quer», mas, «Ela quere-o», «Ela força-nos», «Ela manda<br />
dizer.» Do mesmo modo rodeiam, de diversas maneiras,<br />
o nome de Jesus e da Santíssima Trindade. Muitas vezes<br />
sublinham as suas palavras com um gesto do dedo da<br />
possessa, apontando para cima ou para baixo.<br />
Quando os demônios exigem orações, por exemplo,<br />
quando dizem que é necessário recitar uma oração, ou<br />
orações, antes de falarem, é claro que este pedido não resulta<br />
de um desejo do inferno, mas do Céu, que o exprime<br />
por intermédio <strong>dos</strong> demônios. Durante as revelações feitas<br />
por sua boca, a possessa foi violentamente atormentada<br />
por dificuldade em respirar, convulsões, perturbações cardíacas<br />
e crises de sufocação. Daí o carácter muitas vezes<br />
irregular das frases. Como estes exorcismos contrariavam<br />
o inferno, os demônios recusaram-se muitas vezes em<br />
continuar a falar. Além disso, punham objeções diversas,<br />
rosnavam, gritavam, troçavam e cinqüenta por cento destes<br />
apartes foram omitido por questões de brevidade e<br />
simplificação, mas, no conjunto, a luta foi muito mais dura<br />
e prolongada do que o leitor poderá imaginar. É preciso ter<br />
isto bem presente para não cometer o erro de pensar que<br />
estas graves revelações foram obtidas facilmente.<br />
ÁTRIO - OS EXORCISTAS<br />
Os Sacerdotes, cujos nomes se seguem, declaram<br />
que, baseando-se no seu conhecimento pessoal do caso<br />
de possessão, estão absolutamente convenci<strong>dos</strong> da autenticidade<br />
das revelações feitas pelos demônios, sob a<br />
ordem da Santíssima Virgem.<br />
Padre Albert d’Arx, Niederbuchsiten<br />
Padre Arnold Egli, Ramiswil<br />
Padre Ernest Fischer, Missionário, Gossau<br />
Padre Pius Gervasi, OSB, Disentis<br />
Padre Karl Holdener, retirado, Ried<br />
12<br />
Padre Gregor Meyer, Trimbach<br />
Padre Robert Rindere CPPS, Aww<br />
Padre Louis Veillard, retirado, Cesneux-Péquignot<br />
Os Sacerdotes são to<strong>dos</strong> de nacionalidade Suíça,<br />
exceto o Padre Fischer, que é alemão. To<strong>dos</strong> participaram<br />
nos exorcismos, salvo o Padre Gregor Meyer, que durante<br />
algum tempo foi o diretor espiritual da senhora atacada e<br />
que a conhece, muito bem. Dois outros Padres, de nacionalidade<br />
francesa, participaram também nos exorcismos.<br />
NOTE BEM: Apesar do testemunho <strong>dos</strong> Sacerdotes<br />
envolvi<strong>dos</strong> e de outros peritos, desejamos declarar, de<br />
acordo com o decreto do Papa Urbano VIII, que a este documento<br />
só se pode dar uma fé humana. Submetemos a<br />
totalidade do texto ao juízo supremo da Santa Igreja.<br />
Mas nós acrescentamos: Eles deveriam ser muito<br />
idiotas ou masoquistas a ponto de envolverem seus<br />
nomes em uma revelação tão terrível, mal sabendo que<br />
seriam tão persegui<strong>dos</strong> como de fato o foram e continuam<br />
sendo ainda hoje. Nos dois artigos finais desta série, passaremos<br />
alguns comentários e uma entrevista na íntegra<br />
com o Padre Amorth, talvez o mais célebre exorcista em<br />
atividade. Esta entrevista não consta do livro, mas tem<br />
relação íntima com ele.<br />
Assim, temos a base das revelações que virão a<br />
seguir. Estas coisas são importantes, para que o leitor<br />
se familiarize com o tema, e não tenha medo de seguir<br />
adiante. Tudo foi feito pela nossa Igreja Católica, dentro<br />
das regras da Igreja Católica, de mo<strong>dos</strong> que não há o que<br />
temer. Sempre digo a mesma coisa para a questão do<br />
medo: Quem tem a alma limpa, quem tem a consciência<br />
absolutamente tranqüila, não teme, pois Deus está com<br />
Ele.<br />
Esperamos que to<strong>dos</strong> possam aprender, nos detalhes<br />
das revelações, tanto quanto eu. Para mim, foi uma<br />
verdadeira escola de vida. Sobre este livro eu chorei, e<br />
destas revelações do além, adquiri ainda uma força maior<br />
para seguir avante na minha missão. Até o último trabalho<br />
desta série, o leitor terá lido 95 páginas de muitas<br />
revelações.<br />
Que a Santíssima Trindade nos ajude neste trabalho.<br />
Nas mãos de Jesus e Maria<br />
Arnaldo<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 2<br />
Em toda a minha vida, sempre tive muito pavor<br />
do inferno. Já desde pequenino, de um modo especial<br />
da parte de minha querida vovó materna, Gertrudes, ouvi<br />
muitos alertas contra as trevas, e disso eu guardei um
enorme receio. Depois, como já falei em outro artigo, a<br />
cada meio ano, mais ou menos, eu tinha um pavoroso<br />
pesadelo com os demônios, que me fazia tremer por horas<br />
seguidas. Disso resultou hoje, não um medo – porque<br />
estou nas mãos da divina Providência e isto me basta –<br />
mas um respeito e um conhecimento de causa, que me<br />
fez tornar em adversário encarniçado das trevas. Porque,<br />
estando nas mãos deste nosso Deus, tão poderoso e bom,<br />
nada temo, e por isso vou continuar alertando, contra o<br />
inferno e contra os demônios, a to<strong>dos</strong> aqueles que assim<br />
o desejarem. Afinal ele é nosso único grande inimigo, ao<br />
qual devemos temer, pois é justo aquele que, além de nos<br />
matar no corpo, pode também nos roubar a alma, conforme<br />
disse Jesus. O trabalho a que agora sigo, exige que o<br />
leitor tenha paciência de me acompanhar por mais dez<br />
textos além deste, com o mesmo título, porque não posso<br />
colocar tudo em um trabalho só. Ontem à noite, quando eu<br />
procurava um texto específico, entre as centenas de arquivos<br />
que já tenho, topei com o livro <strong>dos</strong> Sete Exorcismos,<br />
denominado Avisos do Além, e bruscamente entrei nele.<br />
Não consigo me lembrar que alguma vez tivesse recebido<br />
isso via internet, somente em xerox, que já consultei. E à<br />
medida que mergulhava naquela leitura, percebi o quão<br />
rica fonte de alerta ela ainda continua sendo, para que se<br />
possa mostrar ao leitor o estado interno da Igreja – em<br />
especial – e também da humanidade, que hoje mergulha<br />
à alta velocidade rumo aos braços do maligno. E daí me<br />
surgiu a idéia de preparar a matéria em textos mais curtos,<br />
facilitando a leitura e dando dinâmica ao texto. Como<br />
vou fazer cortes e colagens, vou me ater o quanto possível<br />
apenas ao original.<br />
Digo antes, que o livro destas revelações, já teve<br />
em si muitos cortes para facilitar a leitura, por causa <strong>dos</strong><br />
uivos, berros, gemi<strong>dos</strong>, imprecações e maldições que os<br />
espíritos infernais emitiam, ao serem exorciza<strong>dos</strong>. Mas<br />
nós vamos retirar ainda mais coisas, para que permaneça<br />
apenas o cerne das revelações. É que, pela força da<br />
Santíssima Trindade, pela força do Império de Rainha, de<br />
Nossa Senhora, esta Mãe carinhosa, sempre tão preocupada<br />
com nossa salvação, obrigou os demônios, contra a<br />
sua vontade, mesmo em grande desespero de ódio, a terem<br />
que falar a verdade, sobre suas ações, sobre os seus<br />
projetos, sobre suas conquistas, exatamente para alertar<br />
os homens sobre seu poder.<br />
E assim, usando as mais diferentes potestades do<br />
céu, por ordem da Virgem Maria, o padre ia conjurando os<br />
maus espíritos a falarem a verdade, sempre e somente a<br />
verdade, para desespero do inferno, que não quer ver estas<br />
coisas reveladas. Até mesmo este livro, para chegar ao<br />
prelo, levou mais de 15 anos, tamanha a luta do maldito<br />
para que tais coisas não viessem a público. E hoje, ainda,<br />
é enorme a pressão que o inferno exerce, especialmente<br />
sobre os sacerdotes, para que eles não coloquem os olhos<br />
nestes escritos. Pessoalmente, por uma certeza íntima e<br />
forte de meu coração, considero-os da mais alta confiabilidade,<br />
tanto que me exponho a fazer esta divulgação sem<br />
13<br />
medo. Com certeza servirá para que mais gente se ponha<br />
a rezar, porque o estado interior da Igreja, é de verdadeira<br />
podridão, pelo que se verá.<br />
Mais algumas considerações, antes de entrar no<br />
tema: Sempre os demônios evitam o nome de Maria e<br />
por isso, usando o dedo da possessa, apontam para cima<br />
e dizem (Aquela lá de cima), ou a chamam de A Grande<br />
Senhora. Quando se referem ao Céu, apontam para<br />
cima. Quando se referem ao inferno, apontam para baixo.<br />
Tudo isso permanecerá no texto, saindo fora apenas as<br />
incitações e as invocações do exorcista. Também cortarei<br />
alguns pequenos textos que são menos esclarecedores<br />
ou que causarão dúvida. Enfim, eu poderia até tentar<br />
resumir cada tópico, com a minha linguagem, mas creio<br />
que assim ficará melhor, porque se eu explicasse, seria a<br />
palavra apenas de quem imagina, mas a <strong>dos</strong> demônios,<br />
é a palavra de quem sabe, que, além disso, é bem mais<br />
inteligente. Vamos a eles:<br />
1º EXORCISMO DE 14 DE AGOSTO DE 1975<br />
Contra: Akabor, demônio do Coro <strong>dos</strong> Tronos (Identificado<br />
pela letra - A)<br />
Allida, demônio do Coro <strong>dos</strong> Arcanjos (Identificado<br />
pelas letras - AL)<br />
Nota: Em to<strong>dos</strong> os exorcismos, os preparativos<br />
eram intensos e compreendiam orações especiais do ritual<br />
Romano, consagrações, Salmos prescritos, o Rosário,<br />
Ladainhas, Exorcismos, etc... Os Sacerdotes exorcizam<br />
demônios previamente identifica<strong>dos</strong>.<br />
Exorcista (E) – Demônio Akabor, nós, Sacerdotes,<br />
representantes de Cristo, ordenamos-te, em nome da<br />
Santa Cruz, do Preciosíssimo Sangue, das Cincos Chagas,<br />
das catorze estações da Via Sacra, da Santíssima Virgem<br />
Maria, da Imaculada Conceição, de Lurdes, de Nossa Senhora<br />
do Rosário de Fátima, de Nossa Senhora do Monte<br />
Carmelo, de Nossa Senhora da Grande Vitória de Wigratzbal,<br />
das Sete Dores de Maria, de São Miguel Arcanjo, <strong>dos</strong><br />
nove Coros Angélicos, do Anjo da Guarda desta mulher, de<br />
São José terror <strong>dos</strong> espíritos malignos; <strong>dos</strong> Santos Padroeiros<br />
desta mulher, de to<strong>dos</strong> os Santos Anjos de Guarda e<br />
Anjos <strong>dos</strong> Sacerdotes, de to<strong>dos</strong> os Santos do Céu, especialmente<br />
de to<strong>dos</strong> os Santos Exorcistas, do Santo Cura<br />
d’Ars, de São Bento, <strong>dos</strong> servos e servas de Deus, Padre<br />
Pio, Teresa de Konnersreuth, Catarina Emmerich, de todas<br />
as Almas do Purgatório, e em nome do Papa Paulo VI, –<br />
ordenamos-te, então, Akabor, como Sacerdotes de Deus,<br />
em nome de to<strong>dos</strong> os Santos que acabamos de invocar,<br />
em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho, e do<br />
Espírito Santo, volta para o inferno.<br />
O INFERNO É HORRÍVEL<br />
A – Tenho ainda que falar...<br />
E – Diz a verdade e só a verdade, em nome da<br />
Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem Maria da Ima-
culada Conceição(...).<br />
A – Sim, em seu nome, e em nome <strong>dos</strong> Tronos de<br />
onde venho, tenho ainda que falar. Eu estava nos Tronos.<br />
Eu, Akabor, tenho que dizer (respira ofegantemente e grita<br />
com uma voz horrível) como o inferno é horrível. É muito<br />
mais horrível do que se pensa. A Justiça de Deus é terrível;<br />
terrível é a Justiça de Deus! (grita e geme).<br />
(...) O inferno é bem pior do que à primeira vista e<br />
superficialmente poderíeis pensar; a justiça... mas é preciso<br />
muita confiança, é preciso rezar muito, é necessária<br />
a confissão, tudo é necessário. Não se deve condescender<br />
facilmente com os modernismos. O Papa é que diz a<br />
verdade.<br />
A JUVENTUDE É ENGANADA<br />
A – Os lobos estão agora... (...). Os lobos estão agora<br />
no meio de vós, mesmo no meio <strong>dos</strong> bons. (...). Como já<br />
disse, tomam a forma de Bispos e Cardeais. (...). Digo isto<br />
bem contra a minha vontade. Tudo o que digo é contra a<br />
minha vontade. Mesmo a juventude... a juventude é enganada.<br />
Pensa que poderá com algumas... Com algumas<br />
obras caritativas alcançar o Céu (1), mas não pode, não!<br />
Nunca! Os jovens devem, – embora me custe muito tenho<br />
que dizer...<br />
(1) Infelizmente, em especial no Brasil e na América<br />
Latina, não são só os jovens pensam que com algumas<br />
caridades apenas, ganham o céu. Também bispos e cardeais<br />
pensam a mesma coisa. Enquanto as almas morrem<br />
por falta do conhecimento e da instrução, sobre as coisas<br />
mais elementares da sua fé, eles organizam filas de cestas<br />
básicas, quando não, mandam pegar em foices e facões<br />
para os exigir a força. Que esperem então a hora da<br />
retribuição e da cobrança. Se não se converterem, podem<br />
desde já aprender a gritar.<br />
COMUNHÃO NA BOCA<br />
A – Devem receber convenientemente os sacramentos...<br />
fazer uma confissão verdadeira e não apenas<br />
participar nas cerimônias penitenciais e na Comunhão.<br />
A Comunhão, o celebrante deve dizer três vezes “Senhor<br />
eu não sou digno”, e não uma vez só. Devem receber a<br />
Comunhão na boca, e não na mão.<br />
Nós trabalhamos durante muito tempo, lá em baixo<br />
(aponta para baixo) até conseguirmos que a Comunhão na<br />
mão fosse posta em prática. A comunhão na mão é muito<br />
boa para nós, no inferno; acreditai! Ela (aponta para cima)<br />
quer que eu diga...(...)<br />
Ela quer que eu diga... que se Ela, a grande Senhora,<br />
ainda tivesse, recebida a Comunhão na boca, mas<br />
de joelhos, e haveria de se inclinar profundamente assim<br />
(mostra como procederia a Santíssima Virgem).<br />
Tenho que dizer que não se deve receber a Comunhão<br />
na mão. O próprio Papa, dá a Comunhão na boca.<br />
Não é da sua vontade que se dê a Comunhão na mão. Isso<br />
14<br />
vem <strong>dos</strong> seus Cardeais.<br />
Deles passou aos Bispos, e depois os Bispos pensaram<br />
que era matéria de obediência, que deviam obedecer<br />
aos Cardeais. Daí, a idéia passou aos Sacerdotes<br />
e também eles pensaram que tinham de se submeter,<br />
porque a obediência se escreve com maiúsculas.<br />
Não se é obrigado a obedecer nos maus. É ao Papa,<br />
a Jesus Cristo e à Santíssima Virgem, que é preciso obedecer.<br />
A Comunhão na mão não é de modo algum querida<br />
por Deus.<br />
* Sobre a comunhão na boca, exatamente por<br />
causa destas revelações, perguntamos à Nossa Senhora,<br />
através do Cláudio e ela disse: Esta é apenas uma opinião<br />
dele, Akabor, mas não é a opinião de Jesus, nem a minha.<br />
Ela explicou, porém, que Akabor não mentia, porque ele,<br />
de fato, achava que fosse assim. Entretanto, se a norma<br />
canônica assim o permite, certamente que nem Akabor<br />
tem algo a dizer, quanto nem o Céu irá pregar contra uma<br />
norma válida. Na verdade, a Eucaristia é mais forte que<br />
uma simples norma, ou fórmula, que pertence a Igreja e<br />
a mais ninguém. O que importa é apenas o coração, para<br />
o qual ela é administrada. Quem não está em estado de<br />
graça para receber Jesus, mesmo que o receba de joelhos<br />
sangrando estará a cometer um sacrilégio. E para estes,<br />
lembro que escolher filas, evitar ministras, tudo isso é falta<br />
grave. É julgamento! (Aarão)<br />
O CULTO À SANTÍSSIMA VIRGEM.<br />
A – Os jovens devem habituar-se a fazer peregrinações.<br />
Devem voltar-se, cada vez mais, para a Santíssima<br />
Virgem; não devem bani-La. Devem... devem reconhecer<br />
a Santíssima Virgem e não viver segundo o espírito <strong>dos</strong><br />
inovadores. Não devem aceitar absolutamente nada deles<br />
(grita cheio de fúria). Eles é que são lobos. A esses, já os<br />
temos, já os temos bem seguros.<br />
Os jovens, atualmente, crêem que realizam coisas<br />
maravilhosas quando fazem algumas obras caritativas e<br />
se reúnem uns com os outros. Mas isso não é muito. É<br />
até fácil, quando simpatizam uns com os outros, mas só<br />
isso não é nada. É preciso que os jovens façam sacrifícios,<br />
que adquiram espírito de renúncia, é preciso que rezem.<br />
Devem freqüentar os Sacramentos, devem freqüentá-los<br />
ao menos uma vez por mês*. Mas a oração e o sofrimento<br />
são também importantes. Antes de tudo isto eu tenho<br />
ainda que dizer...<br />
* Lembramos que a participação na Santa Missa é<br />
semanal, e não mensal. O que aqui ele quis dizer, é que<br />
a maioria <strong>dos</strong> jovens, nem mais uma vez por mais vai à<br />
Missa. Ou seja, já seria um pouco bom, se fossem pelo<br />
menos esta uma vez por mês.<br />
IMITAÇÃO DE CRISTO<br />
A – ...antes disto tenho que dizer que o mundo de<br />
hoje, mesmo o mundo católico, esqueceu por completo
esta verdade: é preciso sofrer pelos outros. Caiu no esquecimento<br />
que to<strong>dos</strong> vós formais o Corpo Místico de Cristo e<br />
que deveis, to<strong>dos</strong>, sofrer uns pelos outros (chora como um<br />
miserável e geme como um cão). Cristo não realizou tudo<br />
na Cruz. Abriu-vos a porta do Céu, mas os homens devem<br />
reparar uns pelos outros. As seitas bem dizem que Cristo<br />
fez tudo, mas isso não corresponde à verdade. A Paixão de<br />
Cristo continua; em Seu Nome, ela continuará até ao fim<br />
do mundo (resmunga).<br />
SENTIDO DO SOFRIMENTO<br />
A – É preciso que ela (a Paixão de Cristo) continue.<br />
Tem que sofrer uns pelos outros e oferecer os sofrimentos<br />
em união com a Cruz e os sofrimentos de Cristo. Deve-se<br />
sofrer em união com a Santíssima Virgem e com todas as<br />
renúncias que Ela suportou durante a Sua vida, unir os<br />
próprios sofrimentos, nos horríveis sofrimentos de Cristo<br />
na Cruz e na Sua Agonia, no Jardim das Oliveiras.<br />
Esses sofrimentos foram mais terríveis do que<br />
aquilo que os homens poderão pensar. Cristo, no Jardim<br />
das Oliveiras, não sofreu apenas como podereis talvez<br />
pensar. Ele foi esmagado pela Justiça de Deus, como se<br />
Ele próprio tivesse sido o maior <strong>dos</strong> pecadores, como se<br />
estivesse condenado ao inferno. Teve que sofrer por vós,<br />
homens; do contrário, não teríeis sido salvos. Teve de suportar<br />
os mais terríveis sofrimentos a ponto de pensar que<br />
iria para o inferno.<br />
Os sofrimentos foram então tão fortes que Ele se<br />
sentiu completamente abandonado pelo Pai Celeste, Suou<br />
Sangue, porque se sentiu totalmente perdido para o Pai e<br />
abandonado por Ele. Sentiu-se esmagado como se fosse<br />
um <strong>dos</strong> maiores pecadores. Eis o que Ele fez por vós, e<br />
vós deveis imitá-Lo.<br />
Estes sofrimentos têm um valor imenso. Esses<br />
sofrimentos, esses momentos obscuros, esses terríveis<br />
abandonos, quando se está convencido de que tudo está<br />
perdido, e que o melhor é pôr termo à vida.... Eu não quero<br />
dizer mais, não...(respira com grande dificuldade).<br />
E precisamente quando se sofre assim, quando<br />
tudo parece estar perdido, quando a pessoa se julga totalmente<br />
abandonada por Deus, quando crê ser a mais<br />
miserável das criaturas, é então que Deus pode meter a<br />
Sua Mão no jogo. Estes sofrimentos, estes horríveis e tenebrosos<br />
sofrimentos, são os mais valiosos (lança gritos<br />
e uivos terríveis) que existem. Mas é precisamente que a<br />
juventude desconhece a isso. A maioria <strong>dos</strong> jovens ignoram-no<br />
e é aí que reside o nosso triunfo.<br />
ACEITAÇÃO DO SOFRIMENTO<br />
A – Muitos, a maioria, suicidam-se quando se<br />
crêem abandona<strong>dos</strong> por Deus e pensam ser as criaturas<br />
mais miseráveis. Por mais escura que seja a noite, Deus<br />
está próximo deles, embora eles já não O sintam! Deus<br />
está então como se já não estivesse. De fato, momenta-<br />
15<br />
neamente, a sua presença deixa de lhes ser perceptível,<br />
mas apesar disso devem imitar os sofrimentos de Cristo,<br />
sobretudo os que Ele chamou a sofrer muito.<br />
Há muitos que, então, pensam que já não são normais<br />
– a maior parte o é – e então capitulam, capitulam<br />
muito mais facilmente. Pensam então que têm que se suicidar,<br />
porque já ninguém os compreende. É o nosso triunfo.<br />
A maioria vai para o Céu, mas apesar disso, é o nosso<br />
triunfo, porque... Não cumpriram a sua missão, deveriam<br />
ter continuado a viver.<br />
No mundo de hoje há cruzes extremamente pesadas.<br />
É Ela que o manda dizer (aponta para cima). Essas<br />
cruzes são muitas vezes mal suportadas. Cruzes visíveis,<br />
como o cancro, defeitos físicos ou outras enfermidades,<br />
são muitas vezes mais fáceis de suportar que as angústias<br />
ou noites do espírito, que muitas pessoas têm de<br />
agüentar atualmente.<br />
Ela, lá em cima (aponta para cima), manda dizer o<br />
que já uma vez transmitiu através duma alma privilegiada:<br />
«Eu enviarei aos meus filhos sofrimentos tão grandes<br />
e profun<strong>dos</strong> como o mar.»*. Esses (as pessoas), a quem<br />
foram destinadas cruzes tão pesadas – alguns são escolhi<strong>dos</strong><br />
de há muito – não devem desesperar.<br />
Estas cruzes que acabo de referir, são cruzes que<br />
parecem inúteis e absurdas. Podem levar ao desespero.<br />
Muitas vezes, parecem impossíveis de suportar, mas são<br />
essas as mais preciosas.<br />
Eu, Akabor, quero ainda acrescentar: Ela (aponta<br />
para o alto) quer gritar a to<strong>dos</strong> esses que carregam uma<br />
Cruz: «Coragem! Não desanimeis!» Na Cruz está a salvação,<br />
na Cruz está a vitória. A Cruz é mais forte que a<br />
guerra.<br />
* Trata-se aqui da mensagem de Marienfried, dada<br />
na Alemanha em 1945. Cfr. o livro «A Paz de Maria» das<br />
edições ACTIC, que apresenta essas Mensagens.<br />
O MODERNISMO<br />
A – O modernismo é falso. É preciso virar as costas<br />
ao modernismo. É obra nossa, vem do inferno. Mesmo<br />
os Sacerdotes que difundem o modernismo nem sequer<br />
estão de acordo entre si. Ninguém está de acordo (1). Só<br />
este sinal vos deveria bastar.<br />
O Papa é atormentado pelos seus Cardeais, pelos<br />
seus próprios Cardeais... está rodeado de lobos.<br />
Se não fosse assim, poderia dizer mais, mas ele<br />
está como que paralisado. Já não pode fazer muito; agora,<br />
já não pode fazer muito. Deveis rezar muito ao Espírito<br />
Santo, rezar agora e sempre ao Espírito Santo. Então,<br />
compreendereis no mais profundo de vós mesmos o que<br />
é preciso fazer. Aconteça o que acontecer, não vacileis na<br />
vossa antiga fé. Devo dizer que este Segundo Concílio do<br />
Vaticano não foi tão bom como se pensa. Em parte, foi<br />
obra do inferno.<br />
(1) Deus criou uma Igreja única. Ele dever antão,<br />
também, andar na unidade. Ora quando não há unidade
de sentimentos, porque não na unidade de Doutrina, certo<br />
é que o Espírito Santo também não está ali, porque Ele não<br />
é Espírito de confusão. O que você dirá então da ala direita<br />
e a da ala esquerda da Igreja no Brasil? Desde há quanto<br />
tempo você imagina que o Espírito Santo não assiste mais<br />
a uma reunião de nossos Bispos, que se dirigem apenas<br />
por sentimentos e idéias racionais, e humanas? Quantos<br />
deles ainda buscam com exclusividade as questões da<br />
alma, da vida eterna e da salvação? Talvez nenhum!<br />
A SANTA MISSA: POR MUITOS<br />
A – Sem dúvida, que havia certas coisas que precisavam<br />
ser mudadas, mas a maior parte, não. Acreditaime!<br />
Na Liturgia não havia praticamente nada que necessitasse<br />
de ser mudado. Mesmo as leituras e o próprio<br />
Evangelho não deviam ser li<strong>dos</strong> em línguas nacionais. Era<br />
bem melhor que a Santa Missa fosse celebrada em latim.<br />
Considerai por exemplo, a Consagração; basta a<br />
Consagração, é típico. Na Consagração empregam-se<br />
as palavras: «Isto é o Meu Corpo que será entregue por<br />
vós.» e, em seguida, diz-se «Este é o Meu Sangue que<br />
será derramado por vós e por muitos.» Foram estas as<br />
palavras de Cristo.<br />
E – Não é correto dizer «por to<strong>dos</strong>?» Diz a verdade,<br />
em nome (...)<br />
Claro que não! As traduções nem sempre são<br />
exatas e esse é, sobretudo o caso de «por to<strong>dos</strong>.» Não<br />
se deve e não se pode dizer «por to<strong>dos</strong>»; deve dizer-se<br />
«por muitos.» Se o texto não está correto, já não encerra<br />
a plenitude de graças. Claro que a Santa Missa continua a<br />
ser válida, mas o canal de graças corre agora parcimoniosamente.<br />
E a Consagração já não acarreta tantas graças<br />
como quando o Sacerdote a pronunciava convenientemente,<br />
de acordo com a Tradição Antiga e com a vontade<br />
de Deus. É preciso dizer-se «por vós e por muitos»,* tal<br />
como Cristo disse. Não! Ele bem desejou derramá-lO por<br />
to<strong>dos</strong>, mas de fato ele não foi derramado por to<strong>dos</strong>.<br />
E – Por que muitos O recusaram? Diz a verdade,<br />
em nome (...)<br />
A – Exatamente. Assim, Ele não derramou o Seu<br />
Sangue por to<strong>dos</strong>, pois não O derramou por nós, os do<br />
inferno.** O novo ordinário da Missa – os Bispos mudaram<br />
a Missa Tridentina – a nova Missa, não corresponde exatamente<br />
à vontade d’Eles, lá em cima (aponta para cima).<br />
É a melhor que existe, é a Missa-tipo, a verdadeira e a boa<br />
Missa (geme).***<br />
Tudo o que disse foi contra a minha vontade, mas<br />
a isso fui obrigado. Foi Ela, lá em cima (aponta para cima)<br />
que me forçou (rosna).<br />
* Na Missa de Paulo VI, em Latim conservou-se a<br />
fórmula correta. De fato, aí se diz: « Pro multi », ou seja<br />
por muitos. As traduções, inclusivamente a portuguesa,<br />
atraiçoaram o texto e puseram uma palavra inexistente:<br />
« por to<strong>dos</strong>.»<br />
** De certo Cristo teria resgatado os demônios,<br />
16<br />
se isso tivesse sido possível. Não sendo esse o caso, é<br />
evidente que o Seu Sangue não foi derramado pelos demônios.<br />
Em principio, a Redenção de Cristo destinava-se<br />
a to<strong>dos</strong> os homens, mas na prática estava limitada pela<br />
sua liberdade de recusa. Assim o Sangue de Cristo não<br />
aproveitou àqueles que O recusaram, deste modo e por<br />
sua culpa, foram condena<strong>dos</strong> no inferno, onde partilham<br />
do destino irrevogável <strong>dos</strong> demônios.<br />
*** A celebração desta Missa de São Pio V foi autorizada<br />
pela Santa Sé num documento assinado por João<br />
Paulo II.<br />
OBS: No Evangelho de Mateus, em 26,28 está: Por<br />
muitos homens... Eis o ardil do demônio: Se dissermos<br />
que Jesus NÃO MORREU por TODOS, então eles dirão que<br />
Ele faliu em sua missão. Se dissermos que morreu por<br />
to<strong>dos</strong>, então podem dizer que TODOS se salvarão, embora<br />
em vida sejam verdadeiros demônios, e até os próprios se<br />
poderiam salvar, o que seria um absurdo. Ou seja, querem<br />
apenas justificar a própria malícia. Na verdade, Jesus<br />
morreu apenas por aqueles que livremente quiserem se<br />
aproveitar <strong>dos</strong> Méritos infinitos de Sua Paixão Redentora.<br />
E estes são, sim, MUITOS, mas não to<strong>dos</strong>. Judas, por<br />
exemplo, não quis se salvar, por isso está onde está! Ora,<br />
uma simples gota do Sangue de Jesus – tão precioso é<br />
– seria suficiente para salvar a to<strong>dos</strong>. Mas que diriam os<br />
adversários de Deus, se nem com TODO o sangue derramado<br />
ainda não aceitam? Até quando o homem fará<br />
pouco caso de Deus?<br />
O ECUMENISMO<br />
A – Na época que atravessamos não se deve obedecer<br />
a Bispos modernistas. Vivemos na época a que Cristo<br />
se referiu, dizendo: « Surgirão muitos falsos cristos e<br />
falsos profetas » (Mc 13-22). São eles os falsos profetas!<br />
Já não se pode acreditar neles; em breve, já ninguém os<br />
poderá acreditar, porque ele... porque eles... aceitaram<br />
excessivas novidades. Nós estamos neles, nós, os lá de<br />
baixo (aponta para baixo), é que os incitamos. Muito tempo<br />
nós passamos em deliberações, para ver como destruir<br />
a Missa Católica.<br />
Já Catarina Emmerich (1), há mais de cem anos,<br />
dizia: « Foi em Roma...» Numa visão, ela viu Roma, o Vaticano.<br />
Viu o Vaticano rodeado por um fosso profundíssimo,<br />
e do outro lado do fosso estavam os descrentes. No centro<br />
de Roma, no Vaticano, encontravam-se os Católicos. Estes<br />
atiravam para esse fosso profundo os seus altares, as<br />
suas imagens, as suas relíquias, quase tudo, até o fosso<br />
ficar quase cheio. Essa situação... esses tempos, vivemolos<br />
agora (grita com uma voz medonha).<br />
Então, quando o fosso ficou cheio, os membros das<br />
outras religiões puderam realmente atravessá-lo. Atravessaram-no,<br />
olharam para dentro do Vaticano, e viram como<br />
os católicos, os católicos de hoje, a Missa moderna, pouco<br />
tinha para lhes oferecer. Abanaram a cabeça, voltaram as<br />
costas e foram-se. E muitos de entre vós, católicos, são
suficientemente estúpi<strong>dos</strong> para ir ao encontro deles. Mas<br />
eles não dão um passo na vossa direção.<br />
Quero ainda acrescentar mais qualquer coisa.<br />
(1) Sobre este livro, falaremos nos capítulos seguintes.<br />
A LITURGIA<br />
A – Na Missa Tridentina fazia-se o Sinal da Cruz<br />
trinta e três vezes, mas agora faz-se muito menos vezes:<br />
duas, três, quando tudo vai pelo melhor. E na última, na<br />
benção final, já não é necessário ajoelhar (grita e chora<br />
desespero). Podereis imaginar como nós ajoelharíamos,<br />
como nós cairíamos de joelhos se porventura pudéssemos?<br />
(geme e chora).<br />
E – É correto fazer o Sinal da Cruz, trinta e três vezes,<br />
durante a Santa Missa? Diz a verdade, em nome (...).<br />
A – Não é só correto, como também obrigatório. É<br />
que assim nós não conseguiríamos ficar, pois seríamos<br />
obriga<strong>dos</strong> a fugir da Igreja. Mas, assim, ficamos. Devia<br />
também se restabelecer a cerimônia da aspersão. A aspersão<br />
com água benta obriga-nos a fugir e o mesmo<br />
se passa com o incenso. Era também preciso voltar a<br />
queimar-se incenso. Era bom que depois da Santa Missa<br />
se recitasse a Oração a S. Miguel Arcanjo, três Ave-Marias<br />
e a Salve Rainha.<br />
Os leigos não devem dar a Sagrada Comunhão<br />
(1) (dá gritos horríveis), de modo nenhum!! Nem sequer<br />
as religiosas. Nunca! Pensais que Cristo teria confiado<br />
essa missão aos Apóstolos, se as mulheres e os leigos<br />
também o pudessem fazer (geme)? Sou obrigado a dizer<br />
isto! Allida, ouviste Allida, ouviste o que me obrigaram a<br />
dizer? Allida, tu também podes falar! (O outro responde<br />
encolerizado: Fala tu!)<br />
E – Já acabaste Akabor, em nome (...) disseste<br />
tudo, disseste toda verdade?<br />
A – Ela, lá em cima (aponta para o alto), não permite<br />
que eu seja atormentado pelo velho (lúcifer), porque<br />
eu sou obrigado à estas coisas por vós e pela Igreja. Ela<br />
não o permite... e ainda bem! Mas isto não é bom para<br />
os lá debaixo (aponta para baixo), não é bom para nós<br />
(grita e geme).<br />
E – Em nome da Santíssima Virgem, continua. Tens<br />
ainda alguma coisa a dizer? Pelo poder <strong>dos</strong> Santos Tronos,<br />
teus antigos companheiros, tens alguma coisa a acrescentar?<br />
(Após sete horas de oração e seis horas de exorcismo,<br />
sem beber nem comer, algumas das pessoas presentes<br />
sentem-se fatigadas).<br />
A – Podeis ir-vos embora. Ficaremos contentes, se<br />
vos fordes. Ficaremos contentes. Ide-vos! Porque disse<br />
tudo isso, porque fui obrigado a dizê-lo. Ela concedeme<br />
ainda uns momentos. Tens que recitar três vezes: «<br />
Santo, Santo, Santo...». (As pessoas presentes recitam a<br />
oração).<br />
E – Em nome da Rosa Mística..., Akabor, diz o que<br />
17<br />
a Santíssima Virgem te encarregou de dizer!<br />
A – Ela encarregou-me de dizer o que eu fui obrigado<br />
a dizer e o que disse. Tudo o que revelei, foi contra a<br />
minha vontade (chora despeitado).<br />
E – Em nome..., disseste tudo?<br />
A – Sim!<br />
(1) Novamente aqui, se trata apenas de opinião<br />
dele, embora não minta se assim disser. Primeiro, os<br />
leigos podem sim, distribuir a Eucaristia, quando não há<br />
padres em número suficiente, para distribuir a comunhão<br />
para to<strong>dos</strong>, num tempo sensato. A Igreja tem sim o poder<br />
de instituir ministros e ministras da Eucaristia. Enquanto<br />
existir Igreja na terra, ela terá este poder, de ligar e desligar.<br />
Pode ser até que o Céu não goste destas coisas,<br />
mas jamais pregaria contra elas abertamente, porque<br />
seria um Reino dividido contra si mesmo conforme disse<br />
Jesus. Uma coisa é alertar contra uma situação grave de<br />
desmando na Igreja, outra muito diferente é pregar contra<br />
a autoridade constituída. A primeira é obrigação de to<strong>dos</strong><br />
nós, a segunda é pecado grave. O desmando e o erro, só<br />
se corrigem através de um Concílio, a rebeldia, somente é<br />
sanada no confessionário.<br />
EXPULSÃO DE AKABOR<br />
E – Nós te ordenamos agora, Akabor, em nome da<br />
Santíssima Trindade, do Pai, do Filho e do Espírito Santo,<br />
da Santíssima Virgem Maria, do Coração Imaculado de<br />
Maria, <strong>dos</strong> Santos Arcanjos, <strong>dos</strong> Coros Angélicos, que digas<br />
se nos revelastes tudo o que o Céu te tinha mandado<br />
dizer! Diz a verdade em nome do Preciosíssimo Sangue!<br />
A – Se ele tivesse sido também derramado por<br />
nós, teríamos sido homens. Mas nós não éramos homens.<br />
Se fossemos homens, não teríamos sido tão estúpi<strong>dos</strong>.<br />
No fundo, ainda tendes mais sorte que nós... Isso não é<br />
possível...!<br />
E – Akabor, vai-te em nome (...)! O teu discurso<br />
acabou, a tua missão está cumprida. Grita o teu nome e<br />
volta para o inferno!<br />
A – Não sou obrigado a ir já. Ela ainda me permite<br />
um certo tempo.<br />
E – Tem que sair outro demônio contigo?<br />
A – Não! Eu, Akabor, tenho de ir primeiro, mas<br />
tendes que rezar ainda sete Ave-Marias em honra das 7<br />
Dores de Maria. É sob as suas ordens (aponta para o alto)<br />
que eu as vou dizer:<br />
– A primeira, pela sua dor na profecia de Simeão:<br />
«Uma espada de dor te trespassará o coração.»<br />
– Depois, a fuga para o Egito, considerando as lágrimas<br />
e os tormentos que Ela então sofreu.<br />
– Perda do Menino Jesus no Templo: imaginemos<br />
a angústia que Ela padeceu, pois que Ele era o Filho de<br />
Deus.<br />
- Ela encontra Jesus no caminho do Calvário: a humilhação<br />
em que Ela viu o Seu Filho.<br />
– A horrível, a mais horrível dor: na Crucificação e
morte na Cruz. Quanto Ela não padeceu: lágrimas, angústias,<br />
desânimo.<br />
– A descida da Cruz: Aquele Corpo horrivelmente<br />
desfigurado, que em conjunto levaram para o túmulo. Em<br />
que estado de espírito não terá Ela assistido a tudo isto.<br />
– Finalmente, a deposição no túmulo: A Sua Dor<br />
imensa, a sua tristeza. Ela sofreu horrivelmente. (Terminadas<br />
as orações, grita com uma voz cheia de ódio):<br />
A – Agora, três vezes: « Santo, Santo, Santo,...». (as<br />
pessoas presentes recitam-no).<br />
E – Em nome da Santíssima Trindade (...), em seu<br />
nome, deves agora voltar para sempre para o inferno,<br />
Akabor!<br />
A – (geme e grita com uma voz terrível): Sim...!<br />
E – Em nome (...) grita o teu nome e vai-te para o<br />
inferno! Vai-te em nome <strong>dos</strong> teus antigos companheiros,<br />
os Santos Tronos que servem a Deus. Tu nunca serviste<br />
a Deus!<br />
A – (gemendo): Eu bem queria servir a Deus, mas<br />
Lúcifer não o quis.<br />
E – Tens que te ir agora. Nós, Sacerdotes, te ordenamos<br />
em nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho,<br />
e do Espírito Santo. Tens de te ir embora, em nome do<br />
Coração de Maria e em nome das Sete Dores de Maria.<br />
A – (grita como louco, cheio de desespero).<br />
E – Em nome (...) vai para o inferno! Grita o teu<br />
nome!<br />
A – A-KA-BOR (grita o nome chorando). A-KA.<br />
BOR!!E – Vai para o inferno e não voltes mais, nunca<br />
mais, em nome (...).<br />
AL – Agora, é Allida quem fala.<br />
E – Em nome da Santíssima Trindade, nós te ordenamos,<br />
que nos diga Allida, se Akabor partiu.<br />
AL – Ele cá já não está. Partiu. Lúcifer e a sua pandilha<br />
vieram buscá-lo<br />
Vejam, que impressionantes e terríveis revelações.<br />
Nenhum coração humano ficará de todo insensível diante<br />
de um terror destes. Também não poderá ficar desligado,<br />
depois de tantos erros que se cometem, de tantas vitórias<br />
do inferno, e de tanta insensatez do homem. É preciso,<br />
agora, mais do que nunca, centrar nosso esforço na oração.<br />
A oração pode muito! A oração move o coração de<br />
Deus. A oração pode tudo, se for rezada por to<strong>dos</strong>!<br />
Mas, é certo, infelizmente são poucos os que rezam,<br />
e parecem ser a cada dia menos. E justo por isso<br />
teremos logo a explosão final desta batalha com as trevas.<br />
Eles estão sedentos de sangue e arma<strong>dos</strong> até os dentes.<br />
Eles ocupam a maioria <strong>dos</strong> pontos chave do mundo, e até<br />
da Igreja. Falta-lhes apenas expulsar João Paulo II. E o<br />
caos reinará no mundo.<br />
Rezemos o Rosário de Maria, verdadeiro terror <strong>dos</strong><br />
demônios<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 3<br />
Continuamos então nosso roteiro de esclarecimento<br />
contra o poder das trevas. O segundo exorcismo, que<br />
apresentamos aqui, é certamente para mim um <strong>dos</strong> mais<br />
terríveis e pavorosos. Não só pelo teor das revelações, mas<br />
também por se tratar de uma alma que foi condenada, ou<br />
seja, alguém que viveu na terra, mais especificamente Judas<br />
Iscariotes, o traidor de Jesus. Antes, eu sequer imaginava<br />
que também as almas caídas assumissem tal condição,<br />
mas vejo agora o quanto isso é importante, porque se<br />
trata de alguém que viveu na carne as nossas realidades.<br />
Pior, alguém que conviveu com o próprio Jesus, que não<br />
era apenas sacerdote, mas sim bispo.<br />
Realmente, é preciso ter uma certa fortaleza interior<br />
para conseguir ler estes textos, sem emocionar-se<br />
profundamente e sem chorar. Também sem sentir medo,<br />
pavor! Mas é preciso que se tenha forças, para isso, para<br />
rezarmos mais, e lutarmos, com todas as nossas forças<br />
pela nossa Igreja, e para que nenhuma alma caia nos<br />
abismos infernais. Sei que salvar a to<strong>dos</strong> é impossível,<br />
mas bastaria uma só, que já valeria a pena. Bastaria que<br />
apenas um só padre ou bispo, lesse estes textos, que se<br />
desse conta do quanto o demônio é mau. Ai a gente teria<br />
mais um a alertar contra o poder das trevas.<br />
Antes de começar, seria até bom o leitor fazer uma<br />
oração ao Espírito Santo, e rezar o pequeno Exorcismo de<br />
São Miguel. Isso será de muita valia!<br />
EXORCISMO DE 14 DE AGOSTO DE 1975<br />
Contra: Judas Iscariotes (O Traidor: alma condenada)<br />
J – Se eu a tivesse então escutado!(1) (aponta para<br />
cima). Ela estava perto de mim (geme com uma voz horrível).<br />
Ela, lá de cima (aponta para cima), mas eu repeli-A.<br />
E – Continua, Judas, diz o que tens a dizer em nome<br />
da Santíssima Virgem! Diz a verdade e só a verdade!<br />
J – Eu sou o mais desesperado de to<strong>dos</strong> (geme).<br />
(1) Judas inicia com um triste e pavoroso lamento,<br />
pelo fato de haver rejeitado os avisos e os conselhos de<br />
Nossa Senhora, que lhe tinha um carinho especial. Mas<br />
vejam a maldade dele: Justo porque Nossa senhora o tratava<br />
de forma especial, melhor que aos outros, ai mesmo<br />
é que ele a odiava. E a Jesus, ele de fato odiava, por achar<br />
que Jesus tinha to<strong>dos</strong> os dons, e as qualidades de líder,<br />
capaz de ser aquele rei guerreiro que ele imaginava e sonhava.<br />
Ele chegou a sugerir que Jesus tomasse a frente<br />
de um levante contra Roma, como era seu pensamento.<br />
Na verdade, ao que parece, o grande sonho de Judas era<br />
ser o tesoureiro do reino. Era ele quem carregava a bolsa<br />
das ofertas e pagava as despesas.<br />
18
DESCIDA DE JESUS AOS INFERNOS<br />
E – Judas, agora tens de ir-te!<br />
J – Não! (geme). É preciso que recitem to<strong>dos</strong> os<br />
Mistérios Dolorosos e o Credo. (quando rezávamos) E desceu<br />
aos infernos, Judas exclamou: Ele desceu... lá abaixo,<br />
Ele foi!<br />
E – Cristo foi ao Limbo? Diz a verdade, em nome<br />
(...).<br />
J – Ele desceu até ao inferno e não apenas até ao<br />
Limbo, onde as almas esperavam.<br />
E – Por que é que Ele foi ao inferno? Diz a verdade,<br />
em nome (...).<br />
J – Para mostrar que também morreu por nós.*<br />
isso foi terrível para nós. Ele foi ao reino da morte, mas<br />
foi também ao inferno... realmente ao inferno. Foi preciso<br />
que Miguel e os Anjos nos encandeassem para impedir<br />
que nos precipitássemos sobre Ele (aponta para o alto e<br />
resmunga).<br />
Eu não gosto de falar nisto, nem sequer de o ouvir,<br />
fui culpado da traição a Cristo. É necessário que canteis:<br />
« Vejo-te Jesus, silencioso...» e: «Como me arrependo <strong>dos</strong><br />
meus peca<strong>dos</strong>.» estas duas estrofes e em seguida uma<br />
estrofe do cântico Stabat Mater: « A Mãe de Cristo, de pé,<br />
junto a Cruz.» (1)<br />
(As pessoas presentes entoam os cânticos).<br />
J – (Durante os cânticos, solta gritos horríveis de<br />
desespero): Se me tivesse arrependido! Se me tivesse<br />
arrependido!<br />
* Jesus morreu por to<strong>dos</strong> os homens. É Judas,<br />
uma alma condenada, que está a falar e não um demônio,<br />
como no caso anterior de Akabor.<br />
(1) É preciso entender que é com extremo e furioso<br />
ódio que os demônios se obrigam a revelar estas coisas e<br />
também a mandar rezar – por ordem do céu - ou cantar<br />
algum canto de Maria. Creio que eles prefeririam estar<br />
naquele momento no seu lugar fundo do inferno a serem<br />
obriga<strong>dos</strong> a fazer estas revelações. Isso nos mostra, também,<br />
o quanto o Céu é poderoso, e o quanto os demônios<br />
rastejam!<br />
LUTA CONTRA JUDAS.<br />
E – Judas Iscariotes, nós, Sacerdotes, ordenamoste,<br />
em nome da Santíssima Trindade, que voltes para o<br />
inferno!<br />
J – Não..., não quero ir (geme). Estou muito bem<br />
nesta mulher. Em grande parte, ela é obrigada a participar<br />
do meu desespero. (...). Mas eu não quero.<br />
E – Sai Judas Iscariotes, em nome da Mãe de<br />
Deus!<br />
J – Ela (aponta para cima), ainda agora teria piedade<br />
de mim, se pudesse. Ela amou-me, ela amou-me!<br />
Sabeis o que isso significa? (geme angustiado). Eu sei que<br />
Ela me amou (murmura penosamente).<br />
E – Tu não quiseste, tu não lhe obedeceste. Ela<br />
19<br />
queria salvar-te para a eternidade, para o Céu. Ela desejou<br />
o melhor para ti. Agora vai-te, em nome de Nossa<br />
Senhora de Fátima!<br />
J – Não! (Grita cheio de desespero).<br />
E – Judas Iscariotes, grita o teu nome e vai-te. Vaite<br />
agora, para o inferno, em nome do Salvador Crucificado,<br />
que tu traíste, em nome <strong>dos</strong> seus sofrimentos, em<br />
nome da sua Agonia no Jardim das Oliveiras.<br />
J – É preciso recitar três vezes: « Santo, Santo,<br />
Santo...».<br />
(As pessoas presentes recitam-no e cantam: Abençoa<br />
à Maria!) Enquanto isso, Judas grita com uma voz<br />
terrível: «Não!Não!»<br />
E – Nós te ordenamos em nome da Santíssima<br />
Trindade (...)!<br />
(Judas, pelas mãos da possessa, arranca a estola<br />
do Padre).<br />
J – Não! (com uma voz terrível).<br />
E – Em nome da Santa Padroeira desta mulher, vaite<br />
agora, Judas Iscariotes!<br />
J – Tendes que pôr todas as relíquias «na mesa».<br />
Ninguém me obriga a ir-me tão facilmente! Eu sou o ...<br />
(solta um gemido terrível) Eu não quero ir-me embora, não<br />
quero! Deixai-me; deixai-me (horríveis uivos).<br />
Se eu a tivesse escutado! Isso não serve de nada<br />
(grunhe com uma voz cavernosa).<br />
A REALIDADE DO INFERNO<br />
J – Se eu não tivesse perdido a esperança! O inferno<br />
é horrível! Se eu não tivesse perdido a esperança!<br />
( solta gritos de desespero, que metem medo). Deixai-me<br />
ficar mais uns momentos nesta mulher!<br />
Não quero. Não. Não... (berra com uma voz cheia<br />
de ódio)..., mas eles chegarão em breve (refere-se aos<br />
espíritos infernais). (os seus gritos prolonga<strong>dos</strong> comovem):<br />
Não, não!... (geme com voz terrível e emite sons<br />
de desespero).<br />
Mas eu não quero, não quero! (berra horrivelmente).<br />
(Com voz arrastada e lastimosa): Não! (O seu grito<br />
é horrível e desesperado). Não, não! Eles também não me<br />
querem no inferno. (De repente, Judas grita com desespero):<br />
Lúcifer socorro! (os Sacerdotes recitam um novo<br />
exorcismo e duas ladainhas).<br />
J - Ó espíritos infernais ajudai-me! Ajudai-me para<br />
que eu não seja obrigado a ir-me embora! Despacha-te,<br />
Akabor! Ajuda-me ... Oh, oh, despachai-vos! (geme queixoso).<br />
Lúcifer, tu é que me mandaste, tens portanto que<br />
me ajudar! (grita desesperado):<br />
Eles vêm... vão chegar em breve... Sabeis como os<br />
temo, sabeis? (refere-se a lúcifer e aos seus ajudantes).<br />
(Nesta altura os Sacerdotes recitam três vezes:<br />
«Santo, Santo, Santo...» e o Glória ao Pai. Neste momento,<br />
Judas, pela boca da possessa, fala com voz de homem).<br />
J – Não! Oh, oh (geme)... Se nós a pudéssemos
matar já! Como gostaríamos de o fazer. Já há muito que<br />
decidimos que ela devia ser morta (refere-se à possessa).<br />
Eu... eles aí vêm! Eu... Judas... Iscariotes!... Eu...<br />
Judas Iscariotes, tenho que ir, tenho que ir! Tenho que ir...<br />
tenho, tenho, tenho!... Eles aí vêm... Eles aí estão! (uiva<br />
e grita com uma voz medonha). Estão aqui os espíritos<br />
malignos! (chora)... Lúcifer, lúcifer! Vai-te embora lúcifer!...<br />
Tenho medo de ti, vai-te embora! (grita com uma<br />
voz horrível).<br />
J – Ele vem... ele vem...! Eles aí vem... Eles aí<br />
estão... (grita e geme horrivelmente). Tenho que ir! Eles<br />
recebem-me!<br />
E – Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo,<br />
grita o teu nome e parte!<br />
J – Já o gritei. Eu, Judas Iscariotes, tenho... de irme<br />
embora. «Judas Iscariotes!» (ouvem-se quinze gritos<br />
prolonga<strong>dos</strong>, horríveis, capazes de fender a alma)... Não,<br />
não, não... Não quero ir embora!<br />
O INFERNO É MAIS HORRÍVEL<br />
DO QUE SE PENSA<br />
J – Oh, este desespero! Este desespero horrível! É<br />
horrível! Não podeis imaginar como o inferno é cruel. Não<br />
fazeis a mínima idéia de como é medonho lá embaixo!<br />
Não sabeis como é! (grita e suspira)<br />
Tenho um lugar horrível! Um canto horrível, lá embaixo.<br />
Oh ... oh! Dizei a to<strong>dos</strong> que tenho um canto horrível!...<br />
Vivei honestamente! Vivei honestamente!... É pavoroso!...<br />
Por amor ao Céu fazei tudo para alcançar o Céu,<br />
mesmo que para isso seja preciso ser torturado por instrumentos<br />
de suplício durante mil anos (grita).<br />
Escutai, devo dizer ainda isto: se tivésseis que passar<br />
mil anos de suplício, agüentai, agüentai! O inferno é<br />
terrível, é terrível! Ninguém sabe como o inferno é horrível.<br />
É muito mais atroz do que pensais... é medonho!...<br />
é pavoroso! (Judas pronuncia todas estas palavras com<br />
uma voz que faz tremer, entrecortada, de um desespero<br />
indescritível).<br />
Tenho ainda que acrescentar uma coisa, mas prefiriria<br />
não o fazer: há tantas pessoas... que já não crêem no<br />
inferno... mas... mas... (ameaçador)... ele existe! O inferno<br />
existe. É horrível!<br />
Oh... ele existe... o inferno! É medonho! Tenho que<br />
me ir em breve, mas tenho que dizer ainda isto (grita e<br />
gane como um animal).<br />
O inferno é muito mais medonho do que se pensa...<br />
O inferno é muito mais horrível do que se pensa...! O inferno<br />
é muito mais horrível do que se pensa...! (os seus<br />
gritos são de ensurdecer).<br />
(Grita e geme): Oh!... se eu pudesse ainda voltar<br />
atrás... se eu pudesse ainda voltar atrás!... Oh... Oh! (chora<br />
dum modo inexprimível).<br />
Oh! Eu não quero ir lá para baixo. Tende piedade...<br />
20<br />
Deixai-me continuar nesta mulher! (geme): estava<br />
bem melhor nela. É que assim ela teria que carregar com<br />
grande parte do meu desespero.<br />
Deixai-me ainda ficar nesta mulher... É horrível<br />
para mim. Para mim é horrível estar no inferno (geme<br />
com voz ofegante).<br />
Oh! Deixai-me ficar ainda nesta mulher! Ela ainda<br />
pode agüentar-me (com um imenso desespero). Ela pode<br />
muito bem agüentar-me.<br />
Que pensais!... Lá em baixo é muito mais horrível!...<br />
Oh! Oh!! (geme). Dizei isto... dizei isto a to<strong>dos</strong> os<br />
jovens, a to<strong>dos</strong> os heréticos, absolutamente a to<strong>dos</strong>: o<br />
inferno existe.<br />
(a voz é penetrante, capaz de causar calafrios).<br />
Oh! (grita), é «lixadamente» horrível! Se eu tivesse<br />
escutado a Santíssima Virgem e não tivesse passado a<br />
corda à volta do pescoço! Se tivesse mantido a esperança.<br />
Se não a tivesse perdido (fala com uma voz desesperada...)<br />
Mas to<strong>dos</strong> dizem isso, to<strong>dos</strong> os condena<strong>dos</strong> dizem o<br />
mesmo quando chegam lá abaixo. Mas, então, já é demasiado<br />
tarde. Só acreditam quando já é demasiado tarde.<br />
E – Vai-te, em nome da Santíssima Trindade, em<br />
nome de to<strong>dos</strong> os Santos Anjos e Arcanjos e do Arcanjo<br />
S. Miguel!<br />
J – E Miguel é terrível para nós. Miguel é terrível!<br />
(grita com uma voz odiosa).<br />
E – Vai-te, em nome do Santo Cura d’Ars, em nome<br />
de to<strong>dos</strong> os Santos exorcistas e em nome da Igreja Católica!<br />
J – (grita): JU-DAS IS-CA-RI-O-TES! Tenho que partir!<br />
(solta rugido terrível).<br />
E – Agora, vai-te Judas Iscariotes, em nome da<br />
Santíssima Trindade, volta para o inferno para sempre,<br />
volta para a condenação eterna!<br />
J – Eles aí vêm, aí vêm (geme e chora cheio de desespero).<br />
Eles aí estão... Adeus, adeus, felizes homens...<br />
Felizes! Vou-me embora... porque a isso me obrigam.<br />
(chora e lança rugi<strong>dos</strong> de fender a alma). (ruge desesperado<br />
como um leão): Vou! JU-DAS IS-CA-RI-O-TES! (lança<br />
gritos penetrantes, ofegantes, desespera<strong>dos</strong>, de repente,<br />
aponta para cima com o dedo, e diz): Ela ainda me concede<br />
um curto espaço de tempo. A sua missão (da possessa)<br />
ainda não está acabada.<br />
• A existência do inferno é um dogma da Igreja<br />
definido no IV Concílio de Latrão (1215) e explicado em<br />
muitos documentos do Magistério.<br />
E assim, temos a segunda sessão de exorcismo,<br />
onde se tentou expulsar definitivamente a Judas Iscariotes<br />
daquela alma. Entretanto, será preciso ainda uma<br />
nova sessão para se consumar a expulsão definitiva.<br />
Neste texto acima, deixamos ainda algumas invocações<br />
e coman<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> exorcistas, o que dificulta um pouco a<br />
leitura, entretanto, nos próximos, ficará bem melhor de<br />
acompanhar.
