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POESIA SEMANA FARROUPILHA 2009 “Os Farroupilhas e suas ...

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01.Peonada deste pago querido<br />

Meus versos começam agora<br />

Co’um quebra costela chinchado<br />

Pra gauchada de fora<br />

E pra quem é deste pago querido<br />

O meu apreço de sempre e na hora.<br />

02.O dia vinte de setembro<br />

É a festa maior do Rio Grande<br />

Pois a Semana Farroupilha<br />

Em muitos pagos se expande<br />

Levando os costumes gaudérios<br />

No tino, na alma e no sangue.<br />

03.Quero, nos versos de hoje<br />

A partir da história e entranhas<br />

Falar deste ano o tema<br />

<strong>“Os</strong> <strong>Farroupilhas</strong> e <strong>suas</strong> Façanhas”<br />

Dos combates entreverados<br />

E de todas as artimanhas.<br />

04.Em setembro de trinta e cinco<br />

Do dia vinte, na madrugada<br />

Por um grupo de farroupilhas<br />

A patrulha foi derrotada<br />

E pela ponte da Azenha<br />

Porto Alegre então foi tomada.<br />

05.O grito de liberdade<br />

Explodia com emoção<br />

E um ano depois, nos Menezes<br />

Neto fez proclamação<br />

E em setembro de trinta e seis<br />

Nascia aqui a nova nação.<br />

06.Em seguida os farroupilhas<br />

Definiram sua capital<br />

Escolhendo Piratini<br />

Como sua sede afinal<br />

Uma vila escolhida<br />

De estratégia sem igual.<br />

<strong>POESIA</strong> <strong>SEMANA</strong> <strong>FARROUPILHA</strong> <strong>2009</strong><br />

<strong>“Os</strong> <strong>Farroupilhas</strong> e <strong>suas</strong> Façanhas”<br />

07.É ali que surgem as cores<br />

Do nosso Pavilhão Tricolor<br />

Tendo o verde e o amarelo<br />

Dominando os tons da cor<br />

Mais tarde o vermelho foi posto<br />

Dando mais brio e ardor.<br />

08.E então Bento Gonçalves<br />

Foi eleito o Presidente<br />

Pra governar a República<br />

Deste pago Rio-grandense<br />

Porém logo foi preso<br />

Num combate sem precedente.<br />

09.Bento e seus companheiros<br />

Ao Rio de Janeiro levados<br />

Na Fortaleza de Lage<br />

Os caudilhas estavam fechados<br />

Uma tentativa de fuga<br />

Não deu certo, ficaram frustrados.<br />

10.De lá o líder farrapo<br />

Foi levado pro Forte do Mar<br />

Em Salvador, na Bahia<br />

É que ficava aquele lugar<br />

Mas com ajuda de outros caudilhos<br />

Do Forte conseguiu escapar.<br />

11.Aos poucos e em trinta e oito<br />

Os farroupilhas sem medo<br />

Atacaram os imperiais<br />

Que ficou até hoje no enredo<br />

Lá na região de Rio Pardo<br />

A Batalha do Barro Vermelho.<br />

12.Foi criado com este ataque<br />

Um companheirismo de afeto<br />

Entre Bento e Teixeira Nunes<br />

Canabarro e Antonio Neto<br />

João Antonio, Manoel e Crescêncio<br />

E todos seus parceiros de perto.