Como o leitor percebeu, não existe linguagem humana<br />
para expressar o que significa o inferno. Seria preciso<br />
aliar a dor física, ao esmagamento total e simultâneo<br />
da alma, e transformar isso em palavras. O uivo infinito<br />
da eternidade, a troar feroz nos ouvi<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> condena<strong>dos</strong><br />
– nunca mais – anunciando que aquele tormento nunca<br />
terá fim, deve ser a causa de uma dor indizível. De um sofrimento<br />
atroz. Um tormento infinito! Saber que se afastou<br />
de Deus livremente, bestamente e por orgulho, que nunca<br />
mais se poderá ver a santa face de Deus, é a dor suprema<br />
<strong>dos</strong> condena<strong>dos</strong>. A isso se chamam, trevas eternas. Fugir<br />
de Deus, que é Luz, para sempre.<br />
Sim, você sente pena de uma criatura como Judas.<br />
Como não ter? Mas vejam: Ele rejeitou todas as chances<br />
de con<strong>versão</strong>, centenas, milhares delas. Ele foi alertado<br />
por Jesus, inúmeras vezes – nem tudo está no Evangelho<br />
– também os apóstolos tentaram fazer-lhe ver seus erros.<br />
Nada disso adiantou, pois ele se obstinou e se fechou de<br />
tal forma, que sua alma já vivia em trevas. Mas foi, sobretudo,<br />
Nossa Senhora, quem mais lutou por ele.<br />
Falei em sentir pena <strong>dos</strong> demônios. Saibam que<br />
eles não têm nenhuma pena de nós, muito pelo contrário.<br />
Eles lutam desespera<strong>dos</strong>, dia e noite, para nos fazer<br />
perder a to<strong>dos</strong>. E, verdade, eles têm um grande ódio das<br />
pessoas que ficam com dó deles. Na verdade, os malditos<br />
– os anjos caí<strong>dos</strong>, é claro – nos acham tão desprezíveis,<br />
tão miseráveis, que o fato de criaturas assim sentirem<br />
pena deles é como uma ofensa. Na verdade, estas criaturas<br />
não devem ser tratadas, com pena, mas com respeitosa<br />
distância. Nosso objetivo maior deve ser sempre estar<br />
nos braços de Nossa Senhora, no colo de Deus, porque<br />
ali estamos em refúgio seguro. Afinal, de nada adiantará<br />
ter pena <strong>dos</strong> caí<strong>dos</strong>, isso não os salvará, porque eles não<br />
querem a salvação. Mas, também, ódio, não é coisa <strong>dos</strong><br />
filhos de Deus.<br />
Na verdade, pelo dom da clarividência, Nossa Senhora<br />
sabia que Judas escolheria o inferno, embora tudo<br />
o que Ela e Jesus fizeram por ele. Embora o amasse até<br />
mais que aos outros. E justo por isso Ela o alertava para<br />
os riscos que corria. Vejam, então, o que pode acontecer<br />
com uma pessoa teimosa, e tão malignamente obstinada<br />
no erro. Já falamos sobre isso. Nós devemos combater<br />
tenazmente em nós a teimosia, este maldito desejo de ter<br />
sempre a última palavra, de se achar sempre certo e dono<br />
da verdade, de ser único, e maior, e mais perfeito, e mais<br />
forte, e mais poderoso, e mais santo, mesmo sendo – to<strong>dos</strong><br />
somos – verdadeiros sacos de esterco. Felizmente,<br />
mesmo assim Deus nos ama!<br />
De fato, é impressionante que mesmo assim Deus<br />
nos ame e nos queira perto de Si. E sabendo disso, também<br />
nos impressiona saber que os demônios e as almas<br />
caídas, sabendo deste poder de Deus, sabendo o que<br />
significa ser amado por Deus, mesmo assim o rejeitem.<br />
Talvez o leitor não saiba, mas vou lhes dizer uma coisa<br />
que me chocou. Acreditem, mesmo que Judas diga assim:<br />
Há se eu pudesse voltar atrás! Ou: Há se Jesus também<br />
21<br />
tivesse morrido por nós! Mesmo assim, se Deus lhes desse<br />
a chance de pedirem perdão, ainda por uma última vez,<br />
NENHUM <strong>dos</strong> milhões de espíritos caí<strong>dos</strong> aceitaria pedir<br />
perdão. E não se converteriam, nem que Deus pedisse<br />
perdão a eles, tamanho é o seu orgulho. Entendem? Eles<br />
continuariam sendo apenas demônios pela eternidade!<br />
O inferno é <strong>dos</strong> teimosos! Judas foi um teimoso do<br />
maior quilate. Ele realizou milagres em nome de Jesus,<br />
ele curou em nome de Jesus, ele sabia que Jesus não era<br />
um rei guerreiro, mas um manso e imaculado Cordeiro,<br />
que veio apenas para tirar os peca<strong>dos</strong> do mundo e no<br />
livrar da condenação eterna. Justo o que ele escolheu! E<br />
por isso se perdeu para sempre.<br />
Judas, nunca mais sairá daquele lugar escuro e<br />
odioso.<br />
Sim, porque lá é o lugar <strong>dos</strong> que odeiam!<br />
To<strong>dos</strong> os que dizem que o inferno não existe, seguem<br />
no mesmo caminho, infelizmente<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 4<br />
Novamente voltamos com a segunda luta contra<br />
Judas. Devemos dizer que alguns exorcismos podem levar<br />
meses, até anos de luta, porque as trevas não desistem<br />
muito fácil das prerrogativas que conquistam. Todas<br />
estas coisas acontecem somente porque Deus o permite,<br />
e neste caso especial, justo para que milhares de pessoas,<br />
em toda a terra, tomem o conhecimento da realidade pavorosa<br />
do inferno, conheçam as suas patranhas, e saibam<br />
o motivo pelo qual mergulhamos – falo especialmente da<br />
Igreja – neste caos onde hoje nos encontramos.<br />
Serve, também, para que os leitores consigam entender<br />
melhor, os fatos terríveis que virão em breve, tudo<br />
fruto da teimosia do homem, do seu abandono a Deus, da<br />
sua ligação com as trevas, da qual insiste em fazer pouco<br />
caso. Já alertamos, diversas vezes, que os demônios não<br />
mostram aos homens a sua cara real, nem seus objetivos<br />
reais. O que nos é mostrada, é uma face intermediária, um<br />
objetivo até insuspeito, quem sabe até “bom” tanto que<br />
ao correr <strong>dos</strong> séculos – especialmente nas últimas décadas<br />
– os homens passaram a imaginar que o demônio é<br />
inofensivo, que não é tão mau assim, e, pasmem, até que<br />
ele é injustiçado. E é com este artifício, que o demônio<br />
passou a fazer crer que ele não existe, que isso é coisa<br />
de alguns padres malucos, passando assim a agir com<br />
toda a liberdade, e transformando esta terra inteira em<br />
seu caldeirão assombrado.<br />
Vamos então à nova sessão de oração e exorcismo.<br />
Lembramos que sempre, cada uma destas sessões,<br />
é iniciada com muitas orações. Ele exige <strong>dos</strong> exorcistas<br />
o estado de graça, e exige de to<strong>dos</strong> a plena união com<br />
Deus, única fonte de Poder, à qual não só o Céu e a ter-
a obedecem, mas também o Universo inteiro. Como não<br />
obedeceriam então os demônios?<br />
NOVO EXORCISMO DE<br />
17 DE AGOSTO DE 1975<br />
E – Quando é que sais? Fala Judas! Fala agora, em<br />
nome da Santíssima Trindade, do Pai, do Filho, do Espírito<br />
Santo!<br />
J – Eu era Apóstolo (fala com uma voz sombria,<br />
rouca, como voz de homem). Fui um traidor. Hoje, também<br />
há traidores entre os Bispos, com uma única diferença:<br />
eu traí abertamente e eles podem camuflar-se. (...)! Não!<br />
Pensas que digo isto de boa vontade?<br />
E – Obrigaram-te a dizê-lo? Em nome (...), diz a<br />
verdade!<br />
J – Sim.<br />
E – Em nome de quem?<br />
J – No d’Ele, nesse maldito (1) (aponta para cima)...<br />
Infelizmente! Tenho ainda algumas coisas a revelar. Entre<br />
os Bispos de hoje há quem seja tão traidor como eu. Se<br />
não são... Nem to<strong>dos</strong>, mas muitos. É mais fácil cair nas<br />
suas malhas do que nas minhas.<br />
(1) Observem que, em to<strong>dos</strong> os textos, os demônios<br />
podem até ofender a Deus, com palavras blasfemas e palavrões<br />
odiosos, mas jamais lhes é permitido manchar o<br />
nome de Nossa Senhora. Eis porque ela é o terror <strong>dos</strong> demônios!<br />
Sua boca blasfema, literalmente “trava”, quando<br />
precisam se referir à Maria Santíssima.<br />
BISPOS NO MAU CAMINHO<br />
J – Devo dizer que, atualmente, há muitos Bispos<br />
que já não se encontram no bom caminho. A esses não é<br />
necessário obedecer. A obediência tem muita importância.<br />
Mesmo no Céu, a obediência está escrita em maiúsculas.<br />
Mas agora, chegou o tempo <strong>dos</strong> lobos devoradores. Qual<br />
é o cordeiro que se atira para as goelas do lobo? Não se<br />
deve obedecer a lobos.<br />
Qualquer homem foge quando o lobo chega. Agora,<br />
é o tempo <strong>dos</strong> lobos! Muitos Bispos transformaram-se<br />
em lobos devoradores, que já nem sabem o que dizem; a<br />
esses, não se deve obedecer. O próprio Céu já não exige<br />
obediência nestes casos. Só se deve confiar no Papa. O<br />
Papa Paulo VI, não pode mandar publicar os seus documentos,<br />
porque serão desmenti<strong>dos</strong> e falsifica<strong>dos</strong>. Deve<br />
rezar-se diariamente ao Espírito Santo, de contrário corre-se<br />
o perigo de cair no fosso ou nas goelas <strong>dos</strong> lobos.<br />
Pensas que direi outras coisas! Pensas que me agrada<br />
revelar isto?<br />
ECÔNE ESTÁ NO BOM CAMINHO<br />
J – Ecône triunfará. Após um longo combate, Ecône<br />
triunfará. Ecône encontra-se no único bom caminho. Ao<br />
22<br />
referir que está no bom caminho, isso não significa que<br />
não haja mais ninguém no bom caminho; mas o caminho<br />
que Ecône segue é o único bom. É isso que queremos<br />
dizer: não há muitos caminhos que sejam bons, mas há<br />
muitas pessoas que estão no bom caminho. Ecône está<br />
no caminho certo, e muitas pessoas que não conhecem<br />
Ecône, mas que procuram a verdade, também o estão.<br />
Monsenhor Lefébvre terá ainda de sofrer, mas ele é bom.<br />
A Liturgia que ele segue é a única boa. É a pura verdade.<br />
Não! É a pura verdade.<br />
E – Donde é que ela vem? Quem te ordenou que<br />
dissesses isto?<br />
J – Foi Ela (aponta para cima) que o disse: São Eles,<br />
lá em cima, que o dizem. A verdade vem do alto. Eles, lá<br />
em cima, não gostam da nova Liturgia. Não era preciso<br />
modificar o antigo Missal... Digo isto bem contra minha<br />
vontade (geme e grita). Nos dias de hoje já não há a obrigação<br />
de obedecer a to<strong>dos</strong> os Bispos. Ainda há Bispos a<br />
quem se pode obedecer, mas não a to<strong>dos</strong>! Akabor já falou<br />
desse assunto (geme e quase não consegue respirar).<br />
Aqui, em tese, termina o terceiro dia do exorcismo,<br />
conforme está no livro. Entretanto, como Judas entrou no<br />
tema da Missa Tridentina, achamos por bem colocar os<br />
textos sobre este assunto, que virão nos próximos exorcismos,<br />
a fim de concentrar toda a matéria melhor, e para<br />
que o leitor compreenda as coisas terríveis que se trama<br />
contra a Santa Missa.<br />
OS RITOS LITÚRGICOS<br />
J – Em 14 de Agosto, Akabor, teve que falar do<br />
Asperges-me, que deveria ser re-introduzido no princípio<br />
da Missa. É verdade, é verdade! Assim somos obriga<strong>dos</strong> a<br />
fugir da Igreja. Se não se fizer, permaneceremos lá dentro.<br />
O Sacerdote deveria, como era uso antigamente, aspergir<br />
os fiéis com o hissope, de uma ponta a outra da Igreja, e<br />
isso obrigar-nos-ia a fugir, a fugir também do povo, das<br />
pessoas.<br />
Nós também procuramos perturbar as pessoas.<br />
Quando o Sacerdote, com o hissope, Asperges-me de uma<br />
ponta a outra da Igreja, então as pessoas podem rezar<br />
melhor. Este rito expulsa também as idéias e os poderes<br />
da magia negra.<br />
A cerimônia do Asperges-me, os trinta e três Sinais<br />
da Cruz, a Tripla fórmula «Senhor eu não sou digno», e, no<br />
fim da Missa, a oração a São Miguel Arcanjo (1), as três<br />
Ave-Marias e a Salve Rainha, deveriam ser restabeleci<strong>dos</strong>.<br />
A sua supressão foi obra nossa e, em certa medida,<br />
obra daqueles que estão em nosso poder.<br />
(1) Numa revelação particular, Jesus falou que, naquela<br />
época – 1967 - eram rezadas 500 mil missas por<br />
dia. Ou seja, depois que foram abolidas, aquelas orações<br />
de exorcismo deixaram de ser rezadas 500 mil vezes por<br />
dia. Foi dali que a Igreja começou a cair.<br />
MISSA TRIDENTINA OU MISSA NOVA?
J – Além disso, Eles lá em cima, (aponta para cima)<br />
gostam mais da Missa Tridentina que da Missa em alemão<br />
e da nova Missa, porque nem tudo pode ser traduzido<br />
dum modo absolutamente exato.<br />
Os textos são difíceis de traduzir em alemão.* É<br />
assim que aparecem essas palavras inexatas, que tiram<br />
muitas graças à Missa. Tudo o que não é exatamente pronunciado<br />
como Cristo o quer, obtém menos graças. Especialmente<br />
no que se refere à Consagração. As palavras<br />
da Consagração têm que ser pronunciadas duma maneira<br />
perfeitamente exata. Não se pode mudar uma sílaba. É<br />
preciso que tudo seja de uma extrema exatidão e rigor.<br />
Sabeis como lá em baixo está tudo perfeitamente regulado?<br />
Nem sequer na Igreja Católica, agora, se consegue ter<br />
uma regulamentação como a nossa.<br />
• O Latim, como língua morta, não falada, que<br />
já não evolui, põe um freio considerável, devido a sua rigidez,<br />
às interpretações fantasistas ou às traduções falaciosas,<br />
como as que freqüentemente se encontram nos<br />
textos em línguas vulgares. Os demônios já se tinham<br />
referido concretamente à tradução errada da formula da<br />
Consagração. Cfr. pp. 26.<br />
O CASO DE ECÔNE<br />
J – Já falei bastante, já falei bastante! O que eu<br />
disse foi o principal. As pessoas deviam agrupar-se e,<br />
apesar de todas as perseguições, Ecône há de triunfar.<br />
Esse maldito Ecône triunfará! (rosna). Apesar de tudo,<br />
triunfará! Que é que pensais? De onde é que vêm tantos<br />
adeptos? Quiçá, algures do inferno? Esses adeptos vêem<br />
nitidamente onde está o bem e como se deve caminhar.<br />
Sentem claramente que a Imitação de Cristo e o verdadeiro<br />
sacerdócio residem unicamente na renúncia, no sacrifício<br />
e no caminho da Cruz. Eles bem o sabem, e por isso é<br />
que tem tantos candidatos ao sacerdócio. Tem muito mais<br />
que os outros, que ainda gostariam de se vangloriar do<br />
que tem... mas que em breve perderão a bazófia...<br />
Os modernistas bem vêem que o seu jogo está no<br />
fim e que o Ecône é superior (1). É por isso mesmo que<br />
o combatem (geme). No fundo, somos nós que estamos<br />
naqueles que combatem Ecône. Eles próprios nos ajudam<br />
como bons instrumentos. São boas ferramentas, boas e<br />
úteis, que não gostaríamos de atirar já fora. As suas teorias<br />
são-nos úteis no inferno. Nós também temos que<br />
dizer estas coisas. Tínhamos que referir isto para que se<br />
ficasse com uma visão de conjunto. É preciso assinalar<br />
bem o encadeamento das coisas, para que to<strong>dos</strong> possam<br />
compreender... Mas agora não quero, não quero falar<br />
mais!<br />
(1) Pelas revelações ao Cláudio, o Cardeal Lefebvre,<br />
tão combatido pelos cardeais, se encontra já no céu. Ele<br />
foi libertado numa caminhada de oração do nosso grupo,<br />
no dia em que foi ao céu “um nobre”, conforme disse o<br />
23<br />
Arcanjo São Miguel. Este nobre era ele. Enquanto isso, alguns<br />
de seus opositores mais ferrenhos, provavelmente<br />
não tiveram a mesma sorte de um purgatório. Ai o leitor já<br />
sabe para onde foram. (ver comentário abaixo)<br />
A ANTIGA MISSA (1)<br />
ENCERRA GRAÇAS INFINDAS.<br />
J – Se os trinta e três Sinais da Cruz voltassem,<br />
que, aliás, estão relaciona<strong>dos</strong> com a vinda de Jesus Cristo!<br />
Tudo foi previsto, foi Jesus quem preparou tudo assim,<br />
por intermédio do Espírito Santo. Se tudo isso fosse restabelecido,<br />
desde a “aspersão” até a oração a S. Miguel<br />
Arcanjo, e se voltasse a celebrar a Missa como Cristo quis,<br />
então... Não quero dizer mais nada.<br />
...Então, milhares de almas que se perdem, que sofrem<br />
a condenação eterna, seriam salvas! O erro está na<br />
Missa, principalmente na Missa. Uma torrente infinda de<br />
graças decorria da Missa, quando ainda era convenientemente<br />
celebrada. A Missa é o fator principal. A Missa e a<br />
Comunhão são o que há de maior, para vós, católicos. To<strong>dos</strong><br />
os místicos, todas as Aparições da Santíssima Virgem,<br />
têm de se apagar perante esta realidade.<br />
A Santa Missa tem um valor infinito, incalculável. É<br />
o próprio Cristo que sobe ao altar com toda a sua plenitude<br />
de graças, que nós tanto odiamos. Numa Missa devidamente<br />
celebrada somos obriga<strong>dos</strong> a fugir. Fugimos logo<br />
ao Asperges-me. Servindo-nos de uma imagem, podemos<br />
dizer que nos limitamos a espreitar receosos por uma fenda.<br />
Pelo contrário, na Missa moderna, podemos dançar à<br />
volta, até... nem quero dizê-lo.<br />
(1) Vimos assim uma surpreendente revelação do<br />
inferno, a respeito da Santa Missa. Judas, aqui, obrigado a<br />
falar pela Virgem Maria, revela algo de assombroso, sobre<br />
o efeito da antiga Missa em latim, a Missa Tridentina. O<br />
que nos surpreende neste caso, é a previsão que o céu<br />
faz, pela boca de Judas, de que esta missa triunfará. Eis<br />
que agora mesmo, o Papa João Paulo II, com a colaboração<br />
do Cardeal Arinze, prepara um documento restabelecendo<br />
a celebração da Missa Antiga, justamente para<br />
coibir uma série inumerável de abusos, de absur<strong>dos</strong> e até<br />
de verdadeiras blasfêmias que alguns padres têm cometido<br />
nas suas celebrações. Danças, risos, abraços, palmas<br />
contínuas, tudo que só faz desviar a atenção, quebrar a<br />
concentração e evitar que as graças aconteçam.<br />
Ora, talvez o leitor não conheça o caso do Cardeal<br />
francês, Marcel Lefébvre, que após o Concílio se insurgiu<br />
contra a Nova Missa, iniciada após o Concílio Vaticano II,<br />
continuando a celebrar apenas no rito antigo. O caso dele<br />
foi polêmico, ele foi execrado por todo mundo, entretanto<br />
permaneceu firme até morrer em seu sentimento. Posteriormente<br />
ele foi inclusive reabilitado – embora post<br />
mortem – pelo papa João Paulo II, talvez até como um<br />
primeiro passo para a re-introdução do Rito Latino, na<br />
Santa Missa. Isso, com toda a certeza é como um tapa na<br />
cara de milhares de “modernistas”, destes nefan<strong>dos</strong> que
querem sempre novidades, novas experiências, como se<br />
Deus fosse mutante e a palavra Dele fosse como pena ao<br />
vento. Mas os modernistas que aguardem a manifestação<br />
de Deus. E isso será previsto pelos próprios demônios<br />
exorciza<strong>dos</strong>, nos textos que seguem. Eles serão varri<strong>dos</strong><br />
da face da terra, e esmaga<strong>dos</strong> pelo próprio Deus ainda<br />
em vida, e depois irão servir de repasto aos demônios na<br />
eternidade se não se converterem a tempo.<br />
NOTA: Os textos que seguem, foram extraí<strong>dos</strong> na<br />
verdade do quarto exorcismo, mas para nós preferimos<br />
separar por matérias, por dois motivos. Primeiro porque<br />
se trata ainda da mesma luta contra Judas Iscariotes. Segundo,<br />
porque assim equilibramos o tamanho <strong>dos</strong> textos,<br />
e até mesmo o assunto <strong>dos</strong> tópicos. Ficamos neste, mais<br />
com a Santa Missa e os Padres, e no outro mostraremos<br />
a questão da Igreja, das suas coisas, e a intervenção direta<br />
de Deus para acabar com todas estas profanações.<br />
Seguindo!<br />
OS SACERDOTES E A GRAÇA<br />
J – Se ao menos eu não fosse obrigado a dizer isto!<br />
Eu não queria dizê-lo!<br />
E – Continua em nome (...) toda a verdade!<br />
J – De fato, preferiria não continuar a falar. É bem<br />
certo o provérbio (alemão) que diz: «só aquele que nada<br />
contra a corrente é que apanha água fresca.» Muitos Sacerdotes<br />
encontrar-se-ão em breve num pântano pestilento,<br />
fétido e sujo, e nem sequer se aperceberão disso.<br />
Deixam que este pântano rodeie os seus corpos, e o que é<br />
ainda muito pior, o seu espírito, e acabarão por afundar-se<br />
nele. É certo que é muito difícil nadar contra a corrente,<br />
mas pelo menos se recebe água fresca. Essa água fresca<br />
representa as graças, e é isto que Eles lá em cima querem<br />
que receba.<br />
Com essa imagem, quer-se sobre tudo significar<br />
as almas. Obtêm-se mais graças pela Missa Tridentina ou<br />
pela Missa Latina, do que por aqueles Sacerdotes que já<br />
não celebram convenientemente a Missa, pois assim já<br />
não há tantas graças. Já não há uma plenitude de bênçãos<br />
nestas Igrejas porque estamos lá nós. Dançaremos<br />
nelas à vontade e estaremos em breve lá em maior número<br />
que as pessoas.<br />
Em breve seremos mais numerosos, a dançar no<br />
interior dessas Igrejas, do que as pessoas que essas Igrejas<br />
podem conter (ri sarcástico e com uma alegria malvada).<br />
Para cada pessoa podemos mobilizar dois ou três<br />
demônios, ou mesmo mais, quando se trata duma alma<br />
mais pie<strong>dos</strong>a (ri com malvadeza).<br />
AS MULHERES NA CAPELA-MOR<br />
A DAR A COMUNHÃO<br />
J – E a leitura voltada à assembléia? É-nos extremamente<br />
vantajosa, mas é-o ainda mais quando é feita<br />
24<br />
por mulheres (ri com maldade). Então, quando as mulheres<br />
se colocam à frente, até as pessoas pie<strong>dos</strong>as, homens<br />
ou mulheres – que desejariam concentrar-se na oração,<br />
não deixam de pensar: «Que vestido é que ela traz hoje?<br />
Como lhe fica o chapéu? Foi recentemente ao cabeleireiro?...<br />
(ri com satisfação mal<strong>dos</strong>a).<br />
E – Diz a verdade, em nome da Santíssima Trindade!<br />
J – Os seus sapatos estão na moda? Estes sapatos<br />
são 3 ou 5 centímetros mais altos que os antigos? Usa<br />
meias escuras ou claras? (ri a bandeiras despregadas).<br />
Não se vê um pouco da sua combinação? (ri sarcástico)<br />
De certo modo fui obrigado a dizê-lo. Tive que o dizer,<br />
como complemento. No fundo é mesmo assim. É assim<br />
que as pessoas pensam e, antes de qualquer outra coisa,<br />
reparam na sua figura. Isso é evidente. Antigamente<br />
as mulheres usavam véu, mas há muito que se deixaram<br />
disso. Mas, mesmo que já não usem véu, o seu lugar não<br />
é na capela-mor. O Papa e os Céus (aponta para cima)<br />
não querem isso.<br />
Mas o pior é quando as mulheres são encarregadas<br />
de distribuir a Sagrada Comunhão. Então, já, não há mais<br />
graças e bênçãos. É que as suas mãos não são consagradas,<br />
são mãos de mulheres. Não quero dizer que o mal<br />
esteja no fato de serem mãos de mulheres, mas sim, no<br />
fato de não serem consagradas. Cristo escolheu só e unicamente<br />
os homens para o Sacerdócio e não as mulheres.<br />
Mas é o orgulho, o orgulho, o pecado original <strong>dos</strong> anjos,<br />
a razão disto.*<br />
No fundo estas mulheres sentem-se orgulhosas<br />
por poderem dar nas vistas a atuar lá à frente. Acreditai!<br />
Os Sacerdotes, mesmo os modernos que dentro em<br />
breve verão tudo atirado para o caixote do lixo, acabarão<br />
por compreender que, com todas as suas teorias e brilhantes<br />
inovações, não vão a lado algum. Contudo, não<br />
querem voltar atrás, no caminho que tomaram. Por outro<br />
lado, também não sabem bem como arranjar as coisas<br />
de molde a agradarem às pessoas. E é assim que muitos<br />
Sacerdotes chamam uma mulher para a capela-mor.<br />
Pensam que é mais um motivo para atrair as pessoas (ri<br />
sarcástico), pois as suas Igrejas são ocupadas até um terço<br />
da sua real capacidade!<br />
Estão cada vez mais próximos do protestantismo;<br />
quer dizer, o protestantismo é, em certa medida, melhor<br />
que a Igreja Católica moderna. O protestantismo! Eles não<br />
sabem mais nada; eles não sabem mais nada desde que<br />
as coisas ficaram assim, mas os católicos!<br />
Os protestantes estarão em breve mais próximos<br />
de Deus que o catolicismo moderno: Eles não sabem<br />
mais, como já disse, mas de certa maneira podem vir, a<br />
saber. Os homens inteligentes reconhecem que a Igreja<br />
Católica – a boa, bem entendido – é a verdadeira Igreja.<br />
Muitos converter-se-iam. Mas, na situação em que a Igreja<br />
se encontra atualmente, eu diria, – ou melhor, nós os<br />
do inferno diríamos – que o protestantismo em breve se<br />
encontrará numa melhor posição.
E quanto à pregação! Há lugares onde as homilias<br />
são feitas por mulheres. Ele, lá em cima, (aponta para<br />
cima), não quer isso. Deus quer que a homilia seja feita<br />
por um homem consagrado, porque assim a pregação<br />
tem maior efeito sobre os fiéis. Uma mulher não consagrada<br />
está longe de ter a mesma eficácia, abstraindo<br />
mesmo do fato das pessoas não se concentrarem nas<br />
suas palavras.<br />
Uma mulher que prega não pode ser boa, não pode<br />
pregar com seriedade, pois se tivesse um espírito sério<br />
e fosse boa, não se dedicaria à pregações. A Imitação<br />
de Cristo, as virtudes à Cruz e os Santos, são assuntos<br />
atualmente pouco aborda<strong>dos</strong> na Missa ou nas homilias.<br />
Mesmo os Sacerdotes consagra<strong>dos</strong> já não se lhes referem<br />
a maior parte das vezes.<br />
Se esta mulher não aprofundar ao máximo o tema<br />
da sua pregação, como poderão as pessoas tirar algum<br />
proveito dela? (1) Quando, muito, poderão acorrer-lhes<br />
pensamentos estranhos. Nem sempre isso acontece, mas<br />
dum modo geral pode dizer-se que uma pregação dessas<br />
é tempo perdido.<br />
* Belzebu no Exorcismo de 7 de Novembro de 1977<br />
acrescentaria isto: « O mundo de hoje quer ser aprovado.<br />
Quer pôr as mulheres na capela-mor, no altar, mulheres<br />
espampanantes e metediças. E isto apesar da Mãe de<br />
Deus nunca ter tido uma função na Igreja, apesar de Cristo<br />
não querer que a mulher entre no Santo <strong>dos</strong> santos, como<br />
castigo, porque o pecado original vem de Eva e foi ela que<br />
caiu em primeiro lugar, Cristo disse isto um pouco antes<br />
de Sua Paixão...». É preciso lembrar que o ato de dar a<br />
Comunhão é em si mesmo um ato de sacerdócio e é por<br />
isso que compete normalmente ao Sacerdote.<br />
(1) Nas mensagens ao Cláudio, Nossa Senhora e<br />
Jesus têm dito que Deus suscitou muitas mulheres para<br />
ministérios especiais que ultimamente elas têm sido convocadas<br />
pela Igreja, para o ministério extraordinário da<br />
Eucaristia. E Jesus diz que, se Maria serviu o altar da última<br />
ceia, porque as mulheres não podem fazer o mesmo<br />
hoje. Deus nunca excluiu a mulher, pelo contrário. Entretanto,<br />
na questão da pregação, creio que aqui Judas tem<br />
razão. Tudo o que observei, nestes últimos anos, é que a<br />
mulher, por algum motivo que desconheço, não consegue<br />
emplacar a sua pregação. Existe um entrave natural, que<br />
bloqueia a ação do Espírito Santo, e ela não chega perfeita<br />
ao ouvinte: Eis que São Paulo diz em I Tim 2,12: Não é<br />
permitido à mulher que ensine nem se arrogue autoridade<br />
sobre o homem, mas permaneça em silêncio. Ou seja,<br />
mais ou menos naquela outra frase de Paulo: Tudo me é<br />
permitido, mas nem tudo me convém! Deus sabe o que<br />
faz. A nós compete obedecer.<br />
O PADRE VOLTADO PARA OS FIÉIS<br />
J – O Padre voltado para os fiéis também não é<br />
bom, sobretudo para as mulheres. Passa-se o mesmo<br />
que com as mulheres na capela-mor. Agora, são as mu-<br />
25<br />
lheres que se interrogam: como são seus cabelos? Está<br />
bem penteado? Terá ido ao barbeiro? Repara, agora tem o<br />
cabelo frisado e antigamente, não. Que belos dentes tem!<br />
(ri irônico).<br />
Os paramentos ficam-lhe bem, ele é ainda tão jovem...<br />
pena que seja Padre (ri jocoso)... etc... Mas se ele<br />
celebrasse voltado para o altar, estes pensamentos não<br />
ocorreriam às mulheres: Quando ele se virasse, depois<br />
delas terem rezado, já nada disso teria importância. Deus<br />
bem sabe porque é que a Missa deve ser celebrada, de<br />
costas viradas para o público (1).<br />
(1) O principal motivo é certamente a distração do<br />
sacerdote. Se ele estiver voltado para o altar, concentrarse-á<br />
apenas na celebração do sublime mistério da Cruz.<br />
Ou isso lhe evitará distrações maiores. Entretanto, olhando<br />
para o público, certamente irá ter diante de sus olhos um<br />
desfile de pernas de mulheres, de decotes, de detalhes<br />
de peças íntimas, além de outros detalhes de vestimenta,<br />
masculina e feminina. Digo isso com toda a certeza, como<br />
ministro da Eucaristia: JAMAIS é igual, assistir a Santa<br />
Missa, lá, junto com o público, do que lá na frente, olhando<br />
para to<strong>dos</strong>. Aquilo é uma loucura. E não me incriminem, se<br />
digo que é possível dali ver calcinhas de algumas mulheres<br />
despudoradas e descaradas.<br />
O TABERNÁCULO DEVE SER DIGNO<br />
DAQUELE QUE LÁ RESIDE<br />
J – O Sacrário devia estar no centro. Que significado<br />
tem, ao entrar-se numa Igreja moderna, ser-se<br />
primeiro obrigado a procurar o Sacrário? Não se sabe<br />
se está à frente, se atrás ou de lado. Em muitas Igrejas<br />
constroem-se mesmo Sacrários que não se sabe se são<br />
tocas de raposa (ri com malvadez)... J – ...se cofres-fortes<br />
(mal pode conter o riso).<br />
Agora há também muitos que fazem Sacrários de<br />
qualquer maneira, em ferro. Claro que também poderiam<br />
ser utiliza<strong>dos</strong> carris do caminho de ferro (ri mal<strong>dos</strong>o).<br />
Um Tabernáculo – estais a ouvir-me? – deve ser<br />
dourado. Isto é: nem o ouro, nem as pedras mais preciosas,<br />
seriam dignas de encerrar o que ele encerra. Estariam<br />
bem longe de ser merecedoras do que ele abriga.<br />
É uma vergonha – mesmo nós lá em baixo, temos de o<br />
reconhecer – é uma vergonha ver as Igrejas e Tabernáculos<br />
que os homens constroem.<br />
A DANÇA NOS LUGARES SAGRADOS<br />
J – E que dizer das Igrejas onde se celebram Missas<br />
à tarde ou mesmo de manhã e onde em seguida se<br />
realizam bailes! Devo falar de sexo, e não apenas de dança,<br />
porque na maior parte <strong>dos</strong> casos em que há dança,<br />
há erotismo. Poderia dizer-se que não há um único baile<br />
onde não se cometam peca<strong>dos</strong>, quer corporais, quer espirituais,<br />
ou onde não se dê ensejo a que se cometam
mais tarde. A dança é invenção nossa. Mas agora são os<br />
próprios Sacerdotes católicos a promover estas festas (1)<br />
e estas danças. Para que as pessoas ainda vão as suas<br />
casas, têm que lhes oferecer estes divertimentos. Então,<br />
a palavra de ordem é: cerveja a jorros, dança e música (ri<br />
novamente cheio de satisfação).<br />
Chegaremos ao ponto, ou melhor, chegamos a ponto<br />
de certos Padres que ainda se dizem católicos, mas que<br />
já há muito não o são, chamarem às suas Igrejas adeptos<br />
de certas seitas, digamos, da missão pentecostista etç...,<br />
para que eles dêem testemunho das suas patranhas. Se<br />
não é o Espírito Santo que se reina, somos nós (e em certa<br />
medida é a magia negra) que reina. E as pessoas estão<br />
tão cegas que já não sabem para onde fica o Leste ou o<br />
Oeste. Claro que para nós, isto é como «um campo ceifado.»<br />
São assim os Sacerdotes que temos atualmente.<br />
(1) FESTAS: está ai uma das maiores causas de<br />
maldição na Igreja Católica. A questão das festas de padroeiros,<br />
regadas a cerveja e outras bebidas, além frangos<br />
e churrascos, quando o dinheiro deveria provir apenas<br />
do dízimo. Este dinheiro é maldito. E na falta, isso leva os<br />
padres a aceitar o dinheiro maçônico, que antes é consagrado<br />
a satanás, para que seja aplicado nas obras das<br />
Igrejas. Vou dizer uma coisa: Todas as Igrejas da terra, ou<br />
obras, que tenham sido executadas com estes dinheiros,<br />
serão soterradas no fundo da terra, ou se desfarão a pó.<br />
Nenhuma ficará de pé quando Jesus vier!<br />
O SACERDOTE COMO PREGADOR<br />
E O SEU AUDITÓRIO<br />
J – Em muitos, o que falta é a humildade. Em muitos<br />
Sacerdotes de hoje, o que falta é a humildade, porque<br />
se fossem humildes não seriam tão covardes. Então,<br />
teriam a coragem de proceder bem, de cumprir os seus<br />
deveres, mesmo com risco de serem humilha<strong>dos</strong>, é por aí<br />
que nós temos domínio sobre eles. Muitas coisas dependem<br />
dessa virtude.<br />
Atualmente, a humildade é escrita com letras extremamente<br />
pequenas, tão pequenas que mal se podem<br />
ler. Está ainda escrita em poucos, mas só em muitos poucos<br />
é que está gravada com letras maiúsculas.<br />
É claro que se esta virtude já não figura nas pregações,<br />
como é que quereis que as pessoas a pratiquem ou<br />
pratiquem outras virtudes? Onde é que poderá ir buscar<br />
a matéria, a inspiração, o bom espírito que deve reinar, a<br />
não ser às homilias?<br />
Não foi um grande Santo que disse: “Quando o demônio<br />
quer apoderar-se duma alma, não a deixa ir aos<br />
sermões”. Mas às homilias que agora se fazem, pode o<br />
demônio, tranqüilamente, deixar ir as pessoas (ri com<br />
uma satisfação).<br />
Porque são, sobretudo anedotas ou elucubrações<br />
sobre o Concílio, fazendo o pregador mais o papel de conferencista<br />
que de pregador (dá gargalhadas). Apesar disso,<br />
as pessoas estão suspensas das suas palavras. Mas<br />
26<br />
por quanto tempo ainda?<br />
Bebem as suas palavras e crêem sem hesitar em<br />
tudo o que ele diz, porque é Sacerdote e recebeu do Bispo<br />
a sua missão. Ele fala assim, lê aquilo to<strong>dos</strong> os Domingos<br />
– não do púlpito – cá de baixo naturalmente, porque<br />
as pessoas... isso também tem que se lhe diga... (volta<br />
a rir alto).<br />
Um Padre tem... eu não quero falar disso.<br />
E – Fora daqui lúcifer! Tu não podes fazer mal, tu<br />
não podes impedir Judas de falar! Judas, diz a verdade,<br />
em nome (...)!<br />
J – Um Padre tem maior eficácia quando fala do<br />
alto do púlpito, do que em baixo, em frente do microfone.<br />
Antigamente, quando os Padres falavam do púlpito, com<br />
a sua voz natural, as suas palavras eram muito mais eficazes<br />
do que agora, cá em baixo, em frente de cinqüenta<br />
alto-falantes (1).<br />
É assim, e aí é que reside toda a nossa astúcia.<br />
Quando as pessoas eram obrigadas a olhar para o púlpito<br />
– e de certo modo, é lógico que se olhe para quem<br />
fala – não se distraiam a reparar em to<strong>dos</strong> os chapéus,<br />
pentea<strong>dos</strong>, casacos ou gravatas. Eram obriga<strong>dos</strong> a olhar<br />
para a boca, quando muito para a cabeça do pregador.<br />
Mas agora as coisas não se passam assim. Olham para<br />
frente e são distraí<strong>dos</strong> pelos outros.<br />
E a astúcia de tudo isto reside no fato de se terem<br />
organizado as coisas de forma a que os Padres já não<br />
falem do púlpito. Isso é um fato capital, e representa para<br />
nós uma grande vantagem. A idéia de falarem à frente foi<br />
engendrada por nós. Fomos também nós que o quisemos.<br />
E nós conseguimos, nós conseguimos tudo! Sim, obtemos<br />
tudo o que queremos (ri triunfante).<br />
Nós até conseguiremos, aliás, já o conseguimos,<br />
que as mulheres e sei lá quem mais, possam ir à Missa<br />
com vesti<strong>dos</strong> impróprios, sem que os Sacerdotes as mandem<br />
embora. Pelo contrário, há alguns que dizem que é<br />
preciso praticar o amor ao próximo...<br />
Dizem que é preciso praticar o amor ao próximo,<br />
que não se pode julgar uma pessoa pela maneira como<br />
anda vestida, bem ou impropriamente, mas que o que é<br />
preciso é olhar para os sentimentos do coração (ri com<br />
uma satisfação mal<strong>dos</strong>a).<br />
Antigamente era diferente. Uma pessoa dessas,<br />
ou melhor, dizendo, uma “descarada”, (2) era expulsa<br />
da Igreja pelo Sacerdote. Antigamente havia ordem, mas<br />
agora já qualquer “descarada” pode entrar (ri atrevido).<br />
O que depois se passa, quando estas pessoas estão na<br />
Igreja, é absolutamente normal (interrompe-se).<br />
Quando algumas pessoas desse gênero estão na<br />
Igreja, as cabeças andam num rodopio. Viram-se para a<br />
direita, para a esquerda, para frente, para trás, esticam-se<br />
e voltam-se na direção do que desejam ver (ri alto). Com<br />
tudo isso, a oração não tarda também a desaparecer (ri<br />
mal<strong>dos</strong>o).<br />
Então a oração fica suspensa num prego ou presa<br />
num mata-moscas (ri irônico). E assim, a oração já nem
sequer se pode libertar do mata-moscas; quando muito<br />
contorcer-se na rede do sexo (interrompe-se).<br />
(1) Mais uma vitória do maldito: retirar os púlpitos<br />
nas Igrejas, muitas vezes obrigando o sacerdote a ficar<br />
em uma posição mais baixa que os ouvintes. O que aqui<br />
se diz, é que o pregador deve estar bem alto, para que<br />
toda a assembléia se volte para o alto, evitando assim as<br />
distrações, que fazem a pregação perder efeito.<br />
(2) Já falamos sobre a moda feminina, no artigo<br />
“Mulher” que está no site. E voltamos a repetir: Toda mulher,<br />
que vai receber Jesus, com roupas indecentes, até<br />
mesmo com uma calça colante, está indo em falta grave.<br />
Não adianta se desculpar comigo. Digam isso para Jesus,<br />
se discordam. Os homens cometem bilhões de peca<strong>dos</strong><br />
em todo o mundo, por causa destas roupas diabólicas. De<br />
fato, o jeans colante, foi inventado pela franco-maçonaria,<br />
exclusivamente para que as mulheres católicas fossem<br />
receber a Eucaristia trajando tais coisas escandalosas. E<br />
se elas não acham escândalo, perguntem se Nossa Senhora<br />
já vestiu uma desgraça destas!<br />
O TRAJE ECLESIÁSTICO<br />
J – Era bom que os Sacerdotes voltassem a usar<br />
sotaina preta. Nós já fomos obriga<strong>dos</strong> a dizê-lo, as almas<br />
danadas já o disseram (*). Quando um Padre se apresenta<br />
à paisana (1) – em camisa com gravata espampanante<br />
(nem é preciso sê-lo) – ninguém sabe se é repórter ou...<br />
(ri irônico).... um diplomata, um diretor (ri a bandeiras despregadas)<br />
ou mesmo um conferencista, que... ...que... (ri<br />
sarcástico)... ou qualquer outro “burro” à pesca de bombas<br />
eróticas.<br />
Tudo está relacionado, tudo está relacionado! (continua<br />
a rir com malvadez). É precisamente isto...! (resmunga).<br />
E – Fala em nome de Jesus!<br />
J – Não quero!<br />
E – Tens que dizer a verdade! Fala, Judas Iscariotes!<br />
J – Foi o que eu fiz.<br />
Quando um Padre se apresenta em camisa desportiva,<br />
mesmo elegante, o resultado é que qualquer “galinha<br />
choca” pode pensar que ele a deseja. Será este exemplo<br />
digno dum Padre? Que exemplo é que dá um Padre nestas<br />
condições? Quantos erros não se verificaram nos últimos<br />
anos por causa disto? Quanto mal não se poderia ter evitado<br />
se os Padres ainda se apresentassem vesti<strong>dos</strong> com o<br />
seu verdadeiro, primitivo, antigo, bom e tradicional... (resmunga).<br />
... não apenas bom... (geme)... mas conveniente<br />
traje ou...<br />
... na sua sotaina (*) sacerdotal, no seu traje... ou<br />
nem sei como dizê-lo. Tomemos, como exemplo, os beneditinos.<br />
A muitos Padres ficaria muito melhor o hábito de<br />
S. Bento do que um fato à civil, desmazelado, que jamais<br />
poderá representar o que deve. Olhemos o hábito de S.<br />
Francisco com o capuz.<br />
27<br />
A quantos leigos, a simples vista deste hábito,<br />
mesmo ao longe, não sugeriria pensamentos melhores!<br />
Nem era preciso estar junto dele. Quantas vezes não se<br />
jogou num instante destes a salvação duma alma! Dáse<br />
também o caso de haver pessoas que pensam que se<br />
ainda há padres, apesar de tudo, Deus tem de existir, pois<br />
do contrário, esses homens não usariam hábito.<br />
E a pessoa pensa para consigo: Se é verdade que<br />
Deus existe, algo tem de mudar em mim. Que devo fazer?<br />
E toda a noite esse pensamento vai ganhando força na<br />
sua alma; por fim, essa pessoa decidir-se-á pelo caminho<br />
que a conduzirá a um religioso de hábito, a um homem de<br />
sotaina negra, ou a um Padre de hábito beneditino... sei lá<br />
como é que eles se chamam. Isto só vos traria benefícios,<br />
a vós e ao mundo inteiro. Seria imensamente vantajoso<br />
para as almas. Só por isto, milhares e milhares de almas<br />
seriam salvas. Quer nos comboios, nos lugares públicos,<br />
em toda a parte, onde se encontrasse um Padre assim,<br />
quantas mulheres, quantas pessoas, não se comportariam<br />
melhor, menos negligentemente, ou seja, de outra<br />
maneira (interrompe-se).<br />
Quantos raios salutares não penetrariam, então, na<br />
alma dessas pessoas, com este pensamento: “Ele é Padre,<br />
representa a benção Divina, o Santíssimo Sacramento,<br />
tem todo o poder. Deus é o seu sustentáculo; nós já<br />
nada podemos fazer, to<strong>dos</strong> temos de morrer...”As coisas<br />
poderiam muito bem passar-se assim, como eu acabo de<br />
contar. Repeti-lo mais uma vez ainda, porque...porque é<br />
horrível quando uma mulher em mini-saia se senta em<br />
frente dum Padre a paisana, sem saber que ele é Padre.<br />
De fato, ela verifica, quer pelo seu olhar, quer pelo<br />
seu comportamento, que ele tem algo de mais elevado.<br />
Ela sente-o de certa maneira e isso leva-a a tentar<br />
aproximar-se ainda mais dele. Nada disso aconteceria se<br />
ele usasse o traje ou hábito religioso. Casos como este,<br />
levaram muitos Padres a desviar-se do bom caminho, a<br />
casarem e, conseqüentemente, a abdicarem das suas<br />
funções sacerdotais. A Igreja Católica está numa situação<br />
difícil. Atingiu o ponto zero.<br />
(Só se percebem sons guturais indefiníveis e uma<br />
sensação de estrangulamento).<br />
(*) Tudo indica que a batina perturba terrivelmente<br />
o Diabo. Daí a grande resistência em dizer o valor do<br />
traje.<br />
(*) Num Exorcismo anterior, que não se encontra<br />
publicado nesta obra.<br />
(1) A batina não somente atormenta o diabo, como<br />
é um verdadeiro escudo contra estas sirigaitas que vivem<br />
atrás de namoro com padres. Se eles usassem batinas,<br />
isso causaria uma instintiva repulsa aos namoros. E milhares<br />
deles não teriam caído na insídia de largar seu<br />
maravilhoso sacerdócio, em troca de um casamento<br />
frustrado. Um dia eles pagarão por isso! Que dizem eles?<br />
É quente! Não importa, o inferno ou até o purgatório, é<br />
ainda mais quente! É incômodo! Não importa, o castigo na<br />
eternidade é mais ainda. É cafona! Mais vale um cafona
no céu, que um “etiquetado” no inferno! Não, não se justifiquem<br />
comigo! Vão se justificar diante de Jesus!<br />
ESTARÁ CRISTO AINDA PRESENTE<br />
EM TODOS OS SACRÁRIOS?<br />
J – ... até na capela-mor, mesmo em frente do<br />
Sacrário. Pois já não é em to<strong>dos</strong> os Sacrários que... não<br />
quero dizer isto, não quero dizê-lo (rosna com violência).<br />
Eles, no Céu, lamentam que a Hóstia consagrada já não se<br />
encontre em to<strong>dos</strong> os Sacrários.<br />
Se ao celebrar a Missa, o Sacerdote já não crê nas<br />
palavras da consagração e não tem a intenção de consagrar,<br />
então a Hóstia não é consagrada. É apenas pão,<br />
como dizem os protestantes e as seitas. A maioria <strong>dos</strong><br />
Sacerdotes “marimbam-se”, e só fazem o que o povo ordena.<br />
Querem ser elogia<strong>dos</strong> no seu modernismo e na sua<br />
presunção, que quase lhes salta pela cabeça (resmunga).<br />
Mais lamentável, para Eles lá em cima (aponta<br />
para cima), é as pessoas pensarem que recebem Cristo<br />
na Hóstia... quando é apenas pão. Efetivamente, já não<br />
é Cristo. Isso representa uma enorme perda de graças e,<br />
assim, desviam-se mais facilmente do bom caminho. Até<br />
pelos próprios Sacerdotes são engana<strong>dos</strong>!<br />
Tenho também a acrescentar que Eles, lá em cima,<br />
não gostam que se usem Hóstias castanhas. Só são toleradas<br />
em caso de extrema necessidade. Normalmente,<br />
deve dar-se preferência a pão branco, até porque Jesus é<br />
a Inocência personificada (respira com dificuldade).<br />
Se, quando o Papa aparece à varanda, onde tem o<br />
hábito de falar, pudesse dizer tudo o que devia e queria,<br />
sem influências estranhas, então os homens arrepiavam<br />
caminho. Iria ainda a tempo, mas é precisamente disso<br />
que ele é impedido. Se ele ao menos pudesse sair, uma<br />
vez que fosse, e dizer o que queria... mas antes seria...<br />
(rosna). ...calado, se falasse livremente. Ele bem sabe que<br />
não pode dar um passo em falso.<br />
Preferiria morrer a suportar essa situação, mas, por<br />
outro lado, tem consciência de que deve levar a sua cruz<br />
ao Calvário. Tem que viver a Paixão até ao fim quer queira,<br />
quer não. O Papa tem que passar pela prensa como Cristo<br />
passou, não na mesma medida, mas tem que passar.<br />
Não se acredita no que o Céu anuncia por intermédio<br />
das almas privilegiadas, no que Ela (aponta para cima)<br />
encarrega as almas privilegiadas de anunciar, em nome<br />
de Jesus Cristo. Também já não se acredita nas Aparições<br />
do próprio Cristo. Jesus e Sua Mãe já afirmaram bastante<br />
vezes, tal como agora, que na Igreja, tudo está podre, mas<br />
os Bispos também o não crêem.<br />
Os lugares das aparições, não apenas os antigos<br />
como também os mais recentes, nem sequer são reconheci<strong>dos</strong>.<br />
Em Lourdes ou Fátima acredita-se ainda, embora<br />
dum modo muito superficial, mas também aí graças já<br />
não correm tão abundantemente, pois os próprios Sacerdotes<br />
já não celebram a boa Missa. Há... (interrompe-se).<br />
Há certos Sacerdotes, mesmo nesses lugares, que<br />
28<br />
gostariam de celebrar uma Missa de sua invenção – pode<br />
dizer-se assim – para ultrapassar os outros. Neste aspecto,<br />
Fátima ocupará em breve o primeiro lugar e Lourdes...<br />
e Lourdes não lhe ficará atrás durante muito tempo! Há<br />
muitos católicos que já não vão a Lourdes porque acham<br />
que é antiquado honrar a Santíssima Virgem e ir em peregrinação.<br />
O CELIBATO ECLESIÁSTICO<br />
J – E quanto à confissão... e ao celibato, também<br />
há que se lhe diga! Quando um Sacerdote vive em<br />
celibato, tanto as mulheres como os homens têm mais<br />
confiança nele, sobretudo relativamente à confissão. Se<br />
fosse casado podia acontecer que uma dessas bruxas (ri<br />
trocista) perguntasse ao marido o que disse a fulana de<br />
tal na confissão. Podia sentir-se terrivelmente curiosa em<br />
saber o que disse este ou aquele, sobretudo se tivesse<br />
interesse para o seu modo de pensar.(1)<br />
Mas se o Sacerdote vive e persevera no celibato,<br />
se imita a vida virginal de Cristo, então até o mais “burro”<br />
compreenderá e qualquer um pode pensar: “Aqui, posso<br />
ir. Aqui posso dizer tudo. Nada passará daqui, tudo ficará<br />
entre nós. Se eles conseguem guardar o celibato, também<br />
são capazes de se calar.”<br />
Mas já não pensam assim em relação aos que são<br />
casa<strong>dos</strong>. Pelo contrário, a sua opinião é bem diferente:<br />
“Este casou-se, não pode guardar o celibato, como poderia...<br />
(ri com malvadez)... como poderia calar o bico se já<br />
nem é senhor do seu corpo?”<br />
Cristo quer o celibato. Não se pode tirar um só I ou<br />
til. Os que se casaram devem voltar atrás, arrependerse<br />
do seu erro... Seria melhor que esses arrepiassem do<br />
caminho, reconhecessem os seus erros, que..., mas justamente...<br />
(1) Nem me ocorrera, ainda esta questão da quebra<br />
do sigilo do confessionário. Mas a meu ver, a grande perda<br />
de um sacerdote casado, se daria no caso de haver um<br />
mau comportamento <strong>dos</strong> seus filhos, qualquer que fosse,<br />
pois isso tiraria toda autoridade do Padre. Como ele, hoje,<br />
poderia corrigir os filhos <strong>dos</strong> outros, se os seus próprios<br />
nada tivessem de santo? Então o sacerdote seria escravo<br />
da esposa, e refém <strong>dos</strong> filhos, ou seja, ficaria completamente<br />
imobilizado. Aliás, a questão do pecado pessoal,<br />
tem feito com que muitos padres não falem nem mais em<br />
pecado, imaginando que com isso se auto-justificam.<br />
DISPONIBILIDADE PARA CONFESSAR<br />
J – Mesmo que as pessoas queiram confessar-se,<br />
tem muitas poucas ocasiões para o fazer. O tempo destinado<br />
à confissão é, no máximo, uma hora. E só vêm alguns<br />
velhos! (ri irônico). Assim o confessor sente-se desanimado<br />
e interroga-se: “Tão poucos e só velhos? Em breve<br />
mais valerá desistir de confessar: será que também nós<br />
teremos de enveredar pelas cerimônias penitenciais?”(1)
E então, quando os velhos terminam de rezar, o Padre<br />
sai do confessionário e alguns <strong>dos</strong> que ainda aguardavam<br />
pensam que já não poderão ser atendi<strong>dos</strong> se não se<br />
precipitarem para o confessionário. Assim não podem...<br />
(dá gargalhadas)...não podem, com medo de que o confessor<br />
lhes escape, não podem preparar-se devidamente,<br />
como aliás o teriam feito se as condições tivessem sido<br />
outras (ri a bandeiras despregadas). Não quero continuar<br />
a falar, não quero!<br />
E – Tens que continuar! Tens que falar! Tens que<br />
dizer o que a Santíssima Virgem quer! Tens que transmitir<br />
tudo o que Ela quer e nada mais!<br />
J – Se os Padres confessassem horas seguidas,<br />
se na Sexta-Feira Santa falassem da morte de Cristo,<br />
poderiam nessa altura aproveitar para falar da morte do<br />
homem. Poderiam lembrar que to<strong>dos</strong> têm de morrer e que<br />
devem preparar a sua alma. Deste modo, milhares de almas<br />
poderiam vir a ser arrancadas ao inferno (geme como<br />
um miserável).<br />
Nós não queríamos fazê-lo, mas somos obriga<strong>dos</strong><br />
por belzebú e lúcifer, que querem que vos perturbemos.<br />
Nós semeamos a confusão por toda a parte. Desde que<br />
belzebú aqui se encontra temos um grande poder. Ele<br />
movimenta-se em todas as direções e espalha a confusão<br />
por onde pode.<br />
(1) Certamente já o leitor percebeu a grande identidade<br />
que há entre as denúncias que temos feito, em to<strong>dos</strong><br />
os nossos artigos, alertando quanto à estas falhas da<br />
nossa Igreja. São detalhes escabrosos, que passam despercebi<strong>dos</strong>,<br />
aos olhos do povo santo, facilmente cegado<br />
por satanás. A maioria <strong>dos</strong> padres acha tudo isso normal,<br />
e acaba por aceitar as modificações que o povo exige.<br />
Na verdade, somam-se os maus numa mesma alcatéia,<br />
e apóiam-se uns nos outros na triste ilusão de que, uma<br />
vez que se tratam de maioria, também o Espírito Santo<br />
estará com eles.<br />
Adiante, em novas revelações, o leitor ficará sabendo<br />
o quão mentirosa é esta atitude, que tem levado inúmeros<br />
sacerdotes e bispos ao inferno. Não acreditem que<br />
isso não acontece. Não esperem que os bispos, por haverem<br />
chegado à esta elevada posição, sejam to<strong>dos</strong> santos.<br />
Mentira! Nas últimas décadas, praticamente nenhum sacerdote<br />
santo foi elevado ao episcopado, porque para isso<br />
se exige apenas “elevada cultura” ou, pior, fiel obediência<br />
à besta. Acreditem, é isso que está acontecendo!<br />
Assim, enquanto o leitor aguarda o novo texto, medite<br />
profundamente sobre estas revelações e compenetre-se<br />
da necessidade urgente de rezar, para que reste<br />
pelo menos uma parcela de homens de fé e de oração.<br />
Serão estes a conseguir que Deus salve o mundo!<br />
Agora, ao confessionário! À Eucaristia em estado<br />
de graça<br />
29<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 5<br />
Neste texto, continua a luta contra Judas Iscariotes,<br />
a alma condenada do traidor de Jesus. O leitor já deve ter<br />
sentido, no artigo anterior, o assombroso desespero em<br />
que vive este infeliz renegado, um <strong>dos</strong> maiores teimosos<br />
que já existiu na terra. Para ele, um simples segundo a<br />
mais possuindo aquela alma, é uma espécie de alívio que<br />
lhe é absurdamente importante. Realmente, jamais conseguiremos<br />
fazer uma descrição perfeita do que significa<br />
o inferno. E nunca faremos o suficiente, em termos de<br />
alerta e de oração, para evitar que tantas almas incautas<br />
caiam naquele sepulcro de terror eterno. Lembramos<br />
que, quando no texto acontecem as paradas... marcadas<br />
com os pontinhos (...) é porque se verifica ou a pressão de<br />
Lúcifer e <strong>dos</strong> demônios maiores para que não continue a<br />
revelar os segre<strong>dos</strong> do inferno, ou a própria dor do condenado<br />
e a sua dificuldade extrema em continuar falando,<br />
além, é claro da resistência física da possessa.<br />
Nas revelações a seguir, está clara a situação terrível<br />
da Igreja, a verdadeira prisão em que vive o Papa<br />
– aqui Paulo VI, mas também hoje João Paulo II – cercado<br />
por bispos rebeldes, que querem destruir a Igreja. Também<br />
fica claro, que o próprio Deus irá intervir diretamente,<br />
para arrasar o modernismo – esta mania de querer mudar<br />
tudo, até aquilo que Deus fez eterno – junto com todas as<br />
heresias do mesmo quilate. Vejamos:<br />
EXORCISMOS DE 31 DE AGOSTO DE 1975<br />
E – Judas Iscariotes, nós, Sacerdotes, ordenamoste,<br />
em nome da Santíssima Trindade (...) diz-nos: sois realmente<br />
obriga<strong>dos</strong> a partir? Diz a verdade, só a verdade<br />
em nome (...). Pelo poder de todas estas invocações deves<br />
dizer a verdade e só a verdade, e também em nome das<br />
sagradas relíquias que estão sobre a tua fronte.<br />
J – Tenho que dizer! Tenho que dizer! Em certa medida,<br />
faço parte <strong>dos</strong> demônios. É a eles que estou agregado.<br />
Eu tinha uma posição elevada, tinha uma posição<br />
elevada, era Bispo. Eu ocupo uma posição superior em<br />
relação às outras almas condenadas. Já aqui disse que<br />
me deram um canto horrivelmente obscuro no inferno.<br />
Como eu invejo... os outros condena<strong>dos</strong> humanos! Os outros...<br />
em comparação comigo, estão bem. Eu tenho um<br />
canto sujo.<br />
Ela (aponta para cima) bem me avisou. Ela avisoume.<br />
E eu que não lhe dei ouvi<strong>dos</strong>, eu que não lhe dei ouvi<strong>dos</strong><br />
(lança gemi<strong>dos</strong> medonhos). Se eu a tivesse escutado!<br />
Seja como for, desprezei-a. Eu não gostava d’Ela! Eu não<br />
gostava dessa...(É proibido pelo céu de expressar o palavrão<br />
que gostaria) Para falar a verdade, desde o princípio<br />
não me juntei a eles só por causa de Jesus. Eu sonhava<br />
com o poder e a realeza, e como nada disso se realizou,<br />
fiquei desiludido!