13.Entre os presos imperiais<br />

Um maestro mereceu atenção<br />

Joaquim José de Mendanha<br />

Foi obrigado a compor a canção<br />

Que retratasse a vitória<br />

Acontecida naquela ocasião.<br />

14.Marcando aquele combate<br />

O nosso Hino nascia<br />

Depois com Xico (Pinto de) Fontoura<br />

Outra letra receberia<br />

Marcando na história gaúcha<br />

E o sonho farrapo crescia.<br />

15.A Marinha Farroupilha<br />

Formou-se sem muito regalo<br />

Garibaldi construiu lanchões<br />

Pra travessia do canal de Gonçalo<br />

Seival chegou a Laguna<br />

E Rio Pardo naufragou, foi um pialo.<br />

16.Mas Giuseppe e Canabarro<br />

Com tropas por terra e por mar<br />

Laguna os dois conquistaram<br />

Outra república tentaram firmar<br />

Os imperiais, então, reagiram<br />

E os farroupilhas fizeram zarpar.<br />

17.Garibaldi, naquele entrevero,<br />

Conheceu uma mulher mui guerreira<br />

Que passou a se chamar de Anita<br />

E se tornou sua mulher companheira<br />

Na luta pra unificar a Itália<br />

E toda esta região brasileira.<br />

18.Aos poucos a nossa república<br />

Foi se estruturando como nação<br />

Tendo Domingos José de Almeida<br />

O chefe da administração<br />

E o Jornal “O Povo” então era<br />

O meio de divulgação.<br />

19.Mais tarde, no ano quarenta<br />

A República tentando firmar<br />

Por meio da constituinte<br />

A capital precisaram mudar<br />

Escolheram, então, Alegrete<br />

Prá poder de lá governar.<br />

20.Eleitos 36 deputados<br />

Que tinham a grande missão<br />

De traçar todos os pontos<br />

Da futura Constituição<br />

Dois padres também lá estavam<br />

Entreverados naquela ocasião.<br />

21.Foram debates bem longos<br />

Cada um seus ideais defendia<br />

Nem chegaram a concluí-la<br />

Pelas rixas e ideologia<br />

Mas deixaram marcado pra sempre<br />

Um documento de primor e valia.<br />

22.Depois de 10 anos de luta<br />

De muito sangue deixado no chão<br />

<strong>Farroupilhas</strong> e Imperiais<br />

Em tratativas pra selar a união<br />

E lá nos Campos de Ponche Verde<br />

É que selaram a Paz pra’este chão.<br />

23.A revolução mais dura e mais longa<br />

Aqui neste estado travada<br />

Com Canabarro e Caxias<br />

A paz enfim foi selada<br />

Em março de quarenta e cinco<br />

A ata foi enfim assinada.<br />

24.As sementes que foram plantadas<br />

Com luta, com garra e suor<br />

Se espalharam por este Brasil<br />

Defendendo o país com amor<br />

De dois países vizinhos<br />

Que ameaçavam o nosso valor.


25.Voltando mais longe no tempo<br />

Há muita história vivida<br />

No nosso querido Rio Grande<br />

E que são partes da lida<br />

É a nossa herança gaudéria<br />

Que nunca será esquecida.<br />

26.Nosso chão teve nos índios<br />

Nossos habitantes primeiros<br />

Mais tarde por espanhóis<br />

Desertores e prisioneiros<br />

Mestiços e portugueses<br />

E por tantos aventureiros.<br />

27.Depois, os bandeirantes<br />

Paulistas e desordeiros<br />

Exploraram os nossos pampas<br />

Matando os índios herdeiros<br />

Considerados birivas<br />

E mui guapos tropeiros.<br />

28.Chegaram também portugueses<br />

Chamados de açorianos<br />

Trazendo o “Tu” e mais danças<br />

Aos costumes pampeanos<br />

Expansivos e muito dados<br />

Ficaram por muitos anos.<br />

29.Mas, também, os portugueses<br />

Junto com <strong>suas</strong> iguarias<br />

Trouxeram negros escravos<br />

Formando-se as sesmarias<br />

Trabalhavam nas charqueadas<br />

Na doma e estanciarias.<br />

30.Dos negros que se rebelaram<br />

E que se levantaram do tombo<br />

Da escravidão e do peso<br />

Que carregavam no lombo<br />

Surgiram as resistências<br />

Os Consagrados Quilombos.<br />

31.Dois heróis desta saga<br />

O gaúcho tem na memória<br />

São Sepé, índio bem guapo<br />

Mas que não teve vitória<br />

Foi morto em defesa dos seus<br />

Pra sempre ficará na história.<br />

32.Outro herói rio-grandense<br />

É o negrinho do pastoreio<br />

Que apanhou barbaridade<br />

Sofreu maus tratos e desvaneio<br />

Mas pela bravura e resistência<br />

É patrono do extraveio.<br />

33.Os <strong>Farroupilhas</strong> e <strong>suas</strong> façanhas<br />

É discutido por cada peão<br />

Nas rodas do papo e do mate<br />

Na estância, piquete ou galpão<br />

Pra fazer do sonho farrapo<br />

Um ideal de amor ao rincão.<br />

34.Quantas músicas gaudérias<br />

Retratam bem nosso Estado<br />

No floreio de um bom gaiteiro<br />

Na dança e no sapateado<br />

Na indumentária gaúcha<br />

Ou no chimarrão bem sevado.<br />

35.No churrasco bem preparado<br />

E com abundância de brasa<br />

Na prosa dos pais co’a piazada<br />

Lá na varanda da casa<br />

No amor do peão com sua prenda<br />

E com toda sua bicharada.<br />

36.Ser gaúcho, não é ser racial<br />

É um modo próprio de viver<br />

Seja por sua atividade<br />

Ou pelo seu jeito de ser<br />

Dos costumes e tradições<br />

Das roupas ou bem querer.


37.Por isso, este marco<br />

Deve ser sempre lembrado<br />

Pelos seus 10 anos de guerra<br />

Nos matos e descampado<br />

Em que ximangos e maragatos<br />

Combateram entreverado.<br />

38.Mas hoje o som que tá mais forte<br />

É o grito de liberdade<br />

Espalhado nas coxilhas<br />

Lá no campo e na cidade<br />

Paz, respeito e justiça<br />

Mais amor, fraternidade.<br />

39.Tem tanta coisa bonita<br />

Que é muito bom recordar<br />

Do nosso querido Rio Grande<br />

E pra lida sempre levar<br />

Noutra vez... quem sabe<br />

Outros casos posso contar.<br />

40.Encerrando estes versos invoco<br />

A Senhora Medianeira<br />

Que por Deus foi escolhida<br />

Da terra e céu padroeira<br />

Cuide bem da gauchada<br />

Desta pátria brasileira.<br />

42.O Pai Maior do Universo<br />

E que é nosso Senhor também.<br />

Vos abençoe hoje e sempre<br />

Aqui e também lá no além<br />

Em nome do Pai e do Filho<br />

E do Espírito Santo. Amém!<br />

Pe. Pe. Clair Clair Favreto<br />

Favreto<br />

Erechim Erechim, Erechim Erechim,<br />

, 20 20 de setembro de <strong>2009</strong> <strong>2009</strong>.<br />

<strong>2009</strong>

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