A SITUAÇÃO NA IGREJA CATÓLICA.<br />
J – A Igreja Católica encontra-se numa situação<br />
grave. Se Eles lá em cima (aponta para cima) não interviessem,<br />
não poderia salvar-se. Mas é preciso que estas<br />
palavras se cumpram: « Eu estarei convosco to<strong>dos</strong> os dias,<br />
até o fim do mundo» (Mt. 28,20). Haverá uma depuração<br />
total, uma depuração terrível, que não nos agrada, ouvis?<br />
A nossa ação no mundo, especialmente nos últimos<br />
tempos, atingiu uma intensidade nunca vista. Pelo<br />
menos, desde há mil anos.<br />
SITUAÇÃO DO PAPA PAULO VI<br />
J – O Papa, o Papa... é um mártir. De certo modo<br />
poder-se-ia dizer que jaz por terra, que deseja morrer. Não<br />
deseja morrer na situação em que se encontra. Tortura-o,<br />
o pensamento de que o que diz não é publicado no mundo,<br />
e é precisamente aquilo que ele não queria, que é<br />
publicado pelos seus Cardeais. Em todo o caso, muitos<br />
Cardeais, não to<strong>dos</strong>, lá continuam. O Papa tem imensa<br />
dificuldade em atuar. Está numa situação muito pior que<br />
uma verdadeira prisão. Nós nos agitamos, fazemos tudo o<br />
que podemos. Aliás, já fizemos muito.<br />
Privaram-no da sua liberdade... e assim pouco<br />
pode fazer. É por isso que falamos dele como um réptil, só<br />
capaz de rastejar, e que já não tem uma palavra a dizer,<br />
nem à direita, nem à esquerda, nem à frente, nem atrás.<br />
São os outros que o fazem, os falsos, os que gostariam de<br />
vê-lo desaparecer.<br />
É UM GRANDE PAPA!<br />
J – É preciso rezar pelo Papa. Ele sofre mais do que<br />
um mártir. Preferiria ser apedrejado como Santo Estevão.<br />
É um grande Papa, apesar de estar forçado ao silêncio.<br />
Carrega uma cruz. Poucos são os que atingem a sua altura,<br />
embora passe por pequeno e impotente. A princípio<br />
cometeu alguns erros, mas há muito que os reconheceu.<br />
Agora, porém, tem os pés e as mãos ata<strong>dos</strong> e até a língua.<br />
Ele clama ao Céu que queria restaurar a Ordem, deseja-o,<br />
mas os seus pés e as suas mãos estão ata<strong>dos</strong>. Já nada<br />
pode fazer.<br />
O PRÓPRIO DEUS INTERVIRÁ!<br />
J – Fazem dele o que querem. São lobos que uivam<br />
segundo o vento que sopra... O que eles querem...<br />
quere-o o povo moderno... a massa. É assim que se tornam<br />
populares. Pouco tempo depois, os bons Padres «tradicionalistas»,<br />
que antes nunca tinham posto em dúvida o<br />
pensamento do Papa, são induzi<strong>dos</strong> em erro. Mas, o que<br />
acontece, é que agora os pensamentos do Papa já não<br />
são os seus. Nesta época de terrível confusão, o Papa já<br />
não pode fazer praticamente nada. Agora, é preciso que o<br />
30<br />
próprio Deus intervenha... e Ele intervirá, dentro de pouco<br />
tempo, em breve.<br />
Não, isso não. Esse momento está mais próximo,<br />
mais próximo do que pensais. O mais doloroso para o<br />
Papa é verificar como mesmo os Sacerdotes «Tradicionalistas»<br />
duvidam do seu pensamento, da sua vontade. Ele<br />
nada pode fazer. Rodeiam-no de subtilezas. Mesmo que<br />
ele quisesse publicar alguma coisa, isso nunca chegaria a<br />
sair porque controlam tudo.<br />
Muitas vezes já nem sequer o pode fazer, já não<br />
pode. Muitas vezes mal sabe o que está a dizer. É assim<br />
que, então, se dão esses erros e confusões horríveis. É um<br />
pobre Papa. A Virgem Santíssima e Cristo têm pena dele.<br />
Mas é preciso que ele viva o seu martírio. Há muito que<br />
ele preferiria ser morto pelos seus próprios Cardeais (1)<br />
a viver assim! Sabe que to<strong>dos</strong> estão contra ele. Sente-o,<br />
ele é dotado de uma grande sensibilidade. Tem os nervos<br />
muito sensíveis. Não é um Papa enérgico, mas nesta altura<br />
também não seria preciso um Papa enérgico. Há muito<br />
que o teriam derrubado.<br />
Fazia parte <strong>dos</strong> planos de Deus a eleição de um<br />
Papa humilde, submisso, abnegado, agora que as coisas<br />
estão assim. É preciso que se cumpram as Escrituras. Por<br />
isso é que era preciso que viesse agora o Papa Paulo VI.<br />
Ele foi realmente o escolhido. Só Eles (aponta para o alto)<br />
têm compaixão dele. Mas esta situação não se irá manter<br />
durante muito tempo.(2) O seu martírio em breve terá fim.<br />
Mas, para ele, já dura há muito tempo. É que para ele os<br />
dias são como semanas, como meses.<br />
É preciso rezar por ele, rezar muito mais. É-lhe<br />
imensamente penoso ver como a Igreja descarrila e como<br />
tudo fica sem consistência. Podeis ter a certeza de que<br />
ele preferiria que tudo se fizesse segundo o antigo estilo.<br />
Ele desejaria que este Concílio(3) nunca tivesse sido<br />
convocado. Ele bem se apercebe que tem conseqüências<br />
terríveis, devastadoras, catastróficas, que já não poderão<br />
ser eliminadas. Nem a oração poderá deter os seus efeitos<br />
funestos.<br />
Era preciso dizer a to<strong>dos</strong> os Bispos que o Papa é influenciado.<br />
Mas eles não acreditarão, porque também eles<br />
estão cegos. De que lhes serve a erudição e a inteligência,<br />
se estão cegos e não crêem. Neste aspecto, nós sabemos<br />
ainda mais, sabemos ainda mais que os Bispos. Eles<br />
temem-se mutuamente e têm medo do povo: têm medo<br />
de serem rejeita<strong>dos</strong>. Por isso querem dançar ao som do<br />
violão do povo, mesmo que ele toque notas falsas (4).<br />
E este violão está de tal modo desafinado que, em<br />
breve, já não se poderá tirar das suas cordas qualquer<br />
som. E é a isto que se pretende chamar Igreja! Compreendeis?<br />
Isto, quer ainda chamar-se Igreja! Uma Igreja maldita,<br />
perversa, confusa. Será isto uma Igreja... que em breve<br />
ninguém ousará, nem deverá, chamar Igreja!(5)<br />
E – A frase que disseste « É uma Igreja maldita»,<br />
não é da Santíssima Virgem!<br />
J – Não, essa frase é nossa.<br />
Apesar de tudo, é a verdade. E decerto modo Ela é
que quer que eu diga. Chegamos a um ponto em que, em<br />
breve, até as seitas serão melhores que o vosso catolicismo.<br />
As seitas, em breve, estarão em melhor posição, pois<br />
não possuem a ciência e não são guiadas pelo Espírito<br />
Santo, como a Igreja sempre foi. Elas dizem que é o Espírito<br />
Santo, mas na realidade o que elas propagandeiam<br />
pelo mundo são as suas próprias idéias, da forma que<br />
mais lhes agrada.<br />
Há ainda alguns que não querem difundir este gênero<br />
de catolicismo; esses gostariam que as coisas se<br />
orientassem pela tradição. Eles bem o desejariam, mas<br />
são demasiado covardes. A sua covardia é de bradar aos<br />
Céus (aponta para cima)!<br />
Se rezassem muito, alguns ainda compreenderiam,<br />
mas para muitos já é demasiado tarde. Como o Céu, a<br />
Santíssima Virgem e o Santo Padre o lamentam! Os três,<br />
Cristo, Santíssima Virgem e o Santo Padre, estão de acordo.<br />
Só eles é que estão de acordo. Os Cardeais (pelo menos<br />
muitos) não estão. O seu modo de agir e proceder é<br />
contrário à vontade d’Eles lá em cima (aponta para cima)<br />
e contrário à vontade do Papa. O Papa encontra-se numa<br />
situação terrível, terrível!<br />
(1) Realmente, consta que foi o Cardeal Jean Vilot, o<br />
Secretario do Papa, o homem que apressou a morte dele,<br />
aumentando a <strong>dos</strong>e diária de medicamentos. Este mesmo<br />
homem, depois, será denunciado no livro “Em nome de<br />
Deus”, do jornalista americano David Yallop, como o verdadeiro<br />
assassino de João Paulo I. O simples fato de ele<br />
não ter permitido a autópsia, já o indicava como suspeito.<br />
(2) Paulo VI morre em 1978, três anos depois deste<br />
aviso, com 81 anos.<br />
(3) Duvido que haja um só bispo ou cardeal da<br />
terra, que não esteja rodeado de uma claque pegajosa,<br />
cravada em cada diocese do mundo como um cancro, que<br />
muitas vezes dirige os bispos ao seu bel prazer, quando<br />
não age a revelia do próprio bispo. Não somente o papa,<br />
como muitos bispos não mais têm autoridade alguma.<br />
(4) Paulo VI percebeu, por exemplo, que a Nova<br />
Missa como estava seria um desastre. Para evitar o pior,<br />
ele próprio redigiu uma nova Missa, e entregou ao Cardeal<br />
Vilot, o tal, para que formalizasse o documento para ele<br />
publicar, Urbi et Orbi. Mas eles datilografaram apenas a<br />
primeira página do documento igual, mantendo muitas<br />
alterações nas outras, e Paulo VI, sem ler assinou. Uma<br />
semana depois, percebeu que fora enganado mais uma<br />
vez. Aí era tarde. A partir de então, deixou até de lutar<br />
pela vida. Então, ao que se sabe, eles super<strong>dos</strong>aram seus<br />
medicamentos, apressando-lhe a morte.<br />
(5) Em vez de uma Igreja de Deus, Divina, ficarse-ia<br />
com uma «igreja» humana, <strong>dos</strong> homens e para os<br />
homens. Se tal se concretizasse, já não se poderia falar<br />
em igreja.<br />
31<br />
SERÁ O PRÓPRIO DEUS A<br />
DERRUBAR O MODERNISMO<br />
J – Nós tememos o Papa, embora no fundo não<br />
o devêssemos temer assim, pois agora o seu Vaticano é<br />
dirigido pelos Cardeais. O Papa sofre continuamente, e<br />
assim pode salvar mais almas e fazer mais do que nós<br />
desejaríamos.<br />
Chegaremos a um ponto que o próprio Deus será<br />
obrigado a destruir tudo, a destruir o modernismo. E recomeçar-se-á<br />
no ponto onde se ficou, no que era antigo,<br />
tradicional, no que correspondia à verdade e que é do<br />
agrado <strong>dos</strong> lá de cima (aponta para cima) e não no que foi<br />
criado pelos homens.<br />
Se o Papa não estivesse seqüestrado e constantemente<br />
vigiado, à direita, à esquerda e <strong>dos</strong> la<strong>dos</strong>, poderia<br />
ainda continuar a governar, fazer com que as suas palavras<br />
fossem ouvidas. Mas nestes últimos meses as coisas<br />
pioraram. Praticamente nada chegou ao conhecimento<br />
público e o que poderia ter saído, foi imediatamente desmentido,<br />
manipulado, mudado... até falsificado. Foi falsificado.(Ver<br />
explicação acima)<br />
Meio algum, por pior que seja, os impede (aos<br />
Cardeais) de alcançar o que têm na cabeça. Nada lhes<br />
parece ordinário, porque estamos no fim <strong>dos</strong> tempos. Não<br />
estivéssemos nós ao leme e não tivéssemos os Cardeais<br />
sob o nosso poder (1), decerto eles saberiam fazer melhor.<br />
Mas porque agitamos tanto os espíritos e temos tantos<br />
adeptos da magia negra a fazer da suas, temos os Cardeais,<br />
neste momento, totalmente sob o nosso domínio. O<br />
melhor que tendes a fazer é rezar muito ao Espírito Santo.<br />
Aliás, tudo isto já foi dito por mim e por Akabor, a propósito<br />
da obediência. Fui eu, Judas, que disse: agora já não é<br />
obrigado a obedecer.<br />
(1) Já em 1978, antes de morrer, o Papa Paulo VI<br />
recebeu uma lista comprovada, com a anotação de 101<br />
cardeais e bispos maçônicos, prova de até onde havia<br />
chegado este poder dentro da Igreja. Isso nos faz pensar,<br />
em quantos mais deles se renderam ao inimigo e a ele<br />
obedecem, agora, passa<strong>dos</strong> 25 anos. Também no livro<br />
do escritor Olivo Cesca, “Os <strong>Tempos</strong> do <strong>Fim</strong>”,(fone 51-<br />
341-0769) consta que existem hoje não só uma, mas sim<br />
quatro lojas maçônicas, dentro <strong>dos</strong> muros do Vaticano.<br />
Recentemente, uma destas lojas causou a comoção aos<br />
católicos, quando isso veio a público, e se disse que é uma<br />
das mais luxuosas do mundo, só aberta uma vez por ano,<br />
no dia de São João. Por aí, o leitor pode tirar uma conclusão<br />
de o quanto o inferno já comanda o Vaticano.<br />
A OBEDIÊNCIA NA IGREJA<br />
É divertido: a obediência jamais foi elevada tão alto,<br />
como atualmente. De repente, a obediência ficou na moda<br />
(ri sarcástico). Subitamente, to<strong>dos</strong> apelam à obediência<br />
(1), agora, que ela é fácil! Isto vem lá de cima. Nós somos
obriga<strong>dos</strong> a dizer a maldita verdade. Agora, que é muito<br />
fácil – para aqueles que tem a mentalidade moderna, que<br />
gostam de ter muito dinheiro e tudo o mais – a obediência<br />
veio de súbito à baila como bala de canhão! Antigamente,<br />
não tinha de modo nenhum a atualidade que agora subitamente<br />
adquiriu!<br />
Isso agrada-nos. O que é preciso é que continuem<br />
assim. Mas a Eles lá em cima, isso não agrada. Os seus<br />
planos são outros e, no fundo, seriam outros, mas é preciso<br />
que o Evangelho se cumpra. To<strong>dos</strong> os seus planos têm<br />
de se realizar, mesmo no meio de grandes catástrofes,<br />
mesmo no meio das maiores confusões e conflitos <strong>dos</strong><br />
povos.<br />
To<strong>dos</strong> se apóiam no Bispo, mas os Bispos não podem<br />
apoiar-se no Papa, pois nada vem do Papa. Creio que<br />
vou terminar.<br />
(1) Ele refere-se assim: To<strong>dos</strong> obedecem aos falsos<br />
coman<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> Cardeais maçônicos, mas to<strong>dos</strong> esquecem<br />
de obedecer ao Papa.<br />
AS FESTAS CATÓLICAS<br />
J – As festas... as festas católicas! Tudo está mudado<br />
e desorganizado; mudaram-se as datas e as pessoas<br />
já não compreendem nada. Antigamente, as pessoas<br />
podiam pensar com antecedência: « Agora, vem esta ou<br />
aquela festa »... e agora... (ri ironicamente).<br />
Agora, as pessoas já nem sequer sabem quando<br />
estas festas se realizam, nem em que datas são fixadas.<br />
Isto é muito vantajoso para nós e é uma perda insensata<br />
para os outros, porque havia festas para as quais as pessoas<br />
começavam a se preparar com algumas semanas de<br />
antecedência. Agora, já não o podem fazer, ou só muito<br />
raramente o fazem, porque já não têm as datas das festas<br />
presentes na memória; em cada calendário figura uma<br />
data diferente. Como é que quereis que se preparem? As<br />
pessoas não podem ir ter com os Bispos ou com os Sacerdotes<br />
à Igreja e festejar determinada festa aí, em tal data<br />
e de tal maneira e, depois, em casa, sozinhos, celebrarem<br />
a festa na antiga data.<br />
No entanto, acreditai-me mesmo no inferno, são as<br />
antigas festas que estão em vigor. Estão em vigor, bem<br />
mais em vigor que no vosso mundo. Decerto já vos apercebestes<br />
disso, com a festa de Nossa Senhora do Monte<br />
Carmelo.<br />
TODOS OS SANTOS, FIÉIS DEFUNTOS,<br />
ALMAS DO PURGATÓRIO<br />
J – Era preciso repor todas as festas no seu devido<br />
lugar. Então, essa <strong>dos</strong> fiéis defuntos, tem também que se<br />
lhe diga!<br />
As almas do Purgatório encontram-se numa situação<br />
terrivelmente desvantajosa. Antigamente ia-se ao cemitério.<br />
Cada oração que se fazia, obtinha uma indulgên-<br />
32<br />
cia; deste modo, uma alma podia ir imediatamente para<br />
o Céu. Agora isso já não acontece, ou melhor, as pessoas<br />
já não são encorajadas nesse sentido. Isso foi suprimido<br />
pelo Clero, que afirma que essas indulgências já não têm<br />
valor, que só uma é válida, a do dia de To<strong>dos</strong> os Santos.<br />
Que hão de fazer as almas do Purgatório só com uma única<br />
indulgência? Ah! Antigamente libertavam-se milhares e<br />
milhares de almas, deveríamos dizer, milhões... e agora?<br />
Agora, encontram-se perante uma terrível perda!<br />
Elas gritam por socorro e ninguém lhes acode. Aproximase<br />
o dia dessa festa. Era preciso esclarecer todas as<br />
pessoas a este respeito, mas elas não acreditariam. (ri<br />
mal<strong>dos</strong>o com satisfação)<br />
E no fundo era uma coisa tão simples! Bastava ir ao<br />
cemitério, lançar um pouco de água benta, dizendo uma<br />
vez: «Dai-lhe Senhor, o eterno descanso...», e, às vezes<br />
um Pai-Nosso ou outra oração, conforme o que ocorresse<br />
ao espírito de cada um. Sempre que procediam assim,<br />
com reta intenção, então, por cada oração, era realmente<br />
liberta uma alma. Agora, mesmo os bons, que ainda acreditam<br />
nisso, são induzi<strong>dos</strong> em erro, quando se lhes diz:<br />
«Tu não podes ganhar esta ou aquela indulgência, isso já<br />
não é valido.» É claro que isso só traz vantagens a nós, os<br />
do inferno (ri mal<strong>dos</strong>o).<br />
E quanto à esta grande e única Indulgência que ainda<br />
se pode ganhar, (a do dia de To<strong>dos</strong> os Santos, segundo<br />
os modernistas), muitas pessoas acham os seis Pai-Nossos<br />
demasiado longos. Além disso, com esta indulgência<br />
única, já não são muitas as almas que se libertam (1). O<br />
próprio Deus – Ele lá em cima (aponta para cima) – há<br />
de pôr as coisas no seu devido lugar, mas para muitos, já<br />
será demasiado tarde, excessivamente tarde.<br />
Devo ainda dizer que este assunto das festas <strong>dos</strong><br />
Santos tem mais importância do que se pensa. As datas<br />
foram rapidamente mudadas, não só as das festas <strong>dos</strong><br />
Santos como também e muito especialmente as festas<br />
em honra da Santíssima Virgem. De fato a festa de 8 de<br />
Dezembro manteve-se, mas de que vale isso? Há outras<br />
festas igualmente importantes. Citemos, por exemplo, a<br />
de Nossa Senhora do Carmelo e outras grandes festas e<br />
dias comemorativos. Quando as pessoas não vão à Missa,<br />
nesses dias pedir o auxílio da Santíssima Virgem para a<br />
sua vida recebem também menos graças. Isso representa<br />
para elas uma grande perda e para nós um magnífico<br />
ganho.<br />
(1) Só muito recentemente, a partir do Natal de<br />
2002, foi que o purgatório começou a diminuir no número<br />
de almas sofredoras. Mas, com certeza, permanece lá<br />
ainda um número superior a 930 milhões de almas, segundo<br />
mensagem ao Cláudio de 06/05/2003.<br />
A ARTE RELIGIOSA<br />
J – Sim, a Santíssima Virgem! Isso também tem<br />
que se lhe diga. De fato, coloca-se a sua imagem a um<br />
canto ou bem ao fundo, de maneira que seja o menos
possível. Muitas vezes existe uma pequena imagem da<br />
Virgem, de mau gosto (se é que se consegue compreender<br />
de quem é a imagem). Quanto às imagens modernas,<br />
na maioria <strong>dos</strong> casos não se sabe se, se trata da mulher<br />
de um «gangster» ou de algum lá de cima (aponta para<br />
cima).(1)<br />
Nos lugares onde ainda existem imagens belas da<br />
Santíssima Virgem, as pessoas são mais facilmente impelidas<br />
à oração. É por isso, que Eles lá em cima, querem<br />
que... Apareçam belas obras de arte, pelo menos imagens<br />
boas e belas, que «falem» às pessoas. O Sacrário deve<br />
ficar, como já foi dito, no centro, ricamente ornamentado,<br />
dourado se for possível, arranjado de tal modo que todo o<br />
aspecto da Igreja seja harmonioso. Que não se assemelhe<br />
à uma casota de cão, ou (quase gostaria de o dizer) a um<br />
curral de porcos (ri sarcástico).<br />
Vêm lá de baixo, mas fui autorizado a dizê-las (respira<br />
alto e com dificuldade).(2)<br />
(1) Esta revelação é terrível, e se cumpre a todo<br />
vapor. Não só nas imagens diabólicas que estão fazendo –<br />
há demônios com asas de morcego, pinta<strong>dos</strong> no lugar de<br />
anjos e as pessoas não conseguem mais ver isso – mas<br />
também em milhares de Igrejas, o dinheiro maçônico, antes<br />
consagrado aos demônios, que é usado na construção<br />
de Igrejas. Tudo isso ruirá! Nada ficará em pé! Mesmo as<br />
igrejas antigas, tombadas pelo “patrimônio histórico”, por<br />
mais ricas e luxuosas que sejam. De fato, eu não me espantaria<br />
se a própria Catedral de São Pedro, e até mesmo<br />
o Vaticano inteiro, ruísse com todo o fragor.<br />
(2) Quando acontece de o demônio falar um palavrão<br />
contra a igreja, como é este caso, a sua revelação somente<br />
é permitida, quando, de certa forma, ele corresponde<br />
a realidade. Acreditem, já encontramos o Santíssimo,<br />
dentro de um cofre forte, com nenhuma flor sequer ao seu<br />
lado. Ontem à noite, uma senhora daquela mesma cidade<br />
falou que nos dias que passaram o padre aceitou celebrar<br />
a Missa, tendo sobre o altar uma estátua da antiga deusa<br />
pagã, Astarte. Por ai o leitor pode avaliar se Judas tem<br />
ou não razão.<br />
O SANTÍSSIMO SACRAMENTO DO ALTAR<br />
J – O Santíssimo Sacramento, o Santíssimo Sacramento<br />
já não é adorado. Está totalmente posto de lado. As<br />
exposições do Santíssimo Sacramento são agora raras.<br />
Fazem-se ainda em alguns atos de reparação e entre os<br />
«tradicionalistas». Fora disso são muito raras. Este Sacramento...<br />
se soubésseis como é Grande!<br />
O Santíssimo Sacramento do Altar! Se soubésseis<br />
as bênçãos que jorram, as bênçãos que d’Êle jorravam antigamente,<br />
quando era exposto no Sacrário e o povo, diante<br />
d’Êle, fazia a adoração reparadora! Isso era de grande<br />
eficácia para os peca<strong>dos</strong>. Todas essas coisas deixaram de<br />
existir e é por isso que também menos almas se salvam.<br />
Não quero continuar a falar, não quero falar mais!<br />
33<br />
O SANTO ROSÁRIO<br />
J – Tenho de acrescentar o seguinte (respira com<br />
grande dificuldade): A grande maioria <strong>dos</strong> Sacerdotes<br />
estão cegos. Somos nós que os cegamos. Mas, com um<br />
pouco de boa vontade, e com muita oração ao Espírito<br />
Santo, acabariam, a pouco e pouco, por compreendê-lo.<br />
O Rosário seria então um remédio universal. Porém, também<br />
ele foi suprimido em quase todo o lado. Já não está<br />
na moda, como se costuma dizer.<br />
Os Mistérios Dolorosos seriam os mais preciosos<br />
do três. Sem dúvida que to<strong>dos</strong> os são, mas a meditação<br />
<strong>dos</strong> Mistérios Dolorosos contribui mais para a salvação<br />
das almas. É por isso que lá em cima (aponta para cima),<br />
é considerado o mais precioso.<br />
O ROSÁRIO (1) E A IMITAÇÃO DE CRISTO<br />
J – Também são bons. Claro que são bons e dum<br />
modo especial os Mistérios Gloriosos, com a dezena que<br />
convida à contemplação do Pentecostes, à descida do Espírito<br />
Santo. To<strong>dos</strong> são bons, mas os Mistérios Dolorosos<br />
são preciosos, pois estão associa<strong>dos</strong> à contemplação da<br />
Agonia de Cristo no Jardim das Oliveiras, da flagelação,<br />
da coroação de espinhos, do carregamento da Cruz e da<br />
morte na Cruz.<br />
O livro Imitação de Cristo devia ter sido fermento,<br />
devia ter sido alimento, pão para a humanidade. Mas foi<br />
rejeitado como o foram milhares de livros que existem.<br />
Citemos por exemplo os livros de Agreda, Emmerich, etc...<br />
Muitos outros livros sobre a vida <strong>dos</strong> Santos caíram igualmente<br />
no esquecimento.<br />
Mas os livros da Catarina Emmerich e Maria Agreda,<br />
têm a vantagem de por sob os olhos das pessoas a vida<br />
de Cristo, dum modo impressionante e de lhes mostrar a<br />
pobreza extraordinária em que Jesus Cristo, a Santíssima<br />
Virgem e S. José viveram. Se as pessoas seguissem o seu<br />
exemplo, decerto não viveriam tão obcecadas pelo dinheiro,<br />
como tantas vezes acontece, e o orgulho não os cegaria<br />
tanto. Haviam de compreender que as únicas coisas<br />
abençoadas pelo Céu são a humildade, as virtudes e as<br />
obras de misericórdia – como muito justamente se costuma<br />
dizer – e, sobretudo, a perfeita Imitação de Cristo e a<br />
própria entrega de si mesmo aos lá de cima (resmunga).<br />
Lúcifer paralisa-me. Já não posso mais, não quero<br />
dizer mais nada. Obrigaram-me a falar demais, a mim,<br />
Judas Iscariotes. (respira alto e com dificuldade)!<br />
A Imitação de Cristo seria bom; a cruz seria bom.<br />
Na cruz está a salvação. Na cruz está a vitória. A cruz é<br />
mais forte que a guerra. Oh! Como lúcifer me atormenta<br />
por eu dizer estas coisas! Ele está nas proximidades.<br />
Ele atormenta-me. É unicamente graças a Ela, lá<br />
em cima (que me amou intensamente) que ele não me<br />
tortura ainda mais terrivelmente no inferno. Sim! Este velho,<br />
este louco, este monstro medonho.<br />
E - Continua a dizer a verdade, sob as ordens da
Santíssima Virgem, continua a dizer o que Ela nos quer<br />
transmitir! Lúcifer não pode fazer-te mal!<br />
J – Ele faz-me mal, mas não me interessa! Ficarei<br />
satisfeito se não for obrigado a continuar a falar. Isso<br />
só me recorda as minhas próprias maldades. Gostaria de<br />
poder voltar atrás, poder voltar atrás (suspira miseravelmente).<br />
(1) Prova maior da desobediência <strong>dos</strong> bispos e padres<br />
ao Papa está na divulgação do Rosário, aproveitando<br />
o ano concedido para esta devoção, que vai até 16 de<br />
outubro de 2003. Quase nenhuma diocese do mundo está<br />
divulgando esta devoção, que poderá salvar o mundo e é<br />
necessária para as famílias. Eles pagarão caríssimo por<br />
esta desobediência. Que aguardem!<br />
A DEVOÇÃO À SANTÍSSIMA VIRGEM<br />
J – A Congregação Mariana era bom, mas agora<br />
já o não é. Nos lugares onde ainda existe já não é boa.<br />
Aliás, já quase não existe, porque duma maneira geral a<br />
Santíssima Virgem foi banida das Igrejas. Atualmente, são<br />
muito poucas as pessoas que agem segundo à sua vontade<br />
e os seus desejos. Há poucos que à imitam e ainda<br />
menos quem pratique a Verdadeira Devoção, segundo S.<br />
Luiz Grignon de Montfort. É preciso dizer que ela é difícil.<br />
A verdadeira devoção e a oferta de si mesmo não<br />
são fáceis.<br />
Nós tudo fazemos para impedir essas coisas. Mas<br />
para as pessoas é a melhor coisa que podem fazer – a<br />
melhor entre as melhores. Ela (aponta para cima) tem um<br />
grande poder, Ela protege os seus filhos como teria protegido<br />
a mim, se eu simplesmente o tivesse querido (geme<br />
desesperado).<br />
Os cânticos em louvor da Santíssima Virgem, nas<br />
Igrejas modernas, ouvem-se ainda uma vez to<strong>dos</strong> os anos<br />
bissextos (geme como se estivessem a atormentá-lo). Só<br />
se ouvem uma vez to<strong>dos</strong> os anos bissextos e, quando<br />
isso ainda acontece, são cânticos que não penetram até<br />
o fundo da alma, cânticos que não falam ao espírito. Isso<br />
é-nos muito vantajoso porque já muitas almas se salvaram<br />
e voltaram ao bom caminho por causa <strong>dos</strong> cânticos<br />
em louvor da Santíssima Virgem. Tomemos por exemplo<br />
o cântico “Maria zu lieben” (Para amar Maria). Diz assim:<br />
“Tu és a Mãe, quero ser teu filho, só teu, na vida e na<br />
morte!” (geme como um miserável). Não! Não quero dizer<br />
estas coisas!<br />
E – Diz a verdade, em nome (...)!<br />
J – Quero calar-me! Quero calar-me... muitos textos,<br />
nos países de língua alemã, foram modifica<strong>dos</strong> pelos<br />
Bispos. O cântico “Milde Königin gedenke!” (Lembra-te<br />
doce rainha...) é também um que nós tememos, porque<br />
contém esta bela frase: “Deverá o mais pobre <strong>dos</strong> teus<br />
filhos deixar-te sem ser socorrido?” Estas palavras já provocaram,<br />
em muitos, bons pensamentos e conseguiramnos<br />
salvar no último momento. Ou então, quando se diz:<br />
“Olhai-me pobre e miserável pecador...” Mas para nós, no<br />
34<br />
inferno, é bom que não sejam entoa<strong>dos</strong>. É bom, é mesmo<br />
muito bom.<br />
Depois, os cânticos em honra do Santíssimo Sacramento:<br />
“Kommet, lobet ohne End” (Vinde, Louvai sem<br />
fim). O Stern im Meere, Fürstin der liebe, (Estrela do mar,<br />
Soberana do Amor); há e havia centenas de cânticos belos<br />
e bons. Mas a Igreja moderna sabe muito bem, isto é,<br />
nós sabemos muito bem, por onde devemos começar a<br />
destruir a Igreja Católica. Nós somos obriga<strong>dos</strong>, é o velho<br />
(lúcifer) que o quer, é ele que fala, é ele que o exige. Nós<br />
conseguimos, conseguimos agora o que sempre desejamos.<br />
Atingimos o ponto culminante. Estamos no auge.<br />
Neste ponto só falta o Aviso. Só falta o Aviso.(1)<br />
(1) Trata-se do “Aviso” que foi anunciado pela<br />
Santíssima Virgem em Garabandal, em 01 de Janeiro de<br />
1965. (Cf. o Segundo Advento, a Montanha de Garabandal,<br />
ed. Tudo Instaurar em Cristo).<br />
SÓ A INTERVENÇÃO DE DEUS<br />
J – Só a intervenção do próprio Deus, d’Aquele lá<br />
de cima (aponta para cima), pode ainda salvar a Igreja.<br />
Temo-la totalmente presa nas nossas malhas. Corre o<br />
perigo de perecer. A situação é crítica. Está encurralada<br />
pelos modernismos, pelas idéias <strong>dos</strong> professores, <strong>dos</strong><br />
doutores, <strong>dos</strong> Padres que se crêem mais inteligentes que<br />
os outros(1). Só a oração e a penitência a podem ainda<br />
ajudar, mas são bem poucos os que as praticam (respira<br />
profundamente e com dificuldade).<br />
(1) Esta foi certamente uma das grandes vitórias do<br />
diabo. Talvez a maior de todas. Cegar os padres! Torná-los<br />
orgulhosos de seus conhecimentos, de sua elevada “teologia”.<br />
A maioria deles, literalmente abomina a qualquer<br />
leigo que possa ter uma idéia sensata, e se disporiam a<br />
excomungar da Igreja – se o pudessem fariam – a qualquer<br />
pessoa que possa interpretar uma passagem bíblica<br />
com perfeição até melhor do que eles. É mais fácil achar<br />
uma agulha num palheiro que um padre humilde. E quando<br />
estes chegam a Bispos, Cardeais, então se imaginam<br />
no Nirvana, no Olimpo entre os deuses, inacessíveis aos<br />
mortais comuns. Sim, há muito tempo que se abandonaram<br />
os critérios de santidade e de obediência ao Papa,<br />
como “sine qua non” para ascenderem na hierarquia. Vitória<br />
do inferno! Hoje só se elegem teólogos! Sumidades<br />
de inteligência... e desastres para a Igreja, quando não<br />
promotores de satanás.<br />
O INFERNO EM TODO O SEU HORROR<br />
J – É uma grande vitória para nós que só já muito<br />
poucos Padres falem do inferno! O inferno – em todo o seu<br />
horror – devia pintar-se nas paredes. Mesmo que o fizessem,<br />
isso não chegaria para vos dar uma pálida idéia do<br />
seu horror. Onde é que encontrais ainda um Padre que fale<br />
sobre o inferno, a morte, o Purgatório ou sobre qualquer<br />
outro assunto do gênero?
Só muitos poucos o fazem! E estes não chegam<br />
para o exército, para a multidão de pessoas, que se encontram<br />
no caminho da perdição. É também um <strong>dos</strong> motivos<br />
principais....um suporte a que nos podemos agarrar.<br />
O fato de já não se pregar sobre o inferno, é-nos imensamente<br />
vantajoso. Devia falar-se <strong>dos</strong> horrores do inferno,<br />
em toda a sua extensão, e isso não bastaria ainda. Já o<br />
disse aqui: “O inferno é muito mais horrível que aquilo que<br />
vulgarmente se pensa (suspira e chora)”.<br />
MISSÕES POPULARES<br />
E VERDADEIRA RENOVAÇÃO<br />
J – Se ao menos se pregassem estas coisas e se<br />
voltassem a organizar missões populares, muitas pessoas,<br />
milhares delas, voltariam a aproximar-se da confissão.<br />
Agora, não o fazem. Nós já tivemos ocasião de dizer que<br />
as cerimônias penitenciais não podem de modo algum<br />
substituir a confissão. Nós tememos as missões populares<br />
como a peste, pois já contribuíram para a salvação de<br />
muitas almas.<br />
Os pregadores das missões populares falavam,<br />
sobretudo do inferno, do Purgatório, da con<strong>versão</strong> e da<br />
morte. Isto levava a luz a muitas almas: eram como uma<br />
mecha que os Sacerdotes colocavam junto das pessoas<br />
e em que elas se apoiavam, pois ninguém ama a morte,<br />
ninguém ama o diabo. To<strong>dos</strong> recuavam assusta<strong>dos</strong> e<br />
cada qual pensava para consigo: “Se as coisas se passam<br />
assim, tenho que retomar o caminho do bem. Ele tem razão.”<br />
Quando um Padre segue a boa e verdadeira tradição,<br />
como Eles lá em cima querem (aponta para cima),<br />
quando ainda celebra convenientemente a Santa Missa,<br />
quando é guiado pelo Espírito Santo, quando é muito pie<strong>dos</strong>o,<br />
então as suas bênçãos e a sua influência são muito<br />
maiores. O mesmo se pode dizer <strong>dos</strong> seus sermões. As<br />
pregações de muitos Padres são muito superficiais. As<br />
suas Missas já não são fonte de bênçãos abundantes, talvez<br />
de muito poucas; de qualquer modo, de menos benção<br />
do que no caso de um Padre pie<strong>dos</strong>o. E isso é lógico.<br />
O Céu permite que um Sacerdote que quer realmente<br />
o bem, que se deixa guiar pelo Espírito Santo, que<br />
se entrega totalmente a Deus e que só faz o que Ele quer<br />
(aponta para cima), possua uma eficácia muito maior e<br />
exerça uma influência também maior sobre as pessoas<br />
que freqüentam a Igreja. O mesmo se passa com a leitura<br />
do Evangelho e com as outras leituras, do princípio ao fim<br />
da Missa: o poder de tal Sacerdote é muito maior, muito<br />
mais extenso, que o de um Sacerdote vulgar, morno ou<br />
quase apóstata. Esses já não se interessam, são demasiado<br />
covardes para celebrar a Missa e para fazer o bem<br />
como deveria ser, segundo a vontade do Céu... Não quero<br />
falar... não quero continuar a falar. (Judas geme).<br />
É preciso que apareçam Sacerdotes corajosos. Naturalmente,<br />
era melhor que fossem os próprios Bispos a<br />
manifestarem-se contra os abusos da Igreja. As pessoas<br />
35<br />
deviam reunir-se. Era preciso que se voltasse a dizê-lo<br />
nas práticas, que fosse gritado do alto <strong>dos</strong> telha<strong>dos</strong>. Devia<br />
gritar-se do alto <strong>dos</strong> púlpitos tudo o que eu, Judas, acabo<br />
de dizer. Penso, dum modo especial no Asperges-me e<br />
na benção do fim da Missa, durante a qual se deve ficar<br />
de joelhos! Naturalmente que se deve ficar de joelhos! A<br />
posição de pé atrai menos bênçãos, pois não agrada a<br />
Deus. Ficar em pé, de braços caí<strong>dos</strong>, talvez sem rezar,<br />
durante a benção final é ofensivo para Deus. É horrível.<br />
Nós, no inferno, revoltar-nos-íamos, se pudéssemos, mas<br />
evidentemente isso agrada-nos, isso até nos agrada.<br />
ERROS NA CONDUTA DA IGREJA<br />
J – Se to<strong>dos</strong> os Padres, sem exceção, num rasgo<br />
de inteligência, reconhecessem como está a Igreja e<br />
qual a sua situação, ficariam horrivelmente apavora<strong>dos</strong>.<br />
Certamente modificariam a sua conduta, pelo menos um<br />
grande número deles. Mas é precisamente este rasgo de<br />
inteligência que lhes falta, a eles que crêem que a Igreja é<br />
guiada pelo Espírito Santo (1).<br />
Estes Padres concentram-se sobre a nova Igreja.<br />
Afinal de contas, a Igreja são eles, e podem mudar o que<br />
lhes agradar, pois o Espírito Santo também reside neles.<br />
Deste modo, não se dão conta que desobedecem ao Papa,<br />
o chefe da Igreja, e que tudo isso não vem dele. É que a<br />
ação do Espírito Santo se exerce através da palavra do<br />
Papa e não por uma palavra que eles querem virar e revirar<br />
à sua vontade (resmunga).<br />
Naturalmente, tudo o que nós divulgamos por intermédio<br />
<strong>dos</strong> cardeais, não vem de modo algum do Espírito<br />
Santo. Alguns deles serão extermina<strong>dos</strong> como a erva daninha<br />
– como se diz e tão bem no exorcismo - mas isso<br />
não acontecerá a to<strong>dos</strong>. Alguns compreenderão ainda...<br />
Quanto aos Bispos, isso também tem que se lhe diga, os<br />
Bispos...<br />
Eu também fui Bispo. Se eu pudesse voltar atrás,<br />
cumpriria melhor os meus deveres, mil vezes melhor. Os<br />
Bispos... Muitos Bispos, mais valia que nunca tivessem<br />
sido! Bem melhor seria que fossem os mais ínfimos <strong>dos</strong><br />
leigos, em vez de ter a palavra e a cruz porque para eles<br />
tudo isso não passa de camuflagem e... põe a máscara<br />
do bem, mas por baixo só há vermes e podridão. Até para<br />
nós, é... Mas é que eu não quero continuar a falar, não<br />
quero!<br />
Já falei bastante... (resmunga)<br />
(1) Desesperante esta situação, que sempre temos<br />
anunciado. Eu diria, sem medo de errar, que pelo menos<br />
90% <strong>dos</strong> sacerdotes e bispos da terra – e isso deve somar<br />
a assombrosa conta de 1,2 milhões de padres – dorme<br />
na triste ilusão de que a Igreja é totalmente conduzida<br />
pelo Espírito Santo, embora a falta de santidade de seus<br />
dirigentes. Ou seja, que qualquer cardeal, ou bispo, que<br />
fale alguma coisa, sempre, ou quando a CNBB se reúne,<br />
sempre, tudo o que sai dali é obra divina e fruto do Espírito<br />
Santo. Quanta insensatez, meu Deus! Quanta loucura! Há
cardeais que são verdadeiros demônios, são inclusive maçons<br />
do último grau, que dirigem aquelas lojas diabólicas,<br />
como poderão falar pelo Espírito Santo?<br />
E estes padres cegos, são capazes de seguir, bestializa<strong>dos</strong>,<br />
a tudo que vem deles, seja em nome desta<br />
ilusão nefasta, seja em nome de uma falsa obediência,<br />
e cega, própria daqueles que já não conseguem discernir<br />
a mão esquerda da direita. O simples fato de que há um<br />
tremendo racha na CNBB – esquerda e direita – já é prova<br />
de que o Espírito Santo foi expulso daquelas reuniões há<br />
muito tempo. O Espírito não é de divisão, mas de unidade.<br />
Só quando eles saem uni<strong>dos</strong> na verdade, é que ali agiu o<br />
Espírito de Deus. Agora mesmo, em relação ao famigerado<br />
“Fome Zero”, continua se notando as garras e o chifre de<br />
satanás. Brigam desespera<strong>dos</strong> para estarem à frente do<br />
projeto, enquanto esquecem do Rosário, da Confissão e<br />
da Eucaristia, aquilo que realmente interessa. O que leva<br />
ao céu!<br />
Quando, depois, na hora de justiça, alguns bispos<br />
e cardeais mergulham no inferno, não ponham a culpa<br />
em Deus. Mesmo que eles pareçam ter cara de santinhos,<br />
de vovô bonzinho, acreditem, o demônio também faz a<br />
mesma cara. Na verdade, eles não têm placa na testa que<br />
os identifique, mas certamente têm um vídeo no Céu, com<br />
toda a filmagem de seus atos. Eles podem até escapar da<br />
justiça <strong>dos</strong> homens, mas jamais escaparão da de Deus.<br />
Rezemos por eles! Felizmente temos um Deus misericórdia!<br />
Não fosse assim, a maioria deles se perderia<br />
36<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 6<br />
Embora não se tenha consumado, ainda a expulsão<br />
definitiva de Judas, neste exorcismo que segue, veremos<br />
a luta contra “Véroba”, um anjo caído, que pertencia ao<br />
coro das Potestades. Já mencionamos de outra feita e<br />
mais uma vez explicamos esta questão <strong>dos</strong> diferentes<br />
anjos. No céu, os anjos estão dividi<strong>dos</strong> em nove coros angélicos.<br />
Em cada um destes coros, há miríades de anjos,<br />
num volume suficiente para demonstrar a imensidade e<br />
o poder de Deus Criador. Dentro de cada um <strong>dos</strong> coros<br />
angélicos, há diferenças sensíveis de poder espiritual e<br />
de fortaleza em cada um. Esta força, esta fortaleza, lhes<br />
é conferida de acordo primeiramente e acima de tudo<br />
com o amor, mas também o denodo e a bravura, com que<br />
defenderam, ou defendem ao seu Senhor e nosso Deus.<br />
Aliás, isso ficou claramente demonstrado no episódio da<br />
expulsão <strong>dos</strong> anjos maus para o inferno. Ali, eles tiveram a<br />
grande oportunidade de demonstrarem seu amor a Deus.<br />
Ora, que eu saiba, não existe registro de que o anjo<br />
Miguel, do coro <strong>dos</strong> Arcanjos, fosse de fato um anjo de<br />
primeira magnitude em si. Lúcifer era o maior de to<strong>dos</strong>,<br />
até maior e mais poderoso que Miguel. Mas foi Miguel – a<br />
fortaleza de Deus – quem gritou primeiro e forte entre<br />
as miríades de anjos: Quem como Deus? Ele, pois, encabeçou<br />
a luta contra as trevas – dando com isso a sua<br />
primeira prova de amor a Deus – e justo por isso adquiriu<br />
este poder que tem hoje, de príncipe das milícias celestes.<br />
Ou seja, ele domina sobre to<strong>dos</strong> os anjos do céu, não<br />
somente sobre o coro <strong>dos</strong> arcanjos, mas também sobre<br />
o coro <strong>dos</strong> anjos, das dominações, <strong>dos</strong> principa<strong>dos</strong>, das<br />
potestades, das virtudes, <strong>dos</strong> tronos, <strong>dos</strong> querubins e<br />
<strong>dos</strong> serafins. E se poderia então dizer: Miguel é o mais<br />
valente, o mais amoroso, o mais denodado defensor de<br />
Deus – embora Deus não precise disso – que existe entre<br />
to<strong>dos</strong> os anjos do céu. Ele é, então, a terceira maior das<br />
criaturas de Deus, abaixo apenas de Nossa Senhora, a<br />
mais incrível e resplandecente das criaturas de Deus, e<br />
do humilde José seu casto esposo.<br />
É, claro, dentro de cada um destes coros, existem<br />
aqueles que têm maior ou menor poder espiritual, sempre<br />
dentro do critério superior de força, de inteligência e de<br />
vontade, próprios de cada um. Eis que a justiça de Deus,<br />
até nisso se faz presente. Quem mais ama, mais merece!<br />
Quem mais luta pela causa de Deus, mais graças recebe,<br />
e maior felicidade terá no céu. Ou seja, quanto mais um<br />
anjo ama a Deus, quanto mais perfeita e prontamente O<br />
obedece, tanto maior poder ele conquista, para melhor<br />
exercer o bem e para mais ainda amar. Ele, pois, se recicla<br />
em Deus. Entretanto, uma vez que tiver cessado o<br />
tempo da graça, cada um viverá dentro do nível de felicidade<br />
conquistado – anjos ou homens – por livre efeito da<br />
cada vontade, e assim será por todo o sempre. Aliás, isso<br />
acontece também conosco aqui na terra.
Quanto aos anjos caí<strong>dos</strong>, o efeito é inverso. Eles, de<br />
fato, conquistaram o seu poder, cada um, mas pelo livre<br />
efeito de sua própria inteligência e vontade de fazer o mal.<br />
Quanto mais odiaram a Deus, mais conquistaram poder<br />
para fazer o mal aos homens. Entretanto, se de um lado<br />
eles não perderam o poder inerente a cada coro angélico<br />
e si, como o tinham no céu – porque Deus quando dá um<br />
dom, não o retira – ao serem derrota<strong>dos</strong>, eles perderam<br />
o resplendor do ser angélico, transformando-se cada um,<br />
na aberração especial e inerente a cada um <strong>dos</strong> sete vícios<br />
capitais.<br />
Ou seja, eles se congregaram em sete legiões diabólicas,<br />
cada uma delas se firmando em poder, e agindo,<br />
dentro de um vício particular: Ódio, Orgulho, Ira, Preguiça,<br />
Mentira, Gula e Inveja! Digamos que cada legião diabólica<br />
– dentro da qual estão concentra<strong>dos</strong> demônios provin<strong>dos</strong><br />
de to<strong>dos</strong> os diferentes e antigos coros angélicos, guardando<br />
cada um seu antigo poder – se “especializou” em urdir<br />
tramas contra a humanidade, cada um dentro de seu execrando<br />
vício. Eis porque se fala, por exemplo, em demônio<br />
da gula, demônio da inveja, e assim por diante.<br />
Por este efeito da vontade livre de cada anjo do<br />
céu, a cada missão que cada um deles executa a pedido<br />
de Deus – e são bilhões de missões diárias – eles podem<br />
crescer em felicidade, e por isso se empenham com toda<br />
a força e vontade de seu espírito e com toda capacidade<br />
de sua inteligência. Cada anjo da guarda, por exemplo,<br />
que é único – o anjo da guarda de uma pessoa falecida<br />
nunca mais volta para cuidar de outra pessoa – quando<br />
ele chega no céu com a alma que Deus lhe confiou, ele recebe<br />
graças infindáveis por isso. Entretanto, se a alma se<br />
perde – sempre por livre vontade dela, jamais por desleixo<br />
do anjo – ele não perde de forma alguma o seu poder, nem<br />
seu mérito, nem sua felicidade eterna, mas o recebe de<br />
acordo com o esforço denodado que fez na tentativa de<br />
salvação daquela alma renegada.<br />
E da mesma forma acontece com to<strong>dos</strong> os anjos,<br />
de to<strong>dos</strong> os coros, em todas as missões que Deus lhes<br />
confia. Quanto mais cumprem estas missões que Deus<br />
lhes confia – quem sabe até diariamente – mais têm<br />
oportunidade de crescer em perfeição, e exatamente por<br />
isso, recebem a graça de mais se aproximarem de Deus e<br />
de melhor sentirem os efeitos que esta presença beatífica<br />
lhes pode proporcionar. Ou seja: Quanto mais perfeitos se<br />
tornam, mas próximos ficam de Deus! Quanto mais puros<br />
ficam, mais “entendem” a Deus, e mais profundamente<br />
Nele podem mergulhar. Porque, creiam, até nos anjos mais<br />
resplandecentes Deus vê sérias imperfeições. Imaginem,<br />
então, quão maravilhoso será contemplar esta divina face<br />
para sempre! Aliás, por um processo quase igual passamos<br />
nós aqui, os homens, na terra. É somente aqui que<br />
temos a graça de conquistar estes méritos eternos, para<br />
assim como os anjos, merecermos ver a face de Deus e<br />
viver em sua presença.<br />
Já quanto aos anjos caí<strong>dos</strong>, quanto mais e à medida<br />
que exercitarem a sua maldade, tanto mais aumenta<br />
37<br />
e tormento de seu castigo. Assim, quando um demônio,<br />
encarregado de uma alma humana, a conseguiu levar à<br />
perdição, com isso aumenta terrivelmente o suplicio de<br />
seu castigo eterno. Entretanto – diferente <strong>dos</strong> anjos da<br />
guarda – eles podem voltar a terra para novas missões e<br />
para tentar roubar novas almas de Deus. E a sua maldade<br />
é tanta, seu ódio contra Deus é tanto, sua inveja contra os<br />
homens é tamanha, que mesmo sabendo que este procedimento<br />
lhes aumentará o suplício eterno, mesmo assim,<br />
eles não hesitam na sua luta, até porque são pressiona<strong>dos</strong><br />
e oprimi<strong>dos</strong> pelos demônios mais poderosos.<br />
Entretanto, deve ficar bem claro que tudo que<br />
acontece, no céu, na terra e no inferno, somente acontece<br />
com o consentimento de Deus. Aos anjos, Deus designa<br />
para cada um a sua missão, de acordo com a sua santa<br />
e perfeita Justiça. E com isso crescem em poder diante<br />
de Deus. Aos homens, Deus deixou a lei e deixou o livre<br />
arbítrio, a vontade livre, para decidir pelo bem ou pelo mal.<br />
E nesta luta, ou crescem em graça e santidade, ou em<br />
desgraça e maldade aqui em vida. Aos demônios, Deus<br />
permite que exerçam suas atividades de desencaminhamento<br />
da humanidade, mas jamais para efeito e “glória”<br />
ou “vitória” <strong>dos</strong> maus espíritos, e sim, e sempre, para a<br />
maior graça ou desgraça <strong>dos</strong> próprios homens que são<br />
livres. Ou seja: Quanto maior a tentação, maior a graça de<br />
quem a vence e vice versa!<br />
E assim, seguindo em nosso texto, em síntese, as<br />
revelações deste demônio trazem uma certa luz sobre o<br />
Aviso e o Castigo, que cairão sobre a humanidade, conforme<br />
as mensagens de Nossa Senhora em Garabandal, de<br />
1962 a 1967 – duas mil aparições – norte da Espanha. Já<br />
muitas vezes nos manifestamos a este respeito, entretanto,<br />
é sempre bom pesquisar novas formas de revelações.<br />
Interessante observar que, os homens em geral, não estão<br />
dando o devido valor, nem sequer tomando ciência,<br />
destes dois eventos pavorosos. Eles brincam com Deus.<br />
Entretanto, o inferno teme estes dois sinais, porque sabe,<br />
ou apenas pressente, que eles levarão à derrocada de seu<br />
Reino. De fato, os efeitos do Aviso sobre a humanidade –<br />
temos a certeza – levarão à con<strong>versão</strong> a maioria absoluta<br />
<strong>dos</strong> homens. Dos que não se converterem com o Aviso,<br />
uma parte significativa se converterá com o Milagre, pondo<br />
fim ao Reino das Trevas. Eis porque dizemos: Deus fará<br />
tudo!<br />
Neste texto, numeraremos alguns pontos muito<br />
importantes, para explicação abaixo. Entretanto, como<br />
alguns tópicos mereceriam também uma explicação<br />
maior, vamos neste caso negritar as partes mais fortes,<br />
para chamar a atenção do leitor. Cada uma delas merece<br />
uma reflexão profunda de cada um de nós. Ouçamos as<br />
palavras deste espírito mau.
EXORCISMO EM 12 DE JANEIRO DE 1976<br />
(Contra Véroba, demônio do coro<br />
das Potestades)<br />
E – Comandamos-te, Véroba, em nome (...) que digas<br />
a verdade, tudo o que quer a Santíssima Virgem.<br />
V – Mesmo os bons combatem os bons! (1) Antigamente<br />
não era assim! Antigamente, os bons estavam<br />
uni<strong>dos</strong>! Começou a loucura que vai alcançar o máximo!<br />
Mas tudo se tornará pior.<br />
Atualmente, os homens já não se debruçam sobre a<br />
Sagrada Escritura. Aliás, por toda a parte a apresentam de<br />
modo diferente, ou seja, deformada, organizada de outra<br />
forma, traficada para agradar a cada um (2). Só se deveria<br />
defender a Sagrada Escritura não falsificada, a antiga, a<br />
boa. O resto provém de combinações e pode-se dizer que<br />
está envenenando.<br />
A Grande Senhora, quer salvar to<strong>dos</strong> os que ela<br />
puder. O mundo está tão pervertido, que Ela já não pode<br />
salvar as almas em massa. No entanto, Ela quer ainda<br />
fazer tudo o que puder. Ela ama os seus filhos, ama-os<br />
mais do que merecem muitos deles.<br />
Se nós ainda pudéssemos ser ama<strong>dos</strong> com um décimo<br />
desse amor (geme horrivelmente)! Ela ama os seus<br />
filhos, como só uma Mãe os pode amar.<br />
Esta é a razão porque é preciso que muitos homens<br />
bons, leigos, tomem consciência de que é necessário rezar<br />
e também sofrer pela salvação das almas, que de outro<br />
modo se perderiam ou se afundariam ainda mais nos<br />
caminhos da perdição.<br />
A confusão é de fato terrível, mas ainda virá a ser<br />
pior. No entanto, deveis fazer o que Ela quer! Quer que<br />
persevereis neste caminho e não vos desvieis dele um<br />
milímetro sequer, mesmo que o diabo ataque com todo<br />
o seu poder.<br />
Consolai-vos com o Papa: ele sofre ainda mais que<br />
vós. Há muito que ele deseja que tudo chegue ao fim. No<br />
entanto, terá de continuar a rezar e a fazer sacrifícios. Vós<br />
deveis dar-lhes o vosso apoio.<br />
Os leigos têm também de colaborar. Neste momento<br />
é absolutamente necessário um maior discernimento<br />
para examinar todas as idéias, mesmo as melhores, pois<br />
cada um julga-se na posse da melhor idéia, mesmo quando<br />
falsa.<br />
E – Continua a dizer a verdade Véroba, diz o que a<br />
Santíssima Virgem te encarregou de dizer! Tu não tens o<br />
direito de mentir!<br />
V – Se Ela não estivesse no Céu e se pudesse desencorajar,<br />
há muito que teria cruzado os braços. Mas Ela<br />
é paciente, infinitamente mais paciente do que to<strong>dos</strong> os<br />
homens juntos... Oh, se Ela ainda pudesse exercer esta<br />
paciência conosco! (geme horrivelmente). Nós, os do inferno,<br />
já deixamos de ter esperança. A única coisa que nos<br />
resta agora é fazer revelações para vós. Ah! Como é horrível<br />
termos de revelar agora, o que não desejaríamos.<br />
38<br />
Em breve, Jesus Cristo já não estará presente em<br />
todas as Missas. Mesmo agora, Ele já não está presente<br />
em todas. Há muitos Sacerdotes que já não acreditam na<br />
presença sacramental de Cristo, pela Consagração. É lamentável!<br />
A Missa deixa de ser fonte de graças e quando<br />
ainda o é, é-o de muitas poucas! Se to<strong>dos</strong> aqueles que se<br />
dizem Padres celebrassem convenientemente a Missa – a<br />
Missa de Pio V (Missa em latim) – o mundo mudaria dum<br />
modo extraordinário.<br />
Infelizmente, não é esse o caso. Por isso, continuamos<br />
a insistir junto <strong>dos</strong> Cardeais, <strong>dos</strong> Bispos, <strong>dos</strong> Sacerdotes<br />
e, por fim, <strong>dos</strong> leigos. Um Cardeal, um Bispo ou um<br />
Padre continua a ser muitíssimo mais importante que um<br />
leigo, pelo menos para nós.<br />
Se Ela, a Poderosa, ainda pudesse chorar - Ela<br />
pode-o nas suas Aparições – se Ela ainda pudesse chorar<br />
no Céu, a terra inteira ficaria inundada com as suas lágrimas.<br />
Ela ainda tem piedade destes miseráveis vermes<br />
da terra.<br />
Ela tem compaixão deles e volta a chamá-los, tenta<br />
retê-los, mas os homens já não A querem ouvir. Como cegos,<br />
se deixam enredar nos fios dessas marionetes, que<br />
apenas são os nossos cartazes publicitários. Mas as pessoas<br />
não se convencem disso. E essa é a nossa grande<br />
vantagem!<br />
Mesmo Judas, com a sua traição odiosa, não foi<br />
tão mau como muitos Sacerdotes <strong>dos</strong> tempos de hoje.<br />
Judas não agiu ocultamente. Ele sentia que Jesus estava<br />
ao corrente do seu pecado. Então se arrependeu, atirou<br />
os 30 dinheiros para o Templo e disse: “Entreguei sangue<br />
inocente.”(3)<br />
Haverá um Sacerdote da nossa época que procede<br />
assim? Os Sacerdotes de hoje são muito piores. Nenhum<br />
se arrepende do mal que comete. É como uma doença<br />
contagiosa. Estão infecta<strong>dos</strong> até à medula, mas ajudamse<br />
uns aos outros para que tudo permaneça camuflado.<br />
Mas durante quanto tempo ainda?<br />
No dia em que a verdade vier de cima, a vantagem<br />
será então da Igreja e não nossa. O papel representado<br />
pela Igreja até aos nossos dias, não pode ser atirado fora<br />
ou posto de lado como um par de sapatos velhos e usa<strong>dos</strong>,<br />
ou um gibão cossado, que tem de ser remendado!<br />
E – Continua a dizer a verdade, em nome da Santíssima<br />
Trindade!<br />
V – É triste para a Poderosa e para o Céu ver que<br />
tantas almas boas, que Ela ama, que andavam de mão<br />
dada com o Céu, estejam agora paralisadas.<br />
Muitos já não sabem o que devem fazer no meio de<br />
tanta confusão. Surge assim o perigo de, insensivelmente,<br />
enveredarem pelo caminho do erro. É por isso que eu,<br />
Véroba, tenho que dizer o seguinte: “Deveis rezar muito<br />
ao Espírito Santo. Nunca se reza em demasia ao Espírito<br />
Santo.”<br />
E – Continua a dizer a verdade Véroba! Diz tudo o<br />
que tens a dizer da parte da Santíssima Virgem!<br />
V – Não o queria dizer! Já não quero dizer mais
nada!<br />
E – Tens que revelar tudo, da parte da Santíssima<br />
Virgem e em nome da Santíssima Trindade!<br />
V – Ela manda dizer: “Não desespereis, mesmo que<br />
os justos errem por vossa culpa.” Jesus sempre disse:<br />
“Virão tempos em que aqueles que vos matarem pensarão<br />
estar a render culto a Deus.” (4) Esses tempos chegaram.<br />
Não sereis mortos agora, muitos já o foram, mas vós<br />
não. É preciso que suporteis algumas perseguições. Mas<br />
ainda virão tempos piores.<br />
Esta situação talvez já não dure mais dez anos.(5)<br />
Nós próprios não o sabemos ao certo. Só sabemos que já<br />
não falta muito.<br />
O próprio Cristo disse: “Vós não sabeis nem o dia,<br />
nem a hora, em que virá o Filho do Homem.” Estas palavras<br />
valem não só para o fim do mundo, como ainda para<br />
os Castigos! Referem-se ainda aos castigos e também à<br />
morte de cada homem em particular.<br />
O Aviso está incluído no castigo. Não será nada ligeiro.<br />
Com o Aviso começará o Castigo – será, por assim<br />
dizer, a primeira parte do Castigo.<br />
Esta situação já não durará mais dez anos. Segundo<br />
as nossas contas é bem possível que o Aviso..., mas<br />
como disse atrás, nós, no inferno, não o sabemos ao certo*<br />
(rosna horrivelmente). As muitas orações <strong>dos</strong> fiéis tem<br />
evitado o Castigo. De fato, é paradoxal continuar a rezar,<br />
pois com o retardamento do Aviso e do Castigo, a confusão<br />
aumentará.(6) Apesar disso, tereis de rezar muito. A<br />
Virgem assim o quer, porque assim há muitas almas que<br />
ainda se poderão salvar (grita horrivelmente) .<br />
* Efetivamente só Deus conhece o futuro. Os demônios<br />
e almas condenadas só podem fazer previsões,<br />
mais ou menos fundamentadas, sobre os acontecimentos<br />
futuros.<br />
OBS. Aqui termina a parte das revelações deste demônio,<br />
Véroba, pois o livro não faz mais nenhuma referencia<br />
a ele. Provavelmente segue às suas revelações o rito<br />
final de expulsão, assim como o foi o de Judas. Seguem<br />
as explicações assinaladas.<br />
(1) Hoje chegamos a este confronto. Não somente<br />
se combate entre os leigos, dentro das paróquias e nas<br />
pastorais, como se digladiam os padres, nas diferentes<br />
ordens do clero, que de fato se odeiam. Até mesmo, dentro<br />
das próprias ordens, os padres se odeiam, se brigam,<br />
se invejam, se combatem, se criticam e até se amaldiçoam,<br />
de uma forma tão assombrosa, que não resta dúvida<br />
ser obra de satanás. Quem age desta forma, JAMAIS pode<br />
pregar o Evangelho do Amor! Quem não vive o Evangelho<br />
com a vida, não o pode pregar aos outros, porque perde<br />
completamente a autoridade espiritual. Sua palavra, já<br />
não mais cala fundo, nos corações das pessoas.<br />
(2) Esta referência não é somente às seitas evangélicas,<br />
cada uma traduzindo a Bíblia de acordo com a<br />
sua cara, com a sua idéia, mas também aos próprios católicos,<br />
que fazem uso dela cada um a seu modo. E satanás<br />
é tão ardiloso, que faz mudar a cabeça <strong>dos</strong> crentes, que<br />
39<br />
trocam pedra por água, e alho por bagulho.<br />
(3) O fato de Judas haver reconhecido que entregou<br />
sangue inocente, não significou arrependimento.<br />
Significa que ele sabia claramente que tinha sido mau,<br />
mas negou-se a aceitar a culpa. De fato, se Deus desse a<br />
Judas uma nova chance, ele a botaria fora, assim como<br />
os outros demônios to<strong>dos</strong>. A primeira coisa que eles exigiriam<br />
é que Deus pedisse perdão a eles pelos sofrimentos<br />
passa<strong>dos</strong>. Depois se revoltariam e iriam querer derrubar<br />
a Deus, para ficar em seu lugar. Que fique claro: NUNCA,<br />
jamais alguém do inferno se arrependerá, mesmo que se<br />
lhe dê milhões, bilhões, trilhões de chances. Entenderam<br />
porque não adianta ter pena <strong>dos</strong> perdi<strong>dos</strong>? Eles são to<strong>dos</strong><br />
infinitamente obstina<strong>dos</strong> na teimosia de seu erro. A estes<br />
se destina a palavra: Réprobo! Quer dizer, filho da perdição,<br />
destinado a se perder! Que optou livremente por se<br />
perder! E nem Deus é capaz de mudar sua vontade!<br />
(4) Esta situação, acontecerá certamente com a<br />
explosão do mistério da iniqüidade, como tantas vezes o<br />
temos anunciado. Isso acontecerá, com fúria arrasadora,<br />
após a saída de João Paulo II, durante sete meses. Os<br />
homens não sabem o que os aguarda. Eis porque o verdadeiro,<br />
diria, “desespero”, de Nossa Senhora, pedindo<br />
orações, principalmente o Rosário em família. Não subestimem<br />
estas coisas, porque serão terríveis, e quem não<br />
estiver em oração, não terá força espiritual, e sucumbirá<br />
de desespero. De fato, milhões de seres humanos, que<br />
hoje não fazem caso <strong>dos</strong> avisos de Nossa Senhora, morrerão<br />
de pavor.<br />
(5) Aqui uma prova concreta de que os demônios<br />
não conhecem o futuro. De fato, aqui ele previu que o<br />
Aviso devesse acontecer em menos de dez anos, e já se<br />
passaram 33 anos. Mas ele próprio, adiante, vai reconhecer<br />
que, enquanto o Aviso tarda, mais gente se converte,<br />
ou seja, Deus sempre vence. Por isso, não nos desesperemos,<br />
porque tudo tarda. São Pedro diz que isso é bom<br />
para nós! Esta paciência infinita de Deus! A gente sente,<br />
positivamente, que TUDO já deveria ter acontecido até o<br />
ano 2.000, entretanto, pelas orações <strong>dos</strong> justos e especialmente<br />
pelo pedido de Maria e do próprio Jesus, o Pai<br />
nos deu mais um tempo de con<strong>versão</strong>. Para mais graças!<br />
Mas isso se esgotará em breve!<br />
(6) Sim, a confusão já está aumentando. Se Deus<br />
nos concedeu mais tempo, é sinal de que também a tribulação<br />
final será maior. Será concentrada em menos<br />
tempo. Ou seja, poderíamos explicar assim: se tudo tivesse<br />
começado a acontecer antes, o auge da tribulação<br />
poderia durar, digamos os três anos e meio previstos em<br />
Daniel. Como acontecerá somente agora, poderemos ter<br />
este tempo de terror condensado em um tempo menor,<br />
digamos um ano e meio, conforme já colocamos alguns<br />
indicativos noutros textos.<br />
Por hora, porém, rezemos e muito. Aguardemos a<br />
manifestação de Deus sem medo, porque não é próprio<br />
<strong>dos</strong> filhos de Deus, liga<strong>dos</strong> Nele, temer algum mal. Tenhamos<br />
em mente que Deus agirá em breve, e Sua manifes-
tação será poderosa. De fato, o homem em breve sentirá o<br />
peso da mão de Deus. Não para o seu mal, mais sim para<br />
a salvação <strong>dos</strong> homens. E assim, mesmo que a humanidade<br />
hoje pareça ir quase toda à perdição, no momento<br />
oportuno, o amor misericordioso de Deus a acolherá na<br />
imensa maioria. Não raciocinemos em termos humanos,<br />
mas em termos da Onipotência de Deus. Porque, certamente.<br />
Depois de passadas todas estas coisas ficará para<br />
to<strong>dos</strong> manifesta a arrasadora vitória Dele, só Dele. Não<br />
tenhamos medo, este é um pedido insistente de Nossa<br />
Senhora. Tudo terá que acontecer, conforme está escrito!<br />
E tudo acontecerá em breve!<br />
Enquanto isso rezemos! TODOS!<br />
A oração de poucos pode pouco!<br />
A Oração de to<strong>dos</strong>, pode tudo!<br />
A decisão é nossa<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 7<br />
Neste texto, traremos ao leitor o sexto exorcismo,<br />
feito contra “Allida”, um demônio que antes de ser expulso<br />
do Céu, pertencia ao coro <strong>dos</strong> Arcanjos. Ele já se havia<br />
manifestado outras vezes, durante os outros trabalhos,<br />
mas agora vai à expulsão final. Os detalhes finais desta<br />
expulsão, assim como os do demônio anterior, não constam<br />
do texto, por questão de espaço e porque o rito final é<br />
o mesmo. Ele tem que denunciar seu nome, e desaparecer<br />
para sempre nas trevas eternas. Um verdadeiro terror.<br />
Notadamente, o que este denuncia, é a questão da<br />
sexualidade desenfreada, que começa desde “as fraldas”<br />
como ele diz, como também a questão da juventude que<br />
vai à perdição. Ele anuncia que somente os burros não<br />
conseguem ver os sinais do Apocalipse tendo curso e fala<br />
que eles temem o Aviso de Deus. Também dá algumas indicações<br />
sobre a questão do início do protestantismo, que<br />
serviria muito bem para as seitas se reciclarem. Como<br />
eles pensam que expulsam to<strong>dos</strong> os demônios da terra,<br />
os que aqui ficam, e os que os dirigem, têm tempo de<br />
sobra para lhes cegar os olhos. Vamos ao texto!<br />
EXORCISMO DE 5 DE FEVEREIRO DE 1976<br />
(Contra Allida, demônio do<br />
coro <strong>dos</strong> Arcanjos)<br />
A VIRTUDE E O VÍCIO.<br />
E – Diz a verdade, Allida, em nome da Santíssima<br />
Trindade!<br />
AL – Nós estamos agradeci<strong>dos</strong> aos lá de cima, por<br />
o dia do Castigo ainda não ter chegado. É que assim temos<br />
ainda mais tempo para atacar as almas (1). Eles lá<br />
40<br />
em cima (aponta para o alto) tem tudo na mão. Nós, no<br />
inferno, receamos que o grande Aviso apareça em breve.<br />
Já desistimos de pensar nisso... Porque to<strong>dos</strong> os<br />
sinais que apareceram agora no mundo inteiro, no Clero,<br />
na natureza, falam nesse sentido, nós tememos que... Que<br />
é que pensam? Nós conhecemos também o que está escrito<br />
no Apocalipse (2).<br />
E se fizermos comparações, qualquer burro terá<br />
que admitir que chegamos a esse tempo, só com alguns<br />
pequenos sobressaltos, porque Aqueles lá em cima ainda<br />
tem piedade.<br />
Temos que dizer, porque Eles lá em cima o querem:<br />
“Não percais a cabeça! Sede firmes como o granito<br />
e duros como o ferro e o diamante, praticai o bem passo a<br />
passo, segui a tradição. O novo já se vê aonde leva (3).<br />
Muitas crianças, por exemplo, estão tão avançadas<br />
que já sabem tudo sobre sexo, mesmo antes de largarem<br />
as fraldas... Metem-lhes essas coisas na cabeça de tal<br />
maneira que com cinco ou seis anos já tem o crânio cheio<br />
dessas coisas. Há mesmo instituições como jardins-infantis,<br />
escolas, etc. que não sabem fazer nada melhor ou<br />
mais inteligente, que meter o sexo à força na cabeça das<br />
crianças. E que se passa com os jovens na puberdade?<br />
Os pais não sabem o que fazer. Mal ousam falar<br />
com o Sacerdote e junto dele manifestarem-se contra<br />
esta educação. Dizem para consigo: “Ele é Padre, sabe<br />
o que faz” (rosna). A juventude já está pervertida mesmo<br />
antes de se agüentar nas duas pernas. Assim, a última<br />
e a ante-penúltima gerações, jamais darão verdadeiros<br />
solda<strong>dos</strong> de Cristo, a não ser que se faça uma mudança<br />
completa da situação.<br />
Os jovens estariam melhor em campos de concentração<br />
do que em certos centros educacionais, que mais<br />
não fazem do que lhes inocular o sexo como um veneno<br />
(4). E tudo isso é feito com um sabor a cristianismo moderno,<br />
que aparece como complemento.<br />
Em Sodoma e Gomorra tudo era mais visível. Nesses<br />
tempos, a per<strong>versão</strong> não era assim inoculada gota à<br />
gota (rosna). De fato, em Sodoma e Gomorra a situação<br />
era grave, mas eles sabiam que pecavam. Sentiam-no.<br />
As crianças de hoje, muitas vezes, já nem sabem<br />
que pecam. Só demasiado tarde é que se dão conta de<br />
que foram precipitadas para o pecado. Os grandes responsáveis<br />
por essa situação, os Padres, professores e<br />
educadores, não sabem senão dum modo confuso que<br />
tem culpa na sua maneira de agir. Escutam às vezes a<br />
voz da consciência, outras vezes pensam que é o Espírito<br />
Santo (5).<br />
E – Em nome da Santíssima Trindade, da Imaculada<br />
Conceição, de Nossa Senhora do Monte Carmelo, do<br />
Santo Cura d’Ars e de Catarina Emmerich, continua, diz<br />
o que tens a dizer!<br />
AS ORIGENS DO PROTESTANTISMO<br />
AL – Jamais reinou uma confusão tão grande como
agora! No tempo da Reforma, deu-se uma crise muito<br />
grande, mas o que se passou então foi, sobretudo uma cisão<br />
no seio da Igreja. Os bons continuaram do bom lado e<br />
os outros passaram simplesmente para o Protestantismo.<br />
Mas os luteranos desse tempo eram ainda melhores do<br />
que os maus católicos de agora. Foi, então, para a Igreja<br />
uma grande crise, mas agora a situação é mais funesta.<br />
Então, as pessoas, mesmo os protestantes, tinham consciência<br />
de terem agido mal.<br />
Quando se dividiram em três grupos – Lutero,<br />
Calvino, Zwínglio – compreenderam bem depressa que<br />
aquilo não poderia ser a verdadeira Igreja, pois estes três<br />
homens viviam em conflito entre si. Tinham consciência<br />
de que o catolicismo estava em crise, no entanto verificavam<br />
que pelo menos os bons tinham por eles a unidade.<br />
De boa vontade arrepiariam caminho, pelo menos Lutero,<br />
mas já era demasiado tarde.<br />
Nós (aponta para baixo) já o tínhamos bem preso.<br />
E – Em nome (...) diz o que tens a dizer, Allida!<br />
AL – Fomos nós que inspiramos Lutero e foi o velho<br />
(lúcifer) que se encarregou de Zwínglio.* Era preciso<br />
que fosse o velho a fazê-lo, até ele alcançar o vigor de<br />
uma planta rija, que cresce como erva daninha (rosna<br />
malicioso). Nem sequer precisa de muita chuva. Como se<br />
sabe, o mal desenvolve-se muito mais depressa do que<br />
o bem. Pulula de todas as maneiras e só dificilmente se<br />
pode conter.<br />
O bem é sempre mais duro e mais difícil. O bem<br />
não cresce com tanta facilidade e mesmo quando cresce,<br />
e o interessado pensa que já subiu bem alto, pode de repente<br />
precipitar-se lá do alto da montanha e ser obrigado<br />
a recomeçar do zero.<br />
O mal, ao contrário, cresce e pulula como a erva daninha,<br />
sem sofrer qualquer dano. Sobe e cresce e ninguém<br />
o pode deter. A per<strong>versão</strong> assemelha-se à uma montanha<br />
sinistra, que tudo obscurece, tudo corrompe, tudo sufoca<br />
e infecta. Quando o mal se instala, assemelha-se à uma<br />
epidemia, que contamina multidões inteiras.<br />
Pelo contrário, a virtude tem grande dificuldade em<br />
crescer. Não é tão fácil, tão atraente, tão espalhada. Mas<br />
nós não queremos falar disto! É horrível ser obrigado a<br />
dizer estas coisas (rosna furioso)!<br />
* Contemporâneo de Lutero, assumiu posições<br />
mais radicais e “ultrapassou” Lutero na maior parte das<br />
teses heréticas.<br />
(1) Assim como o Céu se alegra pelo fato de ter<br />
mais tempo de con<strong>versão</strong>, para que mais gente se converta,<br />
também o inferno freme em fúria incontida, porque<br />
sabe que pouco tempo lhe resta. Entretanto, bem o sabemos,<br />
Deus jamais permitiria que os tempos tivessem<br />
curso, se não fosse pelo bem de um maior número de<br />
almas. Ou seja, tudo isso – que já devia ter acontecido<br />
– se alonga, porque se configurará, adiante, numa maior<br />
vitória de Deus, e uma maior derrota do inferno. Ou seja,<br />
mais almas se salvarão!<br />
(2) O fato de os demônios fazerem contas, nos dá<br />
41<br />
ciência de que também estão na mesma expectativa que<br />
nós humanos. Eles não conhecem nada do futuro, apenas<br />
dispõe <strong>dos</strong> mesmos meios e livros que nós dispomos.<br />
Creio até, que muitos profetas sabem muito mais do futuro<br />
do que eles, pois de nem todas as pessoas da terra<br />
eles conhecem os pensamentos, e Deus – Poder Absoluto<br />
– lhes esconde muitos fatos até o momento certo.<br />
(3) Nova denúncia contra o modernismo, que somente<br />
conduz à heresia e ao inferno. Não sejamos deste<br />
tipo de pessoa, que vive atrás de inovações. De gente,<br />
por exemplo, que vive querendo modificar coisas na Santa<br />
Missa, introduzindo sempre mais palmas, abraços, cantos<br />
profanos, instrumentos diabólicos, distorções à Liturgia,<br />
apenas para agradar a grupelhos de mal-intenciona<strong>dos</strong>.<br />
Todas as inovações que ferem ao Rito do Missal ferem<br />
também a Deus, sejam elas quais forem. Não é à toa que<br />
João Paulo II estuda a volta da Missa em Latim (Tridentina),<br />
apenas para coibir os abusos.<br />
(4) Já denunciamos isso: Por nossa culpa, perdemos<br />
as últimas gerações, notadamente após o ano de<br />
1967, onde houve uma quebra de gerações. Naquele<br />
ano, por algum motivo que desconheço, foi abandonado o<br />
modo antigo de educar para Deus, em troca da moderna<br />
fórmula de conduzir nossos filhos ao diabo. Não pensem<br />
que exagero, porque assim foi. Estes filhos, JAMAIS serão<br />
capazes de conduzir a verdadeira Igreja, eis porque<br />
Deus se obriga a por fim aos <strong>Tempos</strong>. Nossos jovens se<br />
acostumaram a ver tudo mudado, e não se conformam<br />
em manter fidelidade ao rito antigo, à liturgia lenta, mas<br />
segura, da Santa Missa. Numa altura, um <strong>dos</strong> demônios<br />
exorciza<strong>dos</strong> diz: Nem a oração muda isso! E sinto que é<br />
verdade, primeiro porque o abismo já é muito profundo e<br />
é tarde para voltar, e segundo porque são muito poucos<br />
os que rezam.<br />
(5) Vejam os olhos do inferno tentando consumir<br />
também as almas das crianças, desde a mais tenra infância.<br />
Os resulta<strong>dos</strong> são visíveis. A loucura aumenta dia a<br />
dia. Os pais – alguns nem mais assim podem ser chama<strong>dos</strong><br />
diante de Deus – acolheram a escola de satanás, para<br />
seus filhos, e nada os faz perceber de errado. Meu pai,<br />
ontem à noite, me falou que assistiu na TV o seguinte episódio:<br />
Uma menina, de apenas oito anos, já havia transado<br />
naquele dia com 12 meninos, de até onze anos de idade.<br />
E acharam tudo normal! Busca da sexualidade, disseram!<br />
Os meninos eram louva<strong>dos</strong> como “garanhões” e a menina<br />
rebaixada como “galinha”.<br />
Bela sociedade que impingiu estes estereótipos, e<br />
criou estes estigmas. Infelizmente, os pais destes meninos,<br />
na maioria acham normal um tão animalesco proceder,<br />
e até incentivam os filhos a cometerem tal atrocidade.<br />
Os pais da menina preferem minimizar os efeitos daquela<br />
bestialidade, se dando até por felizes que naquela idade<br />
ela não engravida. Mal sabem eles, que, tanto aquela<br />
menina – que já está na idade da razão e, portanto está<br />
pecando gravemente – quanto aqueles meninos to<strong>dos</strong>,<br />
nas mesmas condições, estão sujeitos à perda eterna de
suas almas. E que se dirá de seus pais? Estes, se não se<br />
converterem e passarem a pensar em levar seus filhos<br />
para Deus acabarão por abrir o caminho do inferno para<br />
eles e seus filhos.<br />
Quando criaturas malignas como os Mamonas Assassinas<br />
se foram, muita gente lamentou aquelas mortes,<br />
porque eram “bonitinhas” as músicas demoníacas que<br />
eles estavam colocando no ar. Vale lembrar também as<br />
músicas “axé” e “pagodes” com as famosas danças da<br />
“boquinha da garrafa” e outras tantas de apelo ao sexo,<br />
com gestos e palavras obscenos.<br />
Esta distorção absurda do coração humano é prova<br />
segura de que há muito o inferno tomou as rédeas da<br />
Educação Popular, e fez os pais largarem as rédeas <strong>dos</strong><br />
filhos à disposição das trevas. Agora mesmo, a Rede Globo<br />
incentiva o debate nesta questão do “ficar”, mostrando<br />
o quando se tornou precoce a sexualidade. Os que se tem<br />
notado é “pais e mães” lembrando os filhos – antes de saírem<br />
de casa – de não esquecerem de levar a camisinha,<br />
esquecendo de lhes dizer que levem antes a moralidade, o<br />
decoro, a decência, e o respeito à Lei de Deus.<br />
Só vou lembrar-lhe uma coisa: No Céu, um <strong>dos</strong><br />
lugares mais lin<strong>dos</strong>, é destinado às mães que levaram<br />
to<strong>dos</strong> os seus filhos para Deus. No inferno, o lugar mais<br />
imundo, é destinado às mães que levaram seus filhos à<br />
perdição. E não adianta colocar a culpa nos psicólogos de<br />
satanás, porque antes deles, você tem uma Bíblia, tem um<br />
Catecismo, tem uma Lei de Deus. Se quiser assim, continue<br />
comprando camisinha para sua filha, seu filho, e lhes<br />
pedindo: não engravidem, o mais tudo bem! E também o<br />
inferno lhes dirá: Parabéns! Conseguimos, juntos, cuspir<br />
na cara de Deus! Viva a liberdade!<br />
Eis aí, porque temos tanto alertado para a súcia<br />
do inferno. Porque a maioria das pessoas parece cega.<br />
E assim, ao escrevermos tantos textos, dizendo às vezes<br />
as mesmas coisas, mas de uma forma sempre diferente,<br />
pensamos que, de uma ou outra forma alguns se<br />
irão sensibilizar. E estes, poderão levar aos seus o que<br />
aprenderam, o que descobriram, de forma que semeando<br />
desta forma conseguiremos que mais tarde Deus faça<br />
uma colheita espetacular. O que não podemos é desistir.<br />
Judas diz que a nossa covardia – a da maioria <strong>dos</strong> católicos<br />
– clama aos céus, e é verdade. Que nos perguntará<br />
o Senhor, adiante, quanto nos cobrar os talentos que nos<br />
emprestou?<br />
Ai de nós, se os escondermos enterra<strong>dos</strong>! Ai de nós<br />
se não formos “sal da terra e luz do mundo”! Ai de nós se<br />
não rezarmos!<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 8<br />
Neste capítulo, no que tange aos exorcismos em<br />
si, compreenderemos melhor o imenso poder que Deus<br />
deu à Nossa Senhora. O fato de Deus permitir – e obrigar<br />
– que estes fatos sejam revela<strong>dos</strong> pelos demônios,<br />
não nos deveria espantar. Na verdade mesmo, os homens<br />
não querem crer, e por isso Deus Se obriga, por to<strong>dos</strong> os<br />
meios, a nos alertar, para nos abrir os olhos. Outra coisa,<br />
o leitor deve ter percebido, durante as sessões anteriores,<br />
a pressão que Lúcifer e sua camarilha exercem contra o<br />
demônio que está sendo expulso, para que ele não fale,<br />
para que não denuncie ao mundo os artifícios do inferno.<br />
Eis que agora, a um dado momento, Nossa Senhora obriga<br />
a outro demônio maior, chamado Belzebu, muitíssimo<br />
mais poderoso qualquer alma caída, para que tom o lugar<br />
de Judas, e responda as perguntas que os exorcistas<br />
fazem, ou para que diga ao mundo, aquilo que o Céu o<br />
obriga a dizer.<br />
Ora, este Belzebu é na verdade o segundo na hierarquia<br />
do inferno. Ele vem logo após Lúcifer, e por outras<br />
revelações se sabe que, já muitas vezes, nestes milênios<br />
desde a queda <strong>dos</strong> anjos, os dois se engalfinharam em<br />
lutas monumentais, pela disputa da supremacia do comando<br />
infernal. Porém Lúcifer é mais forte, ou seja, ele<br />
é ainda mais mau que este outro, e isso nunca mudará.<br />
Deste modo, como se trata de um <strong>dos</strong> mais poderosos<br />
demônios do inferno, a revelação também passa a ter<br />
também, um cunho ainda mais forte, mais profundo e<br />
mais revelador que os outros, porque ele conhece melhor<br />
a Deus e às suas coisas. Porém, foi sem espernear muito<br />
que Belzebu falou. E por ser um texto que passaria de vinte<br />
páginas, preferimos separá-lo em três textos distintos,<br />
porque assim se torna mais fácil de assimilação, uma vez<br />
que os leitores podem meditar melhor em cada um.<br />
EXORCISMO DE 30 DE MARÇO DE 1976<br />
Contra Judas Iscariotes (J) e<br />
Belzebu, demônio do coro <strong>dos</strong> Arcanjos (B)<br />
A VIRGEM SANTÍSSIMA COMANDA<br />
E – Em nome de Jesus, diz-nos, quem tem de falar?<br />
J – Judas tem de falar.... Por agora, isso é uma<br />
questão supérflua. Primeiramente é preciso por os vossos<br />
assuntos em ordem (rosna).<br />
E – Em nome de Jesus, por em ordem, o que?<br />
J – O assunto que se refere à publicação deste livro<br />
(rosna de novo). E isso ainda não é tudo.<br />
E – Que significa “não é tudo?” Diz a verdade, tens<br />
de falar. Diz a verdade, em nome (...)!<br />
J – Nós não queremos falar. Já não queremos dizer<br />
mais nada.<br />
E – Em nome do Santíssimo Sacramento do Altar,<br />
que tu traíste, depois da Última Ceia, tens de falar agora!<br />
J – Se eu tivesse sabido, nunca o teria traído!<br />
E – Nessa santa tarde traíste Jesus e agora, em seu<br />
Nome, e em nome de to<strong>dos</strong> os Santos Apóstolos e Papas,<br />
42
que não atraiçoaram Cristo tens de falar. Diz agora a verdade<br />
e só a verdade. Tens de falar, Judas Iscariotes!<br />
J – O que está impresso, está em ordem, mas isso<br />
não é ainda tudo.<br />
E – Então que é que falta? Diz a verdade em nome<br />
(...)!<br />
J – É precisamente isso que nós queremos dizer.<br />
Ide para casa, ide-vos embora.<br />
E – Não, agora não vamos para casa! Agora tem de<br />
falar Judas Iscariotes e belzebu. Nós vos ordenamos que<br />
digas só a verdade!<br />
J – Como nós (aponta para cima) A odiamos!<br />
(geme) Não nos podeis exigir isso!<br />
E – Podemos sim! Ela é vossa Rainha e Soberana.<br />
Todo o inferno lhe deve obedecer!<br />
J – De acordo, Ela, (aponta para cima), de acordo,<br />
Ela deve... (geme como um miserável), Ela lá está com<br />
coroa e cetro e sobre a coroa tem essa cruz (os seus gritos<br />
comovem). Oh! Como A tememos!<br />
Nós não queremos que uma mulher mande em<br />
nós, não queremos. Tenho de repetir coisas que já foram<br />
ditas e tenho de acrescentar coisas novas.<br />
Sem entrar em pormenores, Véroba disse que as<br />
vossas orações eram um paradoxo, pois sem elas o Aviso<br />
já teria surgido. No entanto, o verdadeiro motivo deste retardamento<br />
é outro: é para que mais alguns homens ainda<br />
se salvem.<br />
A Santíssima Virgem quer que este maldito livro<br />
seja largamente difundido (1). E isso era só o que nos faltava;<br />
que todo o mundo soubesse o que nós tramamos.<br />
As pessoas poderiam talvez mudar de vida, começariam<br />
certamente a mudar de vida, começariam certamente a<br />
duvidar de tudo o que nós propagamos através de Roma,<br />
e voltar-se-iam para a antiga tradição. Só nos faltava mais<br />
esta, só nos faltava mais esta.<br />
É claro que Ela (aponta para cima) quer que digamos<br />
outras coisas.<br />
E – Tens que dizer a verdade, em nome (...)! Tens<br />
de falar para a Igreja!<br />
J – Já fiz demais pela Igreja, por esse maldito “caixote<br />
de lixo.”(2)<br />
E – Fala agora para a Igreja, a Santa Igreja, que<br />
jamais perecerá, em nome (...)!<br />
J – Bem! Não tenho outro remédio senão falar.<br />
E – Sim, as portas do inferno não prevalecerão contra<br />
ela. Vós não tendes poder para destruir a Igreja.<br />
J – Sobre a Igreja falaremos mais tarde. Primeiro<br />
eu quero continuar com o tema que estava a tratar. Da<br />
Igreja falaremos mais tarde!<br />
Ela quer que eu ainda acrescente mais qualquer<br />
coisa ao assunto do sexo e aos problemas da juventude.<br />
Ela quer que to<strong>dos</strong> saibam que é preciso falar do altar,<br />
sobre esses assuntos, que é preciso pregar sobre as virtudes<br />
(respira com dificuldade); que é preciso que to<strong>dos</strong><br />
saibam, como a culpa pesa... ouvis?... como pesa e aonde<br />
conduz.<br />
43<br />
E – Que culpa, fala em nome (...)!<br />
(1) Embora ele seja autorizado a dizer a palavra<br />
“maldito”, referindo-se a este livro, o sentido é: maldito<br />
para o inferno, no sentido de ruim para o inferno, não para<br />
Deus.<br />
(2) Devemos compreender aqui, que estas expressões<br />
de baixo calão contra a Igreja não procedem do Céu<br />
e sim <strong>dos</strong> próprios espíritos maus. Mas como viram, quando<br />
a expressão tenta ser dirigida contra Deus, ou contra a<br />
Igreja, até ela é indicada, mas jamais blasfêmia alguma do<br />
inferno será pronunciada contra Maria Santíssima. Quando<br />
ele cita, então, a Igreja como um caixote de lixo, de<br />
certa forma é porque ela está sendo feita assim.<br />
OS PECADOS DOS HOMENS<br />
J – A culpa <strong>dos</strong> peca<strong>dos</strong> em geral e de cada pecado<br />
em particular. Poder-se-á falar de cada um destes peca<strong>dos</strong><br />
separadamente, em sermões diferentes, ou agrupálos<br />
num mesmo sermão, como for mais útil a cada um,<br />
mas antes deve invocar-se sempre o Espírito Santo.<br />
É preciso que a juventude, que os crentes, tomem<br />
consciência da gravidade do pecado, de como ele é imensamente<br />
grave e funesto, de onde vem e aonde conduz,<br />
como vem, como poderia evitar-se, o que é preciso fazer<br />
para o atenuar, para o eliminar completamente. (geme).<br />
Em primeiro lugar é preciso dizer que a oração é<br />
um <strong>dos</strong> pilares mais sóli<strong>dos</strong>, em que assenta a vida cristã.<br />
É preciso proclamá-lo <strong>dos</strong> púlpitos e não ao microfone. Mil<br />
microfones não substituem o púlpito. Quando um Padre<br />
fala do púlpito, os fiéis ficam diretamente suspensos da<br />
Palavra de Deus. Não olham para frente, para trás, para<br />
os la<strong>dos</strong>, numa palavra, evitam qualquer possibilidade de<br />
distração e podem concentra-se muito melhor. Sim, já foi<br />
dito, mas é preciso que eu volte a repeti-lo, é preciso que<br />
seja referido mais uma vez.<br />
E – Quando é que tu falaste disto, Judas Iscariotes?<br />
Ainda te lembras? Fala em nome (...)!<br />
J – Sim, em 31 de Outubro.<br />
E – Continua, continua em nome (...)!<br />
J – A culpa é muito maior do que qualquer um de<br />
vós o poderá imaginar. Nós, os demônios somos horríveis.<br />
Temos medo uns <strong>dos</strong> outros. Temos um aspecto horrível.<br />
É-nos insuportável estar próximo uns <strong>dos</strong> outros. Se ao<br />
menos não tivéssemos que nos encarar! Mas temos, a<br />
isso somos obriga<strong>dos</strong>! Temos que viver neste charco diabólico<br />
por toda a eternidade, e temos que nos encarar.<br />
Quando somos obriga<strong>dos</strong> a olhar o pecado ou a<br />
culpa nos homens, apodera-se de nós um grande terror.<br />
Podereis, assim, imaginar a gravidade da culpa, que consegue<br />
aterrorizar–nos, a nós demônios, habitua<strong>dos</strong> à tantas<br />
coisas, que permanecemos dia e noite neste horrível<br />
tormento, que somos obriga<strong>dos</strong> a contemplar hora à hora,<br />
minuto a minuto, este espetáculo, terrível entre os terríveis.<br />
O pecado aterroriza-nos. Assim, podereis imaginar a<br />
gravidade da culpa, sobretudo diante d’Aquele que está lá
em cima (aponta para cima) e cuja majestade ultrapassa.<br />
Tinha de dizer isto (geme dum modo lastimoso)!<br />
A MAJESTADE DE DEUS<br />
Se conhecêsseis a Sua Majestade (aponta para o<br />
alto)!<br />
(neste momento Belzebu é obrigado a falar ao invés<br />
de Judas)<br />
Não é Judas que o diz, é belzebu. Sou eu, belzebu,<br />
quem a partir deste momento vai falar.<br />
E – Bom, tu conheceste melhor do que Judas a majestade<br />
de Deus. Fala, em nome (...)!<br />
B – É que Judas não contemplou a majestade de<br />
Deus. Isto é, ele viu a humanidade de Deus e a partir dela<br />
conseguiu deduzir algo da sua majestade. Mas Judas não<br />
viu Deus na sua grande majestade, como eu o vi (suspira).<br />
Sabeis como é?<br />
Eu vi-o, isto é, não como vocês o hão de ver um dia.<br />
Mas pude compreender a sua grandeza e uma grande parte<br />
foi-me dada a sentir e a conhecer. Nós não possuíamos<br />
ainda a beatitude total perfeita, mas já tínhamos atingido<br />
um grau elevado (1). Mas tínhamos inveja d’Ela (aponta<br />
para o alto), nós não queríamos dar-lhe o prazer de nos<br />
governar ou dominar. Daí deriva o que irá seguir-se. De<br />
fato, Ela é-nos superior, é-nos terrivelmente superior.<br />
(1) Já explicamos parte desta questão da formação<br />
<strong>dos</strong> anjos no início do artigo anterior. Eles não foram<br />
cria<strong>dos</strong>, completos, plenos, já prontos e dota<strong>dos</strong> de to<strong>dos</strong><br />
os seus dons. Ao tempo da revolta deles, sob o comando<br />
de Lúcifer, os anjos ainda estavam em formação. E sem<br />
eles o saberem, Deus os preparava para darem a Ele uma<br />
demonstração de que mereceriam, o Seu imenso Amor.<br />
Ou seja, eles teriam que provar para Deus – pois como<br />
nós eram livres para dizer sim e não – que eram dignos de<br />
viver eternamente na Santa presença do Criador para todo<br />
o sempre. E aqui fica muito claro que o motivo principal, a<br />
centelha maior, que incendiou aqueles espíritos caí<strong>dos</strong>, foi<br />
o fato de não se sujeitarem a obedecer a Maria, que por<br />
ser Mulher, era considerada um ser inferior por eles. Este<br />
o motivo pelo qual se revoltaram e foram expulsos do Céu.<br />
Inveja, orgulho, desobediência, ódio! E foi ali que o pecado<br />
começou a existir.<br />
MARIA, MÃE DA IGREJA.<br />
E – Fala Belzebu em nome do Pai (...) e sob as ordens<br />
da Imaculada Conceição!<br />
B – Foi precisamente a mim que Ela escolheu<br />
para dizer isto. Se Ela tivesse escolhido Allida, mas Ela<br />
quer que seja eu. Agora, escutai bem! Tenho de falar, Ela<br />
obriga-me.<br />
Ela lá está, com a coroa e o cetro. Ela lá está, quase<br />
que me esmaga. Foi assim: a princípio, com os Apóstolos,<br />
quando Ela, a Mãe (aponta para cima), vivia ainda, foi Ela<br />
por assim dizer, a orientadora da Igreja, que começava a<br />
44<br />
dar os seus primeiros passos. Ela tinha que rezar para que<br />
a Igreja se desenvolvesse convenientemente, para que se<br />
desenvolvesse como (rosna)... como devia desenvolverse,<br />
segundo a vontade do Espírito Santo.<br />
Ela ficava dia e noite de joelhos, rezava para que<br />
a Igreja crescesse e se libertasse do Antigo, isto é, da lei<br />
mosaica e que a circuncisão desaparecesse. Ela compreendia<br />
que a circuncisão fora conveniente numa determinada<br />
época e que, segundo a lei dessa época, tinha sido<br />
necessária. Mas depois da vinda de Cristo e da Sua obra,<br />
já não o era. Jesus Cristo ainda se submetera à circuncisão,<br />
mas Ele não queria que ela continuasse. A partir desse<br />
momento existia o Santo Sacrifício da Missa (rosna).<br />
A Santíssima Virgem estava presente, quando os<br />
Apóstolos celebraram a primeira Missa. Depois da Ascensão<br />
de Cristo, a Santíssima Virgem participava sempre<br />
da Santa Missa celebrada pelos Apóstolos e recebia a<br />
Sagrada Comunhão. Preparavam-se durante horas para<br />
a Santa Missa. Quem é que procede assim, nos tempos<br />
de hoje? Poucos ou nenhum. Muitas vezes os Apóstolos<br />
preparavam-se dias inteiros só para a celebração de uma<br />
Missa.<br />
Certa ocasião, a Santíssima Virgem retirou-se<br />
durante dez dias para rezar dia e noite. Então foi levada<br />
ao Céu e pode contemplar a majestade infinita de Deus.<br />
Deus, a Santíssima Trindade, ordenou-nos a nós, lá em<br />
baixo, que subíssemos do inferno (aponta primeiro para<br />
baixo e depois para cima). Ainda não era a esfera celestial<br />
perfeita, mas já era uma esfera superior. Fomos obriga<strong>dos</strong><br />
a subir e a contemplar essa criatura, quer o desejássemos,<br />
quer não. A Santíssima Trindade obrigou-nos<br />
a contemplá-La, na sua majestade, quase perfeita. A sua<br />
majestade e esplendor eram maiores do que quando a<br />
tínhamos visto anteriormente. A Santíssima Virgem vencera,<br />
tinha-nos vencido. Vimô-lA revestida de Sol. Seja<br />
como for, vimô-lA em grande majestade, com a lua a Seus<br />
pés, isto é, o mundo. O mundo inteiro é significado pela<br />
lua, que Ela tem aos pés, e como adversário a serpente,<br />
que representa a nós.<br />
Como nós suplicamos a Deus! Como nós imploramos<br />
à Majestade Divina, que afastasse aquela visão! Até<br />
lhe suplicamos que nos precipitasse imediatamente ao inferno,<br />
a fim de que nos pudéssemos afundar nas esferas<br />
infernais, de tal modo nos era difícil suportar o seu olhar!<br />
Mas Ele não nos deixou partir. Tivemos ainda de suportar<br />
uns momentos aquele olhar terrível (solta gemi<strong>dos</strong> cheios<br />
de desespero).<br />
Não podeis imaginar o tempo que passamos em<br />
deliberações para descobrir a melhor forma de enfraquecer<br />
ou molestar, nem que fosse só um pouco, aquela<br />
criatura! (aponta para cima). Mas nada conseguimos. Ela<br />
vencia-nos em toda a parte. Era soberana em toda a parte.<br />
Durante anos, durante séculos, deliberamos, para vencer<br />
o que podíamos, o que poderíamos fazer, quando Ela lá<br />
estivesse. E quando isso aconteceu, nós nem sequer A<br />
reconhecemos imediatamente...
E – Não A reconheceram imediatamente?<br />
B - ...Imediatamente, não. Sentimos que devia ser<br />
Ela. Sentimos que devia tratar-se duma criatura extraordinária,<br />
incrivelmente virtuosa, sobre quem não tínhamos<br />
qualquer poder. O porque não compreendemos logo (rosna<br />
e geme violentamente)... nem compreendemos quem se<br />
escondia lá atrás. Eu, Belzebu, e Lúcifer, nós convocamos<br />
todo o Conselho.(1) Quando tivemos a certeza absoluta de<br />
que era Ela, deliberamos longamente, dia e noite, a ver o<br />
que poderíamos fazer para a prejudicar. Até convocamos<br />
os melhores mágicos.<br />
Ordenamos-lhe que a (aponta para cima) molestassem,<br />
no seu corpo e na sua alma, para que a sua força<br />
enfraquecesse, a sua oração não nos fosse tão desastrosa,<br />
e para que deixasse de exercer um poder tão grande.<br />
Nós já víamos que seria Ela quem teria, mais tarde, a Igreja<br />
nas mãos. O próprio Pedro caía a seus pés, quando era<br />
preciso (resmunga).<br />
Ela tem um poder imenso, porque Ela é a criatura<br />
mais perfeita e a mais amada por Deus. Foi (é ainda) um<br />
ser duma perfeição incrível. Depois de Deus, está milhares<br />
e milhares de vezes acima das criaturas. Mesmo o<br />
seu esposo, S. José, que estava milhares e milhares de<br />
vezes acima <strong>dos</strong> outros homens, era-lhe ainda imensamente<br />
inferior.<br />
Então prosseguimos nas nossas deliberações, e os<br />
feiticeiros concordaram fazer tudo, para a molestar. Tudo<br />
tentaram, mas Ela perseverava na oração e continuava<br />
imperturbável. Apercebia-se certamente do que fazíamos,<br />
mas nada conseguimos. Não conseguimos molestar esta<br />
terrível (2) criatura, pois Ela não estava submetida no pecado<br />
original como o resto da humanidade.<br />
Nem mágicos, nem feiticeiros, nem ninguém lhe<br />
poderia fazer mal. Nós, demônios e os feiticeiros, só podemos<br />
molestar as criaturas humanas, e dum modo especial,<br />
os possessos. Mas sobre Ela, os mágicos infernais<br />
não tinham qualquer influência. Acometeu-nos então uma<br />
fúria infernal, um furor louco de que só o inferno é capaz,<br />
quando verificamos que to<strong>dos</strong> eles nada podiam contra<br />
esta criatura incompreensível, predestinada por Deus.<br />
Então precipitamo-nos sobre mágicos e feiticeiros e neles<br />
descarregamos todo o nosso furor (3). Receberam o<br />
dobro do mal que lhe (aponta para cima) deviam ter feito<br />
(geme).<br />
É para mim um tormento horrível que tenha de ser<br />
eu a falar destas coisas. Precisamente eu!... Deixa-me em<br />
paz. A mulher (refere-se a possessa) tem quase um ataque<br />
cardíaco; deixa-me em paz!<br />
E – É a Santíssima Virgem que te ordena...<br />
B – Nós não queremos falar mais, não!<br />
E – Tens de falar! Fala!<br />
Não se pode descrever a fúria do inferno quando se<br />
viu que todas as nossas tentativas tinham sido vãs. Como<br />
nada tínhamos conseguido, voltamos a refletir na maneira<br />
de a molestar, mas Ela destruiu os nossos intentos perversos<br />
e tudo o mais. Ela é mais poderosa do que nós. É<br />
45<br />
que Ela era uma criatura escolhida por Deus, escolhida<br />
dum modo especial.<br />
Enquanto a Terra subsistir até ao fim do mundo,<br />
nunca se encontrará ninguém que se assemelhe, e desde<br />
o começo do mundo até a eternidade jamais haverá<br />
alguém que se lhe possa igualar. E Ele, lá em cima (indica<br />
os Céus), não podia ter imaginado nada mais atroz,<br />
não podia lembrar-se de nada mais vergonhoso, do que<br />
obrigar-nos a subir a essa Esfera para nos apresentar esta<br />
criatura. Isso foi para nós uma terrível derrota (fala em<br />
tom lamuriento).<br />
Teríamos preferido ficar no fundo do inferno, no<br />
meio do fogo mais cruel, a ser obriga<strong>dos</strong> a contemplar<br />
essa... Nós não podemos dizer o que queremos, mas se<br />
isso fosse possível, gostaria de usar expressões bem mais<br />
injuriosas. Ela não o permite.<br />
Sermos força<strong>dos</strong> a contemplar esta criatura, revestida<br />
da maior Santidade com coroa e cetro, eleita pelo<br />
Altíssimo (lança gritos medonhos), foi ultraje para nós.<br />
Tenho ainda essa visão diante <strong>dos</strong> olhos. E essa visão de<br />
então, enlouquece-nos ainda (grita).<br />
É como se tudo tivesse sucedido hoje, e o mesmo<br />
se passa com os outros. Ainda agora isso nos faz saltar<br />
de raiva. Quando pudemos – foi mais uma autorização<br />
que uma ordem – voltar ao inferno, lançamo-nos em fúria<br />
uns contra os outros. Podeis imaginar como nos maltratamos...<br />
pois era-nos insuportável ter de nos ver uns aos<br />
outros. É horrível sentirmo-nos domina<strong>dos</strong> por uma criatura<br />
assim, por uma mulher! É horrível! É uma loucura!<br />
Relacionado com esta ocasião, devo acrescentar<br />
mais uma coisa... (uiva e grita dum modo horrível). Quando<br />
Ela foi chamada a colaborar na formação da Igreja,<br />
fundada por Seu Filho, mergulhava de tal modo na oração,<br />
que o Todo-Poderoso teria vontade de segurá-la nas Suas<br />
mãos, tal era o Seu deleite.<br />
(1) Palavra que utiliza a grande vidente espanhola<br />
Madre Agreda. Foi durante um 2º Conselho diabólico, depois<br />
da morte de Jesus, que se estabeleceu o novo plano<br />
de domínio do mundo. O demônio fala aqui no primeiro<br />
Conselho, realizado depois de verificarem a identidade de<br />
Maria e de suspeitarem da Sua Missão.<br />
(2) Aqui o termo “terrível” deve ser entendido como:<br />
Terrível para os demônios! Terrível para o inferno! De fato,<br />
Maria é o maior terror <strong>dos</strong> demônios! Pelo que se viu até<br />
aqui, até mesmo a majestade de Deus parece assustar<br />
menos ao inferno, que Maria. Quando é que to<strong>dos</strong> os homens<br />
entenderão a missão desta Mulher?<br />
(3) Aqui a prova do quanto os demônios mais poderosos<br />
– os mais maus – de uma certa forma, tiranizam,<br />
perseguem e causam mal aos demônios menores. E claro<br />
que esta tiranização e esta opressão lhes causa mais<br />
sofrimento. Tudo isso nos deve levar a uma meditação<br />
profunda, para que façamos tudo, o possível e o impossível,<br />
para que ninguém caia naquele antro de sofrimento<br />
eterno.<br />
De fato, fica aqui, muito claro, o imenso poder que
Deus deu à Nossa querida Mãe do Céu. Há se to<strong>dos</strong> os<br />
irmãos separa<strong>dos</strong> compreendessem esta incrível verdade.<br />
Os demônios sabem, desde os primórdios do cristianismo,<br />
que serão derrota<strong>dos</strong> por ela, aliás, já foram, porque<br />
isso está escrito em letras grandes no Céu. E isso, para<br />
os demônios, depois do sofrimento de se verem eternamente<br />
separa<strong>dos</strong> de Deus, é seguramente a sua segunda<br />
causa maior de tormento eterno. Justo aquilo que eles<br />
não queriam, serem, um dia, derrota<strong>dos</strong> por uma Mulher,<br />
acontecerá. Justo Aquela Mulher que eles se negaram a<br />
obedecer, no início, porque se achavam orgulhosamente<br />
superiores a todas as criaturas. Sim, a sua fúria contra Ela<br />
se expandiu nestes séculos e embora seus bruxos infernais<br />
não tivessem achado fórmula de a derrotar, sequer<br />
descobriram um meio de chegar perto Dela, eles não desistem,<br />
porque, nesta luta encarniçada, acabam sempre<br />
levando alguns <strong>dos</strong> incautos filhos de Maria à perdição<br />
Eterna. Sim, estes filhos incautos são o calcanhar (Gn<br />
3,15) de Maria Santíssima, ou seja, o seu ponto fraco, e<br />
somente neles os demônios impotentes se podem vingar.<br />
E entre estes que se perdem, estão certamente<br />
aqueles que rejeitam também Maria, em especial os avisos<br />
que ela tem transmitido em suas aparições. Certo que<br />
a maioria <strong>dos</strong> homens não conhece nada sobre Maria, já<br />
porque os demônios lhes esconderam isso. Mas é certo,<br />
também, que os filhos que se entregam docilmente ao<br />
comando Dela, nem precisam ver com seus olhos a sua<br />
majestade: Basta sentirem em seus corações os influxos<br />
poderosos das graças que Dela partem. E é justo por causa<br />
destes, os que rezam, especialmente os que rezam o<br />
Rosário, que Deus ampliou o tempo da misericórdia, para<br />
que ainda algumas milhões de almas se salvem. Afinal, foi<br />
devido às súplicas de Maria – a nossa onipotência suplicante<br />
– que Deus mandará à terra um Aviso e um Milagre,<br />
que numa explosão suprema do Espírito de Deus, acabarão<br />
por converter a maioria absoluta <strong>dos</strong> homens de hoje.<br />
Eis porque o inferno tanto teme estes dois eventos.<br />
Coloquemo-nos, cada vez mais nos braços de Maria!<br />
Ela nos levará, cada vez mais para os braços de<br />
seu filho Jesus!<br />
E com ela venceremos!<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 9<br />
Continuamos no capítulo da luta contra Judas. Mas,<br />
como no texto anterior, também aqui é Belzebu quem fala.<br />
O motivo principal de Nossa Senhora haver forçado este<br />
demônio, de tão elevado poder, a revelar certos fatos, foi<br />
não só por causa da importância dele, mas porque, sendo<br />
ele mais iluminado, mais inteligente que Judas – que era<br />
apenas um homem – pode revelar mais profundamente<br />
46<br />
aquilo que o Céu quer, porque sabe melhor. Ademais, pelo<br />
fato de ser mais inteligente, ele tem, também, um melhor<br />
sentido de colocação das coisas, de modo que as pessoas<br />
entendam mais facilmente.<br />
As revelações aqui contidas, falam do começo da<br />
Igreja Católica, da importância de Maria naquele contexto<br />
e também da importância de dois livros, que revelam a<br />
Vida de Jesus e Maria, e que quase foram sufoca<strong>dos</strong> pela<br />
má Igreja. Trata-se <strong>dos</strong> livros de Madre Maria D´Agreda<br />
– Mística cidade de Deus, sobre Nossa Senhora – e Cordeiro<br />
de Deus, de Ana Catarina Emmerich – sobre Jesus.<br />
Em cada parte falaremos deles. Na verdade, os demônios<br />
temem aquelas revelações e, de fato, se to<strong>dos</strong> os<br />
católicos lessem estes dois livros, mas em especial todo<br />
clero – sacerdotes e bispos – certamente o mundo seria<br />
diferente. Mas como duvidam, sempre duvidam de tudo,<br />
porque pela falta de oração já muitos deles não têm mais<br />
a presença do Espírito Santo, eis o mundo se perdendo<br />
por falta de conhecimento. Muito do que aprendi na vida<br />
sobre as coisas de Deus, estão nestes dois livros maravilhosos.<br />
Vamos aos textos!<br />
“A REDAÇÃO DOS EVANGELHOS<br />
“Fala Belzebu.<br />
B - Um dia chegou o Apóstolo Barnabé acompanhado<br />
de um outro, inclinaram-se diante d’Ela e chamaram-lhe<br />
a atenção para a necessidade de escreverem<br />
os Evangelhos. Invocaram longamente o Espírito Santo e<br />
perseveraram dias inteiros em oração. Rezar assim, já não<br />
é vulgar nos dias de hoje, a não ser em circunstâncias e<br />
lugares extremamente raros. Sim, rezaram dias inteiros,<br />
assaltaram o Céu com orações, para saber quem seria<br />
escolhido para escrever os Evangelhos. E então a Santíssima<br />
Virgem designou Lucas, João, Marcos e sei lá quem<br />
mais para escrever essa “porcaria”.<br />
Como isso nos contrariou. Podereis imaginar tudo<br />
o que sentimos, quando saíram esses textos de Mateus,<br />
Marcos, Lucas e João? (rosna furioso). Pensai apenas que<br />
estes quatro foram escolhi<strong>dos</strong> pela Santíssima Trindade e<br />
pela Santíssima Virgem na sua terrível majestade.<br />
Nem mesmo Pedro foi encarregado de o fazer.<br />
Nem ele. Ele era a pedra, tinha a missão geral de tudo,<br />
e a Igreja fora fundada sobre Ele. Contudo, a redação <strong>dos</strong><br />
Evangelhos foi confiada aos quatro Apóstolos, já menciona<strong>dos</strong>.<br />
Então o Espírito Santo desceu sobre eles, sob a<br />
forma de uma pomba, e foi assim que os quatro tinham<br />
sido escolhi<strong>dos</strong>. To<strong>dos</strong> viram. Mas agora não quero continuar<br />
a falar.<br />
Quando Barnabé e ainda um outro foram visitar<br />
a Santíssima Virgem, Ela disse-lhes: “Deveis contar em<br />
especial a vida de Cristo, compreendeis? É Ele que deve<br />
ser glorificado, é Ele que deve estar sempre no primeiro<br />
plano. Deixai que eu me apague. Quanto a mim, relatareis<br />
apenas a Encarnação e o Nascimento de Cristo, o que é<br />
indispensável. Deixareis de lado o resto.”
Embora eles estivessem ao corrente e tivessem<br />
visto coisas extraordinárias e elevadas (sobre Ela) não<br />
puderam escrevê-las. Isso foi para eles um sacrifício. Mas<br />
Ela queria apagar-se por humildade, para que o Filho de<br />
Deus, o seu Jesus Cristo, sobre o qual a Igreja fora fundada,<br />
ficasse no primeiro plano.<br />
Mas Ela, a Mãe de Deus, é o grande sinal de Deus<br />
e, em certa medida, simboliza também a Igreja. Ele, Jesus,<br />
ama a Igreja como uma Esposa. Então, para os dois<br />
Apóstolos não ficarem tristes, disse-lhes que Cristo mais<br />
tarde haveria ainda de falar d’Ela, através da humanidade<br />
ou através não sei de quem (lança gritos horríveis).<br />
E – Maria de Agreda.<br />
B – (Virando-se para o Sacerdote): Adivinhas-te:<br />
Maria de Jesus, de Agreda. Disso não sabemos mais do<br />
que vós. Sim, nós amaldiçoamos esses livros, nós tememo-los.<br />
E ser ainda obrigado a confessá-lo.... (1) (rosna e<br />
grita ansioso).<br />
(1) O livro de Agreda, A Mística Cidade de Deus, foi<br />
escrito em 1665.<br />
(1) Este livro maravilhoso, conta a história de Nossa<br />
Senhora, desde o seu início na mente do Pai, até a sua<br />
morte, aos setenta anos, menos 26 dias, em 13/08/0055.<br />
Quem não o leu, não imagina o tesouro que perde. Embora<br />
difícil de ser achado, e caríssimo em vista do grande<br />
volume, vale à pena tentar conseguir para ler. Assim, o<br />
leitor poderá entender melhor o grande mistério da Mãe<br />
de Deus. E certamente que passará a ser seu soldado. Até<br />
mesmo aos evangélicos faço este desafio: Não leiam “A<br />
Mística Cidade de Deus”, ou se converterão!<br />
O COMEÇO DA IGREJA<br />
B – No maldito começo da Igreja fui deixado de<br />
lado (1). A Santíssima Virgem e os Apóstolos foram os instrumentos.<br />
O papel desempenhado por Ela (aponta para<br />
cima) foi decisivo; foi-o dum modo extraordinário. Nós<br />
nada pudemos fazer.<br />
Muitas vezes Ela mergulhava na oração, dia e noite,<br />
pelos Apóstolos, para que eles fizessem as coisas como<br />
deviam ser feitas. Para que nós não os vencêssemos, Ela<br />
rezou muitas vezes dia e noite. E freqüentemente ficava<br />
dia e noite de joelhos, sem comer (resmunga desesperado).<br />
É por isso que Ela agora goza de um poder tão<br />
grande. Isto são verdades sublimes que nós somos obriga<strong>dos</strong><br />
a revelar-vos. Nós bem gostaríamos que este livro<br />
saísse sem esta parte (gane como um cão). Nós não<br />
queremos dizer estas coisas, não queremos... e também<br />
não queremos continuar a falar. Eu, belzebu, não quero<br />
continuar a falar.<br />
Então Ela disse que queria ficar em segundo plano<br />
(2). Queria-o unicamente por humildade. Em parte alguma<br />
queria aparecer em lugar de destaque, embora fosse uma<br />
criatura poderosa. Nós próprios o temos de reconhecer.<br />
Ela estava e está a uma enorme distância, acima de nós,<br />
47<br />
a uma grande distância <strong>dos</strong> vossos Anjos.<br />
E quando eu digo, distância, não me refiro a uma<br />
distância em léguas, mas a uma que se perde no infinito.<br />
Isto significa “tão longe”, que há uma distância gigantesca<br />
entre os Anjos e Ela (geme).<br />
É uma criatura terrivelmente majestosa, mas quis<br />
permanecer escondida. Procedeu assim para mostrar aos<br />
homens que também eles deviam permanecer ignora<strong>dos</strong>,<br />
como também deviam ser humildes. Mas os homens não<br />
procedem assim. Nada fazem em relação ao que Ela realizou<br />
e ao que foi realizado graças à Ela...<br />
Embora os homens não possam nada, não sejam<br />
nada, gostam que falem deles, enquanto esta criatura,<br />
infinitamente predestinada, não queria que falassem<br />
dela. Portanto, apagou-se. E isso foi para nós muitíssimo<br />
vantajoso. Pois começaram a aparecer seitas (ri mal<strong>dos</strong>o)<br />
que não reconheceram esta criatura. Se ela tivesse dito<br />
abertamente quem era, se os Apóstolos tivessem relatado<br />
os milagres extraordinários obti<strong>dos</strong> por sua intercessão e<br />
se tudo isso figurasse nos Evangelhos, essas seitas não<br />
teriam crescido como a erva (solta gemi<strong>dos</strong>).<br />
Apareceram então milhares de seitas, seitas que<br />
combatem ferozmente a Santíssima Virgem, seitas que<br />
combatem os católicos, unicamente porque estes reconhecem<br />
esta criatura predestinada. Elas combatem esta<br />
mulher porque crêem que esta maneira de proceder (<strong>dos</strong><br />
católicos) põe Cristo em segundo plano.<br />
No entanto, ela só serviu a Cristo. Só O quis glorificar.<br />
Tudo o que fez, foi por Ele e pela Sua Igreja. Ela<br />
manteve-se sempre no escondimento e isso foi para nós<br />
uma grande vitória. No entanto, procedendo assim, ensinou<br />
a humildade, e isso constituiu para nós uma grande<br />
derrota. Mas isto só é conhecido <strong>dos</strong> católicos. Por amor<br />
de seu Filho, Ela quis ficar esquecida para que Ele reinasse<br />
e tivesse um papel primordial.<br />
Mesmo no que respeita aos seus sofrimentos, só<br />
aceitou um papel de segundo plano, o que era indispensável.<br />
Os Apóstolos, no entanto, estavam constantemente a<br />
ver como Ela se humilhava, como tudo previa extraordinariamente,<br />
quanto sofria, o que era obrigada a suportar e a<br />
padecer. Ela é muito pouco engrandecida nos Evangelhos.<br />
Se ao menos, não tivesse sido tão humilde! Mas coubenos<br />
ainda esta vantagem, que deu origem às seitas. Mas<br />
também isso foi permitido por Deus.<br />
A partir desse momento apareceram as seitas. Os<br />
seus adeptos pensavam que Maria desempenhara apenas<br />
um papel marginal, que fora escolhida apenas para receptáculo,<br />
d’Esse que está lá em cima (aponta para cima), e<br />
que poderia agora desaparecer como uma velha...; não<br />
me deixaram utilizar a expressão.<br />
Nós somos delica<strong>dos</strong>. Nós não usamos palavras<br />
“muito grosseiras”. Apenas os condena<strong>dos</strong> humanos as<br />
dizem. Nós somos mais delica<strong>dos</strong> que esses.<br />
Devo acrescentar outra coisa que me ocorreu agora.<br />
Quando Judas foi obrigado a falar, no dia 31 de
Outubro, não foi Judas que riu pela boca desta mulher<br />
(a possessa). É que Judas nunca ri. Como nós já uma<br />
vez dissemos, Judas está no canto mais sombrio. Ele é<br />
o desespero personificado. Quando Judas foi obrigado a<br />
falar, não foi ele que riu, pela boca dessa mulher, foram<br />
os condena<strong>dos</strong> humanos que riram da malvadez (grita).<br />
É preciso que nunca esqueçais isto: Judas nunca ri. Nós<br />
tínhamos que dizer isto. Esta observação refere-se às revelações<br />
de Judas, em 31 de Outubro.<br />
Sim, esta charlatã...(a possessa)(3) E agora chego<br />
ao ponto chave da questão, mas não quero dizer, não quero<br />
dizê-lo.<br />
E – Fala Belzebu, em nome da Santíssima Trindade!<br />
(1) Quanto a Belzebu ser deixado de lado, fica um<br />
pouco difícil de entender. Mas o fato é que os demônios<br />
especialmente Lúcifer, imaginava ser ele o redentor da<br />
humanidade. Mas além de não aceitar a posição de subalterno,<br />
jamais eles aceitaram serem comanda<strong>dos</strong> por<br />
uma Mulher, Maria. É por isso que ele expressa seu desejo<br />
inarredável de estar à frente das obras, de ser grande e<br />
maior, porque nenhum demônio é humilde.<br />
(2) Alguém me observou, que poderia ter sido um<br />
erro deixar de lado na Bíblia, a revelação da importância<br />
do papel de Maria Santíssima no início da Igreja. De<br />
fato, isso até poderia evitar a perseguição que os Evangélicos<br />
lhe movem, por acha-la insignificante. Entretanto,<br />
o avesso seria pior, pois se Maria fosse elevada demais,<br />
isso levaria imensas levas de povo a diviniza-la – já houve<br />
movimentos tentando isso – a maximizar os seus méritos,<br />
em detrimento de Jesus, Ele o único Redentor e o único<br />
que salva. É, pois, para Ele que se deve voltar as atenções<br />
maiores. Maria é apenas o melhor meio de chegar<br />
a Jesus!<br />
(3) Óbvio que esta pobre possessa não é nenhuma<br />
charlatã, como vimos. Trata-se de uma pessoa de bem, de<br />
muito sofrimento, mas odiada pelos demônios que assim<br />
a ela se referem.<br />
ANA CATARINA EMMERICH E<br />
MADRE AGREDA<br />
B – A propósito do começo da Igreja devo acrescentar<br />
que embora os Evangelhos pouco contenham sobre<br />
a Santíssima Virgem, mais tarde, inspira<strong>dos</strong> pelo Céu,<br />
em visões e revelações, grandes Santos lançaram muita<br />
luz, sobre a vida e obra d’Essa que está lá em cima (aponta<br />
para cima).<br />
Um <strong>dos</strong> maiores é a Catarina Emmerich, que nem<br />
sequer ainda foi canonizada (ri mal<strong>dos</strong>o). Ela não foi só<br />
uma das almas mais sofredoras, mais humildes, mais<br />
missionárias, como é também uma das maiores Santas do<br />
Céu. A outra é Maria de Jesus Agreda. Viveu em Agreda.<br />
Era Abadessa. Já os seus pais se tinham retirado para um<br />
convento (rosna)... tinham prometido consagrar-se à vida<br />
religiosa. Eles é que obtiveram à sua filha, a sua predileta,<br />
48<br />
a graça de ter essas malditas visões.<br />
E – Fala agora, em nome (...), fala agora sobre o<br />
ponto essencial a que te referiste!<br />
B – Como os Evangelhos contém muito pouco sobre<br />
a Santíssima Virgem, é seu desejo que nos confusos<br />
tempos que correm, que do alto <strong>dos</strong> púlpitos se recomende<br />
a leitura <strong>dos</strong> livros de Maria de Jesus Agreda. Eles não<br />
deviam faltar em nenhuma família católica. To<strong>dos</strong> deviam<br />
possuir esses volumes (grita desesperado).<br />
Ela quer que os Sacerdotes digam que estes livros<br />
não devem faltar em nenhuma família católica, que deveriam<br />
mesmo recomendá-los aos protestantes. Quando<br />
os leitores verificarem toda a riqueza destes livros, não<br />
tardarão a compreender que ela...<br />
Ela é uma criatura eleita e predestinada, uma criatura<br />
duma grandeza imensa jamais atingida por qualquer<br />
mortal. Os Sacerdotes devem fazer compreender aos fiéis<br />
que é necessário divulgar estes livros, tão instrutivos, pelo<br />
mundo inteiro e, sobretudo, lê-los. Aí podereis compreender<br />
a nossa derrota em toda a sua extensão e amplitude,<br />
tal como a grandeza e dignidade desta criatura, que nos<br />
esmaga a cabeça (range os dentes).<br />
Ela quer (lança gritos horríveis)... não quero falar,<br />
não quero falar (chora)... É que não posso auxiliar Aquela<br />
que está lá em cima (aponta para cima), mas sim quem o<br />
“velho”, (Lúcifer) quer. Não quero falar.<br />
E – Mas tu tens de falar em nome (...) tens de falar!<br />
B – Isto está fora do nosso campo de ação, não<br />
é nada conosco! Nós temos a missão de seduzir os homens.<br />
Não queremos conduzi-los ao bom caminho. Por<br />
estes livros os homens seriam leva<strong>dos</strong> a trilhar caminhos<br />
melhores (grita).<br />
Nestes livros aprendereis como a Santíssima Virgem<br />
viveu e morreu. Para conhecer os planos eternos de<br />
Deus, tanto quanto esses planos podem ser conheci<strong>dos</strong><br />
pelos homens, é lá que se encontram as fontes seguras<br />
e dignas de fé. Aí, os fiéis verão o fundamento de todas<br />
as coisas (1).<br />
Reconheceriam n’Ela (aponta para cima) uma<br />
criatura universal, acabariam por render-se perante tanta<br />
humildade e dignidade. Até nós A tememos, nós próprios<br />
temos que capitular perante tais atributos.<br />
Quanto mais vós, criaturas humanas, que não passais<br />
to<strong>dos</strong> de poços de imundice! Não valeis um pataco!<br />
Nós somos muito superiores... quando mais Ela (aponta<br />
para cima).<br />
Se vós pudésseis contemplar ao menos um décimo<br />
da sua dignidade, precipitar-vos-íeis imediatamente no<br />
pó – e é bem contra a minha vontade que eu digo isto!<br />
Nós vimos, fomos obriga<strong>dos</strong> a vê-la, fomos obriga<strong>dos</strong>.<br />
Não desejamos que A venhais a ver, pois nós queremos<br />
que vos precipiteis bem cá para baixo e não para cima.<br />
Também as pessoas instruídas, os acadêmicos, deveriam<br />
ser informa<strong>dos</strong> sobre esta Maria de Jesus Agreda, antes<br />
de se juntarem aos Sacerdotes para combater os “tradi-
cionalistas.”<br />
Mesmo os “tradicionalistas” estão muito longe,<br />
imensamente longe de conceber uma tal dignidade, a não<br />
ser dum modo aproximado, mesmo que leiam estes livros.<br />
Mas devem ser li<strong>dos</strong> por vós, em nome de Deus. Vós não<br />
podeis passar sem o fazer, nem mesmo os leigos. E vós<br />
padres, deveis anunciá-lo à todas as criaturas. Tenho que<br />
repeti-lo. É preciso proclamá-lo do alto <strong>dos</strong> púlpitos. Essa,<br />
que está lá em cima, quer que estes livros sejam conheci<strong>dos</strong><br />
nos quatro cantos do mundo.<br />
Falarei em seguida da Segunda. Catarina Emmerich,<br />
alma expiadora. Tinha de estar sempre deitada de<br />
costas, tais eram as suas dores e sofrimentos. Não teve<br />
nada a dizer durante a sua vida, mas, quando morreu todo<br />
o Dulmen estava em chamas. Quando de to<strong>dos</strong> os la<strong>dos</strong><br />
acarretam como os carros <strong>dos</strong> bombeiros deveriam ter<br />
visto naquilo um sinal do Céu... mas os homens são estúpi<strong>dos</strong>.<br />
Que sabem os homens? Nada compreendem... são<br />
estúpi<strong>dos</strong> como cepos.<br />
Um cepo é ainda mais inteligente. Aqui e acolá,<br />
pode apresentar ainda uma folhinha verde, mas os homens,<br />
esses, só têm lixo e palha.<br />
Esta Catarina Emmerich teve de falar para a Igreja,<br />
fez vaticínios sobre a Igreja e sofreu e rezou muito por<br />
ela. Já em pequenina, a sua capacidade de sofrimento era<br />
enorme. Nós tínhamos-lhe um ódio terrível. Tão pequenina<br />
e já fazia Via Sacra, e imitava à letra da humildade<br />
d’Aquela que está lá em cima... Ah!... e a cruz, cruz também,<br />
tal como Aquela, que está lá em cima.<br />
Foi uma grande Santa. Nós receávamo-la muito e,<br />
por isso mesmo, queríamos destruí-la, mas não o conseguimos.<br />
Ela safava-se sempre, embora tivesse sofrido<br />
doenças mortais, que oferecia sempre pelos outros, para<br />
que eles pudessem obter ainda a graça de se converterem.<br />
Só morreu quando Aqueles lá em cima (aponta<br />
para cima) verdadeiramente o quiseram, pois foram Eles<br />
que acolheram a sua alma venerável, a sua alma santa...<br />
porque ela era uma Santa... no Céu.<br />
Há no Céu muitos santos, quero dizer muitos Santos<br />
canoniza<strong>dos</strong> por Roma, que são menos santos e menores<br />
que ela. Ah! Como é horrível ser obrigado a confessá-lo!<br />
Se ela for canonizada, pensamos nós, então os<br />
seus livros serão conheci<strong>dos</strong>. Enquanto não o for, os seus<br />
livros não serão tão bem aceitos. É por isso que os Bispos<br />
não querem ouvir falar deles (2). Talvez um ou outro já<br />
os tenha lido, mas isso são fatos isola<strong>dos</strong>, sem conseqüências.<br />
Devo ainda acrescentar que ela é uma Santa poderosa<br />
no Céu (chora). Há muito que os seus livros deviam<br />
ter sido difundi<strong>dos</strong> pelo mundo inteiro. É preciso que vós<br />
também o proclameis do alto <strong>dos</strong> púlpitos. E agora não<br />
digo mais nada, mais nada (gane como um cão).<br />
Dos seus livros, é sobretudo o volume Vida Paixão<br />
e Glorificação do Cordeiro de Deus, da Venerável Catarina<br />
Emmerich (3) que deve ser difundido. Deveríamos atar es-<br />
49<br />
ses livros às costas das crianças para que aprendessem a<br />
caminhar com a cruz que o Senhor pôs no seu caminho.<br />
Esta pequenina Santa já ia, aos quatro anos, fazer<br />
a Via Sacra, mesmo à noite, ficando com os pés feri<strong>dos</strong>,<br />
ensangüenta<strong>dos</strong>, tudo para a glória do Seu Rei Crucificado.<br />
De manhã a mãe lhe tinha de lhos ligar, e nem sequer<br />
sabia de onde ela vinha, pois a pequena nada dizia (uiva).<br />
Catarina foi uma grande alma sofredora. No seu<br />
quarto, o frio era glacial. É que ela era muito pobre e mesmo<br />
quando os seus lençóis estavam lisos com o frio e,<br />
no meio deles, ardia com febre, nunca pedira para lhos<br />
mudarem. Ela queria viver a sua Paixão e oferecê-la humildemente.<br />
Onde é que se vêem, hoje em dia, almas assim?<br />
Religiosas compadecidas substituíam-lhe os lençóis.<br />
Catarina não o teria exigido e acabaria por morrer de frio<br />
ou ficaria entorpecida. Ela tudo suportava pelo seu Senhor<br />
crucificado. É inimaginável o que ela fazia por Ele.<br />
Ela é uma poderosa Santa que nós sempre tememos.<br />
Sentimos repugnância por estas pessoas, que<br />
renunciam a si mesmas, seguem voluntariamente o caminho<br />
da cruz e tudo oferecem pelos outros. Há grandes<br />
santos que fazem muitos milagres, que são considera<strong>dos</strong><br />
grandes aos olhos do Senhor, que tem o dom de ler nas<br />
consciências, como ela, aliás, também tinha, mas como ia<br />
dizendo, embora esses possam ser mais conheci<strong>dos</strong>, embora<br />
a eles acorram milhares de pessoas, embora sejam<br />
grandes santos, não se lhe podem comparar e não se lhe<br />
comparam. Era uma alma sofredora, humilde, apaixonada<br />
por Deus. Deus amou-a e glorificou-a dum modo muito<br />
especial e é por isso que Ele quer que seja canonizada.<br />
Já há muito e não só agora, que ela o deveria ter<br />
sido. Deve-se falar às pessoas <strong>dos</strong> seus livros e das suas<br />
numerosas visões e revelações. É preciso que o façais por<br />
amor à dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ela<br />
desejava-o e o próprio Jesus a deseja também. Dos seus<br />
textos, devereis citar em primeiro lugar A Dolorosa Paixão<br />
de Jesus Nosso Senhor. Este livro também não devia<br />
faltar em nenhuma família, sobretudo numa família que<br />
se preze de ser católica (geme). Mas chega de conversa<br />
por agora!<br />
Jesus Cristo e a Santíssima Virgem concederam<br />
à estas duas grandes Santas, visões e revelações para<br />
que chegassem ao conhecimento <strong>dos</strong> fiéis. Estes devem<br />
recebê-las nos seus corações, seguirem-nas e transmitirem-nas<br />
aos outros.<br />
Não se trata de uma anedota, mas de algo muito<br />
sério, muito grande, que já foi profetizado pela Santíssima<br />
Virgem, quando disse outrora aos Apóstolos: “Deus<br />
proverá, o Céu proverá, para que o meu nome, no devido<br />
tempo... (gane como um cão)...venha a ser glorificado e<br />
conhecido e que tudo o que deve ser revelado a meu respeito,<br />
o seja na devida altura.”<br />
Agora já é a altura. Estamos agora em pleno Apocalipse.<br />
E Ela é o Grande Sinal. É por isso que as pessoas<br />
devem ler estes livros, porque em Emmerich, mas mais<br />
especialmente em Maria de Jesus, se fala do Apocalipse,
do Grande Sinal, da Santíssima Virgem.<br />
Se as pessoas lessem estes livros (solta sons como<br />
gemi<strong>dos</strong>) compreenderiam facilmente que a hora chegou.<br />
Compreenderiam melhor o Apocalipse e o que está escrito<br />
na Bíblia. Vós não passais de grandes burros! Os homens<br />
são imensamente estúpi<strong>dos</strong>, deixam que tesouros<br />
tão valiosos se percam, lhes escapem, se enferrugem (ri<br />
mal<strong>dos</strong>o).<br />
Permitem que estes preciosos tesouros de valor<br />
infinito apodreçam e fiquem escondi<strong>dos</strong>. E o que devia<br />
ficar escondido é difundido (ri torcista). Como, por exemplo,<br />
Bíblias que de Bíblias nada tem, vidas de Santos que<br />
de religioso nada tem também. Esse gênero de livros é<br />
mais dirigido de baixo do que do alto (arreganha os dentes,<br />
malicioso). Não passam de palavreado oco. Até um<br />
burro ou um cavalo é mais inteligente; duma maneira ou<br />
de outra, eles sentem o que o seu dono quer. Mas aqui (no<br />
mundo) não é assim. Só quando já é demasiado tarde é<br />
que se apercebem que deveriam ter procedido dum modo<br />
diferente.<br />
Ah! Para nós, estes escritos de Ana Catarina Emmerich<br />
e Maria Agreda, são livros malditos, que desde há<br />
muito tememos e sempre temeremos. Nós, lá em baixo,<br />
há muito tempo, nem sei bem há quanto, deliberamos<br />
para ver o que poderíamos fazer contra eles... e os homens<br />
nem sequer os lêem (ri sarcástico). Mesmo aqueles<br />
que se dizem bons católicos, não os tem em casa! (as<br />
suas gargalhadas transformam-se em gemi<strong>dos</strong>).<br />
B – Deveis informar às pessoas. To<strong>dos</strong> os Padres,<br />
os “tradicionalistas” e mesmo os modernistas deviam<br />
proclamar do altar que é necessário difundir estes livros<br />
por toda a parte e o mais rapidamente possível, para que<br />
sejam li<strong>dos</strong>. Se isso acontecesse e se o seu conteúdo fosso<br />
posto em prática, ainda que aproximadamente, muitas<br />
almas se haveriam de salvar (geme horrivelmente).<br />
Catarina Emmerich teve visões sobre a Dolorosa<br />
Paixão de Jesus para que ela fosse conhecida dum modo<br />
mais direto e mais profundo, pois os Evangelhos não relatam<br />
senão fragmentos. Embora os Apóstolos tivessem<br />
conhecido mais pormenores, resumiram-na muito. Nas<br />
visões desta grande Santa há partes sintetizadas e resumidas<br />
que são horrivelmente extensas para nós. Aprendese,<br />
por exemplo, a maneira de conseguir um arrependimento<br />
perfeito, que desempenha um papel primordial na<br />
confissão. Aprende-se a não ofender tanto o Senhor, que<br />
tanto sofreu. Os seus padecimentos são descritos duma<br />
maneira mais profunda do que em qualquer outro livro<br />
(rosna). Estes livros deveriam figurar em todas as livrarias,<br />
sobretudo nas católicas, que os deveriam possuir em<br />
quantidade, e não apenas um exemplar.<br />
(1) Claro, a Bíblia está na frente de to<strong>dos</strong> os livros<br />
do mundo. O que ele quer dizer aqui, é que, se to<strong>dos</strong> lessem<br />
estes dois livros cita<strong>dos</strong>, to<strong>dos</strong> entenderiam melhor<br />
a Bíblia.<br />
(2) É realmente angustioso saber que estes livros,<br />
ainda hoje sofrem uma perseguição tão nefanda e tão<br />
50<br />
odiosa. Eu, com minha inteira consciência, com pleno<br />
risco de minha alma, declaro que: Qualquer Bispo, ou Cardeal,<br />
ou padre, que tenha lido estes livros, e que não tenha<br />
mudado de vida, já pode encomendar sua alma: É cabrito!<br />
E todo aquele que, tendo conhecimento deles, continua<br />
sendo adversário de Deus, pode ser anotado na ficha de<br />
cobranças de Lúcifer. E justo por temer que a canonização<br />
dela abra espaço para a difusão do livro, que seu processo<br />
encalhou no Vaticano. Lamentavelmente ainda há isso!<br />
(3) Pode ser encontrado pelo telefone: 021-11-<br />
3865-4340 com Fernando.<br />
PAIXÃO DE CRISTO<br />
E – Belzebu, diz qualquer coisa sobre os sofrimentos<br />
secretos de Cristo na Quinta-feira Santa, em nome<br />
(...)!<br />
B – Não nos agrada falar desse assunto, mas porque<br />
se está na Quaresma, Ela deseja que ao menos algumas<br />
frases...<br />
E – Então fala <strong>dos</strong> sofrimentos secretos de Cristo,<br />
como tu os viste, em nome (...)!<br />
B – Nós nos olhamos muito, não queríamos ver<br />
nada daquilo. Rodopiávamos à sua volta como setas e<br />
ferimo-nos uns aos outros, cheios de cólera e raiva (grita).<br />
Naturalmente, sabíamos o que se passava. É claro que sabemos<br />
mais do que se poderá pensar. Mas à essa, à esta<br />
Emmerich, foi tudo mostrado dum modo positivo. Ela viu,<br />
por exemplo, que no Jardim das Oliveiras, Nosso Senhor<br />
Jesus Cristo sofreu muito mais horrivelmente do que se<br />
poderia imaginar.<br />
Mesmo durante a sua vida, várias vezes Ele suou<br />
sangue de angústia. Nós, demônios, perseguimo-lo horrivelmente<br />
no Jardim das Oliveiras. Ele viu como nós, numa<br />
multidão medonha, nos precipitávamos sobre Ele. Tínhamos<br />
as formas <strong>dos</strong> peca<strong>dos</strong>, que os homens deveriam<br />
cometer mais tarde. Era nosso intento conseguir que, pela<br />
visão desse horror, o Filho de Deus perdesse a coragem<br />
de suportar esta Paixão.<br />
Ele viu um horror imundo que lhe fez sair pelos poros<br />
um suor de sangue. Nestes momentos de obscuridade<br />
e horror abomináveis, Ele pensava que a sua Paixão, que<br />
era apenas dum homem – ele era Deus, mas nessa altura<br />
não se sentia mais que um homem – não chegaria para<br />
pagar e expiar um pecado tão grande. Quis-se retirar, tremia<br />
sob a violência do sofrimento. Foi então que apareceu<br />
um Anjo com o Cálice para o fortificar.<br />
Na realidade, esse Cálice não era senão a aceitação<br />
daquele sofrimento. Ao beber o Cálice, Ele confirmava<br />
apenas que aceitava a Paixão (geme) e que estava disposto<br />
a beber todo o cálice até o fim (geme). Graças a isso,<br />
vós, poços de imundície, vereis um dia o Céu, (1) a que<br />
nós jamais teremos acesso (furioso).<br />
Mais tarde, Cristo foi ainda flagelado. Durante a<br />
flagelação o seu corpo foi ferido e lacerado até os ossos.<br />
Quando foi crucificado já não tinha sequer metade <strong>dos</strong>
seus cabelos. Tinham-lhos arrancado quase to<strong>dos</strong>, o que,<br />
aliás, foi muito bem feito. Tinha uma figura elegante e pés<br />
de viajante. A força de tanto andar a pé, tinha a pele dura<br />
e calosa.<br />
Ao contrário, as mãos eram muito finas, demasiado<br />
finas para carregarem uma cruz tão pesada. Se nós<br />
tivéssemos podido provar só um pouco do seu Sangue<br />
derramado, só uma gota, então também nós o haveríamos<br />
de adorar por toda a eternidade. Porém, Ele não no-lo permitiu.<br />
Para nós, já era demasiado tarde (rosna).<br />
Depois, na cruz, quando foi suspenso, tudo ofereceu<br />
por vós. Fazer tudo aquilo pelos homens, atiçou ainda<br />
mais o furor do inferno. Quando estava suspenso na cruz,<br />
era como um verme, como já disse Akabor: já não era<br />
homem... por vós. Porque é que Ele fez aquilo por vós? Por<br />
nós não o teria feito (solta gemi<strong>dos</strong> que comovem). Um<br />
verme e não um homem, esmagado por to<strong>dos</strong> (chora)!<br />
Era como se Ele tivesse tomado sobre si o peso<br />
<strong>dos</strong> peca<strong>dos</strong> de toda a humanidade; parecera-lhe ser o<br />
maior <strong>dos</strong> criminosos. Parecia-lhe que fora abandonado<br />
e repudiado por Deus Pai, de tal modo os seus verdugos<br />
o tinham golpeado, picado, flagelado e por fim deixado a<br />
esvair-se em sangue (resmunga) E tudo isto Ele fez por<br />
vós! Porque é que nós não o conseguimos evitar (chora)?<br />
Se o próprio Senhor tanto fez por vós, quanto não<br />
deveríeis reparar uns pelos outros para evitar que tantas<br />
almas fossem para o inferno? Ele, que era Deus e não tinha<br />
peca<strong>dos</strong>, realizou algo extraordinário, algo que jamais<br />
será realizado por qualquer mortal: e se Ele sofreu torturas<br />
tão atrozes, então vós deveríeis passar por toda a vida sob<br />
o machado do carrasco. E isso não seria muito, não seria<br />
nada que não tivésseis merecido.<br />
Mas os homens não compreendem isto. Só pensam<br />
em levar uma vida de gozo, apesar do seu Mestre ter<br />
marchado à sua frente, com a Cruz e o bom exemplo, e<br />
ter suportado tormentos infernais. Sim, Ele suportou tormentos<br />
infernais.<br />
Mas durante pouco tempo. Nós próprios, no nosso<br />
ódio, admiramo-LO por ter feito tudo isto por vós! Jamais<br />
nos passara pela mente que Ele pudesse fazer uma tal<br />
coisa por um lixo imundo. Já o tínhamos previsto, mas<br />
nunca imaginávamos que fosse uma dádiva tão imensa.<br />
Com tudo isto eu quero ainda dizer que é preciso<br />
insistir na necessidade, durante a Quaresma, de fazer<br />
penitência em união com Cristo Jesus. Durante quarenta<br />
dias Ele jejuou como nenhum homem mais jejuou ou jejuará...<br />
e também Ele sentiu a dureza da fome...<br />
(1) Grande verdade esta: poços de imundície! É<br />
isso o que de fato nós somos! Jamais mereceremos os<br />
frutos da Paixão de Cristo, porque jamais nos dedicamos<br />
a compreender a integridade deste mistério. Por isso, na<br />
próxima seqüência de artigos em profecias, iremos trazer<br />
partes do Livro de Ana Catarina Emmerich. Acho que gostarão<br />
de saber!<br />
A CRUZ E O SANTO SACRIFÍCIO<br />
51<br />
DA MISSA ABREM O CÉU<br />
B – Durante quarenta dias preparou-se para a Sua<br />
Vida pública e também para o Seu grande Sacrifício. Ele<br />
sabia que se tratava dum sacrifício tão vasto como o mundo,<br />
duma eficácia universal, que Ele, Deus, devia oferecer<br />
ao Todo Poderoso, em reparação da culpa do pecado, a<br />
fim de que vós pudésseis chegar à visão eterna de Deus.<br />
Sem isto, na melhor das hipóteses, veríeis apenas o<br />
Paraíso, caso o conseguísseis. Iriam assim muito mais homens<br />
para o inferno, porque não teriam acesso às graças<br />
que obtém o Santo Sacrifício da Missa. São incalculáveis<br />
as graças decorrentes do Sacrifício incruento da Cruz, por<br />
cuja oferta, o Sangue de Cristo corre de novo.<br />
Nós, lá em baixo (aponta para baixo), odiamos este<br />
Sacrifício da Missa, que é celebrado to<strong>dos</strong> os dias em<br />
muitas Igrejas. Em muitas casas de Deus, nem sempre<br />
é convenientemente celebrado. Antigamente, era horrível<br />
para nós, quando se celebrava o tradicional Sacrifício da<br />
Missa.<br />
Efetivamente, é a renovação do Sacrifício de Cristo<br />
na Cruz que apaga os peca<strong>dos</strong> e que obtém graças extraordinárias<br />
para a salvação das almas, que, sem isso, se<br />
perderiam aos milhares e viriam para o inferno.<br />
Devo ainda acrescentar isto (solta gemi<strong>dos</strong>): não<br />
digo mais nada, não quero dizer mais nada. Eu não quero<br />
dizer mais nada, não posso continuar a falar. Se quiserdes<br />
que fale, é preciso que reciteis ainda um pequeno exorcismo.<br />
Lúcifer está furioso. Desejaria estrangular-me. Eu não<br />
devia ter dito estas coisas. Se continuo a falar, quando eu<br />
chegar lá abaixo, castiga-me.<br />
E – (Recitação do exorcismo). Por ordem da Mãe de<br />
Deus, Lúcifer não poderá fazer-te mal, pois tu falaste para<br />
a Igreja! Ele não poderá fazer-te mal!<br />
B – Eu era um grande Anjo, era o segundo em grandeza.<br />
É por esse motivo que Lúcifer se enfurece e diz:<br />
“Já que és tão grande, devias saber que não deves dizer<br />
tantos disparates. Devias ter mais cautela!” É isto que ele<br />
vai dizer (range os dentes com violência). Ela (aponta para<br />
cima) ordenou-me que falasse, porque eu estava presente<br />
na queda <strong>dos</strong> Anjos. Eu era o segundo em dignidade e é<br />
por isso que Ela me força a falar desta “porcaria.” Ela continua<br />
a ter poder sobre nós, os lá de baixo (resmunga).<br />
Termina aqui o penúltimo ato deste trabalho. Neste<br />
texto, além do impressionante relato da Paixão de Cristo e<br />
da citação da importância <strong>dos</strong> dois livros cita<strong>dos</strong>, uma coisa<br />
me ficou gravada do mais profundo do coração, desde<br />
a primeira vez que li estes exorcismos: Ela diz respeito à<br />
imbecilidade humana! Diz respeito à nossa insensatez! Ao<br />
nosso pavoroso desconhecimento das mais elementares<br />
verdades de nossa fé. Diz respeito ao quanto somos mal<br />
agradeci<strong>dos</strong> em relação ao Supremo gesto redentor de<br />
Cristo, e ao quanto ignoramos o que foi realmente a Sua<br />
Paixão.<br />
Seria, sim, preciso que to<strong>dos</strong> lessem estes livros,<br />
para se compenetrarem da realidade do Calvário e do
pavoroso Sacrifício da Cruz. Quando meditamos os Mistérios<br />
Dolorosos do Rosário, muitas vezes somos tenta<strong>dos</strong><br />
a minimizar os efeitos de cada uma daquelas passagens<br />
que desfila diante de nossos corações. A expressão “suar<br />
Sangue”, parece lembrar ao orante, um sujeito apenas<br />
cansado, e por isso o suor. Vejo que as pessoas até passam<br />
por cima desta frase, mas com um certo enfado, ou<br />
sonolência, quando na verdade a simples menção da palavra:<br />
Horto das Oliveiras, já nos deveria arrancar lágrimas<br />
de dor, para uni-las às de Cristo Jesus, em verdadeira expiação<br />
pelas nossas falas.<br />
Meus amigos, para uma pessoa chegar a este<br />
incomensurável sofrimento, de suar sangue até o ponto<br />
de escorrer pela terra é preciso que ela seja literalmente<br />
esmagada no verdadeiro sentido. Para uma alma ser esmagada,<br />
de um tal forma a fazer brotar sangue da pele,<br />
é preciso que se concentrem nela, a síntese suprema de<br />
to<strong>dos</strong> os sofrimentos humanos, multiplica<strong>dos</strong> em grau extremo.<br />
De fato, qualquer um – quero dizer TODOS – os<br />
seres humanos da terra, sem exceção, se nos fosse dado<br />
viver por um segundo apenas, aquele sofrimento que Jesus<br />
teve, ao ver to<strong>dos</strong> os nossos peca<strong>dos</strong> correndo diante<br />
<strong>dos</strong> olhos, morreríamos como um cão vagabundo, que<br />
esmagado fosse por um rolo compressor.<br />
Esta é apenas uma das estações. Dia destes, devo<br />
escrever sobre os Mistérios da Dor, então trarei alguns tópicos<br />
destes dois Livros incríveis para que o leitor medite.<br />
E justo porque os homens não conhecem este Mistério<br />
Supremo, e justo porque não dão o valor devido à Paixão<br />
redentora de Cristo, é que Belzebu nos dirige termos tão<br />
pejorativos, mais do que mereci<strong>dos</strong>. Nós somos na verdade<br />
vermes imun<strong>dos</strong>, porque – como viram – os próprios<br />
demônios suspiravam por uma gota que fosse daquele<br />
sangue Preciosíssimo.<br />
E nós, tendo TODO o Sangue de Jesus Cristo ao<br />
nosso dispor, mal Lhe damos alguns bufi<strong>dos</strong> de mofa,<br />
alguns esgares de pouco caso, firma<strong>dos</strong> em gestos concretos<br />
de mal agradecimento. Um dia, a humanidade<br />
inteira lamentará isso. Um dia, rios de lágrimas correrão<br />
das faces de to<strong>dos</strong> nós. Uns por não terem amado nada,<br />
outros por haverem amado pouco. Cada um na justa medida<br />
sentirá os efeitos de sua rejeição. Ninguém faz pouco<br />
caso de Deus! Qualquer tipo de desafio a Ele será tido por<br />
blasfêmia, com risco de perda eterna.<br />
“Agradeçamos a Deus que nos dá esta oportunidade!<br />
“A Graça imensa de amar ao Amor!<br />
“Rezemos para ter forças de passar pelo Aviso!<br />
“E que mereçamos ver a face de Deus<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 10<br />
52<br />
Nesta terceira parte, as revelações finais sobre a<br />
Igreja, e a expulsão definitiva de Judas. Ninguém será capaz<br />
de avaliar o terrível ódio com que o inferno faz estas<br />
revelações e se poderia perguntar: Por qual motivo Nossa<br />
Senhora não fala direto ao povo, de outra forma, alertando<br />
sobre todas estas coisas? Ela não o faz, primeiramente<br />
porque Ela já disse isso tudo, em suas milhares de aparições<br />
em toda a terra. Depois, Ela quer fazer uso de to<strong>dos</strong><br />
os meios, possíveis e impossíveis, para que ninguém<br />
alegue, depois, que não foi avisado, ou que não sabia.<br />
Neste caso particular, as mensagens foram dirigidas diretamente<br />
aos padres que faziam o exorcismo e elas se<br />
destinavam mais a eles, ou seja, diretamente ao clero. É<br />
realmente impressionante a disposição e a preocupação<br />
desta Mãe, tentando reunir to<strong>dos</strong> os seus filhos, para evitar<br />
que algum se perca.<br />
Aqui então, novos detalhes e assombrosas revelações.<br />
Uma das que mais preocupa, é relativa a permanência<br />
das mulheres no presbitério, o que de certa forma<br />
contrasta com a disposição da Igreja, que é soberana. Ou<br />
seja, aqui Belzebu pode estar expressando um sentimento<br />
próprio – no que não mente – uma vez que pode estar<br />
expressando também um íntimo desejo do Céu. Pois se<br />
fosse mentira, Nossa Senhora não permitiria que ele dissesse<br />
tais coisas. Ou seja, também Deus não gosta de<br />
certas atitudes de Sua Igreja, entretanto as aceita porque<br />
deu este poder à ela, de aqui ligar e desligar. Isso acontece,<br />
apenas porque, como já foi revelado antes, nem tudo<br />
é mais obra do Espírito Santo na Igreja, mas simples obra<br />
humana, às vezes diabólica obra humana, destinada justamente<br />
a destruí-la. Vamos, então às novas revelações,<br />
das quais faremos alguns comentários.<br />
OS NOMES<br />
B – Quero ainda acrescentar o seguinte: ao escrever<br />
estas revelações, deveis mencionar o meu nome. E<br />
deveis proceder do mesmo modo relativamente aos outros<br />
demônios. Deveis sempre assinalar quem falou. Não<br />
é em vão que dizemos quem fala.<br />
E – Belzebu, em nome da Santíssima Virgem tens<br />
de falar!<br />
B – Ela permite que nós digamos os nossos nomes...<br />
quem fala, e depois Ela quer também que se indique<br />
quem falou. Sobretudo quando se tratar de assuntos<br />
importantes, Ela quer que se saiba qual o demônio que<br />
escolheu, qual o que devia falar...<br />
Como sou bem conhecido, o meu nome deve ser<br />
mencionado.<br />
A ESTUPIDEZ HUMANA<br />
B – No dia 12 de Janeiro, Véroba referiu-se ao Aviso<br />
e ao Castigo. Disse que se devia mencionar no livro.<br />
Também explicou porque é que o Aviso ainda não surgiu e<br />
ainda o fato da oração ser paradoxal.
Vós, homens, não valeis nada (ri mal<strong>dos</strong>o), vós<br />
nada sois e nunca sereis nada. Sois burros, podem-vos<br />
repetir sete vezes a mesma coisa. Que é que tendes na<br />
cabeça, miolos de mosca ou um crivo?<br />
Se não fosse Aquele que existe lá em cima (aponta<br />
para cima), to<strong>dos</strong> os vossos ossos se soltariam. É Ele<br />
quem carrega permanentemente com a vossa carcaça.<br />
Sem Ele não passaríeis de esfregões e de farrapos.. É por<br />
isso que nós, lá em baixo, não podemos compreender que<br />
professores, doutores e tantos outros, tenham uma presunção<br />
(1) tão grande. Por que serão assim tão vai<strong>dos</strong>os,<br />
quando não passam de porcaria que há-de ser corroída<br />
por vermes?*<br />
A propósito desta presunção, Ela quer que se<br />
acrescente isto. Ela acha pouco apropriado que esses homens<br />
se exaltem tanto; eles são uma abominação diante<br />
de Deus.<br />
Ela acha tudo isso disparatado, pois Ela procedeu<br />
sempre com perfeita humildade. Ela teria tido razões para<br />
cingir bem alto a coroa e brandir o cetro. Ela teria tido<br />
motivo para o fazer! Fê-lo alguma vez? Em todo o caso,<br />
não foi na Terra. No entanto, Ela foi exaltada conforme o<br />
que está nas Escrituras, pois Jesus disse: “Quem se humilha<br />
será exaltado, quem se exalta será humilhado.” Quer<br />
dizer, aquele que se eleva a si mesmo será em seguida<br />
horrivelmente humilhado, não só num grau apenas, mas<br />
numa infinidade de graus. Compreendeis o que queremos<br />
dizer?<br />
Quem se exalta não será humilhado em outro tanto,<br />
mas ficará um milhão de vezes mais abaixo. Mas quem<br />
se humilhar, por mais alto que esteja – nós somos sábios,<br />
sabemos bem como as coisas se passam! (sublinha as<br />
palavras com um gesto do dedo) – receberá segundo a<br />
parábola do banquete, em que Jesus disse: “Aquele que<br />
se sentar no último lugar, será chamado pelo senhor do<br />
banquete a ocupar o primeiro lugar...” Quero dizer, com<br />
isto, que aqueles que se humilham não serão apenas<br />
exalta<strong>dos</strong> em outro tanto, mas ocuparão uma posição<br />
milhares de vezes superior à que tinham, e isto por toda<br />
a eternidade.<br />
Devo acrescentar que é um paradoxo e um sinal<br />
de grande estupidez querer elevar-se neste mundo. Tenho<br />
que o dizer, pois é abominável aos olhos do Senhor. Se os<br />
homens tivessem plena consciência daquilo que fazem,<br />
horrorizar-se-iam consigo próprios – (ri mal<strong>dos</strong>o).<br />
* O demônio, que é orgulhoso, ele mesmo uma<br />
criatura, mostra aqui a repugnância e o profundo desprezo<br />
que sente pela natureza humana, inferior à angélica,<br />
mortal.<br />
(1) A presunção de sabedoria, a presunção do saber<br />
divino, a presunção de estar guiado pelo Espírito Santo,<br />
sem o ser, tudo isso foi e é mortal para a Igreja. De fato,<br />
os desman<strong>dos</strong> na Igreja, não são obra do Espírito Santo,<br />
mas de satanás. Assim, a presunção de ser algo, de ser<br />
53<br />
incapaz de errar, tornou a imensa maioria do nosso clero,<br />
alto e baixo, em verdadeiros pináculos inacessíveis, em<br />
torres de orgulho impossíveis de serem escaladas. Isso os<br />
levou a se distanciarem do seu rebanho, ao qual a maioria<br />
dirige com um certo enfado, como se nos quisesse dizer:<br />
Pobres mortais! Verdade, se eles realmente estivessem<br />
preocupa<strong>dos</strong> com o seu povo, não dariam cestas básicas,<br />
mais sim confissões, Rosário e Eucaristia. O que lhes falta,<br />
de fato, é aquilo que Belzebu explica a seguir.<br />
A VIRTUDE FUNDAMENTAL DA HUMILDADE<br />
B – Se Ela não se tivesse colocado sempre em<br />
último lugar, mesmo abaixo de S. José, que no entanto<br />
sempre soube reconhecer o elevado grau da sua dignidade,<br />
e se Ela não tivesse sido tão humilde, não teria hoje,<br />
nem nunca teria tido, este poder sobre a Igreja e sobre o<br />
mundo. Não teríeis n’Ela Aquela Mãe que tudo faz por vós,<br />
medianeira de graças inefáveis, graças que só Ela pode<br />
obter e que nunca teria podido obter se não vos tivesse<br />
dado o exemplo em primeiro lugar.<br />
Ela praticou a humildade em todas as virtudes, até<br />
ao último grau de heroísmo. Se Ela não o tivesse feito, especialmente<br />
esta maldita virtude da humildade, ter-nosíamos<br />
podido aproximar dela. E, decerto, isso teria constituído<br />
mais um êxito para nós, demônios! (grita irritado).<br />
O mesmo acontece com os homens. E isto é claro<br />
como água: a falta de humildade abre as portas ao vício.<br />
Nós adquirimos domínio sobre uma pessoa a partir do<br />
momento em que a sua sabedoria – ou o que lhe chamais<br />
– lhe sobe à cabeça. Há muito que o homem deixou<br />
de ser sábio e tem miolos de galinha. Mesmo quando se<br />
julga sábio e se eleva um pouco, cai logo depois. Mas eu<br />
não quero falar destas coisas. Conheço-as por experiência<br />
própria, pois se passaram conosco. Como nós caímos,<br />
milhares e milhões de vezes! (uiva lastimoso).<br />
Por esse motivo, vós Padres, deveis falar do pecado<br />
original, do orgulho. Devíeis empregar to<strong>dos</strong> os esforços<br />
no sentido de fomentar a virtude da humildade. Falai <strong>dos</strong><br />
Santos que a praticaram num grau elevado. Citai, por<br />
exemplo, Catarina Emmerich, Santa Tereza do Menino<br />
Jesus e tantos outros.<br />
Pregai sobre S. João Maria Vianney. Ele alimentava-se<br />
de batatas. Uma ocasião comeu batatas podres, já<br />
cheias de bolor, durante quinze dias (rosna). Nem sequer<br />
se queria deitar na cama que lhe tinham posto ao lado!<br />
Achava-a demasiado boa para si. Não temos qualquer<br />
poder sobre pessoas dessa espécie, que chegam a acharse<br />
indignas de se deitarem numa cama vulgar e que não<br />
procedem assim para se vangloriarem perante os outros<br />
de que são bons, dizendo, por exemplo: “Olhai, eu não<br />
quero deitar-me na cama boa, sou um homem virtuoso,<br />
vou deitar-me na cama mais incomoda”.<br />
Pelo contrário, escondem-no <strong>dos</strong> outros homens. S.<br />
João Maria Vianney encobriu sempre que não comia como<br />
deveria ser. É que ele possuía a verdadeira humildade. O
mesmo se pode dizer de Catarina Emmerich (1). Ela nunca<br />
quis mostrar como se sentia mal, nem o que trazia sobre o<br />
seu corpo. Só quando as pessoas viram e disseram: “Em<br />
que estado horrível ela se encontrava! É preciso fazer<br />
qualquer coisa!”<br />
É que ela deixou que a mudasse, porque era absolutamente<br />
indispensável. Mas quis continuar a viver na<br />
maior pobreza. Dormia num leito miserável, já quase desfeito.<br />
O seu maior desejo era levar uma existência apagada.<br />
Por isso é que as avezinhas do Céu vinham pousar<br />
nos seus ombros.<br />
Os Santos recebem estes sinais de predileção: os<br />
Santos dum modo geral, mas principalmente os humildes.<br />
Estes gozam duma predileção muito especial, lá em cima.<br />
Alcançaram rapidamente o Céu, enquanto outros percorrem<br />
penosamente, passo a passo, o duro caminho que a<br />
ele conduz. A virtude da humildade deve ser novamente<br />
pregada. Só depois dela é que vêm todas as outras.<br />
Depois vem a virtude da pureza, bem adaptada à nossa<br />
época (respira com dificuldade), em seguida a verdade,<br />
e todas as outras. É preciso dizer aonde tudo isto conduz.<br />
Também é preciso citar exemplos.<br />
Teremos de denunciar em primeiro lugar, o vício do<br />
orgulho. Devemos dizer que a virtude da humildade devia<br />
ser escrita com letras capitais. Seguem-se, naturalmente,<br />
a cólera, o roubo e to<strong>dos</strong> os outros. Deve preocupar-se<br />
sempre fazer comparações, dar exemplos vivi<strong>dos</strong> e verifica<strong>dos</strong><br />
na vida <strong>dos</strong> Santos (dá berros horríveis). Deixemme!<br />
Procedeis bem, procedeis bem, mas é preciso<br />
insistir muito; deveis assinalar, com mais insistência, o<br />
efeito devastador do pecado. Sobretudo, neste tempo de<br />
Quaresma, deveis acentuar a gravidade do pecado, gravidade<br />
que ultrapassa a imaginação. Daí a conhecer, com<br />
toda a clareza, as conseqüências do pecado que são mais<br />
horríveis do que vós podeis imaginar. É o pecado e as suas<br />
conseqüências que deveis retratar com a maior clareza<br />
possível.<br />
Sabei-lo agora, mas os outros Padres devem também<br />
proceder assim, pois isto não é apenas para vós. Se<br />
eles o não fizerem, não cumprindo com a sua obrigação,<br />
causarão grande dano e privar-se-ão a si e a to<strong>dos</strong> os que<br />
se encontram na sua dependência de muitas graças. To<strong>dos</strong><br />
os fiéis sofrerão com isso e não receberão as graças<br />
que de outro modo poderiam receber.<br />
(1) Esta Ana Catarina Emmerich – como ele diz,<br />
uma grande santa – é certamente uma das mais injustiçadas<br />
criaturas que a nossa Igreja já produziu. Era uma alma<br />
especial, desde a mais tenra infância cheia de santidade.<br />
Ela sofria dores indizíveis. Mas não revela a ninguém o<br />
que sofria. Quando descobriram a sua doença, depois de<br />
tentarem todas as medicinas sem sucesso, o médico lhe<br />
sugeriu tomar leite materno. Pois vocês não acreditam no<br />
que aconteceu. O demônio conseguiu perverter de tal forma<br />
a cabeça de um padre inimigo dela, que ele produziu<br />
54<br />
um documento para o Vaticano anunciando nos seguintes<br />
termos mais ou menos: Não poderá ser considerada santa,<br />
uma mulher que mama na outra! Por aí o leitor pode<br />
ver o ódio que o inferno devota à esta santa mulher, que<br />
até agora ainda não foi canonizada, sequer beatificada.<br />
Nem ela nem madre D´Agreda!<br />
A IMITAÇÃO DE CRISTO<br />
A propósito destas virtudes, devo acrescentar que<br />
é preciso que esse nojento livro, a Imitação de Cristo, de<br />
Thomas Kempis, que nós lá em baixo tanto tememos<br />
(gane como um cão), seja citado, difundido e lido. Não<br />
deve faltar em nenhuma família católica e deve ser lido. O<br />
melhor seria ler um capítulo todas as noites e esforçar-se<br />
por seguir e por em prática os seus ensinamentos.<br />
Na medida do possível, deveria ler-se a antiga edição,<br />
a completa; na edição moderna já foram feitas algumas<br />
modificações. Com o andar do tempo acabam por<br />
mudar tudo! Por isso, deveis procurar arranjar os livros<br />
antigos. Se houver poucos, será preciso reeditá-los.<br />
Em todo o caso, também deveríeis pregar sobre<br />
A Imitação de Cristo, utilizar e desenvolver os assuntos<br />
que nela se encontram, inculcá-los no coração <strong>dos</strong> fiéis. A<br />
Imitação de Cristo é o verdadeiro grão e não palha. É uma<br />
obra que vem do Céu. O Céu a quer e a recomenda, já que<br />
ela põe a Cruz de Cristo sob os olhos de to<strong>dos</strong>, concretamente,<br />
ensinando como se deve imitar a Cruz de Cristo.<br />
Assim, o homem aprende como Cristo sofreu e<br />
como ele próprio deverá sofrer se quiser avançar um passo<br />
ou um decímetro atrás d’Ele. Deve ter sempre presente<br />
que, com tudo isto, ainda estará longe de ser um santo e<br />
que se deve julgar com humildade. É imprescindível que<br />
insistais neste ponto.<br />
Há milhares de pessoas, poderíamos dizer milhões,<br />
que crêem que são boas porque fizeram isto ou<br />
aquilo. Mas isso não basta! Só serão verdadeiramente<br />
boas quando não se acharem ainda boas, pensando que<br />
fizeram muito pouco e que poderiam ter feito muito mais.<br />
Serão boas quando se julgarem com humildade e fizerem<br />
por Cristo tudo o que estiver nas suas mãos.<br />
OS DEVERES DA MULHER VISTOS PELA<br />
SANTÍSSIMA VIRGEM<br />
B – A Santíssima Virgem diz que Ela sempre cumpriu<br />
os seus deveres caseiros – que o fez com humildade,<br />
para maior glória de Deus e com o objetivo único de servir<br />
a Cristo – e que não convém que uma pessoa se queira<br />
enaltecer acima <strong>dos</strong> seus serviços e deveres.<br />
Ela faz-me dizer que nunca esteve presente durante<br />
a vida pública de Cristo, embora tivesse grande desejo<br />
de O acompanhar. Ela amava o seu Filho a tal ponto que<br />
vê-Lo partir, lhe causou uma dor e um tormento enorme.<br />
Ela sentia-se-lhe ligada, como se Ele fosse parte do seu
próprio corpo. Os laços que a prendiam a Ele eram mais<br />
fortes que os dum irmão à irmã ou de um pai à mãe. Só se<br />
sentia bem na sua proximidade, mas apesar de tudo isso<br />
quis manter-se ignorada e ficou em casa. A partir desse<br />
momento só O viu raras vezes.<br />
Procedendo assim, revelou a sua humildade, para<br />
que também as pessoas aprendessem a ser humildes. Foi<br />
alguma vez personagem principal no Altar ou na Missa?<br />
Quis manter-se sempre ignorada, embora fosse a criatura<br />
mais grandiosa, a mais universal. Ela vale mais que<br />
to<strong>dos</strong> os Padres e religiosos juntos. Ela é a maior entre as<br />
maiores, escolhida por Deus para guiar a Igreja e para ser<br />
Sinal, para ser o grande Sinal, a Mãe do Salvador. Ela é<br />
também a Rainha <strong>dos</strong> Anjos. Mas é preciso dizer a to<strong>dos</strong><br />
que, apesar disso, viveu ignorada e entregue aos seus<br />
trabalhos caseiros.<br />
Não compete à mulher desempenhar funções<br />
públicas, por exemplo, como conselheira do Governo ou<br />
Doutora de Ciências.<br />
Não é conveniente mostrar-se assim e, por outro<br />
lado, desprezar os deveres de dona de casa. Qualquer<br />
trabalho, mesmo o mais insignificante e humilde de uma<br />
dona de casa, que serve a Deus e à sua família de todo o<br />
coração têm mais valor do que a mais bela e melhor conferência<br />
duma mulher doutora, ainda que o seu discurso<br />
ressoe através de to<strong>dos</strong> os microfones e seja registrado<br />
por to<strong>dos</strong> os jornais. Uma mulher destas vale muito menos<br />
lá em cima do que uma Mãe que leva a sua Cruz cotidiana<br />
educa bem os seus filhos e aceita o filho que concebeu.<br />
Quando tudo suporta com paciência, faz o seu<br />
trabalho humildemente, alimenta, cuida e veste os seus<br />
filhos, educa e limpa a prole, tem mais valor, perante a<br />
“malta <strong>dos</strong> três, lá de cima” (refere-se a Santíssima Trindade)<br />
do que uma mulher que só pensa em fazer figura.<br />
Poderíamos citar aqui as palavras: “Quem se humilha será<br />
exaltado, e voará como uma flecha.” Quando uma mulher<br />
não aceita os seus deveres caseiros e só aspira à grandezas,<br />
não pode conservar-se humilde.<br />
Toda a mulher que se quiser elevar será humilhada<br />
no Céu. Pelo contrário, todas as que se humilham, encontram-se<br />
no bom caminho. Obtêm para as suas famílias<br />
e para os povos muito mais graças do que outra que só<br />
pense em brilhar.<br />
Como resultado do orgulho surge o aborto. A mulher<br />
já não quer ser apenas “mãe de família”, com um<br />
papel a desempenhar: a educação <strong>dos</strong> filhos. Quer ser e<br />
parecer algo mais. Este é um <strong>dos</strong> motivos da morte de<br />
muitas crianças por aborto. É claro que há muitas mães<br />
que se encontram em grande necessidade. Essas deveriam<br />
ser auxiliadas por palavras e obras. Deveriam deixar<br />
viver o filho, mesmo que fosse muito duro. O seu sacrifício<br />
transformar-se-ia em fonte de benção.<br />
Se as mulheres estivessem mais tempo ao fogão<br />
e preparassem boas refeições aos mari<strong>dos</strong> [1], decerto<br />
não haveria tantos divórcios, como atualmente. Se as<br />
mulheres cumprissem melhor os seus deveres de donas<br />
55<br />
de casa e proporcionassem aos mari<strong>dos</strong> um ambiente<br />
caseiro mais agradável, não haveria tantas desavenças<br />
e separações.<br />
Se não existissem tantos homens e mulheres em<br />
concubinato, haveria mais cônjuges dota<strong>dos</strong> de espírito<br />
de sacrifício e menos lares desfeitos. Quando desaprendem,<br />
no tempo de concubinato, o que é o sacrifício e não<br />
sabem o que é renunciar, como quereis que venham a<br />
constituir família? Aos seus olhos, o casamento exige<br />
muitos sacrifícios e privações. Sempre assim foi, é assim<br />
e há-de ser sempre assim.<br />
Entre os que viveram juntos, durante muito tempo,<br />
poucos são os que vêm a casar. Além disso, é muito difícil<br />
para uma pessoa que durante anos viveu à vontade, voltar<br />
atrás e corrigir-se. Mesmo que essa pessoa quisesse mudar<br />
de vida, ser-lhe-ia bem mais difícil do que à uma outra<br />
que viveu normalmente, sem divagações para a esquerda<br />
ou para a direita, para seu bel prazer colher aqui as uvas<br />
e ali os rabanetes.<br />
(1) No mundo de hoje, defender uma coisa destas,<br />
é certamente atrair sobre si um dilúvio de imprecações.<br />
Mas é certamente esta uma das maiores causas da destruição<br />
das famílias. Esta foi a maior vitória do diabo: Tirar<br />
a mulher da educação <strong>dos</strong> filhos, de ficar em casa cuidando<br />
deles, exercendo a digníssima missão que Deus lhes<br />
confiou. Se a missão de cuidar <strong>dos</strong> filhos não fosse a mais<br />
digna de todas diante de Deus, a Mulher Maria, não seria<br />
a mais perfeita criatura que jamais existiu ou existirá. Foi<br />
sem dúvida o comunismo ateu quem conseguiu isso, e<br />
junto com ele o feminismo diabólico. Toda mulher que, fugindo<br />
à sua obrigação principal – a maternidade presente<br />
– se lançar na política, na busca de cargos de poder e<br />
mando, mais tarde não terá ouvi<strong>dos</strong> capazes de suportar<br />
os gritos de seus filhos, que sofreram pela sua falta. Ai da<br />
mãe, que deixando o lar e seus filhos, seja por qual for o<br />
motivo for, deixa-los larga<strong>dos</strong>! TODAS elas, sem nenhuma<br />
exceção, pagarão isso muito caro. E não adianta sacar a<br />
“igualdade de direitos”, porque a missão de mãe é tão sublime,<br />
que Maria é a criatura mais perfeita de Deus. E que<br />
fez Maria de excepcional? Cuidou de seu Divino Filho! Só<br />
isso! Que todas as mulheres façam isso! Que é TUDO!<br />
BOAS LEITURAS E IMAGENS PIEDOSAS<br />
B – Devo acrescentar ainda o seguinte: o livro, A<br />
Dolorosa Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, os livros<br />
da venerável (Santa para o Céu) Catarina Emmerich, assim<br />
como os de Maria de Jesus Agreda e o livrinho Imitação de<br />
Cristo de Thomas Kempis, tem grande valor (geme). Não<br />
quero falar disso.<br />
É preciso que estes livros sejam difundi<strong>dos</strong>. Mas<br />
também é necessário procurar neles temas para homilias,<br />
ideais, o que é muito importante para o confuso mundo de<br />
hoje, para os fiéis do nosso tempo.<br />
Tenho que falar do imenso valor destas “desbo-
tadas” estampas com imagens pie<strong>dos</strong>as. Já falei uma<br />
vez acerca deste assunto. Deveis falar dele, do alto <strong>dos</strong><br />
púlpitos, e é também necessário que fique registrado no<br />
livrinho. Sobretudo as estampas que contém promessas<br />
têm um grande valor. E vós deveis dar a conhecer essas<br />
promessas, que foram feitas à pessoas pie<strong>dos</strong>as. Muitos<br />
não as conhecem e até ao presente nunca as leram.<br />
A propósito da estampa com a Agonia de Cristo,<br />
onde Cristo está ajoelhado no Jardim das Oliveiras com<br />
o Cálice, há uma oração à qual estão ligadas grandes<br />
promessas. É necessário mencionar também a imagem<br />
de Jesus Misericordioso e o Terço da Misericórdia, a que<br />
estão também ligadas promessas importantes.<br />
Seria ótimo ter destas estampas em grandes<br />
quantidades por toda a parte, distribuí-las e mesmo...<br />
sim, lançá-las por todo o lado e, se isso fosse possível,<br />
colá-las às costas de cada um. Sois tão estúpi<strong>dos</strong> como<br />
cepos! Tendes à vossa disposição essas pagelas, essas<br />
promessas, esses privilégios e não o utilizais, pelo menos<br />
a grande maioria das pessoas não se servem delas!<br />
Há ainda outros folhetos deste gênero, por exemplo,<br />
o da Santa Brígida da Suécia e do Coração de Jesus.<br />
A devoção ao Coração de Jesus está atualmente muito<br />
reduzida. A ela estão também ligadas grandes promessas<br />
e o mesmo se pode dizer da devoção ao Imaculado<br />
Coração de Maria. A Verdadeira Devoção, segundo S. Luiz<br />
Maria Grignion de Montfort, também quase caiu no esquecimento.<br />
Se soubésseis o valor destes folhetos com imagens,<br />
que acabo de mencionar, em particular às da Santa<br />
Face, da Agonia de Cristo e de Jesus Misericordioso, porlhe-íeis<br />
uma moldura em ouro, tal como ao Terço!<br />
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao<br />
Coração Imaculado de Maria, com as suas importantes<br />
promessas, o Terço da Misericórdia, a contemplação da<br />
amarga Agonia de Cristo e a devoção à Santa Face –<br />
estas cinco – ocupam o lugar de honra. Difundi-as por<br />
toda a parte. Ela (aponta para cima) assim o quer. Deveis<br />
falar delas nas vossas homilias. Estas devoções encerram<br />
grandes virtudes. Se as pessoas conhecessem estas<br />
coisas, se soubessem perseverar na oração, ter-se-iam<br />
convertido ou, pelo menos, não cairiam tão baixo (geme).<br />
O PAPA E A IGREJA<br />
B – A situação atual do mundo é muito grave. O<br />
Papa sofre tanto. Como lhe é insuportável ver o que se<br />
passa! É um mártir, sofre mais do que Santo Estevão!<br />
Como ele já pouco pode dizer deveis ao menos dedicarvos<br />
à difusão destes livros de Maria Agreda, de Catarina<br />
Emmerich e da Imitação de Cristo. É isso que os lá de<br />
cima desejam.<br />
Dar-se-á, sem dúvida, um grande combate, um<br />
grande combate! Ela, lá em cima (aponta para cima), bem<br />
o sabe.<br />
O Papa sofre horrivelmente por causa da nova Mis-<br />
56<br />
sa. Ele sabe que o documento relativo à Missa não foi<br />
acolhido como ele desejaria, e que a nova missa... (solta<br />
gritos horríveis). Ah! Nós não gostamos de falar do Papa.<br />
Temos mais que fazer, temos que nos ocupar <strong>dos</strong> homens.<br />
Nós já não podemos atacar, pessoalmente o Papa (rosna<br />
desesperado).<br />
Nós já uma vez afirmamos que o Papa Paulo VI tinha<br />
elaborado e queria promulgar um documento a favor<br />
da antiga Missa. Por outras palavras: o Papa queria reintroduzir<br />
a Missa do S. Pio V, a Missa Tridentina. Tinha redigido,<br />
com todo o cuidado, um documento nesse sentido.<br />
Era, então, seu desejo publicá-lo Urbi et orbi.<br />
Alguns <strong>dos</strong> seus subordina<strong>dos</strong> entraram em deliberação<br />
para verem como poderiam impedir o restabelecimento<br />
da antiga Missa. Redigiram então outro documento,<br />
que imitava o primeiro duma maneira tão perfeita,<br />
quer no formato, quer na redação, que seria difícil uma<br />
pessoa aperceber-se, à primeira vista, de que se tratava<br />
dum documento falso.<br />
E – Porque é que o Espírito Santo permite estas<br />
coisas? Belzebu diz a verdade (...)!<br />
B – Permite-as, para que se cumpram as Escrituras.<br />
Há muito que se afirma que virão tempos tão confusos<br />
que cada um dirá: “Cristo está aqui!” ou “Cristo está ali!”<br />
Hoje, uns dizem “Isto é melhor” outros afirmam “aquilo<br />
é melhor”, e ninguém sabe o que quer. Cada um pensa<br />
que é bom, que é superior, e põe-se à frente <strong>dos</strong> outros.<br />
Há mesmo pessoas que seguem a muitos “Cristos”..., e<br />
outras que seguem somente um... normalmente o falso<br />
(ri mal<strong>dos</strong>o).<br />
E – Mas a Igreja Católica é guiada pelo Espírito<br />
Santo (...). Em nome (...)!<br />
B – Sem dúvida que a Igreja é guiada pelo Espírito<br />
Santo, mas se certos Cardeais e Bispos não forem<br />
melhores, não é culpa nossa que se deixem levar pela<br />
nossa malícia.<br />
No fundo, a Igreja não precisava de sofrer esta<br />
crise, mas é necessário que as coisas se passem assim,<br />
que o mundo seja passado a crivo, segundo a profecia<br />
do próprio Cristo. Virão brevemente tempos em que só<br />
haverá uma esquerda e uma direita e nenhuma situação<br />
intermédia. Talvez as coisas não se passem assim, se<br />
não tivéssemos chegado à esta confusão. É preciso que<br />
o mundo seja passado a crivo. Os cristãos que ficarem serão<br />
melhores que os <strong>dos</strong> últimos cinco séculos da Igreja.<br />
Eu, Belzebu, devo ainda dizer que as revelações do<br />
Apocalipse de S. João, tal como se encontram na Bíblia,<br />
são mal compreendidas pela maior parte das pessoas,<br />
porque foram escritas numa linguagem misteriosa. Para<br />
melhor as compreender deve consultar-se o livro de Maria<br />
Agreda. Lá se encontra a explicação de muitas coisas relativas<br />
à Revelação. Estamos nos últimos tempos e é por<br />
isso que to<strong>dos</strong> os fiéis devem pegar nestes livros e seguir<br />
os seus ensinamentos. Neles encontrarão uma melhor informação<br />
sobre todas estas coisas.
VERDADEIRAS E FALSAS<br />
ALMAS PRIVILEGIADAS<br />
B – Atravessamos uma época de grande confusão<br />
e guerras. O que os lá de cima mais lamentam é o aparecimento,<br />
hoje em dia, de tantas almas privilegiadas que,<br />
na realidade, não o são. Muitas destas almas privilegiadas<br />
não o são verdadeiramente.<br />
Devo acrescentar ainda – e faço-o contra à minha<br />
vontade – que muitos fiéis tem tendência a seguir, com<br />
fanatismo, os que se dizem almas privilegiadas(1). Na verdade,<br />
isso é mais fácil do que seguir a Cruz.<br />
Relativamente às autênticas almas privilegiadas,<br />
encontramos sempre a Cruz, a incredulidade, a oposição<br />
e contradição. E as coisas passam-se assim, porque nós,<br />
demônios, permanecemos por detrás de tudo e não queremos<br />
o bem. Mas a maioria <strong>dos</strong> fiéis, pelo menos grande<br />
parte deles, tem mais tendência a seguir, não as autênticas<br />
almas privilegiadas, mas aquelas onde há muita charlatanearia<br />
e fanatismo.<br />
Nunca houve tantas falsas almas privilegiadas<br />
como atualmente! É por isso que muitos fiéis, mesmo<br />
fiéis pie<strong>dos</strong>os, são induzi<strong>dos</strong> em erro, sobretudo quando<br />
se trata de pessoas pouco inteligentes. Nós temos um<br />
grande poder e utilizamo-lo especialmente para tentar as<br />
almas boas. Estamos a trabalhar afanosamente.<br />
Muitos <strong>dos</strong> “milagres” que acontecem no seio de<br />
certas seitas e que se passam com certas almas privilegiadas,<br />
vem lá de baixo (aponta para baixo). Pretende-se<br />
que tudo acontece pelo Espírito Santo, mas na realidade<br />
tudo é realizado por nós (aponta para baixo), em nome<br />
do inferno (2). Nós podemo-nos transformar em “Anjos de<br />
Luz.” Também é possível curar doentes, em nosso nome,<br />
se isso servir duma maneira vantajosa aos nossos objetivos.<br />
É mais fácil aos perversos realizarem coisas extraordinárias<br />
pelo poder do inferno e em seu nome, do que<br />
às autênticas almas privilegiadas obterem do Céu coisas<br />
extraordinárias e verdadeiros milagres. A estas últimas<br />
é necessária muita oração e virtude. Por esse motivo é<br />
que com as almas privilegiadas autênticas se dão muito<br />
menos milagres visíveis. Além disso, acontece às vezes<br />
também que almas privilegiadas autênticas se desviem<br />
de Deus. É preciso estar muito atento. Também aqui é<br />
preciso lembrar aquele aviso: “Examinai tudo, e guardai<br />
o que é bom” (Tess. 5,21).<br />
(1) Nesta, novamente, ele acerta em cheio. Primeiro<br />
que há milhares de falsos profetas por aí. Segundo, mesmo<br />
que se tratem de verdadeiros embusteiros, sempre<br />
encontram alguém fanatizado, capaz de os seguir e divulgar.<br />
Uns outros dirigi<strong>dos</strong> pelo inferno. Quanto aos fanáticos,<br />
aqui ele menciona uma palavra correta, a falta<br />
de inteligência, e esta é uma verdade. Um seguidor de<br />
profeta, que não perceba que nos livros e revelações dele<br />
existem centenas, para não dizer milhares de heresias, na<br />
verdade dá provas de pouca inteligência.<br />
(2) Vejam, as mesmas coisas que já revelamos no<br />
57<br />
artigo denominado Falsas Curas. Também o inferno pode<br />
curar, quando isso lhe interessa. Ele usa as seitas, o espiritismo<br />
e a macumba, exatamente para atrair as pessoas<br />
com promessas de cura. E as pessoas vão lá incautamente,<br />
para desta forma prostituírem suas almas.<br />
OS ÚLTIMOS TEMPOS<br />
B – Cristo disse: <strong>Tempos</strong> virão em que vos será<br />
dito: “Cristo está aqui”, “Ei-lo ali”. Se alguém vos disser:<br />
“Ele está no deserto”, não o acrediteis, pois surgirão falsos<br />
Cristos e falsos profetas, que darão grandes sinais, de<br />
maneira tal que, se fosse possível, até os eleitos seriam<br />
engana<strong>dos</strong>. Estas palavras poderiam aplicar-se muito<br />
bem às falsas almas privilegiadas. Muitos correm atrás<br />
delas como atrás de falsos Cristos.<br />
De fato, o Anti-Cristo surgirá como um falso Cristo,<br />
mas estas palavras podem aplicar-se também ao que<br />
acabo de referir. Estais agora na prova, mas a Igreja ressuscitará<br />
com novo esplendor. Escutai uma comparação<br />
tomada da figueira: quando nos troncos aparecem as folhas,<br />
sabeis que o Verão está próximo.<br />
Assim também, quando virdes suceder estas coisas,<br />
sabereis que está perto o Reino de Deus(Luc.21,29-<br />
31). Agora, esse tempo está terrivelmente perto. Ela<br />
(aponta para cima) manda dizer: “Coragem! Fazei penitência<br />
e convertei-vos, enquanto ainda é tempo”... pois o<br />
Seu Dia vai chegar (ruge como um leão), o Dia da Justa<br />
cólera de Deus.<br />
Aqui terminam as revelações. A expulsão final de<br />
Judas se deu da mesma forma como a de Akabor, que<br />
está no terceiro capítulo desta série. Um terror! Ninguém<br />
fará conta, jamais, do que significa o inferno. Ninguém, jamais,<br />
poderá pintar um quadro verdadeiro do que significa<br />
a realidade do afastamento eterno de Deus. Mesmo que<br />
se inventem novos idiomas, jamais, uma palavra definirá<br />
aquele esmagamento. E esta realidade, jamais deverá<br />
também ser posta de lado, como inofensiva, porque este é<br />
mais um ardil das trevas. Foi desta forma que elas conseguiram<br />
calar os padres, calar os leigos, calar a Igreja. Um<br />
dia eles to<strong>dos</strong> perceberão o quanto a humanidade perdeu<br />
por causa disso. E a conta negativa, lhes será totalmente<br />
imputada, para desespero de muitos.<br />
Jamais devemos deixar de alertar contra o inferno.<br />
As nossas almas têm valor infinito e Deus tem um grande<br />
amor por todas elas. Uma só alma incauta, alertada, que<br />
se salve, será um prêmio de eterna felicidade para aquele<br />
que o conseguiu, com as suas orações, com os seus sacrifícios,<br />
com os seus avisos e alertas. Vale a pena fazer<br />
parte do exército de Deus. Porque não é contra criaturas<br />
de carne, como diz São Paulo, que devemos lutar, mas<br />
sim contra os espíritos infernais que povoam os ares, em<br />
miríades de miríades, como moscas ao redor de uma carniça.<br />
Nós somos o alvo deles e nossas almas. E só com<br />
muita oração é que conseguiremos levar de vencida, pois<br />
aí, liga<strong>dos</strong> em Deus e sob proteção plena.
Oração, oração, oração! Amor, amor, amor!<br />
O Rosário é a grande arma!<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 11<br />
Para manter fidelidade ao livro, evitando que partes<br />
importantes possam ficar fora do conhecimento do leitor,<br />
acrescentamos neste último texto as críticas feitas pelos<br />
padres e as defesas do livro. Manteremos a originalidade,<br />
sem comentários, apenas para aqueles que quiserem se<br />
aprofundar.<br />
APÊNDICE<br />
RESPOSTAS À ALGUMAS CRÍTICAS<br />
PELO PADRE ARNOLD RENZ, SDS.<br />
1. Cristo não aceitou o testemunho <strong>dos</strong> demônios e<br />
ordenou-lhes: Calai-vos.<br />
a) O próprio Cristo estava presente. Ainda não tinha<br />
revelado a Sua divindade e não necessitava do testemunho<br />
<strong>dos</strong> demônios. O Pai testemunharia por Ele.<br />
b) Cristo também ordenou aos Seus Apóstolos que<br />
se calassem. Depois da Sua Transfiguração no Monte<br />
Tabor disse aos Apóstolos: “Não faleis a ninguém desta<br />
visão, enquanto o Filho do Homem não ressuscitar <strong>dos</strong><br />
mortos” (Mt. 17,9).<br />
c) A pouco e pouco Cristo foi preparando os homens<br />
para a revelação da Sua divindade. Por esse motivo<br />
é que recusou o testemunho <strong>dos</strong> demônios. Mas permitiu<br />
também que eles dissessem: “Nós sabemos quem és: és<br />
o Santo de Deus” (Lc. 4,34). Ele poderia ter impedido esta<br />
declaração, contudo não o fez.<br />
2. Nós temos os ensinamentos da Igreja, não precisamos<br />
do testemunho <strong>dos</strong> demônios.<br />
a) Os demônios não nos ensinam verdades de fé.<br />
Quando falam de si próprios, sobretudo quando dizem o<br />
que querem, misturam habitualmente e habilmente a verdade<br />
e o erro.<br />
b) Não se devem fazer perguntas indiscretas.<br />
Quando isso acontece, deve contar-se com respostas<br />
mentirosas. Isto não se aplica só aos demônios, mas também<br />
aos videntes e às almas privilegiadas. Infelizmente,<br />
são muitas vezes toma<strong>dos</strong> por agências de informações.<br />
Por exemplo, uma vez perguntaram ao Santo Cura d’Ars:<br />
“O meu marido está no Purgatório?” Ele respondeu: “Isso<br />
é que não lhe sei dizer. Nunca lá estive”.<br />
Pelo contrário, noutra ocasião, respondeu: “O homem<br />
em questão, salvou-se. Teve tempo de fazer um<br />
ato de contrição”. Neste caso havia um motivo especial.<br />
58<br />
Não se tratava apenas de dar a resposta a um pergunta<br />
curiosa.<br />
c) A existência <strong>dos</strong> demônios é um fato. A Sagrada<br />
Escritura informa-nos sobre a existência do inferno e <strong>dos</strong><br />
demônios. O Papa fala da existência e da ação <strong>dos</strong> demônios.<br />
Apesar disso, muitos não o acreditam. Por esse<br />
motivo é que a Santíssima Virgem disse ao Padre Gobbi:<br />
“O Papa sofre e reza; está sobre uma cruz que o consome<br />
e que o mata. Agora, ele também falou, mas a sua<br />
voz é como a semente caída no deserto. A minha Igreja<br />
transformou-se num deserto, ou em algo ainda pior”.*<br />
Através <strong>dos</strong> possessos a existência e a ação <strong>dos</strong><br />
demônios tornam-se palpáveis. Ela é, além disso, um sustentáculo<br />
para a nossa fé.<br />
d) As verdades ensinadas pela Igreja estão atualmente<br />
reduzidas ao silêncio. Por exemplo, quem falou<br />
nestes últimos anos do Inferno e <strong>dos</strong> demônios? O inferno<br />
e os demônios foram praticamente considera<strong>dos</strong> tabu<br />
para a pregação da Igreja, do Reino de Deus. Só com o<br />
caso Kligenberg** é que o problema voltou a ser discutido<br />
à escala mundial.<br />
Resultado: Uma divisão <strong>dos</strong> espíritos – uns acreditavam,<br />
outros negavam a existência de satanás e do<br />
inferno. Daí resultou, por outro lado, na negação <strong>dos</strong> fatos,<br />
por outro, uma fé renovada. Muitos, porém, foram leva<strong>dos</strong><br />
a refletir sobre o inferno e satanás, o que nunca teria<br />
acontecido se não fosse o caso Klingenberg.<br />
e) Nós não necessitaríamos nem das revelações<br />
feitas nos lugares de Aparições, nem das revelações de<br />
Videntes ou almas privilegiadas, se lêssemos mais seriamente<br />
a Sagrada Escritura. Assim, por exemplo, Maria diz<br />
ao Padre Gobbi: “As Minhas mensagens multiplicam-se<br />
tanto mais, quanto mais a voz <strong>dos</strong> meus servos se recusa<br />
a anunciar a verdade. Aquelas verdades tão importantes<br />
para a vossa vida já não são proclamadas, por exemplo:<br />
os ensinamentos sobre o Paraíso que vos espera, sobre<br />
a Cruz de Meu Filho que vos salva, sobre o pecado que<br />
fere o Coração de Jesus e o Meu, sobre o inferno, no qual<br />
tantas almas se precipitam diariamente, sobre a urgência<br />
da oração e da penitência”.<br />
f) Se os demônios se limitassem a falar de si próprios,<br />
tínhamos que recusar as suas revelações. Mas,<br />
precisamente nestes últimos casos de possessão, a Santíssima<br />
Virgem mostra o Seu poder e a Sua soberania. Ela<br />
obriga os demônios a manifestar verdades necessárias à<br />
Igreja do nosso tempo, verdades esquecidas que é preciso<br />
relembrar.<br />
g) Os ensinamentos da Igreja são recusa<strong>dos</strong>, do<br />
mesmo modo que as mensagens da Santíssima Virgem<br />
nos lugares das Suas Aparições e as revelações das almas<br />
privilegiadas. Recusam-se as lágrimas, as lágrimas<br />
de sangue da Mãe do Céu. Agora, a Santíssima Virgem<br />
tenta ainda um novo meio: as revelações <strong>dos</strong> demônios.<br />
Mas também elas, por sua vez, só são aceitas onde ainda<br />
brilha um mínimo de boa vontade.<br />
h) As revelações <strong>dos</strong> demônios não são senão um
favor do Céu, uma prova do Amor pleno de solicitude da<br />
Santíssima Virgem.<br />
i) A Santíssima Virgem disse, nas bodas de Caná:<br />
“Fazei tudo o que Ele vos disser”. Mas hoje, já não se faz o<br />
que Ele nos diz. A Santíssima Virgem repete-nos hoje, mas<br />
com mais urgência: “Fazei o que Ele vos disser”. Ela di-lo<br />
mesmo através <strong>dos</strong> demônios, para que nós sejamos salvos<br />
e para que contribuamos para a salvação <strong>dos</strong> outros.<br />
j) Como, Mãe da Igreja, assim a definiu Paulo VI<br />
no Concílio, tudo quer fazer para salvar os Seus filhos,<br />
os resgata<strong>dos</strong> por seu Filho. Teriam, porventura, as almas<br />
menos valor para Ela do que para o inferno, que emprega<br />
to<strong>dos</strong> os esforços, que trabalha sem cessar, para as<br />
perder?<br />
* Referia-se à alocução de S.S. Paulo VI sobre o<br />
demônio. Os textos destas locuções encontram-se em<br />
“Nossa Senhora aos Seus Sacerdotais”, Braga, 1986.<br />
** Caso de uma rapariga que morreu durante o<br />
exorcismo oficial.<br />
3. Mas como é possível que os demônios falem<br />
entre si, falem em detrimento do inferno? Eles só podem<br />
querer o mal da Igreja!<br />
a) É claro que os demônios só querem fazer-nos<br />
mal. Não nos querem dizer o que contraria o inferno. O<br />
seu objetivo principal é denegrir a Igreja, sempre que isso<br />
for possível. Mas já Goethe punha estas palavras na boca<br />
do demônio: “Eu sou a força que só quer o mal, e que,<br />
contudo, pratica sempre o bem”. *<br />
b) O que se passa com os possessos é precisamente<br />
isto: o poder da Santíssima Virgem exprime-se de<br />
maneira tangível, quando força os demônios a anunciar o<br />
bem e a verdade.<br />
c) Os demônios não querem fazer estas revelações.<br />
Só as fazem quando são obriga<strong>dos</strong>, sob o poder e as ordens<br />
da Santíssima Trindade e a da Santíssima Virgem. Só<br />
fazem estas revelações quando, intima<strong>dos</strong> em nome da<br />
Santíssima Trindade, da Santíssima Virgem, do Coração<br />
Imaculada de Maria ou em nome de Jesus, são obriga<strong>dos</strong><br />
a dizer a verdade e só a verdade. (No texto, estas exigências<br />
feitas aos demônios foram, na sua maioria abreviadas<br />
ou omitidas, por falta de espaço e para que a leitura não<br />
se tornasse excessivamente monótona). Mas sem essas<br />
ordens, pode acontecer – como aliás aconteceu – ouvir<br />
o demônio exclamar: “Estás a ser insolente.” – Porquê?<br />
– interrogou o exorcista – “Dizes apenas: diz a verdade!<br />
Se falas só em teu nome, então não somos obriga<strong>dos</strong> a<br />
revelar o que quer que seja”!<br />
d) Estas revelações são uma dádiva que o Céu concede<br />
à Igreja. Se assim forem consideradas podem fazer<br />
muito bem. Para muitas almas, podem significar o bem<br />
espiritual e a salvação, para a Igreja, a renovação. Por<br />
isso mesmo é que os possessos sofrem tão horrivelmente,<br />
sofrem até ao limite do possível. Foi o que aconteceu,<br />
por exemplo, com a jovem Annelise Michel, no caso Klingenberg,<br />
que morre depois do exorcismo. A esse respeito,<br />
59<br />
confessarão os demônios: “Nós atormentamo-la para lá<br />
de qualquer medida, a tal ponto que deveria ter desesperado<br />
e desistido. Nós esperávamos que, no seu desespero<br />
caísse nas nossas mãos. Mas não conseguimos alcançar<br />
o nosso objetivo! Ela resistiu e nós, demônios, fomos horrivelmente<br />
injuria<strong>dos</strong> por lúcifer”. E os demônios acabaram<br />
mesmo por confessar: “Se ela não foi imediatamente<br />
para o Céu, decerto chegou bem alto, bem alto”.<br />
Aqueles que conhecem a vida da possessa destes<br />
“Avisos” puderam verificar os sofrimentos monstruosos<br />
que ela desde há anos vem agüentando. Tais sofrimentos<br />
e uma vida assim são garantia da autenticidade desta<br />
possessão e destas revelações. É por isso que o livro<br />
constituirá uma obra importante, para o bem das almas<br />
e para a Igreja.<br />
e) O inferno agita-se e procura destruir o livro.<br />
Sem a proteção da Santíssima Virgem e da Santíssima<br />
Trindade não se teria conseguido vencer os obstáculos<br />
e as dificuldades, e a sua publicação jamais teria sido<br />
possível. Os próprios demônios tiveram que reconhecê-lo.<br />
Aliás, to<strong>dos</strong> aqueles que nele colaboraram, bem o sabiam,<br />
mesmo sem as revelações demoníacas. Estas, só o vieram<br />
a confirmar mais tarde.<br />
f) Para os exorcismos e adjurações a partir de 10<br />
de Junho e até 3 de Julho posso dizer que segui as instruções<br />
do “Ritual Romanum”, segundo as quais o exorcista<br />
não se deve deixar levar no engodo das palavras<br />
<strong>dos</strong> demônios ou por perguntas sobre questões futuras ou<br />
secretas, pois não é nisso que consiste o seu trabalho.<br />
g) Pelo desenrolar das “Confissões” verificou-se<br />
que a Santíssima Virgem decerto, como um último recurso,<br />
quis revelar pela boca <strong>dos</strong> demônios o que é útil para<br />
a Igreja e para o bem das almas. Só neste sentido, é que<br />
foram feitas perguntas e exigidas novas revelações, mas<br />
“somente a verdade e o que a Santíssima Virgem quer”.<br />
h) Antes das revelações importantes foram exigidas<br />
certas e determinadas orações, “para que nós (demônios)<br />
sejamos obriga<strong>dos</strong> a dizer a verdade”.<br />
i) Se os demônios não falassem a “linguagem do<br />
inferno”, a possessão não seria autêntica. Os demônios<br />
voltam sempre a exprimir o seu ponto de vista. O leitor<br />
reconhecerá facilmente quando os demônios exprimem o<br />
seu próprio ponto de vista.<br />
j) Os demônios estão liga<strong>dos</strong> ao “instrumento”, no<br />
seu modo de falar. Também é possível que as idéias do<br />
“instrumento” (da pessoa possessa) se misturem com as<br />
suas revelações. É por isso que é sempre necessário confrontar<br />
as revelações com os ensinamentos verdadeiros<br />
da Santa Igreja. “Examinai tudo, retendo apenas o que for<br />
bom” – diz S. Paulo.<br />
k) Num tempo em que os demônios são particularmente<br />
poderosos – como parece ser agora o caso, parece<br />
muito oportuno que a Santíssima Virgem, a vencedora de<br />
to<strong>dos</strong> os combates de Deus que há-de esmagar a cabeça<br />
a satanás, os force a fazer revelações mesmo contra a sua<br />
vontade, para bem <strong>dos</strong> homens e da Igreja. Também isto
é um triunfo de Maria.<br />
m) Se Ela pede constantemente que o livro seja<br />
impresso o mais rapidamente possível (porque o tempo<br />
urge?), certos pontos mais obscuros não puderam ser<br />
acompanha<strong>dos</strong> de notas explicativas.<br />
n) Durante a realização deste livro rezou-se muito.<br />
Os próprios demônios pediam constantemente, da parte<br />
da Santíssima Virgem, certas e determinadas orações.<br />
“Rezai muito ao Espírito Santo”!<br />
Se o leitor, por seu lado, aceitar este convite, decerto<br />
tirará grande proveito desta leitura. Há-de receber a luz<br />
necessária, mesmo para aquelas passagens que não têm<br />
a necessária clareza.<br />
* O demônio pratica e quer só o mal, mas Deus faz<br />
com que tudo concorra para o bem daqueles que ama,<br />
inclusivamente a ação do diabo.<br />
N.B. – A documentação final esclarece alguns<br />
pontos controversos do Exorcismo e dá ao leitor a linha<br />
doutrinal da Igreja nestas matérias.<br />
DOCUMENTOS<br />
O QUE É A POSSESSÃO?<br />
Pelo Padre Arnold Renz, SDS<br />
Provas da existência do demônio – Elas encontram-se<br />
nos ensinamentos de Cristo nas Sagradas Escrituras;<br />
nos ensinamentos do magistério eclesiástico; nos<br />
ensinamentos <strong>dos</strong> Papas, representantes de Cristo. Estes<br />
ensinamentos concordam: o demônio existe.<br />
A ação do demônio – O demônio exerce um grande<br />
poder, não apenas pela sua ação íntima sobre os homens<br />
e pela tentação, para os fazer cair em pecado e os afastar<br />
de Deus, mas também pelo seu domínio sobre determinadas<br />
pessoas através da possessão.<br />
A Possessão – Embora a possessão não possa<br />
ser provada nem confirmada pela Ciência (Psicologia)<br />
ela tenta estudá-la, saindo assim da sua competência.<br />
A sua existência tem, no entanto, de ser aceita. Mesmo<br />
abstraindo <strong>dos</strong> ensinamentos do Magistério e das Sagradas<br />
Escrituras, ela foi experimentada por Santos (por ex:<br />
S. João da Cruz, o caso duma religiosa na vida de Santa<br />
Teresa de Ávila, o Santo Cura d’Ars e tantos outros). A história<br />
da Igreja fornece um grande número de casos de<br />
possessão, que não são aqui menciona<strong>dos</strong>.<br />
É preciso grande prudência na aceitação de certos<br />
casos de possessão, pois existem doenças psicológicas<br />
que se assemelham muito à possessões. Há diferentes<br />
fenômenos, ou manifestações, que provam a possessão.<br />
O mais evidente á a reação ao exorcismo feito apenas<br />
mentalmente: é o chamado “exorcismo probativus.” Mas<br />
mesmo neste caso é possível que os demônios se escon-<br />
60<br />
dam, que não se manifestem e não reajam. No caso de<br />
não reagirem, isso não prova que eles não estejam presentes.<br />
Mas se reagem, isso prova que há possessão. Um<br />
fator importante é fornecido pelo comportamento perante<br />
objetos benzi<strong>dos</strong>, relíquias, água benta, medalhas... Mas,<br />
neste caso, não é preciso que a pessoa saiba previamente<br />
que os objetos estão benzi<strong>dos</strong>.<br />
O comportamento perante a água vulgar e a água<br />
benta é um sinal da presença <strong>dos</strong> demônios. Certas pessoas<br />
tem o dom de distinguir a água vulgar da água benta,<br />
mas a sua reação não é uma rejeição furiosa. A reação<br />
furiosa não se pode explicar dum modo natural.<br />
Um outro sinal comprovativo é o sucesso do exorcismo.<br />
Citamos apenas um caso: o <strong>dos</strong> pequenos possessos<br />
de Illfurt(1). Estes demônios puderam ser expulsos.<br />
Depois da sua expulsão, por exorcismos que se prolongaram<br />
durante dois anos, as crianças ficaram absolutamente<br />
normais.<br />
O fracasso do exorcismo<br />
será um sinal negativo?<br />
a) Se não há realmente possessão, o exorcismo<br />
não pode resultar. Em certos casos pode até mesmo prejudicar.<br />
b) Há casos de possessão que têm um objetivo<br />
particular: por exemplo, a purificação de uma pessoa que<br />
vive no pecado ou o castigo para uma vida de pecado,<br />
mas também há especialmente casos de pessoas que se<br />
consagram ao diabo. Tais casos são, na maior parte das<br />
vezes, longos e exigem um esforço enorme da parte do<br />
exorcista, mas não são casos desespera<strong>dos</strong>, sobretudo se<br />
a pessoa tiver boa vontade (o caso de Magda com o Padre<br />
Rodewyk) (2).<br />
c) Um caso particular de possessão é o que se<br />
chama “possessão expiadora.” As pessoas em causa não<br />
são pessoalmente culpadas. Podem, por exemplo, ter sido<br />
amaldiçoadas. Porque é que num ou noutro caso a maldição<br />
dá efeito e noutros não? Continua a ser um mistério.<br />
Se certas pessoas aceitam sofrer por outras, tal disposição<br />
pode traduzir-se em possessão. A possessão obriga a<br />
um sofrimento horrível. A história mostra que o possessos<br />
que sofreram muito tempo não chegam a velhos (o caso<br />
<strong>dos</strong> meninos de Illfurt).<br />
Há possessos que sofrem pela humanidade, pela<br />
Igreja ou por determina<strong>dos</strong> grupos de pessoas, por exemplo,<br />
Sacerdotes.<br />
d) Quando se consideram certos casos como, por<br />
exemplo, o de Nicolau Wolf, de Rippertschwand(3) ou o<br />
de Altotting(4), pode-se pensar que estes casos têm uma<br />
missão especial a cumprir na Igreja: não só pelos sofrimentos<br />
evidentes, mas também pelas suas revelações.<br />
Podíamos citar aqui o caso que é objeto desta obra ou<br />
o caso Klingenberg(5). As revelações feitas nestes casos<br />
devem ser consideradas um testemunho e um auxílio<br />
à Igreja nos tempos difíceis que atravessa. Estes casos
esistem ao exorcismo até se cumprirem determina<strong>dos</strong><br />
objetivos. No caso de Klingenberg, o sofrimento prolongou-se<br />
até à conformação com Cristo e a morte na Cruz.<br />
Anneliese morreu de fome e sede.<br />
O demônio declara nesta obra a propósito de Klingenberg:<br />
“Deus submeteu esta família e a to<strong>dos</strong> os que<br />
tomaram parte no assunto, a uma prova indizível. Ele chamou<br />
a Si essa pobre alma sofredora, para que acabasse o<br />
seu martírio e pudesse gozar da Beatitude eterna.” Acrescentaram<br />
depois: “Mesmo que ela (Anneliese) não tivesse<br />
sido imediatamente elevada à eterna Bem Aventurança,<br />
ficou muito alto, muito alto”(10 de Junho de 1977). A morte<br />
de Anneliese foi permitida por Deus e não devida a um<br />
fracasso do exorcismo.<br />
Em que é que consiste exatamente<br />
a possessão?<br />
No caso <strong>dos</strong> possessos, o demônio não só toma<br />
posse da alma da pessoa, como é o caso do pecado grave<br />
ou “pecado mortal”, como também do corpo e das forças<br />
físicas, psíquicas, de modo que a pessoa deixa de poder<br />
dispor livremente do seu corpo, do seu espírito e da sua<br />
vontade. Outro – o demônio – apoderou-se deles. A pessoa<br />
possessa não pode reagir contra o que os demônios<br />
querem fazer por seu intermédio. No entanto, uma ponta<br />
de inteligência, a mais profunda, e a vontade, podem oporse<br />
a todo o mal que os demônios querem impor. Neste<br />
caso, a pessoa não comete qualquer falta. Ainda menos se<br />
pode falar de culpa, se durante a “crise”, ou depois dela,<br />
a pessoa não se lembra de nada. Foi o caso, por exemplo,<br />
das crianças de Illfurth que, no fim, de nada se lembravam<br />
do que tinha acontecido durante a possessão.<br />
Muito especialmente, nos casos de “possessões<br />
expiadoras”, há o que se chama a possessão lúcida, isto<br />
é, a pessoa possessa sabe totalmente ou em parte, o que<br />
faz e diz. Nestes casos, estamos perante um sofrimento<br />
imensamente penoso, que é suportado com pleno conhecimento.<br />
Causas da possessão – Resumindo: pode haver<br />
um pecado grave, que abre as portas aos demônios. Pode<br />
acontecer que a pessoa em causa se entregue ao demônio<br />
por um pacto assinado com o seu próprio sangue(o<br />
caso de uma religiosa, na vida de Santa Teresa de Ávila e<br />
S. João da Cruz) que essa pessoa se entregue a práticas<br />
ocultas ou que tenha uma intenção especial: reparação ou<br />
algo semelhante.<br />
A possessão e a Ciência – Satanás e a possessão<br />
pertencem ao sobrenatural. A Ciência não tem acesso ao<br />
sobrenatural. Ela ocupa-se <strong>dos</strong> fenômenos. Se a Ciência<br />
discute sobre satanás ou sobre a possessão, ultrapassa<br />
os limites da sua competência e não merece crédito. O<br />
mesmo se pode dizer quanto à Psicologia e à Medicina.<br />
É razoável e até aconselhável que quando se desconfia<br />
de que há possessão, pensar em primeiro lugar,<br />
nas causas naturais e também nas doenças psíquicas.<br />
61<br />
Mas a razão exige que se atenda à possibilidade de uma<br />
possessão. Um exame cuida<strong>dos</strong>o do caso deve estabelecer<br />
as causas do estado da pessoa. O fracasso da<br />
Medicina no tratamento do caso pode ser um sinal de<br />
possessão. Quando a Ciência desiste, é preciso que o caminho<br />
fique aberto ao exorcismo, ao remédio apresentado<br />
pela Igreja, conforme as ordens de Cristo: “Expulsai os<br />
demônios”(Mt.10,8). O erro, segundo o qual, Cristo estaria<br />
condicionado pela mentalidade do seu tempo, relativamente<br />
aos demônios, contradiz a Sua Divindade e deve<br />
ser rejeitado.<br />
A Possessão é uma doença?<br />
Fundamentalmente a possessão não é uma doença;<br />
no entanto, pode atrelar-se a uma doença. Muitas<br />
das vezes, as doenças <strong>dos</strong> possessos desaparecem com<br />
a expulsão do demônio e não podem ser combatidas pela<br />
medicina.<br />
Que é exorcismo?<br />
O exorcismo é o remédio da Igreja, que se esforça<br />
por expulsar o demônio pela oração, por leituras da<br />
Sagrada Escritura, por adjurações, intimações em nome<br />
de Jesus, uso da água benta, bênçãos, Sinais da Cruz,<br />
a imposição da estola, a imposição das mãos. Seria um<br />
erro pensar que basta um único exorcismo para expulsar<br />
os demônios. É um duro combate entre o exorcista e os<br />
demônios.<br />
Estes repetem constantemente: “Nós não somos<br />
obriga<strong>dos</strong> a partir já.” É por isso que também aqui é válido<br />
o aforismo: Deus tem a última palavra a dizer.<br />
NOTAS<br />
1) 1) Padre P. Sutler: «O poder de satanás e a sua<br />
ação.»<br />
Editora Siegfried Hacker, Grobenzell, 7. ed. 1975.<br />
História <strong>dos</strong> pequenos possessos de Illfurt. Há tradução<br />
em francês na editora Résiac.<br />
2) 2) P. Adolf Rodewyk, SJ: «A possessão demoníaca<br />
nos <strong>Tempos</strong> de Hoje.» o caso Magda. Edição alemã de<br />
Paul Pattloch, Aschaffnbourg, 1976.<br />
3) 3) Johann Erni – Sermões do diabo – Nicolas<br />
Wolf, de Rippertschwand. Editora Siegfried Hacker. Grobenzell,<br />
1975. Edição alemã.<br />
4) 4) Teufelspredigt von Altoltting – Sermões do<br />
diabo de altoltting.<br />
5) 5) Sobre o «Caso Klingenberg» ainda não há<br />
nada publicado em definitivo.<br />
CARDEAL HOFFNER:<br />
Entrevista* sobre as possessões.
SL – A trágica morte, no verão de 1976, da estudante<br />
de Pedagogia, Anneliese Michel, falecida após os<br />
exorcismos de Klingenberg, excitou violentamente os<br />
espíritos. Foi dito, então, que era inadmissível que num<br />
século civilizado, como o século XX, se pudesse ainda<br />
acreditar no diabo e na possessão. Os Padres que fizeram<br />
o exorcismo foram considera<strong>dos</strong> co-responsáveis da morte<br />
da jovem estudante. O exorcismo devia ser legalmente<br />
proibido. Que é que o Sr. Cardeal pensa do caso?<br />
JH – Têm que se fazer duas perguntas: 1ª - Existem<br />
de fato os espíritos malignos, a que nós chamamos<br />
demônios? 2ª - Esses espíritos podem exercer influência<br />
sobre o ser humano?<br />
SL – Comecemos pela questão da existência do demônio.<br />
O Papa Paulo VI explicou na Audiência Geral de 15<br />
de Novembro de 1972: «Sabemos que esse ser obscuro<br />
e perturbador existe verdadeiramente e que está sempre<br />
em atividade». Em 23 de Julho de 1976, o jornalista Hannes<br />
Burger, de Munique, comentava assim os ensinamentos<br />
do Papa: «Dum modo geral, podemo-nos sorrir ante<br />
tal discurso; aliás, patacoadas desse gênero há muito que<br />
são consideradas absurdas, mesmo pela Teologia Católica<br />
Contemporânea».<br />
JH – Não vamos falar do tom presunçoso das palavras<br />
do Hannes Burger. Digo só que é falso afirmar que «a<br />
Teologia Católica Contemporânea» nega a existência <strong>dos</strong><br />
espíritos malignos. Os professores Karl Rahner e Herbert<br />
Vorgrimler declaram que «a existência de forças e poderes<br />
malignos sobre-humanos e a sua ação no mundo» são<br />
«uma verdade de fé” (1). O professor Leo Scheffczyk, da<br />
Universidade de Munique declara por seu lado que, «na<br />
pregação de Jesus, satanás se apresenta como o adversário<br />
da obra de salvação» (2).<br />
“Os diversos poderes – escreve o professor Heinrich<br />
Schlier, da Universidade de Roma – que só desenvolvem<br />
o único poder satânico, apresentam-se como uma<br />
espécie de poder individual” (3).<br />
Joseph Ratzinger, da Universidade de Ratisbona,<br />
escreve: “o exorcismo, sobre um mundo ofuscado pelos<br />
demônios, pertence inseparavelmente à via espiritual de<br />
Jesus e coloca-se no centro da Sua mensagem e na <strong>dos</strong><br />
Seus discípulos” (4).<br />
Poderia ainda citar outros tantos teólogos, mesmo<br />
protestantes. Mas estes exemplos já chegam.<br />
SI – Karl Rahner e Herbert Vorgrimler declaram que<br />
a existência <strong>dos</strong> espíritos malignos, é considerada “como<br />
ensinamento bíblico e do magistério eclesial” (5). Poderá<br />
o Sr. Cardeal esclarecer mais pormenorizadamente o sentido<br />
destas palavras?<br />
JH – O IV Concílio de Latrão, no ano de 1215, resumiu<br />
dum modo perfeitamente claro os ensinamentos<br />
da Igreja: “No princípio do mundo, Deus exercendo a Sua<br />
Força Poderosa, criou do nada, as duas criaturas, a espiritual<br />
e a corporal, quer dizer, a angélica e a terrestre e, em<br />
62<br />
seguida, a humana, que de certa maneira encerra em si as<br />
outras duas, pois é composta de espírito e corpo. Porque<br />
o diabo e os outros espíritos malignos foram cria<strong>dos</strong> bons<br />
por Deus. Eles próprios é que se tornaram maus” (6).<br />
Este texto significativo compreende três afirmações:<br />
1ª Deus criou tudo a partir do nada: os Anjos, o Universo<br />
e os Homens.<br />
2ª Os espíritos malignos também foram cria<strong>dos</strong><br />
por Deus, como seres bons, quer dizer, como Anjos. O mal<br />
não é uma estrutura fundamental do ser; não é uma força<br />
cósmica do ser.<br />
3ª Estes seres tornaram-se espíritos malignos,<br />
quando se separaram de Deus.<br />
O que o IV Concílio de Latrão ensina é a doutrina<br />
primitiva da fé Católica. Em 561, o Concílio de Braga<br />
declarava: “Se há alguém que diga que o demônio não<br />
foi criado por Deus, ao princípio, como um Anjo bom, que<br />
não é por natureza uma criatura de Deus mas que, ao<br />
contrário, saiu das trevas, que não tem criador, mas que<br />
é o princípio e a substância do Mal... que seja anátema.<br />
Se há alguém que diga que o demônio... produz pelo seu<br />
próprio poder a trovoada, os relâmpagos, as intempéries e<br />
a seca... que seja anátema (7).<br />
Ainda muito recentemente, o Concílio Vaticano II<br />
declarava que Deus, por Jesus Cristo, «nos libertou da escravidão<br />
do demônio e do pecado»(8), e que a atividade da<br />
Igreja tem por fim, “a confusão do demônio” (9).<br />
SI – O professor Haag declara que é anti-bíblico<br />
insistir na existência do demônio; que o Papa Paulo VI<br />
na sua alocução de 15 de Novembro de 1972, exerceu<br />
“pseudo-exegese” e interpolou os textos da Sagrada Escritura,<br />
“como nenhum estudante, no primeiro semestre,<br />
ousaria fazer”. Quando a Congregação para a Doutrina e<br />
Fé publicou, em Junho de 1975, o seu documento sobre<br />
“Fé cristã e demonologia”, o professor Haag declarou o<br />
seguinte: “Roma falou mais uma vez com rodeios”.<br />
JH – Teólogos autoriza<strong>dos</strong> refutaram vigorosamente<br />
a censura de que era anti-bíblico sustentar a existência<br />
do demônio. O professor Joseph Ratzinger escreve: “não<br />
é como exegeta, como comentador da Sagrada Escritura,<br />
que Haag diz “adeus ao diabo”, mas como “homem deste<br />
tempo”, porque a existência do demônio é inegável. A autoridade,<br />
em virtude da qual ele formula a sua opinião, é a<br />
da sua filosofia moderna e não a intérprete da Bíblia” (10).<br />
Nas pregações de Jesus, satanás é o grande adversário<br />
que, no entanto, não tem qualquer poder sobre Ele (João<br />
14,30), porque Jesus quebrou o seu poder: “O príncipe<br />
deste mundo está condenado”(João 16,11). Sem dúvida<br />
que satanás não está no centro da pregação de Jesus.<br />
Mas, “a luta contra o poder <strong>dos</strong> demônios” faz parte da<br />
missão de Jesus, que veio a este mundo, “para destruir as<br />
obras do diabo”(I João 3,8).<br />
SI – O professor Haag afirma que “em todas as<br />
passagens do Novo Testamento, onde se fala de satanás<br />
ou do diabo, pode também compreender-se o pecado ou
o mal” (11).<br />
JH – De modo nenhum. Nas Sagradas Escrituras<br />
lemos: “O diabo peca desde o princípio”. Só uma pessoa<br />
dotada de espírito e inteligência pode pecar, e não<br />
o “mal”.<br />
SI – O professor Haag afirma que nas Sagradas Escrituras<br />
o demônio é “uma personagem a fingir, sem entidade<br />
própria” (12); que, no Novo Testamento, o demônio<br />
aparece como “a representação do mal, de acordo com a<br />
mentalidade da época”; que Jesus e os Seus Apóstolos se<br />
movimentavam “nessa mentalidade da época, tal como o<br />
mundo que os rodeava” (13).<br />
JH – No tempo de Jesus, a crença nos Anjos e<br />
nos demônios não fazia parte do Universo espiritual. Os<br />
saduceus, por exemplo, afirmavam “que não havia nem<br />
ressurreição, nem Anjos, nem espíritos” (Atos 23,8).<br />
É preciso também acentuar que as Sagradas Escrituras<br />
condenaram severamente a magia e a quiromância,<br />
universalmente expandidas no mundo antigo. O<br />
Deuteronômio diz: “Não haja ninguém no meio de ti que<br />
faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha; ou se dê<br />
à prática de encantamentos, ou se entregue a augúrios,<br />
à adivinhação ou à magia, ou feitiço, ao espiritismo, aos<br />
sortilégios ou à evocação <strong>dos</strong> mortos. Porque o Senhor<br />
abomina aqueles que se entregam a semelhantes práticas.<br />
É por causa dessas abominações que o Senhor, teu<br />
Deus, expulsa diante de ti essas nações” (Deut. 18,10-12).<br />
Parece-me que estas advertências do Antigo Testamento<br />
são válidas para muitos homens cultos do século XX, que<br />
se entregam a tantas supertições.<br />
SI – É possível que os espíritos malignos exerçam<br />
influência sobre os homens?<br />
JH – As Sagradas Escrituras, no Novo Testamento,<br />
respondem afirmativamente: mencionam, com efeito,<br />
muitos possessos, que Jesus libertou <strong>dos</strong> espíritos malignos.<br />
Os professores Karl Rahner e H. Vorgrimler escrevem<br />
que não basta somente admitir a influência <strong>dos</strong> demônios<br />
nos casos onde há “fenômenos extraordinários”, mas<br />
também “na natureza e na história, em que existe uma<br />
cadeia normal, natural, explicável, de acontecimentos,<br />
uma dinâmica das forças demoníacas orientadas para o<br />
mal” (14).<br />
O professor H. Schlier declara que as forças demoníacas<br />
“se podem tornar senhoras do homem e do<br />
mundo, no seu espírito, até penetrarem no seu corpo,<br />
para mostrarem nelas e por elas o seu poder”; diz ainda<br />
que “estas forças têm, em cada ser, um cúmplice: a sua<br />
tendência egocêntrica, a sua repugnância perante Deus e<br />
o próximo”; que, precisamente nos nossos dias, não nos<br />
podemos libertar da sensação de que o problema do mundo<br />
e da história, está mal posto (15).<br />
Entre o Céu e a Terra há muitas coisas de que os<br />
“nossos homens cultos” não têm a menor idéia.<br />
[Fonte: “Diabo, Possessão, Exorcismo”, em “Questões<br />
Teológicas”, nº 10, Outubro de 1976, edit. Joseph<br />
63<br />
Kral, Abensberg].<br />
NOTAS<br />
1) 1) Pequeno Dicionário Teológico, editado por Karl<br />
Rahner e Herbert Vorgrimler, 7ª edição, Freiburg em Breisgau<br />
1968, p. 49.<br />
2) 2) Leo Scheffcyk, “Fé Cristã e Doutrina <strong>dos</strong> Demônios”,<br />
in Revista Teológica de Munique, (1975) p. 392.<br />
3) 3) Heirich Schlier, Forças e Poderes do Novo Testamento.<br />
Freiburg em Breisgau, 1958, p. 63.<br />
4) 4) J. Ratzinger, Adeus ao Diabo? Einsiedeln,<br />
1969, p. 48.<br />
5) 5) Cf. a anotação (1).<br />
6) 6) Denzinger – Schönmetzer, 800. H. Denzinger,<br />
SJ (teólogo católico alemão). O seu trabalho Enchiridion<br />
Symbolorum et Definitionum é clássico.<br />
7) 7) Ibidem, 457-458.<br />
8) 8) Gaudium et Spes, 22 (cfr. Ad Gentes, 3).<br />
9) 9) Lumen Gentum, 17.<br />
10) 10)J. Ratzinger, Adeus ao Diabo?<br />
11) 11)Herbert Haag, “Abschied vom Teufel” (Adeus<br />
ao Diabo). Einsiedeln, 169, p. 48.<br />
12) 12)Herbert Haag, “Teufelsglaube” (A crença no<br />
Diabo), Tubinga, 1971, p. 205.<br />
13) 13)Herbert Haag – Op. Cit. P. 47.<br />
14) 14)Kleines Theologisches Wörterbuch, (Pequeno<br />
Dicionário Teológico) p. 49.<br />
15) 15)Heirich Schlier, “Besinnung auf das Neue<br />
Testament” (Reflexões sobre o Novo<br />
Testamento) – Fribourg – Breisgnan, pp. 146, 148,<br />
e 157.<br />
A OPINIÃO DO TEÓLOGO<br />
PADRE BERNARDO<br />
Quisemos pedir a um teólogo, versado na mística,<br />
o Padre Bernardo, que nos dissesse o que pensava da leitura<br />
destes “Avisos”.<br />
Para um teólogo, a principal objeção que pode<br />
apresentar-se perante semelhantes “revelações” é esta:<br />
Que crédito dar as palavras de possessos? De fato há<br />
duas possibilidades:<br />
1º) que seja o espírito humano que fale e traduza os<br />
seus próprios pensamentos;<br />
2º) que sejam demônios e que mintam, sendo a<br />
mentira a alma do inferno.<br />
Sobre a primeira hipótese, respondemos: o espírito<br />
humano da possessa em questão não poderia, simultaneamente,<br />
falar como um condenado e proclamar constantemente<br />
as verdades da salvação. Sem falar de mil coisas,<br />
que ultrapassam a sua competência, e de mil fenômenos<br />
próprios das possessões e exorcismos inexplicáveis pelas<br />
leis naturais.
Quanto à Segunda, respondemos: é verdade que os<br />
demônios se esforçam sempre por mentir. Mas também é<br />
verdade, que eles podem ser obriga<strong>dos</strong>, por Deus, a dizer<br />
a verdade, do mesmo modo que podem, por Ele, serem<br />
obriga<strong>dos</strong> a fugir.<br />
Como saber se mentem ou agem sob a imposição<br />
de Deus? Primeiro, pelo conteúdo do que dizem: tudo o que<br />
é conforme a Fé autêntica é verdadeiro e, inversamente,<br />
é falso tudo quanto se lhe opõe. Depois, pelas circunstâncias<br />
que mostram a sua relutância, principalmente por<br />
não poderem resistir às invocações divinas e às orações,<br />
pela santidade da pessoa possessa, pela necessidade em<br />
que estão de falar antes de serem expulsos e de partir<br />
depois de dizerem tudo o que tinham para dizer.<br />
No presente caso, estes dois pontos são indiscutíveis.<br />
Sobretudo, é evidente a coação em que se encontram<br />
– como repetem constantemente ao proclamar as<br />
verdades mais comprometedoras para o seu próprio interesse<br />
de demônios, das mais úteis para a causa divina.<br />
Sabemos bem que este livro será violentamente rejeitado<br />
por uns, abundantemente criticado por muitos outros, em<br />
to<strong>dos</strong> os campos. Não é difícil prever que não agradará a<br />
to<strong>dos</strong>. Verificamos apenas isto: a posição que cada um tomar,<br />
pelo menos globalmente perante estas “revelações”,<br />
será exatamente a mesma que toma perante Deus. Porque<br />
é o autêntico ensinamento da Igreja bi-milenária que<br />
aqui encontramos, com toda a evidência. Há por certo,<br />
pontos particulares, de ordem contingente, principalmente<br />
a propósito das imposturas que aprisionam e torturam<br />
o Papa.<br />
Mas mesmo aí, se quisermos refletir bem, aí se encontra<br />
melhor a lógica da verdadeira Fé do que o cepticismo<br />
fácil <strong>dos</strong> “espíritos fortes”, esse mesmo inimigo que<br />
cega e utiliza com a maior facilidade a despreocupação.<br />
Notemos também que, em conjunto, estas “revelações”<br />
são controláveis, e até controladas, aliás, por fontes<br />
diferentes e sérias. E, com efeito, muitas santas almas<br />
sabiam já tudo isto, pelo menos o essencial. De modo que,<br />
de fato, a divisão entre os que “crêem e os que não crêem”<br />
já está feita pela escolha de cada um perante Deus.<br />
No fim de contas, o grande conselho que podemos<br />
dar aos que, sinceramente, procuram a verdade, é o mesmo<br />
dado no texto: pôr-se de joelhos e rezar com humildade,<br />
fervor e insistência, rezar, sobretudo ao Espírito Santo.<br />
Apetece-nos mesmo acrescentar: pôr-se na presença de<br />
Deus com a mesma intensidade com que o faríamos se<br />
soubéssemos que estávamos prestes a morrer e a ser<br />
julga<strong>dos</strong> por Ele. É aqueles que recusam esta perspectiva<br />
da Eternidade como condição fundamental para ver<br />
com clareza que Nosso Senhor dá a terrível lição do “Mau<br />
Rico”: só viu claro quando era demasiado tarde – e isso<br />
por culpa sua.<br />
E não somos nós, mas Nosso Senhor, quem conclui<br />
amargamente a lição: Como não acreditam em Moisés e<br />
nos Profetas, ainda que um morto ressuscitasse, também<br />
não acreditariam n’Ele.<br />
64<br />
(Aarão) - Nada mais a comentar, apenas o sentimento<br />
de ter feito a nossa parte. Compete a cada leitor,<br />
que se inteirou agora de muitos assuntos, levar adiante<br />
estes alertas do inferno, porque poderemos ser duramente<br />
chama<strong>dos</strong>, mais tarde, na hora da justiça, porque este dia<br />
virá fatalmente e está mais próximo do que pensamos.<br />
De fato, quanto a acreditar nos exorcismos em<br />
si, nos fica a frase do Padre Bernardo, o último teólogo<br />
a se manifestar: Se não acreditam nos profetas, se maldizem<br />
as escrituras, se cospem na verdade, mesmo que<br />
um morto ressuscite na frente deles, acharão sempre um<br />
“que” para negar a verdade. Ou chegarão ao absurdo de<br />
negar a existência do diabo, mas atribuir a ele o poder de<br />
fazer milagres como ressuscitar um morto.<br />
Tudo isso é sinônimo de um orgulho, execrando e<br />
exacerbado, que dilacera o mundo de hoje e atormenta a<br />
vida da Igreja. Diz o ditado, que o pior cego é aquele que<br />
não quer ver. Mas se poderá dizer hoje, que o pior cego é o<br />
orgulhoso. Sim, se os anjos caí<strong>dos</strong>, como estes que foram<br />
expulsos desta mulher, não fossem tão orgulhosos, não<br />
seriam cegos – diria, tão burros – a ponto de afrontarem<br />
a justiça de Deus.<br />
Também, Judas, a alma caída, se não pensasse<br />
apenas em ser grande – portanto orgulho – não seria cego<br />
a ponto de rejeitar as mil e uma chances de con<strong>versão</strong><br />
que Deus lhe havia proposto, nos três anos em que seguiu<br />
a Jesus. Eis, então, que por serem cegos de orgulho, os<br />
demônios também só conseguem passar para os incautos<br />
a própria cegueira – que significa andar nas trevas tendo<br />
a luz – motivo pelo qual caem ambos no mesmo abismo<br />
eterno.<br />
Quanto aos que, humildemente crêem, para estes<br />
a certeza de que a paz virá como um rio, pois no momento<br />
oportuno Deus restabelecerá todas as coisas, e as fará<br />
novas. Então as forças infernais, não poderão mais agir<br />
na Nova Terra. Elas serão sepultadas para sempre, cada<br />
demônio em seu canto escuro, e assim será por toda a<br />
eternidade. Imaginem no que lhes consistirá este suplício.<br />
Não vale a pena desafiar a Deus! É insensatez pura<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 12<br />
Para complementar os textos relativos aos exorcismos,<br />
nada melhor que trazer uma autoridade de peso<br />
máximo neste assunto. Trata-se de uma entrevista com<br />
o Padre Gabriele Amorth, um conhecidíssimo exorcista<br />
do Vaticano, retirada do site: http://www.lepanto.org.br/<br />
patroc.html. Neste texto, o leitor poderá sentir o motivo<br />
pelo qual estas matérias versando sobre o inferno e sobre<br />
o poder das trevas não mais chegam ao conhecimento do<br />
povo, pois há por trás um terrível esforço do inferno em<br />
evitar que sejamos esclareci<strong>dos</strong>. Estas forças – é obvio –
não são movidas por demônios invisíveis somente, mas<br />
por seus tentáculos na terra, pessoas que já se entregaram<br />
ao domínio das trevas. Elas tentam minimizar a ação<br />
do maldito anjo do mal, inclusive destruindo a formula<br />
milenar de exorcismo, aprovada pela Igreja, colocando em<br />
seu lugar uma fórmula inócua e até ridícula.<br />
Nos anos que passaram, tenho lido diferentes entrevistas<br />
deste sacerdote, e senti o quanto ele é atacado,<br />
ridicularizado e perseguido por aquela mesma claque<br />
maldita de certos cardeais, que se encastelaram nas altas<br />
esferas do Vaticano, e que tem um só objetivo em mente:<br />
Destruir a Igreja Católica e – pasmem – fazer reinar<br />
Lúcifer em lugar de Deus. Eis que fazem de tudo, para<br />
que as coisas de Lúcifer fiquem escondidas. Não acredite,<br />
pois, em qualquer pessoa que combata ou rejeite um<br />
verdadeiro exorcista, porque este é um declarado agente<br />
de satanás encastelado na Igreja. Tudo o que esta gente<br />
quer é fazer crer que o demônio não existe, para deixa-lo<br />
assim agir livremente em sua ânsia de destruir a humanidade.<br />
Se na Bíblia, segundo consta, existem ao todo 79<br />
citações sobre o demônio, e destas 19 são feitas pelo próprio<br />
Jesus nos Evangelhos, temos que acreditar no Papa<br />
que, há poucos dias disse numa entrevista: Quem nega a<br />
existência do demônio, é um herege! E mais, mil vezes<br />
pior do que ver em tudo a ação do demônio é não a ver<br />
mais em nada.<br />
Segue, então, a entrevista na íntegra, por gentileza<br />
de envio do amigo Cezar.<br />
A FUMAÇA DE SATANÁS<br />
NA CASA DO SENHOR<br />
(Entrevista com o Pe. exorcista Gabriele Amorth)<br />
*** A fumaça de Satanás na casa do Senhor ***<br />
Passaram-se 29 anos desde aquele 29 de junho de<br />
1972. Era a festa de São Pedro, príncipe <strong>dos</strong> apóstolos,<br />
aquele que trouxe o Evangelho de Cristo até o extremo<br />
Ocidente. E naquele 29 de junho, festa <strong>dos</strong> santos protetores<br />
de Roma, o sucessor de Pedro que assumira nome<br />
de Paulo lançou um dramático alerta. Paulo VI falou do<br />
inimigo de Deus por antonomásia, daquele inimigo do homem<br />
que se chama Satanás. O inimigo da Igreja. “Através<br />
de algumas fissuras”, denunciou Paulo VI, “a fumaça de<br />
Satanás entrou na Igreja”. Um grito angustiado, que deixou<br />
muita gente surpresa e escandalizada, mesmo dentro<br />
do mundo católico.<br />
E hoje, 29 anos depois? Aquela fumaça foi afastada,<br />
ou invadiu outros cômo<strong>dos</strong>? Fomos perguntar a uma<br />
pessoa que lida to<strong>dos</strong> os dias com Satanás e suas astúcias.<br />
Quase como profissão. É o exorcista mais famoso<br />
do mundo: padre Gabriele Amorth, fundador e presidente<br />
Ad Honorem da Associação Internacional <strong>dos</strong> Exorcistas.<br />
Fomos falar também com ele porque há algumas sema-<br />
65<br />
nas atrás, dia 15 de maio foi aprovada pela Conferência<br />
Episcopal Italiana (CEI) a tradução italiana do novo Ritual<br />
<strong>dos</strong> Exorcismos. Para entrar em uso, espera somente o<br />
placet da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina<br />
<strong>dos</strong> Sacramentos.<br />
— Padre Amorth, finalmente está pronta a tradução<br />
italiana do novo Ritual para os Exorcistas.<br />
Gabriele Amorth — Sim, está pronta. No ano<br />
passado a Conferência Episcopal Italiana recusou-se a<br />
aprová-la porque havia erros na tradução do latim. E nós,<br />
exorcistas, que temos de utilizá-la, aproveitamos para assinalar<br />
mais uma vez que não concordamos com muitos<br />
pontos do novo Ritual. O texto básico em latim, nesta tradução,<br />
continua inalterado. E um Ritual tão esperado, no<br />
fim, torna-se um blefe. Uma “amarra” inacreditável, que<br />
pode impedir o nosso trabalho contra o demônio.<br />
— É uma acusação muito grave. A que o senhor<br />
se refere?<br />
— Dou apenas dois exemplos. Bem evidentes. No<br />
ponto número 15, fala-se de malefícios e sobre a maneira<br />
de se comportar diante deles. O malefício é um mal causado<br />
a uma pessoa recorrendo ao diabo. E pode ser feito<br />
de várias formas, com trabalhos, maldições, maus-olha<strong>dos</strong>,<br />
vodu e macumba. O Ritual Romano explicava como<br />
enfrentá-lo. O Novo Ritual, por sua vez, afirma categoricamente<br />
que há proibição absoluta de fazer exorcismo nestes<br />
casos. Absurdo. Os malefícios são na grande maioria<br />
das vezes a causa mais freqüente das possessões e <strong>dos</strong><br />
males causa<strong>dos</strong> pelo demônio: nada menos de 90% das<br />
vezes. É como dizer aos exorcistas que não ajam mais.<br />
Já o ponto 16 afirma solenemente que não se deve fazer<br />
exorcismos se não se tem a certeza da presença diabólica.<br />
É uma obra-prima da incompetência: a certeza de<br />
que o demônio está presente em uma pessoa só pode<br />
ser obtida fazendo o exorcismo. E tem mais: os redatores<br />
não se deram conta de que contradiziam, em ambos<br />
os pontos, o Catecismo da Igreja Católica, que indica a<br />
realização do exorcismo tanto no caso das possessões<br />
diabólicas quanto no <strong>dos</strong> males causa<strong>dos</strong> pelo demônio.<br />
Da mesma forma como indica que deve ser feito tanto<br />
nas pessoas quanto nas coisas. E nas coisas nunca há a<br />
presença do demônio,<br />
há apenas a sua influência. As afirmações presentes<br />
no Novo Ritual são muito graves e prejudiciais, fruto de<br />
ignorância e inexperiência.<br />
— Mas não foi redigido por especialistas?<br />
— Não, absolutamente. Nestes dez anos, duas comissões<br />
trabalharam no texto do Ritual: a composta por<br />
cardeais, que organizou os Prenotanda, ou seja, as disposições<br />
iniciais, e a comissão que organizou as orações.<br />
E posso afirmar com certeza que nenhum <strong>dos</strong> membros<br />
das duas comissões jamais fez exorcismo nem assistiu a<br />
exorcismos, assim como não tem a menor idéia de como<br />
sejam os exorcismos. Esse é o erro, o pecado original,<br />
desse Ritual. Nenhum <strong>dos</strong> colaboradores que participaram<br />
era especialista em exorcismos.
— E como isso é possível?<br />
— Não pergunte para mim. Durante o Concílio Ecumênico<br />
Vaticano II cada comissão tinha a colaboração de<br />
um grupo de especialistas que ajudavam os bispos. E este<br />
costume se manteve também depois do Concílio, todas as<br />
vezes que foram feitas alterações no Ritual. Mas não neste<br />
caso. E se há um assunto sobre o qual há a necessidade<br />
de especialistas, é esse.<br />
— E como foi neste caso?<br />
— Neste caso nós, exorcistas, não fomos jamais<br />
consulta<strong>dos</strong>. E as sugestões que fizemos também foram<br />
recebidas de má-vontade pelas comissões. A história é<br />
paradoxal. Posso contá-la?<br />
— Claro.<br />
— À medida que, como solicitara o Concílio Vaticano<br />
II, as várias partes do Ritual Romano eram revistas,<br />
nós, exorcistas, esperávamos que fosse tratado também<br />
o título XII, isto é, o Ritual <strong>dos</strong> Exorcismos. Mas evidentemente<br />
não era considerado um assunto importante, já<br />
que passavam os anos e não acontecia nada. Depois,<br />
inesperadamente, em 4 de julho de 1990, saiu o Ritual ad<br />
interim, experimental. Para nós foi uma verdadeira surpresa,<br />
pois nunca tínhamos sido consulta<strong>dos</strong> antes. Embora<br />
tivéssemos já há muito tempo, feito alguns pedi<strong>dos</strong>, em<br />
vista de uma revisão do Ritual. Entre outras coisas, solicitávamos:<br />
retoques nas orações, acrescentando invocações<br />
a Nossa Senhora que faltavam completamente, e um<br />
aumento das orações especificamente exorcistas. Mas<br />
fomos completamente excluí<strong>dos</strong> da possibilidade de dar<br />
qualquer contribuição. Não nos desencorajamos: o texto<br />
era feito para nós. E dado que na carta de apresentação<br />
o então Prefeito da Congregação para o Culto Divino, cardeal<br />
Eduardo Martinez Somalo solicitava às conferências<br />
episcopais que enviassem, no prazo de dois anos, “conselhos,<br />
sugestões dadas pelos sacerdotes que utilizarão este<br />
texto”, começamos a trabalhar. Reuni dezoito exorcistas<br />
escolhi<strong>dos</strong> entre os maiores especialistas do planeta. Examinamos<br />
o texto com muita atenção. Utilizamo-lo. Logo<br />
elogiamos a primeira parte, na qual estavam resumi<strong>dos</strong> os<br />
fundamentos evangélicos do exorcismo. É o aspecto bíblico-teológico,<br />
no qual certamente não falta competência.<br />
Era uma parte nova, com relação ao Ritual de 1614, composta<br />
sob o papado de Paulo V: de resto, na época, não<br />
havia necessidade de lembrar destes princípios, que eram<br />
reconheci<strong>dos</strong> e aceitos por todo mundo. Hoje, ao contrário,<br />
é indispensável lembrá-los. Mas quando examinamos<br />
a parte prática, que requer o conhecimento específico<br />
do assunto, percebe-se claramente a total inexperiência<br />
<strong>dos</strong> redatores. As nossas observações foram eloqüentes,<br />
artigo por artigo, e enviamos a to<strong>dos</strong> os interessa<strong>dos</strong>: a<br />
Congregação para o Culto Divino, a Congregação para a<br />
Doutrina da Fé, as Conferências Episcopais. Também foi<br />
entregue uma cópia diretamente nas mãos do Papa.<br />
— E essas observações, como foram acolhidas?<br />
— Péssima acolhida, nenhuma eficácia. Tínhamos<br />
nos inspirado na Lúmen gentium, na qual a Igreja é des-<br />
66<br />
crita como um “Povo de Deus”. No número 28, fala-se da<br />
colaboração <strong>dos</strong> sacerdotes com os bispos, e no número<br />
37 é dito com clareza, chegando até mesmo a referir-se<br />
aos leigos, que “segundo a ciência, a competência e o<br />
prestígio de que gozam, têm a faculdade, aliás, algumas<br />
vezes até mesmo o dever, de apresentar o seu parecer<br />
sobre coisas atinentes ao bem da Igreja”. Era exatamente<br />
o nosso caso. Mas tínhamos nos iludido, ingenuamente,<br />
de que as disposições do Vaticano II tivessem chegado às<br />
congregações romanas. Em vez disso, tínhamos nos visto<br />
diante de uma muralha de recusa e desprezo. O Secretário<br />
da Congregação para o Culto Divino fez um relatório à<br />
comissão cardinalícia no qual dizia que seus únicos interlocutores<br />
eram os bispos, e não os sacerdotes ou os<br />
exorcistas. E acrescentava textualmente, a propósito da<br />
nossa humilde tentativa de ajuda como especialistas que<br />
expressam seu parecer: “Tivemos de constatar o fenômeno<br />
de um grupo de exorcistas e chama<strong>dos</strong> demonólogos,<br />
reuni<strong>dos</strong> em uma Associação Internacional, que orquestravam<br />
uma campanha contra o rito”. Uma acusação indecente:<br />
nós jamais orquestramos nenhuma campanha!<br />
O Ritual era dirigido a nós, e nas comissões não tinham<br />
convocado nenhuma pessoa competente; era mais do que<br />
lógico que tentássemos dar a nossa contribuição.<br />
— Mas então quer dizer que para vocês o Novo<br />
Ritual não pode ser utilizado na luta contra o demônio?<br />
— Sim, queriam nos entregar uma espada sem<br />
fio. Foram cancela<strong>dos</strong> as orações eficazes, orações com<br />
12 séculos de história, e foram criadas novas, ineficazes.<br />
Mas, felizmente, foi-nos dada na última hora uma possibilidade<br />
de salvação.<br />
— Qual?<br />
— O novo Prefeito da Congregação para o Culto Divino,<br />
o cardeal Jorge Medina, acrescentou ao Ritual uma<br />
Notificação. Na qual se afirma que os exorcistas não são<br />
obriga<strong>dos</strong> a usar esse Ritual, mas, se quiserem, podem<br />
utilizar ainda o antigo, com prévia solicitação ao bispo. Os<br />
bispos, por sua vez, devem pedir a autorização à Congregação,<br />
que, porém, como escreve o cardeal, “concede-a<br />
sem problemas”.<br />
— “Concede-a sem problemas”? É uma concessão<br />
bem estranha...<br />
— Quer saber de onde nasce? De uma tentativa<br />
feita pelo cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação<br />
para a Doutrina da Fé, e pelo próprio cardeal Medina,<br />
de introduzir no Ritual um artigo — na época o artigo 38<br />
— em que autorizavam os exorcistas a usarem o Ritual<br />
precedente. Sem dúvida, tratava-se de uma manobra in<br />
extremis para que pudéssemos evitar os grandes erros<br />
que existem neste Ritual definitivo. Mas a tentativa <strong>dos</strong><br />
dois cardeais foi reprovada. Então o cardeal Medina, que<br />
compreendera o que estava em jogo, decidiu dar-nos de<br />
algum modo uma possibilidade de salvação, acrescentando<br />
uma notificação à parte.<br />
— Como vocês, exorcistas, são considera<strong>dos</strong> dentro<br />
da Igreja?
— Somos trata<strong>dos</strong> muito mal. Os irmãos sacerdotes<br />
encarrega<strong>dos</strong> desta delicadíssima tarefa são vistos<br />
como loucos, como exalta<strong>dos</strong>. Geralmente são apenas<br />
tolera<strong>dos</strong> pelos próprios bispos que os nomearam.<br />
— Que fato mais evidenciou essa hostilidade?<br />
— Quando fizemos uma convenção internacional<br />
de exorcistas nos arredores de Roma. Na ocasião pedimos<br />
para ser recebi<strong>dos</strong> pelo Papa. Para poupar-lhe uma nova<br />
audiência, além das tantas que já tem, pedimos simplesmente<br />
que fôssemos recebi<strong>dos</strong> na audiência pública das<br />
quartas-feiras, na Praça São Pedro. E sem a necessidade<br />
de sermos cita<strong>dos</strong> nas saudações. Fizemos o pedido<br />
regularmente, como recordará perfeitamente monsenhor<br />
Paolo de Nicolò, da Prefeitura da Casa Pontifícia, que recebeu<br />
nosso pedido de braços abertos. Porém, um dia antes<br />
da audiência o próprio monsenhor Nicolò nos disse — na<br />
verdade com muito embaraço, o que nos fez ver que a<br />
decisão não dependia dele — que não fôssemos à audiência,<br />
que não tínhamos sido admiti<strong>dos</strong>. Inacreditável:<br />
150 exorcistas provenientes <strong>dos</strong> cinco continentes, sacerdotes<br />
nomea<strong>dos</strong> pelos seus bispos em conformidade com<br />
as normas do direito canônico, que requerem padres de<br />
oração, de ciência e de boa fama — portanto a nata do<br />
clero —, pedem para participar de uma audiência pública<br />
com o Papa e são postos para fora. Monsenhor Nicolò<br />
me disse: “Naturalmente, prometo-lhe que logo enviarei a<br />
carta com os motivos”. Passaram-se cinco anos e ainda<br />
espero por aquela carta. Certamente não foi João Paulo II<br />
quem nos excluiu. Mas que seja proibido a 150 sacerdotes<br />
de participarem a uma audiência pública com o Papa na<br />
Praça São Pedro explica o quanto os exorcistas da sua<br />
Igreja sofrem oposição, o quanto são malvistos por muitas<br />
autoridades eclesiásticas.<br />
— O senhor combate o demônio cotidianamente.<br />
Qual é o maior triunfo de Satanás?<br />
— Conseguir fazer acreditar que ele não existe. E<br />
quase conseguiu. Mesmo dentro da Igreja. Temos um clero<br />
e um episcopado que não acreditam mais no demônio,<br />
nos exorcismos, nos extraordinários males que o diabo<br />
pode causar, e nem mesmo no poder concedido por Jesus<br />
de expulsar os demônios. Há três séculos a Igreja latina<br />
— ao contrário da Igreja ortodoxa e de várias confissões<br />
protestantes — abandonou quase completamente o ministério<br />
exorcista. Não praticando mais exorcismos, não<br />
os estudando mais e nunca os tendo visto, o clero não<br />
crê mais. E não crê mais nem mesmo no diabo. Temos<br />
episcopa<strong>dos</strong> inteiros contrários ao exorcismo. Há nações<br />
completamente privadas de exorcistas, como a Alemanha,<br />
a Áustria, a Suíça, a Espanha e Portugal. Uma carência<br />
assustadora.<br />
— O senhor não citou a França. Lá a situação é<br />
diferente?<br />
— Há um livro escrito pelo exorcista mais conhecido<br />
da França, Isidoro Froc, com o titulo: Os exorcistas,<br />
quem são e o que fazem. Foi escrito a pedido da Conferência<br />
Episcopal Francesa. Em todo livro não é dito nem<br />
67<br />
uma vez que os exorcistas, em certos casos, fazem exorcismos.<br />
E o autor já declarou várias vezes na televisão<br />
francesa que nunca fez exorcismos e nunca os fará. Dos<br />
quase cem exorcistas franceses, somente cinco acreditam<br />
no demônio e fazem exorcismos, todo os outros mandam<br />
os que apelam a eles aos psiquiatras. E os bispos são<br />
as primeiras vítimas desta situação da Igreja Católica, na<br />
qual está desaparecendo a crença na existência do demônio.<br />
Antes que saísse esse novo Ritual, o episcopado<br />
alemão escrevera uma carta ao cardeal Ratzinger na qual<br />
afirmava que não era necessário um novo Ritual, pois não<br />
se devem mais fazer exorcismos.<br />
— É tarefa <strong>dos</strong> bispos nomear os exorcistas?<br />
— Sim. Quando um sacerdote é nomeado bispo,<br />
encontra-se diante de um artigo do Código de Direito Canônico<br />
que lhe dá autoridade absoluta para nomear os<br />
exorcistas. A qualquer bispo, o mínimo que se deve pedir<br />
é que tenha assistido pelo menos uma vez a um exorcismo,<br />
já que deve tomar uma decisão tão importante.<br />
Infelizmente isso quase nunca acontece. Mas se um bispo<br />
encontra-se diante de um sério pedido de exorcismo —<br />
isto é, que não seja feito por um demente — e não o<br />
providencia, comete um pecado mortal.<br />
— O senhor está dizendo que a maior parte <strong>dos</strong><br />
bispos católicos comete pecado mortal?<br />
— Quando eu era criança meu velho pároco me<br />
ensinava que os sacramentos são oito: o oitavo é a ignorância.<br />
E o oitavo sacramento salva mais do que os<br />
sete juntos. Para cometer pecado mortal é preciso uma<br />
matéria grave, mas também a plena advertência e o deliberado<br />
consenso. Esta omissão de ajuda por parte de<br />
muitos bispos é matéria grave. Mas esses bispos são ignorantes:<br />
portanto não há o deliberado consenso e a plena<br />
advertência.<br />
— Mas a fé continua intacta, isto é, continua a<br />
ser uma fé católica, se a pessoa não crê na existência<br />
de Satanás?<br />
— Não. Conto-lhe um episódio. Quando encontrei<br />
pela primeira vez o padre Pellegrino Ernetti, um célebre<br />
exorcista, que exerceu o seu ofício por 40 anos em Veneza,<br />
disse-lhe: “Se pudesse falar com o Papa, eu lhe diria<br />
que encontro muitos bispos que não acreditam no demônio”.<br />
No dia seguinte, o padre Ernetti veio falar comigo e<br />
contou-me que naquela manhã tinha sido recebido por<br />
João Paulo II. Santidade”, dissera-lhe, “há um exorcista<br />
aqui em Roma, padre Amorth, que se viesse falar com<br />
o senhor diria que há muitos bispos que não crêem no<br />
demônio”. O Papa respondeu-lhe claramente: “Quem não<br />
crê no demônio não crê no Evangelho”. Eis a resposta que<br />
ele deu e que eu repito.<br />
— Explique-me: a conseqüência é que muitos bispos<br />
e muitos padres não seriam católicos?<br />
— Digamos que não crêem em uma verdade evangélica.<br />
Portanto, no mínimo, eu lhes diria que deixassem<br />
de propagar uma heresia. De qualquer modo, deixemos<br />
claro: uma pessoa pode ser formalmente herética se for
acusada de alguma coisa e se persistir no erro. Mas ninguém,<br />
hoje, pela situação que existe na Igreja, acusaria<br />
um bispo de não acreditar no diabo, nas possessões do<br />
demônio, e que não nomeia exorcistas, pois não acredita<br />
nisso. Mesmo assim eu poderia citar muitos nomes<br />
de bispos e cardeais que logo depois da sua nomeação<br />
para uma diocese tiraram de seus exorcistas a faculdade<br />
de exercer o ofício. Ou então de bispos que afirmam<br />
abertamente: “Eu não acredito, são coisas do passado”.<br />
Por quê? Infelizmente houve muita influência de alguns<br />
biblistas, e eu poderia citar-lhe nomes ilustres. Nós que<br />
diariamente tocamos com nossas próprias mãos o mundo<br />
do além sabemos que influenciou em muitas reformas<br />
litúrgicas.<br />
— Por exemplo?<br />
— O Concílio Vaticano II solicitara a revisão de<br />
alguns textos. Desobedecendo a essa ordem, decidiu-se<br />
refazê-los completamente. Sem pensar que se poderia<br />
piorar as coisas em vez de melhorá-las. E muitos ritos<br />
foram piora<strong>dos</strong> por esta mania de querer jogar fora tudo<br />
o que havia no passado, e refazer tudo do início, como<br />
se a Igreja até hoje tivesse sempre nos enganado e só<br />
agora tivesse chegado o tempo <strong>dos</strong> grandes gênios, <strong>dos</strong><br />
super-teólogos, <strong>dos</strong> super-biblistas, <strong>dos</strong> super-liturgistas<br />
que sabem dar à Igreja as coisas certas. É uma mentira: o<br />
último Concílio solicitara simplesmente a revisão daqueles<br />
textos, não a destruição. Mas também o rito do batismo<br />
das crianças foi piorado. Foi completamente alterado,<br />
chegando quase a se eliminar o exorcismo contra Satanás,<br />
que teve sempre enorme importância para a Igreja,<br />
tanto que era chamado de exorcismo menor. Contra este<br />
novo rito até Paulo VI protestou publicamente. Foi piorado<br />
o rito da nova bênção. Li minuciosamente todas as suas<br />
1.200 páginas. Pois bem, foi meticulosamente eliminada<br />
toda a referência ao fato de que o Senhor nos deve<br />
proteger de Satanás, de que os anjos nos protegem <strong>dos</strong><br />
assaltos do demônio. Tiraram também todas as orações<br />
que havia para a bênção das casas e das escolas. Tudo<br />
devia ser abençoado e protegido, mas hoje não se protege<br />
mais do demônio. Não existem mais defesas e nem<br />
mesmo orações contra ele. O próprio Jesus tinha nos ensinado<br />
uma oração de libertação no Pai Nosso: “Livrai-nos<br />
do Maligno. Livrai-nos da pessoa de Satanás”. Em italiano<br />
(e em português, n. d. t.) foi traduzida de modo errôneo, e<br />
agora se reza dizendo: “Livrai-nos do mal”. Fala-se de um<br />
mal genérico, do qual, no fundo, não se sabe a origem; ao<br />
contrário, o mal que Nosso Senhor Jesus Cristo tinha-nos<br />
ensinado a combater é uma pessoa concreta: é Satanás.<br />
— O senhor tem um observatório privilegiado:<br />
acredita que o satanismo esteja se difundindo?<br />
— Sim, muito. Quando diminui a fé aumenta a superstição.<br />
Usando a linguagem bíblica, posso dizer que<br />
se abandona a Deus para se dedicar à idolatria; usando a<br />
linguagem moderna, abandona-se a Deus para se dedicar<br />
ao ocultismo. A assustadora diminuição da fé em toda a<br />
Europa católica faz com que as pessoas se entreguem<br />
68<br />
nas mãos de magos e cartomantes, enquanto prosperam<br />
as seitas satânicas. O culto do demônio é celebrado para<br />
as grandes massas com o rock satânico de personagens<br />
como Marilyn Manson, e até as crianças são soterradas<br />
de revistas em quadrinhos que ensinam magias e satanismo.<br />
As sessões espíritas nas quais se evocam mortos<br />
para obter respostas são muito populares. Hoje se ensina<br />
a fazer sessões espíritas pelo computador, pelo telefone,<br />
pela televisão, com o gravador, mas principalmente com<br />
a escritura automática. Nem se precisa mais do médium:<br />
é um espiritismo “faça você mesmo”. Segundo as pesquisas,<br />
37% <strong>dos</strong> estudantes participou pelo menos uma<br />
vez do jogo do “cartaz” ou do copo, que é uma verdadeira<br />
sessão espírita. Numa escola a que fui convidado para fazer<br />
uma conferência, os jovens disseram que faziam as<br />
sessões durante a aula de religião com a conivência do<br />
professor.<br />
— E funcionam?<br />
— Não existe distinção entre magia branca e magia<br />
negra. Quando a magia funciona, é sempre obra do<br />
demônio. Todas as formas de ocultismo, como este grande<br />
recurso às religiões do Oriente, com suas sugestões<br />
esotéricas, são portas abertas para o demônio. E o diabo<br />
entra. Logo.<br />
— Padre Amorth, o satanismo se difunde cada vez<br />
mais. O Novo Ritual praticamente impede os exorcismos.<br />
Os exorcistas são impedi<strong>dos</strong> de participarem a uma audiência<br />
com o Papa na Praça São Pedro. Sinceramente, o<br />
que está acontecendo?<br />
— A fumaça de Satanás entra por tudo. Por tudo!<br />
Talvez tenham nos excluído da audiência com o Papa porque<br />
tinham medo de que a presença de tantos exorcistas<br />
conseguisse expulsar as legiões de demônios que se instalaram<br />
no Vaticano.<br />
— O senhor está brincando, não é?<br />
— Pode parecer uma brincadeira, mas acredito<br />
que não seja. Não tenho a menor dúvida de que o demônio<br />
tenta principalmente as cúpulas da Igreja, assim<br />
como tenta todas as cúpulas, tanto as políticas quanto as<br />
industriais.<br />
— O senhor está dizendo que neste caso também,<br />
como em todas as guerras, Satanás quer conquistar a fortaleza<br />
do inimigo, e aprisionar os generais adversários?<br />
— É uma estratégia vencedora. Tenta-se sempre<br />
levá-la a cabo. Principalmente quando as defesas do adversário<br />
são frágeis. E Satanás também tenta. Mas graças<br />
aos céus existe o Espírito Santo que sustenta a Igreja: “As<br />
portas do inferno não prevalecerão”. Apesar das deserções.<br />
E apesar das traições. Que não devem admirar. O<br />
primeiro traidor foi um <strong>dos</strong> apóstolos mais próximos de<br />
Jesus: Judas Iscariotes. Mas apesar disso a Igreja continua<br />
no seu caminho. Mantém-se em pé com o sustento<br />
do Espírito Santo, e, portanto todas as lutas de Satanás<br />
só podem ter resulta<strong>dos</strong> parciais. Claro, o demônio pode<br />
vencer batalhas. Mas nunca a guerra.<br />
Claro como a luz do sol, não precisa mais co-
mentários. Por esta entrevista, fica muito claro que os<br />
adversários de Deus já caminharam um longo passo. O<br />
“cavalo de Tróia” atual, não só entrou uma vez na Igreja,<br />
carregado de inimigos, mas agora entra e sai a bel prazer,<br />
trazendo sempre novos, que apostatam da fé, e passam a<br />
ser nossos ferozes combatentes. De to<strong>dos</strong> os la<strong>dos</strong>, agora<br />
surgem estes combatentes das trevas. Há séculos foram<br />
anuncia<strong>dos</strong> por Deus, mas ninguém acredita.<br />
São estes, meus caros leitores, os nossos algozes<br />
de amanhã. Num dia, que está muito próximo de chegar,<br />
se cumprirá na essência aquela palavra de Jesus que está<br />
em João 16,1: Expulsar-vos-ão das sinagogas (igrejas) e<br />
virá a hora em que todo aquele que vos tirar a vida, julgará<br />
prestar culto a Deus. Pois eu lhes digo, é desta gente que<br />
se deve esperar tais atitudes. Hoje, eles já nos expulsam<br />
das igrejas com suas esbórnias, sua falsa doutrina e seu<br />
falso cristo. Amanhã, eles empunharão em armas reais, e<br />
nos matarão fisicamente, em nome deste deus pessoal<br />
que inventaram. Não espere a grande perseguição, como<br />
vinda apenas <strong>dos</strong> inimigos declara<strong>dos</strong> de Deus, mas sim<br />
<strong>dos</strong> camufla<strong>dos</strong>, <strong>dos</strong> escondi<strong>dos</strong> dentro das hostes santas,<br />
que então se manifestarão abertamente. Aguarde a<br />
loucura!<br />
Enquanto isso e até lá, rezemos! Só a oração nos<br />
dará fortaleza para vencer!<br />
Apeguemo-nos no Rosário em família! Ele é a arma<br />
invencível!<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 13<br />
No primeiro recado desta série, eu havia planejado<br />
uma seqüência de apenas 12 textos sobre este assunto,<br />
entretanto, a medida que o tempo passava, percebi que<br />
não poderia deixar de lado o último demônio a ser expulso<br />
desta mesma mulher, demônio este que se negava a revelar-se.<br />
Trata-se de um padre condenado ao inferno, que<br />
é também forçado a revelar a situação <strong>dos</strong> sacerdotes do<br />
mundo inteiro. Ele diz que existem no mundo hoje – isso<br />
em 1978 – mais de um milhão de sacerdotes que vivem<br />
pior do que ele viveu, e terão o mesmo destino dele, se<br />
não se converterem.<br />
Ainda bem que o Pai reserva para to<strong>dos</strong> nós o Aviso<br />
incrível, quando a imensa maioria destes sacerdotes tão<br />
relapsos se converterá, embora em meio aos mais atrozes<br />
sofrimentos e dores indizíveis, de um verdadeiro inferno<br />
ainda em vida. Infelizmente, não existe outra forma para o<br />
Pai agir, porque eles se negam sistematicamente a ouvir,<br />
os Avisos e Sinais que Deus nos envia. E as revelações<br />
deste infeliz condenado às chamas eternas, são mais do<br />
que um aviso, são um ultimato!<br />
Como este exorcismo não constava do livro que eu<br />
tinha, fui pedir aos detentores <strong>dos</strong> direitos aqui no Brasil,<br />
69<br />
o texto original, para mais facilmente poder inserir no site.<br />
Mas por infelicidade eles não me puderam disponibilizar<br />
a matéria, por questão destes tais “direitos autorais” –<br />
não me conformo com estas coisas em se tratando de<br />
matérias da Igreja e de relevante interesse como estas<br />
– e assim fui obrigado a um malabarismo para conseguir<br />
a matéria. Fui buscar, no site: www.tldm.org/News4/<br />
WarningsFromBeyond.3of3.htm em inglês, e fiz pessoalmente<br />
a tradução, bela escola para mim que há mais de<br />
trinta anos não usava <strong>dos</strong> meus estu<strong>dos</strong> deste idioma, no<br />
antigo Yazigi, onde estudei um ano.<br />
Peço perdão aos leitores pela tradução, que não<br />
ficou lá estas coisas. Mas devemos acreditar que também<br />
o próprio Verdi Garandieu coloca as coisas de forma bastante<br />
enrolada, porque sua língua materna era o francês, e<br />
assim fica difícil de entender muitas de suas colocações.<br />
Creio, porém, que o leitor entenderá tudo perfeitamente,<br />
e é o que de fato importa. Se ele falasse no inglês clássico,<br />
os softwares de tradução fariam uma bem melhor<br />
adaptação, e assim paciência. Peço perdão, também, por<br />
ter que dividir em dois textos, porque senão ficará muito<br />
longa a matéria<br />
MENSAGEM PARA OS PADRES<br />
EXORTAÇÃO PARA VOLTAR<br />
VIDA DO EVANGELHO<br />
EXORCISMO DE 5 de ABRIL de 1978<br />
Exorcista: Gere Ernest Fischer, missionário aposentado,<br />
Gossau (São-fel, Suíça.)<br />
Demônio: Verdi-Garandieu, um demônio humano.<br />
Trata-se aqui do exorcismo do Abade Verdi-Garandieu,<br />
demônio humano, padre da diocese de Tarbes na<br />
França, que viveu no décimo sétimo século de nossa era,<br />
e que endereça esta mensagem patética, através da mulher<br />
possessa, para os irmãos dele no Sacerdócio, a fim<br />
de lhes pedir - por ordem da Trindade Santíssima e a da<br />
Virgem Maria - a voltarem para a estrada estreita do Evangelho,<br />
e assim se prevenirem de sofrer no Inferno eterno o<br />
mesmo destino horrível que lhe aconteceu, por causa das<br />
infidelidades que ele cometeu em vida.<br />
Antes de iniciar, o padre exorcista fez , como de<br />
costume nestes casos, inúmeras invocações aos Santos<br />
da Igreja Católica, Apostólica, Romana como de costume,<br />
em especial invocando ao grande São Vicente Ferrer, um<br />
grande adversário de satanás. Isso para sintetizar o que<br />
vem a seguir: São Vicente Ferrer, um exemplo de sacerdote<br />
a ser seguido! Verdi Garandieu um mau exemplo de<br />
sacerdote a ser evitado tenazmente, sob pena de perda<br />
eterna.<br />
Assim, o demônio humano Verdi Garandieu vai falar<br />
por quase duas horas sem parar. Reproduzimos aqui
apenas o texto da abjuração dele, feita por ordem de Céu,<br />
destinada para os padres de nosso tempo. Verdi Garandieu<br />
depois de ter mostrado que ele também se tornou<br />
“um demônio entre os demônios”, de repente começa a<br />
clamar, dizendo: Foi uma coisa estúpida o que eu fiz, não<br />
correspondendo à graça e conduzindo a minha vida como<br />
eu conduzi! “<br />
Então, enquanto proferia gritos de terror através da<br />
voz da possessa, ele exclama: Por que eu me deixei conduzir<br />
por aquele caminho, porque? Por que eu aceitei ser<br />
admitido no Sacerdócio? Isto foi uma irresponsabilidade<br />
muito grande, uma vez que eu não era indicado para isto,<br />
pois não estava preparado para encarar as dificuldades,<br />
para me elevar até as alturas deste grande ideal! Por que<br />
eu dei mau exemplo, como milhares e milhares de padres<br />
fazem hoje, não agindo conforme meu sacerdócio? Por<br />
que eu não ensinei o catecismo como deveria ter feito?<br />
Eu passei meu tempo olhando para os vesti<strong>dos</strong> das<br />
mulheres, em lugar de cumprir as ordens de Deus. A verdade<br />
disto é: eu não era nem quente, nem frio, eu estava<br />
morno e Deus me vomitou da boca dele (Ap 3,16). Na minha<br />
mocidade, eu era ainda bom, e ainda correspondi um<br />
pouco, apenas para agradar.”<br />
(Enquanto ele estava falando, nós ouvimos os gritos<br />
dele, pela mulher possessa.)<br />
Posteriormente eu fiquei morno. Foi quando eu entrei<br />
pela estrada larga e fácil, a do prazer e do abandonado<br />
à estrada estreita da virtude, não respondendo nem para<br />
enfeitar nada mais, e dali em diante, eu caí cada vez mais<br />
baixo e mais abaixo.<br />
No princípio, eu ainda confessava meus peca<strong>dos</strong>;<br />
Eu quis me mudar, mas não tive sucesso porque já não<br />
soube rezar adequadamente. Eu não respondi para a<br />
graça por causa desta tepidez, e aprofundei esta fase de<br />
frieza ainda mais adiante. Entre esta tepidez e a frieza, a<br />
distância é igual a de uma casca de cebola. Se eu tivesse<br />
sido quente e ardente, eu não teria conhecido este destino<br />
miserável.<br />
Se os padres de nosso tempo não se alertarem -<br />
Ah, bem! Eles sofrerão destino igual ao meu. Na atualidade,<br />
há milhares de milhares de padres no mundo que<br />
estão como eu estava, que dão mau exemplo, que estão<br />
mornos e que já não respondem à graça de Deus. E assim,<br />
se eles não se mudarem, terão um destino nada melhor<br />
do que eu, Verdi-Garandieu, tenho.<br />
Ah! Que destino eu tenho no Inferno! Se, pelo menos,<br />
eu não tive nascido. Se eu pudesse voltar novamente<br />
a vida! Ah! Como eu amaria voltar a terra para viver uma<br />
vida melhor! Ah! Como eu amaria passar minhas noites e<br />
meus dias cravando meus joelhos em oração, clamando<br />
pelo Alto! Eu invocaria os Anjos e Santos de Céu, para que<br />
eles me ajudassem a deixar a estrada a perdição, mas eu<br />
já não posso voltar, eu estou condenado (ele termina a<br />
frase em uma voz de grande sofrimento).<br />
Alias, os padres não sabem o que é estar condenado<br />
ao Inferno, e nem o que é o Inferno. Na atualidade,<br />
70<br />
quase to<strong>dos</strong> eles vivem apega<strong>dos</strong> às coisas do mundo, e<br />
seguem a linha da menor resistência. Eles querem desfrutar<br />
os prazeres de vida. Eles imaginam que praticando o<br />
humanismo - como eles chamam isto - próprio da mentalidade<br />
do tempo deles, fazem algo que permanecerá para<br />
sempre.<br />
Os bispos, cardeais e abades igualmente, dão um<br />
exemplo que não é nada melhor que aquele seguido pelos<br />
subordina<strong>dos</strong> deles. Acaso eles vivem de acordo com<br />
a simplicidade que Cristo praticava nas refeições Dele<br />
e comem o tipo de comida que Ele comeu? Como diz o<br />
Evangelho, Jesus Cristo realmente participou de banquetes<br />
para os quais foi convidado, por várias pessoas, mas<br />
nestas refeições, não comeu quase nada ou muito pouco.<br />
E se Ele comeu um pouco durante um destes banquetes,<br />
era para dar ênfase ao exemplo de que muitas vezes, Ele<br />
escolheu passar de fome.<br />
A Sagrada Família e os Apóstolos, também jejuaram<br />
muitas vezes. Caso contrário, eles não teriam recebido<br />
todas as graças com que foram santifica<strong>dos</strong>. Jesus<br />
não precisou adquirir graças, desde que Ele era o Autor da<br />
Graça, mas Ele quis dar um exemplo, para os Apóstolos<br />
Dele certamente, mas também para to<strong>dos</strong> os cardeais,<br />
os bispos e os padres <strong>dos</strong> séculos futuros. Mas fazendo<br />
o contrário, os cardeais de nosso tempo, os bispos e os<br />
padres se sentam nas refeições, em ambientes luxuosos<br />
e desfrutam pratos deliciosos.<br />
Eles avançam para a ruína da saúde deles seguindo<br />
este modo de vida, mas imaginam que isto lhes é obrigatório,<br />
devido à posição deles como bispos, cardeais ou<br />
provinciais. Os pobres cozinheiros deles, imaginam que<br />
porque estão servindo bispos ou as pessoas importantes,<br />
têm que apresentar coisas complicadas na mesa! Eles<br />
imaginam, almas pobres, que seria uma desgraça para<br />
eles se não pudessem trazer to<strong>dos</strong> estes pratos à mesa.<br />
Eles esquecem, fazendo isto, que não estão ajudando os<br />
bispos a imitar a Cristo, coisa que já não mais os padres<br />
fazem. Seria melhor que estes cozinheiros pudessem dizer<br />
a tais personagens que o Cristo (também) comia, mas<br />
apenas para se manter vivo, e que Ele viveu muito mais<br />
simplesmente.<br />
Esses do Alto (ele aponta para cima) dão muito valor<br />
a tudo que está conforme a imitação de Jesus Cristo;<br />
e o que está acontecendo na atualidade é que tudo está<br />
completamente ao contrário da imitação de Jesus Cristo.<br />
Muitos vivem em refinamento, luxo e abundância, até o<br />
ponto do excesso, até mesmo ao estado de pecado. E o<br />
pecado tem freqüentemente seu começo à mesa. Pecado<br />
que começa lá onde o ascetismo deveria ser praticado,<br />
mas este ascetismo é rejeitado.<br />
A rejeição do espírito de sacrifício não é o pecado<br />
em si, mas é a porta aberta por onde o pecado pode entrar.<br />
É esta falta de ascetismo que lentamente conduz para<br />
o pecado. Entre os dois há somente uma casca de cebola.<br />
Se o padre não seguir os ensinamentos da Igreja, somos<br />
nós quem viremos para puxar pela borda da batina dele,
para o conduzir pelo nosso caminho. Basta um pequeno<br />
fio da roupa dele, e nós já o levaremos seguro, ainda que<br />
só por um momento, mas com a esperança de levar o<br />
hábito inteiro.<br />
Por muito tempo, eu estava completamente decidido<br />
a me tornar um bom padre; mas deve ser dito que os<br />
padres são ataca<strong>dos</strong> por nós (demônios) muito mais que<br />
as pessoas comuns o são. Certamente, os leigos também<br />
estão em perigo, especialmente aqueles que decidiram<br />
ser justos, e esses que têm uma grande responsabilidade.<br />
Mas sabendo que o padre tem um grande poder de abençoar,<br />
nós damos preferência para ataca-los em primeiro<br />
lugar.<br />
Até o tempo em que eu estava preocupado em ser<br />
bom, eu me lembrava do que era ser um padre e, no princípio,<br />
exercia meu Sacerdócio responsavelmente. Então,<br />
com o passar do tempo achei aquilo muito monótono e,<br />
esquecendo da oração, também me esqueci do celibato.<br />
Eu eliminei a oração, primeiramente porque acreditava<br />
estar muito ocupado, e então passei a rezar apenas<br />
ocasionalmente, e então, finalmente, abandonei a oração<br />
completamente. Eu pensava que essas orações longas<br />
do breviário eram tediosas e inúteis e, no fim, eu perdi o<br />
gosto para oração.<br />
Quando eu larguei o breviário, logo entrei no pecado<br />
de impureza, e daquele momento em diante, não tive<br />
mais nenhum gosto por rezar a Missa. Era uma reação em<br />
cadeia. Quando eu entrei na impureza, foi que começou<br />
esta reação em cadeia. Então eu já não mais rezava devotamente<br />
a Missa, porque estava há longo tempo sem o<br />
estado de graça. Nestas condições, a leitura da Bíblia e do<br />
Evangelho, em particular, e também a visão das ordens de<br />
Deus, se tornou uma repreensão a mim.<br />
Havia uma chamada de consciência para mim nisso,<br />
e porque não prestei nenhuma atenção à esta advertência,<br />
eu deixei de ensinar as crianças, como era meu<br />
dever de os ensinar. Como eu poderia ensina-las sobre<br />
o Bem, se eu não o praticava? Mas esses que, hoje, se<br />
chamam de humanistas e modernistas, saibam que agem<br />
da mesma maneira que eu agia.<br />
Como eles podem impor às pessoas leigas, e às<br />
crianças, coisas que eles não crêem, nem praticam?<br />
Como eles podem ensinar as pessoas como devem ser,<br />
enquanto sabem que o ensino deles não está de acordo<br />
com a própria vida interior, pois eles estariam então, contando<br />
grandes mentiras? Dentro em pouco, e por estas<br />
coisas, o meu coração se tornou um abismo de morte.<br />
Há muito mais pessoas do que se imagina, que se acham<br />
neste estado. Elas são maçãs podres; como uma maçã<br />
podre pode emitir um cheiro bom? É somente um padre<br />
que se esforça para atingir a virtude, que pode tocar as<br />
almas e pode lhes dar o alimento que elas precisam.<br />
Se to<strong>dos</strong> os padres fossem bons exemplos de<br />
virtude, em particular para os jovens, nós teríamos um<br />
mundo completamente diferente do que temos. Teríamos<br />
um mundo mil vezes melhor do que o que temos na atua-<br />
71<br />
lidade. Como você pode querer esparramar o Bem se você<br />
não tiver isto em você? Como eu posso falar do Espírito<br />
Santo, se eu estou feliz por não O escutar? Como se pode<br />
mostrar o caminho a seguir, quando a pessoa partiu sem<br />
o Espírito Santo? Isto é uma tragédia muito maior do que<br />
você pode imaginar. A tragédia começa no exato momento<br />
em que o padre deixa a estrada de virtude, depois do<br />
que ele é tentado a arrastar muitas almas atrás de si.<br />
Isto começa com o Santo Sacrifício da Missa, que<br />
é celebrada do princípio ao fim sem qualquer gosto para<br />
isto. Por conseguinte, nenhum benefício pessoal é recebido.<br />
Por todas estas coisas, eu desenvolvi uma grande<br />
a<strong>versão</strong> pela Missa e por seus textos sagra<strong>dos</strong> que, para<br />
alguém que está se comportando mal, são uma repreensão<br />
permanente.<br />
Em meu caso, como para milhares de outros padres,<br />
havia a Transubstanciação que permite ao crente a<br />
verdadeiramente participar da Massa, pelo menos. Porque<br />
estas pessoas não conhecem a profundidade do coração<br />
de um padre; mas o que acontece com padres nesta condição,<br />
é que já não dizem o que deveriam dizer, capaz<br />
de assegurar que a tal Missa seja válida, se eles já não<br />
vivem por isto!<br />
É tomado de aflição qualquer um que conduz o<br />
crente pela estrada do erro. Estes padres fariam melhor<br />
se gritassem publicamente do alto do púlpito: “Eu pequei.<br />
Eu há muito tempo sou incapaz de praticar a virtude.<br />
Rezem por mim, de forma que eu possa me converter,<br />
e assim possa voltar a ensinar os caminhos da virtude.”<br />
Falando deste modo eles se tornariam muito melhores, e<br />
nós demônios já não teríamos este poder para dominar<br />
os padres, porque eles teriam feito com isto um ato de<br />
humildade.<br />
Seria melhor até mesmo se algumas pessoas criassem<br />
um certo desprezo por um padre que falasse deste<br />
modo. Porém, a maioria <strong>dos</strong> ouvintes seria edificada pela<br />
humildade dele e poderia ajuda-lo a voltar. A maioria <strong>dos</strong><br />
crentes teria respeito por um padre que se expressasse<br />
desta maneira; isto seria muito melhor, do que continuar<br />
no caminho da mentira e da hipocrisia.<br />
Como pode alguém que está celebrando a Missa<br />
desta forma, encarar as pessoas de frente e lhes falar:<br />
“Venham para perto! Deus perdoa to<strong>dos</strong> os seus peca<strong>dos</strong>.<br />
Ele os entende. Venham ao Pai de Luz! E se vocês estiverem<br />
na escuridão, Ele os devolverá novamente à graça”?.<br />
To<strong>dos</strong> eles esquecem que algo deve ser feito anteriormente,<br />
para que o Pai os leve de volta nos braços Dele,<br />
por os devolver à Sua graça.<br />
Sim, é verdade que o Pai leva de volta as crianças<br />
aos braços Dele, mas antes disto acontecer, é necessário<br />
que eles se arrependam e prometam mudar a direção das<br />
suas vidas. É necessário evitar as estradas que conduzem<br />
à perdição.<br />
O padre deveria pensar: “Eu tenho que começar<br />
comigo”. Este seria o único modo para ser um modelo<br />
para cada um, e poder pedir o ensinamento do Espírito
Santo e de Jesus Cristo para a comunidade inteira. Isso<br />
também seria sua missão! O mais Alto considera que eu<br />
devo rezar, e devo levar as outras pessoas a fazerem o<br />
mesmo.<br />
Muito é falado sobre o amor ao próximo, enquanto<br />
se esquecem que este amor é o resultado do amor que se<br />
tem por Deus. Como posso eu falar em amar as pessoas,<br />
o vizinho, vivendo mais próximos uns <strong>dos</strong> outros, se a pessoa<br />
esquece da primeira ordem, a ordem principal: “Você<br />
tem antes que amar a Deus com todo seu coração, com<br />
toda a sua alma, com toda sua força”. O diretiva de amar<br />
seu próximo, só entra em segundo lugar.<br />
Se o padre fosse ele mesmo, primeiro buscar a<br />
paz com Esses do Alto (ele aponta para cima), o amor<br />
ao próximo começaria a fluir imediatamente. É a mascara<br />
maçônica que diz: “É necessário amar um ao outro,<br />
ajudar um ao outro, apoiar um ao outro”. Mas para onde<br />
tudo isso conduz? Até mesmo se a pessoa fala somente<br />
de caridade, ou de perdoar, ou de apoio mútuo, vejam os<br />
resulta<strong>dos</strong>, se haveria o número <strong>dos</strong> suicídios atuais.<br />
É verdade que há uma ordem para amar seu próximo<br />
como a você mesmo, mas isso vem depois de um<br />
honrar e adorar a Deus, em primeiro lugar. É necessário<br />
começar pelo início desta ordem, e amar a Deus primeiro,<br />
o que na realidade inclui o amor ao próximo. É cumprindo<br />
a primeira parte que a ordem inteira é seguida. Se uma<br />
pessoa amasse a Deus verdadeiramente, ela não falaria<br />
incessantemente sobre amar o próximo, enquanto continuaria<br />
apoiando e ajudando o seu irmão.<br />
Mas na verdade não acontece assim. Eles tagarelam<br />
sobre tudo o tempo inteiro, desde as salas da<br />
paróquia, até às conferências <strong>dos</strong> bispos, e até mesmo<br />
em Roma. Eles tagarelam tudo, eles discutem, eles decidem<br />
algo, mas se esquecem do principal. Eles querem<br />
somente, é acatar tudo, de certo modo, o que Esses do<br />
Alto (aponta para cima) não concordam.<br />
Esse do Alto (aponta para cima) não só é Clemência,<br />
eles é também Justiça, e eu, Verdi-Garandieu, sabia<br />
disso, e é o sobre isso que estou falando! Se eu tivesse<br />
exercitado a virtude, rezado, me penitenciado, eu não teria<br />
aprendido isso, do modo terrível que eu sei agora. Teria<br />
me obrigado a pedir cruzes, para ajudar as minhas ovelhas,<br />
para me santificar e também santificar a elas; mas<br />
eu esqueci de pedir essas coisas.<br />
Por vezes, a maioria <strong>dos</strong> padres se esquece, de que<br />
é necessário pôr em prática o caminho da cruz, ser abnegado,<br />
rezar pelos outros, e se esquecer de si mesmo. Por<br />
outro lado deveria ser proclamado, do alto <strong>dos</strong> púlpitos,<br />
para nossos fiéis, que eles devem fazer penitência, fazer<br />
reparação e tirar para fora da sarjeta esses que estão se<br />
espojando lá na atualidade. Este seria um modo de Caridade<br />
praticante em seu verdadeiro sentido.<br />
Estar seguro, tem sua importância, mas tudo isso<br />
afunda no pó, mais especialmente porque o próprio Deus<br />
prometeu nos dar o que precisamos para viver, particularmente<br />
em nossa era onde são dispensadas coisas ma-<br />
72<br />
teriais de um modo tão notavelmente organizado. Isso é<br />
por que elas não devem ser a meta principal de nossa<br />
caridade, mas os meios que nos permitem ter acesso para<br />
aquilo que é de Deus.<br />
Certamente, é necessário ajudar àquele que está<br />
em necessidade, mas não devemos fazer somente isso,<br />
até o ponto de colocarmos as coisas de Deus de lado.<br />
Seria preferível prestar a atenção às pessoas do alto do<br />
púlpito, para bem conduzi-las: rezar para fulano de tal que<br />
se acha em grande dificuldade espiritual, e portanto em<br />
grande perigo; lhes pedir que acendam uma vela benta,<br />
ou fazer uso da cruz, a cruz do crucificado e de “água<br />
benta, não esquecendo do Rosário para trazer ajuda do<br />
Alto para esta pessoa. Tudo isso traz bênçãos para os<br />
leigos e floresce neles, na discrição e no silêncio. E nós<br />
(demônios), quando nos confrontamos com tais coisas,<br />
temos que nos retirar para outros afazeres.<br />
Deveriam os homens ser lembra<strong>dos</strong> do alto do púlpito,<br />
que é necessário levar a religião a sério, se sacrificar<br />
uns para com os outros, para manter a perseverança em<br />
cada coração, e assim manter os homens no caminho da<br />
virtude.<br />
Para as pessoas leigas deveria ser falado também<br />
que eles têm que rezar para os membros do clero e para<br />
to<strong>dos</strong> os que têm altas responsabilidades, para que eles<br />
possam ser preserva<strong>dos</strong> no serviço de Deus e não venham<br />
a cair nas armadilhas do demônio. Eles têm que<br />
rezar para os padres guiarem bem os fiéis. Também, eu<br />
sou um padre, e é por isso que eu sofro terrivelmente no<br />
Inferno por causa da marca de minha consagração.<br />
Os padres também deveriam pregar cheios de<br />
ardor para os fiéis, e do alto do púlpito, pedir-lhes para<br />
rezar por eles, e deveriam dar a conhecer aos fiéis que<br />
os demônios estão os atacando muito mais fortemente<br />
que do eles acreditam. Eles deveriam rezar para os padres,<br />
para que eles possam perseverar no seu ministério<br />
e na direção certa, e seguir assim até a hora da morte.<br />
Também é necessário as pessoas leigas rezarem uns para<br />
os outros, para que eles possam continuar na estrada de<br />
virtude e de tudo o que é bom, não só ocasionalmente,<br />
mas todo o tempo.<br />
Esta é a tragédia de milhares e milhares de padres<br />
e pessoas de alta posição, que assim cresceram como<br />
tenras ervas daninhas. Sem lutarem, no momento de<br />
tentação, eles são pisotea<strong>dos</strong> pelo demônio, como Jesus<br />
Cristo nos mostrou no Evangelho: porque ou lhes falta sol<br />
ou chuva, ou porque o sol os chamuscou. Isto acontece<br />
cada vez mais com as pessoas leigas do nosso tempo,<br />
que são conduzidas para longe da estrada correta, pelos<br />
padres, que lhes falam que isso já não serve mais para<br />
nosso tempo ou que mudou a lei. Entre eles to<strong>dos</strong> (os padres<br />
e as pessoas de posição) é comum achar alguns que<br />
praticam ainda grandes virtudes, então de repente, eles<br />
murcham porque não estão suficiente, e profundamente<br />
arraiga<strong>dos</strong> na terra boa.<br />
Sou eu, Verdi-Garandieu, que está lhes falando,
que é necessário constantemente rezar, de forma que os<br />
padres e as pessoas de posição possam continuar perseverando.<br />
É em particular necessário os padres saberem<br />
– e deve ser anunciado do alto do púlpito – que a oração<br />
é mais do que essencial em nossos dias. É necessário<br />
lembrar que a perseverança ao longo da estrada da cruz,<br />
é a lei de felicidade, porque assim ele poderá vencer as<br />
tentações, pois desta forma está se colocando na estrada<br />
que leva para o Céu.<br />
Em particular, deve ser falado para as pessoas que<br />
são pobres, que eles têm que estar contentes, e suportarem<br />
a este infortúnio passageiro, porque assim, mais tarde,<br />
eles estarão profundamente felizes no Céu. Até mesmo<br />
se o pobre tem que agüentar privações, estas coisas são,<br />
todas, muito consideradas, ainda mais os longos jejuns e<br />
sacrifícios que forem bem aceitos (sem reclamar), como<br />
por exemplo, os do Cura de Ars, e outros grandes Santos,<br />
porque isso os conduz pelo bem, até o fim da vida deles.<br />
É necessário falar aos pobres que eles devem agradecer a<br />
Deus o lugar no qual Ele os colocou, porque a aceitação da<br />
pobreza pode ajuda-los a imitar melhor a Jesus Cristo.<br />
Agradeçam ao Bom Deus, porque conforme o tipo<br />
de pobreza que você tem, você tem também muito menos<br />
tempo ocioso, porque tendo que trabalhar o tempo todo,<br />
terá menos tempo para sucumbir às tentações. Esses que<br />
estão dota<strong>dos</strong> de uma família grande, e os que, como conseqüência,<br />
têm muitos filhos para educar e alimentar, tem<br />
que agradecer ao Bom Deus três vezes por dia, porque<br />
nestas circunstâncias, eles têm toda chance de escapar<br />
<strong>dos</strong> prazeres do mundo e de se prepararem melhor para o<br />
Reino do Céu, onde o lugar deles está reservado.<br />
Quando o quarto filho nasce em algumas famílias,<br />
então acontece um drama para o casal, para as pessoas<br />
que o cercam e para a própria família. O que será feito?<br />
O que é verdade para o quarto filho é verdade para o segundo<br />
ou o terceiro; e, infelizmente, os padres caem em<br />
espírito de entender errado, quando estas reclamações<br />
são apresentadas a eles e concordam que o fiel pode fazer<br />
uso da pílula para evitar os filhos. O fiel não percebe o<br />
perigo no qual eles estão se pondo, porque entre a tomada<br />
da pílula - que já é uma falta grave – e o aborto – uma<br />
falta ainda mais grave - a distância é muito curta<br />
ABORTO É ASSASSINATO e, por conseguinte, um<br />
pecado gravíssimo. Por muitas vezes, as pessoas estão<br />
pouco dispostas a aceitar a verdade, acreditando naquilo<br />
que foi anteriormente aceito por milhares e milhares<br />
de séculos. Assim, até mesmo se Deus não castiga imediatamente,<br />
como Ele castigou o crime de Onan, nosso<br />
Deus considera que os meios de controle de natalidade<br />
são tão pecaminosos quanto qualquer coisa que é na Lei,<br />
determinada. Você pouco imagina então, o que Ele pensa<br />
do aborto! Porque to<strong>dos</strong> estes erros estão ao contrário do<br />
plano de salvação concebido por Deus.<br />
Então, assim eu Verdi-Garandieu, sou forçado a<br />
contar estas coisas para todo o mundo, bispos, cardeais<br />
e padres que eles devem, do alto do púlpito, anunciar o<br />
73<br />
que?: Sigam o modo de Deus, na abnegação e no sacrifício,<br />
onde há a possibilidade da graça. Onde não há nem<br />
sacrifício nem abnegação, nenhuma graça é possível. E<br />
onde há abnegação e sacrifício, a brecha é muito menor<br />
para nós, para com a nossa malícia, oferecer a eles a<br />
chance de nos tornarmos muito cedo nos seus mestres.<br />
Esta pequena brecha é bastante para nós virarmos a casa<br />
inteira, que é o que aconteceu na atualidade com todas<br />
suas igrejas, que já viramos de cabeça para baixo. (<strong>Fim</strong><br />
da primeira Parte)<br />
Encerramos aqui a primeira parte destas revelações<br />
do padre condenado, mas nós prometemos seguir<br />
logo adiante no segundo texto. Pensamos colocar os dois<br />
inclusive no mesmo dia, para que as pessoas formem os<br />
cadernos das matérias. Serve, entretanto, esta pequena<br />
pausa, também para respirar um pouco, a fim de encarar<br />
o resto destas terríveis revelações. Elas são incontestáveis,<br />
porque a simples visão do estado da maioria <strong>dos</strong><br />
nossos sacerdotes, não deixa mais dúvida. Eis porque,<br />
com tanta insistência, Nossa Senhora pede a to<strong>dos</strong>, que<br />
rezemos pelos sacerdotes, que rezemos muito, primeiro<br />
pelo estado espiritual, lastimável, de morte verdadeira, em<br />
que a maioria deles se encontra. E segundo, porque precisaremos<br />
deles na travessia. Sem Eucaristia, não existe<br />
vida!<br />
O mundo morrerá em poucos dias, sem os sacerdotes<br />
católicos!<br />
Até o próximo texto! Rezando pelos padres!<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 14<br />
Continuamos assim as revelações do demônio humano,<br />
o Abade Verdi Garandieu, como já vimos a primeira<br />
parte no item 13 desta série. Nós precisamos e continuaremos<br />
alertar às pessoas, sobre a realidade terrível do<br />
inferno. Estamos em guerra plena, e somos obriga<strong>dos</strong> a<br />
revelar to<strong>dos</strong> os planos do maldito adversário, que Deus<br />
nos abre com revelações iguais a esta, exatamente porque<br />
a maioria <strong>dos</strong> nossos sacerdotes de hoje, já não fala<br />
mais no inferno – porque dizem que invenção <strong>dos</strong> padres<br />
antigos – não fala mais em peca<strong>dos</strong> – porque isso lhes<br />
acusa a consciência, não falam mas em oração porque<br />
eles próprios já não rezam e não buscam mais confessar<br />
as pessoas, porque eles mesmos já há muitos anos não<br />
se confessam mais. Mornidão, mentira, preguiça, orgulho,<br />
quatro peca<strong>dos</strong> que condenam milhares de sacerdotes ao<br />
fogo eterno. Sigamos na revelação:<br />
Fala Verdi Garandieu: “É necessário pregar Santas<br />
Missões novamente às pessoas, e orar novamente a elas,<br />
não do coro, mas do púlpito, como nós já dissemos antes.<br />
Há algumas igrejas onde as pessoas têm que descer o<br />
olhar para achar o padre, em lugar de subir e, imedia-
tamente, as pessoas são distraídas na atenção, porque<br />
o olhar delas não é dirigido para cima, mas para as distrações<br />
que abaixo abundam, e às vezes ficam assim por<br />
longo tempo, voltadas completamente para nosso lugar.<br />
Estas Missões populares deveriam ser pregadas com<br />
vigor porque quando a estrada da virtude é apresentada<br />
deste modo direto e contundente, é uma chuva de graças<br />
que está sendo oferecida às pessoas.<br />
A influência de um padre que vive de acordo com<br />
as leis de Deus é enorme, e é o que pode ser notado na<br />
vida do Cura de Ars. O Cura de Ars não economizou almas<br />
escapando em viagens, comendo comida muito boa,<br />
assistindo a to<strong>dos</strong> os tipos de conferências, mas permanecendo<br />
no quarto dele e em frente ao Santíssimo Sacramento,<br />
que é além do mais, o que eu, Verdi-Garandieu,<br />
deveria ter feito. Em vez disso, eu negligenciei meus<br />
deveres pastorais com respeito a minha paróquia, e me<br />
conduzi desta maneira, por este caminho. Em nosso tempo,<br />
deveria haver milhares e milhares de Curas de Ars, e<br />
se eles já não existem, então os homens deveriam estar<br />
pensado nele, como exemplo a imitar.<br />
É isso que eu, Verdi-Garandieu, sou obrigado dizer:<br />
os padres têm que evitar contato habitual com mulheres<br />
e têm que recitar o breviário inteiro. É um fato que, se os<br />
padres não disserem o breviário, eles estão em grande<br />
perigo de sucumbir à tentação; por outro lado, se eles<br />
recitam isto, o mais Alto, Ele os ajudará a superar isto,<br />
porque os padres são sujeitos a grandes tentações em relação<br />
ao sexo. É notável que, até mesmo quando o padre<br />
entra em pecado, e apesar disso, recita o seu breviário, o<br />
mais Alto lhe dá a chance de continuar o ministério dele, e<br />
de ser um instrumento lucrativo para os fiéis.<br />
Devo dizer a to<strong>dos</strong> esses que são sujeitos a grandes<br />
dificuldades, que eles têm que perseverar, na esperança,<br />
e ouvir o que Deus têm a dizer, porque Deus ama a<br />
to<strong>dos</strong> que O amam, particularmente em uma era onde os<br />
meios financeiros permitem aos homens se protegerem<br />
a si mesmos contra o sofrimento. Deve ser repetido freqüentemente,<br />
do alto do púlpito, que eles têm que pôr sua<br />
confiança em primeiro lugar em Deus, para poderem lutar<br />
contra as tentações e as suportar.<br />
Na atualidade, a este ponto deveria ser dada muita<br />
ênfase e evitado, porque esses meios financeiros são<br />
uma ocasião de fraqueza, especialmente nas comunidades<br />
paroquiais, e porque, o fácil, e o que dá prazer na<br />
vida <strong>dos</strong> padres, e até mesmo <strong>dos</strong> bispos, não os conduz<br />
para a imitação de Cristo, mas sim para a perda das suas<br />
almas.<br />
Como pôde o Espírito Santo entrar nas almas, se o<br />
padre nutre mo<strong>dos</strong> de vida fácil, não dando para as pessoas<br />
a compreensão do pecado e oferecendo prospectos<br />
luminosos diante deles, dizendo que Deus é misericordioso<br />
e perdoa tudo muito facilmente, sem a necessidade de<br />
eles se arrependerem e penitenciarem? Deve ser gritado<br />
de cima de to<strong>dos</strong> os telha<strong>dos</strong> que o caminho da Cruz é<br />
requerido pelo Céu. É seguindo a Cruz de Jesus Cristo,<br />
74<br />
que ele pode ajudar melhor ao próximo em sua salvação,<br />
porque o Bom Deus faz uso desta penitência; ou melhor,<br />
o Bom Deus faz uso desta penitência para ajudar na salvação<br />
do próximo. Porque se a pessoa levar a cabo a primeira<br />
parte da ordem de Deus, ela também leva a cabo a<br />
segunda parte da ordem do Amor: Amar ao próximo!<br />
Será amor de verdade e será respeito a Deus, celebrar<br />
a Missa estando em frente das pessoas, como se fosse<br />
se dirigir às pessoas e não para Deus? Os padres têm<br />
que rezar as Missas de tal modo que reconheçam que é<br />
exclusivamente à serviço de Deus e a honra de Deus que<br />
estão buscado por este Sacrifício. Todo o resto é complementar<br />
ou adicional; os padres rezam com o pensamento<br />
distante, voltado para as coisas da vida cotidiana. E falam<br />
sobre amor ao próximo, em geral ou em particular, esquecendo<br />
que é o amor de Deus que conduz ao verdadeiro<br />
amor ao próximo e esta a verdadeira prática da caridade.<br />
Este modo de ação e este comportamento vai, pela<br />
prática da abnegação e da penitencia, provocar a salvação<br />
de milhares e milhares de almas, se as pessoas<br />
verdadeiramente se fixarem nisto. Por não procederem<br />
assim, muitas almas estão caindo, como flocos de neve<br />
no Inferno, como as almas privilegiadas – santos e profetas<br />
da nossa Igreja Católica – têm tão freqüentemente<br />
lembrado.<br />
Se os bispos e padres persistirem neste caminho,<br />
mantendo esta situação desastrosa, haverá milhares e<br />
milhares de igrejas, já não será UMA Igreja, situação que<br />
já está acontecendo agora. Para milhares e milhares de<br />
fiéis, os sermões atuais nas igrejas são justificações por<br />
permanecerem superficialmente no serviço do Deus; por<br />
conseguinte eles são instrumentos de morte, desde que<br />
não conduzem diretamente ao Céu e não fazem as pessoas<br />
pensar nisto.<br />
Tudo isso aconteceu porque o próprio padre tem<br />
mo<strong>dos</strong> descuida<strong>dos</strong>, e já suas vidas não seguem a primeira<br />
ordem, de amor a Deus. Tal pessoa está como uma<br />
maçã com um verme dentro, e ele, nem de longe é o guia,<br />
do modo que ele deveria ser. Se os bispos, padres e abades<br />
tivessem vivido seguindo as leis determinadas por<br />
Deus, vocês não teriam esta catástrofe que vocês vêem<br />
agora em Roma. Do contrário, o Senhor não teria tolerado<br />
que alguém diferente de Papa Paula VI pudesse fingir reinar<br />
em o nome dele.<br />
Este estado de coisas, que além do mais se esparramara<br />
fora do Vaticano é trabalho da maçonaria. Mas se,<br />
em to<strong>dos</strong> lugares do mundo, milhões de fiéis se tivessem<br />
unido em exercícios religiosos, para rezar e se penitenciar,<br />
e ao mesmo tempo pedir a Deus que os tirasse desta<br />
situação, o Céu teria prevenido, não teria permitido esta<br />
catástrofe. Se tivessem havido as cruzadas de oração,<br />
Roma ainda seria Roma!<br />
Eu tenho que dizer isto também: Eu tenho que dizer<br />
a milhares e milhares de padres atuais, que as mulheres<br />
podem se tornar a queda deles, e que isto não aconteceria<br />
se eles se armassem com oração. Se os padres rezassem
o breviário e se nutrissem na doutrina <strong>dos</strong> Doutores da<br />
Igreja, como resultado desta oração, teriam grande conhecimento<br />
<strong>dos</strong> homens, e as coisas iriam diferentemente<br />
para eles; considerando que, se não fazem isto, eles estão<br />
entre os milhares e milhares de padres que hoje estão<br />
vivendo em pecado mortal.<br />
Milhares de padres estão vivendo fora do estado<br />
de graça, e já não rezam o breviário, da mesma maneira<br />
que eu fiz. Se só, ao menos, eu tivesse chamado o meu<br />
Anjo da Guarda para me ajudar; mas não, eu rejeitei to<strong>dos</strong><br />
os meios que teriam permitido me salvar, e seguindo este<br />
modo errado de vida, eu negligenciei ensinar as pessoas<br />
jovens realmente. E ainda, eu quase não era tão ruim<br />
quanto o que está acontecendo hoje com os padres e as<br />
pessoas jovens. Esta advertência deveria ser luz para os<br />
padres que estão a caminho da perdição.<br />
Antigamente ainda havia muitos padres que eram<br />
alertas, para a própria santificação, mas hoje eles adotaram<br />
a estrada larga que é, ao mesmo tempo, a estrada<br />
para perdição. Se não são rezadas orações por eles, se os<br />
sofrimentos das almas penitenciais não sobem em defesa<br />
deles, e não buscam obter graças por eles, os padres<br />
estão perdi<strong>dos</strong>. Isso parece incrível, é trágico, mas me<br />
obrigam a que conte isto, pois assim o é.<br />
Ainda é mais trágico, porque nosso Deus não é um<br />
Deus que se assemelha a um “papai de açúcar”. Ele criou<br />
leis e estas leis são eternas. Elas devem ser obedecidas,<br />
e o fiel não deveria escutar esses do clero que mudam de<br />
defensor, porque não é o clero que fixa as leis, mas Deus,<br />
e as leis Dele permanecem em vigor eternamente. Não é<br />
por nada que Deus fez ser anotado no Evangelho que é<br />
melhor entrar no Reino de Céu cego de um olho, que ter<br />
ambos os olhos e cair no Inferno.<br />
Realmente é por seguir as próprias idéias, que o<br />
padre muitas vezes se perde e cada vez mais. Nestes dias,<br />
os padres não mortificam seus senti<strong>dos</strong> suficientemente.<br />
Eles recebem nos corações muitas imagens que são<br />
constrangimentos para sua vida interior. Isto começa com<br />
a televisão, e continua nas atividades da paróquia onde as<br />
mulheres são agora numerosas.<br />
Antigamente as mulheres na igreja tinham as cabeças<br />
cobertas. Isso hoje acabou, e não se encontra mais.<br />
Então por que virar o altar para estar em frente das pessoas?<br />
Eu, Verdi-Garandieu, costumava rezar a Missa virado<br />
de costas para as pessoas, e mesmo assim eu ainda fui<br />
seduzido pelas mulheres; os padres de hoje, com a Missa<br />
dita virado para as pessoas, tem ainda mais tentações que<br />
eu tinha.<br />
Não é por nada que Deus, no Evangelho, disse que<br />
é melhor entrar (no Reino) sem um olho, ou com só uma<br />
mão, ou só um pé, que entrar no tormento terrível de Inferno<br />
com ambos os olhos, duas mãos e ambos os pés.<br />
Os padres acaso poderiam acreditar que hoje o Evangelho<br />
perdeu seu sabor, e que eles podem mudar isto dando-lhe<br />
um gosto doce? Ou acreditam que Jesus falou isso apenas<br />
para os homens que então estavam em Sua presen-<br />
75<br />
ça? No tempo Dele, to<strong>dos</strong> usavam roupões longos.<br />
Não ocorre aos padres que talvez Ele poderia<br />
ter falado mais para as pessoas de nossa época, onde<br />
a perdição está sendo esparramada cada vez mais por<br />
meios técnicos, e onde ninguém é capaz de ter noção do<br />
que está acontecendo? Isto é como um forno ardente de<br />
perdição, que não pode ser extinguido pela chuva, nem<br />
pelos esforços de um pequeno número de padres bons,<br />
que ainda estão lutando aqui e lá. Como os maus não se<br />
sentem compeli<strong>dos</strong> a mudar?<br />
Deus, muitas vezes, Se endereça para a liberdade<br />
de cada um. Além disso existe a Bíblia, e o Evangelho em<br />
particular; e também todas as mensagens que constantemente<br />
recordam as diretivas que foram determinadas<br />
pelo Senhor. Se as pessoas recusarem a escutar, o Céu<br />
não pode fazer nada sobre isto, especialmente se as<br />
pessoas estão se divertindo, adaptando o Evangelho ao<br />
próprio gosto particular.<br />
Se to<strong>dos</strong> estes clamores são lançadas ao vento, o<br />
que pode fazer Céu neste caso? Como pode a graça se<br />
tornar possível se os livros Sagra<strong>dos</strong> já não são mais li<strong>dos</strong><br />
de longa data, ou livros sobre os Santos, por exemplo a<br />
vida de Ana Catarina Emmerich, ou do Cura de Ars, ou até<br />
mesmo o de Padre Pio que deu um grande exemplo para<br />
nossas vidas? Cada um destes Santos é um exemplo, do<br />
mesmo amor para o sacrifício, de privações por amor <strong>dos</strong><br />
outros. A penitência destes Santos foi sobremaneira aceitável<br />
ao mais Alto.<br />
Ele quis ser justo, ao prepara-los a fim de aceitar<br />
mais reparações, ainda mais sacrifícios, tudo para a con<strong>versão</strong><br />
das almas. O Bom Deus amaria freqüentemente<br />
se as pessoas fossem capazes de declaração para Ele,<br />
assim: “Eu aceito os sofrimentos que Vós me enviais. Daime<br />
a graça de suportar tudo isto para a con<strong>versão</strong> deste<br />
ou daquele.” Mas em geral, deve ser dito que quando o<br />
Deus envia sofrimentos, muito freqüentemente os cristãos<br />
os rejeitam com horror e com toda sua força. Eles<br />
freqüentemente fazem de tudo para evitar o sofrimento.<br />
Deveriam até os padres viver deste modo e aceitarem isto<br />
cheios de grande fé.<br />
To<strong>dos</strong> esses que rejeitam o sofrimento e só buscam<br />
elimina-los, não estão vivendo em conformidade com<br />
a primeira ordem de Deus. O melhor modo para se conformar<br />
com a vontade de Deus é dizer: “Não a minha, mas a<br />
Vossa vontade seja feita!” E assim, unindo a si mesmos à<br />
Agonia de Cristo, seria o melhor modo de honrar o amor<br />
de Deus. Se o ato de sofrer estivesse unido com aceitação<br />
da vontade de Deus, isso teria um enorme valor.<br />
Excruciantes como certos sofrimentos podem ser,<br />
se uni<strong>dos</strong> com os de Cristo, eles seriam meios de santificação<br />
e de reparação para os peca<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> outros. Eu estou<br />
falando em to<strong>dos</strong> os tipos de sofrimento, como os que<br />
às vezes são inerentes ao estado do matrimônio e como<br />
eles são rejeita<strong>dos</strong> na esperança de que um dia, talvez,<br />
a pessoa possa se separar do outro pela morte, mas se<br />
suporta<strong>dos</strong>, estes sofrimentos realizariam grandes repa-
ações. Milhares e milhares de pessoas poderiam sofrer<br />
pensando nos outros então estes sofrimentos ofereci<strong>dos</strong><br />
não seriam em vão.<br />
Tudo isso é hoje completamente esquecido na<br />
Igreja católica. Muito raramente é mencionado no púlpito,<br />
e isso se aplica à to<strong>dos</strong> os lugares. A imitação de Jesus<br />
Cristo e a solicitude para a salvação do próximo, das pessoas,<br />
são as coisas mais importantes. O resto é secundário,<br />
mas isto é amar ao próximo como a você mesmo,<br />
em toda parte.<br />
Se o Cristo voltasse ao vosso meio, haveria milhares<br />
e milhares de pessoas que olhariam novamente para<br />
Ele como um revolucionário e um louco. To<strong>dos</strong> esses que<br />
estão empenha<strong>dos</strong> em seguir a Cristo hoje são olha<strong>dos</strong><br />
como tolos. Em vez de se elevarem até as alturas, as<br />
pessoas estão abaixando até as profundidades, e tantos<br />
padres já não estão mostrando estas verdades, porque<br />
elas são uma repreensão para suas vidas, e porque eles<br />
já não estão vivendo pelos outros. Se praticassem a virtude,<br />
eles poderiam exigir muito mais das pessoas. Como<br />
eu posso pensar que outros poderiam querer o que eu<br />
não me quero?<br />
É um estado verdadeiramente trágico o que se está<br />
vivendo agora na Igreja católica. Isso se aplica aos padres<br />
e aos cardeais de Roma. Se os padres fossem viver igual<br />
Cristo e os Apóstolos, eles seriam almas iluminadas junto<br />
ao Bom Deus, que lhes mostraria uma estrada muito<br />
mais segura. Como São João Batista e Jesus oraram no<br />
tempo deles, eles devem então se converter e devem se<br />
penitenciar.<br />
Muitos padres estão lutando hoje em dia contra o<br />
bem, porque eles viraram na direção de mal. Eles já estão<br />
na rodovia larga que conduz ao abismo. Isto é o que os<br />
padres deveriam anotado direto na face, mas até certo<br />
ponto o seu modo de agir e a psicologia lhes indicam que<br />
só se preocupem pelo bem-estar. Não é uma boa coisa<br />
a lhes dizer que eles são maus, mas que façam uso da<br />
psicologia, para voltarem a ser o que deveriam ser.<br />
É necessário fazer perguntas na presença deles,<br />
sobre isso tudo, muito discretamente, para descobrir se<br />
eles deixaram de rezar ou não, e os trazer à compreensão<br />
de que as coisas de Deus só ficam claras pela oração,<br />
da mesma maneira que a solicitude para a salvação das<br />
almas. Já para esses que são mais capazes de aceitar a<br />
crítica, a pessoa poderia ser direto com respeito a estas<br />
coisas, e, talvez, a graça de Deus os devolvesse novamente.<br />
As naturezas são diferentes. É necessário adaptar a si<br />
mesmo de acordo com o que a pessoa está enfrentado, da<br />
mesma forma que Padre Pio fazia.<br />
Alguns entre os padres são talvez vítimas da ignorância,<br />
mas a maioria sabe muito bem do estado de<br />
deficiência em que eles caíram; fazendo-os lembrar da<br />
vocação deles poderia ser talvez um modo de os levar<br />
para a estrada direta que leva a Deus. Tudo, sem exceção,<br />
deve ser feito, para conduzir as almas a Ele. Mas eles<br />
devem estar interessa<strong>dos</strong> nisso, e muito melhor, seria se<br />
76<br />
eles fossem pela estrada da abnegação. É mesmo, muito<br />
verdadeiro que eu preferiria permanecer calado, e só porque<br />
Esses do Alto (ele aponta para cima) estão me ordenando<br />
a revelar e recordar tudo isto, para anotar, embora<br />
eu esteja no Inferno, no qual eu nunca pensei que cairia.<br />
Que sofrimentos eu sofreria, em meus joelhos, para<br />
a defesa de meu rebanho, se eu pudesse voltar em terra!<br />
Eu aceitaria o martírio pleno para salvar meu rebanho, e<br />
várias vezes se preciso. Eu aceitaria isto voluntariamente<br />
e com a maior devoção, se este fosse vontade dEsses do<br />
Alto (ele aponta para cima). Minha meta principal seria<br />
em primeiro lugar levar a cabo a primeira ordem – amar<br />
a Deus sobre todas as coisas – e buscar meios de honrar<br />
isto e me fazer merecedor desta ordem. Eu pediria para o<br />
bom Deus que me iluminasse, sobre a vontade Dele relativa<br />
a minha pessoa.<br />
Há um princípio que diz que, quando em dúvida, a<br />
pessoa deveria escolher o modo mais difícil. Os padres<br />
e os seus fiéis têm qualquer pensamento voltado a este<br />
princípio? É só um provérbio. Deus não disse isto, mas<br />
serve bem à esta situação. Milhares de padres estão na<br />
estrada da perdição porque eles escolheram a estrada<br />
mais fácil. Sim, eles escolhem o modo da menor resistência.<br />
Esta maneira de ação não agrada aos olhos de Deus.<br />
É necessário saber, prestando atenção ao apóstolo<br />
São Paulo, como distinguir entre as possíveis soluções,<br />
e escolher a melhor. É essencial rezar ao Espírito Santo,<br />
como Belzebu, Judas e to<strong>dos</strong> os outros demônios já<br />
disseram, antes de mim. Todo o mundo tem que se esforçar<br />
para reconhecer a verdadeira vocação dele, porque<br />
o Senhor tem um plano preciso para cada pessoa. Já<br />
altamente considerado diante de Deus, por causa do seu<br />
estado sacerdotal, o padre também deveria se apresentar<br />
ante os homens com uma grande autoridade. Ele tem que<br />
atraí-los para si, e tem que fazer-se estimado por eles<br />
pelo próprio exemplo, para que os fiéis vejam que ele está<br />
seguindo aquilo que prega, e está verdadeiramente em<br />
sintonia com a sua vocação.<br />
Há necessidade de o fiel ver diante dele, alguém<br />
que lhe dê exemplo, e não alguém que o conduza à perdição.<br />
Que se dirá de alguém que, a despeito e apesar<br />
de ser um padre, viva o caminho da perdição? Deveria<br />
haver também uma grande distância entre o padre e o<br />
leigo. O mais Alto sempre quis assim, porque o padre é<br />
uma casa tesouro de bênçãos. O padre deveria fazer as<br />
pessoas pensarem neste Pai do Céu e em Jesus Cristo, e<br />
por isto, deveriam atrair para Deus o respeito do fiel. Ao<br />
longo da vida dele, ele tem que lembrar incansavelmente<br />
a grande majestade que a Divindade representa, e tem<br />
que acreditar que nós temos o dever para adorar a Ele e<br />
viver para Ele, e agir como Ele manda.<br />
É algo que deveria ser ensinado desde os mais<br />
tenros anos. Crianças, até mesmo os muito jovens, devem<br />
ser conduzido nas igrejas de tal um modo que, ao<br />
passar em frente ao Tabernáculo, eles adquiram o hábito<br />
de genuflectir com a maior devoção; eles devem ser leva-
<strong>dos</strong> a adorar o Santíssimo Sacramento, com orações tais<br />
como: “Bendito e adorado seja o Santíssimo Sacramento<br />
do Altar.” As crianças deveriam ser convidadas a invocar<br />
aos Anjos e aos Santos, de forma que eles possam ajudalos<br />
a adorar a Divina Majestade e a grandeza da Trindade<br />
Santíssima nos mais céus altos.<br />
O que será de uma Igreja na qual ninguém mais é<br />
capaz de longas adorações da Trindade Santíssima, feitas<br />
com o coração? O que será de uma Igreja na qual Deus<br />
presente é posto de lado, e na qual é negada a sublimidade<br />
da Trindade Santíssima cuja adoração é absolutamente<br />
essencial para estar agradando ao Todo Poderoso do Céu?<br />
Se os padres não fizerem isto, nenhum mais, pelo menos<br />
os pais deveriam estar fazendo isto com as próprias crianças.<br />
A pessoa nunca deve deixar de pregar esta verdade:<br />
que Deus deve ser adorado, até mesmo se ao redor nenhum<br />
outro o faça, caso contrário o estado das almas se<br />
torna muito ruim e muito afligindo.<br />
Deveria ser conhecido que, quando as pessoas sofrem,<br />
elas devem aceitar isto, e é necessário agradecer<br />
a Deus o triunfo que Ele saberá extrair para nós desta<br />
dificuldade. Deus deveria ser agradecido de joelhos pelas<br />
pessoas, pelos sofrimentos que Ele nos envia, para nos fazer<br />
melhores e nos conduzir no caminho da virtude. Esses<br />
que fogem das dificuldades e <strong>dos</strong> sofrimentos são sentencia<strong>dos</strong><br />
a perder a virtude. Nos últimos séculos, sempre<br />
houve padres que estiveram à altura da vocação deles. E,<br />
também hoje, os há! Por outro lado, há alguns que estão<br />
vivendo do mesmo modo, em circunstâncias muito humildes;<br />
porque eles levam a paz de Deus aos corações e<br />
assim eles ultrapassam todo o mundo na terra.<br />
Que adianta um homem ganhar o universo, mas se<br />
vier a perder a alma dele? Eu, Verdi-Garandieu, tenho que<br />
dizer, que nossa era é muito mal iluminada neste assunto.<br />
Estamos, decididamente, em uma época onde não há nenhum<br />
amor ao próximo, porque a Igreja fixou errado o que<br />
seja este amor ao próximo. O verdadeiro amor ao próximo<br />
começa com preocupação pela alma dele, e não com a<br />
preocupação com o corpo dele. Não seria melhor para os<br />
homens perecerem de pestes e guerras, e ainda sofrer<br />
to<strong>dos</strong> os tipos de dores, levando entretanto suas almas a<br />
adquirir a glória de Deus?<br />
Por causa disso, homens que vivem no luxo e nos<br />
prazeres terrestres estão em grande perigo de perder as<br />
suas almas. Caridade do tipo maçônico tem o cheiro da<br />
decadência. É a perdição de tantos almas porque verdadeiramente<br />
não é amor ao próximo, mas algo que vem da<br />
hipocrisia. Se eles (os padres) soubessem em que perdição<br />
eles estão se metendo, (ao se envolverem com a<br />
maçonaria) eles se apressariam a ficar longe deste tipo de<br />
conversa fiada e falariam completamente diferente.<br />
É óbvio que se deve ajudar aos outros materialmente,<br />
especialmente se eles estão sofrendo muita miséria,<br />
mas esta não é a coisa principal. A coisa principal<br />
é permanecer fiel à Doutrina, a qual se tem que defender,<br />
e não vender a própria alma. Para praticar o amor<br />
77<br />
ao próximo é preciso conduzir este próximo pelo caminho<br />
certo. Ai! Milhares de padres, dirigi<strong>dos</strong> pelos seus bispos e<br />
cardeais, impuseram deste modo na Igreja uma falsa caridade,<br />
e fazendo isto, eles alteraram a forma da verdadeira<br />
virtude, e esta não foi a que Deus determinou.<br />
Isto é porque o verdadeiro amor ao próximo nunca<br />
está presente sem antes a grande solicitude para com a<br />
alma deste próximo. Até porque fazendo-o sofrer lhe falando<br />
e lhe mostrando a verdade, também isso é ser praticante<br />
do amor ao próximo. Mais tarde, ele vai reconhecer<br />
que isto era, realmente, a medicina certa.<br />
O padre, do alto do púlpito, deve, no idioma dele,<br />
fazer o uso da vara e ser muito duro em determinadas<br />
palavras, porque justiça existe na eternidade; e porque<br />
Inferno existe, mas sobre o qual eles nunca falam, desde<br />
que já não acreditam nisto. Eles igualmente já não acreditam<br />
no Céu, embora esta seja a realidade suprema. Se<br />
eles acreditassem nisto, não seriam milhares, justo eles,<br />
as principais pessoas a estar no erro, quando eles é quem<br />
deveriam estar conduzindo os fiéis para Céu.<br />
Que tipo de padres temos nós hoje? Eu não falei,<br />
no meu tempo, de uma forma tão desprezível quanto eles<br />
fazem hoje. Eles estão correndo para a perdição e o lugar<br />
deles no Inferno já está preparado (o demônio grita esta<br />
última observação).<br />
Mas o que eu estou dizendo agora, eu estou falando<br />
tanto para os cardeais, os bispos, e os padres, como<br />
para as pessoas leigas. Se todas estas pessoas soubessem<br />
a situação caótica na qual eles são emaranha<strong>dos</strong>,<br />
eles diriam mil vezes ‘mea culpa’ – e bateriam no peito<br />
mil vezes. Eles se levantariam pelo pescoço e pelo pescoço<br />
arrancariam estes vermes que estão lhes corroendo<br />
as almas. Eles não deixariam de arrancar estes vermes,<br />
para os impedir de esparramar-se em to<strong>dos</strong> lugares. Eles<br />
deveriam usar alicate incandescente, para destruir estes<br />
parasitas que estão trabalhando tanto pela destruição de<br />
suas almas. Eles deveriam pôr imediatamente em prática<br />
a primeira parte da ordem de amor, e depois disso, o amor<br />
ao próximo.<br />
O verdadeiro amor ao próximo não é manifestado<br />
por presentes, porque até mesmo com estes presentes,<br />
o próximo ainda pode estar sendo mantido na estrada do<br />
Inferno. Isso é o que me obrigaram a dizer, e isso é o que<br />
explica por que, por muito tempo, eu recusei a dizer meu<br />
nome. Mas Esses do Alto (ele aponta para cima) me forçaram<br />
a falar, porque eu tive este destino porque eu não<br />
levei a cabo meu sacerdócio como deveria feito.<br />
As dificuldades do Sexto Mandamento, eu tenho<br />
que dizer ainda, junto com a luxúria se tornaram meios<br />
de perdição de muitos padres. Se eles fossem reconhecer<br />
esta imensa tragédia, eles sacrificariam à última gota<br />
do sangue. Eles teriam uma imensa tristeza por tudo que<br />
aconteceu, e voltariam logo a enquadrar-se. Eles chamariam<br />
para a salvação deles, to<strong>dos</strong> os Santos e Anjos, de<br />
forma que os poderiam ajudar a achar a verdadeira estrada<br />
novamente, porque na eternidade de Inferno o fogo é
contínuo, e o verme corrói para sempre a sua alma. Esta<br />
imensa dor, esta tragédia horrível do Inferno, será para<br />
mim por toda a eternidade, e eu, Verdi-Garandieu, sou forçado<br />
a dizer estas coisas.”<br />
Esta é a parte do texto do exorcismo de Verdi Garandieu,<br />
o padre condenado, que encontrei no site mencionado<br />
acima. Pode não ser tudo o que ele falou, mas<br />
penso que isto é o suficiente para to<strong>dos</strong> terem uma idéia<br />
do que significa o inferno <strong>dos</strong> padres. E vou terminar com<br />
um texto da declaração do demônio angelical, Allida dado<br />
no exorcismo de 01/05/78:<br />
“To<strong>dos</strong> seriam completamente destruí<strong>dos</strong> - no Vaticano<br />
- se não fosse pela presença do verdadeiro Papa.<br />
Sim! Se o Papa não estivesse rezando, sobre os joelhos<br />
dele, dia e noite, e enviando os seus argumentos até o<br />
Deus, a Igreja teria já sido destruída - a Igreja inteira teria<br />
alcançado o fundo do abismo. Mas este Papa Santo, com<br />
a grande santidade dele, foi instalado ali e foi predestinado<br />
de forma que a Igreja não afundasse.<br />
Vossa Igreja de hoje não seria A Igreja, se o Papa<br />
Paul VI não tivesse existido. Mas o Papa Paul VI foi predestinado<br />
desde toda a eternidade no Plano de Deus, para<br />
esta época, de forma que Igreja não submergisse. Porque<br />
este homem, o Papa, saberia levar isto. Porque os sofrimentos<br />
dele e as cruzes dele, lhe permitiram ainda levar<br />
isto. Diariamente ele está vivendo um martírio, um grande<br />
martírio. O Papa agüenta imensas tristezas que ninguém<br />
mais entre esses que estão no Vaticano, seria capaz de<br />
suportar.<br />
E suas bocas sujas têm a temeridade de atacar<br />
este Papa tão Santo! Por isto, não é o Papa que colocou a<br />
Igreja na direção errada, mas a culpa cabe aos ajudantes<br />
dele. Estes infelizes não percebem que os sofrimentos<br />
infligi<strong>dos</strong> ao Papa por sua responsabilidade, que feriram<br />
a alma dele, são os meios pelos quais eles próprios calçaram<br />
as botas que os estão conduzindo para o Inferno<br />
<strong>dos</strong> condenando.<br />
E somos nós (demônios - por ordem da Trindade<br />
Santíssima) que estamos fazendo conhecer aquilo que o<br />
Evangelho já repetiu várias vezes... O Inferno é uma coisa<br />
terrível. Nem o Evangelho, nem todas as descrições que<br />
poderiam ser feitas, poderiam dar a você uma idéia da<br />
coisa apavorante que é o Inferno. E nós somos a prova<br />
viva para os que estão sugerindo a todo o mundo, padres<br />
ou as pessoas de posição, que Inferno não existe.” <strong>Fim</strong>!<br />
Temos, deste modo, terminado o texto <strong>dos</strong> exorcismos.<br />
Assim o leitor pode ter com toda a certeza, uma<br />
grande escola de vida. Escola que conduz ao céu, porque<br />
trata-se da eternidade de nossas almas. Não ouça, leitor,<br />
qualquer pessoa, qualquer membro do clero, alto e baixo,<br />
seja, padre, bispo, cardeal ou papa, que lhe diga que o<br />
inferno não existe. Eles mentem descaradamente. Estes<br />
são verdadeiros defensores do diabo, porque enquanto<br />
os incautos ficam acreditando que o demônio não existe,<br />
ele consegue se manter e agir furiosamente no anonimato<br />
e no escondimento, carregando, como uma horda de<br />
78<br />
formigas assassinas, as pobres almas pelo caminho da<br />
perdição.<br />
Não creditem, também, que Deus é apenas justiça,<br />
e Verdi Garandieu, e to<strong>dos</strong> os outros demônios deste exorcismo,<br />
o outro demônio humano Judas Iscariores, juntamente<br />
com os outros anjos caí<strong>dos</strong>, Véroba, Allida, Akabor<br />
e o próprio Belzebu são exemplos claros da justiça divina,<br />
terrível para os que a desafiam. Anjos e homens, ambos<br />
devem adorar a Deus e humilhar-se profundamente diante<br />
de sua Majestade Suprema. Deus, sim, é misericórdia,<br />
mas apenas para os que a invocam, e suplicam humildemente,<br />
de joelhos crava<strong>dos</strong> no solo. Não só com os joelhos,<br />
mas antes de tudo, e acima de tudo, com o coração<br />
contrito e humilhado. Em alegria plena e gozo excelso! Na<br />
terra e no céu!<br />
Quem não pede perdão a Deus, quem se nega a<br />
pedir a misericórdia divina, quem pensa que não precisa<br />
de Deus para nada e quem imagina que não será jamais<br />
atingido pela Justiça Divina por estes procedimentos, que<br />
comece a imaginar desde já o antro fedorento onde deverá<br />
permanecer mergulhado, por toda a eternidade. Entre<br />
dores e suplícios, entre prantos e gritos, entre lamentos e<br />
lágrimas. E a dor maior, de to<strong>dos</strong> os condena<strong>dos</strong> ao eterno<br />
suplício, quando vier o Novo Reino, não será mais o mesmo<br />
de hoje e será pior. Hoje, os homens caí<strong>dos</strong> podem,<br />
ainda, odiar aos homens e a Deus, fazendo com que os<br />
anjos caí<strong>dos</strong> levem seus parentes à perdição. Mas amanhã,<br />
até este “doce tormento” lhes será tirado, restando<br />
para eles, somente e eternamente, o REMORSO, a dor de<br />
ter rejeitado a Deus, a dor de haver rejeitado a salvação, a<br />
dor de haver rejeitado a vida eterna, no prazer infinito da<br />
Vida em Deus, preferindo a Lúcifer o tormento vivo.<br />
O único tormento que será tirado <strong>dos</strong> homens e<br />
mulheres condena<strong>dos</strong> eternamente, será o de não serem<br />
mais molesta<strong>dos</strong> pelos anjos maus, que se molestarão<br />
entre si. Mas, devo dizer, há uma categoria de homens,<br />
os padres muito maus, que certamente habitará para todo<br />
o sempre junto <strong>dos</strong> próprios anjos caí<strong>dos</strong>, porque rejeitou<br />
a condição de ser anjo na terra, para ser demônio vivo,<br />
levando outros à perdição, não pensando apenas na salvação<br />
nas almas, mas nos prazeres do mundo e na satisfação<br />
da própria carne. Para estes, o suplício será infinito<br />
pois duplo. São estes os pastores nús! Os renega<strong>dos</strong>! Os<br />
teimosos! Os orgulhosos! Os ufanos que achavam não<br />
precisar da correção, nem da confissão, estes que distorceram<br />
a vida da Igreja, que escamotearam a verdade, que<br />
para si criaram uma igreja particular e a seu próprio gosto,<br />
mal sabendo que a Lei de Deus é eterna e imutável, ai de<br />
quem alterar uma só palavra do livro Santo.<br />
Precisamos rezar, eu diria FURIOSAMENTE, por<br />
to<strong>dos</strong> os sacerdotes. Sim, eles são de modo furioso, ataca<strong>dos</strong><br />
pelos demônios, porque podem abençoar e salvar.<br />
Eles podem distribuir bem os sacramentos e salvar almas!<br />
Eles podem dar vida a terra, por manterem viva a chama<br />
<strong>dos</strong> sacrários, Deus vivo e presente em nosso meio. Ao<br />
Rosário, sim?
Aarão<br />
Para os que quiserem ler uma reportagem sobre<br />
um exorcismo praticado pelo próprio Papa João Paulo II,<br />
pedimos entrar em : http://br.groups.yahoo.com/group/<br />
noticias-lepanto/message/121?source=1<br />
GRITOS DAS TREVAS<br />
Parte 15<br />
No último trabalho desta série – prometo – vou<br />
trazer ao leitor uma carta, escrita por uma mulher que se<br />
perdeu eternamente. Ela foi obrigada por Deus a relatar a<br />
realidade de seu inferno a uma amiga, contando os motivos<br />
pelos quais se perdeu. É mais um relato pungente,<br />
um GRITO DAS TREVAS, tentando acordar esta humanidade<br />
incauta, que já não crê em mais nada, nem em<br />
Deus, quanto menos na realidade assombrosa e terrível<br />
do inferno. Tirei este texto da internet, onde é livre acesso,<br />
apenas reformulei os parágrafos. O livro original tem “Imprimatur”<br />
da nossa Igreja, e nada contém, contra a fé! Que<br />
cada um lei atentamente como diz São Paulo, e retenha<br />
aquilo que for bom!<br />
CARTA DO ALÉM<br />
Impressionante relato de uma alma condenada<br />
ao Inferno! Imprimatur do original alemão; Brief aus dem<br />
Jenseits: Treves, 9/11/1953. N. 4/53. Aprov. Ecles. Deste<br />
opúsculo: Taubaté - est. De S. Paulo - 2/11/1955. De. Theol.<br />
Bernhardin Krempel, C.P.<br />
À Guisa de Prefácio do livro: Com os homens, Deus<br />
se comunica por muitos mo<strong>dos</strong>. Além de ser a própria<br />
Sagrada Escritura a Carta Magna de Deus aos homens,<br />
escrita e transmitida por homens autoriza<strong>dos</strong>, narra ela<br />
muitas comunicações divinas feitas por visões, inclusive<br />
sonhos. Deus continua a prevenir, ainda, por sonhos. É<br />
que sonhos não são sempre meros sonhos sem base.<br />
A Carta do Além transcrita abaixo conta a história<br />
da condenação eterna de uma jovem. À primeira vista parece<br />
uma história bastante romanceada. Bem consideradas,<br />
porém, as circunstâncias, chega-se à conclusão de<br />
que ela não deixa de ter o seu fundo histórico, como base<br />
do seu sentido moral e do seu alcance transcendental. A<br />
carta em apreço foi encontrada tal qual entre os papéis<br />
de uma freira falecida, amiga da jovem condenada. Relata<br />
a freira os acontecimentos da existência da companheira<br />
como fatos históricos sabi<strong>dos</strong> e verifica<strong>dos</strong>, e sua<br />
sorte eterna comunicada em sonho. A Cúria diocesana de<br />
Treves (Alemanha) autorizou sua publicação como sumamente<br />
instrutiva.<br />
A Carta do Além apareceu primeiro em livro de revelações<br />
e profecias, juntamente com outras narrações.<br />
79<br />
Foi o R. Pe. Bernhardin Krempel C. P., doutor em teologia,<br />
quem a publicou em separado e quem lhe emprestou<br />
mais autoridade, provando-lhe, nas anotações, a absoluta<br />
concordância com a doutrina da Igreja Católica sobre o<br />
assunto. No Apêndice seguem alguns esclarecimentos<br />
complementares sobre o Inferno. O primeiro ponto assinala<br />
dois trabalhos literários que por caminhos diferentes<br />
chegam à mesma conclusão que o Inferno deve existir e<br />
que de fato existe. Nos seguintes pontos expõe-se sumariamente<br />
quais são os que trilham o caminho do Inferno e<br />
quais os meios que temos à mão para nos salvar do maior<br />
perigo da vida, de cair no Inferno.<br />
Informações preliminares: Entre os papéis deixa<strong>dos</strong><br />
por Clara, uma jovem que morreu num convento<br />
como freira, foi encontrado o seguinte depoimento pessoal:<br />
“Tinha eu uma amiga. Quer dizer, éramos mutuamente<br />
achegadas como companheiras e vizinhas de trabalho<br />
no mesmo escritório M. Quando mais tarde Âni se casou,<br />
nunca mais a vi. Desde que nos conhecêramos, reinava<br />
entre nós, no fundo, mais amabilidade que amizade. Por<br />
isso eu sentia dela pouca falta, quando, após seu casamento,<br />
ela foi morar no bairro elegante das vilas, bem<br />
longe do meu casebre.<br />
Quando no outono de 1937 passei minhas férias no<br />
lago Garda, minha mãe escreveu-me, em mea<strong>dos</strong> de setembro:<br />
“Imagine, Âni N. morreu. Num desastre de automóvel<br />
perdeu a vida. Ontem foi enterrada no cemitério do<br />
Mato”. Essa notícia espantou-me. Sabia eu que Âni nunca<br />
fora propriamente religiosa. Estava ela preparada, quando<br />
Deus a chamou de repente?<br />
Na outra manhã assisti na capela da casa do pensionato<br />
das irmãs, onde eu morava, à santa missa em<br />
sua intenção. Rezava fervorosamente por seu descanso<br />
eterno e nessa mesma intenção ofereci também a Santa<br />
Comunhão. Mas o dia todo eu sentia certo mal estar, que<br />
foi aumentando mais ainda pela tarde. Dormia inquieta.<br />
Acordei de repente, ouvindo como se sacudida a porta do<br />
quarto. Liguei a luz. O relógio, no criado mudo, marcava<br />
meia noite e dez minutos. Nada, porém, eu podia ver. Nenhum<br />
barulho havia na casa. Apenas as ondas do lago<br />
Garda batiam, quebrando-se monotonamente, no muro do<br />
jardim do pensionato. De vento, nada eu ouvia.<br />
Tinha eu, todavia, a impressão de que ao acordar<br />
eu tivesse percebido, além das batidas na porta, um ruído<br />
como que de vento, parecido ao do meu chefe de escritório,<br />
quando mal humorado me atirava uma carta amolante<br />
sobre a escrivaninha. Refleti um momento, se devia levantar-me.<br />
Ah! Tudo não passa de cisma, disse-me resoluta.<br />
Não é senão produto de minha fantasia sobressaltada<br />
pela notícia da morte. Virei-me, rezei alguns Pai-Nossos<br />
pelas almas, e adormeci de novo.<br />
Sonhei então que me levantava de manhã às 6 horas,<br />
indo à capela da casa. Quando abri a porta do quarto,<br />
dei com o pé num maço de folhas de carta. Levantá-las,<br />
reconhecer a escrita de Âni e dar um grito, foi coisa de um<br />
segundo. Tremendo, segurei as folhas nas mãos. Confesso
que fiquei tão apavorada, que nem podia proferir o Pai-<br />
Nosso. Fiquei presa de uma quase sufocação. Nada melhor<br />
que fugir dali e ir-me para o ar livre. Arranjei malmente<br />
os cabelos, pus a carta na bolsa e saí à pressa de casa.<br />
Fora, subi o caminho que seguiu tortuoso para cima, por<br />
entre oliveiras, loureiros e quintas de vilas, e para além da<br />
mundialmente célebre estrada “Gardesana”.<br />
A manhã despontava radiante. Nos outros dias eu<br />
parava a cada cem passos, encantada pela magnífica<br />
vista que me ofereciam o lago e a magnificamente bela<br />
ilha Garda. O suavíssimo azul da água refrescava-me; e<br />
como uma criança olha admirada para o avô, assim eu<br />
olhava sempre admirada de novo o cinzento monte Baldo<br />
que se ergue na margem oposta do lago, crescendo de 64<br />
m acima do nível do mar até 2.200 m de altura. Hoje eu<br />
não tinha olhos para tudo isso. Depois de caminhado um<br />
quarto de hora, deixei-me cair maquinalmente sobre um<br />
banco encostado em dois ciprestes, onde, no dia anterior,<br />
eu tinha lido prazerosamente “A donzela Teresa”. Pela primeira<br />
vez eu via nos ciprestes símbolos da morte, coisa<br />
que neles nunca reparava no Sul, onde tão freqüentemente<br />
se encontram.<br />
Peguei a carta. Faltava-lhe a assinatura. Sem a mínima<br />
dúvida era a escrita de Âni. Nem mesmo faltavam<br />
nela a grande “S”-voluta, nem o “T” francês, a que se<br />
havia acostumado no escritório para irritar o Sr. G. O estilo<br />
não era o dela. Pelo menos não falava como de costume.<br />
Sabia ela tão amavelmente conversar e rir com seus olhos<br />
azuis e seu gracioso nariz. Somente quando discutíamos<br />
assuntos religiosos é que ela se tornava mordaz e caía no<br />
rude tom da carta. (Eu própria entrei agora na excitada<br />
cadência da mesma).<br />
Eis aí A CARTA DO ALÉM DE ANI, V., palavra por palavra,<br />
tal qual a li no sonho:<br />
“Clara! Não rezes por mim. Sou condenada. Se te<br />
comunico isso e se a respeito de algumas circunstâncias<br />
da minha condenação te dou pormenorizadas informações,<br />
não creias que eu o faça por amizade. Aqui não<br />
amamos a ninguém mais. Faço-o, como “Parcela daquele<br />
Poder que sempre quer o Mal e sempre produz o Bem”.<br />
Em verdade, eu queria também ver-te aqui, onde<br />
eu para sempre vim parar. [S. Tomas de Aquino, Summa<br />
Theológica (S. Th.) Supplementum (Suppl.) q. 98, a. 4: “Os<br />
réprobos querem que to<strong>dos</strong> os bons sejam condena<strong>dos</strong>”.]<br />
Não estranhes esta minha intenção. Aqui pensamos to<strong>dos</strong><br />
da mesma forma. A nossa vontade está petrificada no mal<br />
- no que vós chamais “mal”. Mesmo quando fazemos algo<br />
de “bem”, como eu agora, descerrando-te os olhos sobre<br />
o Inferno, não o fazemos com boa intenção.[S. Th. Suppl.<br />
q. 98, a. 1: “Neles o autodeterminado querer é sempre de<br />
todo perverso”.]<br />
Lembra-te ainda: Fez 4 anos que nos conhecemos,<br />
em M. Tinhas 23 anos e já trabalhavas no escritório havia<br />
meio ano, quando lá entrei. Tiravas-me bastante vezes de<br />
embaraços; davas-me a mim, principalmente, freqüentes<br />
bons avisos. Mas que é que se chama “bom”! Eu louvava,<br />
80<br />
então tua “caridade”. Ridículo... Tuas ajudas provinham de<br />
pura ostentação, como, aliás, eu já suspeitava. Nós aqui<br />
não reconhecemos bem algum em ninguém!<br />
Conheceste minha mocidade. Cumpre preencher,<br />
aqui, certas lacunas. Conforme o plano de meus pais,<br />
eu não devia nunca haver existido. Aconteceu-lhes um<br />
descuido, a desgraça da minha concepção. Minhas duas<br />
irmãs já tinham 15 e 14 anos, quando eu vim à luz. Oxalá<br />
nunca eu tivesse nascido! Oxalá pudesse eu agora aniquilar-me,<br />
fugir a esses tormentos! Não há volúpia comparável<br />
à de acabar minha existência, como se reduz a cinzas<br />
um vestido, sem mesmo deixar vestígios.[S. Th. Suppl. q.<br />
98, a. 3, r. ib. ad 3: “Enquanto a inexistência liberta de uma<br />
vida de terríveis castigos, seria ela para os condena<strong>dos</strong><br />
um bem maior do que sua miserável existência... Assim<br />
desejam a não existência.”] Mas é preciso que eu exista;<br />
é preciso que eu seja tal como eu me tenho feito: com a<br />
falha total da finalidade da minha existência.<br />
Quando meus pais, ainda solteiros, mudaram-se<br />
da roça para a cidade, perderam o contato com a Igreja.<br />
Assim era melhor. Mantinham relações com pessoas desligadas<br />
da religião. Conheceram-se num baile e viram-se<br />
“obriga<strong>dos</strong>” a casar meio ano depois. No ato do casamento<br />
pegaram neles só algumas gotas de água benta, suficientes<br />
apenas para atrair mamãe à missa domingueira<br />
raríssimas vezes por ano. Nunca ela me ensinava a rezar<br />
direito. Esgotava-se nos cuida<strong>dos</strong> de cada dia, ainda que<br />
a nossa situação não fosse ruim. Semelhantes palavras<br />
como rezar, missa, água benta, igreja, só escrevo com<br />
íntima repugnância, com incomparável nojo. Detesto<br />
profundamente os freqüentadores de igreja, assim como<br />
to<strong>dos</strong> os homens e coisas em geral.<br />
Tudo se nos torna tormento. Cada conhecimento<br />
recebido ao falecer, cada lembrança da vida e do que<br />
sabemos, se transforma numa flama incandescente.[S.<br />
Th. Suppl. q. 98, a. 7, r.: “Nada há nos réprobos, que não<br />
lhes seja matéria e causa de tristeza... Assim dirigindo<br />
sua atenção sobre coisas conhecidas”.] E todas essas<br />
lembranças nos mostram aquele medonho lado que fora<br />
uma graça que desprezamos. Como isso atormenta! Não<br />
comemos, não dormimos, nem andamos com as pernas.<br />
Espiritualmente acorrenta<strong>dos</strong>, nós réprobos, fitamos estarreci<strong>dos</strong><br />
a nossa vida falhada, uivando e rangendo os<br />
dentes, atormenta<strong>dos</strong> e cheios de ódio.<br />
Ouves tu? Bebemos aqui ódio como água. Odiamonos<br />
mutuamente.[S. Th. Suppl. q. 98, a. 4, r.: “Nos réprobos<br />
domina um ódio total”.] Mais do que tudo, odiamos<br />
a Deus. Procuro tornar-te isso compreensível. Os bem<br />
aventura<strong>dos</strong> no Céu devem amá-Lo. Porque O vêem desveladamente<br />
em Sua arrebatadora beleza. Isso torna-os<br />
indescritivelmente felizes. Sabemos isso e é esse conhecimento<br />
que nos torna furiosos.[S. Th. Suppl. q. 98, a. 9,<br />
r.: “Ante o dia do juízo universal sabem os réprobos que<br />
os bem aventura<strong>dos</strong> se encontram numa inefável glória.”]<br />
Os homens, na terra, que conhecem Deus pela criação e<br />
revelação podem amá-Lo; não são força<strong>dos</strong> a fazê-lo.
O crente - furiosa eu te digo aqui - que contempla,<br />
meditando, Cristo estendido na cruz, O amará. Mas a alma<br />
de quem Deus se acerca, fulminante, como vingador e<br />
justiceiro, como Quem foi repelido, essa O odeia, como<br />
nós O odiamos.[S. Th. Suppl. q. 98, a. 8, ad 1, ib. ad 5, r.:<br />
“Os réprobos só enxergam em Deus o castigador e impedidor<br />
(do mal, que desejam ainda fazer). Mas como só O<br />
enxergam no castigo, efeito da sua justiça, odeiam-nO”.]<br />
Odeia-O com toda a força de sua má vontade. Odeia-O<br />
eternamente. Em virtude da deliberada resolução de ficar<br />
afastada de Deus, com que terminou a vida terrena. E<br />
essa perversa vontade, não podemos revogá-la mais, nem<br />
jamais quereremos revogá-la.<br />
Compreendes tu agora por que o Inferno há de ser<br />
eterno? Porque a nossa obstinação nunca derrete, nunca<br />
termina. Forçada acrescento que Deus é propriamente ainda<br />
misericordioso para conosco. Disse “forçada”. A razão<br />
é esta: ainda que voluntariamente escreva esta carta, não<br />
me é possível mentir, como eu bem queria. Assento no papel<br />
muitas informações contrariamente à minha vontade.<br />
Também a corrente de injúrias que queria despejar, tenho<br />
de reengoli-la. Deus era misericordioso para conosco pelo<br />
que não deixou a nossa vontade produzir e efetivar na Terra<br />
todo o mal que desejávamos fazer. Se Ele nos tivesse<br />
deixado a esmo, teríamos aumentado muito a nossa culpa<br />
e castigo. Deixou-nos morrer prematuramente - como a<br />
mim - ou introduziu circunstâncias atenuantes.<br />
Agora Ele se nos torna misericordioso por que não<br />
nos obriga a nos aproximar Dele, porém a ficarmos neste<br />
lugar distante do Inferno, diminuindo-nos o tormento.[S.<br />
Th. I, q. 21, a. ad. 1.: “Na condenação <strong>dos</strong> réprobos aparece<br />
a misericórdia de Deus... , no que os castiga menos<br />
do que merecem”. - Em outro lugar nota o santo doutor<br />
da Igreja, que isso é o caso sobretudo com os que neste<br />
Mundo eram misericordiosos para com os outros (S. Th.<br />
Suppl. q. 99, a. 5, ad 1.)] Cada passo mais perto de Deus<br />
dar-me-ia maior sofrimento do que a ti um passo mais<br />
perto de uma fogueira.<br />
Ficaste espantada um dia quando te contei, em<br />
passeio, o que meu pai me dissera alguns dias antes da<br />
minha primeira comunhão: “Cuida, Anita, que ganhes bonito<br />
vestido; o mais não passa de burla”. Quase me teria<br />
mesmo envergonhado do teu espanto. Agora rio-me disso.<br />
O mais bem feito, em toda essa burla, era permitir-se a<br />
comunhão apenas aos 12 anos. Eu já estava, então, assaz<br />
possuída do prazer do mundo, que postergava facilmente<br />
tudo quanto era religião, e não levei a comunhão a sério.<br />
O novo costume de deixar as crianças receberem a comunhão<br />
aos 7 anos põe-nos furiosos. Envidamos to<strong>dos</strong> os<br />
meios para burlar isso, fazendo crer que para comungar<br />
cumpre haver compreensão. É preciso que as crianças já<br />
tenham cometido antes alguns peca<strong>dos</strong> mortais. O “branco”<br />
Deus será menos prejudicial, então, do que recebido<br />
quando a fé, a esperança e o amor, frutos do batismo -<br />
escarro sobre tudo isso - ainda estão vivos no coração da<br />
criança. Lembras-te que já sustentei esse mesmo ponto<br />
81<br />
de vista na Terra?<br />
Torno a meu pai. Ele brigava muito com minha mãe.<br />
Raras vezes te frisei isso: tinha vergonha. Ah! que é vergonha?<br />
Coisa ridícula! A nós tudo nos é indiferente. Meus<br />
pais não dormiam mais no mesmo quarto. Eu dormia com<br />
minha mãe, papai no quarto ao nosso lado, aonde podia<br />
voltar a qualquer hora da noite. Ele bebia muito e gastou<br />
a nossa fortuna. Minhas irmãs estavam empregadas e<br />
precisavam do seu próprio dinheiro, como diziam. Mamãe<br />
começou a trabalhar. No último ano de sua amargurada<br />
vida, papai batia em mamãe muitas vezes, quando não lhe<br />
queria dar dinheiro. Para mim ele era sempre bonzinho.<br />
Um dia, contei-te isso e ficastes escandalizada sobre o<br />
meu capricho - e de que não te escandalizastes em mim?<br />
- um dia, pois, devolveu duas vezes sapatos novos, porque<br />
a forma <strong>dos</strong> saltos não me era bastante moderna.[Os<br />
assinala<strong>dos</strong> traços sobre o pai de Âni e as ocorrências<br />
subsequentes são fatos.]<br />
Na noite em que uma apoplexia vitimou meu pai<br />
mortalmente, aconteceu algo que nunca te confiei, por<br />
temer desagradável interpretação de tua parte. Hoje, porém,<br />
deves sabê0lo. Esse fato é memorável, porque foi<br />
pela primeira vez que o meu atual espírito carrasco se<br />
acercou de mim. Eu dormia no quarto de minha mãe. Suas<br />
respirações regulares denotavam seu profundo sono. De<br />
repente ouvi chamar meu nome. Uma voz desconhecida<br />
murmurou: “Que acontecerá, se teu pai morrer?” Eu não<br />
amava mais meu pai, desde que ele começara a maltratar<br />
minha mãe. Já não amava propriamente ninguém: só me<br />
prendia a alguns que eram bons para mim. - Amor sem<br />
intuito natural existe quase só nas almas que vivem em<br />
estado de graça. Nele eu não vivia.<br />
Respondia assim ao misterioso interlocutor: “Com<br />
certeza ele não morre”. Após breve intervalo, ouvi a mesma<br />
bem compreendida pergunta sem me incomodar de<br />
saber, de onde provinha. “Qual o que! Ele não está morrendo”<br />
escapou-me casmurra. Pela terceira vez fui interrogada:<br />
“Que acontecerá se teu pai morrer?” De relance<br />
me surgiu no espírito como meu pai freqüentes vezes<br />
voltava para casa meio bêbado, ralhando e brigando com<br />
mamãe e quanto ele nos envergonhava perante os vizinhos<br />
e conheci<strong>dos</strong>! Gritei, então embirrada: “Pois não, é<br />
quanto merece! Que morra!” Depois, ficou tudo quedo.<br />
Na manhã seguinte, quando mamãe foi para arrumar<br />
o quarto de papai, encontrou a porta fechada. Ao meio<br />
dia abriram-na à força. Papai encontrava-se meio vestido<br />
em cima da cama - morto, um cadáver. Ao procurar cerveja<br />
na adega, deve se ter resfriado. Desde muito, estava<br />
adoentado. - (Será que Deus fez depender da vontade de<br />
uma criança, a quem o homem demonstrava bondade, o<br />
conceder-lhe mais tempo e ocasião para se converter?)<br />
Marta K. e tu me fizestes ingressar na associação<br />
das moças. Nunca te escondi que achava as instruções<br />
das duas diretoras, duas senhoras X., assaz vigaristas.<br />
Achava os jogos bastante diverti<strong>dos</strong>. Conforme sabes,<br />
cheguei, em breve, a sustentar nele papel preponderan-
te. Isso era o que me lisonjeava. Também as excursões<br />
me agradavam. Deixei-me até levar algumas vezes a<br />
confessar-me e comungar. Propriamente não tinha nada<br />
para confessar. Pensamentos e sentimentos comigo não<br />
entravam em conta. Para coisas piores eu não estava madura<br />
ainda.<br />
Admoestaste-me um dia: “Âni, se não rezares<br />
mais, perder-te-ás”. Eu rezava realmente muito pouco; e<br />
também só contrariada, de má vontade. Tinhas tu, sem<br />
dúvida, razão. To<strong>dos</strong> os que no Inferno ardem, não rezaram,<br />
ou não rezaram bastante. A oração é o primeiro<br />
passo para Deus. Sempre decisivo. Mormente a oração<br />
para aquela que é a mãe do Cristo, cujo nome não nos<br />
é lícito pronunciar. A devoção a Ela arranca ao demônio<br />
inúmeras almas, que os peca<strong>dos</strong> lhe teriam infalivelmente<br />
atirado às mãos.<br />
Furiosa continuo - por ser forçada: rezar é o mais<br />
fácil que se pode fazer na Terra. Justamente a essa facilidade<br />
Deus ligou a salvação. A quem reza coma assiduidade,<br />
Deus dá, paulatinamente, tanta luz e fortalece-o tanto<br />
que o mais afogado bode de pecador se pode definitivamente<br />
levantar pela oração, ainda que esteja submerso na<br />
lama até ao pescoço. Nos últimos anos da vida eu deveras<br />
não rezava mais e assim me privava das graças, sem as<br />
quais ninguém se pode salvar. Aqui não recebemos mais<br />
graça alguma. Mesmo que a recebêssemos, com escárnio<br />
a rejeitaríamos. Todas as vacilações da existência terrestre<br />
acabaram no além.<br />
Na vida terrena pode o homem passar do estado<br />
de pecado para o estado de graça. Da graça pode cair<br />
no pecado. Freqüentes vezes caí por fraqueza; raramente<br />
por maldade. Com a morte, terminou essa inconstância<br />
do sim e do não, caindo e levantando-se. Pela morte, cada<br />
um entra no estado final, fixo e inalterável. À medida que<br />
avança a idade, tornam-se menores os saltos. É verdade<br />
que, até à morte, a gente se pode converter a Deus<br />
ou virar-Lhe as costas. No morrer se decide o homem,<br />
entretanto, com as últimas tremuras da vontade, maquinalmente,<br />
tal como se acostumara na vida.<br />
Bom ou mau hábito tornou-se uma segunda natureza.<br />
Esta o arrasta no derradeiro momento. Assim também<br />
arrastou à mim. Anos inteiros eu vivera afastada de Deus.<br />
Consequentemente, decidi-me no último chamamento<br />
da graça, contra Deus. Não que o haver pecado muitas<br />
vezes me fosse uma fatalidade, mas porque eu não me<br />
queria mais levantar. Repetidas vezes me admoestaste a<br />
assistir à pregação e a ler livros devotos. Eu escusava-me<br />
regularmente com a falta de tempo. Havia eu de aumentar<br />
ainda mais a minha incerteza íntima?<br />
Cumpre-me aliás afirmar: Quando cheguei a esse<br />
ponto crítico, pouco antes da minha saída da associação<br />
das moças, ter-me-ia sido muito difícil enveredar por<br />
outro caminho. Sentia-me insegura e infeliz. Diante da<br />
minha con<strong>versão</strong>, levantou-se um paredão. Deves tê-lo<br />
desapercebido. Tu o tinhas imaginado tão fácil, quando<br />
uma vez me disseste: “Faça, pois, uma boa confissão, Âni,<br />
82<br />
e tudo ficará bem”. Eu suspeitava que assim fosse. Mas<br />
o mundo, o demônio e a carne já me seguravam nas suas<br />
garras.<br />
Na atuação do demônio eu não acreditava nunca.<br />
Agora atesto que, a pessoas como eu então era, o demônio<br />
influencia poderosamente.[A influência <strong>dos</strong> maus espíritos<br />
encerra-se nos apeli<strong>dos</strong> “demônio” ou “diabo”. Como<br />
comprovação da sua existência bastam dois textos da S.<br />
Escritura: “Irmãos, sede sóbrios e vigiai! Vosso inimigo, o<br />
demônio, anda por aí como um leão rugindo e procurando<br />
a quem puder devorar”. (1 Petr. 5, 8). O rugir nãos e refere<br />
ao que satanás faz muito alarme com as suas tentações,<br />
porém à avidez com que ele nos procura perder. - S. Paulo<br />
escreve aos Efésios (*, 12): “Ponde a armadura de Deus,<br />
para que possais resistir às astúcias do demônio. Nossa<br />
luta não é contra carne e sangue (homens), porém contra<br />
os poderes <strong>dos</strong> tenebrosos dominadores deste Mundo e<br />
contra os maus espíritos <strong>dos</strong> ares.”]<br />
Só muitas orações alheias e as minhas próprias,<br />
juntamente com sacrifícios e sofrimentos, teriam conseguido<br />
arrancar-me dele. E isso deveras só paulatinamente.<br />
Poucos possessos. O demônio não pode tirar o livre<br />
arbítrio àqueles que se entregam à sua influência. Contudo,<br />
como castigo de sua apostasia quase total de Deus,<br />
Este permite que o “Mau” neles se aninhe. Odeio também<br />
o demônio. Todavia gosto dele, porque ele procura perdervos:<br />
ele e seus auxiliares, os anjos caí<strong>dos</strong> com ele desde<br />
os princípios do tempo. Há miríades. Vagueiam pela terra<br />
inúmeros como enxames de moscas, sem que sejam suspeita<strong>dos</strong>.[S.<br />
Th. Suppl. q. 98, a. 6, ad 2: “Não é tarefa <strong>dos</strong><br />
homens condena<strong>dos</strong>, perderem e tentarem outros, porém<br />
<strong>dos</strong> demônios.”]<br />
A nós homens réprobos não nos incumbe de vos<br />
tentar; isso cabe aos espíritos caí<strong>dos</strong>. Aumentam, sim,<br />
ainda mais os seus tormentos toda vez que arrastam<br />
uma alma humana ao Inferno. Mas de que não é capaz<br />
o ódio![S. Th, q. 98, a. 4, ad 3: “O crescente número <strong>dos</strong><br />
réprobos aumenta ainda os sofrimentos de to<strong>dos</strong>. Mas são<br />
de tal modo cheios de ódio e inveja, que antes querem<br />
sofrer mais com muitos, do que menos sozinhos.”] Ainda<br />
que eu andasse por veredas tortuosas, Deus me procurava.<br />
Eu preparava o caminho à graça, por serviços de<br />
caridade natural, que por inclinação de minha índole, não<br />
raras vezes prestava.<br />
Às vezes atraía-me Deus para uma Igreja. Lá eu<br />
sentia certa nostalgia. Quando cuidava da minha mãe doente,<br />
apesar do meu trabalho no escritório durante o dia,<br />
e sacrificava-me realmente um tanto, atuavam sobre mim<br />
poderosamente essas atrações de Deus. Uma vez - foi na<br />
capela do hospital, aonde me levaste no tempo livre de<br />
meio dia - fiquei tão impressionada, que me encontrei a<br />
um passo apenas da minha con<strong>versão</strong>. Eu chorava. Em<br />
seguida, porém, vinha o prazer do mundo derramar-se,<br />
como uma torrente, por sobre a graça. Os espinhos aforaram<br />
o trigo. Com a explicação de que religião é sentimentalismo<br />
conforme sempre se dizia no escritório, lancei
também essa graça, como outras, debaixo da mesa.<br />
Repreendestes-me um dia que, em vez de genuflexão,<br />
fiz numa igreja uma ligeira inclinação da cabeça.<br />
Tomastes isso como preguiça e não parecias suspeitar de<br />
que, já então, não acreditava mais na presença de Cristo<br />
no Sacramento. Agora creio nela, porém só naturalmente,<br />
como se acredita em tempestade, cujos sinais e efeitos<br />
se percebem. Nesse ínterim, havia-me arranjado, eu própria,<br />
uma religião. Agradou-me a opinião generalizada<br />
no escritório, de que, após a morte, a alma voltaria para<br />
este Mundo em outro ser e passaria por outros e mais<br />
outros seres, numa sucessão sem fim. Com isso liquidei o<br />
angustiante problema do além e imaginava tê-lo tornado<br />
inofensivo.<br />
Por que não me lembraste a parábola do gozador<br />
rico e do pobre Lázaro, em que o narrador, Cristo, imediatamente<br />
após a morte, mandou um para o Inferno, o outro<br />
para o Paraíso? Mas o que terias conseguido? Nada mais<br />
do que com tuas demais palavras beatas. Aos poucos eu<br />
própria arranjei um deus: bem privilegiado para se chamar<br />
deus; a mim bastante longe para não me obrigar a relações<br />
com ele; assas confuso, para se transformar, à vontade<br />
e sem mudar de religião, num deus panteístico ou até<br />
tornar-me orgulhosa deísta. Esse “deus” não tinha um céu<br />
para me galhardear nem inferno para ame amedrontarme.<br />
Deixei-o em paz. Nisso consistia a minha adoração<br />
a ele. No que se ama, acredita-se facilmente. No curso<br />
<strong>dos</strong> anos tinha-me eu assaz persuadido da minha religião.<br />
Vivia-se bem com ela, sem que ela me incomodasse. Só<br />
uma coisa me teria quebrado a nuca: uma dor profunda,<br />
prolongada. Mas este sofrimento não veio. Compreende<br />
agora: “A quem Deus ama, Ele castiga!”<br />
Era um dia de estio, em julho, quando a associação<br />
das moças organizava uma excursão para A. Gostava eu<br />
sim das excursões. Mas não das beatarias anexas! Outra<br />
imagem, diferente da de Nossa Senhora das Graças de A.,<br />
estava, desde pouco, no altar do meu coração. O grã-fino<br />
Max N. do armazém ao lado. Pouco antes conversáramos<br />
divertidamente algumas vezes. Convidara-me, nessa<br />
ocasião, para fazermos uma excursão naquele mesmo<br />
domingo. A outra com que costumava andar, estava no<br />
hospital.<br />
Reparara, sim, que eu tinha deitado um olhar sobre<br />
ele. Mas eu não pensava ainda em casar-me com ele.<br />
Era afortunado, porém amável demais para com muitas<br />
e quaisquer mocinhas; até então eu queria um homem<br />
que me pertencesse exclusivamente, como única mulher.<br />
Certa distância sempre me era própria. [Isso era verdade.<br />
Com toda a sua indiferença religiosa Âni tinha algo de nobre<br />
em seu ser. Espanto-me de que também pessoas “honestas”<br />
possam cair no Inferno, se são assaz desonestas<br />
para fugirem do encontro com Deus] Nessa excursão, Max<br />
cumulou-me de todas as amabilidades. Conversações de<br />
beatas é que não tivemos, como vocês.<br />
No outro dia, no escritório, repreendestes-me porque<br />
não vos acompanhei até A. Contei-te os meus diver-<br />
83<br />
timentos domingueiros. Tua primeira pergunta era: “Estivestes<br />
na missa?” Louca! Como podia assistir à missa,<br />
desde que combinamos a saída para 6 horas! Lembras-te,<br />
ainda, que juntei excitada: “O bom deus não é tão mesquinho<br />
como os vossos padrecos?” Agora, cumpre-me confessar-te<br />
que, apesar de sua infinita bondade, Deus toma<br />
tudo mais a sério do que os padres. Após esse primeiro<br />
passeio com Max, assisti mais uma só vez à vossa reunião.<br />
Na solenidade de Natal. Certas coisas me atraíam.<br />
Mas interiormente, já estava apartada de vocês. Cinemas,<br />
bailes, excursões, seguiam-se. Brigávamos às vezes, Max<br />
e eu, mas eu sabia prendê-lo sempre a mim.<br />
Mui desagradável me foi a rival que, de volta do<br />
hospital, se comportava furiosamente. Propriamente a<br />
meu favor. Minha calma distinta causou grande impressão<br />
a Max e obrigou-lhe, afinal, a decisão de me preferir.<br />
Eu sabia denegri-la, rebaixá-la. Falando com calma: por<br />
fora, realidades objetivas; por dentro, atirando peçonha.<br />
Semelhante sentimentos e insinuações conduzem rapidamente<br />
ao Inferno. São diabólicos, no verdadeiro sentido<br />
da palavra.<br />
Por que te conto isso? Para constar como fiquei<br />
definitivamente livre de Deus. Para esse afastamento não<br />
foi preciso que eu chegasse com Max muitas vezes às<br />
últimas familiaridades. Compreendi que me rebaixaria<br />
aos seus olhos, se me deixasse esvaziar antes do tempo.<br />
Por isso me retinha, vedava. Realmente estava eu sempre<br />
pronta para tudo que achava útil. Cumpria-me conquistar<br />
Max. Para isso nada achava caro de mais. Amamo-nos<br />
aos poucos, pois que ambos possuíamos valiosas qualidades<br />
que podíamos apreciar mutuamente. Fui talentosa<br />
e tornei-me hábil e conversadora. Cheguei, assim, a<br />
prender Max nas mãos, segura de que o possuía sozinha,<br />
pelo menos nos últimos meses antes do casamento. Nisso<br />
consistia minha apostasia de Deus, em fazer de uma criatura<br />
o meu deus. Em coisa alguma pode isso realizar-se<br />
tão plenamente como entre pessoas de diferentes sexo,<br />
se o amor se afoga na matéria. Isso torna-se seu encanto,<br />
seu aguilhão e seu veneno. A “adoração” que eu prestava<br />
a Max, tornou-se-me uma religião vivida.<br />
Era no tempo quando, no escritório, tão virulentamente<br />
eu caia em cima das corridas à igreja, <strong>dos</strong> padrecos,<br />
do murmurejar de rosário e demais bugigangas.<br />
Emprenhastes-te, mais ou menos inteligentemente, em<br />
proteger tudo isso; aparentemente sem suspeitares de<br />
que para mim, em última análise, não se tratava dessas<br />
coisas, mas propriamente de ponto de apoio contra minha<br />
consciência que eu estava procurando - dele eu precisava<br />
ainda - para justificar racionalmente a minha apostasia.<br />
No fundo eu vivia revoltada contra Deus. Tu não percebias<br />
isso. Sempre me consideravas ainda católica. Como tal,<br />
queria eu também ser chamada; até mesmo pagava a<br />
contribuição para a igreja. Certa “ressalva” não me podia<br />
fazer mal, pensava eu.<br />
Por mais certas que às vezes fossem tuas respostas,<br />
de mim ressaltavam, porque tu não devias ter razão.
Em face dessas nossas relações entrecortadas a dor da<br />
nossa separação era pequena, quando meu casamento<br />
nos distanciou. Antes do meu casamento, confessei-me<br />
e comunguei mais essa vez. Era uma formalidade. Meu<br />
homem pensava como eu. De resto, por que não haveríamos<br />
de satisfazê-la? Cumprimo-la como qualquer outra<br />
formalidade. Vós o chamais “indigno”. Após aquela “indigna”<br />
comunhão eu tinha mais sossego de consciência.<br />
Era essa a última.<br />
Nossa vida matrimonial decorria, em geral, em boa<br />
harmonia. Em quase to<strong>dos</strong> os pontos tínhamos a mesma<br />
opinião. Também nisso: não nos queríamos impor o encargo<br />
de filhos. No fundo, meu marido desejava ter um - naturalmente<br />
não mais. Eu soube arrancar-lhe, finalmente,<br />
essa idéia. Eu gostava mais de vesti<strong>dos</strong> e mobílias finas,<br />
de tertúlias de chá, de passeios de automóvel e de semelhantes<br />
divertimentos. Era um ano de prazeres terrenos<br />
entre o casamento e minha repentina morte.<br />
Cada domingo passeávamos de automóvel ou visitávamos<br />
parentes de meu esposo. (De minha mãe eu<br />
me envergonhava então). Esses nadavam bem como nós,<br />
na superfície da existência. Interiormente, porém, nunca<br />
me sentia deveras feliz. Algo roía-me sempre na alma.<br />
Eu desejava que pela morte, a qual sem dúvida havia de<br />
demorar muito tempo ainda, tudo acabasse. Mas é como<br />
em criança eu ouvira uma vez falar, em sermão, que deus<br />
recompensa já neste Mundo o bem que alguém pratica.<br />
Se não pode recompensá-lo no outro mundo, fá-lo na<br />
Terra. Sem o esperar, recebi uma herança (da tia Lote).<br />
Meu marido teve a sorte de ver o seu salário consideravelmente<br />
aumentado. Assim pude instalar mimosamente<br />
a nossa casa nova.<br />
Minha religião estava às últimas, como um vislumbre<br />
do ocaso no firmamento longínquo. Os bares e cafés<br />
da cidade e os restaurantes por onde passávamos nas<br />
viagens, não nos aproximaram de Deus. To<strong>dos</strong> os que lá<br />
freqüentavam, vivam como nós: de fora para dentro, não<br />
de dentro para fora. Visitando uma célebre catedral, nas<br />
viagens de férias, procurávamos deleitar-nos com o valor<br />
artístico das obras primas. O sopro religioso que irradiavam,<br />
mormente as da Idade Média, eu sabia neutralizá-lo,<br />
escandalizando-me em qualquer circunstâncias da visita.<br />
Assim, a um irmão leigo que nos conduzia, eu criticava o<br />
estar um tanto sujo e desajeitado; criticava o comércio de<br />
pie<strong>dos</strong>os monges que fabricavam e vendiam licor; criticava<br />
as eternas badaladas <strong>dos</strong> sinos chamando para igrejas,<br />
onde se trata apenas de dinheiro.<br />
Assim eu conseguia afastar de mim a graça, cada<br />
vez que me batia à porta. Mormente deixava meu mau<br />
humor derramar-se livremente sobre tudo que tratava de<br />
antigas representações do Inferno em livros, cemitérios<br />
e outros lugares, onde se viam os demônios fritarem as<br />
almas em fogo vermelho ou amarelo, e seus sócios, de<br />
cauda comprida, trazerem-lhes mais e mais vítimas. Clara,<br />
o Inferno pode ser mal desenhado, porém nunca ser<br />
exagerado. Sobretudo escarnecia eu sempre do foto do<br />
84<br />
Inferno. Lembras-te como numa conversa sobre isso eu<br />
te meti um fósforo aceso debaixo do nariz burlando: “É<br />
assim que cheira!”<br />
Tu apagaste tão logo a chama. Aqui ninguém a<br />
extingue. Digo-te mais: o fogo de que fala a Bíblia, não<br />
significa tormento de consciência. Fogo significa fogo.<br />
Cumpre entendê-lo em sentido real, quando Aquele declarou:<br />
“Afastai-vos de mim, vós, malditos, ide para o fogo<br />
eterno”. Literalmente! Como pode o espírito ser tocado<br />
pelo fogo material? Perguntas. Como então pode, na Terra,<br />
tua alma sofrer, segurando teu dedo na chama? Tua<br />
alma também não se queima, mas que dor tem de aturar o<br />
homem todo! Semelhantemente estamos nós aqui presos<br />
ao fogo em nosso ser em nossas faculdades. Nossa alma<br />
fica privada do seu vôo natural; não podemos pensar nem<br />
querer o que queremos.[S. Th. Suppl. q. 70, a. 3, r.: “O<br />
fogo do Inferno atormenta o espírito pelo que o impede de<br />
executar o que quer; não pode atuar onde quer e quanto<br />
quer.”]<br />
Não procures esclarecer o mistério contrário às<br />
leis da natureza material: o fogo do Inferno queima sem<br />
consumir. O nosso maior tormento consiste em que sabemos<br />
exatamente que nunca veremos Deus. Quanto pode<br />
torturar o que na terra nos era indiferente! Enquanto a<br />
faca está em cima da mesa, deixa-te fria. Vês-lhe o fio,<br />
porém não o sentes. Mas entra a faca na carne e gritarás<br />
de dor. Agora sentimos a perda de Deus; antes só a vimos.<br />
[“A separação de Deus é um tormento tão grande como<br />
Deus” (Frase atribuída a S. Agostinho).<br />
Todas as almas não sofrem igualmente. Quanto<br />
mais frívolo, mal<strong>dos</strong>o e decidido alguém foi no pecar, tanto<br />
mais lhe pesa a perda de Deus, e tanto mais torturado<br />
se sente pela criatura abusada. Os católicos condena<strong>dos</strong><br />
sofrem mais do que os de outra crença, porque receberam<br />
e desaproveitaram, em geral, mais luzes e mais graças.<br />
Quem sabia mais, sofre mais do que aquele que menos<br />
conhecimentos tinha. Quem pecou por maldade sofre<br />
mais do que aquele que caiu por fraqueza. Mas nenhum<br />
sofre mais do que mereceu. Oxalá isso não fosse verdade,<br />
para que eu tivesse motivo para odiar!<br />
Tu me disseste um dia: ninguém cai no Inferno sem<br />
que o saiba. Foi isso revelado a uma santa. Ria eu disso,<br />
no entanto me entrincheirava atrás desta reflexão: nesse<br />
caso me ficaria suficiente tempo para me converter - assim<br />
eu pensava no íntimo. O enunciado calha. Antes do<br />
meu fim repentino, de certo não conhecia o Inferno tal<br />
qual é. Nenhum ente humano o conhece. Mas eu estava<br />
exatamente inteirada disso: Se tu morreres, entrarás na<br />
eternidade como revoltada contra Deus. Suportarás as<br />
conseqüências.<br />
Conforme declarei já, não voltei atrás, mas perseverei<br />
na mesma direção, arrastada pelo costume, com<br />
que os homens agem tanto mais calculada e regularmente,<br />
quanto mais velhos ficam. Minha morte ocorreu<br />
do seguinte modo: Há uma semana - falo de acordo com<br />
a vossa contagem, porque calculada pelas dores, eu po-
deria já estar ardendo no Inferno havia dez anos - faz pois<br />
uma semana que meu marido e eu fizemos, num domingo,<br />
uma excursão, que foi a última para mim. Radiante<br />
despontara o dia. Eu sentia-me bem, como raras vezes.<br />
Perpassou-me, porém, um sinistro pressentimento... Inesperadamente,<br />
na viagem de volta, meu marido que vinha<br />
guiando o carro, e eu ficamos ofusca<strong>dos</strong> pela luz de um<br />
automóvel que vinha em sentido contrário e com grande<br />
velocidade. Meu marido perdeu a direção.<br />
Jesus! Estremeci. Não como oração, mas como<br />
grito. Sentia uma dor esmagadora por compressão - uma<br />
bagatela em comparação com o tormento atual. Perdi<br />
então os senti<strong>dos</strong>. Estranho! Naquele manhã mesma,<br />
nascera-me inexplicavelmente a idéia: poderias, enfim,<br />
mais uma vez ir à missa. Soava-me como súplica. Claro<br />
e decidido cortou meu “Não” o fio da idéia. Com isso<br />
devo acabar definitivamente. Tomo sobre mim todas as<br />
conseqüências. Agora as suporto. O que aconteceu após<br />
a minha morte, tu conheces. A sorte de meu marido, de<br />
minha mãe, do meu cadáver e enterro, tudo te é conhecido<br />
até nos pormenores, como sei por uma intuição natural<br />
que to<strong>dos</strong> nós temos.<br />
Do mais que acontece no Mundo, só temos um<br />
conhecimento confuso. Mas o que nos tocava de perto<br />
conhecemos. Assim conheço também teu paradeiro.[“As<br />
almas de faleci<strong>dos</strong> não têm seguro conhecimento de pormenores,<br />
porém apenas um enuviado conhecimento geral<br />
da natureza material”. (S. Th. Suppl. q. 98, a. 3).]<br />
Acordei das trevas no momento da minha morte.<br />
Vi-me de repente envolvida de luz ofuscante. Era no mesmo<br />
lugar onde estava o meu cadáver. Aconteceu como<br />
em teatro, quando de repente apagam as luzes, a cortina<br />
é rui<strong>dos</strong>amente removida e aparece a cena tragicamente<br />
iluminada: a cena de minha vida. Como num espelho, assim<br />
eu vi minha alma. Vi as graças pisadas aos pés, desde<br />
a juventude até o último “Não” dado a Deus. Apossou-se<br />
de mim a impressão como que de assassino levado ao<br />
tribunal à frente da sua vítima inanimada. - Arrependerme?<br />
Nunca! [S. Th. Suppl. q. 98, a. 2, r.: “Os maus não se<br />
arrependem propriamente <strong>dos</strong> peca<strong>dos</strong>, por lhes serem<br />
afeitos maliciosamente. Arrependem-se, porém enquanto<br />
são castiga<strong>dos</strong> pelas penas <strong>dos</strong> peca<strong>dos</strong>”.]<br />
Envergonhar-me? Jamais! Entretanto nem me era<br />
possível permanecer na vista de Deus, negado e reprovado<br />
por mim. Restava-me uma só coisa: a fuga. Assim<br />
como Caím fugiu do cadáver de Abel, assim minha alma<br />
se atirou longe desse aspecto horrível. Esse era o Juízo<br />
particular. O invisível juiz falou: “Afasta-te!” Logo caiu<br />
minha alma, como uma sombra sulfúrica, no lugar do tormento<br />
eterno.[ “É certo que o Inferno é um local determinado.<br />
Mas onde esse local fica situado, ninguém o sabe.”<br />
A eternidade das penas do Inferno é um dogma:<br />
seguramente o mais terrível de to<strong>dos</strong>. Tem suas raízes na<br />
S. Escritura. Cf. Mt. 25, 41 e 46; 2 Thess. 1, 9; Jud. 13;<br />
Apoc. 14, 11 e 20, 10; to<strong>dos</strong> eles são textos irrefutáveis,<br />
em que “eterno” não se deixa trocar e interpretar por<br />
85<br />
“longo”. Se não fora conveniente ilustrar esse dogma num<br />
caso particular, nem o próprio Nosso Senhor teria pedido<br />
fazê-lo na parábola do rico folgazão e do pobre Lázaro.<br />
Lá fez o mesmo que aqui vem feito: desenhou o Inferno e<br />
como se pode cair nele. Não o fez por prazer sensacional,<br />
porém levado pela mesma intenção que ocasionou esta<br />
publicação.<br />
A eternidade das penas do Inferno é um dogma:<br />
seguramente o mais terrível de to<strong>dos</strong>. Tem suas raízes na<br />
S. Escritura. Cf. Mt. 25, 41 e 46; 2 Thess. 1, 9; Jud. 13;<br />
Apoc. 14, 11 e 20, 10; to<strong>dos</strong> eles são textos irrefutáveis,<br />
em que “eterno” não se deixa trocar e interpretar por<br />
“longo”. Se não fora conveniente ilustrar esse dogma num<br />
caso particular, nem o próprio Nosso Senhor teria pedido<br />
fazê-lo na parábola do rico folgazão e do pobre Lázaro.<br />
Lá fez o mesmo que aqui vem feito: desenhou o Inferno e<br />
como se pode cair nele. Não o fez por prazer sensacional,<br />
porém levado pela mesma intenção que ocasionou esta<br />
publicação.<br />
A finalidade deste folheto encontra sua expressão<br />
no seguinte conselho: “Desçamos ao Inferno ainda vivos,<br />
para que moribun<strong>dos</strong> nele não caiamos”. Este conselho<br />
dirigido a cada um não é senão a paráfrase do salmo 54:<br />
“Descendant in infernum viventes, videlicet, ne descendant<br />
morientes”, a qual se encontra numa obra (erradamente)<br />
atribuída a S. Bernardo (Patr. Lat. Migne, vol. 184,<br />
Col. 314 b).]<br />
Últimas informações de Clara:<br />
“Assim finalizou a carta de Âni sobre o Inferno. As<br />
últimas palavras eram quase ilegíveis, tão tortas estavam<br />
as letras. Quando eu acabara de ler a última palavra, a<br />
carta toda virou cinza. Que é que lá ouço? Por entre os duros<br />
acentos das linhas que eu imaginava ter lido ressoou<br />
doce som de sino. Acordei de vez. Achei-me ainda deitada<br />
no meu quarto. A luz matinal da aurora penetrava nele. Da<br />
igreja paroquial vinham as badaladas das Ave-Maria. Pois<br />
tudo era apenas um sonho?<br />
Nunca eu sentira na Saudação Angélica, tanto consolo<br />
como após esse sonho. Pausadamente fui rezando as<br />
três ave-marias. Tornou-se-me então claro, claríssimo: ela<br />
cumpre segurar-te, à bendita Mãe do Senhor, venerar a<br />
Maria filialmente, se não quisesse ter a mesma sorte que<br />
te contou - ainda que em sonho - uma alma que jamais<br />
verá Deus. Espantada e tremendo ainda pela visão noturna<br />
levantei-me, vesti-me depressa e fugi para a capela<br />
da casa. O coração palpitava-me violenta e descompassadamente.<br />
Os hóspedes, ajoelha<strong>dos</strong> mais perto de mim,<br />
olhavam-me preocupa<strong>dos</strong>. Talvez pensassem que, por<br />
haver eu corrido escada abaixo, estivesse tão excitada e<br />
vermelha.<br />
Uma bon<strong>dos</strong>a dama de Budapeste, grande sofredora,<br />
franzina como uma criança, míope, todavia fervorosa<br />
no serviço de Deus e de longo alcance espiritual, disseme<br />
à tarde no jardim: “Senhorita, Nosso Senhor não quer<br />
ser servido no expresso”. Mas ela percebia então que outra<br />
coisa me havia excitado e ainda me preocupava. Ajun-
tou bon<strong>dos</strong>amente: “Nada te deve angustiar - conheces o<br />
aviso de S. Teresa - nada te deve alarmar. Tudo passa. A<br />
Paciência tudo consegue! A quem possui Deus, nada lhe<br />
falta. Só Deus basta.”<br />
Quando sussurrava isso mesmo, sem qualquer tom<br />
de mestra, parecia-me ler na minha alma. “Deus só basta”.<br />
Sim, Ele há de me bastar, neste e no outro mundo.<br />
Quero ali possuí-Lo um dia, por mais sacrifícios que aqui<br />
eu tenha ainda de fazer para vencer. Não quero cair no<br />
Inferno.” Termina o esclarecimento de Clara!<br />
Mas nós, de plantão permanente contra as trevas,<br />
sentimos não ter acabado ainda de todo o nosso trabalho.<br />
Na verdade o demônio é astucioso, é manhoso, é persistente<br />
e cheio de idéias malditas. E assim, cada artifício<br />
novo dele, cada movimento que ele tentar para enganar<br />
aos filhos da Luz, devemos to<strong>dos</strong> estar prontos para denunciar.<br />
O inferno existe! O inferno é eterno! O inferno é<br />
terrível!<br />
Querido leitor, creio que isto basta por hoje!<br />
Fonte: www.reca<strong>dos</strong>.aarao.nom.br<br />
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